Infância E A Percepção Do Tea (Transtorno Do Espectro Autista)
Infância E A Percepção Do Tea (Transtorno Do Espectro Autista)
Infância E A Percepção Do Tea (Transtorno Do Espectro Autista)
DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA
Taubaté/SP
2023
1 INTRODUÇÃO
Utilizamos como base para a pesquisa o Google Acadêmico e o SciELO Brasil, visando,
em todo momento, sermos o mais claro, coerentes e científicos possível.
2 O QUE É O TEA?
Pelo fato de não existir uma cura para o autismo, o TEA não é considerado doença, nem
física, nem mental. Ao contrário disso, o autismo é um transtorno ou uma condição e pessoas
com autismo não precisam ser curadas, mas cuidadas e compreendidas.
Autismo nível 1 ou autismo leve: dificuldade para iniciar interações sociais e apresenta
interesse reduzido por interações. Inflexibilidade no comportamento e em trocar de atividades.
3 CAUSAS DO AUTISMO
Diante disso, fica mais claro o porquê de cada portador demonstrar determinados
sintomas; o fator genético torna-se único, podendo ser representado como uma “assinatura’’ de
cada indivíduo, onde até mesmo dois irmãos autistas podem ter dificuldades e comportamentos
diferentes.
Diversos estudos destacam a intervenção precoce como fator fundamental para a melhora
do quadro clínico do autismo, gerando ganhos significativos e duradouros no desenvolvimento
da criança (Howlin, Magiati & Charman, 2009; Reichow, 2011). Essa ocorrência é devido à alta
plasticidade cerebral de crianças pequenas, ou seja, a capacidade que o cérebro possui de sofrer
modificações de acordo com a necessidade, estímulo e ambiente, sendo o recebimento de
estímulos extremamente importante para a construção de conexões neurais mais positivas nessa
fase infantil.
É reconhecido que os primeiros sintomas, na maioria das vezes, são suspeitados pelos
pais, e não pelos profissionais, isso verifica-se devido a convivência diária que os progenitores
têm com o detentor do transtorno (Lord, Storoschuk, Rutter & Pickles, 1993).
Um sinal importante para o diagnóstico do autismo é por volta dos 9 meses cujo certas
habilidades sócio comunicativas são esperadas pelo bebê, que transformam o jeito que ele
interage com as pessoas, seu entorno, objetos e consigo mesmo, pois deve-se esperar o
compartilhamento de descobertas através do olhar, dos gestos e das expressões faciais.
Os sinais percebidos mais precocemente pelos pais ainda nos primeiros dois anos de vida
da criança são o atraso no desenvolvimento da linguagem e da comunicação, comprometimentos
no desenvolvimento social e da atenção compartilhada, regressão de linguagem ou perda de
palavras já adquiridas. Entre o primeiro e o segundo ano de vida podem ser identificados ações
como não responder quando chamado pelo nome, pouco contato visual, comportamentos
estereotipados e repetitivos, problemas e dificuldades no comportamento social, sendo o medo, a
ansiedade, a indiferença ou a aversão os mais presentes e a falta de interação com o ambiente e
as pessoas em geral. Por conseguinte, é de extrema importância a busca por conhecimento sobre
o Transtorno do Espectro Autista, o quanto antes puder ser feito o diagnóstico, melhores serão os
resultados das intervenções, fazendo com que a criança consiga se estabelecer rapidamente na
sociedade de forma saudável e psicologicamente estável.
5 O DIAGNÓSTICO
O diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista (TEA) é essencialmente clínico, ou seja,
realizado por meio de uma observação direta do comportamento do paciente e de uma entrevista
com os pais, cuidadores ou responsáveis.
Ainda não existem manuais biológicos que possam constatar (ou não) a presença do
autismo no indivíduo, mas alguns exames, como o teste do pezinho, a ressonância magnética
nuclear (RMN), a audiometria e testes psicológicos podem ajudar na investigação das causas e
possíveis doenças associadas. Como pontuado por Franciele Onzil e Roberta Gomes no artigo
Transtorno do Espectro Autista: A importância do diagnóstico e reabilitação, outro fator
importante a ser discutido é a forma como o diagnóstico será comunicado aos pais. É um
processo altamente delicado, que promove uma oportunidade única de se estabelecer uma aliança
de confiança entre os profissionais e os familiares, dando a chance de torná-lo mais coerente e
menos estressante possível.
Nesse sentido, os pais devem sempre ser ativos nesses processos juntamente da equipe
multiprofissional, aliviando e melhorando sua relação com as exigências e demandas da terapia
do seu pequeno. Com isso, os pais, a equipe multiprofissional e a criança, se beneficiam
mutuamente.
Por mais delicada e estressante que a situação possa vir a ser, o segredo é apenas um: não
desistir. Nem todos os dias são bons ou fáceis, mas a integração e aceitação dos pais nessa
batalha já é um grandioso e importantíssimo primeiro passo. Cuidar da criança, seja ela típica ou
atípica, é sempre um desafio, e a ajuda mútua entre os pais e a equipe terapêutica é fundamental
em todo o processo. Nesse sentido, os dizeres de Gretchen Stripp:
A preparação da criança autista para o convívio social tem início em seu círculo de
vínculos mais próximo: a família. Segundo a pesquisadora Patrícia Poleto, evidencia-se que a
vivência da família frente à situação do Transtorno do Espectro Autista (TEA) perpassa por
situações comuns características do transtorno, as quais implicaram em mudanças de vida da
família como um todo, ou seja, as dificuldades da criança passam a ser também dificuldades dos
pais. Faz-se necessário analisar, também, que a participação da família neste processo é de
caráter unicamente protetivo (BENTES et al 2016; p. 10), visando acolher a criança e ajudá-la a
compreender seus desafios para alcançar seus direitos sociais, tendo em vista o despreparo social
existente na maior parte dos âmbitos da sociedade contemporânea acerca deste tema.
Sob esse viés, foi aprovada, em dezembro de 2012, a lei nº 12.764, que instituiu uma
política pública destinada especialmente à proteção dos direitos da pessoa com Transtorno do
Espectro Autista (TEA), cujo objetivo principal consiste em conferir igualdade de tratamento e
de acesso às oportunidades aos membros da comunidade autista.
7 CONCLUSÃO
Portanto, pode-se concluir com a pesquisa realizada, que o Transtorno do Espectro Autista é
muito mais complexo e abrangente do que nos é exposto e apresentado socialmente no dia-dia. A
análise do TEA como um distúrbio e não como uma doença, é indiscutivelmente mais
apropriada, tendo em vista suas causas, seus sintomas e como cada nível de autismo apresenta
suas especificidades e dificuldades mediante os desafios da sociedade contemporânea.
Identificação dos primeiros sintomas pelos pais. Scielo, 2014. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/ptp/a/9VsxVL3jPDRyZPNmTywqF5F/?lang=pt . Acesso em 10 de abril
de 2023.