Agenda Estratégica 2019 - 2035 e Programa Nacional de Florestas Moçambique
Agenda Estratégica 2019 - 2035 e Programa Nacional de Florestas Moçambique
Agenda Estratégica 2019 - 2035 e Programa Nacional de Florestas Moçambique
MOÇAMBIQUE
Julho, 2019
Versão após reunião de harmonização multisectorial
...........................
( instituição/DINAF)
Florestas de Constituídas por formações vegetais localizadas nas zonas de protecção e Adaptado da
conservação sujeitas a um regime de maneio especial; Englobam as florestas contidas nas Lei 16/14
diversas categorias da rede nacional de áreas de conservação e das reservas
florestais delimitadas e registadas no cadastro nacional de terras.
Reservas Florestas dedicada a protecção e manutenção da diversidade biológica e dos Lei 10/99
Florestais recursos naturais e culturais associados. Ambas leis ( florestas 10/99 e menciona
conservação 16/14, não mencionam as reservas florestais mas sim apenas reserva
reservas nacionais., dentro da categoria de áreas de conservação total. nacional
Rede Nacional Lei 16/14
Consiste numa rede de áreas de conservação, devidamente delimitadas e
de áreas de
registadas no Cadastro Nacional de Terras estabelecidas para, entre outros
conservação
objectivos, contribuir para a manutenção da diversidade biológica e dos
recursos genéticos no território nacional e nas águas jurisdicionais
moçambicanas, englobando dois níveis: (i) áreas de conservação total de
domínio público e sem intervenções de extração de recursos,
nomeadamente reservas naturais integrais, parques nacionais e
monumentos culturais naturais que podem incluir árvores históricas e de
valor cultural e, (ii) áreas de conservação e uso sustentável de domínio
publico do Estado, comunitário ou privado, englobando as reservas
especiais, áreas de protecção ambiental, coutadas oficiais, áreas de
conservação comunitária, santuários, fazendas do bravio e parques
ecológicos municipais.
Florestas não Adaptado do
Áreas florestais dentro das áreas de conservação ( rede nacional de áreas de
produtivas Relatório de
conservação) e dentro das áreas de proteção estabelecidas pela lei de
Inventário
terras;
Florestal (
Magalhães,
2018)
Maneio Refere-se às iniciativas, políticas, instituições e processos orientados ao Adaptado de
Padrão mínimo Consiste num conjunto de requisitos mínimos a serem cumpridos pelos MITADER /
para o maneio operadores florestais, discutidos e acordados de forma participativa 2018
florestal baseados nas exigências do actual quadro regulatório mas também, quando
necessário, excedendo os requisitos do quadro regulatório para garantir que
o maneio florestal seja realizado de forma responsável. Estes padrões
mínimos constituem um instrumento de avaliação do desempenho de todos
os detentores de licenças florestais em Moçambique.
Produtos Produtos de origem biológica que não seja madeira, derivada das florestas, Adaptado de
florestais não terras florestais e árvores fora das florestas, destinados ao uso humano . FAO, 1999
madeireiros
Enriquecimento
Plantação ou indução da regeneração natural de espécies florestais naturais
florestal
desejadas pelo seu alto valor comercial, aumentando o potencial/ valor
comercial do povoamento objeto desta actividade.
Áreas florestais Áreas florestais ( > 30% de cobertura de copa) convertidas directamente Adaptado de
desmatadas pela acção do homem, de floresta para terras sem floresta. FNDS 2018 (
desmatamento
2003-2013)
Paisagem A ‘paisagem” é um sistema sócio-ecológico que consiste num mosaico de Ecoagriculture
ecossistemas naturais e/ou modificados pelo homem, com a configuração policy focus nr
característica da topografia, vegetação, uso da terra e aglomerados 10, 2013
populacionais que é influenciado pelos processos ecológicos, históricos,
económicos, culturais e actividades na área.
Abordagem de Refere-se ao conjunto de conceitos, ferramentas, métodos, e abordagens Minang et al.,
paisagem desenvolvidas a nível de paisagens na procura de alcançar objectivos 2015
múltiplos económicos, sociais e ambientais através de processos que
reconhecem, reconciliam e capitalizam os interesses, atitudes e acções dos
vários actores, requerendo portanto alguma forma de envolvimento de
multi-actores.
Serviços refere-se aos atributos e processos através dos quais os Ecossistemas Ribeiro &
ambientais Florestais mantem as suas funções, criando condições para o sustento da Matediane,
vida na Terra 2019
Temas do
sector Principais desafios da Agenda Florestal 2019 - 2035
florestal
Madeira de
01. Regulação e desenvolvimento de todas etapas da cadeia
florestas
de valor da madeira proveniente da floresta nativa;
nativas
Madeira de
02. Garantir a segurança de acesso à terra no
plantações
estabelecimento de plantações florestais;
florestais
Combustíveis 03. Formalização e regulação da cadeia de valor de carvão
lenhosos vegetal e incentivo do comércio sustentável;
Produtos
04. Valorização e integração dos produtos florestais não
florestais não
madeireiros na Agenda de Desenvolvimento;
madeireiros
Maneio
05. Apoio às iniciativas de gestão comunitárias e de negócios
comunitário
locais para o impulsionar desenvolvimento sócio-económico
dos recursos
local;
florestais
Conservação
florestal,
06. Valorização dos serviços ambientais numa abordagem
serviços
integrada de gestão de paisagens e conservação das florestas e
ambientais e
fauna bravia dentro e fora das áreas de protecção;
mudanças
climáticas
Integração 07. Integração das florestas nos planos de desenvolvimento do
territorial e país a todos os níveis com especial atenção nos distritos
multisectorial vulneráveis ao desmatamento;
As florestas, através do uso sustentável dos seus múltiplos bens e serviços contribuem
para um desenvolvimento territorial integrado e inclusivo baseado na diversificação
da economia. O Programa Nacional de Florestas contribuiu ainda para o processo de
revisão do quadro legal através da formulação do Anteprojecto da Política Florestal e
sua Estratégia de Implementação, e é considerado o mecanismo de implementação
e monitoria do instrumento legal anteriormente referido.
Para além dos inúmeros estudos e consulta bibliográfica em cada tema, quatro
trabalhos contribuíram para o desenvolvimento da visão e estratégia de acções:
1. O desmatamento histórico e sua projecção (mapa florestal 2035)
2. A análise da oferta e procura de produtos florestais;
3. Ordenamento territorial e valorização de perdas e ganhos
4. Plano Nacional de Desenvolvimento Territorial: Moçambique integrado e coeso.
Moçambique, com uma superfície terrestre de 786 380 km2 e uma população de
28,8 milhões de habitantes, com 40% do território terrestre coberto por florestas
naturais é considerado um país com recursos naturais abundantes: água, terras
aráveis, potencial hidroeléctrico, reservas de gás natural, carvão e outros recursos
minerais do subsolo. O país possui 7 principais tipos de vegetação de acordo com
White (1983)) : 1) miombo; 2) mosaico costeiro, incluindo as florestas secas da costa;
3) matas de mopane; 4) florestas indiferenciadas contendo Acacia sp. nas zonas
secas e diversas outras espécies como Albizia sp, Terminalia sp, e Sclerocarya birrea;
5) florestas de montanha entre 1500-2000m
de altitude na província de Manica, Tete e
Zambézia; 6) vegetação holófita de solos
salinos no vale do Rio Changane e 7)
vegetação de áreas pantanosas, alagadas
na zona da fronteira com Malawi ( Micoa,
2009).
O inventário florestal indica que a floresta de mopane (chanato) com 3,1 milhões de
hectares é o segundo tipo florestal mais extenso depois do miombo, ocorrendo nas
regiões semi-áridas do interior dos vales do Limpopo-Save e no vale do alto Zambeze.
As florestas de mopane, são caracterizadas pela predominância da espécie
Colosphospermum mopane (mopane, chanato, missano) , em povoamentos quase
puros, sendo também comum exemplares das espécies Guibourtia conjugata (
chacate preto), Kirkia acuminate, Acacia nigrescens, Brachystegia utilis e Sclerocarya
birrea ( Magalhães, 2018).
Fonte: Sitoe, A. Mandlate, J.L. & Guedes, B. ( 2014). Biomass
and Carbon stock of Sofala Bay Mangrove Forests;
Também associados à costa, destaca-se as
florestas secas costeiras de África Oriental, que
ocorrem ao longo da costa moçambicana até
ao sul da Somália e fazem parte do mozaico
Tabela 1 - Contribuição das florestas para alcançar os objectivos globais de desenvolvimento sustentável
ACTIVIDADES 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17
1. GESTÃO FLORESTAL
Inventário Florestal
Maneio florestal e monitoria dos
recursos
Planificação do uso da terra
Exploração de madeira
Produtos florestais não
madeireiros
Maneio do Fogo
Maneio de fauna bravia
Doenças e pragas florestais
2. ADAPTAÇÃO A
MUDANÇAS CLIMÁTICAS
Restauração florestal
REDD+
Sistemas agro-florestais
Maneio de bacias hidrográficas
3. FLORESTAS URBANAS E
PERI-URBANAS
4. PLANTAÇÕES
FLORESTAIS
5. CONSERVAÇÃO DE
ÁREAS FLORESTAIS
6. RECURSOS GENÉTICOS
FLORESTAIS
7. MANEIO COMUNITÁRIO
DE REC. NATURAIS
8. DESENVOLVIMENTO DE
EMPRESAS
NEGÓCIOS/FLORESTAIS
9. ENERGIA DA BIOMASSA
10. POLÍTICA FLORESTAL
11. GOVERNAÇÃO
FLORESTAL
12. CERTIFICAÇÃO
FLORESTAL
Fonte: FAO, Sustainable forest management toolbox.
1. Erradicação da pobreza; 2. Fome zero; 3. Saúde e bem-estar; 4. Educação de qualidade;
5.Igualdade de género; 6. Água limpa e saneamento; 7. Energia acessível e limpa;
8. Emprego digno e crescimento económico; 9. Indústria, inovação e infra-estrutura;
10. Redução das desigualdades; 11. Cidades e comunidades sustentáveis;
12. Consumo e produção responsáveis; 13. Combate às alterações climáticas;
14. Vida debaixo de água; 15. Vida sobre a terra; 16. Paz, justiça e instituições fortes;
17. Parcerias
Nas áreas rurais, a agricultura, pecuária, pescas e florestas envolve a grande maioria
dos agregados familiares ( 89% segundo o censo de 2007). Apesar da cobertura dos
serviços de extensão estar a aumentar, apenas atinge 12% das famílias agricultoras
(Suit & Choudhary, 2015), sendo o sector agricultura caracterizado por pequenas
unidades familiares cultivadas à mão, estimando-se cerca de 3,9 milhões ( 99%) de
explorações agrícolas pequenas, 51 872 (13%) de explorações médias e apenas 728 (
menor que 1%) são grandes explorações. Considerando que a produção,
produtividade e competitividade agrícola é baixa devido ao fraco desenvolvimento
do capital humano (38% dos chefes de família não possui escolaridade), ao
esporádico uso de sementes melhoradas, fertilizantes, maquinaria, dificuldades de
acesso ao mercado, más condições da estrada e acesso limitado a financiamentos
e créditos, a insegurança alimentar afecta cerca de 50% dos agregados familiares,
dos quais 24% de forma crónica. 43% das crianças são mal nutridas, afectando
irreversivelmente os seu desenvolvimento físico e cognitivo (UNDAF, 2017). Extensa
literatura cita o uso da flora e fauna pela população moçambicana, que encontra
na floresta quase todos os produtos que necessita para sobrevivência: material de
construção, combustível, alimentos, medicamentos, diversos utensílios domésticos,
taninos, produtos ornamentais e ainda valores espirituais e culturais associados às
florestas e meio ambiente. As fruteiras nativas possuem um papel importante na
nutrição e potencial elevado para exploração económica e melhoria do rendimento
familiar e é especialmente nas épocas de crise e fome que os frutos silvestres
(polpa, sementes e caroços ) adquirem uma importância crucial (Magaia & Skog,
2017). Os frutos são particularmente apreciados pelas crianças e as bebidas
alcoólicas produzidas com base nas frutas silvestres agregam valor e são também
muito apreciadas pela população local, e geralmente produzidas pelas senhoras
idosas e viúvas como actividade de rendimento. Para além dos frutos, a população
recorre à floresta para encontrar folhas, bolbos, raízes comestíveis , por exemplo de
Dioscorea preussii (munhanha), sementes de Entada rheedei (zangusi) e
Amblygonocarpus andongensis (mutindiri), ou frutos de Kigelia africana (muweve),
folhas para chás (Combretum hereroense, Boscia albitrunca) entre outros ( Bruschi, et
al., 2014) . A fraca cobertura do sistema sanitário, com um rácio de 7,2 médicos por
100.000 habitantes ( INE, 2014) impele a população a recorrer às florestas para
encontrar os inúmeros produtos para as tratamentos de saúde de que necessita,
sendo de destacar, diarreias, malária, complicações respiratórias, de estômago,
anemias, infecções parasitárias, doenças sexuais e associadas ao HIV, reflectindo a
grande necessidade de preservação deste conhecimento tradicional associado ao
uso dos recursos florísticos. Considera-se que 800 plantas das 5500 classificadas em
Moçambique sejam usadas para fins medicinais (Krog et al., 2006), sendo de destacar
a falta de padronização de dosagens e control de qualidade (Ribeiro et al., 2010).
