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RESUMO
Objetivo: Descrever o conhecimento do paciente diabético sobre a doença, o tratamento Maria Rui Miranda Grilo
e a repercussão na adesão. Métodos: Estudo quantitativo tipo transversal, observacional, Correia de Sousa(1)
correlacional, desenvolvido com uma população amostral por conveniência de 133 Teresa McIntyre(2)
diabéticos assitidos em um Centro de Saúde na Zona do Grande Porto, Portugal. A hipótese
previa que haveria uma relação direta entre o conhecimento acerca da doença e a adesão
ao tratamento. Resultados: Os diabéticos apresentaram bons conhecimentos sobre a sua
doença. Verificou-se que a dimensão na qual estes evidenciaram maiores conhecimentos
foi a referente ao “tratamento” (M=0,81). Quanto às dimensões “identidade” e “causas”,
os diabéticos apresentaram menos conhecimentos (M=0,51 e M=0,54, respectivamente). A
hipótese foi comprovada parcialmente. Embora os resultados indiquem que os conhecimentos
e desconhecimentos acerca da diabetes se correlacionam significativamente com alguns
comportamentos de auto cuidado, como a adesão ao exercício físico e o teste da glicose, a
regressão hierárquica mostrou que somente o conhecimento é preditor nos comportamentos
de adesão ao teste à glicose (sr = 0,31; p = 0,026). Quanto ao efeito do sexo e da idade,
verificou-se que as mulheres demonstram maior desconhecimento acerca da diabetes e que as
pessoas mais idosas aderem mais à alimentação aconselhada. Conclusões: Os profissionais
de saúde deverão estar atentos às áreas do conhecimento em que o diabético apresentou ser
menos informado, bem como a alguns fatores sócio-demográficos como o sexo e a idade,
pois estes poderão influenciar a adesão aos diferentes componentes do tratamento.
A população alvo do estudo compreendeu os pacientes respostas incorrectas e incertezas). A pontuação da sub-
com diabetes mellitus tipo 2 que frequentavam as consultas escala de respostas correctas (conhecimentos acerca da
para diabéticos, numa Unidade de Saúde Familiar da Zona diabetes) é obtida através da adição de todas as respostas
do Grande Porto, Portugal. no sentido correcto (i.e. indicando conhecimentos
Como critérios de inclusão na amostra as pessoas adequados sobre a diabetes). A pontuação da sub-escala de
deveriam ter idade igual ou superior a 40 anos, aceitarem respostas incorrectas (mitos ou falsos conceitos) obtém-
participar do estudo, terem diabetes tipo 2 diagnosticada há se adicionando todas as respostas erradas (i.e. indicando
mais de 12 meses. O período de recolha de dados situou- conhecimentos errados sobre a diabetes). A soma das
se entre 2 de maio e 30 de junho de 2002. Optou-se por respostas incertas (desconhecimento) indica o grau de
uma amostra de conveniência uma vez que esta interferia desconhecimento acerca da doença. Para mais facilmente
o mínimo possível com a organização e funcionamento das interpretar os resultados das várias dimensões aconselha-
consultas. Dos 226 diabéticos com consultas agendadas se a utilização da média ponderada (dividindo a média
nesse período, seleccionaram-se 133 pessoas. Utilizou- obtida na dimensão pelo seu número de itens). Esta varia
se o método de amostragem de conveniência por quotas. entre 0 e 1 e assim, de acordo com a sub-escala, quanto
Antes de se proceder à recolha de dados, foram tidos em mais o valor da média se aproximar de 1 melhores serão os
consideração alguns aspectos éticos. Os participantes conhecimentos demonstrados (na sub-escala das respostas
receberam informação sobre o objectivo do estudo assim correctas), maiores serão os mitos ou falsos conhecimentos
como a confidencialidade dos dados, de forma a que a sua (na sub-escala das respostas incorrectas) e maiores serão os
colaboração fosse voluntária, fornecendo um consentimento desconhecimentos (na sub-escala das incertezas).
