Apostila Protese

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INTRODUÇÃO E TERMINOLOGIA

Uma prótese é a substituição de uma parte ausente do corpo humano por


algum elemento artificial que pode ser um olho, uma perna ou uma dentadura.

(8ª Edição 1994, Prótese Parcial Removível de McCracken, Glan P. McGivney, Dwight
J. Casteblerry)

O nome Prótese Parcial Removível, abreviado em PPR, deriva do fato de que


esse tipo de prótese reabilita apenas parte dos arcos dentais e de que sua
concepção estrutural permite ao paciente ou ao profissional responsável retirá-
la quando melhor lhe convenha, sem que ela sofra, contudo, alterações
permanentes.

(Reis, José Paulo dos, 1955)

A PPR é conhecida como “a prótese que estraga os dentes”.

(Dr. Claudio Klieman)

Esta prótese tem por sinônimos as expressões: Ponte móvel, aparelho parcial
removível, aparelho parcial móvel e ponte parcial móvel, roach, grade,
perereca, etc.

A definição mais correta é a prótese parcial removível, abreviado em PPR.

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FUNÇÕES, INDICAÇÕES E CONTRA-INDICAÇÕES

FUNÇÕES

Quanto às funções básicas das PPRs, pode-se dizer que são:

 Restabelecer o equilíbrio do sistema mastigatório;


 Aumentar a área oclusal para a eficiência mastigatória;
 Restaurar o plano oclusal;
 Evitar movimentos dentários e
 Proporcionar uma estética agradável ao rosto do portador.

INDICAÇÕES

As indicações das PPRs são basicamente de três naturezas:

 Natureza biomecânica – nos casos de


falta de suporte para utilização de prótese fixa;
necessidade de contenção e estabilização de dentes remanescentes e/
ou fraturas;
pacientes com perdas dentais totais posteriores uni ou bilaterais
(extremidades livres);
espaços protéticos grandes e/ou múltiplos, intercalares ou não, onde os
dentes pilares (suportes) estão bem implantados, bem distribuídos, com
relações oclusais normais e rebordos alveolares sadios.

 Natureza estética – nos casos de


pacientes com espaços anteriores apresentando grandes perdas
ósseas e impossibilidade de realização de enxertos para a correção do
defeito ósseo e
pacientes submetidos a implantes osteointegrados, quando as PPRs são
utilizadas temporariamente.

 Natureza econômica
como solução simplificada em casos em que há espaços protéticos
múltiplos e
em serviços assistenciais ou mesmo em clínicas odontológicas voltadas
a camadas sociais economicamente menos favorecidas.

CONTRA-INDICAÇÕES

Como contra-indicações podemos salientar os casos de

 Condições biológicas locais desfavoráveis – por exemplo:


Índice alto de placa bacteriana;
redução acentuada da secreção salivar e

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doença periodontal em estado bem avançado.

 Condições sistêmicas desfavoráveis – por exemplo:


saúde geral extremamente abalada;
doenças convulsivas (epilepsia, etc.) e
debilidades mentais (síndromes, etc.).

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CLASSIFICAÇÕES

As classificações das PPRs foram criadas para atender necessidades


didáticas, de comunicação e explicação dos casos clínicos conhecidos, e para
sistematizar o desenho e planejamento desses aparelhos.

Como veremos adiante, os autores optaram por métodos próprios para


classificar seus casos. McCraken, porém, estabeleceu requisitos de um
método, segundo os quais todo método deve

 Permitir a visualização imediata do arco que se está observando;


 Direcionar o desenho da prótese;
 Ser universalmente aceito;
 Diferenciar a via de transmissão das forças nos diferentes tipos de
PPR.

As classificações dividem-se, de acordo com os métodos ou tipos, em

CLASSIFICAÇÃO UNIVERSAL

Divisão dos arcos em superior e inferior, e localização dos espaços edentados


em anterior, posterior, unilateral ou bilateral.

CLASSIFICAÇÃO POR RENDIMENTO

Estabelecida por Beat-Muller, em 1936, tem por base o tipo de prótese que o
arco dental vai receber e está relacionada à eficiência ou rendimento da
mastigação:

 Prótese de ferulização (pontes fixas);


 Prótese de extensão (PPR de extremidade livre);
 Prótese de placa (prótese total).

CLASSIFICAÇÃO FISIOLÓGICA

Idealizada por Rumpell, em 1927, baseia-se na forma e efeito da transmissão


da força mastigatória:

 Suporte fisiológico – via dental;


 Suporte semifisiológico – próteses de extremidade livre e
 Suporte afisiológico – carga totalmente transmitida ao osso pela
mucosa (pontes totais e algumas pontes mucodentossuportadas).

CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL

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Preconizada por Rumpell, Fritsch e Elbrecht, em 1935, é baseada na topografia


do espaço protético e no rendimento funcional:

 Prótese dentosuportada – via de transmissão dental (espaços


protéticos pequenos e dois dentes-suportes para cada espaço);
 Prótese dentomucosossuportada – via de transmissão por dente
(maior parte) e mucosa; característica de espaços protéticos grandes,
mas também com dois dentes-suportes para cada sela (casos de
espaços anteriores grandes);
 Prótese mucodentossuportada – via de transmissão por mucosa
(maior parte) e dentes, podendo ser unilateral (extremidade livre
unilateral), ou bilateral (extremidade livre bilateral) e
 Prótese mucossuportada – transmissão somente via mucosa (próteses
totais).

CLASSIFICAÇÃO BIOMECÂNICA

Formulada por Max Muller, em 1930, baseia-se nos aspectos biológicos e


mecânicos dos casos:

 Prótese intercalar – quando o aparelho possui sempre dois dentes-


suportes para cada sela;
 Prótese de alavanca – quando o aparelho possui apenas um dente-
suporte para cada sela e
 Prótese combinada - combinação dos casos acima.

