ARTIGO Laira Ares
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ARTIGO Laira Ares
RESUMO
ABSTRACT
Based on the understanding that the Unique Therapeutic Project (PTS) is a technology
that contributes to the integrality of care in health services, based on a proposal for
interdisciplinary intervention for a subject or community, taking into account the
singularity of each process of illness and qualifying the actions in the scope of health,
this action research have the objectives to investigate the possibilities of applying the
PTS in Primary Care, among its functions, to present the contribution to the
interdisciplinarity of the professionals that compose the health teams in the AB and,
thus, to launch an intervention proposal in the municipality of São Pedro do Piauí. The
plan of actions for the implementation of the PTS goes through a phase of elaboration
of the instrument, appreciation of the municipal health managers, for later training of
the professionals that compose the AB, reorganization of the work process with
schedules of meetings of pre-established PTS. We conclude that PTS is an effective
tool in Primary care, guaranteeing quality in the management of care and compliance
with the principles and guidelines of health policies. There may also be difficulties
regarding the availability and flexibility of health professionals to use the PTS, but it is
possible to solve this issue by adapting to the new praxis and drawing up schedules
with pre-established meeting dates. The benefits achieved with the use of PTS will
validate this implementation proposal.
Key Words: Comprehensive Health Care; Patient Care Team; Public Health Policy.
INTRODUÇÃO
A Atenção Básica, segundo a Política Nacional da Atenção Básica (PNAB), é o
conjunto de ações de saúde individuais, familiares e coletivas, que envolvem
promoção, prevenção, proteção, diagnóstico, tratamento, reabilitação, redução de
danos, cuidados paliativos e vigilância em saúde, desenvolvidas através da
integralidade do cuidado, gestão qualificada e equipe multiprofissional, direcionadas a
população adstrita sob sua responsabilidade.¹
Conforme essa política, a Atenção Básica caracteriza-se como porta de entrada
preferencial do SUS, que através de um lugar privilegiado, realiza a gestão do cuidado
da população e exerce função estratégica de base para o ordenamento e efetivação
da integralidade nas redes de atenção. Para isso, a Atenção Básica necessita possuir
uma capacidade clínica e de cuidados integrados a tecnologias leves, leve-duras e
duras (diagnósticas e terapêuticas), além de ampliar a resolutividade e articulação com
outras Redes de Atenção à Saúde (RAS).¹
Nesse contexto, a Estratégia Saúde da Família (ESF) objetiva à reorganização
da atenção básica no Brasil, em concordância com os princípios do Sistema Único de
Saúde (SUS), a ESF é tida pelo Ministério da Saúde como estratégia de melhorias a
saúde da população, pois expande, qualifica e consolida as ações da AB através da
reorientação do processo de trabalho, uma vez que o aprofundamento nos princípios,
diretrizes e fundamentos desse modelo de atenção, potencializa as ações e amplia a
resolutividade na situação de saúde.
Visando ampliar, qualificar e complementar o trabalho das ESFs, em 24 de
janeiro de 2008, o Ministério da Saúde (MS) promulgou a Portaria 154/GM, instituindo
os Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF). ² Os núcleos de apoio foram criados
com objetivo de ampliar o escopo de ações na APS, seguindo suas diretrizes de
interdisciplinaridade e intersetorialidade, integralidade, territorialidade, equidade,
controle social, educação em saúde, humanização e promoção da saúde.
A proposta de trabalho do NASF não deve se reduzir a oferta de serviço
especializado, mas atuar oferecendo apoio matricial as equipes de saúde em temas
específicos de sua abrangência territorial, tendo em vista a integralidade do cuidado e
a clínica ampliada, ou seja, considerando os fatores que envolvem o processo saúde-
doença para além do biológico, que por sua vez embasaria o Projeto Terapêutico
Singular (PTS). O PTS é um dispositivo de cuidado que envolve o desenvolvimento de
ações terapêuticas para pessoas e coletividades a partir de uma reflexão
sistematizada de uma equipe multiprofissional, visando a resolutividade de casos
complexos por meio da corresponsabilização e utilização dos recursos de todos os
envolvidos. ³
Este trabalho tem como locus de intervenção o município de São Pedro do Piauí,
cuja população em 2016 era de 14.027 habitantes segundo o Departamento de
Atenção Básica.4 Trata-se de um município de pequeno porte com densidade
demográfica de 27 hab/km². A rede de saúde é composta por sete Unidades Básicas
de Saúde (UBS’s) e cinco acessos de apoio divididas entre zona urbana e zona rural,
Hospital, Casa Fisioterapêutica, academia da Saúde, CAPS e realizam rede de apoio
com municípios vizinhos e capital.
