Plano Contingencia 23.11.22 - Final
Plano Contingencia 23.11.22 - Final
Plano Contingencia 23.11.22 - Final
A atuação da Vigilância em Saúde está, em grande parte, baseada na análise permanente da situação de
saúde da população, e no desenvolvimento contínuo de ações destinadas ao controle de determinantes,
riscos e danos à saúde de populações que vivem em determinados territórios, garantindo-se a integralidade
da atenção, que inclui tanto a abordagem individual como coletiva dos problemas de saúde.
Intimamente relacionadas à dinâmica populacional em todas as suas dimensões, sejam elas estruturais,
socioculturais ou econômicas, as ações de prevenção e controle das arboviroses urbanas (dengue,
chikungunya e Zika) são consideradas de difícil implantação por seu caráter de atuação global, que
transcende o setor saúde.
Com o propósito de aprimorar sua capacidade de resposta frente a ocorrência das doenças transmitidas pelo
Aedes aegypti e sua eficiência no planejamento e desenvolvimento de ações para distintos cenários de risco,
a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (ESP), em parceria com os demais níveis de gestão do Sistema
Único de Saúde (SUS) no estado, formula o “Plano Estadual de Contingência das Arboviroses Urbanas:
Dengue, Chikungunya e Zika 2023-2024”, propondo medidas a serem implementadas de forma oportuna,
qualificada e integrada com os demais eixos de atenção à saúde, buscando minimizar o impacto de sua
ocorrência na saúde da população paulista.
1. INTRODUÇÃO
Ao lado de outras doenças infecciosas de transmissão vetorial, as arboviroses urbanas, em especial a dengue,
constitui importante causa de morbimortalidade no país e no mundo. A partir de 2016 a circulação
simultânea dos vírus da dengue (DENV1/DENV2/DENV3/DENV4), chikungunya (CHIKV) e Zika (ZIKV) no ESP,
torna a questão ainda mais desafiadora em função do risco acrescido de ocorrência de transmissões de
grande magnitude por qualquer uma das três doenças.
Muito embora as transmissões importantes de chikungunya e Zika tenham ficado restritas às regiões de
saúde da Baixada Santista (2021) e Região Metropolitana do ESP (2016), respectivamente, a ocorrência
dengue tem sido motivo de grande preocupação por parte do poder público estadual, pela ocorrência
frequente de transmissões em nível epidêmico, com aumento dos registros de casos graves e óbitos,
causando enorme dano à sua população.
Sendo de notório saber que o controle da transmissão destes agravos envolve uma sequência de ações
diferenciadas, planejadas e executadas de acordo com cenário epidemiológico, de forma integrada,
articulada e coordenada intra e intersetorialmente e com a participação da sociedade civil, o presente
documento, construído a partir da experiência no enfrentamento das transmissões anuais de dengue, muitas
delas de grande magnitude, norteia as ações dos principais eixos envolvidos no controle das arboviroses:
vigilâncias epidemiológica, laboratorial e sanitária, controle vetorial, a assistência à saúde,
educação/comunicação e mobilização social, para os diversos cenários de transmissão, tanto municipal
quanto regional e estadual.
2. OBJETIVOS
2.1 Geral
2.2 Específicos:
3.1 – GESTÃO
• Instituições responsáveis: Coordenadoria de Controle de Doenças (CCD/SES-SP)
Embora o cenário epidemiológico das arboviroses urbanas seja caracterizado, principalmente, pela
sazonalidade na sua ocorrência, os níveis de transmissão são distintos em diferentes regiões, e cenários
epidêmicos, quando os agravos se comportam com incidência acima da esperada para o período, são cada
vez mais frequentes, podendo, muitas vezes, serem caracterizados como cenários de emergência em saúde
pública, quando a capacidade de resposta dos serviços de saúde, é ultrapassada.
A Portaria de Consolidação GM/MS n.º 4, de 28 de setembro de 2017, que consolida as normas sobre os
sistemas e os subsistemas do SUS, estabelece, no Anexo 5, o Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica,
e define a compulsoriedade da notificação de casos suspeitos de dengue, chikungunya e Zika a todos os
níveis de gestão do SUS em até sete dias. Já para casos suspeitos de Zika em gestantes (níveis estaduais e
municipais) e óbitos de ambas as doenças, o prazo máximo para notificação é de 24 horas após a suspeita
inicial.
