MyNews Explica A Rússia Face ao Ocidente
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MyNews Explica A Rússia Face ao Ocidente - Paulo Visentini
MyNews Explica A Rússia Face ao Ocidente
© Almedina, 2022
AUTOR: Paulo Visentini
DIRETOR DA ALMEDINA BRASIL: Rodrigo Mentz
EDITOR DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS E LITERATURA: Marco Pace
COORDENADORAS DA COLEÇÃO MYNEWS EXPLICA: Gabriela Lisboa e Mara Luquet
ASSISTENTES EDITORIAIS: Isabela Leite e Larissa Nogueira
ESTAGIÁRIA DE PRODUÇÃO: Laura Roberti
REVISÃO: Sol Coelho e Alex Fernandes
DIAGRAMAÇÃO: Almedina
DESIGN DE CAPA: Roberta Bassanetto
IMAGEM DE CAPA: Winter landscape, de Nikifor Krylov
CONVERSÃO PARA EBOOK: Cumbuca Studio
ISBN: 9786554270120
Outubro, 2022
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Visentini, Paulo
MyNews explica a Rússia face ao Ocidente
Paulo Visentini. -- São Paulo, SP : Edições 70, 2022.
Bibliografia.
ISBN 978-65-5427-013-7
1. Revoluções e socialismo 2. Rússia – Condições sociais
3. Rússia – Política e governo 4. Ucrânia – Política e governo I. Título.
22-123766-CDD-321.0940947
Índices para catálogo sistemático:
1. Rússia : Revoluções : Ciência política 321.0940947
Eliete Marques da Silva – Bibliotecária – CRB-8/9380
Este livro segue as regras do novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa (1990).
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste livro, protegido por copyright, pode ser reproduzida, armazenada ou transmitida de alguma forma ou por algum meio, seja eletrônico ou mecânico, inclusive fotocópia, gravação ou qualquer sistema de armazenagem de informações, sem a permissão expressa e por escrito da editora.
Editora: Almedina Brasil
Rua José Maria Lisboa, 860, Conj. 131 e 132, Jardim Paulista | 01423-001 São Paulo | Brasil
www.almedina.com.br
Sumário
Capa
Folha de Rosto
Página de Créditos
Sumário
Introdução
Os Citas
, Poema de Alexandr Blok
1. Um Povo Eslavo e a Formação do Estado Russo: de Kiev a Moscou
2. A Autocracia Czarista e a Expansão Imperial: de Moscou a São Petersburgo
3. A Revolução, a URSS e a Modernização Socialista: de Volta a Moscou
4. A Federação Russa, entre a Europa e a Ásia: Moscou em busca do Futuro
Anexo: O que realmente pensa o governo russo? Uma crise de depuração?
– Seguei Karaganov
Referências
Pontos de referência
Capa
Folha de Rosto
Página de Créditos
Sumário
Introdução
Página Inicial
Bibliografia
Introdução
A Rússia, para a maioria das pessoas, segue sendo um país pouco conhecido, misterioso e contraditório, uma vastidão selvagem, espécie de Amazônia gelada, que atrai a imaginação. Apesar disso, a maioria é assertiva em sua opinião e muitos não a consideram parte do Ocidente
. Assim, escrever sobre o tema deste livro, durante a guerra russo-ucraniana, constitui um enorme desafio. Como abordar a questão? Tomando como ponto de partida a atual narrativa russofóbica irrefletida? Isso seria como retroceder aos anos 1950, durante Guerra Fria. Portanto, rejeitam-se teorias conspirativas baseadas no medo, no desconhecimento e na má-fé manipulativa e oportunista. A Russofobia, já milenar, teve sua origem no grande cisma entre o catolicismo e a religião ortodoxa e é quase tão preconceituosa quanto o racismo. E o surgimento e fortalecimento do socialismo na Rússia agravou ainda mais tal visão.
Na adolescência, uma frase do escritor Hermann Hesse ficou bem gravada em minha memória: Não se deve responder ao louco segundo a sua loucura. E assim tenho feito, expondo elementos históricos objetivos e deixando a cada um a formação de um juízo. A obra, sob a forma de um ensaio histórico, tem o propósito de fornecer uma visão ampla, destinada ao grande público, e não um texto acadêmico pesado e árido. Mas nem por isso é menos objetivo e científico. A bibliografia, por sua vez, traz indicações para um aprofundamento, se o leitor assim o desejar.
