Artigo 4 Corrigido
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revista brasileira
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educação
Revbea, São Paulo, V. 18, No 3: 51-76, 2023. ambiental
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Abstract: Conservation Areas are a special type of protected area, that is,
territorial spaces with relevant natural characteristics, legally established by the
Government, with conservation objectives and defined limits, under a special
administration regime, to which adequate guarantees of protection are applied.
protection. The objective of this research is to analyze the role of Environmental
Education (EE) in relieving the pressure on natural resources of the Reserva
Especial de Maputo (REM), a Protected Area that is home to a variety of life, from
fauna and flora. This research was based on an exploratory approach that
consisted of observation, collection, interpretation and analysis of data, as technical
procedures, it is a field study in which the following data collection instruments were
used: direct observation and semi-structured interviews. structured. Non-
probabilistic convenience sampling was used, covering a total of ten (10)
individuals, of which (5) are REM employees assigned to the Department of
Community Development (DDC); (2) are REM inspectors assigned to the
Inspection Department; and (3) are members of the Natural Resources
Management Committee (CGRN) of the communities of Guengo, Gala and Tchia.
As a result, it was found that EE actions are carried out transversally by the various
departments, with greater emphasis on the Department of Community
Development. The EE actions carried out range from awareness-raising lectures in
communities and schools, excursions and recreation activities on commemorative
dates linked to the environment. In addition to EA, the same department together
with REM partners has developed and implemented community development
projects to generate income for communities and reduce the pressure they have
exerted on natural resources.
Keywords: Conservation Area; Conservation of Natural Resources; Environmental
Education.
Introdução
Segundo IUCN (2011) o grau de pobreza da população em países em
via de desenvolvimento é considerado a maior causa e o maior efeito da
degradação ambiental. Pois por falta de fontes de renda para o seu sustento, a
maioria da população destes países recorre aos recursos naturais para suprir
as suas necessidades. Em Moçambique, conforme o estabelecido na Política
de Conservação e sua Estratégia de implementação, as áreas de conservação
têm como objetivos principais a conservação da biodiversidade nacional e a
contribuição para o crescimento económico para a erradicação da pobreza no
país (ANAC, 2014).
Entretanto, a criação de áreas naturais para a conservação dos
recursos a nível mundial representa uma multiplicidade de modalidades e
historicamente são considerados importantes mecanismos no sentido da
preservação e/ou conservação da natureza (ALVES, 2018). Segundo este
autor, estas áreas são instrumentos eficazes para resguardar a integridade dos
ecossistemas, a biodiversidade e os serviços ambientais associados, tais como
a conservação do solo, a proteção das bacias hidrográficas, a polinização, a
reciclagem de nutrientes e o equilíbrio climático entre outros.
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As Áreas de Conservação (AC) são alvos de vários tipos de pressão
por parte de comunidades em seu interior, exterior e outras, constituído por
ações invasivas, como o desmatamento, caças predatórias, entre outros,
comprometendo, assim, os recursos naturais e conservacionistas das mesmas
(LIMA, 2017). E, como resposta à crise na relação sociedade e ambiente, e,
responder às necessidades da sociedade mundial, que no decorrer do seu
percurso historial viu a sua relação e os valores perante a natureza serem
rompidos, surge a Educação Ambiental.
Valenti (2010) considera a conservação da biodiversidade como um
dos componentes essenciais para a sustentabilidade nas suas dimensões
ecológica, económica e sociocultural. Hoje, os países mais pobres do mundo
têm uma significativa porção do seu território qualificado como Áreas de
Conservação, isto deve-se a crescente preocupação internacional com a
pobreza.
