Revista Brasileira de Reumatologia: Recomendações Sobre Diagnóstico e Tratamento Da Artrite Psoriásica
Revista Brasileira de Reumatologia: Recomendações Sobre Diagnóstico e Tratamento Da Artrite Psoriásica
Revista Brasileira de Reumatologia: Recomendações Sobre Diagnóstico e Tratamento Da Artrite Psoriásica
2 0 1 3 ; 5 3 ( 3 ) : 2 2 7 – 2 4 1
REVISTA BRASILEIRA DE
REUMATOLOGIA
www.reumatologia.com.br
☆
Trabalho realizado com a chancela da Sociedade Brasileira de Reumatologia.
* Autor para correspondência.
E-mail: [email protected] (P.D. Sampaio-Barros).
0482-5004/$ - see front matter. © 2013 Elsevier Editora Ltda. Todos os direitos reservados.
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O espessamento ungueal com ou sem irregularidade na tes tipo II, doenças gastrointestinais, respiratórias e neuropsi-
superfície ocorre em 95,7% dos casos de AP. O diagnóstico por quiátricas, hipotireoidismo e uveíte.
ressonância magnética (RM) do envolvimento ungueal é mais
frequente em pacientes com sinais clínicos de onicopatia. De
maneira semelhante, pacientes com anormalidades em inter- 4. Quais são as evidências para o uso de
falangeanas distais apresentam sinais clínicos de onicopatia corticosteroides em pacientes com artrite
com mais frequência, com aumento de risco de 49,2%7(B). psoriásica?
O envolvimento ungueal é significativamente maior entre
pacientes com AP do que em pacientes com psoríase apenas Glicocorticoides podem ser utilizados como tratamento ad-
(aumento do risco de 59%), mas não há relação entre o padrão juvante em doença localizada (formas oligoarticulares, ente-
de envolvimento cutâneo e o envolvimento ungueal8(B). A área sites ou dactilites)17(D). O uso de injeções de corticosteroide
cutânea acometida em pacientes com psoríase sem artrite é (metilprednisolona), em doses variando de 5-80 mg, em pa-
quatro vezes maior (9,8%) que em pacientes com AP (2,5%)9(B). cientes com AP, pode ser realizado em articulações inflama-
das ou com lesão, como interfalangeanas (44%), joelhos (21%)
Recomendação 2 e coxofemorais (9,4%). A probabilidade de resposta clínica em
três meses e em seis meses é de 41,6% e 51,5%, respectiva-
Há relação variável de intensidade entre as manifestações mente. Das articulações que respondem em três meses, pode
cutâneas e o acometimento articular na artrite psoriásica. As haver recorrência em 25,5%18(B).
alterações ungueais são mais frequentes nos pacientes com O uso de corticosteroides sistêmicos em pacientes com
artrite psoriásica. AP não foi estudado de maneira consistente. Além disso, a
opinião especializada contraindica o uso de corticoides sis-
têmicos no tratamento da psoríase, sendo recomendado em
3. Quais são as comorbidades mais associadas à situações especiais, e nunca de forma crônica. Apesar disso,
artrite psoriásica? esses medicamentos têm sido prescritos na AP em 24,4-30%
dos casos, com precaução, devido a possível piora do acome-
Pacientes com AP, quando comparados com pacientes com timento cutâneo19(B). Também o uso prolongado de glicocorti-
psoríase sem artrite, têm aumento de 4,9% no risco de doença coides pode produzir resistência no controle da psoríase tra-
cardiovascular [number need to harm (NNH): 20), de 17,5% em tada com o metotrexato, além de poder determinar eventos
hipertensão (NNH: 6), de 6,2% em hiperlipidemia (NNH: 16), adversos como osteoporose, redução da tolerância à glicose
de 5,3% em diabetes tipo II (NNH: 19), de 3,5% em obesidade e aumento das infecções. Sua interrupção pode levar à forma
(NNH: 32), de 4,3% em doença respiratória (NNH: 24), de 6,7% pustular da psoríase20(C).
