Argumentos, Regras de Inferência e Método Dedutivo
Argumentos, Regras de Inferência e Método Dedutivo
Argumentos, Regras de Inferência e Método Dedutivo
dedutivo
Objetivos da Unidade:
ʪ Material Teórico
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ʪ Material Teórico
Leitura
Lógica - Argumento - Um Conjunto de Enunciados Articulados Entre
Si
O autor Heidi Strecker apresenta uma definição informal de
argumento.
ACESSE
A noção de argumento é fundamental para a lógica. Argumento é um conjunto de enunciados
que estão relacionados uns com os outros. Argumento é um raciocínio lógico. Observe o
seguinte argumento:
Sócrates é homem;
Este é um argumento formado por duas premissas e uma conclusão. Os dois primeiros
enunciados são as premissas e o último enunciado é a conclusão. Os fatos apresentados nas
premissas servem de evidência para a conclusão, isto é, são eles que sustentam a conclusão.
Glossário
Sofisma: Na língua portuguesa informal, a palavra sofisma poderia ser
utilizada como sinônimo de mentira, enganação, enquanto sofistas
para designar aqueles que usam habilidades retóricas para defender
argumentos falsos e/ou logicamente inconsistentes.
Por exemplo, um argumento P1, P2, P3..., Pn Ⱶ Q é válido se e somente se a condicional associada
a este argumento:
Glossário
Argumentação: uma afirmação (argumento) composta por
proposições lógicas separadas em premissas e conclusão, sendo que a
conclusão será verdadeira todas as vezes que as premissas são
verdadeiras.
Comparando Implicação Lógica e Argumento
Válido
São conceitos com certa semelhança e poderiam ser confundidos, de modo que os analisaremos
detalhadamente.
Implicação lógica:
P (p,q,r) ⇒ Q (p,q,r)
Argumentação:
I. Adição (AD):
VI. Modus Tollens (MT):
(I) p Ͱ p ∨ q
p → q , ~q Ͱ ~p
(II) p Ͱ q ∨ p
(I) p ∧ q Ͱ p (I) p ∨ q , ~p Ͱ q
p → q , p Ͱ q p → q , r → s , p ∨ r Ͱ q ∨ s
Em todos os argumentos válidos fundamentais aqui apresentados podemos demonstrar que as
condicionais das conjunções das premissas Pi e a conclusão Q são tautologias.
Existe uma forma padronizada de escrever os argumentos, separando com uma linha horizontal
as premissas – sobre o traço horizontal – e a conclusão – sob tal traço. De forma geral, uma
regra de inferência seria assim representada:
Assim, veremos a seguir as regras de inferência que se correspondem aos argumentos válidos
fundamentais já mostrados.
Regras de Inferência
Derivam-se e são equivalentes aos argumentos válidos fundamentais. São, basicamente, dez
regras de inferência, mostradas no Quadro 3.
Em todas as regras de inferência aqui apresentadas podemos demonstrar que a condicional das
conjunções das premissas P1, P2..., Pn e a conclusão Q são tautologias:
Utilizando a regra da simplificação para deduzir outras proposições lógicas; vejamos três
situações:
~q se deduz de p ∧ ~q (premissa); ou
~q se infere de p ∧ ~q; ou
p ∧ ~q acarreta ~q.
Exemplo 2:
Utilizando a regra da adição podemos deduzir outras proposições lógicas mais complexas, ou
com símbolos proposicionais diferentes dos utilizados na regra (ALENCAR FILHO, 2002);
vejamos:
Exemplo 3:
Utilizando as regras modus ponens e modus tollens para deduzir outras proposições lógicas,
temos:
Exemplo 4:
Utilizando a regra do silogismo hipotético para deduzir outras proposições lógicas, temos:
~p → q ∨ r e q ∨ r → ~s
Saiba Mais
Os quatro primeiros exemplos utilizados são do livro intitulado
Iniciação à lógica matemática, de Alencar Filho (2002).
Exemplo 5:
p → (q → r), p → q, p Ⱶ r
Chegamos à conclusão de que o argumento é válido, pois no item (C6) foi estabelecido r. Observe
que r é a conclusão do argumento p → (q → r), p → q, p Ⱶ r
Exercício Proposto:
1 ~ p → q, q → r, ~r ∨ s, ~s Ⱶ p
2 p → q, r → s, q ∨ s → t, ~t Ⱶ ~p ∧ ~r
Método Dedutivo
Antes do estudo do método dedutivo revisaremos os significados do substantivo dedução e do
verbo deduzir:
Glossário
Dedução: ato ou efeito de deduzir.
P(p,q,r) ⇒ Q(p,q,r).
P(p,q,r) implica a proposição Q(p,q,r) se e somente se a condicional P(p,q,r) → Q(p,q,r) for uma
tautologia.
P(p,q,r) ⇔ Q(p,q,r).
P(p,q,r) é equivalente à proposição Q(p,q,r) se e somente se a bicondicional P(p,q,r) ↔ Q(p,q,r)
for uma tautologia.
Exemplo 1:
Segundo o teorema anterior, tal implicação lógica será verdadeira se e somente se a condicional
p ∧ q → p for uma tautologia – se pudermos demonstrar que o seu resultado é sempre verdadeiro
(V); isto utilizando a:
Transformação da condicional:
p∧q→p
⇔ ~(p ∧ q) ∨ p
Regra de Morgan:
⇔ (~p ∨ ~q) ∨ p
⇔ ~p ∨ ~q ∨ p (associatividade)
⇔ ~p ∨ p ∨ ~q (comutatividade)
⇔V
⇔ ~(p ∧ q) ∨ (p ∨ q)
⇔ (~p ∨ ~q) ∨ (p ∨ q)
⇔ (~p ∨ p) ∨ (~q ∨ q)
⇔V∨V
⇔V
Exemplo 3:
(p → r) ∧ (q → r) ⇔ p ∨ q → r
A bicondicional correspondente é: p ∨ q → r ↔ p ∨ q → r
Exemplo 4:
Quadro 4 – Tabela-verdade de p ∧ q → p ∨ q
Para construir a tabela-verdade anterior, lembre-se das tabelas-verdade da conjunção, da
disjunção e condicional – conteúdos estes apresentados na primeira Unidade desta Disciplina.
Observe que a última coluna dessa tabela-verdade contém apenas valores verdadeiros (V), ou
seja, p ∧ q → p ∨ q é uma tautologia, dado que demonstramos a implicação lógica p ∧ q ⇒ p ∨ q.
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ʪ Material Complementar
Livros
Lógica Matemática
LOPES, J. Lógica Matemática. Londres: Editora Pearson, 2016.
ACESSE
ACESSE
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ʪ Referências
ABAR, C. A. A. P. Noções de lógica matemática. 2011. Disponível em: . Acesso em: 24 jan. 2019.
ABE, J. M. Introdução à Lógica para a Ciência da Computação. 2. ed. São Paulo: Arte Ciência, 2002.
ALENCAR FILHO, E. de. Iniciação à lógica matemática. São Paulo: Nobel, 2006.