Car Jur Dir Trib Aula 04
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CARREIRAS JURÍDICAS – MÓDULO I
DIREITO TRIBUTÁRIO
CARREIRAS JURÍDICAS – MÓDULO I
DIREITO TRIBUTÁRIO
CARREIRAS JURÍDICAS – MÓDULO I
Sistema Constitucional Tributário; Princípios Gerais de Direito Tributário; Princípios Constitucionais Tributá-
rios. Imunidades; Conceito e espécies tributárias (impostos, taxas, contribuições de melhoria, empréstimos com-
pulsórios e contribuições).
DIREITO TRIBUTÁRIO
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DIREITO TRIBUTÁRIO
CARREIRAS JURÍDICAS – MÓDULO I
CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA
O QUE JÁ APRENDEMOS?
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6. A base de cálculo será o “quantum” de valorização experimentada pelo imóvel. Desse modo, a BC do tributo
nunca poderá ser o CUSTO ou o VALOR da obra;
7. Existem dois limites de cobrança do tributo: LIMITE INDIVIDUAL e LIMITE GLOBAL (ou TOTAL). No Brasil,
prevalece tal sistema, o SISTEMA MISTO ou DE DUPLO LIMITE.
8. Quem vai pagar? É o proprietário do bem imóvel que receber os efeitos positivos da valorização imobiliária (zo-
na de influência). Nunca será, por força da lei, o inquilino (apenas por força de contrato, mas valendo tão somente
para o Direito Civil – art. 123 do CTN)
CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA
(CONTINUAÇÃO)
Detalhe quanto à chamada zona de influência (ou área de benefício): obra feita na zona norte do Rio de Janeiro
não pode gerar o tributo para o proprietário de bem imóvel da Zona Sul. Isso geraria vício quanto à sujeição passi-
va, o que, decorrencialmente, indica mácula à legalidade (art. 97, III, parte final, CTN)
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Retomando o estudo da Contribuição de Melhoria...
O tributo será adequadamente cobrado, respeitando-se uma fase inicial muito importante: publicação prévia de um
Edital, revelando a todos os interessados características da obra (orçamento descritivo, zona de influência, etc.).
(...)
(...) Após o procedimento, qualquer interessado poderá ofertar impugnação à obra desejada (art. 82, I, CTN).
A contribuição de melhoria é considerada, pelas razões acima, um tributo muito democrático, transparente e parti-
cipativo. Talvez por isso não vingue no Brasil...
1. CONTR. MELHORIA x IPTU: será possível o pagamento dos dois tributos, com a seguinte ressalva – o IPTU
será pago todo ano (FG continuado), enquanto a Cont. Melhoria deverá ser paga apenas uma vez (FG instantâ-
neo). Por fim, frise-se que os FGs dos dois tributos são inconfundíveis (art. 4º, caput, CTN).
2. CONTR. MELHORIA x IMPUTAÇÃO DE PAGAMENTO (art. 163, II, CTN): na hipótese de dívida tributária con-
junta (o fulano deve, concomitantemente, imposto, taxa e cont. de melhoria para o mesmo Ente, por exemplo, o
município), qual deverá ser a ordem de imputação?
Resposta:
1º Cont. de melhoria;
2º Taxa;
3º Imposto.
3. CONTR. DE MELHORIA x ISENÇÃO (ART. 177, I, CTN): em regra, a isenção não deve servir para as taxas e
cont. de melhoria, sendo adequada para os impostos. Com efeito, estes são tributos unilaterais, “abrindo-se” para
a norma isentiva. Por outro lado, as taxas e cont. de melhoria, sendo tributos bilaterais, tendem a ser refratárias à
ocorrência da norma isentante, salvo se houver disposição contrária na lei.
Além disso, o STF já entendeu que o recapeamente asfáltico é simples serviço de manutenção e conservação,
NÃO acarretando a valorização do imóvel. Daí ser indevida a contribuição de melhoria (RE 116.148/SP, de 1993).
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Impostos - Artigo 16, CTN:
O imposto é um tributo não vinculado à atividade estatal. Isso significa que “nós ‘agimos’, nós pagamos o impos-
to”.
Exemplos: João se torna proprietário de um veículo automotor – ele paga o IPVA; Maria presta determinado servi-
ço – ela paga o ISS; Nós nos tornamos proprietários de uma fazenda; nós pagamos o ITR.
Serve para custear difusamente os serviços públicos gerais (ou universais), por exemplo, segurança pública, lim-
peza pública, iluminação pública, etc.
Atenção:
1. Art. 167, IV, CF (Princípio da Não afetação / não vinculação dos impostos)
Impostos Municipais
Observação: a descrição das siglas acima não corresponde exatamente ao nomen juris dos impostos citados. Por
isso, recomendamos a leitura atenta do art. 156 da CF. Isso valerá também para os demais impostos, os quais
serão citados (arts. 153 e 155).
Note que esses três impostos municipais dependem de leis que serão editadas para cada um deles nos mais de
5.500 municípios brasileiros.
