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Casos clínicos em audiologia e suas inter-relações com a linguagem
Outros organizadores
Kelly Cristina Lira de Andrade
Pedro de Lemos Menezes
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Inclui bibliografia
ISBN 978-65-258-1226-7
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Apoio Financeiro
CAPÍTULO 2............................................................................ 16
PERDA AUDITIVA PROGRESSIVA: UM RELATO DE CASO
Danielle Cavalcante Ferreira
Aline Tenório Lins Carnaúba
Natália de Lima Barbosa da Silva
Luís Gustavo da Silva Gomes
Klinger Vagner Teixeira da Costa
https://doi.org/10.22533/at.ed.2672322032
CAPÍTULO 3............................................................................29
Sumário
CAPÍTULO 4............................................................................40
SIMILARIDADES NOS ACHADOS FONOAUDIOLÓGICOS EM GÊMEAS
MONOZIGÓTICAS
Ranilde Cristiane Cavalcante Costa
Thaís Nobre Uchôa Souza
Luís Gustavo Gomes da Silva
Jovelyne Janay Cavalcante da Silva
Pedro de Lemos Menezes
https://doi.org/10.22533/at.ed.2672322034
CAPÍTULO 5............................................................................55
TRANSTORNO DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL E MISOFONIA:
ESTUDO DE CASO
Ilka do Amaral Soares
Mariana Calheiros Flores
Anália Maria Correia Ribeiro da Silva
Luciana Castelo Branco Camurça Fernandes
https://doi.org/10.22533/at.ed.2672322035
CAPÍTULO 6............................................................................67
DESAFIOS DA INTERVENÇÃO NA LABIRINTITE OSSIFICANTE
Grazielle Farias de Almeida
Laércio Pol Fachin
Maria da Conceição Jacome Henrique do Carmo
Allexya Amanda Vieira da Silva Costa
https://doi.org/10.22533/at.ed.2672322036
CAPÍTULO 7............................................................................79
ACHADOS AUDIOLÓGICOS EM UM INDIVÍDUO INFECTADO PELO SARS-
COV-2
Jovelyne Janay Cavalcante da Silva
Aline Tenório Lins Carnaúba
Carlos Henrique Alves Batista
Edson de Oliveira dos Santos
https://doi.org/10.22533/at.ed.2672322037
CAPÍTULO 8............................................................................90
Sumário
SOBRE OS ORGANIZADORES.....................................................99
SOBRE OS AUTORES................................................................101
DESENVOLVIMENTO
Este artigo foi realizado na Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas
(UNCISAL), de acordo com a Instrução Normativa 466/2012 e foi aprovado pelo Comitê de
Ética em Pesquisa da referida Universidade, sob o Parecer n.º 4.968.146.
Descrição do contexto
C.S. compareceu para consulta no CER III da UNCISAL no ano de 2018. Como
queixa principal, relatou dificuldade para compreender a fala e remeteu que possuía esse
problema desde os 15 anos de idade. No entanto, só procurou atendimento médico após
oito (8) anos da aparição dos sintomas.
Nesse período de procura por ajuda profissional, realizou exames auditivos, consultas
com otorrinolaringologistas e não foi realizado nenhum encaminhamento para reabilitação
auditiva. A partir de 2018, o paciente foi direcionado para o CER III com a finalidade de
testar o uso de aparelhos auditivos. Nesse momento, foram realizados procedimentos
como anamnese e teste com aparelhos de amplificação sonora individual (AASI).
Na anamnese, ele relatou sintomas como dificuldade de compreensão de fala e
escuta no telefone, necessidade de realização de leitura orofacial para entendimento de
fala, irritabilidade em ambientes ruidosos e uso de televisão com volume mais intenso
que o comum. Ademais, relatou ainda zumbido bilateral constante e de frequência grave.
Com relação aos antecedentes familiares, o sujeito discorreu que o pai, os irmãos e os tios
apresentavam dificuldade auditiva.
No uso do AASI, C.S. apresentou melhora de compreensão de fala e conforto com
a adaptação e foi orientado a retornar ao serviço após os períodos pré-estabelecidos de
um, três e seis meses ou por demanda espontânea devido ao aparecimento de qualquer
desconforto relacionado à adaptação.
Procedimentos
Não foi possível obter dados das avaliações auditivas realizadas antes do ano
de 2016, mas a partir do referido ano, o paciente realizou audiometria tonal, vocal e
imitanciometria bilateral. Em 2018, realizou duas audiometrias e imitanciometria (tonal e
vocal) com diferença de dois meses entre as duas.
