Súmulas STF Atualizado
Súmulas STF Atualizado
Súmulas STF Atualizado
Orientações:
Súmulas válidas: Em verde (Ex: Súmula nº “x”)
Súmulas com pouca relevância: Em cinza (Ex: Súmula nº “y”)
Súmulas canceladas: Em vermelho (Ex: Súmula nº “z”)
Súmulas superadas: Em roxo, ao final da súmula. Ex: (SUPERADA)
Fonte: Resumo do Livro: “Súmulas do STF e do STJ anotadas e organizadas por assunto”, do DOD, ano 2018 e
o Site do Dizer o Direito.
Um ponto deve ser atualizado em relação à súmula é que, atualmente, após a CF/88, o STF afirma que o
estrangeiro em união estável com brasileira também não poderá ser expulso, desde que não haja impedimento
para a transformação em casamento (STF. Plenário. HC 100793, Rel. Min. Marco Aurélio, j. 2/12/10).
O raciocínio presente na súmula 1 do STF NÃO pode ser aplicado para deportação e extradição. Desse modo, o
fato de o estrangeiro possuir vínculos conjugais e/ou familiares com pessoas de nacionalidade brasileira não se
mostra como um motivo suficiente para impedir que ele seja extraditado ou deportado. Sobre o tema, confira a
Súmula 421 do STF.
Quanto à segunda parte da súmula (existência de filho brasileiro), o STJ entende que: a existência de filhos
nascidos no Brasil constitui impedimento para o procedimento de expulsão de estrangeiros do País. Este
entendimento é aplicado inclusive a situações em que o parto tenha ocorrido após a expedição do decreto
expulsório (STJ. 1ª Seção. HC 304.112/DF, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, j. 14/10/2015).
OBS: O tema é agora tratado pelos arts. 84 e 86 da Lei de Migração (Lei nº 13.445/2017).
Prisão cautelar:
- Em caso de urgência,
- o Estado interessado na extradição poderá,
- previamente ou conjuntamente com a formalização do pedido extradicional,
- requerer,
- por via diplomática ou por meio de autoridade central do Poder Executivo,
- prisão cautelar do extraditando
- com o objetivo de assegurar a executoriedade da medida de extradição que,
- após exame da presença dos pressupostos formais de admissibilidade,
- deverá representar à autoridade judicial competente, ouvido previamente o MPF.
Depois da prisão: Efetivada a prisão do extraditando, o pedido de extradição será encaminhado à autoridade
judiciária competente.
Prazo para o pedido de extradição após a prisão: Na ausência de disposição específica em tratado, o Estado
estrangeiro deverá formalizar o pedido de extradição no prazo de 60 dias, contado da data em que tiver sido
cientificado da prisão do extraditando. Caso o pedido de extradição não seja apresentado neste prazo, o
extraditando deverá ser posto em liberdade, não se admitindo novo pedido de prisão cautelar pelo mesmo fato
sem que a extradição tenha sido devidamente requerida. Isso está previsto no § 5º do art. 84 da Lei de Migração.
Veja:
Art. 84 (...)
§ 4º Na ausência de disposição específica em tratado, o Estado estrangeiro deverá formalizar o
pedido de extradição no prazo de 60 (sessenta) dias, contado da data em que tiver sido cientificado
da prisão do extraditando.
§ 5º Caso o pedido de extradição não seja apresentado no prazo previsto no § 4º, o extraditando
deverá ser posto em liberdade, não se admitindo novo pedido de prisão cautelar pelo mesmo fato
sem que a extradição tenha sido devidamente requerida.
Vale ressaltar que esse § 5º não diz o mesmo que a súmula 2 do STF. A súmula afirma que se o extraditando
ficasse preso mais que 60 dias sem ser extraditado, ele deveria ser colocado em liberdade vigiada. O dispositivo
legal prevê que, se o pedido de extradição não for feito em até 60 dias, o extraditando deverá ser colocado em
liberdade.
Duração da prisão: A prisão cautelar poderá ser prorrogada até o julgamento final da autoridade judiciária
competente quanto à legalidade do pedido de extradição. Dessa forma, ao contrário do que afirma a súmula não
existe um prazo máximo de 60 dias segundo o qual o extraditando deverá ficar preso.
Prisão albergue ou prisão domiciliar: O STF, ouvido o Ministério Público, poderá autorizar prisão albergue ou
domiciliar ou determinar que o extraditando responda ao processo de extradição em liberdade, com retenção do
documento de viagem ou outras medidas cautelares necessárias, até o julgamento da extradição ou a entrega do
extraditando, se pertinente, considerando a situação administrativa migratória, os antecedentes do extraditando
e as circunstâncias do caso.
Mudança importante: o revogado Estatuto do Estrangeiro dizia que a prisão deveria perdurar até o julgamento
final do STF, “não sendo admitidas a liberdade vigiada, a prisão domiciliar, nem a prisão albergue” (art. 84,
parágrafo único, da Lei nº 6.815/80).
OBS: A imunidade é concedida aos deputados estaduais pela CF/88 (art. 27, §1º) sem qualquer restrição de
modo que vale para quaisquer ramos das “Justiças”. Vejamos:
Art. 27. (...)
§ 1º Será de quatro anos o mandato dos Deputados Estaduais, aplicando- sê-lhes as regras desta
Constituição sobre sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de mandato,
licença, impedimentos e incorporação às Forças Armadas.
SÚMULA Nº 4: NÃO PERDE A IMUNIDADE PARLAMENTAR O CONGRESSISTA NOMEADO MINISTRO DE
ESTADO (CANCELADA).
OBS: Cancelada pelo STF no julgamento do Inq 104/RS, DJ 2/10/1981. Segundo o atual entendimento do STF, o
afastamento do Deputado ou Senador do exercício do mandato para investir-se nos cargos permitidos pela CF
(art. 56, I), dentre eles o de Ministro de Estado, suspende-lhes a imunidade parlamentar. O foro por prerrogativa
de função permanece normalmente (STF, Inq-QO 1070/TO).
OBS: A jurisprudência do STF é firme no sentido de que a sanção do projeto de lei aprovado não convalida o
defeito de iniciativa. Assim, se o projeto de lei deveria ter sido apresentado pelo Presidente da República e, no
entanto, foi deflagrado por um Deputado Federal, ainda que este projeto seja aprovado e mesmo que o
Presidente da República o sancione, ele continuará sendo formalmente inconstitucional.
OBS: Recentemente, decidiu-se que “a anulação unilateral pela administração sem o conhecimento do Tribunal
de Contas está em desacordo com a Súmula 6 do STF (AI 805165 AgR, 1ª Turma, j. 06/12/11).
OBS: Superada. A forma de composição do STM está disciplinada no art. 123 da CF/88.
Art. 123. O Superior Tribunal Militar compor-se-á de quinze Ministros vitalícios, nomeados pelo
Presidente da República, depois de aprovada a indicação pelo Senado Federal, sendo três dentre
oficiais-generais da Marinha, quatro dentre oficiais-generais do Exército, três dentre oficiais-
generais da Aeronáutica, todos da ativa e do posto mais elevado da carreira, e cinco dentre civis.
Parágrafo único. Os Ministros civis serão escolhidos pelo Presidente da República dentre brasileiros
maiores de trinta e cinco anos, sendo:
I – três dentre advogados de notório saber jurídico e conduta ilibada, com mais de dez anos de
efetiva atividade profissional;
II – dois, por escolha paritária, dentre juízes auditores e membros do Ministério Público da Justiça
Militar.
OBS: A 1ª parte da súmula continua valendo, ou seja, o fato de o cargo ser vitalício e de a pessoa ter cumprido os
requisitos para a aquisição da vitaliciedade não impedem que o cargo seja extinto. Contudo, segundo o art. 41,
§3º da CF/88, extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor ficará em disponibilidade, com
remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em outro cargo. Assim, o
servidor em disponibilidade não fica com todos os vencimentos, mas sim com vencimentos proporcionais ao
tempo de serviço.
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de
provimento efetivo em virtude de concurso público. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
19, de 1998) (...).
§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável ficará em
disponibilidade, com remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado
aproveitamento em outro cargo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
SÚMULA Nº 14: NÃO É ADMISSÍVEL, POR ATO ADMINISTRATIVO, RESTRINGIR, EM RAZÃO DA IDADE,
INSCRIÇÃO EM CONCURSO PARA CARGO PÚBLICO. (CANCELADA).
OBS: Válida. Ressalte-se que, atualmente, o candidato aprovado dentro do número de vagas possui direito
subjetivo de ser nomeado e empossado dentro do período de validade do certame. Na época em que essa
súmula foi editada (1963), havia mera expectativa de direito.
SÚMULA Nº 17: A NOMEAÇÃO DE FUNCIONÁRIO SEM CONCURSO PODE SER DESFEITA ANTES DA
POSSE. (TRF2-2009)
SÚMULA Nº 18: PELA FALTA RESIDUAL, NÃO COMPREENDIDA NA ABSOLVIÇÃO PELO JUÍZO
CRIMINAL, É ADMISSÍVEL A PUNIÇÃO ADMINISTRATIVA DO SERVIDOR PÚBLICO. (TRF4-2010)
OBS: Válida. Assim, o servidor público já punido administrativamente não pode ser julgado novamente para
que sua pena seja agravada, mesmo que fique constatado que houve vícios no processo e que ele deveria receber
uma punição mais severa (STJ, 3ª Seção, MS 10950-DF, j. 23/05/12).
OBS: Não há violação à Súmula 19 do STF se os fatos apurados no novo processo forem diversos (STJ, MS 14598-
DF).
SÚMULA Nº 20: É NECESSÁRIO PROCESSO ADMINISTRATIVO COM AMPLA DEFESA, PARA DEMISSÃO
DE FUNCIONÁRIO ADMITIDO POR CONCURSO.
SÚMULA Nº 21: FUNCIONÁRIO EM ESTÁGIO PROBATÓRIO NÃO PODE SER EXONERADO NEM
DEMITIDO SEM INQUÉRITO OU SEM AS FORMALIDADES LEGAIS DE APURAÇÃO DE SUA
CAPACIDADE. (MPDFT-2009) (TJSC-2017)
OBS: Atualizando a linguagem da súmula, o que você deve saber é que o servidor concursado (estatutário ou
celetista), ainda que se encontre em estágio probatório, somente poderá ser exonerado ou demitido após a
instauração de devido processo legal, com contraditório e ampla defesa (STJ, MS 19179, dje 14/02/13, STF AI
634719, dje 08/03/12).
OBS: A CF/88 estabelece, em seu art. 41, §3º, que, extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor
estável ficará em disponibilidade, com remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado
aproveitamento em outro cargo. Se o servidor não for estável, com a extinção do cargo ele será exonerado.
(TJSP-2013-VUNESP): A declaração de utilidade pública de um imóvel para fins de desapropriação não impede
a expedição do alvará de licenciamento para construção no imóvel, desde que preenchidos os requisitos legais
para sua expedição. BL: S. 23, STF.
SÚMULA Nº 25: A NOMEAÇÃO A TERMO NÃO IMPEDE A LIVRE DEMISSÃO PELO PRESIDENTE DA
REPÚBLICA, DE OCUPANTE DE CARGO DIRIGENTE DE AUTARQUIA. (SUPERADA).
OBS: Polêmica, mas o Dizer o Direito entende estar superada. No julgamento da ADI-MC 1949/RS, o então Min.
Sepúlveda Pertence afirmou que a investidura a termo dos conselheiros das agências reguladoras era
incompatível com a demissão ad nutum pelo Poder Executivo (DJ 25/11/2005).
SÚMULA Nº 26: OS SERVIDORES DO INSTITUTO DE APOSENTADORIA E PENSÕES DOS INDUSTRIÁRIOS
NÃO PODEM ACUMULAR A SUA GRATIFICAÇÃO BIENAL COM O ADICIONAL DE TEMPO DE SERVIÇO
PREVISTO NO ESTATUTO DOS FUNCIONÁRIOS CIVIS DA UNIÃO. (SUPERADA).
OBS: Superada, em parte. A parte riscada está superada. Segundo entendimento do STF, o CDC é aplicado nas
relações entre as instituições financeiras e seus clientes. O CDC afirma que somente a culpa exclusiva (no caso, o
correntista) é que exclui a responsabilidade do fornecedor de serviços (art. 14, §3º, II). A culpa concorrente
servirá, no máximo, como fator de atenuação do montante indenizatório.
SÚMULA Nº 30: SERVIDORES DE COLETORIAS NÃO TÊM DIREITO À PERCENTAGEM PELA COBRANÇA
DE CONTRIBUIÇÕES DESTINADAS À PETROBRAS. (SUPERADA).
SÚMULA Nº 31: PARA APLICAÇÃO DA LEI 1741, DE 22/11/1952, SOMA-SE O TEMPO DE SERVIÇO
ININTERRUPTO EM MAIS DE UM CARGO EM COMISSÃO. (SUPERADA).
SÚMULA Nº 32: PARA APLICAÇÃO DA LEI 1741, DE 22/11/1952, SOMA-SE O TEMPO DE SERVIÇO
ININTERRUPTO EM CARGO EM COMISSÃO E EM FUNÇÃO GRATIFICADA. (SUPERADA).
SÚMULA Nº 34: NO ESTADO DE SÃO PAULO, FUNCIONÁRIO ELEITO VEREADOR FICA LICENCIADO
POR TODA A DURAÇÃO DO MANDATO. (SUPERADA).
OBS: Superada, em parte. Atualmente, a forma correta de ler essa Súmula: “Em caso de acidente do trabalho
ou de transporte, o(a) companheiro(a) tem direito de ser indenizado(a) pela morte da pessoa com quem vivia em
união estável”. O termo “concubinato” é atualmente reservado apenas para o relacionamento entre duas pessoas
no qual pelo menos uma delas é impedida de casar (art. 1727 do CC).
OBS: Válida. STF. 1ª Turma. MS 26366/PI, Rel. Min. Marco Aurélio, j. 24/6/2014 (Info 752).
SÚMULA Nº 41: JUÍZES PREPARADORES OU SUBSTITUTOS NÃO TÊM DIREITO AOS VENCIMENTOS DA
ATIVIDADE FORA DOS PERÍODOS DE EXERCÍCIO. (SUPERADA).
OBS: O tema é tratado de forma ligeiramente diferente no art. 73, §3º da CF/88.
SÚMULA Nº 44: O EXERCÍCIO DO CARGO PELO PRAZO DETERMINADO NA LEI 1341, DE 30/1/1951, ART.
91, DÁ PREFERÊNCIA PARA A NOMEAÇÃO INTERINA DE PROCURADOR DA REPÚBLICA. (SUPERADA).
SÚMULA Nº 45: A ESTABILIDADE DOS SUBSTITUTOS DO MINISTÉRIO PÚBLICO MILITAR NÃO CONFERE
DIREITO AOS VENCIMENTOS DA ATIVIDADE FORA DOS PERÍODOS DE EXERCÍCIO. (SUPERADA).
OBS: Válida, mas a terminologia atualmente é diferente. Hoje em dia fala-se em notários e registradores, ou seja,
titulares de serventias extrajudiciais.
OBS: Segundo recentemente decidiu o STJ, na hipótese de desmembramento de serventias, não há necessidade
de consulta prévia aos titulares atingidos pela medida, uma vez que, nos termos da Súmula 46 do STF, não há
direito adquirido ao não desmembramento de serviços notariais e de registro (STJ RMS 41.465-RO).
(MPF-2015): Relativamente às restrições que pode sofrer a legítima: A cláusula da inalienabilidade implica
necessariamente na incomunicabilidade, não se podendo presumi-la se não vier expressa em testamento. BL: art.
1.911, CC e Súmula 49, STF (citada acima).
SÚMULA Nº 51: MILITAR NÃO TEM DIREITO A MAIS DE DUAS PROMOÇÕES NA PASSAGEM PARA A
INATIVIDADE, AINDA QUE POR MOTIVOS DIVERSOS. (SUPERADA).
SÚMULA Nº 52: A PROMOÇÃO DE MILITAR, VINCULADA À INATIVIDADE, PODE SER FEITA, QUANDO
COUBER, A POSTO INEXISTENTE NO QUADRO. (SUPERADA).
SÚMULA Nº 53: A PROMOÇÃO DE PROFESSOR MILITAR, VINCULADA À SUA REFORMA, PODE SER
FEITA, QUANDO COUBER, A POSTO INEXISTENTE NO QUADRO. (SUPERADA).
OBS: Válida. Apenas os militares da reserva remunerada estão sujeitos à pena disciplinar.
SÚMULA Nº 56: MILITAR REFORMADO NÃO ESTÁ SUJEITO À PENA DISCIPLINAR. (SUPERADA)
OBS: Válida. Vide art. 77, § 1°, “c” da Lei n° 6.880/80 (Estatuto dos Militares).
SÚMULA Nº 59: IMIGRANTE PODE TRAZER, SEM LICENÇA PRÉVIA, AUTOMÓVEL QUE LHE PERTENÇA
DESDE MAIS DE SEIS MESES ANTES DO SEU EMBARQUE PARA O BRASIL. (SUPERADA)
SÚMULA Nº 60: NÃO PODE O ESTRANGEIRO TRAZER AUTOMÓVEL QUANDO NÃO COMPROVADA A
TRANSFERÊNCIA DEFINITIVA DE SUA RESIDÊNCIA PARA O BRASIL. (SUPERADA)
SÚMULA Nº 62: NÃO BASTA A SIMPLES ESTADA NO ESTRANGEIRO POR MAIS DE SEIS MESES, PARA
DAR DIREITO À TRAZIDA DE AUTOMÓVEL COM FUNDAMENTO EM TRANSFERÊNCIA DE RESIDÊNCIA.
(SUPERADA)
SÚMULA Nº 64: É PERMITIDO TRAZER DO ESTRANGEIRO, COMO BAGAGEM, OBJETOS DE USO PESSOAL
E DOMÉSTICO, DESDE QUE, POR SUA QUANTIDADE E NATUREZA, NÃO INDUZAM FINALIDADE
COMERCIAL. (SUPERADA)
SÚMULA Nº 66: É LEGÍTIMA A COBRANÇA DO TRIBUTO QUE HOUVER SIDO AUMENTADO APÓS O
ORÇAMENTO, MAS ANTES DO INÍCIO DO RESPECTIVO EXERCÍCIO FINANCEIRO. (SUPERADA)
SÚMULA Nº 69: A CONSTITUIÇÃO ESTADUAL NÃO PODE ESTABELECER LIMITE PARA O AUMENTO
DE TRIBUTOS MUNICIPAIS. (TJRJ-2019)
OBS: Válida. A Fazenda Pública deverá cobrar os tributos em débito mediante os meios judiciais (execução
fiscal) ou extrajudiciais (lançamento tributário, protesto de CDA) legalmente previstos. O Fisco possui,
portanto, instrumentos legais para satisfazer seus créditos. Justamente por isso, a Administração Pública não
pode fazer a cobrança do tributo por meios indiretos, impedindo, cerceando ou dificultando a atividade
econômica desenvolvida pelo contribuinte devedor. Quando isso ocorre, a jurisprudência afirma que o Poder
Público aplicou “sanções políticas”, ou seja, formas “enviesadas de constranger o contribuinte, por vias
oblíquas, ao recolhimento do crédito tributário” (STF ADI 173). Exs: apreensão de mercadorias, não liberação
de documentos, interdição de estabelecimentos. A cobrança do tributo por vias oblíquas (sanções políticas) é
rechaçada por quatro súmulas do STF (nºs: 70, 323 e 547) e STJ (nº 127).
##Atenção: ##STF: ##TJMS-2020: ##FCC: O STF tem reiteradamente entendido que é inconstitucional
restrição imposta pelo Estado ao livre exercício de atividade econômica ou profissional, quanto aquelas
forem utilizadas como meio de cobrança indireta de tributos. (...) (STF. Plenário. ARE 914045 RG, Min. Rel.
Edson Fachin, j. 15/10/2015 – repercussão geral).
SÚMULA Nº 71: EMBORA PAGO INDEVIDAMENTE, NÃO CABE RESTITUIÇÃO DE TRIBUTO INDIRETO.
(SUPERADA)
SÚMULA Nº 73: A IMUNIDADE DAS AUTARQUIAS, IMPLICITAMENTE CONTIDA NO ART. 31, V, “A”, DA
CONSTITUIÇÃO FEDERAL, ABRANGE TRIBUTOS ESTADUAIS E MUNICIPAIS. (SUPERADA)
SÚMULA Nº 75: SENDO VENDEDORA UMA AUTARQUIA, A SUA IMUNIDADE FISCAL NÃO
COMPREENDE O IMPOSTO DE TRANSMISSÃO “INTER VIVOS”, QUE É ENCARGO DO COMPRADOR.
SÚMULA Nº 76: AS SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA NÃO ESTÃO PROTEGIDAS PELA IMUNIDADE
FISCAL DO ART. 31, V, “A”, CONSTITUIÇÃO FEDERAL. (SUPERADA)
OBS: A súmula faz referência à CF/46. Além disso, as sociedades de economia mista que prestem serviço
público gozam de imunidade tributária. Nesse sentido: STF RE 749006 AgR/RJ, Dje 20/11/13.
SÚMULA Nº 77: ESTÁ ISENTA DE IMPOSTOS FEDERAIS A AQUISIÇÃO DE BENS PELA REDE
FERROVIÁRIA FEDERAL. (SUPERADA)
SÚMULA Nº 78: ESTÃO ISENTAS DE IMPOSTOS LOCAIS AS EMPRESAS DE ENERGIA ELÉTRICA, NO QUE
RESPEITA ÀS SUAS ATIVIDADES ESPECÍFICAS. (SUPERADA)
SÚMULA Nº 79: O BANCO DO BRASIL NÃO TEM ISENÇÃO DE TRIBUTOS LOCAIS. (SUPERADA)
OBS: O Banco do Brasil, sociedade de economia mista exploradora de atividade econômica, não goza de
isenção de quaisquer tributos (e não apenas tributos locais).
SÚMULA Nº 80: PARA A RETOMADA DE PRÉDIO SITUADO FORA DO DOMICÍLIO DO LOCADOR EXIGE-
SE A PROVA DA NECESSIDADE. (SUPERADA)
SÚMULA Nº 84: NÃO ESTÃO ISENTOS DO IMPOSTO DE CONSUMO OS PRODUTOS IMPORTADOS PELAS
COOPERATIVAS. (SUPERADA)
SÚMULA Nº 85: NÃO ESTÃO SUJEITOS AO IMPOSTO DE CONSUMO OS BENS DE USO PESSOAL E
DOMÉSTICO TRAZIDOS, COMO BAGAGEM, DO EXTERIOR. (SUPERADA)
SÚMULA Nº 86: NÃO ESTÁ SUJEITO AO IMPOSTO DE CONSUMO AUTOMÓVEL USADO, TRAZIDO DO
EXTERIOR PELO PROPRIETÁRIO. (SUPERADA)
SÚMULA Nº 87: SOMENTE NO QUE NÃO COLIDIREM COM A LEI 3244, DE 14/8/1957, SÃO APLICÁVEIS
ACORDOS TARIFÁRIOS ANTERIORES. (SUPERADA)
SÚMULA Nº 88: É VÁLIDA A MAJORAÇÃO DA TARIFA ALFANDEGÁRIA, RESULTANTE DA LEI 3244, DE
14/8/1957, QUE MODIFICOU O ACORDO GERAL SOBRE TARIFAS ADUANEIRAS E COMÉRCIO (GATT),
APROVADO PELA LEI 313, DE 30/7/1948. (SUPERADA)
SÚMULA Nº 90: É LEGÍTIMA A LEI LOCAL QUE FAÇA INCIDIR O IMPOSTO DE INDÚSTRIAS E
PROFISSÕES COM BASE NO MOVIMENTO ECONÔMICO DO CONTRIBUINTE. (SUPERADA)
SÚMULA Nº 92: É CONSTITUCIONAL O ART. 100, II, DA LEI 4563, DE 20/2/1957, DO MUNICÍPIO DE
RECIFE, QUE FAZ VARIAR O IMPOSTO DE LICENÇA EM FUNÇÃO DO AUMENTO DO CAPITAL DO
CONTRIBUINTE.
SÚMULA Nº 96: O IMPOSTO DE LUCRO IMOBILIÁRIO INCIDE SOBRE A VENDA DE IMÓVEL DA MEAÇÃO
DO CÔNJUGE SOBREVIVENTE, AINDA QUE ABERTA A SUCESSÃO ANTES DA VIGÊNCIA DA LEI 3470, DE
28/11/58. (SUPERADA)
SÚMULA Nº 98: SENDO O IMÓVEL ALIENADO NA VIGÊNCIA DA LEI 3470, DE 28/11/1958, AINDA QUE
ADQUIRIDO POR HERANÇA, USUCAPIÃO OU A TÍTULO GRATUITO, É DEVIDO O IMPOSTO DE LUCRO
IMOBILIÁRIO. (SUPERADA)
SÚMULA Nº 99: NÃO É DEVIDO O IMPOSTO DE LUCRO IMOBILIÁRIO, QUANDO A ALIENAÇÃO DE
IMÓVEL ADQUIRIDO POR HERANÇA, OU A TÍTULO GRATUITO, TIVER SIDO ANTERIOR À VIGÊNCIA DA
LEI 3470, DE 28/11/1958. (SUPERADA)
OBS: O STF entende que o MP não se presta de sucedâneo de ação popular (S. 101, STF). Igualmente, não é
sucedâneo de ação civil pública, considerando a diversidade de ritos e pretensões deduzidas em cada uma
delas.
SÚMULA Nº 104: NÃO É DEVIDO O IMPOSTO FEDERAL DO SELO NA SIMPLES REAVALIAÇÃO DE ATIVO
ANTERIOR À VIGÊNCIA DA LEI 3519, DE 30/12/1958. (SUPERADA)
OBS: Superada. O que vale agora é o que consta na Súmula 610 do STJ: O suicídio não é coberto nos dois
primeiros anos de vigência do contrato de seguro de vida, ressalvado o direito do beneficiário à devolução do
montante da reserva técnica formada.
No seguro de vida, se o segurado se suicidar, a seguradora continua tendo obrigação de pagar a indenização?
2) Se o suicídio ocorreu ANTES dos dois primeiros anos do contrato: NÃO. O beneficiário não terá
direito ao capital estipulado quando o segurado se suicida nos primeiros dois anos de vigência inicial
do contrato ou nos dois primeiros anos depois de o contrato ter sido reiniciado (recondução) depois de
um tempo suspenso (art. 798 do CC).
Obs: o beneficiário não terá direito à indenização, mas receberá o valor da reserva técnica já formada, ou seja,
terá direito à quantia que o segurado pagou a título de prêmio para a seguradora. A seguradora será obrigada a
devolver ao beneficiário o montante da reserva técnica já formada mesmo que fique provado que o segurado
premeditou o suicídio.
3) Se o suicídio ocorrer depois dos dois primeiros anos do contrato, será devida a indenização ainda que exista
cláusula expressa em contrário.
Obs: é nula a cláusula contratual que exclua a indenização da seguradora em caso de suicídio ocorrido depois
dos dois primeiros anos do contrato (art. 798, parágrafo único, CC). Assim, se o suicídio ocorre depois dos dois
primeiros anos, é devida a indenização ainda que exista cláusula expressa dizendo que a seguradora não deve
indenizar.
SÚMULA Nº 109: É DEVIDA A MULTA PREVISTA NO ART. 15, § 6º, DA LEI 1300, DE 28/12/1950, AINDA
QUE A DESOCUPAÇÃO DO IMÓVEL TENHA RESULTADO DA NOTIFICAÇÃO E NÃO HAJA SIDO
PROPOSTA AÇÃO DE DESPEJO. (SUPERADA)
SÚMULA Nº 110: O IMPOSTO DE TRANSMISSÃO “INTER VIVOS” NÃO INCIDE SOBRE A CONSTRUÇÃO,
OU PARTE DELA, REALIZADA PELO ADQUIRENTE, MAS SOBRE O QUE TIVER SIDO CONSTRUÍDO AO
TEMPO DA ALIENAÇÃO DO TERRENO.
SÚMULA Nº 113: O IMPOSTO DE TRANSMISSÃO “CAUSA MORTIS” É CALCULADO SOBRE O VALOR DOS
BENS NA DATA DA AVALIAÇÃO. (SUPERADA)
(PGEGO-2010): De acordo com a Constituição Federal e a jurisprudência assentada no STF, o Imposto sobre a
Transmissão Causa Mortis e Doação tem a data da abertura da sucessão como o momento de ocorrência do fato
gerador e fixação da alíquota aplicável, porém não é exigível antes da homologação do cálculo. BL: S. 112 e 114,
STF. (trib.)
SÚMULA Nº 117: A LEI ESTADUAL PODE FAZER VARIAR A ALÍQUOTA DO IMPOSTO DE VENDAS E
CONSIGNAÇÕES EM RAZÃO DA ESPÉCIE DO PRODUTO. (SUPERADA)
SÚMULA Nº 120: PAREDE DE TIJOLOS DE VIDRO TRANSLÚCIDO PODE SER LEVANTADA A MENOS DE
METRO E MEIO DO PRÉDIO VIZINHO, NÃO IMPORTANDO SERVIDÃO SOBRE ELE.
OBS: Válida. Ressalte-se que, para ser permitido, esse vidro translúcido não pode ser transparente a ponto de
permitir a visão direta do imóvel do vizinho, hipótese na qual estaria violado o seu direito à privacidade.
OBS: Válida, como regra geral, mas há ressalva, não podendo ser interpretada de forma absoluta,
considerando que é possível a capitalização se for expressamente pactuada e desde que haja legislação
específica que a autorize.
OBS: A capitalização de juros, também chamada de anatocismo, ocorre quando os juros são calculados sobre os
próprios juros devidos.
OBS: A capitalização ANUAL de juros é permitida, seja para contratos bancários ou não-bancários.
OBS: A capitalização de juros com periodicidade inferior a um ano, em regra, é vedada. Exceção: é permitida a
capitalização de juros com periodicidade inferior a um ano em contratos de mútuo BANCÁRIO celebrados após
31 de março de 2000, data da publicação da MP 1.963-17/2000 (atual MP 2.170-36/2001), desde que
expressamente pactuada (STJ, Resp 1112879/PR).
OBS: A capitalização dos juros em periodicidade inferior à anual deve vir pactuada de forma expressa e clara.
Para isso, basta que, no contrato, esteja prevista a taxa de juros anual superior ao duodécuplo da mensal. Os
bancos não precisam dizer expressamente no contrato que estão adotando a “capitalização de juros”, bastando
explicitar com clareza as taxas cobradas (STJ, 2ª Seção, Resp 973.827/RS, j. 27/6/2012).
SÚMULA Nº 122: O ENFITEUTA PODE PURGAR A MORA ENQUANTO NÃO DECRETADO O COMISSO
POR SENTENÇA.
SÚMULA Nº 123: SENDO A LOCAÇÃO REGIDA PELO DECRETO 24150, DE 20/4/1934, O LOCATÁRIO NÃO
TEM DIREITO À PURGAÇÃO DA MORA PREVISTA NA LEI 1300, DE 28/12/1950. (SUPERADA)
SÚMULA Nº 124: É INCONSTITUCIONAL O ADICIONAL DO IMPOSTO DE VENDAS E CONSIGNAÇÕES
COBRADO PELO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO SOBRE CAFÉS DA COTA DE EXPURGO ENTREGUES AO
INSTITUTO BRASILEIRO DO CAFÉ. (SUPERADA)
SÚMULA Nº 130: A TAXA DE DESPACHO ADUANEIRO (ART. 66 DA LEI 3244, DE 14/8/1957) CONTINUA A
SER EXIGÍVEL APÓS O DECRETO LEGISLATIVO 14, DE 25/8/1960, QUE APROVOU ALTERAÇÕES
INTRODUZIDAS NO ACORDO GERAL SOBRE TARIFAS ADUANEIRAS E COMÉRCIO (GATT). (SUPERADA)
SÚMULA Nº 131: A TAXA DE DESPACHO ADUANEIRO (ART. 66 DA LEI 3244, DE 14/8/1957) CONTINUA A
SER EXIGÍVEL APÓS O DECRETO LEGISLATIVO 14, DE 25/8/1960, MESMO PARA AS MERCADORIAS
INCLUÍDAS NA VIGENTE LISTA III DO ACORDO GERAL SOBRE TARIFAS ADUANEIRAS E COMÉRCIO
(GATT). (SUPERADA)
SÚMULA Nº 141: NÃO INCIDE A TAXA DE PREVIDÊNCIA SOCIAL SOBRE COMBUSTÍVEIS. (SUPERADA)
SÚMULA Nº 142: NÃO É DEVIDA A TAXA DE PREVIDÊNCIA SOCIAL SOBRE MERCADORIAS ISENTAS DO
IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO. (SUPERADA)
SÚMULA Nº 145: NÃO HÁ CRIME, QUANDO A PREPARAÇÃO DO FLAGRANTE PELA POLÍCIA TORNA
IMPOSSÍVEL A SUA CONSUMAÇÃO. (DPESP-2006) (TJTO-2007) (TJDFT-2007) (DPU-2007) (TJMS-2008)
(DPECE-2008) (MPCE-2011) (TJRS-2018)
OBS: Importante. Essa súmula retrata o chamado “flagrante preparado”, também chamado de “flagrante
provocado”, “crime de ensaio” ou “delito putativo por obra do agente provocador”. Ocorre o flagrante
preparado (provocado) quando alguém instiga o indivíduo a praticar o crime com o objetivo de prendê-lo em
flagrante no momento em que ele o estiver cometendo. O flagrante preparado é hipótese de crime impossível e
o indivíduo instigado não responderá penalmente, sendo sua conduta considerada atípica.
OBS: Uma situação recorrente, mas em que não se aplica o enunciado 145 da súmula do STF, é a de policiais
que se passam por consumidores de droga e prendem agente que com eles negociou o tóxico. Nesses casos, por
ser o tráfico de droga crime de ação múltipla, há consumação com a mera guarda da substância, sendo
impróprio se falar em flagrante preparado. Nesse caso, o agente já havia consumado o delito antes mesmo da
negociação dos policiais, sendo próprio o flagrante (STF. 2ª T. HC 105.929, Rel. Min. Gilmar Mendes, j. 24.05.11).
(MPPR-2011): É válida a prisão em flagrante se chega à polícia a informação da iminente prática de um delito e
esta se desloca para o local onde ocorrerá a suposta infração e aguarda o início da realização dos atos de
execução, impedindo sua consumação e exaurimento. BL: S. 145, STF. (proc. penal)
##Atenção: Perceba que a questão não fala que houve por parte da polícia qualquer preparação do flagrante,
até porque chegou ao seu conhecimento notícia de “suposta” infração. Assim, não incide o teor da Súmula 145
do STF. Desse modo, houve o flagrante esperado, perfeitamente lícito aos olhos do sistema jurídico pátrio. Nas
palavras de Paulo Rangel: “O flagrante esperado ocorre quando o sujeito age, independentemente de provocação ou
induzimento de quem quer que seja, sendo preso por policiais (ou terceiras pessoas) que, simplesmente, já o aguardavam.
Portanto, tendo os policiais conhecimento de que uma infração penal irá ocorrer em determinado lugar, colocando-se de
atalaia e aguardam a ocorrência da mesma, a hipótese será de flagrante esperado. (...) Destarte, ocorrendo o flagrante
esperado, a prisão é MANIFESTAMENTE LEGAL e o instituto da contracautela será a liberdade provisória, nos precisos
termos do art. 310 do CPP.” (Direito Processual Penal 13 edição, fls. 605/606).
(TRF4-2009): Assinale a alternativa correta: A Súmula 145 do STF (“Não há crime, quando a preparação do flagrante
pela polícia torna impossível a sua consumação”) passou, pela mesma Corte, a ser interpretada como a dar validade
ao flagrante esperado; de outro lado, negando validade ao flagrante provocado pelo agente da prisão. BL: art.
145, STF.
OBS: Superada. Lei n° 11.101/2005: “art. 182. A prescrição dos crimes previstos nesta Lei reger-se-á pelas disposições do
Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal, começando a correr do dia da decretação da falência, da
concessão da recuperação judicial ou da homologação do plano de recuperação extrajudicial.”
OBS: Importante. Vide art. 27 do ECA. Quanto à petição de herança e anulação de partilha, o prazo
prescricional é de 10 anos (art. 205, CC). Assim, a pessoa não terá prazo para buscar o reconhecimento da
filiação, mas terá 10 anos para pleitear os direitos sucessórios. Deve-se esclarecer que a ação negatória de
paternidade proposta pelo pai registral contra o filho também é imprescritível (art. 1601, CC).
(MPPE-2002-FCC): Ronaldo pretendia ajuizar ação de investigação de paternidade contra Édison, que há 25
anos conhecia como seu suposto pai. Sabendo-se que Édison morreu ontem, no estado de casado no regime da
comunhão universal de bens e que deixou dois filhos, Ronaldo deve propor a ação contra os herdeiros de
Édison para demandar o reconhecimento da filiação. BL: S. 149, STF e Resp. 1.028.503/MG, STJ.
##Atenção: Segundo Flávio Tartuce e José Fernando Simão, “a ação investigatória de paternidade, por ter
natureza declaratória e por envolver estado de pessoas, não está sujeita a prazos decadenciais, sendo um direito
indisponível do investigante. Nos casos de menores é clara a norma do artigo 27, do ECA, que dispõe: “ O
reconhecimento do estado de filiação é direito personalíssimo, indisponível e imprescritível, podendo ser exercitado contra os
pais ou seus herdeiros, sem qualquer restrição, observado o segredo de justiça”. Também para os casos envolvendo
maiores, a inexistência de prazo decadencial ou prescricional para a propositura da ação de investigação do
vínculo filial é confirmada pela Súmula 149 do STF.” (Fonte: TARTUCE, Flávio; SIMÃO, José Fernando. Direito
Civil, vol. 5. 5ª edição. Ed. Método). Além disso, vejamos o seguinte julgado do STJ sobre o tema: “AÇÃO
RESCISÓRIA. INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE. AUSÊNCIA DE CITAÇÃO DELITISCONSORTE
NECESSÁRIO. NECESSIDADE DE PARTICIPAÇÃO DO HERDEIRO DOSUPOSTO PAI NO PÓLO PASSIVO
DA INVESTIGATÓRIA (ART. 363 DO CC/16).NULIDADE RECONHECIDA.1. A ação de reconhecimento de
paternidade post mortem deve necessariamente ser proposta contra todos os herdeiros do falecido . 2. É cabível a
ação rescisória para desconstituição de sentença homologatória de acordo com trânsito em julgado.3. Recurso especial
parcialmente provido.” (STJ, Resp. 1.028.503/MG, Rel. Min. Nancy Andrighi, 3ª Turma, DJU: 09/11/10).
(TJMG-2012-VUNESP): Prescreve a execução no mesmo prazo de prescrição da ação. BL: S. 150, STF.
OBS: Válida. Nesse sentido, STJ, 4ª T. Resp 1.278.722-PR, Rel. Min. Luis Felipe Salomão. J. 24/5/16 (Info 586).
OBS: Importante. Assim, mesmo que a defesa não tenha sido intimada da expedição da precatória, isso não
significa necessariamente que haverá nulidade. Para que o ato seja anulado, é necessário que a defesa alegue o
vício no tempo oportuno e demonstre a ocorrência de prejuízo sofrido.
Vale ressaltar que a simples prolação de sentença condenatória não revela, por si só, o prejuízo sofrido em
virtude da suposta nulidade, pois o édito condenatório pode se embasar em arcabouço probatório mais amplo,
sendo imprescindível a real demonstração de que a oitiva da testemunha em tela, com a prévia intimação do
advogado do réu, poderia determinar desfecho diverso (STJ HC 265.989/PE, j. 13/8/13).
(TJPA-2019-CESPE): Acerca de princípios processuais constitucionais, assinale a opção correta: Fere os princípios
do contraditório e da ampla defesa a não intimação da defesa acerca da expedição de carta precatória para oitiva
de testemunha arrolada residente em outra comarca. BL: S. 273, STJ1 e S. 155, STF.
SÚMULA Nº 156: É ABSOLUTA A NULIDADE DO JULGAMENTO, PELO JÚRI, POR FALTA DE QUESITO
OBRIGATÓRIO. (MPSP-2005) (MPMT-2014) (TJDFT-2015) (TJSP-2018) (TJBA-2019)
OBS: Há polêmica se ainda persiste sendo válida. Vide art. 2º, §3º: “Art. 2º. (...)§ 3º É vedada a desapropriação, pelos
Estados, Distrito Federal, Territórios e Municípios de ações, cotas e direitos representativos do capital de instituições e
empresas cujo funcionamento dependa de autorização do Governo Federal e se subordine à sua fiscalização, salvo mediante
prévia autorização, por decreto do Presidente da República”.
(TJSP-2013-VUNESP): Serviços de docas explorados por companhia privada, confiados por concessão da União,
têm seus bens desapropriados pelo Estado. Com relação à hipótese, assinale a alternativa correta: É legal a
desapropriação pelo Estado, desde que haja prévia autorização do Presidente da República. BL: art. 2º, §3º, Dec.