Além do uso medicinal a grande maioria das espécies ( 87%) são também usadas
A importância das florestas e seus múltiplos produtos, para as famílias nas áreas rurais
pode ser resumida em 5 seguintes aspectos (Shackleton & Pandey, 2013):
1) Como provedimento das necessidades quotidianas das famílias, isto é, o
consumo directo dos agregados familiares, estimando-se que a contribuição diária
destes recursos varie de 10-60% do rendimento total das famílias de acordo com o
contexto agro-ecológico, social, cultural, político e económico;
2) Como alternativa de geração de rendimentos financeiros, seja como
suplemento ou como fonte principal do agregado familiar estimando-se que a
contribuição do comércio de PFNM para o rendimento do agregado familiar possa
variar de 5% a mais de 90% de acordo com o grau de especialização, envolvimento,
agregação de valor e sazonalidade do negócio;
3) Como mecanismo de segurança em tempos de escassez ou infortúnio
derivado de más colheitas ou perda de criação animal devido às secas, ciclones,
cheias ou acontecimentos e dívidas inesperadas, sendo sobretudo usados pelas
famílias de menores posses;
4) Como bens culturais e papel espiritual ( por exemplo em Moçambique a festa
do canhu é um evento cultural importante) , e os artigos usados nas vestes e
cerimónias tradicionais; e
5) Como poupança para o Estado e para aquelas famílias que dependem
destes produtos para a subsistência, pois o uso grátis (sem contar o trabalho e tempo
despendido para a colheita dos PFNM e madeireiros) permite que as famílias mais
pobres possam utilizar os parcos recursos financeiros disponíveis noutros gastos:
sementes e insumos agrícolas, material escolar, etc.
MITIGAÇÃO ADAPTAÇÃO
1. Aumento do sequestro de Carbono
§ Reflorestamento
§ Restauração
§ Sistemas agro-silviculturais
2. Conservação do carbono sequestrado
nas florestas ( REDD+)
§ Gestão integrada da terra e recursos 1. Para reduzir vulnerabilidade e reforçar
naturais a vários níveis ( incluindo capacidades adaptativas das florestas
trans-fronteiras); § Evitar fragmentação de paisagens e realçar
§ Harmonização de políticas corredores de biodiversidade;
multisectoriais para REDD; § Manter saúde e vitalidade das florestas
§ Maneio sustentável das florestas; § Ajustar práticas de maneio ;
§ Exploração florestal de baixo impacto;
§ Maneio do fogo e redução de
queimadas descontroladas; 2. Para reduzir vulnerabilidade e reforçar
§ Redução de desperdícios e aumento de capacidades adaptativas das comunidades
eficiência das cadeias de valor; § Garantir direito de uso e acesso às florestas e
3. Valorização de produtos florestais reforçar mecanismos de defesa das
§ Substituição de alumínio, plástico, comunidades dependentes;
concreto e metais por madeira § Reforçar as capacidades das Organizações
proveniente de florestas manejadas Comunitárias de Base.
sustentavelmente; § Diversificar os produtos florestais e as
§ Energia da biomassa proveniente de oportunidades de geração de rendimento e
florestas manejadas sustentavelmente. emprego.
Boa governação florestal
§ Clareza na propriedade, diretos de acesso e uso das florestas e das árvores;
§ Promoção de transparência e prestação de contas;
§ Reforçar a participação dos actores na tomada de decisões e monitoria;
§ Reduzir lacunas/ sobreposições e aclarar mandatos;
§ Promover coordenação e parcerias;
Fonte: Adaptado de FAO, 2018
Moçambique possui cerca de 528 000 hectares em regime de protecção total , nas
chamadas reservas florestais. Estabelecidas com diversos propósitos as reservas
florestais de Moçambique abrangem alguns dos tipos de vegetação existentes em
Moçambique (floresta e matagal costeiro do centro de endemismo de maputaland
na floresta de Licuati, vegetação de montanha húmida sempreverde de beleza
cénica na região de Manica na reserva de Maronga, miombo seco e húmido nas
reservas de Nampula). Exceptuam-se as matas de mopane e as manchas de
vegetação seca da costa que não estão representadas em nenhuma das reservas
do país.
A Reserva Florestal de Mecuburi (a maior das reservas florestais) apresentou uma taxa
anual de desmatamento médio de cerca 1.780 hectares/ano no período 2004-2016
(Bioflora, 2016 citado por Ribeiro & Matediane, 2019). Estes valores estão alinhados
com valores obtidos nas reservas nacionais. Por exemplo, a Reserva Nacional de
Chimanimani apresentou uma taxa média de desmatamento anual de 1.452
hectares/ano (2003-2013) enquanto que a Reserva Nacional do Gilé apresentou um
desmatamento médio anual de 555 hectares/ano, dos quais 83% na zona tampão
resultando na emissão de 73 896,79 tCO2e/ano (FNDS, 2018 pers. com).
Caixa nr 1 - Objectivos globais do plano de acção estratégico para as florestas ( 2017 -2030)
Objectivo Global #1 – Reverter a perda de Florestas: Reverter a perda de cobertura florestal no mundo
através do maneio florestal sustentável, incluindo a proteção, restauração, florestamento e
reflorestamento, e aumento de esforços para prevenir a degradação de florestas;
Objectivo Global #2 – Ressaltar os benefícios das florestas: Ressaltar os benefícios económicos, sociais
e ambientais das florestas, incluindo o papel das florestas na subsistência das comunidades;
Néxus água, clima e floresta : uma oportunidade por desenvolver em acordos regionais
INSTRUMENTO CONTEXTO GERAL ESTRATÉGIAS, PLANOS DIRECTORES E PLANOS DE ACÇÃO
FLORESTAS
ÁGUAS
Política de Águas Versa sobre a garantia da Estratégia Nacional de Gestão de Recursos Hídricos tem
(Resolução quantidade e qualidade de como objectivo a implementação efetiva da Política de
46/2007) água para as actuais e Águas, cuja meta compreende a satisfação das
futuras gerações e necessidades básicas de abastecimento de água para o
estabelece a gestão consumo humano, melhoramento do saneamento, utilização
integrada dos recursos eficiente da água para o desenvolvimento económico, água
hídricos tendo como base a para conservação ambiental, redução da vulnerabilidade à
bacia hidrográfica como cheias e secas, e promoção da paz e integração regional,
unidade fundamental e bem como garantir os recursos hídricos para o
indivisível. desenvolvimento de Moçambique.
ENERGIA
Política Assegurar o fornecimento Estratégia de conservação e uso sustentável da energia da
Energética fiável de energia ao mais biomassa 2014- 2025 , recomenda formular o programa
(Resolução 5/98) baixo custo possível por nacional da biomassa, fomentar plantações e sistemas agro-
forma a satisfazer os actuais florestais para energia, bem como uma modernização
níveis de consumo e as gradual da energia tradicional ( fornos e fogões melhorados);
necessidades para Plano director do gás natural, considera o investimento em
desenvolvimento. A política projectos de GPL como uma prioridade para substituição dos
da biomassa considera a combustíveis tradicionais ( lenha e carvão) no sector
redução gradual do doméstico nacional.
consumo de combustíveis
lenhosos, gestão
sustentável dos recursos
lenhosos bem como o
aumento da eficiência de
transformação e utilização
e plantio de árvores.
Política e Versa sobre o reforço da Estratégia nacional e plano de acção para a gestão
estratégia do mar soberania do Estado sobre integrada de zonas costeiras ( 2015-2020) visa promover a
(Resolução as águas jurisdicionais gestão integrada da zona costeira através da
39/2017 marítimas, o implementação articulada e coordenada de políticas e
desenvolvimento de instrumentos que assegurem o uso racional do espaço físico, a
princípios e mecanismos de preservação dos recursos naturais, e a redução da
ordenamento dos espaços vulnerabilidade das comunidades, visando o desenvolvimento
marítimos, governação do
COMÉRCIO
Política e Conjunto de princípios, medidas e actividades que visam impulsionar o desenvolvimento do
Estratégia comércio para responder às necessidades internas e de exportação.
nacional do
comércio
(Resolução 25/98)
INDUSTRIA
Política e A industria como factor determinante da transformação estrutural da economia considera o
estratégia desenvolvimento e modernização da industria de mobiliário como uma das prioridades do
Industrial sector sendo o desenvolvimento da indústria de construção e a criação de parques
2016-2019 industriais uma oportunidade do sector.
(Resolução
23/2016)
DESENVOLVIMENTO
Estabelece a visão e Estratégia Nacional de Desenvolvimento sustentável 2015-
estratégias para impulsionar 2035, considera a industrialização como a base do
o desenvolvimento da desenvolvimento e aponta o uso sustentável dos recursos
nação. Assim até 2025, naturais, transparência e ordenamento territorial, entre outros,
moçambicanas e como factores de sucesso.
moçambicanos aplicam as Programa Nacional de Desenvolvimento sustentável ( PNDS)
suas capacidades, energias 2015-2030, considera entre as suas metas, o objectivo de
e saberes para juntos redução de emissões de CO2 em 72MtCO2/ano até 2030.
edificarem: Moçambique,
Estratégia para melhoria de ambiente de negócios, cujo
País Empreendedor e de
objectivo é tornar o ambiente de negócios em Moçambique
Sucesso Contínuo, com
mais atractivo para investimentos e assumir uma posição de
base num País em Paz,
referência no ranking regional e mundial, tendo como missão,
Agenda Nacional Unido, Coeso, Democrático
simplificar os procedimentos para fazer negócios e melhorar a
de e Prospero, uma Nação competitividade nos negócios.
Desenvolvimento Harmoniosa e Solidaria, um
2025 País Orgulhoso da sua
História e da sua Cultura Plano de acção para a Economia Verde, pretende tornar
onde se valoriza e respeita Moçambique um “país inclusivo, de rendimento médio,
a diversidade étnica e baseado na protecção, restauro e uso racional do capital
cultural, um país natural e dos serviços do ecossistema, garantindo um
onde se preserva o desenvolvimento inclusivo e eficiente, dentro dos limites
ambiente e a beleza planetários”. Os objectivos específicos do plano são:
natural, se cultiva a a)Estabelecer o fundamento da Economia Verde e incluir
estética, se desenvolvem as a agenda de crescimento verde nas prioridades nacionais
artes, as ciências e a de desenvolvimento; b)Identificar acções de políticas
tecnologia e se promove a concretas para fazer avançar a agenda da Economia
investigação e a inovação. Verde à medida que se perseguem os objectivos de redução
da pobreza; c)Integrar a abordagem de EV nos processos
de planificação e orçamentação bem como nas contas
nacionais
GOVERNAÇÃO
Entre as inúmeras estratégia e planos, destaca-se a importância das estratégias de
Reflorestamento, de Reduções de Emissões de Gases de Efeito Estufa e degradação
das florestas, de Adaptação e Mitigação às Mudanças Climáticas, da Conservação
de Diversidade Biológica, da Energia, de Género cujas metas e indicadores quando
relevantes foram incorporadas no Programa Nacional de Florestas .
Instrumentos legalmente vinculantes do sector florestal e com ele relacionado
As faixas:
Os terrenos:
Nas zonas de proteção total e parcial não podem ser adquiridos direitos de uso e
aproveitamento da Terra e as actividades que nelas forem efectuadas necessitam de
licença especial, mas os procedimentos para esta licença especial não vêm descritos
na lei de terras (DNTF, et al, 2002) .
No sector de terras, a cobrança de taxas de DUAT são baixas e não reflectem o valor
da terra e as capacidades dos investidores, permitindo assim a delimitação de
grandes áreas mesmo quando o seu uso só está previsto para o futuro. A nível de
concessões, a taxas referentes à área não são cobradas por ausência de
regulamentação para as mesmas. Weimer e Carrilho ( 2017) indicam a necessidade
de revisão das taxas de DUAT de modo a incentivar a optimização do uso da terra e
sugerem a descentralização da tributação da terra para nível distrital como forma de
geração de receitas tão necessitadas para a promoção de infra-estruturas e serviços
básicos a nível distrital e comunitário.