autorizado sobre a sua participação. 3) Cuidados Pessoais com a Diabetes- CPD(21, 22): É uma
Os instrumentos utilizados numa só aplicação eram escala de auto-relato com um total de 12 itens, que permite
os questionários: 1) Questionário Sócio-demográfico e medir a frequência das actividades realizadas pelo diabético
Clínico(20); 2) Questionário dos Conhecimentos da Diabetes nas diferentes áreas do seu tratamento: a alimentação, o
(QCD)(20); 3) Cuidados Pessoais com a Diabetes- CPD(21, 22), exercício físico, o teste à glicose e a medicação. Para cada
descritos a seguir: área do regime os itens foram construídos de forma a medir
1) Questionário Sócio-demográfico e Clínico(20): O os níveis absolutos do comportamento do autocuidado, mas
questionário foi produzido para este estudo e inclui vários também a adesão a prescrições individuais, envolvendo a
itens de formato variável (perguntas fechadas e abertas) comparação dos comportamentos de autocontrolo com a
sobre as variáveis: idade, sexo, estado civil, escolaridade, prescrição percebida. Todas estas actividades se reportam
situação laboral, profissão actual ou anterior, pessoas com aos últimos 7 dias que precedem o preenchimento da escala,
quem vive, idade do diagnóstico, dificuldades específicas pois devido à variação do comportamento do diabético ao
sentidas com o tratamento, apoio de pessoas significativas, longo do tempo, pretende-se obter uma estimativa estável.
problemas de saúde existentes, familiares com diabetes Os valores brutos de cada medida são convertidos em
mellitus e seu parentesco, glicemia em jejum, hemoglobina pontuações standard tendo como média 0 e desvio padrão 1
glicosilada, índice de massa corporal e tensão arterial. (notas z), com a finalidade de comparar as diferentes áreas
avaliadas, devido à diversidade de escalas utilizadas.
2) Questionário dos Conhecimentos da Diabetes
(QCD)(20): Esta escala visa identificar os conhecimentos Quanto à aplicação destes questionários à amostra,
que os doentes possuem sobre a diabetes, tendo sido embora estivesse inicialmente previsto o seu preenchimento
desenvolvida de modo a contemplar os conteúdos pelos próprios diabéticos, no pré-teste verificou-se que
habitualmente transmitidos pelos profissionais de saúde. tal não seria possível, pois alguns utentes, para além de
Para assegurar que este instrumento de medida fosse problemas de alfabetização, referiam dificuldades visuais.
representativo do domínio a avaliar, foi submetido à análise Optou-se pelo heteropreenchimento em que os questionários
de peritos (médicos endocrinologistas e enfermeiras), de foram preenchidos com a ajuda do investigador num
forma a verificar a sua validade de conteúdo. Apresenta ambiente calmo e de privacidade. Os profissionais de saúde
28 itens, divididos por 7 dimensões: identidade (3 itens), completaram os dados clínicos (controlo metabólico, IMC
causas (5 itens), duração (4 itens), tratamento (4 itens), e TA) em documento próprio e separado.
limitações (3 itens), controlo (5 itens) e complicações da Os dados finais foram lançados numa base de dados
diabetes (4 itens), com a possibilidade de três tipos de informatizada e processados através do programa de
resposta: verdadeiro, falso ou não sei, correspondentes estatística SPSS (Statistical Program for Social Sciences
a 3 sub-escalas de conhecimentos (respostas correctas, – versão 11.0).
Tabela I - Distribuição da população diabética pesquisada por sexo, segundo as características sociodemográficas. Porto,
Portugal.
1. Incluem-se na categoria casados todas as pessoas que estejam a viver em união de facto (viver junto sem estarem casados). X2: Teste do
Qui Quadrado; 2. Não se realizaram as análises do qui-quadrado devido à existência de células com menos de 5 de sujeitos
Tabela II - Distribuição na população diabética da média (M) e desvio padrão (DP), pesquisada por sexo, segundo as
características clínicas. Porto, Portugal.
M (DP) t p
Variáveis clínicas Feminino Masculino
Glicemia em jejum (mg/dl) 178,48 (82,06) 174,84 (59,58) 0,28 0,77
Hemoglobina glicosilada (HbA1c- %) 7,89 (2,08) 7,34 (1,78) 1,57 0,11
1
TA sistólica (mmHg) 147,45 (16,72) 148,71 (19,39) -0,40 0,68
TA diastólica (mmHg) 81,48 (8,90) 81,64 (9,10) -0,10 0,91
IMC (Kg/m2)2 28,71 (3,61) 28,26 (3,23) 0,73 0,46
apresentados os falsos conhecimentos (ou mitos) visto conhecimentos são maiores e menores, isto é, os aspectos
terem uma baixa frequência de resposta. relacionados com a identidade da doença são aqueles onde
Através do resultado das médias ponderadas os diabéticos referem maiores dúvidas (Média ponderada
apresentados na Tabela III verifica-se que os diabéticos =0,37), contrariamente aos conhecimentos sobre o
possuem conhecimentos razoáveis ou bons nas várias tratamento, em que não se verificam muitas incertezas
dimensões avaliadas. O tratamento é a área onde os (Média ponderada = 0,07).