A vigilância epidemiológica da dengue, chikungunya e Zika tem como principal objetivo detectar
precocemente a circulação das doenças, adotando medidas para evitar novas infecções, bem como risco de
evolução para formas graves e óbitos, principalmente em situações de surtos e epidemias. Nesse sentido, a
informação é ferramenta primordial para o planejamento e desenvolvimento das ações. Garantir a agilidade
na geração de dados, nas análises, e na transmissão de informação entre os diversos atores envolvidos na
prevenção e controle das arboviroses é essencial para detecção precoce da transmissão da doença e da
circulação viral, assim como para garantir a ação rápida e oportuna de prevenção e controle.
3.3 VIGILÂNCIA LABORATORIAL
• Instituição responsável: Instituto Adolfo Lutz (IAL/CCD/SES-SP)
O diagnóstico laboratorial das arboviroses urbanas será realizado de acordo com a suspeita clínica e cenário
epidemiológico de qualquer uma das três arboviroses, utilizando-se a técnica mais oportuna, segundo
momento da coleta e ocorrência de sinais de gravidade ou óbito. Para o diagnóstico serão utilizadas
metodologias sorológicas (pesquisa de anticorpos IgM – ELISA comercial ou MAC-ELISA) e moleculares
(detecção de genoma viral - RT-PCR em Tempo Real) e, em casos de óbitos, histopatologia, seguida de
pesquisa de antígenos virais por imunohistoquímica.
A execução das ações de manejo integrado do mosquito Aedes aegypti, visam a redução da infestação como
forma de minimizar o risco de ocorrência das doenças por eles transmitidas. A vigilância entomológica
objetiva a continua observação e avaliação das informações originadas nas características biológicas e
ecológicas dos vetores, e permitem calcular indicadores de infestação que proporcionem o conhecimento
para detecção de qualquer mudança no perfil de transmissão das doenças.
Compete ao nível estadual estabelecer as diretrizes, a coordenação e execução das ações de capacitação,
orientação técnica, gestão da logística e de estoques de praguicidas e equipamentos para o controle químico
e execução de ações de controle complementares quando o cenário epidemiológico aponta para a
necessidade dessa intervenção conjunta.
As inspeções sanitárias para avaliar e gerenciar cenários de risco à saúde decorrentes da presença de
criadouros dos mosquitos vetores das arboviroses não se limitam aos lotes residenciais, abrangendo também
o comércio, as indústrias, os prédios institucionais e outras edificações ou espaços nos quais estejam
favorecidas as condições para proliferação do mosquito.
A Vigilância Sanitária, investida que é de poder de polícia administrativa, pode ser demandada quando da
identificação, pelas equipes de controle de endemias ou agentes comunitários de saúde, de situações mais
críticas e persistentes da presença de criadouros de larvas ou mosquitos transmissores da dengue.
Os pontos estratégicos (PE) e os imóveis especiais (IE) são locais que podem estar sujeitos à inspeção
sanitária, seja no contexto do licenciamento sanitário (Portaria CVS 1, de 22 de julho de 2022) ou quando da
constatação de reincidência nas irregularidades detectadas pelo controle de vetores municipal.
O Centro de Vigilância Sanitária (CVS) participa ativamente das iniciativas estaduais de saúde para o controle
da dengue, elaborando normas que são referências para as equipes de saúde em âmbito estadual e
municipal e que devem ser aplicadas durante as inspeções sanitárias.
A atenção primária é a principal porta de entrada para a atenção aos casos suspeitos de dengue,
chikungunya e Zika, tanto na fase aguda quanto nas situações de evolução prolongada, como é o caso de
chikungunya. Cabe à atenção primária (como também à rede de urgência) classificar os casos, realizar o
atendimento inicial e o seguimento dos casos sem gravidade ou necessidade de internação, referenciando
aquelas situações de agravamento que exigem a atenção hospitalar (enfermaria e UTI).
Nas situações de cronificação dos casos de chikungunya em que o controle clínico dos sintomas articulares
fracassa, é necessário também referenciar para a rede ambulatorial especializada.