3365 e Súmula 157 do STF.
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Súmula 273-STJ: Intimada a defesa da expedição da carta precatória, torna-se desnecessária intimação da data da
audiência no juízo deprecado..
OBS: A 2ª Turma do STF, Relator Min. Carlos Madeira; ao julgar o RE 115.665, por unanimidade acórdão de
18.3.1088, afirmou: “Desapropriação, por município de imóvel pertencente à Rede Ferroviária Federal. Não
havendo dúvida de que o imóvel integra o patrimônio da União Federal e como tal está abrangido pela norma o
§ 3º do art. 2º do Dec.-lei 3.365/41, com a redação dada pelo Dec.-lei 856/69, a sua desapropriação só é possível
após a autorização do Presidente da República”.
SÚMULA Nº 159: COBRANÇA EXCESSIVA, MAS DE BOA-FÉ, NÃO DÁ LUGAR ÀS SANÇÕES DO ART. 1531
DO CÓDIGO CIVIL [atual art. 940 do CC/2002]. (TJDFT-2011) (TJSP-2013)
OBS: Importante. A Súmula continua válida, mas o art. 1531 (do CC/1916), mencionado no enunciado, é o atual
art. 940 do CC/02: “Aquele que demandar por dívida já paga, no todo ou em parte, sem ressalvar as quantias recebidas ou
pedir mais do que for devido, ficará obrigado a pagar ao devedor, no primeiro caso, o dobro do que houver cobrado e, no
segundo, o equivalente do que dele exigir, salvo se houver prescrição”.
OBS: Para que incida o art. 940, é necessário que o credor tenha exigido judicialmente a dívida já paga
(“demandar” = exigir em juízo).
OBS: Segundo a jurisprudência, são exigidos dois requisitos para a aplicação do art. 940: a) cobrança da dívida
paga (no todo ou em parte), sem ressalvar as quantias recebidas; b) má-fé do cobrador (dolo). Por isso, continua
válida a Súmula 159 do STF.
OBS: Se for uma relação de consumo, o assunto tem um tratamento peculiar no § único do art. 42 do CDC.
SÚMULA Nº 160: É NULA A DECISÃO DO TRIBUNAL QUE ACOLHE, CONTRA O RÉU, NULIDADE NÃO
ARGÜIDA NO RECURSO DA ACUSAÇÃO, RESSALVADOS OS CASOS DE RECURSO DE OFÍCIO. (TJSE-
2008) (MPBA-2010) (MPF-2005/2011/2012) (TJMT-2014) (TJCE-2014) (TJDFT-2015) (TJRR-2015) (TJPR-2017)
(MPSP-2017) (TJSP-2011/2018) (TJAL-2019) (TJPA-2019)
##Atenção: Válida. Trata-se de aplicação do princípio da non reformatio in pejus, que impede o agravamento
da situação do réu sem uma manifestação formal e tempestiva da acusação nesse sentido.
O art. 617 do CPP proíbe que a situação do réu seja agravada quando apenas ele recorre. Desse modo, ainda que
haja nulidade absoluta no processo, esta não poderá ser reconhecida em prejuízo ao réu se apenas a defesa
houver recorrido. Essa é a inteligência do enunciado 160 do STF (STJ HC 233.856/SP, j. 15/10/13).
##Atenção: A regra é que o juiz de 2ª instância não tem a mesma liberdade que tem o juiz de primeira instância,
pois está limitado a julgar aquilo que foi objeto de impugnação. Mas há exceção: quando se tratar de recurso de
ofício/duplo grau obrigatório/reexame necessário, a devolução é ampla, total e irrestrita. Assim, tudo o que foi
objeto de análise na primeira instância também pode ser objeto de análise na 2ª instância. Partindo da premissa
de que na primeira instância o juiz pode conhecer nulidades de ofício, na segunda instância também poderia
fazê-lo. Portanto, nos casos de recurso de ofício, o Tribunal pode reconhecer nulidade (no caso, absoluta, porque
a relativa já teria precluído). Essa nulidade pode ser favorável ou prejudicial ao acusado, já que a integralidade
da matéria é devolvida ao juízo ad quem. Um dos efeitos dos recursos é o translativo. Ele “consiste
na devolução ao juízo ad quem de toda a matéria não atingida pela preclusão. Diz-se dotado de efeito
translativo o recurso que, uma vez interposto, tem o condão de devolver ao Tribunal o poder de apreciar
qualquer matéria em favor ou contra qualquer das partes. No âmbito processual penal, o único recurso que é
dotado desse efeito é o impropriamente denominado recurso de ofício. Segundo a doutrina majoritária e os
Tribunais Superiores, o recurso de ofício foi recepcionado pela Constituição Federal de 1988 – não obstante a
nomenclatura “recurso de ofício”, ele funcionaria como uma condição de eficácia da decisão. Quando cabe
recurso de ofício? De acordo com o CPP, art. 574: “Os recursos serão voluntários, excetuando-se os seguintes casos, em
que deverão ser interpostos, de ofício, pelo juiz: I – da sentença que conceder habeas corpus; II – [tal hipótese foi
tacitamente revogada pela reforma processual de 2008 – Lei n. 11.689/08. Conforme a maioria da doutrina –
Andrey Borges de Mendonça – a partir do momento em que a lei do Júri não mais previu o recurso de ofício
contra a decisão de absolvição sumária, o ideal seria concluir que tal inciso teria sido tacitamente revogado.]”.
Além do dispositivo citado, há outros que também fazem referência expressa ao cabimento do recurso de
ofício: Sentença concessiva de HC (CPP, art. 574, I); Decisão concessiva de reabilitação (CPP, art. 746); Decisão
absolutória ou de arquivamento de autos em crime contra a economia popular ou contra a saúde pública (Lei
1.521/51, art. 7º) e Sentença concessiva de MS (Lei 12.016/09, art. 14, §1º).
(TJBA-2012-CESPE): O órgão julgador de segunda instância não pode reconhecer, de ofício, nulidade não
invocada no recurso da acusação, ainda que de caráter absoluto, em desfavor do réu. BL: S. 160, STF.
##Atenção: ##STJ: “Não pode o órgão julgador de segunda instância reconhecer, de ofício, nulidade não
invocada no recurso da acusação, mesmo sendo ela de caráter absoluto (aplicação da Súmula 160 do STF), devendo
ficar limitado à matéria impugnada pelo recorrente.” (HC 73180/SC, 5ª T, Rel. Min. Jane Silva (Desa. Conv. Do
TJ/MG). III – No presente caso restou evidente a infringência à Súmula editada pelo e. Supremo Tribunal Federal,
porquanto declarada a incompetência absoluta do juízo que havia, em decisão anteriormente proferida, rejeitado a denúncia,
sem que tal matéria tenha sido veiculada nas razões do recurso manejado pelo querelante. Recurso especial provido.” (STJ, 5ª.
T. Resp 941.910/RS, Min. Rel. Felix Fischer, j. 18/12/07).
OBS: Válida. Renato Brasileiro explica que, por força da Lei 11.689/08, as agravantes e atenuantes não são mais
quesitadas aos jurados. No entanto, as circunstâncias agravantes mencionadas pela súmula devem ser
entendidas em sentido amplo, abrangendo não apenas as circunstâncias agravantes em sentido estrito, como
também qualificadoras e causas de aumento de pena (ob. Cit., p. 1.409). Desse modo, a súmula continuaria sendo
aplicável nesses casos.
A Súmula 162 do STF fala em “agravantes”. Embora as agravantes não mais sejam objeto de quesitação, a
doutrina majoritária entende que por “agravantes” deve se entender quaisquer quesitos que impliquem em
aumento de pena/da acusação.
(TJPA-2019-CESPE): Acerca de processo e julgamento de crimes dolosos contra a vida assinale a opção correta:
Será absoluta a nulidade do julgamento pelo júri quando os quesitos da defesa não precedem aos das
circunstâncias agravantes. BL: S. 162, STF.
SÚMULA Nº 163: SALVO CONTRA A FAZENDA PÚBLICA, SENDO A OBRIGAÇÃO ILÍQUIDA, CONTAM-SE
OS JUROS MORATÓRIOS DESDE A CITAÇÃO INICIAL PARA A AÇÃO.
OBS: Superada, em parte. A primeira parte dessa súmula (“Salvo contra a Fazenda Pública”) não é mais válida
por força da Lei 4414/64. Assim, sendo a obrigação ilíquida, contam-se os juros moratórios desde a citação
inicial, mesmo que seja uma ação contra a Fazenda Pública.
OBS: Art. 405 do CC/02: “Contam-se os juros de mora desde a citação inicial”.
OBS: Válida, mas pouco relevante. No CC-1916 existia uma forma de direito real chamada de enfiteuse.
Segundo a lei revogada, a enfiteuse se extinguia pelo comisso, quando o foreiro deixava de pagar as pensões
devidas por 3 anos consecutivos. Segundo o STF, essa extinção pelo comisso dependia de sentença. O CC/02
proibiu a constituição de novas enfiteuses (aforamentos), continuando a existir aquelas que já haviam sido
constituídas (elas são regidas pelo CC-1916).
SÚMULA Nº 175: ADMITE-SE A RETOMADA DE IMÓVEL ALUGADO PARA USO DE FILHO QUE VAI
CONTRAIR MATRIMÔNIO. (SUPERADA)
SÚMULA Nº 176: O PROMITENTE COMPRADOR, NAS CONDIÇÕES PREVISTAS NA LEI 1300, DE
28/12/1950, PODE RETOMAR O IMÓVEL LOCADO. (SUPERADA)
SÚMULA Nº 179: O ALUGUEL ARBITRADO JUDICIALMENTE NOS TERMOS DA LEI 3085, DE 29/12/1956,
ART. 6º, VIGORA A PARTIR DA DATA DO LAUDO PERICIAL. (SUPERADA)
SÚMULA Nº 181: NA RETOMADA, PARA CONSTRUÇÃO MAIS ÚTIL DE IMÓVEL SUJEITO AO DECRETO
24150, DE 20/4/1934, É SEMPRE DEVIDA INDENIZAÇÃO PARA DESPESAS DE MUDANÇA DO
LOCATÁRIO. (SUPERADA)
SÚMULA Nº 182: NÃO IMPEDE O REAJUSTAMENTO DO DÉBITO PECUÁRIO, NOS TERMOS DA LEI 1002,
DE 24/12/1949, A FALTA DE CANCELAMENTO DA RENÚNCIA À MORATÓRIA DA LEI 209, DE 2/1/1948.
(SUPERADA)
##Atenção: É o mesmo teor do art. 735 do CC/02: “A responsabilidade contratual do transportador por acidente
com o passageiro não é elidida por culpa de terceiro, contra o qual tem ação regressiva.”
SÚMULA Nº 188: O SEGURADOR TEM AÇÃO REGRESSIVA CONTRA O CAUSADOR DO DANO, PELO
QUE EFETIVAMENTE PAGOU, ATÉ AO LIMITE PREVISTO NO CONTRATO DE SEGURO. (TJRS-2012)
(Procurador/IPSM-2018)
(TJPA-2019-CESPE): Francisco deixou seu veículo sob a guarda de manobrista disponibilizado e vinculado ao
restaurante onde jantava. Ao sair do estabelecimento e solicitar seu veículo ao manobrista, Francisco foi
informado de que o veículo havia sido furtado. Em razão disso, ele prontamente acionou a seguradora do
veículo, que veio a cobrir o prejuízo. Por sua vez, a seguradora moveu ação contra o restaurante, para se ressarcir
dos valores pago a Francisco. Considerando essa situação hipotética, assinale a opção correspondente à razão
correta de alegação da seguradora para se ressarcir do prejuízo: sub-rogação no pagamento. BL: art. 786, CC e
Súmula 188, STF.
##Atenção: Nas hipóteses de seguro de dano, a sub-rogação limita-se ao valor da indenização paga pela
seguradora, consoante dispõe o art. 786, caput do CC/02 e Súmula 188 do STF. Nesse caso, a sub-rogação no
seguro de dano tem como pressuposto o prévio pagamento, isto é, tal sub-rogação no seguro é efeito e
consequência de um pagamento. Por outro lado, tal disposição legal não é reproduzida na parte do CC/02 em
relação ao seguro de pessoas, sendo expressamente proibida, portanto, a sub-rogação, nos termos do art. 800, CC.
(Anal. Legisl./Câm. Deputados-2014-CESPE): A respeito dos títulos de crédito, julgue o item subsecutivo:
Presumem-se simultâneos os avais em branco e superpostos. BL: S. 189, STF.
##Atenção: ##Cartórios/TJMG-2019: ##Consulpan: ##Comentário site Qconcursos: O aval poderá ser lançado
por uma (simples) ou mais pessoas (plural). Quando realizado por mais de uma pessoa (plural), poderá ser
sucessivo ou simultâneo. No AVAL SIMULTÂNEO (CO-AVAL) – duas ou mais pessoas avalizam o título
conjuntamente, garantido, de forma simultânea, a mesma obrigação cambial. No aval simultâneo existe relação
jurídica externa e interna. Entre os coavalistas existe uma relação jurídica de direto interno, sendo assim, se a
obrigação é avalizada por dois avalistas e um deles for demandado individualmente e efetuar o pagamento do
título, só poderá cobrar do outro avalista, em ação de regresso, a metade do valor. Isto ocorre porque a
responsabilidade existente entre os avalistas, no aval simultâneo, é solidária civil e não cambiária. O avalista,
porém, poderá cobrar do seu avalizado a quantia integral (pois entre eles a solidariedade é de natureza
cambiária).
(TJRJ-2012-VUNESP): Com relação aos avais simultâneos, o pagamento do título por um dos avalistas não libera
o devedor principal do direito de regresso em favor do que pagou. BL: S. 189, STF.
##Atenção: Em resumo, no aval sucessivo, um avalista garante outro avalista. Por outro lado, no aval
simultâneo, teremos dois ou mais avalistas garantindo diretamente o mesmo avalizado. Logo, a principal
diferença nos avais plurais é com relação ao direito de regresso entre os avalistas.
SÚMULA Nº 190: O NÃO PAGAMENTO DE TÍTULO VENCIDO HÁ MAIS DE TRINTA DIAS, SEM
PROTESTO, NÃO IMPEDE A CONCORDATA PREVENTIVA. (SUPERADA)
SÚMULA Nº 192: NÃO SE INCLUI NO CRÉDITO HABILITADO EM FALÊNCIA A MULTA FISCAL COM
EFEITO DE PENA ADMINISTRATIVA. (SUPERADA)
SÚMULA Nº 193: PARA A RESTITUIÇÃO PREVISTA NO ART. 76, § 2º, DA LEI DE FALÊNCIAS, CONTA-SE O
PRAZO DE QUINZE DIAS DA ENTREGA DA COISA E NÃO DA SUA REMESSA.
OBS: Válida. O art. 76, §2º mencionado no enunciado refere-se à antiga Lei de Falências. A atual Lei de Falências
manteve a mesma regra no art. 85, § único.
Art. 85. O proprietário de bem arrecadado no processo de falência ou que se encontre em poder do
devedor na data da decretação da falência poderá pedir sua restituição.
Parágrafo único. Também pode ser pedida a restituição de coisa vendida a crédito e entregue ao
devedor nos 15 (quinze) dias anteriores ao requerimento de sua falência, se ainda não alienada.
SÚMULA Nº 196: AINDA QUE EXERÇA ATIVIDADE RURAL, O EMPREGADO DE EMPRESA INDUSTRIAL
OU COMERCIAL É CLASSIFICADO DE ACORDO COM A CATEGORIA DO EMPREGADOR.
SÚMULA Nº 200: NÃO É INCONSTITUCIONAL A LEI 1530, DE 26/12/1951, QUE MANDA INCLUIR NA
INDENIZAÇÃO POR DESPEDIDA INJUSTA PARCELA CORRESPONDENTE A FÉRIAS PROPORCIONAIS.
(SUPERADA)
SÚMULA Nº 201: O VENDEDOR PRACISTA, REMUNERADO MEDIANTE COMISSÃO, NÃO TEM DIREITO
AO REPOUSO SEMANAL REMUNERADO. (SUPERADA)
SÚMULA Nº 203: NÃO ESTÁ SUJEITA À VACÂNCIA DE 60 DIAS A VIGÊNCIA DE NOVOS NÍVEIS DE
SALÁRIO MÍNIMO. (SUPERADA)
SÚMULA Nº 205: TEM DIREITO A SALÁRIO INTEGRAL O MENOR NÃO SUJEITO A APRENDIZAGEM
METÓDICA. (SUPERADA)
SÚMULA Nº 206: É NULO O JULGAMENTO ULTERIOR PELO JÚRI COM A PARTICIPAÇÃO DE JURADO
QUE FUNCIONOU EM JULGAMENTO ANTERIOR DO MESMO PROCESSO. (TJSE-2008) (TJDFT-2007/2015)
(TJSP-2017/2018) (TJAL-2019)
OBS: A maioria da doutrina defende que essa súmula foi superada. Isso porque a Lei 12.403/11 alterou o art.
311 do CPP permitindo que o assistente do MP tenha legitimidade para requerer a decretação da prisão
preventiva do réu. Logo, ele também tem legitimidade para recorrer contra a decisão concessiva de habeas
corpus.
##Atenção: ##TJBA-2019: ##CESPE: O STF, aplicando sua própria Súmula 210 e evocando os arts. 5º, inc. LIX e
29 da CF, admitiu a possibilidade do assistente de acusação recorrer de decisão de absolvição, não recorrida
pelo MP. (Notícias STF Quinta-feira, 10 de junho de 2010)
SÚMULA Nº 211: CONTRA A DECISÃO PROFERIDA SOBRE O AGRAVO NO AUTO DO PROCESSO, POR
OCASIÃO DO JULGAMENTO DA APELAÇÃO, NÃO SE ADMITEM EMBARGOS INFRINGENTES OU DE
NULIDADE. (SUPERADA)
SÚMULA Nº 214: A DURAÇÃO LEGAL DA HORA DE SERVIÇO NOTURNO (52 MINUTOS E 30 SEGUNDOS)
CONSTITUI VANTAGEM SUPLEMENTAR QUE NÃO DISPENSA O SALÁRIO ADICIONAL.
OBS: Válida. Absolvição da instância era como o CPC-1939 denominava a extinção do processo sem resolução
do mérito. A regra da súmula é expressamente prevista no art. 485, § 1°, do CPC/15: “’§ 1° Nas hipóteses descritas
nos incisos II e III, a parte será intimada pessoalmente para suprir a falta no prazo de 5 (cinco) dias.” Além da
intimação do autor, o STJ exige também, para a extinção do processo por abandono da causa, que o réu tenha
requerido expressamente essa providência. Veja a Súmula 240-STJ: “A extinção do processo, por abandono da causa
pelo autor, depende de requerimento do réu”.
OBS: Superada. Vale ressaltar que, por meio da Res. 185/2012, foi cancelada a Súmula 136 do TST, que tinha a
seguinte redação: “Não se aplica às Varas do Trabalho o princípio da identidade física do juiz”. Assim, o entendimento
atualmente majoritário é no sentido de que o princípio da identidade física do juiz, previsto no art. 132 do CPC,
é aplicável também ao processo do trabalho.
SÚMULA Nº 223: CONCEDIDA ISENÇÃO DE CUSTAS AO EMPREGADO, POR ELAS NÃO RESPONDE O
SINDICATO QUE O REPRESENTA EM JUÍZO.
SÚMULA Nº 224: OS JUROS DA MORA, NAS RECLAMAÇÕES TRABALHISTAS, SÃO CONTADOS DESDE A
NOTIFICAÇÃO INICIAL. (SUPERADA)
OBS: Válida. Vide Súmula 12 do TST: “As anotações apostas pelo empregador na carteira profissional do empregado
não geram presunção “juris et de jure”, mas apenas “juris tantum”.”
SÚMULA Nº 226: NA AÇÃO DE DESQUITE, OS ALIMENTOS SÃO DEVIDOS DESDE A INICIAL E NÃO DA
DATA DA DECISÃO QUE OS CONCEDE.
OBS: Válida. Atualmente, a Lei não fala mais em concordata, mas sim em recuperação judicial.
SÚMULA Nº 228: NÃO É PROVISÓRIA A EXECUÇÃO NA PENDÊNCIA DE RECURSO EXTRAORDINÁRIO,
OU DE AGRAVO DESTINADO A FAZÊ-LO ADMITIR. (SUPERADA)
SÚMULA Nº 231: O REVEL, EM PROCESSO CÍVEL, PODE PRODUZIR PROVAS, DESDE QUE
COMPAREÇA EM TEMPO OPORTUNO. (PGEPB-2008) (MPRO-2008) (TJDFT-2012) (MPT-2012) (MPF-2012)
(MPGO-2014) (TRT21-2015) (MPMS-2015)
OBS: O revel poderá intervir no processo em qualquer fase, recebendo-o no estado em que se encontrar (art.
346, § único, NCPC).
SÚMULA Nº 232: EM CASO DE ACIDENTE DO TRABALHO, SÃO DEVIDAS DIÁRIAS ATÉ DOZE MESES, AS
QUAIS NÃO SE CONFUNDEM COM A INDENIZAÇÃO ACIDENTÁRIA NEM COM O AUXÍLIO-
ENFERMIDADE. (SUPERADA)
SÚMULA Nº 233: SALVO EM CASO DE DIVERGÊNCIA QUALIFICADA (LEI 623/1949), NÃO CABE
RECURSO DE EMBARGOS CONTRA DECISÃO QUE NEGA PROVIMENTO A AGRAVO OU NÃO CONHECE
DE RECURSO EXTRAORDINÁRIO, AINDA QUE POR MAIORIA DE VOTOS. (SUPERADA)
OBS: Polêmica. Importante que você saiba a recente OJ 421 da SDI-I do TST: “A condenação em honorários
advocatícios nos autos de ação de indenização por danos morais e materiais decorrentes de acidente de trabalho ou de doença
profissional, remetida à Justiça do Trabalho após ajuizamento na Justiça comum, antes da vigência da Emenda
Constitucional n° 45/2004, decorre da mera sucumbência, nos termos do art. 20 do CPC, não se sujeitando aos requisitos da
Lei nº 5.584/1970.”
OBS: Válida, mas a interpretação deve ser feita nos termos do que foi explicado nos comentários à SV 22-STF.
Ação proposta pelo acidentado (seu cônjuge, demais herdeiros ou dependentes) contra o empregador
pedindo indenização por danos morais e materiais decorrentes de acidente de trabalho: competência da
Justiça do TRABALHO.
Ação proposta pelo acidentado (seu cônjuge, demais herdeiros ou dependentes) contra o INSS
pleiteando benefício decorrente de acidente de trabalho: competência da justiça comum ESTADUAL.
Ação proposta pelo acidentado (seu cônjuge, demais herdeiros ou dependentes) contra o INSS
pleiteando benefício decorrente de acidente de outra natureza (que não seja acidente de trabalho):
competência da Justiça FEDERAL (STJ AgRg no CC 118.348/SP, j. 29/02/2012).
SÚMULA Nº 236: EM AÇÃO DE ACIDENTE DO TRABALHO, A AUTARQUIA SEGURADORA NÃO TEM
ISENÇÃO DE CUSTAS. (SUPERADA)
SÚMULA Nº 237: O USUCAPIÃO PODE SER ARGUIDO EM DEFESA. (TRF5-2011) (MPPR-2012) (TJSP-2015)
(MPMS-2018)
(DPEMT-2016-UFMT): A aquisição de propriedade por meio de usucapião poderá ser arguida em contestação,
mesmo nas ações de reintegração de posse. BL: S. 237, STF.
OBS: Atenção: No livro de Comentários das Súmulas do Dizer o Direito está riscado o texto. Entretanto, o
Enunciado encontra-se plenamente válido.
Acolho os embargos de declaração tão somente para sanar omissão no tocante a incidência da
Súmula 239 da Corte na hipótese dos autos. (...). De qualquer forma, observo que a orientação da
jurisprudência da Corte, há muito, é no sentido de que a referida súmula só é aplicável nas
hipóteses de processo judicial em que tenha sido proferida a decisão transitada em julgado de
exercícios financeiros específicos, e não nas hipóteses em que tenha sido proferida decisão que trate
da própria existência da relação jurídica tributária continuativas, como assentou o acordão
recorrido. [AI 791.071 AgR-ED, rel. min. Dias Toffoli, 1ª T, j. 18-2-14, DJE 53 de 18-3-14.]
Note-se, por oportuno, que o pedido inicial acolhido no acórdão recorrido não é de anulação de
lançamento de exercício financeiro específico, caso em que poderia incidir a Súmula 239/STF, mas,
sim, de declaração de inconstitucionalidade do IPTU progressivo incidente sobre determinados
imóveis ‘enquanto o fundamento para a respectiva cobrança for a legislação atual’. Declarada a
inconstitucionalidade da norma tributária, seu efeito perdura enquanto não ocorrerem alterações
nas circunstâncias fáticas ou jurídicas existentes quando prolatada a decisão. [ARE 704.846 ED, rel.
min. Dias Toffoli, 1ª T, j. 28-5-13, DJE 154 de 8-8-13.]
(TJRJ-2019-VUNESP): Assinale a alternativa que está em conformidade com as súmulas do STF: Decisão que
declara indevida a cobrança do imposto em determinado exercício não faz coisa julgada em relação aos
posteriores. BL: S. 239, STF.
OBS: Válida. A teor da Súmula 241 do STF, editada ao tempo em que o STF acumulava a função de Corte legal, a
contribuição previdenciária incide sobre o abono incorporado ao salário, restando reconhecer, a contrario sensu,
que a contribuição previdenciária não incide sobre o abono não incorporado ao salário (eventual) (STJ. 1ª
Turma. AgRg no Resp 1489437/AL, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, j. 6/8/15).
OBS: Válida, porém deve ser feita uma ressalva. Segundo boa parte da doutrina, esse enunciado somente é
cabível no caso de imunidade formal. Assim, a Súmula 245 do STF não seria aplicável na hipótese de imunidade
material (inviolabilidade parlamentar), prevista no caput do art. 53 da CF/88.
SÚMULA Nº 246: COMPROVADO NÃO TER HAVIDO FRAUDE, NÃO SE CONFIGURA O CRIME DE
EMISSÃO DE CHEQUE SEM FUNDOS. (MPCE-2011) (TJDFT-2012) (TJPE-2013) (TJRS-2018)
OBS: A conduta de emitir cheque sem fundos apenas configura crime se houver fraude. Entretanto, será atípica a
conduta de pré-datar o cheque que, sem dolo ou fraude do emitente, não é descontado por insuficiência de
fundos.
SÚMULA Nº 247: O RELATOR NÃO ADMITIRÁ OS EMBARGOS DA LEI 623, DE 19/2/1949, (DE
DIVERGÊNCIA), NEM DELES CONHECERÁ O SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, QUANDO HOUVER
JURISPRUDÊNCIA FIRME DO PLENÁRIO NO MESMO SENTIDO DA DECISÃO EMBARGADA.
OBS: Válida. Atualmente, essa competência encontra-se expressamente prevista no art. 102, I, “d”, CF/88.
OBS: Válida. Esse enunciado tem um erro técnico: onde se lê “não tendo conhecido” leia-se “não tendo provido”,
tendo em vista que, se o STF examinou a questão discutida, houve exame de mérito do recurso, não sendo
correta a menção ao não-conhecimento (DIDIER). De qualquer forma, se for cobrado o texto literal da súmula na
prova, essa alternativa deverá ser considerada correta.
SÚMULA Nº 250: A INTERVENÇÃO DA UNIÃO DESLOCA O PROCESSO DO JUÍZO CÍVEL COMUM PARA O
FAZENDÁRIO. (SUPERADA)
SÚMULA Nº 251: RESPONDE A REDE FERROVIÁRIA FEDERAL S.A. PERANTE O FORO COMUM E NÃO
PERANTE O JUÍZO ESPECIAL DA FAZENDA NACIONAL, A MENOS QUE A UNIÃO INTERVENHA NA
CAUSA. (SUPERADA)
SÚMULA Nº 252: NA AÇÃO RESCISÓRIA, NÃO ESTÃO IMPEDIDOS JUÍZES QUE PARTICIPARAM DO
JULGAMENTO RESCINDENDO. (PFN-2007) (TRF4-2012) (TJSP-2015)
SÚMULA Nº 253: NOS EMBARGOS DA LEI 623, DE 19/2/1949, NO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, A
DIVERGÊNCIA SOMENTE SERÁ ACOLHIDA, SE TIVER SIDO INDICADA NA PETIÇÃO DE RECURSO
EXTRAORDINÁRIO. (SUPERADA)
OBS: Fredie Didier faz, no entanto, a seguinte ressalva: “as ações meramente declaratórias são ações dúplices. Assim,
durante certo tempo, discutiu-se a possibilidade de reconvenção em tais ações. O STF editou o enunciado 258 da súmula da
sua jurisprudência, em que admite a reconvenção em ação declaratória (...) Esse enunciado deve ser compreendido da
seguinte forma: o réu não pode reconvir para pedir a negação do pedido do autor (inexistência ou existência da
relação jurídica discutida), em razão da falta de interesse, mas pode reconvir para formular outro tipo de
pretensão.” (Curso de Direito Processual Civil. Salvador: JusPodivm, 2013, p. 560).
(TJSP-2015-VUNESP): Acerca da reconvenção, assinale a alternativa correta: É admissível em ação declaratória
de nulidade de cláusula contratual. BL: S. 258, STF.
(MPRN-2009-CESPE): É cabível a propositura de reconvenção em ação declaratória cujo objetivo seja pleitear
outra espécie de tutela jurisdicional. BL: S. 258, STF.
SÚMULA Nº 259: PARA PRODUZIR EFEITO EM JUÍZO NÃO É NECESSÁRIA A INSCRIÇÃO, NO REGISTRO
PÚBLICO, DE DOCUMENTOS DE PROCEDÊNCIA ESTRANGEIRA, AUTENTICADOS POR VIA CONSULAR.
(Analista/CNMP-2015)
OBS: Válida. Segundo o art. 1.191 do CC/02, “o juiz só poderá autorizar a exibição integral dos livros e papéis de
escrituração quando necessária para resolver questões relativas a sucessão, comunhão ou sociedade, administração ou gestão
à conta de outrem, ou em caso de falência”.
(TJSP-2015-VUNESP): O exame de livros comerciais, em ação judicial envolvendo contratos mercantis, fica
limitado aos lançamentos correspondentes às transações entre os litigantes. BL: S. 260, STF.
SÚMULA Nº 262: NÃO CABE MEDIDA POSSESSÓRIA LIMINAR PARA LIBERAÇÃO ALFANDEGÁRIA DE
AUTOMÓVEL.
SÚMULA Nº 263: O POSSUIDOR DEVE SER CITADO PESSOALMENTE PARA A AÇÃO DE USUCAPIÃO.
OBS: Essa súmula pode ser analisada sob o aspecto do direito material e do direito processual.
Quanto ao direito material, o enunciado quer dizer o seguinte: mesmo que o indivíduo (autor da ação) não
esteja mais na posse do imóvel, ainda assim ele poderá ter direito à usucapião desde que, quando perdeu a
posse, já havia preenchido todos os requisitos para a constituição do direito. Conforme explica Marcus Vinicius
Rios Gonçalves:
“Não é preciso que o autor da ação tenha posse atual do bem. A ação de usucapião visa a declarar a
propriedade em favor de alguém que, por ter permanecido na coisa com posse animus domini, contínua,
ininterrupta, pacífica e pública, pelo tempo exigido por lei. Pode ocorrer que o possuidor tenha permanecido
todo o tempo necessário, e tenha -se tornado proprietário, mas que tenha perdido a posse, logo depois. Isso
não o impede de pedir a declaração de propriedade em seu favor. A única ressalva é que ele deve incluir —
no polo passivo — o atual possuidor. É o que resulta da Súmula 263 do STF: “O possuidor deve ser citado
pessoalmente para a ação de usucapião”. O possuidor a que a súmula se refere é o que tem a posse atual da
coisa. Ele deve ser citado na ação ajuizada pelo usucapiente, que perdeu posteriormente a posse.” (Direito
Processual Civil esquematizado. 2ª ed., São Paulo: Saraiva, 2012, p. 796).
Por outro lado, o enunciado tem também uma regra de direito processual: o indivíduo que ajuizar uma ação de
usucapião, se não estiver mais na posse do imóvel, deverá pedir a citação do atual possuidor e essa citação tem
que ser pessoal. Quanto a este aspecto processual, existe divergência se a súmula ainda permanece válida. A
súmula 263 é anterior ao CPC/1973. Assim, quando este Código entrou em vigor, surgiram vozes defendendo
que a citação do atual possuidor poderia ser feita por edital na ação de usucapião. O fundamento seria o art. 942
do CPC/1973. Apesar disso, prevalece que a súmula está válida, razão pela qual deve ser feita a presente
atualização.
SÚMULA Nº 264: VERIFICA-SE A PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE PELA PARALISAÇÃO DA AÇÃO
RESCISÓRIA POR MAIS DE CINCO ANOS. (TCEPB-2014)
SÚMULA Nº 265: NA APURAÇÃO DE HAVERES NÃO PREVALECE O BALANÇO NÃO APROVADO PELO
SÓCIO FALECIDO, EXCLUÍDO OU QUE SE RETIROU. (Cartórios/TJRS-2013)
SÚMULA Nº 266: NÃO CABE MANDADO DE SEGURANÇA CONTRA LEI EM TESE. (MPBA-2010) (AGU-
2010) (TJRJ-2011) (TJDFT-2011) (MPRS-2012) (DPESC-2012) (Cartórios/TJPE-2013) (DPERN-2015) (TCERN-2015)
(TJRS-2018) (TJRO-2019)
OBS: Alguns autores apontam que uma exceção a essa súmula seria a lei de efeitos concretos, assim entendidos
aqueles que “trazem em si mesmos o resultado específico pretendido, tais como as leis que aprovam planos de
urbanização, as que fixam limites territoriais, as que criam municípios ou desmembram distritos, as que
concedem isenções fiscais, as que proíbem atividades ou condutas individuais, os decretos que desapropriam
bens, os que fixam tarifas, os que fazem nomeações e outros dessa espécie”.
##Atenção: Vejamos o seguinte julgado do STJ: “(...) 1. Nos termos do verbete 266 da Súmula do STF, “não cabe
mandado de segurança contra lei em tese”. 2. Na espécie, a ação mandamental volta-se contra o Decreto 280/07 do Estado
do Pará, que atribuiu aos auxiliares de fiscalização e aos agentes tributários competência para constituir o crédito fiscal,
norma de natureza genérica e abstrata, não tendo a associação impetrante indicado fato concreto que viole o
direito líquido e certo dos servidores por ela representados, o que revela o descabimento do mandamus. 3.
Recurso desprovido.” (STJ, RMS 28.127/PA, Rel. Min. Leopoldo de Arruda Raposo (Des. Conv. Do TJ/PE), 5ª
Turma, j. 15/09/2015).
(Anal./CNMP-2015-FCC): O ato administrativo geral, abstrato e impessoal não enseja mandado de segurança.
BL: S. 266, STF.
##Atenção: “O ato administrativo geral, abstrato e impessoal não enseja mandado de segurança. Equipara-se,
porque espécie, à lei em tese. Cumpre ser concreto, incidente em relação jurídica determinada. Só assim resta
configurado dano ou perigo a direito público subjetivo. Impõe-se, pelo menos, probabilidade de prejuízo. Não
basta a mera possibilidade”(STJ 1ª Seção, MS 551-DF, Rel. Min. Vicente Cernicchiaro, j. 11.12.90).”É cabível o
mandado de segurança se a lei gera situação específica e pessoal, sendo, por si só, causa de probabilidade de
ofensa a direito individual...”. Entretanto, não se conhece do mandado de segurança quando o ato normativo
abstrato passível de impugnação não se concretiza”. (STJ – 1ª Seção, MS 488-DF, rel. Min. Américo Luz, j.
25.6.91).
(Anal. Judic./TJSE-2014-CESPE): O mandado de segurança não pode ser impetrado contra ato administrativo
geral, abstrato, impessoal e sem efeito concreto. BL: S. 266, STF.
(MPMS-2011): O mandado de segurança não se qualifica como sucedâneo da ação direta de
inconstitucionalidade, não podendo ser utilizado, em conseqüência, como instrumento de controle abstrato da
validade constitucional das leis e dos atos normativos em geral. BL: S. 266, STF.
SÚMULA Nº 267: NÃO CABE MANDADO DE SEGURANÇA CONTRA ATO JUDICIAL PASSÍVEL DE
RECURSO OU CORREIÇÃO. (MPRO-2008) (MPRN-2009) (MPCE-2011) (TJGO-2012) (MPAL-2012)
(Cartórios/TJPE-2013) (MPF-2013) (MPPE-2014) (PCDFT-2015) (DPEPR-2017) (TJCE-2018) (MPSP-2019) (TJMS-
2020)
OBS: O art. 5, II, da Lei 12.016/09 prevê regra semelhante, falando, contudo, em recurso com efeito suspensivo.
Exceção: O STJ admite MS contra ato judicial passível de recurso se houver; no caso concreto, uma situação
teratológica, abusivo, que possa gerar dano irreparável e desde que o recurso previsto não tenha ou não possa
obter efeito suspensivo. (STJ AgRg no MS 18.995/DF, j. 16/09/2013).
##Atenção: “A Súmula 267 do STF é redigida no sentido de que não cabe mandado de segurança contra ato
judicial passível de recurso ou correição. No leading case, na matéria, no caso do RE 76.909, em 5 de dezembro de
1973, adotou-se a seguinte tese: caberá mandado de segurança contra ato judicial quando este for impugnável
por recurso sem efeito suspensivo e desde que demonstrado que ocorrerá dano irreparável”.
(https://jus.com.br/artigos/35484/mandado-de-seguranca-contra-ato-judicial).
##Atenção: É pacífico o entendimento firmado pelo STF de que é inadmissível a impetração de mandado de
segurança contra ato revestido de conteúdo jurisdicional, salvo em hipóteses excepcionais em que se verifique
ilegalidade ou teratologia, o que não é o caso dos autos. Além disso, é incabível mandado de segurança contra
decisão que determina a aplicação da sistemática de repercussão geral. (RMS 33487 AgR/DF, Rel. Min. Dias
Toffoli j. 12/5/15, 2ª Turma).
(MPSC-2016): É pacífico o entendimento firmado pelo STF de que é inadmissível a impetração de mandado de
segurança contra ato revestido de conteúdo jurisdicional, salvo em hipóteses excepcionais em que se verifique
ilegalidade ou teratologia, sendo incabível mandado de segurança contra decisão que determina a aplicação da
sistemática de repercussão geral. BL: Súmulas 267 e 268, STF e RMS 33487 AgR/DF, do STF.
SÚMULA Nº 268: NÃO CABE MANDADO DE SEGURANÇA CONTRA DECISÃO JUDICIAL COM
TRÂNSITO EM JULGADO. (MPRO-2008) (MPSP-2013) (PGM-Niterói/RJ-2014) (PGM-Uberaba/MG-2016)
(PGEMA-2016) (TJCE-2018)
OBS: Importante. Essa regra encontra-se agora expressamente prevista no art. 5°, III da Lei 12.016/2009.
OBS: O mandado de segurança contra decisão judicial deve ser impetrado, via de regra, antes do trânsito em
julgado da decisão impugnada, sob pena de utilização da ação mandamental como ação rescisória, o que não
é admitido (AgRg no RMS 33.595/SP, julgado em 13/08/2013).
OBS: O art. 59 da Lei 9.099/95 veda a propositura de ação rescisória contra decisões prolatadas no âmbito dos
Juizados Especiais. Por conta disso, o STJ admite a impetração de MS no TJ para o exercício do controle da
competência dos Juizados Especiais, ainda que a decisão a ser anulada já tenha transitado em julgado (STJ,
AgRg no RMS 28.262/RJ, julgado em 06/06/2013).
(MPSC-2016): Segundo entendimento do STJ, é cabível mandado de segurança, a ser impetrado no Tribunal de
Justiça, a fim de que seja reconhecida, em razão da complexidade da causa, a incompetência absoluta dos
juizados especiais para o julgamento do feito, e ainda que no processo já exista decisão definitiva de Turma
Recursal da qual não caiba mais recurso. BL: art. 5º, III, LMS; art. 59 da Lei 9099 e Súmula 268, STF.
