Introdução Ao Planejamento Conservacionista Solo: Aptidão Agrícola Das Terras

Universidade Federal Rural da Amazônia
Instituto de Ciências Agrárias

Manejo e Conservação do Solo
- Introdução ao
Planejamento
conservacionista
solo:
Aptidão agrícola
das terras
Belém
2022
Aptidão Agrícola
das Terras
Manejo e Conservação Solo
Aptidão Agrícola das Terras
Sistema de avaliação de Aptidão Agrícola das

terras:
• Sistema FAO/Brasil
• Criado início da década de 1960
• Uso racional dos recursos naturais
• Leva em conta o níveis de manejo (socioeconômico)
• Estimativa da viabilidade de redução dos problemas
• É um sistema que permite seu ajustamento para
condições locais, regionais, etc.,
Objetivo:
a) Ajudar os agricultores e técnicos nas interpretações
e utilização de mapas de solos;
b) Apresentar aos usuários, os detalhes dos mapas de

solos de maneira simples;
c) Facilitar o planejamento de grandes e pequenas

áreas de terras, baseando-se nas potencialidades,
limitações e viabilidade econômica.

Níveis de manejo:
• Níveis de manejo A - Primitivo

• Níveis de manejo B - Pouco desenvolvido
• Níveis de manejo C - Desenvolvido
Nível de Manejo A - Primitivo
- Práticas agrícolas que refletem um baixo nível

tecnológico;
- Não há aplicação de capital no manejo;
-Trabalho braçal ou tração animal com implementos
simples.
Nível de Manejo B- Intermediário
• Práticas agrícolas que refletem um nível tecnológico

médio.
• Modesta aplicação de capital e de resultados de pesquisas
no manejo;
• Melhoramento e conservação das condições das terras e
das lavouras;
• Uso de adubação e tratos fitossanitários simples,
mecanização preparo inicial solo.

Nível de Manejo C - Tecnificado
• Práticas agrícolas que refletem um alto nível

tecnológico;
• Caracteriza-se pela aplicação intensiva de capital e
de resultados de pesquisas no manejo;
• Melhoramento e conservação das condições das
terras e das lavouras;
• Mecanização nas diversas fases da atividade.

OBS:
Tipos de Utilização:
a) lavouras; nível de manejo A, B ou C

b) pastagens plantadas; nível de manejo B
c) silvicultura; nível de manejo B
d) pastagens naturais; nível de manejo A
e) preservação da fauna e da flora silvestre
➢ Estrutura do Sistema
Considera três níveis categóricos
a) grupo
b) subgrupo
c) classe de aptidão agrícola

a) Grupo de Aptidão Agrícola das Terras:

Alternativa de utilização das terras de acordo com os grupos
de aptidão agrícola.

b) Subgrupo de Aptidão Agrícola das Terras:
O subgrupo relaciona o tipo de utilização com o(s)

nível(is) de manejo. É o resultado da intensidade de uso de
acordo com o nível de manejo considerado.
Podem ser formados os seguintes subgrupos:

c) CLASSES APTIDÃO
1. BOA: terras sem limitações significativa para a

produção sustentada de um determinado tipo de
utilização, em um determinado tipo de manejo.
- Restrição Mínima:
A,B e C – Lavouras
P – Pastagem plantada
S – Silvicultura
N – Pastagem Natural
** Letras maiúsculas

c) CLASSES APTIDÃO
2. REGULAR: terras com limitações moderadas para a

produção sustentada de um determinado tipo de
utilização. As limitações já reduzem a produtividade ou
os benefícios, elevando a necessidade de uso de
insumos.
a, b e c – Lavouras
p – Pastagem plantada
s – Silvicultura
n – Pastagem Natural
** Letras minúsculas

c) CLASSES APTIDÃO
3. RESTRITA: Terras que apresentam limitações fortes para a

produção sustentada. As limitações reduzem
consideravelmente a produtividade ou os benefícios, ou
então, aumentam os insumos necessários.
(a), (b) e (c) – Lavouras

(p) – Pastagem plantada
(s) – Silvicultura
(n) – Pastagem Natural
** Letras minúsculas entre parênteses
4. Inapta (-): terras nas quais as limitações são tão fortes que
impedem a produção sustentada. Esta classe não é
representada por símbolos, a interpretação é feita pela
ausência de letras.