Ainda no ano de 2018, devido à incompatibilidade da audiometria vocal com a tonal
e a dificuldade de compreensão de fala, o paciente foi encaminhado para realização de
Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico (PEATE) e de Potencial Evocado Auditivo
de Estado Estável (PEAEE), os quais foram realizados no mesmo ano. Na consulta com
RESULTADOS OBSERVADOS
Figura 4 e 5: Potencial evocado auditivo de tronco encefálico e potencial evocado auditivo de estado
estável realizados em 2018.
• Fala com ruído apresentado na mesma orelha- paciente não conseguiu re-
conhecer nenhuma palavra apresentada em nenhuma das orelhas, omitin-
do 88% das palavras na OE e 100% das palavras na OD.
Obs. Neste teste, é necessário apenas a detecção do tom, na ordem que é apresentada,
discriminando apenas a duração do estímulo, se este foi curto ou longo.
• Teste de padrão de frequência- paciente não conseguiu discriminar os
padrões sonoros dos sons das frequências sequencializadas, discri-
minando apenas 10% na OE e 0% na OD.
DISCUSSÃO
O diagnóstico e os resultados apresentados mostram para a comunidade acadêmica
que as formas de apresentação da perda auditiva oculta são variáveis e seu diagnóstico
requer experiência do clínico que lida com a saúde auditiva. No entanto, exames
comportamentais e eletrofisiológicos podem servir de auxílio para a correta conclusão e
conduta.
No caso apresentado, o paciente possuía uma perda auditiva variável, que ia
desde audição normal até uma perda auditiva de grau severo nas frequências médias e
uma dificuldade de compreensão de fala não justificada com as audiometrias realizadas
mais recentes. Entretanto, na literatura pesquisada, vê-se que a maior parte dos estudos
demonstram que a audição mantém uma constância na normalidade, exceto nas frequências
mais altas (acima de 8kHz) (BRAMHALL et al., 2017; FERNANDEZ et al., 2015; GUEST
et al., 2017; MEHRAEI et al., 2016). Mas isso não descaracteriza o caso, visto que alguns
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Infere-se, portanto, que a perda auditiva oculta tem seus sinais clínicos variáveis
e exames comportamentais e eletrofisiológicos podem ajudar na correta identificação. No
LISTA DE ABREVIATURAS
AASI – Aparelho de Amplificação Sonora Individual
CER III – Centro Especializado em Reabilitação III
dBNA – Decibéis Nível de Audição
dBnHL – Decibels Hearing Threshold
EOADP – Emissões Otoacústicas Produto de Distorção
IPRF – Índice Percentual de Reconhecimento de Fala
kHz – Quilohertz
LDV – Limiar de Detecção de Voz
LRF – Limiar de Reconhecimento de Fala
PA – Potencial de Ação
PEAEE – Potencial Evocado Auditivo de Estado Estável
PEATE – Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico
PS – Potencial de Somação
UNCISAL – Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas
REFERÊNCIAS
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BRAMHALL, N. F. et al. Auditory Brainstem Response Altered in Humans with Noise Exposure Despite
Normal Outer Hair Cell Function. Ear and Hearing, v. 38, n. 1, p. e1–e12, 2017.
FURMAN, A. C.; KUJAWA, S. G.; LIBERMAN, M. C. Noise-induced cochlear neuropathy is selective for
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GUEST, H. et al. Tinnitus with a normal audiogram: Relation to noise exposure but no evidence for
cochlear synaptopathy. Hearing Research, v. 344, p. 265–274, 2017.
LIBERMAN, M. C. et al. Toward a differential diagnosis of hidden hearing loss in humans. PloS one, v.
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MÖHRLE, D. et al. Loss of auditory sensitivity from inner hair cell synaptopathy can be centrally
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MULDERS, W. H. A. M.; CHIN, I. L.; ROBERTSON, D. Persistent hair cell malfunction contributes to
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MUNIAK, M. A.; AYENI, F. E.; RYUGO, D. K. Hidden hearing loss and endbulbs of Held: Evidence for
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PAQUETTE, S. T.; GILELS, F.; WHITE, P. M. Noise exposure modulates cochlear inner hair cell ribbon
volumes, correlating with changes in auditory measures in the FVB/nJ mouse. Scientific Reports, v. 6,
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SHRIVASTAVA, S.; SHRIVASTAVA, P.; RAMASAMY, J. Supporting the global initiative of preventing
childhood hearing loss: Act now, here′s how! Noise and Health, v. 18, n. 84, p. 280, 2016.
SONG, Q. et al. Coding deficits in hidden hearing loss induced by noise: The nature and impacts.
Scientific Reports, v. 6, n. April, p. 1–13, 2016.
DESENVOLVIMENTO
Este artigo foi realizado na Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas
(UNCISAL), de acordo com a Instrução Normativa 466/2012 e foi aprovado pelo Comitê de
Ética em Pesquisa da UNCISAL, sob o Parecer nº 4.931.278.
