TEA Conclusão Final

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ESAMC

Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas

Por que aumentou a incidência de pessoas com


Transtorno do Espectro Autista?

Entrevistas – Via Google Formulários

Alunos:

Gabriela dos Santos Paulo - RA: 201230235

Guilherme Frigeri - RA: 201230114

Sabryna Caroline - RA: 201230160

Vivian Micaela Guimarães - RA: 202230127


Introdução a Pesquisa

Iniciamos essa pesquisa com o intuito de explicar os possíveis geradores do Autismo em


crianças, além de, identificar as possíveis causas do aumento no número de pessoas
diagnosticadas com o transtorno.

Ressaltamos que, o Transtorno do Espectro Autista absolutamente não é uma doença. O TEA é
uma condição relacionada ao desenvolvimento do cérebro que modifica a forma como
indivíduos que estão no espectro veem e compreendem o mundo, até a maneira como se
relacionam com outras pessoas. Por isso, pessoas com autismo possuem uma dificuldade em
interações sociais e comunicação. Existe ainda uma diferenciação dentro do próprio espectro,
onde, enquanto alguns conseguem realizar a maioria das atividades de vida diária sem apoio,
outros precisam de ajuda até em tarefas consideradas simples (como por exemplo para se
vestir). Devido não possuir cura, terapias e medicamentos podem proporcionar melhor
qualidade de vida para os pacientes e suas famílias, sendo que cada paciente exige
acompanhamento individual de acordo com suas necessidades e deficiências.

Seus sintomas surgem nos primeiros meses de vida, sendo mais propício em meninos do que
em meninas (proporção aceita oficialmente é de quase quatro meninos autistas para cada uma
menina, segundo o CDC – Centro de Controle e Prevenção de Doenças americano). Por
dificilmente serem identificados precocemente, o que faz toda a diferença para a melhora dos
sinais e a qualidade de vida do portador, causa prejuízos persistentes na comunicação e
interação social, bem como nos comportamentos.

Dito isso, o Autismo é subdivido em: Autismo nível 1, Autismo nível 2 e Autismo nível 3,
segundo o DSM-S (5° edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais
publicado em 2013). O nível 1 é considerado leve, as pessoas diagnosticadas com esse nível
apresentam menos interesse ou dificuldade em iniciar interações sociais, respostas atípicas ou
não sucedidas para abertura social, falência na conversação e tentativas de fazer amigos de
forma estranha e malsucedida. Mesmo com sintomas mais brandos, o apoio terapêutico é
indispensável.

O nível 2 é considerado moderado, têm prejuízos mais aparentes, mas apesar de necessitarem
de maior suporte substancial, muitos ainda conseguem ter alguma independência, inclusive,
exercer uma profissão quando adultos. Seus desafios podem incluir um maior déficit na
comunicação verbal e não verbal (olhares, gestos, toques, posturas etc.), aflição para mudar o
foco ou a ação, comportamentos repetitivos, sensibilidade á luz e aos sons. Em alguns casos, o
funcionamento mental pode ser abaixo da média.

O nível 3 é considerado severo/grave, devido ao seu posicionamento no espectro, essas


pessoas precisam de apoio significativo nas tarefas do dia a dia, por apresentarem graves
prejuízos no funcionamento. A abertura social dessas pessoas é muito limitada, com respostas
mínimas á interação e pouquíssima sensibilidade a determinados estímulos sensoriais. A
dificuldade em lidar com mudanças fica ainda mais extrema, fazendo com que alterar o foco ou
a ação gere ainda mais aflição. Além disso, apresentam comportamentos repetitivos ainda mais
graves e grande prejuízo intelectual e de linguagem, e comumente não se comunicam
verbalmente.
A primeira pessoa diagnosticada com autismo no mundo foi Donald Gray Triplet, em 1938,
quando tinha apenas 5 anos de idade, se tornando o “caso 1” entre as 11 crianças estudadas
pelo psiquiatra austríaco Leo Kanner. Mesmo depois de décadas de estudo, ainda não se pode
afirmar uma causa única conhecida para o autismo, mas, de acordo com o CDC, uma a cada 36
crianças são acometidas pelo TEA (dados de 2020, representando um aumento de 22% em
relação ao estudo feito em 2018).

Tendo em vista a variedade de sintomas e do grau em que eles aparecem, entende-se que mais
de um fator pode estar relacionado ao seu desenvolvimento. Alguns dos fatores abaixo, são
tidos como os principais responsáveis no surgimento do espectro em crianças, lembrando que
por ser um transtorno de desenvolvimento, ele ocorre durante a formação do bebê.

● Idade dos pais – filhos de mães adolescentes, de pais com mais de 10 anos de diferença de
idade entre si e de casais com mais de 40 anos correm mais risco de desenvolver autismo.

● Prematuridade e partos de longa duração – o sofrimento fetal pode causar inúmeros


prejuízos neurológicos, sugerindo uma elevação no risco de a criança desenvolver tanto
problemas de atenção como o TEA.

● Uso de maconha na gravidez – pesquisa canadense realizada na Universidade de Ottawa


aponta incidência em casos do transtorno quase duas vezes maior em crianças cujas mães
usaram a cannabis durante a gestação, e mesmo com esse alerta, as pessoas continuam
fazendo o uso da erva durante a gravidez.

● Genética – O fator de risco genético é majoritário no autismo, mesmo parecendo algo muito
novo, não é. A primeira vez que se juntou a relação entre os dois, foi em 1977, porém ao longo
dos anos, outros estudos e pesquisadores continuaram reforçando a pauta de que o autismo
vem do pai ou da mãe e da herdabilidade paterna.

● Ácido Valproico – São medicamentos usados para tratamento de epilepsia, transtorno bipolar
e para a prevenção de enxaquecas. Seu uso durante a gestação está associado ao dobro do
risco de TEA, bem como a um risco duas vezes maior de Transtorno de déficit de
atenção/hiperatividade (TDAH).

