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Conhecimento do diabético

CONHECIMENTO DO DIABÉTICO SOBRE A DOENÇA


E A REPERCUSSÃO NO TRATAMENTO
Knowledge of the diabetic patient about the disease and its Artigo Original
impact on treatment

RESUMO

Objetivo: Descrever o conhecimento do paciente diabético sobre a doença, o tratamento Maria Rui Miranda Grilo
e a repercussão na adesão. Métodos: Estudo quantitativo tipo transversal, observacional, Correia de Sousa(1)
correlacional, desenvolvido com uma população amostral por conveniência de 133 Teresa McIntyre(2)
diabéticos assitidos em um Centro de Saúde na Zona do Grande Porto, Portugal. A hipótese
previa que haveria uma relação direta entre o conhecimento acerca da doença e a adesão
ao tratamento. Resultados: Os diabéticos apresentaram bons conhecimentos sobre a sua
doença. Verificou-se que a dimensão na qual estes evidenciaram maiores conhecimentos
foi a referente ao “tratamento” (M=0,81). Quanto às dimensões “identidade” e “causas”,
os diabéticos apresentaram menos conhecimentos (M=0,51 e M=0,54, respectivamente). A
hipótese foi comprovada parcialmente. Embora os resultados indiquem que os conhecimentos
e desconhecimentos acerca da diabetes se correlacionam significativamente com alguns
comportamentos de auto cuidado, como a adesão ao exercício físico e o teste da glicose, a
regressão hierárquica mostrou que somente o conhecimento é preditor nos comportamentos
de adesão ao teste à glicose (sr = 0,31; p = 0,026). Quanto ao efeito do sexo e da idade,
verificou-se que as mulheres demonstram maior desconhecimento acerca da diabetes e que as
pessoas mais idosas aderem mais à alimentação aconselhada. Conclusões: Os profissionais
de saúde deverão estar atentos às áreas do conhecimento em que o diabético apresentou ser
menos informado, bem como a alguns fatores sócio-demográficos como o sexo e a idade,
pois estes poderão influenciar a adesão aos diferentes componentes do tratamento.

Descritores: Conhecimento; Educação; Diabetes Mellitus; Conduta ao tratamento


medicamentoso. 1) Escola Superior de Enfermagem do
Porto - Portugal
ABSTRACT
2) Universidade do Minho - Portugal
Objective: To describe the knowledge of the diabetic patient about his/her disease, the
treatment and the impact on the therapeutic adherence. Methods: A qualitative cross-sectional
study, with an observational and correlational design, carried out with a convenient sample
population of 133 type 2 diabetic patients assisted at a Health Care Centre of Great Porto,
Portugal. The hypothesis estimated that there would be a direct relationship between the
knowledge about the disease and the adherence to treatment. Results: The diabetic patients
presented good knowledge about their illness. The dimension in which they showed greater
knowledge was that of “treatment” (M = 0.81). Regarding the dimensions “identity” and
“causes”, the patients showed less knowledge (M = 0.51 and M = 0.54, respectively). The
results partially confirmed the hypothesis. Although the results indicate that the knowledge
and non-knowledge about diabetes are significantly correlated with some behaviors of self
care (like the adherence to physical exercise and to glucose test), the hierarchical regression
showed that knowledge is the only predictor in behaviours of adherence to glucose testing (sr
= 0.31, p = 0.026). Regarding the effect of gender and age, the findings suggest that women
show higher non-knowledge about diabetes and the elderly adhere more to diet counselling.
Conclusions: Health care professionals should be alert to those areas of knowledge where the
diabetic patients showed to be less informed, as well as to some socio-demographic factors
such as gender and age, for they may influence in the adherence to different components of
treatment. Recebido em: 16/01/2008
Revisado em: 21/10/2008
Descriptors: Knowledge; Education; Diabetes mellitus; Treatment behaviour. Aceito em: 10/11/2008