As Equipes de Estratégia de Saúde da família funcionam em sua composição
mínima conforme as diretrizes da PNAB: médico generalista, enfermeiro, técnico em
enfermagem, cirurgião dentista e auxiliar em saúde bucal¹. Ao todo são sete ESFs na
AB do município, três atuando na Zona urbana, Três na Zona Rural e uma atuando
com duas sedes, vinculada a zona rural, mas devido a demanda populacional ela
assiste a áreas da zona urbana. Com exceção da equipe do bairro centro, as ESFs
realizam atendimentos nos postinhos de apoio localizados em áreas mais distantes.
O município também conta com um Núcleo Ampliado a saúde da Família do tipo
1, que apoia as sete Equipes de Saúde da família. A equipe do NASF é comporta por:
psicóloga, assistente social, fonoaudiólogo, nutricionista e dois fisioterapeutas, que
juntos acumulam 220 horas semanais. Os profissionais foram escolhidos pela gestão
atual de acordo com as necessidades do município. A equipe atua nessa formação há
quase dois anos.
Nesse sentido, o processo de trabalho do NASF do município de São Pedro do
Piauí cumpre as diretrizes do PNAB no que correspondem a formação da equipe por
profissionais de diferentes áreas e de acordo com a demanda territorial, atuando de
forma integralizada e apoiando as ESFs em todos os espaços de abrangência. De
forma descentralizada, todos os profissionais que compõem o NASF, realizam
atividades em todas as UBSs da zona urbana e rural, postinhos de saúde de apoio,
academia da saúde e, quando necessário, também são utilizados os espaços de
outras instituições da rede de apoio (CAPS, CRAS, CREAS, Hospital e escolas)
Este modelo de atuação se deve a forma como foi constituído o campo da saúde
no decurso do tempo como um âmbito de práticas cuidadoras no qual se pretende
promover saúde e alcançar a cura das doenças por meio da produção do cuidado. Por
conseguinte, a hegemonia do modelo médico neoliberal no âmbito da saúde está
relacionada a acordos entre os interesses de grandes corporações e os objetivos das
instituições. Uma forma de organização que direciona o fluxo de trabalho a consulta
medica, reduzindo a dimensão cuidadora a medida que gera tenções por estruturar
não saber médico as ações de diferentes profissionais, restringindo competências e
realizando intervenções com foco nos procedimentos.9
Se não é feita uma transição, o antigo modelo, com foco voltado apenas para as
queixas de adoecimento do usuário, continua a ser utilizado. As consequências disto é
um enfraquecimento do modelo de atenção da APS e uso de práticas curativas, onde
há um excesso na utilização de medicações, pouca autonomia do usuário, limitação na
atuação dos profissionais de saúde e dificuldade de articulação com outros serviços,
além de gerar altos custos.10
Dessa forma, o NASF não só apoia como amplia as ações realizadas pela ESF
em determinado território. Por se tratar de uma equipe composta por profissionais de
diversas áreas, o NASF oferta diferentes serviços especializados, ampliando a clínica
na assistência básica em saúde e integrando o cuidado diante da multiplicidade de
fatores que causam o adoecimento. Ao utilizar instrumentos como o PTS, a prática é
formada em matriciamento das ESFs, que são organizados conforme as necessidades
da mesma.
Nesse cenário de modificação de ações na atenção básica em saúde a partir da
criação do SUS, o PTS surge como uma alternativa ao modelo de atenção
tradicionalmente utilizado, apresentando-se como uma ferramenta inovadora que
valoriza a opinião e particularidades de cada usuário/família em sua construção e,
assim, promovendo cuidado integral através do acolhimento, vínculos, autonomia,
responsabilização e resolubilidade.7
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
1.Brasil. Ministério da Saúde. Portaria nº 2.436, de 21 de setembro de 2017. Aprova a
Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes para a
organização da Atenção Básica, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).
Brasília: Ministério da Saúde, 2017.
6.Grigolo TM, Peres GM, Garcia CA, Rodrigues J. O Projeto terapêutico Singular na
Clínica da Atenção Psicossocial. Cad. bras. saúde mental. 2015; 7(15):53-73.
8.Silva, JN, Bezerra AF, Vigolvino LP, Silva JB. Projeto terapêutico singular como
estratégia de cuidado. Anais CIEH,2015; 2(1): 2318-0854
10.Jesus BA, Muller KTC, Machado AA. Avaliando o processo de trabalho das equipes
NASF microrregião de Aquidauana, MS: Projeto Terapêutico Singular. Multitemas,
Campo Grande, MS, 2018; 23(54): 105-119
14 Jorge MSB, Diniz AM, Lima LL, Penha JC. Apoio Matricial, Projeto Terapêutico
Singular e produção do cuidado em Saúde Mental. Texto Contexto Enferm., 2015;
24(1):112-20