CLASSIFICAÇÃO MECÂNICA

Sugerida por Cummer, em 1921, fundamenta-se na posição dos dispositivos de


retenção direta e indireta, ou seja, dos grampos:

1ª Classe – diagonal (ocorre em desdentados anteriores);

2ª Classe – diametral (ocorre em desdentados posteriores);

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3ª Classe – unilateral (ocorre em desdentados intercalares unilaterais)

4ª Classe – multilateral ou poligonal (ocorre em desdentados intercalares


bilaterais)

CLASSIFICAÇÃO ANATÔMICA OU TOPOGRÁFICA

Baseia-se na relação entre os dentes e o espaço protético no arco dental. As


mais destacadas, neste caso, são as classificações de Wild e de Kennedy.

Classificação de Wild

A classificação de Wild, idealizada em 1933, leva em conta:

 Arco dental encurtado – perda dos suportes superiores;

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 Arco dental interrompido e


 Arco dental encurtado e interrompido.

Classificação de Kennedy

A classificação de Kennedy, formulada em 1923, traz o método mais aceito e


utilizado. Segundo o Dr. Edward Kennedy, os arcos parcialmente desdentados
são divididos em quatro classes:

 Classe I - áreas desdentadas bilaterais, localizadas atrás dos dentes


naturais remanescentes (desdentado posterior bilateral)

 Classe II - áreas desdentadas unilateral localizada atrás dos dentes


naturais remanescentes (desdentado posterior unilateral)

 Classe III - áreas desdentadas intercalares com os dentes


remanescentes localizados anteroposteriormente (desdentado intercalar)

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 Classe IV - área desdentada bilateral, localizada na parte anterior dos


dentes remanescentes, que cruza a linha média (desdentado anterior).

As regras de Applegate

Em 1959, Applegate sugeriu regras para facilitar o emprego da classificação


de Kennedy, a saber:

1. A classificação será feita após as extrações dentárias.

2. Se o terceiro molar estiver ausente, seu espaço não entrará na


classificação.

3. Se houver um terceiro molar e ele puder ser utilizado como


suporte, deverá ser incluído na classificação.

4. Se o segundo molar estiver ausente e não se tencionar substituí-


lo, não será considerado na classificação.

5. As áreas desdentadas posteriores regem a classificação.

6. As outras áreas desdentadas e que são secundárias dão origem às


modificações ou subclasses ou subdivisões.

7. A extensão das subclasses não interessa, mas apenas o número


destas áreas.

8. Não há modificação, ou subdivisão na classe IV (pois se houver


área posterior, será ela que regerá a classificação conforme regra
número 5).

Como dissemos, a classificação de Kennedy é a mais utilizada e uma de suas


principais vantagens é a mentalização e visualização imediatas do caso,
facilitando o planejamento e desenho das futuras peças protéticas.

Exemplos de Classificação de Kennedy e suas modificações

 Classe I

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 Classe II

 Classe III

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DELINEADORES E MÉTODOS DE DELINEAMENTO

DELINEADORES

Delineadores são aparelhos (instrumentos) que possibilitam determinar o


paralelismo relativo entre duas ou mais superfícies dentais, ou outras partes de
um modelo do arco dental. Apresentam como princípio de funcionamento a
propriedade de todas as perpendiculares a um mesmo plano serem paralelas
entre si.

Os delineadores são conhecidos também com paralelômetros,


tangenciômetros, paralelímetros. O modelo mais usado é o desenvolvido pela
Ney Company, cujos componentes são mostrados na figura abaixo:

As pontas acessórias, por sua vez, são de quatro tipos:

 Analisadora;
 Protetora de grafite;
 Calibradoras de retenção;
 Recortadoras de cera.

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Utilização

Análise de modelos de estudo para execução de planejamento adequado;


Determinação do eixo de inserção conveniente;
Análise do modelo de trabalho;
Colocação de apoios internos, profundos, intracoronários;
Localização dos retentores intracoronários e
Determinação e execução de planos-guias de inserção em elementos
fundidos fresados.

Na análise do modelo de trabalho, os delineadores fornecem vários elementos


que possibilitam a confecção correta da PPR. São eles:

Elegem o eixo de inserção mais conveniente (adequado);

Determinam as zonas retentivas, as quais, por sua vez, determinam:


 a liga a ser usada para o retentor;
 o desenho e tipo de retentor
 a forma do braço de retenção do grampo
 o comprimento do braço de retenção do grampo e
 a calibragem (localização) da ponta ativa do braço de retenção do
grampo;

Determinam as zonas retentivas, as quais, por sua vez, determinam:


 a liga a ser usada para o retentor;
 o desenho e tipo de retentor;
 a forma do braço de retenção do grampo;
 o comprimento do braço de retenção do grampo e
 a calibragem (localização) da ponta ativa do braço de retenção do
grampo;

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Determinam os ângulos mortos a serem aliviados com cera para a confecção


da PPR e

Recortam os alívios em cera para que resultem paralelos ao eixo de inserção


escolhido, antes da duplicação do modelo (em revestimento).

MÉTODOS DE DELINEAMENTO

Método de Nichols ou dos dois lápis

Não utiliza delineador, sendo uma técnica primitiva, com grande margem de
erro, possuindo hoje apenas valor histórico.

O modelo é fixado numa base metálica, com massa de moldina ou gesso, na


posição mais conveniente para a inserção da peça a ser planejada. Utilizando-
se dois lápis, traça-se o plano de inserção dos dentes pilares (linha-guia
equatorial). Com um dos lápis, traça-se o plano, com o cuidado de mantê-lo
sempre paralelo ao outro lápis, que permanece imóvel, como ponto de
referência, e perpendicular á plataforma (base metálica) de fixação do modelo.

Método de Roth ou das bissetrizes

Utilizando delineador, este é o método mais exato dos utilizados, pois baseia-
se em princípios matemáticos.