diabéticos demonstram maiores conhecimentos (Média Utilizando o coeficiente de correlação de Pearson
ponderada = 0,81). As causas (Média ponderada = 0,54) e a e a análise da regressão hierárquica para verificar a
identidade (Média ponderada = 0,51) são as dimensões em relação entre os conhecimentos e a adesão, os resultados
que os diabéticos evidenciam menores conhecimentos. apresentados na Tabela IV indicam que os conhecimentos
Relativamente ao desconhecimento (ou incertezas) os acerca da diabetes se correlacionam significativa e
resultados encontrados confirmam os dados anteriormente positivamente com a adesão ao exercício físico e com o
referidos, pois são a sua antítese nas dimensões onde os teste à glicose, embora a associação seja mais elevada neste
Tabela III - Distribuição na população diabética, da média (M) e desvio padrão (DP), do Conhecimento e Desconhecimento
de Diabetes nas diferentes dimensões do QCD (N=133). Porto, Portugal.
Conhecimento de diabetes Desconhecimento de diabetes
Dimensões M (DP) Média ponderada M (DP) Média ponderada
Identidade (3 itens) 1,54 (0,88) 0,51 1,11 (0,82) 0,37
Causas (5 itens) 2,72 (1,43) 0,54 1,48(1,39) 0,29
Duração (4 itens) 2,96 (1,22) 0,74 0,60 (0,99) 0,15
Tratamento (4 itens) 3,24 (0,77) 0,81 0,30 (0,66) 0,07
Limitações (3 itens) 2,06 (0,85) 0,68 0,33 (0,61) 0,11
Controlo (5 itens) 3,57 (1,10) 0,71 1,18 (1,10) 0,23
Complicações (4 itens) 2,91 (1,00) 0,72 0,67 (0,93) 0,16
1.Tensão Arterial; 2.Índice de Massa Corporal; t: Teste t de Student
Tabela IV - Distribuição dos diabéticos, segundo as Correlações de Pearson entre o Conhecimento (Sub-escalas Conheci-
mentos e Desconhecimento) e os Cuidados Pessoais com a Diabetes e a Hemoglobina glicosilada (HbA1c ). (N=133). Porto,
Portugal.
Dieta Exercício Teste à Medicação HbA1c
Sub-escalas quantidade tipo físico glicose
1. Conhecimentos 0,120 0,068 0,264** 0,389** 0,042 0,077
2. Desconhecimento -0,151 -0,091 -0,216* -0,287* -0,053 -0,114
*
p<0,05; **p<0,01
Tabela V - Resultados significativos da regressão hierárquica para a influência da variável Conhecimentos na variável Teste
à glicose (N= 133). Porto, Portugal.
Resultados/Preditor R2 F
p Beta t p sr
Teste à glicose Change Change
Bloco 1: ns
- Idade
- Sexo
Bloco 2: 0,16 5,06 0,010
- Conhecimentos 0,71 2,30 0,026 0,31
- Desconhecimento - - - -
R2=0,19; R2 corrigido=0,12; - R2: Teste de Regressão Hierárquica: coeficiente de determinação; F: F de ANOVA; sr: correlação parcial;
t: Teste t de Student.
último. Assim, maiores conhecimentos acerca da doença De forma a determinar a percentagem de variância
relacionam-se com maior adesão ao exercício físico e explicada pelos conhecimentos na adesão ao regime
ao teste à glicose. O desconhecimento acerca da doença, terapêutico realizaram-se regressões hierárquicas incluindo
correlaciona-se negativamente com as mesmas sub- como variáveis preditoras (independentes) o sexo e a idade
escalas, sugerindo baixa adesão ao tratamento em termos no 1.º bloco, e os conhecimentos e desconhecimentos sobre
de exercício e pesquisa de glicemia/glicosuria. Não se a diabetes, no 2.º bloco. As sub-escalas do questionário
verificam correlações significativas entre os conhecimentos “Cuidados Pessoais com a Diabetes” (dieta quantidade,
e desconhecimentos, a dieta, a medicação e os valores de dieta tipo, exercício físico, teste à glicose e medicação),
hemoglobina glicosilada. assim como a hemoglobina glicosilada, foram consideradas
Os dados encontrados parecem comprovar em parte a como variáveis de resultado (dependentes).