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Sousa MRMGC, McIntyre T

INTRODUÇÃO acerca da sua saúde(1,7,8). Nesta perspectiva, a educação


do diabético é considerada fundamental para a autogestão
A diabetes mellitus (DM) é uma doença metabólica desta patologia, porque interliga as três componentes base
e crónica que afecta um grande número de pessoas. Pela do tratamento da diabetes mellitus (alimentação, exercício
sua morbilidade elevada, implica um grande investimento físico e medicação)(9-12). Pelo facto de ser uma doença que,
em cuidados de saúde constantes, bem como, mudanças para ser controlada pode exigir bastantes alterações no estilo
profundas nos estilos de vida. de vida, a forma como os doentes são educados a geri-la
De acordo com a Organização Mundial de Saúde reflecte-se directamente no tratamento e na prevenção das
(OMS), a principal causa de incapacidade no mundo até complicações, pois, é através da educação que o diabético
2020 serão as doenças crónicas que, se não forem bem aprende a viver com a sua doença, mantendo um quotidiano
geridas, representarão a maior sobrecarga para os sistemas compatível com uma boa qualidade de vida(13).
de saúde. Perante este cenário a OMS, através de políticas São vários os trabalhos sobre a importância da educação
de Promoção da Saúde, aconselha a que os países invistam do paciente na conduta ao tratamento medicamentoso
esforços no sentido de controlar esta tendência que, para e no controlo metabólico que evidenciaram resultados
além de trazer custos económicos e sociais elevados, se positivos(14,15). Alguns dos efeitos da educação terapêutica são
reflecte no bem-estar individual, tornando-se num grave a melhoria da eficácia e eficiência do tratamento, a redução
problema de saúde pública(1). Em Portugal, o Ministério da dos custos médicos e dos custos indirectos da doença, a
Saúde tem vindo a adoptar medidas específicas, inseridas melhoria na qualidade de vida e a motivação dos doentes e
na actualidade do pensamento Europeu e na revolução pessoal de saúde(16). Esta educação do doente, comportando
da política de saúde da OMS, através da criação de um uma filosofia de responsabilidade e autonomia, não é mais
Programa Nacional de Prevenção e Controlo da Diabetes. do que um processo que capacita a pessoa com diabetes
Este programa, elaborado de acordo com os objectivos para que tenha o conhecimento e a perícia para lidar com a
previstos pela declaração de St. Vincent, propõe medidas aos sua doença no seu dia-a-dia(17).
vários níveis de prevenção (primária, secundária e terciária) O investimento na educação do diabético também
e sugere várias estratégias de actuação, uma das quais se parece trazer outros benefícios, pois o controlo desta
refere à necessidade de formação dirigida às pessoas com doença, especificamente o controlo da glicemia, reduz
diabetes(2). significativamente o risco das suas complicações e
Estas medidas apontam para que o indivíduo seja cada consequentemente os gastos em saúde (12,16,18,19).
vez mais o gestor da sua própria saúde, tomando decisões Neste âmbito, parece ser pertinente apostar em
de forma autónoma e responsável. Nesta perspectiva, estudos que investiguem de que forma a educação, mais
a educação para a saúde (EpS), considerada como uma concretamente o conhecimento que o diabético tem acerca
estratégia básica para a Promoção da saúde, surge como da sua doença, pode influenciar em ganhos em saúde.
uma actividade intencional que permite que o indivíduo
Assim, este trabalho pretende verificar de que modo
possa adquirir conhecimento de si mesmo e daquilo que o
os conhecimentos se reflectem na conduta ao tratamento
rodeia, podendo exercer mudanças nesse ambiente e na sua
aconselhado. O seu objectivo é descrever o conhecimento
própria conduta(3,4).
do paciente diabético sobre a doença, o tratamento e a
Perante uma patologia, o indivíduo tem que aprender repercussão na adesão.
determinadas competências que lhe permitam lidar no
dia-a-dia com os sintomas e limitações que esta possa
causar. Para que tal aconteça, é necessário que possuam o MÉTODOS
conhecimento correcto acerca da sua saúde e doença, assim
como a possibilidade de resolver os problemas quando estão Trata-se de um trabalho situado no paradigma
a tentar implementar um comportamento saudável(1,5). quantitativo, transversal, observacional e com desenho
Na prevenção e educação para a saúde, a OMS correlacional.
contempla o aumento do conhecimento e informação Os conhecimentos sobre a doença e as variáveis sócio-
sobre a saúde como uma das cinco áreas de intervenção. demográficas e clínicas são as variáveis independentes
O fornecimento de informação é um aspecto considerado e as variáveis dependentes incluem a adesão ao regime
básico para que a pessoa tome decisões conscientes sobre terapêutico: dieta (quantidade e tipo), exercício físico, teste à
a sua saúde, permitindo que esta enfrente as dificuldades e glicose, medicação e a Hemoglobina glicosilada (HbA1c).
incertezas, e mantenha a sua máxima autonomia face aos A hipótese em estudo prevê que há uma relação directa
técnicos de saúde(6) e surge como um factor chave para que entre o conhecimento acerca da doença e a adesão ao
os pacientes possam participar activamente nas decisões tratamento.