3
Custo de exploração ( USD/m )
Preço de % de
Classe de 3 3
Custo de licença venda Lucro ( USD/m ) lucro por m
madeira Total 3
incluindo 15% de Abate e (US$/m ) explorado
taxa de reposição arraste
Preciosa 86,25 45,6 131,85 375 243 184,4
Primeira 43,12 45,6 88,72 275 186 210,0
Segunda 28,75 45,6 74,35 187,5 113 152,2
Terceira 14,37 45,6 59,97 187,5 128 212,7
Quarta 8,62 45,6 54,22 187,5 133 245,8
Valores estimados
Serviços do ecossistema mangal
(dados de 1999)
Serviços de Aprovisionamento
1 Alimentos (peixe, carne, plantas comestíveis) 4,81 US$/ha/ano
2 Água 3 200 000 US$
3 Matérias primas (fibras, areia, pedra, gravilha, coral, outros n.i.) 1,11 US$/ha/ano
Serviços de Regulação
8 Regulação do clima (sequestro de carbono) 64 000 000 US$
11 Tratamento de resíduos (purificação das águas) 12 700 000 US$
Fonte: Agripro, 2019
Para as florestas tropicais, os dados da Tanzania, Malawi, Zambia e Africa do sul foram
convertidos ao dólar ao câmbio e apresentados como referência;
Com base apenas na relação histórica entre população e área florestal, ambas
estatísticas disponíveis para o país é possível prever que os distritos da região costeira
da região centro norte e nos corredores da Beira e Nacala serão os mais afectados
pelo desmatamento, sobretudo onde se prevê que irá se perder mais do que 40% da
Porporção de perda de área florestal (%) Quan'dade de área florestal perdida (ha)
Figura 5 - Distritos vulneráveis por perda de proporção de área florestal ( >40% ) e pela quantidade de área a
ser perdida ( > 60.000 hectares).
Ano
Carvão vegetal
2018 2025 2035
População urbana (nr de hab.) 9.076.397 11.589.289 16.123.395
3 3
Oferta - crescimento anual m ( supondo 1 m /ha/ano) 31.576.000 30.425.000 28.942.000
Oferta
Consumo – opção 2
3
Balanço considerando o IMA (m ) 23.407.243 19.994.639 14.430.944
Balanço
AMEAÇAS
TRIÉNIO -2015-2017
4.1 VISÃO
A visão de cada tema da agenda florestal foi aglotinada e alinhada na visão geral
da política florestal:
Garantir a perpetuação e aumento do património florestal nacional actualmente
existente e geração de benefícios derivados de bens e serviços ambientais através
do reflorestamento, restauracção, uso sustentável e agregacção de valor dos
produtos florestais, incentivando a gestão inclusiva e participativa, em especial dos
grupos vulneráveis, para o benefício económico, social e ambiental das actuais e
futuras gerações;
EIXOS
ESTRATÉGICOS -
2019-2035 DOMÍNIOS DE INTERVENÇÃO Objectivos estratégicos –política florestal
1. Florestas para o Promoção do envolvimento das comunidades locais na gestão
desenvolvimento florestal
1. Colocando as comunidades
sócio-económico e
locais em primeiro lugar Aumentar a contribuição do sector florestal no
segurança
alimentar com desenvolvimento local
4.6 Metas
2. Produtos prioritários
Produtos prioritários Fonte
Código florestal aprovado
Banco de dados das comunidades
Sistema de informação florestal operacional
Fiscalização comunitária em implementação
Fiscalização florestal com rastreamento dos produtos
75% da madeira rastreada até 2035
Acordo-tipo de parcerias estado-privado–comunidades aprovado
Modelo de canalização de benefícios aprovado
Mecanismo de actualização de taxas melhorado
Mecanismo de pagamento por bens e serviços ambientais Estrat.
incorporado nas contas nacionais conservação
Metodologia de inventário nacional integrado aprovada
Mapeamento e cadastro de PFNM.
Padrões nacionais aprovados e certificação de produtos florestais
Selo de origem e certificação de carvão vegetal até 2035
Reservas florestais avaliadas e integradas
na Rede de Áreas de Conservação
Sistema de monitoria multisectorial aprovado ( conservação/
florestas/ clima)
Plano Nacional de investigação florestal aprovado
Rede de monitoria florestal permanente estabelecida e
monitorada
5.1 Riscos
Os principais riscos envolvidos na implementação do programa nacional de florestas
são:
Para mitigar os riscos acima apresentados, o sector florestal deve buscar apoio junto
das instituições nacionais e parceiros internacionais, bem como do público em geral,
adepto do maneio florestal sustentavel para um desenvolvimento sócio-económico
integrado, inclusivo e sustentável.
2. Cristiano, A., Chicue, J., Bila, A, Pereira, C; Pechisso, D., Issufo, A., Vicente, P., e Pambezi, P. (2018). Draft
não finalizado. Anteprojecto da política florestal e estratégia de implementação. MITADER. 64 pag.
3. Egas, A e Falcão M. P. (2018). Cadeia de valor da madeira de floresta nativa. diagnostico da situação
actual. Apoio à formulação da Agenda Estratégica 2018-2035 e Programa Nacional de Florestas.
compilado por CEAGRE. MITADER/ DINAF/FAO/BM. 36 pag.
6. Pereira, C. (2018a). Maneio comunitário dos Recursos florestais . Apoio à formulação da Agenda
Estratégica 2018-2035 e Programa Nacional de Florestas. WWF & MITADER/ DINAF/FAO/BM. 40 pag.
7. Pereira, C. (2018b). Produtos florestais não madeireiros. Apoio à formulação da Agenda Estratégica
2018-2035 e Programa Nacional de Florestas. WWF & MITADER/ DINAF/FAO/BM. 58 pag.
8. Pereira, C. & Muino, T. (2018). Governação florestal: o elo mais fraco. Apoio à formulação da Agenda
Estratégica 2018-2035 e Programa Nacional de Florestas. MITADER/ DINAF/FAO/BM.
9. Cristiano, A., Chicue, J., Bila, A, Pereira, C; Pechisso, D., Issufo, A., Vicente, P., e Pambezi, P. (2018).
Metodologia de elaboração da política florestal – documento de apoio da equipe de redação. Draft
não finalizado. Apoio à formulação da Agenda Estratégica 2018-2035 e Programa Nacional de Florestas.
MITADER/ DINAF/FAO/BM. 18 pag.
10. Ribeiro, N. & Matediane, J. (2019). Mudanças climáticas, conservação florestal e serviços ambientais.
Apoio à formulação da Agenda Estratégica 2018-2035 e Programa Nacional de Florestas. IUCN.
MITADER/DINAF/FAO/BM. 37 pag.
11. Rosta, M. (2018). Diagnóstico da Componente de ensino, treinamento e capacitação florestal. Apoio
à formulação da Agenda Estratégica 2018-2035 e Programa Nacional de Florestas. MITADER/
DINAF/FAO/BM. 27 pag.
ESTUDOS DA AGENDA FLORESTAL e PROGRAMA NACIONAL DE FLORESTAS
Falcão, M.P. (2018). Balanço entre a Oferta e Procura de Produtos Florestais em Moçambique no período
2028 -2035. Apoio à formulação da Agenda Estratégica 2018-2035 e Programa Nacional de Florestas. 47
pg.
Mabilana, A. H.(2019). Conversão de áreas florestais: tendências e projecções para 2035. Apoio à
formulação da Agenda Estratégica 2018-2035 e Programa Nacional de Florestas. 47 pg.
Bibliografia consultada
Egas, A.F. et al. (2013). Assessment of harvested volume and illegal logging in Mozambican natural forests.
Faculty of Agronomy and Forest Engineering, Eduardo Mondlane University, Maputo, Mozambique.
FAO. (2012). Strengthening Effective Forest Governance Monitoring Practice, by A.J.van Bodegom,
S.Wigboldus, A.G.Blundell, E.Harwell and H.Savenije. Forestry Policy and Institutions Working Paper No. 29.
Rome.
GDS/ MZB (2016) Study design report – product selection and background – volume 1.
GoM. (2001) . Malawi’s National Forestry Programme. Priorities for improving forestry and livelihoods.
Government of Malawi ( GoM). Forestry Department.
GoTanzania.(2001). National Forest Programme of Tanzania. 2001-2010. Ministry of Natural Resources and
Tourism. Forestry and beekeeping division.
Glover, S., Salvucci, V. & Jones, S. ( 2016). Where is comercial farming expanding in Mozambique?
Evidence from agricultural surveys. Wider working paper. 21 pp.
Mate R., Johhansson, T., Jirjis, R. & Remane, I. (2014) Estimatives of forest residues from selective logging
operations in Mozambique for bioenergy. FAEF/UEM SLU.
Mitader. (2018). Plano Nacional de Desenvolvimento Territorial . Relatório R.I/03. Cenários, visão e eixos
estratégicos de desenvolvimento territorial. Proposta preliminar.
Shumba, E.M. (2012). Assessment of National Forest Programme Processes and Plans in Southern Africa.
African Forest Forum, Working Paper Series, Vol. 1(19), 18 pp.
A herança do passado
As florestas moçambicanas são propriedade e domínio público do Estado, competindo a
este definir as condições de acesso e uso deste património. A gestão das florestas
moçambicanas está directamente relacionada com a gestão do território e
desenvolvimento rural pelo seu papel no conjunto de bens e serviços essenciais para
sobrevivência das famílias rurais. A característica multi-funcional da floresta e o seu
papel transversal na mitigação das mudanças climática confere-lhe também uma
importância adicional na componente do meio ambiente terrestre e marinho.
Factores decorrentes do posicionamento geográfico, topografia, clima, e sobretudo na
partilha de recursos hídricos, corredores de biodiversidade e de pessoas e mercadorias
com os países vizinhos da SADC requerem a elaboração de estratégias e coordenação de
acções para além dos limites fronteiriços;
O sub-sector florestal evoluiu do binómio florestas/fauna bravia para florestas/terra
sob tutela do sector de Agricultura. Em 2016, a gestão das florestas perde o subsector de
terras e passa a administrar apenas as florestas naturais (à excepção dos mangais sob
tutela dos ministério do Mar e águas interiores) sob tutela do Ministério de Terras,
Ambiente e Desenvolvimento Rural. A globalização da economia, comércio, movimentos
de bens e pessoas, partilha e competição pelos recursos requerem mecanismos de
coordenação multissectorial, que em Moçambique foram atendidos no passado pelo
Ministério de Coordenação Ambiental.
A administração do sector florestal tem sempre sido fragmentada e dispersa por várias
instituições dificultando a integração da política florestal nos demais sectores do país, o
que dificulta a implementação de uma abordagem integrada de desenvolvimento das
cadeias de valor e de gestão do território, recursos e pessoas.
Fraquezas
§ tendência de “projectização”de
plataformas e redes de diálogo;
§ tempo e recursos despendidos em
estratégias, planos e leis que não
são implementados;
§ Ligação de florestas com temas § Ocupação crescente desregrada do
Oportunidades
Ameaças
§ corredores integrados de § fraca governação florestal a nível
desenvolvimento local;
§ polos industriais § falta de capitalização de offsets para
desenvolvimento florestal
A herança do passado
As florestas naturais em Moçambique são um bem comum de domínio publico; A
abordagem da sua utilização é fortemente influenciada pelo regime de exploração
regulamentado no passado colonial que pressupunha 3 abordagens de exploração (
ANEXO 1 - DESAFIOS DA AGENDA FLORESTAL – 2019-2035 3
IIED, 2017): (1) florestas que não podiam ser concedidas ou exploradas; (2) florestas
concedidas exclusivamente para a exploração florestal (3) que podiam ser alienadas. O
sistema de licenciamento de exploração dos produtos florestais era usado em 4
modelos: (1) licenças de exploração de prazo e quantidade limitadas; (2) licenças para
consumo próprio; (3) licenças para venda; e (4) licença de derruba para fins agrícolas;
Após a independência e abandono da industria florestal pelos proprietários, no final dos
anos 80, o Estado moçambicano agregou todas as industrias abandonadas e
nacionalizadas sob uma única empresa estatal de âmbito nacional ( Madeiras de
Moçambique – MADEMO) com delegações nas províncias e com o monopólio de
exploração, transformação e comercialização dos recursos florestais, operando em
regime de licença simples; As poucas industrias nacionais seguiram o mesmo modelo e o
sistema de concessão é introduzido após as reformas económicas de país ( meados dos
anos 80) seguido da privatização das actividades económicas e da redução das acções
do Estado (Sitoe et al., 2012) . Em 1997 é aprovada a política de florestas e fauna bravia
que estabelece o objectivo de transformação gradual da exploração florestal em regime
de licença simples para regime de concessão como a forma mais adequada de gestão dos
recursos por parte de terceiros. Em 1998 é aprovada a primeira concessão em Cabo
Delgado. A lei de floresta estabelece o regime de licenciamento e a população foi isenta
de licença de exploração de produtos florestais para consumo próprio e de derruba,
passando a vigorar apenas o licenciamento em caso de exploração florestal para fins
comerciais. Os ciclista transportadores de carvão souberam aproveitar esta brecha e o
trânsito de pequenas quantidade de produtos florestais sem licenciamento e registo
passou a ser comum.