A organização das ações de assistência no enfrentamento das arboviroses é de fundamental importância no
planejamento de sua contingência. As ações de nível básico, bem como as de média e alta complexidade, são
executadas pelos níveis municipal e estadual, de maneira pactuada.
As ações da Atenção Básica devem ser desenvolvidas por equipe multidisciplinar, abrangendo ações de
promoção, prevenção e porta de entrada para a atenção aos casos de dengue, chikungunya e Zika, tanto na
fase aguda, reconhecendo as situações de agravamento, como no acompanhamento das evoluções mais
prolongadas.
O Agente Comunitário de Saúde (ACS) e o Agente de Controle de Endemias (ACE) desempenham papéis
fundamentais, pois se constituem como elos entre a comunidade e os serviços de saúde. Assim como os
demais membros da equipe, tais agentes devem ter corresponsabilidade com a saúde da população de sua
área de abrangência. Devem desenvolver ações de promoção, prevenção, seja nos domicílios ou nos demais
espaços da comunidade.
No processo de trabalho, estes dois atores, ACS e ACE, devem integrar suas atividades de maneira a
potencializar o trabalho e evitar a duplicidade das ações que, embora distintas, se complementam.
Um dos fatores fundamentais para o êxito do trabalho é a integração das bases territoriais de atuação dos
Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e Agentes de Controle de Endemias (ACE). O gestor municipal, junto às
equipes de saúde, deve organizar seus serviços de saúde e definir suas bases territoriais, de acordo com sua
realidade, perfil epidemiológico, aspectos geográficos, culturais e sociais, entre outros.
Em relação ao atendimento dos casos suspeitos ou confirmados de arbovirose, a atenção básica deve
realizar:
• Acolhimento
• Avaliação de gravidade
• Diagnóstico diferencial entre as arboviroses e entre outras doenças infecciosas
• Tratamento, conforme classificação de risco, e segundo as recomendações estabelecidas para
manejo clínico de cada doença
• Referenciamento dos casos graves para atenção de urgência e/ou hospitalar
• Notificação dos casos
• Acompanhamento dos casos até a alta, incluindo os de evolução prolongada.
3.6.2 – Redes de Urgência e Emergência
Os planos de ação da Rede de Atenção à Urgência (RAU) das distintas Redes Regionais de
Atenção à Saúde (RRAS) devem mapear todos os serviços de saúde existentes nas regiões, de
modo a articular em rede todos os componentes da RAU: serviços pré-hospitalares (móvel e fixo),
hospitalares e pós-hospitalares. As grades de referências que organizam os fluxos por
complexidade de maneira a permitir que um paciente seja transferido para um serviço mais
adequado ou de maior complexidade quando a situação exigir devem ser revistas periodicamente.
Assim como a Atenção Básica, a RAU é porta de entrada para o atendimento dos casos, devendo
também realizar:
• Acolhimento
• Avaliação de gravidade
• Diagnóstico diferencial entre as arboviroses e entre outras doenças infecciosas
• Tratamento, conforme classificação de risco, e segundo as recomendações estabelecidas para
manejo clínico de cada doença
• Notificação dos casos
• Referenciamento dos casos conforme previsto no manual de manejo clínico, para a Atenção Básica,
ou para a atenção hospitalar.
3.6.3 – Regulação
A Central de Regulação de Oferta de Serviços de Saúde Estadual (CROSS) atua de forma integrada e
articulada com as demais Centrais de Regulação de Urgência e Emergência das distintas RRAS. Assim, na
necessidade do acesso a equipamentos hospitalares dentro de um determinado município, esse se dará por
intermédio da respectiva Central de Urgência e Emergência de cada RRAS.
3.7 EDUCAÇÃO, COMUNICAÇÃO SOCIAL E MOBILIZAÇÃO SOCIAL:
A educação, comunicação e mobilização social são fatores fundamentais para adesão e a participação da
população nas ações de vigilância e controle do vetor.
Sendo assim, o papel destas áreas implica na elaboração de estratégias para envolvimento da população de
maneira contínua e o estabelecimento de parcerias com entidades públicas, privadas e da sociedade civil em
geral, para ações integradas e a divulgação de informações para gestores, profissionais de saúde e para
público em geral.