em doença gastrointestinal (NNH: 14), de 5,7% em doença Com frequência de 24,4% de uso de corticosteroides sistê-
neurológica (NNH: 19), de 11,4% em depressão ou ansiedade micos em pacientes com AP, o mais comumente prescrito é a
(NNH: 9) e de 4,7% em câncer (NNH: 21)10(B). metilprednisolona (65,9%). Também são utilizados o deflaza-
Há aumento de 79% em risco relativo de acidente vascular corte (22,8%), a prednisona (4,4%), a betametasona (2,3%) e a
cerebral, infarto agudo do miocárdio e morte cardiovascular, dexametasona (2,3%). A dose média diária de metilpredniso-
semelhante ao de pacientes com psoríase sem artrite11(B). lona é de 4,5 ± 1,4 mg21(C).
Pacientes com AP já estabelecida têm aumento de 22,9-
49,3% no risco de hipertensão (NNH: 2-5), de 2,2-5,3% em dia- Recomendação 4
betes (NNH: 19-45), de 7,4-8,1% em doença de Crohn (NNH:
12-14) e de 6,4-11,8% em doença obstrutiva crônica (NNH: O uso de corticosteroide injetável intra-articular na artrite
8-15). Já pacientes com AP em fase inicial têm aumento de psoriásica pode ser uma opção terapêutica em doença loca-
22,8-26,6% no risco de hipertensão (NNH: 4)12(B). Há aumento lizada; entretanto, o uso sistêmico não é recomendado por
ainda de 22,9% no risco de síndrome metabólica (NNH: 4)13(B), falta de demonstração de eficácia e pelo risco de eventos ad-
de aterosclerose e de doença vascular periférica14(B). versos graves, além da recidiva da psoríase cutânea quando
Pacientes com AP têm aumento de 2-17% no risco de apre- da retirada da droga.
sentar TSH > 3,5 μU/mL, de 12-16% de apresentar anticorpo
antitiroperoxidase > 100 UI/mL e de 15-20% de apresentar au-
toimunidade tireoideana (AbTg+ ou AbTPO+)15(B). 5. Quais são as evidências para o uso de anti-
A uveíte é uma comorbidade que pode estar presente em inflamatórios não hormonais em pacientes com
pacientes com AP, de maneira unilateral e bilateral, em 25% artrite psoriásica?
e 37,5% dos casos, respectivamente, com distribuição seme-
lhante nas apresentações anterior e posterior e de instalação A prescrição de indometacina 50 mg/dia para pacientes com
insidiosa em 19% dos pacientes, com tempo médio de nove AP pode determinar resposta clínica (melhora na dor, na limi-
anos após o diagnóstico da artrite16(B). tação de movimentos e na rigidez) em 62% dos casos em se-
guimento de oito semanas, podendo ocorrer eventos adversos
Recomendação 3 como vertigem, náusea ou cefaleia22(B).
A comparação entre indometacina e diclofenaco 75 mg/
Há aumento no risco de associação de algumas comorbidades dia em pacientes com AP demonstra resposta clínica não
na artrite psoriásica, como doenças cardiovasculares, diabe- significativa, em oito semanas, com ambas medicações e
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sem diferença entre elas, inclusive em relação aos eventos na qualidade de vida [Modified Health Assessment Questionnaire
adversos23(B). (MHAQ) e Medical Outcomes Study 36-item Short-Form Health Sur-
O anti-inflamatório nimesulida, sobretudo nas doses de vey (SF-36)]. Ainda com relação à atividade da doença, na AP há
200 mg e 400 mg/dia, proporciona os seguintes benefícios aos aumento no número de pacientes com DAS ≥ 2,6 e ≥ 3,2, de 17%
pacientes com AP: redução dos escores de dor, redução dos e 29%, respectivamente29(B).
escores de edema e rigidez matinal, redução do uso de anal- Os eventos adversos mais frequentes com o uso de me-
gésicos, sem aumento significativo de eventos adversos24(B). totrexato são náusea, fotossensibilização e aftas (levando a
O tratamento de pacientes com AP com celecoxibe 200 mg descontinuidade) e elevação dos níveis de enzimas hepáticas
ou 400 mg, por duas semanas, aumenta a resposta clínica, (35%)30,31(B).
