Frenagem Dinâmica E Regenerativa Da Máquina de Corrente Continua
Frenagem Dinâmica E Regenerativa Da Máquina de Corrente Continua
Frenagem Dinâmica E Regenerativa Da Máquina de Corrente Continua
ITAJUBÁ
2019
PAULO ANTONIO DE SOUZA JUNIOR
ITAJUBÁ
2019
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho, aos meus amados pais, Terezinha Aparecida Ferraz e
Souza e Paulo Antonio de Souza (in memoriam), por tudo que fizeram por mim; aos
meus sogros, Lauritz Silva e Ana Maria Silva, pelo suporte diário; e aos meus
amores, à família que construí, minha linda esposa, Débora Cristina Silva e Souza e
ao meu amado e sensacional filho, Davi Silva e Souza, em especial pelo amor e
apoio incondicional em todos os momentos.
AGRADECIMENTOS
1 - INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 14
2 - APRESENTAÇÃO E COLOCAÇÃO EM OPERAÇÃO DA MÁQUINA DE
CORRENTE CONTÍNUA ..................................................................................................... 17
2.1 - PARTES CONSTITUINTES DE UMA MÁQUINA DE CORRENTE CONTÍNUA ........................ 18
2.2 - Principio de Funcionamento da Máquina de Corrente Contínua como Gerador ... 21
2.3 - Tipos de Geradores de Corrente Contínua .................................................................. 26
2.3.1 - Excitação Independente .............................................................................................. 27
2.3.2 - Auto-excitados: Série, Paralelo ou Shunt, Misto ou Compoud ............................... 30
2.4 - Equacionamento Básico para a Máquina de Corrente Contínua Geradora ............ 31
2.5 - Características a Vazio para as Máquinas de Corrente Contínua ............................ 33
2.6 - O Processo de Auto Excitação ....................................................................................... 34
2.7 - Razões que Impedem a Auto Excitação ....................................................................... 36
2.7.1 - Falta ou Baixo Magnetismo Residual ........................................................................ 36
2.7.2 - Conexão do Circuito de Campo Invertida com Relação ao da Armadura ............ 37
2.7.3 - Resistência do Circuito de Campo Muito Elevada................................................... 37
2.8 - Máquina de Corrente Contínua Motora ...................................................................... 37
2.8.1 - Principio de funcionamento como motor .................................................................. 37
2.8.1.1 - FORÇAS MAGNÉTICAS SOBRE CONDUTORES DE CORRENTE...................................... 37
2.8.1.2 - FUNCIONAMENTO DE UM MOTOR DE CORRENTE CONTÍNUA ELEMENTAR ............... 38
2.9 - Equacionamento Básico para máquina de corrente contínua ................................... 40
2.9.1 - Inversão do sentido de rotação do motor e controle de velocidade ....................... 42
2.9.2 - Partida do motor de corrente contínua excitação independente ............................ 42
2.9.3 - Tipos de motores de corrente contínua ..................................................................... 43
3 - MODELAGEM DA FRENAGEM DINÂMICA DA MÁQUINA DE CORRENTE
CONTÍNUA ............................................................................................................................ 43
3.1 - OBTENÇÃO DO TORQUE DE ATRITO MÉDIO, [TAM] .......................................................... 46
4 - FRENAGEM REGENERATIVA.................................................................................... 59
4.1 - EQUACIONAMENTO PARA FRENAGEM REGENERATIVA................................................... 64
5 - RESULTADOS OBTIDOS E ANÁLISE DOS MESMOS ............................................ 67
5.1 - FRENAGEM DINÂMICA ..................................................................................................... 67
5.2 - FRENAGEM REGENERATIVA ............................................................................................ 68
6 - CONCLUSÃO ................................................................................................................... 70
7 - REFERÊNCIAS.................................................................................................................72
ANEXO: ILUSTRAÇÃO DA BANCADA DE ENSAIO .................................................... 76
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
vetor comprimento
corrente de excitação
K constante dependente das características da máquina
força eletromotriz gerada a vazio
corrente de excitação
Er tensão remanescente
n rotação [rpm]
força eletromotriz
resistência do campo shunt
I corrente
Rc resistência de campo
Rp reostato de partida do motor
Ef tensão contínua do circuito de campo
E K.n.Φ
Ua tensão aplicada ao circuito da armadura
E força contra – eletromotriz
n rotação da máquina
C torque desenvolvido pelo motor
corrente de armadura
Ta torque de atrito
Tn torque nominal
Ia corrente que o motor puxa da rede para suprir o torque do atrito
In corrente nominal
Pn potência nominal
nn rotação nominal
J momento de inércia do motor
K constante de proporcionalidade da máquina
K1, K2 contatores 1 e 2
DT1, DT2 relés de tempo 1e 2
Sw chave reversora de velocidade
CB1 e CC1 contatos auxiliares do contator K1
CB2 e CC2 contatos auxiliares do contator K2
dT1, dT2 contatos dos respectivos relés de tempo
f.em força eletromotriz
LISTA DE ABREVIATURAS – TERMOS TÉCNICOS
A - amperímetro
CC - corrente contínua
CP - conexão do tipo composta (compound)
GCC - gerador de corrente contínua
MCC - motor de corrente contínua
14
1 - INTRODUÇÃO
4. Sapata Polar: Esta peça é curvada e é mais larga que o núcleo polar para
espalhar mais uniformemente o fluxo. A sapata é laminada devido às
variações de fluxo com que a mesma é submetida. É que a relutância
magnética do fluxo produzido nos pólos sofre pequenas variações devido às
ranhuras em movimento da armadura. Desta maneira, para minimizar as
perdas é usual fazer a sapata polar laminada.