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Conhecimento do diabético

A população alvo do estudo compreendeu os pacientes respostas incorrectas e incertezas). A pontuação da sub-
com diabetes mellitus tipo 2 que frequentavam as consultas escala de respostas correctas (conhecimentos acerca da
para diabéticos, numa Unidade de Saúde Familiar da Zona diabetes) é obtida através da adição de todas as respostas
do Grande Porto, Portugal. no sentido correcto (i.e. indicando conhecimentos
Como critérios de inclusão na amostra as pessoas adequados sobre a diabetes). A pontuação da sub-escala de
deveriam ter idade igual ou superior a 40 anos, aceitarem respostas incorrectas (mitos ou falsos conceitos) obtém-
participar do estudo, terem diabetes tipo 2 diagnosticada há se adicionando todas as respostas erradas (i.e. indicando
mais de 12 meses. O período de recolha de dados situou- conhecimentos errados sobre a diabetes). A soma das
se entre 2 de maio e 30 de junho de 2002. Optou-se por respostas incertas (desconhecimento) indica o grau de
uma amostra de conveniência uma vez que esta interferia desconhecimento acerca da doença. Para mais facilmente
o mínimo possível com a organização e funcionamento das interpretar os resultados das várias dimensões aconselha-
consultas. Dos 226 diabéticos com consultas agendadas se a utilização da média ponderada (dividindo a média
nesse período, seleccionaram-se 133 pessoas. Utilizou- obtida na dimensão pelo seu número de itens). Esta varia
se o método de amostragem de conveniência por quotas. entre 0 e 1 e assim, de acordo com a sub-escala, quanto
Antes de se proceder à recolha de dados, foram tidos em mais o valor da média se aproximar de 1 melhores serão os
consideração alguns aspectos éticos. Os participantes conhecimentos demonstrados (na sub-escala das respostas
receberam informação sobre o objectivo do estudo assim correctas), maiores serão os mitos ou falsos conhecimentos
como a confidencialidade dos dados, de forma a que a sua (na sub-escala das respostas incorrectas) e maiores serão os
colaboração fosse voluntária, fornecendo um consentimento desconhecimentos (na sub-escala das incertezas).
autorizado sobre a sua participação. 3) Cuidados Pessoais com a Diabetes- CPD(21, 22): É uma
Os instrumentos utilizados numa só aplicação eram escala de auto-relato com um total de 12 itens, que permite
os questionários: 1) Questionário Sócio-demográfico e medir a frequência das actividades realizadas pelo diabético
Clínico(20); 2) Questionário dos Conhecimentos da Diabetes nas diferentes áreas do seu tratamento: a alimentação, o
(QCD)(20); 3) Cuidados Pessoais com a Diabetes- CPD(21, 22), exercício físico, o teste à glicose e a medicação. Para cada
descritos a seguir: área do regime os itens foram construídos de forma a medir
1) Questionário Sócio-demográfico e Clínico(20): O os níveis absolutos do comportamento do autocuidado, mas
questionário foi produzido para este estudo e inclui vários também a adesão a prescrições individuais, envolvendo a
itens de formato variável (perguntas fechadas e abertas) comparação dos comportamentos de autocontrolo com a
sobre as variáveis: idade, sexo, estado civil, escolaridade, prescrição percebida. Todas estas actividades se reportam
situação laboral, profissão actual ou anterior, pessoas com aos últimos 7 dias que precedem o preenchimento da escala,
quem vive, idade do diagnóstico, dificuldades específicas pois devido à variação do comportamento do diabético ao
sentidas com o tratamento, apoio de pessoas significativas, longo do tempo, pretende-se obter uma estimativa estável.
problemas de saúde existentes, familiares com diabetes Os valores brutos de cada medida são convertidos em
mellitus e seu parentesco, glicemia em jejum, hemoglobina pontuações standard tendo como média 0 e desvio padrão 1
glicosilada, índice de massa corporal e tensão arterial. (notas z), com a finalidade de comparar as diferentes áreas
avaliadas, devido à diversidade de escalas utilizadas.
2) Questionário dos Conhecimentos da Diabetes
(QCD)(20): Esta escala visa identificar os conhecimentos Quanto à aplicação destes questionários à amostra,
que os doentes possuem sobre a diabetes, tendo sido embora estivesse inicialmente previsto o seu preenchimento
desenvolvida de modo a contemplar os conteúdos pelos próprios diabéticos, no pré-teste verificou-se que
habitualmente transmitidos pelos profissionais de saúde. tal não seria possível, pois alguns utentes, para além de
Para assegurar que este instrumento de medida fosse problemas de alfabetização, referiam dificuldades visuais.
representativo do domínio a avaliar, foi submetido à análise Optou-se pelo heteropreenchimento em que os questionários
de peritos (médicos endocrinologistas e enfermeiras), de foram preenchidos com a ajuda do investigador num
forma a verificar a sua validade de conteúdo. Apresenta ambiente calmo e de privacidade. Os profissionais de saúde
28 itens, divididos por 7 dimensões: identidade (3 itens), completaram os dados clínicos (controlo metabólico, IMC
causas (5 itens), duração (4 itens), tratamento (4 itens), e TA) em documento próprio e separado.
limitações (3 itens), controlo (5 itens) e complicações da Os dados finais foram lançados numa base de dados
diabetes (4 itens), com a possibilidade de três tipos de informatizada e processados através do programa de
resposta: verdadeiro, falso ou não sei, correspondentes estatística SPSS (Statistical Program for Social Sciences
a 3 sub-escalas de conhecimentos (respostas correctas, – versão 11.0).