Impostos estaduais
O Distrito Federal tem como competência os seis impostos: os três municipais e os três estaduais (IPTU, ISS,
ITBI, IPVA, ICMS e ITCMD)
Impostos Federais:
Note que a União possui o maior volume de arrecadação de impostos, concentrando em seus cofres a maior parte
da receita tributária.
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Também é possível observar que quase todos os impostos acima (federais, estaduais e municipais) já foram insti-
tuídos pela entidade estatal competente, excetuados os casos de Imposto Extraordinário, Imposto sobre grandes
fortunas e Imposto residual.
* Esse percentual pode chegar a 100% para os municípios, desde que eles façam a arrecadação e a fiscalização
do imposto federal (art. 153, §4°, III, CF c/c art. 158, II, parte final, CF) EC 42/2003
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A União concedeu isenção de Imposto sobre a Renda aos portadores da doença Beta. João e Maria são portado-
res da referida doença, sendo João servidor público do Estado ABC e Maria, servidora pública do Município XYZ.
Em razão de retenção indevida do tributo, João e Maria desejam propor ação de restituição de Imposto sobre a
Renda retido na fonte. Com base nesse relato, assinale a afirmativa correta.
A) João e Maria devem ajuizar ação em face da União, sendo a competência da Justiça Federal.
B) João deve ajuizar ação em face do Estado ABC, enquanto Maria deve ajuizar ação em face do Município XYZ,
sendo a competência da Justiça Estadual.
C) João deve ajuizar ação em face da União e do Estado ABC e Maria, em face da União e do Município XYZ,
sendo a competência da Justiça Federal.
D) João e Maria devem ajuizar ação em face do respectivo ente empregador, sendo a competência da Justiça
Federal, tendo em vista o interesse da União.
Contribuições
DUAS exceções:
Trata-se do mais importante e potente tributo brasileiro, sobretudo do ponto de vista da arrecadação. A receita
tributária das contribuições é impactante, razão pela qual desponta a real necessidade da boa e adequada aplica-
ção de seus recursos (= tributo finalístico).
CPMF: veio para custear a solução aos problemas decorrentes da saúde pública no Brasil – foi extinta (péssima
experiência);
PIS/COFINS: vieram para custear a Seguridade Social – lidamos com o constante “rombo na Previdência”.
Os exemplos acima, entre tantos outros, revelam que as receitas das contribuições no Brasil vêm sendo recorren-
temente desviadas ou, se não prevalecer tal conclusão, indiscutivelmente mal aplicadas.
1. ANTERIORIDADE COMUM (ART. 150, III, “B” E “C”, CF): para as PROFISSIONAIS, as CIDES (exceto a Cide-
Combustível) e as SOCIAIS GERAIS;
2. ANTERIORIDADE ESPECIAL (ART. 195, §6º, CF): para as SOCIAIS (as da Seguridade Social).
1. Profissionais: tínhamos dois bons exemplos de contribuições Profissionais:
Anuidades pagas pelos profissionais aos seus autárquicos Conselhos de fiscalização (CREA, CRM, CRO, CRC,
etc.);
(...)
Contribuição Sindical (art. 8º, IV, CF). Corresponde monetariamente a um dia de trabalho no ano. E quanto à sua
natureza jurídica – se tributária ou não – perante a Reforma trabalhista?
Com a Reforma Trabalhista, estabelecida pela Lei n. 13.467/2017, atingiu-se a essência dessa figura tributária.
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Observemos a alteração provocada nos arts. 578 e 579, da CLT, os quais passaram a exigir uma prévia e expres-
sa autorização para o desconto da contribuição sindical:
A modificação introduzida pela Reforma Trabalhista retirou a compulsoriedade da exação. Para Leandro Paulsen,
“sendo a compulsoriedade elemento conceitual do tributo, pode-se dizer que já não existe mais contribuição de
natureza tributária destinada aos sindicatos” (PAULSEN, Leandro. Curso de direito tributário. 9. ed., São Paulo:
Saraiva, 2018, p. 449). Não obstante a efervescência do tema, estamos tendentes a ratificar essa novel linha inte-
lectiva.
Em 29 de junho de 2018, o Plenário do STF, ao julgar a ADI n. 5.794/DF (rel. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min.
Luiz Fux) – ajuizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transporte Aquaviário e Aéreo, na Pesca
e nos Portos (CONTTMAF) –, entendeu que são compatíveis com a Constituição Federal os dispositivos da Lei n.
13.467/2017 (Reforma Trabalhista) que extinguiram a obrigatoriedade da contribuição sindical e condicionaram o
seu pagamento à prévia e expressa autorização dos filiados.
Na mesma data, julgaram-se a retrocitada ADI n. 5.794, outras dezoito ADIs com o mesmo objeto e uma Ação
Declaratória de Constitucionalidade (a ADC n. 55).
Em outro giro, urge destacar que a contribuição sindical nunca se confundiu com a contribuição confederativa (art.
8º, IV, parte inicial, CF). Esta, também chamada de Contribuição de Assembleia, sempre foi desprovida de nature-
za tributária e, portanto, de compulsoriedade.
