Brochura Teoria de Probabilidades Aula
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ESTATISTICA APLICADA
Brochura de Introdução a Teoria de Probabilidade
Curso: Licenciatura em Engenharia Electrónica 1ª Semestre
Regente Em Matemática e Estatística: dr. Durban J. Dava Júnior 15.14.2020
Objectivos da Unidade:
✓ Definir probabilidade;
✓ Explicar os termos experimento, espaço amostral e eventos;
✓ Descrever as abordagens clássicas e frequencista da probabilidade;
✓ Definir termo probabilidade condicional;
✓ Calcular probabilidade aplicando as regras de adição e multiplicação.
A teoria das probabilidades surgiu no século 𝑋𝑉𝐼, com o estudo dos jogos de azar, tais como jogos de cartas
e roleta.
O primeiro matemático a conceituar probabilidade parece ter sido Cardano, ou Cardan (1501 – 1576).
Porem, o ponto de partida para o desenvolvimento da teoria das probabilidades deve-se, principalmente, a
dois matemáticos: Blaise Pascal (1623 – 1662) e Pierre de Fermat (1601 – 1665).
Esta teoria foi utilizada por Mendel em seus estudos sobre genética. Actualmente, a teoria das
probabilidades está intimamente relacionada com a Estatística, que tem aplicação em diversos ramos do
conhecimento.
A Teoria de Probabilidade é um ramo da matemática extremamente útil para o estudo e investigação das
regularidades dos chamados fenómenos de um mero acaso, denominados aleatórios. Ou a teoria de
probabilidade é o ramo da matemática que cria e desenvolve modelos matemáticos para estudar os
experimentos aleatórios.
Em muitas experiências, há sempre uma incerteza no que se refere à ocorrência e grau de resultado de um
determinado fenómeno observado numa experiência. A fim de se obter uma medida de certeza (chance) ou
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probabilidade, com que se pode esperar a ocorrência e grau de resultado de um evento, atribui-se um
número entre 0 e 1 ou um intervalo entre 0 e 100%. Se se tem certeza que o evento sempre ocorrera, diz
se que sua probabilidade de ocorrência é igual a 100% (ou 1), se não, então diz-se que a probabilidade de
ocorrência é igual a 0 (zero)
Para que se possa efectuar qualquer cálculo utilizando a teoria das probabilidades, são necessários dois
elementos, espaço amostral e evento.
a) Evento – é uma colecção de um ou mais resultados de um experimento. Exemplo: Lançar uma moeda
duas vezes e sair uma cara no mínimo: {𝐶𝐶, 𝐶𝐾, 𝐾𝐶}.
Todos os acontecimentos, que ocorrem quando se realiza uma experiencia podem ser divididos em três
tipos de fundamentais:
Eventos impossíveis – são aqueles que nunca se verificam quando se realiza uma ou mais experiencias.
Eventos aleatórios são aqueles em que a sua verificação depende do acaso ou são aqueles em que é
impossível prever o seu resultado
Não elementares são os que são formados por dois ou mais resultados da experiencia
b) Espaço amostral (𝑺) é o conjunto de todos os resultados possíveis, associados a uma experiência
aleatória. Ou é o total das possibilidades que podem ocorrer numa experiência aleatória. Lançar uma
moeda duas vezes, podendo ter como resultados possíveis (espaço amostral): 𝐾𝐾, 𝐾𝐶, 𝐶𝐾, 𝐶𝐶. Onde 𝐶
representa a saída de cara, e 𝐾, a saída da coroa.
c) Experimento – é uma experiencia cujos resultados são imprevisíveis.
d) Experiência – é o conjunto de causas e processamentos que podem produzir resultados observáveis.
Se essa experiência está sujeita a várias situações e que os resultados são um mero acaso, diz-se que ela
é aleatória.
Resolução:
Exemplo 2: Um jogador de futebol quando bate uma penalidade, os resultados possíveis são “marcar” ou
“não marcar”. Em cada tentativa não é possível prever o resultado, embora ele seja determinado por causas
perfeitamente bem definidas. Entre as diversas causas se destacam: o poderio do remate, o tipo de guarda
redes, a simulação do marcador, etc. É de notar que isto resulta numa diversidade de parâmetros que
podemos controlar mas que levam-nos ao resultado imprevisível: se vai ser golo ou não.