medida pelo American College of Rheumatology Responders Index
20% (ACR20) em 21% [number needed to treat (NTT): 5] e em 11% Ciclosporina
(NNT: 9), respectivamente. Entretanto, após 12 semanas de
seguimento, não há diferença na resposta quando compara- A comparação entre ciclosporina (3 mg/kg/dia) e metotrexato
mos os pacientes tratados com celecoxibe e os pacientes não (três doses consecutivas de 2,5 mg a cada 12 horas na semana)
tratados25(A). no tratamento de pacientes com AP revela que ambas medi-
cações em 12 meses produzem benefício aos pacientes, com
Recomendação 5 relação ao edema e à dor articular, à rigidez matinal, à força, à
atividade da doença pela avaliação global dos pacientes e mé-
O tratamento com anti-inflamatórios não hormonais é uma dicos, sem diferença entre os dois regimes de tratamento. Com
opção terapêutica sintomática e de curta duração na artrite relação aos eventos adversos, entretanto, o tratamento com
psoriásica. metotrexato aumenta as enzimas hepáticas, e a ciclosporina
não aumenta32(B).
O tratamento com ciclosporina (3 mg/kg/dia), comparado
6. Quais são as evidências para o uso de drogas com sulfasalazina (2 g/dia) associada a sintomáticos, ou a sin-
de base convencionais (metotrexato, ciclosporina, tomáticos apenas (AINHs, analgésicos e/ou prednisona), du-
leflunomida e sulfasalazina) em pacientes com rante seis meses, determina melhores resultados, com maior
artrite psoriásica? redução da dor, redução no número de articulações acometi-
das, redução da atividade da doença pela avaliação global de
Metotrexato pacientes em 34% e de médicos em 24%, e melhor escore (Ar-
thritis Impact Measurement Scale e Spondylitis Functional Index).
O uso do metotrexato na dose de 2,5-5,0 mg a cada 12 horas, em Quando comparado com o tratamento sintomático, a ciclospo-
três doses consecutivas por semana, durante 12 semanas, em rina determina aumento nos pacientes que atingem ACR50 e
pacientes com AP, quando comparado a pacientes sem uso de ACR70 em 22% e 24%, respectivamente. Os eventos adversos
metotrexato, não demonstra benefício com relação a edema, são piora da função renal, distúrbios gastrointestinais e neuro-
rigidez matinal, dor, força ou acometimento articular. Apenas lógicos e hipertensão33(A).
reduz o escore de gravidade avaliado pelo médico. Em relação a Em pacientes com AP e resposta incompleta ao metotrexa-
eventos adversos, há distúrbios gastrointestinais, estomatite e to, o uso de ciclosporina (2,5 mg/kg/dia) por 48 semanas reduz o
aumento dos níveis de bilirrubina26(B). risco de acometimento articular em 36% (NNT: 3), além do PASI
No seguimento de 24 meses de pacientes com AP tratados e do número de articulações edemaciadas. Não há diferença
com metotrexato 5,0-7,5 mg por semana, não se verifica dife- nos escores de dor. Há aumento de eventos adversos, como
rença na resposta clínica (redução ≥ 40% nas articulações in- náusea, cefaleia, parestesia e sensação de queimação34(B).
flamadas) quando comparado com pacientes em uso de anti- O tratamento com ciclosporina (2,5-3,75 mg/kg/dia) em
-inflamatórios não hormonais (AINHs). De forma semelhante, comparação com o adalimumabe (40 mg em semanas alter-
a avaliação radiológica revela uma diferença não significativa nadas), ou com a combinação de ambos, em pacientes com AP,
de aumento no escore de dano articular de 16% nos pacientes demonstra que a combinação aumenta a resposta (Psoriatic Ar-
tratados com metotrexato27(B). thritis Response Criteria) em comparação com a ciclosporina em
No tratamento de pacientes com AP durante seis meses, a 30% (NNT: 3), aumenta o número de pacientes com resposta
associação de metotrexato aos AINHs desde o início do trata- ACR50 em 51% (NNT: 2), melhora o escore Health Assessment
mento ou no segundo trimestre produz benefício, sem diferen- Questionnaire Disability Index (HAQ-DI) e reduz o uso de AINHs e
ça entre os dois regimes de tratamento, com relação à ativida- de corticosteroides em 51% (NNT: 2)35(B).
de da doença, medida por: (1) contagem de edema ou rigidez
articular, (2) avaliações globais do paciente ou do médico, e (3) Leflunomida
escala visual analítica (EVA) de dor28(B).
