Universidade Federal Do Paraná Setor de Ciências Jurídicas Faculdade de Direito
Universidade Federal Do Paraná Setor de Ciências Jurídicas Faculdade de Direito
Universidade Federal Do Paraná Setor de Ciências Jurídicas Faculdade de Direito
FACULDADE DE DIREITO
CURITIBA
2017
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
FACULDADE DE DIREITO
CURITIBA
2017
AGRADECIMENTOS
Por último, não poderia deixar registrar aqui meus sinceros agradecimentos
a Marta Baião, pelo inestimável trabalho de revisão do texto, com suas correções e
sugestões precisas.
RESUMO
The present study aims to examine aspects involved in the extinction of the contracts
for the purchase of real estate residences through the mechanism called “distrato”,
due to a home buyer can´t keep up with their mortgage payment or obtain financing
from a financial institution. Are presented relevant points of the dynamics of the
process of residential real estate, including its development over time, the process of
estate of residential units, the current legislation and the effects resulting from the
mechanism of “distrato" in the real estate market, through a survey conducted by the
Brazilian Association of developers. Then we analyze the “distrato” in contracts of
purchase and sale of real estate of residential units, take into account the private
autonomy of the parties, as well as the dynamic regulatory and the complex
relationship of contract between its actors, through dialog between their normative
sources, namely: The Law of Incorporation, Law No. 4.591/1964, the Code of
Consumer Protection and the Civil Code of 2002. We present also the positioning of
jurisprudence of our courts, presenting judged the Court of Justice of the State of
São Paulo, chosen to represent the largest real estate market in the country, as well
as the Superior Court of Justice. Finally, we present recent discursions related with a
creation of a new legislation on the subject in order to finish the judicial battle
between the actors of this complex relationship consumerist.
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 8
1. INTRODUÇÃO
1
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE. Indicadores IBGE: Contas
Nacionais Trimestrais – indicadores de volume e valores correntes. out.\dez. 2016. Disponível em:
<ftp://ftp.ibge.gov.br/Contas_Nacionais/Contas_Nacionais_Trimestrais/Fasciculo_Indicadores_IBGE/p
ib-vol-val_201604caderno.pdf>. Acesso: 12/07/2017.
2
BRASIL. Lei n 10.931, de 02 de Agosto de 2004. Dispõe sobre o patrimônio de afetação de
incorporação imobiliária, Letras de Crédito Imobiliário, Cédula de Credito Bancário. Diário Oficial da
União, Brasília, DF, 02 de Agosto de 2017.
9
juros, reduzindo o percentual a ser financiado e exigindo renda familiar cada vez
mais alta, tornando o financiamento bancário cada vez mais difícil para a
concretização do negócio entre as partes.
Tal cenário provocou uma crise sem precedentes no ramo imobiliário, tendo
como consequência a extinções de milhares de contratos de promessa de compra e
venda celebrados antes do início da crise, uma vez que, entre a assinatura do
contrato e a entrega do imóvel, geralmente feito quando do lançamento do
empreendimento imobiliário, decorre um período de dois a quatro anos. Até então, o
embate judiciário entre consumidores e incorporadoras se concentrava na sua
grande maioria em ações judiciais de indenizações pelo atraso da entrega da obra e
cobranças de taxas ou verbas abusivas. A partir de 2013, esse quadro se reverteu
de forma dramática, e o judiciário brasileiro foi invadido por uma enxurrada de ações
visando a extinção do contrato e a devolução dos valores pagos à incorporadora
pelos adquirentes inadimplentes.
3
OSCAR, Naiana. De cada 100 Imóveis Vendidos, 41 Foram Devolvidos às Construtoras em 2015.
In: O Estado de São Paulo. Caderno de Economia & Negócios. 11 de jan. de 2016.
10
4
Segundo Orlando Gomes: a “resilição” é o termo empregado para designar a extinção do contrato
pela vontade das partes, e nessa figura inclui o distrato e as hipóteses de resilição unilateral, podendo
ser bilateral, conhecida também como distrato ou unilateral, contemplados respectivamente nos
artigos 472 e 473 do Código Civil de 2002.
5
BRASIL. Lei nº 4.591/1964, de 16 de dezembro de 1964.Dispoe sobre o condomínio em
edificações e as incorporações imobiliárias. <http://www.planalto.gov.br/CCivil_03/Leis/L4591.htm>
acesso em 13.jul.2017.
6
BRASIL. Lei nº 8.078/1990, de 11 de setembro de 1990. Dispõe sobre a proteção do consumidor.
<http://www.planalto.gov.br/CCivil_03/Leis/L8078.htm> acesso em 13.jul.2017.