hipótese, indicando uma associação significativa entre os Os resultados da regressão hierárquica para a influência
conhecimentos e a adesão terapêutica. da variável conhecimentos na variável dieta (quantidade e
tipo) não foram significativos. Somente a variável idade tratamento, duração e controlo da doença. Pelo contrário,
aparece como preditora da adesão à dieta quantidade (F = os diabéticos evidenciam mais desconhecimento nas
4,07; p = 0,019) e à dieta tipo (F = 4,80; p = 0,010). O dimensões identidade e causas da doença.
bloco 1 explica 6% da variância na dieta quantidade e na A hipótese inicial foi confirmada parcialmente, pois
dieta tipo, com a contribuição única da idade que apresenta os conhecimentos e desconhecimentos correlacionaram-se
correlações parciais respectivamente de 0,24 e 0,26. Deste com a adesão ao exercício físico e com a monitorização do
modo, quanto maior a idade maior a adesão à dieta. açúcar no organismo. A prática de exercício físico tem de-
Quanto à influência da variável conhecimentos na monstrado bons resultados a nível metabólico, pois contri-
variável teste à glicose os resultados apresentados na bui para o controlo glicémico através de uma diminuição
Tabela V demonstram que esta explica 16% da variância directa dos valores de glicose no sangue, produz um au-
no teste à glicose. No entanto são os conhecimentos acerca mento da sensibilidade à insulina e reduz o risco de pato-
da doença e não o desconhecimento, que se correlacionam logia cardiovascular (por diminuição dos níveis lipídicos e
significativamente (variância única) com o teste à glicose, da tensão arterial)(27). Embora a maioria dos diabéticos da
tendo uma correlação parcial de 0,31. Quanto maiores os amostra saiba que é importante fazer caminhadas para con-
conhecimentos sobre a diabetes, maior a monitorização dos trolar a sua doença, muitos deles referem dificuldades em
valores de açúcar no organismo. realizá-las devido a hábitos de sedentarismo e a problemas
Relativamente às variáveis de resultado medicação, de saúde. É importante que os técnicos de saúde possuam
exercício físico e hemoglobina glicosilada as variáveis dos a habilidade de ajustar o exercício às condições dos seus
conhecimentos não foram preditoras da adesão. doentes, não se limitando somente a enfatizar a importância
Confirma-se assim que os conhecimentos são preditores da prática de actividade física regular.
significativos de um dos vários componentes da adesão Os conhecimentos acerca da doença só foram preditores
terapêutica, explicando variâncias significativas no teste à para a adesão ao teste à glicose. A falta de contributo único
glicose. dos conhecimentos e desconhecimentos para o exercício
Para analisar a relação entre as variáveis sócio- físico e do desconhecimento para a adesão ao teste à glicose
demográficas (idade, sexo e estado civil), as variáveis clínicas tem, provavelmente, relação com a elevada correlação
(tempo de doença e gravidade de doença), os conhecimentos existente entre as duas sub-escalas (conhecimento e
e cuidados pessoais com a diabetes recorremos a análises desconhecimento) que tendem a anular-se estatisticamente.
exploratórias (Manovas) que demonstraram que somente o Reconhecendo a importância da monitorização da
efeito do sexo é significativo para o conjunto das duas sub- glicemia/glicosuria no controlo da diabetes, habitualmente
escalas do questionário dos Conhecimentos da Diabetes os diabéticos tipo 1 recorrem mais à sua utilização, visto
(QCD) (F = 3,58; p = 0,031). Analisando os resultados a dose de insulina a administrar depender dos valores
univariados no QCD, estes só foram significativos para a encontrados. Na diabetes mellitus tipo 2 esta prática não
sub-escala do desconhecimento (F = 6,31; p = 0,013). As é tão corrente, não existindo consenso quanto à frequência
mulheres demonstram maior desconhecimento acerca da do teste(28), e por vezes este é realizado unicamente
diabetes (M = 7,55) do que os homens (M = 4,29). durante a consulta médica ou de enfermagem, ou em casos
Quanto ao efeito da idade este só foi significativo para pontuais em que o diabético, porque não se sente bem,
o conjunto das quatro sub-escalas dos CPD (F = 2,53; p = decide recorrer aos serviços farmacêuticos para o realizar.