Pois, de acordo com (CÂNDIDO, 2010) a degradação ambiental
passou a ser associada ao grau de pobreza da população, já que esta é
considerada a maior causa e o maior efeito da degradação ambiental. O
Relatório Brundtland elaborado pela Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente
e o Desenvolvimento (CMMD) em 1987 intitulado Nosso Futuro Comum,
defende que a condição da pobreza é a maior causa e o maior efeito da
degradação ambiental, onde os povos pobres são obrigados a usar
excessivamente os recursos ambientais a fim de sobreviverem e, o fato de
empobrecerem meio ambiente o empobrece ainda mais, tornando a
sobrevivência ainda mais difícil e incerta (Idem).
Assim sendo, as áreas de conservação, inevitavelmente, passam a
fazer parte dessa discussão e, com isto, a manutenção das múltiplas funções
dos ecossistemas depende da manutenção de grande número de espécies.
Logo, a perda de diversidade biológica afeta as funções e serviços dos
ecossistemas e, consequentemente, sua sustentabilidade (VALENTI et al.,
2012) (De acordo com o IUCN (2006)).
Em Moçambique a rede de Áreas de Conservação tem uma cobertura
que se estende em toda eco região e biomas que asseguram a sua integridade
como uma porção representativa da herança natural do país. A principal rede
das Áreas de conservação, parques e reservas nacionais cobrem uma
superfície total de 12.6 %, mas essa cobertura aumenta para
aproximadamente, 15% quando se incluem as coutadas (NTELA, 2013).
Entretanto, ANAC (2014) enfatiza que a realidade atual demostra que
os recursos naturais destas áreas estão sob excessiva pressão humana. Esta
pressão manifesta-se através do abate ilegal de animais, mineração ilegal,
desflorestação para agricultura, extração de combustível lenhoso, materiais de
construção e de outros produtos florestais, madeireiros e não madeireiros.
A semelhança do que acontece noutras AC do no nosso país,
Moçambique, também na REM os recursos naturais estão sob excessiva revista brasileira
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pressão por parte de comunidades constituído por ações invasivas, como a
desflorestação causada pelo abate de árvores para o fabrico do carvão vegetal
para a comercialização, caça furtiva de espécies protegidas como: elefante,
rinoceronte e outros animais para a extração do marfim, chifre e a carne para a
comercialização respectivamente (DNAC, 2009).
Assim, como forma de alívio a esta pressão, a REM realiza atividades
de sensibilização e consciencialização das comunidades residentes no seu
interior e arredores, através de palestras sobre a importância de conservação
dos recursos naturais, excursões ecológicas e outras atividades com o objetivo
de consciencializar as comunidades. Apesar deste esforço, ainda prevalecem
ações que contribuem para a rápida degradação de habitats, comprometendo
assim a sustentabilidade desta AC.
Diante desta situação, este trabalho pretende responder a seguinte questão:
Qual é o papel da Educação Ambiental no alívio da pressão sobre os recursos
naturais na Reserva Especial de Maputo?
Tendo em conta o tema, os propósitos da pesquisa, o problema
avançado, esta pesquisa tem como objetivo geral analisar o papel da Educação
Ambiental no alívio da pressão sobre os recursos naturais na Reserva Especial
de Maputo. Este objetivo desdobrou-se em seguintes objetivos específicos: a)
Identificar os recursos naturais que mais sofrem pressão na REM, b) Identificar
as práticas de Educação Ambiental realizadas na REM para o alívio da pressão
sobre os recursos naturais e c) Avaliar a participação das comunidades locais
na realização das práticas de Educação Ambiental.
Assim, para responder aos objetivos específicos, foram formuladas as
seguintes questões de pesquisa: a) Quais os recursos naturais que mais
sofrem pressão na REM? b) Quais são as práticas de Educação Ambiental
realizadas na Reserva Especial de Maputo para o alívio da pressão sobre os
recursos naturais? e c) Até que ponto as comunidades participam na realização
das práticas de Educação Ambiental?
Alves (2018) advoga que a criação de áreas naturais para a proteção e
conservação dos recursos a nível mundial representa uma multiplicidade de
modalidades e historicamente são consideradas importantes mecanismos no
sentido da preservação e/ou conservação da natureza, garantir o
desenvolvimento sustentável e a melhoria das condições de vida da população.