11
7
SANTOS, Milton. A urbanização brasileira. 3ª Ed. São Paulo: Hucitec, 1996. p. 69.
8
BRASIL. Lei nº 4.380/1964, de 21 de agosto de 1964. Dispoe sobre a criação do Sistema Nacional
de Habitação. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 21 de Agosto de 1964. Disponível em
<http://www.planalto.gov.br/CCivil_03/Leis/L4380.htm> acesso em 13.jul.2017.
9
INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA - IPEA. Desafios do desenvolvimento: Anos
1980, década perdida ou ganha?. Ano 9. Edição 72, 15 de jun., 2012
13
10
FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS – FGV. Impactos dos Investimentos em Habitação sobre a
Economia do Brasil mar2014. Disponível em :<http://abrainc.org.br/wp-
content/uploads/2014/06/Estudo-FGV-completo-Evento-Abrainc.pdf>. Acesso em: 10/07/2017.
11
BRASIL. Lei nº 9.069, de 29 de julho de 1995. Dispõe sobre o Plano Real e o sistema Monetário
Nacional. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 29 de julho de 1995. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9069.htm>. Acesso em: 13 jul. 2017.
14
14
BRASIL. Lei nº 4.591, de 16 de dezembro de 1964. Dispõe sobre o condomínio em edificações e
as incorporações imobiliárias. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 31 de Março de 2017. Disponível
em: <http://www.planalto.gov.br/CCivil_03/Leis/L4591. htm>. Acesso em: 13 jul. 2017.
15
16
BRASIL. Decreto nº 5.481, de 25 de junho de 1928. Dispõe sobre a alienação parcial dos edifícios
de mais de cinco andares e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 25 de junho
de 1928. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/CCivil_03/decreto/1910-1929/DF481.htm>.
Acesso em: 13 jul. 2017.
16
17
BRASIL. Lei nº 4.591, de 16 de dezembro de 1964. Dispõe sobre o condomínio em edificações e
as incorporações imobiliárias. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 31 de Março de 1965. Disponível
em: <http://www.planalto.gov.br/CCivil_03/Leis/L4591. htm>. Acesso em: 13 jul. 2017.
18
BRASIL. Decreto nº 5.815, de 8 de março de 1965. Estabelece normas para a escrituração dos
registros criados pela Lei nº 4.591, de 16 de dezembro de 1964, que dispõe sobre condomínio e
incorporações imobiliárias, no Registro Geral de Imóveis. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 8 de
Março de 1965. Disponível em:
<http://www6.senado.gov.br/legislacao/ListaTextoIntegral.action?id=169028&norma=187582>.
Acesso em: 13 jul. 2017.
19
BRASIL. Lei nº 4.728, de 14 de julho de 1965. Disciplina o mercado de capitais e estabelece
medidas para o seu desenvolvimento. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 14 de julho de 1965.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l4728.htm>. Acesso em: 13 jul de 2017
20
BRASIL. Lei nº 4.864, de 29 de novembro de 1965. Cria medidas de estímulo à indústria de
construção civil. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 29 de novembro de 1965. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l4864.htm>. Acesso em: 13 jul. 2017
21
BRASIL. Lei nº 10.931, de 02 de agosto de 2004.
Dispõe sobre o patrimônio de afetação de incorporações imobiliárias, Letra de Crédito Imobiliário,
o o
Cédula de Crédito Imobiliário, Cédula de Crédito Bancário, altera o Decreto-Lei n 911, de 1 de
o o
outubro de 1969, as Leis n 4.591, de 16 de dezembro de 1964, n 4.728, de 14 de julho de 1965, e
o
n 10.406, de 10 de janeiro de 2002, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 02
de agosto de 2004.
22
BRASIL. Lei nº 4.591, de 16 de dezembro de 1964. Dispõe sobre o condomínio em edificações e
as incorporações imobiliárias. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 31 de março de 2017. Disponível
em: <http://www.planalto.gov.br/CCivil_03/Leis/L4591. htm>. Acesso em: 13 jul. 2017.
17
23
RIZZARDO, Arnaldo. Condomínio Edilício e Incorporação Imobiliária. 3ª ed. Rio de Janeiro:
Forense, 2014. p. 238.
18
24
RIZZARDO, Arnaldo. Ob. Cit. p. 249.
19
25
CHALHUB, Melhim Namem. Incorporação Imobiliária: aspectos do sistema de proteção do
adquirente de imóveis. In: Revista de Direito Imobiliário, São Paulo, v.36, n. 75, .p 167-198, jul-dez,
2013. p. 168.
26
Ibidem. p.103.