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Sousa MRMGC, McIntyre T

RESULTADOS E DISCUSSÃO a patologias de vária ordem, como problemas osteo-


articulares e insuficiência venosa dos membros inferiores
Analisando a Tabela I verifica-se que a amostra (úlceras venosas, sensação de peso e edemas), o cansaço, a
é maioritariamente feminina. O grupo etário mais pouca motivação e a falta de tempo/incompatibilidade com
representativo nas mulheres é superior a 70 anos (37,8%), o trabalho.
com uma média de 64,3 anos (DP= 10,8) enquanto que nos Para o sexo masculino, a alimentação surge como o
homens a classe que predomina é dos 60 aos 69 anos (39,0%), primeiro factor onde são sentidos mais problemas (39,0%;
com uma média de 64,3 anos (DP= 8,8). Relativamente n=23). A dificuldade em mudar hábitos alimentares,
ao estado civil verificamos diferenças significativas entre a incompatibilidade com o trabalho e utilização de
os sexos (X2=17,86; p=0,00), com mais homens casados restaurantes, os hábitos alimentares do agregado familiar e
(91,5%) que mulheres (60,8%). Quanto à escolaridade, algumas limitações económicas também contribuem para
existem diferenças estatisticamente significativas entre essas dificuldades.
os sexos (t(131)=-4,82; p<0,001), sendo a média no sexo
Relativamente aos problemas de saúde descritos e
feminino de 2,8 anos (DP= 1,85) e no sexo masculino de 4,2
sua relação ou não com a diabetes, os que mais afectam
anos (DP= 1,65). De referir que 24,3% das mulheres e 5,1%
os participantes do sexo feminino são os Problemas visuais
dos homens são analfabetos. No que respeita à situação
(71,6%; n=53), seguidos pela Diminuição da sensibilidade
laboral, uma grande percentagem dos indivíduos de ambos
nos membros inferiores (67,6%; n=50) e pela Hipertensão
os sexos (87,7% nas mulheres e 75,9% nos homens) já
(62,2%; n=46). No entanto, um número elevado de
não se encontra activa por motivo de reforma, invalidez,
mulheres, ou não relaciona estes problemas com a sua
desemprego ou outras situações.
diabetes ou não sabe dizer se existe alguma associação.
No sexo feminino, as profissões semi-qualificadas Nos homens, os problemas de saúde mais frequentes
são as mais referidas, correspondendo a 39,2%, seguidas também são os Problemas visuais (64,4%; n=38), seguidos
pelas especializadas não manuais com 33,8% e com 4,1% pela Hipertensão (57,6%; n=34) e com iguais valores,
as especializadas manuais. A percentagem de domésticas a Diminuição da sensibilidade nos membros inferiores
(mulheres que se ocupam da lida da sua casa e que não são e o Colesterol (39,0%; n=23). De destacar que a maioria
remuneradas) é de 23,0%. A distribuição dos elementos do dos homens associa os seus problemas visuais à diabetes,
sexo masculino em termos profissionais foi idêntica ao sexo enquanto que nas outras patologias acima referenciadas
feminino. Mais de metade da amostra masculina, 57,6%, grande parte deles não sabe ou não as associa.
agrupa-se também nas profissões semi-qualificadas, 37,3%
A existência de familiares com diabetes mellitus é
nas especializadas não manuais e 5,1% nas especializadas
referida por 64,7% (n=86) dos diabéticos da amostra.
manuais.
Utilizando como valores de referência os preconizados
Relativamente à idade do diagnóstico da diabetes,
nas Normas de Controlo da Diabetes Mellitus Não Insulino-
não se encontram diferenças significativas entre os sexos
Dependente(23,24) para o estudo das variáveis de controlo
(mulheres = 53,0 p 12,9 e homens = 56,8 ± 8,0) e a idade
metabólico e para o Índice de Massa Corporal (IMC) e
média do diagnóstico (t(130) = 1,65; p = 0,100). Quanto ao
Tensão Arterial (TA), analisando a tabela II encontram-se
tempo de doença, nas mulheres a média é de 11,3 ± 9,57
valores médios de glicemia em jejum em ambos os sexos
anos, enquanto que nos homens a média é de 7,2 ± 5,57
que ultrapassam largamente o limite aconselhado, sendo
anos, encontrando-se significado estatístico (t(120,8)=3,04;
portanto considerados valores não desejáveis. Relativamente
p=0,003). Em termos de apoio de pessoas significativas nos
à hemoglobina glicosilada (HbA1c), enquanto que os
cuidados com a diabetes, a maioria das mulheres (71,6%)
valores médios nas mulheres também são considerados
refere cuidar da sua patologia sozinha, enquanto que 57,6%
não desejáveis, os valores nos homens ainda se situam
dos homens se sentem apoiados pelas esposas.
dentro do limite, embora já elevados. Os valores médios
Quanto aos dados relativos às dificuldades que os da TA sistólica e diastólica ainda se encontram dentro dos
doentes têm tido com o tratamento aconselhado para limites preconizados em ambos os sexos. Quanto ao IMC,
controlar a sua diabetes, nomeadamente com a alimentação, as médias apontam para um peso excessivo nas mulheres e
medicação e exercício físico, somente em nível de exercício nos homens.
físico existem diferenças estatisticamente significativas
Pretende-se identificar quais os conhecimentos reais que
entre homens e mulheres (X2=4,97; p=0,03): as mulheres
os diabéticos possuem assim como o seu desconhecimento
referem maiores dificuldades nesta dimensão do regime.
(incertezas) nas diferentes dimensões que constituem o
Aproximadamente metade da amostra do sexo feminino
QCD. Como a maior parte dos participantes com dúvidas
(51,4%; n=38) apresenta dificuldades com o exercício
de resposta optaram por assinalar “não sei” não são
físico, destacando os problemas de mobilização devido