1. Bobina do pólo
2. Núcleo e sapata polar
3. Interpolo com respectivo núcleo
4. Armadura
5. Bobina da armadura
6. Coletor
21
Figura 13: Tensão existente entre as duas espiras do induzido de uma máquina de corrente
contínua elementar.
Fonte: REZEK, AJJ. Eletrotécnica Geral Aplicada, Teoria e Prática
Na figura 13 tem-se:
Figura 14: Tensão de saída para um gerador de corrente contínua elementar com induzido
de duas espiras.
Fonte: REZEK, AJJ. Eletrotécnica Geral Aplicada, Teoria e Prática
Pode-se verificar que quanto mais espiras e quanto maior o número de teclas do
coletor ou comutador, menos ondulada é a tensão de saída. Um gerador de corrente
contínua industrial apresenta inúmeras bobinas e por isto mesmo a tensão de saída
do mesmo apresenta apenas uma ligeira ondulação. Outra observação importante
que se pode constatar foi a seguinte:
• Com uma bobina no induzido obteve-se uma forma de onda senoidal
monofásica antes da retificação;
• Com duas bobinas no induzido obteve-se duas formas de onda senoidais,
defasadas de 90° antes da retificação;
• Com quatro bobinas no induzido se obteria quatro formas de onda defasadas
de 45° antes da retificação;
antes da retificação.
Em outras palavras, a máquina de corrente contínua analisada antes do coletor
se comporta como uma máquina elétrica de corrente alternada polifásica. O
dispositivo encarregado da retificação mecânica da tensão é o coletor, como já
pode-se verificar.
Na figura 15 tem-se:
Figura 16: Vetor área da espira alinhado com vetor indução magnética.
Fonte: REZEK, AJJ. Eletrotécnica Geral Aplicada, Teoria e Prática
Sendo:
Neste instante a espira é posta em curto pelas escovas. Entretanto, não ocorrerá
faiscamento, pois a tensão nos terminais da espira é nula neste instante. Pode-se
tirar então as seguintes importantes conclusões:
Figura 18c: Gerador de corrente contínua auto excitado compoud – curta derivação.
Fonte: REZEK, AJJ. Eletrotécnica Geral Aplicada, Teoria e Prática
31
Figura 18d: Gerador de corrente contínua auto excitado compound – longa derivação.
Fonte: REZEK, AJJ. Eletrotécnica Geral Aplicada, Teoria e Prática
Da figura 19 tem-se:
= corrente de excitação.
Sendo:
Sendo:
= corrente de excitação;
Er = tensão remanescente;
OBS: rotação constante.
Er = K.n. . (2.5)
Sendo:
Er = tensão remanescente;
n = rotação [rpm];
= fluxo remanescente devido ao magnetismo residual.
=( + Rc) x
Sendo:
= força eletromotriz;
= resistência do campo shunt;
Rc = resistência do reostato para variação da corrente de excitação.
A corrente que flui no circuito de campo deve produzir uma força magneto motriz
que auxilie o magnetismo residual. Em outras palavras, o fluxo produzido pela
bobina de campo deve ter a mesma polaridade magnética que a força magneto
motriz residual. Caso isto não ocorra, pode-se optar por duas soluções:
1. Inverter a rotação da máquina primária;
2. Inverter a corrente de excitação, invertendo as conexões ligadas aos
terminais do campo. Esta solução é mais utilizada.
= I ( x )
38
Sendo:
I = corrente elétrica;
= vetor comprimento;
Figura 23: Regra da mão esquerda para verificação de forças sobre condutores de corrente.
Fonte: https://www.citisystems.com.br/motor-cc/
De acordo com esta regra, tem-se o polegar, indicador e dedo médio da mão
esquerda formando três ângulos retos. Tem-se ainda:
1. polegar: apontando na direção da força sobre o condutor;
2. indicador: apontando na direção do fluxo magnético;
3. dedo médio: apontando na direção da corrente no condutor.