Entretanto, a realidade atual demostra que estas áreas estão sob
excessiva pressão humana, tanto no seu interior como nas áreas adjacentes.
Esta situação manifesta-se através do abate ilegal de animais, mineração
ilegal, desflorestação para agricultura, extração de combustível lenhoso,
materiais de construção e de outros produtos florestais, madeireiros e não
madeireiros (ANAC, 2014).
Estes fatores têm contribuído na degradação e fragmentação dos
habitats terrestres e marinhos, na diminuição drástica da fauna bravia,
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especialmente dos grandes mamíferos, que são a principal atração de turistas
nas áreas de conservação.
Assim, para garantir a conservação dos recursos naturais, a REM tem
realizado ações de EA junto às comunidades. As ações desenvolvidas vão
desde as palestras de sensibilização e consciencialização ambiental, desenho
de programas ambientais e promoção da cidadania ambiental de modo a
garantir o bem-estar social sem comprometer a conservação dos recursos; e
outras estratégias como os PDC de modo que as comunidades possam ter
uma fonte para o seu sustento diminuindo assim a pressão sobre os recursos
naturais.
Portanto, o interesse pela realização desta pesquisa, reside na tentativa
de perceber como a EA realizada na REM contribui no alívio da pressão
humana sobre os recursos naturais e melhoria da qualidade de vida das
populações.
Revisão de Literatura
Conservação
Conservação é um conjunto de intervenções viradas à proteção,
manutenção, reabilitação, restauração, valorização, maneio e utilização
sustentável dos recursos naturais de modo a garantir a sua qualidade e valor,
protegendo a sua essência material e assegurando a sua integridade (CRUZ;
SOLA 2017).
Por sua vez (SILVA, 2005), define conservação como sendo o conjunto
de práticas destinadas à proteção da diversidade biológica. Visa a manutenção
da diversidade genética, dos processos ecológicos e dos sistemas vitais
essenciais, bem como o aproveitamento perene das espécies e dos
ecossistemas.
As definições acima expostas apresentam algumas semelhanças e
diferenças face a concepção do que seja a conservação.
Em relação às semelhanças, os autores da Cruz e Sola (2017) assim
como (SÍLVIA, 2005) são unânimes em afirmar que a conservação é o conjunto
de práticas destinadas à proteção da diversidade biológica, visando a
manutenção da diversidade genética, dos processos ecológicos
E, quanto as diferenças, (CRUZ; SOLA, 2017), apresenta os objetivos
pelos quais se volta a prática da conservação, como proteção, manutenção,
reabilitação, restauração, valorização, maneio e utilização sustentável dos
recursos naturais; ao passo que (SILVA, 2005) não apresenta estes detalhes
cingindo-se em definir como é o conjunto de práticas destinadas à proteção da
diversidade biológica, ou seja, esta definição é resumo daquilo que foi proposto
por (CRUZ; SOLA, 2017).
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Na presente pesquisa a definição de conservação que mais se adequa é
a que foi proposta por Cruz e Sola (2017), que é um conjunto de intervenções
viradas à proteção, manutenção, reabilitação, restauração, valorização, maneio
e utilização sustentável dos recursos naturais de modo a garantir a sua
qualidade e valor, protegendo a sua essência material e assegurando a sua
integridade.
Área de Conservação
As Áreas de Conservação (AC) são um tipo especial de área protegida,
ou seja, espaços territoriais (incluindo seus recursos ambientais e as águas
jurisdicionais) com características naturais relevantes, legalmente instituídos
pelo Poder Público, com objetivos de conservação e de limites definidos, sob
regime especial de administração, às quais se aplicam garantias adequadas de
proteção (MANETTA et al., 2015).