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Conhecimento do diabético

Tabela I - Distribuição da população diabética pesquisada por sexo, segundo as características sociodemográficas. Porto,
Portugal.

1. Incluem-se na categoria casados todas as pessoas que estejam a viver em união de facto (viver junto sem estarem casados). X2: Teste do
Qui Quadrado; 2. Não se realizaram as análises do qui-quadrado devido à existência de células com menos de 5 de sujeitos

Tabela II - Distribuição na população diabética da média (M) e desvio padrão (DP), pesquisada por sexo, segundo as
características clínicas. Porto, Portugal.

M (DP) t p
Variáveis clínicas Feminino Masculino
Glicemia em jejum (mg/dl) 178,48 (82,06) 174,84 (59,58) 0,28 0,77
Hemoglobina glicosilada (HbA1c- %) 7,89 (2,08) 7,34 (1,78) 1,57 0,11
1
TA sistólica (mmHg) 147,45 (16,72) 148,71 (19,39) -0,40 0,68
TA diastólica (mmHg) 81,48 (8,90) 81,64 (9,10) -0,10 0,91
IMC (Kg/m2)2 28,71 (3,61) 28,26 (3,23) 0,73 0,46

1.Tensão Arterial; 2.Índice de Massa Corporal; t: Teste t de Student

apresentados os falsos conhecimentos (ou mitos) visto conhecimentos são maiores e menores, isto é, os aspectos
terem uma baixa frequência de resposta. relacionados com a identidade da doença são aqueles onde
Através do resultado das médias ponderadas os diabéticos referem maiores dúvidas (Média ponderada
apresentados na Tabela III verifica-se que os diabéticos =0,37), contrariamente aos conhecimentos sobre o
possuem conhecimentos razoáveis ou bons nas várias tratamento, em que não se verificam muitas incertezas
dimensões avaliadas. O tratamento é a área onde os (Média ponderada = 0,07).
diabéticos demonstram maiores conhecimentos (Média Utilizando o coeficiente de correlação de Pearson
ponderada = 0,81). As causas (Média ponderada = 0,54) e a e a análise da regressão hierárquica para verificar a
identidade (Média ponderada = 0,51) são as dimensões em relação entre os conhecimentos e a adesão, os resultados
que os diabéticos evidenciam menores conhecimentos. apresentados na Tabela IV indicam que os conhecimentos
Relativamente ao desconhecimento (ou incertezas) os acerca da diabetes se correlacionam significativa e
resultados encontrados confirmam os dados anteriormente positivamente com a adesão ao exercício físico e com o
referidos, pois são a sua antítese nas dimensões onde os teste à glicose, embora a associação seja mais elevada neste