4. ATIVIDADES PREPARATÓRIAS
O Estado de São Paulo possui 645 municípios com características e capacidades distintas em relação à
estrutura populacional; estrutura de saúde; infraestrutura de saneamento básico; condição socioambiental e
socioeconômica, que influenciam diretamente no nível de transmissão, tanto local quanto regional, e do
estado como um todo, e na capacidade de resposta.
Ter o diagnóstico loco-regional (cenário epidemiológico e capacidade de resposta) será o ponto de partida
para o planejamento e desenvolvimento das ações de apoio ao território, no contingenciamento da
transmissão.
Do total de municípios do estado, somente em um município, Campos do Jordão, não foi identificado a
presença do vetor Aedes aegypti. No entanto esta situação é dinâmica e poderá sofrer alteração ao longo do
tempo.
O ano de 1987 marcou o início da transmissão de dengue no estado de São Paulo. A partir de
então ocorreram casos de dengue em todos os anos, em epidemias sequenciais, com aumento
gradual do número de casos coincidente com o período mais propício à proliferação do vetor,
ou seja, final de primavera e o verão.
O gráfico abaixo (Figura 1) mostra a evolução da transmissão de dengue na série histórica
desde 2010 e parcial até a 2022 no qual o ESP apresentou variação na intensidade de
transmissão, alternando anos endêmicos e epidêmicos. A maior taxa de incidência do
período foi registrada no ano de 2015, 1.597,16 casos por 100 mil habitantes, com
709.084 casos confirmados, seguido do ano 2019, o segundo maior risco da série, com
taxa de incidência de 896,48 casos por 100 mil habitantes (411.654 casos
confirmados), e do ano de 2022 onde até SE 44 a taxa de incidência está em 648,6
casos por 100 mil habitantes (319.360 casos confirmados).
No período, os anos com menores taxas de incidência foram 2012 (61,98 casos por
100.000 habitantes – 25.970 casos confirmados); 2017 (14,29 casos por 100.000
habitantes – 6.443 casos confirmados) e 2018 (34,71 casos por 100.000 habitantes-
15.805 casos confirmados.
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Fonte: Sinan Online – Dados atualizados em novembro/2022.
*2022 dados até SE 44/2022. Dados sujeitos a alteração
Figura 2 –Distribuição dos sorotipos de dengue, segundo RS de residência, ano de início dos
sintomas, ESP, 2010 – 2022.
12
4.1.3 – Cenário Epidemiológico Zika
O Estado de São Paulo começou a registrar casos de Zika Vírus em 2015, desde então ha
13
chikungunya e Zika. A classificação dos cenários de risco para dengue, conforme ilustrado no
quadro abaixo (Quadro 1), irão direcionar as ações de resposta a serem implementadas em
momentos distintos da curva de transmissão da doença.
Ressalta-se que após a classificação dos cenários de risco deve-se considerar a análise de
outros indicadores para tomada de decisões e implementação das medidas de contingência,
conforme parâmetros estabelecidos no documento das “Diretrizes de Prevenção e Controle
das Arboviroses Urbanas no Estado de São Paulo”:
14
• Positividade dos exames específicos realizados (por exemplo, positividade inferior
a 50% em períodos sazonais pode indicar circulação de outro vírus, enquanto a alta
positividade em períodos intersazonais pode indicar baixa sensibilidade da
assistência e subnotificação);
• Índices de infestação vetorial (por exemplo, buscar divergências entre ocorrência
de casos suspeitos e índices de infestação, a fim de se avaliar os indicadores
considerados na análise);
• Monitoramento dos sorotipos do vírus da dengue;
• Monitoramento da circulação de outros arbovírus, sobretudo chikungunya e Zika,
comparando a ocorrência de casos no ano em curso, por semana epidemiológica
(SE), com a transmissão registrada no ano anterior (curvas epidemiológicas);
• Distribuição espaço-temporal dos casos (atenção aos riscos associados ao
saneamento do meio: problemas no abastecimento de água ou na coleta de lixo,
imóveis fechados, abandonados ou com acesso não permitido pelo proprietário);
• Ocorrência de óbitos suspeitos ou confirmados, que devem ser considerados como
marcadores de gravidade do contexto epidemiológico local, sendo imprescindível a
investigação de seus fatores condicionantes e imediata intervenção sempre que
passíveis de correção (por exemplo, manejo clínico inadequado).
