Súmulas STF Atualizado
Súmulas STF Atualizado
Súmulas STF Atualizado
Orientações:
Súmulas válidas: Em verde (Ex: Súmula nº “x”)
Súmulas com pouca relevância: Em cinza (Ex: Súmula nº “y”)
Súmulas canceladas: Em vermelho (Ex: Súmula nº “z”)
Súmulas superadas: Em roxo, ao final da súmula. Ex: (SUPERADA)
Fonte: Resumo do Livro: “Súmulas do STF e do STJ anotadas e organizadas por assunto”, do DOD, ano
2018 e o Site do Dizer o Direito.
Um ponto deve ser atualizado em relação à súmula é que, atualmente, após a CF/88, o STF afirma que o
estrangeiro em união estável com brasileira também não poderá ser expulso, desde que não haja
impedimento para a transformação em casamento (STF. Plenário. HC 100793, Rel. Min. Marco Aurélio, j.
2/12/10).
O raciocínio presente na súmula 1 do STF NÃO pode ser aplicado para deportação e extradição. Desse
modo, o fato de o estrangeiro possuir vínculos conjugais e/ou familiares com pessoas de nacionalidade
brasileira não se mostra como um motivo suficiente para impedir que ele seja extraditado ou deportado.
Sobre o tema, confira a Súmula 421 do STF.
Quanto à segunda parte da súmula (existência de filho brasileiro), o STJ entende que: a existência de filhos
nascidos no Brasil constitui impedimento para o procedimento de expulsão de estrangeiros do País. Este
entendimento é aplicado inclusive a situações em que o parto tenha ocorrido após a expedição do decreto
expulsório (STJ. 1ª Seção. HC 304.112/DF, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, j. 14/10/2015).
OBS: O tema é agora tratado pelos arts. 84 e 86 da Lei de Migração (Lei nº 13.445/2017).
Prisão cautelar:
- Em caso de urgência,
- o Estado interessado na extradição poderá,
- previamente ou conjuntamente com a formalização do pedido extradicional,
- requerer,
- por via diplomática ou por meio de autoridade central do Poder Executivo,
- prisão cautelar do extraditando
- com o objetivo de assegurar a executoriedade da medida de extradição que,
- após exame da presença dos pressupostos formais de admissibilidade,
- deverá representar à autoridade judicial competente, ouvido previamente o MPF.
Prazo para o pedido de extradição após a prisão: Na ausência de disposição específica em tratado, o Estado
estrangeiro deverá formalizar o pedido de extradição no prazo de 60 dias, contado da data em que tiver
sido cientificado da prisão do extraditando. Caso o pedido de extradição não seja apresentado neste prazo,
o extraditando deverá ser posto em liberdade, não se admitindo novo pedido de prisão cautelar pelo
mesmo fato sem que a extradição tenha sido devidamente requerida. Isso está previsto no § 5º do art. 84 da
Lei de Migração. Veja:
Art. 84 (...)
§ 4º Na ausência de disposição específica em tratado, o Estado estrangeiro deverá formalizar o
pedido de extradição no prazo de 60 (sessenta) dias, contado da data em que tiver sido
cientificado da prisão do extraditando.
§ 5º Caso o pedido de extradição não seja apresentado no prazo previsto no § 4º, o
extraditando deverá ser posto em liberdade, não se admitindo novo pedido de prisão cautelar
pelo mesmo fato sem que a extradição tenha sido devidamente requerida.
Vale ressaltar que esse § 5º não diz o mesmo que a súmula 2 do STF. A súmula afirma que se o
extraditando ficasse preso mais que 60 dias sem ser extraditado, ele deveria ser colocado em liberdade
vigiada. O dispositivo legal prevê que, se o pedido de extradição não for feito em até 60 dias, o
extraditando deverá ser colocado em liberdade.
Duração da prisão: A prisão cautelar poderá ser prorrogada até o julgamento final da autoridade judiciária
competente quanto à legalidade do pedido de extradição. Dessa forma, ao contrário do que afirma a
súmula não existe um prazo máximo de 60 dias segundo o qual o extraditando deverá ficar preso.
Prisão albergue ou prisão domiciliar: O STF, ouvido o Ministério Público, poderá autorizar prisão albergue
ou domiciliar ou determinar que o extraditando responda ao processo de extradição em liberdade, com
retenção do documento de viagem ou outras medidas cautelares necessárias, até o julgamento da
extradição ou a entrega do extraditando, se pertinente, considerando a situação administrativa migratória,
os antecedentes do extraditando e as circunstâncias do caso.
Mudança importante: o revogado Estatuto do Estrangeiro dizia que a prisão deveria perdurar até o
julgamento final do STF, “não sendo admitidas a liberdade vigiada, a prisão domiciliar, nem a prisão
albergue” (art. 84, parágrafo único, da Lei nº 6.815/80).
OBS: A imunidade é concedida aos deputados estaduais pela CF/88 (art. 27, §1º) sem qualquer restrição de
modo que vale para quaisquer ramos das “Justiças”. Vejamos:
Art. 27. (...)
§ 1º Será de quatro anos o mandato dos Deputados Estaduais, aplicando- sê-lhes as regras
desta Constituição sobre sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda
de mandato, licença, impedimentos e incorporação às Forças Armadas.
OBS: Cancelada pelo STF no julgamento do Inq 104/RS, DJ 2/10/1981. Segundo o atual entendimento do
STF, o afastamento do Deputado ou Senador do exercício do mandato para investir-se nos cargos
permitidos pela CF (art. 56, I), dentre eles o de Ministro de Estado, suspende-lhes a imunidade
parlamentar. O foro por prerrogativa de função permanece normalmente (STF, Inq-QO 1070/TO).
OBS: A jurisprudência do STF é firme no sentido de que a sanção do projeto de lei aprovado não
convalida o defeito de iniciativa. Assim, se o projeto de lei deveria ter sido apresentado pelo Presidente da
República e, no entanto, foi deflagrado por um Deputado Federal, ainda que este projeto seja aprovado e
mesmo que o Presidente da República o sancione, ele continuará sendo formalmente inconstitucional.
OBS: Recentemente, decidiu-se que “a anulação unilateral pela administração sem o conhecimento do
Tribunal de Contas está em desacordo com a Súmula 6 do STF (AI 805165 AgR, 1ª Turma, j. 06/12/11).
OBS: Superada. A forma de composição do STM está disciplinada no art. 123 da CF/88.
Art. 123. O Superior Tribunal Militar compor-se-á de quinze Ministros vitalícios, nomeados
pelo Presidente da República, depois de aprovada a indicação pelo Senado Federal, sendo três
dentre oficiais-generais da Marinha, quatro dentre oficiais-generais do Exército, três dentre
oficiais-generais da Aeronáutica, todos da ativa e do posto mais elevado da carreira, e cinco
dentre civis.
Parágrafo único. Os Ministros civis serão escolhidos pelo Presidente da República dentre
brasileiros maiores de trinta e cinco anos, sendo:
I - três dentre advogados de notório saber jurídico e conduta ilibada, com mais de dez anos de
efetiva atividade profissional;
II - dois, por escolha paritária, dentre juízes auditores e membros do Ministério Público da
Justiça Militar.
SÚMULA Nº 10: O TEMPO DE SERVIÇO MILITAR CONTA-SE PARA EFEITO DE DISPONIBILIDADE E
APOSENTADORIA DO SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL.
OBS: A 1ª parte da súmula continua valendo, ou seja, o fato de o cargo ser vitalício e de a pessoa ter
cumprido os requisitos para a aquisição da vitaliciedade não impedem que o cargo seja extinto. Contudo,
segundo o art. 41, §3º da CF/88, extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor ficará em
disponibilidade, com remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em
outro cargo. Assim, o servidor em disponibilidade não fica com todos os vencimentos, mas sim com
vencimentos proporcionais ao tempo de serviço.
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de
provimento efetivo em virtude de concurso público. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998) (...).
§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável ficará em
disponibilidade, com remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado
aproveitamento em outro cargo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
OBS: Válida. Ressalte-se que, atualmente, o candidato aprovado dentro do número de vagas possui
direito subjetivo de ser nomeado e empossado dentro do período de validade do certame. Na época em
que essa súmula foi editada (1963), havia mera expectativa de direito.
SÚMULA Nº 17: A NOMEAÇÃO DE FUNCIONÁRIO SEM CONCURSO PODE SER DESFEITA ANTES
DA POSSE.
SÚMULA Nº 18: PELA FALTA RESIDUAL, NÃO COMPREENDIDA NA ABSOLVIÇÃO PELO JUÍZO
CRIMINAL, É ADMISSÍVEL A PUNIÇÃO ADMINISTRATIVA DO SERVIDOR PÚBLICO.
OBS: Válida. Assim, o servidor público já punido administrativamente não pode ser julgado novamente
para que sua pena seja agravada, mesmo que fique constatado que houve vícios no processo e que ele
deveria receber uma punição mais severa (STJ, 3ª Seção, MS 10950-DF, j. 23/05/12).
OBS: Não há violação à Súmula 19 do STF se os fatos apurados no novo processo forem diversos (STJ, MS
14598-DF).
SÚMULA Nº 21: FUNCIONÁRIO EM ESTÁGIO PROBATÓRIO NÃO PODE SER EXONERADO NEM
DEMITIDO SEM INQUÉRITO OU SEM AS FORMALIDADES LEGAIS DE APURAÇÃO DE SUA
CAPACIDADE.
OBS: Atualizando a linguagem da súmula, o que você deve saber é que o servidor concursado (estatutário
ou celetista), ainda que se encontre em estágio probatório, somente poderá ser exonerado ou demitido
após a instauração de devido processo legal, com contraditório e ampla defesa (STJ, MS 19179, dje
14/02/13, STF AI 634719, dje 08/03/12).
OBS: A CF/88 estabelece, em seu art. 41, §3º, que, extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o
servidor estável ficará em disponibilidade, com remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu
adequado aproveitamento em outro cargo. Se o servidor não for estável, com a extinção do cargo ele será
exonerado.
SÚMULA Nº 25: A NOMEAÇÃO A TERMO NÃO IMPEDE A LIVRE DEMISSÃO PELO PRESIDENTE DA
REPÚBLICA, DE OCUPANTE DE CARGO DIRIGENTE DE AUTARQUIA. (SUPERADA).
OBS: Polêmica, mas o Dizer o Direito entende estar superada. No julgamento da ADI-MC 1949/RS, o então
Min. Sepúlveda Pertence afirmou que a investidura a termo dos conselheiros das agências reguladoras era
incompatível com a demissão ad nutum pelo Poder Executivo (DJ 25/11/2005).
OBS: Superada, em parte. A parte riscada está superada. Segundo entendimento do STF, o CDC é aplicado
nas relações entre as instituições financeiras e seus clientes. O CDC afirma que somente a culpa exclusiva
(no caso, o correntista) é que exclui a responsabilidade do fornecedor de serviços (art. 14, §3º, II). A culpa
concorrente servirá, no máximo, como fator de atenuação do montante indenizatório.
SÚMULA Nº 31: PARA APLICAÇÃO DA LEI 1741, DE 22/11/1952, SOMA-SE O TEMPO DE SERVIÇO
ININTERRUPTO EM MAIS DE UM CARGO EM COMISSÃO. (SUPERADA).
SÚMULA Nº 32: PARA APLICAÇÃO DA LEI 1741, DE 22/11/1952, SOMA-SE O TEMPO DE SERVIÇO
ININTERRUPTO EM CARGO EM COMISSÃO E EM FUNÇÃO GRATIFICADA. (SUPERADA).
OBS: Superada, em parte. Atualmente, a forma correta de ler essa Súmula: “Em caso de acidente do
trabalho ou de transporte, o(a) companheiro(a) tem direito de ser indenizado(a) pela morte da pessoa com
quem vivia em união estável”. O termo “concubinato” é atualmente reservado apenas para o
relacionamento entre duas pessoas no qual pelo menos uma delas é impedida de casar (art. 1727 do CC).
SÚMULA Nº 37: NÃO TEM DIREITO DE SE APOSENTAR PELO TESOURO NACIONAL O SERVIDOR
QUE NÃO SATISFIZER AS CONDIÇÕES ESTABELECIDAS NA LEGISLAÇÃO DO SERVIÇO PÚBLICO
FEDERAL, AINDA QUE APOSENTADO PELA RESPECTIVA INSTITUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA, COM
DIREITO, EM TESE, A DUAS APOSENTADORIAS. (SUPERADA).
OBS: Válida. STF. 1ª Turma. MS 26366/PI, Rel. Min. Marco Aurélio, j. 24/6/2014 (Info 752).
SÚMULA Nº 41: JUÍZES PREPARADORES OU SUBSTITUTOS NÃO TÊM DIREITO AOS VENCIMENTOS
DA ATIVIDADE FORA DOS PERÍODOS DE EXERCÍCIO. (SUPERADA).
OBS: O tema é tratado de forma ligeiramente diferente no art. 73, §3º da CF/88.
SÚMULA Nº 43: NÃO CONTRARIA A CONSTITUIÇÃO FEDERAL O ART. 61 DA CONSTITUIÇÃO DE
SÃO PAULO, QUE EQUIPAROU OS VENCIMENTOS DO MINISTÉRIO PÚBLICO AOS DA
MAGISTRATURA. (SUPERADA)
SÚMULA Nº 44: O EXERCÍCIO DO CARGO PELO PRAZO DETERMINADO NA LEI 1341, DE 30/1/1951,
ART. 91, DÁ PREFERÊNCIA PARA A NOMEAÇÃO INTERINA DE PROCURADOR DA REPÚBLICA.
(SUPERADA).
OBS: Válida, mas a terminologia atualmente é diferente. Hoje em dia fala-se em notários e registradores,
ou seja, titulares de serventias extrajudiciais.
SÚMULA Nº 51: MILITAR NÃO TEM DIREITO A MAIS DE DUAS PROMOÇÕES NA PASSAGEM PARA
A INATIVIDADE, AINDA QUE POR MOTIVOS DIVERSOS. (SUPERADA).
SÚMULA Nº 53: A PROMOÇÃO DE PROFESSOR MILITAR, VINCULADA À SUA REFORMA, PODE SER
FEITA, QUANDO COUBER, A POSTO INEXISTENTE NO QUADRO. (SUPERADA).
OBS: Válida. Apenas os militares da reserva remunerada estão sujeitos à pena disciplinar.
SÚMULA Nº 56: MILITAR REFORMADO NÃO ESTÁ SUJEITO À PENA DISCIPLINAR. (SUPERADA)
SÚMULA Nº 57: MILITAR INATIVO NÃO TEM DIREITO AO USO DO UNIFORME FORA DOS CASOS
PREVISTOS EM LEI OU REGULAMENTO.
OBS: Válida. Vide art. 77, § 1°, "c” da Lei n° 6.880/80 (Estatuto dos Militares).
SÚMULA Nº 59: IMIGRANTE PODE TRAZER, SEM LICENÇA PRÉVIA, AUTOMÓVEL QUE LHE
PERTENÇA DESDE MAIS DE SEIS MESES ANTES DO SEU EMBARQUE PARA O BRASIL. (SUPERADA)
SÚMULA Nº 62: NÃO BASTA A SIMPLES ESTADA NO ESTRANGEIRO POR MAIS DE SEIS MESES,
PARA DAR DIREITO À TRAZIDA DE AUTOMÓVEL COM FUNDAMENTO EM TRANSFERÊNCIA DE
RESIDÊNCIA. (SUPERADA)
SÚMULA Nº 63: É INDISPENSÁVEL, PARA TRAZIDA DE AUTOMÓVEL, A PROVA DO
LICENCIAMENTO HÁ MAIS DE SEIS MESES NO PAÍS DE ORIGEM. (SUPERADA)
SÚMULA Nº 66: É LEGÍTIMA A COBRANÇA DO TRIBUTO QUE HOUVER SIDO AUMENTADO APÓS
O ORÇAMENTO, MAS ANTES DO INÍCIO DO RESPECTIVO EXERCÍCIO FINANCEIRO. (SUPERADA)
OBS: Válida. A Fazenda Pública deverá cobrar os tributos em débito mediante os meios judiciais
(execução fiscal) ou extrajudiciais (lançamento tributário, protesto de CDA) legalmente previstos. O Fisco
possui, portanto, instrumentos legais para satisfazer seus créditos. Justamente por isso, a Administração
Pública não pode fazer a cobrança do tributo por meios indiretos, impedindo, cerceando ou dificultando
a atividade econômica desenvolvida pelo contribuinte devedor. Quando isso ocorre, a jurisprudência
afirma que o Poder Público aplicou “sanções políticas”, ou seja, formas "enviesadas de constranger o
contribuinte, por vias oblíquas, ao recolhimento do crédito tributário” (STF ADI 173). Exs: apreensão de
mercadorias, não liberação de documentos, interdição de estabelecimentos. A cobrança do tributo por vias
oblíquas (sanções políticas) é rechaçada por quatro súmulas do STF (nºs: 70, 323 e 547) e STJ (nº 127).
,
SÚMULA Nº 72: NO JULGAMENTO DE QUESTÃO CONSTITUCIONAL, VINCULADA A DECISÃO DO
TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL, NÃO ESTÃO IMPEDIDOS OS MINISTROS DO SUPREMO
TRIBUNAL FEDERAL QUE ALI TENHAM FUNCIONADO NO MESMO PROCESSO, OU NO PROCESSO
ORIGINÁRIO.
SÚMULA Nº 73: A IMUNIDADE DAS AUTARQUIAS, IMPLICITAMENTE CONTIDA NO ART. 31, V, "A",
DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL, ABRANGE TRIBUTOS ESTADUAIS E MUNICIPAIS. (SUPERADA)
SÚMULA Nº 75: SENDO VENDEDORA UMA AUTARQUIA, A SUA IMUNIDADE FISCAL NÃO
COMPREENDE O IMPOSTO DE TRANSMISSÃO "INTER VIVOS", QUE É ENCARGO DO COMPRADOR.
OBS: A súmula faz referência à CF/46. Além disso, as sociedades de economia mista que prestem serviço
público gozam de imunidade tributária. Nesse sentido: STF RE 749006 AgR/RJ, Dje 20/11/13.
SÚMULA Nº 77: ESTÁ ISENTA DE IMPOSTOS FEDERAIS A AQUISIÇÃO DE BENS PELA REDE
FERROVIÁRIA FEDERAL. (SUPERADA)
SÚMULA Nº 79: O BANCO DO BRASIL NÃO TEM ISENÇÃO DE TRIBUTOS LOCAIS. (SUPERADA)
OBS: O Banco do Brasil, sociedade de economia mista exploradora de atividade econômica, não goza de
isenção de quaisquer tributos (e não apenas tributos locais).
SÚMULA Nº 85: NÃO ESTÃO SUJEITOS AO IMPOSTO DE CONSUMO OS BENS DE USO PESSOAL E
DOMÉSTICO TRAZIDOS, COMO BAGAGEM, DO EXTERIOR. (SUPERADA)
SÚMULA Nº 86: NÃO ESTÁ SUJEITO AO IMPOSTO DE CONSUMO AUTOMÓVEL USADO, TRAZIDO
DO EXTERIOR PELO PROPRIETÁRIO. (SUPERADA)
SÚMULA Nº 87: SOMENTE NO QUE NÃO COLIDIREM COM A LEI 3244, DE 14/8/1957, SÃO
APLICÁVEIS ACORDOS TARIFÁRIOS ANTERIORES. (SUPERADA)
SÚMULA Nº 90: É LEGÍTIMA A LEI LOCAL QUE FAÇA INCIDIR O IMPOSTO DE INDÚSTRIAS E
PROFISSÕES COM BASE NO MOVIMENTO ECONÔMICO DO CONTRIBUINTE. (SUPERADA)
SÚMULA Nº 92: É CONSTITUCIONAL O ART. 100, II, DA LEI 4563, DE 20/2/1957, DO MUNICÍPIO DE
RECIFE, QUE FAZ VARIAR O IMPOSTO DE LICENÇA EM FUNÇÃO DO AUMENTO DO CAPITAL DO
CONTRIBUINTE.
SÚMULA Nº 98: SENDO O IMÓVEL ALIENADO NA VIGÊNCIA DA LEI 3470, DE 28/11/1958, AINDA
QUE ADQUIRIDO POR HERANÇA, USUCAPIÃO OU A TÍTULO GRATUITO, É DEVIDO O IMPOSTO DE
LUCRO IMOBILIÁRIO. (SUPERADA)
OBS: Superada. O que vale agora é o que consta na Súmula 610 do STJ: O suicídio não é coberto nos dois
primeiros anos de vigência do contrato de seguro de vida, ressalvado o direito do beneficiário à devolução
do montante da reserva técnica formada.
Obs: o beneficiário não terá direito à indenização, mas receberá o valor da reserva técnica já formada, ou
seja, terá direito à quantia que o segurado pagou a título de prêmio para a seguradora. A seguradora será
obrigada a devolver ao beneficiário o montante da reserva técnica já formada mesmo que fique provado
que o segurado premeditou o suicídio.
3) Se o suicídio ocorrer depois dos dois primeiros anos do contrato, será devida a indenização ainda que
exista cláusula expressa em contrário.
Obs: é nula a cláusula contratual que exclua a indenização da seguradora em caso de suicídio ocorrido
depois dos dois primeiros anos do contrato (art. 798, parágrafo único, CC). Assim, se o suicídio ocorre
depois dos dois primeiros anos, é devida a indenização ainda que exista cláusula expressa dizendo que a
seguradora não deve indenizar.
SÚMULA Nº 109: É DEVIDA A MULTA PREVISTA NO ART. 15, § 6º, DA LEI 1300, DE 28/12/1950,
AINDA QUE A DESOCUPAÇÃO DO IMÓVEL TENHA RESULTADO DA NOTIFICAÇÃO E NÃO HAJA
SIDO PROPOSTA AÇÃO DE DESPEJO. (SUPERADA)
SÚMULA Nº 110: O IMPOSTO DE TRANSMISSÃO "INTER VIVOS" NÃO INCIDE SOBRE A
CONSTRUÇÃO, OU PARTE DELA, REALIZADA PELO ADQUIRENTE, MAS SOBRE O QUE TIVER SIDO
CONSTRUÍDO AO TEMPO DA ALIENAÇÃO DO TERRENO.
SÚMULA Nº 117: A LEI ESTADUAL PODE FAZER VARIAR A ALÍQUOTA DO IMPOSTO DE VENDAS E
CONSIGNAÇÕES EM RAZÃO DA ESPÉCIE DO PRODUTO. (SUPERADA)
SÚMULA Nº 120: PAREDE DE TIJOLOS DE VIDRO TRANSLÚCIDO PODE SER LEVANTADA A MENOS
DE METRO E MEIO DO PRÉDIO VIZINHO, NÃO IMPORTANDO SERVIDÃO SOBRE ELE.
OBS: Válida. Ressalte-se que, para ser permitido, esse vidro translúcido não pode ser transparente a
ponto de permitir a visão direta do imóvel do vizinho, hipótese na qual estaria violado o seu direito à
privacidade.
OBS: Válida, como regra geral, mas há ressalva, não podendo ser interpretada de forma absoluta,
considerando que é possível a capitalização se for expressamente pactuada e desde que haja legislação
específica que a autorize.
OBS: A capitalização de juros, também chamada de anatocismo, ocorre quando os juros são calculados
sobre os próprios juros devidos.
OBS: A capitalização ANUAL de juros é permitida, seja para contratos bancários ou não-bancários.
OBS: A capitalização de juros com periodicidade inferior a um ano, em regra, é vedada. Exceção: é
permitida a capitalização de juros com periodicidade inferior a um ano em contratos de mútuo
BANCÁRIO celebrados após 31 de março de 2000, data da publicação da MP 1.963-17/2000 (atual MP
2.170-36/2001), desde que expressamente pactuada (STJ, REsp 1112879/PR).
OBS: A capitalização dos juros em periodicidade inferior à anual deve vir pactuada de forma expressa e
clara. Para isso, basta que, no contrato, esteja prevista a taxa de juros anual superior ao duodécuplo da
mensal. Os bancos não precisam dizer expressamente no contrato que estão adotando a “capitalização de
juros”, bastando explicitar com clareza as taxas cobradas (STJ, 2ª Seção, REsp 973.827/RS, j. 27/6/2012).
SÚMULA Nº 123: SENDO A LOCAÇÃO REGIDA PELO DECRETO 24150, DE 20/4/1934, O LOCATÁRIO
NÃO TEM DIREITO À PURGAÇÃO DA MORA PREVISTA NA LEI 1300, DE 28/12/1950. (SUPERADA)
OBS: Importante. Essa súmula retrata o chamado “flagrante preparado”, também chamado de “flagrante
provocado”, “crime de ensaio” ou “delito putativo por obra do agente provocador”. Ocorre o flagrante
preparado (provocado) quando alguém instiga o indivíduo a praticar o crime com o objetivo de prendê-lo
em flagrante no momento em que ele o estiver cometendo. O flagrante preparado é hipótese de crime
impossível e o indivíduo instigado não responderá penalmente, sendo sua conduta considerada atípica.
OBS: Uma situação recorrente, mas em que não se aplica o enunciado 145 da súmula do STF, é a de
policiais que se passam por consumidores de droga e prendem agente que com eles negociou o tóxico.
Nesses casos, por ser o tráfico de droga crime de ação múltipla, há consumação com a mera guarda da
substância, sendo impróprio se falar em flagrante preparado. Nesse caso, o agente já havia consumado o
delito antes mesmo da negociação dos policiais, sendo próprio o flagrante (STF. 2ª Turma. HC 105.929,
Rel. Min. Gilmar Mendes, j. 24.05.2011).
OBS: Superada. Lei n° 11.101/2005: “art. 182. A prescrição dos crimes previstos nesta Lei reger-se-á pelas
disposições do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, começando a correr do dia da decretação
da falência, da concessão da recuperação judicial ou da homologação do plano de recuperação extrajudicial.”
OBS: Importante. Vide art. 27 do ECA. Quanto à petição de herança e anulação de partilha, o prazo
prescricional é de 10 anos (art. 205, CC). Assim, a pessoa não terá prazo para buscar o reconhecimento da
filiação, mas terá 10 anos para pleitear os direitos sucessórios. Deve-se esclarecer que a ação negatória de
paternidade proposta pelo pai registral contra o filho também é imprescritível (art. 1601, CC).
(MPPE-2002-FCC): Ronaldo pretendia ajuizar ação de investigação de paternidade contra Édison, que há
25 anos conhecia como seu suposto pai. Sabendo-se que Édison morreu ontem, no estado de casado no
regime da comunhão universal de bens e que deixou dois filhos, Ronaldo deve propor a ação contra os
herdeiros de Édison para demandar o reconhecimento da filiação. BL: S. 149, STF e Resp. 1.028.503/MG,
STJ.
OBS: Segundo Flávio Tartuce e José Fernando Simão, “a ação investigatória de paternidade, por ter
natureza declaratória e por envolver estado de pessoas, não está sujeita a prazos decadenciais, sendo um
direito indisponível do investigante. Nos casos de menores é clara a norma do artigo 27, do ECA, que
dispõe: "O reconhecimento do estado de filiação é direito personalíssimo, indisponível e imprescritível, podendo ser
exercitado contra os pais ou seus herdeiros, sem qualquer restrição, observado o segredo de justiça". Também para
os casos envolvendo maiores, a inexistência de prazo decadencial ou prescricional para a propositura da
ação de investigação do vínculo filial é confirmada pela Súmula 149 do STF.” (Fonte: TARTUCE, Flávio;
SIMÃO, José Fernando. Direito Civil, vol. 5. 5a edição. Ed. Método). Além disso, vejamos o seguinte
julgado do STJ sobre o tema: “AÇÃO RESCISÓRIA. INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE. AUSÊNCIA DE
CITAÇÃO DELITISCONSORTE NECESSÁRIO. NECESSIDADE DE PARTICIPAÇÃO DO HERDEIRO
DOSUPOSTO PAI NO PÓLO PASSIVO DA INVESTIGATÓRIA (ART. 363 DO CC/16).NULIDADE
RECONHECIDA.1. A ação de reconhecimento de paternidade post mortem deve necessariamente ser
proposta contra todos os herdeiros do falecido. 2. É cabível a ação rescisória para desconstituição de sentença
homologatória de acordo com trânsito em julgado.3. Recurso especial parcialmente provido.” (STJ, Resp.
1.028.503/MG, Rel. Min. Nancy Andrighi, 3ª Turma, DJU: 09/11/10).
SÚMULA Nº 150: PRESCREVE A EXECUÇÃO NO MESMO PRAZO DE PRESCRIÇÃO DA AÇÃO. (TJSP-
2009) (DPEBA-2010) (MPGO-2012) (TRT3-2012) (TRT4-2012) (TRT15-2013)
(TJMG-2012-VUNESP): Prescreve a execução no mesmo prazo de prescrição da ação. BL: S. 150, STF.
