Universidade Federal Do Rio Grande Do Sul Faculdade de Direito Curso de Pós-Graduação em Direito Curso de Especialização em Direito Internacional
Universidade Federal Do Rio Grande Do Sul Faculdade de Direito Curso de Pós-Graduação em Direito Curso de Especialização em Direito Internacional
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PORTO ALEGRE
2015
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PORTO ALEGRE
2015
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DEDICATÓRIA
...
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AGRADECIMENTOS
Assim, o mercador ou
comerciante, movido pelo seu próprio interesse
egoísta, é levado por uma mão invisível a
promover algo que nunca fez parte do
interesse dele: o bem estar da sociedade
Adam Smith
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RESUMO
ABSTRACT
This paper deals with the Purchase and Sale of Goods International governed
by the United Nations Vienna Convention 1980 (CISG), analyzing their impact
on Brazilian legal system through a comparative perspective. Includes the main
contractual aspects related to the contractual object of buying and selling.
Before the UNIDROIT principles reviews the aspects inherent to contractual
training highlighted the principles of good faith and of freedom of contract in an
inherent analysis to product supply. The following reviews the characteristics of
the delivery of goods disciplined by the Convention, bringing the normative
regulated called INCOTERMS and key codes used in commercial dealings.
Then select delivery characteristics of the product being in disagreement as
expected terminology. Ultimately includes penalties related to noncompliance
with agreements covering the guidelines to qualify the contract as a
fundamental breach also the specificity of the Convention when it comes to the
granting of additional time called NACHFRIST, German school son who breaks
new ground in the international arena to move the interest evaluative part of the
business. In this context also stresses the solutions adopted by the Convention
for damages upon breach of contract and the parallel lives of the institute,
elucidated the Brazilian land opposite the Convention and the granting of
additional time conflict with the default of the party in default on objective
contractual matters of international legal relations.
SUMÁRIO
RESUMO .............................................................................................................8
ABSTRACT ..........................................................................................................9
INTRODUÇÃO ...................................................................................................11
1. OS CONTRATOS INTERNACIONAIS E A CISG NO BRASIL ..................15
1.1 ASPECTOS GERAIS DE INTERPRETAÇÃO DA CISG ...........................16
1.2 O PRINCÍPIO DA LIBERDADE CONTRATUAL E DA BOA-FÉ ...............18
1.3 A FORMAÇÃO DE CONTRATOS E A OFERTA........................................21
2. DO CUMPRIMENTO CONTRATUAL ........................................................27
2.1 A ENTREGA DA MERCADORIA ...............................................................28
2.2 INCOTERMS .............................................................................................31
2.3 A DESCONFORMIDADE DA MERCADORIA ..........................................33
3. DO DESCUMPRIMENTO CONTRATUAL ................................................36
3.1 RESOLUÇÃO POR VIOLAÇÃO FUNDAMENTAL ...................................38
3.2 CONCESSÃO DO PRAZO SUPLEMENTAR (NACHFRIST) ....................40
3.3 DAS PERDAS E DANOS E DA MORA .....................................................42
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................46
REFERÊNCIAS .................................................................................................48
!11
INTRODUÇÃO
cascasc1
1 PESSÔA, Fernando J. Breda. O Impacto da Interpretação Uniforme da CISG no Direito Brasileiro. In:
NALIN, Paulo et alia. (Org.). Compra e Venda Internacional de Mercadorias. Curitiba: Juruá, 2014, p.33.
2 Ibidem, p. 34.
3 Ibidem, p. 42-43.
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4 "Art. 1º Fica aprovado o texto da Convenção das Nações Unidas sobre Contratos de Compra e Venda
Internacional de Mercadorias, estabelecida em Viena, em 11 de abril de 1980, no âmbito da Comissão das
Nações Unidas para o Direito Mercantil Internacional.
Parágrafo único. Ficam sujeitos à aprovação do Congresso Nacional quaisquer atos que possam
resultar em revisão da referida Convenção, bem como quaisquer ajustes complementares que, nos termos
do inciso I do art. 49 da Constituição Federal, acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio
nacional.