Nos cenários iniciais da transmissão, cenário silencioso e de risco inicial (Quadro 1), período de
menor ocorrência de casos, as ações estarão voltadas às atividades preparatórias, e
diretamente relacionadas a:
15
• Articulação e Integração Intra e Intersetorial – articulação e integração de diferentes
áreas técnicas do setor saúde com outros setores, principalmente com as áreas de
saneamento, educação, meio-ambiente, assistência social, entre outros (Salas de
Situação para Arboviroses), visando uma resposta integrada;
As ações descritas a seguir deverão ser desenvolvidas de maneira integrada entre os eixos de
vigilância epidemiológica, entomológica, sanitária e laboratorial, o controle do vetor, a rede de
assistência à saúde e a educação/comunicação social, considerando o cenário de risco e
transmissão em que se encontram os municípios.
16
Diretrizes para a Prevenção e Controle das Arboviroses Urbanas no Estado de São Paulo.
Podemos destacar a importância da manutenção das reuniões periódicas das salas de situação
(níveis central e regional), de forma integrada entre os diversos órgãos da administração
estadual e municipal e outras instituições de interesse, para monitoramento do cenário de
transmissão das doenças e dos índices de infestação do mosquito transmissor nas regiões do
estado, para apoio técnico imediato em áreas de maior vulnerabilidade.
17
• Estimular município a realizar avaliações da densidade larvária (ADL) em áreas do
município;
• Apoiar análise dos indicadores entomológicos: Índice Predial, Breteau, infestação nos
imóveis de risco (especiais e pontos estratégicos), indicadores operacionais: cobertura das
visitas domiciliares, pendência em imóveis fechados, rendimento das equipes;
• Estimular o incremento de formação de brigadistas em imóveis especiais e prédios
públicos;
• Apoiar/realizar a manutenção e revisão dos equipamentos aspersores de inseticidas
(frota estadual e municipal);
• Realizar/apoiar capacitação de pessoal contratado pelo nível local para as ações de
controle do vetor;
• Analisar a produção do procedimento relativo ao SIVISA, criadouro de artrópodes
nocivos, vetores e hospedeiros- inspeções sanitárias voltadas ao controle do vetor;
• Manter o fluxo de informações epidemiológicas e de infestação com as demais áreas
técnicas;
• Divulgar informações sobre prevenção e características clínicas de cada doença,
índices de infestação, medidas de controle e outros, através dos meios de comunicação
definidos pela SES, para a população em geral;
• Fornecer subsídios técnicos aos municípios para o desenvolvimento de ações de
comunicação e mobilização social;
• Revisar/atualizar o plano de contingência estadual;
18
ü Utilização dos instrumentos sanitários vigentes para o enfrentamento das situações de
risco;
ü Capacitação sobre vigilância e manejo clínico da dengue, chikungunya e Zika, para a rede
de atenção local (pública e privada);
5.2 Cenário 2: Risco Inicial – Município com incidência acumulada das quatro
últimas semanas epidemiológicas inferior a 20% do limite estabelecido para seu porte
populacional (Histograma), ou com incidência entre o limite inferior e a mediana
esperados pelo diagrama de controle.
Neste cenário, as ações deverão ser estabelecidas com o objetivo de evitar que a transmissão
persista e ultrapasse os limites esperados de incidência para o município, além de reduzir a
ocorrência de casos graves e óbitos.
• Realizar supervisão das atividades de rotina desenvolvidas pelos municípios, nas áreas
de interesse do programa: vigilância, controle de vetores, assistência ao paciente e
mobilização social;
Neste cenário, o estado deverá rever suas ações de rotina e incrementar ações de contingência
que proporcionem atendimento adequado aos pacientes, principalmente os que apresentem
21
risco de gravidade, minimizando a ocorrência de óbitos. Anexo a este plano, apresentamos os
parâmetros para implantação de unidades de hidratação (Anexo2), que servirá de referência
para o trabalho de apoio junto aos municípios que optarem por essa estratégia.