##Atenção: ##MPSP-2013: ##TJCE-2018: ##CESPE: A Súmula 268/STF diz que “não cabe mandado de
segurança contra decisão judicial com trânsito em julgado.” O art. 5º, inciso III, da Lei 12.016/09 também
apregoa que não cabe MS em face de decisão judicial transitada em julgado. Ocorre que a questão cobrou
justamente a exceção. É que o art. 59 da Lei 9.099/95 veda a propositura de ação rescisória contra decisões
prolatadas no âmbito dos Juizados Especiais. Nessa linha, o enunciado 44 da FONAJEF determina que “o artigo
59 da Lei n 9.099/95 está em consonância com os princípios do sistema processual dos Juizados Especiais, aplicando-se
também aos Juizados Especiais Federais”. Por conta disso, o STJ admite a impetração de MS no Tribunal de
Justiça para o exercício do controle da competência dos Juizados Especiais, ainda que a decisão a ser anulada
já tenha transitado em julgado. Noutros termos, como exceção à regra geral que veda o manejo de mandado de
segurança contra decisão judicial com trânsito em julgado (art. 5º, inciso III, da Lei 12.016/09 e Súmula
268/STF), sobressai a orientação jurisprudencial do STJ, segundo a qual se admite a impetração do writ frente
aos Tribunais de Justiça dos Estados, para o exercício do controle da competência dos Juizados Especiais,
ainda que não mais caiba recurso em face do provimento jurisdicional a ser anulado, “sob pena de se
inviabilizar ou, ao menos, limitar, esse controle, que, nos processos não submetidos ao Juizado Especial, se faz
possível por intermédio da ação rescisória”. (RMS 37.775/ES, Rel. Min. Marco Buzzi, 4ª T., j. 6/6/13).
OBS: Vale ressaltar, no entanto, que existe um julgado do STJ afastando a aplicação dos enunciados 269 e 271 do
STF:
(...) Quanto aos efeitos patrimoniais da tutela mandamental, sabe-se que, nos termos das Súmulas
269 e 271 do STF, caberia à parte impetrante, após o trânsito em julgado da sentença concessiva da
segurança, ajuizar nova demanda de natureza condenatória para reivindicar os valores vencidos
em data anterior à impetração do pedido de writ; essa exigência, contudo, não apresenta
nenhuma utilidade prática e atenta contra os princípios da justiça, da efetividade processual,
da celeridade e da razoável duração do processo, além de estimular demandas desnecessárias e
que movimentam a máquina judiciário, consumindo tempo e recursos públicos, de forma
completamente inútil, inclusive honorários sucumbenciais, em ação que já se sabe destinada à
procedência. (...) (STJ. Corte Especial. EREsp 1164514/AM, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho,
j. 16/12/2015, Dle 25/02/2016)
##Atenção: ##STF: ##Contribuição @mafaldaleitora: Não é necessário o ajuizamento de ação autônoma para o
pagamento dos consectários legais inerentes à reparação econômica devida a anistiado político e reconhecida
por meio de Portaria do ministro da Justiça [norma editada pela própria Administração Pública], a teor do
disposto no art. 8º do ADCT (1) e no art. 6º, § 6º, da Lei 10.559/2002 [a decisão do MS já deve condenar ao
pagamento, com juros e correção monetária]. STF, 1ª T. RMS 36182, Min. Rel. Marco Aurélio, j. 14/05/19. (Info
940).
OBS: Deve-se ressaltar que o raciocínio da súmula pode ser aplicado para outros casos de enquadramento que
não apenas o da Lei nela mencionada. Assim, não cabe mandado de segurança para impugnar enquadramento
que envolva exame de prova ou de situação funcional complexa.
OBS: Vale ressaltar, no entanto, que existe um julgado do STJ afastando a aplicação dos enunciados 269 e 271 do
STF:
(...) Quanto aos efeitos patrimoniais da tutela mandamental, sabe-se que, nos termos das Súmulas 269 e
271 do STF, caberia à parte impetrante, após o trânsito em julgado da sentença concessiva da segurança,
ajuizar nova demanda de natureza condenatória para reivindicar os valores vencidos em data anterior à
impetração do pedido de writ; essa exigência, contudo, não apresenta nenhuma utilidade prática e
atenta contra os princípios da justiça, da efetividade processual, da celeridade e da razoável duração
do processo, além de estimular demandas desnecessárias e que movimentam a máquina judiciário,
consumindo tempo e recursos públicos, de forma completamente inútil, inclusive honorários
sucumbenciais, em ação que já se sabe destinada à procedência. (...) (STJ. Corte Especial. EREsp
1164514/AM, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, j. 16/12/2015, Dle 25/02/2016)
OBS: Válida. Se algum Tribunal Superior (ex: STJ) denega um mandado de segurança, a impugnação cabível é
o recurso ordinário constitucional (art. 102, II, “a” da CF/88). Não há dúvida quanto a isso. Logo, se a parte
interpõe recurso extraordinário contra essa decisão, incorre em erro grosseiro, não se podendo aplicar o
princípio da fungibilidade.
SÚMULA Nº 273: NOS EMBARGOS DA LEI 623, DE 19/2/1949, A DIVERGÊNCIA SOBRE QUESTÃO
PREJUDICIAL OU PRELIMINAR, SUSCITADA APÓS A INTERPOSIÇÃO DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO,
OU DO AGRAVO, SOMENTE SERÁ ACOLHIDA SE O ACÓRDÃO-PADRÃO FOR ANTERIOR À DECISÃO
EMBARGADA. (SUPERADA)
SÚMULA Nº 274: É INCONSTITUCIONAL A TAXA DE SERVIÇO CONTRA FOGO COBRADA PELO ESTADO
DE PERNAMBUCO (REVOGADA). (SUPERADA)
SÚMULA Nº 276: NÃO CABE RECURSO DE REVISTA EM AÇÃO EXECUTIVA FISCAL. (SUPERADA)
SÚMULA Nº 277: SÃO CABÍVEIS EMBARGOS, EM FAVOR DA FAZENDA PÚBLICA, EM AÇÃO EXECUTIVA
FISCAL, NÃO SENDO UNÂNIME A DECISÃO. (SUPERADA)
SÚMULA Nº 278: SÃO CABÍVEIS EMBARGOS EM AÇÃO EXECUTIVA FISCAL CONTRA DECISÃO
REFORMATÓRIA DA DE PRIMEIRA INSTÂNCIA, AINDA QUE UNÂNIME. (SUPERADA)
SÚMULA Nº 279: PARA SIMPLES REEXAME DE PROVA NÃO CABE RECURSO EXTRAORDINÁRIO.
(Anal. Judic./STJ-2012)
OBS: Deve ser feita uma ressalva: quando a Súmula 282 fala em “questão federal”, deve-se ler, atualmente,
questão constitucional. Isso porque o enunciado é anterior à CF/88, época em que as questões federais eram
também decididas pelo STF por meio de recurso extraordinário.
OBS: Concursos de Advocacia Pública. O STJ aplica, por analogia, a Súmula 283 do STF para o recurso especial.
##Atenção: ##STJ: ##MPF-2017: Segundo o STJ, “a falta de indicação dos dispositivos legais federais que
teriam dado causa a interpretações divergentes impede o conhecimento do recurso especial pela alínea “c”.
Incidência da Súmula 284/STF”. (AREsp 648.898/ES, Rel. Min. Og Fernandes, 2ª T., j. 20/2/18).
OBS: A matéria agora é disciplinada pela Súmula 83 do STJ: “NÃO SE CONHECE DO RECURSO ESPECIAL
PELA DIVERGÊNCIA, QUANDO A ORIENTAÇÃO DO TRIBUNAL SE FIRMOU NO MESMO SENTIDO DA
DECISÃO RECORRIDA.”
SÚMULA Nº 289: O PROVIMENTO DO AGRAVO POR UMA DAS TURMAS DO SUPREMO TRIBUNAL
FEDERAL AINDA QUE SEM RESSALVA, NÃO PREJUDICA A QUESTÃO DO CABIMENTO DO RECURSO
EXTRAORDINÁRIO.
SÚMULA Nº 290: NOS EMBARGOS DA LEI 623, DE 19/2/1949 (DE DIVERGÊNCIA), A PROVA DE
DIVERGÊNCIA FAR-SE-Á POR CERTIDÃO, OU MEDIANTE INDICAÇÃO DO “DIÁRIO DA JUSTIÇA” OU DE
REPERTÓRIO DE JURISPRUDÊNCIA AUTORIZADO, QUE A TENHA PUBLICADO, COM A TRANSCRIÇÃO
DO TRECHO QUE CONFIGURE A DIVERGÊNCIA, MENCIONADAS AS CIRCUNSTÂNCIAS QUE
IDENTIFIQUEM OU ASSEMELHEM OS CASOS CONFRONTADOS.
OBS: Válida, com a atualização do seu texto. A Lei 623/49 já foi revogada, razão pela qual se deve ler esta
súmula como se ela estivesse tratando dos embargos de divergência previstos no CPC.
O entendimento exposto na súmula é aplicável aos atuais embargos de divergência existentes no CPC. No
entanto, apesar disso, trata-se de enunciado de pouca importância, considerando que o tema é tratado, de forma
mais completa e detalhada, no art. 1.029, § 1º, do CPC 2015, nos arts. 255 e 266 do RISTJ e no art. 331 do RISTF.
Por isso, pouco se vê essa súmula sendo citada na prática.
SÚMULA Nº 291: NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO PELA LETRA “D” DO ART. 101, III, DA
CONSTITUIÇÃO, A PROVA DO DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL FAR-SE-Á POR CERTIDÃO, OU MEDIANTE
INDICAÇÃO DO “DIÁRIO DA JUSTIÇA” OU DE REPERTÓRIO DE JURISPRUDÊNCIA AUTORIZADO, COM
A TRANSCRIÇÃO DO TRECHO QUE CONFIGURE A DIVERGÊNCIA, MENCIONADAS AS
CIRCUNSTÂNCIAS QUE IDENTIFIQUEM OU ASSEMELHEM OS CASOS CONFRONTADOS. (SUPERADA)
OBS: Superada. Tal competência passou a ser do STJ, em julgamento de recurso especial, sendo disciplinada
pelo art. 1029, §1º do NCPC:
Art. 1.029. O recurso extraordinário e o recurso especial, nos casos previstos na Constituição
Federal, serão interpostos perante o presidente ou o vice-presidente do tribunal recorrido, em
petições distintas que conterão:
I – a exposição do fato e do direito;
II – a demonstração do cabimento do recurso interposto;
III – as razões do pedido de reforma ou de invalidação da decisão recorrida.
§ 1º Quando o recurso fundar-se em dissídio jurisprudencial, o recorrente fará a prova da
divergência com a certidão, cópia ou citação do repositório de jurisprudência, oficial ou
credenciado, inclusive em mídia eletrônica, em que houver sido publicado o acórdão
divergente, ou ainda com a reprodução de julgado disponível na rede mundial de
computadores, com indicação da respectiva fonte, devendo-se, em qualquer caso, mencionar as
circunstâncias que identifiquem ou assemelhem os casos confrontados.
SÚMULA Nº 292: INTERPOSTO O RECURSO EXTRAORDINÁRIO POR MAIS DE UM DOS FUNDAMENTOS
INDICADOS NO ART. 101, III, DA CONSTITUIÇÃO, A ADMISSÃO APENAS POR UM DELES NÃO
PREJUDICA O SEU CONHECIMENTO POR QUALQUER DOS OUTROS.
OBS: O art. 101, III acima mencionado refere-se à CF/1946. Atualmente, corresponde aos arts. 102, III e 105, III,
da CF/88. O STJ aplica, por analogia, as Súmulas 292 e 528 do STF para o recurso especial. Assim, a admissão
parcial do recurso especial pelo Tribunal de origem não é empecilho para sua integral análise pelo STJ, sendo
desnecessária a interposição de agravo de instrumento (AgRg no Ag 1126245/SP, j. 28/5/13).
OBS: O CPC/15 acabou com os embargos infringentes no processo civil. No entanto, este enunciado ainda pode
ser aplicado nos processos criminais, uma vez que são regidos pela regra do art. 609 do CPP.
SÚMULA Nº 296: SÃO INADMISSÍVEIS EMBARGOS INFRINGENTES SOBRE MATÉRIA NÃO VENTILADA,
PELA TURMA, NO JULGAMENTO DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. (SUPERADA)
SÚMULA Nº 297: OFICIAIS E PRAÇAS DAS MILÍCIAS DOS ESTADOS, NO EXERCÍCIO DE FUNÇÃO
POLICIAL CIVIL, NÃO SÃO CONSIDERADOS MILITARES PARA EFEITOS PENAIS, SENDO COMPETENTE A
JUSTIÇA COMUM PARA JULGAR OS CRIMES COMETIDOS POR OU CONTRA ELES. (SUPERADA)
SÚMULA Nº 298: O LEGISLADOR ORDINÁRIO SÓ PODE SUJEITAR CIVIS À JUSTIÇA MILITAR, EM TEMPO
DE PAZ, NOS CRIMES CONTRA A SEGURANÇA EXTERNA DO PAÍS OU AS INSTITUIÇÕES MILITARES.
(SUPERADA)
SÚMULA Nº 300: SÃO INCABÍVEIS OS EMBARGOS DA LEI 623, DE 19/2/1949 (atuais EMBARGOS DE
DIVERGÊNCIA), CONTRA PROVIMENTO DE AGRAVO PARA SUBIDA DE RECURSO EXTRAORDINÁRIO.
OBS: Válida, com atualização do seu texto. A Lei 623/49 já foi revogada, razão pela qual se deve ler esta
Súmula como se ela estivesse tratando dos embargos de divergência previstos no CPC. O entendimento exposto
na súmula é aplicável aos atuais embargos de divergência existentes no CPC.
SÚMULA Nº 301: POR CRIME DE RESPONSABILIDADE, O PROCEDIMENTO PENAL CONTRA PREFEITO
MUNICIPAL FICA CONDICIONADO AO SEU AFASTAMENTO DO CARGO POR “IMPEACHMENT”, OU À
CESSAÇÃO DO EXERCÍCIO POR OUTRO MOTIVO (CANCELADA).
OBS: Cancelada pelo STF no julgamento do RHC 49038 (DJ 19/11/1971). O cancelamento da Súmula 301 do
STF significa que o prefeito pode ser denunciado, processado e condenado pelos crimes do DL 201/67 mesmo
que continue no cargo. O processo penal pode seguir seu curso normalmente mesmo que ele não sofra
impeachment.
SÚMULA Nº 303: NÃO É DEVIDO O IMPOSTO FEDERAL DE SELO EM CONTRATO FIRMADO COM
AUTARQUIA ANTERIORMENTE À VIGÊNCIA DA EMENDA CONSTITUCIONAL 5, DE 21/11/1961.
(SUPERADA)
OBS: Válida. Se for discutido o mérito da demanda pela via mandamental, opera-se a coisa julgada, não sendo
possível o reexame do tema por meio de ação própria (STJ AgRg no Resp 1198803/DF, j. 6/10/11).
SÚMULA Nº 305: ACORDO DE DESQUITE RATIFICADO POR AMBOS OS CÔNJUGES NÃO É RETRATÁVEL
UNILATERALMENTE.
OBS: Válida, mas pouco relevante. Quando a Súmula fala em “desquite”, devemos entender separação,
divórcio ou dissolução de união estável.
SÚMULA Nº 315: INDISPENSÁVEL O TRASLADO DAS RAZÕES DA REVISTA, PARA JULGAMENTO, PELO
TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO, DO AGRAVO PARA SUA ADMISSÃO.
OBS: Válida. Apesar de a Súmula mencionar a apelação, vale para todo e qualquer recurso.
SÚMULA Nº 322: NÃO TERÁ SEGUIMENTO PEDIDO OU RECURSO DIRIGIDO AO SUPREMO TRIBUNAL
FEDERAL, QUANDO MANIFESTAMENTE INCABÍVEL, OU APRESENTADO FORA DO PRAZO, OU
QUANDO FOR EVIDENTE A INCOMPETÊNCIA DO TRIBUNAL.
OBS: A Fazenda Pública deverá cobrar os tributos em débito mediante os meios judiciais (execução fiscal) ou
extrajudiciais (lançamento tributário, protesto de CDA) legalmente previstos. O Fisco possui, portanto,
instrumentos legais para satisfazer seus créditos.
Justamente por isso, a Administração Pública não pode fazer a cobrança do tributo por meios indiretos,
impedindo, cerceando ou dificultando a atividade econômica desenvolvida pelo contribuinte devedor. Quando
isso ocorre, a jurisprudência afirma que o Poder Público aplicou “sanções políticas”, ou seja, formas
“enviesadas de constranger o contribuinte, por vias oblíquas, ao recolhimento do crédito tributário” (STF ADI
173). Exs: apreensão de mercadorias, não liberação de documentos, interdição de estabelecimentos.
A cobrança do tributo por vias oblíquas (sanções políticas) é rechaçada por quatro súmulas do STF (nºs: 70, 323
e 547) e STJ (nº 127).
##Atenção: ##STF: ##TJMS-2020: ##FCC: O STF tem reiteradamente entendido que é inconstitucional
restrição imposta pelo Estado ao livre exercício de atividade econômica ou profissional, quanto aquelas
forem utilizadas como meio de cobrança indireta de tributos. (...) (STF. Plenário. ARE 914045 RG, Min. Rel.
Edson Fachin, j. 15/10/2015 – repercussão geral).
##Atenção: ##CESPE: ##AGU-2015: Segundo o STJ: “(...) A retenção de mercadorias como meio coercitivo para
o pagamento de tributos é providência ilegal, rechaçada pelo STJ e STF, nos termos das Súmulas 70, 323 e
547/STF.” (STJ, AgRg no Resp 1259736/PR, Rel. Min. Herman Benjamin, 2ª Turma, Dje de 03/10/11) . Do mesmo
modo, o STJ assim se pronunciou: “(...) O Fisco não pode utilizar-se da retenção de mercadoria importada como
forma de impor o recebimento da diferença de tributo ou exigir caução para liberar a mercadoria. Aplicação
analógica da Súmula 323 do STF.” (STJ, Resp 1333613/RS, Rel. Min. Eliana Calmon, 2ª Turma, Dje de 22/08/2013).
##Atenção: ##STJ: ##DOD: ##Concurso TRF4: A retenção de mercadoria importada até o pagamento dos
direitos antidumping não viola o enunciado da Súmula 323 do STF.A exigência do pagamento dos direitos
antidumping como condição para a liberação das mercadorias importadas não significa apreensão, mas tão
somente a sua retenção enquanto se aguarda o desembaraço aduaneiro. A retenção das mercadorias trazidas
para o Brasil e a exigência de recolhimento dos tributos e multa é um procedimento que integra a operação
de importação. STJ. 1ª Turma. Resp 1728921-SC, Rel. Min. Regina Helena Costa, j. 16/10/2018 (Info 636).
(MPPR-2019): É defeso à Fazenda Pública obstaculizar a atividade empresarial com a imposição de penalidades,
como a apreensão de mercadorias e restrição à impressão de notas fiscais em bloco, no intuito de compelir o
contribuinte ao adimplemento de tributo vencido. BL: S. 323, STF.
##Atenção: Vejamos o seguinte julgado do STF: “Apreensão de mercadorias como forma de coerção ao pagamento de
tributos: impossibilidade. É da jurisprudência do STF que não é dado à Fazenda Pública obstaculizar a atividade
empresarial com a imposição de penalidades no intuito de receber imposto atrasado”. (RE 413782, Rel. Min. Marco
Aurélio, Tribunal Pleno, j. 17/03/2005).
(TJSP-2018-VUNESP): Em reiteradas decisões ao longo do tempo, o STF tem mantido firme o entendimento de
não admitir sanção política como meio de coerção ao pagamento de tributo. A respeito do tema, é correto
afirmar que a Corte considera inadmissível, por constituir sanção política, o condicionamento de impressão de
notas fiscais à prestação de garantia real ou fidejussória por parte do contribuinte com débitos fiscais. BL: S.
323, STF.
##Atenção: ##Repercussão Geral/STF – Tema 31: É inconstitucional o uso de meio indireto coercitivo para
pagamento de tributo – “sanção política” –, tal qual ocorre com a exigência, pela Administração Tributária, de
fiança, garantia real ou fidejussória como condição para impressão de notas fiscais de contribuintes com
débitos tributários. (STF. Plenário. RE 565048, Rel. Min. Marco Aurélio, j. 29/05/2014).
##Atenção: ##STF: “(...) Nos termos da jurisprudência da Corte, é inconstitucional a sanção política visando ao
recolhimento de tributo, tal como ocorre com o ato de condicionar a expedição de notas fiscais à prestação de fiança,
garantia real ou fidejussória por parte do contribuinte.” (AI n. 623.739-AgR, Relator o Ministro Roberto
Barroso, Primeira Turma, Dje 26.8.2015).
(PGEAC-2017-FMP): Os Estados costumam apreender mercadorias e não permitir a emissão de notas fiscais a
quem deve para o Fisco. Examine as assertivas abaixo e assinale a correta: São inconstitucionais os
procedimentos referidos, já assim declarados mais de uma vez pelo STF. BL: S. 323, STF.
OBS: Polêmica. Vide Súmula 114-TST: “É inaplicável na Justiça do Trabalho a prescrição intercorrente”.
SÚMULA Nº 329: O IMPOSTO DE TRANSMISSÃO “INTER VIVOS” NÃO INCIDE SOBRE A TRANSFERÊNCIA
DE AÇÕES DE SOCIEDADE IMOBILIÁRIA. (SUPERADA)
OBS: Válida. É o mesmo sentido da Súmula 624-STF: “NÃO COMPETE AO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
CONHECER ORIGINARIAMENTE DE MANDADO DE SEGURANÇA CONTRA ATOS DE OUTROS
TRIBUNAIS”.
OBS: MS contra ato do TJ é julgado pelo próprio TJ.
OBS: Válida, mas há ressalvas. A cláusula que estipula a eleição de foro em contrato de adesão é válida, salvo
se demonstrada a hipossuficiência ou a inviabilização do acesso ao Poder Judiciário (STJ, Resp 1299422/MA,
j. 06/08/13).
OBS: Não se tratando de contrato de adesão e nem de contrato regido pelo CDC, não havendo circunstância
alguma de fato da qual se pudesse inferir a hipossuficiência intelectual ou econômica das recorridas, deve ser
observado o foro de eleição estabelecido no contrato” (STJ Resp 1263387/PR, j. 04/06/13).
SÚMULA Nº 338: NÃO CABE AÇÃO RESCISÓRIA NO ÂMBITO DA JUSTIÇA DO TRABALHO. (SUPERADA)
SÚMULA Nº 339: NÃO CABE AO PODER JUDICIÁRIO, QUE NÃO TEM FUNÇÃO LEGISLATIVA,
AUMENTAR VENCIMENTOS DE SERVIDORES PÚBLICOS SOB FUNDAMENTO DE ISONOMIA.
OBS: O entendimento acima continua válido, mas foi aprovada a SV 37 com o mesmo teor.
SÚMULA Nº 340: DESDE A VIGÊNCIA DO CÓDIGO CIVIL, OS BENS DOMINICAIS, COMO OS DEMAIS
BENS PÚBLICOS, NÃO PODEM SER ADQUIRIDOS POR USUCAPIÃO. (TRF1-2009) (TRF2-2009) (MPPB-
2010) (TRF4-2010) (TJPE-2011) (TJPB-2011) (TJAM-2013) (TJCE-2014) (MPDFT-2015) (PGEPR-2015) (TJRS-2016)
OBS: Válida. Vale ressaltar que a Súmula está se referindo ao CC/1916. Atualmente, a usucapião é prevista nos
arts. 183, §3º e 191, § único da CF/88 e no art. 102 do CC/02.
(TJRJ-2019-VUNESP): Foi registrado um loteamento que, entretanto, nunca foi implantado. Judas e sua família
construíram e começaram a morar numa área que seria destinada a ser um logradouro público. Após 10 anos de
ocupação mansa e pacífica, mediante moradia com sua família, Judas ajuizou uma ação de usucapião. É correto
afirmar que a usucapião não poderá ser reconhecida, pois os bens públicos são imprescritíveis. BL: art. 22, caput
e § único da LPS2 e art. 102, CC e arts. 183, §3º e 191, CF e art. 200, do DL 9.760/46 e Súmula 340 do STF.
##Atenção: Em se tratando de registro de área de uso público em loteamento irregular, temos os seguintes
requisitos cumulativos: i) o parcelamento de solo implantado e não registrado; ii) a apresentação de planta de
parcelamento elaborado pelo loteador ou aprovada pelo Município; iii) declaração do Município de que o
parcelamento se encontra implantado. Cumpre ressaltar que, ao contrário do que normalmente ocorre, quem
prove o registro das áreas destinadas ao uso público em loteamento irregular implantado é o próprio
Município, e não o loteador. No caso em tela, cumpre destacar que o loteamento nunca foi implantado e que a
área seria destinada a um logradouro público. Como o referido loteamento foi registrado e mesmo que não
tenha sido implantado, já é considerado um bem público. Logo, a área construída pelo Judas e sua família não
poderá ser adquirida por usucapião, nos termos da Súmula 340 do STF. Por outro lado, caso o loteamento não
tivesse sido registrado, não seria considerado bem público e poderia ser adquirido por usucapião.
(TJAL-2015-FCC): No ano de 1963, o STF adotou, em sua Súmula, o seguinte enunciado, sob o n° 340: “Desde a
vigência do Código Civil, os bens dominicais, como os demais bens públicos, não podem ser adquiridos por usucapião ”.
Independentemente de eventual opinião doutrinária minoritária em sentido contrário, tal conclusão,
atualmente, resta compatível com o direito vigente, eis que a CF/88 prevê a não sujeição à usucapião dos bens
públicos imóveis, e o CC/02 prevê a mesma não sujeição quanto aos bens públicos em geral, sem excepcionar
os dominicais. BL: S. 340 do STF, art. 102, CC e arts. 183, §3º e 191 da CF e art. 200, do DL 9.760/46.
##Atenção: Ainda como garantia decorrente dos privilégios estatais, seus bens não se sujeitam a usucapião,
gozando da prerrogativa de imprescritibilidade. Essa norma está estampada no art. 102 do CC, que estabelece
genericamente que os bens públicos não se sujeitam à usucapião e também no art. 200, do Decreto lei 9.760/46,
que trata da imprescritibilidade de bens imóveis. Ainda nesses termos, o art. 183, §3° e art. 191, § único, CF/88
define que “Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião”.
(TJMS-2015-VUNESP): Os bens públicos dominicais não estão sujeitos à prescrição aquisitiva. BL: art. 102 do
CC; S. 340, STF; arts. 183 e 191 da CF/88.
(TJGO-2009-FCC): Segundo enunciado da Súmula nº 340, do STF, aprovada em 13/12/63, “desde a vigência do
Código Civil, os bens dominicais, como os demais bens públicos, não podem ser adquiridos por usucapião”.
Esse entendimento permanece válido face à CF/88, que expressamente veda a aquisição por usucapião de
imóveis públicos urbanos e rurais, bem como face ao novo Código Civil, que afirma não estarem os bens
públicos sujeitos a usucapião. BL: S. 340, STF e art. 183, §3º c/c art. 191, § único da CF.
OBS: Superada. A súmula dizia que essa responsabilidade era com culpa presumida (havia uma presunção
relativa de que o patrão ou comitente agiu com culpa).
Ocorre que, com o CC/02, a responsabilidade do empregador ou comitente pelos atos de seus empregados,
serviçais e prepostos passou a ser OBJETIVA (art. 932, III c/c art. 933 do CC-2002).
2
Art. 22. Desde a data de registro do loteamento, passam a integrar o domínio do Município as vias e praças, os espaços
livres e as áreas destinadas a edifícios públicos e outros equipamentos urbanos, constantes do projeto e do memorial
descritivo. Parágrafo único. Na hipótese de parcelamento do solo implantado e não registrado [obs.: RREGULAR], o
Município poderá requerer, por meio da apresentação de planta de parcelamento elaborada pelo loteador ou aprovada
pelo Município e de declaração de que o parcelamento se encontra implantado, o registro das áreas destinadas a uso
público, que passarão dessa forma a integrar o seu domínio..
No sistema da culpa presumida, há uma inversão do ônus da prova, mas ainda é possível se discutir culpa. Já
na responsabilidade objetiva, não há discussão de culpa.
Enunciado 451 da Jornada de Direito Civil: “Arts. 932 e 933: A responsabilidade civil por ato de terceiro funda-se na
responsabilidade objetiva ou independente de culpa, estando superado o modelo de culpa presumida.”
SÚMULA Nº 343: NÃO CABE AÇÃO RESCISÓRIA POR OFENSA A LITERAL DISPOSIÇÃO DE LEI,
QUANDO A DECISÃO RESCINDENDA SE TIVER BASEADO EM TEXTO LEGAL DE INTERPRETAÇÃO
CONTROVERTIDA NOS TRIBUNAIS. (PGEAL-2009) (TRF4-2009) (PGEPA-2012) (PFN-2012) (TJRJ-2013)
(MPSC-2013) (Anal. Judic./TRT17-2013) (TCEPB-2014) (TJDFT-2014/2015)
OBS: Prevalece que a súmula não está mais válida tendo em vista a previsão contida no art. 966, V, § 5” e no art.
525, § 15 do CPC/15:
Art. 966. A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando:
V – violar manifestamente norma jurídica; (...)
§ 5° Cabe ação rescisória, com fundamento no inciso V do caput deste artigo, contra decisão
baseada em enunciado de súmula ou acórdão proferido em julgamento de casos repetitivos que não
tenha considerado a existência de distinção entre a questão discutida no processo e o padrão
decisório que lhe deu fundamento.
§ 15. Se a decisão referida no § 12 for proferida após o trânsito em julgado da decisão exequenda,
caberá ação rescisória, cujo prazo será contado do trânsito em julgado da decisão proferida pelo
Supremo Tribunal Federal.
Fredie Didier defende que a Súmula 343-5TF continua válida em uma hipótese:
a) Divergência na interpretação do Direito entre Tribunais, sem que existisse, ao tempo da prolação
da decisão rescindenda, precedente vinculante do STF ou STJ (art. 927. CPC) sobre o tema: não há
direito à rescisão, pois não se configura a manifesta violação de norma jurídica. Aplica-se o n 343 da
súmula do STF.
b) Divergência na interpretação do Direito entre tribunais, sem que existisse, ao tempo da prolação
da decisão rescindenda, precedente vinculante do STF ou STJ (art. 927. CPC) sobre o tema; após o
trânsito em julgado, sobrevém precedente obrigatório do tribunal superior: observado o prazo da
ação rescisória, há direito à rescisão, com base nesse novo precedente, para concretizar o princípio
da unidade do Direito e a igualdade. Note que o § 15 do art. 525, examinado mais à frente, reforça a
tese de que cabe ação rescisória para fazer prevalecer posicionamento de tribunal superior formado
após a coisa julgada.
SÚMULA Nº 346: A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PODE DECLARAR A NULIDADE DOS SEUS PRÓPRIOS
ATOS. (DPEMG-2009) (TRF1-2009) (TRF4-2010) (TJMA-2013) (TJDFT-2016) (TJMT-2018) (TJRS-2018) (TJSP-
2018) (DPEAM-2018) (TJRO-2019)
OBS: Trata-se do princípio da autotutela (ou poder de autotutela). Vale ressaltar que, se a invalidação do ato
administrativo repercute no campo de interesses individuais, faz-se necessária a instauração de procedimento
administrativo que assegure o devido processo legal e a ampla defesa (STF RMS 31661/DF, j. 10/12/2013).
OBS: Há polêmica, mas prevalece, na doutrina, que a súmula continua sendo válida. Vale ressaltar que o Min.
Gilmar Mendes já se mostrou contrário à subsistência do enunciado, ao proferir decisão monocrática no MS
25888 MC/DF, em 22/03/2006. O Plenário do STF ainda não se manifestou sobre o tema.
SÚMULA Nº 351: É NULA A CITAÇÃO POR EDITAL DE RÉU PRESO NA MESMA UNIDADE DA
FEDERAÇÃO EM QUE O JUIZ EXERCE A SUA JURISDIÇÃO. (PGESP-2002) (Anal./MPU-2007) (TJSE-2008)
(MPBA-2010) (TJPE-2011) (TJRJ-2011)
(TJMG-2018-Consulplan): A nulidade decorrente da citação, por edital, de réu preso só será verificada se o
denunciado estiver custodiado no mesmo estado em que atuar o Juiz processante. BL: S. 351, STF.
(TJES-2011-CESPE): Em relação às nulidades, assinale a opção correta: A nulidade decorrente da citação, por
edital, de réu preso só será verificada se o denunciado estiver custodiado no mesmo estado em que atuar o juiz
processante. BL: S. 351, STF.
SÚMULA Nº 352: NÃO É NULO O PROCESSO PENAL POR FALTA DE NOMEAÇÃO DE CURADOR AO RÉU
MENOR QUE TEVE A ASSISTÊNCIA DE DEFENSOR DATIVO. (SUPERADA)
SÚMULA Nº 353: SÃO INCABÍVEIS OS EMBARGOS DA LEI 623, DE 19/2/1949 (DE DIVERGÊNCIA), COM
FUNDAMENTO EM DIVERGÊNCIA ENTRE DECISÕES DA MESMA TURMA DO SUPREMO TRIBUNAL
FEDERAL. (SUPERADA)
OBS: Antes do CPC 2015, dizia-se que esta súmula era válida, com a atualização do seu texto. Isso porque a Lei
623/49 já foi revogada, devendo esse enunciado ser lido como se estivesse tratando dos embargos de divergência
previstos no CPC. Assim, na égide do CPC 1973, entendia-se que, para que os embargos de divergência fossem
conhecidos, seria necessário que o acórdão paradigma fosse do mesmo Tribunal, mas de outra turma ou seção. A
isso se chamava de “diversidade orgânica”.
Esta súmula encontra-se superada, no entanto, pelo CPC 2015 (Enunciado n° 232 do Fórum Permanente de
Processualistas Civis). Isso porque agora o novo CPC prevê expressamente o seguinte:
Art. 1.043 (...) § 3º Cabem embargos de divergência quando o acórdão paradigma for da mesma
turma que proferiu a decisão embargada, desde que sua composição tenha sofrido alteração em
mais da metade de seus membros.
OBS: O CPC 2015 acabou com os embargos infringentes no processo civil. No entanto, este enunciado ainda
pode ser aplicado nos processos criminais, uma vez que são regidos pela regra do art. 609 do CPP.
OBS: Válida. Na AI 432884 QO, a 1ª Turma do STF afirmou que a presente súmula não vale mais no processo
civil, tendo em vista a alteração promovida no art. 498 do CPC pela Lei 10.352/01. No entanto, os Ministros
decidiram que o enunciado ainda deve ser aplicado nos processos criminais, uma vez que são regidos pela
regra do art. 609 do CPP. Em suma, a Súmula 355-STF vale para o processo penal, mas não é aplicada no
processo civil.
SÚMULA Nº 356: O PONTO OMISSO DA DECISÃO, SOBRE O QUAL NÃO FORAM OPOSTOS
EMBARGOS DECLARATÓRIOS, NÃO PODE SER OBJETO DE RECURSO EXTRAORDINÁRIO, POR
FALTAR O REQUISITO DO PREQUESTIONAMENTO. (MPSE-2010) (MPBA-2010) (Cartórios/TJDFT-2014)
(PGM-Niterói/RJ-2014) (Anal. Judic./TJDFT-2015)
OBS: Vale ressaltar que os embargos de declaração opostos com o objetivo de fazer o prequestionamento não
têm caráter protelatório (Súmula 98 do STJ).
Vale ressaltar, no entanto, que, de fato, ainda hoje, não existe prazo (decadencial ou prescricional) para o
ajuizamento de ADI, ADC ou ADPF.
OBS: Válida, mas deve ser feita uma ressalva: o Enunciado 361/STF é aplicável apenas nos casos em que a
perícia for realizada por peritos não oficiais.
Se a perícia for realizada por perito não oficial: serão necessários dois peritos não oficiais.
Assim, para que a perícia seja válida, é necessário que ela seja realizada: a) por um perito oficial; ou b) por dois
peritos não oficiais.
SÚMULA Nº 362: A CONDIÇÃO DE TER O CLUBE SEDE PRÓPRIA PARA A PRÁTICA DE JOGO LÍCITO NÃO
O OBRIGA A SER PROPRIETÁRIO DO IMÓVEL EM QUE TEM SEDE. (SUPERADA)
SÚMULA Nº 363: A PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PRIVADO PODE SER DEMANDADA NO DOMICÍLIO
DA AGÊNCIA, OU ESTABELECIMENTO, EM QUE SE PRATICOU O ATO. (Cartórios/TJMG-2012)
SÚMULA Nº 365: PESSOA JURÍDICA NÃO TEM LEGITIMIDADE PARA PROPOR AÇÃO POPULAR.
(PGECE-2008) (MPRO-2008) (TJAP-2009) (Cartórios/TJCE-2011) (TJBA-2012) (TJAC-2012) (MPPR-2012) (MPTO-
2012) (MPRR-2012) (MPAL-2012) (DPESC-2012) (MPMS-2013) (MPF-2013) (TJDFT-2014) (TCEGO-2014) (Anal.
Legisl.-Câm. Deputados/2014) (PCDFT-2015) (Anal. Judic./TRT11-2017) (Cartórios/TJDFT-2019)
OBS: Somente é legitimado para propor a ação popular o cidadão (art. 5°, LXXIII, da CF/88).
(TJMG-2008): Bola Sete Ltda. Ajuizou ação popular contra o Município de Belo Horizonte para pleitear a
anulação de ato lesivo ao patrimônio municipal consistente em deferir à empresa “Dona da Bola”, mediante
decreto, a exploração de todos os bares e restaurantes existentes nos parques municipais, sem, entretanto,
promover a necessária licitação. O MM. Juiz indeferiu a inicial. Recorreu a autora, alegando: 1) que o ato
administrativo é claramente ilegal e praticado com desvio de finalidade; 2) que o Município não observou a
forma legal para a edição do decreto; e 3) que não lhe pode ser tolhido o direito de disputar, em licitação
regular, a prestação dos referidos serviços. Segundo os fatos acima relatados, assinale a alternativa que
representa o resultado a que chegou o Tribunal: confirmou a decisão de origem. BL: art. 1º, §3º da LAP e
Súmula 365 do STF.
OBS: No caso, a ação popular foi proposta por pessoa jurídica (“Bola Sete Ltda”). Portanto, está correto o
indeferimento da inicial, extinguindo o processo sem resolução do mérito.
SÚMULA Nº 366: NÃO É NULA A CITAÇÃO POR EDITAL QUE INDICA O DISPOSITIVO DA LEI PENAL,
EMBORA NÃO TRANSCREVA A DENÚNCIA OU QUEIXA, OU NÃO RESUMA OS FATOS EM QUE SE
BASEIA. (MPSP-2008) (MPRN-2009) (Anal. Judic./TREGO-2009) (TJRN-2013) (TJSP-2017)
(TJPA-2019-CESPE): Acerca de nulidades no processo penal, julgue os itens a seguir: É válida a citação por edital
que indica o dispositivo da lei penal, embora não transcreva a denúncia e não resuma os fatos em que se baseia.
BL: S. 366, STF.
(TJAL-2019-FCC): Em tema de nulidades, correto afirmar que não é nula a citação por edital que indica o
dispositivo da lei penal, embora não transcreva a denúncia ou queixa, ou não resuma os fatos em que se baseia.
BL: S. 366, STF e art. 365, III, CPP.
##Atenção: Vide art. 365, III, CPP: “Art. 365. O edital de citação indicará: (...) III – o fim para que é feita a citação;”
SÚMULA Nº 367: CONCEDE-SE LIBERDADE AO EXTRADITANDO QUE NÃO FOR RETIRADO DO PAÍS NO
PRAZO DO ART. 16 DO DECRETO-LEI 394, DE 28/4/1938.
Ressalte-se, entretanto, que o Decreto-Lei 394/38 foi revogado e que a matéria é agora tratada pelos arts. 92 e 93
da Lei de Migração, que estabelecem o prazo de 60 dias para que o Estado requerente retire o extraditando do
território nacional.
Assim, julgada procedente a extradição e autorizada a entrega pelo órgão competente do Poder Executivo, esse
ato será comunicado por via diplomática ao Estado requerente, que, no prazo de 60 dias da comunicação,
deverá retirar o extraditando do território nacional.
Se o Estado requerente não retirar o extraditando do território nacional neste prazo, ele será posto em liberdade,
sem prejuízo de outras medidas aplicáveis.
OBS: O CPC/15 acabou com os embargos infringentes no processo civil. No entanto, este enunciado ainda pode
ser aplicado nos processos criminais, uma vez que são regidos pela regra do art. 609 do CPP.
SÚMULA Nº 369: JULGADOS DO MESMO TRIBUNAL NÃO SERVEM PARA FUNDAMENTAR O RECURSO
EXTRAORDINÁRIO POR DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL. (SUPERADA)
OBS: A matéria agora é disciplinada pela Súmula 13 do STJ: “A DIVERGÊNCIA ENTRE JULGADOS DO
MESMO TRIBUNAL NÃO ENSEJA RECURSO ESPECIAL.”
SÚMULA Nº 372: A LEI 2752, DE 10/4/1956, SOBRE DUPLA APOSENTADORIA, APROVEITA, QUANDO
COUBER, A SERVIDORES APOSENTADOS ANTES DE SUA PUBLICAÇÃO.
SÚMULA Nº 374: NA RETOMADA PARA CONSTRUÇÃO MAIS ÚTIL, NÃO É NECESSÁRIO QUE A OBRA
TENHA SIDO ORDENADA PELA AUTORIDADE PÚBLICA.