Descrição do Contexto
Trata-se de um estudo de caso de uma menor com diagnóstico audiológico de perda
auditiva sensorioneural, realizado pela equipe interdisciplinar do Centro Especializado em
Reabilitação (CER III).
A menor compareceu à Unidade de Atendimento em março de 2018 para avaliação
audiológica e otorrinolaringológica e, desde então, continua em acompanhamento. Portanto,
a fim de demonstrar com mais precisão a progressão da perda auditiva e os resultados
da intervenção, optou-se por descrever dois momentos da avaliação: primeiro diagnóstico
audiológico, realizado em outubro de 2018, quando estava com 8 anos e 11 meses de
idade; últimos atendimentos relatados no prontuário até o momento do início da pesquisa.
A primeira consulta foi realizada por um médico otorrinolaringologista, que, ao fazer
o exame clínico, constatou queixas de otalgia e cefaleia. Durante a anamnese, a mãe
relatou otites de repetição desde os 5 anos de idade.
A paciente foi encaminhada para realização de testes complementares a fim de
confirmar a suspeita de perda auditiva.
Resultados observados
Diagnóstico Audiológico
DISCUSSÃO
A perda auditiva afeta pelo menos 1 a 2 por mil nascimentos e gera consequências
negativas para o desenvolvimento (DALZELL et al., 2000; KAYE et al., 2006; WOOD;
SUTTON; DAVIS, 2015), tais como: alterações de linguagem, das habilidades cognitivas
e socioemocionais. E são particularmente importantes quando o diagnóstico é atrasado,
o que dificulta o acesso aos programas de intervenção precoce (MOELLER, 2000;
FULCHER et al., 2012; STIKA et al., 2015). Além da triagem de recém-nascidos, há uma
necessidade de monitorar as crianças que estão em risco de desenvolver perda auditiva
após o período neonatal (WOOD; DAVIS; SUTTON, 2013) 13-14. Estudos (FORTNUM et
al., 2001; WEICHBOLD; NEKAHM-HEIS; WELZL-MUELLER, 2006; WATKIN; BALDWIN,
2011) sugerem que a prevalência de perda auditiva aumenta durante a infância e ocorre
em algum momento após a primeira infância em até 25–50% das crianças afetadas. Sendo
assim, crianças em risco de perda auditiva de início tardio precisam ser monitoradas,
mesmo depois de passar em um teste de triagem, para garantir a identificação o mais cedo
possível e evitar atrasos no tratamento, custos desnecessários para o sistema de saúde
e estresse parental adicional (HARLOR et al., 2009; DEDHIA et al., 2013). Como também
é importante monitorar crianças em risco de perda auditiva progressiva, de modo que a
intervenção apropriada seja iniciada em tempo hábil.
No que diz respeito à sintomatologia apresentada no caso, a otite média crônica é
considerada um fator de risco para perda auditiva progressiva em crianças em idade escolar
(GODINHO; SIH; RAMOS, 2006). Associação entre otite média crônica e perda auditiva
sensorioneural tem sido amplamente estudada e permanece como tema controverso. Um
estudo (AZEVEDO et al., 2007) concluiu que a otite média crônica pode evoluir para perda
auditiva sensorioneural, que foi observada em 13% dos casos e que isso ocorre com mais
frequência com o aumento da idade.
Com relação aos primeiros achados encontrados em março de 2018, a paciente
apresentou reflexos acústicos ausentes, EOAT ausentes e perda auditiva nas frequências
de 6 e 8KHz. Esses achados indicam que a paciente já apresentava alterações relacionadas
ao mau funcionamento da orelha média devido à ausência dos reflexos e da orelha interna
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conforme podemos observar na literatura, o diagnóstico precoce da perda auditiva
progressiva é extremamente importante, uma vez que permite a criança obter desempenho
acadêmico e a habilidade de comunicação efetiva, evitando alterações sensoriais e no
desenvolvimento da linguagem.
No caso em questão, a menor foi diagnosticada tardiamente. Apesar da progressão
da perda auditiva, a paciente possuía bom vocabulário e linguagem oral.
LISTA DE ABREVIATURAS
AASI – Aparelho de Amplificação Sonora Individual
CER III – Centro Especializado em Reabilitação III
dBNA – Decibéis Nível de Audição
dBnHL – Decibels Hearing Threshold
EOAT – Emissões Otoacústicas Por estímulo Transiente
REFERÊNCIAS
AZEVEDO, A.F.D. et al. Perda auditiva sensório-neural na otite média crônica supurativa em pacientes
com e sem colesteatoma. Revista Brasileira de Otorrinolaringologia, v.73, n.5, p. 671-674, 2007.
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5, p. e311–e321, 2016.