20
Por sua vez, GOMES, na mesma linha, entende que a compra e venda é um
contrato pelo qual uma das partes se obriga a transferir a propriedade de uma coisa
à outra, recebendo, em contraprestação, determinada soma de dinheiro ou valor
fiduciário equivalente30.
27
CHALHUB, Melhim Namem. Ob. Cit. p. 103 .
28
FARIAS, Cristiano Chaves de; ROSENVALD, Nelson. Curso de Direito Civil: contratos. 6ª ed.
Salvador: JusPodivm, 2016. p. 643.
29
Ibidem. p. 644.
30
GOMES, Orlando. Contratos. 26ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 2007. p. 265.
21
É típico, por ser regido por lei específica, devendo ser obrigatoriamente
observada, sob pena de descaracterizar a sua natureza contratual. É consensual,
porque basta a simples anuência de ambas as partes para produção dos respectivos
efeitos. Forma-se solo consenso, mediante a integração de duas ou mais
declarações de vontade, sem qualquer exigência adicional34.
31
FARIAS, Cristiano Chaves de; ROSENVALD, Nelson. Op.Cit. p. 645.
32
Idem.
33
Ibidem. p. 646.
34
Ibidem. p. 647.
22
35
FARIAS, Cristiano Chaves de; ROSENVALD, Nelson. Op. Cit . p. 649.
39
AGHIARIAN, Hércules. Curso de direito imobiliário. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2012. p. 128.
40
GOMES, Orlando. Contratos. 24ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 2001. p. 239.
23
41
BRASIL. Lei nº 6766, de 19 de dezembro de 1979. Dispõe sobre o Parcelamento do Solo Urbano
e dá outras Providências.Diário Oficial da União, Brasília, DF, 20 dezembro de 2017. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/CCivil_03/Leis/L6766. htm>. Acesso em: 10 outubro. 2017.
24
Por fim, com a vigência do novo Código Civil de 2002, foram então
introduzidas inovações no respectivo instituto, através dos art. 1.417 e 1.418, que
tratam do direito do promitente comprador, a saber:
42
NERY JUNIOR, Nelson. Código Civil Comentado. 8. Ed. São Paulo: Editora Revistas
dos Tribunais, 2011.
43
SILVA, Regina Beatriz Tavares e (coord.). Código Civil Comentado. 7ª ed. rev. e atual. São
Paulo:Saraiva, 2010. p. 1379.
25
Para BESSA44, não resta dúvida que este tipo de contrato é tipicamente de
adesão. Nas suas palavras:
44
BESSA, Leonardo Roscoe. O contrato de incorporação imobiliária e os direitos do consumidor. In:
Revista da AJURIS, Porto Alegre, v. 26, n. 77, p. 42-60, mar./maio 2000. p. 44.
26
45
LEONARDO, Rodrigo Xavier. Redes Contratuais no Mercado Habitacional. São Paulo: RT,
2004. p.137.
47
RIZZARDO, Arnaldo. Ob. Cit. p. 233.
27
48
DINIZ, Maria Helena. Tratado Teórico e Prático dos Contratos. 2ª vol, 6ª ed. São Paulo: Saraiva,
2006. p. 13.
49
BRASIL. Lei nº 4.380/1964, de 21 de agosto de 1964. Dispoe sobre a criação do Sistema
Nacional de Habitação. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 21 de agosto de 1964. Disponível em
<http://www.planalto.gov.br/CCivil_03/Leis/L4380.htm> acesso em 13.jul.2017.
50
BRASIL. Lei nº 9.514, de 20 de novembro de 1997. Dispõe sobre o Sistema de Financiamento
Imobiliário, institui a alienação fiduciária de coisa imóvel e dá outras providências. Diário Oficial da
União, Brasília, DF, 20 de novembro de 1997. Disponível
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9541.htm>. Acesso em:12 jul.2017.
51
BRASIL. Lei nº 8.036, de 11 de Maio de 1990. Dispõe sobre o Fundo de Garantia do Tempo de
Serviço, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 11 de maio de 1990.
Disponível no link: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8036consol.html.
52
BRASIL. Lei nº 11.977, de 07 de Julho de 2009. Dispõe sobre o Programa Minha Casa, Minha
Vida – PMCMV e a regularização fundiária de assentamentos localizados em áreas urbanas. Diário
Oficial da União, Brasília, DF, 07 de julho de 2009. Disponível no link:
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/ L11977.htm.
28
das suas características a livre negociação entre as partes, sendo suas operações
do financiamento imobiliário realizadas, segundo condições de mercado e
observando as prescrições legais, além de serem pactuadas livremente pelas
partes.