SÚMULA Nº 375: NÃO RENOVADA A LOCAÇÃO REGIDA PELO DECRETO 24150, DE 20/4/1934, APLICA-
SE O DIREITO COMUM E NÃO A LEGISLAÇÃO ESPECIAL DO INQUILINATO. (SUPERADA)
Imagine a seguinte situação hipotética: João, 71 anos de idade, decidiu se casar com Andressa. Dez anos depois,
Andressa pediu o divórcio. Andressa pediu a partilha dos bens adquiridos onerosamente durante o casamento.
João alegou que não tinha que dividir o patrimônio considerando que, quando o casamento foi contraído, ele
possuía mais de 70 anos de idade, de forma que o regime patrimonial que regulou a relação dos dois foi o
regime legal da separação obrigatória de bens, previsto no art. 1.641, II, do CC:
Art. 1.641. É obrigatório o regime da separação de bens no casamento:
I – das pessoas que o contraírem com inobservância das causas suspensivas da celebração do
casamento;
II – da pessoa maior de 70 (setenta) anos;
III – de todos os que dependerem, para casar, de suprimento judicial.
Ao maior de 70 anos é imposto o regime de separação obrigatória de bens. O objetivo do legislador foi o de
proteger o idoso e seus herdeiros de casamentos realizados por interesse estritamente econômico. Trata-se de
“prudência legislativa em favor das pessoas e de suas famílias, considerando a idade dos nubentes. É de lembrar que,
conforme os anos passam, a idade avançada acarreta maiores carências afetivas e, portanto, maiores riscos corre aquele que
tem mais de setenta anos de sujeitar-se a um casamento em que o outro nubente tenha em vista somente vantagens
financeiras, ou seja, em que os atrativos matrimoniais sejam pautados em fortuna e não no afeto” (MONTEIRO,
Washington de Barros. Curso de direito civil: direito de família. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 295).
Nomenclatura: O art. 1.641 trata sobre a separação obrigatória de bens (também chamada de separação legal de
bens).
Havendo dissolução de casamento que era regulado pelo regime da separação obrigatória de bens (art. 1.641, II,
do CC), como deve ser feita a partilha dos bens? Deverão ser partilhados apenas os bens adquiridos
onerosamente na constância da união estável, e desde que comprovado o esforço comum na sua aquisição.
Desse modo, em nosso exemplo, Andressa terá direito à meação dos bens adquiridos durante o casamento,
desde que comprovado o esforço comum. Esse é o entendimento pacificado do STJ:
No regime de separação legal de bens, comunicam-se os adquiridos na constância do casamento,
desde que comprovado o esforço comum para sua aquisição. STJ. 2ª S. EREsp 1.623.858-MG, Rel.
Min. Lázaro Guimarães (Desembargador Convocado do TRF 5ª Região), j. 23/5/18 (Info 628).
Esse “esforço comum” pode ser presumido? NÃO. O esforço comum deve ser comprovado. Quando o STJ fala
“desde que comprovado o esforço comum”, ele está dizendo que não se pode presumir. Deve ser provado pelo
cônjuge supostamente prejudicado.
Se houvesse presunção do esforço comum o regime da separação obrigatória não existiria na prática: Se fosse
adotada a ideia de que o esforço comum deve ser presumido isso levaria à ineficácia do regime da separação
obrigatória (ou legal) de bens, pois, para afastar a presunção, o interessado teria que fazer prova negativa,
comprovar que o ex-cônjuge ou ex-companheiro em nada contribuiu para a aquisição onerosa de determinado
bem. Isso faria com que fosse praticamente impossível a separação dos aquestos.
A exigência de comprovação do esforço comum é mais consentânea com os fins da separação legal : O
entendimento de que a comunhão dos bens adquiridos pode ocorrer, desde que comprovado o esforço comum,
parece mais consentânea com o sistema legal de regime de bens do casamento, recentemente adotado no
CC/02, pois prestigia a eficácia do regime de separação legal de bens. Caberá ao interessado comprovar que
teve efetiva e relevante (ainda que não financeira) participação no esforço para aquisição onerosa de
determinado bem a ser partilhado com a dissolução da união (prova positiva).
Súmula 377 do STF: O STF possui uma súmula antiga sobre o tema (editada em 1964). Veja a redação do
enunciado:
Súmula 377-STF: No regime de separação legal de bens, comunicam-se os adquiridos na
constância do casamento.
Essa súmula 377 do STF permanece válida? SIM. No entanto, ela deve ser interpretada da seguinte forma: “No
regime de separação legal de bens, comunicam-se os adquiridos na constância do casamento”, desde que
comprovado o esforço comum para sua aquisição. Nesse sentido: STJ. 4ª Turma. Resp 1.689.152/SC, Rel. Min.
Luis Felipe Salomão, julgado em 24/10/2017.
O que foi explicado acima vale também para a união estável? SIM. O STJ possui alguns julgados afirmando
que essas regras sobre separação legal devem ser aplicadas também no caso de união estável. Nesse sentido:
STJ. 4ª Turma. Resp 1689152/SC, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 24/10/2017.
Separação LEGAL (obrigatória) é a prevista no art. 1.641 Separação ABSOLUTA é a separação convencional, ou
do Código Civil. seja, estipulada voluntariamente pelas partes (art. 1.687
do CC).
(...) 3. Inaplicabilidade, in casu, da Súmula 377 do STF, pois esta se refere à comunicabilidade dos bens no
regime de separação legal de bens (prevista no art. 1.641, CC), que não é caso dos autos. 3.1. O aludido verbete
sumular não tem aplicação quando as partes livremente convencionam a separação absoluta dos bens, por meio
de contrato antenupcial. (...) STJ. 4ª Turma. Resp 1481888/SP, Rel. Min. Marco Buzzi, julgado em 10/04/2018.
SÚMULA Nº 379: NO ACORDO DE DESQUITE NÃO SE ADMITE RENÚNCIA AOS ALIMENTOS, QUE
PODERÃO SER PLEITEADOS ULTERIORMENTE, VERIFICADOS OS PRESSUPOSTOS LEGAIS. (SUPERADA)
SÚMULA Nº 381: NÃO SE HOMOLOGA SENTENÇA DE DIVÓRCIO OBTIDA, POR PROCURAÇÃO, EM PAÍS
DE QUE OS CÔNJUGES NÃO ERAM NACIONAIS.
SÚMULA Nº 382: A VIDA EM COMUM SOB O MESMO TETO, “MORE UXORIO”, NÃO É INDISPENSÁVEL À
CARACTERIZAÇÃO DO CONCUBINATO (“UNIÃO ESTÁVEL”).
OBS: Concursos da magistratura estadual, MP e DPE. Válida, mas é necessária uma atualização da expressão
“concubinato”, empregada no texto. Onde se lê “concubinato”, deve-se entender “união estável”. O termo
concubinato, atualmente, é reservado apenas para o relacionamento entre duas pessoas no qual pelo menos uma
delas é impedida de casar (art. 1727 do CC).
OBS: O que a súmula quer dizer: a vida em comum sob o mesmo teto, também chamada de coabitação, não é
indispensável à caracterização da união estável. Logo, é possível que haja o reconhecimento da união estável,
mesmo que não haja a coabitação entre as partes (STJ, AgRg no AREsp 59256/SP, j. 18/09/13).
SÚMULA Nº 383: A PRESCRIÇÃO EM FAVOR DA FAZENDA PÚBLICA RECOMEÇA A CORRER, POR DOIS
ANOS E MEIO, A PARTIR DO ATO INTERRUPTIVO, MAS NÃO FICA REDUZIDA AQUÉM DE CINCO ANOS,
EMBORA O TITULAR DO DIREITO A INTERROMPA DURANTE A PRIMEIRA METADE DO PRAZO. (MPSC-
2013)
OBS: Concursos de advocacia pública. Normalmente, no direito em geral, quando o prazo prescricional é
interrompido, ele volta a correr do zero, ou seja, reinicia-se o prazo. A fazenda pública, no entanto, goza de um
benefício quanto a este aspecto. Se o prazo prescricional para ajuizar ação contra a fazenda pública é
interrompido, ele voltará a correr pela metade do tempo. Ex: João sofreu um ato ilícito praticado pelo Estado em
2004. Logo ele teria até 2009 para ajuizar a ação de indenização. Em 2008, ocorre algum fato que interrompe a
prescrição (art. 202, CC). Isso significa que o prazo de João para ajuizar a ação será reiniciado, mas não
integralmente e sim pela metade. Dessa forma, João terá mais 2 anos e 6 meses para ajuizar a ação. Esse privilégio
da Fazenda Pública (bastante criticável) está previsto no art. 9º do Dec 20.910/32.
SÚMULA Nº 385: OFICIAL DAS FORÇAS ARMADAS SÓ PODE SER REFORMADO, EM TEMPO DE PAZ, POR
DECISÃO DE TRIBUNAL MILITAR PERMANENTE, RESSALVADA A SITUAÇÃO ESPECIAL DOS ATINGIDOS
PELO ART. 177 DA CONSTITUIÇÃO DE 1937. (SUPERADA).
SÚMULA Nº 386: PELA EXECUÇÃO DE OBRA MUSICAL POR ARTISTAS REMUNERADOS É DEVIDO
DIREITO AUTORAL, NÃO EXIGÍVEL QUANDO A ORQUESTRA FOR DE AMADORES. (SUPERADA, segundo
o DIZER O DIREITO)
(Anal. Judic./STJ-2015-CESPE): Uma banda formada por músicos amadores não remunerados estará dispensada
do pagamento de direitos autorais em razão da execução de obra musical alheia. BL: Súmula 386, STF.
OBS: Para o site Dizer o Direito esta súmula encontra-se superada. Entretanto, ela foi cobrada em concurso da
CESPE, em 2015, para concursos no âmbito do STJ.
SÚMULA Nº 387: A CAMBIAL EMITIDA OU ACEITA COM OMISSÕES, OU EM BRANCO, PODE SER
COMPLETADA PELO CREDOR DE BOA-FÉ ANTES DA COBRANÇA OU DO PROTESTO. (MPF-2005)
(MPAM-2007) (TCM/RJ-2008) (TJAP-2009) (TRF5-2009) (Cartórios/TJRR-2013) (AGU-2013) (TJDFT-2012/2014)
(Cartórios/TJDFT-2014) (TRT2-2014) (TJPB-2011/2015) (TJSP-2015) (Cartórios/TJMG-2015) (PCPA-2016)
##Atenção: ##STJ: ##Cartórios/TJDFT-2014: ##CESPE: Nos termos da Súmula n. 387/STF, a cambial emitida ou
aceita, com omissões ou em branco, somente até a cobrança ou o protesto pode ser completada pelo credor de
boa-fé. 2. A execução anteriormente proposta com base em promissória contendo omissões nos campos relativos
à data da emissão, nome da emitente e do beneficiário, além da cidade onde foi sacada, foi extinta por
desistência. Descabe agora ao credor, após o preenchimento dos claros, ajuizar novo processo executório,
remanescendo-lhe apenas a via ordinária. (...). (STJ. 4ª T., Resp 870.704/SC, Rel. Min. Luís Felipe Salomão, j.
14/06/11).
(Aud. Fiscal-SEFAZ/PE-2014-FCC): Em relação aos títulos de crédito, considere: A cambial emitida ou aceita com
omissões, ou em branco, pode ser completada pelo credor de boa-fé antes da cobrança ou do protesto. BL: S. 387,
STF e art. 891, CC.
SÚMULA Nº 388: O CASAMENTO DA OFENDIDA COM QUEM NÃO SEJA O OFENSOR FAZ CESSAR A
QUALIDADE DO SEU REPRESENTANTE LEGAL, E A AÇÃO PENAL SÓ PODE PROSSEGUIR POR
INICIATIVA DA PRÓPRIA OFENDIDA, OBSERVADOS OS PRAZOS LEGAIS DE DECADÊNCIA E
PEREMPÇÃO (REVOGADA). (CANCELADA pelo STF no j. do HC 53.777)
SÚMULA Nº 389: SALVO LIMITE LEGAL, A FIXAÇÃO DE HONORÁRIOS DE ADVOGADO, EM
COMPLEMENTO DA CONDENAÇÃO, DEPENDE DAS CIRCUNSTÂNCIAS DA CAUSA, NÃO DANDO
LUGAR A RECURSO EXTRAORDINÁRIO (ESPECIAL).
OBS: Quando a súmula fala em recurso extraordinário, deve-se ler, atualmente, recurso especial. Isso porque o
enunciado é anterior à CF/88, época em que as questões federais eram também decididas pelo STF por meio de
recurso extraordinário.
OBS: O STJ possui entendimento pacífico no sentido de que, em regra, não se pode discutir a revisão de
honorários advocatícios por meio de recurso especial, salvo nos casos em que estes foram fixados em valores
irrisórios ou exorbitantes (AgRg no AREsp 365.889/RS, julgado em 22/10/2013).
SÚMULA Nº 390: A EXIBIÇÃO JUDICIAL DE LIVROS COMERCIAIS PODE SER REQUERIDA COMO
MEDIDA PREVENTIVA. (AGU-2010/2012) (Proc./BACEN-2013)
SÚMULA Nº 391: O CONFINANTE CERTO DEVE SER CITADO, PESSOALMENTE, PARA A AÇÃO DE
USUCAPIÃO. (MPRR-2012) (TRF2-2014)
OBS: Válida, mas o CPC previu uma exceção a essa regra. Veja o que diz o art. 246, §3º do CPC 2015:
§ 3º Na ação de usucapião de imóvel, os confinantes serão citados pessoalmente, exceto quando
tiver por objeto unidade autônoma de prédio em condomínio, caso em que tal citação é
dispensada.
OBS: Cancelada pelo STF, em 25/8/99, no lnq 687QO. Desde essa data, o STF passou a entender que a CF/88
somente garante foro por prerrogativa de função às pessoas que, no momento do julgamento, estejam no
exercício do cargo. Ex: Senador praticou o crime enquanto estava no cargo. Seu foro privativo é o STF. Antes de
ser julgado, acabou seu mandato. Como deixou de ser Senador, não poderá mais ser julgado pelo STF, devendo
seu processo ser apreciado em primeira instância, como qualquer outra pessoa.
SÚMULA Nº 395: NÃO SE CONHECE DE RECURSO DE “HABEAS CORPUS” CUJO OBJETO SEJA
RESOLVER SOBRE O ÔNUS DAS CUSTAS, POR NÃO ESTAR MAIS EM CAUSA A LIBERDADE DE
LOCOMOÇÃO. (TJAL-2019)
SÚMULA Nº 396: PARA A AÇÃO PENAL POR OFENSA À HONRA, SENDO ADMISSÍVEL A EXCEÇÃO DA
VERDADE QUANTO AO DESEMPENHO DE FUNÇÃO PÚBLICA, PREVALECE A COMPETÊNCIA ESPECIAL
POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO, AINDA QUE JÁ TENHA CESSADO O EXERCÍCIO FUNCIONAL DO
OFENDIDO. (SUPERADA)
SÚMULA Nº 397: O PODER DE POLÍCIA DA CÂMARA DOS DEPUTADOS E DO SENADO FEDERAL, EM
CASO DE CRIME COMETIDO NAS SUAS DEPENDÊNCIAS, COMPREENDE, CONSOANTE O REGIMENTO, A
PRISÃO EM FLAGRANTE DO ACUSADO E A REALIZAÇÃO DO INQUÉRITO.
OBS: Válida. Ex.: Se ocorrer um homicídio dentro do Plenário do Senado Federal, a atribuição para lavrar o auto
de prisão em flagrante e realizar o inquérito é da Polícia Legislativa Federal (e não da Polícia Federal).
SÚMULA Nº 398: O SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL NÃO É COMPETENTE PARA PROCESSAR E JULGAR,
ORIGINARIAMENTE, DEPUTADO OU SENADOR ACUSADO DE CRIME. (SUPERADA)
SÚMULA Nº 399: NÃO CABE RECURSO EXTRAORDINÁRIO (leia-se: ESPECIAL), POR VIOLAÇÃO DE LEI
FEDERAL, QUANDO A OFENSA ALEGADA FOR A REGIMENTO DE TRIBUNAL. (MPRO-2008) (MPF-2012)
OBS: Válida, mas deve ser feita uma ressalva: quando a súmula fala em recurso extraordinário, deve-se ler,
atualmente, recurso especial. Isso porque o enunciado é anterior à CF/88, época em que as questões federais
eram também decididas pelo STF por meio de recurso extraordinário.
OBS: “Inviável a análise, em recurso especial, do preceito regimental, pois não se enquadra no conceito de lei
federal, por aplicação analógica da Súmula 399/STF” (Resp 1316889/RS, j. 19/9/13).
SÚMULA Nº 400: DECISÃO QUE DEU RAZOÁVEL INTERPRETAÇÃO À LEI, AINDA QUE NÃO SEJA A
MELHOR, NÃO AUTORIZA RECURSO EXTRAORDINÁRIO (leia-se: ESPECIAL), PELA LETRA “A” DO ART.
101, III, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL.
OBS: Polêmico. A maioria da doutrina afirma que este enunciado está superado, mas apesar disso encontramos
ainda julgados do STJ aplicando seu raciocínio (ex: AgRg no Ag 1009915/RS).
OBS: Ainda que seja aplicada essa súmula, devem ser feitas duas ressalvas:
Quando a súmula fala em recurso extraordinário, deve-se ler, atualmente, recurso especial. Isso porque
o enunciado é anterior à CF/88, época em que as questões federais eram também decididas pelo STF por
meio de recurso extraordinário.
O art. 101, III acima mencionado refere-se à CF/1946. Na CF/88 corresponde ao art. 105, III.
OBS: Atenção: no caso debates constitucionais, não se aplica essa súmula 400 do STF:
“Temas de índole constitucional não se expõem, em função da própria natureza de
que se revestem, a incidência do enunciado 400 da Súmula do STF. Essa formulação
sumular não tem qualquer pertinência e aplicabilidade às causas que veiculem,
perante o STF, em sede recursal extraordinária, questões de direito constitucional
positivo. Em uma palavra: em matéria constitucional não há que cogitar de
interpretação razoável. A exegese de preceito inscrito na Constituição da República,
muito mais do que simplesmente razoável, há de ser juridicamente correta.” (AI
145680 AgR, julgado em 13/04/1993).
OBS: Superada pela Súmula 333 do TST: “Não ensejam recurso de revista decisões superadas por iterativa, notória e
atual jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho”.
SÚMULA Nº 404: NÃO CONTRARIAM A CONSTITUIÇÃO OS ARTS 3º, 22 E 27 DA LEI 3244, DE 14/8/1957,
QUE DEFINEM AS ATRIBUIÇÕES DO CONSELHO DE POLÍTICA ADUANEIRA QUANTO À TARIFA
FLEXÍVEL. (SUPERADA)
SÚMULA Nº 407: NÃO TEM DIREITO AO TERÇO DE CAMPANHA O MILITAR QUE NÃO PARTICIPOU DE
OPERAÇÕES DE GUERRA, EMBORA SERVISSE NA “ZONA DE GUERRA”.
SÚMULA Nº 409: AO RETOMANTE, QUE TENHA MAIS DE UM PRÉDIO ALUGADO, CABE OPTAR ENTRE
ELES, SALVO ABUSO DE DIREITO.
SÚMULA Nº 414: NÃO SE DISTINGUE A VISÃO DIRETA DA OBLÍQUA NA PROIBIÇÃO DE ABRIR JANELA,
OU FAZER TERRAÇO, EIRADO, OU VARANDA, A MENOS DE METRO E MEIO DO PRÉDIO DE OUTREM .
(SUPERADA)
OBS: Válida, apesar de ter sido editada sob a égide do CC/16. Veja a redação do art. 1379 do CC/02.
Art. 1.379. O exercício incontestado e contínuo de uma servidão aparente, por dez anos, nos
termos do art. 1.242, autoriza o interessado a registrá-la em seu nome no Registro de Imóveis,
valendo-lhe como título a sentença que julgar consumado a usucapião.
Parágrafo único. Se o possuidor não tiver título, o prazo da usucapião será de vinte anos.
SÚMULA Nº 417: PODE SER OBJETO DE RESTITUIÇÃO, NA FALÊNCIA, DINHEIRO EM PODER DO FALIDO,
RECEBIDO EM NOME DE OUTREM, OU DO QUAL, POR LEI OU CONTRATO, NÃO TIVESSE ELE A
DISPONIBILIDADE. (PGEPB-2008)
OBS: O que essa súmula quer dizer é que é possível a restituição de dinheiro que esteja em poder do falido, mas
em nome de outrem, sendo indisponível por força de lei ou contrato. Quanto à indisponibilidade por força de
contrato, essa Súmula tem aplicabilidade naqueles contratos em que não há transferência de titularidade sobre a
quantia em dinheiro, como no mandato, ou em contratos que instituam patrimônio de afetação, nas hipóteses
taxativamente autorizadas pela lei.
SÚMULA Nº 418: O EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO NÃO É TRIBUTO, E SUA ARRECADAÇÃO NÃO ESTÁ
SUJEITA À EXIGÊNCIA CONSTITUCIONAL DA PRÉVIA AUTORIZAÇÃO ORÇAMENTÁRIA. (SUPERADA)
(TJPA-2008-FGV): A adoção da teoria do “pentapartite” pelo STF implica a adoção de cinco modalidades de
tributos previstos na Constituição Federal. Em conseqüência, a Súmula 418 do STF, que dispõe que “o
empréstimo compulsório não é tributo, e sua arrecadação não está sujeita à exigência constitucional de prévia
autorização orçamentária”, perdeu sua eficácia. BL: Súmula 418, STF.
OBS: Segundo o art. 216-D, III, do RISTJ, para que a sentença estrangeira possa ser homologada no Brasil exige-se
que ela tenha transitado em julgado. Ocorre que o STJ decidiu recentemente que esse inciso III do art. 216-D do
RISTJ foi tacitamente revogado pelo CPC/2015. Isso porque o novo CPC previu os requisitos para a
homologação da sentença estrangeira e, em vez de exigir o trânsito em julgado, afirmou que basta que a sentença
estrangeira seja eficaz no país de origem. Confira:
Art. 963. Constituem requisitos indispensáveis à homologação da decisão: (...)
III – ser eficaz no país em que foi proferida;
Desse modo, conforme entendeu o STJ, o CPC/2015, ao exigir que a sentença estrangeira seja apenas “eficaz”
no país em que foi proferida, teria deixado de exigir o trânsito em julgado. Essa é a posição também de parcela
significativa da doutrina: GAJARDONI, Fernando da Fonseca; DELLORE, Luiz; ROQUE, André Vasconcelos;
OLIVEIRA JR., Zulmar. Execução e recursos: comentários ao CPC de 2015. São Paulo: Método, 2017. P. 754). Com
esse julgado, fica superada a Súmula 420 do STF.
Em suma: Com a entrada em vigor do CPC/2015, tornou-se necessário que a sentença estrangeira esteja eficaz no
país de origem para sua homologação no Brasil. O art. 963, III, do CPC/2015, não mais exige que a decisão
judicial que se pretende homologar tenha transitado em julgado, mas apenas que ela seja eficaz em seu país de
origem, tendo sido tacitamente revogado o art. 216-D, III, do RISTJ. STJ. Corte Especial. SEC 14.812-EX, Rel. Min.
Nancy Andrighi, j. 16/5/18 (Info 626).
OBS: Importante. Não obsta a extradição o fato de o súdito estrangeiro ser casado ou viver em união estável
com pessoa de nacionalidade brasileira, ainda que, com esta, possua filho brasileiro. A Súmula 421/STF revela-se
compatível com a vigente Constituição da República, pois, em tema de cooperação internacional na repressão a
atos de criminalidade comum, a existência de vínculos conjugais e/ou familiares com pessoas de nacionalidade
brasileira não se qualifica como causa obstativa da extradição. (STF. Plenário. Ext 1201, Rel. Min. Celso de
Mello, j. 17/2/11).
(Agente da Polícia Civil/AC-2017-IBADE): Epitácio, brasileiro naturalizado, cometera crime de tráfico ilícito de
drogas, na Itália, antes de sua naturalização. Considerando que: 1) A Itália requereu sua extradição ao Brasil; 2)
Epitácio casou-se com uma brasileira nata e deste relacionamento adveio um filho, assinale a alternativa correta:
Epitácio poderá ser extraditado, tendo em vista que não impede a extradição a circunstância de ser o extraditado
casado com brasileira ou ter filho brasileiro. BL: art. 5º, LI, CF e S. 421, STF
OBS: Válida. A sentença que aplica medida de segurança ao réu é considerada como absolutória imprópria (art.
386, parágrafo único, III, do CPP).
SÚMULA Nº 423: NÃO TRANSITA EM JULGADO A SENTENÇA POR HAVER OMITIDO O RECURSO “EX
OFFICIO”, QUE SE CONSIDERA INTERPOSTO “EX LEGE”. (TRF1-2009) (MPMS-2011) (PGEAC-2012)
OBS: Importante. Deve ser feita, contudo, uma observação: o reexame necessário não possui natureza jurídica
de recurso. É tecnicamente incorreto denominar o instituto de “recurso ex officio”, “recurso de ofício” ou “recurso
obrigatório”. Tais nomenclaturas estão, atualmente, superadas.
SÚMULA Nº 424: TRANSITA EM JULGADO O DESPACHO SANEADOR DE QUE NÃO HOUVE RECURSO,
EXCLUÍDAS AS QUESTÕES DEIXADAS, EXPLÍCITA OU IMPLICITAMENTE, PARA A SENTENÇA. (TRT24-
2014)
OBS: Válida, mas com ressalva. Segundo o entendimento majoritário na jurisprudência, a Súmula 424 do STF
continua em vigor, salvo para as hipóteses previstas no art. 485, §3º do NCPC, em que não ocorre a preclusão.
Conforme precedentes do STJ, as questões de ordem pública apreciadas apenas em 1° grau de jurisdição, por
ocasião do despacho saneador, não se tornam preclusas em razão da ausência de recurso contra esta decisão,
motivo pelo qual podem ser suscitadas na apelação, devendo ser apreciadas pelo tribunal (Resp 261.651/PR,
j.03/05/2005). Esse entendimento é criticado por alguns doutrinadores, como Fredie Didier (ob. Cit., p. 593).
SÚMULA Nº 425: O AGRAVO DESPACHADO NO PRAZO LEGAL NÃO FICA PREJUDICADO PELA
DEMORA DA JUNTADA, POR CULPA DO CARTÓRIO; NEM O AGRAVO ENTREGUE EM CARTÓRIO NO
PRAZO LEGAL, EMBORA DESPACHADO TARDIAMENTE.
OBS: Válida. Apesar de a Súmula mencionar o agravo, vale para todo e qualquer recurso.
SÚMULA Nº 428: NÃO FICA PREJUDICADA A APELAÇÃO ENTREGUE EM CARTÓRIO NO PRAZO LEGAL,
EMBORA DESPACHADA TARDIAMENTE.
OBS: Válida. Apesar de a Súmula mencionar a apelação, vale para todo e qualquer recurso.
OBS: Válida. Lei n° 12.016/09. “Art. 5° Não se concederá mandado de segurança quando se tratar: l – de ato do qual
caiba recurso administrativo com efeito suspensivo, independentemente de caução.”
(TJSP-2015-VUNESP): No que se refere ao mandado de segurança, é correto afirmar que a existência de recurso
administrativo com efeito suspensivo não impede o uso do mandado de segurança contra omissão de
autoridade. BL: S. 429, STF.
##Atenção: ##CESPE: ##TRF5-2013: “É pacífico o entendimento do STJ no sentido de que o prazo decadencial
para impetração do mandado de segurança não se interrompe nem se suspende em razão de pedido de
reconsideração ou da interposição de recurso administrativo, exceto quanto concedido efeito suspensivo.”
(RMS 25.112/RJ, Rel. Min. Eliana Calmon, j. 15.4.2008).
(MPRO-2008-CESPE): Segundo o entendimento firmado pelo STF, o pedido de reconsideração do ato ilegal
protocolado na via administrativa não tem o condão de interromper o prazo decadencial. BL: S. 430, STF.
OBS: Válida. Como regra geral, a falta de intimação do defensor para a sessão de julgamento é causa de
nulidade. Contudo, o STF e o STJ podem deixar de declarar a nulidade do julgamento se esse vício não foi
alegado no momento oportuno (STF HC 110954, j. 22/05/2012).
Em regra, como afirma a súmula, a defesa não precisa ser intimada da sessão de julgamento do habeas corpus. No
entanto, o impetrante poderá requerer expressamente que seja comunicado dessa data para realizar sustentação
oral. Nesse caso, se não for intimado, haverá nulidade.
(...) Por não depender de pauta, a jurisprudência desta Corte tem acolhido a tese de que somente
haverá nulidade do julgamento de habeas corpus, por ausência de comunicação prévia, quando a
defesa requerer que seja cientificada da data do julgamento. Assim, ausente requerimento de
sustentação oral, não há falar em cerceamento de defesa. (STF. 2ª Turma. RHC 124313, Rel. Min.
Teori Zavascki, j. 10/03/2015).
SÚMULA Nº 432: NÃO CABE RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM FUNDAMENTO NO ART. 101, III, “D”, DA
CONSTITUIÇÃO FEDERAL, QUANDO A DIVERGÊNCIA ALEGADA FOR ENTRE DECISÕES DA JUSTIÇA DO
TRABALHO. (SUPERADA)
SÚMULA Nº 436: É VÁLIDA A LEI 4093, DE 24/10/1959, DO PARANÁ, QUE REVOGOU A ISENÇÃO
CONCEDIDA ÀS COOPERATIVAS POR LEI ANTERIOR. (SUPERADA)
SÚMULA Nº 437: ESTÁ ISENTA DA TAXA DE DESPACHO ADUANEIRO A IMPORTAÇÃO DE
EQUIPAMENTO PARA A INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA, SEGUNDO PLANO APROVADO, NO PRAZO
LEGAL, PELO ÓRGÃO COMPETENTE. (SUPERADA)
(Anal. Legisl./Câm. Deputados-2014–CESPE): No que se refere às regras gerais do direito de empresas, julgue o
seguinte item: Os livros comerciais das sociedades empresárias estão sujeitos à fiscalização tributária ou
previdenciária, limitado o exame ao ponto objeto da investigação. BL: S. 439, STF.
SÚMULA Nº 441: O MILITAR, QUE PASSA À INATIVIDADE COM PROVENTOS INTEGRAIS, NÃO TEM
DIREITO ÀS COTAS TRIGÉSIMAS A QUE SE REFERE O CÓDIGO DE VENCIMENTOS E VANTAGENS DOS
MILITARES. (SUPERADA)
SÚMULA Nº 443: A PRESCRIÇÃO DAS PRESTAÇÕES ANTERIORES AO PERÍODO PREVISTO EM LEI NÃO
OCORRE, QUANDO NÃO TIVER SIDO NEGADO, ANTES DAQUELE PRAZO, O PRÓPRIO DIREITO
RECLAMADO, OU A SITUAÇÃO JURÍDICA DE QUE ELE RESULTA. (MPRO-2010)
SÚMULA Nº 444: NA RETOMADA PARA CONSTRUÇÃO MAIS ÚTIL, DE IMÓVEL SUJEITO AO DECRETO
24150, DE 20/4/1934, A INDENIZAÇÃO SE LIMITA ÀS DESPESAS DE MUDANÇA. (SUPERADA)
SÚMULA Nº 445: A LEI 2437, DE 7/3/1955, QUE REDUZ PRAZO PRESCRICIONAL, É APLICÁVEL ÀS
PRESCRIÇÕES EM CURSO NA DATA DE SUA VIGÊNCIA (1º/1/1956), SALVO QUANTO AOS PROCESSOS
ENTÃO PENDENTES. (SUPERADA)
OBS: Válida.
Se o assistente já estava habilitado nos autos: o prazo de recurso será de 5 dias (art. 593, CPP).
Se ainda não estava habilitado: o prazo será de 15 dias (art. 598, § único, CPP).
OBS: Válida. A matéria é tratada, atualmente, no art. 58, III da Lei 8.245/91.
SÚMULA Nº 453: NÃO SE APLICAM À SEGUNDA INSTÂNCIA O ART. 384 E PARÁGRAFO ÚNICO DO
CÓDIGO DE PROCESSO PENAL, QUE POSSIBILITAM DAR NOVA DEFINIÇÃO JURÍDICA AO FATO
DELITUOSO, EM VIRTUDE DE CIRCUNSTÂNCIA ELEMENTAR NÃO CONTIDA, EXPLÍCITA OU
IMPLICITAMENTE, NA DENÚNCIA OU QUEIXA. (MPAM-2007) (TJSE-2008) (TJMT-2009) (MPDFT-2011)
(TJCE-2012) (DPERO-2012) (TJSC-2015) (TJRS-2016) (TJSP-2018) (TJMG-2018) (TJAL-2019)
OBS: Válida. A mutatio libelli ocorre quando, no curso da instrução processual, surge prova de alguma elementar
ou circunstância que não havia sido narrada expressamente na denúncia ou queixa.
Exemplo: o MP narrou, na denúncia, que o réu praticou furto simples (art. 155, caput, do CP). Durante a
instrução, os depoimentos revelaram que o acusado utilizou-se de uma chave falsa para entrar na furtada. Com
base nessa nova elementar, que surgiu em consequência de prova trazida durante a instrução, verifica-se que é
cabível uma nova definição jurídica do fato, mudando o crime de furto simples para furto qualificado (art. 155, §
4°, III, do CP).
Previsão no CPP:
Art. 384. Encerrada a instrução probatória, se entender cabível nova definição jurídica do fato, em
consequência de prova existente nos autos de elemento ou circunstância da infração penal não
contida na acusação, o Ministério Público deverá aditar a denúncia ou queixa, no prazo de 5 (cinco)
dias, se em virtude desta houver sido instaurado o processo em crime de ação pública, reduzindo-
se a termo o aditamento, quando feito oralmente.
Mutatio libelli em 2° grau de jurisdição: não é possível, porque se o Tribunal, em grau de recurso, apreciasse um
fato não valorado pelo juiz, haveria supressão de Instância. Nesse sentido:
“(...) o duplo grau visa a assegurar que as questões fáticas e jurídicas possam ser reexaminadas, isto é,
examinadas no primeiro grau. Portanto, não se pode admitir que o Tribunal faça o exame direto de
determinada matéria pela primeira vez, sob pena de supressão do primeiro grau de jurisdição, o que também
seria causa de violação ao duplo grau de jurisdição. É exatamente este o motivo pelo qual não se admite a
mutatio libelli na 2° instância. Afinal, se fosse possível sua aplicação em segunda instância, haveria supressão
do primeiro grau de jurisdição, já que o acusado se veria impossibilitado de se defender quanto à imputação
diversa perante o juiz de 1° instância. Logo, se o art. 384 do CPP não foi aplicado no primeiro grau de
jurisdição, não poderá haver o aditamento da peça acusatória em sede recursal, nem tampouco poderá o
tribunal considerar fatos diversos daqueles constantes da imputação. Há, pois, uma limitação cronológica à
mutatio libelli: não se admite a possibilidade de mudança da imputação em seu aspecto fático após o juiz
proferir a sentença.” (LIMA, Renato Brasileiro de. Código de Processo Penal comentado.
Salvador:JusPodivm, 2016, p. 1675).
Atenção: na época em que a Súmula foi editada, o art. 384 do CPP possui apenas um parágrafo. Foram incluídos
outros com a Lei 11.719/08. Isso, contudo, não prejudica o entendimento e a validade do enunciado.
OBS: Válida. O CPC 2015 acabou com os embargos infringentes no processo civil. No entanto, este enunciado
ainda pode ser aplicado nos processos criminais, uma vez que são regidos pela regra do art. 609 do CPP.
SÚMULA Nº 461: É DUPLO, E NÃO TRIPLO, O PAGAMENTO DO SALÁRIO NOS DIAS DESTINADOS A
DESCANSO.
SÚMULA Nº 473: A ADMINISTRAÇÃO PODE ANULAR SEUS PRÓPRIOS ATOS, QUANDO EIVADOS DE
VÍCIOS QUE OS TORNAM ILEGAIS, PORQUE DELES NÃO SE ORIGINAM DIREITOS; OU REVOGÁ-
LOS, POR MOTIVO DE CONVENIÊNCIA OU OPORTUNIDADE, RESPEITADOS OS DIREITOS
ADQUIRIDOS, E RESSALVADA, EM TODOS OS CASOS, A APRECIAÇÃO JUDICIAL. (DPEMG-2009)
(TRF1-2009) (MPRO-2008/2010) (MPGO-2010) (TRF4-2010) (TJPA-2009/2012) (MPSC-2010/2012) (TJAC-2012)
(TJMA-2013) (TJRJ-2014) (TJDFT-2015/2016) (MPPR-2016) (TJPR-2017) (TJRS-2009/2018) (TJMG-2018) (TJMT-
2018) (TJSP-2018) (DPEAM-2018) (TJRO-2019) (TJMS-2020)
OBS: Trata-se do princípio da autotutela (ou poder de autotutela). Vale ressaltar que, se a invalidação do ato
administrativo repercute no campo de interesses individuais, faz-se necessária a instauração de procedimento
administrativo que assegure o devido processo legal e a ampla defesa (STF RMS 31661/DF, j. 10/12/13).
OBS: Cumpre ressaltar que a análise judicial do ato administrativo deve se ater a aspectos de “juridicidade” do
ato, visualizando se ele atende aos critérios de legalidade, razoabilidade e respeita os demais princípios do
ordenamento jurídico. Não pode o magistrado, todavia, ingressar na análise do mérito administrativo.
##Atenção: ##DOD: ##STF: A Administração Pública pode anular seus próprios atos quando estes forem
ilegais. No entanto, se a invalidação do ato administrativo repercute no campo de interesses individuais, faz-
se necessária a instauração de processo administrativo que assegure o devido processo legal e a ampla defesa.
Assim, a prerrogativa de a Administração Pública controlar seus próprios atos não dispensa a observância do
contraditório e ampla defesa prévios em âmbito administrativo. STF. 2ª T. RMS 31661/DF, rel. Min. Gilmar
Mendes, j. 10/12/13 (Info 732). STF. Plenário. MS 25399/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, j. 15/10/14 (Info 763).
(Diplomata/Instituto Rio Branco-2017-CESPE): O controle de legalidade dos atos administrativos, que verifica a
compatibilidade formal do ato com a legislação infraconstitucional, pode ser exercido tanto no âmbito interno,
por meio da autotutela administrativa, quanto externo, pelos órgãos do Poder Judiciário. BL: Súmula 473, STF.
##Atenção: O controle de mérito dos atos administrativos só pode ser realizado pela Administração, por meio
da revogação, ao passo que o controle de legalidade pode ser feito tanto pela administração (por provocação ou
de ofício), como pelo Poder judiciário (apenas se provocado), que será operada pela anulação.
(MPSC-2014): Segundo jurisprudência consolidada do STF, a Administração pode anular seus próprios atos,
quando maculados por defeitos que os façam ilegais, com eficácia, em geral, ex tunc. Pode ainda revoga-los,
atenta a pressupostos de conveniência ou oportunidade, sem prejuízo dos direitos adquiridos, com efeitos ex
nunc.
##Atenção:
Anulação: Com efeito retroativo (EX-TUNC): Decai em 5 anos o direito de anulação
Revogação: Sem efeito retroativo (EX-NUNC): Deve respeitar os direitos adquiridos.
(TJSP-2013-VUNESP): O princípio da autotutela administrativa, consagrado no Enunciado n.º 473 das Súmulas
do STF (“473 – A Administração pode anular seus próprios atos quando eivados de vícios que os tornem ilegais,
porque deles não se originam direitos; ou evoga-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os
direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.”), fundamento invocado pela
Administração para desfazer ato administrativo que afete interesse do administrado, desfavorecendo sua posição
jurídica, exige prévia instauração de processo administrativo, para assegurar o devido processo legal. BL:
Súmula 473, STF.
SÚMULA Nº 475: A LEI 4686, DE 21/6/1965, TEM APLICAÇÃO IMEDIATA AOS PROCESSOS EM CURSO,
INCLUSIVE EM GRAU DE RECURSO EXTRAORDINÁRIO.
OBS: Válida. Vale ressaltar, no entanto, que são bens da União apenas as terras devolutas indispensáveis à
defesa das fronteiras (art. 20, II da CF/88).
(TRF4-2016): Assinale a alternativa correta: As concessões de terras devolutas situadas na faixa de fronteira,
feitas pelos Estados, autorizam apenas o uso, permanecendo o domínio com a União, ainda que se mantenha
inerte ou tolerante em relação aos possuidores. BL: S. 477, STF.
(TJDFT-2007): Em matéria de bens públicos, é correto afirmar: As concessões de terras devolutas situadas na
faixa de fronteira, feitas pelos Estados, autorizam, apenas o uso, permanecendo o domínio com a União, ainda
que se mantenha inerte ou tolerante, em relação aos possuidores. BL: S. 477, STF.
SÚMULA Nº 478: O PROVIMENTO EM CARGOS DE JUÍZES SUBSTITUTOS DO TRABALHO, DEVE SER
FEITO INDEPENDENTEMENTE DE LISTA TRÍPLICE, NA ORDEM DE CLASSIFICAÇÃO DOS CANDIDATOS.
(SUPERADA).