Art. 2º Este Decreto Legislativo entra em vigor na data de sua publicação.” BRASIL. Decreto
Legislativo nº 538, de 18 de outubro de 2012. Disponível em: <http://www2.camara.leg.br/legin/fed/
decleg/2012/decretolegislativo-538-18-outubro-2012-774414-convencao-137911-pl.html> Acesso em 20 de
mai. 2015
5 “Artigo 7(1) Na interpretação desta Convenção ter-se-ão e, conta seu caráter internacional e a
necessidade de promover a uniformidade de sua aplicação, bem como assegurar o respeito à boa fé no
comércio internacional.
(2) As questões referentes às matérias reguladas por esta Convenção que não forem por ela
expressamente resolvidas serão dirimidas segundo os princípios gerais que a inspiram ou, à falta destes, de
acordo com a lei aplicável segundo as regras de direito internacional privado.” MARQUES Cláudia Lima,
LIXINSKI Lucas (coord.). Legislação de direito dos negócios internacionais. São Paulo: Editora Revista
dos Tribunais: 2014. p. 385.
6 PUGLIESE, William S. A Interpretação da CISG: Em busca da uniformidade. In: NALIN, Paulo et alia.
(Org.). Compra e Venda Internacional de Mercadorias. Curitiba: Juruá, 2014, p.50-51.
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7 PUGLIESE, William S. A Interpretação da CISG: Em busca da uniformidade. In: NALIN, Paulo et alia.
(Org.). Compra e Venda Internacional de Mercadorias. Curitiba: Juruá, 2014, p.53 et seq.
8 MELLO, Celso de Albuquerque, apud MEDAGLIA, Ivo de Paula. A proposta de uniformização do direito do
comércio internacional e a integração da CISG na ordenamento jurídico brasileiro. In: NALIN, Paulo et alia.
(Org.). Compra e Venda Internacional de Mercadorias. Curitiba: Juruá, 2014, p.90.
9 SARMENTO, Daniel apud MEDAGLIA, Ivo de Paula. op. cit., loc. cit.
10 BAUMAN, Zygmunt (1925). Modernidade Líquida; tradução Plínio Dentzien. Rio de Janeiro: Zahar, 2001.
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11 "Artigo 1.1: As partes são livres para celebrar um contrato e determinar-lhe o conteúdo." (VILLELA,
João Baptista et.al. Princípios Unidroit Relativos aos Contratos Comerciais Internacionais/2004 [versão em
língua portuguesa]. São Paulo: Quartier Latin: 2009. p.8-9.)
12 Ibidem, p. 2.
13 Ibidem, p. 3.
!19
18VILLELA, João Baptista et.al. Princípios Unidroit Relativos aos Contratos Comerciais Internacionais/
2004 [versão em língua portuguesa]. São Paulo: Quartier Latin: 2009. p.20-21.
19 “Artigo 19(2): Se, todavia, a resposta que pretender constituir aceitação contiver elementos
complementares ou diferentes mas que não alterem substancialmente as condições da proposta, “al
resposta constituirá aceitação, salvo se o proponente, sem demora injustificada, objetar verbalmente às
diferenças ou envie uma comunicação a respeito delas. Não o fazendo, as condições do contrato serão as
constantes da proposta, com as modificações contidas na aceitação”. MARQUES Cláudia Lima, LIXINSKI
Lucas (coord.). Legislação de direito dos negócios internacionais. São Paulo: Editora Revista dos
Tribunais: 2014. p. 386.
20"Artigo 21(2): Se a carta ou outra comunicação escrita contendo aceitação tardia revelar ter sido
expedida em condições tais que chegaria a tempo ao proponente caso a transmissão fosse regular, a
manifestação tardia produzira efeito de aceitação, salvo se o proponente, sem demora, informar ao
destinatário que considera expirada sua proposta, ou enviar comunicação para este efeito”. ibidem, p.387.