Reforçamos que, esses fatores podem variar, e não são representados como únicos e exclusivos
para o surgimento do TEA, mas que é de tamanha importância a ciência continuar avançando,
além de, as pessoas serem cada vez mais conscientizadas sobre. Afinal, são a partir dessas
informações que no contexto de planejamento familiar se identifica possíveis riscos para os
casais que desejam a sonhada gravidez.

Assim, como os causadores, outra pauta comum em pesquisa é a razão de haver um


crescimento exponencial nos casos ligados ao transtorno. Em relação a números, no Brasil,
infelizmente não existem dados estatísticos referentes a quantas pessoas foram diagnosticadas.
O que gera um dano gigantesco as famílias e aos portadores, pois, faltam leis que sirvam de
apoio além de, faltar conhecimento e preparo para lidar com essas pessoas que também
precisam de espaço em sociedade.

O fato é, não existe um consenso para explicar se realmente existe um aumento nos casos ou
se houve um aumento nos diagnósticos, mas, entende-se que atualmente as pessoas
conseguem ter maior acesso a saúde, mais acesso à informação em geral (hoje é muito fácil
encontrar na internet textos sobre o assunto, mas principalmente apoio), critérios de
diagnósticos ampliados (adoção dos critérios do DSM 5, determinaram a existência de casos
leves, moderados e graves e suas formas de diagnóstico), e crescente número de médicos
especializados.

Indiscutivelmente é explícita a necessidade de mais pesquisas sobre os casos, com o intuito de


entender suas causas geradoras, como também, entender seus avanços e se existem formas de
preveni-las.

Ao fim desta, fica claro que os Autistas são uma parte grande da população que precisa ser
acolhida, compreendida e respeitada. Autismo não é uma doença! Ainda há muito a caminhar
em direção ao respeito e à inclusão dessas pessoas.

Sugerimos que as pessoas que pensam em ter uma família, possam fazer um planejamento,
respeitando suas idades e de seus cônjuges, que sigam as instruções médicas á respeito de
medicamentos indicados ou não durante a gravidez, substâncias a evitar, além da importância
de se preparar para o parto natural.

Sugerimos que os pais estejam atentos a saúde de seus bebês, sempre notando qualquer tipo
de comportamento não condizente e se reportando aos médicos pediatras o mais cedo
possível. Que as crianças autistas possam ter acesso a uma escola que esteja preparada para
recebê-la. E os adultos, consigam adentrar no mercado de trabalho sem exclusão.

É de suma importância que os governos incluam leis, que conscientizem e ofereçam as mesmas
oportunidades para todos.

Propósito da Pesquisa:

O propósito da pesquisa é investigar e analisar as razões por trás do aumento na incidência de


pessoas com TEA. Buscando uma melhora para a compreensão do assunto, quais as
preocupações atuais a respeito e informar políticas de saúde pública, intervenções precoces,
bem como para fornecer apoio adequado às pessoas nesta condição e suas famílias. Além de
descrever as constantes dificuldades e superações de pais, mães e responsáveis por essas
crianças e adolescentes, para incluir seus filhos ou filhas no ambiente escolar e na vida social.

Objetivo da Pesquisa:

O objetivo da pesquisa sobre o aumento na incidência de Transtorno do Espectro Autista (TEA)


é investigar as possíveis causas e fatores que abrangem o aumento do número de pessoas
acometidas pelo TEA ao longo do tempo, com foco na identificação de fatores genéticos,
ambientais e sociais que podem estar contribuindo para esse solavanco. Embora não seja
possível fornecer uma resposta definitiva devido à complexidade do TEA e à falta de consenso
sobre suas causas, a pesquisa pode se concentrar em várias áreas para entender melhor esse
tema.
Alguns objetivos específicos podem incluir:

1. Identificar tendências na incidência de TEA ao longo do tempo.

2. Analisar fatores demográficos, como idade, gênero, localização geográfica, que pode estar
relacionado ao aumento de incidências.

3. Investigar fatores ambientais, genéticos, ou de exposição que possam contribuir para o


desenvolvimento do TEA.

4. Avaliar o impacto das mudanças nos critérios de diagnóstico e nas práticas de triagem.

5. Examinar o acesso a serviços de diagnóstico e tratamento para pessoas com TEA.

6. Compreender a conscientização pública e o estigma associado ao TEA.

Metodologia:

A pesquisa realizada tem caráter exploratório, de aproximação com o tema da pesquisa para
conhecê-lo. As pesquisas exploratórias são desenvolvidas com o objetivo de proporcionar uma
visão geral, do tipo aproximativo, acerca de determinado fato.

Seguindo esta, partimos de dois propósitos, um deles é nos basearmos nos números indicados
pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças do governo dos Estados Unidos, e, explorar o
questionário proposto pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte realizado em 2021
que traz uma visão dos familiares. Na sequência são detalhados os procedimentos
metodológicos, seguidos dos resultados e reflexões acerca deles.
Prevalência de autismo: 1 em 36 é o novo número do CDC nos
EUA

CDC é o Centro de Controle e Prevenção de Doenças, uma agência do Departamento de Saúde


e Serviços Humanos dos Estados Unidos, sediada na Geórgia, e tem o objetivo de proteger o
país das ameaças à saúde e à segurança, tanto no exterior quanto em território americano.
Para isso, conduz pesquisas fornece informações de saúde em diversas áreas.

O CDC vem rastreando o número e as características de crianças autistas há mais de duas


décadas em diversas comunidades americanas. As pesquisas são divulgadas a cada dois anos e
se baseiam em dados coletados quatro anos antes da publicação.

Neste gráfico, observa-se que uma em cada 36 crianças de 8 anos são autistas nos Estados
Unidos, isso significa 2,8% daquela população. O número desse estudo científico, com mais de
226 mil crianças, é 22%maior que o anterior, divulgado em dezembro de 2021.