Simbologia correspondente às classes de aptidão

agrícola nos diferentes tipos de utilização e níveis de
manejo considerado (Ramalho Filho & Beek, 1995).

SOBRE OS NÚMEROS NOS GRUPOS APTIDÃO

Grupo Caracterização
1 Terras aptas para qualquer atividade agrícola, sem limitações
quanto ao uso. Recomendado para culturas anuais. Aptidão
BOA
Lavoura
2 Terras com aptidão REGULAR para atividades agrícolas em pelo

menos um dos níveis de manejo A,B ou C
3 Terras com aptidão RESTRITA para lavouras de ciclo curto e/ou

longo em pelo menos um dos níveis de manejo A, B ou C.
4 Terras com aptidão boa, regular ou restrita para pastagem

plantada
Silvicultura/
Pastagem
5 Terras com aptidão boa, regular, restrita e inapta para

silvicultura e/ou pastagem natural
6 Terras sem aptidão para uso agrícola

Grupo, subgrupo e classe de aptidão

Simbolização e descrição de classes de aptidão agrícola das terras

➢ Fatores agrícolas limitação ao uso da terras:

➢ Fatores agrícolas de limitação ao uso da terras:
Graus de limitação para caracterizar os desvios de cada fator

em relação ao solo de referência.
- nulo (N)
- ligeiro (L)
- moderado (M)
- forte (F)
- muito forte (MF)

a) Deficiência de Fertilidade (f):
- Graus de Limitação por Deficiência de Fertilidade:
• NULO (N): refere-se a terras que possuem elevadas reservas

de nutrientes para as plantas. Ótimo rendimento > 20 anos.
- V > 80% ; SB > 6 Cmolc kg-1 e livres Al e Na trocável
• LIGEIRO (L): relaciona-se a terras que possuem boas

reservas de nutrientes para as plantas sem apresentar
problemas de toxidez . Ótimo rendimento > 10 anos.
- V > 50% ; SB > 3 Cmolc kg-1 , m <30%, CE < 4 dS m-1, Vna < 6%

• MODERADO (M): enquadram as terras com limitada reserva

de nutrientes para as plantas, referente a um ou mais
elementos. Sustentabilidade de produção < 5 anos.
- V < 50% ; SB > 3 Cmolc kg-1 , m >30%, CE < 4 a 8 dS m-1, Vna 6 a

15%

• FORTE (F): enquadram-se as terras que apresentam reservas

muito limitadas de um ou mais nutrientes, podendo conter
sais ou elementos tóxicos que permitem o desenvolvimento,
apenas, de plantas tolerantes.
- V<30%, problemas com Na trocável.
OBS: A deficiência deve ser corrigida início implantação

culturas.

• MUITO FORTE (MF): compreende as terras mal providas de

nutrientes, com excesso de sais solúveis ou sódio trocável,
com remotas possibilidades de serem exploradas. Apenas
plantas muito tolerantes conseguem adaptar-se a essa
terras.
- Elevada acidez; solos salinos e sódicos e grandes

quantidade de sais solúveis.

a) Deficiência de água (h):
É definida pela quantidade de água armazenada no solo

possível de ser aproveitada pelas plantas, a qual está na
dependência de condições climáticas (especialmente
precipitação e evapotranspiração) e edáficas (capacidade
de retenção de água).
- Graus de Limitação por Deficiência de Água
• Nulo (N) - Terras em que não há falta de água disponível

para o desenvolvimento das culturas em nenhuma época
do ano. A vegetação natural é normalmente de floresta
perenifólia, campos hidrófilos e higrófilos e campos
subtropicais sempre úmidos.

b) Deficiência de água (h):
• Nulo/Ligeiro (N/L) - Terras sujeitas à ocorrência de uma

pequena falta de água disponível durante um período de
um a dois meses, limitando o desenvolvimento de culturas
mais sensíveis, principalmente as de ciclo vegetativo longo.
- A vegetação normalmente é constituída de floresta e

cerrado subperenifólios.