0,004). Não foram encontrados efeitos de interacção sig- Apesar dos aparelhos de medição ou as fitas de teste à
nificativos. Os resultados univariados foram significativos urina estarem cada vez mais ao alcance dos doentes, e a
para as sub-escalas dieta quantidade (F = 6,80; p = 0,001) e sua leitura tenha sido mais simplificada, numa população
para a dieta tipo (F = 4,72; p = 0,008). Verifica-se que rela- pouco alfabetizada e idosa estas habilidades tornam-se
tivamente à dieta quantidade, os diabéticos mais idosos (66 algo complexas e portanto pouco desejáveis pelos doentes.
a 75 anos) aderem mais à dieta prescrita (M = 8,29) do que Embora os conhecimentos não garantam a mudança de
os mais jovens (40 e 55 anos - M = 4,61; 56 a 65 anos - M comportamentos nos doentes diabéticos, são sem duvida
= 5,17). Na dieta tipo os mais idosos (76 a 86 anos) também um importante contributo para facilitar o processo de
aderem mais (M = 13,50) do que os diabéticos mais jovens participação e adesão ao tratamento(25,29).
(40 a 55 anos - M = 8,71; 56 a 65 anos - M = 11,06). Os profissionais de saúde, para além de enfatizar a
Passando a discutir os resultados verificou-se que o realização do teste de glicemia em situações que prevejam
grupo evidencia bons conhecimentos sobre a doença tal alterações nos níveis de açúcar (e.g. na mudança de
como outros estudos o têm demonstrado(25,26). Os níveis terapêutica), devem fornecer perícias que permitam ao
de conhecimentos são mais elevados nas dimensões doente realizar o teste no seu domicilio, bem como ensinar
a interpretar os resultados obtidos de modo a que este 3. Costa M, López E. Educación para la salud. Una
se sinta envolvido e responsável no seu tratamento. Os Estrategia para cambiar los estilos de vida. Madrid:
conhecimentos acerca da doença e seu tratamento, darão um Ediciones Pirámide; 1998. p.27-58.
contributo para que o diabético compreenda a importância
4. González MI. La Educabilidad de la salud. Tiene
da sua realização e deste modo adira mais. Face a diabéticos
importancia la educación para la salud en nuestra
com baixo nível de escolaridade, idade avançada ou outras
sociedad. In: González MI, editores. La Educación
situações específicas, o educador deverá envolver os
para la salud del siglo XXI. España: Ediciones Díaz de
familiares que apoiam o doente. Santos; 1998. p.21-9.
Em termos do género, este parece influenciar o
nível dos conhecimentos sobre a diabetes. Os homens 5. Sarafino EP. Health Psychology. Biopsychosocial
demonstram menos desconhecimento sobre a diabetes do interactions. 4th ed. New York: John Wiley & Sons;
que as mulheres. Este facto poderá estar relacionado com 2002.
as médias de escolaridade, que são significativamente 6. Paúl C, Fonseca AM. Psicossociologia da saúde.
superiores no sexo masculino. Lisboa: Climepsi; 2001.
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CONCLUSÕES patient participation in the doctor visit: implications
Este trabalho tinha como finalidade descrever o for adherence to diabetes care. Diabetes Care.
conhecimento do paciente diabético sobre a doença, o 1996;9(10):1153-4.
tratamento e a repercussão na adesão. Os resultados apontam 8. Ponte C, Fernandes V, Gurgel M, Veras V, Quidute
para uma associação entre este e os vários componentes A, Montenegro R, et al. Projeto sala de espera: uma
do autocuidado, confirmando-se a sua importância como proposta para a educação em diabetes. Rev Bras
preditor na conduta ao tratamento aconselhado. Este estudo Promoção Saúde [periódico na Internet]. 2006. [acesso
indica ainda que os conhecimentos acerca da doença em 2008 Out 27];19(4):197-202. Disponível em: http://
devem ser tidos em consideração no desenho de estratégias www.unifor.br/rbps.
de educação para a saúde, visto a amostra apresentar
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maioritariamente marcadores clínicos (glicemia em jejum
Fitzgerald JT, Feste CC. Patient Empowerment.
e hemoglobina glicosilada) com valores superiores aos
Results of a randomized controlled trial. Diabetes Care.
aconselhados. Os conhecimentos sobre a diabetes parecem
1995;18(7):943-9.
ser particularmente importantes na adesão ao teste de glicose,
sugerindo que o educador esteja atento a determinadas áreas 10. Correia L. Compensação na diabetes tipo 2. Diabetes
(áreas alvo) aquando da transmissão de conhecimentos. A Viver Equil. 1999;10:6.
equipa de saúde deverá continuar a investir na educação de
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