Sequência do delineamento:

Fixação do modelo de estudo na platina;

Projeção dos longos eixos dos dentes-suportes para a base do modelo;

Obtenção da média pela bissetriz do ângulo formado pela projeção dos


longos eixos (sentido anteroposterior);

A bissetriz (proximal) dará a inclinação anteroposterior do modelo;

Da mesma forma procede-se com os longos eixos em situação latero-lateral,


projetando-os na parte posterior da base do modelo;

Obtenção da média também pela bissetriz do ângulo formado pela projeção


dos longos eixos;

A bissetriz (lateral), por sua vez, dará a inclinação vestíbulo-lingual do modelo;

Por fim, fazendo-se coincidir a ponta analisadora do delineador com as


bissetrizes proximal e lateral, fica determinado o eixo de inserção da peça.

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Bissetriz lateral esquerda

Bissetriz lateral direita

Bissetriz posterior

Método de Roach ou dos três pontos

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É o mais utilizado, devido à sua facilidade de aprendizado e execução. Obtém


um eixo de inserção não tão exato quando pelo método de Roth, mas é muito
mais prático que o anterior. Seu princípio é a formação de um plano através de
um triângulo eqüilátero ou isósceles, obtido por um ponto anterior e dois
posteriores.

Sequência do delineamento:

Fixação do modelo na platina;

Inclinação (por tentativa) do suporte da platina para que a ponta analisadora


toque os três pontos ao mesmo tempo, cuja localização é:

ponto anterior – no modelo superior, no limite do terço médio e terço incisal dos
incisivos centrais, na linha mediana; no modelo inferior, sobre a superfície
incisal dos incisivos centrais, na linha mediana;

pontos posteriores – localizam-se nas faces oclusais dos dentes-suportes


imediatamente posteriores ao espaço protético, sobre a metade da crista
marginal mesial;

Fixação do parafuso do suporte;

Para facilitar a localização deste plano sempre que desejado, pode-se


transferir estes três pontos para o modelo, em área que não interfira no
desenho da peça (geralmente o ponto anterior fica na área de rugosidades
palatinas nos modelos superiores e os pontos posteriores são projetados o
mais posterior possível). Estes devem ser circundados com grafite para melhor
visualização.

Outro método é marcar dois lados na face dorsal da base do modelo, com um
instrumento afiado, seguro contra a ponta analisadora.
Estas linhas marcadas poderão ser duplicadas junto com o modelo, em
revestimento, o que facilitará ao técnico a constante verificação do plano de
inserção.

São apresentadas, nas páginas seguintes, ilustrações da sequência de


delineamento pelo método de Roach ou dos três pontos.

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Método da Conveniência

Existem determinados casos em que as técnicas acima descritas não se


apresentam satisfatórias, na determinação da trajetória de inserção do
aparelho a ser construído. Pode-se identificar, pelo menos, as seguintes
situações:

a) Na construção dos encaixes em que, obviamente, a via de inserção


obedece a direção das caixas preparadas nos dentes suportes (Figs. 47
e 48).

b) Quando regiões retentivas do rebordo residual, a serem recobertas pela


base da prótese, apresentam áreas de interferência à livre entrada e
saída desta prótese. Como se sabe, as técnicas de Roach e de Roth
não levam em consideração as retenções que ocorrem em zonas de
tecido mole.

c) Nos casos em que remanesçam apenas os dentes do grupo anterior, de


canino a canino, frequentemente conóides, especialmente na arcada
inferior (Fig. 49). Em tais casos, a técnica de Roach, por exemplo,
apresentaria uma falsa linha equatorial protética e uma área retentiva
que, na realidade, não existem.

d) Em casos de inclinações excessivas e desordenadas dos dentes


suportes.

e) Em casos de excessivas inclinações para vestibular dos suportes do


grupo anterior, que assim apresentaram suas superfícies
acentuadamente divergentes em relação aos posteriores.

Por esta técnica são analisadas todas as áreas do modelo que deverão se
relacionar com o aparelho a ser construído. Assim, tanto as superfícies que
correspondem às zonas de tecido duro quanto as que correspondem às zonas
de tecidos moles, são estudadas em seu paralelismo relativo, até que se possa
estabelecer a via de inserção mais compatível com os acidentes anatômicos do

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caso, cotejando-se os fatores positivos e negativos que apresenta, até se


chegar a uma posição média para o modelo, onde os fatores negativos possam
ser minimizados sem prejuízo dos fatores considerados positivos, no caso, o
melhor aproveitamento das zonas de retenção. Tão logo se estabeleça a
posição mais conveniente, o plano de inserção deve ser registrado sobre o
modelo através de três pontos.
O reposicionamento do modelo no porta-modelos, sempre numa mesma
posição, pode, no entanto, ser assegurado com igual precisão pela fixação de
um pino vertical, paralelo à haste vertical móvel do delineador, em qualquer
região do modelo que não venha a interferir com o desenho a ser executado
sobre ele (Fig. 50).

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PRINCÍPIOS BIOMECÂNICOS DA PPR

Roach (1930) enumerou os princípios biomecânicos básicos que uma PPR


deve possuir. São eles: retenção, reciprocidade, estabilidade, suporte ou
fixação, e dentes artificiais. Respeitando esses princípios, podemos lançar mão
de elementos componentes do aparelho protético que estabeleçam com os
dentes-suportes uma relação que permita à prótese, uma vez instalada,
permanecer retida, estável, sem se deslocar e sem alterar ou induzir patologias
nas estruturas de suporte.

Retenção

É a propriedade que o aparelho possui de resistir às forças que tendem a


deslocá-lo de seu sítio, segundo seu eixo de inserção. A retenção pode ser

Direta – impede que a prótese se desloque no sentido contrário de seu eixo de


inserção;

Indireta - impede ou evita eixos de rotação formados no nível de seu eixo de


inserção.

