O Que São Os Valores?: Valores E Valoração: A Questão Dos Critérios Valorativos
O Que São Os Valores?: Valores E Valoração: A Questão Dos Critérios Valorativos
O Que São Os Valores?: Valores E Valoração: A Questão Dos Critérios Valorativos
A disciplina que estuda a natureza dos valores é a axiologia ou teoria dos valores.
Coloca questões como: O que é um valor? Onde e como existe? Será apenas o
resultado das avaliações que fazemos das coisas? Para muitos pensadores, os valores
não são coisas que existam fora da nossa mente, mas algo que apenas existe para um
sujeito que avalia as coisas. Para outros, os valores têm uma existência própria,
independente do sujeito.
Pense no seguinte caso: Muitas pessoas julgam determinadas coisas belas, enquanto
outras discordam. Então o que fazemos quando dizemos que algo é belo ou feio,
magnífico ou vulgar? Estamos somente a declarar o que sentimos (prazer ou desprazer)
quando contemplamos um objeto ou estamos a referir algo que são propriedades do
próprio objeto, que são independentes do que sentimos? No primeiro caso, estamos
perante uma tese ou posição filosófica denominada subjetivismo estético. No segundo
caso, a posição que adotamos é conhecida por objetivismo estético.
Para os defensores do subjetivismo estético, um objeto é belo ou feio em virtude de
sentirmos prazer ou desprazer ao observá---lo. A beleza ou fealdade dependem, não das
propriedades intrínsecas do objeto, mas dos sentimentos que em nós provoca e
desperta.
Para os partidários do objetivismo estético, dizer «A catedral de Milão é bela» é muito
diferente de dizer «Gosto da catedral de Milão». Os juízos estéticos não são, para o
objetivista, simples juízos de gosto. A beleza ou a fealdade está nos próprios objetos. É
devido a determinadas propriedades intrínsecas que um objeto é considerado belo ou
feio.
6. Que relação existe entre valores e ações?
Os valores são os critérios das nossas preferências (são os motivos fundamentais das
nossas decisões). Ao tomarmos decisões, agimos segundo valores que constituem o
fundamento, a razão de ser ou o porquê (critério) de tais decisões.
A atitude valorativa é uma constante da nossa existência: em nome da amizade,
preferimos controlar e orientar noutra direção uma atração física pela namorada ou
mulher do nosso amigo; em nome do amor, preferimos desafiar as convenções sociais
em vez de perder a oportunidade de sermos felizes; por uma questão de saúde,
preferimos o exercício físico, a dieta e o fim do consumo de tabaco aos hábitos
prejudiciais até então seguidos; em nome da liberdade, preferimos combater, lutar e
correr riscos a aceitar um estado de coisas que, apesar de tudo, satisfaz os interesses
económicos da família a que pertencemos; por solidariedade, preferimos auxiliar os
famintos e os doentes na Somália a permanecer em Lisboa dando consultas; por
paixão pela música, decidimos interromper um curso que não corresponde à nossa
vocação profunda; em nome de Deus, renunciamos a certas «ligações terrenas», etc.
7. O que são juízos de fato?
Os juízos de facto são juízos sobre o modo como as coisas são. Descrevem um estado
de coisas ou uma situação podendo essa descrição corresponder ou não à realidade, ou
seja, ser verdadeira ou falsa. São juízos totalmente descritivos, que têm valor de
verdade (podem ser verdadeiros ou falsos). A sua verdade ou falsidade depende de
como a realidade é e não da opinião ou ponto de vista de cada pessoa: são, portanto,
objetivos. Ex.: O gato é um mamífero que mia.
Os juízos de valor são juízos sobre que coisas são boas ou agradáveis e sobre como
devemos agir. Os juízos de valor atribuem um valor a um certo estado de coisas – valor
esse que pode ser positivo ou negativo. Ex.: «Este quadro é belo» – valor positivo – ou
«Este quadro é horrível» – juízo negativo.
QUADRO ESQUEMÁTICO
Os critérios valorativos são as justificações em que nos apoiamos para determinar que
coisas – ações, pessoas, locais, objetos – têm valor ou importância. Assim, valorizamos
uma ação honesta porque damos importância à honestidade, porque a consideramos
um elemento importante que deve estar presente nas relações humanas.