OBS: Importante. Concursos federais. Segundo o STJ, o entendimento exposto na Súmula 479 não é absoluto e
deve ser mitigado quando comprovado que o particular possui um justo título sobre a área desaproprianda .
Assim, o particular desapropriado poderá receber indenização por eventuais benfeitorias situadas em terrenos
marginais dos rios navegáveis quando as tiver realizado em imóvel de seu domínio, assim reconhecido,
legitimamente, pelo Poder Público. Caso não possua justo título, logicamente, não serão indenizáveis as
benfeitorias (STJ, AgRg no REsp 1302118/MG, j. 17/05/2012).
SÚMULA Nº 480: PERTENCEM AO DOMÍNIO E ADMINISTRAÇÃO DA UNIÃO, NOS TERMOS DOS ARTS.
4º, IV, E 186, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1967, AS TERRAS OCUPADAS POR SILVÍCOLAS.
OBS: Válida, mas sem tanta importância, por estar desatualizada. De acordo com o art. 20, XI da CF/88, são
bens da União as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios.
OBS: Superada, uma vez que o Decreto 24.150/34 foi revogado. Vale ressaltar, no entanto, que o raciocínio
expresso pela Súmula permanece válido, considerando que é compatível com as disposições da atual Lei de
Locações.
SÚMULA Nº 482: O LOCATÁRIO, QUE NÃO FOR SUCESSOR OU CESSIONÁRIO DO QUE O PRECEDEU NA
LOCAÇÃO, NÃO PODE SOMAR OS PRAZOS CONCEDIDOS A ESTE, PARA PEDIR A RENOVAÇÃO DO
CONTRATO, NOS TERMOS DO DECRETO 24150. (SUPERADA)
OBS: Superada, uma vez que o Decreto 24.150/34 foi revogado. Vale ressaltar, no entanto, que o raciocínio
expresso pela Súmula permanece válido, considerando que a atual Lei de Locações (Lei nº 8.245/91) traz uma
regra semelhante no seu art. 51, § 1º.
SÚMULA Nº 485: NAS LOCAÇÕES REGIDAS PELO DECRETO 24150, DE 20/4/1934, A PRESUNÇÃO DE
SINCERIDADE DO RETOMANTE É RELATIVA, PODENDO SER ILIDIDA PELO LOCATÁRIO. (SUPERADA)
OBS: Superada, uma vez que o Decreto 24.150/34 foi revogado. Vale ressaltar, no entanto, que o raciocínio
expresso pela Súmula permanece válido, considerando que é compatível com as disposições da atual Lei de
Locações.
SÚMULA Nº 487: SERÁ DEFERIDA A POSSE A QUEM, EVIDENTEMENTE, TIVER O DOMÍNIO, SE COM
BASE NESTE FOR ELA DISPUTADA. (SUPERADA)
OBS: Superada. Vide art. 1210 do CC/02. Vide Enunciados 78 e 79 da I Jornada de Direito Civil.
SÚMULA Nº 488: A PREFERÊNCIA A QUE SE REFERE O ART. 9º DA LEI 3912, DE 3/7/1961, CONSTITUI
DIREITO PESSOAL. SUA VIOLAÇÃO RESOLVE-SE EM PERDAS E DANOS. (SUPERADA)
OBS: Superada, uma vez que a Lei 3.912/61 foi revogada. Vale ressaltar, no entanto, que o raciocínio expresso
pela Súmula permanece válido, considerando que é compatível com os arts. 27 e 33 da Lei 8245/91.
OBS: Válida. A exigência de que o contrato de compra e venda de veículos seja registrado no cartório de
Registro de Títulos e Documentos (RTD) encontra-se prevista no art. 129 da Lei nº 6.015/73:
Art. 129. Estão sujeitos a registro, no Registro de Títulos e Documentos, para surtir efeitos em
relação a terceiros: (...)
7º) as quitações, recibos e contratos de compra e venda de automóveis, bem como o penhor destes,
qualquer que seja a forma que revistam;
Vale ressaltar que se o contrato não for levado à registro no RTD, ele continuará sendo válido para as partes
envolvidas (comprador e vendedor). No entanto, ele não produzirá efeitos para terceiros.
Observação importante: se houver um acidente envolvendo o veículo vendido, quem responde civilmente é o
atual proprietário, mesmo que o contrato não tenha sido registrado no RTD. Nesse sentido:
Súmula 132-STJ: A ausência de registro da transferência não implica a responsabilidade do
antigo proprietário por dano resultante de acidente que envolva o veículo alienado.
Alienação fiduciária: Quando for realizada a alienação fiduciária de um veículo, o contrato deverá ser
registrado no DETRAN e esta informação constará no CRV do automóvel. É desnecessário o registro do
contrato de alienação fiduciária de veículos em cartório. STF. Plenário. RE 611639/RJ, Rel. Min. Marco Aurélio,
julgado em 21/10/2015 (repercussão geral). STF. Plenário. ADI 4333/DF e ADI 4227/DF, Rel. Min. Marco
Aurélio, julgados em 21/10/2015 (Info 804).
O registro da alienação fiduciária no RTD, no passado, já foi obrigatório, conforme previa o art. 66, § 1º da Lei nº
4.728/65, tendo este artigo, contudo, sido revogado pela Lei nº 10.931/2004. Além disso, para que não
houvessem dúvidas de que o registro no RTD é dispensável, o legislador editou duas leis afirmando isso.
Confira:
Lei nº 11.882/2008:
Art. 6º Em operação de arrendamento mercantil ou qualquer outra modalidade de crédito ou
financiamento a anotação da alienação fiduciária de veículo automotor no certificado de registro a
que se refere a Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997, produz plenos efeitos probatórios contra
terceiros, dispensado qualquer outro registro público.
Lei nº 11.795/2008:
Art. 14 (...) § 7º A anotação da alienação fiduciária de veículo automotor ofertado em garantia ao
grupo de consórcio no certificado de registro a que se refere o Código de Trânsito Brasileiro, Lei
nº 9.503, de 23 de setembro de 1997, produz efeitos probatórios contra terceiros, dispensado
qualquer outro registro público.
SÚMULA Nº 490: A PENSÃO CORRESPONDENTE À INDENIZAÇÃO ORIUNDA DE RESPONSABILIDADE
CIVIL DEVE SER CALCULADA COM BASE NO SALÁRIO MÍNIMO VIGENTE AO TEMPO DA SENTENÇA E
AJUSTAR-SE-Á ÀS VARIAÇÕES ULTERIORES.
OBS: Superada, em parte. De acordo com o § 4º do art. 533 do CPC/2015, "a prestação alimentícia poderá ser fixada
tomando por base o salário-mínimo". Logo, é uma possibilidade e não um dever do magistrado.
Segundo o STJ, o princípio fundamental firmado pela Súmula 490 do STF, é o de propiciar o ressarcimento mais
eficaz possível à vítima do ilícito civil, e não o de estabelecer uma regra imutável quanto ao cálculo do valor a ser
pago. Assim, se o juiz fixar a indenização com base no salário mínimo vigente na data do pagamento, isso não
configura afronta ao aludido enunciado a ponto de justificar o cabimento de recurso especial (AgRg no Ag
1195520/RJ, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 03/11/2009).
SÚMULA Nº 491: É INDENIZÁVEL O ACIDENTE QUE CAUSE A MORTE DE FILHO MENOR, AINDA QUE
NÃO EXERÇA TRABALHO REMUNERADO. (TJSP-2014)
OBS: Válida. Apesar de ter sido editada em 1969, o enunciado encontra-se de acordo com a teoria do risco
adotada no parágrafo único do art. 927 do CC/02.
(MPSC-2014): A empresa locadora de veículos responde, civil e solidariamente, com o locatário, pelos danos por
este causados a terceiro, no uso do carro locado. BL: Súmula 492 do STF.
(TJSC-2012): Em ação de reparação de danos movida contra segurado, a seguradora denunciada pode ser
condenada direta e solidariamente junto com este a pagar a indenização devida à vítima, nos limites da apólice.
BL: Súmula 492 do STF.
OBS: Superada. O tema agora é tratado pelo art. 533 do CPC 2015.
OBS: Superada. A ação para anular venda de ascendente a descendente, sem consentimento dos demais,
prescreve em 2 anos, contados da data do ato, nos termos do art. 179, do CC/02.
OBS: Válida, considerando que o art. 85, § único da Lei de Falência manteve a regra da antiga Lei de Falências.
SÚMULA Nº 496: SÃO VÁLIDOS, PORQUE SALVAGUARDADOS PELAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS
TRANSITÓRIAS DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1967, OS DECRETOS-LEIS EXPEDIDOS ENTRE 24 DE
JANEIRO E 15 DE MARÇO DE 1967.
OBS: Válida, mas sem tanta importância atualmente. Por força deste enunciado é que o Decreto-Lei 201/67
(crimes de responsabilidade dos prefeitos) foi recepcionado como lei ordinária.
OBS: Importante.
Exemplo: José segue duas mulheres que caminhavam juntas e pratica estupro consumado contra uma (“A”) e
estupro tentado contra a outra (“B”). O juiz condena José a 6 anos pelo estupro de “A” e a 4 anos pela tentativa
de estupro de “B”. Como o juiz reconheceu o crime continuado entre os dois estupros, ele aumenta a pena do
crime mais grave em 2/3, fazendo com que a pena total fique em 10 anos.
Para que seja feito o cálculo da prescrição, o juiz irá considerar o total da pena com o aumento do crime
continuado (10 anos) ou levará em conta a pena de cada crime, isoladamente? Para fins de calcular a prescrição,
o juiz considera a pena aplicada para cada um dos delitos, isoladamente. Assim, não se calcula a prescrição
com o aumento imposto pela continuidade delitiva. O objetivo é que seja mais benéfico ao réu.
CP/Art. 119. No caso de concurso de crimes, a extinção da punibilidade incidirá sobre a pena de cada um, isoladamente.
(Anal. Judic./STJ-2018-CESPE): Tratando-se de crimes continuados, a prescrição é regulada pela pena imposta
na sentença, não se computando o acréscimo decorrente da continuação. BL: S. 497, STF.
##Atenção: Crime continuado, ou continuidade delitiva, é a modalidade de concurso de crimes que se verifica
quando o agente, por meio de duas ou mais condutas, comete dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas
condições de tempo, local, modo de execução e outras semelhantes, devem os subsequentes ser havidos como
continuação do primeiro. (Fonte: Direito Penal Esquematizado - Cleber Masson)
##Atenção: De acordo com a supra súmula, no cálculo da prescrição não se considera o aumento decorrente da
continuação. Por exemplo: o réu X foi condenado a 2 anos de prisão, com aumento de 1/6 decorrente da
continuidade delitiva, totalizando 2 anos E 4 meses de prisão. A prescrição, entretanto, é calculada sobre o prazo
de 2 anos (sem o aumento de 1/6).
OBS: Válida. Depois que a súmula foi editada, essa regra foi inserida no §1º do art. 77 do CP.
SÚMULA Nº 500: NÃO CABE A AÇÃO COMINATÓRIA PARA COMPELIR-SE O RÉU A CUMPRIR
OBRIGAÇÃO DE DAR. (SUPERADA)
OBS: Válida, mas a interpretação deve ser feita nos termos do que foi explicado nos comentários à SV 22-STF.
OBS: Assim, por exemplo, se um empregado de uma empresa pública federal sofre um acidente de trabalho e
deseja ingressar com ação de indenização contra esta empresa pública, a competência será da Justiça do Trabalho
(art. 114, I, da CF/88; SV 22).
SÚMULA Nº 502: NA APLICAÇÃO DO ART. 839 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL, COM A REDAÇÃO DA
LEI 4290, DE 5/12/1963, A RELAÇÃO VALOR DA CAUSA E SALÁRIO MÍNIMO VIGENTE NA CAPITAL DO
ESTADO, OU DO TERRITÓRIO, PARA O EFEITO DE ALÇADA, DEVE SER CONSIDERADA NA DATA DO
AJUIZAMENTO DO PEDIDO. (SUPERADA)
SÚMULA Nº 505: SALVO QUANDO CONTRARIAREM A CONSTITUIÇÃO, NÃO CABE RECURSO PARA O
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, DE QUAISQUER DECISÕES DA JUSTIÇA DO TRABALHO, INCLUSIVE DOS
PRESIDENTES DE SEUS TRIBUNAIS.
SÚMULA Nº 506: O AGRAVO A QUE SE REFERE O ART. 4º DA LEI 4348, DE 26/6/1964, CABE, SOMENTE,
DO DESPACHO DO PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL QUE DEFERE A SUSPENSÃO DA
LIMINAR, EM MANDADO DE SEGURANÇA; NÃO DO QUE A "DENEGA". (CANCELADA pelo Plenário do
STF, no SS 2222 AgR-ED-AgR. j. em 13/11/2003)
SÚMULA Nº 507: A AMPLIAÇÃO DOS PRAZOS A QUE SE REFERE O ART. 32 DO CÓDIGO DE PROCESSO
CIVIL APLICA-SE AOS EXECUTIVOS FISCAIS. (SUPERADA, pois faz referência ao CPC de 1939, que está
revogado)
OBS: Vide Súmulas 42-STJ, 517 e 556 do STF. As sociedades de economia mista, ainda que mantidas pela União,
não são julgadas pela Justiça Federal. Houve uma opção do constituinte de não incluir tais empresas estatais no
rol do art. 109 da CF.
OBS: Quando o enunciado 556 fala em “justiça comum”, deve-se fazer uma correção e interpretar essa locução
como sendo “justiça estadual”. Isso porque antes da CF/88, “justiça comum” era sinônimo de “justiça estadual”.
Atualmente, contudo, existe justiça comum estadual e justiça comum federal. As “justiças especializadas” são a
justiça eleitoral, do trabalho e militar. Estas três são “justiças federais especializadas”.
OBS: O Banco do Brasil é uma sociedade de economia mista que conta com a participação majoritária da
União. Mesmo assim, as causas em que participa são julgadas, em regra, pela justiça estadual. Isso porque,
como vimos acima, as sociedades de economia mista não possuem foro na Justiça Federal.
SÚMULA Nº 509: A LEI 4632, DE 18/5/1965, QUE ALTEROU O ART. 64 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL,
APLICA-SE AOS PROCESSOS EM ANDAMENTO, NAS INSTÂNCIAS ORDINÁRIAS. (SUPERADA)
OBS: Importante.
(TJSP-2015-VUNESP): Em tema de ação rescisória, afirma-se corretamente que se admite sua propositura contra
sentença transitada em julgado, mesmo que contra ela não se tenham esgotado todos os recursos. BL: S. 514, STF.
(TJSP-2014-VUNESP): Cabe ação rescisória contra decisão transitada em julgado, ainda que não tenham sido
interpostos todos os recursos cabíveis. BL: S. 514, STF.
SÚMULA Nº 515: A COMPETÊNCIA PARA A AÇÃO RESCISÓRIA NÃO É DO SUPREMO TRIBUNAL
FEDERAL, QUANDO A QUESTÃO FEDERAL, APRECIADA NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO OU NO
AGRAVO DE INSTRUMENTO, SEJA DIVERSA DA QUE FOI SUSCITADA NO PEDIDO RESCISÓRIO. (TJMS-
2012) (PFN-2012)
SÚMULA Nº 516: O SERVIÇO SOCIAL DA INDÚSTRIA (SESI) ESTÁ SUJEITO À JURISDIÇÃO DA JUSTIÇA
ESTADUAL.
(TJDFT-2014-CESPE): No que diz respeito ao terceiro setor, assinale a opção correta à luz da doutrina, da
legislação de regência e da jurisprudência do STF acerca da matéria: Os serviços sociais autônomos, tais como
SESI e SENAI, ainda que de âmbito nacional, sujeitam-se à jurisdição da justiça estadual. BL: S. 514, STF.
As sociedades de economia mista, ainda que mantidas pela União, não são julgadas pela Justiça Federal.
Houve uma opção do constituinte de não incluir tais empresas estatais no rol do art. 109 da CF/88.
Quando o enunciado 556 fala em “justiça comum”, deve-se fazer uma correção e interpretar essa locução como
sendo “justiça estadual”. Isso porque antes da CF/88, “justiça comum” era sinônimo de “justiça estadual”.
Atualmente, contudo, existe justiça comum estadual e justiça comum federal. As “justiças especializadas” são a
justiça eleitoral, do trabalho e militar. Estas três são “justiças federais especializadas”.
O Banco do Brasil é uma sociedade de economia mista que conta com a participação majoritária da União .
Mesmo assim, as causas em que participa são julgadas, em regra, pela justiça estadual. Isso porque, como
vimos acima, as sociedades de economia mista não possuem foro na Justiça Federal.
SÚMULA Nº 520: NÃO EXIGE A LEI QUE, PARA REQUERER O EXAME A QUE SE REFERE O ART. 777 DO
CÓDIGO DE PROCESSO PENAL, TENHA O SENTENCIADO CUMPRIDO MAIS DE METADE DO PRAZO DA
MEDIDA DE SEGURANÇA IMPOSTA. (TJPR-2017)
OBS: Importante. O raciocínio transmitido pela súmula continua válido, mas agora o tema é tratado pelos arts.
175 e 176 da Lei nº 7210/84 (LEP), que possuem praticamente a mesma redação dos arts. 775 e 777 do CPP.
Em suma, o que quer dizer a súmula: o exame de cessação da periculosidade poderá ser feito a qualquer tempo,
ou seja, mesmo que não encerrado o prazo mínimo de duração da medida de segurança, desde que essa
antecipação seja requerida, de forma fundamentada, pelo Ministério Público, pelo interessado, por seu
procurador ou defensor.
OBS: Importante. Vide Súmula 244 do STJ: “Compete ao foro do local da recusa processar e julgar o crime de estelionato
mediante cheque sem provisão de fundos”.
(MPMT-2014): De acordo com entendimento sumulado pelo STF, é de competência da Justiça Federal processar e
julgar crimes de tráfico de drogas, desde que haja remessa do entorpecente para o exterior. BL: S. 522, STF.
(TJRJ-2014-VUNESP): De acordo com entendimento sumulado pelo STF, é de competência da Justiça Federal
processar e julgar crimes de tráfico de drogas, desde que haja remessa do entorpecente para o exterior. BL: S. 522
do STF.
##Atenção: ##STF: A súmula 523 do STF nos traz a distinção clássica entre nulidade absoluta e relativa. A falta
de defesa seria caso de nulidade absoluta, enquanto a deficiência causa de nulidade relativa. Contudo, observa a
melhor doutrina que essa distinção não faz mais sentido, tendo em vista que o STF tem constantemente decidido
sobre a necessidade de demonstração do prejuízo inclusive em caso de nulidade absoluta, em observância do
princípio do pas de nullité sans grief (HC 144.018 AgR, rel. min. Alexandre de Moraes, 1ª T, j. 7-11-17, DJE 261 de
17-11-2017);
(Anal. Judic./TJAL-2018-FGV): Gustavo, Delegado de Polícia, é a autoridade policial que preside duas
investigações autônomas em que se apura a suposta prática de crimes de homicídio contra Joana e Maria. Após
realizar diversas diligências, não verificando a existência de justa causa nos dois casos, elabora relatórios finais
conclusivos e o Ministério Público promove pelos arquivamentos, havendo homologação judicial. Depois do
arquivamento, chega a Gustavo a informação de que foi localizado um gravador no local onde ocorreu a morte de
Maria, que não havia sido apreendido, em que encontrava-se registrada a voz do autor do delito. A autoridade
policial, ademais, recebe a informação de que a família de Joana obteve um novo documento que indicava as
chamadas telefônicas recebidas pela vítima no dia dos fatos, em que constam 25 ligações do ex-namorado de
Joana em menos de uma hora. Considerando as novas informações recebidas pela autoridade policial, é correto
afirmar que poderá haver desarquivamento dos inquéritos que investigavam as mortes de Joana e Maria, pois em
ambos os casos houve prova nova, ainda que o gravador já existisse antes do arquivamento. BL: S. 524, STF e art.
18, CPP.
(PCMA-2018-CESPE): Após a instauração de inquérito policial para apurar a prática de crime de corrupção
passiva em concurso com o de organização criminosa, o promotor de justiça requereu o arquivamento do ato
processual por insuficiência de provas, pedido que foi deferido pelo juízo. Contra essa decisão não houve a
interposição de recursos. Nessa situação, mesmo com o arquivamento do inquérito policial, a ação penal poderá
ser proposta, desde que seja instruída com provas novas. BL: S. 524, STF e art. 18 do CPP.
(TRF4-2016): De acordo com a jurisprudência do STF: Arquivado o inquérito policial, por despacho do juiz, a
requerimento do promotor de justiça, não pode a ação penal ser iniciada sem novas provas. BL: S. 524, STF e art.
18 do CPP.
OBS: Polêmica. A maioria da doutrina e da jurisprudência afirmava que a Súmula 525 não mais subsistiria
porque foi editada quando vigia o sistema duplo binário, isto é, quando havia possibilidade de aplicação
simultânea de pena privativa de liberdade e de medida de segurança. A reforma penal de 1984, autoriza a
substituição da pena privativa de liberdade por medida de segurança ao condenado semi-imputável que
necessitar de especial tratamento curativo, aplicando-se o mesmo regramento da medida de segurança para
inimputáveis (art. 97 e 98)." (STJ HC 187.051/SP. Rel. julgado em 06/10/2011).
Ocorre que, em julgado de 2012, a 2° Turma do STF aplicou a referida Súmula e afirmou que, se o réu foi
condenado a uma pena e somente a defesa recorreu, o Tribunal não poderá aplicar medida de segurança sem
que isso tenha sido pedido, por representar reformatio in pejus. Veja: "(...) Determinação de exame de sanidade
mental, determinada de ofício em recurso exclusivo do réu, que a não requereu. Inadmissibilidade. Coisa julgada sobre
aplicação da pena. Decisão, ademais, viciada por disposição ultra petita e reformatio in peius. HC concedido. Aplicação da
súmula 525 do Supremo. Votos vencidos. Não é lícito aplicar medida de segurança em grau de recurso, quando só o réu
tenha recorrido sem requerê-la." (HC 111769, julgado em 26/06/2012). Deve-se ter cuidado com o tema porque a
decisão do STF foi por maioria e o Min Cezar Peluso, que conduziu a tese, já se aposentou.
Dito de outro modo, a Súmula 525 do STF veda aplicação da medida de segurança quando apenas o réu tiver
recorrido. Ocorre que tal enunciado foi editado antes da reforma de 1984 do CP, quando vigente o sistema do
Duplo Binário. Com a reforma, a doutrina majoritária, bem como o STJ, passaram a defender pelaa superação do
enunciado por ter o legislador adotado o sistema unitário ou vicariante. Não obstante, em 2012, o STF voltou a
aplicar o enunciado, consoante julgado citado acima.
O STJ continua entendendo que a súmula está superada. Nesse sentido: STJ. 5ª Turma. HC 184.940/SP, Rel.
Min. Gurgel de Faria, julgado em 23/06/2015.
SÚMULA Nº 527: APÓS A VIGÊNCIA DO ATO INSTITUCIONAL 6, QUE DEU NOVA REDAÇÃO AO ART.
114, III, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1967, NÃO CABE RECURSO EXTRAORDINÁRIO DAS DECISÕES
DO JUIZ SINGULAR. (SUPERADA)
SÚMULA Nº 532: É CONSTITUCIONAL A LEI 5043, DE 21/6/1966, QUE CONCEDEU REMISSÃO DAS
DÍVIDAS FISCAIS ORIUNDAS DA FALTA DE OPORTUNO PAGAMENTO DE SELO NOS CONTRATOS
PARTICULARES COM A CAIXA ECONÔMICA E OUTRAS ENTIDADES AUTÁRQUICAS. (SUPERADA)
SÚMULA Nº 539: É CONSTITUCIONAL A LEI DO MUNICÍPIO QUE REDUZ O IMPOSTO PREDIAL URBANO
SOBRE IMÓVEL OCUPADO PELA RESIDÊNCIA DO PROPRIETÁRIO, QUE NÃO POSSUA OUTRO.
SÚMULA Nº 541: O IMPOSTO SOBRE VENDAS E CONSIGNAÇÕES NÃO INCIDE SOBRE A VENDA
OCASIONAL DE VEÍCULOS E EQUIPAMENTOS USADOS, QUE NÃO SE INSERE NA ATIVIDADE
PROFISSIONAL DO VENDEDOR, E NÃO É REALIZADA COM O FIM DE LUCRO, SEM CARÁTER, POIS, DE
COMERCIALIDADE. (SUPERADA)
SÚMULA Nº 543: A LEI 2975, DE 27/11/1965, REVOGOU, APENAS, AS ISENÇÕES DE CARÁTER GERAL,
RELATIVAS AO IMPOSTO ÚNICO SOBRE COMBUSTÍVEIS, NÃO AS ESPECIAIS, POR OUTRAS LEIS
CONCEDIDAS. (SUPERADA)
SÚMULA Nº 544: ISENÇÕES TRIBUTÁRIAS CONCEDIDAS, SOB CONDIÇÃO ONEROSA, NÃO PODEM
SER LIVREMENTE SUPRIMIDAS. (TJRR-2008) (TRF1-2009) (TRF4-2009) (MPMS-2011) (TJAC-2012) (TJMA-
2013)
(TJMS-2020-FCC): A respeito das isenções tributárias, é correto afirmar: A isenção, quando condicionada e por
prazo certo, não pode ser livremente revogada pelo ente tributante. BL: art. 178, CTN 3e S. 544, STF.
(TJAL-2019-FCC): Visando promover a industrialização acelerada em seu território, o Estado “X”, em 1990,
mediante edição de lei ordinária, concedeu isenção de todos os impostos de competência estadual e de
competência municipal, por trinta anos e em função de determinadas condições, às indústrias que se
instalassem no seu território. Com base no CTN e na CF/1988, a isenção concedida pelo Estado “X”, no que se
refere ao IPVA, não pode ser revogada, mesmo que por meio de edição de nova lei ordinária. BL: art. 178, CTN
e S. 544, STF.
(TRF1-2009-CESPE): Considerando que, para estimular o desenvolvimento da região Norte, a União lance
programa concedendo isenção do IPI por dez anos às indústrias que ali se instalarem, podendo tal benefício ser
prorrogado por mais cinco anos, assinale a opção correta: Tratando-se de isenção concedida por prazo certo e
sob condição onerosa, o contribuinte tem direito adquirido à sua fruição. BL: art. 178, CTN e S. 544, STF (citada
acima).
##Atenção: ##STF: (...) O acórdão recorrido encontra-se em consonância com a jurisprudência desta Corte, no
sentido de que a isenção tributária, quando concedida por prazo certo e mediante o atendimento de
determinadas condições, gera direito adquirido ao contribuinte beneficiado. Incidência da Súmula 544 do STF.
(...) STF. 1ª T., RE 582926 AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, j. 10/05/11.
3
Art. 178. A isenção, salvo se concedida por prazo certo e em função de determinadas condições, pode ser revogada ou
modificada por lei, a qualquer tempo, observado o disposto no inciso III do art. 104.
SÚMULA Nº 545: PREÇOS DE SERVIÇOS PÚBLICOS E TAXAS NÃO SE CONFUNDEM, PORQUE ESTAS,
DIFERENTEMENTE DAQUELES, SÃO COMPULSÓRIAS E TÊM SUA COBRANÇA CONDICIONADA À
PRÉVIA AUTORIZAÇÃO ORÇAMENTÁRIA, EM RELAÇÃO À LEI QUE AS INSTITUIU. (SUPERADA, EM
PARTE) (TRF4-2009) (TJRO-2011) (TJSC-2017)
(TJMT-2018-VUNESP): Caso o poder público municipal decida cobrar determinado valor em dinheiro como
contrapartida pela ocupação de praça pública por comerciantes, na forma de feira livre, em dia específico da
semana, sem concomitante exercício do poder de polícia por parte da Administração, essa cobrança deverá
ocorrer por meio de preço público cobrado em decorrência da utilização de bem público. BL: S. 545, STF.
##Atenção: ##TRF4-2009: Acerca das diferenças entre “taxas” e “preço público ou tarifas”, ensina “Ricardo
Alexandre: “O regime jurídico a que estão submetidas as taxas é o tributário, tipicamente de direito público. Já as tarifas
estão sujeitas a regime contratual, ineludivelmente de direito privado. Dessa diferença fundamental decorrem as demais.
Como receita decorrente de uma exação cobrada em regime de direito público, o produto da arrecadação da taxa é receita
derivada, enquanto que a receita oriunda de preço público é originária, decorrendo da exploração do patrimônio do próprio
Estado. Como tributo, a taxa é prestação pecuniária compulsória, não havendo manifestação livre de vontade do sujeito
passivo para que surja a obrigação de pagar. Isto é claramente percebido com a leitura do art. 79, I, a e b, do Código
Tributário Nacional, que permite a cobrança da taxa não só pela utilização efetiva do serviço público, mas também pela
utilização potencial, desde que, sendo definido em lei como de utilização compulsória, o serviço seja posto à disposição do
contribuinte mediante atividade administrativa em efetivo funcionamento. No preço público a relação é contratual, sendo
imprescindível a prévia manifestação de vontade do particular para que surja o vínculo obrigacional. A prestação
pecuniária é facultativa. A título de exemplo, tem-se o preço público para a utilização do serviço público de telefonia. Os
particulares que ensejarem obter a prestação domiciliar do serviço manifestarão sua vontade mediante a assinatura de um
contrato com uma companhia concessionária e, a partir daí, nascerão as respectivas obrigações. Na prática, a melhor
maneira de identificar se determinada exação cobrada pelo Estado é taxa ou preço público é verificar o regime jurídico a que
o legislador submeteu a cobrança. (Fonte: ALEXANDRE, Ricardo. Direito Tributário. 14ª ed. 2020, p. 73/75).
(TRF2-2009-CESPE): Determinado comerciante resolveu aumentar a área de seu estabelecimento e, nos limites
legais, passou a pagar, mensalmente, um valor ao ente da Federação para poder utilizar área pública contígua a
seu estabelecimento. A respeito dessa situação hipotética, assinale a opção correta: O ingresso do valor
classifica-se como receita originária, uma vez que se trata de preço público. BL: S. 545, STF.
##Atenção: O valor a ser pago pelo comerciante ao ente da federação é receita originária porque são aquelas
que provêm do próprio patrimônio do estado. São resultantes da venda de produtos ou serviços colocados à
disposição dos usuários ou da cessão remunerada de bens e valores. Nesse caso, são receitas voluntárias, o
Estado não obriga, não exerce o seu poder de império. Ex.: receitas de aluguéis (é o caso da questão), venda de
bens, etc. Já as receitas derivadas é o contrário, são aquelas obtidas pelo estado mediante sua autoridade
coercitiva. Aqui o Estado exerce o seu poder de império. No nosso ordenamento jurídico se caracterizam pela
exigência do estado para que o particular entregue de forma compulsória (obrigatória) uma determinada
quantia na forma de tributos ou de multas. Ex.: receitas de tributos, contribuições sociais, etc.
(TJPA-2008-FGV): A decisão que reconhece que o contribuinte de jure não recuperou do contribuinte de facto o
quantum respectivo, admite a restituição do tributo pago indevidamente. BL: S. 546, STF.
SÚMULA Nº 547: NÃO É LÍCITO À AUTORIDADE PROIBIR QUE O CONTRIBUINTE EM DÉBITO ADQUIRA
ESTAMPILHAS, DESPACHE MERCADORIAS NAS ALFÂNDEGAS E EXERÇA SUAS ATIVIDADES
PROFISSIONAIS. (DPU-2007) (PGEAC-2017) (TJSP-2018) (TJMS-2020)
OBS: Válida. Vide Súmulas 127-STJ, 70 e 323 do STF. A Fazenda Pública deverá cobrar os tributos em débito
mediante os meios judiciais (execução fiscal) ou extrajudiciais (lançamento tributário, protesto de CDA)
legalmente previstos. O Fisco possui, portanto, instrumentos legais para satisfazer seus créditos. Justamente
por isso, a Administração Pública não pode fazer a cobrança do tributo por meios indiretos, impedindo,
cerceando ou dificultando a atividade econômica desenvolvida pelo contribuinte devedor. Quando isso ocorre,
a jurisprudência afirma que o Poder Público aplicou “sanções políticas”, ou seja, formas "enviesadas de
constranger o contribuinte, por vias oblíquas, ao recolhimento do crédito tributário” (STF ADI 173). Exs:
apreensão de mercadorias, não liberação de documentos, interdição de estabelecimentos. A cobrança do tributo
por vias oblíquas (sanções políticas) é rechaçada por quatro súmulas do STF (nºs: 70, 323 e 547) e STJ (nº 127).
##Atenção: ##STF: ##TJMS-2020: ##FCC: O STF tem reiteradamente entendido que é inconstitucional
restrição imposta pelo Estado ao livre exercício de atividade econômica ou profissional, quanto aquelas
forem utilizadas como meio de cobrança indireta de tributos. (...) (STF. Plenário. ARE 914045 RG, Min. Rel.
Edson Fachin, j. 15/10/2015 – repercussão geral).
SÚMULA Nº 552: COM A REGULAMENTAÇÃO DO ART. 15 DA LEI 5316/1967, PELO DECRETO 71037/1972,
TORNOU-SE EXEQÜÍVEL A EXIGÊNCIA DA EXAUSTÃO DA VIA ADMINISTRATIVA ANTES DO INÍCIO DA
AÇÃO DE ACIDENTE DO TRABALHO. (SUPERADA)
SÚMULA Nº 553: O ADICIONAL AO FRETE PARA RENOVAÇÃO DA MARINHA MERCANTE (AFRMM) É
CONTRIBUIÇÃO PARAFISCAL, NÃO SENDO ABRANGIDO PELA IMUNIDADE PREVISTA NA LETRA "D",
III, DO ART. 19 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. (SUPERADA)
OBS: Importante.
Fazendo uma interpretação a contrario sensu da súmula, chega-se à seguinte conclusão: se o agente que emitiu
o cheque sem fundos pagá-lo antes de a denúncia ser recebida, isso impedirá que a ação penal seja iniciada .
Trata-se de uma exceção mais favorável ao réu do que a regra do art. 16 do CP.
A jurisprudência afirma que a Súmula 554 do STF aplica-se unicamente para o crime de estelionato na
modalidade de emissão de cheque sem fundos (art. 171, § 2°, VI). Assim, a referida súmula não se aplica ao
estelionato no seu tipo fundamental (art. 171, caput) (STJ. 5° T. HC 280.089-SP, Rel. Min. Jorge Mussi, j.
18/12/14).
(PCMG-2008): No estelionato mediante emissão de cheque sem fundo, o pagamento do título antes do
recebimento da denúncia, segundo orientação do Supremo Tribunal Federal, extingue a punibilidade. BL: S. 554,
STF.
OBS: Válida, mas deve ser feita uma ressalva: o art. 125, § 3° da CF/88 prevê a possibilidade de lei estadual
criar Tribunal de Justiça Militar nos Estados em que o efetivo militar seja superior a 20 mil integrantes.
Se no Estado-membro houver o Tribunal de Justiça Militar: não vale a Súmula 555 do STF. O conflito será
resolvido pelo STJ, porque os juízes estarão vinculados a tribunais de diferentes (Tribunal de Justiça e Tribunal
de Justiça Militar). É o que acontece em SP, MG e RS.
Se no Estado-membro não houver o Tribunal de Justiça Militar: vale a Súmula 555 do STF. O conflito será
resolvido pelo próprio TJ, uma vez que ambos os juízes estarão vinculados a ele.
SÚMULA Nº 557: É COMPETENTE A JUSTIÇA FEDERAL PARA JULGAR AS CAUSAS EM QUE SÃO PARTES
A COBAL E A CIBRAZEM. (SUPERADA)
SÚMULA Nº 563: O CONCURSO DE PREFERÊNCIA A QUE SE REFERE O PARÁGRAFO ÚNICO DO ART. 187
DO CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL É COMPATÍVEL COM O DISPOSTO NO ART. 9º, I, DA
CONSTITUIÇÃO FEDERAL. (Auditor-SEFAZ/AC-2009)
OBS: A doutrina critica a súmula, mas ela continua válida segundo a jurisprudência. O art. 9º. I, mencionado, é
da CF/69. No entanto, a CF/88 repetiu essa regra no art. 19, III (é vedado à União, aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si). A vedação estabelecida pelo
art. 19, III, da CF/88 (correspondente àquele do art. 9º, I, da EC n. 1/69) não atinge as preferências estabelecidas
por lei em favor da União (STF AI 608769 AgR).
OBS: A Lei 11.101/05 dispõe, em seu art. 83, VII, que podem ser cobradas na falência as multas contratuais e as
penas pecuniárias por infração das leis penais ou administrativas, inclusive as multas tributárias.
OBS: O art. 102, §3º mencionado pela súmula é o atual art. 40, §9º da CF/88: “§ 9º - O tempo de contribuição federal,
estadual ou municipal será contado para efeito de aposentadoria e o tempo de serviço correspondente para efeito de
disponibilidade. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)”
OBS: A presente súmula foi editada em 1976. Segundo a CF/88, a pessoa que for civilmente identificada não
poderá ser submetida à identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei (art. 5°, LVIII). A Lei que
traz as hipóteses de identificação criminal do civilmente identificado é a Lei 12.037/09.
SÚMULA Nº 571: O COMPRADOR DE CAFÉ AO IBC, AINDA QUE SEM EXPEDIÇÃO DE NOTA FISCAL,
HABILITA-SE, QUANDO DA COMERCIALIZAÇÃO DO PRODUTO, AO CRÉDITO DO ICM QUE INCIDIU
SOBRE A OPERAÇÃO ANTERIOR. (SUPERADA)
SÚMULA Nº 574: SEM LEI ESTADUAL QUE A ESTABELEÇA, É ILEGÍTIMA A COBRANÇA DO IMPOSTO DE
CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS SOBRE O FORNECIMENTO DE ALIMENTAÇÃO E BEBIDAS EM
RESTAURANTE OU ESTABELECIMENTO SIMILAR.
OBS: Polêmica.
SÚMULA Nº 580: A ISENÇÃO PREVISTA NO ART. 13, PARÁGRAFO ÚNICO, DO DECRETO-LEI 43/1966,
RESTRINGE-SE AOS FILMES CINEMATOGRÁFICOS. (SUPERADA)
OBS: Válida, mas para isso, o promitente-comprador deverá estar previsto na lei municipal como contribuinte
do imposto (Súmula 399-STJ: “Cabe à legislação municipal estabelecer o sujeito passivo do IPTU”.).
OBS: CANCELADA.
Imagine a seguinte situação hipotética: Em 28 de dezembro de 1990, foi publicada a Lei Federal nº XXX/1990
criando novo adicional de imposto de renda sobre o lucro das empresas. Essa lei disse expressamente que suas
disposições se aplicavam inclusive para o período-base de 1990. Em outras palavras, a Lei foi publicada em
28/12/90 e influenciou no recolhimento do imposto de renda incidente sobre situações ocorridas em 1990. Como
ela foi publicada no final de 1990, acabou incidindo sobre operações realizadas antes mesmo da sua vigência.
Diante disso, os contribuintes alegaram a inconstitucionalidade dessa lei porque ela teria violado os princípios da
irretroatividade e da anterioridade.
Súmula 584-STF: A União, por sua vez, defendeu a constitucionalidade da Lei sob o argumento de que essa
prática é permitida pela jurisprudência do STF cristalizada na Súmula 584, que tem a seguinte redação:
Súmula 584-STF: Ao imposto de renda calculado sobre os rendimentos do ano-base, aplica-se a lei
vigente no exercício financeiro em que deve ser apresentada a declaração.
Assim, de acordo com esse raciocínio, o fato gerador do imposto de renda completa-se somente no dia 31 de
dezembro do ano-base. A lei que tenha sido publicada até essa data poderá ser aplicada no cálculo do imposto
correspondente, nos termos do art. 105 do CTN:
Art. 105. A legislação tributária aplica-se imediatamente aos fatos geradores futuros e aos
pendentes, assim entendidos aqueles cuja ocorrência tenha tido início mas não esteja completa nos
termos do artigo 116.
Neste caso hipotético, a jurisprudência atual do STF é favorável ao Fisco ou ao contribuinte? Ao contribuinte.
E a súmula? O STF decidiu cancelar a sua antiga Súmula 584. O princípio de irretroatividade tributária assegura
ao contribuinte o direito de não ser cobrado com novas hipóteses de incidência ou majorações ocorridas após o
início do período-base. Veja a brilhante explicação de Sacha Calmon para a inconstitucionalidade da posição
cristalizada na Súmula 584 do STF:
“Como se sabe, o imposto de renda, no Brasil, das pessoas físicas e jurídicas, salvo determinadas exceções,
como mudança para o estrangeiro, encerramento de atividades e outras, está estruturado pelo dualismo: ano-
base/ano da declaração. No ano-base, 1º de janeiro a 31 de dezembro, ocorrem os fatos jurígenos. No ano da
declaração, o contribuinte recata os fatos tributáveis, aproveita as deduções, compensa os créditos fiscais,
dimensiona a base imponível, aplica as alíquotas, obtém o quantum devido e recolhe o imposto sob a condição
suspensiva de, a posteriori, o Fisco concordar com o imposto declarado. Em caso de recolhimento a menor,
ocorrerão lançamentos suplementares.