• Apoiar a investigação de óbitos baseada nos três pontos críticos: gestão, capacitação e
acesso, como instrumento de análise para identificação cenários de maior gravidade;
22
• Emitir alertas regionais ou diretamente aos municípios, de acordo com a análise dos
indicadores, durante a realização das salas de situação;
23
ü Investigação de óbitos;
25
• Garantir a distribuição de material gráfico específico sobre sinais e sintomas de
dengue, chikungunya e Zika, incluindo as possíveis manifestações de gravidade a
serem entregues aos pacientes pelos profissionais de saúde após suspeita diagnóstica;
ü Investigação de óbitos;
26
6 – PLANOS DE CONTINGÊNCIA MUNICIPAIS PARA O ENFRENTAMENTO DA DENGUE,
CHIKUNGUNYA E ZIKA:
O diagnóstico e planejamento dos municípios servirão de base para o nível estadual estimar a
capacidade de resposta loco-regional a um possível aumento de transmissão das arboviroses
urbanas, utilizando essa informação para o seu planejamento.
27
7 – ANEXOS
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ANEXO 1 – MODELO PARA FORMALIZAÇÃO DO PLANO DE CONTINGÊNCIA MUNICIPAL
Considerando,
A ocorrência da Dengue no Estado de São Paulo, desde 1987;
A introdução dos vírus chikungunya e Zika;
A possibilidade de aparecimento de formas graves e óbitos pelas doenças;
A necessidade de:
- detectar precocemente as epidemias;
- controlar as epidemias em curso;
- reduzir o risco de transmissão de dengue, chikungunya e Zika;
- reduzir a gravidade e letalidade da doença mediante diagnóstico precoce e tratamento oportuno e
adequado;
- garantir fluxo imediato de informação dos suspeitos de dengue, chikungunya e Zika entre as vigilâncias
municipais, seus serviços de controle de vetores, grupos de vigilância estadual e SUCEN regionais;
- garantir fluxo imediato de informação entre os serviços de atendimento e as vigilâncias municipais de
todos os suspeitos das doenças;
- garantir preenchimento diário do SINAN pelos serviços de vigilância municipal dos suspeitos das
doenças;
E que cabe ao Sistema Único de Saúde local organizar os serviços de vigilância e controle do vetor, de
vigilância epidemiológica e da assistência à saúde para minimizar ou eliminar os riscos existentes.
RESOLVE:
Art. 1° - Fica instituído o Plano de Contingência Municipal para Epidemias de Dengue, Chikungunya e
Zika
Art. 2° - O Plano a que se refere o art. 1° define-se como um conjunto de atividades relacionadas à
vigilância epidemiológica, sanitária, laboratorial e entomológica, controle da população do vetor e
assistência médica, cuja intensificação e integração devem resultar em maior eficiência e eficácia no
controle da dengue, chikungunya e Zika no município.
Art. 3° - A equipe intersetorial descrita no Art. 2º deverá atuar mediante orientações das publicações
“Diretrizes para Prevenção e Controle das Arboviroses Urbanas do Estado de São Paulo”, e “Plano de
Contingência para Controle das Arboviroses Urbanas no Estado de São Paulo”, homologados pelas
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Resoluções CIB/SUS-SP nºXXXXX de XX de novembro de 2016 e CIB/SUS-SP nºXXXXX de XX de novembro
de 2016, respectivamente.
Art. 5° - Fica determinada através desta Portaria a criação da Sala de Situação, que será formada pelo
Gestor de Saúde do Município e pelos representantes dos setores elencados no artigo 2º.
Parágrafo 1º - A Sala de Situação terá como atribuições acompanhar a transmissão de dengue,
chikungunya e Zika com periodicidade semanal no período de alta transmissão e quinzenal, no período
de baixa transmissão. Será responsável também pelas revisões do Plano de Contingência anualmente e
a solicitação dos ajustes.
Parágrafo 2º - As ações deverão ser realizadas com integração com o nível regional da Secretaria de
Estado da Saúde.
Art. 8° - O Plano deverá ser aprovado no Conselho Municipal de Saúde e divulgado para a População.
Art. 9° - DO COMPROMISSO:
_____________________________________________
____________________________________________
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ANEXO 2 – DIAGNÓSTICO SITUACIONAL E PREVISÃO DE RECURSOS
CONTROLE DE VETORES
Indicador Valores
Nº de Agentes de Controle de Endemias
Nº de Agentes comunitário de saúde atuando no controle do vetor
Último Indice de Infestação Predial realizado Data: IIP:
Nº de Imóveis existentes no município #DIV/0!