Um juízo de valor é um ato mediante o qual formulamos uma proposição que avalia
certos aspetos da realidade, não se limitando a descrever como as coisas são.
Uma vez que, ao avaliarmos as coisas, utilizamos critérios ou razões que se baseiam em
valores (ao dizer «A pena de morte é injusta» julgo como a realidade devia ser
baseando---me num valor, em algo que valorizo e a que dou importância: o valor da
justiça), a questão dos critérios valorativos pode traduzir---se assim: «Será que existem
valores objetivamente verdadeiros? Ou será que a sua verdade depende daquilo que um
indivíduo ou uma sociedade consideram verdadeiro?».
Este problema surge porque nos apercebemos de que há pessoas e culturas com
valores muito diferentes dos nossos, que preferem aquilo que nós rejeitamos ou que
valorizam aquilo que temos dificuldade em considerar importante. Muitas pessoas
julgam que os valores são uma questão de gosto pessoal, ou que variam de cultura
para cultura. Em ambos os casos, não têm qualquer objetividade.
TEMA 5
RELATIVISMO MORAL, OBJETIVISMO MORAL E SUBJETIVISMO MORAL
1. Acerca da natureza dos valores, o que distingue a posição relativista da posição
objetivista?
O objetivismo defende que os valores são propriedades, qualidades das próprias
coisas, pessoas, objetos, situações e instituições, embora sejam propriedades difíceis
de conhecer porque não existem num sentido físico. Nesta perspetiva, os juízos de
valor são uma espécie de juízos de facto com a diferença de que sobre o seu conteúdo
ainda não obtivemos qualquer certeza. Isso não impede que haja verdades morais
universais e objetivas. Nós é que, provavelmente por causa das nossas limitações,
ainda não os descobrimos.
Para o relativismo, os valores não são propriedades, qualidades, das próprias coisas,
pessoas, objetos, situações e instituições. São simplesmente ideias ou crenças que
existem na mente dos seres humanos e dependem do modo como sentimos e somos
educados pelo meio em que nascemos e vivemos.
Será que o facto de as pessoas discordarem acerca da existência de Deus prova que
não há uma resposta à questão Será que Deus existe? Durante muito tempo as pessoas
pensaram que as doenças eram causadas por demónios. Sabemos hoje em dia que na
maioria dos casos são causadas por microrganismos como bactérias e vírus.
c) O facto de as pessoas terem crenças opostas acerca de questões morais não prova
que essas crenças sejam ambas verdadeiras.
Se dois indivíduos não estão de acordo acerca de um dado assunto, então têm ambos
razão, ou seja, as suas crenças são ambas verdadeiras. Mas e se as duas crenças se
negam uma à outra, se contradizem? Duas crenças que se contradizem não podem ser
ambas verdadeiras.
4. «Matar é errado», «Roubar é incorreto» e «Mentir é imoral». Será que estes juízos
são verdadeiros? Será que são objetivos e universais? «Há verdade e falsidade em
assuntos morais?», «Faz sentido dizer que uma crença moral é correta e que outra é
errada?». Qual é a resposta que o relativismo cultural dá a estas perguntas?
O relativismo cultural afirma que aqueles juízos são verdadeiros, mas não em todo o
lado e para todas as pessoas. A verdade dos juízos morais depende do que cada
sociedade aprova, ou seja, as afirmações morais só são verdadeiras ou falsas em
determinadas culturas. Moralmente correto é aquilo que a maioria das pessoas de
uma sociedade considera correto. Não existe nenhum critério objetivo e universal para
determinar quem tem razão. Um juízo moral é falso quando os membros – a maioria –
de uma sociedade o consideram falso e verdadeiro quando o consideram verdadeiro.
Assim, afirmar que «Matar é errado» significa dizer «A sociedade X considera que
matar é moralmente incorreto». Afirmar que «Matar é moralmente correto» significa
dizer «A sociedade X considera que matar é moralmente correto».
Não. Para o ceticismo moral nenhum juízo moral tem valor de verdade, ou seja, os
juízos morais não são nem verdadeiros nem falsos. Não há práticas moralmente
corretas ou incorretas. Ora, o relativismo cultural afirma que os juízos morais são
verdadeiros ou falsos conforme o que cada cultura julga ser verdadeiro ou falso.