21 NALIN, Paulo. A boa fé entre dois mundos: Civil Law e Common Law (Aproximação comparativa do
princípio da boa fé “brasileira” em vista da aplicação uniforme do Art. 7 da CISG). In: NALIN, Paulo et alia.
(Org.). Compra e Venda Internacional de Mercadorias. Curitiba: Juruá, 2014. p.135.
22 ibidem, p.138.
!21
desenvolvimento8.
23RODRIGUES, Sílvio (2003) apud XAVIER, Luciana Pedroso. A formação dos contratos no código civil de
2002, no código de defesa do consumidor e na CISG. In: NALIN, Paulo et alia. (Org.). Compra e Venda
Internacional de Mercadorias. Curitiba: Juruá, 2014. p.142.
24
TREBILCOCK (1993) apud COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de direito civil, 3: contratos / Fábio Ulhoa
Coelho. 4a ed. São Paulo: Saraiva: 2010. p. 31.
25 RODRIGUES, Sílvio (2003) apud XAVIER, Luciana Pedroso. op.cit., p.143.
!22
26 "Artigo 1.3: Um contrato validamente celebrado é vinculatório entre as partes. Ele somente pode
ser modificado ou extinto em conformidade com o disposto em suas próprias cláusulas, ou pelo
comum acordo das partes, ou ainda segundo previsão diversa contida nos seguintes princípios.”
VILLELA, João Baptista et.al. Princípios Unidroit Relativos aos Contratos Comerciais Internacionais/
2004 [versão em língua portuguesa]. São Paulo: Quartier Latin: 2009. p. 11.
27“Artigo 1.8: Uma parte não pode agir contrariamente às expectativas suscitadas na outra, quando
esta confiou razoavelmente naquelas expectativas e agiu em prejuízo de si própria.” Ibidem, p. 23.
28“Art. 427CC.: A proposta de contrato obriga o proponente, se o contrário não resultar dos termos dela, da
natureza do negócio, ou das circunstâncias do caso”. MATIELLO, Fabrício Zamprogna. Código civil
comentado: Lei n. 10.406 de 10.01.2002 / Fabrício Zamprogna Matiello. 3a ed. São Paulo: LTr, 2007. p.
284.
29GOMES, Orlando (2002) apud XAVIER, Luciana Pedroso. A formação dos contratos no código civil de
2002, no código de defesa do consumidor e na CISG. In: NALIN, Paulo et alia. (Org.). Compra e Venda
Internacional de Mercadorias. Curitiba: Juruá, 2014. p. 144.
30"Art. 431CC.: A aceitação fora do prazo, com adições, restrições, ou modificações, importará nova
proposta.” MATIELLO, Fabrício Zamprogna. op. cit., p. 288.
!23
31“Artigo 14(1). Para que se possa constituir uma proposta, a oferta de contrato feita a pessoa ou pessoas
determinadas deve ser suficientemente precisa e indicar a intenção do proponente de obrigar-se em caso
de aceitação. A oferta é considerada suficientemente precisa quando designa as mercadorias e, expressa
ou implicitamente, fixa a quantidade e o preço, ou prevê meio para determiná-los”. MARQUES Cláudia
Lima, LIXINSKI Lucas (coord.). op. cit., p. 385.
32 SCHROETER, Ülrich G. (2010) apud XAVIER, Luciana Pedroso. op. cit., p. 154.
33 ibidem, p. 155.
34 GREBLER, Eduardo. (2005-2006) apud XAVIER, Luciana Pedroso. op. cit., loc cit.
35 “Artigo 15(1). A proposta se torna eficaz quando chega ao destinatário”. XAVIER, Luciana Pedroso. op.
cit., p. 156.
36 “Artigo 24. Para os fins desta parte da Convenção, se considerará que a proposta, a manifestação de
aceitação ou qualquer outra manifestação de intenção “chega” ao destinatário quando for efetuada
verbalmente, ou for entregue pessoalmente por qualquer outro meio, no seu estabelecimento comercial,
endereço postal, ou, na falta destes, na sua residência habitual”. MARQUES Cláudia Lima, LIXINSKI Lucas
(coord.). op. cit., p. 387.