A retenção é conseguida através de

Grampos – a retenção é dada pela ponta ativa do braço de retenção do


grampo; esta ponta deverá localizar-se abaixo da linha-guia equatorial (LGE),
ou seja, em área retentiva;

Encaixes – são retentores que podem ser intra ou extra-coronários; funcionam


por fricção e apresentam maior capacidade retentiva do que os grampos (por
exemplo: attachments, artilhos, etc.)

Há, ainda, elementos coadjuvantes da retenção: apoios (superficiais e


profundos) e selas. (Leia o Box a seguir para um aprofundamento sobre o
princípio de retenção.)

ALGUNS ASPECTOS SUPLEMENTARES DA RETENÇÃO

A retenção, segundo Henderson e Steffel, será determinada por três fatores:

 Magnitude do ângulo de convergência cervical abaixo do ponto de


convexidade;
 Profundidade na qual a ponta ativa do grampo (terço final do braço de
retenção) é colocado dentro da área do ângulo de convergência;
 Flexibilidade do braço do grampo.

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Essas pontas calibradoras permitem a medição do grau de retenção em


centésimos de polegadas. Elas são de três medidas, a saber: de 0,001, 0,002 e
0,003 polegadas.

Nas PPRs que são confeccionadas com ligas de cromo-cobalto, é utilizada a


calibragem com a ponta de 0,001 polegada. As demais pontas seriam usadas
para próteses confeccionadas com ligas mais maleáveis, como a de ouro, por
exemplo.

Esquema de calibragem

RECIPROCIDADE

É a propriedade de neutralizar o esforço provocado pela ação do braço de


retenção do grampo, proporcionada pela ação do braço de oposição dos
grampos, que deve estar localizado acima da LGE, ou seja, em área expulsiva.
Tanto o braço de retenção quanto o de oposição dos grampos devem estar em
contato com o dente ao mesmo tempo e caminhar pari passu no trajeto de
colocação da prótese. Somente assim haverá neutralização das forças sobre o
dente-suporte e manutenção das estruturas.

ESTABILIDADE

É a propriedade que a prótese deve ter para permanecer imóvel em seu sítio,
tanto em repouso como sob ação de cargas.

Os elementos que fornecem estabilidade à PPR são os conectores, os planos-


guias, os apois e as selas.

SUPORTE OU FIXAÇÃO

É a propriedade que impede que a prótese invada os tecidos, ou seja, continue


a “descer” no sentido ocluso-gengival, ocasionando lesões no tecido de
sustentação. É obtida através de apoios superficiais (oclusais, incisais, de
cíngulo); apoios profundos (encaixes, fresagens) e selas.

DENTES ARTIFICIAIS

Para Roach eles constituem um princípio biomecânico, pois por eles


transmitem-se as cargas para os dentes-suportes naturais, para os outros
componentes da PPR e para os rebordos residuais das áreas edentadas. Na
mastigação, eles podem transmitir uma quantidade maior ou menor de carga
em contato com os dentes antagonistas, dependendo do material que os
compõe. Maiores detalhes no próximo capítulo (“Os componentes da PPR”).

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SISTEMA DE SUSTENÇÃO DA PPR

Antes de entrarmos no estudo dos componentes das PPRs, convém fazer


algumas considerações sobre o sistema de sustentação destas próteses,
composto por dentes naturais remanescentes; rebordos alveolares; mucosa
(fibromucosa) e periodonto.

DENTES NATURAIS REMANESCENTES

São utilizados como suporte para a colocação da PPR quando obedecem a


algumas condições, entre as quais as principais são:

Histórico de boa higienização e conseqüente resistência à cárie;

Estruturas coronárias em bom estado ou com restaurações pequenas ou


médias, corretamente executadas;

Estado periodontal satisfatório (avaliado pelo dentista);

Estado periapical adequado (avaliado pelo dentista);

Forma radicular adequada;

Ausência de giroversão ou inclinação superior a 30º (graus);

Nivelamento com o plano oclusal (ausência de extrusão, infra-oclusão, etc.)

Anatomicamente as coroas dos dentes podem ser divididas em dois cones,


superpostos pela base, que formam duas áreas que são as seguintes: área
retentiva e área expulsiva. (Veja-se a figura abaixo)

A linha que divide essas áreas é chamada de linha equatorial anatômica ou


equador anatômico do dente.

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Os conceitos acima descritos são válidos quando se considera os dentes por


si, ou seja, quando tomamos cada dente isoladamente, encontramos seu
equador anatômico. Contudo, não se pode esquecer de que, para planejar e
executar uma PPR, deve-se ter em mente a existência dos dentes que serão
utilizados como suporte. Apesar de cada um ter seu equador anatômico
individual, adota-se, através do delineador, um plano para determinar um eixo
de inserção compatível com todos eles. De acordo com o plano adotado, a
linha equatorial do dentes do modelo de estudo pode variar, devido às várias
possibilidades de inclinação na procura do plano ideal.

A essa linha equatorial, que depende do eixo de inserção segundo um plano


adotado, chama-se de linha-guia equatorial (LGE) ou equador protético do
dente.

Mais adiante será verificada a importância da localização correta da LGE no


desenho dos grampos, na calibragem de retenção, na execução dos planos-
guias, etc.

REBORDOS ALVEOLARES

Podem apresentar várias formas no plano frontal como, por exemplo: triangular
ou em lâmina, quadrado, ovalado e retentivo. (Ver esquemas na página ao
lado.)

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MUCOSA (FIBROMUCOSA)

A fibromucosa possui a propriedade de se deformar sob a ação de cargas e de


retornar à sua condição primitiva quando cessada a carga. Essa propriedade é
chamada de resiliência da fibromucosa e é devida, segundo Picton e Wills
(1978), à viscoelasticidade dos tecidos.
Clinicamente, essa deformação pode ser obtida por palpação (Bernstein) e,
segundo Giger (1932)m ela atinge em média 1,3mm.