Experiencias Deterministas (ou casuais) caracteriza-se por produzirem os mesmos resultados, desde que
sejam repetidas sob as mesmas condições.
Exemplo: Atirar uma pedra a um rio; aqui já conhecemos o resultado mesmo antes de efectuarmos. A pedra
vai ao fundo.
Experiências Aleatórias (ou fenómenos aleatórios) são experiências cujos resultados, apesar de se
encontrar entre um conjunto de resultados conhecidos à partida, não se conhece antes de se realizar a
experiência, ainda que esta seja realizada sob as mesmas condições. Ou seja, experiência aleatória é aquela
logo do princípio não sabemos o que poderá vir acontecer.
Exemplo:
1. Acidente de viação;
2. Lançar uma moeda no ar, aqui não podemos afirmar qual das faces fica voltada para cima antes de
termos efectuado a experiência.
• Poderem repetir-se em grande numero de vezes nas mesmas condições ou em condições muito
semelhantes;
• Cada vez que a experiência é executada obtém-se um resultado, mas que não é possível de ser
previsto antes.
Probabilidade – é uma medida de possibilidade de ocorrência de um determinado evento; Ela pode assumir
qualquer valor entre 0 e 1 ou 0 a 100%.
Seja 𝐴 um acontecimento associado a uma experiência aleatória, que pode repetir-se, as vezes que
quisermos, sempre nas mesmas condições.
Quando o número de realizações desta experiência aleatória aumenta muito (tende para infinito), a
frequência relativa do acontecimento 𝐴, 𝑓𝑖 (𝐴) - tende a estabilizar em torno de um certo valor. Por outras
palavras, a frequência relativa do acontecimento 𝐴 converge para um valor, que é a probabilidade do
acontecimento 𝐴, a qual se representa por 𝑃(𝐴).
Frequência relativa – usa informação passada que foi observada empiricamente. Ela observa a frequência
com que algum evento ocorreu no passado e estima a probabilidade dele ocorrer novamente. A
probabilidade de um evento 𝐴 com base frequência relativa é dada por:
Exemplo: De uma caixa contendo 3 bolas vermelhas, 2 brancas e 5 azuis, retira-se um bola da caixa. Qual
a probabilidade de sair uma bola:
a) Vermelha.
b) Branca.
c) Azul.
Resolução
m1(v)=3, m2(b)=2, m3(a)=5
n= m1+ m2+ m3=10
m1 3
a) 𝑃(𝑉) = 𝑛 = 10 = 0.3
m2 2
b) 𝑃(𝐵) = = 10 = 0.2
𝑛
m3 5
c) 𝑃(𝐵) = = 10 = 0.5
𝑛
Seja 𝐴 o espaço de acontecimentos e 𝑃(𝐴) o conjunto das suas partes. Chama-se probabilidade a toda a
aplicação P do conjunto 𝑃(𝐴) no conjunto [0,1] de números reais, que verifica os seguintes axiomas.
Axioma 3: a probabilidade da reunião de dois acontecimentos incompatíveis (disjuntos) é igual à soma das
probabilidades desses acontecimentos.
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𝑃(𝐴 ∪ 𝐵) = 𝑃(𝐴) + 𝑃(𝐵) 𝑠𝑒 𝐴 ∩ 𝐵 = ∅.
Exemplo: De uma caixa contendo 30 bolas: 10 vermelhas, 15 brancas e 5 azuis. Tirando uma bola deste
conjunto ao acaso, achar a probabilidade de que:
Teorema de Soma.
Exemplo: De 100 estudantes do curso de Engenharia Electrónica, 30 estão estudando Estatística Aplicada,
20 estão estudando Electrónica Geral e 10 estão estudando tanto estudando Estatística Aplicada como
Electrónica Geral. Se um estudante é seleccionado ao acaso, achar a probabilidade de que ele esteja
estudando Estatística Aplicada ou Electrónica Geral.
