Origens Da Ordem de Cister em Portugal Autor (Es) : Publicado Por: URL Persistente: Doi: Accessed
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Origens da Ordem de Cister em Portugal
(!) «.. .Os Cistersienses em que Fr. Joaquim trabalhou sabe Deus como» ;
« . . . ele trabalhava nos Cartorios dos Bernardos, que julgo lhe satisfasião
bem o trabalho» ; «Fr. Joaquim não gosta trabalhar sem lucro ... por isso
mesmo prefiria os Cartorios Cistercienses» (Cartas de J. P. Ribeiro a J. Cor-
reia da Serra em A Infância da Academia, de Antonio Baião, pág. 6,44 e 49).
21
318 P. Miguel de Oliveira
S. Cristóvão de Lafões
(8) Resumo da sua fantasiosa biografia, com os autores que se lhe refe
rem e os escritos que lhe atribuíram, na Bibliotheca Lusitana, de Diogo Bar
bosa Machado, «V. Fr. Ioão Cirita». — Pedro Alvares Nogueira, no Livro das
Vidas dos Bispos da Sé de Coimbra (ed. de A. G. da Rocha Madahil, Coim
bra, 1942; pág. 49), chega a identificar João Cirita com o bispo de Coimbra
D. João de Anaia.
Chronica de Cister, liv. v, cap. xv.
Origens da Ordem de Cisler em Portugal 321
II
S. Tiago de Sever
das capelas, como tantos que chegaram aos nossos dias com o
nome de ermitães.
Em Sever do Vouga, onde já tinha havido um mosteiro da
invocação de Santo André, mencionado em documentos desde 964,
veio a formar-se uma dessas comunidades, junto a uma ermida
dedicada a S. Tiago, antes do ano de 1140. Como o fundador
passasse a abade de S. João de Tarouca, os restantes eremitas
decidiram, em 1141, unir-se a esse mosteiro e doaram-lhe a sua
ermida ut faciatis in illa Ordinem S. Benedicti. A doação foi
aceita e, a ii de Novembro do mesmo ano, D. Afonso Henriques
concedeu carta de couto à igreja de S. 7'iago de Sever e aos seus
monges : Petrus Miquili\ eiusdem loci priori et omnibus aliis
qui ibi monasticum ordinem in presentiarum tenent vel tenebunt
per manus Iohannis Taraucensis abbatis prefati loci funda
toris (16).
Viterbo, que conheceu e nos conservou o documento, nota que
ase não intitula Cirita o Abbade João» ; mas, em vez de concluir
que se tratava de personagens diferentes, identificou o prior de
S. Cristóvão com o fundador de S. Tiago, dando como explicação
que ele deixara de ser cirita (ou eremita) desde que passara a
cenobita e a vivia na congregação dos monges» (17).
O mosteiro de S. Tiago de Sever nunca chegou a ter grande
importância. Quase toda a sua história está contida nesses docu
mentos (18). Em 1288, já devia estar desabitado, pois os inquiri
dores de D. Dinis só encontraram na freguesia de Santa Maria de
Sever o acouto que chamam Santiago da Hermida» (i9).
O importante, para o nosso caso, é que o fundador do ermité
rio de S. Tiago passou a abade do mosteiro de Tarouca e era
III
S. João de Tarouca
In Dei nomine. Ego Munio Sandiniz cum meis fegrisis. Facimus kar-
tam uenditionis et firmitudinis vobis Abbati Randulfo de Sancto Ihoanne de
Turauca et fratribus uestris de quarta parte testamenti Sancte Marie de
Almacaui quam habemus in Monasteriolo ut habeatis illam in perpetuum et
pro illa accepimus in pretio .iij. mauros tantum nobis placuit et de pretio
nihil apud uos remansit. Damus et concedimus et auctorizamus uobis per
ubi illam potueritis inuenire. Et si aliquis uenerit uel uenerimus qui hoc
scriptum nostrum irrumpere uoluerit reddat hereditatem duplatam et quan
tum fuerit melioratam et ad dominum terre .vj. mauros et insuper sit male
dictus et cum luda traditore in inferno dapnatus. Facta karta mense junio
Era Ma. Ca. Lx-a. IIIa.
Qui presentes fuerunt Bamundo ts. Truitosendo ts. Tornas ts.
Ego Monio cum meis friigeses roboramus et confirmamus.
Johannes nt. (31).