Por sua vez, a propriedade fiduciária vai ser garantida com o Registro, no
respectivo cartório de registro de imóveis, do contrato que lhe serve de título,
tornando o fiduciante possuidor direto e o fiduciário possuidor indireto. O fiduciante,
ou credor, no caso o agente financeiro permanece como proprietário do imóvel.
53
CAIXA Econômica Federal. Aquisição de Imóvel Novo. Disponível em:
<http://www.caixa.gov.br/voce/habitacao/financiamento/aquisicao-imovel-novo/Paginas/default.aspx>
54
BRASIL. Lei nº 9.514, de 20 de novembro de 1997. Dispõe sobre o Sistema de Financiamento
Imobiliário, institui a alienação fiduciária de coisa imóvel e dá outras providências. Diário Oficial da
União, Brasília, DF, 20 de novembro de 1997. Disponível
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9541.htm>. Acesso em:12 jul.2017.
29
Dentro deste cenário, ao ser chamado para cumprir o contrato pactuado pela
promessa de compra e venda, assinados preteritamente, milhares de brasileiros
atingidos pela crise econômica se viram incapazes de honrar com os compromissos
assumidos juntos aos vendedores.
55
Os dados são da Associação Brasileira de Incorporadoras (ABRAINC) ,
56
sendo o estudo feito pela fundação Instituto de Pesquisa Econômica (Fipe) ,
desenvolvidos e calculados com base em informações disponibilizadas pelas
incorporadoras associadas.
55
ASSOCIAÇÃO Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias – ABRAINC. Informe de junho de 2017:
análise de abril de 2017. Disponível em: <http://abrainc.org.br/wp-content/uploads/2017/07/press-
release-indicadores-julho-2017.pdf>. Acesso em 19 de jul.2017.
56
Metodologia completa pode ser acessada em www.fipe.org.br e www.abrainc.org.br.
31
57
GHEZZI, Leandro Leal. A Incorporação Imobiliária à luz do Código de Defesa do Consumidor
e do Código Civil. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2007. p. 297.
58
FARIAS, Cristiano Chaves de; ROSENVALD, Nelson. Ob.Cit. p.148.
37
A partir das primeiras décadas do Século XX, o mundo ocidental passa por
profundas transformações econômicas e sociais e na esteira de tais transformações
a autonomia privada começa a ser mitigada pelas regras do convívio social, nas
noções de bem-estar e de justiça social.60
Por fim, como resultado dessa profunda transformação que começa com a
Revolução Francesa e alcança o seu apogeu no pós-Segunda Guerra Mundial, a
contratualidade contemporânea no nosso ordenamento jurídico, após a Constituição
de 1998, vai ter como fundamento um novo conjunto de princípios: a boa-fé
objetiva, a função social do contrato e a justiça contratual.63
Segundo CASTRO64,
64
CASTRO, Fabio Caprio Leite de e Santos, Lourdes Helena Rochas. A Evolução Histórica e os
Novos Horizontes da Incorporação Imobiliária e do Condomínio Edilício no Direito Brasileiro. In:
Revista Direito Imobiliário. nº 29, pp. 73-102. set\out, 2015. p. 99.
39
Por sua vez, prossegue o autor, no decorrer da sua execução, ocorrem fatos
que ultrapassam os limites impostos pelo ordenamento jurídico ao jogo contratual,
de forma que o sistema reage mediante a efetivação de medidas capazes de restituir
ao sistema seu curso normal. Entretanto, nem sempre é possível a conservação do
negócio jurídico, resultando na sua extinção, seja por causas anteriores,
concomitantes ou posteriores à sua celebração66.
65
FARIAS, Cristiano Chaves de; ROSENVALD, Nelson. Ob. Cit. p. 562.
66
FARIAS, Cristiano Chaves de; ROSENVALD, Nelson. Ob. Cit. p. 562.
40
recíprocas dos contratantes, quando ainda não tenha sido executado o contrato. Os
seus efeitos operam-se sem retroatividade67 .
Como o distrato é visto pela doutrina como um contrato que visa a extinção
dos efeitos de outro contrato, então este negócio é o seu objeto. Para GOMES, em
67
SILVA, Regina Beatriz Tavares e (coord.). Ob. Cit. p. 390.
68
PEREIRA, Caio Mário da Silva. Instituição de Direito Civil. Vol. III. 20ª ed. Rio de Janeiro:
Forense, 2016. p.151.
69
GOMES, Orlando. Contratos. 15ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 1995. p. 183.
70
PONTES DE MIRANDA, Francisco Cavalcanti. Tratado de Direito Privado. v. 25. 3ª ed. São
Paulo: Revista dos Tribunais. 1983. p. 282.
71
AGUIAR JÚNIOR, Ruy Rosado de. Extinção dos contratos. In: FERNANDES, Wanderley (Coord.).