37 XAVIER, Luciana Pedroso. op. cit., loc. cit.
!24
38 “Segundo a Convenção, Artigo 15(2): Ainda que seja irrevogável, a proposta pode ser retirada, desde
que a retratação chegue ao destinatário antes da própria proposta ou simultaneamente a ela”. MARQUES
Cláudia Lima, LIXINSKI Lucas (coord.). op. cit., p. 386.
39 XAVIER, Luciana Pedroso. op. cit., loc. cit.
40MARQUES, Cláudia Lima (2002) apud MIRAGEM, Bruno. Curso de direito do consumidor / Bruno
Miragem. 5a ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2014. p. 244
41 MIRAGEM, Bruno. op. cit., loc. cit.,
42 “ Art. 30. Toda informação ou publicidade, suficientemente precisa, veiculada por qualquer forma ou meio
de comunicação com relação a produtos e serviços oferecidos ou apresentados, obriga o fornecedor que a
fizer veicular ou dela se utilizar e integra o contrato que vier a ser celebrado”. BRASIL. Lei nº 8.078 de 11
de setembro de 1990. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/leis/L8078.htm> Acesso em
01 de jul. 2015.
44 “Artigo 16(1). A proposta poderá ser revogada até o momento da conclusão do contrato, se a revogação
chegar ao destinatário antes de este expedir a aceitação.
(2). A proposta não poderá, porém ser revogada:
(a) se fixar prazo para aceitação, ou por outro modo indicar que ela seja irrevogável.
(b) se for razoável que o destinatário a considerasse irrevogável e tiver a ele agido em confiança na
proposta recebida” . MARQUES Cláudia Lima, LIXINSKI Lucas (coord.). op. cit., p. 386.
45MALIK, Shahdeen (1985) apud VOSGERAU, Isabella Moreira de Andrade. Revogação da Oferta e
Aplicação do Art. 16 da CISG. In: NALIN, Paulo et alia. (Org.). Compra e Venda Internacional de
Mercadorias. Curitiba: Juruá, 2014. p. 165-166.
46 VINCZE, Andrea apud VOSGERAU Isabella Moreira de Andrade. op. cit., p. 167.
47 VOSGERAU, Isabella Moreira de Andrade. op. cit., p. 175.
48 SCHROETER, Ülrich G. (2010) apud VOSGERAU, Isabella Moreira de Andrade. op. cit., loc cit.
!26
49 PONTES DE MIRANDA, Francisco Cavalcanti (2012) apud VOSGERAU, Isabella Moreira de Andrade. op.
cit., p. 169.
50 “Artigo8(3): Para determinar a intenção de uma parte, ou o sentido que teria dado uma pessoa razoável,
devem ser consideradas todas as circunstâncias pertinentes ao caso, especialmente negociações, práticas
adotadas pelas partes entre si, usos e costumes e qualquer conduta subsequente das partes”. MARQUES
Cláudia Lima, LIXINSKI Lucas (coord.). op. cit., p. 385.
51 VOSGERAU, Isabella Moreira de Andrade. op. cit., p. 171.
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2. DO CUMPRIMENTO CONTRATUAL
1 ZANELATTO, Natália Villas Bôas. A obrigação de entrega na CISG e na prática contratual internacional:
Breve comparação com o regime jurídico brasileiro. In: NALIN, Paulo et alia. (Org.). Compra e Venda
Internacional de Mercadorias. Curitiba: Juruá, 2014. p. 211.
2COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de direito civil, 3: contratos / Fábio Ulhoa Coelho. 4a ed. São Paulo:
Saraiva: 2010. p. 40.
3 ZANELATTO, Natália Villas Bôas. op.cit., loc. cit.,
4 ibidem, p. 212.
!28
5 GOMES, Orlando (2009) apud ZANELATTO, Natália Villas Bôas. op.cit., p. 212.
6 PONTES DE MIRANDA, Francisco Cavalcanti (2012) apud Natália Villas Bôas. op.cit., loc cit.
7 PONTES DE MIRANDA, Francisco Cavalcanti (2012) apud Natália Villas Bôas. op.cit., p. 213.
8 idem.