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and implications for universal neonatal hearing screening: Questionnaire based ascertainment study.
British Medical Journal, v. 323, n. 7312, p. 536–539, 2001.
FULCHER, A. et al. Listen up: Children with early identified hearing loss achieve age-
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Screening Programme in England: The first seven years. International Journal of Audiology, v. 54, n.
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hearing detection and intervention systems (EHDI). J Commun Disord, v. 37, n. 5, p. 451–65, 2004.
Kelly Cristina Lira de Andrade ao Implante Coclear (IC), como por exemplo,
em perdas auditivas severas e/ou profundas
Natália dos Santos Pinheiro
(BENTO; SANCHEZ; NETO, 1997).
Mônyka Ferreira Borges Rocha
O IC é uma prótese eletrônica
Cristiane Monteiro Pedruzzi introduzida cirurgicamente na orelha interna,
é composto por uma unidade externa e
Ranilde Cristiane Cavalcante Costa
uma interna. A unidade externa contém um
microfone, um processador de fala e uma
antena transmissora. A unidade interna
INTRODUÇÃO
(implantada cirurgicamente), possui um
A deficiência auditiva é definida como receptor e um conjunto de eletrodos. Esse
a perda parcial ou total da audição, podendo dispositivo capta o som e o transforma em
ser causada por lesões nas estruturas que impulso elétrico, transmitindo-o diretamente
compõem o sistema auditivo. Além disso, para o nervo coclear (CAVALCANTE et al.,
essa deficiência pode afetar diretamente o 2020).
desenvolvimento da linguagem, acarretando Vários aspectos são ponderados
dificuldades no aprendizado, na evolução para a indicação do dispositivo de IC no
social e cognitiva (CAVALCANTE et al., tratamento de crianças com Deficiência
2020). Auditiva (DA) pré-lingual, constituindo um
Nesses casos, é sugerida a processo complexo e multidimensional, não
adaptação com o Aparelho de Amplificação se tratando apenas de um procedimento
Sonora Individual (AASI) como primeira cirúrgico, mas caracterizando,
opção, contudo, há cenários em que o basicamente, em três fases distintas:
indivíduo possui benefícios limitados com o avaliação pré-cirúrgica, no ato cirúrgico
AASI e passa a ser um potencial candidato
DESCRIÇÃO DO CASO
As informações contidas neste capítulo foram obtidas por meio de entrevista com
os responsáveis e revisão de prontuário contendo exames e procedimentos pelos quais
o paciente foi submetido. Além disso, foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa
da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas, sob o número de parecer
4.968.147.
Gestação e Nascimento
A respeito dos aspectos antecedentes relacionados ao período gestacional,
foram relatadas intercorrências por questões de saúde materna, caracterizadas por
infecção urinária de repetição e pielonefrite na 34ª semana de gestação, necessitando de
hospitalização e antibioticoterapia venosa. Nesse mesmo período foi observado alterações
nos ventrículos cerebrais do feto, ventriculomegalia.
A criança do sexo masculino, nasceu com 36 semanas e 6 dias, de parto cesáreo,
pesando 2,935 Kg. Segundo relato da Mãe, o parto foi difícil devido a quantidade aumentada
de líquido amniótico, problema possivelmente relacionado à insuficiência renal.
Após o nascimento, foi comprovada através de exames de imagem a hemorragia
intracraniana de grau IV e, devido às intercorrências peri e pós-natais, a criança necessitou
de cuidados em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) por cerca de 30 dias, sendo
41 dias no total de hospitalização até a alta médica. Durante esse período, apresentou
Frequências (Hz)
Orelha
500 1000 2000 4000
OD (programa 41) 20 dB 25 dB 20 dB 25 dB
OE (programa 35) 25 dB 20 dB 25 dB 20 dB
DISCUSSÃO
A deficiência auditiva, sobretudo a de grau severo e/ou profundo, pode apresentar
grande impacto na vida da criança, comprometendo o desenvolvimento das habilidades
comunicativas e a interação social. Esses fatores reforçam a necessidade do diagnóstico
precoce, para que ocorra uma reabilitação adequada (RABELO; MELO, 2016).
Apesar das diversas complicações peri e pós-natais, a criança iniciou a terapia
fonoaudiológica aos quatro meses de idade com o uso do AASI e acompanhamento duas
vezes por semana. Miguel e Novaes (2013) relataram que para um bom prognóstico, o
diagnóstico e a reabilitação devem ocorrer antes dos seis meses de idade, para que haja
um melhor aproveitamento do tempo de maturação das vias auditivas. Nesse processo, é
fundamental o envolvimento familiar e orientações adequadas dos profissionais envolvidos.