O tratamento com metotrexato em pacientes com AP com- O uso da leflunomida (100 mg/dia por três dias seguida de
parado com o tratamento em pacientes com artrite reumatoide 20 mg/dia) em pacientes com AP aumenta a resposta, medi-
durante seis meses revela que os resultados são superiores nos da pelo Psoriatic Arthritis Response Criteria (PsARC), em 29,2%
casos de artrite reumatoide. Entretanto, em relação ao início da (NNT: 3), em todos os critérios (dor articular, escore de edema
terapêutica, os pacientes com AP têm redução no número de e avaliação global). Aumenta, ainda, o número de pacientes
articulações acometidas, na dor (EVA) e no escore de avaliação que atingem ACR20 em 16,3% (NNT: 6) e melhora a qualidade
global de atividade da doença (pacientes e médicos) e aumento de vida, medida pelo HAQ36(A).
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A descontinuidade no tratamento com leflunomida por Pacientes com diagnóstico de AP estabelecida há mais de
eventos adversos é superior (29,2%) à presente no tratamen- seis meses de duração, com falha terapêutica com DMCDs ou
to com metotrexato (10,8%), apesar de essa diferença não ser AINHs, com artrite poliarticular periférica e rigidez matinal de
significativa. A incidência de eventos adversos é superior na mais de 45 minutos de duração, psoríase em placa, sem tuber-
leflunomida (38,7 eventos por 100 pacientes/ano) quando com- culose, infecções, câncer ou insuficiência cardíaca, tratados
parado ao metotrexato (14,3 eventos por 100 pacientes/ano), e com infliximabe 5 mg/kg nas semanas 0, 2, 6, 14 e 22, com ou
também eleva as enzimas hepáticas37(B). Durante 24 meses de sem metotrexato, apresentam efeitos na evolução clínica43(A).
seguimento, 33,3% dos pacientes descontinuam o tratamento
– 11,1% por falta de eficácia e 23,3% por eventos adversos38(B). Etanercepte
da ou intolerância a anti-inflamatórios não hormonais ou a cientes em 11,5-20% (NNT: 5-8) e redução na perda de dias de
drogas modificadoras do curso da doença por três meses; com trabalho52(A).
ou sem associação ao metotrexato.
Etanercepte
8. Existe diferença de eficácia entre as drogas anti- O tratamento de pacientes com AP ativa e indicação de drogas
TNF em pacientes com artrite psoriásica? anti-TNF com etanercepte na dose de 25 mg 2x/semana SC ad-
ministrado por 12 semanas aumenta a resposta PsARC em 64%
Pacientes com AP e indicação de tratamento com drogas anti- (NNT: 2), aumenta a resposta ACR20 em 60% (NNT: 2), reduz
-TNF, tratados comparativamente com infliximabe na dose de o número de articulações acometidas de 53-70% e aumenta a
5 mg/kg a cada seis a oito semanas, etanercepte 25 mg 2x/ resposta funcional (disability index scores) em 29% (NNT: 3)45(A).
semana, e adalimumabe 40 mg em semanas alternadas, se- Pacientes com AP ativa e resposta inadequada a AINH po-
guidos por três meses a um ano, apresentam os seguintes re- dem ser tratados com etanercepte na dose de 25 mg 2x/sema-
sultados: resposta ACR20 de 72%, 70% e 75%, nos pacientes na SC, administrada por 24 semanas. A resposta ACR20 em
tratados com etanercepte, adalimumabe e infliximabe, res- 12 semanas aumenta em 44% (NNT: 2), a resposta PsARC au-
pectivamente; nenhum dos pacientes apresentaram remis- menta em 47% (NNT: 2) e em 24 semanas a melhora funcional
são completa no período de um ano (ausência de articulações (HAQ) aumenta em 48% (NNT: 2)44(A). Em 12 meses, ainda, as
acometidas clinicamente)49(B). A tabela 1 mostra a compara- respostas ACR20 e PsARC são de 64% e 84%, respectivamen-
ção de NNT nos diversos tratamentos da AP com anti-TNF. te, semelhante à resposta em 12 semanas53(A). Os pacientes
tratados com etanercepte têm aumento de 47,2% na melhora
Infliximabe medida pelo HAQ-DI em 24 semanas, com 41,2% dos pacien-
tes apresentando resposta completa em 48 semanas54(B).