OBS: Válida. Nesse sentido, STJ, 4ª Turma. REsp 1.278.722-PR, Rel. Min. Luis Felipe Salomão. j. 24/5/16
(Info 586).
OBS: Importante. Assim, mesmo que a defesa não tenha sido intimada da expedição da precatória, isso não
significa necessariamente que haverá nulidade. Para que o ato seja anulado, é necessário que a defesa
alegue o vício no tempo oportuno e demonstre a ocorrência de prejuízo sofrido.
Vale ressaltar que a simples prolação de sentença condenatória não revela, por si só, o prejuízo sofrido
em virtude da suposta nulidade, pois o édito condenatório pode se embasar em arcabouço probatório mais
amplo, sendo imprescindível a real demonstração de que a oitiva da testemunha em tela, com a prévia
intimação do advogado do réu, poderia determinar desfecho diverso (STJ HC 265.989/PE, j. 13/8/13).
SÚMULA Nº 156: É ABSOLUTA A NULIDADE DO JULGAMENTO, PELO JÚRI, POR FALTA DE
QUESITO OBRIGATÓRIO. (TJSP-2018)
OBS: Há polêmica se ainda persiste sendo válida. Vide art. 2º, §3º: “Art. 2º. (...)§ 3º É vedada a desapropriação,
pelos Estados, Distrito Federal, Territórios e Municípios de ações, cotas e direitos representativos do capital de
instituições e empresas cujo funcionamento dependa de autorização do Governo Federal e se subordine à sua
fiscalização, salvo mediante prévia autorização, por decreto do Presidente da República”.
(TJSP-2013-VUNESP): Serviços de docas explorados por companhia privada, confiados por concessão da
União, têm seus bens desapropriados pelo Estado. Com relação à hipótese, assinale a alternativa correta: É
legal a desapropriação pelo Estado, desde que haja prévia autorização do Presidente da República. BL: art.
2º, §3º, Dec. 3365 e Súmula 157 do STF.
OBS: A 2ª Turma do STF, Relator Min. Carlos Madeira; ao julgar o RE 115.665, por unanimidade acórdão
de 18.3.1088, afirmou: "Desapropriação, por município de imóvel pertencente à Rede Ferroviária Federal.
Não havendo dúvida de que o imóvel integra o patrimônio da União Federal e como tal está abrangido
pela norma o § 3º do art. 2º do Dec.-lei 3.365/41, com a redação dada pelo Dec.-lei 856/69, a sua
desapropriação só é possível após a autorização do Presidente da República".
SÚMULA Nº 159: COBRANÇA EXCESSIVA, MAS DE BOA-FÉ, NÃO DÁ LUGAR ÀS SANÇÕES DO ART.
1531 DO CÓDIGO CIVIL [atual art. 940 do CC/2002]. (TJDFT-2011) (TJSP-2013)
OBS: Importante. A Súmula continua válida, mas o art. 1531 (do CC/1916), mencionado no enunciado, é o
atual art. 940 do CC/02: “Aquele que demandar por dívida já paga, no todo ou em parte, sem ressalvar as quantias
recebidas ou pedir mais do que for devido, ficará obrigado a pagar ao devedor, no primeiro caso, o dobro do que houver
cobrado e, no segundo, o equivalente do que dele exigir, salvo se houver prescrição”.
OBS: Para que incida o art. 940, é necessário que o credor tenha exigido judicialmente a dívida já paga
(“demandar” = exigir em juízo).
OBS: Segundo a jurisprudência, são exigidos dois requisitos para a aplicação do art. 940: a) cobrança da
dívida paga (no todo ou em parte), sem ressalvar as quantias recebidas; b) má-fé do cobrador (dolo). Por
isso, continua válida a Súmula 159 do STF.
OBS: Se for uma relação de consumo, o assunto tem um tratamento peculiar no § único do art. 42 do CDC.
SÚMULA Nº 160: É NULA A DECISÃO DO TRIBUNAL QUE ACOLHE, CONTRA O RÉU, NULIDADE
NÃO ARGÜIDA NO RECURSO DA ACUSAÇÃO, RESSALVADOS OS CASOS DE RECURSO DE
OFÍCIO. (TJSE-2008) (TJPR-2017) (MPSP-2017) (TJSP-2011/2018)
OBS: Válida. Trata-se de aplicação do princípio da non reformatio in pejus, que impede o agravamento da
situação do réu sem uma manifestação formal e tempestiva da acusação nesse sentido.
O art. 617 do CPP proíbe que a situação do réu seja agravada quando apenas ele recorre. Desse modo, ainda
que haja nulidade absoluta no processo, esta não poderá ser reconhecida em prejuízo ao réu se apenas a
defesa houver recorrido. Essa é a inteligência do enunciado 160 do STF (STJ HC 233.856/SP, j. 15/10/13).
OBS: Válida. Renato Brasileiro explica que, por força da Lei 11.689/08, as agravantes e atenuantes não são
mais quesitadas aos jurados. No entanto, as circunstâncias agravantes mencionadas pela súmula devem ser
entendidas em sentido amplo, abrangendo não apenas as circunstâncias agravantes em sentido estrito,
como também qualificadoras e causas de aumento de pena (ob. cit., p. 1.409). Desse modo, a súmula
continuaria sendo aplicável nesses casos.
A Súmula 162 do STF fala em “agravantes”. Embora as agravantes não mais sejam objeto de quesitação, a
doutrina majoritária entende que por “agravantes” deve se entender quaisquer quesitos que impliquem em
aumento de pena/da acusação.
OBS: Superada, em parte. A primeira parte dessa súmula (“Salvo contra a Fazenda Pública”) não é mais
válida por força da Lei 4414/64. Assim, sendo a obrigação ilíquida, contam-se os juros moratórios desde a
citação inicial, mesmo que seja uma ação contra a Fazenda Pública.
OBS: Art. 405 do CC/02: “Contam-se os juros de mora desde a citação inicial”.
OBS: Contextualizando a súmula 165 do STF, o art. 1.133, II, CC/16 dizia que não podem ser comprados,
ainda em hasta publica pelos mandatários, os bens, de cuja administração ou alienação estejam
encarregados. Assim, no caso de venda direta entre o mandante e o mandatário não existe qualquer
impedimento.
OBS: Válida, mas pouco relevante. No CC-1916 existia uma forma de direito real chamada de enfiteuse.
Segundo a lei revogada, a enfiteuse se extinguia pelo comisso, quando o foreiro deixava de pagar as
pensões devidas por 3 anos consecutivos. Segundo o STF, essa extinção pelo comisso dependia de sentença.
O CC/02 proibiu a constituição de novas enfiteuses (aforamentos), continuando a existir aquelas que já
haviam sido constituídas (elas são regidas pelo CC-1916).
SÚMULA Nº 175: ADMITE-SE A RETOMADA DE IMÓVEL ALUGADO PARA USO DE FILHO QUE VAI
CONTRAIR MATRIMÔNIO. (SUPERADA)
SÚMULA Nº 182: NÃO IMPEDE O REAJUSTAMENTO DO DÉBITO PECUÁRIO, NOS TERMOS DA LEI
1002, DE 24/12/1949, A FALTA DE CANCELAMENTO DA RENÚNCIA À MORATÓRIA DA LEI 209, DE
2/1/1948. (SUPERADA)
SÚMULA Nº 190: O NÃO PAGAMENTO DE TÍTULO VENCIDO HÁ MAIS DE TRINTA DIAS, SEM
PROTESTO, NÃO IMPEDE A CONCORDATA PREVENTIVA. (SUPERADA)
SÚMULA Nº 192: NÃO SE INCLUI NO CRÉDITO HABILITADO EM FALÊNCIA A MULTA FISCAL COM
EFEITO DE PENA ADMINISTRATIVA. (SUPERADA)
SÚMULA Nº 193: PARA A RESTITUIÇÃO PREVISTA NO ART. 76, § 2º, DA LEI DE FALÊNCIAS,
CONTA-SE O PRAZO DE QUINZE DIAS DA ENTREGA DA COISA E NÃO DA SUA REMESSA.
OBS: Válida. O art. 76, §2º mencionado no enunciado refere-se à antiga Lei de Falências. A atual Lei de
Falências manteve a mesma regra no art. 85, § único.
Art. 85. O proprietário de bem arrecadado no processo de falência ou que se encontre em
poder do devedor na data da decretação da falência poderá pedir sua restituição.
Parágrafo único. Também pode ser pedida a restituição de coisa vendida a crédito e entregue
ao devedor nos 15 (quinze) dias anteriores ao requerimento de sua falência, se ainda não
alienada.
SÚMULA Nº 200: NÃO É INCONSTITUCIONAL A LEI 1530, DE 26/12/1951, QUE MANDA INCLUIR NA
INDENIZAÇÃO POR DESPEDIDA INJUSTA PARCELA CORRESPONDENTE A FÉRIAS
PROPORCIONAIS. (SUPERADA)
SÚMULA Nº 203: NÃO ESTÁ SUJEITA À VACÂNCIA DE 60 DIAS A VIGÊNCIA DE NOVOS NÍVEIS DE
SALÁRIO MÍNIMO. (SUPERADA)
SÚMULA Nº 205: TEM DIREITO A SALÁRIO INTEGRAL O MENOR NÃO SUJEITO A APRENDIZAGEM
METÓDICA. (SUPERADA)
OBS: A maioria da doutrina defende que essa súmula foi superada. Isso porque a Lei 12.403/11 alterou o
art. 311 do CPP permitindo que o assistente do MP tenha legitimidade para requerer a decretação da
prisão preventiva do réu. Logo, ele também tem legitimidade para recorrer contra a decisão concessiva de
habeas corpus.
SÚMULA Nº 209: O SALÁRIO-PRODUÇÃO, COMO OUTRAS MODALIDADES DE SALÁRIO-PRÊMIO, É
DEVIDO, DESDE QUE VERIFICADA A CONDIÇÃO A QUE ESTIVER SUBORDINADO, E NÃO PODE
SER SUPRIMIDO UNILATERALMENTE, PELO EMPREGADOR, QUANDO PAGO COM
HABITUALIDADE.
OBS: Válida. Absolvição da instância era como o CPC-1939 denominava a extinção do processo sem
resolução do mérito. A regra da súmula é expressamente prevista no art. 485, § 1°, do CPC/15: “'§ 1° Nas
hipóteses descritas nos incisos II e III, a parte será intimada pessoalmente para suprir a falta no prazo de 5
(cinco) dias.” Além da intimação do autor, o STJ exige também, para a extinção do processo por abandono
da causa, que o réu tenha requerido expressamente essa providência. Veja a Súmula 240-STJ: “A extinção
do processo, por abandono da causa pelo autor, depende de requerimento do réu”.
SÚMULA Nº 219: PARA A INDENIZAÇÃO DEVIDA A EMPREGADO QUE TINHA DIREITO A SER
READMITIDO, E NÃO FOI, LEVAM-SE EM CONTA AS VANTAGENS ADVINDAS À SUA CATEGORIA
NO PERÍODO DO AFASTAMENTO.
OBS: Superada. Vale ressaltar que, por meio da Res. 185/2012, foi cancelada a Súmula 136 do TST, que
tinha a seguinte redação: “Não se aplica às Varas do Trabalho o princípio da identidade física do juiz”. Assim, o
entendimento atualmente majoritário é no sentido de que o princípio da identidade física do juiz,
previsto no art. 132 do CPC, é aplicável também ao processo do trabalho.
SÚMULA Nº 223: CONCEDIDA ISENÇÃO DE CUSTAS AO EMPREGADO, POR ELAS NÃO RESPONDE
O SINDICATO QUE O REPRESENTA EM JUÍZO.
OBS: Válida. Vide Súmula 12 do TST: “As anotações apostas pelo empregador na carteira profissional do
empregado não geram presunção "juris et de jure", mas apenas "juris tantum".”
SÚMULA Nº 226: NA AÇÃO DE DESQUITE, OS ALIMENTOS SÃO DEVIDOS DESDE A INICIAL E NÃO
DA DATA DA DECISÃO QUE OS CONCEDE.
OBS: Válida. Atualmente, a Lei não fala mais em concordata, mas sim em recuperação judicial.
SÚMULA Nº 231: O REVEL, EM PROCESSO CÍVEL, PODE PRODUZIR PROVAS, DESDE QUE
COMPAREÇA EM TEMPO OPORTUNO. (PGEPB-2008) (MPRO-2008) (TJDFT-2012) (MPT-2012) (MPF-
2012) (MPGO-2014) (TRT21-2015) (MPMS-2015)
OBS: O revel poderá intervir no processo em qualquer fase, recebendo-o no estado em que se encontrar
(art. 346, § único, NCPC).
SÚMULA Nº 232: EM CASO DE ACIDENTE DO TRABALHO, SÃO DEVIDAS DIÁRIAS ATÉ DOZE
MESES, AS QUAIS NÃO SE CONFUNDEM COM A INDENIZAÇÃO ACIDENTÁRIA NEM COM O
AUXÍLIO-ENFERMIDADE. (SUPERADA)
SÚMULA Nº 233: SALVO EM CASO DE DIVERGÊNCIA QUALIFICADA (LEI 623/1949), NÃO CABE
RECURSO DE EMBARGOS CONTRA DECISÃO QUE NEGA PROVIMENTO A AGRAVO OU NÃO
CONHECE DE RECURSO EXTRAORDINÁRIO, AINDA QUE POR MAIORIA DE VOTOS. (SUPERADA)
OBS: Polêmica. Importante que você saiba a recente OJ 421 da SDI-I do TST: “A condenação em honorários
advocatícios nos autos de ação de indenização por danos morais e materiais decorrentes de acidente de trabalho ou de
doença profissional, remetida à Justiça do Trabalho após ajuizamento na Justiça comum, antes da vigência da Emenda
Constitucional n° 45/2004, decorre da mera sucumbência, nos termos do art. 20 do CPC, não se sujeitando aos
requisitos da Lei nº 5.584/1970."
Ação proposta pelo acidentado (seu cônjuge, demais herdeiros ou dependentes) contra o
empregador pedindo indenização por danos morais e materiais decorrentes de acidente de
trabalho: competência da Justiça do TRABALHO.
Ação proposta pelo acidentado (seu cônjuge, demais herdeiros ou dependentes) contra o INSS
pleiteando benefício decorrente de acidente de trabalho: competência da justiça comum
ESTADUAL.
Ação proposta pelo acidentado (seu cônjuge, demais herdeiros ou dependentes) contra o INSS
pleiteando benefício decorrente de acidente de outra natureza (que não seja acidente de trabalho):
competência da Justiça FEDERAL (STJ AgRg no CC 118.348/SP, j. 29/02/2012).
OBS: Atenção: No livro de Comentários das Súmulas do Dizer o Direito está riscado o texto. Entretanto, o
Enunciado encontra-se plenamente válido.
OBS: Válida. A teor da Súmula 241 do STF, editada ao tempo em que o STF acumulava a função de Corte
legal, a contribuição previdenciária incide sobre o abono incorporado ao salário, restando reconhecer, a
contrario sensu, que a contribuição previdenciária não incide sobre o abono não incorporado ao salário
(eventual) (STJ. 1ª Turma. AgRg no REsp 1489437/AL, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, j. 6/8/15).
OBS: Válida, porém deve ser feita uma ressalva. Segundo boa parte da doutrina, esse enunciado somente
é cabível no caso de imunidade formal. Assim, a Súmula 245 do STF não seria aplicável na hipótese de
imunidade material (inviolabilidade parlamentar), prevista no caput do art. 53 da CF/88.
SÚMULA Nº 246: COMPROVADO NÃO TER HAVIDO FRAUDE, NÃO SE CONFIGURA O CRIME DE
EMISSÃO DE CHEQUE SEM FUNDOS. (TJRS-2018)
OBS: A conduta de emitir cheque sem fundos apenas configura crime se houver fraude. Entretanto, será
atípica a conduta de pré-datar o cheque que, sem dolo ou fraude do emitente, não é descontado por
insuficiência de fundos.
SÚMULA Nº 247: O RELATOR NÃO ADMITIRÁ OS EMBARGOS DA LEI 623, DE 19/2/1949, (DE
DIVERGÊNCIA), NEM DELES CONHECERÁ O SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, QUANDO HOUVER
JURISPRUDÊNCIA FIRME DO PLENÁRIO NO MESMO SENTIDO DA DECISÃO EMBARGADA.
OBS: Válida. Atualmente, essa competência encontra-se expressamente prevista no art. 102, I, “d”, CF/88.
OBS: Válida. Esse enunciado tem um erro técnico: onde se lê “não tendo conhecido” leia-se “não tendo
provido”, tendo em vista que, se o STF examinou a questão discutida, houve exame de mérito do recurso,
não sendo correta a menção ao não-conhecimento (DIDIER). De qualquer forma, se for cobrado o texto
literal da súmula na prova, essa alternativa deverá ser considerada correta.
SÚMULA Nº 252: NA AÇÃO RESCISÓRIA, NÃO ESTÃO IMPEDIDOS JUÍZES QUE PARTICIPARAM
DO JULGAMENTO RESCINDENDO. (PFN-2007) (TRF4-2012) (TJSP-2015)
SÚMULA Nº 253: NOS EMBARGOS DA LEI 623, DE 19/2/1949, NO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, A
DIVERGÊNCIA SOMENTE SERÁ ACOLHIDA, SE TIVER SIDO INDICADA NA PETIÇÃO DE RECURSO
EXTRAORDINÁRIO. (SUPERADA)
OBS: Fredie Didier faz, no entanto, a seguinte ressalva: “as ações meramente declaratórias são ações dúplices.
Assim, durante certo tempo, discutiu-se a possibilidade de reconvenção em tais ações. O STF editou o enunciado 258
da súmula da sua jurisprudência, em que admite a reconvenção em ação declaratória (...) Esse enunciado deve ser
compreendido da seguinte forma: o réu não pode reconvir para pedir a negação do pedido do autor
(inexistência ou existência da relação jurídica discutida), em razão da falta de interesse, mas pode reconvir
para formular outro tipo de pretensão.” (Curso de Direito Processual Civil. Salvador: JusPodivm, 2013, p.
560).
OBS: Válida. Segundo o art. 1.191 do CC/02, “o juiz só poderá autorizar a exibição integral dos livros e papéis de
escrituração quando necessária para resolver questões relativas a sucessão, comunhão ou sociedade, administração ou
gestão à conta de outrem, ou em caso de falência”.
(TJSP-2015-VUNESP): O exame de livros comerciais, em ação judicial envolvendo contratos mercantis, fica
limitado aos lançamentos correspondentes às transações entre os litigantes. BL: S. 260, STF.
SÚMULA Nº 262: NÃO CABE MEDIDA POSSESSÓRIA LIMINAR PARA LIBERAÇÃO ALFANDEGÁRIA
DE AUTOMÓVEL.
OBS: Essa súmula pode ser analisada sob o aspecto do direito material e do direito processual.
Quanto ao direito material, o enunciado quer dizer o seguinte: mesmo que o indivíduo (autor da ação) não
esteja mais na posse do imóvel, ainda assim ele poderá ter direito à usucapião desde que, quando perdeu
a posse, já havia preenchido todos os requisitos para a constituição do direito. Conforme explica Marcus
Vinicius Rios Gonçalves:
“Não é preciso que o autor da ação tenha posse atual do bem. A ação de usucapião visa a declarar a
propriedade em favor de alguém que, por ter permanecido na coisa com posse animus domini,
contínua, ininterrupta, pacífica e pública, pelo tempo exigido por lei. Pode ocorrer que o possuidor
tenha permanecido todo o tempo necessário, e tenha -se tornado proprietário, mas que tenha perdido a
posse, logo depois. Isso não o impede de pedir a declaração de propriedade em seu favor. A única
ressalva é que ele deve incluir — no polo passivo — o atual possuidor. É o que resulta da Súmula 263
do STF: “O possuidor deve ser citado pessoalmente para a ação de usucapião”. O possuidor a que a
súmula se refere é o que tem a posse atual da coisa. Ele deve ser citado na ação ajuizada pelo
usucapiente, que perdeu posteriormente a posse.” (Direito Processual Civil esquematizado. 2ª ed.,
São Paulo: Saraiva, 2012, p. 796).
Por outro lado, o enunciado tem também uma regra de direito processual: o indivíduo que ajuizar uma
ação de usucapião, se não estiver mais na posse do imóvel, deverá pedir a citação do atual possuidor e
essa citação tem que ser pessoal. Quanto a este aspecto processual, existe divergência se a súmula ainda
permanece válida. A súmula 263 é anterior ao CPC/1973. Assim, quando este Código entrou em vigor,
surgiram vozes defendendo que a citação do atual possuidor poderia ser feita por edital na ação de
usucapião. O fundamento seria o art. 942 do CPC/1973. Apesar disso, prevalece que a súmula está válida,
razão pela qual deve ser feita a presente atualização.
SÚMULA Nº 264: VERIFICA-SE A PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE PELA PARALISAÇÃO DA AÇÃO
RESCISÓRIA POR MAIS DE CINCO ANOS.
SÚMULA Nº 266: NÃO CABE MANDADO DE SEGURANÇA CONTRA LEI EM TESE. (AGU-2010)
(TJRJ-2011) (DPESC-2012) (Cartórios/TJPE-2013) (DPERN-2015) (TCERN-2015)
OBS: Alguns autores apontam que uma exceção a essa súmula seria a lei de efeitos concretos, assim
entendidos aqueles que “trazem em si mesmos o resultado específico pretendido, tais como as leis que
aprovam planos de urbanização, as que fixam limites territoriais, as que criam municípios ou
desmembram distritos, as que concedem isenções fiscais, as que proíbem atividades ou condutas
individuais, os decretos que desapropriam bens, os que fixam tarifas, os que fazem nomeações e outros
dessa espécie”.
OBS: Vejamos o seguinte julgado do STJ: “(...) 1. Nos termos do verbete 266 da Súmula do STF, "não cabe
mandado de segurança contra lei em tese". 2. Na espécie, a ação mandamental volta-se contra o Decreto 280/07 do
Estado do Pará, que atribuiu aos auxiliares de fiscalização e aos agentes tributários competência para constituir o
crédito fiscal, norma de natureza genérica e abstrata, não tendo a associação impetrante indicado fato
concreto que viole o direito líquido e certo dos servidores por ela representados, o que revela o
descabimento do mandamus. 3. Recurso desprovido.” (STJ, RMS 28.127/PA, Rel. Min. Leopoldo de Arruda
Raposo (Des. Conv. Do TJ/PE), 5ª Turma, j. 15/09/2015).
OBS: "O ato administrativo geral, abstrato e impessoal não enseja mandado de segurança. Equipara-se,
porque espécie, à lei em tese. Cumpre ser concreto, incidente em relação jurídica determinada. Só assim
resta configurado dano ou perigo a direito público subjetivo. Impõe-se, pelo menos, probabilidade de
prejuízo. Não basta a mera possibilidade"(STJ 1ª Seção, MS 551-DF, Rel. Min. Vicente Cernicchiaro, j.
11.12.90)."É cabível o mandado de segurança se a lei gera situação específica e pessoal, sendo, por si só,
causa de probabilidade de ofensa a direito individual...". Entretanto, não se conhece do mandado de
segurança quando o ato normativo abstrato passível de impugnação não se concretiza". (STJ - 1ª Seção, MS
488-DF, rel. Min. Américo Luz, j. 25.6.91).
(Anal. Judic./TJSE-2014-CESPE): O mandado de segurança não pode ser impetrado contra ato
administrativo geral, abstrato, impessoal e sem efeito concreto. BL: S. 266, STF.
SÚMULA Nº 267: NÃO CABE MANDADO DE SEGURANÇA CONTRA ATO JUDICIAL PASSÍVEL DE
RECURSO OU CORREIÇÃO. (TJGO-2012) (MPAL-2012) (Cartórios/TJPE-2013)
OBS: O art. 5, II, da Lei 12.016/09 prevê regra semelhante, falando, contudo, em recurso com efeito
suspensivo.
Exceção: O STJ admite MS contra ato judicial passível de recurso se houver; no caso concreto, uma
situação teratológica, abusivo, que possa gerar dano irreparável e desde que o recurso previsto não tenha
ou não possa obter efeito suspensivo. (STJ AgRg no MS 18.995/DF, j. 16/09/2013).
OBS: “A Súmula 267 do STF é redigida no sentido de que não cabe mandado de segurança contra ato
judicial passível de recurso ou correição. No leading case, na matéria, no caso do RE 76.909, em 5 de
dezembro de 1973, adotou-se a seguinte tese: caberá mandado de segurança contra ato judicial quando
este for impugnável por recurso sem efeito suspensivo e desde que demonstrado que ocorrerá dano
irreparável". (https://jus.com.br/artigos/35484/mandado-de-seguranca-contra-ato-judicial).
SÚMULA Nº 268: NÃO CABE MANDADO DE SEGURANÇA CONTRA DECISÃO JUDICIAL COM
TRÂNSITO EM JULGADO. (Anal. Judic./TRF3-2007) (PGM-Niterói/RJ-2014) (PGM-Uberaba/MG-2016)
(PGEMA-2016)
OBS: Importante. Essa regra encontra-se agora expressamente prevista no art. 5°, III da Lei 12.016/2009.
OBS: O mandado de segurança contra decisão judicial deve ser impetrado, via de regra, antes do trânsito
em julgado da decisão impugnada, sob pena de utilização da ação mandamental como ação rescisória, o
que não é admitido (AgRg no RMS 33.595/SP, julgado em 13/08/2013).
OBS: O art. 59 da Lei 9.099/95 veda a propositura de ação rescisória contra decisões prolatadas no âmbito
dos Juizados Especiais. Por conta disso, o STJ admite a impetração de MS no TJ para o exercício do
controle da competência dos Juizados Especiais, ainda que a decisão a ser anulada já tenha transitado em
julgado (STJ, AgRg no RMS 28.262/RJ, julgado em 06/06/2013).
OBS: Vale ressaltar, no entanto, que existe um julgado do STJ afastando a aplicação dos enunciados 269 e
271 do STF:
(...) Quanto aos efeitos patrimoniais da tutela mandamental, sabe-se que, nos termos das
Súmulas 269 e 271 do STF, caberia à parte impetrante, após o trânsito em julgado da sentença
concessiva da segurança, ajuizar nova demanda de natureza condenatória para reivindicar os
valores vencidos em data anterior à impetração do pedido de writ; essa exigência, contudo,
não apresenta nenhuma utilidade prática e atenta contra os princípios da justiça, da
efetividade processual, da celeridade e da razoável duração do processo, além de estimular
demandas desnecessárias e que movimentam a máquina judiciário, consumindo tempo e
recursos públicos, de forma completamente inútil, inclusive honorários sucumbenciais,
em ação que já se sabe destinada à procedência. (...) (STJ. Corte Especial. EREsp
1164514/AM, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, j. 16/12/2015, Dle 25/02/2016)
OBS: Deve-se ressaltar que o raciocínio da súmula pode ser aplicado para outros casos de enquadramento
que não apenas o da Lei nela mencionada. Assim, não cabe mandado de segurança para impugnar
enquadramento que envolva exame de prova ou de situação funcional complexa.
SÚMULA Nº 271: CONCESSÃO DE MANDADO DE SEGURANÇA NÃO PRODUZ EFEITOS
PATRIMONIAIS EM RELAÇÃO A PERÍODO PRETÉRITO, OS QUAIS DEVEM SER RECLAMADOS
ADMINISTRATIVAMENTE OU PELA VIA JUDICIAL PRÓPRIA. (MPAM-2007) (TJAL-2008) (DPESC-
2012) (TCU-2013) (PGEAC-2014) (PGM-Niterói/RJ-2014) (PGEPA-2015) (PFN-2015) (Anal./DPERO-2015)
(Proc./ALERJ-2017)
OBS: Vale ressaltar, no entanto, que existe um julgado do STJ afastando a aplicação dos enunciados 269 e
271 do STF:
(...) Quanto aos efeitos patrimoniais da tutela mandamental, sabe-se que, nos termos das
Súmulas 269 e 271 do STF, caberia à parte impetrante, após o trânsito em julgado da sentença
concessiva da segurança, ajuizar nova demanda de natureza condenatória para reivindicar os
valores vencidos em data anterior à impetração do pedido de writ; essa exigência, contudo,
não apresenta nenhuma utilidade prática e atenta contra os princípios da justiça, da
efetividade processual, da celeridade e da razoável duração do processo, além de estimular
demandas desnecessárias e que movimentam a máquina judiciário, consumindo tempo e
recursos públicos, de forma completamente inútil, inclusive honorários sucumbenciais,
em ação que já se sabe destinada à procedência. (...) (STJ. Corte Especial. EREsp
1164514/AM, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, j. 16/12/2015, Dle 25/02/2016)
OBS: Válida. Se algum Tribunal Superior (ex: STJ) denega um mandado de segurança, a impugnação
cabível é o recurso ordinário constitucional (art. 102, II, "a” da CF/88). Não há dúvida quanto a isso.