30
𝑃(𝐸𝐴) = 100=0.3
20
𝑃(𝑃𝐷) = 100=0.2
10
𝑃(𝐸𝐴 ∩ 𝑃𝐷) = = 0.1
100
𝑃(𝐸𝐴 ∪ 𝑃𝐷) = 𝑃(𝐸𝐴) + 𝑃(𝑃𝐷) − 𝑃(𝐸𝐴 ∩ 𝑃𝐷)
=0.3+0.2-0.1
=0.4
R% a probabilidade de que esteja a estudar Estatística Aplicada ou a Psicologia de Desenvolvimento é 0.4.
Probabilidade Condicional
Quando se impõe uma condição que reduz o espaço amostral, dizemos que se trata de uma probabilidade
condicional.
𝑷(𝑨∩𝑩)
𝑷(𝑨 ∖ 𝑩) = ; 𝐵 ≠ ∅; 𝑷(𝑨 ∩ 𝑩) = 𝑷(𝑩) ∙ 𝑷(𝑨\𝑩)
𝑷(𝑩)
𝑷(𝑨∩𝑩)
𝑷(𝑩 ∖ 𝑨) = ; 𝐴 ≠ ∅; 𝑷(𝑨 ∩ 𝑩) = 𝑷(𝑨) ∙ 𝑷(𝑩\𝑨)
𝑷(𝑨)
Se o evento 𝐵 não tiver qualquer efeito sobre a probabilidade de evento 𝐴, então teremos:
𝑃(𝐴\𝐵) = 𝑃(𝐴) 𝑒 𝑃(𝐵\𝐴) = 𝑃(𝐵), 𝐴 e 𝐵 são ditos eventos independentes (a probabilidade condicional
é igual a não condicional)
Exemplos: numa certa cidade 40% das pessoas tem cabelos castanhos, 25% tem olhos castanhos e 15% tem
tanto cabelos como olhos castanhos. Uma pessoa é seleccionada ao acaso na cidade.
a) Se ela tem cabelos castanhos, qual é a probabilidade de que também tenha olhos castanhos.
Resolução.
2. Numa lotaria com 10.000 bilhetes, sorteiam-se 150 prémios em objectos e 50 prémios em dinheiro em dinheiro
líquido. Qual será a probabilidade de um jogador obter um premio.
a) Em objecto.
b) Em dinheiro líquido.
3. Uma bola será retirada de uma sacola contendo 5 bolas verdes e 7 bolas amarelas. Qual a probabilidade desta
bola ser verde?
6. A Nike Corporation deseja testar um novo material a ser usado na fabricação de tênis. Um grupo de teste consiste
em 20 homens e 30 mulheres. Escolhida aleatoriamente uma pessoa desse grupo de teste, determine a probabilidade
de não ser homem.
7. De um grupo de 200 pessoas, 160 tem factor RH positivo, 100 tem sangue tipo O e 80 tem factor positivo e sangue
tipo O. Se uma dessas pessoas for seleccionada ao acaso, qual a probabilidade de:
a) Seu sangue não ser tipo O?
b) Seu sangue ter factor RH positivo ou ser tipo O?
Um grupo de 100 pessoas apresenta, de acordo com o sexo e filiação partidária, a seguinte composição:
Partido X Partido Y
Homens 14 26
Mulheres 21 39
Calcular:
a) A probabilidade de um escolhido ser homem.
b) Se o sorteado for X, qual a probabilidade de ser mulher.
c) Se o sorteado for homem, qual a probabilidade de se do Y.
10. Os cursos de Engenharia Mecânica, Civil e Eletrônica graduam em media 50%, 40% e 30%, respectivamente do
numero total de estudantes que entram na faculdade por ano. As percentagens de graduação depois de exactamente
4 anos são 3% para Mecânica, 4% para Civil e 5% para Eletrônica . Se um estudante é selecionado ao acaso entre os
graduados, qual é a probabilidade dele ter ficado na faculdade exactamente 4 anos.