A fibromucosa apresentada limites fisiológicos normais de elasticidade, de


modo que, se estes forem ultrapassados, haverá subseqüente absorção óssea
alveolar. Se ela for espessa, haverá maior deformação durante o ciclo
mastigatório. Este prognóstico é mais favorável do que no caso de fibromucosa
rígida, menos espessa e menos sujeita a deformação.

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OS COMPONENTES DA PPR

Uma PPR é composta basicamente por:

A seguir, cada componente será estudado em separado para uma melhor


compreensão de suas funções.

RETENTORES DIRETOS (GRAMPOS)

São elementos que se apóiam sobre os dentes-suportes remanescentes e


devem proporcionar algumas características em relação a estes dentes, a
saber:

Retenção assegurada pelo braço de retenção;

Reciprocidade – desempenha pelo braço de oposição ou recíproco;


estabilidade;

Suporte – dado pelos apoios;

Passividade - a ação dos retentores sobre os dentes após a inserção da


peça, deve ser nula; e

Circunscrição ou abraçamento – eles devem “abraçar” o dente em pelo


menos 180º (graus) da circunferência de sua coroa.

OBSERVAÇÃO

Os tipos de grampos utilizados como retentores, bem como suas


características e funções, serão abordados no próximo capítulo.

RETENTORES INDIRETOS (GRAMPOS, APOIOS, ETC.)

São componentes ou unidades da armação da PPR situados do lado oposto da


linha de fulcro, ou seja, da linha imaginária que passa pelos dentes e pelos

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retentores diretos, ao longo da qual a prótese tende a “girar” quando submetida


a esforços diversos.

A partir da localização das várias possibilidades de linhas de fulcro, os


retentores indiretos devem ser colocados o mais distante possível dos espaços
protéticos e perpendicularmente (16) a essas linhas.

Funções – aumento da estabilidade; retenção indireta e apoio auxiliar.

Tipos – apoios oclusais auxiliares, extensões caninas de apoio oclusal, apoios


caninos, grampos, grampos modificados.

APOIOS OCLUSAIS

Promovem a fixação ou suporte do aparelho. Ficam situados sobre superfícies


preparadas chamadas nichos.

Aplicação – pode ser:

Direta – sobre nichos executados em esmalte de dentes;

Indireta – sobre nichos executados em restauração de amálgama, resina ou


metálica fundida.

Localização:

fossetas triangulares próximas;


cíngulos de caninos e incisivos;
incisais de caninos e incisivos.

CONECTORES MAIORES OU BARRAS DE UNIÃO

Os conectores maiores ou barras de união são elementos metálicos, rígidos,


que unem os elementos da PPR de um lado do arco aos elementos do outro
lado.

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Segundo Henderson e Steffel um conector maior deve obedecer aos seguintes


requisitos:

Ser rígido o suficiente para suportar os esforços e distribuí-los para os


tecidos de sustentação;

Localizar-se favoravelmente aos tecidos, sem lesioná-los;

Contornar áreas sobressalentes (torus, bossas ósseas);

Situar-se longe da gengiva marginal livre: na maxila, em torno de 4 a 6mm


e, na mandíbula, de 3 a 4mm.

Formas da secção transversal – meia-cana, oval, retangular, plana e meia-


pêra.

PRINCIPAIS TIPOS DE CONECTORES MAIORES

Eis os principais tipos de conectores maiores:

Para a maxila – barra palatina simples (anterior, média e posterior); barra


palatina dupla; barra tipo cinta plana ou placa palatina parcial e barra tipo placa
palatina total, ou chapeado palatino;

Para a mandíbula – barra lingual simples, barra lingual dupla e placa lingual.

Apresenta-se em seguida, as indicações, as contra-indicações e as


características dos principais tipos de conectores maiores.

Barra palatina simples (anterior, média, posterior)

Indicação – espaços protéticos curtos ou médios em casos dentossuportados.

Barra palatina dupla

Combinação das barras palatina anterior e posterior.

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Indicação – espaços protéticos anteriores e posteriores, ou posteriores.

Barra tipo cinta plana ou placa palatina parcial

Recobrimento parcial médio do palato.

Forma da secção transversal – plana

Indicação – espaços protéticos médios em ambos os lados, situados


posteriormente.

Barra tipo placa palatina total ou chapeado palatino

Recobre totalmente o palato com metal e /ou resina.

Indicação – extremidades livres amplas ou grandes perdas dentais com


remanescentes com problemas periodontais.

Barra lingual simples

É o conector maior inferior mais usado.

Indicação – casos em que há espaço suficiente entre a gengiva livre e o freio


lingual para a sua colocação.

Contra-indicação - é contra-indicada para casos em que haja “torus lingual”.

Forma da secção transversal – meia-cana.

Características – deve estar afastada de 3 a 4mm tanto do assoalho da boca


como também da gengiva livre; possuir uma largura aproximada de 4mm; não
fazer contato com a mucosa.

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Barra lingual dupla

O nome deve-se à associação entre barra lingual simples e um grampo


contínuo de Kennedy.

Indicação – extremidades livres com dentes anteriores de canino a canino ou


só incisivos.

Placa lingual

Também chamada de chapeado lingual

Indicação – em espaço insuficiente para a colocação de barra lingual (caso em


que, ao levantar a língua, o paciente impossibilita a colocação da barra);
presença de torus lingual; freio lingual com inserção alta; estabilização de
dentes inferiores com problemas periodontais.

Características – o limite superior segue a curvatura natural dos dentes


remanescentes na região supra-pracingular, sem ultrapassar o terço médio;
limite inferior de aproximadamente 3 a 4 mm além da borda da gengiva livre.