Pela primeira vez, a porcentagem de diagnósticos de autismo entre asiáticos (3,3%), hispânicos
(3,2%) e negros (2,9%) foram maiores do que entre as crianças brancas de 8 anos (2,4%). Isso é
o oposto das diferenças raciais e étnicas observadas nos estudos anteriores do CDC. Essas
mudanças podem refletir numa melhor triagem, conscientização e mais acesso a serviços entre
grupos historicamente mal atendidos nos EUA.

Com o aumento do número de diagnósticos, tem-se objetivamente um futuro aumento do


número de adultos autistas. Espera-se que o acesso ao tratamento se intensifique para que
esses adultos tenham uma melhor qualidade de vida.
Mas, mesmo que isso ocorra, ainda há a necessidade de pensar em mais intervenções voltadas
a todas as idades e de modos de adaptações da sociedade como um todo para ocorrer uma
melhor inserção da pessoa com TEA.

Mesmo que não sejam dados brasileiros, o Brasil ainda usa os estudos do CDC como base, por
não possuir pesquisas concretas sobre a prevalência no país.

Gráfico 2: Resposta à questão: “Qual a idade da criança ou


adolescente com TEA?”

Os dados apresentados pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte mostram que
nenhum respondente indicou crianças entre 0 e 2 anos com Autismo. Este resultado era
esperado, uma vez que é incomum o diagnóstico de TEA em crianças tão pequenas. Nessa
idade pode haver indícios, mas é preciso observar a consistência das características ao longo
do tempo para uma avaliação mais segura.

Além de, possuir um aporte médico adequado e preparado para instruir os pais, visando um
tratamento precoce com maior adequação e pouco prejuízo no desenvolvimento da criança.
Gráfico 03: Resposta à questão: “Como você avalia o que
conhece sobreo TEA?”

Analisando as respostas acerca da escolaridade dos respondentes, sobre o perfil da escola


(predominando escola privada) e sobre o conhecimento que os respondentes têm a respeito
do TEA, percebe-se um perfil dos participantes que poderá também influenciar as respostas
das demais questões. Uma vez que as experiências que essas famílias têm, provavelmente,
consideram condições objetivas de acesso à informação, às terapias, à escolarização mais
adequadas que boa parte da população.

Embora o questionário não mencione renda, imagina-se que em uma situação de pessoas com
pouca escolaridade e, consequentemente, de baixa renda esses dados seriam outros. Por
exemplo, a pesquisa de Muniz Pinto et al (2016), realizada no interior da Paraíba com 10
famílias de crianças autistas, assistidas no Centro de Atenção Psicossocial Infanto Juvenil, as
quais tinham em sua maioria renda de até um salário-mínimo, concluiu que essas famílias
tinham pouco conhecimento sobre o TEA e apresentaram dificuldades para aceitação do
diagnóstico.

Concluímos que pessoas com TEA têm os mesmos direitos garantidos às pessoas com
deficiência, conforme regulamenta a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com
Transtorno do Espectro Autista (BRASIL, 2012). O diagnóstico também é recebido com
sofrimento e muitas famílias não querem aceitar. Parecem ter medo de que o filho ou filha
venha a ser rotulado e excluído na vida social e escolar.

A família da pessoa autista passa por três momentos: o de negação, o de adaptação e o de


aceitação. Parte dos participantes da pesquisa também indicaram ter vivenciado esses
momentos.

 A negação, a incredulidade.
 O luto.
 Adaptação e a aceitação.

O impacto gerado pela notícia do diagnóstico faz com que muitos familiares vivenciem grande
tensão, ansiedade e desesperança, pois a carência de serviços de suporte, a insegurança e o
estigma social ainda são muito fortes, causando sentimentos conflituosos, que levam a passar
momentos muito peculiares, como negação, adaptação e aceitação.
Pesquisa Exploratória com Dados Secundários
Diante de todos as informações coletadas sobre o Transtorno do Espectro Autista,
aprofundamos nossas buscas por dados da cidade de Campinas, SP. Campinas é considerada
oficialmente uma metrópole desde 2018, inclusive, sendo a única que não é capital estadual, e
isso ocorre devido ao seu alto dinamismo empresarial existente tanto no núcleo quanto na
área de influência, bem como ao porte demográfico.

Dados do último Censo 2010:


 Área territorial de 794.571 km²;

 População residente de 1.080.113;

 Sexo Masculino totalizam 520.865, e sexo feminino 559.248;

 Classe de rendimento mensal de 2 a 5 salários-mínimos em sua maior parcela.

Nosso último Censo Demográfico no Brasil foi realizado em 2010, isso por que, o Censo é uma
pesquisa realizada a cada 10 anos pelo IBGE. Nesta é possível trazer uma ampla coleta de
dados sobre a população brasileira, permitindo traçar um perfil socioeconômico do país. A
atual edição do Censo deveria ter acontecido em 2020, mas foi adiada por conta da pandemia
de COVID-19 e em2021, outro adiamento ocorreu devido à falta de recursos do governo. O
objetivo do Censo não é apenas ter um conhecimento atualizado da população brasileira, como
também utilizar dos dados para que o poder público possa formular políticas públicas que
atendam as mudanças da sociedade.

A população total da cidade de Campinas/SP com deficiência em seus três níveis(alguma


dificuldade, grande dificuldade e não consegue de modo algum)correspondia em 2010 um
total de 305.279 pessoas, equivalente a 28,29% da população total. As pessoas com deficiência
visual representavam 181.875pessoas ou 16,9% da população. Já as pessoas com deficiência
auditiva eram no total 48.356, número que representa 4,5% da população total. As pessoas
com deficiência motora chegavam a 63.690 ou 5,9% da população total de Campinas/SP. Por
fim, a deficiência mental ou intelectual é representada por11.358 pessoas ou o que equivale a
1,05% do total da população campineira.