Contratos empresariais: fundamentos e princípios dos contratos empresariais. 2ª ed. São Paulo:
Saraiva, 2012. p. 425.
72
LOUREIRO, Luiz Guilherme. Teoria Geral dos Contratos no Novo Código Civil. São Paulo:
Método, 2002. p. 248.
41
Para ASSIS, toda relação jurídica comporta o distrato, até mesmo negócios
unilaterais, uma vez que o que se distrata é a eficácia do negócio jurídico 74. Por sua
vez, MIRANDA entende que se pode distratar até mesmo negócio jurídico não
contratual75.
Quanto à forma, sua exigência vem expressa no art. 472 do Código Civil: O
distrato faz-se pela mesma forma exigida para o contrato. Aplicando-se, portanto,
neste caso, o princípio da simetria das formas.
73
GOMES, Orlando. Op. Cit. p. 183.
74
ASSIS, Araken de. Do Distrato no Novo Código Civil. In: Revista CEJ, v. 7, n. 24, jan./mar. 2004. p.
59
75
MIRANDA, Pontes de. Op. cit. p. 262.
76
AGUIAR JUNIOR, Ruy Rosado. Opt. Cit, p. 425.
77
BEVILAQUA, Clovis. Código Civil Comentado. Vol. 4. São Paulo: Red Livros, 2000. p. 260.
42
Por sua vez, a escritura pública é dispensada neste tipo de negócio quando
realizado por intermédio do Sistema Financeiro de Habitação, podendo o mesmo ser
celebrado por instrumento particular, de acordo com o art. 61, § 5º, da Lei nº 4.380
de 1964, no caso o contrato de promessa de compra e venda.
“Diálogo das fontes: Expressão criada por Erik Jayme, em seu curso
de Haia significando a atual aplicação simultânea, coerente e
coordenada das plúrimas fontes legislativas, leis especiais e gerais,
com campos de aplicação convergentes. Como afirmo há “diálogo”
porque há influências recíprocas, “diálogo” porque há aplicação
conjunta das duas normas ao mesmo tempo e ao mesmo caso, seja
complementarmente, seja subsidiariamente, seja permitindo a opção
pela fonte prevalente, ou mesmo permitindo uma opção por uma das
leis em conflito abstrato.”
78
Enunciado 584 do Conselho de Justiça Federal: “Desde que não haja forma exigida para a
substância do contrato, admite-se que o distrato seja pactuado de forma livre”.
79
MARQUES, Claudia Lima; BENJAMIN, Antônio Herman V.; MIRAGEM, Bruno. Comentários ao
Código de Defesa do Consumidor. 4ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2013. p. 74.
43
80
Ibidem. p. 462.
44
81
MARQUES, Claudia Lima; BENJAMIN, Antônio Herman V; BESSA, Leonardo Roscoe, et
al. Manual de Direito do Consumidor. 2ª ed. rev. atual. e ampl. São Paulo: Revista dos Tribunais,
2009. p. 71.
45
82
Idem.
83
MARQUES, Claudia Lima in BENJAMIN, Antônio Herman V. Op.Cit. p. 306.
84
Superior Tribunal de Justiça. 3ª Turma. Recurso Especial nº 1195642. Relator: Nancy Andrighi.
Brasília, 21 de novembro de 2012. Disponível em:
46
<https://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/22829799/recurso-especial-resp-1195642-rj-2010-0094391-
6-stj >. Acesso em: 12 de setembro de 2017.
85
Art 3º (...) § 1° Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial.
§ 2° Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração,
inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das
relações de caráter trabalhista.
86
CHALHUB, Melhim Namem. O contrato de incorporação imobiliária sob a Perspectiva do Código
de Defesa do Consumidor. In: MARQUES, Cláudia Lima; MIRAGEM, Bruno (Org.). Doutrinas
Essenciais: Direito do Consumidor, V. 4. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2011. p. 1277.
47
Por sua vez, temos que quando o imóvel é vendido por quem não
desenvolve a atividade expressa no art. 3º do CDC, a relação contratual
estabelecida não será regulada pelas normas do CDC, uma vez que não se
caracteriza relação de consumo. Neste caso, excluem-se da incidência das normas
do Código todas as contratações estabelecidas entre dois indivíduos que
estabelecem relações puramente civis, não sendo profissionais, incidindo, neste
caso, o Código Civil de 2002.
87
MARQUES, Claudia Lima. Contratos no Código de Defesa do Consumidor: o novo regime das
relações contratuais. 5ª ed. rev., atual. e ampl. São Paulo: RT, 2006. p. 437.