Onde:
Rc = Resistência de campo;
Rp= Reostato de partida do motor;
Ef = Tensão contínua do circuito de campo.
Onde:
Sendo:
n= ou ainda n= (2.9.1)
C=K.Φ. (2.9.2)
Sendo:
Ia (3.1)
Ta = Tn
In
Pn 2000 2000
Tn = = = = 10,61[ N .m]
nn 2 188,5
1800
60
I a = 2,1[ A]
I n = 9,1[ A]
Onde:
Ta = Torque de atrito;
Tn = Torque nominal;
Ia = Corrente que o motor puxa da rede para suprir o torque do atrito;
In = Corrente nominal;
Pn = potência nominal;
nn = rotação nominal.
Assim:
Tam = 1,22[N.m]
T = K i
K = K '
E
i=
R
Temos que:
E
T = K'
R
Como:
E = K nn
nn 188,5
Te = K '' Te = K '' (3.2)
R R
48
K '' = 1,36
K '' n dn
− − Tam = J
R dt
− 1,36 n dn
− 1,22 = J
R dt
dn 1,36 n
J + = −1,22
dt R
dn 1,36 n − 1,22
+ =
dt JR J
Temos:
1,36
P (t ) =
R J
− 1,22
Q(t ) =
J
− Pdt
Pdt
n0 = e Q e dt + C
−
1, 36t f
− 1,22 1,36t f
n0 = e J R
e J R dt + C
J
49
P/ t = 0 n = 188,5 rad/s
C1 = 216,58 x 0,483
C1= 104,56 Ω
Logo,
(II). P/ R2 = 38,7 Ω
C2 = 223,21 x 0,3905
C2 = 87,16 Ω
Logo,
(III). P/ R3 = 50,4 Ω
50
C3 = 223,70 x 0,3
C3 = 70,07 Ω
Logo,
(IV). P/ R4 = 54 Ω
C4 = 236,94 x 0,280
C4 = 66,30 Ω
Logo,
(V). P/ R5 = 71 Ω
C5 = 252,19 x 0,213
C5 = 53,72 Ω
Logo,
(VI). P/ R6 = 142,9 Ω
C6 = 316,68 x 0,1057
C6 = 33,49 Ω
Logo,
(VII). P/ R7 = 10.000 Ω
C7 = 9158,5 x 0,00151
C7 = 13,84 Ω
Logo,
Tatrito = Ka.n
2,44 = Ka x 188,5
no = e-∫Pdf [ ∫ Q e ∫Pdf dt + C ]
dn/dt + n x 0,627 = 0
P/ P = 0,624 Q = 0
52
no = e-∫0,627dt [ C ]
no = e-0,627t C
P/ t = 0 C = 188,5
dn/dt + 0,535n = 0
dn/dt + 0,444n = 0
P/ J = 0,09 [kg.m2] R = 54 Ω
dn/dt + n (0,424) = 0
P/ J = 0,09 [kg.m2] R = 71 Ω
dn/dt + n (0,357) = 0
dn/dt + n (0,250) = 0
P/ R = 10.000
dn/dt + n (0,146) = 0
V1 Tempo [s] V2 Tempo [s] V3 Tempo [s] V4 Tempo [s] V5 Tempo [s] V6 Tempo [s] V7 Tempo [s]
188,5 0 188,5 0 188,5 0 188,5 0 188,5 0 188,5 0 188,5 0
11,85 3,5 22,29 3,5 36,57 3,5 40,48 3,5 57,34 3,5 90,36 3,5 140,86 3,5
3,28 4 12,19 4 25,18 4 28,86 4 45,28 4 79,08 4 134,03 4
0,39 4,2 3,88 4,5 15,37 4,5 18,77 4,5 34,42 4,5 68,38 4,5 127,21 4,5
0,99 4,7 6,93 5 9,99 5 24,64 5 58,23 5 120,39 5
0,33 5,5 2,35 5,5 15,83 5,5 48,61 5,5 113,57 5,5
0,95 5,6 7,91 6 39,48 6 106,76 6
0,77 6,5 30,83 6,5 99,95 6,5
22,62 7 93,15 7
14,83 7,5 86,36 7,5
7,45 8 79,57 8
0,45 8,5 72,79 8,5
66,01 9
59,23 9,5
52,46 10
45,7 10,5
38,94 11
32,18 11,5
25,44 12
18,69 12,5
11,95 13
5,22 13,5
0,51 13,85
55
Figura 29: Gráfico velocidade x tempo para frenagem dinâmica – Torque de atrito médio
variando com o tempo
Fonte: Próprio do autor
Figura 30: Gráfico velocidade x tempo para frenagem dinâmica – Torque de atrito variando
com a velocidade
Fonte: Próprio do autor
CRJ − 1,36tf
no = - 0,897 . R + e
1,36 J .R
C1 = 147,43 Ω
58
1,36
C2 = (188,5 + 0,897 x 34,2) x
0,07 x34,2
1,36
C3 = (188,5 + 0,897 x 45,36) x
0,07 x 45,36