Logo, se a parte interpõe recurso extraordinário contra essa decisão, incorre em erro grosseiro, não se
podendo aplicar o princípio da fungibilidade.
SÚMULA Nº 273: NOS EMBARGOS DA LEI 623, DE 19/2/1949, A DIVERGÊNCIA SOBRE QUESTÃO
PREJUDICIAL OU PRELIMINAR, SUSCITADA APÓS A INTERPOSIÇÃO DO RECURSO
EXTRAORDINÁRIO, OU DO AGRAVO, SOMENTE SERÁ ACOLHIDA SE O ACÓRDÃO-PADRÃO FOR
ANTERIOR À DECISÃO EMBARGADA. (SUPERADA)
SÚMULA Nº 276: NÃO CABE RECURSO DE REVISTA EM AÇÃO EXECUTIVA FISCAL. (SUPERADA)
SÚMULA Nº 278: SÃO CABÍVEIS EMBARGOS EM AÇÃO EXECUTIVA FISCAL CONTRA DECISÃO
REFORMATÓRIA DA DE PRIMEIRA INSTÂNCIA, AINDA QUE UNÂNIME. (SUPERADA)
SÚMULA Nº 279: PARA SIMPLES REEXAME DE PROVA NÃO CABE RECURSO EXTRAORDINÁRIO.
(Anal. Judic./STJ-2012)
SÚMULA Nº 280: POR OFENSA A DIREITO LOCAL NÃO CABE RECURSO EXTRAORDINÁRIO. (MPPR-
2012)
OBS: Deve ser feita uma ressalva: quando a Súmula 282 fala em "questão federal”, deve-se ler,
atualmente, questão constitucional. Isso porque o enunciado é anterior à CF/88, época em que as
questões federais eram também decididas pelo STF por meio de recurso extraordinário.
OBS: Concursos de Advocacia Pública. O STJ aplica, por analogia, a Súmula 283 do STF para o recurso
especial.
OBS: A matéria agora é disciplinada pela Súmula 83 do STJ: “NÃO SE CONHECE DO RECURSO
ESPECIAL PELA DIVERGÊNCIA, QUANDO A ORIENTAÇÃO DO TRIBUNAL SE FIRMOU NO
MESMO SENTIDO DA DECISÃO RECORRIDA.”
SÚMULA Nº 287: NEGA-SE PROVIMENTO AO AGRAVO, QUANDO A DEFICIÊNCIA NA SUA
FUNDAMENTAÇÃO, OU NA DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO, NÃO PERMITIR A EXATA
COMPREENSÃO DA CONTROVÉRSIA.
SÚMULA Nº 289: O PROVIMENTO DO AGRAVO POR UMA DAS TURMAS DO SUPREMO TRIBUNAL
FEDERAL AINDA QUE SEM RESSALVA, NÃO PREJUDICA A QUESTÃO DO CABIMENTO DO
RECURSO EXTRAORDINÁRIO.
SÚMULA Nº 290: NOS EMBARGOS DA LEI 623, DE 19/2/1949 (DE DIVERGÊNCIA), A PROVA DE
DIVERGÊNCIA FAR-SE-Á POR CERTIDÃO, OU MEDIANTE INDICAÇÃO DO "DIÁRIO DA JUSTIÇA"
OU DE REPERTÓRIO DE JURISPRUDÊNCIA AUTORIZADO, QUE A TENHA PUBLICADO, COM A
TRANSCRIÇÃO DO TRECHO QUE CONFIGURE A DIVERGÊNCIA, MENCIONADAS AS
CIRCUNSTÂNCIAS QUE IDENTIFIQUEM OU ASSEMELHEM OS CASOS CONFRONTADOS.
OBS: Válida, com a atualização do seu texto. A Lei 623/49 já foi revogada, razão pela qual se deve ler esta
súmula como se ela estivesse tratando dos embargos de divergência previstos no CPC.
O entendimento exposto na súmula é aplicável aos atuais embargos de divergência existentes no CPC. No
entanto, apesar disso, trata-se de enunciado de pouca importância, considerando que o tema é tratado, de
forma mais completa e detalhada, no art. 1.029, § 1º, do CPC 2015, nos arts. 255 e 266 do RISTJ e no art. 331
do RISTF. Por isso, pouco se vê essa súmula sendo citada na prática.
SÚMULA Nº 291: NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO PELA LETRA "D" DO ART. 101, III, DA
CONSTITUIÇÃO, A PROVA DO DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL FAR-SE-Á POR CERTIDÃO, OU
MEDIANTE INDICAÇÃO DO "DIÁRIO DA JUSTIÇA" OU DE REPERTÓRIO DE JURISPRUDÊNCIA
AUTORIZADO, COM A TRANSCRIÇÃO DO TRECHO QUE CONFIGURE A DIVERGÊNCIA,
MENCIONADAS AS CIRCUNSTÂNCIAS QUE IDENTIFIQUEM OU ASSEMELHEM OS CASOS
CONFRONTADOS. (SUPERADA)
OBS: Superada. Tal competência passou a ser do STJ, em julgamento de recurso especial, sendo
disciplinada pelo art. 1029, §1º do NCPC:
Art. 1.029. O recurso extraordinário e o recurso especial, nos casos previstos na Constituição
Federal, serão interpostos perante o presidente ou o vice-presidente do tribunal recorrido,
em petições distintas que conterão:
I - a exposição do fato e do direito;
II - a demonstração do cabimento do recurso interposto;
III - as razões do pedido de reforma ou de invalidação da decisão recorrida.
§ 1o Quando o recurso fundar-se em dissídio jurisprudencial, o recorrente fará a prova da
divergência com a certidão, cópia ou citação do repositório de jurisprudência, oficial ou
credenciado, inclusive em mídia eletrônica, em que houver sido publicado o acórdão
divergente, ou ainda com a reprodução de julgado disponível na rede mundial de
computadores, com indicação da respectiva fonte, devendo-se, em qualquer caso,
mencionar as circunstâncias que identifiquem ou assemelhem os casos confrontados.
OBS: O art. 101, III acima mencionado refere-se à CF/1946. Atualmente, corresponde aos arts. 102, III e
105, III, da CF/88. O STJ aplica, por analogia, as Súmulas 292 e 528 do STF para o recurso especial.
Assim, a admissão parcial do recurso especial pelo Tribunal de origem não é empecilho para sua integral
análise pelo STJ, sendo desnecessária a interposição de agravo de instrumento (AgRg no Ag 1126245/SP, j.
28/5/13).
OBS: O CPC/15 acabou com os embargos infringentes no processo civil. No entanto, este enunciado ainda
pode ser aplicado nos processos criminais, uma vez que são regidos pela regra do art. 609 do CPP.
SÚMULA Nº 297: OFICIAIS E PRAÇAS DAS MILÍCIAS DOS ESTADOS, NO EXERCÍCIO DE FUNÇÃO
POLICIAL CIVIL, NÃO SÃO CONSIDERADOS MILITARES PARA EFEITOS PENAIS, SENDO
COMPETENTE A JUSTIÇA COMUM PARA JULGAR OS CRIMES COMETIDOS POR OU CONTRA ELES.
(SUPERADA)
SÚMULA Nº 300: SÃO INCABÍVEIS OS EMBARGOS DA LEI 623, DE 19/2/1949 (atuais EMBARGOS DE
DIVERGÊNCIA), CONTRA PROVIMENTO DE AGRAVO PARA SUBIDA DE RECURSO
EXTRAORDINÁRIO.
OBS: Válida, com atualização do seu texto. A Lei 623/49 já foi revogada, razão pela qual se deve ler esta
Súmula como se ela estivesse tratando dos embargos de divergência previstos no CPC. O entendimento
exposto na súmula é aplicável aos atuais embargos de divergência existentes no CPC.
OBS: Cancelada pelo STF no julgamento do RHC 49038 (DJ 19/11/1971). O cancelamento da Súmula 301
do STF significa que o prefeito pode ser denunciado, processado e condenado pelos crimes do DL 201/67
mesmo que continue no cargo. O processo penal pode seguir seu curso normalmente mesmo que ele não
sofra impeachment.
SÚMULA Nº 303: NÃO É DEVIDO O IMPOSTO FEDERAL DE SELO EM CONTRATO FIRMADO COM
AUTARQUIA ANTERIORMENTE À VIGÊNCIA DA EMENDA CONSTITUCIONAL 5, DE 21/11/1961.
(SUPERADA)
OBS: Válida. Se for discutido o mérito da demanda pela via mandamental, opera-se a coisa julgada, não
sendo possível o reexame do tema por meio de ação própria (STJ AgRg no REsp 1198803/DF, j. 6/10/11).
OBS: Válida, mas pouco relevante. Quando a Súmula fala em “desquite”, devemos entender separação,
divórcio ou dissolução de união estável.
SÚMULA Nº 320: A APELAÇÃO DESPACHADA PELO JUIZ NO PRAZO LEGAL NÃO FICA
PREJUDICADA PELA DEMORA DA JUNTADA, POR CULPA DO CARTÓRIO.
OBS: Válida. Apesar de a Súmula mencionar a apelação, vale para todo e qualquer recurso.
OBS: A Fazenda Pública deverá cobrar os tributos em débito mediante os meios judiciais (execução fiscal)
ou extrajudiciais (lançamento tributário, protesto de CDA) legalmente previstos. O Fisco possui, portanto,
instrumentos legais para satisfazer seus créditos.
Justamente por isso, a Administração Pública não pode fazer a cobrança do tributo por meios indiretos,
impedindo, cerceando ou dificultando a atividade econômica desenvolvida pelo contribuinte devedor.
Quando isso ocorre, a jurisprudência afirma que o Poder Público aplicou “sanções políticas”, ou seja,
formas "enviesadas de constranger o contribuinte, por vias oblíquas, ao recolhimento do crédito
tributário” (STF ADI 173). Exs: apreensão de mercadorias, não liberação de documentos, interdição de
estabelecimentos.
A cobrança do tributo por vias oblíquas (sanções políticas) é rechaçada por quatro súmulas do STF (nºs:
70, 323 e 547) e STJ (nº 127).
##Atenção: ##CESPE: ##AGU-2015: Segundo o STJ: “(...) A retenção de mercadorias como meio
coercitivo para o pagamento de tributos é providência ilegal, rechaçada pelo STJ e STF, nos termos das
Súmulas 70, 323 e 547/STF." (STJ, AgRg no REsp 1259736/PR, Rel. Min. Herman Benjamin, 2ª Turma, DJe de
03/10/11). Do mesmo modo, o STJ assim se pronunciou: “(...) O Fisco não pode utilizar-se da retenção de
mercadoria importada como forma de impor o recebimento da diferença de tributo ou exigir caução para
liberar a mercadoria. Aplicação analógica da Súmula 323 do STF." (STJ, REsp 1333613/RS, Rel. Min. Eliana
Calmon, 2ª Turma, DJe de 22/08/2013).
##Atenção: ##STJ: ##DOD: ##Concurso TRF4: A retenção de mercadoria importada até o pagamento
dos direitos antidumping não viola o enunciado da Súmula 323 do STF.A exigência do pagamento dos
direitos antidumping como condição para a liberação das mercadorias importadas não significa
apreensão, mas tão somente a sua retenção enquanto se aguarda o desembaraço aduaneiro. A retenção
das mercadorias trazidas para o Brasil e a exigência de recolhimento dos tributos e multa é um
procedimento que integra a operação de importação. STJ. 1ª Turma. REsp 1728921-SC, Rel. Min. Regina
Helena Costa, j. 16/10/2018 (Info 636).
OBS: Polêmica. Vide Súmula 114-TST: “É inaplicável na Justiça do Trabalho a prescrição intercorrente”.
OBS: Válida. É o mesmo sentido da Súmula 624-STF: “NÃO COMPETE AO SUPREMO TRIBUNAL
FEDERAL CONHECER ORIGINARIAMENTE DE MANDADO DE SEGURANÇA CONTRA ATOS DE
OUTROS TRIBUNAIS”.
OBS: Válida, mas há ressalvas. A cláusula que estipula a eleição de foro em contrato de adesão é válida,
salvo se demonstrada a hipossuficiência ou a inviabilização do acesso ao Poder Judiciário (STJ, Resp
1299422/MA, j. 06/08/13).
OBS: Não se tratando de contrato de adesão e nem de contrato regido pelo CDC, não havendo
circunstância alguma de fato da qual se pudesse inferir a hipossuficiência intelectual ou econômica das
recorridas, deve ser observado o foro de eleição estabelecido no contrato” (STJ REsp 1263387/PR, j.
04/06/13).
SÚMULA Nº 339: NÃO CABE AO PODER JUDICIÁRIO, QUE NÃO TEM FUNÇÃO LEGISLATIVA,
AUMENTAR VENCIMENTOS DE SERVIDORES PÚBLICOS SOB FUNDAMENTO DE ISONOMIA.
OBS: O entendimento acima continua válido, mas foi aprovada a SV 37 com o mesmo teor.
OBS: Válida. Vale ressaltar que a Súmula está se referindo ao CC/1916. Atualmente, a usucapião é
prevista nos arts. 183, §3º e 191, § único da CF/88 e no art. 102 do CC/02.
(TJAL-2015-FCC): No ano de 1963, o STF adotou, em sua Súmula, o seguinte enunciado, sob o n° 340:
“Desde a vigência do Código Civil, os bens dominicais, como os demais bens públicos, não podem ser adquiridos por
usucapião”. Independentemente de eventual opinião doutrinária minoritária em sentido contrário, tal
conclusão, atualmente, resta compatível com o direito vigente, eis que a CF/88 prevê a não sujeição à
usucapião dos bens públicos imóveis, e o CC/02 prevê a mesma não sujeição quanto aos bens públicos em
geral, sem excepcionar os dominicais. BL: S. 340 do STF, art. 102, CC e arts. 183, §3º e 191 da CF/88.
OBS: Ainda como garantia decorrente dos privilégios estatais, seus bens não se sujeitam a usucapião,
gozando da prerrogativa de imprescritibilidade. Essa norma está estampada no art. 102 do CC, que
estabelece genericamente que os bens públicos não se sujeitam à usucapião e também no art. 200, do
Decreto lei 9.760/46, que trata da imprescritibilidade de bens imóveis. Ainda nesses termos, o art. 183, §3°
e art. 191, § único, CF/88 define que "Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião”.
(TJMS-2015-VUNESP): Os bens públicos dominicais não estão sujeitos à prescrição aquisitiva. BL: art. 102
do CC; S. 340, STF; arts. 183 e 191 da CF/88.
OBS: Superada. A súmula dizia que essa responsabilidade era com culpa presumida (havia uma
presunção relativa de que o patrão ou comitente agiu com culpa).
Ocorre que, com o CC/02, a responsabilidade do empregador ou comitente pelos atos de seus
empregados, serviçais e prepostos passou a ser OBJETIVA (art. 932, III c/c art. 933 do CC-2002).
No sistema da culpa presumida, há uma inversão do ônus da prova, mas ainda é possível se discutir
culpa. Já na responsabilidade objetiva, não há discussão de culpa.
Enunciado 451 da Jornada de Direito Civil: “Arts. 932 e 933: A responsabilidade civil por ato de terceiro funda-
se na responsabilidade objetiva ou independente de culpa, estando superado o modelo de culpa presumida.”
OBS: Prevalece que a súmula não está mais válida tendo em vista a previsão contida no art. 966, V, § 5" e
no art. 525, § 15 do CPC/15:
Art. 966. A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando:
V - violar manifestamente norma jurídica; (...)
§ 5° Cabe ação rescisória, com fundamento no inciso V do caput deste artigo, contra decisão
baseada em enunciado de súmula ou acórdão proferido em julgamento de casos repetitivos
que não tenha considerado a existência de distinção entre a questão discutida no processo e o
padrão decisório que lhe deu fundamento.
§ 15. Se a decisão referida no § 12 for proferida após o trânsito em julgado da decisão
exequenda, caberá ação rescisória, cujo prazo será contado do trânsito em julgado da decisão
proferida pelo Supremo Tribunal Federal.
Fredie Didier defende que a Súmula 343-5TF continua válida em uma hipótese:
a) Divergência na interpretação do Direito entre Tribunais, sem que existisse, ao tempo da
prolação da decisão rescindenda, precedente vinculante do STF ou STJ (art. 927. CPC) sobre o
tema: não há direito à rescisão, pois não se configura a manifesta violação de norma jurídica.
Aplica-se o n 343 da súmula do STF.
b) Divergência na interpretação do Direito entre tribunais, sem que existisse, ao tempo da
prolação da decisão rescindenda, precedente vinculante do STF ou STJ (art. 927. CPC) sobre o
tema; após o trânsito em julgado, sobrevém precedente obrigatório do tribunal superior:
observado o prazo da ação rescisória, há direito à rescisão, com base nesse novo precedente,
para concretizar o princípio da unidade do Direito e a igualdade. Note que o § 15 do art. 525,
examinado mais à frente, reforça a tese de que cabe ação rescisória para fazer prevalecer
posicionamento de tribunal superior formado após a coisa julgada.
OBS: Trata-se do princípio da autotutela (ou poder de autotutela). Vale ressaltar que, se a invalidação do
ato administrativo repercute no campo de interesses individuais, faz-se necessária a instauração de
procedimento administrativo que assegure o devido processo legal e a ampla defesa (STF RMS 31661/DF, j.
10/12/2013).
OBS: Há polêmica, mas prevalece, na doutrina, que a súmula continua sendo válida. Vale ressaltar que o
Min. Gilmar Mendes já se mostrou contrário à subsistência do enunciado, ao proferir decisão monocrática
no MS 25888 MC/DF, em 22/03/2006. O Plenário do STF ainda não se manifestou sobre o tema.
SÚMULA Nº 351: É NULA A CITAÇÃO POR EDITAL DE RÉU PRESO NA MESMA UNIDADE DA
FEDERAÇÃO EM QUE O JUIZ EXERCE A SUA JURISDIÇÃO. (TJSE-2008) (TJPE-2011)
(TJMG-2018-Consulplan): A nulidade decorrente da citação, por edital, de réu preso só será verificada se o
denunciado estiver custodiado no mesmo estado em que atuar o Juiz processante. BL: S. 351, STF.
SÚMULA Nº 352: NÃO É NULO O PROCESSO PENAL POR FALTA DE NOMEAÇÃO DE CURADOR AO
RÉU MENOR QUE TEVE A ASSISTÊNCIA DE DEFENSOR DATIVO. (SUPERADA)
SÚMULA Nº 353: SÃO INCABÍVEIS OS EMBARGOS DA LEI 623, DE 19/2/1949 (DE DIVERGÊNCIA),
COM FUNDAMENTO EM DIVERGÊNCIA ENTRE DECISÕES DA MESMA TURMA DO SUPREMO
TRIBUNAL FEDERAL. (SUPERADA)
OBS: Antes do CPC 2015, dizia-se que esta súmula era válida, com a atualização do seu texto. Isso porque a
Lei 623/49 já foi revogada, devendo esse enunciado ser lido como se estivesse tratando dos embargos de
divergência previstos no CPC. Assim, na égide do CPC 1973, entendia-se que, para que os embargos de
divergência fossem conhecidos, seria necessário que o acórdão paradigma fosse do mesmo Tribunal, mas
de outra turma ou seção. A isso se chamava de “diversidade orgânica”.
Esta súmula encontra-se superada, no entanto, pelo CPC 2015 (Enunciado n° 232 do Fórum Permanente de
Processualistas Civis). Isso porque agora o novo CPC prevê expressamente o seguinte:
Art. 1.043 (...) § 3º Cabem embargos de divergência quando o acórdão paradigma for da
mesma turma que proferiu a decisão embargada, desde que sua composição tenha sofrido
alteração em mais da metade de seus membros.
OBS: O CPC 2015 acabou com os embargos infringentes no processo civil. No entanto, este enunciado
ainda pode ser aplicado nos processos criminais, uma vez que são regidos pela regra do art. 609 do CPP.
OBS: Válida. Na AI 432884 QO, a 1ª Turma do STF afirmou que a presente súmula não vale mais no
processo civil, tendo em vista a alteração promovida no art. 498 do CPC pela Lei 10.352/01. No entanto, os
Ministros decidiram que o enunciado ainda deve ser aplicado nos processos criminais, uma vez que são
regidos pela regra do art. 609 do CPP. Em suma, a Súmula 355-STF vale para o processo penal, mas não é
aplicada no processo civil.
SÚMULA Nº 356: O PONTO OMISSO DA DECISÃO, SOBRE O QUAL NÃO FORAM OPOSTOS
EMBARGOS DECLARATÓRIOS, NÃO PODE SER OBJETO DE RECURSO EXTRAORDINÁRIO, POR
FALTAR O REQUISITO DO PREQUESTIONAMENTO. (MPSE-2010) (MPBA-2010) (Cartórios/TJDFT-
2014) (PGM-Niterói/RJ-2014)
OBS: Vale ressaltar que os embargos de declaração opostos com o objetivo de fazer o prequestionamento
não têm caráter protelatório (Súmula 98 do STJ).
Vale ressaltar, no entanto, que, de fato, ainda hoje, não existe prazo (decadencial ou prescricional) para o
ajuizamento de ADI, ADC ou ADPF.
OBS: Válida, mas deve ser feita uma ressalva: o Enunciado 361/STF é aplicável apenas nos casos em que a
perícia for realizada por peritos não oficiais.
Se a perícia for realizada por perito não oficial: serão necessários dois peritos não oficiais.
Assim, para que a perícia seja válida, é necessário que ela seja realizada: a) por um perito oficial; ou b) por
dois peritos não oficiais.
SÚMULA Nº 362: A CONDIÇÃO DE TER O CLUBE SEDE PRÓPRIA PARA A PRÁTICA DE JOGO LÍCITO
NÃO O OBRIGA A SER PROPRIETÁRIO DO IMÓVEL EM QUE TEM SEDE. (SUPERADA)
SÚMULA Nº 365: PESSOA JURÍDICA NÃO TEM LEGITIMIDADE PARA PROPOR AÇÃO POPULAR.
(PGECE-2008) (MPRO-2008) (TJAP-2009) (Cartórios/TJCE-2011) (TCM/BA-2011) (TJBA-2012) (TJAC-2012)
(MPPR-2012) (MPTO-2012) (MPAL-2012) (DPESC-2012) (MPF-2013) (TCEGO-2014) (Anal. Legisl.-Câm.
Deputados/2014) (Anal. Judic./TRT11-2017)
OBS: Somente é legitimado para propor a ação popular o cidadão (art. 5°, LXXIII, da CF/88).
(TJMG-2008): Bola Sete Ltda. ajuizou ação popular contra o Município de Belo Horizonte para pleitear a
anulação de ato lesivo ao patrimônio municipal consistente em deferir à empresa “Dona da Bola”,
mediante decreto, a exploração de todos os bares e restaurantes existentes nos parques municipais, sem,
entretanto, promover a necessária licitação. O MM. Juiz indeferiu a inicial. Recorreu a autora, alegando: 1)
que o ato administrativo é claramente ilegal e praticado com desvio de finalidade; 2) que o Município não
observou a forma legal para a edição do decreto; e 3) que não lhe pode ser tolhido o direito de disputar,
em licitação regular, a prestação dos referidos serviços. Segundo os fatos acima relatados, assinale a
alternativa que representa o resultado a que chegou o Tribunal: confirmou a decisão de origem. BL: art.
1º, §3º da LAP e Súmula 365 do STF.
OBS: No caso, a ação popular foi proposta por pessoa jurídica ("Bola Sete Ltda"). Portanto, está correto o
indeferimento da inicial, extinguindo o processo sem resolução do mérito.
SÚMULA Nº 366: NÃO É NULA A CITAÇÃO POR EDITAL QUE INDICA O DISPOSITIVO DA LEI
PENAL, EMBORA NÃO TRANSCREVA A DENÚNCIA OU QUEIXA, OU NÃO RESUMA OS FATOS EM
QUE SE BASEIA. (TJSP-2017)
Ressalte-se, entretanto, que o Decreto-Lei 394/38 foi revogado e que a matéria é agora tratada pelos arts.
92 e 93 da Lei de Migração, que estabelecem o prazo de 60 dias para que o Estado requerente retire o
extraditando do território nacional.
Assim, julgada procedente a extradição e autorizada a entrega pelo órgão competente do Poder Executivo,
esse ato será comunicado por via diplomática ao Estado requerente, que, no prazo de 60 dias da
comunicação, deverá retirar o extraditando do território nacional.
Se o Estado requerente não retirar o extraditando do território nacional neste prazo, ele será posto em
liberdade, sem prejuízo de outras medidas aplicáveis.
OBS: O CPC/15 acabou com os embargos infringentes no processo civil. No entanto, este enunciado ainda
pode ser aplicado nos processos criminais, uma vez que são regidos pela regra do art. 609 do CPP.
OBS: A matéria agora é disciplinada pela Súmula 13 do STJ: “A DIVERGÊNCIA ENTRE JULGADOS DO
MESMO TRIBUNAL NÃO ENSEJA RECURSO ESPECIAL.”
SÚMULA Nº 371: FERROVIÁRIO, QUE FOI ADMITIDO COMO SERVIDOR AUTÁRQUICO, NÃO TEM
DIREITO A DUPLA APOSENTADORIA.
SÚMULA Nº 374: NA RETOMADA PARA CONSTRUÇÃO MAIS ÚTIL, NÃO É NECESSÁRIO QUE A
OBRA TENHA SIDO ORDENADA PELA AUTORIDADE PÚBLICA.
SÚMULA Nº 375: NÃO RENOVADA A LOCAÇÃO REGIDA PELO DECRETO 24150, DE 20/4/1934,
APLICA-SE O DIREITO COMUM E NÃO A LEGISLAÇÃO ESPECIAL DO INQUILINATO. (SUPERADA)
Assim decidiu o STJ: “nas hipóteses de casamento sob o regime da separação legal, os consortes, por força
da Súmula n° 377/STF, possuem o interesse pelos bens adquiridos onerosamente ao longo do casamento”
(REsp 1163074/PB, j. 15/12/2009).
SÚMULA Nº 382: A VIDA EM COMUM SOB O MESMO TETO, "MORE UXORIO", NÃO É
INDISPENSÁVEL À CARACTERIZAÇÃO DO CONCUBINATO (“UNIÃO ESTÁVEL”).
OBS: Concursos da magistratura estadual, MP e DPE. Válida, mas é necessária uma atualização da
expressão “concubinato”, empregada no texto. Onde se lê “concubinato”, deve-se entender “união estável”.
O termo concubinato, atualmente, é reservado apenas para o relacionamento entre duas pessoas no qual
pelo menos uma delas é impedida de casar (art. 1727 do CC).
OBS: O que a súmula quer dizer: a vida em comum sob o mesmo teto, também chamada de coabitação, não
é indispensável à caracterização da união estável. Logo, é possível que haja o reconhecimento da união
estável, mesmo que não haja a coabitação entre as partes (STJ, AgRg no AREsp 59256/SP, j. 18/09/13).
OBS: Concursos de advocacia pública. Normalmente, no direito em geral, quando o prazo prescricional é
interrompido, ele volta a correr do zero, ou seja, reinicia-se o prazo. A fazenda pública, no entanto, goza de
um benefício quanto a este aspecto. Se o prazo prescricional para ajuizar ação contra a fazenda pública é
interrompido, ele voltará a correr pela metade do tempo. Ex: João sofreu um ato ilícito praticado pelo
Estado em 2004. Logo ele teria até 2009 para ajuizar a ação de indenização. Em 2008, ocorre algum fato que
interrompe a prescrição (art. 202, CC). Isso significa que o prazo de João para ajuizar a ação será reiniciado,
mas não integralmente e sim pela metade. Dessa forma, João terá mais 2 anos e 6 meses para ajuizar a ação.
Esse privilégio da Fazenda Pública (bastante criticável) está previsto no art. 9º do Dec 20.910/32.
SÚMULA Nº 385: OFICIAL DAS FORÇAS ARMADAS SÓ PODE SER REFORMADO, EM TEMPO DE PAZ,
POR DECISÃO DE TRIBUNAL MILITAR PERMANENTE, RESSALVADA A SITUAÇÃO ESPECIAL DOS
ATINGIDOS PELO ART. 177 DA CONSTITUIÇÃO DE 1937. (SUPERADA).