Em 2001 haviam 33 concessões, abrangendo uma área total de 683.980 ha e 353
operadores de licença simples numa proporção de 10 operadores em licença simples
para cada concessionário. Em 2007 havia 137 concessões no país abrangendo uma área
total de 5.225.000 hectares e 637 operadores florestais de licença simples. Em 2013,
foram licenciadas 211 concessões abrangendo uma área total de 8.613.891 hectares e
licenciados 497 operadores de licença simples. Em 2017, foram registados 624
operadores de licença simples e 193 concessionários, obtendo-se um ratio de 3,2
operadores de licença simples por concessionário licenciado.
Tabela 2 - Evolução do Nr. de operadores florestais ( 2002-2017)
A maioria dos desmandos do sector são facilitados pela licença simples, que permite
grande rotatividade de operadores e áreas , dificultando a fiscalização.
industrial;
• Falta de associativismo, parcerias Falta de economia de Fraca gestão dos
e cooperação; escala para exportação; 20% destinados às
• Localização incorreta da comunidades.
industria, aumenta custos de Custos elevados
matéria prima Fracasso das
• longas distâncias de transporte iniciativas de
em vias de acesso em mau estado plantação/
• Apoio as comunidades como uma Quadro legal pouco enriquecimento da
exigência obrigatória; claro e incerteza no floresta nas áreas de
• Falta de clareza sobre os 15% de funcionamento do concessão
reflorestamento; sector
.Fonte: Adaptado do workshop do PNF.
Em relação à secagem de madeira, produção de folheados, carpintarias, produção de
móveis e madeira perfiladas, comercialização e mercados foram identificados os
seguintes problemas:
A herança do passado
Plantações no país datam do século XIX com o plantio de árvores na então Lourenço
Marques, predominantemente com espécies do género Eucalyptus, com o objectivo de
secar os pântanos existentes na parte baixa da cidade. As plantações para efeitos de
protecção efectuadas pelo Estado datam do inicio do século XX, com o objectivo de
conter as dunas de areia na foz do rio Limpopo em Gaza através do plantio de Casuarina
equisetifolia, bem como a fixação de dunas junto aos faróis, na ilha da Inhaca, Barra
Falsa, Ponta Caldeira, Bazaruto, Ponta do Ouro, Cabo da Boa Paz, Barra de Inhambane
(Tofo) e Závora.
Ainda nesta época, foram estabelecidas plantações na Namaacha, Marracuene, Matola,
Mocuba e Ribáue onde foram introduzidas mais de duzentas espécies florestais exóticas
com o objectivo de testar espécies e proveniências mais adequadas ao país. Os testes
ANEXO 1 - DESAFIOS DA AGENDA FLORESTAL – 2019-2035 10
Vulnerabilidades:
Destacam-se as seguintes barreiras ao desenvolvimento e consolidação de plantações florestais no país,
destacando-se as seguintes ( adptado de Bila, 2018)
I. Quadro legal e institucional disperso e incompleto;
II. Plano de uso de terra e zoneamento para plantações florestais inexistente;
III. Acesso a terra complexo, oneroso, demorado e inseguro;
IV. Défict de conhecimento de técnicas de estabelecimento, maneio, protecção e exploração
sustentável de plantações florestais;
V. Desmatamentos, agricultura itinerante e queimadas descontroladas não são penalizadas e se
generalizam;
VI. Exploração ilegal da madeira em toro, lenha, carvão dificulta a rentabilização das plantações e de
outros produtos florestais não madeireiros dificulta rentabilização das plantações.
VII. Parcerias com Comunidades locais e fomento pequenos produtores como alternativa para
geração de rendimento e redução de conflitos de terra;
VIII. Falta de informação do papel das plantações e impactos positivos desta actividade, e o Estado
não assumindo uma atitude pro-activa de incentivo da actividade;
IX. Fraco desenvolvimento das Infra-estruturas encarece o negócio e reduz competitividade.
Fonte: baseado no workshop de plantações – Agenda florestal e PNF
Tabela 8 – Potencialidades para o desenvolvimento de plantações florestais em
Moçambique
ANEXO 1 - DESAFIOS DA AGENDA FLORESTAL – 2019-2035 13
anos. Por outro lado, aumentou a demanda de produtos florestais de plantações como
postes, papel, madeira prensada, tende a expansão, tanto no mercado interno como
externo. O país oferece vantagens comparativas para investimentos em plantações
florestal, de pequena, média e em grande escala, para a produção sustentável de energia da
biomassa e de produtos florestais modernos, para o mercado interno e exportação.
IV. Créditos de carbono e serviços ambientais: Existe consciência crescente da necessidade
de conservação das florestas naturais, da manutenção e ampliação dos bens e serviços
ambientais que proporcionam a sociedade. Ademais, há o reconhecimento do potencial de
plantações florestais na fixação do Carbono, adaptação e mitigação de mudanças
climáticas. A nível Global, existem vários mecanismos de financiamento climático, que
facilitam e permitem a mobilização de recursos para actividades de conservação assim
como o desenvolvimento de plantações florestais.
V. Desenvolvimento local sustentável: Plantações florestais sustentáveis potenciam
aparecimento e desenvolvimento de pequenas e médias empresas nacionais de
reflorestamento e processamento local de madeira de plantações, bem como unidades
especializadas no reflorestamento energético, reflorestamento de protecção e conservação
do ambiente, melhorar a paisagem e recuperação de áreas degradadas etc. Estes
empreendimentos vão concorrer para a criação infraestruturas sociais e económicas de
desenvolvimento, postos de emprego, diversificação da economia local e melhorar as
condições de vida das comunidades locais.
Fonte: Workshop de plantações – Agenda florestal e PNF
Objectivo estratégico do tema : Estabelecer milhão de
hectares de plantações industriais, plantações de
conservação e de plantações de uso múltiplo,
sustentáveis, através de mecanismos de fomento florestal
e envolvimento de todos actores.
A herança do passado
Tabela 9 - pontos fortes e fracos da cadeia de valor de carvão vegetal
territoriais
Comercialização de carvão vegetal
Quadro Mercado livre e oferta e procura Predominância de comércio informal;
político/legal e regulam o negócio. Falta de uniformização dos preços.
regulatório
Aspectos Única fonte de energia vendida a Crescente demanda nos centros urbanos; produto
económicos e retalho e em pequenas que não apodrece; Infraestruturas fracas para o
técnicos quantidades; armazenamento e venda de carvão;
Oportunidades Ameaças
Etapa de produção de carvão vegetal
Quadro político/legal Mudanças climáticas pode catalizar Fiscalização e licenciamento
e regulatório sinergia entre os diferentes actores, ineficiente;
coordenação mltisectorial para Enquadramento institucional
menor consumo do carvão vegetal e deficiente;
redução de emissões; Carvão é efectuado em todos
Revisão do quadro legal em curso; os lugares mesmo naqueles
frágeis ou de conservação;
Zoneamento e ordenamento
territorial não efectuado e
respeitado;
Crescimento económico e
expansão de vias de acesso;
Rápida urbanização
Aspectos económicos Disponibilidade dos produtores para Redução de consumo de
e técnicos introdução de novas tecnologias carvão nas cidades implica
mais ineficientes para a produção de criação de novas
carvão e com aproveitamento de oportunidades de geração de
resíduos; rendimento para as
comunidades nas áreas de
produção;
Aspectos ambientais, Produção através de novas Utilização de recursos
ecológicos e tecnologias com espécies menos florestais classificados como
territoriais nobres; Agregação do valor aos preciosos para a produção
desperdícios – aproveitamento do de carvão vegetal; recursos
vuvu para produção de briquetes; florestais cada vez mais
longe;
Aspectos ambientais, Cada vez mais distritos com acesso a Zoneamento para carvão a
ecológicos e energia elétrica; nível distrital não efectuado
territoriais e/ou respeitado;
Comercialização de carvão vegetal
Quadro político/legal Revisão do quadro legal em curso; Corrupção; Sistema judicial
e regulatório Sensibilização ambiental do ineficiente deixando em
consumidor e produtores no contexto liberdade os infratores e
das mudanças climáticas penalizando os
comerciantes;
A herança do passado
Moçambique sempre foi considerado um país com abundantes florestas e a redução da
área florestal é considerada uma consequência natural do desenvolvimento económico e
da crescente demografia e consumo de produtos florestais. A herança do passado
demonstra que o sector florestal em Moçambique considerou a produção de madeira,
quase que exclusivamente, como o único produto do ecossistema. Contudo, a
contribuição dos outros bens tais como: a produção de lenha e carvão, produção de mel
e outros para as economias local e nacional foram completamente secundarizados e
como consequência, a quantificação desses é escassa a nível nacional. Por outro lado, os
serviços de regulação e suporte (por exemplo, polinização, formação e fertilidade do
solo, regulação do ciclo hidrológico e do carbono) têm sido completamente ignorados
principalmente no que concerne os sistemas de maneio florestal.
As mudanças climáticas e a vulnerabilidade de Moçambique aos efeitos dessas
mudanças realçam a visão holística do território e da floresta e o papel desta para
atingir os objectivos de desenvolvimento sustentável de baixas emissões. Assim,
recentemente as florestas passaram a ser consideradas como um pilar importante para
mitigação dos efeitos das mudanças climáticas através do sequestro de carbono. As
experiências do passado são sobretudo baseadas em alguns projectos piloto em áreas
tampão das zonas de conservação (Gilé, Gorongosa,) sendo de destacar a experiência
ANEXO 1 - DESAFIOS DA AGENDA FLORESTAL – 2019-2035 20
FRAQUEZAS AMEAÇAS
Deficiente conhecimento do valor e difícil • Taxas crescentes de degradação florestal e
quantificação dos SE. desmatamento.
Fraca fiscalização. • Deficiente capacidade para a valorização dos
serviços ambientais.
Falta de inclusão das RFs no desenvolvimento
do distrito. • Falta de um esquema de PSE.
Falta de clareza sobre a viabilidade económica.
Lacuna na legislação para PSE.
Deficiente ligação entre os potenciais
ANEXO 1 - DESAFIOS DA AGENDA FLORESTAL – 2019-2035 21
FORTALEZAS OPORTUNIDADES
• Cobertura florestal do país significativa. • Existência de experiências
• 26% do país sob regime de conservação. nacionais.
• Existência de RFs e outras áreas com valor de • Quadro legal (regulamento REDD+)
conservação. em definição.
• Conhecimento tradicional na gestão e valor • Compromisso nacional para a
dos Recursos florestais. mitigação e adaptação aos efeitos
das mudanças climáticas.
POTENCIALIDADES:
• A existência de uma cobertura florestal considerável (40% do território), a pressão
internacional e compromisso nacional com o crescimento económico verde e mudanças
climáticas geram um ambiente favorável para a valorização dos recursos florestais e
pagamento de serviços ambientais para benefício das comunidades residentes nas áreas
rurais;
• A conservação florestal constitui um ponto de entrada para valorização e pagamento de
serviços ambientais, em especial para a viabilidade económica e social das reservas
florestais;
Objectivo estratégico do Tema: Contabilização de serviços
ambientais nas contas nacionais e provinciais;
A herança do passado
Desde sempre que a população moçambicana utiliza a floresta para satisfazer as suas
necessidades básicas e efetua a utilização integral dos recursos ao seu dispor: terra,
água, floresta, fauna . Os recursos florestais de Moçambique constituem um bem de
domínio público e propriedade do Estado. O maneio comunitário dos recursos florestais
é baseado no conceito de gestão colectiva da floresta, como um bem comum partilhado,
onde um grupo de pessoas compartilham as normas de acesso e uso dentro de um
território definido e formalmente delimitado, que administram em nome ou de forma
conjunta com o seu proprietário, neste caso o Estado. Este apesar de ser desde sempre
usado foi formalizado no quadro legal apenas nos final dos anos 90 (política florestal e
lei de florestas) baseado nas experiências do “tchuma tchato – nossa riqueza”, e na dos
países vizinhos, e seguindo as tendências de governação florestal internacionais. O
envolvimento e partilha de benefícios de gestão das florestas com as populações locais é
indicado como o mais apropriado para garantir a conservação da biodiversidade,
reduzir a degradação ambiental e pobreza nas áreas florestais. Não se sabe ao certo o
número de iniciativas de maneio comunitário dos recursos florestais, uma vez que
ANEXO 1 - DESAFIOS DA AGENDA FLORESTAL – 2019-2035 22
ambientais homem-animal
internacionais
Aspectos • Conhecimento • Analfabetismo e • Pobreza
sócio- tradicional dos baixo nível de • Descontentame
culturais recursos; educação em nto social e
• Respeito pelas geral e degradação da
normas sobretudo das qualidade de
costumeiras mulheres; vida;
• Estreita • Actores passivos
dependência e ( beneficiários,
ligação com os informantes,
recursos mão de obra,
florestais; etc) no
desenvolviment
o rural;
Fonte: Participantes ao workshop de maneio comunitário ( Pereira, 2018 a)
Potencialidades
I. O maneio comunitário florestal como um veículo para promoção de
desenvolvimento rural e de empreendedorismo a nível local quando conjugado
com o desenvolvimento rural integrado ( território, florestas, agricultura,
energia, finanças) poderá corresponder às aspirações de desenvolvimento e
promoção de bem estar a nível local.
