Custos - Conteúdo Teórico 2023.1
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Constailibade de Custos
Prof. Dornelles
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CONTABILIDADE DE CUSTOS
PATRIMONIO
Ativo: parte positiva do Patrimônio, mostra onde os recursos colocados à disposição da empresa
foram investidos.
Passivo: mostra os financiamentos que originaram tais aplicações é dividido em duas categorias:
Capitais Próprios e de Terceiros.
1.1 INVESTIMENTOS
Bens numerários: São os bens de liquidez imediata, constituindo o disponível da empresa (dinheiro,
depósitos bancários, aplicações financeiras de liquidez imediata etc.)
Bens de venda: São aqueles destinados à venda pela sociedade e que constituem o objeto de seu
negócio. No caso de empresas industriais, são constituídos pelos estoques de produtos em elaboração e
pelo de produtos acabados.
Obs.: Alguns autores consideram os estoques de matérias-primas como bens de venda, pois embora
sua finalidade não seja a de serem vendidos, integram direta ou indiretamente o produto a ser vendido.
Outros autores preferem classificá-los como bens circulantes, por não serem fixos (renovam-se
constantemente).
Bens Fixos: São aqueles bens de caráter permanente ou quase permanente e que constituem os meios de
produção da empresa, servindo a vários ciclos produtivos. Também são conhecidos como bens de uso.
Estão nesse grupo: Imóveis, máquinas e equipamentos, instalações, ferramentas, veículos, móveis etc.
São geralmente classificados no Ativo Imobilizado.
Bens de Renda: São aqueles adquiridos com a finalidade de produzir renda para a sociedade e que não
estão diretamente ligados à sua atividade operacional principal. Exemplos: Imóveis para alugar,
participações societárias, aplicações financeiras de liquidez não imediata.
Créditos de Funcionamento: valores a receber decorrentes da própria atividade da empresa. Exemplo:
duplicatas a receber etc.
Créditos de Financiamento: valores a receber de prazo mais longo decorrentes de financiamentos a
terceiros e que não são diretamente relacionados com o objeto da atividade da empresa. Ex: empréstimos
compulsórios da União.
Valores Imateriais: bens não tangíveis que figuram no ativo, tais como marcas e patentes, despesas pré -
operacionais, gastos com reorganização administrativa, etc.
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1.3 RESUMO
Investimentos (aplicações) de recursos:
Ativo
Bens Numerários
Créditos de Funcionamento
Bens de Venda
Créditos de Financiamento
Bens de Renda
Bens Fixos
Valores Imateriais
A solução adotada para apurar o resultado na empresa industrial foi similar à utilizada na contabilidade
comercial: avaliam-se os estoques inicial e final (produtos acabados e em elaboração) e substitui-se a conta
compras pelos gastos efetuados na produção:
CPV = Estoques iniciais + Gastos de Produção – Estoques Finais
Diminuindo-se o valor do CPV da Receita Líquida de Vendas, obtém-se o Resultado Bruto Industrial e
deduzindo-se deste as despesas comerciais, administrativas e financeiras, tem-se o Resultado Líquido, à
semelhança das empresas comerciais.
3. TERMINOLOGIA CONTÁBIL
3.1 Desembolso
Pagamento resultante da aquisição de um bem ou serviço. Pode ocorrer concomitantemente com o gasto
(pagamento à vista) ou depois deste ( pagamento a prazo).
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3.2 Gasto
Renúncia de um ativo pela entidade com a finalidade de obtenção de um bem ou serviço, representada
pela entrega ou promessa de entrega de bens ou direitos (normalmente dinheiro).
O gasto se concretiza quando os bens ou serviços adquiridos são prestados ou passam a ser de
propriedade da empresa.
Exemplos:
Gasto com mão-de-obra (salários e encargos sociais) = aquisição de serviços de mão-de-obra.
Gasto com aquisição de mercadorias para revenda
Gasto com aquisição de matérias-primas para industrialização
Gasto com aquisição de máquinas e equipamentos
Gasto com energia elétrica
Gasto com aluguel de edifício
3.2.1.1 Investimento
Gasto com bem ou serviço ativado em função de sua vida útil ou de benefícios atribuíveis a períodos
futuros.
Exemplos: Aquisição de móveis e utensílios, imóveis, marcas e patentes etc.
3.2.1.2 Custo
Gasto relativo a bem ou serviço utilizado na produção de outros bens e serviços; são todos os gastos
relativos à atividade de produção.