São as seguintes:
É verdade, ou pelo menos parece, que não há acordo entre os seres humanos sobre
muitas questões morais. Mas também é verdade que a humanidade tem realizado
progressos no plano moral. A abolição da escravatura, o reconhecimento dos direitos
das mulheres, a condenação e a luta contra a discriminação racial são exemplos. Falar
de progresso moral parece implicar que haja um padrão objetivo com o qual
confrontamos as nossas ações. Se esse padrão objetivo não existir, não temos
fundamento para dizer que em termos morais estamos melhor agora do que antes.
E) O relativismo cultural torna impossível criticar os valores dominantes numa
cultura.
Estes direitos são próprios dos seres humanos por serem humanos e não por
pertencerem a esta ou aquela cultura. Esta ideia é, para o relativista, produzida por
uma cultura – neste caso, a ocidental, e por isso só pode valer no interior desta. Pode
haver direitos humanos, mas eles não são universais.
A cada cultura a sua verdade, defende o relativismo cultural. A cada indivíduo a sua
verdade, defende o subjetivismo moral. Contrariamente ao relativismo individual ou
subjetivismo moral, o relativismo cultural acerca de assuntos morais afirma que o
código moral de cada indivíduo se deve subordinar ao código moral da sociedade em
que vive e foi educado. Os juízos morais de cada indivíduo são verdadeiros se
estiverem em conformidade com o que a sociedade a que pertence considera
verdadeiro.
SÍNTESE
QUESTÕES O relativismo cultural O objetivismo moral O subjetivismo moral
As únicas ações moralmente boas são as ações feitas por dever. Agir por dever significa
reconhecer que há deveres absolutos como não roubar, não mentir e não matar.
Quem apresenta este princípio «Age por dever!» à minha vontade? A razão.
Que nome dá Kant ao princípio ético fundamental que exige que eu cumpra o dever
sempre por dever, sem qualquer outra intenção ou motivo? Kant dá---lhe o nome de lei
moral.
As ações feitas por dever são assim ações que cumprem o que a lei moral exige.
Ouvir a voz da lei moral é ficar a saber como cumprir de forma moralmente correta o
dever. Essa lei diz---nos de forma muito geral o seguinte: «Deves em qualquer
circunstância cumprir o dever pelo dever, sem segundas intenções». O cumprimento do
dever é uma ordem incondicional, não depende de condições ou de interesses. Devemos
ser honestos porque esse é o nosso dever e não porque é do nosso interesse.
Pense em normas morais como «Não deves mentir», «Não deves matar», «Não deves
roubar». A lei moral, segundo Kant, diz---nos como cumprir esses deveres, qual a forma
correta de os cumprir. Assim sendo, é uma lei puramente racional e puramente formal.
Não é uma regra concreta como «Não matarás!», mas um princípio geral que deve ser
seguido quando cumpro essas regras concretas que proíbem o roubo, o assassinato, a
mentira, etc.
Caraterística de uma vontade que Caraterística de uma vontade que não cumpre
cumpre o dever pelo dever. o dever pelo dever. Quando o cumprimento do
Quando o cumprimento do dever dever não é motivo suficiente para agir tendo
é motivo suficiente para agir, a de se invocar razões externas como o receio
vontade não se submete a outra das consequências, o temor a Deus, etc., a
autoridade que não a razão. vontade submete---se a autoridades que não a
razão.
Quando decido
Por isso, a sua ação é heterónoma, incapaz de
independentemente de quaisquer
respeitar incondicionalmente o dever. Todas as
interesses, isto é, quando sou éticas de tipo consequencialista são, para Kant,
imparcial e adoto uma perspetiva heterónomas, reduzem a moralidade a um
universal, obedeço a regras que conjunto de imperativos hipotéticos.
criei ao mesmo tempo para mim e
para todos os seres racionais.
Uma vontade autónoma é uma
vontade puramente racional, que
faz sua uma lei da razão, que diz a
si mesma «Eu quero o que a lei
moral exige». Ao agir por dever,
obedeço à voz da minha razão e
nada mais.