Devido ao benefício limitado com o AASI, o paciente foi submetido a cirurgia de
IC aos nove meses de idade. Pesquisadores descreveram que em casos de resultados
insuficientes com o AASI, o IC tem sido um recurso clínico efetivo para intervenção, sendo
seu objetivo substituir parcialmente a função da cóclea por meio da estimulação direta das
fibras do nervo auditivo (SILVA et al., 2014).
Os melhores resultados em termos de qualidade de vida são observados quando
Terapia fonoaudiológica
Apesar dos notáveis benefícios que o IC proporciona nas crianças deficientes
auditivas, o dispositivo por si só proporciona à criança audibilidade aos sons ambientais e
de fala. Para que o desenvolvimento auditivo e linguístico aconteça torna-se necessário,
dentre outros fatores, a realização da terapia fonoaudiológica, com parceria entre
profissionais e pais (MELO; LARA, 2012).
A criança do estudo apresentou um rápido desenvolvimento das habilidades auditivas
e linguísticas no decorrer da intervenção terapêutica. Com 14 meses de idade auditiva,
o paciente demonstrava a habilidade de reconhecimento auditivo avançado e início da
compreensão auditiva. Pesquisa anterior definiu a idade de 41±4 meses como marcador
clínico para o reconhecimento e 53±4 meses para compreensão (SILVA et al., 2019).
Em relação ao desenvolvimento das habilidades linguísticas, a criança começou
a fazer uso de palavras isoladas aos 2 anos. No desenvolvimento normal da linguagem
as primeiras palavras surgem em torno de 1 ano. Portanto, ao analisarmos as primeiras
palavras considerando a idade cronológica, é possível identificar um atraso, entretanto,
a aquisição está adequada para idade auditiva. A aquisição de palavras constitui um
passo fundamental para o posterior desenvolvimento sintático, além de marcar o início da
possibilidade de comunicação oral efetiva entre a criança em desenvolvimento e o mundo
que a cerca (GÂNDARA; BEFI-LOPES, 2010)
O maior tempo de uso do implante coclear, a menor idade na cirurgia e o melhor
desempenho na percepção auditiva da fala influenciaram o desempenho na linguagem oral
expressiva e receptiva (SCARABELLO et al., 2020). Todos esses fatores foram aspectos
favoráveis e sustentam a evolução da criança estudada que segue em intervenção com
prognóstico favorável de desenvolvimento das habilidades auditivas e linguísticas.
Além dos aspectos supracitados, cabe destacar que a presença constante da
família no cenário de terapia e a continuidade da estimulação nas atividades de vida diária
do paciente foram relevantes para o sucesso da intervenção. Sobre essa temática estudos
afirmam que a estimulação/participação familiar no desenvolvimento das crianças se
mostrou de extrema importância no desenvolvimento da linguagem oral (COLALTO et al.,
2017). Apesar do uso do implante coclear e a idade na implantação serem importantes para
o desenvolvimento, não são suficientes para que ele ocorra, sem que haja participação
familiar adequada no processo terapêutico.
LISTA DE ABREVIATURAS
AASI - Aparelho de Amplificação Sonora Individual
IC - Implante Coclear
DA - Deficiência Auditiva
UTIN - Unidade de Terapia Intensiva Neonatal
LCR – Líquido Cefalorraquidiano
RN – Recém-Nascido
DVP - Derivação Ventrículo Peritoneal
CPAP - Pressão Positiva Contínua nas Vias Aéreas
EOAT - Emissões Otoacústicas Transientes
EOAPD - Emissões Otoacústicas Produto de Distorção
PEATE - Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico
kHz – Quilohertz
Hz – Hertz
dB – deciBell
OD – Orelha Direita
OE – Orelha Esquerda
REFERÊNCIAS
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DESCRIÇÃO DO CASO
Os pais foram os responsáveis pelas informações fornecidas em relação ao histórico
e desenvolvimento das gêmeas. Embora pai e mãe tenham participado da entrevista,
muitas informações não foram resgatadas com detalhes. As gêmeas serão denominadas
G1 e G2, de acordo com a ordem de nascimento.
A gestação não foi planejada, mas desejada desde o princípio. A mãe refere
intercorrências pré-natais, como deslocamento de placenta, sangramento, cólicas e
hipertensão arterial, havendo a necessidade de fazer uso de medicamentos e manter
repouso absoluto por longo período. O sangramento durou aproximadamente 2 meses e
as cólicas foram frequentes durante toda a gestação. Considerando todos os riscos de
aborto durante a gestação e pelas condições clínicas da mãe, a obstetra fez a prescrição
de injeções “para colaborar com o amadurecimento do feto” e indicou a interrupção da
gestação com 8 meses e meio, realizando um parto cesárea.