O mais extenso país do mundo, extremamente frio e com uma tradição política autoritária, é o que todos ouviram falar. Mas a formação histórica, a evolução política e a dimensão psicossocial dos russos são pouco conhecidas entre nós. O que se pode dizer é que a conformação geográfica da Rússia e sua posição geopolítica são muito peculiares. Foi a partir delas que um povo periférico da Europa construiu um vasto império com continuidade territorial. Um povo eslavo e cristão-ortodoxo, partindo de seu núcleo europeu, foi se assentando pelo sul da Sibéria e chegou ao Oceano Pacífico, inclusive fundando algumas povoações na América do Norte. Sua expansão, contudo, foi muito diferente de outros grandes impérios, pois não dispunha de uma economia dinâmica, como os Estados Unidos. Ao longo de sua turbulenta história, a Rússia conheceu momentos dramáticos de divisão interna e invasões, dos mongóis aos nazistas, quando parecia que ia desaparecer. Mas ela sempre se reergueu.
O povo russo passou por indescritíveis sofrimentos, como outros, mas eles raramente foram mostrados em nossos manuais de História. Ele é romantizado ou demonizado, sempre tendo em conta apenas a ação de suas elites. Por ter se tornado um Estado Eurasiano, acaba sendo marginal tanto para a narrativa europeia como para asiática. Para a primeira, teria absorvido características orientais; para a segunda, seria um invasor Ocidental, que ocupou o vazio demográfico das estepes e da taiga siberiana. A interação mais direta e sistemática com os Estados europeus mais poderosos ocorreu apenas a partir da Revolução Francesa. Contudo, em sua anterior expansão para o Oriente derrotou os mongóis definitivamente no final da Idade Média, algo que trouxe estabilidade para a Europa central.
Qual a origem da Rússia e seu Estado? Os povos eslavos já habitavam as terras entre os Mares Báltico e Negro antes da Era Cristã, uma região plana que era a rota das grandes migrações da Ásia para a Europa, através das estepes. Em certos períodos os eslavos se expandiram para a Europa central e balcânica, formando os eslavos ocidentais e meridionais, que evoluíram separadamente. Em outras épocas foram dominados por invasores, obrigando-os a se refugiar nas florestas do Norte, onde formaram principados independentes. Os vikings, através dos rios da Rússia, estabeleceram conexões comerciais com Constantinopla, capital do Império Bizantino (ex-Romano do Oriente). Essa dinâmica econômica e interação civilizacional propiciou a formação do Russ de Kiev, o primeiro Estado russo, de perfil medieval. Mas o declínio da rota comercial e invasões de nômades asiáticos geraram fragmentação política e o deslocamento do eixo de gravidade russo para o norte, de Kiev para Moscou (capítulo 1).
A população refugiada nas florestas setentrionais formou a base dos novos principados, até que Ivan III, o Grande (da Moscóvia), pôs fim ao domínio mongol, subordinou os demais príncipes e a República Mercantil de Novgorod. Já Ivan IV, o Terrível, iniciou a expansão para o leste, anexando o vale do Rio Volga e cruzando os Urais. Com mão de ferro instaurou o Czarismo, uma Autocracia de Direito Divino, e subordinou a nobreza. A Dinastia Rurik foi sucedida pelos Romanov, tendo Pedro, o Grande, fundado São Petersburgo como nova capital, com o objetivo de abrir uma janela (marítima) para a Europa. Ele, Catarina II, a Grande (uma princesa alemã) e os posteriores Czares de Todas as Rússias
promoveram notável expansão territorial (capítulo 2).
A Rússia, contudo, sempre foi um gigante frágil, não apenas pela dispersão de uma população camponesa miserável e oprimida em um território imenso e extremamente difícil de administrar. Os russos, em seu contato com as potências europeias, tomavam consciência do seu atraso, e Pedro I tentou ocidentalizar o país, a partir de uma nova capital (portuária) estilo Versalhes. Contudo, apenas a elite adotou tais padrões, que elevaram artes e ciências ao padrão da Europa Ocidental. O povo e os intelectuais eslavófilos, inspirados na Igreja Ortodoxa, sentiram o país rebaixado diante do Ocidente corrompido
, e os russos são um povo que necessita acreditar. A modernização, na segunda