CONECTORES MENORES

Os conectores menores são os elementos que unem os conectores maiores às


outras partes da PPR.

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Funções – transferir os esforços dos retentores, apoios e elementos


estabilizadores para o resto da armação; transferir esforços para os dentes-
suportes.

Características – devem ser rígidos, situar-se de preferência em espaço


interdental e formar ângulo reto com a conexão maior.

SELAS OU BASES

São os elementos da PPR que sustentam os dentes artificiais.

Funções gerais - estética; suporte e retenção indireta.

Tipos:

metálicas - indicadas para espaços protéticos pequenos. Sua vantagem é que


possuem volume menor e resistência maior; sua desvantagem é ter problemas
com a desadaptação, não permitir reembasamento e possuir maior peso;

plásticas – indicadas para extremidades livres e espaços protéticos longos.


Suas vantagens são: melhor adaptação, baixo custo, maior leveza e
possibilidade de reembasamento;
metaloplásticas.

DENTES ARTIFICIAIS

São os que substituem os dentes naturais ausentes. Podem ser de acrílico, de


porcelana ou com recobrimento oclusal metálico.

Indicações:

dentes de acrílico - rebordos residuais pobres, más condições periodontais e


dentes anteriores individualizados;

dentes de porcelana – rebordos espessos e sadios, e boas condições


periodontais;

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dentes com recobrimento oclusal metálico – em casos de extremidades livres


para manutenção da dimensão oclusal de oclusão.

De maneira geral, os dentes de acrílico são indicados quando o arco


antagonista é uma prótese total ou outra PPR com dentes de acrílico. E os
dentes de porcelana ou com cobertura oclusal metálica são indicados quando o
arco antagonista é uma PPR, com dentes de porcelana ou com cobertura
metálica ou, ainda, quando o arco antagonista possui somente dentes naturais.

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TIPOS DE GRAMPO

Há três tipos de grampo: grampos circunferenciais; grampos a barra, ou de


Roach, ou de ação de ponta; e grampos combinados.

GRAMPOS CIRCUNFERENCIAIS

Os grampos circunferenciais atuam por flexão e têm os seguintes


componentes:

Braço de retenção ou retentivo

Função – retenção propriamente dita.

Trajetória – o braço retentivo aproxima-se da área retentiva vindo da área que


se situa acima da LGE ou do equador protético. Dois terços de seu
comprimento ficam em área expulsiva e somente o terço final deve ultrapassar
a LGE e entrar em área retentiva, mantendo íntimo contato com o dente.

Forma da secção – circular (maior flexibilidade) e meia-cana (mais usada).

O braço retentivo deve ser confeccionado de tal forma a poder flexionar-se sem
sofrer deformação permanente.

Uma boa medida prática para se controlar esse fator seria a confecção do
braço de retenção de uma tal maneira que ele fosse adelgaçando-se
suavemente até atingir a metade de sua espessura inicial, na área da ponta
ativa.

Braço de oposição ou recíproco

Função – reciprocidade. Deve opor-se ao braço retentivo, ser passivo e


também promover estabilidade ao dente.

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Trajetória – deve vir da região do apoio oclusal e permanecer sempre acima


ou no máximo até a LGE; portanto estará sempre em área expulsiva.

Formas da secção – circular ou meia-cana (mais usada)

O braço de oposição deve ser rígido, sem sofrer deflexão, possuindo


espessura uniforme. Ele deve atuar próximo à metade da coroa do dente na
mesma altura dos dois terços (2/3) iniciais do braço de retenção.

Braço de retenção x braço de oposição

Os dois braços devem constituir um binômio de força, atuando sempre


concomitantemente sobre o dente, ou seja, sempre estarão em contato ao
mesmo tempo. Para isso é fundamental a adequação da LGE e dos planos-
guias, que devem ser corretamente determinados pelo dentista, para permitir
uma ação e reação iguais e em sentido contrário, com esforço zero sobre o
dente-suporte.

APOIO OCLUSAL

O apoio oclusal deve ter volume suficiente para não sofrer deformação ou
fratura.

Função – promover fixação ou suporte.

Aplicação:

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Direta superficial - sobre o esmalte do dente-suporte, em nicho previamente


preparado pelo dentista;
Indireta superficial – em restaurações de amálgama, de resina, ou metálica
fundida;
Indireta profunda – em fresagens de restaurações metálicas fundidas.

Localização:

pré-molares e molares – terço médio das faces oclusais, nas fossetas


triangulares por mesial e/ou distal;

dentes anteriores – nas regiões de cíngulo de incisivos ou caninos.

Corpo

Deve possuir volume suficiente para resistir às deformações elásticas dos


outros componentes do grampo e ser rígido. Está sempre localizado acima da
LGE.

Conector menor

É a parte que une os demais componentes do grampo (braço de retenção,


braço de oposição, apoio, corpo) com a barra, sela, etc. Deve ser rígido.

Principais grampos circunferenciais

Ackers ou circunferencial simples

Indicação – praticamente para todos os dentes superiores e inferiores nos


quais a área retentiva esteja diametralmente oposta ao espaço protético.

Circunferencial reverso

Indicação – basicamente para molares superiores e inferiores que estejam


inclinados mesialmente (ou seja, inclinados para o espaço protético). O apoio
localiza-se por distal para evitar maior mesialização.

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Anel ou ring-clasp da Ney Company


Indicação – para molares posteriores ao espaço protético, com inclinação
mesio-vestibular para os superiores e mesiolinguais para os inferiores. Possui
dois apoios conectores unidos pelo braço de oposição. O braço de retenção
caminha para mesial.

Meio-a-meio ou half-half
Indicação – para molares e pré-molares isolados entre espaços intercalares.
Possui dois apoios e dois conectores, e o braço de retenção e o braço de
oposição partem em direções opostas.