Entretanto, vale ressaltar que o Transtorno do Espectro Autista, nesta época era pouco falado,
assim como, só passou a ser considerada deficiência no âmbito legislativo, a partir da Lei n°
12.764 de 2012. Desta forma, o Censo de 2010 não possuí as informações necessárias na
abordagem do tema, já que o TEA não era objeto do questionário proposto.

Reafirmando não apenas o fato de os números estarem desatualizados, mas, a falta de atenção
que os gestores públicos nos diferentes níveis de administração têm quando se trata de
pessoas com deficiências. Além, das falhas na avaliação e formulação de políticas e programas
que envolvam este segmento populacional, evidenciando o quanto existe necessidade de
existir mais inclusão e igualdade para essas pessoas.

Art. 1º da Lei nº 12.764 do dia 27 de dezembro de 2012:

“§ 1º Para os efeitos desta Lei, é considerada pessoa com transtorno do espectro autista aquela
portadora de síndrome clínica caracterizada na forma dos seguintes incisos I ou II:I
I - Deficiência persistente e clinicamente significativa da comunicação e da interação sociais,
manifestada por deficiência marcada de comunicação verbal e não verbal usada para
interação social; ausência de reciprocidade social; falência em desenvolver e manter relações
apropriadas ao seu nível de desenvolvimento;

II – Padrões restritivos e repetitivos de comportamentos, interesses e atividades, manifestados


por comportamentos motores ou verbais estereotipados ou por comportamentos sensoriais
incomuns; excessiva aderência a rotinas e padrões de comportamento ritualizados; interesses
restritos e fixos.

§ 2º A pessoa com transtorno do espectro autista é considerada pessoa com deficiência, para
todos os efeitos legais. “

Mesmo com a forte necessidade de melhorias para a vida em sociedade, atualmente, o TEA é
amplamente pesquisado, e aos poucos vem ganhando espaço nas leis federais e municipais. O
que é de suma importância, já que passa a reconhecer a inclusão e a acessibilidade como peça-
chave nessa trajetória.

É importante conscientizar a sociedade que, pessoas com deficiência, autistas ou não,


necessitam serem reconhecidas como tal, que recebam atenção, suporte e respeito, adequado
às suas necessidades, para que possam se desenvolver de um modo feliz, seguro, e mais
independente possível sendo integrados de modo efetivo nos diversos setores da vida. Famílias
acolhedoras sempre serão um porto seguro, e ao mesmo tempo, um ponto de partida para
buscar na sociedade, nas escolas, nos terapeutas e em amigos, o melhor caminho a seguir.

Manual dos Direitos da Pessoa com Autismo – São Paulo


O Instituto Singular, atualmente é referência em cuidados para crianças com autismo e atraso
no desenvolvimento, também é responsável pela Metodologia que fundamenta as terapias dos
pequenos pacientes e acompanhamento da equipe. Seu trabalho é de tamanha importância
pois através de seus cursos, palestras e atendimentos que se esclarece e evidência a relevância
do tema. Juntamente com a agenda de inclusão e cidadania da Escola do Parlamento e da
Câmara Municipal de São Paulo, formou-se uma parceria com intuito de promover o
lançamento do Manual dos Direitos da Pessoa com Autismo, publicado em 2021.

Abaixo alguns dos tópicos tratados no Manual, que englobam as concessões resguardas às
pessoas na condição.

 Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei n° 8.069/90) – Independente do TEA, toda criança


até 12 anos completos e adolescentes (entre 12 e 18anos) têm direitos previstos em lei, como
por exemplo, direito ao desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições
de liberdade e de dignidade. O direito à saúde, à vida, à alimentação, à educação, ao esporte,
ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e a convivência
familiar e comunitária são previstos no Estatuto.

 Lei Municipal 17.502/20 – Criada no final de 2020 e instituiu a Política Pública Municipal para
GARANTIA, PROTEÇÃO E AMPLIAÇÃO DOSDIREITOS DAS PESSOAS com TEA e seus familiares

 Lei Federal 12.764/12


 Lei 13.977/20 – Batizada de Lei Romeo Mion criou a Carteira de Identificação da Pessoa com
Transtorno do Espectro Autista. Essa lei é federal, ou seja, válida em todo o Brasil e altera a Lei
Berenice Piana,12.764/2012.

Na Região de Campinas, já foram emitidas quase 2 mil Carteiras de Identificação da Pessoa com
Transtorno do Espectro Autista (Ciptea), ela tem como objetivo simplificar a identificação dos
indivíduos com TEA e seus responsáveis, tornando o acesso a serviços como educação, saúde e
assistência social mais ágil, assim como permite o planejamento de políticas públicas.

 Censo – Instituída pela Lei 13.861 de 2019 e publicada pelo Diário Oficial da União estabelece
a inclusão de perguntas sobre o Autismo.

Programas realizados em Campinas


 PRATEA (Programa de Atenção aos Transtornos do Espectro Autista –UNICAMP) – Financiado
com recursos de emendas parlamentares, o Pratea será uma referência, para o interior
paulista, na capacitação de educadores para a identificação de crianças autistas, no
treinamento de profissionais de Saúde para diagnóstico e tratamento de TEA e na orientação
de familiares quanto ás necessidades das crianças com essa condição.

 TEAcolhe – Serviço referenciado ao CREAS (Centro de Referência Especializado de Assistência


Social), que terá por finalidade o atendimento para pessoas com autismo que possuam pouca
autonomia e cujas famílias tiveram limitações agravadas por violações de direitos que possam
ter aumentado a dependência e comprometido o desenvolvimento da autonomia da pessoa
com TEA. Foco para pessoas com TEA de ambos os sexos com faixa etária de 18 a 59 anos.

Projetos de Lei
 N° 4402/16 – Estabelece validade mínima de 5 anos para os laudos médicos exigidos de
pessoas com deficiência para participação em concursos públicos e processos seletivos
públicos ou privados para provimento de cargo, função ou emprego.