II. A visão holística da gestão do território desde sempre usada a nível local,
conjugada com a pressão das mudanças climáticas para uma abordagem de
paisagem e multissectorial vai de encontro às praticas locais de uso do território
e constitui uma potencialidade para a revigorar as iniciativas comunitárias.
Vulnerabilidades
I. As fragilidades de capacidades das OCB’s , as dificuldades de sustentabilidade
financeira das mesmas e o favorecimento de empreendedorismo individual
poderá orientar o maneio comunitário para capacitação individual e da elite
local, enfraquecendo a gestão comunitária do recurso.
II. A pobreza e falta de infra-estruturas básicas orientam a aplicação dos benefícios
para a solução destes problemas em primeiro lugar e só depois o investimento
na melhoria dos recursos florestais.
Objectivo estratégico do tema:
apoiar comunidades empreendedoras
comprometidas com a gestão
sustentável dos recursos naturais.
A herança do passado
Os registos históricos do uso de produtos florestais para os mais variados fins que não
seja a madeira pelas comunidade locais em Moçambique confirmam a estreita ligação
entre o povo moçambicano e o meio que o rodeia e a sua utilização comercial (Pereira,
2018 citando Guerra, 1938, Missão Botânica de Moçambique 1942-1948, Gomes e
Sousa, 1966). A comercialização de produtos florestais não madeireiros que a nível local
quer a nível internacional é também antiga, sendo a exportação da mafurra (Trichilia
emética) já efectuada em 1913, quando atingiu o seu máximo com 7962 toneladas para
depois baixar para menos de 1000 toneladas devido à instabilidade derivada da
primeira guerra mundial e flutuações de mercado, e em 1936 exportou-se apenas 506
toneladas.
Os produtos florestais não madeireiros de origem animal e vegetal constituem uma
dádiva da natureza que alivia os momentos difíceis e complementa a produção familiar.
Mas os produtos florestais não são apenas importantes como um mecanismo de
sobrevivência e apoio em períodos difíceis e de insegurança alimentar, mas também
para os pequenos negócios locais e alternativas de geração de rendimento baseados na
grande variedade de produtos que podem ser extraídos das florestas.
Se espera que na próxima década o uso dos produtos florestais não madeireiros
aumente, tal como aconteceu nas últimas duas décadas, quer seja nos países
desenvolvidos como nos países em desenvolvimento (Shackleton et al.,2011), pois
existem numerosas razões para o aumento do interesse global nos PFNM. Em primeiro
lugar se acredita que a promoção do uso sustentável dos PFNM poderá conduzir a uma
situação de ganho-ganho na redução da pobreza e conservação da biodiversidade (
FAO,1995).
A herança do passado
A rede nacional de áreas de conservação abrange 26% do território nacional e cerca de
6,9 milhões de hectares de florestas abrangendo quase todos os ecossistemas florestais
relevantes do país ( com excepção da floresta de Mopane e florestas associadas aos
montes Mabu, Chiperone e Namúli). As 13 reservas florestais actualmente existentes no
país (cerca de 530.000 hectares) foram criadas durante a década de 50 e visavam a
protecção de algumas bacias hidrográficas, espécies endémicas e de espécies
madeireiras e ecossistemas florestais associados. Criadas por boletins e nem sempre
com os propósitos de conservação e limites claramente definidos, as reservas florestais
não foram formalmente submetidas a nenhum regime de maneio de conservação,
resultando numa situação de “abandono” que facilitou as actividades humanas dentro
dos seus limites. Já em 1968 Gomes e Sousa (1968) mencionou problemas de queimadas
e exploração florestal nas reservas florestais. Desde esse tempo que estes problemas
foram apenas se agravando e outros adicionados, tais como a caça, a expansão da
fronteira agrícola e dos assentamentos populacionais e infra-estruturas de acesso.
ANEXO 1 - DESAFIOS DA AGENDA FLORESTAL – 2019-2035 28
Fortalezas Oportunidades
• Cobertura significativa dos • Potencial para as RFs serem formalmente
diferentes tipos florestais em reconhecidas no SNAC.
Moçambique.
• importância reconhecida na NBSAP- National
• Existência de comunidades ao redor Biodiversity Strategies & Action Plans;
das RFs com potencial para a
• Existência de cerca de 200 concessões
conservação. florestais com potencial de conservação.
• Suficiente cobertura florestal
• Reconhecimento da necessidade de
(aplicável a algumas áreas com
pagamentos por serviços ecossistémicos
potencial para conservação). (PSE) em áreas de conservação.
• Ecossistemas resilientes (ex.
Florestas de miombo). • Elegíveis para actividades de gestão
integrada da paisagem, restauração de
• Existência de potencial de ecossistemas, agricultura de conservação, e
conservação em áreas de produção agrosilvicultura nas zonas tampão ou áreas
florestal (concessões florestais). com influência humana.
Potencialidades:
• A existência de comunidades nas áreas tampão das reservas florestais quando
conjugada com os pagamentos por serviços ambientais representa um potencial
futuro de incentivo à conservação e viabilização económica destas áreas.
• A conservação florestal em zonas de produção com esquemas de pagamentos por
serviços ambientais num sistema regulado de gestão florestal em parceria com as
comunidades locais possui o potencial de incentivar os operadores e comunidades a
conservarem zonas de interesse mútuo e a excluir a exploração florestal comercial
de zonas frágeis ou de importância de protecção da biodiversidade.
ANEXO 1 - DESAFIOS DA AGENDA FLORESTAL – 2019-2035 29
Fraquezas Ameaças
• Falta de clareza de governação das • Deficiente conhecimento do valor e difícil
RFs. quantificação dos SE.
• Limitada representação de • Fraca fiscalização.
espécies e ecossistemas de
• Falta de inclusão das RFs nos planos de
distribuição restricta (ex. A RF de
desenvolvimento dos distritos.
Licuati não faz parte da Reserva de
Maputo e Ponta de Ouro). • Falta de clareza sobre a viabilidade
económica.
• Conversão de área florestal em
agricultura (em 3 RFs). • Lacuna na legislação para PSE.
A herança do passado
Se governação se refere ao uso de autoridade sob uma determinada esfera, a governação
florestal passou de uma planificação centralizada pelo Estado ( Plano Estatal Central ) e
um Estado regulador, auditor, e implementador das actividades florestais (Mademo,
IFLOMA E. E., , entre outras) para um sistema de administração florestal orientada pela
economia do mercado, introduzido nos programas de reajuste económico na década de
80-90. Os quadro legais foram considerados desactualizados e ineficientes (nas décadas
de 80-90 surgem um conjunto de políticas e leis relacionadas com o uso da terra e
recursos naturais,) os mecanismos regulatórios insuficientes, a interferência do Estado
excessiva.
A governação florestal em Moçambique acompanhou as tendências mundiais no sector:
(i) descentralização do maneio florestal, no qual os governos aceitam que a protecção
dos recursos não necessita necessariamente da exclusividade do governo e reconhecem
o papel da sociedade civil e das comunidades na gestão florestal; (ii) a governação
concessionada, que se refere ao aumento do papel dos actores que não sejam o Estado,
incluindo o papel de associações florestais, industria florestal, concessões e grupos de
operadores florestais, que influenciam a governação e o estabelecimento de regras e
normas de administração dos recursos, e (iii) os mecanismos de mercado (certificação,
REDD+, FLEGT) actualmente dominados pelas mudanças climáticas no qual as florestas
recebem a atenção mundial pois o desmatamento florestal é considerado a segunda
maior fonte de emissões de CO2, (9%) depois da combustão de combustíveis fósseis.
Estes mecanismos de mercado e de pagamentos por resultados são também
considerados como influência “suave” para a mudança de atitude e comportamento em
relação às florestas ( CIFOR, 2010).
Três motores vão determinar as tendências da regulação internacional das florestas
(Maguire, 2010), que irá também influenciar as tendências da administração florestal
em Moçambique: o primeiro é o clima, que joga um papel dominante em todas as
políticas ambientais e desenvolvimentistas internacionais como resultado das
plataformas políticas de negociação climática ao mais alto nível de governação. O
segundo motor das tendências futuras de regulação florestal internacional é atribuído à
emergência de redes e alianças globais que lidam com o corte ilegal. E o terceiro motor
é a presença crescente da regulação florestal privada internacional.
Atributos da PONTOS FORTES OPORTUNIDADES
governação
Quadro legal Reconhecimento da co-gestão Reforma do quadro legal
comunitária;
Quadro Historial de descentralização Advocacia para descentralização;
Institucional comunitária;
Procedimentos administrativos para Fiscalização independente
licenciamento conhecidos;
Sociedade civil activa, mas dispersa Economia verde e integração
ANEXO 1 - DESAFIOS DA AGENDA FLORESTAL – 2019-2035 32
. Oportunidades
§ Possibilidade de criação de um programa nacional de investigação sobre
florestas, meio ambiente e biodiversidade, que agrega diversos actores, linhas
orientadoras e de financiamento;
§ Projectos piloto do REDD+ em andamento que podem servir de base para
melhor o quadro político legal relativo à investigação florestal;
§ Possibilidade de criação de uma futura entidade nacional com funções de
coordenação da investigação florestal ao nível interinstitucional e nacional, que
faça controlo de qualidade da investigação florestal e que seja facultada para as
definições essenciais, quanto a prioridades e orientações temáticas de
investigação, dentro do conjunto de alternativas temáticas de investigação;
§ Existência de redes telemóvel para uso de dados digitais e aplicativos de
telefone no sector florestal;
§ Existência de parceiros nacionais e internacionais interessados em apoiar o
sector florestal e/ou participar na realização da investigação, em especial o
Banco Mundial, FIP, FAO, CIFOR, IIED, WWF, IUCN, JICA, FNI, USAID, entre
outros;
§ Existência de alguma capacidade técnica e institucional que mediante um
investimento não alto, poderia alavancar e dinamizar uma investigação florestal
de excelência no pais (por ex. UEM, UniLURIO, UniZambeze, IIAM, CDS-RN,
CENACARTA, entre outros);
§ Existência de várias instituições públicas e privadas, entre centros, institutos e
universidades com habilidade de treinar técnicos capazes de conduzir
investigação científica em várias áreas de conhecimento;
§ Possibilidades de estabelecer sinergias com redes regionais e internacionais de
investigação ecológica e ambiental, incluindo o Miombo network.
Actores Níveis
Elementar Básico Médio
Escola dos Padres de Gurué x x a partir de
2019
Escola Profissional Dom Bosco x x a partir de
2019
Casa do Gaiato x
Centros de formação vocacional de x
Moamba, Manica e Zambézia
Instituto de Formação Profissional e x
Estudos Laborais (Alberto Cassimo)
(antigo INEFP)
Instituto Agrário de Chimoio (IAC) x
Instituto Agrário de Bilibiza (IAB) x x
A Universidade Eduardo Mondlane constitui a instituição mais antiga e líder na
educação florestal, seguida pela Universidade do Zambeze (Mocuba), Universidade do
Lúrio (Unango) e os Institutos Superiores Politécnicos de Gaza e Manica. Outras
instituições que oferecem cursos afins na área do ambiente com enfoque na área de
gestão ambiental incluem a Universidade Técnica de Moçambique, Universidade São
Tomás, Instituto Superior de Gestão Economia e Finanças. Os institutos superiores e
politécnicos diferentemente das universidades, são instituições do ensino superior com
a missão de formar técnicos empreendedores e inovadores. Espera-se que estes sejam
incubadores de negócios e centros de recursos técnicos e tecnológicos que facilitem a
criação de um empresariado nacional à altura dos desafios de desenvolvimento
socioeconómico do País.
Tabela 22 - Principais actores do ensino superior na área florestal
Instituições Privadas
Universidade Católica UCM Gestão Ambiental e
de Moçambique Ciências Agrárias
Universidade São USTM Ciências Agrárias
Tomás de
Moçambique
Universidade Técnica UDM Engenharia Ambiental
de Moçambique e Gestão de Desastres
(LEBA/GD)
Universidade Jean UJPM Engenharia do
Piaget de Ambiente e
Moçambique Desenvolvimento
Sustentável
Instituto Superior de ISGECOF Gestão Ambiental
Gestão, Comércio e
Finanças
Instituto Superior ISM Gestão do Meio
Monitor Ambiente
É evidente a lacuna de instituições de ensino que garantam a educação aos níveis de
base ou de artes-e-ofício, vocacional, técnico básico e médio. Contudo, houve
massificação de instituições de ensino aos níveis de educação superior. Em termos de
números de graduados, as estatísticas são agregadas (agricultura, florestas e
veterinária) sendo disponíveis apenas os dados para o ensino superior. Em 2015, as
instituições públicas e privadas graduaram 292 estudantes das áreas de agricultura,
florestas e veterinária.