Enquanto para da Cruz e Sola (2017) Áreas de Conservação são áreas
naturais demarcadas e criadas pelo Poder Público com a finalidade de proteger
e conservar a biodiversidade, as características culturais das populações
tradicionais oriundas desses locais e seus patrimónios históricos e culturais.
As definições acima apresentadas, ambos autores são consentâneos
em afirmar que as Áreas de Conservação são áreas naturais criadas pelo
poder público com o objetivo de proteger e conservar a biodiversidade biológica
no planeta.
Entretanto, para o presente trabalho a definição apresentada por Cruz e
Sola (2017) descreve de uma forma mais abrangente na medida em que não
só menciona o aspecto proteger a biodiversidade, como também as
características culturais das populações tradicionais oriundas desses locais e
seus patrimónios históricos e culturais.
Educação Ambiental
Educação Ambiental é um processo permanente, no qual os indivíduos
e a comunidade tomam consciência do seu meio ambiente e adquirem
conhecimentos, valores, habilidades, experiencias e determinação que os torna
aptos a agir individual e coletivamente e, resolver problemas ambientais
presentes e futuros (MICOA, 2009).
Ao passo que para Schneider (2005), a Educação Ambiental é definida
como um conjunto e processos dos quais o indivíduo e coletividade constroem
valores sociais, conhecimentos, competências e atitudes para a conservação
do meio ambiente, para o bem comum do povo, essencial para a vida saudável
e sua sustentabilidade.
Fazendo uma analogia entre as duas definições acima apresentadas, é
possível constatar diferenças e semelhanças.
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Em relação às diferenças, Schneider (2005), entende a Educação
Ambiental como um processo que visa capacitar as pessoas a uma
compreensão crítica e global do ambiente e capazes de conservar e usar de
forma adequada os recursos naturais, para a melhorar a qualidade de vida.
Por sua vez, Micoa (2009) defende que é um processo permanente
através do qual os indivíduos e a comunidade tomam consciência do seu meio
ambiente, valores e habilidades de modo a agir em prol do mesmo na
identificação e resolução de problemas ambientais. No concernente às
semelhanças, tanto Schneider (2005), assim como Micoa (2009) são unânimes
em afirmar que características como consciência, valores, atitudes,
competências e participação são adquiridos neste processo contínuo de
educação voltada para o ambiente.
Portanto, entende-se Educação Ambiental como um processo educativo
contínuo que possibilita ao ser humano o resgate da consciência crítica de
seres pertencentes ao ambiente, dotados de conhecimentos sobre a
conservação e utilização adequada dos recursos naturais, com vista a melhoria
da qualidade de vida e a sustentabilidade.
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Já no início da década de 1970 foi marcado pela criação dos parques,
(cerca de 50% dos existentes no país). A década de 2000 iniciou com o
crescimento dos parques (a criação dos restantes 33,3%) e das reservas
(17%). O sistema de categorias de gestão das áreas protegidas em
Moçambique baseia-se no objetivo de gestão de atividades específicas, tais
como pesquisa científica, turismo e recreação ou uso sustentável de recursos,
mas focado no objetivo primário que é a proteção e preservação da diversidade
biológica (NTELA, 2013).
Atualmente, Moçambique assumiu vários compromissos nesta matéria,
sendo signatário de várias convenções internacionais sobre a conservação da
natureza e da biodiversidade, sendo de maior destaque, a Convenção sobre a
Diversidade Biológica, a Convenção sobre o Comercio Internacional de
Espécies de Flora e Fauna Selvagens Ameaçadas (CITES), Convenção de
Ramsar, Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas
(UNFCCC), e as várias obrigações decorrentes das iniciativas regionais, como
os Protocolos da SADC sobre Florestas, Conservação da Fauna Bravia e
Fiscalização (MITUR, 2014).