 N° 456/23 – Promover a inclusão de pessoas com o Transtorno em espaços adaptados nas


arenas e estádios com capacidade igual ou superior a cinco mil pessoas.

Futuro de pessoas com Transtorno do Espectro Autista daqui a


10 anos
O autismo é uma condição neurológica complexa que não desaparecerá nos próximos dez
anos, nem em qualquer outro período previsível no futuro próximo. O transtorno de
autismo é considerado um distúrbio de desenvolvimento que afeta a maneira como
uma pessoa pensa, se comporta e interage com o ambiente ao seu redor. Não é uma
doença que possa ser eliminada, mas sim uma parte da diversidade neurológica da
humanidade.

O que pode mudar ao longo do tempo são os diagnósticos, a compreensão e o apoio às


pessoas autistas. Com o avanço da pesquisa e da conscientização, esperamos alcançar
melhorias na detecção precoce, no acesso a serviços de suporte e na inclusão de
indivíduos com autismo na sociedade. O objetivo é proporcionar às pessoas autistas a
oportunidade de viver uma vida plena e produtiva, adaptando a sociedade às suas
necessidades e habilidades. Portanto, enquanto o autismo continuará a existir em 2033 e
além, esperamos ver progressos na forma como uma sociedade lida com essa condição,
envolve uma inclusão mais completa e uma compreensão mais profunda das necessidades
e potenciais das pessoas autistas.

A inclusão de pessoas com autismo é uma preocupação importante para o decorrer dos anos.
A sociedade está cada vez mais consciente da necessidade de promover a inclusão e a
aceitação das pessoas com autismo em todos os aspectos da vida, incluindo educação,
emprego e comunidade.

Isso envolve o desenvolvimento de políticas públicas, programas educacionais e


conscientização para garantir que as necessidades das pessoas com autismo sejam atendidas e
que elas tenham oportunidades iguais na sociedade. A educação e a conscientização
desempenham papéis fundamentais nesse processo, pois ajudam a reduzir estigmas e
preconceitos associados ao autismo. Portanto, a inclusão do autismo para o futuro depende do
compromisso contínuo de todos em criar um ambiente mais inclusivo e acolhedor para as
pessoas com autismo.

No cenário das pesquisas futuras sobre o autismo, vislumbra-se um horizonte promissor


repleto de avanços que podem transformar significativamente a vida das pessoas
autistas. À medida que a ciência progride, diversas áreas ganham destaque, prometendo
mudanças profundas e positivas.

A genética está no centro desse progresso, à medida que pesquisadores desvendam mais
marcadores genéticos associados ao autismo. Essa descoberta pode abrir portas para
terapias personalizadas e abordagens de tratamento mais eficazes, direcionadas às
necessidades individuais.

Simultaneamente, a neurociência avançada lança luz sobre as intricadas diferenças


cerebrais presentes em pessoas autistas. A compreensão mais detalhada das bases
neurais dos sintomas do autismo promete revolucionar o desenvolvimento de terapias e
intervenções direcionadas.

De acordo com o cientista Alysson Renato Muotri, a uma teoria antiga chamada terapia
gênica, onde tecnicamente é feito uma mudança genética de acordo com a mutação das
enzimas ainda no embrião. Ele desenvolveu um mini cérebro com a mutação do gene autista,
em laboratório ele reverte essas enzimas e recapitula o estágio embrionário, é um
procedimento totalmente novo e muito complexo no qual daqui a uns anos, não será somente
exploratório. Assim como toda tecnologia, ela tende a evoluir e se tornar popular,
especialmente se é uma tecnologia transformadora.

O futuro também se desenha com uma forte presença tecnológica. Realidade virtual,
inteligência artificial e tecnologia de assistência têm o potencial de oferecer abordagens
inovadoras para apoiar o desenvolvimento de habilidades sociais, comunicação e
independência em pessoas autistas.

No campo farmacológico, pesquisas podem resultar em medicamentos mais específicos para


aliviar sintomas associados ao autismo. Paralelamente, biomarcadores no sangue ou no
cérebro podem ser usados para um diagnóstico precoce e monitoramento de tratamento.

Na esfera educacional, esperam-se abordagens pedagógicas mais personalizadas e eficazes


para crianças e jovens autistas, promovendo a inclusão e o desenvolvimento acadêmico e
social.
A transição para a vida adulta será facilitada por intervenções e programas específicos,
incluindo treinamento vocacional, moradia independente e apoio em saúde mental.

Além disso, pesquisas em psicologia social e educação podem resultar em estratégias mais
amplas para promover a aceitação e a inclusão de pessoas autistas na sociedade, reduzindo o
estigma e aumentando o apoio social.

Em um cenário de empoderamento autista, movimentos liderados por autistas desempenham


um papel fundamental na promoção da conscientização e na defesa dos direitos das pessoas
autistas.

Em resumo, o futuro das pesquisas sobre o autismo é repleto de promessas, com a esperança
de que esses avanços possam contribuir para melhorar a qualidade de vida das pessoas
autistas, promovendo uma sociedade

Entrevista com o Especialista


Conforme avançamos as etapas da nossa pesquisa, fomos em busca de uma voz experiente e
especializada no campo da Educação Especial, e assim, conhecemos a senhora Mirian Pezzi.
Mirian traz consigo um vasto conhecimento adquirido durante sua formação na Pontifica
Universidade Católica de Campinas (PUC - CAMPINAS), destacando inclusive que a mesma fez
parte da última turma do curso de Educação Especial, que, lamentavelmente, não se encontra
mais disponível como opção de Graduação.

Há mais de uma década, Mirian tem se dedicado a missão de melhorar a vida de pessoas com
autismo. Sua jornada na ADACAMP (Associação Para Desenvolvimento dos Autistas em
Campinas) Instituição que existe a 34 anos e se direciona integralmente a atender ás
necessidades das pessoas com autismo, iniciou com ela sendo Pedagoga, até se tornar
Professora, e hoje, exatamente há 2 anos se tornou Coordenadora Pedagógica do Projeto de
Educação na Instituição.