• Ligeiro (L) - Terras em que ocorre uma considerável

deficiência de água disponível por um período de 3 a 5
meses por ano, o que elimina as possibilidades de cultivo
das culturas de ciclo longo e reduz significativamente as
possibilidades de dois cultivos de ciclo curto, anualmente.
- A vegetação normalmente nesse grau de limitação são o

cerrado e a floresta subcaducifólia, bem como a floresta
caducifólia em solos com alta capacidade de retenção de
água disponível.
• Moderada (M) - Terras nas quais ocorre uma acentuada

deficiência de água durante um longo período,
normalmente 4 a 6 meses. As precipitações oscilam de 700
a 1.000 mm por ano, com irregularidade em sua
distribuição, e predominam altas temperaturas.
- A vegetação dessas áreas é constituída, normalmente, de

floresta caducifólia, transição de floresta e cerrado para
caatinga e caatinga hipoxerófila, ou seja, de caráter seco
menos acentuado.

• Forte (F) - Terras com uma severa deficiência de água

durante um período seco que oscila de 7 a 9 meses. A
precipitação está compreendida entre 500 e 700 mm por
ano, com muita irregularidade em sua distribuição e com
altas temperaturas.
- A vegetação é tipicamente de caatinga hipoxerófila ou

outras espécies de caráter seco muito acentuado,
equivalente à do sertão.

• Muito Forte (MF) – Corresponde a uma severa deficiência

de água, que pode durar mais de 9 meses, com uma
precipitação normalmente abaixo de 500 mm, baixo índice
hídrico e alta temperatura.
- A vegetação relacionada a este grau é a caatinga

hiperxerófila.
• Extremamente forte (EF) – Não indicado para uso agrícola.

c) Excesso de água ou deficiência oxigênio (o):

d) Suscetibilidade à erosão (e):

Diz respeito ao desgaste que a superfície do solo poderá
sofrer, quando submetida a qualquer uso, sem medidas
conservacionistas.
É dependente:
- Condições climáticas (especialmente do regime

pluviométrico);
- Do solo (textura, estrutura, permeabilidade, profundidade,

capacidade de retenção de água, presença ou ausência
de camada compacta e pedregosidade);
- Relevo (declividade, extensão da pendente e microrrelevo)

e da cobertura vegetal.


- Classes de relevo:
Fonte: Ramalho Filho e Beek, 1995


e) Impedimento a mecanização (m):
0– 3% 3– 8% 8– 13% 13–20% 20–45% 45–75% > 75%

Resumo fatores limitantes

Tabela Guia

➢ Exemplo classificação
1 aBC – Terra aptidão boa lavoura níveis manejo B e C, e regular nível

manejo A;
2 ab – Terra com aptidão regular lavoura nos níveis de manejo A e B e
inapto em C;
5 s – Inapta para lavoura e pastagem, com aptidão regular para
silvicultura,
➢ Exemplo classificação: representação da classe em

relação aos respectivos níveis de manejo que forma o
grupo de aptidão agrícola
1 (a) b C – Terra com aptidão restrita manejo A,

regular em B e boa no nível manejo C;
2 ab – Terra com aptidão regular lavoura nos
níveis de manejo A e B e inapto em C;
3 ( c ) – restrita em C e Inapta sistemas de
manejo A e b,

➢ Viabilidade de melhoramento das condições

agrícolas da terra ( classes B e C)
• CLASSE 1 – Viável com praticas simples e pequeno

emprego de capital. Compatível nível manejo B.
• CLASSE 2 - Viável com praticas intensivas e mais

sofisticadas e considerável emprego de capital. Compatível
nível manejo C
• CLASSE 3 - Somente viável com praticas de grande vulto,

aplicados a projetos de larga escala (esta além das
possibilidades individuais do agricultor).
• CLASSE 4 – sem viabilidade técnica ou econômica de

melhoramento.

➢ Praticas para melhoramento da fertilidade (f)

➢ Praticas para melhoramento da deficiência de

água (h):
• Redução da perda de agua da chuva – mulch,

plantio faixas, terraços;
• Incorporação de restos de vegetais ao solo;
• Adequação dos cultivos à época de chuva;
• Terraços de base estreita;
• Faixas de retenção permanente;
• Plantio direto.

➢ Praticas para melhoramento excesso de água (o):
Adoção de praticas compatíveis com os níveis B e C.
• Classe 1 – práticas simples de drenagem, porém

planejar para evitar ressecamento solo;
• Classe 2 – trabalhos intensivos de drenagem;
• Classe 3 – projetos de desenvolvimento integrado,

foge as possibilidades individuais dos agricultores.