SÚMULA Nº 386: PELA EXECUÇÃO DE OBRA MUSICAL POR ARTISTAS REMUNERADOS É DEVIDO
DIREITO AUTORAL, NÃO EXIGÍVEL QUANDO A ORQUESTRA FOR DE AMADORES. (SUPERADA,
segundo o DIZER O DIREITO)
(Anal. Judic./STJ-2015-CESPE): Uma banda formada por músicos amadores não remunerados estará
dispensada do pagamento de direitos autorais em razão da execução de obra musical alheia. BL: Súmula
386, STF.
OBS: Para o site Dizer o Direito esta súmula encontra-se superada. Entretanto, ela foi cobrada em concurso
da CESPE, em 2015, para concursos no âmbito do STJ.
SÚMULA Nº 387: A CAMBIAL EMITIDA OU ACEITA COM OMISSÕES, OU EM BRANCO, PODE SER
COMPLETADA PELO CREDOR DE BOA-FÉ ANTES DA COBRANÇA OU DO PROTESTO. (TJPB-2011)
(TJSP-2015)
SÚMULA Nº 388: O CASAMENTO DA OFENDIDA COM QUEM NÃO SEJA O OFENSOR FAZ CESSAR A
QUALIDADE DO SEU REPRESENTANTE LEGAL, E A AÇÃO PENAL SÓ PODE PROSSEGUIR POR
INICIATIVA DA PRÓPRIA OFENDIDA, OBSERVADOS OS PRAZOS LEGAIS DE DECADÊNCIA E
PEREMPÇÃO (REVOGADA). (CANCELADA pelo STF no j. do HC 53.777)
OBS: Quando a súmula fala em recurso extraordinário, deve-se ler, atualmente, recurso especial. Isso
porque o enunciado é anterior à CF/88, época em que as questões federais eram também decididas pelo
STF por meio de recurso extraordinário.
OBS: O STJ possui entendimento pacífico no sentido de que, em regra, não se pode discutir a revisão de
honorários advocatícios por meio de recurso especial, salvo nos casos em que estes foram fixados em
valores irrisórios ou exorbitantes (AgRg no AREsp 365.889/RS, julgado em 22/10/2013).
SÚMULA Nº 390: A EXIBIÇÃO JUDICIAL DE LIVROS COMERCIAIS PODE SER REQUERIDA COMO
MEDIDA PREVENTIVA.
SÚMULA Nº 391: O CONFINANTE CERTO DEVE SER CITADO, PESSOALMENTE, PARA A AÇÃO DE
USUCAPIÃO. (TRF2-2014)
OBS: Válida, mas o CPC previu uma exceção a essa regra. Veja o que diz o art. 246, §3º do CPC 2015:
§ 3o Na ação de usucapião de imóvel, os confinantes serão citados pessoalmente, exceto
quando tiver por objeto unidade autônoma de prédio em condomínio, caso em que tal
citação é dispensada.
SÚMULA Nº 392: O PRAZO PARA RECORRER DE ACÓRDÃO CONCESSIVO DE SEGURANÇA
CONTA-SE DA PUBLICAÇÃO OFICIAL DE SUAS CONCLUSÕES, E NÃO DA ANTERIOR CIÊNCIA À
AUTORIDADE PARA CUMPRIMENTO DA DECISÃO. (AGU-2004)
OBS: Cancelada pelo STF, em 25/8/99, no lnq 687QO. Desde essa data, o STF passou a entender que a
CF/88 somente garante foro por prerrogativa de função às pessoas que, no momento do julgamento,
estejam no exercício do cargo. Ex: Senador praticou o crime enquanto estava no cargo. Seu foro privativo é
o STF. Antes de ser julgado, acabou seu mandato. Como deixou de ser Senador, não poderá mais ser
julgado pelo STF, devendo seu processo ser apreciado em primeira instância, como qualquer outra pessoa.
SÚMULA Nº 395: NÃO SE CONHECE DE RECURSO DE "HABEAS CORPUS" CUJO OBJETO SEJA
RESOLVER SOBRE O ÔNUS DAS CUSTAS, POR NÃO ESTAR MAIS EM CAUSA A LIBERDADE DE
LOCOMOÇÃO.
SÚMULA Nº 396: PARA A AÇÃO PENAL POR OFENSA À HONRA, SENDO ADMISSÍVEL A EXCEÇÃO
DA VERDADE QUANTO AO DESEMPENHO DE FUNÇÃO PÚBLICA, PREVALECE A COMPETÊNCIA
ESPECIAL POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO, AINDA QUE JÁ TENHA CESSADO O EXERCÍCIO
FUNCIONAL DO OFENDIDO. (SUPERADA)
OBS: Válida. Ex.: Se ocorrer um homicídio dentro do Plenário do Senado Federal, a atribuição para lavrar o
auto de prisão em flagrante e realizar o inquérito é da Polícia Legislativa Federal (e não da Polícia Federal).
SÚMULA Nº 399: NÃO CABE RECURSO EXTRAORDINÁRIO (leia-se: ESPECIAL), POR VIOLAÇÃO DE
LEI FEDERAL, QUANDO A OFENSA ALEGADA FOR A REGIMENTO DE TRIBUNAL. (MPRO-2008)
(MPF-2012)
OBS: Válida, mas deve ser feita uma ressalva: quando a súmula fala em recurso extraordinário, deve-se
ler, atualmente, recurso especial. Isso porque o enunciado é anterior à CF/88, época em que as questões
federais eram também decididas pelo STF por meio de recurso extraordinário.
OBS: "Inviável a análise, em recurso especial, do preceito regimental, pois não se enquadra no conceito de
lei federal, por aplicação analógica da Súmula 399/STF" (REsp 1316889/RS, j. 19/9/13).
SÚMULA Nº 400: DECISÃO QUE DEU RAZOÁVEL INTERPRETAÇÃO À LEI, AINDA QUE NÃO SEJA A
MELHOR, NÃO AUTORIZA RECURSO EXTRAORDINÁRIO (leia-se: ESPECIAL), PELA LETRA "A" DO
ART. 101, III, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL.
OBS: Polêmico. A maioria da doutrina afirma que este enunciado está superado, mas apesar disso
encontramos ainda julgados do STJ aplicando seu raciocínio (ex: AgRg no Ag 1009915/RS).
OBS: Ainda que seja aplicada essa súmula, devem ser feitas duas ressalvas:
Quando a súmula fala em recurso extraordinário, deve-se ler, atualmente, recurso especial. Isso
porque o enunciado é anterior à CF/88, época em que as questões federais eram também decididas
pelo STF por meio de recurso extraordinário.
O art. 101, III acima mencionado refere-se à CF/1946. Na CF/88 corresponde ao art. 105, III.
OBS: Atenção: no caso debates constitucionais, não se aplica essa súmula 400 do STF:
"Temas de índole constitucional não se expõem, em função da própria natureza
de que se revestem, a incidência do enunciado 400 da Súmula do STF. Essa
formulação sumular não tem qualquer pertinência e aplicabilidade às causas que
veiculem, perante o STF, em sede recursal extraordinária, questões de direito
constitucional positivo. Em uma palavra: em matéria constitucional não há que
cogitar de interpretação razoável. A exegese de preceito inscrito na Constituição
da República, muito mais do que simplesmente razoável, há de ser juridicamente
correta." (AI 145680 AgR, julgado em 13/04/1993).
OBS: Superada pela Súmula 333 do TST: “Não ensejam recurso de revista decisões superadas por iterativa,
notória e atual jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho”.
SÚMULA Nº 407: NÃO TEM DIREITO AO TERÇO DE CAMPANHA O MILITAR QUE NÃO
PARTICIPOU DE OPERAÇÕES DE GUERRA, EMBORA SERVISSE NA "ZONA DE GUERRA".
SÚMULA Nº 409: AO RETOMANTE, QUE TENHA MAIS DE UM PRÉDIO ALUGADO, CABE OPTAR
ENTRE ELES, SALVO ABUSO DE DIREITO.
OBS: Válida, apesar de ter sido editada sob a égide do CC/16. Veja a redação do art. 1379 do CC/02.
Art. 1.379. O exercício incontestado e contínuo de uma servidão aparente, por dez anos, nos
termos do art. 1.242, autoriza o interessado a registrá-la em seu nome no Registro de Imóveis,
valendo-lhe como título a sentença que julgar consumado a usucapião.
Parágrafo único. Se o possuidor não tiver título, o prazo da usucapião será de vinte anos.
OBS: O que essa súmula quer dizer é que é possível a restituição de dinheiro que esteja em poder do falido,
mas em nome de outrem, sendo indisponível por força de lei ou contrato. Quanto à indisponibilidade por
força de contrato, essa Súmula tem aplicabilidade naqueles contratos em que não há transferência de
titularidade sobre a quantia em dinheiro, como no mandato, ou em contratos que instituam patrimônio de
afetação, nas hipóteses taxativamente autorizadas pela lei.
(TJPA-2008-FGV): A adoção da teoria do "pentapartite" pelo STF implica a adoção de cinco modalidades de
tributos previstos na Constituição Federal. Em conseqüência, a Súmula 418 do STF, que dispõe que "o
empréstimo compulsório não é tributo, e sua arrecadação não está sujeita à exigência constitucional de
prévia autorização orçamentária", perdeu sua eficácia. BL: Súmula 418, STF.
OBS: Válida, em parte. A parte riscada não é válida. Isso porque não é da competência dos Estados-
membros legislar sobre horário do comércio local. Já no que tange a leis federais, eventualmente, poderão
legislar sobre horário de funcionamento se a questão não for apenas de interesse local (vide Súmula 19 do
STJ: “A fixação do horário bancário, para atendimento ao público, é da competência da União”.).
OBS: Segundo o art. 216-D, III, do RISTJ, para que a sentença estrangeira possa ser homologada no Brasil
exige-se que ela tenha transitado em julgado. Ocorre que o STJ decidiu recentemente que esse inciso III
do art. 216-D do RISTJ foi tacitamente revogado pelo CPC/2015. Isso porque o novo CPC previu os
requisitos para a homologação da sentença estrangeira e, em vez de exigir o trânsito em julgado, afirmou
que basta que a sentença estrangeira seja eficaz no país de origem. Confira:
Art. 963. Constituem requisitos indispensáveis à homologação da decisão: (...)
III - ser eficaz no país em que foi proferida;
Desse modo, conforme entendeu o STJ, o CPC/2015, ao exigir que a sentença estrangeira seja apenas
“eficaz” no país em que foi proferida, teria deixado de exigir o trânsito em julgado. Essa é a posição
também de parcela significativa da doutrina: GAJARDONI, Fernando da Fonseca; DELLORE, Luiz;
ROQUE, André Vasconcelos; OLIVEIRA JR., Zulmar. Execução e recursos: comentários ao CPC de 2015.
São Paulo: Método, 2017. p. 754). Com esse julgado, fica superada a Súmula 420 do STF.
Em suma: Com a entrada em vigor do CPC/2015, tornou-se necessário que a sentença estrangeira esteja
eficaz no país de origem para sua homologação no Brasil. O art. 963, III, do CPC/2015, não mais exige que a
decisão judicial que se pretende homologar tenha transitado em julgado, mas apenas que ela seja eficaz
em seu país de origem, tendo sido tacitamente revogado o art. 216-D, III, do RISTJ. STJ. Corte Especial. SEC
14.812-EX, Rel. Min. Nancy Andrighi, j. 16/5/18 (Info 626).
OBS: Importante. Não obsta a extradição o fato de o súdito estrangeiro ser casado ou viver em união
estável com pessoa de nacionalidade brasileira, ainda que, com esta, possua filho brasileiro. A Súmula
421/STF revela-se compatível com a vigente Constituição da República, pois, em tema de cooperação
internacional na repressão a atos de criminalidade comum, a existência de vínculos conjugais e/ou
familiares com pessoas de nacionalidade brasileira não se qualifica como causa obstativa da extradição.
(STF. Plenário. Ext 1201, Rel. Min. Celso de Mello, j. 17/2/11).
OBS: Válida. A sentença que aplica medida de segurança ao réu é considerada como absolutória
imprópria (art. 386, parágrafo único, III, do CPP).
SÚMULA Nº 423: NÃO TRANSITA EM JULGADO A SENTENÇA POR HAVER OMITIDO O RECURSO
"EX OFFICIO", QUE SE CONSIDERA INTERPOSTO "EX LEGE". (PGEAC-2012) (Anal./TJRO-2012)
OBS: Importante. Deve ser feita, contudo, uma observação: o reexame necessário não possui natureza
jurídica de recurso. É tecnicamente incorreto denominar o instituto de “recurso ex officio”, “recurso de
ofício” ou “recurso obrigatório”. Tais nomenclaturas estão, atualmente, superadas.
OBS: Válida, mas com ressalva. Segundo o entendimento majoritário na jurisprudência, a Súmula 424 do
STF continua em vigor, salvo para as hipóteses previstas no art. 485, §3º do NCPC, em que não ocorre a
preclusão.
Conforme precedentes do STJ, as questões de ordem pública apreciadas apenas em 1° grau de jurisdição,
por ocasião do despacho saneador, não se tornam preclusas em razão da ausência de recurso contra esta
decisão, motivo pelo qual podem ser suscitadas na apelação, devendo ser apreciadas pelo tribunal (REsp
261.651/PR, j.03/05/2005). Esse entendimento é criticado por alguns doutrinadores, como Fredie Didier
(ob. cit., p. 593).
SÚMULA Nº 425: O AGRAVO DESPACHADO NO PRAZO LEGAL NÃO FICA PREJUDICADO PELA
DEMORA DA JUNTADA, POR CULPA DO CARTÓRIO; NEM O AGRAVO ENTREGUE EM CARTÓRIO
NO PRAZO LEGAL, EMBORA DESPACHADO TARDIAMENTE.
OBS: Válida. Apesar de a Súmula mencionar o agravo, vale para todo e qualquer recurso.
OBS: Válida. Apesar de a Súmula mencionar a apelação, vale para todo e qualquer recurso.
OBS: Válida. Lei n° 12.016/2009. “Art. 5° Não se concederá mandado de segurança quando se tratar: l – de ato do
qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo, independentemente de caução.”
(MPRO-2008-CESPE): Segundo o entendimento firmado pelo STF, o pedido de reconsideração do ato ilegal
protocolado na via administrativa não tem o condão de interromper o prazo decadencial. BL: S. 430, STF.
SÚMULA Nº 431: É NULO O JULGAMENTO DE RECURSO CRIMINAL, NA SEGUNDA INSTÂNCIA,
SEM PRÉVIA INTIMAÇÃO, OU PUBLICAÇÃO DA PAUTA, SALVO EM "HABEAS CORPUS". (DPESP-
2006) (TJDFT-2007) (TJSP-2017)
OBS: Válida. Como regra geral, a falta de intimação do defensor para a sessão de julgamento é causa de
nulidade. Contudo, o STF e o STJ podem deixar de declarar a nulidade do julgamento se esse vício não foi
alegado no momento oportuno (STF HC 110954, j. 22/05/2012).
Em regra, como afirma a súmula, a defesa não precisa ser intimada da sessão de julgamento do habeas
corpus. No entanto, o impetrante poderá requerer expressamente que seja comunicado dessa data para
realizar sustentação oral. Nesse caso, se não for intimado, haverá nulidade.
(...) Por não depender de pauta, a jurisprudência desta Corte tem acolhido a tese de que
somente haverá nulidade do julgamento de habeas corpus, por ausência de comunicação
prévia, quando a defesa requerer que seja cientificada da data do julgamento. Assim,
ausente requerimento de sustentação oral, não há falar em cerceamento de defesa. (STF. 2ª
Turma. RHC 124313, Rel. Min. Teori Zavascki, j. 10/03/2015).
SÚMULA Nº 432: NÃO CABE RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM FUNDAMENTO NO ART. 101, III,
"D", DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL, QUANDO A DIVERGÊNCIA ALEGADA FOR ENTRE DECISÕES
DA JUSTIÇA DO TRABALHO. (SUPERADA)
SÚMULA Nº 436: É VÁLIDA A LEI 4093, DE 24/10/1959, DO PARANÁ, QUE REVOGOU A ISENÇÃO
CONCEDIDA ÀS COOPERATIVAS POR LEI ANTERIOR. (SUPERADA)
SÚMULA Nº 441: O MILITAR, QUE PASSA À INATIVIDADE COM PROVENTOS INTEGRAIS, NÃO TEM
DIREITO ÀS COTAS TRIGÉSIMAS A QUE SE REFERE O CÓDIGO DE VENCIMENTOS E VANTAGENS
DOS MILITARES. (SUPERADA)
SÚMULA Nº 445: A LEI 2437, DE 7/3/1955, QUE REDUZ PRAZO PRESCRICIONAL, É APLICÁVEL ÀS
PRESCRIÇÕES EM CURSO NA DATA DE SUA VIGÊNCIA (1º/1/1956), SALVO QUANTO AOS
PROCESSOS ENTÃO PENDENTES. (SUPERADA)
OBS: Válida.
Se o assistente já estava habilitado nos autos: o prazo de recurso será de 5 dias (art. 593, CPP).
Se ainda não estava habilitado: o prazo será de 15 dias (art. 598, § único, CPP).
OBS: Válida. A matéria é tratada, atualmente, no art. 58, III da Lei 8.245/91.
SÚMULA Nº 453: NÃO SE APLICAM À SEGUNDA INSTÂNCIA O ART. 384 E PARÁGRAFO ÚNICO
DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL, QUE POSSIBILITAM DAR NOVA DEFINIÇÃO JURÍDICA AO
FATO DELITUOSO, EM VIRTUDE DE CIRCUNSTÂNCIA ELEMENTAR NÃO CONTIDA, EXPLÍCITA OU
IMPLICITAMENTE, NA DENÚNCIA OU QUEIXA. (MPAM-2007) (TJSE-2008) (TJMT-2009) (TJSC-2015)
(TJMG-2018)
OBS: Válida. A mutatio libelli ocorre quando, no curso da instrução processual, surge prova de alguma
elementar ou circunstância que não havia sido narrada expressamente na denúncia ou queixa.
Exemplo: o MP narrou, na denúncia, que o réu praticou furto simples (art. 155, caput, do CP). Durante a
instrução, os depoimentos revelaram que o acusado utilizou-se de uma chave falsa para entrar na furtada.
Com base nessa nova elementar, que surgiu em consequência de prova trazida durante a instrução,
verifica-se que é cabível uma nova definição jurídica do fato, mudando o crime de furto simples para furto
qualificado (art. 155, § 4°, III, do CP).
Previsão no CPP:
Art. 384. Encerrada a instrução probatória, se entender cabível nova definição jurídica do fato,
em consequência de prova existente nos autos de elemento ou circunstância da infração penal
não contida na acusação, o Ministério Público deverá aditar a denúncia ou queixa, no prazo de
5 (cinco) dias, se em virtude desta houver sido instaurado o processo em crime de ação
pública, reduzindo-se a termo o aditamento, quando feito oralmente.
Mutatio libelli em 2° grau de jurisdição: não é possível, porque se o Tribunal, em grau de recurso,
apreciasse um fato não valorado pelo juiz, haveria supressão de Instância. Nesse sentido:
"(...) o duplo grau visa a assegurar que as questões fáticas e jurídicas possam ser reexaminadas, isto é,
examinadas no primeiro grau. Portanto, não se pode admitir que o Tribunal faça o exame direto de
determinada matéria pela primeira vez, sob pena de supressão do primeiro grau de jurisdição, o que
também seria causa de violação ao duplo grau de jurisdição. É exatamente este o motivo pelo qual não se
admite a mutatio libelli na 2° instância. Afinal, se fosse possível sua aplicação em segunda instância,
haveria supressão do primeiro grau de jurisdição, já que o acusado se veria impossibilitado de se defender
quanto à imputação diversa perante o juiz de 1° instância. Logo, se o art. 384 do CPP não foi aplicado no
primeiro grau de jurisdição, não poderá haver o aditamento da peça acusatória em sede recursal, nem
tampouco poderá o tribunal considerar fatos diversos daqueles constantes da imputação. Há, pois, uma
limitação cronológica à mutatio libelli: não se admite a possibilidade de mudança da imputação em seu
aspecto fático após o juiz proferir a sentença." (LIMA, Renato Brasileiro de. Código de Processo
Penal comentado. Salvador:JusPodivm, 2016, p. 1675).
Atenção: na época em que a Súmula foi editada, o art. 384 do CPP possui apenas um parágrafo. Foram
incluídos outros com a Lei n° 11.719/2008. Isso, contudo, não prejudica o entendimento e a validade do
enunciado.
OBS: Válida. O CPC 2015 acabou com os embargos infringentes no processo civil. No entanto, este
enunciado ainda pode ser aplicado nos processos criminais, uma vez que são regidos pela regra do art.
609 do CPP.
SÚMULA Nº 461: É DUPLO, E NÃO TRIPLO, O PAGAMENTO DO SALÁRIO NOS DIAS DESTINADOS A
DESCANSO.
SÚMULA Nº 473: A ADMINISTRAÇÃO PODE ANULAR SEUS PRÓPRIOS ATOS, QUANDO EIVADOS
DE VÍCIOS QUE OS TORNAM ILEGAIS, PORQUE DELES NÃO SE ORIGINAM DIREITOS; OU REVOGÁ-
LOS, POR MOTIVO DE CONVENIÊNCIA OU OPORTUNIDADE, RESPEITADOS OS DIREITOS
ADQUIRIDOS, E RESSALVADA, EM TODOS OS CASOS, A APRECIAÇÃO JUDICIAL. (TJRJ-2014)
(MPPR-2016) (TJMG-2018) (DPEAM/Reaplic/2018) (TJRS-2009/2018)
OBS: Trata-se do princípio da autotutela (ou poder de autotutela). Vale ressaltar que, se a invalidação do
ato administrativo repercute no campo de interesses individuais, faz-se necessária a instauração de
procedimento administrativo que assegure o devido processo legal e a ampla defesa (STF RMS 31661/DF,
julgado em 10/12/2013).
OBS: Cumpre ressaltar que a análise judicial do ato administrativo deve se ater a aspectos de
“juridicidade” do ato, visualizando se ele atende aos critérios de legalidade, razoabilidade e respeita os
demais princípios do ordenamento jurídico. Não pode o magistrado, todavia, ingressar na análise do
mérito administrativo.
OBS: O controle de mérito dos atos administrativos só pode ser realizado pela Administração, por meio da
revogação, ao passo que o controle de legalidade pode ser feito tanto pela administração (por provocação
ou de ofício), como pelo Poder judiciário (apenas se provocado), que será operada pela anulação.
(MPSC-2014): Segundo jurisprudência consolidada do STF, a Administração pode anular seus próprios
atos, quando maculados por defeitos que os façam ilegais, com eficácia, em geral, ex tunc. Pode ainda
revogá-los, atenta a pressupostos de conveniência ou oportunidade, sem prejuízo dos direitos adquiridos,
com efeitos ex nunc.
Explicação:
Anulação: Com efeito retroativo (EX-TUNC): Decai em 5 anos o direito de anulação
Revogação: Sem efeito retroativo (EX-NUNC): Deve respeitar os direitos adquiridos.
(TJMA-2013-CESPE): A administração pública pode revogar os atos por ela praticados por motivo de
conveniência e oportunidade. BL: Súmula 473, STF.
SÚMULA Nº 475: A LEI 4686, DE 21/6/1965, TEM APLICAÇÃO IMEDIATA AOS PROCESSOS EM
CURSO, INCLUSIVE EM GRAU DE RECURSO EXTRAORDINÁRIO.
OBS: Válida. Vale ressaltar, no entanto, que são bens da União apenas as terras devolutas indispensáveis à
defesa das fronteiras (art. 20, II da CF/88).
(TJDFT-2007): Em matéria de bens públicos, é correto afirmar: As concessões de terras devolutas situadas
na faixa de fronteira, feitas pelos Estados, autorizam, apenas o uso, permanecendo o domínio com a União,
ainda que se mantenha inerte ou tolerante, em relação aos possuidores. BL: S. 477 do STF.
SÚMULA Nº 478: O PROVIMENTO EM CARGOS DE JUÍZES SUBSTITUTOS DO TRABALHO, DEVE SER
FEITO INDEPENDENTEMENTE DE LISTA TRÍPLICE, NA ORDEM DE CLASSIFICAÇÃO DOS
CANDIDATOS. (SUPERADA).
OBS: Importante. Concursos federais. Segundo o STJ, o entendimento exposto na Súmula 479 não é
absoluto e deve ser mitigado quando comprovado que o particular possui um justo título sobre a área
desaproprianda. Assim, o particular desapropriado poderá receber indenização por eventuais benfeitorias
situadas em terrenos marginais dos rios navegáveis quando as tiver realizado em imóvel de seu domínio,
assim reconhecido, legitimamente, pelo Poder Público. Caso não possua justo título, logicamente, não serão
indenizáveis as benfeitorias (STJ, AgRg no REsp 1302118/MG, j. 17/05/2012).
OBS: Válida, mas sem tanta importância, por estar desatualizada. De acordo com o art. 20, XI da CF/88,
são bens da União as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios.
OBS: Superada, uma vez que o Decreto 24.150/34 foi revogado. Vale ressaltar, no entanto, que o
raciocínio expresso pela Súmula permanece válido, considerando que é compatível com as disposições da
atual Lei de Locações.
OBS: Superada, uma vez que o Decreto 24.150/34 foi revogado. Vale ressaltar, no entanto, que o
raciocínio expresso pela Súmula permanece válido, considerando que a atual Lei de Locações (Lei nº
8.245/91) traz uma regra semelhante no seu art. 51, § 1º.
OBS: Superada, uma vez que o Decreto 24.150/34 foi revogado. Vale ressaltar, no entanto, que o
raciocínio expresso pela Súmula permanece válido, considerando que é compatível com as disposições da
atual Lei de Locações.
SÚMULA Nº 487: SERÁ DEFERIDA A POSSE A QUEM, EVIDENTEMENTE, TIVER O DOMÍNIO, SE COM
BASE NESTE FOR ELA DISPUTADA. (SUPERADA)
OBS: Superada. Vide art. 1210 do CC/02. Vide Enunciados 78 e 79 da I Jornada de Direito Civil.
SÚMULA Nº 488: A PREFERÊNCIA A QUE SE REFERE O ART. 9º DA LEI 3912, DE 3/7/1961, CONSTITUI
DIREITO PESSOAL. SUA VIOLAÇÃO RESOLVE-SE EM PERDAS E DANOS. (SUPERADA)
OBS: Superada, uma vez que a Lei 3.912/61 foi revogada. Vale ressaltar, no entanto, que o raciocínio
expresso pela Súmula permanece válido, considerando que é compatível com os arts. 27 e 33 da Lei
8245/91.
OBS: Válida. A exigência de que o contrato de compra e venda de veículos seja registrado no cartório de
Registro de Títulos e Documentos (RTD) encontra-se prevista no art. 129 da Lei nº 6.015/73:
Art. 129. Estão sujeitos a registro, no Registro de Títulos e Documentos, para surtir efeitos em
relação a terceiros: (...)
7º) as quitações, recibos e contratos de compra e venda de automóveis, bem como o penhor
destes, qualquer que seja a forma que revistam;
Vale ressaltar que se o contrato não for levado à registro no RTD, ele continuará sendo válido para as
partes envolvidas (comprador e vendedor). No entanto, ele não produzirá efeitos para terceiros.
Alienação fiduciária: Quando for realizada a alienação fiduciária de um veículo, o contrato deverá ser
registrado no DETRAN e esta informação constará no CRV do automóvel. É desnecessário o registro do
contrato de alienação fiduciária de veículos em cartório. STF. Plenário. RE 611639/RJ, Rel. Min. Marco
Aurélio, julgado em 21/10/2015 (repercussão geral). STF. Plenário. ADI 4333/DF e ADI 4227/DF, Rel.
Min. Marco Aurélio, julgados em 21/10/2015 (Info 804).
O registro da alienação fiduciária no RTD, no passado, já foi obrigatório, conforme previa o art. 66, § 1º da
Lei nº 4.728/65, tendo este artigo, contudo, sido revogado pela Lei nº 10.931/2004. Além disso, para que
não houvessem dúvidas de que o registro no RTD é dispensável, o legislador editou duas leis afirmando
isso. Confira:
Lei nº 11.882/2008:
Art. 6º Em operação de arrendamento mercantil ou qualquer outra modalidade de crédito ou
financiamento a anotação da alienação fiduciária de veículo automotor no certificado de
registro a que se refere a Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997, produz plenos efeitos
probatórios contra terceiros, dispensado qualquer outro registro público.