9 COELHO, Fábio Ulhoa. op. cit., p. 27.
!29
10 GOMES, Orlando (2009) apud ZANELATTO, Natália Villas Bôas. op.cit., p. 214.
11
KLEE, Antônia Espíndola Longoni. Comércio Eletrônico / Antônia Espíndola Longoni Klee. São Paulo:
Editora Revista dos Tribunais 2014. p. 226.
12 ZANELATTO, Natália Villas Bôas. op.cit., loc. cit.
13 COELHO, Fábio Ulhoa. op. cit., p. 177.
!30
14 “Artigo30: O vendedor estará obrigado, nas condições previstas no contrato e na presente Convenção, a
entregar as mercadorias, a transmitir a propriedade sobre elas e, sendo o caso, a remeter os respectivos
documentos”. MARQUES Cláudia Lima, LIXINSKI Lucas (coord.). op. cit., p. 388.
15 ZANELATTO, Natália Villas Bôas. op.cit., p. 215.
16FERRARI, Franco; TORSELLO, Marco. International Sales Law - CISG. St. Paul MN: West Academic
Publishing USA, 2014. p. 191. (tradução nossa).
17 KLAMAS, Caroline Cavassin. Considerações sobre a desconformidade dos bens e os deveres dela
decorrentes na CISG e no Código Civil Brasileiro. In: NALIN, Paulo et alia. (Org.). Compra e Venda
Internacional de Mercadorias. Curitiba: Juruá, 2014.
p.264.
18 ZANELATTO, Natália Villas Bôas. op.cit., loc. cit.
!31
2.2 INCOTERMS
19SCHLECHTRIEM, Peter; SCHWENZER, Ingeborg (2010) apud ZANELATTO, Natália Villas Bôas. op.cit.,
p.216.
20 “Artigo 9(1). As partes se vincularão pelos usos e costumes em que tiverem consentido e pelas práticas
que tiverem estabelecido entre si.
(2). Salvo acordo em contrário, presume-se que as partes consideram tacitamente aplicáveis ao contrato, ou
à sua formação, todo e qualquer uso ou costume geralmente reconhecido e regularmente observado no
comércio internacional, em contratos de mesmo tipo no mesmo ramo de comércio, de que tinham ou
devessem ter conhecimento”. MARQUES Cláudia Lima, LIXINSKI Lucas (coord.). op. cit., p. 385.
21FERRARI, Franco; TORSELLO, Marco. International Sales Law - CISG. St. Paul MN: West Academic
Publishing USA, 2014. p. 191. (tradução nossa).
22 ZANELATTO, Natália Villas Bôas. op.cit., loc. cit.
!32
28SCHLECHTRIEM, Peter; SCHWENZER, Ingeborg (2010) apud ZANELATTO, Natália Villas Bôas. op.cit.,
221.
29 “Artigo 58(1). Se o comprador não estiver obrigado a pagar o preço em momento determinado, deve
pagá-lo quando o vendedor colocar à sua disposição as mercadorias ou os documentos que as
representarem, de acordo com o contrato ou com a presente Convenção. O vendedor poderá considerar o
pagamento como condição para a entrega das mercadorias ou dos documentos”. MARQUES Cláudia Lima,
LIXINSKI Lucas (coord.). op. cit., p. 392.
30 ZANELATTO, Natália Villas Bôas. op.cit., p. 222.
31 KLAMAS, Caroline Cavassin. op. cit., p. 261.
!34
3. DO DESCUMPRIMENTO CONTRATUAL
Segundo, outra novidade, da modernização da agricultura que chega ao
campo são as ferramentas da agricultura de precisão. Esta nova forma de gerir
O princípio fundamental dentro da normativa da Convenção consiste no
teor da preservação dos contratos (favour contractus), através do qual a
resolução do pacto (avoidance) deverá ocorrer somente em casos extremos,
quando o descumprimento frustrar significativamente a expectativa da parte em
relação ao objeto do contrato (fundamental breach).1
1 BRIDGE, Michael (2010) apud ZARONI, Bruno Marzullo. Descumprimento contratual na CISG:
Mecanismos à disposição das partes. In: NALIN, Paulo et alia. (Org.). Compra e Venda Internacional de
Mercadorias. Curitiba: Juruá, 2014. p. 273.