88
Art. 29. Para os fins deste Capítulo e do seguinte, equiparam-se aos consumidores todas as
pessoas determináveis ou não, expostas às práticas nele previstas.
48
89
LÔBO, Paulo Luiz Netto. Contratos no Código do Consumidor. In: MARQUES, Cláudia Lima;
MIRAGEM, Bruno (Org.). Doutrinas essenciais: Direito do Consumidor. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 2011. p. 171-172.
90
MARQUES, Claudia Lima. Ob. Cit. p. 438.
91
AgRESP 120.905/SP (2011/0282239-0), Rel.: Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, j.06.05.2014.
49
92
MARQUES, Claudia Lima. A abusividade nos contratos de seguro-saúde e de assistência médica
no Brasil. In: Revista Ajuris, Porto Alegre, nº 64, pp. 34-77, jul. 1995. p.63
50
93
MARQUES, Claudia Lima. Ob. Cit. p. 935.
51
A cláusula penal é regulada pelo Código Civil de 2002 ao longo dos artigos
408 e 416. Entre as inovações trazidas, pode ser mencionada a contemplada no
seu artigo 413:
94
CARNACCHIONI, Daniel Eduardo. Curso de Direito Civil: Teoria Geral das Obrigações de dos
Contratos - Institutos Fundamentais. São Paulo:Editora Revista dos Tribunais, 2014. p. 461.
95
GOMES, Orlando. Contratos. 16ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 1996. p. 186.
96
GAMA, Guilherme Calmon Nogueira. Direito Civil: obrigações. São Paulo: Atlas, 2008. p. 392.
97
CASSETTARETI, Cristiano . Multa Contratual: teoria e prática. São Paulo: RT, 2011. p. 151.
98
LÔBO, Paulo Luiz Netto. Teoria Geral das Obrigações. São Paulo: Saraiva, 2005. p. 303.
52
Tal artigo não estava presente no Código Civil de 1916, de forma que o
legislador, ao criar a redução equitativa, afastou, definitivamente, o princípio da
imutabilidade da cláusula penal, inserindo a mesma em um sistema civil que tem
como fundamentos os valores sociais constitucionais, a boa-fé objetiva nas relações
intersubjetivas, a função social dos institutos de direito privado e a preponderância
das questões existenciais sobre as questões de natureza patrimonial99.
Não resta dúvida de que a cláusula penal apresenta uma natureza jurídica
pré-indenizatória, apresentando-se como um meio alternativo de solução de conflitos
entre particulares, do qual recebem do Estado o poder de autorregular os seus
interesses em razão da autonomia privada 100.
99
CARNACCHIONI, Daniel Eduardo. Ob. Cit. p. 480.
100
Ibidem. p. 464.
53
101
BRASIL. Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990. Dispõe sobre a proteção do consumidor e dá
outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 11 de setembro de 1990. Disponível
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/8078.htm>. Acesso em:24 jul.2017.
102
GUIMARÃES, Deocleciano Torrieri; MIRANDA, Sandra Julien (org. e coord.). Dicionário Técnico
Jurídico. 2ª ed. rev. atual. São Paulo: Rideel, 1999. p. 427. "Pacta Sunt Servanda":(loc. Lat.)
Princípio que determina, no direito Internacional e nos contratos, que os pactos devem ser
obrigatoriamente cumpridos pelas partes
103
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro: Contratos e Atos Unilaterais. Vol. III. São
Paulo: Saraiva, 2010. p. 25.
55
104
ROTTA, Mariza. FERMENTÃO, Cleide Aparecida Gomes Rodrigues. O Pacta Sunt Servanda:
Cláusula Rebus Sic Stantibus e o Equilíbrio das Relações Contratuais na Atualidade. In: Revista
Jurídica Cesumar, v. 8, nº 1, pp. 194-218, jan/jul, 2008. .
105
STJ – 3ª Turma – REsp 1.132.943-PE – Rel.: Min. Luis Felipe Salomão – julgado em 27/8/2013.
56
disposto no art. art. 472 do CC, "o distrato faz-se pela mesma forma
exigida para o contrato", o que implica afirmar que o distrato nada
mais é que um novo contrato, distinto ao contrato primitivo. Dessa
forma, como em qualquer outro contrato, um instrumento de
distrato poderá, eventualmente, ser eivado de vícios, os quais, por
sua vez, serão passíveis de revisão em juízo, sobretudo no campo
das relações consumeristas. Em outras palavras, as disposições
estabelecidas em um instrumento de distrato são, como quaisquer
outras disposições contratuais, passíveis de anulação
por abusividade.
A escolha pelo Estado de São Paulo, justifica-se pelo fato de que o mesmo
representa o maior mercado imobiliário do país, em todos segmentos: lançamentos,
vendas e principalmente em número de distratos.