Ação posterior ou back-action da Ney Company

Modificação do grampo em anel. Possui apoio apenas por distal e conector


apenas por mesial. O braço de retenção caminha para mesial.

Ação posterior com apoio mesial

Difere do grampo anterior por apresentar apoio por mesial com conector.

Indicação – caninos e pré-molares em extremidades livres em que não seja


possível indicar grampos a barra por problemas periodontais.

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FIGURA NA PAG N 54

Gêmeo ou duplo
Indicação – molares e pré-molares nos casos em que não há espaço protético
em um dos lados do arco. É um dos grampos mais usados como retentores
indiretos (em Classe II ou Classe III sem subdvisões).

FIGURA PAG 54

Jackson ou Jackson Crib


Indicação – usado praticamente como retenção indireta.

FIGURA
PAG 54

Anzol, ou circundação reversa, ou hair-pin

Indicação – molares em posição normal nos quais a área de retenção do dente


localiza-se por mesial.

FIGURA PAG 55

Grampos em Y

Possui dois braços de oposição por lingual, conector central e dois apoios
inciso-proximais. Vem sempre associação com grampo a barra por vestibular.

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Indicação – caninos

FIGURA PAG 55

Grampo contínuo de Kennedy

Localiza-se sobre as faces linguais ou palatinos dos dentes anteriores; possui


dois conectores (sempre por mesial dos últimos dentes-suportes) e vem
associado a dois grampos a barra.

Indicação – classes I de Kennedy.

GRAMPOS A BARRA OU DE AÇÃO DE PONTA

Também conhecidos como grampos de Roach, funcionam através do princípio


de ação por torção. A capacidade de torção é diretamente proporcional ao
comprimento do grampo e inversamente proporcional a 4ª potência de seu
diâmetro.

FIGURA PAG N 56

Os grampos a barra apresentam pouco contato com os dentes-suportes.


Alcançam a área retentiva vindo diretamente da sela em ângulos bem mais
abertos que os grampos circunferenciais, proporcionando uma retenção maior.
Apresentam mais facilidade na inserção do que na remoção, e se associam
frequentemente com apoios (cíngulos ou incisais) e grampos circunferenciais
por lingual para garantir o princípio da reciprocidade.

Roach idealizou cinco formas básicas de grampos a barra, dando-lhes nomes


de acordo com a forma, a saber: T, U, L, I e C.

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Grampo T

Possui facilidade de retenção, pois suas pontas atuam tanto por mesial quanto
por distal.

Indicação – caninos, pré-molares, incisivos inferiores e, em alguns casos,


molares e incisivos superiores.

FIGURA PAG 56

Grampo U (modificação do grampo T)

Indicação – molares e pré-molares inferiores com coroas curtas e LGE


próxima da gengiva.

FIGURA PAG 56

Grampo I

Indicação – caninos e pré-molares inferiores e, em alguns casos, para


superiores, com área retentiva no lado oposto ao espaço protético.

FIGURA PAG 57

Grampo I

Indicação – caninos e pré-molares superiores, quando há um dente-suporte


posterior ao espaço protético.

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FIGURA PAG 57

Grampo C

Indicação – normalmente em dentes com retenção por mesio-lingual ou mesio-


vestibular. É um grampo pouco usado.

FIGURA PAG 57

Além destas cinco formas básicas podemos ter:

Grampos em 7 (A) ou S (B)


Indicação – dentes com face vestibular muito volumosa, que apresentam
retração gengival ou erosão avançada, porque a retenção ocorre distante da
margem gengival, próxima à metade da coroa.

FIGURA PAG
58

Grampo RPI

Idealizado por Kratochvil (1963) na tentativa de resolução de extremidades


livres. É composto por apoio e conector por mesial, placa proximal por distal
apoiada em plano-guia e grampo em I localizado por vestibular. Como o
contato do grampo em I é mínimo, há a possibilidade de ele “desenganchar”,
caso a peça tenha a tendência de mover-se para mesial.

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FIGURA PAG N 58

Grampo RPA

Modificação do grampo RPI, na qual, em vez de grampo em “!” por vestibular,


temos um braço de retenção de grampo circunferencial.

Indicação – para extremidades livres.

FIGURA PAG
59

CONFECÇÃO DA PPR

MODELO DE ESTUDO

O modelo de estudo é elaborado pelo dentista com moldeiras de


estoque. A impressão (moldagem) é feita com alginato , vazado
com gesso-pedra tipo III . A elaboração do modelo de estudo requer
um cuidado especial no sentido de se obter um ótimo modelo de
trabalho. É a partir dele que o dentista avalia o estado dos dentes
remanescentes, das mucosas e dos suportes ósseos, e faz o
tratamento e a reabilitação.

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O estudo dos grampos, o planejamento da PPR e a colocação do


modelo de gesso no paralelômetro são etapas nas quais deve
existir uma troca permanente de informações entre o dentista e o
técnico para se alcançar o melhor resultado final possível.

MODELO DE TRABALHO

Com base no modelo de estudo o dentista realiza uma moldagem


com moldeiras de estoque, a partir da qual irá fazer uma impressão
com alginato ou silicone (preferencialmente).

Após a nova impressão, deve-se vazar o modelo de trabalho com


gesso-pedra tipo IV.

Aguarda-se a presa do gesso e altea-se c gesso stuck,para facilitar


a remoção da massa de duplicação e a colocação na platina do
delineador.

PLANEJAMENTO

Para se executar o planejamento deve-se ter à disposição o modelo


de trabalho, o delineador; lápis de cor(p diferenciar do grafite);
instrumentos básicos de prótese e as ceras 7.

PROCEDIMENTOS

 Colocar o modelo na platina do delineador;

 Determinar o eixo de inserção (método da conveniência)

 Determinado o eixo, fixar bem o modelo na platina e achar retenção


com o calibrador 0,25 mm dos dentes-suportes(sendo a retenção o
mais importante dos princípios biomecânicos).