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Tabela III - Distribuição na população diabética, da média (M) e desvio padrão (DP), do Conhecimento e Desconhecimento
de Diabetes nas diferentes dimensões do QCD (N=133). Porto, Portugal.
Conhecimento de diabetes Desconhecimento de diabetes
Dimensões M (DP) Média ponderada M (DP) Média ponderada
Identidade (3 itens) 1,54 (0,88) 0,51 1,11 (0,82) 0,37
Causas (5 itens) 2,72 (1,43) 0,54 1,48(1,39) 0,29
Duração (4 itens) 2,96 (1,22) 0,74 0,60 (0,99) 0,15
Tratamento (4 itens) 3,24 (0,77) 0,81 0,30 (0,66) 0,07
Limitações (3 itens) 2,06 (0,85) 0,68 0,33 (0,61) 0,11
Controlo (5 itens) 3,57 (1,10) 0,71 1,18 (1,10) 0,23
Complicações (4 itens) 2,91 (1,00) 0,72 0,67 (0,93) 0,16
1.Tensão Arterial; 2.Índice de Massa Corporal; t: Teste t de Student

Tabela IV - Distribuição dos diabéticos, segundo as Correlações de Pearson entre o Conhecimento (Sub-escalas Conheci-
mentos e Desconhecimento) e os Cuidados Pessoais com a Diabetes e a Hemoglobina glicosilada (HbA1c ). (N=133). Porto,
Portugal.
Dieta Exercício Teste à Medicação HbA1c
Sub-escalas quantidade tipo físico glicose
1. Conhecimentos 0,120 0,068 0,264** 0,389** 0,042 0,077
2. Desconhecimento -0,151 -0,091 -0,216* -0,287* -0,053 -0,114
*
p<0,05; **p<0,01

Tabela V - Resultados significativos da regressão hierárquica para a influência da variável Conhecimentos na variável Teste
à glicose (N= 133). Porto, Portugal.
Resultados/Preditor R2 F
p Beta t p sr
Teste à glicose Change Change
Bloco 1: ns
- Idade
- Sexo
Bloco 2: 0,16 5,06 0,010
- Conhecimentos 0,71 2,30 0,026 0,31
- Desconhecimento - - - -
R2=0,19; R2 corrigido=0,12; - R2: Teste de Regressão Hierárquica: coeficiente de determinação; F: F de ANOVA; sr: correlação parcial;
t: Teste t de Student.

último. Assim, maiores conhecimentos acerca da doença De forma a determinar a percentagem de variância
relacionam-se com maior adesão ao exercício físico e explicada pelos conhecimentos na adesão ao regime
ao teste à glicose. O desconhecimento acerca da doença, terapêutico realizaram-se regressões hierárquicas incluindo
correlaciona-se negativamente com as mesmas sub- como variáveis preditoras (independentes) o sexo e a idade
escalas, sugerindo baixa adesão ao tratamento em termos no 1.º bloco, e os conhecimentos e desconhecimentos sobre
de exercício e pesquisa de glicemia/glicosuria. Não se a diabetes, no 2.º bloco. As sub-escalas do questionário
verificam correlações significativas entre os conhecimentos “Cuidados Pessoais com a Diabetes” (dieta quantidade,
e desconhecimentos, a dieta, a medicação e os valores de dieta tipo, exercício físico, teste à glicose e medicação),
hemoglobina glicosilada. assim como a hemoglobina glicosilada, foram consideradas
Os dados encontrados parecem comprovar em parte a como variáveis de resultado (dependentes).
hipótese, indicando uma associação significativa entre os Os resultados da regressão hierárquica para a influência
conhecimentos e a adesão terapêutica. da variável conhecimentos na variável dieta (quantidade e