G1 nasceu primeiro, com peso de 2268g e 44 cm de altura. Embora durante toda a
gestação G1 tivesse menor altura e peso, motivos que preocupavam a obstetra e os pais, a
criança chorou assim que nasceu, passou pelos cuidados médicos habituais do pós-parto
e foi amamentada pela mãe. G2 nasceu com peso de 2865g, altura de 45,5 cm. Mesmo
sendo a recém-nascida com maior peso, G2 não chorou ao nascer e foi imediatamente
para Unidade de Tratamento Intensivo Neonatal, permanecendo sob os cuidados da equipe
por 15 dias.
Os pais não apresentaram informações precisas sobre o período de internação,
PSI FF FB TDD
MCI MCI PA/PB
M AL AD
(0) (-15) PB/PA
G1 OD 100% 100% 84% 88% 95% 95%
OE 90% 90% 88% 96% 97,5% 100%
G2 OD 90% 90% 92% 84 100% 100%
OE 80% 60% 92% 88% 95% 92,5%
Tabela 1. Avaliação do processamento auditivo central
Legenda: PSI= Inteligibilidade de Fala Pediátrica; FF= Fala filtrada; FB= Fusão binaural; TDD= Padrão
de duração; MCI= Mensagem competitiva ipsilateral; M= monótico; PA= Passa alto; PB= Passa baixo;
AL= Atenção livre; AD= Atenção direcionada; OD= Orelha direita; OE= Orelha esquerda
0.040
Amplitude (µV)
G2
0.090 -0.060 -0.070 -0.022 -0.200 -0.190 -0.040
Latência (ms)
G1
Valores de
DISCUSSÃO
As gestações gemelares apresentam alta ocorrência de complicações. Os dados
DATASUS mostram elevada prematuridade, baixo peso ao nascer e mais partos cesáreos
em gemelares em comparação aos fetos únicos (SILVA et al., 2019). Neste estudo de caso,
a mãe passou por diversas intercorrências durante a gestação, culminando no nascimento
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os achados fonoaudiológicos encontrados em gêmeas monozigóticas apresentam
desempenho semelhantes entre si no que se refere às avaliações de linguagem, fala, voz,
motricidade orofacial e audição.
REFERÊNCIAS
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características dos sistemas fonético/fonológico em falantes do Português Brasileiro. Distúrb Comum.,
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Classification System (SDCS): Extensions and lifespan reference data. J Speech Lang Hear Res., v.
40, p. 723-40. 1997.
Teste Resultado
Relação Relação
S/R (0) > 80%
S/R (0) = 90% S/R (0) = 80%
PSI
S/R (-15) > 60%
Relação Relação
S/R (-15) = 90% S/R (-15) = 80%
>90%
Efeito de
Orelha: +2
Efeito de Orelha:
valores entre + 4
e -4
Efeito de
Ordem: +4
SSW 52,5% 70% Efeito de Ordem:
valores entre + 3
e -3
Inversões: 1
Inversões: 1
Padrão tipo
A: 3
Padrão tipo A: 3
Quadro 2. Resultado dos testes do Processamento Auditivo Central pré treino auditivo
Após análise, constatou-se alteração nos testes SSW, com relação a direita e
esquerda competitivas e ao efeito de ordem e no TPF bilateralmente, o que representa
TPAC com alteração nos processos gnósicos de decodificação, codificação e organização,
com indicativo de alteração nas habilidades auditivas de figura-fundo para sons verbais e
ordenação temporal.
Em decorrência dos resultados encontrados foi proposto treinamento auditivo que
consistiu em 2 meses de treinamento acusticamente controlado e 1 mês de treinamento
informal.
O Treinamento Auditivo Acusticamente Controlado (TAAC) foi realizado por 2
meses numa frequência de um encontro semanal, com duração de 30 minutos cada. O
atendimento foi feito em cabina acústica, utilizando fones de ouvido extra-auriculares
(TDH-39P), acoplados ao audiômetro de dois canais Interacoustic AC 33 que emitia sons
provenientes de um compact disc player e, por meio dos quais a paciente recebia estímulos
para trabalhar as habilidades auditivas, tendo como base material contido nos livros
RESULTADOS
Após os 3 meses de intervenção fonoaudiológica, realizou-se o reteste do PAC e os
resultados podem ser observados no quadro 3.
>90%
Efeito de Orelha: -1
Efeito de Orelha:
valores entre + 4 e -4
Efeito de Ordem:
SSW 95% 92,5% Efeito de Ordem:
+1
valores entre + 3 e -3
Inversões: 1
Inversões: 0
Padrão tipo A: 3
Padrão tipo A: 1
Quadro 3. Resultado dos testes do Processamento Auditivo Central pós treino auditivo
DISCUSSÃO
Um dos sentidos mais sensíveis do ser humano, a audição, pode se tornar um
transtorno para quem sofre de hipersensibilidade auditiva. Ela é caracterizada por
alterações na percepção do som, fazendo com que os ruídos, mesmo aqueles considerados
suportáveis, incomodem a quem o escuta (SANCHEZ; PEDALINI; BENTO, 1999). O
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O treinamento auditivo proposto para esse caso teve o intuito de tratar as alterações
das habilidades auditivas, diagnosticadas no PAC e ainda de minimizar as queixas
relacionadas a incômodos excessivos causados por sons repetitivos, denominado de
misofonia.