É intuitivo, na espécie, que o aspecto temporal da hipótese de incidência fecha em 31 de dezembro do ano-base,
porque o fato jurígeno do imposto de renda é continuado. Em 31 de dezembro cessa o movimento, e tudo
cristaliza-se. O filme em exibição desde 1º de janeiro chega ao fim (no último átimo de tempo do dia 31 de
dezembro de cada ano-base). Nesta data, temos o irreversível. No ano do exercício da declaração, o que se tem é
o relato descritivo e quantitativo dos fatos jurígenos (suporte da tributação).
Para satisfazer o princípio da anterioridade, é necessário que a lei de regência do imposto de renda seja a
vigente em 31 de dezembro do ano anterior ao ano-base, pois teriam os contribuintes a prévia informação do
quadro legal que regularia as suas atividades tributárias, antes de ocorrerem.
A Súmula do STF, no entanto, entendia o contrário, impressionada por uma polêmica acadêmica (mas não só
por isso) que discutia sobre o dies ad quem do período aquisitivo da renda, se em 31 de dezembro do ano-base
ou em 1º de janeiro do exercício seguinte (exercício da declaração).
Academicismo irritante, pois o importante é e sempre será o contribuinte saber, antes de realizar as suas
atividades, o quadro jurídico de regência dessas mesmas atividades, o que leva à tese de que só o dia 31 de
dezembro seria, ética e juridicamente, o dia apropriado. Caso contrário, falar em princípio da anterioridade
traduziria enorme toleima, a crer-se na seriedade e nas funções do princípio.
Interessa aos jogadores de um time qualquer, de um esporte qualquer, jogar sem saber das regras? E só tomar
conhecimento delas após o jogo no vestiário? Privilegiado é o árbitro. Pode valorar a posteriori o vencedor e os
vencidos.
Ora, tal era a situação do IR no Brasil antes da Constituição de 1988. Vale dizer o IR não só não respeitava o
princípio da anterioridade como tornava o imposto retroativo, contra um princípio geral do Direito
universalmente aceito e praticado.
Agora o quadro é outro. O art. 150, III, “a”, “b” e “c” rechaça a prevalência da Súmula nº 584, sem qualquer
sombra de dúvidas. Esse é, ao menos, o nosso sentir, no que somos acompanhados por grande parte da
doutrina e até mesmo por precedentes do STJ.” (CALMON, Sacha. Curso de Direito Tributário
Brasileiro. 17ª ed., Rio de Janeiro: Forense, 2020, p. 274-276).
Em suma:
Encontra-se superado o entendimento exposto na Súmula 584 do STF. Esse enunciado é
incompatível com os princípios da irretroatividade e da anterioridade. Por essa razão, o STF decidiu
pelo cancelamento do verbete. STF. Plenário. RE 159180, Rel. Marco Aurélio, j. 22/06/20 (Info 987 –
clipping).
SÚMULA Nº 585: NÃO INCIDE O IMPOSTO DE RENDA SOBRE A REMESSA DE DIVISAS PARA
PAGAMENTO DE SERVIÇOS PRESTADOS NO EXTERIOR, POR EMPRESA QUE NÃO OPERA NO BRASIL.
(SUPERADA)
SÚMULA Nº 586: INCIDE IMPOSTO DE RENDA SOBRE OS JUROS REMETIDOS PARA O EXTERIOR, COM
BASE EM CONTRATO DE MÚTUO.
SÚMULA Nº 588: O IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS NÃO INCIDE SOBRE OS DEPÓSITOS, AS COMISSÕES E
TAXAS DE DESCONTO, COBRADOS PELOS ESTABELECIMENTOS BANCÁRIOS.
(TJPR-2011): É objeto de súmula no STF, no sentido de que a imunidade do contribuinte de fato não beneficia o
contribuinte de direito. BL: Súmula 591 do STF.
(TJPR-2014-PUCPR): A prescrição dos crimes previstos na Lei Falimentar rege-se pelas disposições do Código
Penal e é interrompida com a decretação da falência, nos casos em que a contagem tenha se iniciado com a
concessão da recuperação judicial ou com a homologação do plano de recuperação extrajudicial. BL: art. 182 da
LRF.
(MPMG-2010): Nos crimes falimentares (Lei n. 11.101/05), a declaração da falência é termo inicial da prescrição
ou, conforme o caso, causa de sua interrupção. BL: art. 182 da LRF.
OBS: Válida, mas com adaptações em sua interpretação. Esta súmula foi editada em 1977. Nesta época, vigorava
o Código Civil de 1916 que previa as seguintes regras (sem contar as exceções):
a) pessoas menores de 18 anos: eram absolutamente incapazes;
b) pessoas entre 18 e 21 anos: relativamente incapazes;
c) pessoas acima de 21 anos: plenamente capazes.
A Súmula 594 do STF tinha, portanto, como fundamento este art. 34 do CPP.
Ocorre que o Código Civil de 2002 trouxe outras regras sobre a capacidade:
a) pessoas menores de 16 anos: são absolutamente incapazes;
b) pessoas entre 16 e 18 anos: relativamente incapazes;
c) pessoas acima de 18 anos: plenamente capazes.
Com isso, a doutrina entendeu que o CC-2002 revogou tacitamente o art. 34 do CPP. Isso porque se a pessoa
tem mais de 18 anos, ela atualmente é plenamente capaz e não necessita de representante legal (ex: pais) para
oferecer queixa ou representação.
Também na visão da doutrina majoritária, se o art. 34 do CPP foi revogado isso significa que a Súmula 594 do
STF também teria perdido aplicabilidade já que este enunciado se baseava no referido artigo do CPP . Essa é a
posição, por exemplo, de Renato Brasileiro (Código de Processo Penal comentado. Salvador: Juspodivm, 2016, p.
1694).
Com a devida vênia, Dizer o Direito acredita que o âmbito de aplicação da Súmula 594 do STF foi reduzido
com a revogação do art. 34 do CPP, mas ela permanece válida.
A Súmula 594 do STF não mais se refere ao art. 34 do CPP. Este dispositivo do Código realmente foi revogado
tacitamente pelo CC-2002 já que a vítima com mais de 18 anos, em regra, é plenamente capaz (não tem
representante legal) e, portanto, possui legitimidade exclusiva para queixa ou representação.
No entanto, a Súmula continua sendo utilizada pela jurisprudência para dizer o seguinte : se a vítima tinha
menos de 18 anos, a legitimidade para a queixa ou representação era dos seus pais (ou outros representantes
legais). Se o representante legal da vítima menor de 18 anos não fez a representação no prazo de 6 meses, isso
significa que, em tese, teria havido a decadência. Ocorre que, segundo a Súmula 594 do STF, existe uma
autonomia (independência) entre o exercício do direito de queixa ou representação pelo ofendido em relação
ao seu representante legal. Logo, o ofendido, ao completar 18 anos, poderá exercer a representação mesmo que
seu representante legal não o tenha feito quando ele era menor já que, nos termos da Súmula 594, "os direitos
de queixa e de representação podem ser exercidos, independentemente, pelo ofendido ou por seu
representante legal."
A Súmula 594-STF atualmente serve para transmitir o seguinte entendimento: se esgotou o prazo de queixa ou
representação para o representante da vítima menor de idade, mesmo assim ela poderá propor queixa ou
representação, iniciando-se seu prazo a partir do momento em que completa 18 anos.
(...) Na ocorrência do delito descrito no art. 214 do Código Penal - antes da revogação pela Lei
12.015/09 -, o prazo decadencial para apresentação de queixa ou de representação é de 6 meses,
após a vítima completar a maioridade, em decorrência da dupla titularidade, lato sensu, do
direito de ação (Súmula 594/STF). (...)
STJ. 6ª Turma. EDcl no AgRg no REsp 1189268/SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, jo em 28/8/12.
1. Na ocorrência do delito descrito no art. 214 do Código Penal - antes da revogação pela Lei
12.015/09 -, o prazo decadencial para a apresentação de queixa ou de representação era de 6
meses após a vítima completar a maioridade, em decorrência da dupla titularidade . 2. Esta
Suprema Corte tem reconhecido a dualidade de titulares do direito de representar ou oferecer
queixa, cada um com o respectivo prazo: um para o ofendido e outro para seu representante legal.
Súmula nº 594 do STF. (...)
STF. 1ª Turma. HC 115341, Rel. Min. Dias Toffoli, j. 14/10/14.
SÚMULA Nº 596: AS DISPOSIÇÕES DO DECRETO 22626/1933 [Leia-se: Lei da Usura] NÃO SE APLICAM ÀS
TAXAS DE JUROS E AOS OUTROS ENCARGOS COBRADOS NAS OPERAÇÕES REALIZADAS POR
INSTITUIÇÕES PÚBLICAS OU PRIVADAS, QUE INTEGRAM O SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL. (AGU-
2004) (TJBA-2012) (TJGO-2012) (TJAC-2012) (DPESE-2012) (TJAM-2013) (TJDFT-2014) (Cartórios/TJRJ-2017)
(TJRJ-2019)
SÚMULA Nº 598: NOS EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NÃO SERVEM COMO PADRÃO DE DISCORDÂNCIA
OS MESMOS PARADIGMAS INVOCADOS PARA DEMONSTRÁ-LA MAS REPELIDOS COMO NÃO
DISSIDENTES NO JULGAMENTO DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO.
SÚMULA Nº 600: CABE AÇÃO EXECUTIVA CONTRA O EMITENTE E SEUS AVALISTAS, AINDA QUE
NÃO APRESENTADO O CHEQUE AO SACADO NO PRAZO LEGAL, DESDE QUE NÃO PRESCRITA A
AÇÃO CAMBIÁRIA. (Cartórios/TJSP-2011) (TRF1-2011) (TJDFT-2014)
(TJCE-2018-CESPE): Na hipótese de um cheque ser apresentado ao sacado fora do prazo legal de apresentação,
ainda é cabível ação executiva contra o emitente e seus avalistas, desde que observado o prazo prescricional de
seis meses para o seu ajuizamento, contados do término do prazo de apresentação. BL: art. 59 c/c art. 47, I da Lei
7357 e Súmula 600 do STF.
##Atenção: O art. 47, inciso I da Lei do Cheque dispõe: “Art. 47. Pode o portador promover a execução do cheque: I -
contra o emitente e seu avalista;”. No art. 59 do mesmo diploma legal afirma: “Prescreve em 6 meses, contados da
expiração do prazo de apresentação, a ação que o art. 47 desta lei assegura ao portador”. Por sua vez, a Súmula 600 do STF
assim refere: “Cabe ação executiva contra o emitente e seus avalistas, ainda que não apresentado o cheque ao sacado no
prazo legal, desde que não prescrita a ação cambiária.”
SÚMULA Nº 601: OS ARTS. 3º, II, E 55 DA LEI COMPLEMENTAR 40/1981 (LEI ORGÂNICA DO MINISTÉRIO
PÚBLICO) NÃO REVOGARAM A LEGISLAÇÃO ANTERIOR QUE ATRIBUI A INICIATIVA PARA A AÇÃO
PENAL PÚBLICA, NO PROCESSO SUMÁRIO, AO JUIZ OU À AUTORIDADE POLICIAL, MEDIANTE
PORTARIA OU AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE. (SUPERADA)
OBS: De fato, a prescrição da pretensão executória é calculada pela pena em concreto. No entanto, ela não é a
única. A prescrição intercorrente e a prescrição retroativa também são calculadas pela pena em concreto . Logo,
não se pode dizer que a prescrição pela pena em concreto somente ocorre no caso de pretensão executória.
SÚMULA Nº 605: NÃO SE ADMITE CONTINUIDADE DELITIVA NOS CRIMES CONTRA A VIDA.
(SUPERADA)
##Atenção: Segundo o Dizer o Direito, essa está SUPERADA. A súmula está incorreta porque foi editada antes
da Lei 7209/84. Em 1984, houve uma reforma da Parte Geral do Código Penal, materializada pela Lei n° 7209. A
Reforma de 1984 passou a permitir, expressamente, a continuidade delitiva em crimes dolosos, conforme se
verifica no parágrafo único do art. 71 do CP. Logo, para a doutrina e jurisprudência, o presente enunciado,
apesar de não formalmente cancelado, está incorreto, uma vez que é possível a continuidade delitiva em crimes
contra a vida.
(TJDFT-2012): O recente entendimento dos Tribunais Superiores é no sentido de possibilitar a não aplicação do
enunciado n. 605 da Súmula de Jurisprudência do STF (“não se admite continuidade delitiva nos crimes contra a vida”)
para permitir ao Juiz que, em algumas hipóteses, reconheça a fictio iuris da continuidade delitiva nos crimes de
homicídio doloso. BL: S. 605, STF.
SÚMULA Nº 606: NÃO CABE "HABEAS CORPUS" ORIGINÁRIO PARA O TRIBUNAL PLENO DE DECISÃO
DE TURMA, OU DO PLENÁRIO, PROFERIDA EM "HABEAS CORPUS" OU NO RESPECTIVO RECURSO.
SÚMULA Nº 607: NA AÇÃO PENAL REGIDA PELA LEI 4611/1965, A DENÚNCIA, COMO SUBSTITUTIVO
DA PORTARIA, NÃO INTERROMPE A PRESCRIÇÃO. (SUPERADA)
SÚMULA Nº 608: NO CRIME DE ESTUPRO, PRATICADO MEDIANTE VIOLÊNCIA REAL, A AÇÃO PENAL É
PÚBLICA INCONDICIONADA. (TJAC-2019) (TJAL-2019) (Téc. Minist./MPCE-2020)
OBS: Importante!
A ação penal nos crimes sexuais deve ser analisada em três momentos históricos. Acompanhe:
AÇÃO PENAL NOS CRIMES SEXUAIS
do CP
Exceções:
a) se a vítima ou seus pais não tivessem dinheiro para o processo: ação pública condicionada à
representação.
b) se o crime era cometido com abuso do poder familiar, ou da qualidade de padrasto, tutor ou
curador: ação pública incondicionada.
d) se o crime de estupro fosse praticado mediante o emprego de violência real: ação pública
incondicionada.
Lei 12.015/09
Exceções:
d) Se resultou lesão corporal grave ou morte: polêmica, mas prevalecia que deveria ser aplicado
o mesmo raciocínio da Súmula 608-STF.
Lei 13.718/18 Todos os crimes contra a dignidade sexual são de ação pública incondicionada. Não há exceções!
(quadro atual)
O art. 225 do CP fala apenas nos Capítulos I e II do Título VI. E os crimes previstos nos demais Capítulos deste
Título? Qual será a ação penal neste caso? Também será ação pública incondicionada. Isso por força do art. 100
do CP (Art. 100 - A ação penal é pública, salvo quando a lei expressamente a declara privativa do ofendido.).
Assim, repito: todos os crimes contra a dignidade sexual são de ação pública incondicionada.
Súmula 608-STF: Em 1984, o STF editou uma súmula afirmando que, se o estupro fosse praticado mediante
violência real, a ação penal seria pública incondicionada. Confira:
Súmula 608-STF: No crime de estupro, praticado mediante violência real, a ação penal é pública
incondicionada.
Com a edição da Lei 12.015/09, a maioria da doutrina defendeu a ideia de que esta súmula teria sido superada.
Isso porque, como vimos, com a Lei 12.015/09, a regra geral no estupro passou a ser a ação pública condicionada.
Ao tratar sobre as exceções nas quais o crime seria de ação pública incondicionada, o parágrafo único do art. 225
não falou em estupro com violência real. Logo, para os autores, teria havido uma omissão voluntária do
legislador. O STF, contudo, não acatou esta tese. Para o STF, mesmo após a Lei nº 12.015/2009, o estupro praticado
mediante violência real continuou a ser de ação pública incondicionada:
A Súmula 608 do STF permanece válida mesmo após o advento da Lei 12.015/09. Assim, em caso
de estupro praticado mediante violência real, a ação penal é pública incondicionada. STF. 1ª
Turma. HC 125360/RJ, rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado
em 27/2/2018 (Info 892).
A Lei nº 13.718/2018 retira qualquer dúvida que ainda poderia existir e, portanto, o enunciado da súmula 608 do
STF continua válido, apesar de ser atualmente óbvio/inútil considerando que todos os crimes contra a dignidade
sexual são de ação pública incondicionada.
OBS: Válida.
Segundo o entendimento do STF, há crime de latrocínio, quando o homicídio se consuma, ainda que não
realize o agente a subtração de bens da vítima. Quanto à configuração típica, observo, inicialmente, que,
superado o questionamento probatório, não há divergência no que se refere ao cerne dos fatos: em um assalto
contra dois motoristas de caminhão, um foi alvejado e faleceu e o outro sofreu ferimentos, mas sobreviveu. O
Recorrente, diante da tentativa de fuga dos motoristas, efetuou disparos de arma de fogo em sua direção, vindo a
atingi-los. Não foi esclarecido na denúncia ou na sentença e acórdão, se o Recorrente logrou obter a subtração
patrimonial. Entretanto, a questão perde relevância diante da morte de uma das vítimas, incidindo na espécie a
Súmula 610 desta Suprema Corte: "Há crime de latrocínio, quando o homicídio se consuma, ainda que não
realize o agente a subtração de bens da vítima". [RHC 107.210, voto da min. Rosa Weber, 1ª T, j. 10-9-13, DJE 210
de 23-10-2013.]
(TJRJ-2019-VUNESP): João invade um museu público disposto a furtar um quadro. Durante a ação, quando já
estava tirando o quadro da parede, depara-se com um vigilante. Diante da ordem imperativa para largar o
quadro, e temendo ser alvejado, vulnera o vigilante com um projétil de arma de fogo. O vigilante vem a óbito; e
João, impressionado pelos acontecimentos, deixa a cena do crime sem carregar o quadro. De acordo com o
entendimento sumulado pelo STF, praticou-se latrocínio consumado. BL: art. 157, § 3º, II, CP e S. 610 do STF.
##Atenção:##Dica:
i) Latrocínio CONSUMADO:
Quando MATA e Rouba: Latrocínio CONSUMADO
Quando MATA e tenta ROUBAR: Latrocínio CONSUMADO (Súmula 610, STF)
ii)Latrocínio TENTADO:
Quando tenta roubar e TENTA MATAR: Latrocínio TENTADO
Quando efetua o roubo e TENTA MATAR: Latrocínio TENTADO.
(TJDFT-2016-CESPE): Ainda que o agente não subtraia bens da vítima, configura-se o crime de latrocínio
quando o homicídio se consuma. BL: art. 157, § 3º, II, CP e S. 610 do STF.
(TJSP-2013-VUNESP): A e B, agindo em concurso e com unidade de desígnios entre si, mediante grave ameaça,
exercida com o emprego de arma de fogo, abordaram C, que reagiu após o anúncio de assalto. Ante a reação, B
efetuou um disparo contra C, mas por erro na execução, o projétil atingiu o comparsa, causando-lhe a morte. Em
seguida, B pôs-se em fuga, sem realizar a subtração patrimonial visada. Esse fato configura latrocínio
consumado. BL: S. 610 do STF; art. 73, CP e art. 157, §3º, II, CP.
##Atenção: O crime foi o de latrocínio consumado, ou seja, roubo qualificado pela morte da vítima, nos termos
da segunda parte do art. 157, §3º, II, do CP. O enunciado da questão é claro quanto a intenção dos agentes em
cometer o crime de roubo, como também quanto a existência do liame subjetivo entre ambos. No que toca ao
erro na execução do disparo de arma de fogo– aberratio ictus -, dispõe o artigo 73 do CP que a “Quando, por
acidente ou erro no uso dos meios de execução, o agente, ao invés de atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa
diversa, responde como se tivesse praticado o crime contra aquela, atendendo-se ao disposto no § 3º do art. 20 deste Código.
No caso de ser também atingida a pessoa que o agente pretendia ofender, aplica-se a regra do art. 70 deste Código ". Dito de
outra forma, para efeitos de subsunção do fato ao tipo penal, tem-se que a morte do comparsa teria os mesmos
efeitos que a morte da vítima, ou seja, fora intencional e com o propósito de proporcionar a subtrair a coisa .
Quanto à consumação do crime de latrocínio, embora não tenha sido subtraída a coisa, o STF consolidou o
entendimento no verbete de súmula nº 610 no sentido de que “Há crime de latrocínio, quando o homicídio se consuma,
ainda que não realize o agente a subtração de bens da vítima.". STF também tem entendido na mesma forma como se
extrai da leitura do Resp. 768.915/RS.
(TJRN-2013-CESPE): No que concerne aos crimes em espécie, assinale a opção correta: Pratica o crime de
latrocínio o agente, pretendendo subtrair coisa alheia móvel, emprega violência contra a pessoa e, em decorrência
dessa violência, consuma o homicídio, ainda que não realize a subtração de bens da vítima. BL: S. 610, STF.
(TJSP-2009-VUNESP): A e B, agindo de comum acordo, apontaram revólveres para C exigindo a entrega de seus
bens. Quando B encostou sua arma no corpo de C, este reagiu entrando em luta corporal com A e B, recusando a
entrega da "res furtiva". Nesse entrevero, a arma portada por B disparou e o projétil atingiu C, que veio a falecer,
seguindo-se a fuga de A e B, todavia, sem levar coisa alguma de C. Esse fato configura latrocínio. BL: S. 610 do
STF.
OBS: Válida. LEP. “Art. 66. Compete ao Juiz da execução: I- aplicar aos casos julgados lei posterior que de qualquer modo
favorecer o condenado.”
(TJDFT-2016-CESPE): Transitada em julgado a sentença penal condenatória, no caso de ser editada lei de
natureza penal mais benéfica, competirá ao juiz da vara de execução penal aplicá-la em benefício do condenado,
independentemente de a condenação ter sido estabelecida pelo juízo singular, pelo tribunal ou pelos tribunais
superiores. BL: art. 66, I da LEP c/c S. 611, STF.
OBS: Válida. Ressalte-se que o Código a que se refere a súmula é o CPC 1973. Na vigência do CPC 2015,
contudo, o entendimento exposto persiste.
OBS: Segundo o professor Márcio Cavalcante (Dizer o Direito), essa súmula está, aparentemente, superada.
Vejamos os seus comentários:
Juros compensatórios na desapropriação: O juiz pode autorizar que, antes de a ação de desapropriação chegar ao
fim, o Poder Público já assuma a posse do bem desapropriado. A isso se chama de imissão provisória na posse.
Ocorre que, se o valor da indenização fixada na sentença for maior do que a quantia oferecida pelo Poder
Público, isso significa que o proprietário do bem estava certo ao questionar esse valor e que ele foi
“injustamente” retirado prematuramente da posse de seu bem. Digo “injustamente” porque o valor oferecido era
menor realmente do que o preço devido. Assim, a legislação, como forma de compensar essa perda antecipada
do bem, prevê que o expropriante deverá pagar juros compensatórios ao expropriado. Desse modo, os juros
compensatórios na desapropriação são aqueles fixados com o objetivo de compensar o proprietário em razão
da ocorrência de imissão provisória na posse.
Qual é a taxa dos juros compensatórios? É importante, no entanto, fazermos um breve histórico sobre o tema:
1941: na redação original do DL 3.365/41 não havia previsão do pagamento de juros compensatórios nos
casos de imissão provisória na posse do bem expropriado;
1963: o STF, por criação jurisprudencial, entende que devem ser pagos juros compensatórios e edita a
Súmula 164 com a seguinte redação: “No processo de desapropriação, são devidos juros compensatórios
desde a antecipada imissão de posse, ordenada pelo juiz, por motivo de urgência.”. Como não havia um
percentual previsto no DL 3.365/41, a jurisprudência entendeu àquela época que o percentual dos juros
compensatórios deveria ser fixado em 6% ao ano, com base no Código Civil de 1916.
1984: o Brasil vivia um cenário de inflação crônica com a perda do poder aquisitivo da moeda sem que
existissem mecanismos de correção monetária. Tudo isso, aliado à excessiva demora dos processos de
desapropriação, bem como a disposição da Lei da Usura que limita a taxa de juros ao dobro da legalmente
prevista, levaram o STF a modificar a jurisprudência e passar a entender que os juros deveriam ser fixados
em 12% ao ano, correspondente ao dobro dos juros legais do Código Civil de 1916. Foi, então, editada a
Súmula 618, com a seguinte redação: “Na desapropriação, direta ou indireta, a taxa dos juros compensatórios
é de 12% (doze por cento) ao ano.”
1997 (11/06/97): o Governo editou a MP 1.577/97 reduzindo os juros compensatórios para 6% ao ano. Nas
sucessivas edições da Medida Provisória até chegar à MP 2.183-56, a redação foi alterada para estabelecer a
taxa em “até 6%”, além do ônus do proprietário de provar a perda da renda sobre o imóvel como condição
para o deferimento do pagamento dos juros compensatórios e afastar o pagamento quando o grau de
utilização e eficiência na exploração da propriedade forem iguais a zero.
2001: o STF concedeu medida liminar nesta ADI 2332/DF declarando inconstitucional a redução dos juros
para 6% e determinando a volta da taxa fixa para 12%. A decisão do STF foi publicada em 13/09/01. Vale
ressaltar, no entanto, que essa decisão do STF foi ex nunc (para frente). Assim, a MP 1.577/97 produziu
efeitos no período de 11/06/97 a 13/09/01. Neste período, a taxa de juros foi de 6%, voltando a 12% após a
decisão liminar do STF na ADI 2332/DF. Na mesma decisão foi suspensa a eficácia dos §§1º e 2º do art. 15-
A, que tratam das condicionantes para incidência de juros compensatórios (comprovação de perda de renda e
grau de utilização).
Qual foi o novo “capítulo” desse enredo? O STF julgou o mérito da ADI 2332/DF e resolveu alterar a decisão
liminar que havia tomado em 2001. Agora, em 2018, o STF, ao julgar em definitivo a ADI 2332/DF, decidiu que
é constitucional o percentual fixo de 6% previsto no art. 15-A do DL 3.365/41. Veja a redação do dispositivo:
Art. 15-A No caso de imissão prévia na posse, na desapropriação por necessidade ou utilidade
pública e interesse social, inclusive para fins de reforma agrária, havendo divergência entre o preço
ofertado em juízo e o valor do bem, fixado na sentença, expressos em termos reais, incidirão juros
compensatórios de até seis por cento ao ano sobre o valor da diferença eventualmente apurada, a
contar da imissão na posse, vedado o cálculo de juros compostos. (Incluído pela MP 2.183-56, de
2001)
SÚMULA Nº 619: A PRISÃO DO DEPOSITÁRIO JUDICIAL PODE SER DECRETADA NO PRÓPRIO PROCESSO
EM QUE SE CONSTITUIU O ENCARGO, INDEPENDENTEMENTE DA PROPOSITURA DE AÇÃO DE
DEPÓSITO (CANCELADA).
SÚMULA Nº 620: A SENTENÇA PROFERIDA CONTRA AUTARQUIAS NÃO ESTÁ SUJEITA A REEXAME
NECESSÁRIO, SALVO QUANDO SUCUMBENTE EM EXECUÇÃO DE DÍVIDA ATIVA. (SUPERADA)
SÚMULA Nº 622: NÃO CABE AGRAVO REGIMENTAL CONTRA DECISÃO DO RELATOR QUE CONCEDE
OU INDEFERE LIMINAR EM MANDADO DE SEGURANÇA. (SUPERADA)
OBS: Na época em que essa súmula foi editada (24/09/2003), seu entendimento era correto. Ocorre que a nova
Lei do Mandado de Segurança (Lei 12.016/09) previu expressamente que CABE agravo contra decisão do relator
que concede ou indefere liminar em MS.
Art. 16 (...) Parágrafo único. Da decisão do relator que conceder ou denegar a medida liminar
caberá agravo ao órgão competente do tribunal que integre.
OBS: Importante. O STF não dispõe de competência originária para processar e julgar MS impetrado contra
ato de outros Tribunais judiciários, ainda que se trate do STJ. Compete ao próprio STJ julgar os mandados de
segurança impetrados contra seus atos ou omissões.
SÚMULA Nº 625: CONTROVÉRSIA SOBRE MATÉRIA DE DIREITO NÃO IMPEDE CONCESSÃO DE
MANDADO DE SEGURANÇA. (TJAP-2008) (TJAL-2008) (TJPA-2009) (MPRN-2009) (TJRS-2012) (TJMG-2012)
(MPSP-2011/2012) (STM-2013) (MPPR-2014) (Anal./CNMP-2015) (TCEPR-2016) (TJRJ-2019)
(MPMS-2013): No mandado de segurança é garantida a tutela jurisdicional a direito líquido e certo, entendido
este como aquele que, mesmo para o seu reconhecimento, exija deslinde de tese jurídica complexa e
controvertida. BL: S. 625, STF.
OBS: Segundo o STJ, "a eventual complexidade do direito invocado, por si só, não afasta a possibilidade de ser ele
apreciadona via mandamental" (MS 16621).
(AGU-2009-CESPE): Com relação ao mandado de segurança, julgue o item a seguir: O mandado de segurança é
instrumento constitucional de defesa do direito líquido e certo violado ou ameaçado por autoridade pública, ou
até mesmo por pessoa natural no exercício de função delegada, o que, apesar de o tornar incompatível com a
produção de prova oral ou pericial, não impede o exame de matéria jurídica controversa nos tribunais e a
eventual concessão da segurança pleiteada. BL: S. 625, STF.
OBS: Pelo art. 1º, caput, § 1º da Lei 12.016/09, verificamos que a lesão ou ameaça de lesão a direito líquido e certo
pode ser realizada por autoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem suas atribuições, sendo que
equipara-se a essa autoridade a pessoa natural no exercício de atribuição de poder público (que é o mesmo que
pessoa natural no exercício de função delegada). Além disso, pelo entendimento doutrinário e pela Súmula 625
do STF, concluímos que, em mandado de segurança, não se admite dilação probatória quanto à matéria de fato
(esta deve estar comprovado de pronto desde o ajuizamento da petição inicial, ou seja, deve ser líquida e certa),
mas admite-se debate quanto à matéria de direito. Em suma: a matéria de fato deve ser líquida e certa; a matéria
de direito não precisa ser líquida e certa.
OBS: Importante. Vide art. 4° da Lei 8.437/92; art. 25, § 3°, da Lei 8.038/90; art. 297, § 3° do RISTF; art. 297. § 3º
do RISTJ.
(PGEPA-2012): A decisão do Ministro Presidente do STF que suspende a eficácia de liminar em mandado de
segurança, salvo determinação em contrário no provimento que a deferir, produz efeitos até o trânsito em
julgado da decisão de mérito a ser proferida no processo principal, não havendo razão para a reiteração de
pedido de suspensão, enquanto houver recurso ainda pendente de apreciação. BL: S. 626, STF.
OBS: Importante. Não é necessária autorização dos associados porque se trata de substituição processual,
situação na qual a entidade defenderá, em nome próprio, interesse alheio (de seus associados).
OBS: A Lei 12.016/09, que é posterior à súmula, previu, expressamente, que, para a impetração de mandado de
segurança coletivo, a organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída não
precisa de autorização especial (art. 21).
(TRF4-2016): Segundo a orientação do STF, a previsão estatutária genérica para representação dos associados em
juízo é suficiente para que a associação impetre mandado de segurança coletivo, prescindindo de autorização
específica. BL: S. 629, STF c/c art. 21 da Lei do MS.
OBS: Importante. Essa regra foi prevista expressamente no art. 21 da nova Lei do Mandado de Segurança (Lei
12.016/09).
(MPSP-2017): Quanto ao mandado de segurança coletivo, assinale a alternativa correta: A entidade de classe
pode impetrar mandado de segurança quando a pretensão interessar a toda a categoria ou apenas a uma parte
dela. BL: art. 21, LMS e Súmula 630, STF.
OBS: De fato, a legitimidade das entidades associativas para promover demandas em favor de seus associados
tem assento no art. 5º, XXI da CF/88 e a das entidades sindicais está disciplinada no art. 8º, III, da Constituição
Federal. Todavia, em se tratando de entidades associativas, a Constituição subordina a propositura da ação a um
requisito específico, que não existe em relação aos sindicatos, qual seja, a de estarem essas associações
'expressamente autorizadas' a demandar. É diferente, também, da legitimação para impetrar mandado de
segurança coletivo, prevista no art. 5º, LXX da Constituição, que prescinde da autorização especial (individual ou
coletiva) dos substituídos (Súmula 629 do STF), ainda que veicule pretensão que interesse a apenas parte de seus
membros e associados (Súmula 630 do STF e art. 21 da Lei 12.016/2009). (STF RE 573232, Relator Ministro
Ricardo Lewandowski, Voto do Ministro Teori Zavaski, Tribunal Pleno, julgamento em 14.5.2014, DJe de
19.9.2014, com repercussão geral - tema 82)
(MPPR-2014): É constitucional o prazo decadencial de 120 dias para a impetração de mandado de segurança.
BL: S. 632, STF.
OBS: Válida. O tema foi tratado de forma expressa no art. §5º do art. 1029 do NCPC. Vide Súmula 635 do STF
(abaixo).
Art. 1.029. (...) § 5o O pedido de concessão de efeito suspensivo a recurso extraordinário ou a
recurso especial poderá ser formulado por requerimento dirigido:
I – ao tribunal superior respectivo, no período compreendido entre a publicação da decisão de
admissão do recurso e sua distribuição, ficando o relator designado para seu exame prevento para
julgá-lo; (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016)
II - ao relator, se já distribuído o recurso;
III – ao presidente ou ao vice-presidente do tribunal recorrido, no período compreendido entre a
interposição do recurso e a publicação da decisão de admissão do recurso, assim como no caso de
o recurso ter sido sobrestado, nos termos do art. 1.037. (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016)
OBS: Válida. O tema foi tratado de forma expressa no art. §5º do art. 1029 do NCPC. Vide Súmula 634 do STF
(acima).
Art. 1.029. (...) § 5o O pedido de concessão de efeito suspensivo a recurso extraordinário ou a
recurso especial poderá ser formulado por requerimento dirigido:
I – ao tribunal superior respectivo, no período compreendido entre a publicação da decisão de
admissão do recurso e sua distribuição, ficando o relator designado para seu exame prevento para
julgá-lo; (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016)
II - ao relator, se já distribuído o recurso;
III – ao presidente ou ao vice-presidente do tribunal recorrido, no período compreendido entre a
interposição do recurso e a publicação da decisão de admissão do recurso, assim como no caso de
o recurso ter sido sobrestado, nos termos do art. 1.037. (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016)
OBS: Se a execução provisória puder causar lesão grave ou de difícil reparação ao recorrente, este pode intentar
uma medida cautelar, destinada a dar efeito suspensivo ao recurso. A medida cautelar somente pode ser
ajuizada no tribunal superior, se já admitido o recurso (Súmula 634, STF). Enquanto não admitido o recurso, a
cautelar deve ser intentada perante o presidente ou vice-presidente do tribunal a quo (Súmula 635, STF)
SÚMULA Nº 636: NÃO CABE RECURSO EXTRAORDINÁRIO POR CONTRARIEDADE AO PRINCÍPIO
CONSTITUCIONAL DA LEGALIDADE, QUANDO A SUA VERIFICAÇÃO PRESSUPONHA REVER A
INTERPRETAÇÃO DADA A NORMAS INFRACONSTITUCIONAIS PELA DECISÃO RECORRIDA.
(MPMT-2008) (TRT9-2012) (TJMA-2013) (MPT-2015)
Somente cabe RE se a ofensa a CF/88 for direta (imediata). No caso de contrariedade ao princípio da legalidade,
diz-se que a violação é indireta (reflexa).
"O reconhecimento da acenada violação do princípio da legalidade pressuporia a revisão da exegese de normas
infraconstitucionais acolhida pelo Tribunal a quo, o que não é viável em sede de recurso extraordinário, nos
termos da Súmula 636/STF" (AI 741980 AgR, j. 26/11/2013).
Assim, se a parte interpuser RE e o STF considerar que a ofensa à CF/88 foi apenas reflexa, o STF deverá remeter
o recurso ao STJ para que lá ele seja apreciado como recurso especial. Trata-se de inovação do CPC/2015
considerando que, antes do novo CPC, o STF simplesmente não conhecia do RE interposto.
OBS: Importante. Quando o Tribunal de Justiça decide um pedido de intervenção estadual essa decisão, apesar
de emanar de um órgão do Poder Judiciário, reveste-se de caráter político-administrativo (e não jurisdicional).
Logo, por se tratar de uma decisão político-administrativa proferida pelo Poder Judiciário, contra ela não
cabe recurso extraordinário, que é utilizado para impugnar decisões judiciais em sentido estrito. Nesse sentido,
vejamos o seguinte julgado do STF:
O art. 35, da CF/88, estabelece que o Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos
Municípios localizados em Território Federal, a não ser em situações excepcionais. A decisão de
Tribunal de Justiça que determina a intervenção estadual em Município tem natureza político-
administrativa, não ensejando, assim, o cabimento do recurso extraordinário. (STF, 2ª T. AI
597.466-AgR, Rel. Min. Joaquim Barbosa, j. 27-11-2007).
SÚMULA Nº 639: APLICA-SE A SÚMULA 288 QUANDO NÃO CONSTAREM DO TRASLADO DO AGRAVO
DE INSTRUMENTO AS CÓPIAS DAS PEÇAS NECESSÁRIAS À VERIFICAÇÃO DA TEMPESTIVIDADE DO
RECURSO EXTRAORDINÁRIO NÃO ADMITIDO PELA DECISÃO AGRAVADA. (SUPERADA)
SÚMULA Nº 640: É CABÍVEL RECURSO EXTRAORDINÁRIO CONTRA DECISÃO PROFERIDA POR JUIZ
DE PRIMEIRO GRAU NAS CAUSAS DE ALÇADA, OU POR TURMA RECURSAL DE JUIZADO ESPECIAL
CÍVEL E CRIMINAL. (MPMT-2008) (TJPA-2009) (DPEPI-2009) (Cartórios/TJSP-2011) (TJCE-2012) (PGESP-2012)
(MPF-2008/2013) (TJRJ-2013) (TRF4-2012/2014) (TJPR-2014) (TJAM-2016) (TJSP-2017) (TJMS-2015/2020)
OBS: Enunciado 63-Fonaje: Contra decisões das Turmas Recursais são cabíveis somente os embargos
declaratórios e o Recurso Extraordinário.
OBS: Importante. Causas de alçada são aquelas nas quais a lei estipula determinado valor máximo e
determina que se a demanda for inferior a essa quantia não caberá recurso ao Tribunal de 2° grau contra a
sentença proferida pelo juiz. Como a decisão de 1° grau será a única instância de julgamento, o STF entende
que é cabível RE, nos termos do art. 102, III, da CF/88. Logo, nessa hipótese peculiar, será admitido RE contra
sentença de um juiz.
SÚMULA Nº 641: NÃO SE CONTA EM DOBRO O PRAZO PARA RECORRER, QUANDO SÓ UM DOS
LITISCONSORTES HAJA SUCUMBIDO. (MPF-2008) (MPMT-2008) (TCEES-2009) (Anal. Judic./TRF4-2010)
(MPPR-2011) (Anal. Judic./TRT20-2011) (TJBA-2012) (TRF4-2012) (TRT1-2012) (DPETO-2013) (Cartórios/TJES-
2013) (TRT3-2013) (Anal. Judic./TJDFT-2013/2015) (TJPA-2014) (TRT14-2014) (Anal./TJCE-2014) (PGERS-2015)
(TRF5-2015) (Anal. Judic./TRERS-2015) (TJAM-2016) (TJDFT-2016)
OBS: Importante. O DF, por não ser dividido em Municípios, acumula competências estaduais e municipais
(art. 32, §1º, CF). Assim, o DF pode editar leis tratando sobre assuntos de competência dos Estados ou dos
Municípios.
O art. 102, I, “a” da CF/88 somente admite ADI contra lei ou ato normativo federal ou estadual. Não cabe
contra lei ou ato normativo de competência municipal.
Logo, quando o DF edita uma lei no exercício de competência municipal, não cabe ADI contra este ato
normativo. Poderia ser proposta ADI no TJDFT alegando violação à Lei Orgânica do DF.
(MPRO-2010-CESPE): Não é cabível o ajuizamento de ADI perante o STF para impugnar ato normativo editado
pelo DF, no exercício de competência que a CF tenha reservado aos municípios. BL: S. 642 do STF.
SÚMULA Nº 643: O MINISTÉRIO PÚBLICO TEM LEGITIMIDADE PARA PROMOVER AÇÃO CIVIL
PÚBLICA CUJO FUNDAMENTO SEJA A ILEGALIDADE DE REAJUSTE DE MENSALIDADES ESCOLARES.
(DPEPA-2009) (MPRO-2010) (MPSE-2010) (MPSC-2010) (TJSC-2010) (MPMS-2011) (MPPI-2012) (TJRJ-2013)
(MPPR-2011/2012/2014) (TJDFT-2014) (MPBA-2015)
(MPMS-2015-FAPEC): De acordo com o STF, o Ministério Público tem legitimidade para promover ação civil
pública cujo fundamento seja a ilegalidade de reajuste de mensalidades escolares. BL: S. 643 do STF.