Na vertente de capacitações e treinamentos, a Direcção Nacional de Florestas e Fauna
Bravia (DNFFB), actual Direcção Nacional de Florestas (DINAF) promovia capacitações a
fiscais já formados e/ou ajuramentados, assim como treinamento continuo de fiscais,
para actualizar sobre as matérias da legislação. A formação específica de fiscais era
liderada pelo Parque Nacional de Gorongosa, enquanto que para as outras áreas
específicas como gestão participativa de recursos naturais, mercados e planos de
negócios, planificação participativa, monitoria e avaliação, produção de carvão,
propagação de bambu, produção de vinagre de madeira, uso de motosserra, tecnologias
de exploração, entre outras áreas foram lideradas em parte pela DNFFB no âmbito dos
vários projectos de assistência técnica pela FAO, Finlândia, assim como por parcerias
com UEM, Faculdade de Agronomia e Engenharia Florestal, em colaboração com a
Universidade Federal do Paraná, Brasil. Para a formação específica o grupo alvo eram
comunidades locais, trabalhadores de empresas florestais, e técnicos do sector de
florestal ligadas as áreas de implementação da formação.
As recentes medidas de incentivo à industria florestal derivadas do banimento da
exportação de toros, poderá criar uma maior necessidade de técnicos para o sector,
incluindo a figura de extensionistas florestais para provisão de assistência técnica na
preparação e apoio das comunidades para redução de desmatamento e adopção de
técnicas de agricultura de conservação, sistema agro-florestais e para esquemas de
fomento florestal junto das comunidades.
Para além de questões culturais que afectam o ensino florestal, foram identificados 6
grandes áreas de problemas adicionais
(i) Desarticulação entre o ensino e o contexto nacional, expressa na falta de
alinhamentos dos conteúdos e competências , dos objectivos estratégico do
sector de educação ou formação com os diferentes níveis de política de
desenvolvimento do país e sectorial;
(ii) Desarticulação entre os diferentes níveis de ensino e treinamento florestal,
expresso no fraco alinhamentos dos curricula desde o ensino básico, técnico
profissional e superior;
(iii) Limitado número de unidades de ensino elementar, básico e técnico
profissional vocacionado a cursos prioritários;
(iv) Falta de investimentos ou disponibilidade de fundos para investir em
infraestrutura e tecnologia para reforço da aprendizagem técnica e
desenvolvimento de habilidades específicas ( sobretudo infra-estruturas e
equipamentos para componente prática);
(v) Falta de recursos humanos qualificados para provisão de formação e
divulgação de práticas florestais sustentáveis (extensionistas florestais
capacitados) assim como dar suporte técnico às empresas florestais;
(vi) Dificuldades de emprego agravada pelo não cumprimento da
obrigatoriedade de contratação de mão-de-obra nacional qualificada;
(vii) Questões culturais
Fraquezas
• Fraco alinhamento das políticas sectoriais de educação na definição de perfis
profissionais e ocupacionais que respondam as necessidades reais do sector;
• Falta de cursos de artes e ofícios para a formação de operadores de serras, de salas
de manutenção das serras e de supervisores das serrações, e outras tarefas chave
para uma empresa florestal;
• Necessidade de reforçar os currículos do ensino técnico-profissional superior em
processamento de madeira de plantações florestais;
• Falta de um sistema de credenciamento de técnicos do sector que valorize a
educação não formal/ experiência prática de potenciais provedores de serviços;
• Baixa organização empresarial. A maioria destas unidades de concessões florestais
de matas nativas pertence a pessoas com limitados conhecimentos de gestão e da
própria indústria florestal, resultando em baixo nível consciencialização sobre a
necessidade de um sistema de produção devidamente organizado e formalizado;
• Falta de ensino básico e consequentemente inadequada capacitação e apoio
técnicos das comunidades, comités de gestão e camponeses e SDAE;
• Falta de integração de matérias florestais nos currículos de formação dos
extensionistas agrários e Serviços Distritais de apoio às actividades Económicas;
• Falta de instituições que oferecem uma educação que confira o desenvolvimento de
uma carreira vocacional estruturada: certificado de qualificação vs treinamento/
capacitação para levar a cabo as suas actividades eficientemente e em segurança/
sistema de credenciamento de técnicos do sector que valorize a educação não
formal/ experiência prática de potenciais provedores de serviços;
• Falta de um sistema de acreditação progressiva que reconhece a variedade de
cursos e experiência de trabalho para técnicos do sector florestal.
Ameaças
• Falta de alinhamento entre as necessidades técnicas para as áreas de
desenvolvimento do País (política vs perfis ocupacionais);
ANEXO 1 - DESAFIOS DA AGENDA FLORESTAL – 2019-2035 42
Potencialidades
ü Conjugação de ensino florestal durante treinamentos de estágios e sector
público e privado;
ü integração do ensino florestal na rede de extensão agrária.
Vulnerabilidades
ü Dificuldades para emprego de trabalhadores florestais qualificados num
contexto empresarial pouco desenvolvido;
ü A falta de extensão florestal e do domínio do “saber fazer”
ü Ensino desarticulado dos temas emergentes e necessidades de desenvolvimento
Objectivo estratégico do tema: Formar técnicos florestais
qualificados, competitivos e com habilidades que garantam
assistências técnica na produção, maneio e uso sustentável
dos recursos florestais no País.
ANEXO 2 - Matriz de acções - Programa nacional de Florestas 1
Instituições Orçamento
implementadoras Indicativo
Meticais
Resultados indicadores de horizonte colabora (x1000m
Acções ( P.N.F) esperados desempenho temporal Lider ção (US$) t)
OBECTIVO 1 - Reforçar o desenvolvimento sócio-económico e segurança alimentar tendo como foco o envolvimento das
comunidades
AS COMINIDADES EM PRIMEIRO LUGAR E NO CENTRO DO DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO
área de intervenção: fortalecimento das OCB's e comunidades 10.599.480 657.168
Banco de dados
Melhorado o
Criar, manter e actualizar estabelecido e funcional;
conhecimento e
cadastro das OCB's e Pelo menos 80% de
dados sobre
comunidades em áreas florestais actores fornecem dados OSC's;
comunidades
do MCRN; contínuo MITADER MASA, 7.200.000 446.400
OCB's reconhecidas Procedimento de
Rever, propôr, aprovar e OSC's;
no quadro legal e representação, formação,
incorporar no quadro legal, os MASA;
consideradas registo e legalização das 35.640
orgãos de representação das MICTUR;
representativas da OCB's aprovado por
comunidades locais MIMAIP;
comunidade decreto;
até 2024 MITADER MEF 2.210
Aumentadas o
Até 2035, legalizados
número de
Apoiar a criação de orgãos de 3000 orgãos de
comunidades com contínuo 1.800.000
representação local representação
representação
comunitária
legalizada
MITADER OSC's 111.600
ANEXO 2 - Matriz de acções - Programa nacional de Florestas 2
Mecanismo de
consulta para
obtenção de FPIC -
Rever, reformular e aprovar Nr de conflitos resultantes
free prior informed
mecanismo de consulta e sua de incumprimento de
consent, revisto,
incorporação no quadro legal consultas
validado e
incorporado no OSC'S /
quaro legal até 2024 MITADER PRIVADO 35.640 2.210
Estabelecer e implementar Monitoria de Nr de parcerias
mecanismo de monitoria e parcerias em monitoradas e redução contínuo
avaliação periódica de parcerias implementação dos principais problemas OSC'S /
MITADER PRIVADO 293.492 18.197
Rever, simplificar , definir e
divulgar mecanismos legais e
Melhorado o sistema
admnistrativos de alocação de Aumentada a canalização
de actual de
taxas de exploração florestal e de beneficios às
canalização de
demais beneficios de sua comunidades
beneficios
canalização transparente às
comunidades locais MITADER MEF 69.380 4.302
. 2. Desenvolvendo as cadeias de valor dos produtos florestais (madeira, energia e produtos florestais não madeireiros)
exploração A
operadores
Promover sistema de incentivos incentivados a nr de operadores
e penalizações com base no melhorar as práticas aplicando boas praticas e
desempenho; de maneio reduzidos os números de OSC/PRI
sustentavel acidentes no trabalho até 2024 MITADER VADOS 117.040 7.256
PRIVADO
Promover o rastreamento da sistema de S/MASA/
origem da madeira e e- rastreamento da Conhecimento da origem ALFANDE
governação origem da madeira da madeira e eliminado o GAS /
testado e operacional corte ilegal até 2024 MITADER MIC 277.728 17.219
Regras de uso do recurso
florestal ( madeireiro e
não madeireiros)
negociadas e acordadas,
protecção de áreas locais
de conservação da
biodiversidade animal (
fauna bravia) e vegetal OSC'S /
Promover a gestão integrada e
gestão integrada de aprovados, incluindo PRIVADO
integral dos recursos florestais (
áreas de maneio sistema de monitoria e /
madeireiros e não madeireiros)
florestal penalidades baseado em ACADEMI
em unidades de maneio florestal
resultados até 2024 MITADER A
Aproveitamento de
ramadas e reduzidos os
desperdícios nas florestas PRIVADO?OSC' MITADER
e cadeias de valor 2025-2030 s /MASA
Nr de actividades de eco-
turismo em áreas de MITADER
produção florestal 2025-2030 MICTUR /MASA 2.200.000 136.400
ANEXO 2 - Matriz de acções - Programa nacional de Florestas 5
OSC'S /
02 -04 Unidades de PRIVADO
Maneio Florestal em /
regime piloto MITADER/MA ACADEMI
estabelecidas até 2024 SA A
pelo menos 50 Unidades OSC'S /
de Maneio Florestal PRIVADO
delimitadas, /
estabelecidas e MITADER/MA ACADEMI
operacionais até 2035 SA/ENERGIA A 32.500.000 2.015.000
assegurar que as áreas florestais
de maior potencial produtivo
sejam delinenadas em unidades
de maneio florestal e mantidas proposta de área florestal
como áreas forestais produtiva permanente; Nr
permanentes e integradas no de hectares de floresta de
plano nacional de ordenamento produção ( 17 milhões de MASA/
do território. ha) mantido e aumentado até 2024 MITADER MINAS 170.432 10.567
Área de intervenção: Processamento e agregação de valor
796.688 49.395
Estabelecer pacote de incentivos
e ambiente favorecedor de
investimento na industria de CTA/
transformação de produtos MIC/
madeireiros e não madeireiros tipo de incentivos até 2024 MITADER MISAU 114.644 7.108
Promover o acesso a tecnologias
industria florestal
de processamento modernas para
competitiva
os operadores florestais (parques
industriais) especialmente para
melhorar o rendimento e a MIC/
qualidade do produto final e MEF/
maximizar o aproveitamento de 03 parques industriais CTA/
resíduos; incentivados 2025-2030 MITADER MASA 441.744 27.388
ANEXO 2 - Matriz de acções - Programa nacional de Florestas 6
plantações JUSTICA
utilização e monitoria.