Por sua vez, a devolução das quantias pagas deverá ser feita de uma só
vez, consoante o que dispõe a Súmula nº 2:
106
Ap. n. 0047885-56.2012.8.26.0562, rel. Des. Natan Zelinschi de Arruda, j. 11.6.2015; Ap. n.
1018518-96.2014.8.26.0562, rel. Des. Milton Carvalho, j. 30.4.2015, Ap. n. 1001586-
33.2014.8.26.0562, rel. Des. Ênio Zuliani, j. 12.3.2015, Ap. n. 0005354-20.2006.8.26.0091, rel. Des.
Teixeira Leite, j. 27.11.2014 e Ap. n. 9000006- 98.2012.8.26.0302, rel. Des. Carlos Henrique Miguel
Trevisan, j. 21.8.2015
107
Ap.n. 1056668-09.2016.8.26.0100, rel. Des. Rogério Aguiar Munhoz Soares, j.26.06.2017
108
REsp n.59.870/SP, Rel. Min. Barros Monteiro, DJU de 09.12.2002; Rec.Esp. 78.221/SP, Rel Min.
Aldir Passarinho Júnior, em 26.08.2003, in DJ 29.09.2003 p.253, entre dezenas de outros.
64
109
Apelação nº 1042360-65.2016.8.26.0100, rel Des. James Siano, j. 28.06.2017
110
STJ – 2ª Seção – REsp 1599511/SP – Rel.: Min. Paulo de Tarso Sanseverino – julgado em
24/08/2016.
65
Outro aspecto bastante ilustrativo diz respeito aos argumentos trazidos pelos
recorrentes. Os mesmos vão desde a irrevogabilidade e irretratabilidade contratual,
de acordo com a redação expressa do art. 31, § 2º da Lei nº 4.591/1964, pela não
aplicabilidade do Código de Defesa do Consumidor, até questões de ordem
financeiras, entre outros diferentes argumentos.
111
TJSP, Ap. 0009023-70.2006.8.26.0224, 7ª Câm. de Dir. Privado, Rel. Des. Miguel Brandi, j.
19/02/2014; TJSP, Ap. 9067821-53.2009.8.26.0000, 7ª Câm. de Dir. Privado, Rel. Des. Ramon Mateo
Júnior, j. 19/02/2014; TJSP, Ap. 0108524-10.2008.8.26.0100, 10ª Câm. de Dir. Privado, Rel. Des. ,
CE
112
TJSP, Ap. 9134518-90.2008.8.26.0000, 7ª Câm. de Dir. Privado, Rel. Des. Miguel Brandi, j.
24/10/2012; TJSP, Ap. 0041782-19.2008.8.26.0224, 7ª Câm. de Dir. Privado, Rel. Des. Elcio Trujillo, j.
19/10/2011; TJSP, Ap. 0024588-21.2003.8.26.0114, 7ª Câm. de Dir. Privado, Rel. Des. Mendes
Pereira, j. 06/03/2013
66
113
STJ – 3ª Turma – AgRg no AREsp525955 SC – Rel.: Min. Sidnei Beneti – julgado em 05/08/2014.
114
STJ – 3ª Turma – AgRg no Ag 866542/SC – Rel.: Min. Ricardo Villas Bôas Cueva – julgado em
04/12/2012.
115
STJ – 2ª Seção – REsp 1300418 SC – Rel.: Min. Luis Felipe Salomão – julgado em 13/11/2013.
Submetido ao procedimento dos recursos especiais repetitivos.
67
116
STJ – 3ª Turma – REsp 1.224.921/PR – Rel.: Min. Nancy Andrighi – j. 26/04/2011
68
Nesse contexto, entendemos que o limite de dez por cento é suficiente para
cobrir todas as despesas operacionais relativas à negociação do imóvel, estando o
mesmo em sintonia com a jurisprudência atual, fundamento nos princípios da
proporcionalidade e razoabilidade. Aqui é importante relembramos que a fixação de
dez por cento parece ser o número mágico na fixação do quantum compensatório.
Tal percentual é o mesmo estabelecido na legislação que regula contratos de
compromisso de compra e venda de imóveis loteados (Dec. Lei nº 58, de 1937,
artigo 11, letra “f” e Lei nº 6.766, de 1979, art. 26, inciso V) e tem se mostrado
suficiente para o desenvolvimento desses negócios.
117
GRINOVER, Ada Pellegrini, et al. Código Brasileiro de Defesa do Consumidor Comentado
pelos Autores do Anteprojeto: Direito Material. Vol. 1. 10ª ed. Rio de Janeiro: Forense. 2011. p.
