Universidade Católica de Moçambique Instituto de Educação À Distância
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Tema:
Turma: D
Introdução...................................................................................................................................1
Objectivos...................................................................................................................................2
Objectivo geral............................................................................................................................2
Objectivos específicos................................................................................................................2
Metodologias...............................................................................................................................2
Justificativa.................................................................................................................................2
Conceitos Básicos.......................................................................................................................4
Maneio florestal..........................................................................................................................5
Conclusão..................................................................................................................................11
Referencias Bibliográficas........................................................................................................12
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Introdução
A gestão participativa dos recursos florestais e naturais é hoje uma área de referência
para o auto-sustento, combate à pobreza, uso racional e sua conservação incluindo a
biodiversidade em geral, devido ao reconhecimento crescente de que os diferentes
intervenientes, incluindo o Estado, o sector privado e as comunidades locais,
desempenham melhor papel, quando conjugam os seus esforços, em vez de cada um
destes actores separadamente (Macucule 2006; Teixeira 2009).
Para Coates 1971, Peattie 1967; Tilley & Car 1975 (1984) citados por Dias (2010),
torna-se imperativo que as pessoas participem na sua comunidade ao nível do
planeamento de programas ou nas actividades que as afectam, uma vez que essa
participação (de foro comunitário) transmite às pessoas o sentimento de controlo e
assim através desta medida, as suas necessidades e interesses são identificados e tidos
em consideração.
Nesta senda de ideias, o presente estudo ira descrever sobre a gestão participativa dos
recursos florestais e faunísticos.
Objectivos
Objectivo geral
Objectivos específicos
Metodologias
Problematização
Justificativa
A gestão participativa dos recursos naturais, dos quais fazem parte as florestas, é hoje
uma via recorrente para o auto-sustento, combate à pobreza, uso racional e conservação
dos recursos naturais e ainda da biodiversidade em geral (CNUMAD 1992, IPCC 2007).
Tais factos devem-se ao reconhecimento crescente de que os diferentes intervenientes
incluindo o Estado, o sector privado e as comunidades locais, desempenham melhor o
seu papel quando vêm os seus esforços conjugados, comparando aos resultados obtidos
por cada um destes actores separadamente (Teixeira, 2009).
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Conceitos Básicos
Actualmente, Moçambique apresenta uma cobertura florestal ainda extensa, mas a área
de floresta tem registado uma diminuição a um ritmo acelerado. O mais recente
inventário florestal nacional indica uma perda anual de cerca de 217000 hectares, o que
equivale a um índice de desflorestação anual de 0,58 por cento (Serra, 2012). Tudo
indica, que esse valor tenha tendência a aumentar devido ao crescimento económico que
actualmente se regista no país, ao crescente interesse na exploração comercial da
madeira para exportação, à expansão da agricultura comercial, bem como ao
crescimento da população.
Acredita-se que a participação comunitária contribua para a boa gestão das florestas e
melhoria do bem-estar das populações locais através da sua capacitação e partilha de
benefícios resultantes da exploração das florestas (Mustalahti, 2011).
Acredita-se que a participação e o controlo das comunidades locais, sobre a gestão das
florestas, sejam factores importantes tanto para garantir legitimidade às políticas e
acções do Estado, como para garantir que sejam concebidas e executadas, para atender
os interesses da população (Sitoe et.al. 2007).
Wandersman (1984) citado por Dias (2010) define a participação comunitária como um
processo através do qual, os indivíduos têm um papel activo nos processos de tomada de
decisão das instituições, programas e dos contextos que os envolvem, pelo que o poder e
a influência são elementos importantes na utilização do termo participação.
Ornelas (2002), citado por Dias (2010 pp.2), refere que “(…) a participação comunitária
não é simplesmente a oferta voluntária de tempo ou recursos, mas resulta da
participação dos cidadãos nos processos de decisão a favor da comunidade, implicando
um envolvimento efectivo nos processos de decisão nos grupos, organizações e
comunidades (…).”
Maneio florestal
Para o Nacala (2002), o plano de manejo florestal deve conter informações sobre a área
e características da floresta (fauna, flora, topografia, solo); técnicas de exploração,
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António (2003), indica que, os habitantes das áreas rurais em Moçambique vivem e
dependem dos recursos naturais, sendo as florestas uma fonte importante de materiais
de construção, combustível, alimentos, produtos medicinais, abrigo, valores espirituais,
entre outros. Ao longo dos anos as pessoas foram desenvolvendo um conhecimento
individual e colectivo sobre a gestão e utilização destes recursos para suprir as suas
necessidades. No passado, o maneio florestal constituiu uma actividade totalmente
centralizada na figura do Estado que através de regulamentos e fiscais não só
estabeleciam as regras de utilização das florestas como eram responsáveis por policiar o
cumprimento das mesmas em todo o território nacional e a nível local.
O acesso aos recursos naturais passou pois de um sistema acesso livre e descontrolado
para um sistema de acesso controlado aos recursos comuns. Aqui a propriedade comum
é vista como uma forma de utilização dos recursos sem ter que os dividir em parcelas
individuais e tal como na propriedade privada, a propriedade comum incentiva os
gestores, neste caso as populações locais, a cuidarem dos seus recursos, a melhorarem a
qualidade dos mesmos, a manejarem de forma sustentável e consequentemente da forma
mais eficiente a longo prazo (Ulicza, 2003).