2 HUBER, Peter ; MULLIS, Alastair (2007) apud ZARONI, Bruno Marzullo. op. cit., p. 274.
3 Ülrich, Magnus (2005) apud ZARONI, Bruno Marzullo. op. cit., p. 275.
4 TORSELLO, Marco (2005) apud ZARONI Bruno Marzullo. op. cit., loc cit.
5 LOOKOFSKY, Joseph (2008) apud ZARONI Bruno Marzullo. op. cit., p. 275-276.
!37
6 “Artigo 25. A violação ao contrato por uma das partes é considerada como essencial se causar à outra
parte prejuízo de tal monta que substancialmente a prive do resultado que poderia esperar do contrato,
salvo se a parte infratora não tiver previsto e uma pessoa razoável da mesma condição e nas mesmas
circunstâncias não pudesse prever tal resultado”. MARQUES Cláudia Lima, LIXINSKI Lucas (coord.). op.
cit., p. 387.
7 FRADERA, Vera Jacob de (2013) apud NALIN, Paulo; STEINER, Renata C. Atraso na Obrigação de
entrega e essencialidade do tempo do cumprimento na CISG. In: NALIN, Paulo et alia. (Org.). Compra e
Venda Internacional de Mercadorias. Curitiba: Juruá, 2014. p. 328.
8 ibidem, p. 329.
9 FERRARI, Franco; TORSELLO, Marco. op.cit., p. 329. (tradução nossa).
10 LOOKOFSKY, Joseph (2008) apud NALIN, Paulo; STEINER, Renata C. op.cit., p. 327.
!38
11 HUBER, Peter; MULLIS, Alastair (2007) apud ZARONI, Bruno Marzullo. op. cit., p. 287.
12 “Artigo 9(2). Salvo acordo em contrário, presume-se que as partes consideram tacitamente aplicáveis ao
contrato, ou á sua formação, todo e qualquer uso ou costume geralmente reconhecido e regularmente
observado no comércio internacional, em contratos do mesmo tipo no mesmo ramo de comércio, de que
tinham ou devessem ter conhecimento”. MARQUES Cláudia Lima, LIXINSKI Lucas (coord.). op. cit., p. 385.
13 FERRARI, Franco; TORSELLO, Marco. op.cit., p. 337. (tradução nossa).
14 HUBER, Peter; MULLIS, Alastair (2007) apud ZARONI, Bruno Marzullo. op. cit., p. 288-289.
15 idem
!39
16“Artigo 48(1). Sem prejuízo do disposto no artigo 49, o vendedor poderá, mesmo após a data da entrega,
sanar por conta própria qualquer descumprimento de suas obrigações , desde que isto não implique demora
não razoável nem cause ao comprador inconveniente ou incerteza não razoável quanto ao reembolso, pelo
vendedor, das despesas feitas pelo comprador. Contudo, o comprador manterá o direito de exigir
indenização das perdas e danos decorrentes do atraso no cumprimento do contrato”. MARQUES Cláudia
Lima, LIXINSKI Lucas (coord.). op. cit., p. 391.
17 ZARONI, Bruno Marzullo. op. cit., p. 290.
18NALIN, Paulo; STEINER, Renata C. Atraso na Obrigação de entrega e essencialidade do tempo do
cumprimento na CISG. In: NALIN, Paulo et alia. (Org.). Compra e Venda Internacional de Mercadorias.
Curitiba: Juruá, 2014. p. 339.
19 ibidem, p. 339.