Promover estabelecimento de
plantações com espécies de
rápido crescimento para suportar 1 milhão de hectares
contínuo
uma indústria florestal moderna estabelecidos com nr de hectares
no país ( 1 milhão de hectares até 50% de subsidio de estabelecidos; nr de MASA/ OSC'S / 1.499.970.0
2035) plantação hectares subsidiados MITADER PRIVADO 00 92.998.140
Apoiar o estabelecimento de uma pelo menos 50 viveiros
rede de viveiro distritais, estabelecidos/identificad
privados e comunitários e os para apoio aos 50 contínuo
sistemas de colecta, beneficiação distritos em corredores MASA/ OSC'S /
e tratamento de sementes rede de viveiros de desenvolvimento MITADER PRIVADO 591.250 36.658
Área de intervenção: Transformação e comercialização de produtos derivados das plantações 89.720 5.563
incentivo à
Desenhar e aprovar sistema de agregação de valor
incentivos para investimento em nos produtos nr de unidades de
industria florestal com base em derivados das processamento e polos MITADER
plantações florestais plantações industriais 2030-2035 MASA/ MEF / CTA 55.424 3.436
Estabelecimento de
procedimentos de promoção de aumento de consumo de
consumo de produtos locais produtos nacionais MASA/ PRIVADO
consumo de
(Made in Mozambique); derivados de plantações 2025-2030 MITADER S/ MIC 9.420 584
produtos nacionais
melhorado o padrão dos MASA/
Desenho e padronização de aumentado
produtos florestais MITADER/
produtos processados para o
nacionais provenientes ACADEMIA/ MIC/
mercado interno;
das plantações 2025-2030 PRIVADOS MIREME 24.876 1.542
Área de intervenção: quadro legal incentivador da produção sustentavel de combustiveis lenhosos e
integração de políticas
5.611.956 347.941
Desenvolver um quadro legal quadro legal revisto e
formalização do
adequado e harmonizado com as aumentado o
subsector de
politicas e estratégias de licenciamento de MITADER OSC's/
combustíveis
reflorestamento e energia da combustíveis lenhosos ( /ENERGIA/ PRIVADO
lenhosos
biomassa capaz de assegurar a actualmente 2% do até 2024 JUSTIÇA S 284.976 17.669
ANEXO 2 - Matriz de acções - Programa nacional de Florestas 10
ENERGIA
Rever o regime de licenciamento, / incluido na
registo e exploração e produção ACADEMI actividade
de combustíveis lenhosos até 2024 MITADER A anterior -
quadro legal incentivador da
estabelecimento de 5
criação de unidades de maneio
áreas piloto e quadro legal
florestal para fins de produção de ENERGIA
favorável a áreas de
combustíveis lenhosos geridas /
maneio para fins
por associações , cooperativas ou ACADEMI
energéticos
acordos de parceria 2025-2030 MITADER A 5.000.000 310.000
Estabelecer um banco de dados
aumentar o
dos produtores de carvão/ nr de produtores ACADEMI
conhecimento da
industrias consumidoras e de quantificado e áreas de A/
cadeia de valor e
associações de transportadores produção mapeadas MITADER/ PRIVADO
seus actores
de carvão existentes até 2024 ENERGIA S/ OSC's 185.056 11.473
Rever a cadeia de valor do carvão
vegetal e incentivar a redução de
aumentada a
desperdicios e maior
eficiência de
rendimentos para os produtores (
transformação e
incluindo os termos e condições ACADEMI
reduzidos os
para aproveitamento de ramadas, reduzir desperdicios e A/
desperdícios
costaneiras e serradura, entre aumentar rendimentos PRIVADO
outros) dos produtores até 2024 MITADER S/ OSC's 46.932 2.910
preparar e aprovar mecanismo de
incentivos para o consumo de aumentado o
briquetes de carvão e de carvão aproveitamento de MIC/
proveniente de plantações residuos MEF/
florestais 2025-2030 MITADER ENERGIA 94.992 5.890
ANEXO 2 - Matriz de acções - Programa nacional de Florestas 11
Área de intervenção: Incentivos para estabelecimento de plantações para fins energéticos 53.692.728 3.328.949
promover e incentivar o uso de
combustíveis lenhosos Reduzido o consumo redução de 75% do
provenientes de plantações industrial de energia consumo industrial de
florestais e/ou resíduos pelas da biomassa combustíveis lenhoso
industrias consumidoras destes proveniente de provenientes de floresta ENERGIA/ OSC's/AC
combustíveis; floresta nativa nativa 2025-2030 MITADER ADEMIA 47.496 2.945
elaborar proposta de canalização OSC'S /
e aplicação do fundo de PRIVADO
reflorestamento para incentivo 100% de sobretaxas MITADER/ /
de reposição florestal para de reflorestamento canalização de taxas para MASA/MIREM ACADEMI
produção de energia canalizadas reflorestamento até 2024 E A 96.144 5.961
incentivar/subsidiar o
estabelecimento de plantações
florestais comerciais privados e OSC'S /
sistemas agroflorestais,e rede de 60.000 hectares contínuo PRIVADO
produtores comunitários e fomentar e subsidiar estabelecidos até 2035 /
familiares de média e larga escala plantações para fins para fins energia com MITADER/ ACADEMI
para fins energéticos energéticos 50% de subsidio MASA A 45.000.000 2.790.000
incentivar a produção de mudas criação de rede de
como oportunidade de negócio e viveiristas nas OSC'S /
uso de espécies nativas e/ou comunidades e PRIVADO
contínuo
exóticas de rápido crescimento distritos como apoio a formação e /
para parcelas de produção de alternativa de distribuiçãode kit inicial MASA/ ACADEMI
energia; rendimento de 400 viveiristas MITADER A 600.000 37.200
Área de Intervenção: Apoiar o desenvolvimento das cadeias de valor dos PFNM 753.643 46.726
aumentadas as MASA/
Melhorar e apoiar as cadeias de oportunidades de negocio MITADER
valor existentes dos PFNM e favorecidas novas ( mais produtos, mais /
identificar novas oportunidades oportunidades de agregação de valor) e os MIC/ PRIVADO
de negócio e inovações negocio rendimentos obtidos até 2024 MITADER S 111.283 6.900
MASA/
Incentivar o processamento a MITADER
nível local e acesso a crédito - facilitado o acesso a /
acesso aos fundo de desenvolv. credito para nr de creditos concedidos MIC/ PRIVADO
Industrial/fundo comunitário negócios a nivel local e nivel de reembolso 2025-2030 MITADER S 15.456 958
Promover troca de experiencias e OSC'S /
capacitação 15 elementos /ano contínuo MITADER PRIVADO 603.720 37.431
Revisão da pauta aduaneira dos MIC/
produtos envolvidos nas cadeias MITADER/
de valor dos PFNM e redução de incentivo de tipo de barreiras ALFANDEGAS OSC'S /
barreiras ao negócio negocios de PFNM reduzidas 2025-2030 / AT PRIVADO 23.184 1.437
procedimentos / AT
estabelecer Acordos de
entendimento com principais PAÍSES
mercados e produtos florestais acordos bilaterais para DE
visando comércio externo comércio sustentável MITADER/ EXPORTA
sustentavel e responsavel estabelecidos 2025-2030 MIC ÇÃO 68.640 4.256
Área de Intervenção: Melhorar o quadro legal considerando a conservação florestal 270.976 16.801
Desenvolver quadro legal
favorável e atrativo para
investimento e co-gestão das sistema de gestão e ACADEMI
reservas florestais e outras áreas parcerias para reservas A/
de protecção e conservação do florestais e AC florestal MITADER/ PRIVADO
ambiente. estabelecido até 2024 MICTUR S/ OSC's 4.804
Melhorar o quadro legal que
encoraje e garanta as áreas e quadro legal
produção florestal para a incentivador da
multiplicação e conservação de conservação florestal MITADER/
germoplasma in situ e ex situ ( ex: e gestão efectiva das áreas de conservação de IIAM/ PRIVADO
michafutene) AC florestal germoplasma protegidas até 2024 ACADEMIA S/ OSC'S 77.476 -
Fortalecer a autoridade nacional
para o CITES e assegurar a
tomada de decisões sobre a espécies sob niveis ACADEMI
protecção das espécies florestais elevados de pressão introdução de espécies MITADER/ A/
ameaçadas ou em perigo de comercial ameaçadas nos apendix ALFANDEGAS PRIVADO
extinção em tempo útil. protegidas CITES contínuo / AT S/ OSC's 85.000 5.270
ANEXO 2 - Matriz de acções - Programa nacional de Florestas 17
Monitoriar a observâncias e
recomendações constantes do ACADEMI
quadro legal , convenções, A/
tratados internacionais relativas PRIVADO
à protecção e conservação MITADER S/ OSC's 2.366
Favorecer programas e modelos sistema integrado de PRM/
integrados de monitoria regional monitoria integrada monitoria periódica de ALFANDE
( bacias hidrográficas, fiscalização de convenções e acordos internacionais GAS/
fronteiras, ) tratados operacional contínuo MITADER AGUAS 38.168 -
aprovar pacotes de incentivos ACADEMI
para actores ( pessoas singulares, pacote de incentivos A/
colectivas, comunidades) para conservação tipo e valor de incentivos PRIVADO
envolvidos na protecção florestal aprovado atribuídos até 2024 MITADER S/ OSC's 15.456 958
estabelecer mecanismos de
monitoria e penalização de não ACADEMI
cumprimento do ordenamemto monitoria do numero de penalidades e A/
territorial florestal , queimadas e ordenamento tipo de infrações ao PRIVADO
conservação da biodiversidade territorial ordenamento florestal até 2024 MITADER S/ OSC's 54.876 3.402
5. Ressaltando as medidas de mitigação e adaptação às mudanças climáticas
ACADEMI
promoção de sistemas agro- sistemas agro- 60.000 hectares em A/
florestais com espécies de uso florestais sistemas agro-florestais MASA/ PRIVADO
múltiplo estabelecidos implementados contínuo MITADER S/ OSC's 15.000.000 930.000
desenvolver e disseminar ACADEMI
modelos de conservação de água, A/
solo e protecção de bacias, praticas de nr de manuais de boas MITADER/ PRIVADO
riachos e cursos de água conservação práticas até 2024 MASA/ AGUAS S/ OSC's 40.456 2.508
6. Aumentando resiliência aos desastres naturais a nível de paisagens sustentáveis
517.126.12
0
ACADEMI
Avaliação das oportunidades de
definição de áreas identificadas as áreas com A/
restauração de paisagens
prioritárias para maior prioridade de MITADER/ PRIVADO
florestais.
restauração restauração até 2024 MASA S/ OSC's 146.120 9.059
ACADEMI
Incentivar plantações de
A/
conservação no âmbito do
MITADER/ PRIVADO
REDD+;
3000 ha estabelecidos contínuo MASA S/ OSC's 2.250.000 139.500
ACADEMI
A/
Estabelecer actividades florestais
PRIVADO
para a estabilização e fixação de
S/ OSC's/
dunas costeiras;
estabilização de 13500 ha MITADER/ EDUCAÇA
de dunas contínuo MASA O/ MIDIA 10.125.000 627.750
Promover e estimular o sector
privado para conservação da
biodiversidade e recuperação de ACADEMI
áreas degradadas em áreas de sua restauração de 1 milhão A/
jurisdição, particularmente em recuperação de áreas de hectares ( 40% MITADER/ PRIVADO 500.000.00
concessões florestais; degradadas subsidio) contínuo MASA S/ OSC's 0 31.000.000
zonas de nidificacao e
corredoresde fauna
elaborar proposta de
protegidos e incorporadas
conservação e restauração dos
protecção de fauna as regras em todos os ACADEMI
corredores de fauna e as zonas de
bravia dentro e fora planos de maneio ( A/
nidificação.