Atualmente, a ADACAMP atende aproximadamente 222 pessoas, dentre elas, crianças, jovens e
adultos.

Em entrevista conduzida, seguindo o tema proposto neste trabalho, realizamos algumas


perguntas a senhora Mirian, estas, descritas abaixo:

1) Em sua opinião, quais são os desafios enfrentados pelas crianças com autismo ao
longo de diferentes estágios da vida?
Mirian: O primeiro desafio encontrado é a falta de conhecimento da sociedade sobre o
autismo, abrangendo todas as crianças, jovens, adolescentes e adultos. Se você teve a
oportunidade de ir até o shopping e uma criança autista estar lá, se eventualmente
ocorre desta criança ter uma crise, ou seja, algo sensorial que a incomoda muitas vezes
despertada pela luz, pelo barulho, ela se irrita, acaba se agredindo, gritando, e todas as
pessoas que estão em volta acabam olhando para aquela mãe e julgando a criança
como mal-educada ou que está fazendo “birra”. E nesses momentos, as mães, ou
familiares presentes ficam extremamente constrangidos, pois não sabem como agir
dada a situação.
A falta de informação é muito grave, e esse é apenas um exemplo de situação que
essas pessoas e suas famílias passam diariamente. Outra questão é o Bullying, também
gerado pela falta de informação, normalmente praticado com os jovens que se
encontram no Espectro.
Por fim, os adultos, sofrem muitas vezes com as faltas de oportunidade no mercado de
trabalho, e abandono da família (casos em que os pais ou avós com idade muito
avançada acabam partindo, e o autista no grau severo fica sem apoio familiar,
atualmente não existe local que abrigue pessoas nessas circunstâncias)
Seria de extrema importância que a sociedade tivesse conhecimento não só sobre o
autismo, mas sobre as outras síndromes, e outras dificuldades. Por exemplo, o Cordão
de Girassol (acessório utilizado como símbolo de conscientização e apoio a pessoas
com deficiências ocultas e autismo) que pessoas estão utilizando sem saber o devido
contexto e representatividade daquilo. Usam apenas por “moda” ou por “acharem
legal”, desviando o foco do propósito real.

2) Em sua opinião, como a terapia comportamental aplicada é utilizada no tratamento


do autismo e quais são as discussões em torno dessa abordagem?
Mirian: Na ADACAMP, só contratamos profissionais que tenham formação na área
comportamental devido a parte com maior prejuízo ser a comportamental e não tanto
a cognitiva. Por exemplo, se é um autista “bonzinho”, assim podemos dizer, ele passará
desapercebido na escola, pois é tímido e só tem uma dificuldade de aprendizagem.
Então essa criança que é tida como com um comportamento bom, ou que é apenas
quieto, nem a escola nos procura, somos nós quem a procuramos pra perguntar se tem
alguma dificuldade, se passa por alguma adaptação.
Ou seja, a terapia comportamental é fundamental para todos os autistas por
apresentarem comportamentos disruptivos, ou comportamentos que não condizem
com a sociedade. Dentre eles as ações mais comuns são gritar demais, bater na própria
cabeça, ou usar algum tipo de acalento em locais que não seria legal usar, ainda
levando esses acalentos pra idade adulta.
Entrando a partir deste ponto a terapia comportamental, ajuda a amenizar esses tipos
de atitudes. O ABA que temos é um tratamento feito de 1 para 1, sendo 1 terapeuta e
1 criança que seria pela OMS hoje em dia, o mais aplicado e apontado para o autismo.
Na nossa realidade da Instituição, infelizmente não conseguimos atender dessa forma,
então tentamos montar grupos que possuam mesmas características de idade e
comportamento. Mesmo assim, o profissional que os acompanham deve ter um olhar
individual, afinal, cada um tem um desenvolvimento e necessidade completamente
diferente.
Em relação as discussões em torno dessa abordagem, o que falta é mais locais para
atender, e mais profissionais na área. As faculdades deveriam aumentar as
especializações, e tornar-se parte do currículo obrigatório as diversas síndromes e
educação especial para todos os cursos.
Por que hoje, mesmo o assunto estando disseminado, ainda existem pediatras que
tratam o desenvolvimento da criança como algo a “se esperar mais um pouco”, “esse é
o jeito dele”, “ele vai aprender no tempo dele”.
Mas o que acontece é crianças chegarem com 7 a 10 anos identificadas por professores
no ambiente escolar, e que passaram por médicos que pouco deram importância aos
indícios apresentados. Sendo assim, a escola a principal intermediadora dessas
crianças, por incrível que pareça, e não os médicos.
Se a criança chegar precocemente, conseguimos manejos de comportamentos para
que essa criança leve uma vida praticamente normal. Isto se for sanado lá na primeira
infância.

3) Como a inclusão de crianças com autismo em ambientes educacionais e de trabalho


(futuramente) pode ser melhorado para atender suas necessidades?
Mirian: Na inclusão escolar infelizmente ainda tem muito, muito mesmo a ser feito.
Todos dizem “A criança que tem que se adaptar a escola”, mas hoje em dia é a escola
que deve estar preparada para receber todos os tipos de criança. A escola, inclusive as
mais antigas, deveriam passar por grandes reformas físicas, pois existem escolas que
possuem escadarias enormes e recebem cadeirantes, ou crianças com pouca
mobilidade.
Se eu sou uma instituição de ensino devo estar pronta pra receber qualquer um, e não
negar matrícula, principalmente escolas particulares. Não se deve ter limitação de
números de quantos deficientes ou autistas se tem em sala. Todos precisam ter o
direito ao estudo respeitado.
Para mercado de trabalho, poucas oportunidades são voltadas para pessoas com
autismo. Não sendo em qualquer lugar adaptado para receber um autista, afinal, locais
com muito barulho ou muita luz podem gerar uma crise. As empresas tendem a
procurar mais por pessoas com deficiência auditiva ou visual. Tínhamos um projeto de
empregabilidade, mas que infelizmente terminou devido à falta de verba pública.