 Desenhar o aparelho (já planejado no modelo de estudo)

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 com lápis de cor;

 Procurar com a ponta exploradora, ângulos mortos (mesiais e distais)


nos dentes pilares e aliviar com cera 7 (abaixo dos grampos);

 OBSERVAÇÃO

 Relembrar conceitos de calibragem da ponta ativa do braço de


retenção do grampo.

 Fazer alívios nas selas e barras com cera 7


 Eliminar com cera as retenções ainda existentes no modelo, a fim de
facilitar a remoção deste da massa de duplicação (ver abaixo);

 Retirar o modelo da platina do delineador

DUPLICAÇÃO DO MODELO DE TRABALHO

A duplicação constitui um dos passos mais importantes do processo de


confecção da PPR, pois é a partir dela que se obtém o modelo de revestimento
que se tornará, mais tarde, a matriz da peça em cera.

Para se executar a duplicação, deve-se ter à disposição: o modelo de trabalho


(aliviado); cubeta; espátula; revestimento; massa de duplicação (Agar-agar);
instrumentos básicos de prótese; cera utilidade e muflos.

PROCEDIMENTOS

 Hidratar o modelo planejado por 5 minutos ou mais, dependendo do


tipo de gesso utilizado, em água fria, para se evitar a formação de
bolhas de ar e, em seguida, enxugá-lo (ar ou papel);

 Fixar e centralizar o modelo na base da mufla (prender com cera


utilidade) mantendo-se formato expulsivo;

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 Fechar o contramuflo e verter massa de duplicação (esta deve estar a


50º C
 Aguardar a presa da mufla por duas horas

 Remover, com cuidado, o modelo da massa;

 Analisar o negativo (controle da duplicação);

 Vazar o molde com revestimento apropriado, deixando


aproximadamente 2 a 3 cm de base;

 Aguardar a presa do revestimento;

 Separar o molde;

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BANHO DE ÁLCOOL, BREU E GÔMA LACA

O banho é dado nos modelos de revestimentos para aumetar sua resistência e


dar melhor fixação à futura ceroplastia.

Procedimentos

Desidratar o modelo no fogão comum de revestimento no forno, por 10


minutos.

Preparar o banho nas proporções corretas;

Imergir o modelo de revestimento durante 3 segundos no banho .

Esperar esfriar e secar.

CEROPLASTIA E ESCULTURA

A ceroplastia de uma PPR deve ser considerada na sua globailidade. É preciso


ter em conta que os grampos planejados devem adaptar-se aos dentes
respectivos, bem como estar de acordo entre si, com direção de inserção
comum e simultânea.

Para se executar a ceroplastia deve-se ter à disposição os seguintes itens: o


modelo (já com o banho de cera); instrumentos básicos de prótese; fios de
escultura nº 1, 2,3, meia cana mc 3 e 4.

Eis um esquema básico para ceroplastia:

 Esculpir grampos em molares (mc4 na face lingual);

 Esculpir grampos em pré-molares (mc4 na lingual)

 Esculpir grampos de Roach (por vestibular fio mc2)

 Esculpir as selas (fios mc4 e 1)

 Contornar a barra (fio 1)

 Preencher os apoios, conectores e a barra com cera corrida.

Existem também no mercado vários tipos de pré-formados para retenções,


linha de acabamento, grampos, perfis, etc.

Em ambos os casos, deve-se sempre dar o acabamento final na ceroplastia


evitando-se estrangularmente e observando oclusão.

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CANAIS DE ALIMENTAÇÃO

A colocação correta dos canais de alimentação irá resultar em fundições sem


poros ou deficiências. Por isso deve-se estudar em cada caso os pontos
estratégicos (colocação de sprues) para melhor distribuição do metal
(escoamento do metal na fundição).

Em casos de estruturas grandes e com muitos grampos, deve-se recorrer ao


uso de canais auxiliares de alimentação.

Para a colocação de canais de alimentação, deve-se ter à disposição: o modelo


com a PPR esculpida; sprues 4mm; ceras 7; instrumentais básicos de prótese
e cone de cera 7.

PROCEDIMENTOS
Prender o sprues na barra e unir aos cones

PREPARAÇÃO E INCLUSÃO DA ESCULTURA

A inclusão deve ser feita sem anel de fundição pois se obtém a expansão livre
do revestimento.

Preparar o anel com tiras de folhas plásticas de raio x, preparar o revestimento


na proporção correta, preencher o cilindro com revestimento sob média
vibração (lentamente).

Aguardar a presa final do revestimento (40 minutos);

FUNDIÇÃO

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PROCEDIMENTOS

 Colocar o cilindro de revestimento no forno com o cadinho e o metal;

 Acender o forno com chama alta e deixar por umas duas horas;

 Armar a centrífuga (so 2 voltas);

 Posicionar o cadinho com o metal e depois o anel na centrífuga;

 Acender o maçarico;

 Fundir a liga com movimentos (pequenos e circulares) do maçarico;

 Disparar a centrífuga;

 Deixar o anel esfriar por 20 min.;

 Desincluir o cilindro de revestimento com o martelinho com cuidado;

 Limpeza c jateame

USINAGEM E POLIMENTO

A usinagem e acabamento da peça fundida (PPR) deve ser feita com todo
cuidado.

Procedimentos

Cortar os canais de alimentação com disco nº 43;

Remover rebarbas;

Limpar a PPR por dentro e alisar os grampos e conectores com pedra montada
cinza ou branca;

Alisar toda PPR com pontas e discos de borracha, respeitando a anatomia


reproduzida no modelo monitorando as espessuras;

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Passar pastas de polimento (de preferência azul) e feltro para alcançar um alto
brilho;

Lavar com .água fervente e detergente de côco utilizando uma escova de


dentes, para remover a pasta
FIM

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