1,36
C4 = (188,5 + 0,897 x 48,6) x
0,07 x 48,6
1,36
C5 = (188,5 + 0,897 x 63,9) x
0,07 x63,9
1,36
C6 = (188,5 + 0,897 x 128,6) x
0,07 x128,6
59
1,36
C7 = (188,5 + 0,897 x 9000) x
0,07 x9000
Erro percentual:
E1% - 1 – 3,1/2,4 = - 29,17%
E2% - 1 - 3,42/3,25 = - 5,23%
E3% - 1 – 4,00/3,98 = - 0,005%
E4% - 1 – 4,15/4,80 = 13,54%
E5% - 1 – 4,78/5,30 = 9,81%
E6% - 1 – 6,4/7,60 = 15,79%
E7% - 1 – 10,65/15,56 = 31,55%
4 - Frenagem Regenerativa
• Conversor Dual
Onde:
K1, K2 – Contatores 1 e 2;
DT1, DT2 – Relés de tempo 1 e 2;
Sw – Chave reversora de velocidade;
CB1 e CC1 – Contatos auxiliares do contator K1;
CB2 e CC2 – Contatos auxiliares do contator K2;
d1t, d2t – Contatos dos respectivos relés de tempo.
Como torque de atrito médio, Tam, foi o obtido anteriormente, temos que
Tam=1,22[N.m], tem-se os registros da corrente de armadura e da velocidade,
conforme mostrados nas figuras a seguir:
1o caso:
I frenagem
= 1,7 2,1 = 3,57[ A]
3,57
T elétrico
= 10,61 = 4,16[ N .m]
9,1
T frenante
=T elétrico
+T atrito
T frenante
= 4,16 + 1,22 = 5,38[ N .m]
Equação de balaço:
65
2 n
T frenate =J
60 t
2 1000
5,38 = 0,090
60 t1
t1 = 1,71[ s ]
2 o caso:
I frenagem
= 2,2 2,1 = 4,62[ A]
4,62
T elétrico
= 10,61 = 5,39[ N .m]
9,1
T frenante
=T elétrico
+T atrito
T frenante
= 5,39 + 1,22 = 6,61[ N .m]
Equação de balanço:
66
2 n
T frenate =J
60 t
2 1000
6,61 = 0,090
60 t 2
t 3 = 1,42[ s ]
3 o caso:
I frenagem
= 3,7 2,1 = 7,77[ A]
7,77
T elétrico
= 10,61 = 9,06[ N .m]
9,1
T frenante
=T elétrico
+T atrito
T frenante
= 9,06 + 1,22 = 10,28[ N .m]
Equação de balanço:
67
2 n
T frenate = J
60 t
2 1000
10,28 = 0,090
60 t 2
t 3 = 0,92[ s ]
• 1 o caso:
Foi calculado o tempo T1= 1,75 [s], enquanto que foi medido o tempo
T1’= 2 [s].
69
Tcalculado
= 1−
%1
Tmedido
1,75
= 1−
%1
= 12,5%
2,00
• 2 o caso:
Foi calculado o tempo T2= 1,42 [s], enquanto que foi medido o tempo
T2’= 1,5 [s].
Tcalculado
=1−
%1
Tmedido
1,42
=1−
%1
= 5,3%
1,50
• 3 o caso:
Foi calculado o tempo T3= 0,92 [s], enquanto que foi medido o tempo
T3’= 1,00 [s].
Tcalculado
= 1−
%1
Tmedido
0,92
= 1−
%1
= 8,0%
1,00
70
6 - Conclusão:
7 - Referências
KNOWTON, A.E. Standard Handbook for Electrical Engineers. Ed. Mac Graw Hill
Book Company, 1941.
LLOYD, Tom C. Electric Motors and their Aplications. Ed. Wiley- Interscience,
John Wiley & Sons, Inc, 1969.
RIZZI, Alvaro Pereira. Medidas Elétricas. Ed. Livros Técnicos e Científicos Editora
Ltda, 1980.
75
THALER, George J.; WILCOX, Milton L. Electric Machines: Dynamics and Steady
State. John Wiley & Sons, Inc.,1966.
Anexos
Foto 11: Registro desde a velocidade inicial (1800 rpm), até a parada da MCC (0
rpm).
Foto 12: Registro da velocidade por parada por atrito (Todas as chaves do banco de
resistências de frenagem abertas).
83