Exemplos: salários do pessoal da produção, matéria-prima utilizada no processo produtivo, aluguéis e
Seguros do prédio da fábrica, depreciação dos equipamentos da fábrica, gastos com manutenção das
máquinas da fábrica.
Obs.: A matéria-prima adquirida pela indústria, enquanto não utilizada no processo produtivo, representa um
investimento e estará registrada numa conta de Ativo Circulante (Estoque); no momento em que é
requisitada pelo setor de produção, é efetuada baixa na conta de Ativo e ela passa a ser considerada um
custo, pois será utilizada para produzir outros bens ou serviços.
O gasto normalmente implica em desembolso, embora este possa estar diferido no tempo em relação ao
gasto.
3.2.1.3 Despesa
Gasto com bens e serviços não utilizados nas atividades produtivas e consumidos com a finalidade de
obtenção de receitas.
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3.3 Perda
É um gasto não intencional decorrente de fatores externos (caso fortuito ou força maior), ou da atividade
produtiva normal da empresa. No 1º caso são considerados da mesma natureza que as despesas e são
lançadas diretamente contra o resultado do período. No 2º caso, onde se enquadram, por exemplo, as
perdas normais de matérias-primas na produção industrial, integram o Custo de produção do período.
A distinção mais difícil e mais importante é entre Custos e Despesas. Se um gasto é considerado
Despesa, ele afeta diretamente a apuração do resultado do exercício. Se considerado Custo, só afetará o
resultado a parcela do gasto que corresponder aos produtos vendidos. A parcela correspondente aos
produtos em estoque (produtos acabados e semi-acabados) ficará ativada.
Exemplos:
1 – Depreciação de equipamentos que são utilizados na fabricação de mais de um produto.
2 – Salários dos chefes de supervisão de equipes de produção.
3 – Aluguel da fábrica.
4 – Gastos com limpeza da fábrica.
5 – Energia elétrica que não pode ser associada ao produto.
Obs.:
a) se a empresa produz apenas um produto, todos os seus custos são diretos.
b) às vezes, o custo é direto por natureza, mas é de tão pequeno valor que não compensa o trabalho de
associá-lo a cada produto, sendo tratado como indireto.
Exemplo: Gastos com verniz e cola na fabricação de móveis.
Custos fixos
São aqueles cujos valores são os mesmos qualquer que seja o volume de produção da empresa. É o
caso, por exemplo, do aluguel da fábrica. Este será cobrado pelo mesmo valor qualquer que seja o nível da
produção, inclusive no caso de a fábrica nada produzir.
Os custos fixos são fixos em relação ao volume de produção, mas podem variar de valor no decorrer do
tempo. O aluguel da fábrica, mesmo quando sofre reajuste em determinado mês, não deixa de ser
considerado um custo fixo, uma vez que terá o mesmo valor qualquer que seja a produção do mês. Outros
exemplos: Imposto Predial, depreciação dos equipamentos (pelo método linear), seguros.
Custos variáveis
São aqueles cujos valores se alteram em função do volume de produção da empresa. Exemplo: matéria-
prima consumida. Se não houver quantidade produzida, o custo variável será nulo. Os custos variáveis
aumentam à medida que aumenta a produção. Outros exemplos: materiais indiretos consumidos,
depreciação dos equipamentos quando esta for feita em função das horas/máquina trabalhadas, gastos com
horas-extras na produção.
Outras considerações: Pode haver uma combinação da classificação dos custos em relação à sua
apropriação aos produtos fabricados e quanto ao volume de produção. O consume de material direto na
produção é um custo direto e variável. Os materiais indiretos utilizados na produção são exemplo de custos
indiretos e variáveis. O seguro da fábrica é um custo indireto e fixo. A mão de obra utilizada em máquinas
que precisam de regulagem é um custo direto e fixo.
As despesas também podem receber esta classificação de variáveis e fixas, porém definidas em função do
volume de vendas e não do volume de produção.
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Exemplo da importância da distinção entre custos e despesas para o custeio por absorção:
Suponhamos uma empresa que tenha fabricado 1.000 unidades de um determinado produto, incorrendo
em custos de R$ 9.000,00 e despesas operacionais de R$ 3.000,00. Foram vendidas 800 unidades a R$
20,00 num total de vendas de R$ 16.000,00.