das áreas de florestas produtivas e de PRIVADO
conservação conservação) até 2024 MITADER S/ OSC's 500.000 31.000
ACADEMI
A/
Reabilitação de mangais 2000 ha de mangais MITADER/ PRIVADO
degradados reabilitados contínuo MAMAIP S/ OSC's 1.000.000 62.000
ANEXO 2 - Matriz de acções - Programa nacional de Florestas 21
adequada a ACADEMI
relatório annual de
Criação de sistema de auditoria monitoria de gestão A/
gestão de receitas
de gestão de fundos alocados; de receitas e fundos MITADER/ PRIVADO
divulgado
aprovado até 2024 MEF S/ OSC's 5.250 326
Melhorada a ACADEMI
Institucionalizar o fórum nacional criado o forum de
participação dos MITADER/ A/
de florestas e as reuniões anuais florestas e 1 reunião anual
actores na tomada de MASA/ PRIVADO
do sector florestal; do mesmo
decisão até 2024 MIREME S/ OSC's 1.872.000 116.064
Promover a criação de fóruns ACADEMI
provinciais e associações de 4 foruns/ 1 por cadeia de A/
operadores e produtores de inclusão de todos os valor em cada provincia MITADER/MA PRIVADO
carvão e produtores de PFNM actores até 2024 SA/MIREME S/ OSC's 3.400.000 210.800
Favorecer a hospedagem de
eventos internacionais ACADEMI
02 eventos internacionais
relacionados com governação, contínuo A/
hospedados
políticas, monitoria e maneio inclusão no cenário PRIVADO
florestal sustentável; internacional MITADER S/ OSC's 1.700.000 105.400
Reforçar a coordenação
multissectorial (FUNAE/FNDS,
02 reuniões de
MIREME e MITADER) para
coordenação
estabelecimento de programas de contínuo ACADEMI
multisectorial (sendo 1
acções conjuntas e coordenadas melhorada a A/
de alto nível)/ano
para alcançar a visão coordenação MITADER/MA PRIVADO
estabelecida; multisectorial SA/ MIREME S/ OSC's 850.000 52.700
Área de intervenção: quadro legal actualizado e completo 1.374.384 85.212
Adequar o quadro legal em todos
os temas da Agenda florestal ( ACADEMI
comunidades, PFNM, A/
conservação, PES, cadeias de quadro legal revisto MITADER/ PRIVADO
valor, etc) e actualizado código florestal aprovado até 2024 JUSTIÇA S/ OSC's 8.400 521
ANEXO 2 - Matriz de acções - Programa nacional de Florestas 23
Incorporar os sistemas de
monitoria (auto avaliação e
independente) de governação (
transparência, responsabilização,
participação na tomada de ACADEMI
decisões, entre outros) no marco A/
legal do sector e regulamentar o PRIVADO
acesso à informação; até 2024 MITADER S/ OSC's 22.584 1.400
ACADEMI
Rever a lei florestal e respectivos
20 consultas provinciais A/
regulamentos em tempo e
sequencia e fluxo para lei e regulamento MITADER/ PRIVADO
sequência adequada
legislativo adequado respectivamente até 2024 JUSTIÇA S/ OSC's 960.000 59.520
ACADEMI
Desenvolver manuais de
A/
interpretação e aplicação florestal
MITADER/ PRIVADO
pratico
manuais de legislação até 2024 JUSTIÇA S/ OSC's 33.400 2.071
Desenvolver actividades de
divulgação do quadro legal do campanhas de 10 de campanhas
sector divulgação realizadas até 2024 MITADER OSC's 350.000 21.700
8. Melhorando a Governação e Monitoria florestal para suporte de tomada de decisões
Área de intervação: Adequação da fiscalização florestal 14.879.640 922.538
ACADEMI
Reorganizar e descentralizar os
A/
serviços de fiscalização
Fiscalização florestal ALFANDE
apetrechando com meio contínuo
dotada de meios nr de campanhas de GAS/
humanos, materiais e
humanos e fiscalização e prevenção PPRN/
tecnológicos adequados
equipmento realizadas MITADER PRM 12.240.000 758.880
ACADEMI
Assegurar a implementação A/
efetiva do Estatuto de fiscal Eestrangulamentos Valor de ALFANDE
florestal garantindo incentivos a de implementação do comparticipações GAS/
todos os intervenientes estatudo de fiscal incluindo o(s) PPRN/
desbloqueados denunciante(s) até 2024 MITADER PRM 29.940 1.856
ANEXO 2 - Matriz de acções - Programa nacional de Florestas 24
Área de intervenção: Adequação do ensino florestal nos diferentes domínios da ciência florestal e dos temas emergentes 396.624 24.591
Levantamento de necessidades e
lacunas do actual sistema de
capacitação junto do sector
privado, sociedade civil e
instituições do Estado, para melhorado o
elaboração de programas de conhecimento sobre
formação para atender as as lacunas da identificadas lacunas e ACADEMIA/
componentes do programa formação preparada proposta de MITADER/ OSC's/
nacional de florestas ; profissional florestal capacitação até 2024 PRIVADOS OCB's 36.312 2.251
Institucionalização dos diversificada as MITADER
treinamentos em serviço para opotunidades de nr de certificados ACADEMIA/ , OSc's,
melhor acesso ao pessoal sem treinamento atribuidos por formações MITESS/ PRIVADO
formação formal. reconhecidas no trabalho até 2024 MCTESP S 36.312 2.251
PRIVADO
Criação de plataforma de
reduzida a escassez quantidade de fundos S/
financiamento para programas de
de fundos para mobilizados para ACADEMIA/ MITADER
capacitação na área florestal;
capacitação capacitação 2025-2030 MCTESP / OSC's 324.000 20.088
Área de Intervenção: Capacitação técnica e treinamento 10.278.072 637.240
Capacitação de formadores para extensionistas OSC/
assegurar o ensino técnico e agrários, membros 3 formações por provincia MITADER/ PRIVADO
profissional; do SDAE capacitados realizadas 2025-2030 MASA S 1.200.000 74.400
Elaborar proposta de assessoria
técnica às comunidades e programa de formação OSC/
operadores, incluindo viabilidade programa de aprovado e em MITADER/ PRIVADO
económica da mesma formação actualizado implementação até 2024 MASA S 108.112 6.703
Elaborar manuais e material de
apoio à capacitação ( preparação 6 manuais preparados e
contínuo
social, gestão florestal, gestão de material de formação distribuidos por cada PRIVADOS/
negócios, gestão de conflictos e actualizado cadeia de valor até 2035 OSC's MITADER 600.000 37.200
ANEXO 2 - Matriz de acções - Programa nacional de Florestas 28
assuntos transversais)
Implementar programa de
capacitação a nivel local, MITADER
sensibilização sobre temas /
ambientais e florestais e 50 cursos realizados x 15 PRIVADOS/ MIREME
assessoria técnica pessoas/cada até 2024 OSC's /MASA 1.250.000 77.500
Apoiar a formação de jovens na 20 bolsas de estudos( MITADER
área de florestas através de programas de 4 anos) contínuo ACADEMIA/ /
bolsas de estudo financiadas EDUCAÇÃO MIREME 672.000 41.664
Promover treinamento e pesquisa
aplicada às industrias florestais
com vista a melhorar a qualidade
dos produtos e eficiência da 20 cursos de treinamento ACADEMIA/P MITADER
produção realizados aé 2035 2025-2030 RIVADOS / MIC 500.000 31.000
melhoradas as
Desenvolver e disseminar 10 cursos/provincia de IIAM/ MITADER
capacidades técnicas
conhecimentos e tecnologias de produção de carvão ACADEMIA/ /
do capital humano
produção de carvão vegetal efectuados até 2035 até 2024 OSC's MIREME 3.000.000 186.000
MIREME/
cursos de treinamento de 1 curso /ano ( 60 MITADER/IIA MASA/
atualização dos técnicos florestais participantes) continuo M/ACADEMIA OSC's 922.520 56.274
Levantamento de necessidades
de treinamento e capacitação dos programa de treinamento MITADER
produtores e corpo directivos das das OCB's aprovado e em ACADEMIA/ /
associações de produtores implementação até 2024 OSC's MIREME 25.440 1.577
Fornecer capacitação e incentivos
para adopção da agricultura
sustentável e adaptação a 10 cursos/provincia em MITADER
mudanças climáticas ( climate agricultura de /
smart agriculture) conservação até 2024 MASA/OSC MIREME 2.000.000 124.000
1 campanha
programa de sensiblização /provincia/ano até 2035 e
ambiental com foco na redução melhorado a aumentado em 30% o
de emissões: queimadas sensiblização em nivel de consciencia da
florestais, desmatamento, relação à redução de população mocambicana
agricultura de conservação, agro- emissões e sobre os impactos das
silvicultura mudanças climáticas actividades humanas contínuo OSC'S MITADER 9.000.000 558.000
Seleccionar árvores símbolos do
país e a nível de distrito,
sobretudo daquelas que sejam de
uso múltiplo e valorizadas pelas arvores-simbolo
comunidades locais ( mwendge seleccionadas e
das timbilas, malambe, divulgadas
mopane....) e desenvolver aumentada a
campanha de divulgação e valorização da ACADEMIA/O
orgulho nacional; árvore e das florestas 2025-2030 SC'S MITADER 160.000 9.920
Integrar nos currículos escolares,
a todos níveis, conteúdos sobre o
plantio de árvores, seu curricula de escolas nr de escolas com ACADEMIA/
tratamento, maneio e protecção; melhorado programas de plantio 2025-2030 EDUCAÇÃO MITADER 33.168 2.056
Preparar e divulgar manual de
plantação, tratamento e
protecção de árvores de urbanas MITADER
sombra, protecção contra ventos, /
ornamentação e, em geral, arborização urbana material de divulgação MUNICIPI
árvores de espécies de uso valorizadas pelos sobre arborização urbana OS/
múltiplo; municipes preparado 2025-2030 OSC'S MASA 150.000 9.300
Orçamento indicativo do programa nacional de florestas –
2019 -2035
Para efeitos de programação e mobilização de fundos foi elaborado o
orçamento indicativo do Programa Nacional de Florestas, considerando as
actividades e metas a serem alcançadas. O orcamento total é de 2,4 biliões
de dólares americanos
OBJECTVOS ESTRATÉGICOS USD Meticais ( 1000 mt) %
OBJECTIVO 1- desenvolvimento
socio-economico ( comunidades e
cadeias de valor) 1.626.295.933 100.830.348 67
OBJECTIVO 2- mudanças
climáticas, conservação e
resiliência 586.990.344 36.393.401 24
OBJECTIVO 3- construção de
capacidade e governação 66.734.623 4.137.547 3
CALENDÁRIO DE
orçamento indicativo IMPLEMENTAÇÃO
Nr Actividade Resultados esperados INDICADORES 2 2 2 2 2
0 0 0 0 0
MT 2 2 2 2 2 2024-
USD (1000 mt) 2019 0 1 2 3 4 2035
OBECTIVO 1 - Reforçar o desenvolvimento sócio-económico e segurança alimentar tendo como foco as florestas e envolvimento
das comunidades
1.1 AS COMUNIDADES EM PRIMEIRO LUGAR E NO CENTRO DO DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO
Área de intervenção: Fortalecimento das OCB’s e das comunidades
Rever, propôr, aprovar e OCB's reconhecidas no
Procedimento de representação,
incorporar no quadro legal, os quadro legal e consideradas priori
1.1 formação, registo e legalização das 35.640
orgãos de representação das representativas da dade
OCB's aprovado por decreto;
comunidades locais comunidade 2.210 1
Criar, manter e actualizar cadastro Banco de dados estabelecido e
Melhorado o conhecimento e priori
1.2 das OCB's e comunidades em áreas funcional; Pelo menos 80% de
dados sobre comunidades dade contin
florestais actores fornecem dados do MCRN;
7.200.000 446.400 1 uo
Até 2035, legalizados 3000 órgãos
Aumentadas o número de de representação comunitária ; Até
Apoiar a criação de orgãos de
1.3 comunidades com 2024 pelo menos 1000 órgãos de 6.000.000
representação local
representação legalizada representação local legalizados (100
/província) 372.000
Institucionalizar um fundo
comunitário derivado de receitas melhorado o mecanismo de
Proposta de fundo comunitário
1.4 provenientes de benefícios do canalização de benefícios às
aprovada, estabelecido e operacional
maneio florestal e pagamentos por comunidades contin
serviço ambientais 1.563.840 96.958 uo
Anexo 4 – Calendário de Actividades 2019 -2024 2 de 18
Programa Nacional de Florestas
Campanhas de sensiblização
1 campanha /provincia/ano até
ambiental com foco na redução de
melhorado a sensiblização em 2035 e aumentado em 30% o nivel
emissões: queimadas florestais, contin
relação à redução de emissões de consciencia da população 2.500.000 155.000
desmatamento, agricultura de uo
e mudanças climáticas mocambicana sobre os impactos das
conservação, agro-silvicultura e
actividades humanas
2.18 recuperação de áreas degradadas
Reorganizar e descentralizar os
serviços de fiscalização
3.4 Fiscalização florestal dotada Nr de campanhas de fiscalização e
apetrechando com meio humanos,
materiais e tecnológicos adequados de meios humanos e prevenção realizadas; redução de contin
equipmento infrações 3.600.000 223.200 uo
Criar e facilitar o funcionamento de
órgão de coordenação grupos de coordenação criados e
3.5 interinstitucional na fiscalização Coordenação das entidades operacionais e harmonizados
florestal central, provincial, distrital envovidas na fiscalização procediementos entre entidades ( contin
e comunitária melhorada PGR/ PPRN/PRM/ fiscais) 270.000 16.740 uo
Introduzir o sistema de
rastreamento da origem da Pelo menos 75% da madeira
3.6 Fiscalização modernizada
madeira e da cadeia de custódia na rastreada até 2035
fiscalização florestal
1.000.000 62.000
Anexo 4 – Calendário de Actividades 2019 -2024 13 de 18
Programa Nacional de Florestas
Aprovado sistema de
Avaliação periódica da governação monitoria da governação e avaliação da governação florestal
3.21
florestal sua implementação periódica realizada a cada 5 anos, definindo a contin
realizada linha de base inicial em 2021 53.352 3.308 uo
Área de intervenção: Imagem, advocacia e network
Até 2024 webpage institucional
reformulada e actualizada;
Disseminar relatórios, informação,
Relatórios e informações de
3.22 resultados alcançados e legislação
projectos do sector acessíveis ao
do sector
Prestação de contas público; Legislação do sector contin
implementado acessível; 480.000 29.760 uo
Gabinete de imagem e divulgação do
Criação de gabinete de imagem e de
melhorada a imagem do sector operacional; Nr de acções
3.23 coordenação de redes e campanhas
sector junto ao público ( 60 % realizadas; Avaliação da opinião contin
de advocacia
aprova ) pública 718.500 44.547 uo
Favorecer a hospedagem de
eventos internacionais 02 eventos internacionais/regionais
3.24 relacionados com governação, /ano hospedados. Até 2024, dez (
políticas, monitoria e maneio Inclusão no cenário 10) eventos hospedados. contin
florestal sustentável; internacional florestal 500.000 31.000 uo
3.3 ADAPTAR E ADEQUAR A FORMAÇÃO E INVESTIGAÇÃO FLORESTAL
Área de intervenção: Extensão florestal e capacitação florestal e ambiental
Levantamento de necessidades e
lacunas do actual sistema de
capacitação junto do sector privado,
melhorado o conhecimento identificadas lacunas e preparada
sociedade civil e instituições do
3.25 sobre as lacunas da formação proposta de capacitação e extensão
Estado, para elaboração de
profissional florestal florestal
programas de formação para
atender as componentes do
programa nacional de florestas ; 36.312 2.251
Institucionalização dos
diversificada as
treinamentos em serviço para nr de certificados atribuidos por
3.26 oportunidades de
melhor acesso ao pessoal sem formações no trabalho
treinamento reconhecidas
formação formal. 36.312 2.251
Anexo 4 – Calendário de Actividades 2019 -2024 16 de 18
Programa Nacional de Florestas
3.30 Capacitação nacional em PSA's capacitação para nr de cursos e material didatico contin
implementação dos PSA's produzido 150.000 9.300 uo