637.
69
118
EXAME. Governo Quer Regulamentar Distratos de Imóveis. Caderno de Economia. jan. 2017.
Disponível em: <http://exame.abril.com.br/economia/governo-quer-regulamentar-distratos-de-
imoveis>. Acesso em: 10/08/2017.
119
ALVES, Murilo Rodrigues. Medida Provisória dos Distratos Prevê Regra para Inadimplentes. In: O
Estado de São Paulo. Caderno de Economia e Negócios. 02 de ago., 2017. Disponível em:
<http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,medida-provisoria-dos-distratos-preve-regra-para-
inadimplentes,70001920035>.
120
FRANÇA, Luis. O Impacto Social dos Distratos. São Paulo, 2017. Disponível em:
<http://abrainc.org.br/artigos/2017/08/07/o-impacto-social-dos-distratos/>. Acesso em 10/08/2017.
70
Outro ponto relevante levantado pelas autoras é a forma unânime com que
os tribunais, em todas as instâncias, vêm se posicionando, em especial o Superior
Tribunal de Justiça, mostrando que o assunto é de extrema relevância e de forma
alguma poderia representar qualquer “insegurança” aos contratos em geral ou
antijuridicidade, não justificando de forma alguma uma medida provisória para
regular o setor.
121
MARQUES, Cláudia Lima; BRAUNER, Daniela Corrêa Jacques. Novas regras para distrato de
contratos de imóveis na planta. In: Revista Consultor Jurídico, 1 de março de 2017. Disponível em:
<http://www.conjur.com.br/2017-mar-01/garantias-consumo-novas-regras-distrato-contratos-imoveis-
planta>.
71
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Não resta dúvida de que, diante da grande importância que tem a aquisição
da casa própria para o brasileiro comum, é fundamental que todos os envolvidos
nesta complexa teia de interesses muitas vezes divergentes, consigam chegar a um
73
denominador comum por meio da elaboração de uma nova legislação que possa
abarcar, de forma equânime os interesses de todos. Assim, será possível cumprir
nossa Constituição Cidadã de 1988 e garantir o direito de todos à moradia, bem
como viabilizar os princípios nos quais se funda a ordem econômica, conforme o
artigo 170 da Constituição Federal de 1988.
REFERÊNCIAS BIBLIUOGRÁFICAS
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2012.
AGUIAR JÚNIOR, Ruy Rosado de. Extinção dos contratos. In: FERNANDES,
Wanderley (Coord.). Contratos empresariais: fundamentos e princípios dos
contratos empresariais. 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2012.
ALVES, Murilo Rodrigues. Medida Provisória dos Distratos Prevê Reghra para
Inadimplentes. In: O Estado de São Paulo. Caderno de Economia e Negócios. 02
de ago., 2017. Disponível em:
<http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,medida-provisoria-dos-distratos-
preve-regra-para-inadimplentes,70001920035>.
ASSIS, Araken de. Do Distrato no Novo Código Civil. In: Revista CEJ, v. 7, n. 24,
jan./mar. 2004.
BEVILAQUA, Clovis. Código Civil Comentado. Vol. 4. São Paulo: Red Livros, 2000.
75
DINIZ, Maria Helena. Tratado Teórico e Prático dos Contratos. 2ª vol, 6ª ed. São
Paulo: Saraiva, 2006.
FRANÇA, Luis. O Impacto Social dos Distratos. São Paulo, 2017. Disponível em:
<http://abrainc.org.br/artigos/2017/08/07/o-impacto-social-dos-distratos/>. Acesso
em 10/08/2017.
GAMA, Guilherme Calmon Nogueira. Direito Civil: obrigações. São Paulo: Atlas,
2008.
LÔBO, Paulo Luiz Netto. Teoria Geral das Obrigações. São Paulo: Saraiva, 2005.
LOUREIRO, Luiz Guilherme. Teoria Geral dos Contratos no Novo Código Civil.
São Paulo: Método, 2002.
81
MARQUES, Cláudia Lima; BRAUNER, Daniela Corrêa Jacques. Novas regras para
distrato de contratos de imóveis na planta. In: Revista Consultor Jurídico, 1 de
março de 2017. Disponível em: <http://www.conjur.com.br/2017-mar-01/garantias-
consumo-novas-regras-distrato-contratos-imoveis-planta>.
PEREIRA, Caio Mário da Silva. Instituição de Direito Civil. Vol. III. 20ª ed. Rio de
Janeiro: Forense, 2016.
SILVA, Regina Beatriz Tavares e (coord.). Código Civil Comentado. 7ª ed. rev. e
atual. São Paulo:Saraiva, 2010.