4) Qual foi sua motivação para seguir esse projeto?


Mirian: Na época do Magistério, precisei fazer estágio em diversos lugares, acabei
parando eu uma escola pública e odiei. Me colocaram numa sala, e eu me assustei, as
crianças eram muito maiores do que eu e logo não me identifiquei.
Quando fui realizar estágio em uma Instituição de Educação Especial que era focada
em múltiplas deficiências, tive que lidar com crianças e bebês, e foi aí que me
apaixonei.
Trabalhei muitos anos nessa Instituição que fiz o estágio, mesmo depois de finalizar o
Magistério. Continuei estudando, e estou na área até hoje.
Foi na faculdade que ouvi sobre o Autismo, e eu me arrepiava sempre quando era
abordado sobre o assunto. Então definitivamente eu amo o que eu faço, pessoas que
eu realizo o acompanhamento desde pequeno e que hoje você consegue ver o
progresso. Apesar da sociedade não aceitar, do Bullying, do preconceito, e todas as
dificuldades, eles estão conseguindo. É muito gratificante.
Aprender, acolher, difundir o conhecimento é isso que devemos fazer.
Imagem 1: Fachada da Instituição, contendo dois ursos, um representando a mãe e outro o
filhote atípico.

Imagem 2: A esquerda Gabriela Santos (aluna), ao meio Mirian, e a direita Vivian Micaela
(Aluna).

Entrevista com o Especialista – Conclusão


Após esta entrevista com a Mirian Pezzi, especialista em educação especial e que atende
inúmeros casos de pessoas com o Transtorno do Espectro Autista podemos salientar a
relevância de um melhor entendimento dessa condição, que afeta indivíduos de forma única e
diferente; exploramos suas causas, sintomas, desafios e, o mais importante, as estratégias de
apoio e domínio do assunto em questão. A entrevista revelou a complexidade do Transtorno do
Espectro Autista, enfatizando a necessidade de abordagens personalizadas no diagnóstico e
tratamento. Destacando-se a importância do diagnóstico precoce, de intervenção
multidisciplinar e do apoio às famílias.

Além disso, enfatizamos a importância de promover a inclusão social e educacional, a fim de


assegurar que as pessoas com Transtorno do Espectro Autista tenham a oportunidade de
desenvolver todo o seu potencial.

Este questionário reforça a ideia de que, com a compreensão, aceitação e apoio adequados, é
possível melhorar a qualidade de vida dessas pessoas e suas famílias.
No entanto se faz necessário continuar as pesquisas e a educação para avançar no
conhecimento e nas práticas em relação ao TEA sempre buscando proporcionar um ambiente
mais inclusivo e acolhedor para todos.

Pesquisa Primária
Em nossa última etapa, realizamos uma pesquisa por via de questionário postado no Google
Forms. Neste, nosso principal foco foi alcançar uma amostra de indivíduos da família e
entender se seus familiares diagnosticados com TEA, tem acesso ao suporte necessário durante
sua trajetória de vida, além, de quais fatores são vistos como causadores do crescente índice
de pessoas no Transtorno do Espectro Autista.

Aqueles que não possuíam familiares na condição, também conseguiram responder algumas
perguntas, porém, de modo mais restrito.

Obtivemos 52 respostas durante o período em que o questionário com sete perguntas, estava
aberto (período de 01/11/23 a 12/11/23). Devido a delicadeza das perguntas, e para que as
pessoas se sentissem confortáveis em respondê-las, nosso questionário não pedia a
identificação de quem o respondeu. Bem, como, uma pergunta específica foi aplicada a forma
de múltipla escolha, deixando mais aberto para que fosse possível quem respondesse
expressar sua opinião de acordo com seu entendimento sobre o assunto.

Abaixo, descreveremos em gráficos as informações obtidas a partir desta pesquisa, e o que


ficou claro a partir dela.

Devido ao eixo deste questionário ser voltado as famílias, nossa primeira pergunta foi sobre as
pessoas possuírem algum familiar diagnosticado com o TEA. Das 52 respostas que obtivemos,
41 assinalaram a alternativa SIM (78,8%), enquanto apenas 11 NÃO (21,2%).
A pergunta seguinte, discute o tema que seguimos ao longo do nosso trabalho.

A partir dela, ficou perceptível que as pessoas num geral, inclusive aqueles que não possuem
histórico familiar de TEA, compreendem que houve um aumento no índice de pessoas na
condição nos últimos anos.

Apenas 3,8% discordaram.

A terceira pergunta foi aplicada a opção de múltipla escolha, devido a forma como cada um
entende quais as possíveis razões que causaram o aumento no índice de pessoas com TEA.

Detalhando as respostas é possível ver que grande parte dos questionados, acredita que os
índices de pessoas aumentaram pois o Transtorno do Espectro Autista se tornou um assunto
com maior difusão atualmente.
Além de, os médicos estarem sendo mais objetivos nos diagnósticos, e a escola se fazer mais
presente ajudando a identificar as pessoas com TEA e orientar as famílias.

As questões 4, 5, 6 e 7 se complementam pois levantam os aspectos da saúde da pessoa com


TEA.

Em relação ao diagnóstico precoce, é válido enaltecer que as pessoas em comum acordo


entendem que quanto mais cedo houver acompanhamento médico, menos prejuízos
acarretaram para o desenvolvimento da pessoa na condição.

Também entendem que a terapia comportamental é indispensável para os casos de TEA


mesmo em situações em que o grau é leve.
Em relação ao acompanhamento médico, presencia-se que mais da metade das pessoas
diagnosticadas são orientadas por profissionais particulares, ou seja, por médicos pagos e não
via Sistema Único de Saúde.