(MPSP-2005): Considerando as hipóteses em que: a) haja cobrança indevida de taxa condominial em prédio de
apartamentos; e b) haja aumento indevido de mensalidade escolar em instituição privada de educação infantil, é
lícito afirmar que o MP está legitimado a mover ação civil pública somente na segunda hipótese, de aumento
indevido de mensalidade escolar em instituição privada de educação infantil. BL: S. 643 do STF.
OBS: Em relação à primeira hipótese, Kazuo Watanabe explica que "não se pode ir ao extremo de permitir que o
Ministério Público tutele interesses genuinamente privados sem qualquer relevância social (como os de
condôminos de um edifício de apartamentos contra o síndico ou contra terceiros, ou os de um grupo de uma
sociedade contra outro grupo da mesma sociedade, a menos que esteja inequivocamente presente, por alguma razão
específica, o interesse social), sob pena de amesquinhamento da relevância social do Parquet, que deve estar vocacionado,
por definição constitucional, à defesa “da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais
indisponíveis" (in "Código Brasileiro de Defesa do Consumidor Comentado pelos Autores do Anteprojeto", 5ª
edição, Rio de Janeiro: Forense, p. 634).
OBS: A representação processual de pessoa jurídica de direito público independe de instrumento quando o
procurador é integrante dos quadros funcionais do ente público.
OBS: O entendimento acima continua válido, mas foi aprovada a SV 38 do STF com praticamente o mesmo teor.
SÚMULA Nº 646: OFENDE O PRINCÍPIO DA LIVRE CONCORRÊNCIA LEI MUNICIPAL QUE IMPEDE A
INSTALAÇÃO DE ESTABELECIMENTOS COMERCIAIS DO MESMO RAMO EM DETERMINADA ÁREA.
(TJMS-2008) (TJAL-2008) (TJDFT-2012)
(TJPB-2011-CESPE): Segundo o STF, é inconstitucional, por ofensa ao princípio da livre concorrência, lei
municipal que impeça a instalação de estabelecimentos comerciais do mesmo ramo em determinada área. BL: S.
646, STF.
OBS: O entendimento acima continua válido, mas foi aprovada a súmula vinculante 49 com o mesmo teor,
substituindo esta.
(TJDFT-2008): Atenta contra o princípio da livre concorrência lei municipal que impede a instalação de
estabelecimentos comerciais do mesmo ramo de atividade em determinada área. BL: S. 646, STF.
OBS: O entendimento acima continua válido, mas foi aprovada a SV 39 do STF com praticamente o mesmo teor,
à exceção do fato de que foi acrescentado o corpo de bombeiros militar do Distrito Federal na redação.
OBS: Válida. O STF tornou o enunciado desta Súmula Vinculante (SV 7).
OBS: Esse enunciado afirma que é vedada a criação, nos Estados-membros, de Conselho Estadual de Justiça, com
a participação de representantes de outros Poderes ou entidades, considerando que isso viola o princípio da
separação dos Poderes (art. 2º da CF/88).
Deve-se esclarecer que o raciocínio dessa Súmula 649 não pode ser aplicado para o Conselho Nacional de
Justiça, uma vez que, segundo decidiu o STF, o CNJ é um órgão interno do Poder Judiciário (art. 92, I-A, da
CF/88) e em sua composição apresenta maioria qualificada de membros da magistratura (art. 103-B). Além
disso, o Poder Legislativo estadual, ao contrário do Congresso Nacional, não possui competência para instituir
conselhos, internos ou externos, para fazer o controle das atividades administrativas, financeiras e disciplinares
do Poder Judiciário. O STF afirmou que o Poder Judiciário é nacional e, nessa condição, rege-se por princípios
unitários enunciados pela CF (STF ADI 3367, julgado em 13/04/2005).
Em suma, o CNJ é constitucional, mas o Estados-membros não podem criar Conselhos Estaduais de Justiça.
OBS: Importante. Concursos federais. As terras ocupadas, em passado remoto, por aldeamentos indígenas não
são bens da União (STF, AI-AgR 307401/SP).
OBS: Segundo critério construído pelo STF, somente são consideradas “terras tradicionalmente ocupadas pelos
índios” aquelas que eles habitavam na data da promulgação da CF/88 (marco temporal) e, complementarmente,
se houver a efetiva relação dos índios com a terra (marco da tradicionalidade da ocupação). Assim, se, em
05/10/1988, a área em questão não era ocupada por índios, isso significa que ela não terá a natureza indígena
de que trata o art. 231 da CF/88.
SÚMULA Nº 651: A MEDIDA PROVISÓRIA NÃO APRECIADA PELO CONGRESSO NACIONAL PODIA, ATÉ
A EMENDA CONSTITUCIONAL 32/2001, SER REEDITADA DENTRO DO SEU PRAZO DE EFICÁCIA DE
TRINTA DIAS, MANTIDOS OS EFEITOS DE LEI DESDE A PRIMEIRA EDIÇÃO.
OBS: Existe agora uma súmula vinculante tratando sobre o tema (SV 54).
SÚMULA Nº 652: NÃO CONTRARIA A CONSTITUIÇÃO O ART. 15, § 1º, DO DECRETO-LEI 3365/1941 (LEI
DA DESAPROPRIAÇÃO POR UTILIDADE PÚBLICA). (TJAL-2015)
OBS: Importante. Em regra, a posse do expropriante sobre o bem somente ocorre quando tiver concluído o
processo de desapropriação e paga a indenização. No entanto, o art. 15 do Decreto-Lei 3365/41 prevê a
possibilidade de imissão provisória na posse em caso de urgência. Para o STF, a imissão provisória na viola o
princípio da justa e prévia indenização (art. 5º, XXIV da CF/88).
(TJDFT-2012): Em ação de desapropriação por utilidade pública, alegada a urgência pelo expropriante, e desde
que efetivado o depósito da quantia arbitrada, pode o juiz deferir a imissão provisória na posse do bem,
independentemente de citação. Tal procedimento não ofende a Constituição. BL: art. 15, §1º do Dec.-Lei 3365/41
e S. 652, STF.
A CF/88 não traz, de modo detalhado, como deve ser a composição dos Tribunais de Contas dos Estados,
dizendo apenas que o TCE deve ser formado por 7 Conselheiros e que as normas previstas para o TCU aplicam-
se, no que couber, ao TCE (art. 75 da CF/88).
Assim, entende-se que a forma de escolha dos membros do TCE deve ser prevista na respectiva Constituição
Estadual. O STF, contudo, afirmou que, por força do princípio da simetria, essas regras de escolha dos
Conselheiros do TCE devem obedecer ao mesmo modelo estabelecido pela Constituição Federal para o TCU (art.
73, § 2º da CF).
Em suma, a Constituição Estadual deverá detalhar as normas sobre a escolha dos membros do TCE, mas tais
regras deverão seguir a mesma sistemática adotada para a composição do TCU. Esse entendimento deu origem
à súmula 653 do STF.
(TJRJ-2016-VUNESP): Os Conselheiros do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro serão escolhidos três
pelo Governador do Estado, com a aprovação da Assembleia Legislativa, sendo dois alternadamente dentre
auditores e membros do Ministério Público junto ao Tribunal, indicados em lista tríplice pelo Tribunal, segundo
os critérios de antiguidade e merecimento e quatro pela Assembleia Legislativa. BL: S. 653, STF e art. 73, §2º, I e
II, CF.
OBS:
Art. 5º (...) XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;
A irretroatividade da lei é uma garantia do indivíduo frente o Estado. Se o Poder Público decide editar uma lei
com efeitos retroativos prejudicando a sua própria situação jurídica e conferindo, por exemplo, mais direitos ao
indivíduo, esta lei não viola o art. 5º, XXXVI.
SÚMULA Nº 655: A EXCEÇÃO PREVISTA NO ART. 100, "CAPUT" [ATUAL §1º], DA CONSTITUIÇÃO, EM
FAVOR DOS CRÉDITOS DE NATUREZA ALIMENTÍCIA, NÃO DISPENSA A EXPEDIÇÃO DE
PRECATÓRIO, LIMITANDO-SE A ISENTÁ-LOS DA OBSERVÂNCIA DA ORDEM CRONOLÓGICA DOS
PRECATÓRIOS DECORRENTES DE CONDENAÇÕES DE OUTRA NATUREZA. (PGEAM-2010)
OBS: Válida, mas quando o enunciado fala em "caput', deve-se entender § 1°. Isso porque, após a súmula ter sido
aprovada (em 2003), foi editada a EC 62/09, que deslocou a referida exceção em favor dos créditos de natureza
alimentícia do caput do art. 100 para o seu § 1°.
OBS: Válida.
##Atenção: ##STF: (...) Imposto de transmissão de imóveis, inter vivos - ITBI: alíquotas progressivas: a
Constituição Federal não autoriza a progressividade das alíquotas, realizando-se o princípio da capacidade
contributiva proporcionalmente ao preço da venda. (...) (STF. Plenário. RE 234105, Rel. Min. Carlos Velloso, j.
08/04/99).
SÚMULA Nº 657: A IMUNIDADE PREVISTA NO ART. 150, VI, "D", DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL
ABRANGE OS FILMES E PAPÉIS FOTOGRÁFICOS NECESSÁRIOS À PUBLICAÇÃO DE JORNAIS E
PERIÓDICOS. (MPDFT-2004) (TJMS-2008) (MPCE-2009) (TJPA-2012) (TJCE-2012)
(MPSC-2013): Não incide ICMS - (Imposto Sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Sobre
Prestações de Serviços de Transporte Interestadual, Intermunicipal e de Comunicação), imposto de competência
dos Estados e do Distrito Federal, quanto a operações com livros, jornais e periódicos, inclusive sobre o papel
destinado exclusivamente à impressão de tais produtos. BL: art. 150, VI, “d” da CF e Súmula 657 do STF.
SÚMULA Nº 658: SÃO CONSTITUCIONAIS OS ARTS. 7º DA LEI 7787/1989 E 1º DA LEI 7894/1989 E DA LEI
8147/1990, QUE MAJORARAM A ALÍQUOTA DO FINSOCIAL, QUANDO DEVIDA A CONTRIBUIÇÃO POR
EMPRESAS DEDICADAS EXCLUSIVAMENTE À PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. (SUPERADA)
SÚMULA Nº 660: NÃO INCIDE ICMS NA IMPORTAÇÃO DE BENS POR PESSOA FÍSICA OU JURÍDICA QUE
NÃO SEJA CONTRIBUINTE DO IMPOSTO. (SUPERADA, desde a edição da EC 33/01)
OBS: Atualmente, o ICMS incide sobre toda e qualquer importação. Independentemente de a pessoa ser
contribuinte ou não do ICMS, deverá pagar o ICMS importação.
##Repercussão Geral/STF – Tese 171: ##TJMS-2020: ##FCC: Após a Emenda Constitucional 33/01, é
constitucional a incidência de ICMS sobre operações de importação efetuadas por pessoa, física ou jurídica, que
não se dedica habitualmente ao comércio ou à prestação de serviços. (STF. Plenário. RE 439796, Rel. Joaquim
Barbosa, j. 06/11/13).
##Atenção: ##STF: ##TJMS-2020: ##FCC: O STF, ao julgar o RE 474.267/RS-RG (Rel. Min. Joaquim Barbosa, DJe
de 20/3/14), fixou a orientação de que o ICMS previsto no art. 155, § 2º, IX, “a”, da CF/88 somente é exigível às
importações ocorridas após a edição de legislação local estadual (ou distrital) que tenha cumprido as previsões
da EC 33/01 e da LC 114/2002. (STF. 2ª T., RE 797294 AgR, Rel. Min. Teori Zavascki, j.. 24/02/15).
OBS: A Súmula 135 do STJ e a Súmula 662 do STF são válidas, devendo ser interpretadas da seguinte forma:
Venda de fitas de vídeo produzidas por encomenda de forma personalizada para um cliente : incide
ISS (trata-se de prestação de um serviço).
Venda de fitas de vídeo produzidas em série e ofertadas ao público em geral : incide ICMS (trata-se de
comercialização de mercadoria).
Súmula 135 do STJ: O ICMS NÃO INCIDE NA GRAVAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DE FILMES E
VIDEOTEIPES.
SÚMULA Nº 666: A CONTRIBUIÇÃO CONFEDERATIVA DE QUE TRATA O ART. 8º, IV, DA CONSTITUIÇÃO,
SÓ É EXIGÍVEL DOS FILIADOS AO SINDICATO RESPECTIVO.
OBS: O entendimento continua válido, mas foi aprovada a SV 40 com o mesmo teor.
OBS: Importante. Assim, a progressividade de alíquotas com base em outras razões que não a função social da
propriedade somente é legítima após a edição da EC 29/2000.
OBS: O entendimento acima continua válido, mas foi aprovada a súmula vinculante 50 com o mesmo teor,
substituindo esta.
SÚMULA Nº 670: O SERVIÇO DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA NÃO PODE SER REMUNERADO MEDIANTE
TAXA. (MPSE-2010) (PGEGO-2010) (TJRS-2012) (MPRS-2012)
OBS: O entendimento acima continua válido, mas foi aprovada a súmula vinculante 41 com o mesmo teor.
OBS: O entendimento acima continua válido, mas foi aprovada a SV 51 com o mesmo teor, substituindo esta.
SÚMULA Nº 673: O ART. 125, § 4º, DA CONSTITUIÇÃO NÃO IMPEDE A PERDA DA GRADUAÇÃO DE
MILITAR MEDIANTE PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO. (TJMSP-2016)
SÚMULA Nº 676: A GARANTIA DA ESTABILIDADE PROVISÓRIA PREVISTA NO ART. 10, II, "A", DO ATO
DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS, TAMBÉM SE APLICA AO SUPLENTE DO CARGO
DE DIREÇÃO DE COMISSÕES INTERNAS DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES (CIPA).
SÚMULA Nº 677: ATÉ QUE LEI VENHA A DISPOR A RESPEITO, INCUMBE AO MINISTÉRIO DO
TRABALHO PROCEDER AO REGISTRO DAS ENTIDADES SINDICAIS E ZELAR PELA OBSERVÂNCIA DO
PRINCÍPIO DA UNICIDADE.
OBS: A legitimidade dos sindicatos para representação de determinada categoria depende do devido registro
no Ministério do Trabalho em obediência ao princípio constitucional da unicidade sindical (art. 8º, II, da
CF/88). STF. 1ª Turma. RE 740434 AgR/MA, Rel. Min. Luiz Fux, j. 19/2/2019 (Info 931).
OBS: É indispensável o registro do Sindicato no Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) para ingresso em
juízo na defesa de seus filiados. STJ. 2ª Turma. AgRg no AREsp 608.253/SP, Rel. Min. Mauro Campbell
Marques, j. 20/4/17.
SÚMULA Nº 678: SÃO INCONSTITUCIONAIS OS INCISOS I E III DO ART. 7º DA LEI 8162/1991, QUE
AFASTAM, PARA EFEITO DE ANUÊNIO E DE LICENÇA-PRÊMIO, A CONTAGEM DO TEMPO DE SERVIÇO
REGIDO PELA CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO DOS SERVIDORES QUE PASSARAM A
SUBMETER-SE AO REGIME JURÍDICO ÚNICO.
SÚMULA Nº 679: A FIXAÇÃO DE VENCIMENTOS DOS SERVIDORES PÚBLICOS NÃO PODE SER
OBJETO DE CONVENÇÃO COLETIVA. (TRF2-2009) (TJRS-2012) (TJDFT-2014) (MPSP-2017)
(TJMS-2008-FGV): Conforme jurisprudência dos Tribunais Superiores, a fixação de vencimentos dos servidores
públicos não pode ser objeto de convenção coletiva. BL: S. 679, STF.
SÚMULA Nº 680: O DIREITO AO AUXÍLIO-ALIMENTAÇÃO NÃO SE ESTENDE AOS SERVIDORES
INATIVOS.
OBS: O entendimento acima continua válido, mas foi aprovada a SV 55 com o mesmo teor.
OBS: O entendimento acima continua válido, mas foi aprovada a SV 42 com o mesmo teor.
OBS: Importante. Como regra geral, é proibido que o edital do concurso público estabeleça diferença de
salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil (art. 7º,
XXX c/c art. 39, § 3º, da CF/88).
Exceção: é possível que o edital do concurso público estabeleça limites de idade, desde que haja previsão em
lei e isso se justifique pela natureza das atribuições do cargo. (TJRN-2013)
(MPSP-2017): Em concurso público, é possível limitar a idade dos candidatos quando esta limitação se justifica
pela natureza das atribuições do cargo a ser preenchido. BL: S. 683, STF.
(MPPR-2016): Entende o STF que o limite de idade para inscrição em concurso público apenas se legitima, à
vista do art. 7°, XXX (proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por
motivo de sexo, idade, cor ou estado civil), da Constituição Federal, quando possa ser justificado pela natureza
das atribuições do cargo a ser preenchido. BL: S. 683, STF.
(TJMG-2012-VUNESP): De acordo com o STF, não ofende o princípio da igualdade a limitação de idade para a
inscrição em concurso público, desde que se leve em conta a natureza das atribuições do cargo a ser preenchido.
BL: S. 683, STF.
##Atenção: ##TRF4-2010: Isto significa que, em regra, o limite de idade é proibido, a menos que a natureza das
atribuições do cargo (que é um uma circunstância fática, que depende de cada caso concreto) assim o exigir. Por
exemplo, para certas atividades policiais ou militares, é razoável impor a limitação para candidatos mais velhos,
tendo em vista o esforço físico que é exigido nestes cargos. O que o STF entende, em suma, é que se houver uma
justificativa para a restrição em razão das atribuições do cargo, é possível a limitação de idade de inscrição no
concurso público.
OBS: O entendimento acima continua válido, mas foi aprovada a SV 43 com o mesmo teor.
OBS: O entendimento acima continua válido, mas foi aprovada a SV 44 com o mesmo teor.
SÚMULA Nº 687: A REVISÃO DE QUE TRATA O ART. 58 DO ATO DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS
TRANSITÓRIAS NÃO SE APLICA AOS BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS CONCEDIDOS APÓS A
PROMULGAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO DE 1988.
OBS: Importante. O 13º salário é um ganho habitual do trabalhador e segundo a CF/88, “os ganhos habituais do
empregado, a qualquer título, serão incorporados ao salário para efeito de contribuição previdenciária e
consequente repercussão em benefícios, nos casos e na forma da lei” (art. 201, § 11).
A gratificação natalina, por ostentar caráter permanente, integra o conceito de remuneração, sujeitando-se,
consequentemente, à contribuição previdenciária. A Lei 8.620/93, em seu art. 7°, § 2°, autorizou expressamente
a incidência da contribuição previdenciária sobre o valor bruto do 13° salário (STJ AgRg no AREsp 343.983/AL, j.
19/09//2013).
OBS: No julgamento do HC 86.834-7/SP (23/08/06), o STF reviu seu posicionamento sobre o tema e passou a
decidir que a competência para julgar HC impetrado contra ato da Turma Recursal é do Tribunal de Justiça (se
for turma recursal estadual) ou do Tribunal Regional Federal (se a turma recursal for do JEF).
##Atenção: ##Jurisprudência em Teses do STJ: ##Edição 93: ##Juizados Especiais Criminais: Tese 01: “Compete
aos Tribunais de Justiça ou aos Tribunais Regionais Federais o julgamento dos pedidos de HABEAS CORPUS quando a
AUTORIDADE COATORA FOR TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS.”
(TJTO-2007-CESPE): No que concerne aos juizados especiais criminais, assinale a opção correta: Compete ao
tribunal de justiça de cada estado processar e julgar habeas corpus impetrado contra ato emanado de turma
recursal.
OBS: Válida, mas com ressalva. A Súmula 691 do STF pode ser afastada em casos excepcionais, quando a
decisão atacada se mostrar teratológica, flagrantemente ilegal, abusiva ou manifestamente contrária à
jurisprudência do STF (HC 118684, julgado em 03/12/13).
(DPEAP-2018-FCC): Adolescente, que se encontra em internação provisória por prazo muito superior ao
máximo estabelecido em lei, aguarda processamento do feito perante Vara da Infância e da Juventude no qual
responde pelo suposto cometimento de ato infracional mediante violência. Por estar o processo estacionado na
fase de defesa prévia, sem previsão de conclusão, o Defensor Público que nele atua pretende que o adolescente
aguarde ao sentenciamento em liberdade assistida. Ocorre que, tanto no Tribunal de Justiça estadual, quanto no
Superior Tribunal de Justiça, foram indeferidos, por decisões dos respectivos Relatores, pedidos de concessão
de liminar em sede de habeas corpus impetrados nas referidas instâncias. Nessa hipótese, à luz da Constituição
Federal e da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, a adoção de medida perante o STF, neste momento,
é viável, sendo cabível impetrar habeas corpus, em caso de manifesto constrangimento ilegal, prontamente
identificável, de modo a excepcionar a aplicação de súmula que obstaria seu conhecimento.
OBS: Tem se admitido o afastamento da súmula em hipóteses excepcionais, quais sejam: “É bem verdade que o
rigor na aplicação da Súmula n. 691 tem sido abrandado por julgados desta Corte em hipóteses excepcionais ,
em que:
a) seja premente a necessidade de concessão do provimento cautelar para evitar flagrante constrangimento
ilegal; ou
b) a negativa de decisão concessiva de medida liminar pelo tribunal superior importe na caracterização, ou
na manutenção, de situação que seja manifestamente contrária à jurisprudência do STF (cf. as decisões
colegiadas: (...).” (HC 106160, Relator Ministro Gilmar Mendes, 2 Turma, j. 15.2.2011, DJe de 2.3.2011).
Assim, não é o caso de revogação da súmula (overruling), mas de afastá-la no caso concreto em razão de patente
constrangimento ilegal, ou para evitar a manutenção de situação que seja manifestamente contrária à
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, em hipóteses concretamente distintas dos demais casos que
deram origem ao entendimento sumular (distinguishing). (fonte:
http://www.conteudojuridico.com.br/artigo,da-superacao-da-sumula-691stf-breves-consideracoes,45457.htm).
(MPPE-2014-CESPE): Não compete ao STF conhecer de habeas corpus impetrado contra decisão do Relator que,
em habeas corpus requerido a tribunal superior, indefere a liminar. BL: S. 691, STF.
(TJGO-2015-FCC): Em relação ao habeas corpus, é correto afirmar: Não se conhece de habeas corpus contra
omissão de relator de extradição, se fundado em fato ou direito estrangeiro cuja prova não constava dos autos,
nem foi ele provocado a respeito. BL: S. 692, STF.
SÚMULA Nº 693: NÃO CABE "HABEAS CORPUS" CONTRA DECISÃO CONDENATÓRIA A PENA DE
MULTA, OU RELATIVO A PROCESSO EM CURSO POR INFRAÇÃO PENAL A QUE A PENA PECUNIÁRIA
SEJA A ÚNICA COMINADA. (TJAP-2008) (MPPR-2008) (MPSP-2008) (DPEAL-2009) (MPGO-2010) (TJSP-2011)
(MPCE-2011) (MPDFT-2011) (MPF-2011) (TJRJ-2012) (TJBA-2012) (MPPE-2014) (TJMS-2015) (TRF1-2015)
(TJMSP-2016) (TJCE-2018) (TJAL-2019)
(TJRS-2018-VUNESP): Assinale a alternativa correta: Não cabe habeas corpus contra decisão condenatória a
pena de multa, ainda que seja patente o constrangimento ilegal causado. BL: S. 693, STF.
OBS: Vale a pena prestar atenção nas expressões “patente constrangimento”, “teratologia” e afins quando se
trata de mandado de segurança e habeas corpus, porque elas, nesses casos, geralmente acabam por excepcionar
uma situação de não cabimento dos writs. Ocorre que, quanto à decisão condenatória a pena de multa, nem o
flagrante constrangimento ilegal é suficiente a legitimar a impetração do habeas corpus, porque não há, nesse caso,
qualquer violação ao direito de locomoção.
(MPRS-2017): Não cabe habeas corpus contra decisão condenatória a pena de multa. BL: S. 693, STF.
SÚMULA Nº 694: NÃO CABE "HABEAS CORPUS" CONTRA A IMPOSIÇÃO DA PENA DE EXCLUSÃO DE
MILITAR OU DE PERDA DE PATENTE OU DE FUNÇÃO PÚBLICA. (PF-2004) (TJSP-2011) (MPF-2012) (TJPB-
2015) (TJCE-2018) (TJAL-2019)
OBS: Importante. O STF entende que nesses casos não há risco ou ameaça à liberdade de locomoção. Não
caberá "habeas corpus" em relação a punições disciplinares militares (art. 142, § 2°, da CF/88).
SÚMULA Nº 695: NÃO CABE "HABEAS CORPUS" QUANDO JÁ EXTINTA A PENA PRIVATIVA DE
LIBERDADE. (TJTO-2007) (DPEAL-2009) (TJSP-2011) (MPDFT-2011) (TJRJ-2013) (MPPE-2014)
(TJAL-2019-FCC): Cabível habeas corpus quando não houver justa causa para o inquérito policial, mas não
quando já extinta a pena privativa de liberdade. BL: art. 648, I, CPP e S. 695, STF.
##Atenção: Vide art. 648, I, CPP: “Art. 648.: A coação considerar-se-á ilegal: I - quando não houver justa causa.”
OBS: Importante.
O que acontece se o Promotor de Justiça se recusa a oferecer a proposta e o juiz entender que o acusado preenche
os requisitos legais para a obtenção do benefício? O juiz, aplicando por analogia o art. 28 do CPP, deverá
remeter os autos ao Procurador-Geral de Justiça, comunicando as razões pelas quais discorda da recusa do
membro do MP em oferecer a proposta. O PGJ irá decidir se os motivos da recusa são pertinentes ou não. Caso o
PGJ entenda que o acusado não tenha realmente direito ao benefício, o juiz nada mais poderá fazer, não podendo
o próprio magistrado formular a proposta. Se entender que o acusado tem direito ao benefício, o PGJ
determinará que outro membro do MP ofereça a proposta.
Transação penal: Vale ressaltar, por fim, que o raciocínio da Súmula 696 do STF pode ser aplicado também para
a transação penal. (MPSP-2010)
* Pacote anticrime. Como funciona o arquivamento depois da Lei 13.964/19: O próprio membro do MP ordena o
arquivamento. Em seguida, o MP comunica à vítima, ao investigado e à autoridade policial e encaminha os autos
para a instância de revisão ministerial para fins de homologação, na forma da lei. Se a vítima, ou seu
representante legal, não concordar com o arquivamento do inquérito policial, poderá, no prazo de 30 (trinta) dias
do recebimento da comunicação, submeter a matéria à revisão da instância competente do órgão ministerial,
conforme dispuser a respectiva lei orgânica. Nas ações penais relativas a crimes praticados em detrimento da
União, Estados e Municípios, a revisão do arquivamento do inquérito policial poderá ser provocada pela chefia
do órgão a quem couber a sua representação judicial. Essa instância de revisão ministerial (PGJ ou CCR) irá
analisar o arquivamento e poderá adotar uma das seguintes providências:
a) Discordar do arquivamento e designar outro membro do MP para oferecer a denúncia;
b) Concordar com o arquivamento e fazer a sua homologação;
c) Requerer a realização de novas diligências antes de decidir.
##Observação: No dia 22/01/2020, o Ministro Luiz Fux proferiu decisão monocrática nas ADIs 6298, 6299, 6300
e 6305, suspendendo a eficácia de diversos dispositivos da Lei nº 13.964/2019 (Pacote Anticrime). A nova
redação do art. 28 do CPP encontra-se, portanto, suspensa até que o Plenário do STF aprecie a decisão cautelar.
Ao estudar, confira se essa decisão foi mantida ou não e se o dispositivo está produzindo efeitos.
(MPSP-2019): É correto afirmar, em relação à suspensão condicional do processo, que na ausência de proposta
justificada do MP, o juiz, dissentindo, remeterá a questão ao Procurador-Geral. BL: S. 696, STF.
(MPMG-2012): Não vislumbrando a presença dos requisitos legais, o MP ofereceu denúncia e não propôs a
transação penal. O juiz, porém, acredita ser o caso da mencionada transação. Então, deve ele: Enviar os autos ao
Procurador-Geral de Justiça. BL: S. 696, STF.
(TJSP-2011-VUNESP): Antônio foi denunciado por receptação simples (art. 180, caput, do CP), e o juiz,
verificando que seria caso, em tese, da apresentação de proposta de suspensão condicional do processo (art. 89,
da Lei 9.099/95), determina a abertura de vista dos autos ao Promotor de Justiça para tal finalidade. O Promotor,
porém, recusa-se a oferecer a proposta de suspensão, alegando que o crime de receptação é incompatível com o
benefício, pois incentiva a prática de furtos, roubos e até mesmo de latrocínios, e requer o prosseguimento do
feito. Qual a medida que o juiz, caso discorde do posicionamento do Promotor, deve tomar, inclusive, se o caso,
consoante jurisprudência sumulada dos Tribunais Superiores (STJ e STF): Remeter os autos à apreciação do
Procurador Geral de Justiça, mediante aplicação analógica do art. 28, do CPP. BL: S. 696, STF e art. 28 do CPP.
SÚMULA Nº 697: A PROIBIÇÃO DE LIBERDADE PROVISÓRIA NOS PROCESSOS POR CRIMES HEDIONDOS
NÃO VEDA O RELAXAMENTO DA PRISÃO PROCESSUAL POR EXCESSO DE PRAZO. (SUPERADA)
OBS: Atualmente, é permitida a liberdade provisória para crimes hediondos e equiparados. O STF entende que
a CF/88 não permite a prisão ex lege (ou seja, apenas por força de lei). Logo, é inconstitucional qualquer lei que
vede, de forma abstrata e genérica, a liberdade provisória para determinados delitos.
SÚMULA Nº 699: O PRAZO PARA INTERPOSIÇÃO DE AGRAVO, EM PROCESSO PENAL, É DE CINCO DIAS,
DE ACORDO COM A LEI 8038/1990, NÃO SE APLICANDO O DISPOSTO A RESPEITO NAS ALTERAÇÕES DA
LEI 8950/1994 AO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. (SUPERADA) (TJRS-2016)
OBS: O agravo de que trata esta súmula é aquele interposto contra a decisão do Presidente ou Vice-Presidente
do Tribunal de origem que inadmite o recurso especial ou extraordinário.
Este prazo de 5 dias era previsto no art. 28 da Lei 8.038/90 (Art. 28. Denegado o recurso extraordinário ou o
recurso especial, caberá agravo de instrumento, no prazo de cinco dias, para o Supremo Tribunal Federal ou
para o Superior Tribunal de Justiça, conforme o caso.).
Como o CPC/1973 previa o prazo de 15 dias, antes da súmula ser editada ficou uma dúvida: aplica-se o CPC ou
o art. 28 da Lei no 8.038/90?
O STF, a fim de pacificar o tema, editou a súmula para afirmar: não se aplica o prazo do CPC, mas sim o prazo
especial do art. 28 da Lei 8.038/90. O prazo do CPC só vale para os processos cíveis e no caso dos feitos criminais
existe esta regra específica.
Ocorre que o art. 28 da Lei no 8.038/90 foi agora expressamente revogado pelo novo CPC. Logo, o argumento de
que havia um prazo especial para os agravos envolvendo recurso extraordinário em matéria criminal caiu por
terra.
Em virtude disso, a súmula está superada (STF,1ª Turma. ARE 993407/DF, Rel. Min. Edson Fachin, j.
25/10/2016).
Qual será o prazo a ser aplicado, então? Em um processo penal, se a parte interpõe RE ou Resp e o Tribunal de
origem inadmite o recurso, caberá agravo em quantos dias? A questão ainda é polêmica, mas prevalece que o
prazo é de 15 dias, nos termos do art. 1.003, § 5º e do art. 1.070 do CPC/2015. Nesse sentido: STJ. 6a Turma.
AgRg no AREsp 840.620/SP, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 21/11/2017. STF. 1ª Turma. ARE
1057146 AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 22/09/2017.
O CPC/2015 previu que os prazos devem ser contados somente em dias úteis (art. 219). Esta regra vale também
para o agravo envolvendo processos criminais? NÃO. Não se aplica o art. 219 do CPC/2015, considerando que
existe regra específica no processo penal determinando que todos os prazos serão contínuos, não se
interrompendo por férias, domingo ou dia feriado (art. 798 do CPP).
Resumindo: a Súmula 699 do STF está superada. Isso porque depois do novo CPC o prazo para interposição de
agravo contra a decisão do Tribunal de origem que inadmite o recurso especial ou extraordinário, mesmo em
processo penal, é de 15 dias, conforme determina o art. 1.003, § 5° do CPC/2015. Apesar disso, este prazo é
corrido porque não existe contagem em dias úteis no processo penal.
Importante fazer um último alerta: Esta súmula 699 do STF não tem nada a ver com agravos internos interpostos
contra decisões monocráticas de Ministros do STF e STJ. No caso de agravo interposto contra decisão
monocrática do Ministro Relator no STF e STJ, em recursos ou ações originárias que versem sobre matéria
penal ou processual penal, o prazo continua sendo de 5 dias, nos termos do art. 39 da Lei 8.038/90 (não se
aplicando o art. 1.070 do CPC/2015). Para maiores informações sobre este último agravo, veja STF. Decisão
monocrática. HC 134554 Rcon, Rel. Min. Celso de Mello, j. 10/06/16 (lnfo 830); STJ. 3ª Seção. AgRg nos EDcl nos
EAREsp 316.129-SC, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, j. 25/5/16 (Info 585).
SÚMULA Nº 700: É DE CINCO DIAS O PRAZO PARA INTERPOSIÇÃO DE AGRAVO CONTRA DECISÃO
DO JUIZ DA EXECUÇÃO PENAL. (MPRN-2009) (DPEAL-2009) (MPRO-2008/2010) (MPES-2010) (MPPB-2011)
(TJRN-2013) (TJDFT-2015) (TJGO-2015) (TJAM-2016) (TJPR-2017) (MPBA-2010/2018) (TJAL-2019) (TJPA-2019)
##Atenção: A intimação do MP e do defensor nomeado é pessoal, conforme disposto pelo art. 370, §4º, do CPP,
sendo descabida a intimação por publicação em diário oficial. Por outro lado, em se tratando de defensor
constituído, do advogado do querelante e do assistente a intimação far-se-á por publicação no órgão incumbido
da publicidade dos atos judiciais da comarca, incluindo, sob pena de nulidade, o nome do acusado, tal como
dispõe o §1º do art. 370 do CPP.
OBS: A integração da relação processual pelo réu, como litisconsorte passivo, é obrigatória (Súmula 701 do STF).
Isso porque haveria clara ofensa ao contraditório e à ampla defesa caso fosse possibilitado ao MP discutir
determinada matéria constante do processo penal sem que o réu também pudesse se manifestar.
(MPGO-2016): O Ministério Público impetrou Mandado de Segurança contra decisão de Juiz de primeiro grau,
proferida em Processo Penal. O Tribunal deverá garantir, nos termos do entendimento sumulado pelo STF: A
citação do réu como litisconsorte passivo. BL: S 701, STF.
(TJCE-2018-CESPE): O prefeito de determinado município recebeu recursos da União para ampliar o acesso ao
ensino fundamental e valorizar o magistério das escolas municipais por meio de ações de capacitação. Contudo,
ultrapassado o prazo fixado no cronograma de aplicação dos recursos, verificou-se que as atividades planejadas
não haviam sido executadas e que a verba transferida pela União havia sido utilizada no fundo de campanha
eleitoral do vereador que era filho do referido prefeito. Conforme entendimento do STF acerca do regime
constitucional da responsabilidade do chefe do Poder Executivo, o julgamento do crime praticado pelo prefeito
compete ao respectivo tribunal regional federal, já que a aplicação do recurso desviado está sujeita à fiscalização
do TCU. BL: S. 208, STJ c/c S 702, STF.
OBS: A questão exige conhecimento da jurisprudência do STF sobre as competências para julgamentos de crimes
praticados por prefeitos. Em primeiro lugar, cumpre lembrar que a competência para este julgamento depende
da natureza da verba desviada - no caso, trata-se de verba da União, transferida ao município por repasse
voluntário e cujo uso é fiscalizado pelo Tribunal de Contas da União. Portanto, de acordo com a Súmula 208 do
STJ, "compete à justiça federal processar e julgar prefeito municipal por desvio de verba sujeita à prestação de contas perante
o órgão federal". Note, também, que a Súmula 702 do STF determina que "a competência do tribunal de justiça para
julgar prefeitos restringe-se aos crimes de competência da justiça comum estadual; nos demais casos, a competência
originária caberá ao respectivo tribunal de segundo grau" - ou seja, cabe ao TRF.
(MPAM-2015-FMP): Prefeito Municipal acusado da prática de crime eleitoral é julgado pelo Tribunal Regional
Eleitoral. BL: S. 702, STF.
(MPRJ-2012): José, prefeito na cidade de Campos, no Estado do Rio de Janeiro, cometeu um crime federal e
deverá, portanto, ser julgado no Tribunal Regional Federal da 2ª Região, competente para RJ e ES. BL: S. 702,
STF.
(TJDFT-2008): Na prática de crime que ofende bem jurídico da União por prefeito será competente para o
julgamento o TRF. BL: S. 702, STF.
OBS: Em regra, os prefeitos são julgados pelo TJ de seu respectivo Estado. Porém, em caso de crime de
competência da Justiça Federal, o julgamento se dará pelo TRF.
(TJMG-2008): Nos crimes eleitorais, o Prefeito Municipal será julgado pelo Tribunal Regional Eleitoral. BL: S.
702, STF.
OBS:
Art. 1º São crimes de responsabilidade dos Prefeitos Municipal, sujeitos ao julgamento do Poder
Judiciário, independentemente do pronunciamento da Câmara dos Vereadores:
I - apropriar-se de bens ou rendas públicas, ou desviá-los em proveito próprio ou alheio;
Il - utilizar-se, indevidamente, em proveito próprio ou alheio, de bens, rendas ou serviços públicos;
Ill - desviar, ou aplicar indevidamente, rendas ou verbas públicas;
IV - empregar subvenções, auxílios, empréstimos ou recursos de qualquer natureza, em desacordo
com os planos ou programas a que se destinam;
V - ordenar ou efetuar despesas não autorizadas por lei, ou realizá-Ias em desacordo com as normas
financeiras pertinentes;
VI - deixar de prestar contas anuais da administração financeira do Município a Câmara de
Vereadores, ou ao órgão que a Constituição do Estado indicar, nos prazos e condições
estabelecidos;
VII - Deixar de prestar contas, no devido tempo, ao órgão competente, da aplicação de recursos,
empréstimos subvenções ou auxílios internos ou externos, recebidos a qualquer titulo;
VIII - Contrair empréstimo, emitir apólices, ou obrigar o Município por títulos de crédito, sem
autorização da Câmara, ou em desacordo com a lei;
IX - Conceder empréstimo, auxílios ou subvenções sem autorização da Câmara, ou em desacordo
com a lei;
X - Alienar ou onerar bens imóveis, ou rendas municipais, sem autorização da Câmara, ou em
desacordo com a lei;
XI - Adquirir bens, ou realizar serviços e obras, sem concorrência ou coleta de preços, nos casos
exigidos em lei;
XII - Antecipar ou inverter a ordem de pagamento a credores do Município, sem vantagem para o
erário;
XIII - Nomear, admitir ou designar servidor, contra expressa disposição de lei;
XIV - Negar execução a lei federal, estadual ou municipal, ou deixar de cumprir ordem judicial, sem
dar o motivo da recusa ou da impossibilidade, por escrito, à autoridade competente;
XV - Deixar de fornecer certidões de atos ou contratos municipais, dentro do prazo estabelecido em
lei.
XVI – deixar de ordenar a redução do montante da dívida consolidada, nos prazos estabelecidos em
lei, quando o montante ultrapassar o valor resultante da aplicação do limite máximo fixado pelo
Senado Federal; (Incluído pela Lei 10.028, de 2000)
XVII – ordenar ou autorizar a abertura de crédito em desacordo com os limites estabelecidos pelo
Senado Federal, sem fundamento na lei orçamentária ou na de crédito adicional ou com
inobservância de prescrição legal; (Incluído pela Lei 10.028, de 2000)
XVIII – deixar de promover ou de ordenar, na forma da lei, o cancelamento, a amortização ou a
constituição de reserva para anular os efeitos de operação de crédito realizada com inobservância
de limite, condição ou montante estabelecido em lei; (Incluído pela Lei 10.028, de 2000)
XIX – deixar de promover ou de ordenar a liquidação integral de operação de crédito por
antecipação de receita orçamentária, inclusive os respectivos juros e demais encargos, até o
encerramento do exercício financeiro; (Incluído pela Lei 10.028, de 2000)
XX – ordenar ou autorizar, em desacordo com a lei, a realização de operação de crédito com
qualquer um dos demais entes da Federação, inclusive suas entidades da administração indireta,
ainda que na forma de novação, refinanciamento ou postergação de dívida contraída
anteriormente; (Incluído pela Lei 10.028, de 2000)
XXI – captar recursos a título de antecipação de receita de tributo ou contribuição cujo fato gerador
ainda não tenha ocorrido; (Incluído pela Lei 10.028, de 2000)
XXII – ordenar ou autorizar a destinação de recursos provenientes da emissão de títulos para
finalidade diversa da prevista na lei que a autorizou; (Incluído pela Lei 10.028, de 2000)
XXIII – realizar ou receber transferência voluntária em desacordo com limite ou condição
estabelecida em lei. (Incluído pela Lei 10.028, de 2000)
§1º Os crimes definidos nêste artigo são de ação pública, punidos os dos itens I e II, com a pena de
reclusão, de dois a doze anos, e os demais, com a pena de detenção, de três meses a três anos.