Metodologia
Metodologicamente, essa pesquisa quanto a sua abordagem é
qualitativa. No que se refere aos seus objetivos, a pesquisa é explicativa, pois
tem como preocupação fundamental, identificar fatores que contribuem ou
agem como causa para a ocorrência de determinados fenómenos a nível da
Reserva de Maputo. É o tipo de pesquisa que explica as razões ou os porquês
das coisas, e envolve o levantamento bibliográfico, documental e entrevistas.
Ademais, adoptou-se como procedimentos técnicos, um estudo de
campo, entendido por Lakatos e Marconi (2003) como aquele que consiste na
observação de factos e fenómenos tal como ocorrem espontaneamente, na
coleta de dados a eles referentes e no registo de variáveis que se presume
relevantes para posteriormente, analisá-lo. Na visão dos mesmos autores, a
metodologia qualitativa preocupa-se em analisar e interpretar aspectos mais
profundos, descrevendo a complexidade do comportamento, tendência dos
entrevistados.
Amostragem
Constitui população da presente pesquisa os membros dos CGRN das
comunidades de Guengo, Gala e Tchia, constituídas por trinta (30) membros,
dez (10) em cada comunidade. Também faz parte da população a
administração da REM, representada pelo DDC composto por cinco (5)
membros, e o departamento de fiscalização. O tipo de amostragem a ser
utilizada é a não probabilística e por acessibilidade, pois para Gil (2008) nestes
tipos de amostragem, o pesquisador seleciona os elementos a que tem acesso, revista brasileira
admitindo que estes possam, representar o universo. Nesta pesquisa, a de
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amostra é de dez (10) indivíduos. (5) Colaboradores afetos ao DDC, (2) fiscais
e (3) membros do CGRN das comunidades de Guengo, Gala e Tchia, um em
cada uma das comunidades.
Questões éticas
A presente pesquisa, no tocante às questões éticas, tomou em
consideração: a relativa confidencialidade da identidade dos entrevistados e
que forneceram informação útil ao estudo. Assim sendo, os entrevistados são
identificados em forma de código como Ad – Entrevistado da Administração; F
– Entrevistado da Fiscalização; e C – Entrevistado da Comunidade; a
apresentação do pesquisador às entidades ou partes contempladas na
pesquisa mediante identificação e devida autorização e ainda o esclarecimento
dos propósitos da pesquisa, o processamento e censura de dados com
fidedignidade e a referenciação das fontes de informação.
Figura 3: Grupo de alunos e professores numa excursão pela REM. Fonte: REM
Conclusões
Ao fim de uma análise aprofundada do tema à que se propôs a
pesquisa, mediante a busca de resposta das perguntas colocadas no início,
conclui-se que realização deste estudo na Reserva Especial de Maputo foi de
grande relevância, pois foi possível constatar que a REM não possui um
programa específico de EA, mas tem desenvolvidos práticas de EA com vista a
sensibilização das comunidades e visitantes e assim garantir a conservação
dos recursos naturais.
Entretanto, estas práticas são coordenadas por um Departamento de
desenvolvimento comunitário, formado por técnicos da área de florestas e
fauna bravia, que também coordenam os projetos de geração de renda nas
comunidades, nenhum especialista em EA. Este departamento, que até a data
em que foi realizada a presente pesquisa, era uma equipe constituída por
apenas cinco (5) membros, designados agentes de mudanças comunitária,
pois são estas que mantem contacto com as comunidades através dos Comités
de Gestão Recursos Naturais ou por pessoas singulares, o caso dos líderes
comunitários.
No tocante aos projetos de geração de renda nas comunidades, por
causa da estiagem que se regista naquela região e a invasão dos animais, não
estão tendo o sucesso esperado pelas comunidades e pela REM
respectivamente. A pobreza das comunidades que habitam no interior ou nas
áreas adjacentes às áreas protegidas, em particular o caso da REM, constitui
um desafio para o desenvolvimento das mesmas, pois estas comunidades
vêem na reserva como uma fonte de sustento.
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