O que levanta a bandeira da falta de ações públicas (Instituições, Políticas Públicas,


Atendimento Especializado Educacional e Médico etc.) voltadas a alcançar essa taxa de pessoas
que vivem no Espectro.
Esta pesquisa foi baseada na população da cidade de campinas , onde tem como população
atual 1.138.309 habitantes.28 , tendo como base uma margem de erro amostral de 10% do
total dessa população. O Nível de confiança aplicado nessa estatística foi de 90%, pois mais da
metade das pessoas que respondam o questionário tem uma criança com aspecto TEA em sua
família . Segue abaixo a fórmula do cálculo alcançado:
Conclusão da Pesquisa
Em conclusão, o Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição complexa que afeta o
desenvolvimento social, comunicativo e comportamental. Embora possua uma ampla variação
na apresentação clínica, intervenções precoces e abordagens terapêuticas personalizadas têm
mostrado impacto positivo. O entendimento contínuo desse transtorno é essencial para
promover a inclusão e oferecer suporte adequado às pessoas, contribuindo para uma
sociedade mais inclusiva e compadecida.

Em síntese o TEA representa uma preocupação global devido ao seu crescente número de
diagnósticos em todo o mundo. Este aumento pode ser atribuído, em parte, a uma maior
conscientização, diagnósticos mais precisos e uma compreensão mais abrangente dos critérios
diagnósticos.

Se faz mais que necessário que a sociedade em geral trabalhe de mãos dadas para enfrentar os
desafios associados ao aumento do número de casos. A melhoria de estratégias de intervenção
precoce, programas educacionais inclusivos e apoio contínuo às famílias são elementos-chave
para melhorar a qualidade de vida das pessoas com TEA em escala global. Ao abraçarmos uma
abordagem abrangente e colaborativa, podemos tornar a um mundo mais compreensivo e
solidário para aqueles que vivem com este transtorno.
Fontes
AUTISMO E JURISPRUDÊNCIA NO TJPE: ANÁLISE DAS DEMANDAS DE PESSOAS COM
TRANSTORNO DE ESPECTRO AUTISTA EM SAÚDE SUPLEMENTAR - 07/09/2019
https://www.nucleodoconhecimento.com.br/lei/autismo-e-jurisprudencia

Prevalência de autismo: 1 em 36 é o novo número do CDC nos EUA - 28/03/2023


https://www.canalautismo.com.br/noticia/prevalencia-de-autismo-1-em-36-e-o-novo-numero-
do-cdc-nos-eua

Uma a cada 36 crianças é autista, segundo CDC - 14/04/2023


https://autismoerealidade.org.br/2023/04/14/uma-a-cada-36-criancas-e-autista-segundo-cdc/

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE EDUCAÇÃO


-https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/45358/1/A%20fam%C3%ADlia%20e%20a
%20inclus%C3%A 3o%20de%20estudantes%20com%20Transtorno%20do%20Espectro
%20Autista%20%28TEA%29%20C%C3 %82MARA%2C%202021.pdf

Idade dos Pais Está ligada diretamente ao risco de Autismo? -


https://www.conradoalvarenga.com.br/blog-internas/78-a-idade-dos-pais-esta-ligada-
diretamente-ao-risco-de-autismo-para-os-filhos.html#:~:text=Segundo%20a
%20pesquisa%2C%20publicada%20peri%C3%B3dico,de
Níveis de Autismo -
https://clinicaeureka.com.br/nives-do-autismo/

https://revistagalileu.globo.com/amp/Ciencia/Saude/noticia/2020/08/uso-de-maconha-
na-gravidez-aumenta-risco-de-autismo-no-bebe-diz-estudo.html
Leis ainda são desafios -
https://www.conjur.com.br/2023-abr-02/autismo-conscientizacao-respeito-leis-ainda-
sao-desafios
Por que número de casos aumentou tanto nas últimas décadas -
https://www.canalautismo.com.br/artigos/por-que-o-brasil-pode-ter-6-milhoes-de-
autistas/https://g1.globo.com/educacao/noticia/2023/04/02/1-a-cada-36-criancas-tem-
autismo-diz-cdc-entenda-por-que-numero-de-casos-aumentou-tanto-nas-ultimas-
decadas.ghtml
https://institutosingular.org/o-que-causa-o-autismo/https://www.neurologica.com.br/
blog/quais-os-motivos-do-aumento-da-incidencia-do-autismo/amp

Manual dos Direitos da Pessoa com Autismo

https://www.saopaulo.sp.leg.br/escoladoparlamento/wp-content/uploads/sites/
5/2021/11/Manual-dos-Direitos-da-Pessoa-com-Autismo.pdf

Autistas adultos terão o TEAcolhe como espaço especializado

https://portal.campinas.sp.gov.br/noticia/49771
Sede do Programa de Atenção aos Transtornos do Espectro Autista é inaugurada na
Unicamp
https://hc.unicamp.br/newsite_noticia_328_sede-do-programa-de-atencao-aos-
transtornos-do-espectro-do-autismo-pratea-e-inaugurada-na-unicamp/
O Transtorno do Espectro Autista é considerado deficiência?
https://www.espacoreligare.com.br/tea-e-deficiencia/Lei
12764http://www.seid.pi.gov.br/download/202011/CEID12_150684ec58.pdf
Pessoas com transtorno do espectro autista podem ganhar espaços adaptados
https://www.cl.df.gov.br/-/pessoas-com-transtorno-do-espectro-autista-podem-ganhar-
espacos-adaptados-em-arenas-e-estadios
Projeto estabelece validade de 5 anos para laudos comprobatórios de deficiência
https://www.camara.leg.br/noticias/486141-projeto-estabelece-validade-de-cinco-anos-
para-laudos-comprobatorios-de-deficiencia/
Censo 2010 –IBGE
https://cidades.ibge.gov.br/brasil/sp/campinas/pesquisa/23/27652?detalhes=true

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