Lei nº 11.795/2008:
Art. 14 (...) § 7º A anotação da alienação fiduciária de veículo automotor ofertado em garantia
ao grupo de consórcio no certificado de registro a que se refere o Código de Trânsito
Brasileiro, Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997, produz efeitos probatórios contra
terceiros, dispensado qualquer outro registro público.
OBS: Superada, em parte. De acordo com o § 4º do art. 533 do CPC/2015, "a prestação alimentícia poderá ser
fixada tomando por base o salário-mínimo". Logo, é uma possibilidade e não um dever do magistrado.
Segundo o STJ, o princípio fundamental firmado pela Súmula 490 do STF, é o de propiciar o ressarcimento
mais eficaz possível à vítima do ilícito civil, e não o de estabelecer uma regra imutável quanto ao cálculo do
valor a ser pago. Assim, se o juiz fixar a indenização com base no salário mínimo vigente na data do
pagamento, isso não configura afronta ao aludido enunciado a ponto de justificar o cabimento de recurso
especial (AgRg no Ag 1195520/RJ, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 03/11/2009).
SÚMULA Nº 491: É INDENIZÁVEL O ACIDENTE QUE CAUSE A MORTE DE FILHO MENOR, AINDA
QUE NÃO EXERÇA TRABALHO REMUNERADO. (TJSP-2014)
(MPSC-2014): A empresa locadora de veículos responde, civil e solidariamente, com o locatário, pelos
danos por este causados a terceiro, no uso do carro locado. BL: Súmula 492 do STF.
(TJSC-2012): Em ação de reparação de danos movida contra segurado, a seguradora denunciada pode ser
condenada direta e solidariamente junto com este a pagar a indenização devida à vítima, nos limites da
apólice. BL: Súmula 492 do STF.
OBS: Válida. Apesar de ter sido editada em 1969, o enunciado encontra-se de acordo com a teoria do risco
adotada no parágrafo único do art. 927 do CC/02.
OBS: Superada. O tema agora é tratado pelo art. 533 do CPC 2015.
OBS: Válida, considerando que o art. 85, § único da Lei de Falência manteve a regra da antiga Lei de
Falências.
OBS: Válida, mas sem tanta importância atualmente. Por força deste enunciado é que o Decreto-Lei
201/67 (crimes de responsabilidade dos prefeitos) foi recepcionado como lei ordinária.
OBS: Importante.
Exemplo: José segue duas mulheres que caminhavam juntas e pratica estupro consumado contra uma (“A”)
e estupro tentado contra a outra (“B”). O juiz condena José a 6 anos pelo estupro de “A” e a 4 anos pela
tentativa de estupro de “B”. Como o juiz reconheceu o crime continuado entre os dois estupros, ele
aumenta a pena do crime mais grave em 2/3, fazendo com que a pena total fique em 10 anos.
Para que seja feito o cálculo da prescrição, o juiz irá considerar o total da pena com o aumento do crime
continuado (10 anos) ou levará em conta a pena de cada crime, isoladamente? Para fins de calcular a
prescrição, o juiz considera a pena aplicada para cada um dos delitos, isoladamente. Assim, não se calcula
a prescrição com o aumento imposto pela continuidade delitiva. O objetivo é que seja mais benéfico ao réu.
CP/Art. 119. No caso de concurso de crimes, a extinção da punibilidade incidirá sobre a pena de cada um,
isoladamente.
OBS: Crime continuado, ou continuidade delitiva, é a modalidade de concurso de crimes que se verifica
quando o agente, por meio de duas ou mais condutas, comete dois ou mais crimes da mesma espécie e,
pelas condições de tempo, local, modo de execução e outras semelhantes, devem os subsequentes ser
havidos como continuação do primeiro. (Fonte: Direito Penal Esquematizado - Cleber Masson)
OBS: De acordo com a supra súmula, no cálculo da prescrição não se considera o aumento decorrente da
continuação. Por exemplo: o réu X foi condenado a 2 anos de prisão, com aumento de 1/6 decorrente da
continuidade delitiva, totalizando 2 anos E 4 meses de prisão. A prescrição, entretanto, é calculada sobre o
prazo de 2 anos (sem o aumento de 1/6).
OBS: Válida. Depois que a súmula foi editada, essa regra foi inserida no §1º do art. 77 do CP.
SÚMULA Nº 500: NÃO CABE A AÇÃO COMINATÓRIA PARA COMPELIR-SE O RÉU A CUMPRIR
OBRIGAÇÃO DE DAR. (SUPERADA)
OBS: Válida, mas a interpretação deve ser feita nos termos do que foi explicado nos comentários à SV 22-
STF.
OBS: Assim, por exemplo, se um empregado de uma empresa pública federal sofre um acidente de
trabalho e deseja ingressar com ação de indenização contra esta empresa pública, a competência será da
Justiça do Trabalho (art. 114, I, da CF/88; SV 22).
SÚMULA Nº 502: NA APLICAÇÃO DO ART. 839 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL, COM A REDAÇÃO
DA LEI 4290, DE 5/12/1963, A RELAÇÃO VALOR DA CAUSA E SALÁRIO MÍNIMO VIGENTE NA
CAPITAL DO ESTADO, OU DO TERRITÓRIO, PARA O EFEITO DE ALÇADA, DEVE SER
CONSIDERADA NA DATA DO AJUIZAMENTO DO PEDIDO. (SUPERADA)
SÚMULA Nº 506: O AGRAVO A QUE SE REFERE O ART. 4º DA LEI 4348, DE 26/6/1964, CABE,
SOMENTE, DO DESPACHO DO PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL QUE DEFERE A
SUSPENSÃO DA LIMINAR, EM MANDADO DE SEGURANÇA; NÃO DO QUE A "DENEGA".
(CANCELADA pelo Plenário do STF, no SS 2222 AgR-ED-AgR. j. em 13/11/2003)
OBS: Vide Súmulas 42-STJ, 517 e 556 do STF. As sociedades de economia mista, ainda que mantidas pela
União, não são julgadas pela Justiça Federal. Houve uma opção do constituinte de não incluir tais empresas
estatais no rol do art. 109 da CF.
OBS: Quando o enunciado 556 fala em “justiça comum”, deve-se fazer uma correção e interpretar essa
locução como sendo “justiça estadual”. Isso porque antes da CF/88, “justiça comum” era sinônimo de
“justiça estadual”. Atualmente, contudo, existe justiça comum estadual e justiça comum federal. As
“justiças especializadas” são a justiça eleitoral, do trabalho e militar. Estas três são “justiças federais
especializadas”.
OBS: O Banco do Brasil é uma sociedade de economia mista que conta com a participação majoritária da
União. Mesmo assim, as causas em que participa são julgadas, em regra, pela justiça estadual. Isso
porque, como vimos acima, as sociedades de economia mista não possuem foro na Justiça Federal.
SÚMULA Nº 509: A LEI 4632, DE 18/5/1965, QUE ALTEROU O ART. 64 DO CÓDIGO DE PROCESSO
CIVIL, APLICA-SE AOS PROCESSOS EM ANDAMENTO, NAS INSTÂNCIAS ORDINÁRIAS.
(SUPERADA)
OBS: Importante.
(TJSP-2015-VUNESP): Em tema de ação rescisória, afirma-se corretamente que se admite sua propositura
contra sentença transitada em julgado, mesmo que contra ela não se tenham esgotado todos os recursos.
BL: S. 514, STF.
(TJSP-2014-VUNESP): Cabe ação rescisória contra decisão transitada em julgado, ainda que não tenham
sido interpostos todos os recursos cabíveis. BL: S. 514, STF.
As sociedades de economia mista, ainda que mantidas pela União, não são julgadas pela Justiça Federal.
Houve uma opção do constituinte de não incluir tais empresas estatais no rol do art. 109 da CF/88.
Quando o enunciado 556 fala em “justiça comum”, deve-se fazer uma correção e interpretar essa locução
como sendo “justiça estadual”. Isso porque antes da CF/88, “justiça comum” era sinônimo de “justiça
estadual”. Atualmente, contudo, existe justiça comum estadual e justiça comum federal. As “justiças
especializadas” são a justiça eleitoral, do trabalho e militar. Estas três são “justiças federais especializadas”.
O Banco do Brasil é uma sociedade de economia mista que conta com a participação majoritária da
União. Mesmo assim, as causas em que participa são julgadas, em regra, pela justiça estadual. Isso
porque, como vimos acima, as sociedades de economia mista não possuem foro na Justiça Federal.
SÚMULA Nº 520: NÃO EXIGE A LEI QUE, PARA REQUERER O EXAME A QUE SE REFERE O ART. 777
DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL, TENHA O SENTENCIADO CUMPRIDO MAIS DE METADE DO
PRAZO DA MEDIDA DE SEGURANÇA IMPOSTA.
OBS: Importante. O raciocínio transmitido pela súmula continua válido, mas agora o tema é tratado
pelos arts. 175 e 176 da Lei nº 7210/84 (LEP), que possuem praticamente a mesma redação dos arts. 775 e
777 do CPP.
Em suma, o que quer dizer a súmula: o exame de cessação da periculosidade poderá ser feito a qualquer
tempo, ou seja, mesmo que não encerrado o prazo mínimo de duração da medida de segurança, desde que
essa antecipação seja requerida, de forma fundamentada, pelo Ministério Público, pelo interessado, por seu
procurador ou defensor.
OBS: Importante. Vide Súmula 244 do STJ: “Compete ao foro do local da recusa processar e julgar o crime de
estelionato mediante cheque sem provisão de fundos”.
(MPMT-2014): De acordo com entendimento sumulado pelo STF, é de competência da Justiça Federal
processar e julgar crimes de tráfico de drogas, desde que haja remessa do entorpecente para o exterior. BL:
S. 522, STF.
(Anal. Judic./TJAL-2018-FGV): Gustavo, Delegado de Polícia, é a autoridade policial que preside duas
investigações autônomas em que se apura a suposta prática de crimes de homicídio contra Joana e Maria.
Após realizar diversas diligências, não verificando a existência de justa causa nos dois casos, elabora
relatórios finais conclusivos e o Ministério Público promove pelos arquivamentos, havendo homologação
judicial. Depois do arquivamento, chega a Gustavo a informação de que foi localizado um gravador no local
onde ocorreu a morte de Maria, que não havia sido apreendido, em que encontrava-se registrada a voz do
autor do delito. A autoridade policial, ademais, recebe a informação de que a família de Joana obteve um
novo documento que indicava as chamadas telefônicas recebidas pela vítima no dia dos fatos, em que
constam 25 ligações do ex-namorado de Joana em menos de uma hora. Considerando as novas informações
recebidas pela autoridade policial, é correto afirmar que poderá haver desarquivamento dos inquéritos que
investigavam as mortes de Joana e Maria, pois em ambos os casos houve prova nova, ainda que o gravador
já existisse antes do arquivamento. BL: S. 524, STF e art. 18, CPP.
(PCMA-2018-CESPE): Após a instauração de inquérito policial para apurar a prática de crime de corrupção
passiva em concurso com o de organização criminosa, o promotor de justiça requereu o arquivamento do
ato processual por insuficiência de provas, pedido que foi deferido pelo juízo. Contra essa decisão não
houve a interposição de recursos. Nessa situação, mesmo com o arquivamento do inquérito policial, a ação
penal poderá ser proposta, desde que seja instruída com provas novas. BL: S. 524, STF e art. 18 do CPP.
(TRF4-2016): De acordo com a jurisprudência do STF: Arquivado o inquérito policial, por despacho do juiz,
a requerimento do promotor de justiça, não pode a ação penal ser iniciada sem novas provas. BL: S. 524,
STF e art. 18 do CPP.
OBS: Polêmica. A maioria da doutrina e da jurisprudência afirmava que a Súmula 525 não mais subsistiria
porque foi editada quando vigia o sistema duplo binário, isto é, quando havia possibilidade de aplicação
simultânea de pena privativa de liberdade e de medida de segurança. A reforma penal de 1984, autoriza a
substituição da pena privativa de liberdade por medida de segurança ao condenado semi-imputável que
necessitar de especial tratamento curativo, aplicando-se o mesmo regramento da medida de segurança
para inimputáveis (art. 97 e 98)." (STJ HC 187.051/SP. Rel. julgado em 06/10/2011).
Ocorre que, em julgado de 2012, a 2° Turma do STF aplicou a referida Súmula e afirmou que, se o réu foi
condenado a uma pena e somente a defesa recorreu, o Tribunal não poderá aplicar medida de segurança
sem que isso tenha sido pedido, por representar reformatio in pejus. Veja: "(...) Determinação de exame de
sanidade mental, determinada de ofício em recurso exclusivo do réu, que a não requereu. Inadmissibilidade. Coisa
julgada sobre aplicação da pena. Decisão, ademais, viciada por disposição ultra petita e reformatio in peius. HC
concedido. Aplicação da súmula 525 do Supremo. Votos vencidos. Não é lícito aplicar medida de segurança em grau de
recurso, quando só o réu tenha recorrido sem requerê-la." (HC 111769, julgado em 26/06/2012). Deve-se ter
cuidado com o tema porque a decisão do STF foi por maioria e o Min Cezar Peluso, que conduziu a tese, já
se aposentou.
Dito de outro modo, a Súmula 525 do STF veda aplicação da medida de segurança quando apenas o réu
tiver recorrido. Ocorre que tal enunciado foi editado antes da reforma de 1984 do CP, quando vigente o
sistema do Duplo Binário. Com a reforma, a doutrina majoritária, bem como o STJ, passaram a defender
pelaa superação do enunciado por ter o legislador adotado o sistema unitário ou vicariante. Não obstante,
em 2012, o STF voltou a aplicar o enunciado, consoante julgado citado acima.
O STJ continua entendendo que a súmula está superada. Nesse sentido: STJ. 5ª Turma. HC 184.940/SP,
Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 23/06/2015.
OBS: Importante. Concursos de Advocacia Pública. O STJ aplica, por analogia, as Súmulas 292 e 528 do
5TF para o recurso especial. Assim, a admissão parcial do recurso especial pelo Tribunal de origem não é
empecilho para sua integral análise pelo STJ, sendo desnecessária a interposição de agravo de instrumento
(AgRg no Ag 1126245/SP, julgado em 28/05/2013).
SÚMULA Nº 532: É CONSTITUCIONAL A LEI 5043, DE 21/6/1966, QUE CONCEDEU REMISSÃO DAS
DÍVIDAS FISCAIS ORIUNDAS DA FALTA DE OPORTUNO PAGAMENTO DE SELO NOS CONTRATOS
PARTICULARES COM A CAIXA ECONÔMICA E OUTRAS ENTIDADES AUTÁRQUICAS. (SUPERADA)
SÚMULA Nº 541: O IMPOSTO SOBRE VENDAS E CONSIGNAÇÕES NÃO INCIDE SOBRE A VENDA
OCASIONAL DE VEÍCULOS E EQUIPAMENTOS USADOS, QUE NÃO SE INSERE NA ATIVIDADE
PROFISSIONAL DO VENDEDOR, E NÃO É REALIZADA COM O FIM DE LUCRO, SEM CARÁTER, POIS,
DE COMERCIALIDADE. (SUPERADA)
SÚMULA Nº 544: ISENÇÕES TRIBUTÁRIAS CONCEDIDAS, SOB CONDIÇÃO ONEROSA, NÃO PODEM
SER LIVREMENTE SUPRIMIDAS. (TJRR-2008)
SÚMULA Nº 545: PREÇOS DE SERVIÇOS PÚBLICOS E TAXAS NÃO SE CONFUNDEM, PORQUE ESTAS,
DIFERENTEMENTE DAQUELES, SÃO COMPULSÓRIAS E TÊM SUA COBRANÇA CONDICIONADA À
PRÉVIA AUTORIZAÇÃO ORÇAMENTÁRIA, EM RELAÇÃO À LEI QUE AS INSTITUIU. (SUPERADA,
EM PARTE) (TJRO-2011)
(TJPA-2008-FGV): A decisão que reconhece que o contribuinte de jure não recuperou do contribuinte de
facto o quantum respectivo, admite a restituição do tributo pago indevidamente. BL: S. 546, STF.
OBS: Válida. Vide Súmulas 127-STJ, 70 e 323 do STF. A Fazenda Pública deverá cobrar os tributos em
débito mediante os meios judiciais (execução fiscal) ou extrajudiciais (lançamento tributário, protesto de
CDA) legalmente previstos. O Fisco possui, portanto, instrumentos legais para satisfazer seus créditos.
Justamente por isso, a Administração Pública não pode fazer a cobrança do tributo por meios indiretos,
impedindo, cerceando ou dificultando a atividade econômica desenvolvida pelo contribuinte devedor.
Quando isso ocorre, a jurisprudência afirma que o Poder Público aplicou “sanções políticas”, ou seja,
formas "enviesadas de constranger o contribuinte, por vias oblíquas, ao recolhimento do crédito
tributário” (STF ADI 173). Exs: apreensão de mercadorias, não liberação de documentos, interdição de
estabelecimentos.
A cobrança do tributo por vias oblíquas (sanções políticas) é rechaçada por quatro súmulas do STF (nºs:
70, 323 e 547) e STJ (nº 127).
OBS: Importante.
Fazendo uma interpretação a contrario sensu da súmula, chega-se à seguinte conclusão: se o agente que
emitiu o cheque sem fundos pagá-lo antes de a denúncia ser recebida, isso impedirá que a ação penal
seja iniciada. Trata-se de uma exceção mais favorável ao réu do que a regra do art. 16 do CP.
A jurisprudência afirma que a Súmula 554 do STF aplica-se unicamente para o crime de estelionato na
modalidade de emissão de cheque sem fundos (art. 171, § 2°, VI). Assim, a referida súmula não se aplica
ao estelionato no seu tipo fundamental (art. 171, caput) (STJ. 5° T. HC 280.089-SP, Rel. Min. Jorge Mussi, j.
18/12/14).
(PCMG-2008): No estelionato mediante emissão de cheque sem fundo, o pagamento do título antes do
recebimento da denúncia, segundo orientação do Supremo Tribunal Federal, extingue a punibilidade. BL:
S. 554, STF.
OBS: Válida, mas deve ser feita uma ressalva: o art. 125, § 3° da CF/88 prevê a possibilidade de lei
estadual criar Tribunal de Justiça Militar nos Estados em que o efetivo militar seja superior a 20 mil
integrantes.
Se no Estado-membro houver o Tribunal de Justiça Militar: não vale a Súmula 555 do STF. O conflito será
resolvido pelo STJ, porque os juízes estarão vinculados a tribunais de diferentes (Tribunal de Justiça e
Tribunal de Justiça Militar). É o que acontece em SP, MG e RS.
Se no Estado-membro não houver o Tribunal de Justiça Militar: vale a Súmula 555 do STF. O conflito será
resolvido pelo próprio TJ, uma vez que ambos os juízes estarão vinculados a ele.
OBS: A doutrina critica a súmula, mas ela continua válida segundo a jurisprudência. O art. 9º. I,
mencionado, é da CF/69. No entanto, a CF/88 repetiu essa regra no art. 19, III (é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si). A
vedação estabelecida pelo art. 19, III, da CF/88 (correspondente àquele do art. 9º, I, da EC n. 1/69) não
atinge as preferências estabelecidas por lei em favor da União (STF AI 608769 AgR).
OBS: A Lei 11.101/05 dispõe, em seu art. 83, VII, que podem ser cobradas na falência as multas
contratuais e as penas pecuniárias por infração das leis penais ou administrativas, inclusive as multas
tributárias.
SÚMULA Nº 566: ENQUANTO PENDENTE, O PEDIDO DE READAPTAÇÃO FUNDADO EM DESVIO
FUNCIONAL NÃO GERA DIREITOS PARA O SERVIDOR, RELATIVAMENTE AO CARGO PLEITEADO.
(SUPERADA)
OBS: O art. 102, §3º mencionado pela súmula é o atual art. 40, §9º da CF/88: “§ 9º - O tempo de contribuição
federal, estadual ou municipal será contado para efeito de aposentadoria e o tempo de serviço correspondente para efeito
de disponibilidade. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)”
OBS: A presente súmula foi editada em 1976. Segundo a CF/88, a pessoa que for civilmente identificada
não poderá ser submetida à identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei (art. 5°, LVIII). A
Lei que traz as hipóteses de identificação criminal do civilmente identificado é a Lei 12.037/09.
SÚMULA Nº 571: O COMPRADOR DE CAFÉ AO IBC, AINDA QUE SEM EXPEDIÇÃO DE NOTA FISCAL,
HABILITA-SE, QUANDO DA COMERCIALIZAÇÃO DO PRODUTO, AO CRÉDITO DO ICM QUE
INCIDIU SOBRE A OPERAÇÃO ANTERIOR. (SUPERADA)
A doutrina critica esse enunciado. Isso porque o IR está sujeito ao princípio da anterioridade anual. Logo,
se uma lei majora o IR, ela somente poderia ser exigida no exercício financeiro seguinte ao da sua
publicação. O STJ também possui precedentes afastando a Súmula 584 (ex: STJ. 2ª Turma. AgRg no Ag
1363478/MS, Rel. Min. Castro Meira, j. 15/03/2011).
Apesar das críticas da doutrina, o STF afirma que a Súmula 584 continua válida. O fato gerador do
imposto de renda, na visão do STF, somente ocorre em 31 de dezembro do ano. Por isso, em regra, não
viola o princípio da irretroatividade a edição de lei editada nos últimos dias mesmo que se aplique ao
seu ano de edição. No entanto, esse entendimento do STF, cristalizado na Súmula 584, foi construído e
vale para as hipóteses em que o imposto de renda tenha função meramente fiscal (arrecadatória), o que é
a regra geral. Esse enunciado, contudo, não se aplica ao caso do art. 1°, I, da Lei n° 7.988/89 porque nesta
hipótese o imposto de renda incidia sobre importações incentivadas pelo Governo, ou seja, o tributo aí
tinha função extrafiscal. Nesse sentido: STF. RE 183130, Rel. p/ Acórdão Min Teori Zavascki, j. 25/09/14.
SÚMULA Nº 585: NÃO INCIDE O IMPOSTO DE RENDA SOBRE A REMESSA DE DIVISAS PARA
PAGAMENTO DE SERVIÇOS PRESTADOS NO EXTERIOR, POR EMPRESA QUE NÃO OPERA NO
BRASIL. (SUPERADA)
SÚMULA Nº 586: INCIDE IMPOSTO DE RENDA SOBRE OS JUROS REMETIDOS PARA O EXTERIOR,
COM BASE EM CONTRATO DE MÚTUO.
SÚMULA Nº 588: O IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS NÃO INCIDE SOBRE OS DEPÓSITOS, AS COMISSÕES
E TAXAS DE DESCONTO, COBRADOS PELOS ESTABELECIMENTOS BANCÁRIOS.
(TJPR-2011): É objeto de súmula no STF, no sentido de que a imunidade do contribuinte de fato não
beneficia o contribuinte de direito. BL: Súmula 591 do STF.
(TJPR-2014-PUCPR): A prescrição dos crimes previstos na Lei Falimentar rege-se pelas disposições do
Código Penal e é interrompida com a decretação da falência, nos casos em que a contagem tenha se iniciado
com a concessão da recuperação judicial ou com a homologação do plano de recuperação extrajudicial. BL:
art. 182 da LRF.
(MPMG-2010): Nos crimes falimentares (Lei n. 11.101/05), a declaração da falência é termo inicial da
prescrição ou, conforme o caso, causa de sua interrupção. BL: art. 182 da LRF.
OBS: Válida, mas com adaptações em sua interpretação. Esta súmula foi editada em 1977. Nesta época,
vigorava o Código Civil de 1916 que previa as seguintes regras (sem contar as exceções):
a) pessoas menores de 18 anos: eram absolutamente incapazes;
b) pessoas entre 18 e 21 anos: relativamente incapazes;
c) pessoas acima de 21 anos: plenamente capazes.
A Súmula 594 do STF tinha, portanto, como fundamento este art. 34 do CPP.
Ocorre que o Código Civil de 2002 trouxe outras regras sobre a capacidade:
a) pessoas menores de 16 anos: são absolutamente incapazes;
b) pessoas entre 16 e 18 anos: relativamente incapazes;
c) pessoas acima de 18 anos: plenamente capazes.
Com isso, a doutrina entendeu que o CC-2002 revogou tacitamente o art. 34 do CPP. Isso porque se a
pessoa tem mais de 18 anos, ela atualmente é plenamente capaz e não necessita de representante legal
(ex: pais) para oferecer queixa ou representação.
Também na visão da doutrina majoritária, se o art. 34 do CPP foi revogado isso significa que a Súmula
594 do STF também teria perdido aplicabilidade já que este enunciado se baseava no referido artigo do
CPP. Essa é a posição, por exemplo, de Renato Brasileiro (Código de Processo Penal comentado. Salvador:
Juspodivm, 2016, p. 1694).
Com a devida vênia, Dizer o Direito acredita que o âmbito de aplicação da Súmula 594 do STF foi
reduzido com a revogação do art. 34 do CPP, mas ela permanece válida.
A Súmula 594 do STF não mais se refere ao art. 34 do CPP. Este dispositivo do Código realmente foi
revogado tacitamente pelo CC-2002 já que a vítima com mais de 18 anos, em regra, é plenamente capaz
(não tem representante legal) e, portanto, possui legitimidade exclusiva para queixa ou representação.
No entanto, a Súmula continua sendo utilizada pela jurisprudência para dizer o seguinte: se a vítima tinha
menos de 18 anos, a legitimidade para a queixa ou representação era dos seus pais (ou outros
representantes legais). Se o representante legal da vítima menor de 18 anos não fez a representação no
prazo de 6 meses, isso significa que, em tese, teria havido a decadência. Ocorre que, segundo a Súmula 594
do STF, existe uma autonomia (independência) entre o exercício do direito de queixa ou representação
pelo ofendido em relação ao seu representante legal. Logo, o ofendido, ao completar 18 anos, poderá
exercer a representação mesmo que seu representante legal não o tenha feito quando ele era menor já
que, nos termos da Súmula 594, "os direitos de queixa e de representação podem ser exercidos,
independentemente, pelo ofendido ou por seu representante legal."
A Súmula 594-STF atualmente serve para transmitir o seguinte entendimento: se esgotou o prazo de
queixa ou representação para o representante da vítima menor de idade, mesmo assim ela poderá propor
queixa ou representação, iniciando-se seu prazo a partir do momento em que completa 18 anos.
(...) Na ocorrência do delito descrito no art. 214 do Código Penal - antes da revogação pela Lei
12.015/09 -, o prazo decadencial para apresentação de queixa ou de representação é de 6
meses, após a vítima completar a maioridade, em decorrência da dupla titularidade, lato
sensu, do direito de ação (Súmula 594/STF). (...)
STJ. 6ª Turma. EDcl no AgRg no REsp 1189268/SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, jo em
28/8/12.
1. Na ocorrência do delito descrito no art. 214 do Código Penal - antes da revogação pela Lei
12.015/09 -, o prazo decadencial para a apresentação de queixa ou de representação era de 6
meses após a vítima completar a maioridade, em decorrência da dupla titularidade. 2. Esta
Suprema Corte tem reconhecido a dualidade de titulares do direito de representar ou oferecer
queixa, cada um com o respectivo prazo: um para o ofendido e outro para seu representante
legal. Súmula nº 594 do STF. (...)
STF. 1ª Turma. HC 115341, Rel. Min. Dias Toffoli, j. 14/10/14.
SÚMULA Nº 600: CABE AÇÃO EXECUTIVA CONTRA O EMITENTE E SEUS AVALISTAS, AINDA
QUE NÃO APRESENTADO O CHEQUE AO SACADO NO PRAZO LEGAL, DESDE QUE NÃO
PRESCRITA A AÇÃO CAMBIÁRIA. (TJDFT-2014)
OBS: O art. 47, inciso I da Lei do Cheque dispõe: “Art. 47. Pode o portador promover a execução do cheque: I -
contra o emitente e seu avalista;”. No art. 59 do mesmo diploma legal afirma: “Prescreve em 6 meses, contados da
expiração do prazo de apresentação, a ação que o art. 47 desta lei assegura ao portador”. Por sua vez, a Súmula 600
do STF assim refere: “Cabe ação executiva contra o emitente e seus avalistas, ainda que não apresentado o cheque ao
sacado no prazo legal, desde que não prescrita a ação cambiária.”
SÚMULA Nº 601: OS ARTS. 3º, II, E 55 DA LEI COMPLEMENTAR 40/1981 (LEI ORGÂNICA DO
MINISTÉRIO PÚBLICO) NÃO REVOGARAM A LEGISLAÇÃO ANTERIOR QUE ATRIBUI A INICIATIVA
PARA A AÇÃO PENAL PÚBLICA, NO PROCESSO SUMÁRIO, AO JUIZ OU À AUTORIDADE POLICIAL,
MEDIANTE PORTARIA OU AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE. (SUPERADA)
OBS: De fato, a prescrição da pretensão executória é calculada pela pena em concreto. No entanto, ela não é
a única. A prescrição intercorrente e a prescrição retroativa também são calculadas pela pena em
concreto. Logo, não se pode dizer que a prescrição pela pena em concreto somente ocorre no caso de
pretensão executória.