IV
S Pedro de Mouraz
VI
que alli se demorou com as religiosas não consta ; o que sabemos he, que no
de 1220 recebeo o véo da mão de D. Pelagio, Bispo de Lamego, sendo Abba-
dessa de Tarouquela» (Elue., «Deo-Vota» ; cf. Papstn.° 69, ano de 1173).
(53) Mon. Lus., iv, liv. xiv, cap. xvi, fl. 140 V.-141.
(54) Reuter, n.° 23i.
(55) História de Portugal, 8.a ed., t. ui, págs. 326-328.
(56) Elucidário, «Abbade Magnate».
(57) Dieu d'Hist. et de Géog. Eccl., «Aguiar (Santa Maria de)» ; cf. Papst.,
pág. 87 e n.° 92.
Origens da Ordem de Cister em Portugal
VII
VIII
Filiais de Alcobaça
Ordem de Avis
(88) Reuter, n.°9 237 e 252 ; cf. Mon. Lus., 1 1 1 , fl. 25g v.
(89) Reuter, n.° 242.
(90) Mon. Lus., 1 1 1 , fl. 204 e seg.
(91) Chronica de Cister, liv. v, cap. xi e seg.—Os estatutos estão reproduzi
dos na Historia Ecclesiae Lusitanae, de D. Tomás da Encarnação, 1 1 1 , pág. 1 1 9 ;
nas Provas da História Genealógica, 1 , n.° 7 ; nos Annales Cister denses, de
A. Manrique, f i , apênd. 46-52 ; na Patrología Latina, de Migne, vol. 1 8 8 ; etc.
(") Diction. d'Hist. et de Géog. Eccl., «Avis», tomo v, col. 1198.—
O P. Ricardo Garcia Villoslada, S. J., Professor de História Eclesiástica da
Origens da Ordem de Cister em Portugal 347
Mosteiros de monjas
(95) S. Abranches, Suma do Bulário Português, n.° 1809 ; cf. Mon. Lus.,
iv, fl. 53 v.
(96) Mon. Lus., îv, fl. i3o.
Origens da Ordem de Cister em Portugal 349
XIII
nos outros países, foi o século xin. Temos igualmente dois gru
pos: as comunidades fundadas pelas Santas Princesas em sujei
ção directa a Claraval ou à Santa Sé, e as que se constituíram
sob o patrocínio e visitação dos abades de Alcobaça.
Tendo conquistado proeminente lugar em França pela acção
de S. Bernardo, a reforma cisterciense também aqui obteve
extraordinário êxito e mereceu aos soberanos especial protecção.
Começou, porém, não por novas fundações, mas pela atracção
de antigas casas religiosas.
São indefensáveis as datas até agora fixadas para a incorpo
ração da maior parte dos nossos mosteiros. Muitos historiadores
da actualidade baseiam-se no trabalho do P.e Leopoldo Janaus-
chek, Originum Cisterciensium (tomus i; Viena, 1877), que não
pudemos consultar. Segundo informa Cari Erdmann, o autor
teve para os mosteiros portugueses a colaboração de Augusto
Soromenho que lhe forneceu valiosos materiais. Todavia, desta
sumária revisão dos documentos, concluímos que não merecem
confiança as datas que encontramos referenciadas à obra de
Janauschek, embora nem sempre conseguíssemos indicar outras
com a exactidão que seria para desejar. Em muitos pontos his
tóricos, é forçoso a gente contentar-se com uma solução negativa
ou apenas aproximada.
Caso que julgamos suficientemente elucidado é o de João
Cirita. A lenda de que foi ele o introdutor da reforma cister
ciense e exerceu o governo de vários mosteiros da Beira, essa
lenda que conta 35o anos e foi admitida, no todo ou em parte,
pela generalidade dos autores, parece que não poderá subsistir.
De mais tem ela pesado sobre a história, obrigando não poucos
investigadores a desistir de penetrar no labirinto de contradições
e anacronismos a que deu origem.
A reforma de Cister entrou realmente em Portugal por S. João
de Tarouca, no tempo de um abade chamado João, mas só pelos
anos de 1142 ou 1143. Resta explicar como é que este mosteiro,
fundado sob a regra de S. Bento, se decidiu, pouco depois, a
adoptar o novo estatuto. Partiu dali a iniciativa ou veio de Cla
raval ? E quem é que autorizou a mudança ? A lenda resolvia
tão bem estas questões, que não renunciámos a ela sem alguma
saudade. Vejamos, ao menos, se é possível substituí-la por uma
hipótese verosímil.
352 P. Miguel de Oliveira
P. Miguel de Oliveira .
(Página deixada propositadamente em branco)