Taxa de Incidência de Dengue - D.2.3: Conceituação
Taxa de Incidência de Dengue - D.2.3: Conceituação
Taxa de Incidência de Dengue - D.2.3: Conceituação
1. Conceituação
• Número de casos novos confirmados de dengue (clássico e febre hemorrágica da dengue – códigos
A90-A91 da CID-10), por 100 mil habitantes, na população residente em determinado espaço
geográfico, no ano considerado.
• A definição de caso confirmado de dengue baseia-se em critérios adotados pelo Ministério da Saúde
para orientar as ações de vigilância epidemiológica da doença em todo o país1.
2. Interpretação
• Estima o risco de ocorrência de casos de dengue, em períodos endêmicos e epidêmicos, numa
determinada população em intervalo de tempo determinado.
• Está relacionada à picada do mosquito Aedes aegypti infectado com o vírus da dengue (grupo dos
flavivírus), dos sorotipos 1, 2, 3 ou 4. O vetor está presente em todos os estados Brasileiros, com
circulação simultânea dos sorotipos 1, 2 e 3 do vírus da dengue em 24 unidades federadas em 2005.
Não há registro da circulação do tipo 4 no Brasil.
• As taxas de incidência não padronizadas por idade estão sujeitas à influência de variações na
composição etária da população, o que exige cautela nas comparações entre áreas e para períodos
distintos.
3. Usos
• Analisar variações populacionais, geográficas e temporais na distribuição dos casos confirmados de
dengue, como parte do conjunto de ações de vigilância epidemiológica e ambiental da doença.
• Contribui para a avaliação e orientação das medidas de controle vetorial do Aedes aegypti.
• Subsidiar processos de planejamento, gestão e avaliação de políticas e ações de saúde direcionadas
ao controle de doenças de transmissão vetorial.
4. Limitações
• Depende das condições técnico-operacionais do sistema de vigilância epidemiológica, em cada área
geográfica, para detectar, notificar, investigar e realizar testes laboratoriais específicos para a
confirmação diagnóstica de casos de dengue.
• Pode apresentar subnotificação devido a dificuldades para identificar as formas clínicas leves e
moderadas, que constituem a maioria dos casos de dengue. Em situações epidêmicas, esses casos
tendem a ser confirmados apenas em base clínico-epidemiológica, o que impõe atenção na análise
de séries temporais.
• Os dados utilizados neste indicador não estão desagregados por formas clínicas (dengue clássico e
febre hemorrágica da dengue) nem por tipos de vírus circulantes.
1
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Dengue. In: Guia de vigilância epidemiológica. 6. ed.
Brasília: Ministério da Saúde, 2005, p. 231.
5. Fonte
Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS): base de dados do Sistema Nacional de
Vigilância Epidemiológica: boletins de notificação semanal e Sistema de Informação de Agravos de
Notificação – Sinan (a partir de 1998) e base de dados demográficos fornecida pelo IBGE.
6. Método de cálculo
Número de casos novos confirmados de dengue (todas as formas) em residentes
x 100.000
População total residente no período determinado
Em meados da década de 1990 teve início a segunda epidemia de dengue no Brasil, consequente à
rápida dispersão do vetor em estados e municípios do interior do país, inclusive da região Sul. Essa
situação se diferenciou da epidemia anterior, que predominou em grandes centros urbanos da região
Sudeste, e em 1991 produziu 71 casos por 100 mil habitantes.
A tabela mostra a expansão epidêmica a todas as regiões, até 1998, quando 528 mil casos foram
notificados, (327 casos por 100 mil habitantes) 90% deles nas regiões Nordeste e Sudeste. Em 2001 se
evidencia uma terceira epidemia, de proporções ainda maiores, com 795 mil notificações em 2002 (398
casos por 100 mil habitantes). Esta ocorrência está associada à detecção, no Brasil, do sorotipo 3 do
vírus da dengue.