Observação: quanto às contribuições sindicais, memorize que elas NÃO se confundem com a CONTRIBUIÇÃO
CONFEDERATIVA. Esta não é tributo, é fruto de deliberação em Assembleia Geral e será exigida tão somente
dos filiados do Sindicato respectivo (Súmula Vinculante n. 40, STF)
2. Contribuições Interventivas: elas são, exclusivamente, tributos federais e devem ser criadas como instrumentos
de intervenção na economia. De fato, esse tributo é um excelente mecanismo de intervenção, uma vez que pode
fomentar atividades por meio de sua fisionomia extrafiscal.
(...)
Por exemplo, temos a CIDE no caso de fomento da Marinha Mercante (AFRMM – Adicional de Frete e Renovação
da Marinha Mercante), do desenvolvimento tecnológico brasileiro (CIDE-Royalties) e das atividades com Combus-
tíveis (CIDE-Combustíveis).
(...)
(...) A propósito, a CIDE-Combustível é a mais importante CIDE brasileira. Conforme a CF, a sua receita deverá
ser destinada a 3 finalidades: (I) programas ambientais, (II) de infraestrutura das rodovias e (III) de subsídios a
preços de combustíveis (art. 177, §4º, II, “a”, “b” e “c”, da CF). É fácil notar que há muito o que fazer nesses seg-
mentos, o que nos faz duvidar da eficiência da adequada aplicação constitucional desse tributo.
3. Contribuições Sociais
Visam custear áreas bem relevantes de nossa sociedade, como a Seguridade Social, o ensino público fundamen-
tal, entre outras. Daí serem subdivididas em Contribuições Sociais da Seguridade Social e Contribuições Sociais
Gerais.
1. Contribuições Sociais Gerais: um bom exemplo é a contribuição social geral chamada salário-educação, previs-
ta no art. 212, §5º da CF.
2. Contribuições Sociais da Seguridade Social: também chamadas, por nós, de contribuições social-
previdenciárias, elas representam o tipo de contribuição mais relevante para o Brasil. No passado, o INSS era o
órgão responsável pela arrecadação dessas contribuições.
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Com a fusão entre o INSS e a Receita Federal, criando-se a Receita Federal do Brasil (Super-Receita), tais contri-
buições passaram a ser arrecadadas e fiscalizadas por este órgão. Vamos conhecê-las na CF: art. 195, I ao IV
(são, portanto, QUATRO fontes nominadas de custeio da seguridade social):
(...)
Assim, tais fontes nominadas de custeio da Seguridade Social indicam quem são os colaboradores do Estado na
gestão da Seguridade Social do Brasil. Você notará que há origens diversas para o custeio dessa área:
I. Empregador e Empresa: o patrão, mantendo vínculos laborais com seus empregados, pagará o tributo como
empregador. Da mesma forma, a empresa deverá ser alvo da exação, quando se identificam o seu faturamento e
o seu lucro líquido. A propósito, sobre o faturamento incidem a COFINS e o PIS; sobre o lucro líquido, a CSLL.
II. Empregado: os empregados também custeiam a Seguridade Social com uma contribuição descontada de seu
salário, bastando observar isso no próprio holerite (contracheque);
III. Receita de Concursos de Prognósticos: do volume de receita angariada com as loterias e sorteios no Brasil,
uma parte será dedicada a custear a Seguridade Social. E, em tempos de “megassenas” com valores astronômi-
cos, vê-se que a fatia do bolo não é pequena...
IV. Importador: desde 2003, os importadores vêm contribuindo com duas contribuições para o custeio da Seguri-
dade Social no Brasil (PIS – Importação e COFINS – Importação).
(...)
Não se esqueça de que os importadores já são sacrificados com vários outros tributos para manterem suas ativi-
dades aduaneiras: II, ICMS, AFRMM, Pis-Importação, Cofins-Importação, IPI (até mesmo se o importador for
pessoa física, uma vez que, para o STF, em recente virada jurisprudencial, há neutralidade no fato de não se estar
no âmbito do comércio e na circunstância de adquirir o produto para uso próprio: STF, RE 723.651, de 3 e 4 de
fevereiro de 2016), etc.
A Seguridade Social, possuindo tantas e diversas fontes de custeio, deve ser bem gerida para que se consiga, um
dia, alterar-se o lamentável “status”, conhecido de todos, em relação ao “rombo na Previdência”. (...)
A Seguridade Social, quer na área da saúde, quer na área da previdência, cumpre um papel fundamental em uma
sociedade desigual como a nossa, na qual há uma expressiva quantidade de pessoas carentes e necessitadas do
apoio do Estado. Portanto, as contribuições sociais representam um tributo com relevante papel social. A boa
gestão desses vultosos recursos é premente.
Muito obrigado!
#EstudeMais #EstudeSempre
Prof. Sabbag
Se você quiser fazer testes sobre a nossa matéria, envie-me um e-mail que eu lhe encaminharei bons simulados
acerca dos temas que estudamos.
Será um prazer!
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