Para tanto, a melhora das habilidades trabalhadas do treinamento auditivo pôde ser
constatada por meio da evolução apresentada no exame de PAC, além disso houve relato
de diminuição dos sintomas da misofonia.
O tratamento para o TPAC por meio do TAAC e treinamento auditivo informal já
estão amplamente descritos na literatura, entretanto, para tratar a misofonia deve haver
um esforço multidisciplinar, incluindo otorrinolaringologistas, audiologistas, pediatras,
psiquiatras e psicoterapeutas.
LISTA DE ABREVIATURAS
DC - Orelha direita competitiva
DNC - Orelha direita não competitiva
EC - Orelha esquerda competitiva
ENC - Orelha esquerda não competitiva
GCA - Grupo controle assintomático
GCZ - Grupo controle zumbido
GM - Grupo misofonia
OD - Orelha direita
OE - Orelha esquerda
PA - Processamento Auditivo
REFERÊNCIAS
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DESENVOLVIMENTO
Descrição do contexto
As informações contidas neste trabalho foram obtidas através de revisão do
prontuário e entrevista com a paciente. O estudo faz parte do projeto de pesquisa, aprovado
pelo Comitê de Ética em Pesquisa – CEP do Centro Universitário CESMAC sob o número:
40321220.9.0000.0039 junto ao Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)
assinado pela paciente.
Trata-se de um indivíduo do sexo feminino, 28 anos, que compareceu em uma
clínica particular especializada em Aparelhos de Amplificação Sonora Individual (AASI) em
Maceió – AL, sendo encaminhada por otorrinolaringologista com o objetivo de testar o uso
de AASI pela primeira vez.
Procedimentos
Não foi possível obter dados das avaliações auditivas realizadas antes do ano de
2013. Paciente nunca chegou a realizar acompanhamento audiológico de forma assídua
até o ano de 2021.
No ano de 2016, na consulta com o otorrinolaringologista, a paciente foi encaminhada
para a realização de tomografia computadorizada multislice dos ossos temporais, e a
hipótese diagnóstica levantada pelo médico conforme o conjunto de exames foi de labirintite
ossificante. Todos os exames serão apresentados a seguir em ordem cronológica.
RESULTADOS OBSERVADOS
Figura 5: Análise e Conclusão da Ressonância Magnética dos Ossos Temporais realizada em 2019.
LISTA DE ABREVIATURAS
TCLE - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
CEP – Comitê de Ética em Pesquisa
LRF – Limiar de Reconhecimento de Fala
LO – Labirintite Ossificante
OMA – Otite Média Aguda
PAIR – Perda Auditiva Induzida por Ruído
RNM – Ressonância Magnética
TC – Tomografia Computadorizada
RIL – Reflexos Acústicos Ipsilateral
SDT – Speech Detection Threshold
SRT – Speech Reception Threshold
VDRL - Venereal Disease Research Laborator
AASI – Aparelho de Amplificação Sonora Individual
IRF – Índice de Reconhecimento de Fala
LAF - Limiar de Audibilidade de Fala
LDV - Limiar de Detecção de Voz
REFERÊNCIAS
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org/10.3941/jrcr.v14i5.3706.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O coronavírus é uma infecção respiratória que trouxe vários impactos à saúde
humana. Dentre elas, podemos citar a perda auditiva de origem sensorial, neural e
condutiva. Embora haja poucos indícios de alterações de orelha média, sabe-se que as
infecções respiratórias estão estritamente relacionadas às otites médias agudas, infecção
comum em indivíduos imunodeprimidos como as crianças e idosos. No entanto, o público
infantil é mais suscetível devido à anatomofisiologia do sistema auditivo.
A paciente passou pelo quadro clínico leve do Sars-Cov-2, mas manifestou
alterações de orelha média que agravaram, levando ao quadro de mastoidite. Além de
sequelas auditivas que levaram a perda auditiva sensorioneural leve permanente devido
à piora das vias ósseas em ambas as orelhas. Este achado alerta para a necessidade da
avaliação auditiva precoce em todos os pacientes que foram infectados pelo Sars-Cov-2,
independentemente do grau de manifestação devido à imunodepressão provocada pelo
vírus com ênfase nos idosos que possuem baixo índice imunológico e nas crianças devido
ao déficit imunológico e à anatomofisiologia do sistema auditivo.