O valor das florestas é alargado para um conjunto de bens (produtos madeireiros e não
madeireiros) e serviços (turismo, protecção de biodiversidade, regulação do ciclo
hidrológico, etc) e o maneio florestal passa a englobar a administração das florestas para
obtenção de múltiplos produtos, preservação das suas funções (aspectos ambientais) e
considerando os diferentes interesses dos utilizadores primários para garantir uma
gestão dos recursos que seja ambientalmente correcta, economicamente viável e
socialmente justa, isto é, o maneio florestal sustentável (Herrera, 2005).
De acordo com Roberto (2004,) citado por Mauvilo (2005), em Moçambique antes da
independência nacional, a conservação da diversidade biologia nas zonas rurais, era da
responsabilidade das autoridades tradicionais (regulados), entidades que definiam as
áreas florestais de uso e locais de conservação, bem como as florestas sagradas para
adoração de espíritos e realização de cultos, a colheita de frutos silvestres, plantas
medicinais, a caça e a pesca tinham que ser autorizadas e abençoadas pelas autoridades
tradicionais. A desobediência dessas regras, era motivo para acontecer qualquer
desgraça ao transgressor.
Sitoe et al. (2008), citando por Sitoe (2009), refere que os modelos de gestão
comunitária descritos como formas funcionais de maneio dos recursos naturais onde há
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A conservação em si não constitui uma solução, deve ser um processo, tarefa de todos
os sectores, ao nível das estruturas que gerem os recursos naturais (pesca, agricultura,
florestas). A conservação deve velar pelo uso sustentável dos recursos mas também
garantir a preservação dos processos ecológicos e património genético essenciais para a
política nacional ambiental) é o contexto da gestão que permite, de forma durável tirar o
melhor proveito dos recursos naturais básicos e escolher o lugar e natureza de
actividades que lhes assegurem sustentabilidade (MICOA, 2011).
De acordo com Sitoe et.al. (2007) é possível identificar cinco modelos de gestão
comunitária de recursos naturais em Moçambique, com base nas experiências de gestão
existentes e de acordo com o modo de participação da comunidade, arranjos
institucionais, regime de uso e propriedade florestal. Estes são resumidos a seguir.
As áreas protegidas são constituídas, nos termos da Lei nº 10/99, a Lei Florestas e
Fauna Bravia, por formações vegetais localizadas nas zonas de protecção e sujeitas a um
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Nos termos da Lei de Florestas e Fauna Bravia, os recursos existentes nas áreas
protegidas podem ser utilizados, mediante licença, desde que não prejudiquem a
finalidade específica da sua criação e que estejam de acordo com os respectivos planos
de gestão.
Segundo Sitoe et.al. (2007), as Áreas Protegidas são estabelecidas por Decreto e têm o
objectivo de garantir a protecção de espécies e ecossistemas. O principal gestor destas
áreas é o Estado, embora empresas privadas, ONGs e instituições de investigação e
ensino, bem como as comunidades locais possam participar na cogestão segundo termos
a acordar entre as partes. Entre os exemplos de sucesso deste modelo, os autores
apontam o Parque Nacional do Arquipélago de Bazaruto, o Parque Nacional do
Limpopo, e a Reserva de Mecuburi.
De acordo com a Lei de Florestas e Fauna Bravia as Florestas de utilização múltipla são
constituídas por formações vegetais localizadas fora das zonas de protecção e com baixo
potencial florestal. As área fora das zonas de protecção são dedicada a variadas formas
de uso do solo, mediante a aplicação dos instrumentos de ordenamento territorial.
Conclusão
A definição de maneio florestal tem sido conservada ao longo dos tempos apesar dos
objectivos e dos factores que influem no maneio florestal estarem em constante
evolução. O maneio florestal consiste num conjunto de medidas administrativas,
económicas, legais, sociais e técnicas relacionadas com a conservação e uso das
florestas naturais e plantações. Envolve vários graus de intervenção humana para
salvaguardar o ecossistema florestal, as suas funções, e o recurso com o objectivo de se
alcançar a produção sustentável de bens e serviços.
Nos seus primórdios, o maneio florestal era orientado sobretudo para os aspectos
biológicos e silviculturais da produção de madeira para o abastecimento de matéria
prima à industria florestal. A floresta era administrada para se obter a produção contínua
e optimização económica do abastecimento de matéria prima para a indústria, muitas
vezes em detrimento dos aspectos ambientais e sociais. Hoje em dia, o maneio florestal
para além dos aspectos técnicos (silvicultura, tecnologia, gestão) e dos aspectos
económicos tem de considerar também os aspectos ambientais, sociais e culturais
relacionados com a gestão dos recursos florestais e faunísticos.
Referencias Bibliográficas
FAO - Fundo das Nações Unidas para Agricultura e Florestas (2015) - Global Forest
Resources Assessment - How are the world’s forests changing? (Rome, 2015).
Herrera, J. A.(2005). Manejo Florestal Comunitário dos recursos Naturais. Porto Moz-
Pará, Brasília, 60 p.
MICOA. (2010): Contribua para a conservação das nossas nossas florestas porque são
recursos importantes para a nossa economia. Maputo-Moçambique. 70 p.