SÚMULA Nº 605: NÃO SE ADMITE CONTINUIDADE DELITIVA NOS CRIMES CONTRA A VIDA.
(TJGO-2009) (TJDFT-2016)
OBS: Segundo o Dizer o Direito, essa está SUPERADA. A súmula está incorreta porque foi editada antes
da Lei 7209/84. Em 1984, houve uma reforma da Parte Geral do Código Penal, materializada pela Lei n°
7209. A Reforma de 1984 passou a permitir, expressamente, a continuidade delitiva em crimes dolosos,
conforme se verifica no parágrafo único do art. 71 do CP. Logo, para a doutrina e jurisprudência, o presente
enunciado, apesar de não formalmente cancelado, está incorreto, uma vez que é possível a continuidade
delitiva em crimes contra a vida.
SÚMULA Nº 606: NÃO CABE "HABEAS CORPUS" ORIGINÁRIO PARA O TRIBUNAL PLENO DE
DECISÃO DE TURMA, OU DO PLENÁRIO, PROFERIDA EM "HABEAS CORPUS" OU NO RESPECTIVO
RECURSO.
SÚMULA Nº 607: NA AÇÃO PENAL REGIDA PELA LEI 4611/1965, A DENÚNCIA, COMO
SUBSTITUTIVO DA PORTARIA, NÃO INTERROMPE A PRESCRIÇÃO. (SUPERADA)
OBS: Importante!
A ação penal nos crimes sexuais deve ser analisada em três momentos históricos. Acompanhe:
AÇÃO PENAL NOS CRIMES SEXUAIS
Redação Regra: ação penal privada.
originária
do CP Exceções:
a) se a vítima ou seus pais não tivessem dinheiro para o processo: ação pública
condicionada à representação.
b) se o crime era cometido com abuso do poder familiar, ou da qualidade de
padrasto, tutor ou curador: ação pública incondicionada.
c) se da violência resultasse lesão grave ou morte da vítima: ação pública
incondicionada.
d) se o crime de estupro fosse praticado mediante o emprego de violência real: ação
pública incondicionada.
Redação da Regra: ação penal pública condicionada à representação.
Lei 12.015/09
Exceções:
a) Vítima menor de 18 anos: incondicionada.
b) Vítima vulnerável: incondicionada.
c) Se foi praticado mediante violência real: incondicionada (Súm. 608-STF).
d) Se resultou lesão corporal grave ou morte: polêmica, mas prevalecia que deveria
ser aplicado o mesmo raciocínio da Súmula 608-STF.
Redação da Ação pública incondicionada (sempre).
Lei 13.718/18 Todos os crimes contra a dignidade sexual são de ação pública incondicionada. Não
(quadro atual) há exceções!
O art. 225 do CP fala apenas nos Capítulos I e II do Título VI. E os crimes previstos nos demais Capítulos
deste Título? Qual será a ação penal neste caso? Também será ação pública incondicionada. Isso por força
do art. 100 do CP (Art. 100 - A ação penal é pública, salvo quando a lei expressamente a declara privativa
do ofendido.). Assim, repito: todos os crimes contra a dignidade sexual são de ação pública incondicionada.
Súmula 608-STF: Em 1984, o STF editou uma súmula afirmando que, se o estupro fosse praticado mediante
violência real, a ação penal seria pública incondicionada. Confira:
Súmula 608-STF: No crime de estupro, praticado mediante violência real, a ação penal é
pública incondicionada.
Com a edição da Lei 12.015/09, a maioria da doutrina defendeu a ideia de que esta súmula teria sido
superada. Isso porque, como vimos, com a Lei 12.015/09, a regra geral no estupro passou a ser a ação
pública condicionada. Ao tratar sobre as exceções nas quais o crime seria de ação pública incondicionada, o
parágrafo único do art. 225 não falou em estupro com violência real. Logo, para os autores, teria havido
uma omissão voluntária do legislador. O STF, contudo, não acatou esta tese. Para o STF, mesmo após a Lei nº
12.015/2009, o estupro praticado mediante violência real continuou a ser de ação pública incondicionada:
A Súmula 608 do STF permanece válida mesmo após o advento da Lei 12.015/09. Assim, em
caso de estupro praticado mediante violência real, a ação penal é pública incondicionada.
STF. 1ª Turma. HC 125360/RJ, rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de
Moraes, julgado em 27/2/2018 (Info 892).
A Lei nº 13.718/2018 retira qualquer dúvida que ainda poderia existir e, portanto, o enunciado da súmula
608 do STF continua válido, apesar de ser atualmente óbvio/inútil considerando que todos os crimes contra
a dignidade sexual são de ação pública incondicionada.
(TJDFT-2016-CESPE): Ainda que o agente não subtraia bens da vítima, configura-se o crime de latrocínio
quando o homicídio se consuma. BL: S. 610 do STF.
(TJSP-2013-VUNESP): A e B, agindo em concurso e com unidade de desígnios entre si, mediante grave
ameaça, exercida com o emprego de arma de fogo, abordaram C, que reagiu após o anúncio de assalto.
Ante a reação, B efetuou um disparo contra C, mas por erro na execução, o projétil atingiu o comparsa,
causando-lhe a morte. Em seguida, B pôs-se em fuga, sem realizar a subtração patrimonial visada. Esse fato
configura latrocínio consumado. BL: S. 610 do STF; art. 73, CP e art. 157, §3º, II, CP.
OBS: O crime foi o de latrocínio consumado, ou seja, roubo qualificado pela morte da vítima, nos termos da
segunda parte do art. 157, §3º, II, do CP. O enunciado da questão é claro quanto a intenção dos agentes em
cometer o crime de roubo, como também quanto a existência do liame subjetivo entre ambos. No que toca
ao erro na execução do disparo de arma de fogo– aberratio ictus -, dispõe o artigo 73 do CP que a “Quando,
por acidente ou erro no uso dos meios de execução, o agente, ao invés de atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge
pessoa diversa, responde como se tivesse praticado o crime contra aquela, atendendo-se ao disposto no § 3º do art. 20
deste Código. No caso de ser também atingida a pessoa que o agente pretendia ofender, aplica-se a regra do art. 70 deste
Código". Dito de outra forma, para efeitos de subsunção do fato ao tipo penal, tem-se que a morte do
comparsa teria os mesmos efeitos que a morte da vítima, ou seja, fora intencional e com o propósito de
proporcionar a subtrair a coisa. Quanto à consumação do crime de latrocínio, embora não tenha sido
subtraída a coisa, o STF consolidou o entendimento no verbete de súmula nº 610 no sentido de que “Há
crime de latrocínio, quando o homicídio se consuma, ainda que não realize o agente a subtração de bens da vítima.".
STF também tem entendido na mesma forma como se extrai da leitura do Resp. 768.915/RS.
(TJMG-2009): Sobre os delitos contra o patrimônio, marque a alternativa CORRETA: O agente que, para
subtrair o veículo da vítima, tira-lhe também a vida, responde por latrocínio consumado (art. 157, § 3º, do
CP), mesmo que não tenha conseguido, efetivamente, apossar-se do carro. BL: S. 610 do STF.
(TJMG-2008): Sizenando pediu a arma de um amigo emprestada dizendo que precisava cobrar uma dívida
de um funcionário de sua empresa. No dia seguinte a esposa de Sizenando encontrou o corpo do
funcionário com duas perfurações à bala na altura do peito e percebeu que o salário recebido por este no
dia anterior havia desaparecido do bolso de sua calça. Encontrada a arma do crime na posse de Sizenando,
ele alegou que havia matado o funcionário para defender a sua honra, pois tinha descoberto o
envolvimento deste com sua esposa. Considerando a conduta de Sizenando, marque a alternativa
CORRETA: A morte do funcionário caracteriza a consumação na hipótese de delito de latrocínio,
independentemente da efetiva subtração da quantia encontrada no bolso da calça. BL: S. 610 do STF.
OBS: Válida. LEP. “Art. 66. Compete ao Juiz da execução: I- aplicar aos casos julgados lei posterior que de qualquer
modo favorecer o condenado.”
OBS: Válida. Ressalte-se que o Código a que se refere a súmula é o CPC 1973. Na vigência do CPC 2015,
contudo, o entendimento exposto persiste.
OBS: Segundo o professor Márcio Cavalcante (Dizer o Direito), essa súmula está, aparentemente, superada.
Vejamos os seus comentários:
Juros compensatórios na desapropriação: O juiz pode autorizar que, antes de a ação de desapropriação
chegar ao fim, o Poder Público já assuma a posse do bem desapropriado. A isso se chama de imissão
provisória na posse. Ocorre que, se o valor da indenização fixada na sentença for maior do que a quantia
oferecida pelo Poder Público, isso significa que o proprietário do bem estava certo ao questionar esse valor
e que ele foi “injustamente” retirado prematuramente da posse de seu bem. Digo “injustamente” porque o
valor oferecido era menor realmente do que o preço devido.
Assim, a legislação, como forma de compensar essa perda antecipada do bem, prevê que o expropriante
deverá pagar juros compensatórios ao expropriado. Desse modo, os juros compensatórios na
desapropriação são aqueles fixados com o objetivo de compensar o proprietário em razão da ocorrência
de imissão provisória na posse.
Qual é a taxa dos juros compensatórios? É importante, no entanto, fazermos um breve histórico sobre o
tema:
1941: na redação original do DL 3.365/41 não havia previsão do pagamento de juros
compensatórios nos casos de imissão provisória na posse do bem expropriado;
1963: o STF, por criação jurisprudencial, entende que devem ser pagos juros compensatórios e
edita a Súmula 164 com a seguinte redação: “No processo de desapropriação, são devidos juros
compensatórios desde a antecipada imissão de posse, ordenada pelo juiz, por motivo de urgência.”.
Como não havia um percentual previsto no DL 3.365/41, a jurisprudência entendeu àquela época
que o percentual dos juros compensatórios deveria ser fixado em 6% ao ano, com base no Código
Civil de 1916.
1984: o Brasil vivia um cenário de inflação crônica com a perda do poder aquisitivo da moeda
sem que existissem mecanismos de correção monetária. Tudo isso, aliado à excessiva demora dos
processos de desapropriação, bem como a disposição da Lei da Usura que limita a taxa de juros ao
dobro da legalmente prevista, levaram o STF a modificar a jurisprudência e passar a entender que
os juros deveriam ser fixados em 12% ao ano, correspondente ao dobro dos juros legais do
Código Civil de 1916. Foi, então, editada a Súmula 618, com a seguinte redação: “Na
desapropriação, direta ou indireta, a taxa dos juros compensatórios é de 12% (doze por cento) ao
ano.”
1997 (11/06/97): o Governo editou a MP 1.577/97 reduzindo os juros compensatórios para 6% ao
ano. Nas sucessivas edições da Medida Provisória até chegar à MP 2.183-56, a redação foi alterada
para estabelecer a taxa em “até 6%”, além do ônus do proprietário de provar a perda da renda
sobre o imóvel como condição para o deferimento do pagamento dos juros compensatórios e
afastar o pagamento quando o grau de utilização e eficiência na exploração da propriedade forem
iguais a zero.
2001: o STF concedeu medida liminar nesta ADI 2332/DF declarando inconstitucional a redução
dos juros para 6% e determinando a volta da taxa fixa para 12%. A decisão do STF foi publicada
em 13/09/01. Vale ressaltar, no entanto, que essa decisão do STF foi ex nunc (para frente). Assim, a
MP 1.577/97 produziu efeitos no período de 11/06/97 a 13/09/01. Neste período, a taxa de juros foi
de 6%, voltando a 12% após a decisão liminar do STF na ADI 2332/DF. Na mesma decisão foi
suspensa a eficácia dos §§1º e 2º do art. 15-A, que tratam das condicionantes para incidência de
juros compensatórios (comprovação de perda de renda e grau de utilização).
Qual foi o novo “capítulo” desse enredo? O STF julgou o mérito da ADI 2332/DF e resolveu alterar a
decisão liminar que havia tomado em 2001. Agora, em 2018, o STF, ao julgar em definitivo a ADI 2332/DF,
decidiu que é constitucional o percentual fixo de 6% previsto no art. 15-A do DL 3.365/41. Veja a redação
do dispositivo:
Art. 15-A No caso de imissão prévia na posse, na desapropriação por necessidade ou utilidade
pública e interesse social, inclusive para fins de reforma agrária, havendo divergência entre o
preço ofertado em juízo e o valor do bem, fixado na sentença, expressos em termos reais,
incidirão juros compensatórios de até seis por cento ao ano sobre o valor da diferença
eventualmente apurada, a contar da imissão na posse, vedado o cálculo de juros compostos.
(Incluído pela MP 2.183-56, de 2001)
SÚMULA Nº 622: NÃO CABE AGRAVO REGIMENTAL CONTRA DECISÃO DO RELATOR QUE
CONCEDE OU INDEFERE LIMINAR EM MANDADO DE SEGURANÇA. (SUPERADA)
OBS: Na época em que essa súmula foi editada (24/09/2003), seu entendimento era correto. Ocorre que a
nova Lei do Mandado de Segurança (Lei 12.016/09) previu expressamente que CABE agravo contra
decisão do relator que concede ou indefere liminar em MS.
Art. 16 (...) Parágrafo único. Da decisão do relator que conceder ou denegar a medida liminar
caberá agravo ao órgão competente do tribunal que integre.
SÚMULA Nº 623: NÃO GERA POR SI SÓ A COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA DO SUPREMO TRIBUNAL
FEDERAL PARA CONHECER DO MANDADO DE SEGURANÇA COM BASE NO ART. 102, I, "N", DA
CONSTITUIÇÃO, DIRIGIR-SE O PEDIDO CONTRA DELIBERAÇÃO ADMINISTRATIVA DO TRIBUNAL
DE ORIGEM, DA QUAL HAJA PARTICIPADO A MAIORIA OU A TOTALIDADE DE SEUS MEMBROS.
OBS: Importante. O STF não dispõe de competência originária para processar e julgar MS impetrado
contra ato de outros Tribunais judiciários, ainda que se trate do STJ. Compete ao próprio STJ julgar os
mandados de segurança impetrados contra seus atos ou omissões.
OBS: Segundo o STJ, "a eventual complexidade do direito invocado, por si só, não afasta a possibilidade de ser ele
apreciadona via mandamental" (MS 16621).
(MPSP-2011): É correto afirmar que, na ação civil constitucional de mandado de segurança, a controvérsia
sobre matéria de direito não impede a sua concessão. BL: S. 625, STF.
OBS: Pelo art. 1º, caput, § 1º da Lei 12.016/09, verificamos que a lesão ou ameaça de lesão a direito líquido
e certo pode ser realizada por autoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem suas atribuições,
sendo que equipara-se a essa autoridade a pessoa natural no exercício de atribuição de poder público (que é
o mesmo que pessoa natural no exercício de função delegada). Além disso, pelo entendimento doutrinário
e pela Súmula 625 do STF, concluímos que, em mandado de segurança, não se admite dilação probatória
quanto à matéria de fato (esta deve estar comprovado de pronto desde o ajuizamento da petição inicial, ou
seja, deve ser líquida e certa), mas admite-se debate quanto à matéria de direito. Em suma: a matéria de fato
deve ser líquida e certa; a matéria de direito não precisa ser líquida e certa.
OBS: Importante. Vide art. 4° da Lei 8.437/92; art. 25, § 3°, da Lei 8.038/90; art. 297, § 3° do RISTF; art. 297.
§ 3º do RISTJ.
(PGEPA-2012): A decisão do Ministro Presidente do STF que suspende a eficácia de liminar em mandado
de segurança, salvo determinação em contrário no provimento que a deferir, produz efeitos até o trânsito
em julgado da decisão de mérito a ser proferida no processo principal, não havendo razão para a reiteração
de pedido de suspensão, enquanto houver recurso ainda pendente de apreciação. BL: S. 626, STF.
OBS: De fato, a legitimidade das entidades associativas para promover demandas em favor de seus
associados tem assento no art. 5º, XXI da CF/88 e a das entidades sindicais está disciplinada no art. 8º, III,
da Constituição Federal. Todavia, em se tratando de entidades associativas, a Constituição subordina a
propositura da ação a um requisito específico, que não existe em relação aos sindicatos, qual seja, a de
estarem essas associações 'expressamente autorizadas' a demandar. É diferente, também, da legitimação
para impetrar mandado de segurança coletivo, prevista no art. 5º, LXX da Constituição, que prescinde da
autorização especial (individual ou coletiva) dos substituídos (Súmula 629 do STF), ainda que veicule
pretensão que interesse a apenas parte de seus membros e associados (Súmula 630 do STF e art. 21 da Lei
12.016/2009). (STF RE 573232, Relator Ministro Ricardo Lewandowski, Voto do Ministro Teori Zavaski,
Tribunal Pleno, julgamento em 14.5.2014, DJe de 19.9.2014, com repercussão geral - tema 82)
OBS: Importante. Não é necessária autorização dos associados porque se trata de substituição processual,
situação na qual a entidade defenderá, em nome próprio, interesse alheio (de seus associados).
OBS: A Lei 12.016/09, que é posterior à súmula, previu, expressamente, que, para a impetração de
mandado de segurança coletivo, a organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente
constituída não precisa de autorização especial (art. 21).
(TRF4-2016): Segundo a orientação do STF, a previsão estatutária genérica para representação dos
associados em juízo é suficiente para que a associação impetre mandado de segurança coletivo,
prescindindo de autorização específica. BL: S. 629, STF c/c art. 21 da Lei do MS.
OBS: Importante. Essa regra foi prevista expressamente no art. 21 da nova Lei do Mandado de Segurança
(Lei 12.016/09).
OBS: De fato, a legitimidade das entidades associativas para promover demandas em favor de seus
associados tem assento no art. 5º, XXI da CF/88 e a das entidades sindicais está disciplinada no art. 8º, III,
da Constituição Federal. Todavia, em se tratando de entidades associativas, a Constituição subordina a
propositura da ação a um requisito específico, que não existe em relação aos sindicatos, qual seja, a de
estarem essas associações 'expressamente autorizadas' a demandar. É diferente, também, da legitimação
para impetrar mandado de segurança coletivo, prevista no art. 5º, LXX da Constituição, que prescinde da
autorização especial (individual ou coletiva) dos substituídos (Súmula 629 do STF), ainda que veicule
pretensão que interesse a apenas parte de seus membros e associados (Súmula 630 do STF e art. 21 da Lei
12.016/2009). (STF RE 573232, Relator Ministro Ricardo Lewandowski, Voto do Ministro Teori Zavaski,
Tribunal Pleno, julgamento em 14.5.2014, DJe de 19.9.2014, com repercussão geral - tema 82)
OBS: Importante. Art. 24 da Lei 12.016/2009. Vide Súmula 701-STF (Processo Penal):
Súmula 701-STF: No mandado de segurança impetrado pelo Ministério Público contra
decisão proferida em processo penal, é obrigatória a citação do réu como litisconsorte
passivo.
OBS: Válida. O tema foi tratado de forma expressa no art. §5º do art. 1029 do NCPC. Vide Súmula 635 do
STF (abaixo).
Art. 1.029. (...) § 5o O pedido de concessão de efeito suspensivo a recurso extraordinário ou a
recurso especial poderá ser formulado por requerimento dirigido:
I – ao tribunal superior respectivo, no período compreendido entre a publicação da decisão
de admissão do recurso e sua distribuição, ficando o relator designado para seu exame
prevento para julgá-lo; (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016)
II - ao relator, se já distribuído o recurso;
III – ao presidente ou ao vice-presidente do tribunal recorrido, no período compreendido
entre a interposição do recurso e a publicação da decisão de admissão do recurso, assim
como no caso de o recurso ter sido sobrestado, nos termos do art. 1.037. (Redação dada pela
Lei nº 13.256, de 2016)
OBS: Válida. O tema foi tratado de forma expressa no art. §5º do art. 1029 do NCPC. Vide Súmula 634 do
STF (acima).
Art. 1.029. (...) § 5o O pedido de concessão de efeito suspensivo a recurso extraordinário ou a
recurso especial poderá ser formulado por requerimento dirigido:
I – ao tribunal superior respectivo, no período compreendido entre a publicação da decisão
de admissão do recurso e sua distribuição, ficando o relator designado para seu exame
prevento para julgá-lo; (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016)
II - ao relator, se já distribuído o recurso;
III – ao presidente ou ao vice-presidente do tribunal recorrido, no período compreendido
entre a interposição do recurso e a publicação da decisão de admissão do recurso, assim
como no caso de o recurso ter sido sobrestado, nos termos do art. 1.037. (Redação dada pela
Lei nº 13.256, de 2016)
OBS: Se a execução provisória puder causar lesão grave ou de difícil reparação ao recorrente, este pode
intentar uma medida cautelar, destinada a dar efeito suspensivo ao recurso. A medida cautelar somente
pode ser ajuizada no tribunal superior, se já admitido o recurso (Súmula 634, STF). Enquanto não
admitido o recurso, a cautelar deve ser intentada perante o presidente ou vice-presidente do tribunal a quo
(Súmula 635, STF)
Somente cabe RE se a ofensa a CF/88 for direta (imediata). No caso de contrariedade ao princípio da
legalidade, diz-se que a violação é indireta (reflexa).
Assim, se a parte interpuser RE e o STF considerar que a ofensa à CF/88 foi apenas reflexa, o STF deverá
remeter o recurso ao STJ para que lá ele seja apreciado como recurso especial. Trata-se de inovação do
CPC/2015 considerando que, antes do novo CPC, o STF simplesmente não conhecia do RE interposto.
SÚMULA Nº 637: NÃO CABE RECURSO EXTRAORDINÁRIO CONTRA ACÓRDÃO DE TRIBUNAL DE
JUSTIÇA QUE DEFERE PEDIDO DE INTERVENÇÃO ESTADUAL EM MUNICÍPIO. (TJSP-2013)
OBS: Importante. Quando o Tribunal de Justiça decide um pedido de intervenção estadual essa decisão,
apesar de emanar de um órgão do Poder Judiciário, reveste-se de caráter político-administrativo (e não
jurisdicional). Logo, por se tratar de uma decisão político-administrativa proferida pelo Poder
Judiciário, contra ela não cabe recurso extraordinário, que é utilizado para impugnar decisões judiciais
em sentido estrito.
OBS: Importante. Causas de alçada são aquelas nas quais a lei estipula determinado valor máximo e
determina que se a demanda for inferior a essa quantia não caberá recurso ao Tribunal de 2° grau
contra a sentença proferida pelo juiz. Como a decisão de 1° grau será a única instância de julgamento, o
STF entende que é cabível RE, nos termos do art. 102, III, da CF/88. Logo, nessa hipótese peculiar, será
admitido RE contra sentença de um juiz.
SÚMULA Nº 641: NÃO SE CONTA EM DOBRO O PRAZO PARA RECORRER, QUANDO SÓ UM DOS
LITISCONSORTES HAJA SUCUMBIDO. (MPF-2008) (MPMT-2008) (TCEES-2009) (Anal. Judic./TRF4-
2010) (Anal. Judic./TRT20-2011) (TJBA-2012) (TRF4-2012) (TRT1-2012) (Anal. Judic./TRT11-2012)
(Anal./TJRR-2012) (DPETO-2013) (Cartórios/TJES-2013) (Anal. Judic./TJDFT-2013) (TJPA-2014) (TRT14-
2014) (PGERS-2015) (Anal. Judic./TRERS-2015) (Anal. Judic./TJDFT-2015) (TJAM-2016) (TJDFT-2016)
OBS: Importante. O DF, por não ser dividido em Municípios, acumula competências estaduais e
municipais (art. 32, §1º, CF). Assim, o DF pode editar leis tratando sobre assuntos de competência dos
Estados ou dos Municípios.
O art. 102, I, “a” da CF/88 somente admite ADI contra lei ou ato normativo federal ou estadual. Não
cabe contra lei ou ato normativo de competência municipal.
Logo, quando o DF edita uma lei no exercício de competência municipal, não cabe ADI contra este ato
normativo. Poderia ser proposta ADI no TJDFT alegando violação à Lei Orgânica do DF.
(MPRO-2010-CESPE): Não é cabível o ajuizamento de ADI perante o STF para impugnar ato normativo
editado pelo DF, no exercício de competência que a CF tenha reservado aos municípios. BL: S. 642 do STF.
SÚMULA Nº 643: O MINISTÉRIO PÚBLICO TEM LEGITIMIDADE PARA PROMOVER AÇÃO CIVIL
PÚBLICA CUJO FUNDAMENTO SEJA A ILEGALIDADE DE REAJUSTE DE MENSALIDADES
ESCOLARES. (TCEAP-2010) (TJSC-2010) (MPMS-2011) (MPPR-2012)
(MPMS-2015-FAPEC): De acordo com o STF, o Ministério Público tem legitimidade para promover ação
civil pública cujo fundamento seja a ilegalidade de reajuste de mensalidades escolares. BL: S. 643 do STF.
OBS: Em relação à primeira hipótese, Kazuo Watanabe explica que "não se pode ir ao extremo de permitir
que o Ministério Público tutele interesses genuinamente privados sem qualquer relevância social (como os
de condôminos de um edifício de apartamentos contra o síndico ou contra terceiros, ou os de um grupo de
uma sociedade contra outro grupo da mesma sociedade, a menos que esteja inequivocamente presente, por alguma
razão específica, o interesse social), sob pena de amesquinhamento da relevância social do Parquet, que deve estar
vocacionado, por definição constitucional, à defesa “da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais
e individuais indisponíveis" (in "Código Brasileiro de Defesa do Consumidor Comentado pelos Autores do
Anteprojeto", 5ª edição, Rio de Janeiro: Forense, p. 634).
OBS: A representação processual de pessoa jurídica de direito público independe de instrumento quando
o procurador é integrante dos quadros funcionais do ente público.
OBS: O entendimento acima continua válido, mas foi aprovada a SV 38 do STF com praticamente o mesmo
teor.
(TJPB-2011-CESPE): Segundo o STF, é inconstitucional, por ofensa ao princípio da livre concorrência, lei
municipal que impeça a instalação de estabelecimentos comerciais do mesmo ramo em determinada área.
BL: S. 646, STF.
OBS: O entendimento acima continua válido, mas foi aprovada a súmula vinculante 49 com o mesmo teor,
substituindo esta.
(TJDFT-2008): Atenta contra o princípio da livre concorrência lei municipal que impede a instalação de
estabelecimentos comerciais do mesmo ramo de atividade em determinada área. BL: S. 646, STF.
SÚMULA Nº 647: COMPETE PRIVATIVAMENTE À UNIÃO LEGISLAR SOBRE VENCIMENTOS DOS
MEMBROS DAS POLÍCIAS CIVIL E MILITAR DO DISTRITO FEDERAL.
OBS: O entendimento acima continua válido, mas foi aprovada a SV 39 do STF com praticamente o mesmo
teor, à exceção do fato de que foi acrescentado o corpo de bombeiros militar do Distrito Federal na redação.
OBS: Válida. O STF tornou o enunciado desta Súmula Vinculante (SV 7).
OBS: Esse enunciado afirma que é vedada a criação, nos Estados-membros, de Conselho Estadual de
Justiça, com a participação de representantes de outros Poderes ou entidades, considerando que isso viola o
princípio da separação dos Poderes (art. 2º da CF/88).
Deve-se esclarecer que o raciocínio dessa Súmula 649 não pode ser aplicado para o Conselho Nacional de
Justiça, uma vez que, segundo decidiu o STF, o CNJ é um órgão interno do Poder Judiciário (art. 92, I-A,
da CF/88) e em sua composição apresenta maioria qualificada de membros da magistratura (art. 103-B).
Além disso, o Poder Legislativo estadual, ao contrário do Congresso Nacional, não possui competência
para instituir conselhos, internos ou externos, para fazer o controle das atividades administrativas,
financeiras e disciplinares do Poder Judiciário. O STF afirmou que o Poder Judiciário é nacional e, nessa
condição, rege-se por princípios unitários enunciados pela CF (STF ADI 3367, julgado em 13/04/2005).
Em suma, o CNJ é constitucional, mas o Estados-membros não podem criar Conselhos Estaduais de Justiça.
OBS: Importante. Concursos federais. As terras ocupadas, em passado remoto, por aldeamentos indígenas
não são bens da União (STF, AI-AgR 307401/SP).