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Conhecimento do diabético

tipo) não foram significativos. Somente a variável idade tratamento, duração e controlo da doença. Pelo contrário,
aparece como preditora da adesão à dieta quantidade (F = os diabéticos evidenciam mais desconhecimento nas
4,07; p = 0,019) e à dieta tipo (F = 4,80; p = 0,010). O dimensões identidade e causas da doença.
bloco 1 explica 6% da variância na dieta quantidade e na A hipótese inicial foi confirmada parcialmente, pois
dieta tipo, com a contribuição única da idade que apresenta os conhecimentos e desconhecimentos correlacionaram-se
correlações parciais respectivamente de 0,24 e 0,26. Deste com a adesão ao exercício físico e com a monitorização do
modo, quanto maior a idade maior a adesão à dieta. açúcar no organismo. A prática de exercício físico tem de-
Quanto à influência da variável conhecimentos na monstrado bons resultados a nível metabólico, pois contri-
variável teste à glicose os resultados apresentados na bui para o controlo glicémico através de uma diminuição
Tabela V demonstram que esta explica 16% da variância directa dos valores de glicose no sangue, produz um au-
no teste à glicose. No entanto são os conhecimentos acerca mento da sensibilidade à insulina e reduz o risco de pato-
da doença e não o desconhecimento, que se correlacionam logia cardiovascular (por diminuição dos níveis lipídicos e
significativamente (variância única) com o teste à glicose, da tensão arterial)(27). Embora a maioria dos diabéticos da
tendo uma correlação parcial de 0,31. Quanto maiores os amostra saiba que é importante fazer caminhadas para con-
conhecimentos sobre a diabetes, maior a monitorização dos trolar a sua doença, muitos deles referem dificuldades em
valores de açúcar no organismo. realizá-las devido a hábitos de sedentarismo e a problemas
Relativamente às variáveis de resultado medicação, de saúde. É importante que os técnicos de saúde possuam
exercício físico e hemoglobina glicosilada as variáveis dos a habilidade de ajustar o exercício às condições dos seus
conhecimentos não foram preditoras da adesão. doentes, não se limitando somente a enfatizar a importância
Confirma-se assim que os conhecimentos são preditores da prática de actividade física regular.
significativos de um dos vários componentes da adesão Os conhecimentos acerca da doença só foram preditores
terapêutica, explicando variâncias significativas no teste à para a adesão ao teste à glicose. A falta de contributo único
glicose. dos conhecimentos e desconhecimentos para o exercício
Para analisar a relação entre as variáveis sócio- físico e do desconhecimento para a adesão ao teste à glicose
demográficas (idade, sexo e estado civil), as variáveis clínicas tem, provavelmente, relação com a elevada correlação
(tempo de doença e gravidade de doença), os conhecimentos existente entre as duas sub-escalas (conhecimento e
e cuidados pessoais com a diabetes recorremos a análises desconhecimento) que tendem a anular-se estatisticamente.
exploratórias (Manovas) que demonstraram que somente o Reconhecendo a importância da monitorização da
efeito do sexo é significativo para o conjunto das duas sub- glicemia/glicosuria no controlo da diabetes, habitualmente
escalas do questionário dos Conhecimentos da Diabetes os diabéticos tipo 1 recorrem mais à sua utilização, visto
(QCD) (F = 3,58; p = 0,031). Analisando os resultados a dose de insulina a administrar depender dos valores
univariados no QCD, estes só foram significativos para a encontrados. Na diabetes mellitus tipo 2 esta prática não
sub-escala do desconhecimento (F = 6,31; p = 0,013). As é tão corrente, não existindo consenso quanto à frequência
mulheres demonstram maior desconhecimento acerca da do teste(28), e por vezes este é realizado unicamente
diabetes (M = 7,55) do que os homens (M = 4,29). durante a consulta médica ou de enfermagem, ou em casos
Quanto ao efeito da idade este só foi significativo para pontuais em que o diabético, porque não se sente bem,
o conjunto das quatro sub-escalas dos CPD (F = 2,53; p = decide recorrer aos serviços farmacêuticos para o realizar.
0,004). Não foram encontrados efeitos de interacção sig- Apesar dos aparelhos de medição ou as fitas de teste à
nificativos. Os resultados univariados foram significativos urina estarem cada vez mais ao alcance dos doentes, e a
para as sub-escalas dieta quantidade (F = 6,80; p = 0,001) e sua leitura tenha sido mais simplificada, numa população
para a dieta tipo (F = 4,72; p = 0,008). Verifica-se que rela- pouco alfabetizada e idosa estas habilidades tornam-se
tivamente à dieta quantidade, os diabéticos mais idosos (66 algo complexas e portanto pouco desejáveis pelos doentes.
a 75 anos) aderem mais à dieta prescrita (M = 8,29) do que Embora os conhecimentos não garantam a mudança de
os mais jovens (40 e 55 anos - M = 4,61; 56 a 65 anos - M comportamentos nos doentes diabéticos, são sem duvida
= 5,17). Na dieta tipo os mais idosos (76 a 86 anos) também um importante contributo para facilitar o processo de
aderem mais (M = 13,50) do que os diabéticos mais jovens participação e adesão ao tratamento(25,29).
(40 a 55 anos - M = 8,71; 56 a 65 anos - M = 11,06). Os profissionais de saúde, para além de enfatizar a
Passando a discutir os resultados verificou-se que o realização do teste de glicemia em situações que prevejam
grupo evidencia bons conhecimentos sobre a doença tal alterações nos níveis de açúcar (e.g. na mudança de
como outros estudos o têm demonstrado(25,26). Os níveis terapêutica), devem fornecer perícias que permitam ao
de conhecimentos são mais elevados nas dimensões doente realizar o teste no seu domicilio, bem como ensinar