Pacientes com diagnóstico de AP estabelecida há mais de seis
meses, com falha terapêutica com DMCDs, com artrite poliar- Adalimumabe
ticular periférica e rigidez matinal de mais de 45 minutos de
duração, tratados com infliximabe 5 mg/kg nas semanas 0, Em pacientes adultos com AP ativa moderada a grave, o trata-
2, 6 e 14, apresentam aumento nas respostas ACR20 de 55% mento com adalimumabe na 12a semana determina aumento
(NNT: 2), ACR50 de 46% (NNT: 2) e ACR70 de 29% (NNT: 3). Há na resposta ACR20 de 44% (NNT: 2). Na 24ª semana, a resposta
ainda resposta medida pelo escore HAQ, aumento na respos- ACR20 aumenta em 42% (NNT: 2). Entre os pacientes receben-
ta PsARC de 54% (NNT: 2), melhora no escore de dactilite de do adalimumabe, a resposta medida pelo PsARC melhora em
56% (NNT: 2), redução na entesite de 17% (NNT: 6) e aumento 36% na 12ª semana (NNT: 3) e 37% na 24ª (NNT: 3)46(B).
na melhora do escore Disease Activity Score em 28 articulações Após 48 semanas, o índice de resposta ACR20, ACR50 e
(DAS-28) de 43,2% (NNT: 2)42(A). ACR70 nos pacientes que recebem adalimumabe é de 56%,
Em pacientes com diagnóstico de AP estabelecida há mais 44% e 30%, respectivamente. A resposta PASI50, PASI75, PASI90
de seis meses, com falha terapêutica com DMCDs ou AINHs, e PASI100 é de 67%, 58%, 46% e 33%, respectivamente55(B).
com artrite poliarticular periférica e rigidez matinal de mais Em relação à qualidade de vida e função, medidas por
de 45 minutos de duração, psoríase em placa, sem tuberculo- Dermatology Life Quality Index (DLQI), Functional Assessment of
se, infecções, câncer ou insuficiência cardíaca, tratados com Chronic Illness Therapy – Fatigue Scale (FACIT-Fatigue), HAQ-DI,
infliximabe 5 mg/kg nas semanas 0, 2, 6, 14 e 22, apresentam: Minimum Clinically-Important Difference (MCID), Physical Compo-
• Maiores proporções de resposta ACR20 na 14ª semana nent Summary Score (PCS) e SF-36, os pacientes tratados com
(47%) – NNT: 2 e 24ª semana (38%) – NNT: 2. Na 14a sema- adalimumabe por 24 semanas apresentam: aumento na MCID
na, 33% dos pacientes tratados com infliximabe alcançam ≥ −0,3 pontos (HAQ-DI) de 23,6% (NNT: 4); resolução completa
maior resposta ACR50 (NNT: 3) e 14% ACR70 (NNT: 7)43(A); (HAQ-DI) de 20,9% (NNT: 5); aumento na MCID ≥ 5 pontos (SF
• Na 14a semana, 50% dos pacientes tratados com inflixima- 36) de 31,6% (NNT: 3); aumento na MCID ≥ 4 pontos (FACIT) de
be têm melhora de acordo com o PsARC (NNT: 2); na 24ª 31,6% (NNT: 3); aumento na MCID ≥ −5 pontos (DLQI) de 31,3%
semana: 38% (NNT: 3)43(A); (NNT: 3); e resolução completa (DLQI) de 38,6% (NNT: 3)56(B).
