Atividade Precedentes Jurisprudenciais

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RECURSO EM HABEAS CORPUS. CRIME DO ART.

72, III, DA LEI Nº


9.504/97. QUEBRA DE URNA ELETRÔNICA. PRISÃO EM FLAGRANTE.
CONVERSÃO EM PREVENTIVA. AUSÊNCIA DOS REQUISITOS DO ART.
312 DO CPP. INCIDÊNCIA AOS CASOS EXCEPCIONAIS. POSSIBILIDADE
DA APLICAÇÃO DAS MEDIDAS CAUTELARES DIVERSAS DA PRISÃO.ART.
319 DO CPP. RECURSO PROVIDO PARA CONCEDER A ORDEM. 1.

Segundo a assente jurisprudência do STJ, "a prisão preventiva constitui


medida excepcional ao princípio da não culpabilidade, cabível, mediante
decisão devidamente fundamentada, quando evidenciada a existência de
circunstâncias que demonstrem a necessidade da medida extrema, nos termos
dos arts. 312 e seguintes do Código de Processo Penal" (STJ-HC nº
262.775/SP, Sexta Turma, DJe de 16.5.2013, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior).
2. A constrição cautelar, por ser medida extraordinária e excepcional, deve
estar subordinada a parâmetros de legalidade estrita e aos princípios da
presunção da inocência, do devido processo legal e da proporcionalidade,
sendo inviável sua adoção como punição antecipada. 3. A gravidade da
conduta, diante da pena cominada ao crime, a ausência de emprego fixo, a
dificuldade de localização da residência do acusado e a instauração de
inquéritos policiais por fatos ocorridos há mais de 10 anos, sem condenação,
não autorizam a segregação cautelar. 4. Levando-se em conta o princípio da
excepcionalidade da prisão preventiva; o disposto no art. 319 do Código Penal,
que prevê outras custódias cautelares diversas da prisão; o excesso de prazo
da prisão preventiva aplicada; e a dúvida quanto à integridade mental do
acusado, há de se acolher a pretensão recursal. 5. Recurso ordinário provido
para conceder a ordem e determinar ao juízo de origem que substitua a prisão
preventiva por uma ou mais medidas cautelares previstas no art. 319 do CPP,
que entenda aplicáveis ao paciente.

(TSE - RHC: 74276 SP, Relator: Min. MARCO AURÉLIO MENDES DE FARIAS
MELLO, Data de Julgamento: 15/08/2013, Data de Publicação: DJE - Diário de
justiça eletrônico, Tomo 171, Data 06/09/2013, Página 56/57)

A jurisprudência deste caso faz-se correta, pois mesmo que a prisão tenha sido
em flagrante, a gravidade da conduta diante da pena apresentada não condiz
com o grau de periculosidade da ação e do autor, tendo em vista que não cabe
ao juiz alargar os critérios de prisão preventiva, sendo eles bem objetivos - “Art.
312.  A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem
pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal, ou para
assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do crime
e indício suficiente de autoria". Podemos constatar então que o infrator, preso
em flagrante, não pode ser imputado por tais condutas descritas no 3 do
disposto acima. Portanto, seguindo a jurisprudência, podemos constatar que,
neste caso, outras medidas cautelares como por exemplo: comparecimento
periódico em juízo, no prazo e nas condições fixadas pelo juiz, para informar e
justificar atividades ou proibição de acesso ou frequência a determinados
lugares quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou
acusado permanecer distante desses locais para evitar o risco de novas
infrações, seriam mais adequadas ao infrator do que cercear seu direito à
liberdade.

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