É uma vontade que cumpre o dever respeitando absolutamente a lei moral, ou seja,
cuja única intenção é cumprir o dever.
É uma vontade que age segundo regras ou máximas que podem ser seguidas por
todos porque não violam os interesses de ninguém.
É uma vontade que respeita todo e qualquer ser humano considerando---o uma
pessoa e não uma coisa ou um meio ao serviço deste ou daquele interesse.
É uma vontade autónoma porque decide cumprir o dever por sua iniciativa e não
por receio de autoridades externas ou da opinião dos outros.
UM EXEMPLO ILUSTRATIVO DO QUE É PARA KANT AGIR CORRETAMENTE
Posição de Kant
Justificação
Todas as atividades humanas têm um objetivo último, isto é, são meios para uma
finalidade que é o ponto de convergência de todas. Esse fim é a felicidade ou bem---
estar. Mais propriamente, procuramos em todas as atividades a que nos dedicamos
viver experiências aprazíveis e evitar experiências dolorosas ou desagradáveis. Esta
perspetiva que identifica a felicidade com o prazer ou o bem---estar tem o nome de
hedonismo. Mas trata---se da felicidade geral e não da individual.
Segundo Mill, a utilidade é o que torna uma ação moralmente valiosa. O critério da
moralidade de um ato é o princípio de utilidade. Este princípio é o teste da
moralidade das ações. Uma ação deve ser realizada se e só se dela resultar a
máxima felicidade possível para as pessoas ou as partes que por ela são afetadas. O
princípio de utilidade é por isso conhecido também como princípio da maior
felicidade. A ideia central do utilitarismo é a de que devemos agir de modo a que
da nossa ação resulte a maior felicidade ou bem---estar possível para as pessoas por
ela afetadas. Uma ação boa é a que é mais útil, ou seja, a que produz mais
felicidade global ou, dadas as circunstâncias, menos infelicidade. Quando não é
possível produzir felicidade ou prazer, devemos tentar reduzir a infelicidade.
Costuma---se resumir o princípio de utilidade mediante a fórmula «A maior
felicidade para o maior número». Esta fórmula foi cunhada por Francis Hutchinson
e não aparece tal e qual nos escritos de Mill.
‒ Ação cujos resultados contribuem para um ‒ Ação cujos resultados não contribuem para
aumento da felicidade (bem---estar) ou um aumento da felicidade (bem---estar) ou
diminuição da infelicidade do maior número diminuição da infelicidade do maior número
possível de pessoas por ela afetadas. possível de pessoas por ela afetadas.
As normas morais comuns estão em vigor em muitas sociedades por alguma razão.
Resistiram à prova do tempo, e em muitas situações fazemos bem em segui---las nas nossas
decisões. Contudo, não devem ser seguidas cegamente. Nas nossas decisões morais,
devemos ser guiados pelo princípio de utilidade e não pelas normas ou convenções
socialmente estabelecidas. Dizer a verdade é um ato normalmente mais útil do que
prejudicial, e por isso a norma «Não deves mentir» sobreviveu ao teste do tempo. Segui---la é
respeitar a experiência de séculos da humanidade. Mas há situações em que não respeitar
absolutamente uma determinada norma moral e seguir o princípio de utilidade terá
melhores consequências globais do que respeitá---la.
A minha felicidade não é mais importante do que a felicidade dos outros. O utilitarismo de
Mill não defende que tenhamos de renunciar à nossa felicidade, a uma vida pessoal em
nome da felicidade do maior número. Trata---se através da educação segundo o princípio de
utilidade de abrir um espaço amplo para que a inclinação para o bem geral se sobreponha
com frequência cada vez maior ao egoísmo. O princípio da maior felicidade em Mill exige
que cada indivíduo se habitue a não separar a sua felicidade da felicidade geral sem deixar
de ter projetos, interesses e vida pessoal.