Nº de atomizadores costais Nº de equipamentos de nebulização acoplados a veículo (NAV)
Nº de IE e PE cadastrados IE= PE=
Vigilância Sanitária atuando no controle vetorial? (SIM/NÃO)
Percentual de pendências (imóveis recusados e fechados)
Equipe de Controle de Endemia capacitada? (SIM/NÃO)
Nº de veículos para atividades de controle vetorial
COMUNICAÇÃO E MOBILIZAÇÃO SOCIAL
Indicador Sim Não
Há equipes de educação em saúde ou referência em dengue, chikungunya e zika?
Há ações regulares de Mobilização Social?
Há divulgação regular da situação epidemiológica das arboviroses no município?
Há Sala de Situação Municipal?
Há ECOPONTO no município?
Há mobilização inter setorial?
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA (VE)
Indicador de Estrutura da Equipe de Vigilância Epidemiológia Municipal SIM/NÃO
Há Enfermeiros?
Há Médicos?
Há Médicos Veterinários?
Há Digitador?
Computador específicos para digitação no SINAN?
Computador específicos para VE?
Unidades Basicas notificadoras
Tem referência para SVO?
Investigação de casos graves e óbitos de arboviroses no FORMSUS?
ASSISTÊNCIA AO PACIENTE - ESTRUTURA E RECURSOS HUMANOS
Indicador Sim Não
1 - Município possui enfermeiro capacitado para atuar na assistência das arboviroses?
2 - Município possui médico capacitado na assistência das arboviroses?
Nos casos acima (1 e 2) e no item 6, o quantitativo é suficiente e se há como aumentar o quantitativo em caso de epidemias?
3 - Município coleta amostras para sorologia de dengue, chikungunya e zika?
4 - Município realiza hemograma na sua sede?
5 - Municipio capaz de disponibilizar resultado de hemograma no mesmo dia da coleta?
6 - Município dispõe de equipamento de saúde com enfermaria para internação (observação acima de 12hs)?
7 - Município dispõe de serviço de urgência e emergência 24hs (UPA's Policlínicas, etc)?
8 - Município dispõe de leitos de UTI (referenciado ou não)?
9 - Município dispõe de espaço físico para montar Unidade de Hidratação?
10 - Município dispõe de equipe/estrutura para montar Unidade de Hidratação?
12 - Frente a casos suspeitos a equipe de saude utiliza os protocolos de manejo clinico?
13 - Município tem estrutura de transporte sanitário para pacientes? (rotina e urgência)
14 - Ultima capacitação realizada para assistência: Data:
ASSISTÊNCIA AO PACIENTE - FLUXO DE ATENDIMENTO
Unidade de Referência para Dengue - em funcionamento ou não
Nº Nome da Unidade de Referência Endereço da Unidade de Referência para Arboviroses Responsável da Unidade Contato da Unidade
1
2
REGULAÇÃO DE LEITOS DE INTERNAÇÃO
Unidade de Saúde do município ou de referência que solicita internação no CROSS
UPA: HOSPITAL:
PREVISÃO DE RECURSOS NECESSÁRIOS EM CASO DE EPIDEMIA
Leitos Leitos Leitos Exames Insumos Materiais
Paracetamol comprimidos 750mg ou dipirona comprimidos 500 mg
Dipirona ou Paracetamol - frasco solução
Soro Fisológico 0,9% - frascos de 500mls
Cartão Dengue
Hemograma
Enfermaria
Enfermaria
Enfermaria
Equipo
CTI
CTI
CTI
Atenção Primária
Não Estruturada
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ANEXO 3 – MONITORAMENTO E ACIONAMENTO DO PLANO DE CONTINGÊNCIA
MUNICIPAL
SILENCIOSO, ou
Incidência acumulada de casos prováveis nas últimas 4 semanas (por 100.000hab) 0
RISCO INICIAL, ou
Informar posição da Informar posição da Informar posição da Informar posição da RISCO
Incidência em relação aos limites do Diagrama de Controle curva em relação aos curva em relação aos curva em relação aos curva em relação aos MODERADO, ou
limites limites limites limites
ALTO RISCO
Ocorrência de óbitos suspeitos
ASSISTÊNCIA
VIGILÂNCIA
EPIDEMIOLÓGICA
MOBILIZAÇÃO SOCIAL
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