!40
20“Artigo 63(1). O vendedor poderá conceder prazo suplementar razoável para cumprimento das
obrigações que incumbirem ao comprador”. MARQUES Cláudia Lima, LIXINSKI Lucas (coord.). op. cit., p.
393.
21 ZARONI, Bruno Marzullo. op. cit., p. 304.
22 HUBER, Peter; MULLIS, Alastair (2007) apud ZARONI, Bruno Marzullo. op. cit., p. 304.
23 SCHWENZER, Ingeborg; SCHLECHTRIEM, Peter (2010) apud ZARONI, Bruno Marzullo. op. cit., loc. cit.
24 NALIN, Paulo; STEINER, Renata C. Atraso na Obrigação de entrega e essencialidade do tempo do
cumprimento na CISG. In: NALIN, Paulo et alia. (Org.). Compra e Venda Internacional de Mercadorias.
Curitiba: Juruá, 2014. p. 339.
!41
24 “Artigo 49(1)(b). no caso de falta de energia, se o vendedor não entregar as mercadorias dentro do
prazo suplementar concedido pelo comprador, conforme o parágrafo(1) do artigo 47, ou se declarar não que
não efetuará a entrega dentro do prazo assim concedido”. MARQUES Cláudia Lima, LIXINSKI Lucas
(coord.). op. cit., p. 391.
25“Artigo 64(1)(b). o comprador não cumprir a obrigação de pagar o preço, ou não receber as mercadorias
no prazo suplementar fixado pelo vendedor, de acordo com o parágrafo(1) do artigo 6, ou ainda, declarar
que não o fará no prazo assim fixado.” MARQUES Cláudia Lima, LIXINSKI Lucas (coord.). op. cit., p. 393.
26 FERRARI, Franco; TORSELLO, Marco. op.cit., p. 356. (tradução nossa).
27 MÜLLER-CHEN, Markus apud NALIN, Paulo; STEINER, Renata C. op. cit., p. 339.
28 idem, p. 340.
!42
29 “Artigo 74. As perdas e danos decorrentes de violação do contrato por uma das partes consistirão no
valor equivalente ao prejuízo sofrido, inclusive lucros cessantes, sofrido pela outra parte em consequência
do descumprimento. Esta indenização não pode exceder à perda que a parte inadimplente tinha ou devesse
ter previsto no momento da conclusão do contrato, levando em conta os fatos dos quais tinha ou devesse
ter tido conhecimento naquele momento, como consequência do descumprimento do contrato”. MARQUES
Cláudia Lima, LIXINSKI Lucas (coord.). op. cit., p. 395.
30CORDEIRO, Adriano C. A Convenção de Viena de 1980 sobre Contratos Internacionais e seu sistema de
perdas e danos. In: NALIN, Paulo et alia. (Org.). Compra e Venda Internacional de Mercadorias. Curitiba:
Juruá, 2014. p. 310.
31 “Artigo 475CC.: A parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução do contrato, se não preferir
exigir-lhe o cumprimento, cabendo, em qualquer dos casos, indenização por perdas e danos”. MATIELLO,
Fabrício Zamprogna. Código civil comentado: Lei n. 10.406 de 10.01.2002 / Fabrício Zamprogna
Matiello. 3a ed. São Paulo: LTr, 2007. p. 313.
32COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de direito civil, 3: contratos / Fábio Ulhoa Coelho. 4a ed. São Paulo:
Saraiva: 2010.p. 133.
!43
em condições desiguais.31
Outra curiosidade da CISG é o fato de que não há regulamentação em
relação à moeda, ou mesmo parâmetro para cálculo de danos.36
36 idem
!44
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
www.mdic.gov.br/sistemas_web/aprendex/default/index/popup/id/103> Acesso
em 03 de jul. 2015.
NALIN, Paulo. A boa fé entre dois mundos: Civil Law e Common Law
(Aproximação comparativa do princípio da boa fé “brasileira” em vista da
aplicação uniforme do Art. 7 da CISG). In: NALIN, Paulo et alia. (Org.). Compra
e Venda Internacional de Mercadorias. Curitiba: Juruá, 2014