UM EXEMPLO ILUSTRATIVO DA TEORIA ÉTICA DE MILL
Posição de Mill
Ação moralmente correta
Justificação
Há que ter em conta a ação que produziria mais felicidade global. O que produz mais
infelicidade? Deixar morrer um inocente ou deixar eventualmente morrer dezenas de
inocentes? Quantas famílias não ficariam enlutadas caso não se cedesse às pretensões dos
terroristas? Para Mill, justifica---se, por vezes, matar, deixar morrer, roubar ou mentir. Nenhum
desses atos é intrinsecamente errado e, por isso, os deveres que proíbem a sua realização não
devem ser considerados absolutos. Deve notar---se que estamos a referir---nos a um caso
dramático em que as alternativas – permitir a morte de um ou permitir a morte de muitos –
são ambas repugnantes. Mas há que optar e, segundo Mill, seguir um princípio como
«Cumpre o dever por dever» é vago.
As consequências são o que Não. A minha ética não é Sim. A minha ética é
mais conta para decidir se uma consequencialista. consequencialista.
ação é ou não moralmente
boa?
A intenção é o critério ou fator Sim. A minha ética considera boa a Não. O fator que decide se uma
decisivo para avaliar se uma ação cuja máxima exprime a intenção ação é boa ou não é o que dela
ação é moralmente boa? de cumprir o dever pelo dever. A resulta. As consequências são o
intenção de fazer o que é devido sem critério decisivo da moralidade de
outro motivo que não o do um ato. A intenção diz respeito ao
cumprimento do dever é a única coisa caráter do agente e não à qualidade
que torna uma ação boa. A moralidade moral da ação. Se uma ação é
consiste em cumprir o dever pelo motivada pela vontade de obter o
dever. A minha ética é deontológica. melhor resultado possível mas tem
más consequências, diremos que,
apesar de o agente ser bom, a ação
não é boa.
Há ações boas em si mesmas, Sim. O valor moral de uma ação Não. Não podemos dizer que uma
isto é, que tenham um valor depende da máxima que o agente ação é boa ou má antes de
intrínseco? adota, sendo independente das olharmos para as suas
consequências, efeitos ou resultados consequências.
do que fazemos.
Há deveres absolutos? Há Sim. Mentir, roubar e matar, por Não, exceto o dever de promover a
normas morais que não exemplo, são atos sempre errados. Há felicidade geral. Há situações em
devemos nunca desrespeitar? normas morais absolutas que que não cumprir certo dever tem
proíbem o assassínio, o roubo, a como consequência um melhor
mentira e que devem ser estado de coisas. Há normas morais
incondicionalmente respeitadas em que se tem revelado úteis para
todas as circunstâncias. organizar a vida dos seres
humanos, mas devemos ter em
conta que nem sempre o seu
cumprimento produz bons
resultados.
Há valores absolutos? Sim. A dignidade da pessoa humana é Sim. O único valor absoluto é a
um valor absoluto. Nenhuma ação felicidade entendida como prazer.
pode ser boa se desrespeita esse valor Todas as outras coisas só têm valor
absoluto. A boa vontade é a vontade se produzirem felicidade.
de nunca violar a dignidade absoluta e
incondicional da pessoa humana.
Maximizar o bem---estar ou a Não. Não é obrigatório e muitas vezes Sim. Se o valor moral das ações
felicidade é obrigatório? não é permissível. Porquê? Porque há depende da sua capacidade para
direitos das pessoas que são absolutos. maximizar o bem---estar dos agentes
Os deveres absolutos de que falo são afetados pelas consequências de
restrições que impõem limites à uma ação, então obter esse
instrumentalização dos indivíduos em resultado é obrigatório, mesmo que
nome do bem---estar geral. A minha por vezes isso implique a violação
ética é deontológica porque o de algum direito. A minha ética não
respeito absoluto pelos direitos da é deontológica porque não admite
pessoa humana implica que haja que haja deveres absolutos que
deveres absolutos ou coisas que é impõem restrições ao que é
absolutamente proibido fazer. possível fazer. A minha ética
centra---se no bem---estar geral que
das ações pode resultar, e
maximizar esse bem---estar é a única
obrigação moral.
O que é a felicidade? É o fim A felicidade é um bem, mas não deve A felicidade é o objetivo
ou objetivo último das ações influenciar as nossas escolhas morais. fundamental da ação moral,
humanas? O fim último da ação moral é o embora não se trate da felicidade
respeito pela pessoa humana, pelo individual nem da felicidade que se
valor absoluto que a sua traduza na redução do bem---estar
racionalidade lhe confere. da maioria das pessoas a quem a
ação diz respeito.