REFERÊNCIAS
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Idade: 42 anos
Sexo: Feminino
Tontura rotatória ao levantar da cama, movimentar a cabeça
Queixa:
rapidamente e instabilidade postural há três anos
História clínica pregressa: Hipotireoidismo e trombose
Medicamentos de uso
Puran® e Vertix®
regular:
Avaliação auditiva: Normal
Avaliação vestibular: Dix-Hallpike positiva subjetiva e hipofunção vestibular à direita
Conduta médica: Prescrição de medicamento (Vertix®) e reabilitação vestibular
Quadro 1. Dados clínicos (paciente 01).
Idade: 60 anos
Sexo: Feminino
Tontura rotatória ao levantar da cama, movimentar a cabeça
Queixa:
rapidamente e desequilíbrio há um ano
Hipertensão arterial, hipotireoidismo e transtorno de ansiedade
História clínica pregressa:
generalizada
Medicamentos de uso regular: Puran®, Losartana® e Dorene®
Perda auditiva mista de grau severo à direita e moderado à
Avaliação auditiva:
esquerda
Avaliação vestibular: Dix-Hallpike positiva e hipofunção vestibular à direita
Conduta médica: Reabilitação vestibular
Quadro 2. Dados clínicos (paciente 02).
Idade: 63 anos
Sexo: Feminino
Queixa: Tontura, desequilíbrio, zumbido e visão embaçada há dois anos
História clínica pregressa: Artrose, artrite e diabetes
Medicamentos de uso regular: Sinvastatina®
INTERVENÇÃO
DISCUSSÃO
As pacientes 01 e 03 relataram tontura, mas não apresentaram nistagmo durante
a manobra de posicionamento, enquanto a paciente 02 apresentou nistagmo vertical para
cima e torsional horário com duração menor que 60 segundos. Alguns casos de VPPB não
apresentam nistagmo ou tontura. Nesses casos, o tratamento pode ser conduzido com
base na história clínica, nos quais o lado sintomático é tratado por meio das manobras de
Epley, Semont, dos exercícios de Brandt-Daroff ou da manobra liberatória modificada para
o CSC posterior (ALVARENGA; BARBOSA; PORTO, 2011).
Todas as pacientes foram submetidas à manobra de Epley uma única vez. Um
estudo constituído por 243 pacientes com VPPB do CSC posterior, destacou que 202
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A utilização dos protocolos possibilitou exibir e quantificar os efeitos da reabilitação
LISTA DE ABREVIATURAS
CSC - Canal semicircular
CTSB - Clinical Test of Sensory Interaction and Balance
DGI - Dynamic Gait Index
DHI - Dizziness Handicap Inventory
MMII - Teste de membros inferiores
TUG - Timed Up and Go
VENG - Vectoeletronistagmografia
VPPB - Vertigem Posicional Paroxística Benigna
REFERÊNCIAS
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C
Covid-19 42, 87, 88, 89
D
Deficiência auditiva 29, 34, 37
Diagnóstico audiológico 17, 18
ÍNDICE REMISSIVO
E
Emissões otoacústicas 2, 13, 14, 18, 19, 26, 28, 31, 37, 81, 85
Estado estável 3, 9, 14, 18, 22, 27
I
Implante coclear 29, 33, 36, 37, 38, 39, 68, 76
Índice percentual de reconhecimento de fala 4, 14, 45, 46, 52, 57, 74, 87
L
Limiar de detecção de voz 6, 14, 27, 73, 77
Localização sonora 35, 56, 57
M
Meato acústico externo 26, 44, 52, 81, 87
Misofonia 55, 56, 62, 63, 64, 66
P
PCR 82, 83, 87, 88
PEATE 2, 3, 8, 9, 13, 14, 18, 19, 27, 31, 37, 48, 51, 52
Perda auditiva 1, 2, 4, 5, 9, 10, 12, 13, 16, 17, 18, 19, 25, 26, 27, 31, 55, 67, 68,
69, 71, 73, 75, 76, 77, 80, 81, 85, 86, 89, 92, 93
Potencial evocado auditivo de estado estável 3, 9, 14
R
Reabilitação vestibular 90, 91, 92, 93, 94, 95, 96, 98
Reflexos acústicos estapedianos 4, 6, 44, 45, 46, 69, 83, 84
Ruído 2, 10, 35, 55, 56, 58, 59, 61, 62, 65, 69, 77
T
Tomografia computadorizada 68, 69, 71, 77, 78, 82
TPAC 56, 58, 64
Treinamento auditivo 56, 58, 60, 61, 63, 64, 65, 66
V
Vectoeletronistagmografia 91, 97
ÍNDICE REMISSIVO