O custo unitário de cada produto fabricado será:
Custo unitário = 9.000,00 / 1.000 = 9,00
A Demonstração de Resultado da Empresa será:
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Vendas 16.000,00
( - ) Custo dos Produtos Vendidos (800 unidades x 9,00) (7.200,00)
( = ) Lucro Bruto 8.800,00
( - ) Despesas Operacionais (3.000,00)
( - ) Lucro Líquido 5.800,00
Se um custo de R$ 1.000,00 tivesse sido classificado erroneamente como despesa, o custo unitário de
fabricação diminuiria para R$ 8,00 (R$ 8.000,00 / 1.000) e as despesas operacionais aumentariam para R$
4.000,00. A Demonstração de Resultado passaria a ser:
Vendas 16.000,00
( - ) Custo dos Produtos Vendidos (800 unidades x 8,00) (6.400,00)
( = ) Lucro Bruto 9.600,00
( - ) Despesas Operacionais (4.000,00)
( - ) Lucro Líquido 5.600,00
Ou seja, a classificação incorreta de um custo como uma despesa reduziu o lucro líquido da empresa, pois
ele foi totalmente deduzido na apuração do resultado (R$ 1.000,00) em vez de ter sido deduzida apenas a
parcela referente à produção vendida (80% do total da produção: 80% x R$ 1.000,00 = R$ 800,00) Este fato
é que explica a diferença de R$ 200,00 a mais de lucro no resultado correto.
O custeio por absorção é o único aceito pela Auditoria Externa, porque atende aos princípios contábeis da
Realização da Receita, da Competência e da Confrontação. Além disso, é o único aceito pelo Imposto de
Renda.
As diferenças entre o custo-padrão e o custo real são objeto de análise da Contabilidade de Custos, com o
objetivo de controle dos gastos e medida de eficiência.
CUSTEIO POR ABSORÇÃO – DETERMINAÇÃO
5.1 Definição
Custeio por Absorção é um processo de apuração de custos, cujo objetivo é ratear todos os seus
elementos (fixos ou variáveis) em cada fase da produção. Logo um custo é absorvido quando for atribuído
a um produto ou unidade de produção, assim cada unidade ou produto receberá sua parcela no custo até
que o valor aplicado seja totalmente absorvido pelo Custo dos Produtos Vendidos ou pelos Estoques Finais.
5.2 Apuração
O esquema básico do custeio por absorção é o demonstrado a seguir:
1. Separação de custos e despesas.
2. Apropriação dos custos diretos e indiretos à produção realizada no período.
3. Apuração do custo da produção acabada.
4. Apuração do custo dos produtos vendidos.
5. Apuração do resultado.
Uma vez realizada a separação entre custos e despesas, o esquema básico contábil do ciclo de custos e
seu inter-relacionamento com a Contabilidade Geral pode ser visualizado nos diagramas I e II.
5.2.1 DIAGRAMA I
DETALHAMENTO DAS CONTAS DE CUSTO REFERENTES A ESTOQUES
(inserir detalhamento)
5.2.2 DIAGRAMA II
INTEGRAÇÃO DA CONTABILIDADE GERAL COM A CONTABILIDADE DE CUSTOS
As saídas dos materiais requisitados para utilização na produção são registradas a crédito de
Materiais Diretos e a débito de Produtos em Elaboração. A diferença entre os débito e créditos lançados
na conta Material Direto corresponde ao valor dos materiais não empregados no período, que constituirão o
estoque final do atual período e consequentemente estoque inicial do período seguinte. Caso a empresa
levante o Balanço neste momento, este estoque será classificado no Ativo Circulante.
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Estes gastos serão debitados à conta de Custos Indiretos de Fabricação, com contrapartida em
Caixa, Bancos ou Contas a Pagar. No caso de Seguros e Depreciação, a contrapartida será em
Despesas Antecipadas e Depreciação Acumulada, respectivamente.
No final do período, a conta de Custos Indiretos de Fabricação (CIF) é encerrada contra Produtos
em Elaboração.
Como visto, as contas de custo são encerradas contra a conta de Produtos em Elaboração. Esta
conta, que pode ter um estoque inicial representativo de produtos ainda não terminados, oriundos do período
de produção anterior, recebe a seu débito todo o custo de produção do período. À medida em que, no
próprio período, os produtos vão sendo terminados, a conta será creditada pelo valor de custo a eles
relativos. No final do período, seu saldo devedor corresponderá ao estoque remanescente de produtos não
acabados e irá constituir o estoque inicial do período seguinte.
A conta Custo dos Produtos Vendidos recebe a seu débito o valor correspondente ao custo dos
produtos comercializados pela empresa. Por se tratar de conta de resultado, será encerrada no final do
período contra a conta de Apuração de Resultado. Seu valor, deduzido das Vendas Líquidas,
corresponderá ao Lucro Bruto da empresa industrial e é também denominado de Resultado Industrial.