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Sousa MRMGC, McIntyre T

a interpretar os resultados obtidos de modo a que este 3. Costa M, López E. Educación para la salud. Una
se sinta envolvido e responsável no seu tratamento. Os Estrategia para cambiar los estilos de vida. Madrid:
conhecimentos acerca da doença e seu tratamento, darão um Ediciones Pirámide; 1998. p.27-58.
contributo para que o diabético compreenda a importância
4. González MI. La Educabilidad de la salud. Tiene
da sua realização e deste modo adira mais. Face a diabéticos
importancia la educación para la salud en nuestra
com baixo nível de escolaridade, idade avançada ou outras
sociedad. In: González MI, editores. La Educación
situações específicas, o educador deverá envolver os
para la salud del siglo XXI. España: Ediciones Díaz de
familiares que apoiam o doente. Santos; 1998. p.21-9.
Em termos do género, este parece influenciar o
nível dos conhecimentos sobre a diabetes. Os homens 5. Sarafino EP. Health Psychology. Biopsychosocial
demonstram menos desconhecimento sobre a diabetes do interactions. 4th ed. New York: John Wiley & Sons;
que as mulheres. Este facto poderá estar relacionado com 2002.
as médias de escolaridade, que são significativamente 6. Paúl C, Fonseca AM. Psicossociologia da saúde.
superiores no sexo masculino. Lisboa: Climepsi; 2001.
7. Golin CE, DiMatteo MR, Gelberg L. The Role of
CONCLUSÕES patient participation in the doctor visit: implications
Este trabalho tinha como finalidade descrever o for adherence to diabetes care. Diabetes Care.
conhecimento do paciente diabético sobre a doença, o 1996;9(10):1153-4.
tratamento e a repercussão na adesão. Os resultados apontam 8. Ponte C, Fernandes V, Gurgel M, Veras V, Quidute
para uma associação entre este e os vários componentes A, Montenegro R, et al. Projeto sala de espera: uma
do autocuidado, confirmando-se a sua importância como proposta para a educação em diabetes. Rev Bras
preditor na conduta ao tratamento aconselhado. Este estudo Promoção Saúde [periódico na Internet]. 2006. [acesso
indica ainda que os conhecimentos acerca da doença em 2008 Out 27];19(4):197-202. Disponível em: http://
devem ser tidos em consideração no desenho de estratégias www.unifor.br/rbps.
de educação para a saúde, visto a amostra apresentar
9. Anderson RM, Funnel MM, Butler PM, Arnold MS,
maioritariamente marcadores clínicos (glicemia em jejum
Fitzgerald JT, Feste CC. Patient Empowerment.
e hemoglobina glicosilada) com valores superiores aos
Results of a randomized controlled trial. Diabetes Care.
aconselhados. Os conhecimentos sobre a diabetes parecem
1995;18(7):943-9.
ser particularmente importantes na adesão ao teste de glicose,
sugerindo que o educador esteja atento a determinadas áreas 10. Correia L. Compensação na diabetes tipo 2. Diabetes
(áreas alvo) aquando da transmissão de conhecimentos. A Viver Equil. 1999;10:6.
equipa de saúde deverá continuar a investir na educação de
11. Cox DJ, Gonder-Frederick L, Saunders T. Diabetes.
forma a promover a adopção de comportamentos saudáveis
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na população.
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