➢ Praticas para melhorar susceptibilidade à erosão

(e):
Adoção de práticas compatíveis aos níveis B e C
• Classe 1: Plantas de cobertura

Preparo reduzido do solo
Cultivo em faixas
Cultivo em nível
Pastoreio controlado
Cordões de retenção vegetal
Capinas alternadas
Cobertura morta
• Classe 2: Terraceamento
Escarificação e subsolagem
Diques e canais divergentes, canais escoadouros
Adoção plantio direto
➢ Praticas para melhorar susceptibilidade à erosão

(e):
Adoção de práticas compatíveis aos níveis B e C.
• Classe 3: Terraceamento de grandes áreas

Controle de voçorocas
Conservação do solo em estradas rurais
• Classe 4: Controle de grandes voçorocas
➢ Melhoramento do impedimento a mecanização (m):

Somente considerado para o nível de manejo C.
• Construção estradas;
• Remoção de pedras;
• Sistematização do terreno;
• Direção dos trabalhos da maquina de nível.



EXERCICIO CAPACIDADE DE USO E APTIDÃO AGRÍCOLA

1º) Qual o significado dos símbolos:
IIIs –
IIIe -1 –
IIe-2 –
IVa –
Vs –
VII-.
VIIs-
2. Interprete as classificações com o sistema de Aptidão Agrícola das Terras:
a) 1AB; 3(c): terras pertencentes a classe de aptidão boa para lavoura sem
limitações significativas para produção sustentada (grupo 1 e 3), nos níveis de
manejo A e B e restrita no nível de manejo c.
b) 4p -
c) 5S
d) 1 (a)bC
e) 2ab
f) 4(p)-

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Sistema de avaliação de Aptidão Agrícola das

b) Apresentar aos usuários, os detalhes dos mapas de

c) Facilitar o planejamento de grandes e pequenas

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• Níveis de manejo A - Primitivo

Nível de Manejo A - Primitivo

- Práticas agrícolas que refletem um baixo nível

Nível de Manejo B- Intermediário

• Práticas agrícolas que refletem um nível tecnológico

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Nível de Manejo C - Tecnificado

• Práticas agrícolas que refletem um alto nível

Manejo e Conservação Solo

a) lavouras; nível de manejo A, B ou C

Considera três níveis categóricos

Manejo e Conservação Solo

a) Grupo de Aptidão Agrícola das Terras:

Manejo e Conservação Solo

b) Subgrupo de Aptidão Agrícola das Terras:

O subgrupo relaciona o tipo de utilização com o(s)

Podem ser formados os seguintes subgrupos:

Manejo e Conservação Solo

1. BOA: terras sem limitações significativa para a

Manejo e Conservação Solo

2. REGULAR: terras com limitações moderadas para a

Manejo e Conservação Solo

3. RESTRITA: Terras que apresentam limitações fortes para a

(a), (b) e (c) – Lavouras

Manejo e Conservação Solo

Simbologia correspondente às classes de aptidão

Manejo e Conservação Solo

SOBRE OS NÚMEROS NOS GRUPOS APTIDÃO

2 Terras com aptidão REGULAR para atividades agrícolas em pelo

3 Terras com aptidão RESTRITA para lavouras de ciclo curto e/ou

4 Terras com aptidão boa, regular ou restrita para pastagem

5 Terras com aptidão boa, regular, restrita e inapta para

6 Terras sem aptidão para uso agrícola

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Grupo, subgrupo e classe de aptidão

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Simbolização e descrição de classes de aptidão agrícola das terras

Manejo e Conservação Solo

➢ Fatores agrícolas limitação ao uso da terras:

Manejo e Conservação Solo

➢ Fatores agrícolas de limitação ao uso da terras:

Graus de limitação para caracterizar os desvios de cada fator

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a) Deficiência de Fertilidade (f):

- Graus de Limitação por Deficiência de Fertilidade:

• NULO (N): refere-se a terras que possuem elevadas reservas

- V > 80% ; SB > 6 Cmolc kg-1 e livres Al e Na trocável

• LIGEIRO (L): relaciona-se a terras que possuem boas

Manejo e Conservação Solo

a) Deficiência de Fertilidade (f):

- Graus de Limitação por Deficiência de Fertilidade:

• MODERADO (M): enquadram as terras com limitada reserva

- V < 50% ; SB > 3 Cmolc kg-1 , m >30%, CE < 4 a 8 dS m-1, Vna 6 a