§ 2º A condenação definitiva em qualquer dos crimes definidos neste artigo, acarreta a perda de
cargo e a inabilitação, pelo prazo de cinco anos, para o exercício de cargo ou função pública, eletivo
ou de nomeação, sem prejuízo da reparação civil do dano causado ao patrimônio público ou
particular.
(MPF-2008): Se um prefeito deixou de prestar contas no devido tempo, ao órgão competente, da aplicação de
recursos transferidos pela União: responde pelo crime de responsabilidade praticado mesmo após a extinção do
mandato. BL: art. 1º, VI do Dec. 201/67 e S. 164, STJ e S. 703, STF.
SÚMULA Nº 704: NÃO VIOLA AS GARANTIAS DO JUIZ NATURAL, DA AMPLA DEFESA E DO DEVIDO
PROCESSO LEGAL A ATRAÇÃO POR CONTINÊNCIA OU CONEXÃO DO PROCESSO DO CO-RÉU AO
FORO POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO DE UM DOS DENUNCIADOS. (PCRJ-2005) (TJMS-2008) (TJSE-
2008) (TJDFT-2008) (MPF-2008) (TRF2-2009) (TCERO-2010) (MPAL-2012) (MPSC-2016) (TJSC-2017) (MPRS-
2017) (TJPA-2019)
OBS: Importante.
Exemplo: João e Pedro são Desembargadores e estão respondendo a uma ação penal no STJ (art. 105, I, “a”; da
CF/88) por crime que teriam praticado conjuntamente. João se aposenta.
Com a aposentadoria, cessa o foro por prerrogativa de função? SIM. O foro especial por prerrogativa de função
não se estende a magistrados aposentados. Desse modo, após se aposentar, o magistrado (seja ele juiz,
Desembargador, Ministro) perde o direito ao foro por prerrogativa de função, mesmo que o fato delituoso
tenha ocorrido quando ele ainda era magistrado. Assim, deverá ser julgado pela 1ª instância (STF. Plenário. RE
549560/CE, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 22/3/2012. (Info 659).
Neste caso, mesmo com a aposentadoria de um dos réus, o STJ poderá se dizer competente e continuar a julgar os
dois? SIM.
A regra geral é a de que, cessando o exercício do cargo com a aposentadoria, haja um desmembramento dos
processos e o réu que perdeu o foro por prerrogativa de função seja julgado pela 1ª instância.
No entanto, excepcionalmente, o Tribunal pode reconhecer que existe conexão entre os fatos e entender que
será útil ao deslinde da causa que os dois réus continuem a ser julgados conjuntamente. Neste caso, não
haverá desmembramento e o réu sem foro privativo será julgado também no Tribunal juntamente com o réu que
tem foro por prerrogativa de função.
Quem decide se haverá o julgamento conjunto ou o desmembramento? É o próprio Tribunal competente para a
causa (em nosso exemplo, o STJ). A decisão pela manutenção da unidade de julgamento ou pelo
desmembramento da ação penal é do Tribunal competente para julgar a autoridade e esta escolha está sujeita a
questões de conveniência e oportunidade.
Se o réu que não tem foro por prerrogativa de função for julgado pelo Tribunal, isso não irá ofender o princípio
do juiz natural? Em nosso exemplo, o fato de João, mesmo não sendo mais autoridade, ser julgado pelo STJ, não
ofende a Constituição Federal? NÃO. Este é o teor da Súmula 704 do STF.
SÚMULA Nº 705: A RENÚNCIA DO RÉU AO DIREITO DE APELAÇÃO, MANIFESTADA SEM A
ASSISTÊNCIA DO DEFENSOR, NÃO IMPEDE O CONHECIMENTO DA APELAÇÃO POR ESTE
INTERPOSTA. (TJPI-2007) (TRF5-2009) (MPRO-2010) (DPEAM-2011) (TJRJ-2012) (MPAL-2012) (MPMT-2012)
(MPSP-2012) (MPES-2013) (TJRS-2016) (MPSC-2016) (TJDFT-2016) (Cartórios/TJMG-2017) (TJSP-2017/2018)
(TJBA-2019)
OBS: Havendo divergência entre o condenado e seu defensor quanto ao desejo de recorrer, deve prevalecer a
vontade de quem detém os conhecimentos técnicos e visualiza a viabilidade recursal, prestigiando-se o princípio
do duplo grau de jurisdição e da ampla defesa (HC 235.498/SP, j. 12/6/12). No mesmo sentido, havendo
discordância sobre a conveniência da interposição de recurso, deve prevalecer a manifestação de vontade quem
optar por sua apresentação, quer provenha da defesa técnica ou da autodefesa (HC 162.071/SP, julgado em 2012).
(MPSP-2017): A Superior Instância conhecerá de recurso interposto no prazo legal, sendo irrelevante a renúncia ao
direito de recorrer manifestado pelo acusado. BL: S. 705, STF.
(TJSP-2009-VUNESP): A inobservância da competência penal por prevenção constitui nulidade relativa. BL: S.
706, STF.
##Atenção: Vejamos o seguinte julgado do STF: “[...] 1. A competência por prevenção é relativa, estando sujeita à
prorrogação, caso precluída a oportunidade de argüição da incompetência. Precedentes. [...]” (HC 86005 AgR, Relator(a):
Min. ELLEN GRACIE, Tribunal Pleno, julgado em 20/09/2007).
(TJPA-2019-CESPE): Acerca de nulidades no processo penal, julgue os itens a seguir: Constitui nulidade a falta de
intimação do denunciado para oferecer contrarrazões ao recurso interposto da rejeição da denúncia. BL: S. 707,
STF.
(TJPB-2015-CESPE): A respeito de nulidades, assinale a opção correta à luz da jurisprudência do STF e do STJ: A
ausência de intimação do acusado para apresentar contrarrazões ao recurso interposto da rejeição da denúncia
constitui nulidade que não pode ser suprida pelo juízo por meio de nomeação de defensor dativo. BL: S. 707, STF.
(MPPR-2011): A não intimação do denunciado para o oferecimento de contrarrazões ao recurso interposto contra a
rejeição da denúncia, constitui nulidade, ainda que tenha o feito sido contra-arrazoado por defensor dativo. BL: S.
707, STF.
SÚMULA Nº 708: É NULO O JULGAMENTO DA APELAÇÃO SE, APÓS A MANIFESTAÇÃO NOS AUTOS
DA RENÚNCIA DO ÚNICO DEFENSOR, O RÉU NÃO FOI PREVIAMENTE INTIMADO PARA
CONSTITUIR OUTRO. (TJPR-2013) (TJAP-2014) (MPPA-2014)
(TJAL-2019-FCC): No julgamento da apelação, o Tribunal deve determinar a prévia intimação do réu para
constituir outro defensor, se aquele que o representava com exclusividade manifestar renúncia nos autos, ainda
que já apresentadas as razões recursais. BL: S. 708, STF.
(TJRS-2016-Faurgs): É obrigatória a defesa técnica em todo o processo penal, tendo o STF entendido ser nulo o
julgamento da apelação se, após a manifestação nos autos da renúncia do único defensor, o réu não tenha sido
previamente intimado para constituir outro. BL: S. 708, STF.
(TJSE-2008-CESPE): Acerca das nulidades no processo penal, assinale a opção correta: É nulo o julgamento da
apelação se, após a manifestação nos autos da renúncia do único defensor, o réu não foi previamente intimado
para constituir outro. BL: S. 708, STF.
SÚMULA Nº 709: SALVO QUANDO NULA A DECISÃO DE PRIMEIRO GRAU, O ACÓRDÃO QUE PROVÊ
O RECURSO CONTRA A REJEIÇÃO DA DENÚNCIA VALE, DESDE LOGO, PELO RECEBIMENTO DELA.
(PCRJ-2005) (MPBA-2010) (MPPR-2011) (TJRJ-2012) (MPF-2012) (TJPR-2013) (TJSP-2018)
(TJSP-2017-VUNESP): Quanto aos recursos em matéria criminal, é correto afirmar que o acórdão que provê o
recurso contra a rejeição da denúncia vale, desde logo, pelo recebimento dela, a não ser que nula a decisão de
primeiro grau. BL: S. 709, STF.
OBS: Segundo Alexandre Cebrian Araújo Reis, quando o tribunal ad quem aprecia a decisão que rejeitou a
denúncia ou a queixa não está exercendo atividade de cassação, mas de substituição, daí porque, “salvo quando
nula a decisão de primeiro grau, o acórdão que provê o recurso contra a rejeição da denúncia vale, desde logo,
pelo recebimento dela” (Súmula n. 709, do STF). Se, entretanto, o tribunal entender que é nula a decisão que
rejeitou a denúncia ou queixa, os autos devem retornar à 1ª instância para reapreciação. Entende o STF que nos
casos de nulidade da decisão de primeiro grau, eventual recebimento diretamente pelo Tribunal de Justiça
implicaria em supressão de instância.
(MPAM-2007): O acórdão que provê recurso contra rejeição da denúncia vale, desde logo, por seu recebimento,
se não for nula a decisão de primeiro grau. BL: S. 709, STF.
(TJSP-2017-VUNESP): Em matéria de citações e intimações, é correto afirmar que os prazos são contados da data
da intimação, e não da juntada aos autos do mandado ou da carta precatória ou de ordem. BL: S. 710, STF.
(TJRN-2013-CESPE): Em relação às provas e aos atos processuais penais, assinale a opção correta: No processo
penal, os prazos são contados da data da efetiva intimação, ainda que outra seja a data da juntada do mandado
ou da carta precatória aos autos. BL: S. 710, STF.
OBS: Essa súmula vale também para os prazos recursais. Assim, o início da contagem do prazo para
interposição da apelação conta-se da intimação da sentença, e não da juntada aos autos do mandado respectivo
(STJ HC 217.554/SC, j. 19/06/12).
SÚMULA Nº 711: A LEI PENAL MAIS GRAVE APLICA-SE AO CRIME CONTINUADO OU AO CRIME
PERMANENTE, SE A SUA VIGÊNCIA É ANTERIOR À CESSAÇÃO DA CONTINUIDADE OU DA
PERMANÊNCIA. (TJTO-2007) (TJSE-2008) (MPSP-2008) (TJGO-2009) (MPPB-2010) (MPRO-2010) (TRF4-2010)
(MPCE-2011) (MPMS-2011) (DPERS-2011) (TJRS-2012) (TJBA-2012) (MPMT-2012) (MPSC-2012) (STM-2013)
(TJDFT-2014) (TJMT-2014) (TJSP-2014/2015) (TJAL-2015) (MPBA-2015) (TJPR-2017) (MPMG-2018) (TJAC-2019)
OBS: Importante.
Exemplo: Carlos subtrai 50 reais no dia 01/07 do caixa da padaria; no dia 02/07 subtrai mais 50 reais; no dia
03/07, Carlos não vai trabalhar e nesta data entra em vigor uma nova lei aumentando a pena do furto; no dia
04/07 Carlos subtrai mais 50 reais. Assim, após 10 dias ele consegue retirar os 500 reais.
Desse modo, perceba que uma parte dos furtos que Carlos praticou foi sob a égide da lei antiga e os demais
furtos ocorreram quando já estava em vigor a lei nova.
Indaga-se: Carlos irá responder com base na lei antiga ou na lei nova? Lei nova. Isso porque, com a entrada da
nova lei mais gravosa Carlos poderia ter desistido da prática dos delitos, mas mesmo assim persistiu, de forma
que deverá responder pela nova legislação, ainda que mais severa. Esse é objeto da Súmula 711 do STF.
Cuidado: A redação da súmula dá a entender que a lei mais grave é sempre aplicável. Isso não é correto. Na
verdade, o que é sempre aplicada é a lei penal mais nova, independentemente de ser mais grave ou não . A
redação mais exata da súmula deveria ser: “A lei penal nova mais grave aplica-se ... "
Vale ressaltar, contudo, que, se em uma prova, a alternativa transcrever a redação da súmula, ela estará correta.
##Atenção: ##STJ: O Tribunal de origem condenou os agravantes a pagarem quantia em dinheiro a título de
reparação dos danos causados pela infração, tal como estabelece o art. 387, inciso IV, do CPP, com redação dada
pela Lei 11.719/08. No caso em tela, as condutas delituosas foram praticadas entre março de 2007 e outubro de
2008 e, nos termos do enunciado n. 711 da Súmula do STF, “A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao
crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência. ” Em suas razões, os
agravantes se limitaram a aduzir a tese da irretroatividade da lei penal mais gravosa, deixando, contudo, de
infirmar a incidência do enunciado sumular acima mencionado, e também não contraditaram a data atribuída
pela instância a quo como marco para a cessação da atividade criminosa. Portanto, os agravantes não
apresentaram elementos que permitam concluir que os fatos criminosos cessaram em data anterior à do início da
vigência da Lei 11.719/08. A ausência de impugnação de fundamento, por si só, suficiente para manter o aresto
recorrido, importa a incidência, por analogia, da Súmula n. 283 da Suprema Corte. 6. Agravo regimental não
provido. (STJ, 5ª T., AgRg no AREsp 956.327/PR, Rel. Min. Jorge Mussi, j. 02/08/18).
(TJRO-2019-VUNESP): Tendo em conta as normas previstas no Código Penal relacionadas à aplicação da lei
penal, assinale a alternativa correta: A lei penal mais gravosa aplica-se ao crime continuado, se sua vigência é
anterior à cessação da continuidade. BL: S. 711, STF.
(MPSP-2019): Assinale a alternativa correta: Conforme entendimento sumulado, a lei penal mais grave é aplicada
ao crime continuado ou ao crime permanente, se sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da
permanência. BL: S. 711, STF.
(TJRJ-2011-VUNESP): Pedro é sequestrado e os agentes exigem dinheiro de familiares dele como preço do
resgate. Enquanto Pedro está privado da sua liberdade, é promulgada lei aumentando a pena cominada ao crime
de extorsão mediante sequestro, previsto no art. 159, do Código Penal. Os agentes são presos em flagrante, e
Pedro, libertado pela polícia, mas somente após a entrada em vigor da alteração legislativa. A pena a ser imposta
aos agentes do sequestro, neste caso, será: a pena prevista pela nova legislação, pois a extorsão mediante
sequestro é crime permanente. BL: S. 711, STF.
(TJRS-2009): Aplicável é a lei penal em vigor quando da libertação da vítima de sequestro, ainda que mais grave
do que a lei penal em vigor quando iniciado o cometimento do crime. S. 711, STF.
##Atenção: O crime de sequestro é permanente, ou seja, a consumação se prolonga enquanto a vítima permanece
em poder do sequestrador. Aplica-se, por isso, a súmula 711 do STF, segundo a qual a lei penal mais grave
aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade
ou da permanência.
(TJSC-2019-CESPE): De acordo com a jurisprudência do STF, julgue o item que se segue, a respeito do
procedimento do tribunal do júri: Havendo dúvida sobre a imparcialidade do júri ou a segurança pessoal do
acusado, o tribunal poderá determinar o desaforamento do julgado do tribunal do júri para outra comarca da
mesma região, onde não existam aqueles motivos, devendo, para tanto, ser ouvida a defesa. BL: art. 427, caput,
CPP e S. 712, STF.
(TJSP-2011-VUNESP): É nula a decisão que determina o desaforamento de processo da competência do Júri sem
audiência da defesa. BL: S. 712, STF.
(TJSP-2018-VUNESP): Reconheceu o art. 5° , inciso XXXVIII, da CF/1988, a instituição do júri. Quanto a ela, é
correto afirmar que o efeito devolutivo da Apelação contra decisões do júri é adstrito aos fundamentos da
interposição. BL: S. 713, STF.
(TJCE-2014-FCC): Em relação ao recurso de apelação, é possível assegurar que o efeito devolutivo contra as
decisões do Júri é adstrito aos fundamentos da sua interposição. BL: S. 713, STF.
(TJMS-2020-FCC): Quanto aos crimes contra a honra, correto afirmar que possível a propositura de ação penal
privada no caso de servidor público ofendido em razão do exercício de suas funções. BL: S. 714, STF e art. 145, §
único, CP.
##Atenção: O STF consignou o entendimento na Súmula 714 no sentido de se tratar de legitimidade concorrente
a ação penal relativa aos crimes contra a honra de servidor público no exercício de suas funções, ampliando, com
isso, a possibilidade de ajuizamento da ação pelo ofendido e não apenas pelo Ministério Público, mediante
representação, nos termos do disposto no art. 145, § único, do CP.
(TJBA-2019-CESPE): Tendo como fundamento a jurisprudência dos tribunais superiores, assinale a opção
correta, a respeito de ação penal: No caso de crime praticado contra a honra de servidor público no exercício de
suas funções, a vítima tem legitimação concorrente com o MP para ajuizar ação penal. BL: S. 714, STF.
(Anal. Judic./STJ-2018-CESPE): Situação hipotética: Um servidor público, no exercício de suas funções, foi
vítima de injúria e difamação. Assertiva: Nessa situação, será concorrente a legitimidade do servidor ofendido,
mediante queixa, e do MP, condicionada à representação do ofendido, para a ação penal correspondente. BL: S.
714, STF.
(MPPR-2017): Em data de 20 de dezembro de 2016, Astolfo pratica, em tese, crime contra a honra de Lucíolo,
afirmando que este, na condição de funcionário público, subtraiu valores do departamento de obras públicas do
município de Giramundo. Considere a data de hoje (28.5.17) e que Lucíolo teve ciência da suposta ofensa em 29
de dezembro de 2016. Aponte a alternativa correta: Cabe oferecimento de representação de Lucíolo ao Ministério
Público. BL: S. 714, STF. [questão adaptada]
(MPPR-2017): Em data de 20 de dezembro de 2016, Astolfo pratica, em tese, crime contra a honra de Lucíolo,
afirmando que este, na condição de funcionário público, subtraiu valores do departamento de obras públicas do
município de Giramundo. Considere a data de hoje (28.5.17) e que Lucíolo teve ciência da suposta ofensa em 29
de dezembro de 2016. Aponte a alternativa correta: Cabe oferecimento de queixa em juízo por Lucíolo,
representado por advogado, atribuindo-se a este poderes especiais. BL: S. 714 do STF c/c art. 44, CPP. [questão
adaptada]
(TJSP-2017-VUNESP): A legitimidade para a propositura de ação penal por crime contra a honra de servidor
público em razão do exercício de suas funções é concorrente do ofendido, mediante queixa, e do Ministério
Público, condicionada à representação do ofendido. BL: S. 714 do STF.
##Atenção: A competência, nesses casos, é concorrente entre o MP, mediante representação, e o ofendido, por
meio de queixa.
(MPDFT-2015): No crime contra a honra de funcionário público, em razão das suas funções, a ação poderá ser
pública condicionada ou privada, a critério do ofendido. BL: S. 714, STF.
SÚMULA Nº 715: A PENA UNIFICADA PARA ATENDER AO LIMITE DE TRINTA ANOS [Obs.: leia-se: 40
anos.] DE CUMPRIMENTO, DETERMINADO PELO ART. 75 DO CÓDIGO PENAL, NÃO É CONSIDERADA
PARA A CONCESSÃO DE OUTROS BENEFÍCIOS, COMO O LIVRAMENTO CONDICIONAL OU REGIME
MAIS FAVORÁVEL DE EXECUÇÃO. (MPDFT-2004) (TJSE-2008) (TRF4-2009) (TJMS-2010) (MPRO-2010)
(MPMT-2008/2012) (MPMG-2012) (MPSC-2012) (MPRJ-2012) (TJMT-2014) (TJSP-2014) (TJPE-2013/2015) (TJGO-
2015) (TJPA-2019) (MPGO-2010/2019) (MPPR-2012/2014/2019)
OBS: Importante. Atualmente, onde se lê "trinta anos", leia-se: quarenta anos (inovação do Pacote Anticrime).
Art. 75. O tempo de cumprimento das penas privativas de liberdade não pode ser superior a 40
(quarenta) anos. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
OBS: Importante. A jurisprudência é no sentido de que o processo de execução criminal provisória pode ser
formado ainda que haja recurso de apelação interposto pelo Ministério Público pendente de julgamento, não
sendo este óbice à obtenção de benefícios provisórios na execução da pena (STJ RHC 31.222/RJ, j. 24/04/2012).
(TJDFT-2012): O Juiz pode deferir a progressão de regime de cumprimento da pena ou a aplicação imediata de
regime menos severo nela determinada, mesmo antes do trânsito em julgado da sentença penal condenatória.
BL: S. 716, STF.
(TJDFT-2012): O fato de o réu se encontrar em prisão especial não impede que o Juiz conceda a progressão de
regime de execução da pena fixada em sentença não transitada em julgado. BL: S. 717, STF.
OBS: Importante.
Fixação do regime inicial: O juiz, ao prolatar a sentença condenatória, deverá fixar o regime no qual o
condenado iniciará o cumprimento da pena privativa de liberdade. A isso se dá o nome de fixação do regime
inicial. Os critérios para essa fixação estão previstos no art. 33 do Código Penal.
O que o juiz deve observar na fixação do regime inicial? O juiz, quando vai fixar o regime inicial do
cumprimento da pena privativa de liberdade, deve observar quatro fatores:
1) o tipo de pena aplicada: se reclusão ou detenção;
2) o quantum da pena definitiva;
3) se o condenado é reincidente ou não;
4) as circunstâncias judiciais (art. 59 do CP).
É possível que seja imposto ao condenado primário um regime inicial mais rigoroso do que o previsto para a
quantidade de pena aplicada? Ex.: uma pessoa pode ser condenada a 6 anos de reclusão e o juiz fixar o regime
inicial fechado? SIM, é possível, desde que o juiz apresente motivação idônea na sentença.
Súmula 719-STF: A imposição do regime de cumprimento mais severo do que a pena aplicada
permitir exige motivação idônea.
O juiz pode fundamentar a imposição do regime mais severo devido ao fato do crime praticado ser,
abstratamente, um delito grave? Ex.: o juiz afirma que, em sua opinião, no caso de tráfico de drogas o regime
deve ser o fechado em razão da gravidade desse delito. NÃO. A opinião do julgador sobre a gravidade em
abstrato do crime NÃO constitui motivação idônea para a imposição de regime mais severo do que o permitido
segundo a pena aplicada (Súmula 718-STF).
O que é considerado, então, motivação idônea para impor ao condenado regime mais gravoso? Exige-se que o
juiz aponte circunstâncias que demonstrem que o fato criminoso, concretamente, foi grave. Se as
circunstâncias judiciais do art. 59 forem desfavoráveis, é possível que o juiz se fundamente nesses dados para
impor ao condenado regime inicial mais gravoso que o previsto para a quantidade de pena aplicada. Nesse
sentido:
(...) Se as penas-base de ambos os crimes são fixadas acima do mínimo legal em face da valoração
negativa das circunstâncias do art. 59 do Código Penal, não há ilegalidade na imposição de
regime inicial mais gravoso do que o abstratamente previsto de acordo com a quantidade de
pena aplicada. (...) STJ. 5ª Turma. AgRg no REsp 1471969/RN, Rel. Min. Jorge Mussi, j. 20/11/14)
Se a pena privativa de liberdade foi fixada no mínimo legal, é possível a fixação de regime inicial mais severo do
que o previsto pela quantidade de pena? Ex.: Paulo, réu primário, foi condenado a uma pena de seis anos de
reclusão. As circunstâncias judiciais foram favoráveis. Pode o juiz fixar o regime inicial fechado? NÃO. A
posição que prevalece é a de que, fixada a pena-base no mínimo legal e sendo o acusado primário e sem
antecedentes criminais, não se justifica a fixação do regime prisional mais gravoso. STJ. 5ª Turma. AgRg no
HC 303.275/SP, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 03/02/2015.
(TJCE-2018-CESPE): Um homem, maior de idade e capaz, conduzia em seu veículo três comparsas armados com
revólveres: eles pretendiam praticar um roubo. Avistaram um caminhão de cargas estacionado em um posto de
gasolina e, aproveitando-se da distração do motorista, os três comparsas abordaram-no com violência e
subtraíram parte da carga de computadores e notebooks. Os quatro foram presos logo em seguida e os bens
foram restituídos à vítima. Em julgamento, o homem que transportava os comparsas confessou a conduta e
informou que o seu papel na empreitada criminosa era somente aguardar os comparsas e propiciar a fuga. Foi
informado nos autos que o réu respondia a processo por crime de roubo, o que foi considerado como
antecedente. Na sentença, ele foi condenado a nove anos e quatro meses de reclusão. Ao analisar a dosimetria da
pena, o juiz considerou que a culpabilidade estava comprovada nos autos, tendo afirmado que “a conduta do réu
é altamente reprovável, sua personalidade é voltada para o crime; os motivos e as circunstâncias do crime não o
favoreceram; as consequências do crime revelaram-se graves e as vítimas em nada contribuíram para o seu
cometimento”. Como a situação econômica do réu lhe era desfavorável, ele foi assistido pela defensoria pública.
Acerca dos fundamentos da sentença proferida na situação hipotética apresentada, assinale a opção correta,
considerando a jurisprudência dos tribunais superiores: As razões apresentadas pelo juiz para analisar a
dosimetria da pena são todas inidôneas para fundamentar acréscimos na pena-base. BL: art. 59, CP4, Súmula 718
4
Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos,
às circunstâncias e consequências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja
necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) I - as penas
aplicáveis dentre as cominadas;(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) II - a quantidade de pena aplicável, dentro
dos limites previstos;(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) III - o regime inicial de cumprimento da pena
privativa de liberdade;(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) IV - a substituição da pena privativa da liberdade
aplicada, por outra espécie de pena, se cabível. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984).
do STF e Entend. Jurisprudencial.
##Atenção: Sobre a fundamentação do juiz no momento da sentença, a mera referência genérica aos elementos
trazidos no artigo 59 do CP não se mostra suficiente à obrigação da decisão judicial fundamentada, de acordo
com o art. 93, inciso IX, da CF/88. A decisão, ao analisar as circunstâncias judiciais, não enfrentou, em momento
algum, as provas contidas nos autos, de modo que as afirmações feitas pelo juízo se limitaram a uma referência
vazia, desprovida de substrato probatório. Assim, o agravamento da pena-base, no caso em tela, padece de
nulidade. A Súmula 718 do STF realça bem o raciocínio a ser utilizado como guia para análise da questão. A
fundamentação se baseou em critérios meramente abstratos, se desvinculando dos elementos de prova
eventualmente colhidos nos autos do processo em análise. Daí se falar na inidoneidade dos argumentos
desenvolvidos pelo magistrado.
##Atenção: ##STJ: O julgador deve, ao individualizar a pena, examinar com acuidade os elementos que dizem
respeito ao fato, para aplicar, de forma justa e fundamentada, a reprimenda que seja necessária e suficiente para
reprovação do crime. Não pode o magistrado sentenciante majorar a pena-base fundando-se, tão somente, em
referências vagas, genéricas, desprovidas de fundamentação objetiva para justificar a exasperação, como
ocorrido, na hipótese, com relação à culpabilidade do agente, aos motivos e às circunstâncias do delito. Também
no que se refere às consequências do crime, não se verifica fundamentação idônea no decisum condenatório, já
que elementos inerentes à própria configuração do delito não podem ser considerados para a exasperação da
pena-base. STJ. 5ª T., HC 185.633/ES, Rel. Min. Laurita Vaz, j. 21/06/12.
(TJMG-2009): Sobre o regime inicial de cumprimento de pena, marque a alternativa CORRETA: A gravidade do
crime em abstrato, por si só, não se presta à adoção de regime inicial diverso do sugerido em lei. BL: S. 718, STF.
OBS: Importante.
É possível que seja imposto ao condenado primário um regime inicial mais rigoroso do que o previsto para a
quantidade de pena aplicada? Ex.: se uma pessoa pode ser condenada a 6 anos de reclusão e o juiz fixar o regime
inicial fechado? SIM, é possível, desde que o juiz apresente motivação idônea na sentença.
SÚMULA Nº 720: O ART. 309 DO CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO, QUE RECLAMA DECORRA DO
FATO PERIGO DE DANO, DERROGOU O ART. 32 DA LEI DAS CONTRAVENÇÕES PENAIS NO
TOCANTE À DIREÇÃO SEM HABILITAÇÃO EM VIAS TERRESTRES. (MPSP-2008) (MPMS-2011) (MPRS-
2012) (TJDFT-2014) (TJSP-2014/2017)
(TJPR-2017-CESPE): Considerando a jurisprudência do STF e do STJ em relação aos crimes de trânsito, assinale a
opção correta: Dirigir automóvel na via pública sem possuir permissão para dirigir ou habilitação é crime de
perigo concreto, cuja tipificação exige a prova de geração do perigo de dano. BL: art. 309, CTB e S. 720 do STF.
##Atenção: Nos termos da Súmula 720 do STF, o art. 309 do CTB, que reclama decorra do fato perigo de dano,
derrogou o art. 32 da Lei das Contravenções Penais no tocante à direção sem habilitação em vias terrestres. Para
melhor compreende o teor dessa súmula, temos as seguintes situações: 1º) Se EXISTIR o perigo de dano,
teremos o crime do art. 309, que é dirigir veículo automotor, em via pública, sem a devida Permissão para Dirigir
ou Habilitação ou, ainda, se cassado o direito de dirigir, gerando perigo de dano, ou seja, um crime de perigo
concreto, cuja tipificação exige a prova de geração do perigo de dano; 2º) Se NÃO existir o perigo de dano,
inexistirá crime, ocorrerá, apenas, uma infração administrativa, prevista no art. 162, inciso I do CTB (dirigir
veículo sem possuir CNH, Permissão para Dirigir ou Autorização para Conduzir Ciclomotor) ou no inciso II
(dirigir veículo com CNH, Permissão para Dirigir ou Autorização para Conduzir Ciclomotor cassada ou com
suspensão do direito de dirigir).
(MPMT-2008-FMP): Assinale a alternativa correta: No que diz respeito ao crime de perigo de dano, previsto no
art. 309 do CTB, houve derrogação do art. 32 da Lei das Contravenções Penais. BL: art. 309, CTB e Súmula 720
do STF.
##Atenção: Houve revogação parcial do art. 32 da LCP pelo art. 309 do CTB, pois este prevê a conduta de dirigir
veículo automotor, em via pública, sem permissão/habilitação/cassado o direito de dirigir, e a Lei de
Contravenções prevê a mesma conduta. Contudo, prevalece na LCP o crime de direção, sem a devida habilitação,
de veículo da via pública.
OBS: O entendimento continua válido, mas foi aprovada a SV 45 com o mesmo teor.
OBS: O entendimento acima continua válido, mas foi aprovada a SV 46 do STF com praticamente o mesmo teor,
substituindo esta.
(TJSP-2018-VUNESP): Quanto à Lei 9.099/95, é correto afirmar que não se admite a suspensão condicional do
processo por crime continuado, se a soma da pena mínima da infração mais grave com o aumento mínimo de
1/6 (um sexto) for superior a 1 (um) ano. BL: S. 723, STF.
(TJTO-2007-CESPE): Assinale a opção correta no que se refere a entendimento consolidado em súmula do STF:
Considere que um indivíduo maior de idade tenha sido denunciado pelo Ministério Público como incurso em
crime de furto simples, em continuidade delitiva. Nessa situação, não se admite a concessão do benefício da
suspensão condicional do processo a tal pessoa. BL: S. 723, STF.
OBS: A pena para o caput do art. 155 do CP (furto simples) varia de 1 a 4 anos. Tendo em vista que o agente
cometeu crime de furto em continuidade delitiva, necessária aplicar a seguinte fórmula: pena mínima do furto +
1/6 de aumento (art. 71 do CP - é o mínimo a ser aumentado pelo Juiz) = 1 ano e 2 meses de pena mínima.
Portanto, não caberá o sursis processual.
OBS: Na visão do Dizer o Direito, a Súmula 724 do STF está superada pela Súmula Vinculante 52, que tem
redação ligeiramente mais ampla.
SÚMULA Nº 725: É CONSTITUCIONAL O § 2º DO ART. 6º DA LEI 8024/1990, RESULTANTE DA
CONVERSÃO DA MEDIDA PROVISÓRIA 168/1990, QUE FIXOU O BTN FISCAL COMO ÍNDICE DE
CORREÇÃO MONETÁRIA APLICÁVEL AOS DEPÓSITOS BLOQUEADOS PELO PLANO COLLOR I.
OBS: Como deve ser lida a Súmula 726 do STF atualmente: para efeito de aposentadoria com tempo de
contribuição diferenciada para professores, não se computa o tempo de serviço prestado fora da sala de aula,
salvo no caso de professores que estejam desempenhando as atividades de direção de unidade escolar ou
coordenação e assessoramento pedagógico.
Se a parte interpõe REsp ou RE, o Presidente (ou Vice) do Tribunal de origem (ex: TJ, TRF, Turma recursal) fará o
juízo de admissibilidade do recurso:
1) Se o juízo de admissibilidade for positivo, o REsp ou RE será enviado ao STJ ou STF;
2) Se o juízo de admissibilidade for negativo, a parte prejudicada poderá interpor recurso. Qual
será?
2.1) Se a inadmissão do Presidente do Tribunal de origem foi com base no inciso I do art.
1.030 do CPC: cabe agravo interno, que será julgado pelo próprio Tribunal de origem.
2.2) Se a inadmissão foi com fundamento no inciso V do art. 1.030: cabe "agravo em recurso
especial e extraordinário”, recurso previsto no art. 1.042 do CPC/2015.
Voltando à súmula, ela permanece válida, no entanto, atualmente, onde se lê "agravo de instrumento”: leia-se
"agravo em recurso extraordinário" (art. 1.042). Assim, caso o Presidente do Tribunal de origem não admita o RE
com base no inciso V do art. 1.030, a parte não mais deverá interpor agravo de instrumento e sim o agravo de que
trata o art. 1.042 do CPC/2015. O Presidente (ou Vice) do Tribunal/Turma Recursal (chamado pela súmula
genericamente de "magistrado”) não poderá deixar de encaminhar ao STF o agravo interposto. Isso porque
competirá ao STF avaliar se os argumentos do agravo são procedentes, não podendo o magistrado obstar esta
análise mesmo que entenda que o recurso é manifestamente inadmissível.
"Ainda que o agravo seja absolutamente inadmissível, não é possível ao presidente ou vice-presidente do
tribunal de origem negar-lhe seguimento. Cumpre-lhe apenas determinar a remessa dos autos ao tribunal
superior competente. Nesse sentido, aplica-se o enunciado 727 da Súmula do STF. Quer isso dizer que a
competência para examinar a admissibilidade do agravo em recurso especial ou extraordinário é privativa do
tribunal superior. (...) Caso o presidente ou vice-presidente do tribunal de origem inadmita o agravo
em recurso especial ou extraordinário, cabe reclamação por usurpação de competência (art. 988, I,
CPC)." (DIDIER JR., Fredie; CUNHA, Leonardo Carneiro da. Curso de Direito Processual Civil. Vol.
3., 13ª ed., Salvador: Juspodivm, 2016, p. 382).
OBS: A tutela antecipada no CPC 2015 é tratada no Livro V (arts. 294 a 311), que é denominado de "Da Tutela
Provisória". Tutela provisória é aquela concedida antes da tutela definitiva, em caráter provisório, com base em
uma cognição sumária. A tutela provisória será sempre substituída por uma tutela definitiva, que a confirmará, a
revogará ou a modificará. A tutela provisória é o gênero do qual decorrem duas espécies: 1) Tutela provisória de
urgência; 2) Tutela provisória de evidência. A tutela provisória de urgência divide-se em: 1.1) Tutela cautelar; 1.2)
tutela antecipada (satisfativa).
OBS: (...) Esta Corte Superior de Justiça, adotando entendimento do STF, firmou jurisprudência no sentido da
possibilidade de concessão de tutela antecipada contra a Fazenda Pública nas causas de natureza previdenciária.
Inteligência da Súmula 729/STF. 4. Agravo regimental não provido. (STJ, AgRg no REsp 1317522/RS, Rel. Min.
Diva Malerbi (Desa. Conv. TRF 3ª Região), 2ª Turma, j. 13/11/2012).
(MPPR-2016): De acordo com o STF, a imunidade tributária conferida a instituições de assistência social sem fins
lucrativos pelo art. 150, VI, c, da Constituição, somente alcança as entidades fechadas de previdência social
privada se não houver contribuição dos beneficiários. BL: S. 730, STF.
OBS: As entidades de previdência privada alegaram que tinham direito a essa imunidade porque poderiam ser
enquadradas como “entidades de assistência social”, considerando que auxiliam o Estado no desempenho da
“previdência social”.
O que o STF entendeu sobre isso? O STF afirmou que a análise do tema deveria ser dividida da seguinte forma:
Por que essa distinção? A principal diferença entre a previdência social e a assistência social é que a previdência
social é contributiva (o beneficiário tem que, antes de receber o benefício, contribuir para o sistema), enquanto
que a assistência social não é contributiva (o beneficiário não precisa contribuir para receber o benefício).
Logo, o STF construiu a teoria de que essas entidades de previdência social somente poderiam ser equiparadas a
entidades de assistência social se fosse eliminada a circunstância que diferencia uma da outra, qual seja, a
necessidade de contribuição do beneficiário.
Assim, se uma entidade de previdência social privada oferece o benefício da aposentadoria sem a necessidade
de contribuição dos beneficiários, isso significa que ela atua como se fosse uma entidade de assistência social.
Desse modo, merece o mesmo tratamento tributário das entidades de assistência social.
OBS: A fim de garantir a imparcialidade, a CF/88 determina que, se a causa for de interesse de todos os
membros da magistratura, ela deverá ser julgada originariamente pelo próprio STF:
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição,
cabendo-lhe:
I — processar e julgar, originariamente: (...)
n) a ação em que todos os membros da magistratura sejam direta ou indiretamente interessados, e
aquela em que mais da metade dos membros do tribunal de origem estejam impedidos ou sejam
direta ou indiretamente interessados;
Em virtude dessa decisão, surgiu a dúvida se a súmula estaria superada. Nos precedentes que deram origem à
súmula, os autores (magistrados) queriam discutir se, analisando o texto da LOMAN, ainda teriam direito à
licença-prêmio ou não. Assim, a causa de pedir envolvia a LOMAN.
Já nesta decisão divulgada no Info 855 os autores (magistrados) discutem se, analisando o princípio da simetria,
podem ter direito a mesma licença-prêmio que é concedida aos membros do MPU.
OBS: A decisão proferida no processamento de precatório, apesar de ser tomada pelo Poder Judiciário, tem
natureza administrativa (Súmula 311-STJ). O RE destina-se apenas a impugnar decisões de cunho jurisdicional.
OBS: Tem-se que a reclamação, que possui natureza jurídica de direito de petição, e não de recurso, não pode
fazer às vezes deste. Ademais, também não pode ser substituta de ação rescisória. Assim, a decisão judicial que
será objeto de reclamação não pode ter transitado em julgado no momento da propositura desta (reclamação),
sob pena de verdadeira PRECLUSÃO. Assim, há se falar em preclusão no que toca ao instituto da reclamação.
SÚMULA Nº 735: NÃO CABE RECURSO EXTRAORDINÁRIO CONTRA ACÓRDÃO QUE DEFERE
MEDIDA LIMINAR. (MPMT-2008) (MPSE-2010) (TJSP-2014) (TJDFT-2014)
Segundo o STF, se a decisão é interlocutória, isso significa que a causa ainda não foi decidida. Logo, tal situação
não se enquadra no art. 102, III, da CF/88 ('”julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em
única ou última instância") (STF RE 606305 AgR).
O STJ, em sintonia com o disposto na Súmula 735 do STF entende que, via de regra, não é cabível recurso
especial para reexaminar decisão que defere ou indefere liminar ou antecipação de tutela, em razão da natureza
precária da decisão, sujeita à modificação a qualquer tempo, devendo ser confirmada ou revogada pela sentença
de mérito. Apenas violação direta ao dispositivo legal que disciplina o deferimento da medida autorizaria o
cabimento do recurso especial, no qual não é possível decidir a respeito da interpretação dos preceitos legais
que dizem respeito ao mérito da causa (AgRg no AREsp 346.420/SP, j. 17/10/2013).
SÚMULA Nº 736: COMPETE À JUSTIÇA DO TRABALHO JULGAR AS AÇÕES QUE TENHAM COMO
CAUSA DE PEDIR O DESCUMPRIMENTO DE NORMAS TRABALHISTAS RELATIVAS À SEGURANÇA,
HIGIENE E SAÚDE DOS TRABALHADORES.