OBS: Segundo critério construído pelo STF, somente são consideradas “terras tradicionalmente ocupadas
pelos índios” aquelas que eles habitavam na data da promulgação da CF/88 (marco temporal) e,
complementarmente, se houver a efetiva relação dos índios com a terra (marco da tradicionalidade da
ocupação). Assim, se, em 05/10/1988, a área em questão não era ocupada por índios, isso significa que ela
não terá a natureza indígena de que trata o art. 231 da CF/88.
SÚMULA Nº 651: A MEDIDA PROVISÓRIA NÃO APRECIADA PELO CONGRESSO NACIONAL PODIA,
ATÉ A EMENDA CONSTITUCIONAL 32/2001, SER REEDITADA DENTRO DO SEU PRAZO DE
EFICÁCIA DE TRINTA DIAS, MANTIDOS OS EFEITOS DE LEI DESDE A PRIMEIRA EDIÇÃO.
OBS: Existe agora uma súmula vinculante tratando sobre o tema (SV 54).
SÚMULA Nº 652: NÃO CONTRARIA A CONSTITUIÇÃO O ART. 15, § 1º, DO DECRETO-LEI 3365/1941
(LEI DA DESAPROPRIAÇÃO POR UTILIDADE PÚBLICA).
OBS: Importante. Em regra, a posse do expropriante sobre o bem somente ocorre quando tiver concluído o
processo de desapropriação e paga a indenização. No entanto, o art. 15 do Decreto-Lei 3365/41 prevê a
possibilidade de imissão provisória na posse em caso de urgência. Para o STF, a imissão provisória na
viola o princípio da justa e prévia indenização (art. 5º, XXIV da CF/88).
(TJDFT-2012): Em ação de desapropriação por utilidade pública, alegada a urgência pelo expropriante, e
desde que efetivado o depósito da quantia arbitrada, pode o juiz deferir a imissão provisória na posse do
bem, independentemente de citação. Tal procedimento não ofende a Constituição. BL: art. 15, §1º do Dec.-
Lei 3365/41 e S. 652, STF.
A CF/88 não traz, de modo detalhado, como deve ser a composição dos Tribunais de Contas dos Estados,
dizendo apenas que o TCE deve ser formado por 7 Conselheiros e que as normas previstas para o TCU
aplicam-se, no que couber, ao TCE (art. 75 da CF/88).
Assim, entende-se que a forma de escolha dos membros do TCE deve ser prevista na respectiva
Constituição Estadual. O STF, contudo, afirmou que, por força do princípio da simetria, essas regras de
escolha dos Conselheiros do TCE devem obedecer ao mesmo modelo estabelecido pela Constituição
Federal para o TCU (art. 73, § 2º da CF).
Em suma, a Constituição Estadual deverá detalhar as normas sobre a escolha dos membros do TCE, mas
tais regras deverão seguir a mesma sistemática adotada para a composição do TCU. Esse entendimento
deu origem à súmula 653 do STF.
OBS:
Art. 5º (...) XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa
julgada;
A irretroatividade da lei é uma garantia do indivíduo frente o Estado. Se o Poder Público decide editar uma
lei com efeitos retroativos prejudicando a sua própria situação jurídica e conferindo, por exemplo, mais
direitos ao indivíduo, esta lei não viola o art. 5º, XXXVI.
SÚMULA Nº 655: A EXCEÇÃO PREVISTA NO ART. 100, "CAPUT" [ATUAL §1º], DA CONSTITUIÇÃO,
EM FAVOR DOS CRÉDITOS DE NATUREZA ALIMENTÍCIA, NÃO DISPENSA A EXPEDIÇÃO DE
PRECATÓRIO, LIMITANDO-SE A ISENTÁ-LOS DA OBSERVÂNCIA DA ORDEM CRONOLÓGICA
DOS PRECATÓRIOS DECORRENTES DE CONDENAÇÕES DE OUTRA NATUREZA. (PGEAM-2010)
OBS: Válida, mas quando o enunciado fala em "caput', deve-se entender § 1°. Isso porque, após a súmula
ter sido aprovada (em 2003), foi editada a EC 62/09, que deslocou a referida exceção em favor dos créditos
de natureza alimentícia do caput do art. 100 para o seu § 1°.
SÚMULA Nº 657: A IMUNIDADE PREVISTA NO ART. 150, VI, "D", DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL
ABRANGE OS FILMES E PAPÉIS FOTOGRÁFICOS NECESSÁRIOS À PUBLICAÇÃO DE JORNAIS E
PERIÓDICOS. (MPDFT-2004) (TJMS-2008) (TJPA-2012) (TJCE-2012)
(MPSC-2013): Não incide ICMS - (Imposto Sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Sobre
Prestações de Serviços de Transporte Interestadual, Intermunicipal e de Comunicação), imposto de
competência dos Estados e do Distrito Federal, quanto a operações com livros, jornais e periódicos,
inclusive sobre o papel destinado exclusivamente à impressão de tais produtos. BL: art. 150, VI, “d” da CF
e Súmula 657 do STF.
SÚMULA Nº 660: NÃO INCIDE ICMS NA IMPORTAÇÃO DE BENS POR PESSOA FÍSICA OU JURÍDICA
QUE NÃO SEJA CONTRIBUINTE DO IMPOSTO. (SUPERADA, desde a edição da EC 33/01)
OBS: Atualmente, o ICMS incide sobre toda e qualquer importação. Independentemente de a pessoa ser
contribuinte ou não do ICMS, deverá pagar o ICMS importação.
OBS: A Súmula 135 do STJ e a Súmula 662 do STF são válidas, devendo ser interpretadas da seguinte
forma:
Venda de fitas de vídeo produzidas por encomenda de forma personalizada para um cliente:
incide ISS (trata-se de prestação de um serviço).
Venda de fitas de vídeo produzidas em série e ofertadas ao público em geral: incide ICMS (trata-
se de comercialização de mercadoria).
Súmula 135 do STJ: O ICMS NÃO INCIDE NA GRAVAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DE FILMES E
VIDEOTEIPES.
OBS: O entendimento continua válido, mas foi aprovada a SV 40 com o mesmo teor.
OBS: Importante. Assim, a progressividade de alíquotas com base em outras razões que não a função
social da propriedade somente é legítima após a edição da EC 29/2000.
OBS: O entendimento acima continua válido, mas foi aprovada a súmula vinculante 50 com o mesmo teor,
substituindo esta.
OBS: O entendimento acima continua válido, mas foi aprovada a súmula vinculante 41 com o mesmo teor.
SÚMULA Nº 671: OS SERVIDORES PÚBLICOS E OS TRABALHADORES EM GERAL TÊM DIREITO, NO
QUE CONCERNE À URP DE ABRIL/MAIO DE 1988, APENAS AO VALOR CORRESPONDENTE A 7/30
DE 16,19% SOBRE OS VENCIMENTOS E SALÁRIOS PERTINENTES AOS MESES DE ABRIL E MAIO DE
1988, NÃO CUMULATIVAMENTE, DEVIDAMENTE CORRIGIDO ATÉ O EFETIVO PAGAMENTO.
SÚMULA Nº 672: O REAJUSTE DE 28,86%, CONCEDIDO AOS SERVIDORES MILITARES PELAS LEIS
8622/1993 E 8627/1993, ESTENDE-SE AOS SERVIDORES CIVIS DO PODER EXECUTIVO, OBSERVADAS
AS EVENTUAIS COMPENSAÇÕES DECORRENTES DOS REAJUSTES DIFERENCIADOS CONCEDIDOS
PELOS MESMOS DIPLOMAS LEGAIS.
OBS: O entendimento acima continua válido, mas foi aprovada a SV 51 com o mesmo teor, substituindo
esta.
SÚMULA Nº 673: O ART. 125, § 4º, DA CONSTITUIÇÃO NÃO IMPEDE A PERDA DA GRADUAÇÃO DE
MILITAR MEDIANTE PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO.
SÚMULA Nº 676: A GARANTIA DA ESTABILIDADE PROVISÓRIA PREVISTA NO ART. 10, II, "A", DO
ATO DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS, TAMBÉM SE APLICA AO SUPLENTE
DO CARGO DE DIREÇÃO DE COMISSÕES INTERNAS DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES (CIPA).
SÚMULA Nº 677: ATÉ QUE LEI VENHA A DISPOR A RESPEITO, INCUMBE AO MINISTÉRIO DO
TRABALHO PROCEDER AO REGISTRO DAS ENTIDADES SINDICAIS E ZELAR PELA OBSERVÂNCIA
DO PRINCÍPIO DA UNICIDADE.
OBS: A legitimidade dos sindicatos para representação de determinada categoria depende do devido
registro no Ministério do Trabalho em obediência ao princípio constitucional da unicidade sindical
(art. 8º, II, da CF/88). STF. 1ª Turma. RE 740434 AgR/MA, Rel. Min. Luiz Fux, j. 19/2/2019 (Info 931).
SÚMULA Nº 678: SÃO INCONSTITUCIONAIS OS INCISOS I E III DO ART. 7º DA LEI 8162/1991, QUE
AFASTAM, PARA EFEITO DE ANUÊNIO E DE LICENÇA-PRÊMIO, A CONTAGEM DO TEMPO DE
SERVIÇO REGIDO PELA CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO DOS SERVIDORES QUE
PASSARAM A SUBMETER-SE AO REGIME JURÍDICO ÚNICO.
SÚMULA Nº 679: A FIXAÇÃO DE VENCIMENTOS DOS SERVIDORES PÚBLICOS NÃO PODE SER
OBJETO DE CONVENÇÃO COLETIVA.
OBS: O entendimento acima continua válido, mas foi aprovada a SV 55 com o mesmo teor.
OBS: O entendimento acima continua válido, mas foi aprovada a SV 42 com o mesmo teor.
OBS: Importante. Como regra geral, é proibido que o edital do concurso público estabeleça diferença de
salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil
(art. 7º, XXX c/c art. 39, § 3º, da CF/88).
Exceção: é possível que o edital do concurso público estabeleça limites de idade, desde que haja
previsão em lei e isso se justifique pela natureza das atribuições do cargo.
(MPPR-2016): Entende o STF que o limite de idade para inscrição em concurso público apenas se legitima,
à vista do art. 7°, XXX (proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão
por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil), da Constituição Federal, quando possa ser justificado pela
natureza das atribuições do cargo a ser preenchido. BL: S. 683, STF.
(TJMG-2012-VUNESP): De acordo com o STF, não ofende o princípio da igualdade a limitação de idade
para a inscrição em concurso público, desde que se leve em conta a natureza das atribuições do cargo a ser
preenchido. BL: S. 683, STF.
(TJMG-2008): O limite de idade para inscrição em concurso público só se legitima em face do art. 7º, XXX,
da Constituição Federal, quando possa ser justificado pela natureza das atribuições do cargo a ser
preenchido. Essa afirmativa permite concluir que o limite de idade só pode ser estabelecido em
determinadas circunstâncias fáticas. BL: S. 683, STF.
OBS: Isto significa que, em regra, o limite de idade é proibido, a menos que a natureza das atribuições do
cargo ( que é um uma circunstância fática, que depende de cada caso concreto) assim o exigir. Por exemplo,
para certas atividades policiais ou militares, é razoável impor a limitação para candidatos mais velhos,
tendo em vista o esforço físico que é exigido nestes cargos. O que o STF entende, em suma, é que se
houver uma justificativa para a restrição em razão das atribuições do cargo, é possível a limitação de
idade de inscrição no concurso público.
OBS: O entendimento acima continua válido, mas foi aprovada a SV 43 com o mesmo teor.
OBS: O entendimento acima continua válido, mas foi aprovada a SV 44 com o mesmo teor.
OBS: Importante. O 13º salário é um ganho habitual do trabalhador e segundo a CF/88, “os ganhos
habituais do empregado, a qualquer título, serão incorporados ao salário para efeito de contribuição
previdenciária e consequente repercussão em benefícios, nos casos e na forma da lei” (art. 201, § 11).
A gratificação natalina, por ostentar caráter permanente, integra o conceito de remuneração, sujeitando-
se, consequentemente, à contribuição previdenciária. A Lei 8.620/93, em seu art. 7°, § 2°, autorizou
expressamente a incidência da contribuição previdenciária sobre o valor bruto do 13° salário (STJ AgRg no
AREsp 343.983/AL, j. 19/09//2013).
OBS: No julgamento do HC 86.834-7/SP (23/08/06), o STF reviu seu posicionamento sobre o tema e passou
a decidir que a competência para julgar HC impetrado contra ato da Turma Recursal é do Tribunal de
Justiça (se for turma recursal estadual) ou do Tribunal Regional Federal (se a turma recursal for do JEF).
(TJTO-2007-CESPE): No que concerne aos juizados especiais criminais, assinale a opção correta: Compete
ao tribunal de justiça de cada estado processar e julgar habeas corpus impetrado contra ato emanado de
turma recursal.
OBS: De acordo com Nestor Távora, a partir do julgamento do HC nº 86.834/SP, o STF passou a considerar
competente a Turma Recursal para apreciar HC contra ato emanado de juiz singular do Juizado Especial
Criminal, superando o entendimento positivado na súmula 690 do STF, ao conceber que a competência
para se julgar HC contra ato de Turma Recursal do Juizado Especial Criminal será dos Tribunais de Justiça
dos Estados ou do Distrito Federal ou do Tribunal Regional Federal respectivo.
OBS: Válida, mas com ressalva. A Súmula 691 do STF pode ser afastada em casos excepcionais, quando
a decisão atacada se mostrar teratológica, flagrantemente ilegal, abusiva ou manifestamente contrária à
jurisprudência do STF (HC 118684, julgado em 03/12/13).
(DPEAP-2018-FCC): Adolescente, que se encontra em internação provisória por prazo muito superior ao
máximo estabelecido em lei, aguarda processamento do feito perante Vara da Infância e da Juventude no
qual responde pelo suposto cometimento de ato infracional mediante violência. Por estar o processo
estacionado na fase de defesa prévia, sem previsão de conclusão, o Defensor Público que nele atua
pretende que o adolescente aguarde ao sentenciamento em liberdade assistida. Ocorre que, tanto no
Tribunal de Justiça estadual, quanto no Superior Tribunal de Justiça, foram indeferidos, por decisões dos
respectivos Relatores, pedidos de concessão de liminar em sede de habeas corpus impetrados nas referidas
instâncias. Nessa hipótese, à luz da Constituição Federal e da jurisprudência do Supremo Tribunal
Federal, a adoção de medida perante o STF, neste momento, é viável, sendo cabível impetrar habeas
corpus, em caso de manifesto constrangimento ilegal, prontamente identificável, de modo a excepcionar a
aplicação de súmula que obstaria seu conhecimento.
OBS: Tem se admitido o afastamento da súmula em hipóteses excepcionais, quais sejam: “É bem verdade
que o rigor na aplicação da Súmula n. 691 tem sido abrandado por julgados desta Corte em hipóteses
excepcionais, em que:
a) seja premente a necessidade de concessão do provimento cautelar para evitar flagrante
constrangimento ilegal; ou
b) a negativa de decisão concessiva de medida liminar pelo tribunal superior importe na caracterização,
ou na manutenção, de situação que seja manifestamente contrária à jurisprudência do STF (cf. as
decisões colegiadas: (...).” (HC 106160, Relator Ministro Gilmar Mendes, 2 Turma, j. 15.2.2011, DJe de
2.3.2011).
Assim, não é o caso de revogação da súmula (overruling), mas de afastá-la no caso concreto em razão de
patente constrangimento ilegal, ou para evitar a manutenção de situação que seja manifestamente
contrária à jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, em hipóteses concretamente distintas dos demais
casos que deram origem ao entendimento sumular (distinguishing). (fonte:
http://www.conteudojuridico.com.br/artigo,da-superacao-da-sumula-691stf-breves-
consideracoes,45457.htm).
(MPPE-2014-CESPE): Não compete ao STF conhecer de habeas corpus impetrado contra decisão do
Relator que, em habeas corpus requerido a tribunal superior, indefere a liminar. BL: S. 691, STF.
SÚMULA Nº 692: NÃO SE CONHECE DE "HABEAS CORPUS" CONTRA OMISSÃO DE RELATOR DE
EXTRADIÇÃO, SE FUNDADO EM FATO OU DIREITO ESTRANGEIRO CUJA PROVA NÃO CONSTAVA
DOS AUTOS, NEM FOI ELE PROVOCADO A RESPEITO.
SÚMULA Nº 693: NÃO CABE "HABEAS CORPUS" CONTRA DECISÃO CONDENATÓRIA A PENA
DE MULTA, OU RELATIVO A PROCESSO EM CURSO POR INFRAÇÃO PENAL A QUE A PENA
PECUNIÁRIA SEJA A ÚNICA COMINADA. (TJAP-2008) (TJSP-2011) (TRF1-2015) (Investig. de
Polícia/MA-2018) (TJCE-2018)
(TJRS-2018-VUNESP): Assinale a alternativa correta: Não cabe habeas corpus contra decisão condenatória
a pena de multa, ainda que seja patente o constrangimento ilegal causado. BL: S. 693, STF.
OBS: Vale a pena prestar atenção nas expressões “patente constrangimento”, “teratologia” e afins quando
se trata de mandado de segurança e habeas corpus, porque elas, nesses casos, geralmente acabam por
excepcionar uma situação de não cabimento dos writs. Ocorre que, quanto à decisão condenatória a pena de
multa, nem o flagrante constrangimento ilegal é suficiente a legitimar a impetração do habeas corpus, porque
não há, nesse caso, qualquer violação ao direito de locomoção.
(PF-2004-CESPE): Com base no entendimento do STF, julgue o item a seguir: É incabível habeas corpus em
relação a decisão condenatória a pena exclusivamente de multa. BL: S. 693, STF.
OBS: Importante. O STF entende que nesses casos não há risco ou ameaça à liberdade de locomoção. Não
caberá "habeas corpus" em relação a punições disciplinares militares (art. 142, § 2°, da CF/88).
SÚMULA Nº 695: NÃO CABE "HABEAS CORPUS" QUANDO JÁ EXTINTA A PENA PRIVATIVA DE
LIBERDADE. (TJTO-2007) (TJSP-2011) (Investig. de Polícia/MA-2018)
OBS: Importante.
O que acontece se o Promotor de Justiça se recusa a oferecer a proposta e o juiz entender que o acusado
preenche os requisitos legais para a obtenção do benefício? O juiz, aplicando por analogia o art. 28 do CPP,
deverá remeter os autos ao Procurador-Geral de Justiça, comunicando as razões pelas quais discorda da
recusa do membro do MP em oferecer a proposta. O PGJ irá decidir se os motivos da recusa são pertinentes
ou não.
Caso o PGJ entenda que o acusado não tenha realmente direito ao benefício, o juiz nada mais poderá fazer,
não podendo o próprio magistrado formular a proposta.
Se entender que o acusado tem direito ao benefício, o PGJ determinará que outro membro do MP ofereça a
proposta.
Atenção: existe um julgado do STJ afirmando que, se perceber que os fundamentos utilizados pelo
Ministério Público para negar o benefício são insubsistentes e que o acusado preenche os requisitos
especiais previstos no art. 89 da Lei 9.099/95, o próprio juiz deveria oferecer a proposta de suspensão
condicional do processo ao acusado. STJ. HC 131.108-RJ, Rel. Min. Jorge Mussi, j. 18/12/12 (lnfo 513).
Trata-se, contudo, de posição minoritária. Portanto, o entendimento majoritário, para fins de concurso, é a
posição constante da Súmula 696 do STF.
Transação penal: Vale ressaltar, por fim, que o raciocínio da Súmula 696 do STF pode ser aplicado também
para a transação penal.
(TJSP-2011-VUNESP): Antônio foi denunciado por receptação simples (art. 180, caput, do Código Penal), e
o juiz, verificando que seria caso, em tese, da apresentação de proposta de suspensão condicional do
processo (art. 89, da Lei n.º 9.099/95), determina a abertura de vista dos autos ao Promotor de Justiça para
tal finalidade. O Promotor, porém, recusa-se a oferecer a proposta de suspensão, alegando que o crime de
receptação é incompatível com o benefício, pois incentiva a prática de furtos, roubos e até mesmo de
latrocínios, e requer o prosseguimento do feito. Qual a medida que o juiz, caso discorde do posicionamento
do Promotor, deve tomar, inclusive, se o caso, consoante jurisprudência sumulada dos Tribunais Superiores
(STJ e STF): Remeter os autos à apreciação do Procurador Geral de Justiça, mediante aplicação analógica do
art. 28, do Código de Processo Penal. BL: S. 696, STF.
OBS: Atualmente, é permitida a liberdade provisória para crimes hediondos e equiparados. O STF
entende que a CF/88 não permite a prisão ex lege (ou seja, apenas por força de lei). Logo, é inconstitucional
qualquer lei que vede, de forma abstrata e genérica, a liberdade provisória para determinados delitos.
OBS: A súmula foi editada em 24/9/03. Ocorre que, em 23/2/06, o STF declarou que era inconstitucional
proibir a progressão de regime no caso de crimes hediondos ou equiparados (HC 82959).
OBS: O agravo de que trata esta súmula é aquele interposto contra a decisão do Presidente ou Vice-
Presidente do Tribunal de origem que inadmite o recurso especial ou extraordinário.
Este prazo de 5 dias era previsto no art. 28 da Lei 8.038/90 (Art. 28. Denegado o recurso extraordinário ou
o recurso especial, caberá agravo de instrumento, no prazo de cinco dias, para o Supremo Tribunal Federal
ou para o Superior Tribunal de Justiça, conforme o caso.).
Como o CPC/1973 previa o prazo de 15 dias, antes da súmula ser editada ficou uma dúvida: aplica-se o
CPC ou o art. 28 da Lei no 8.038/90?
O STF, a fim de pacificar o tema, editou a súmula para afirmar: não se aplica o prazo do CPC, mas sim o
prazo especial do art. 28 da Lei 8.038/90. O prazo do CPC só vale para os processos cíveis e no caso dos
feitos criminais existe esta regra específica.
Ocorre que o art. 28 da Lei no 8.038/90 foi agora expressamente revogado pelo novo CPC. Logo, o
argumento de que havia um prazo especial para os agravos envolvendo recurso extraordinário em matéria
criminal caiu por terra.
Em virtude disso, a súmula está superada (STF,1ª Turma. ARE 993407/DF, Rel. Min. Edson Fachin, j.
25/10/2016).
Qual será o prazo a ser aplicado, então? Em um processo penal, se a parte interpõe RE ou Resp e o
Tribunal de origem inadmite o recurso, caberá agravo em quantos dias? A questão ainda é polêmica, mas
prevalece que o prazo é de 15 dias, nos termos do art. 1.003, § 5º e do art. 1.070 do CPC/2015. Nesse
sentido: STJ. 6a Turma. AgRg no AREsp 840.620/SP, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em
21/11/2017. STF. 1ª Turma. ARE 1057146 AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 22/09/2017.
O CPC/2015 previu que os prazos devem ser contados somente em dias úteis (art. 219). Esta regra vale
também para o agravo envolvendo processos criminais? NÃO. Não se aplica o art. 219 do CPC/2015,
considerando que existe regra específica no processo penal determinando que todos os prazos serão
contínuos, não se interrompendo por férias, domingo ou dia feriado (art. 798 do CPP).
Resumindo: a Súmula 699 do STF está superada. Isso porque depois do novo CPC o prazo para
interposição de agravo contra a decisão do Tribunal de origem que inadmite o recurso especial ou
extraordinário, mesmo em processo penal, é de 15 dias, conforme determina o art. 1.003, § 5° do CPC/2015.
Apesar disso, este prazo é corrido porque não existe contagem em dias úteis no processo penal.
Importante fazer um último alerta: Esta súmula 699 do STF não tem nada a ver com agravos internos
interpostos contra decisões monocráticas de Ministros do STF e STJ. No caso de agravo interposto contra
decisão monocrática do Ministro Relator no STF e STJ, em recursos ou ações originárias que versem
sobre matéria penal ou processual penal, o prazo continua sendo de 5 dias, nos termos do art. 39 da Lei
8.038/90 (não se aplicando o art. 1.070 do CPC/2015). Para maiores informações sobre este último agravo,
veja STF. Decisão monocrática. HC 134554 Rcon, Rel. Min. Celso de Mello, j. 10/06/16 (lnfo 830); STJ. 3ª
Seção. AgRg nos EDcl nos EAREsp 316.129-SC, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, j. 25/5/16 (Info 585).
OBS: A integração da relação processual pelo réu, como litisconsorte passivo, é obrigatória (Súmula 701 do
STF). Isso porque haveria clara ofensa ao contraditório e à ampla defesa caso fosse possibilitado ao MP
discutir determinada matéria constante do processo penal sem que o réu também pudesse se manifestar.
OBS: A questão exige conhecimento da jurisprudência do STF sobre as competências para julgamentos de
crimes praticados por prefeitos. Em primeiro lugar, cumpre lembrar que a competência para este
julgamento depende da natureza da verba desviada - no caso, trata-se de verba da União, transferida ao
município por repasse voluntário e cujo uso é fiscalizado pelo Tribunal de Contas da União. Portanto, de
acordo com a Súmula 208 do STJ, "compete à justiça federal processar e julgar prefeito municipal por desvio de
verba sujeita à prestação de contas perante o órgão federal". Note, também, que a Súmula 702 do STF determina
que "a competência do tribunal de justiça para julgar prefeitos restringe-se aos crimes de competência da justiça
comum estadual; nos demais casos, a competência originária caberá ao respectivo tribunal de segundo grau"
- ou seja, cabe ao TRF.
(MPAM-2015-FMP): Prefeito Municipal acusado da prática de crime eleitoral é julgado pelo Tribunal
Regional Eleitoral. BL: S. 702, STF.
(TJRR-2015-FCC): Os prefeitos devem ser julgados por Tribunal de Justiça Estadual, mas em cometimento
de crimes federais deverão ser julgados pelo Tribunal Regional Federal. BL: S. 702, STF.
(MPRJ-2012): José, prefeito na cidade de Campos, no Estado do Rio de Janeiro, cometeu um crime federal e
deverá, portanto, ser julgado no Tribunal Regional Federal da 2ª Região, competente para RJ e ES. BL: S.
702, STF.
(TJSE-2008-CESPE): A competência do tribunal de justiça para julgar prefeitos restringe-se aos crimes de
competência da justiça comum estadual. BL: S. 702, STF.
(TJDFT-2008): Na prática de crime que ofende bem jurídico da União por prefeito será competente para o
julgamento o TRF. BL: S. 702, STF.
OBS: Em regra, os prefeitos são julgados pelo TJ de seu respectivo Estado. Porém, em caso de crime de
competência da Justiça Federal, o julgamento se dará pelo TRF.
(TJMG-2008): Nos crimes eleitorais, o Prefeito Municipal será julgado pelo Tribunal Regional Eleitoral. BL:
S. 702, STF.
OBS:
Art. 1º São crimes de responsabilidade dos Prefeitos Municipal, sujeitos ao julgamento do
Poder Judiciário, independentemente do pronunciamento da Câmara dos Vereadores:
I - apropriar-se de bens ou rendas públicas, ou desviá-los em proveito próprio ou alheio;
Il - utilizar-se, indevidamente, em proveito próprio ou alheio, de bens, rendas ou serviços
públicos;
Ill - desviar, ou aplicar indevidamente, rendas ou verbas públicas;
IV - empregar subvenções, auxílios, empréstimos ou recursos de qualquer natureza, em
desacordo com os planos ou programas a que se destinam;
V - ordenar ou efetuar despesas não autorizadas por lei, ou realizá-Ias em desacordo com as
normas financeiras pertinentes;
VI - deixar de prestar contas anuais da administração financeira do Município a Câmara de
Vereadores, ou ao órgão que a Constituição do Estado indicar, nos prazos e condições
estabelecidos;
VII - Deixar de prestar contas, no devido tempo, ao órgão competente, da aplicação de
recursos, empréstimos subvenções ou auxílios internos ou externos, recebidos a qualquer
titulo;
VIII - Contrair empréstimo, emitir apólices, ou obrigar o Município por títulos de crédito, sem
autorização da Câmara, ou em desacordo com a lei;
IX - Conceder empréstimo, auxílios ou subvenções sem autorização da Câmara, ou em
desacordo com a lei;
X - Alienar ou onerar bens imóveis, ou rendas municipais, sem autorização da Câmara, ou em
desacordo com a lei;
XI - Adquirir bens, ou realizar serviços e obras, sem concorrência ou coleta de preços, nos
casos exigidos em lei;
XII - Antecipar ou inverter a ordem de pagamento a credores do Município, sem vantagem
para o erário;
XIII - Nomear, admitir ou designar servidor, contra expressa disposição de lei;
XIV - Negar execução a lei federal, estadual ou municipal, ou deixar de cumprir ordem
judicial, sem dar o motivo da recusa ou da impossibilidade, por escrito, à autoridade
competente;
XV - Deixar de fornecer certidões de atos ou contratos municipais, dentro do prazo
estabelecido em lei.
XVI – deixar de ordenar a redução do montante da dívida consolidada, nos prazos
estabelecidos em lei, quando o montante ultrapassar o valor resultante da aplicação do limite
máximo fixado pelo Senado Federal; (Incluído pela Lei 10.028, de 2000)
XVII – ordenar ou autorizar a abertura de crédito em desacordo com os limites estabelecidos
pelo Senado Federal, sem fundamento na lei orçamentária ou na de crédito adicional ou com
inobservância de prescrição legal; (Incluído pela Lei 10.028, de 2000)
XVIII – deixar de promover ou de ordenar, na forma da lei, o cancelamento, a amortização ou
a constituição de reserva para anular os efeitos de operação de crédito realizada com
inobservância de limite, condição ou montante estabelecido em lei; (Incluído pela Lei 10.028,
de 2000)
XIX – deixar de promover ou de ordenar a liquidação integral de operação de crédito por
antecipação de receita orçamentária, inclusive os respectivos juros e demais encargos, até o
encerramento do exercício financeiro; (Incluído pela Lei 10.028, de 2000)
XX – ordenar ou autorizar, em desacordo com a lei, a realização de operação de crédito com
qualquer um dos demais entes da Federação, inclusive suas entidades da administração
indireta, ainda que na forma de novação, refinanciamento ou postergação de dívida contraída
anteriormente; (Incluído pela Lei 10.028, de 2000)
XXI – captar recursos a título de antecipação de receita de tributo ou contribuição cujo fato
gerador ainda não tenha ocorrido; (Incluído pela Lei 10.028, de 2000)
XXII – ordenar ou autorizar a destinação de recursos provenientes da emissão de títulos para
finalidade diversa da prevista na lei que a autorizou; (Incluído pela Lei 10.028, de 2000)
XXIII – realizar ou receber transferência voluntária em desacordo com limite ou condição
estabelecida em lei. (Incluído pela Lei 10.028, de 2000)
§1º Os crimes definidos nêste artigo são de ação pública, punidos os dos itens I e II, com a pena
de reclusão, de dois a doze anos, e os demais, com a pena de detenção, de três meses a três
anos.
§ 2º A condenação definitiva em qualquer dos crimes definidos neste artigo, acarreta a perda
de cargo e a inabilitação, pelo prazo de cinco anos, para o exercício de cargo ou função pública,
eletivo ou de nomeação, sem prejuízo da reparação civil do dano causado ao patrimônio
público ou particular.
OBS: Importante.
Exemplo: João e Pedro são Desembargadores e estão respondendo a uma ação penal no STJ (art. 105, I, “a”;
da CF/88) por crime que teriam praticado conjuntamente. João se aposenta.
Com a aposentadoria, cessa o foro por prerrogativa de função? SIM. O foro especial por prerrogativa de
função não se estende a magistrados aposentados. Desse modo, após se aposentar, o magistrado (seja ele
juiz, Desembargador, Ministro) perde o direito ao foro por prerrogativa de função, mesmo que o fato
delituoso tenha ocorrido quando ele ainda era magistrado. Assim, deverá ser julgado pela 1ª instância
(STF. Plenário. RE 549560/CE, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 22/3/2012.1nfo 659).
Neste caso, mesmo com a aposentadoria de um dos réus, o STJ poderá se dizer competente e continuar a
julgar os dois? SIM.
A regra geral é a de que, cessando o exercício do cargo com a aposentadoria, haja um desmembramento
dos processos e o réu que perdeu o foro por prerrogativa de função seja julgado pela 1ª instância.
No entanto, excepcionalmente, o Tribunal pode reconhecer que existe conexão entre os fatos e entender
que será útil ao deslinde da causa que os dois réus continuem a ser julgados conjuntamente. Neste caso,
não haverá desmembramento e o réu sem foro privativo será julgado também no Tribunal juntamente com
o réu que tem foro por prerrogativa de função.
Se o réu que não tem foro por prerrogativa de função for julgado pelo Tribunal, isso não irá ofender o
princípio do juiz natural? Em nosso exemplo, o fato de João, mesmo não sendo mais autoridade, ser
julgado pelo STJ, não ofende a Constituição Federal? NÃO. Este é o teor da Súmula 704 do STF.
OBS: Havendo divergência entre o condenado e seu defensor quanto ao desejo de recorrer, deve prevalecer
a vontade de quem detém os conhecimentos técnicos e visualiza a viabilidade recursal, prestigiando-se o
princípio do duplo grau de jurisdição e da ampla defesa (HC 235.498/SP, j. 12/6/12).
(MPSP-2017): A Superior Instância conhecerá de recurso interposto no prazo legal, sendo irrelevante a
renúncia ao direito de recorrer manifestado pelo acusado. BL: S. 705, STF.
(TJSP-2009-VUNESP): A inobservância da competência penal por prevenção constitui nulidade relativa. BL:
S. 706, STF.
OBS: Vejamos o seguinte julgado do STF: “[...] 1. A competência por prevenção é relativa, estando sujeita à
prorrogação, caso precluída a oportunidade de argüição da incompetência. Precedentes. [...]” (HC 86005 AgR,
Relator(a): Min. ELLEN GRACIE, Tribunal Pleno, julgado em 20/09/2007).
(MPMS-2015): Segundo o entendimento do STF, constitui nulidade a falta de intimação do denunciado para
oferecer contrarrazões ao recurso interposto contra a rejeição da denúncia. BL: S. 707, STF.
(TJPA-2014-VUNESP): Acusado não é intimado para contrarrazoar recurso interposto pelo Ministério
Público contra decisão que rejeitou a denúncia. De acordo com o entendimento sumulado pelo STF (súmula
707): a ausência de intimação constitui nulidade, mesmo que tenha sido nomeado defensor dativo. BL: S. 707,
STF.
(MPDFT-2011): Em observância ao princípio do contraditório, o STF entende que constitui nulidade a falta
de intimação do denunciado para oferecer contrarrazões ao recurso interposto contra a rejeição da denúncia.
BL: S. 707, STF.
(TJSE-2008-CESPE): Acerca das nulidades no processo penal, assinale a opção correta: É nulo o julgamento
da apelação se, após a manifestação nos autos da renúncia do único defensor, o réu não foi previamente
intimado para constituir outro. BL: S. 708, STF.
SÚMULA Nº 709: SALVO QUANDO NULA A DECISÃO DE PRIMEIRO GRAU, O ACÓRDÃO QUE
PROVÊ O RECURSO CONTRA A REJEIÇÃO DA DENÚNCIA VALE, DESDE LOGO, PELO
RECEBIMENTO DELA. (TJSP-2018)
(TJSP-2017-VUNESP): Quanto aos recursos em matéria criminal, é correto afirmar que o acórdão que provê
o recurso contra a rejeição da denúncia vale, desde logo, pelo recebimento dela, a não ser que nula a
decisão de primeiro grau. BL: S. 709, STF.
OBS: Segundo Alexandre Cebrian Araújo Reis, quando o tribunal ad quem aprecia a decisão que rejeitou a
denúncia ou a queixa não está exercendo atividade de cassação, mas de substituição, daí porque, “salvo
quando nula a decisão de primeiro grau, o acórdão que provê o recurso contra a rejeição da denúncia vale,
desde logo, pelo recebimento dela” (Súmula n. 709, do STF). Se, entretanto, o tribunal entender que é nula a
decisão que rejeitou a denúncia ou queixa, os autos devem retornar à 1ª instância para reapreciação.
Entende o STF que nos casos de nulidade da decisão de primeiro grau, eventual recebimento diretamente
pelo Tribunal de Justiça implicaria em supressão de instância.
(MPAM-2007): O acórdão que provê recurso contra rejeição da denúncia vale, desde logo, por seu
recebimento, se não for nula a decisão de primeiro grau. BL: S. 709, STF.
(TJSP-2017-VUNESP): Em matéria de citações e intimações, é correto afirmar que os prazos são contados
da data da intimação, e não da juntada aos autos do mandado ou da carta precatória ou de ordem. BL: S.
710, STF.
OBS: Essa súmula vale também para os prazos recursais. Assim, o início da contagem do prazo para
interposição da apelação conta-se da intimação da sentença, e não da juntada aos autos do mandado
respectivo (STJ HC 217.554/SC, j. 19/06/12).
SÚMULA Nº 711: A LEI PENAL MAIS GRAVE APLICA-SE AO CRIME CONTINUADO OU AO CRIME
PERMANENTE, SE A SUA VIGÊNCIA É ANTERIOR À CESSAÇÃO DA CONTINUIDADE OU DA
PERMANÊNCIA. (TJTO-2007) (TJSE-2008) (MPSP-2008) (TJGO-2009) (MPMT-2012) (TJSP-2014/2015)
(MPBA-2015)
OBS: Importante.
Exemplo: Carlos subtrai 50 reais no dia 01/07 do caixa da padaria; no dia 02/07 subtrai mais 50 reais; no dia
03/07, Carlos não vai trabalhar e nesta data entra em vigor uma nova lei aumentando a pena do furto; no
dia 04/07 Carlos subtrai mais 50 reais. Assim, após 10 dias ele consegue retirar os 500 reais.
Desse modo, perceba que uma parte dos furtos que Carlos praticou foi sob a égide da lei antiga e os demais
furtos ocorreram quando já estava em vigor a lei nova.
Indaga-se: Carlos irá responder com base na lei antiga ou na lei nova? Lei nova. Isso porque, com a
entrada da nova lei mais gravosa Carlos poderia ter desistido da prática dos delitos, mas mesmo assim
persistiu, de forma que deverá responder pela nova legislação, ainda que mais severa. Esse é objeto da
Súmula 711 do STF.
Cuidado: A redação da súmula dá a entender que a lei mais grave é sempre aplicável. Isso não é correto. Na
verdade, o que é sempre aplicada é a lei penal mais nova, independentemente de ser mais grave ou não.
A redação mais exata da súmula deveria ser: “A lei penal nova mais grave aplica-se ... "
Vale ressaltar, contudo, que, se em uma prova, a alternativa transcrever a redação da súmula, ela estará
correta.
(Anal. Judic./STJ-2018-CESPE): Tratando-se de crimes permanentes, aplica-se a lei penal mais grave se esta
tiver vigência antes da cessação da permanência. BL: S. 711, STF.
(TJRJ-2011-VUNESP): Pedro é sequestrado e os agentes exigem dinheiro de familiares dele como preço do
resgate. Enquanto Pedro está privado da sua liberdade, é promulgada lei aumentando a pena cominada ao
crime de extorsão mediante sequestro, previsto no art. 159, do Código Penal. Os agentes são presos em
flagrante, e Pedro, libertado pela polícia, mas somente após a entrada em vigor da alteração legislativa. A
pena a ser imposta aos agentes do sequestro, neste caso, será: a pena prevista pela nova legislação, pois a
extorsão mediante sequestro é crime permanente. BL: S. 711, STF.
(TJRS-2009): Aplicável é a lei penal em vigor quando da libertação da vítima de sequestro, ainda que mais
grave do que a lei penal em vigor quando iniciado o cometimento do crime. S. 711, STF.
(PGESP-2002-FCC): Em matéria de eficácia da lei penal no tempo, adotada a regra geral do tempus regit
actum (prevalência da lei do tempo do fato), a lei aplicável nos casos de crimes permanentes será a lei
vigente quando cessou a conduta ilícita do agente. S. 711, STF.
OBS: De acordo com Fernando Capez, no tocante à natureza, a apelação das decisões do Júri tem caráter
restrito, pois não devolve à superior instância o conhecimento pleno da questão, por força da garantia
constitucional da soberania dos veredictos, prevista no art. 5º, XXXVIII, c. Interposta a apelação por um dos
motivos legais, o tribunal fica circunscrito a eles, não podendo ampliar seu campo de análise (RTJ, 81/48).
Além disso, o art. 593, III do CPP prevê o cabimento da apelação das decisões do Tribunal do Júri em
hipóteses expressamente previstas: "a) ocorrer nulidade posterior à pronúncia; b) for a sentença do juiz-presidente
contrária à lei expressa ou à decisão dos jurados; c) houver erro ou injustiça no tocante à aplicação da pena ou da
medida de segurança; d) for a decisão dos jurados manifestamente contrária à prova dos autos."
(Anal. Judic./STJ-2018-CESPE): Situação hipotética: Um servidor público, no exercício de suas funções, foi
vítima de injúria e difamação. Assertiva: Nessa situação, será concorrente a legitimidade do servidor
ofendido, mediante queixa, e do MP, condicionada à representação do ofendido, para a ação penal
correspondente. BL: S. 714, STF.
(MPPR-2017): Em data de 20 de dezembro de 2016, Astolfo pratica, em tese, crime contra a honra de
Lucíolo, afirmando que este, na condição de funcionário público, subtraiu valores do departamento de
obras públicas do município de Giramundo. Considere a data de hoje (28.05.17) e que Lucíolo teve ciência
da suposta ofensa em 29 de dezembro de 2016. Aponte a alternativa correta: Cabe oferecimento de
representação de Lucíolo ao Ministério Público. BL: S. 714, STF. [questão adaptada]
(MPPR-2017): Em data de 20 de dezembro de 2016, Astolfo pratica, em tese, crime contra a honra de
Lucíolo, afirmando que este, na condição de funcionário público, subtraiu valores do departamento de
obras públicas do município de Giramundo. Considere a data de hoje (28.05.2017) e que Lucíolo teve
ciência da suposta ofensa em 29 de dezembro de 2016. Aponte a alternativa correta: Cabe oferecimento de
queixa em juízo por Lucíolo, representado por advogado, atribuindo-se a este poderes especiais. BL: S. 714
do STF c/c art. 44, CPP. [questão adaptada]
(TJSP-2017-VUNESP): A legitimidade para a propositura de ação penal por crime contra a honra de
servidor público em razão do exercício de suas funções é concorrente do ofendido, mediante queixa, e do
Ministério Público, condicionada à representação do ofendido. BL: S. 714 do STF.
OBS: A competência, nesses casos, é concorrente entre o MP, mediante representação, e o ofendido, por
meio de queixa.
(MPDFT-2015): No crime contra a honra de funcionário público, em razão das suas funções, a ação poderá
ser pública condicionada ou privada, a critério do ofendido. BL: S. 714, STF.
(MPMT-2014): A Súmula 714 do STF afirma que haverá legitimidade concorrente nos crimes contra a
honra de funcionário público praticados no exercício de suas funções (propter officium), podendo o próprio
funcionário público ingressar com a ação penal privada, sem prejuízo da legitimidade conferida ao
Ministério Público para oferecer a denúncia condicionada à representação do ofendido. BL: S. 714, STF.
OBS: Importante.
Art. 75. O tempo de cumprimento das penas privativas de liberdade não pode ser superior a
30 (trinta) anos.
OBS: Importante. A jurisprudência é no sentido de que o processo de execução criminal provisória pode
ser formado ainda que haja recurso de apelação interposto pelo Ministério Público pendente de
julgamento, não sendo este óbice à obtenção de benefícios provisórios na execução da pena (STJ RHC
31.222/RJ, j. 24/04/2012).
OBS: Importante.
Fixação do regime inicial: O juiz, ao prolatar a sentença condenatória, deverá fixar o regime no qual o
condenado iniciará o cumprimento da pena privativa de liberdade. A isso se dá o nome de fixação do
regime inicial. Os critérios para essa fixação estão previstos no art. 33 do Código Penal.
O que o juiz deve observar na fixação do regime inicial? O juiz, quando vai fixar o regime inicial do
cumprimento da pena privativa de liberdade, deve observar quatro fatores:
1) o tipo de pena aplicada: se reclusão ou detenção;
2) o quantum da pena definitiva;
3) se o condenado é reincidente ou não;
4) as circunstâncias judiciais (art. 59 do CP).
É possível que seja imposto ao condenado primário um regime inicial mais rigoroso do que o previsto para
a quantidade de pena aplicada? Ex.: uma pessoa pode ser condenada a 6 anos de reclusão e o juiz fixar o
regime inicial fechado? SIM, é possível, desde que o juiz apresente motivação idônea na sentença.
Súmula 719-STF: A imposição do regime de cumprimento mais severo do que a pena aplicada
permitir exige motivação idônea.
O juiz pode fundamentar a imposição do regime mais severo devido ao fato do crime praticado ser,
abstratamente, um delito grave? Ex.: o juiz afirma que, em sua opinião, no caso de tráfico de drogas o
regime deve ser o fechado em razão da gravidade desse delito. NÃO. A opinião do julgador sobre a
gravidade em abstrato do crime NÃO constitui motivação idônea para a imposição de regime mais severo
do que o permitido segundo a pena aplicada (Súmula 718-STF).
O que é considerado, então, motivação idônea para impor ao condenado regime mais gravoso? Exige-se
que o juiz aponte circunstâncias que demonstrem que o fato criminoso, concretamente, foi grave. Se as
circunstâncias judiciais do art. 59 forem desfavoráveis, é possível que o juiz se fundamente nesses dados
para impor ao condenado regime inicial mais gravoso que o previsto para a quantidade de pena aplicada.
Nesse sentido:
(...) Se as penas-base de ambos os crimes são fixadas acima do mínimo legal em face da
valoração negativa das circunstâncias do art. 59 do Código Penal, não há ilegalidade na
imposição de regime inicial mais gravoso do que o abstratamente previsto de acordo com a
quantidade de pena aplicada. (...) STJ. 5ª Turma. AgRg no REsp 1471969/RN, Rel. Min. Jorge
Mussi, j. 20/11/14)
Se a pena privativa de liberdade foi fixada no mínimo legal, é possível a fixação de regime inicial mais
severo do que o previsto pela quantidade de pena? Ex.: Paulo, réu primário, foi condenado a uma pena de
seis anos de reclusão. As circunstâncias judiciais foram favoráveis. Pode o juiz fixar o regime inicial
fechado? NÃO. A posição que prevalece é a de que, fixada a pena-base no mínimo legal e sendo o
acusado primário e sem antecedentes criminais, não se justifica a fixação do regime prisional mais
gravoso. STJ. 5ª Turma. AgRg no HC 303.275/SP, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 03/02/2015.
OBS: Importante.
É possível que seja imposto ao condenado primário um regime inicial mais rigoroso do que o previsto para
a quantidade de pena aplicada? Ex.: se uma pessoa pode ser condenada a 6 anos de reclusão e o juiz fixar o
regime inicial fechado? SIM, é possível, desde que o juiz apresente motivação idônea na sentença.
SÚMULA Nº 720: O ART. 309 DO CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO, QUE RECLAMA DECORRA DO
FATO PERIGO DE DANO, DERROGOU O ART. 32 DA LEI DAS CONTRAVENÇÕES PENAIS NO
TOCANTE À DIREÇÃO SEM HABILITAÇÃO EM VIAS TERRESTRES. (MPSP-2008) (TJSP-2014/2017)
SÚMULA Nº 721: A COMPETÊNCIA CONSTITUCIONAL DO TRIBUNAL DO JÚRI PREVALECE
SOBRE O FORO POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO ESTABELECIDO EXCLUSIVAMENTE PELA
CONSTITUIÇÃO ESTADUAL. (TJTO-2007) (TJSE-2008) (TJAC-2012) (TJPE-2013)
OBS: O entendimento continua válido, mas foi aprovada a SV 45 com o mesmo teor.
OBS: O entendimento acima continua válido, mas foi aprovada a SV 46 do STF com praticamente o mesmo
teor, substituindo esta.
OBS: A pena para o caput do art. 155 do CP (furto simples) varia de 1 a 4 anos. Tendo em vista que o agente
cometeu crime de furto em continuidade delitiva, necessária aplicar a seguinte fórmula: pena mínima do
furto + 1/6 de aumento (art. 71 do CP - é o mínimo a ser aumentado pelo Juiz) = 1 ano e 2 meses de pena
mínima. Portanto, não caberá o sursis processual.
OBS: Na visão do Dizer o Direito, a Súmula 724 do STF está superada pela Súmula Vinculante 52, que tem
redação ligeiramente mais ampla.
OBS: Como deve ser lida a Súmula 726 do STF atualmente: para efeito de aposentadoria com tempo de
contribuição diferenciada para professores, não se computa o tempo de serviço prestado fora da sala de
aula, salvo no caso de professores que estejam desempenhando as atividades de direção de unidade escolar
ou coordenação e assessoramento pedagógico.
Se a parte interpõe REsp ou RE, o Presidente (ou Vice) do Tribunal de origem (ex: TJ, TRF, Turma recursal)
fará o juízo de admissibilidade do recurso:
1) Se o juízo de admissibilidade for positivo, o REsp ou RE será enviado ao STJ ou STF;
2.2) Se a inadmissão foi com fundamento no inciso V do art. 1.030: cabe "agravo em
recurso especial e extraordinário”, recurso previsto no art. 1.042 do CPC/2015.
Voltando à súmula, ela permanece válida, no entanto, atualmente, onde se lê "agravo de instrumento”: leia-
se "agravo em recurso extraordinário" (art. 1.042). Assim, caso o Presidente do Tribunal de origem não
admita o RE com base no inciso V do art. 1.030, a parte não mais deverá interpor agravo de instrumento e
sim o agravo de que trata o art. 1.042 do CPC/2015. O Presidente (ou Vice) do Tribunal/Turma Recursal
(chamado pela súmula genericamente de "magistrado”) não poderá deixar de encaminhar ao STF o agravo
interposto. Isso porque competirá ao STF avaliar se os argumentos do agravo são procedentes, não
podendo o magistrado obstar esta análise mesmo que entenda que o recurso é manifestamente
inadmissível.
"Ainda que o agravo seja absolutamente inadmissível, não é possível ao presidente ou vice-presidente do
tribunal de origem negar-lhe seguimento. Cumpre-lhe apenas determinar a remessa dos autos ao
tribunal superior competente. Nesse sentido, aplica-se o enunciado 727 da Súmula do STF. Quer isso
dizer que a competência para examinar a admissibilidade do agravo em recurso especial ou
extraordinário é privativa do tribunal superior. (...) Caso o presidente ou vice-presidente do
tribunal de origem inadmita o agravo em recurso especial ou extraordinário, cabe reclamação
por usurpação de competência (art. 988, I, CPC)." (DIDIER JR., Fredie; CUNHA, Leonardo
Carneiro da. Curso de Direito Processual Civil. Vol. 3., 13ª ed., Salvador: Juspodivm, 2016, p.
382).
OBS: A tutela antecipada no CPC 2015 é tratada no Livro V (arts. 294 a 311), que é denominado de "Da
Tutela Provisória". Tutela provisória é aquela concedida antes da tutela definitiva, em caráter provisório,
com base em uma cognição sumária. A tutela provisória será sempre substituída por uma tutela definitiva,
que a confirmará, a revogará ou a modificará. A tutela provisória é o gênero do qual decorrem duas
espécies: 1) Tutela provisória de urgência; 2) Tutela provisória de evidência. A tutela provisória de urgência
divide-se em: 1.1) Tutela cautelar; 1.2) tutela antecipada (satisfativa).
OBS: EMENTA: “AÇÃO DIRETA DE CONSTITUCIONALIDADE DO ART. 1º DA LEI N 9.494, DE
10.09.1997, QUE DISCIPLINA A APLICAÇÃO DA TUTELA ANTECIPADA CONTRA A FAZENDA
PÚBLICA. MEDIDA CAUTELAR: CABIMENTO E ESPÉCIE, NA A.D.C. REQUISITOS PARA SUA
CONCESSÃO. (STF/ADC 4)”
OBS: (...) Esta Corte Superior de Justiça, adotando entendimento do STF, firmou jurisprudência no sentido
da possibilidade de concessão de tutela antecipada contra a Fazenda Pública nas causas de natureza
previdenciária. Inteligência da Súmula 729/STF. 4. Agravo regimental não provido. (STJ, AgRg no REsp
1317522/RS, Rel. Min. Diva Malerbi (Desa. Conv. TRF 3ª Região), 2ª Turma, j. 13/11/2012).
(MPPR-2016): De acordo com o STF, a imunidade tributária conferida a instituições de assistência social
sem fins lucrativos pelo art. 150, VI, c, da Constituição, somente alcança as entidades fechadas de
previdência social privada se não houver contribuição dos beneficiários. BL: S. 730, STF.
OBS: As entidades de previdência privada alegaram que tinham direito a essa imunidade porque
poderiam ser enquadradas como “entidades de assistência social”, considerando que auxiliam o Estado no
desempenho da “previdência social”.
O que o STF entendeu sobre isso? O STF afirmou que a análise do tema deveria ser dividida da seguinte
forma:
Portanto, somente serão imunes as entidades fechadas de previdência social privada e nas quais não haja
contribuição dos beneficiários.
Por que essa distinção? A principal diferença entre a previdência social e a assistência social é que a
previdência social é contributiva (o beneficiário tem que, antes de receber o benefício, contribuir para o
sistema), enquanto que a assistência social não é contributiva (o beneficiário não precisa contribuir para
receber o benefício).
Logo, o STF construiu a teoria de que essas entidades de previdência social somente poderiam ser
equiparadas a entidades de assistência social se fosse eliminada a circunstância que diferencia uma da
outra, qual seja, a necessidade de contribuição do beneficiário.
Assim, se uma entidade de previdência social privada oferece o benefício da aposentadoria sem a
necessidade de contribuição dos beneficiários, isso significa que ela atua como se fosse uma entidade de
assistência social. Desse modo, merece o mesmo tratamento tributário das entidades de assistência social.
OBS: A fim de garantir a imparcialidade, a CF/88 determina que, se a causa for de interesse de todos os
membros da magistratura, ela deverá ser julgada originariamente pelo próprio STF:
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição,
cabendo-lhe:
I — processar e julgar, originariamente: (...)
n) a ação em que todos os membros da magistratura sejam direta ou indiretamente
interessados, e aquela em que mais da metade dos membros do tribunal de origem estejam
impedidos ou sejam direta ou indiretamente interessados;
Em virtude dessa decisão, surgiu a dúvida se a súmula estaria superada. Nos precedentes que deram
origem à súmula, os autores (magistrados) queriam discutir se, analisando o texto da LOMAN, ainda
teriam direito à licença-prêmio ou não. Assim, a causa de pedir envolvia a LOMAN.
Já nesta decisão divulgada no Info 855 os autores (magistrados) discutem se, analisando o princípio da
simetria, podem ter direito a mesma licença-prêmio que é concedida aos membros do MPU.
OBS: A decisão proferida no processamento de precatório, apesar de ser tomada pelo Poder Judiciário,
tem natureza administrativa (Súmula 311-STJ). O RE destina-se apenas a impugnar decisões de cunho
jurisdicional.
OBS: Tem-se que a reclamação, que possui natureza jurídica de direito de petição, e não de recurso, não
pode fazer às vezes deste. Ademais, também não pode ser substituta de ação rescisória. Assim, a decisão
judicial que será objeto de reclamação não pode ter transitado em julgado no momento da propositura
desta (reclamação), sob pena de verdadeira PRECLUSÃO. Assim, há se falar em preclusão no que toca ao
instituto da reclamação.
SÚMULA Nº 735: NÃO CABE RECURSO EXTRAORDINÁRIO CONTRA ACÓRDÃO QUE DEFERE
MEDIDA LIMINAR. (MPMT-2008) (TJSP-2014)
Segundo o STF, se a decisão é interlocutória, isso significa que a causa ainda não foi decidida. Logo, tal
situação não se enquadra no art. 102, III, da CF/88 ('”julgar, mediante recurso extraordinário, as causas
decididas em única ou última instância") (STF RE 606305 AgR).
O STJ, em sintonia com o disposto na Súmula 735 do STF entende que, via de regra, não é cabível recurso
especial para reexaminar decisão que defere ou indefere liminar ou antecipação de tutela, em razão da
natureza precária da decisão, sujeita à modificação a qualquer tempo, devendo ser confirmada ou
revogada pela sentença de mérito. Apenas violação direta ao dispositivo legal que disciplina o
deferimento da medida autorizaria o cabimento do recurso especial, no qual não é possível decidir a
respeito da interpretação dos preceitos legais que dizem respeito ao mérito da causa (AgRg no AREsp
346.420/SP, j. 17/10/2013).
SÚMULA Nº 736: COMPETE À JUSTIÇA DO TRABALHO JULGAR AS AÇÕES QUE TENHAM COMO
CAUSA DE PEDIR O DESCUMPRIMENTO DE NORMAS TRABALHISTAS RELATIVAS À SEGURANÇA,
HIGIENE E SAÚDE DOS TRABALHADORES.