• Redução no risco de dactilite de 12% (NNT: 8) e 22% (NNT: A porcentagem de pacientes que alcançam resposta, em
5), na 14a e 24a semanas, respectivamente. E redução na dois anos, ACR20, ACR50, ACR70 e PsARC é de 57,3%, 42,7%,
entesopatia de 12% (NNT: 8) e 17% (NNT: 6), nas semanas 29,9% e 63,5%, respectivamente, semelhante à obtida na 48ª
14 e 24, respectivamente43(A); semana. A resposta completa (HAQ-DI) é de 38,5%, e os pa-
• A proporção de pacientes que atinge resposta clínica cientes que atingem a mínima diferença clínica importante
(HAQ) aumenta em 40% (NNT: 3) e 32% (NNT: 3), na 14a e no HAQ-DI, no SF-36, no FACIT–F e no DLQI, é de 47,6%, 50,0%,
24a semanas43(A); 76,7% e 56,3%, respectivamente, também semelhante à obtida
Esses resultados são mantidos até a 54ª semana de com 48 semanas57(B).
tratamento50(B); Em pacientes com AP ativa moderada a grave, o tratamento
Com dois anos de seguimento, as respostas ACR20, ACR50 com adalimumabe 40 mg em semanas alternadas, por 12 sema-
e ACR70 são de 45%, 45% e 35%, respectivamente51(B). nas, produz aumento na resposta ACR20, ACR50 e ACR70 de 23%
O impacto no trabalho com o tratamento de infliximabe (NNT: 4), 23% (NNT: 4) e 14% (NNT: 7), respectivamente. Há redu-
na 14ª semana de análise leva a aumento na produtividade ção também na atividade global da doença e melhora na função
de 58,3% (NNT: 2), aumento na taxa de emprego desses pa- física (HAQ-DI). A resposta com ou sem associação a AINH ou
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Tabela 1 - Comparação de NNT nos diversos tratamentos da artrite psoriásica com anti-TNF
Drogas Desfechos (NNT)
ACR20 ACR50 ACR70 PsARC HAQ DAS28 Entesite DLQI Dactilite
Adalimumabe 2 3 4 3
Etarnecepte 2 2 3
Golimumabe 2 2 2
Infliximabe 2 2 3 2 3 2 6 2
NNT, number needed to treat; ACR, American College of Rheumatology Responders Index; PsARC, Psoriatic Arthritis Response Criteria; HAQ, Health
Assessment Questionnaire; DAS-28, Disease Activity Score in 28 joints; DLQI, Dermatology Life Quality Index.
a corticoide é semelhante. Há aumento na resposta PsARC em Pacientes com AP ativa e resposta inadequada a AINHs
27% (NNT: 4) e redução no escore de dactilite e de entesite47(A). podem ser tratados com etanercepte na dose de 25 mg 2x/se-
A resposta ACR20/50/70 após 24 semanas é de 65%, 43% mana SC administrado por 24 semanas, com ou sem associa-
e 27%, respectivamente, e a resposta PsARC é de 75%, seme- ção ao metotrexato. Eventos adversos podem ocorrer, como
lhante à de 12 semanas47(A). dor torácica, cálculo renal, síncope ou esclerose múltipla. Não
há aumento de evento adverso em relação aos pacientes não
Golimumabe submetidos ao tratamento, sendo a maioria moderados, e
o mais comum é infecção respiratória em até dois anos de
Pacientes com AP ativa e resposta inadequada a DMCDs ou seguimento44,53(A).
AINHs, tratados com golimumabe 50 mg ou 100 mg a cada
quatro semanas, por 20 semanas, apresentam, em 14 sema- Adalimumabe
nas, aumento na resposta ACR20 de 42% e 36% nas doses de
50 mg e 100 mg, respectivamente, independente da associa- O adalimumabe na 24ª semana não tem aumento na inci-
ção com metotrexato. Também em 14 semanas os pacientes dência de eventos adversos comparado aos pacientes não
tratados com golimumabe têm aumento de 50% (NNT: 2) na tratados (infecção respiratória, hipertensão, cefaleia). Even-
resposta PsARC em ambas doses e de 40% na resposta EULAR tos adversos graves são artrodese, convulsões, meninigite
(DAS-28) em ambas doses48(A). viral, cálculo renal, pancreatite, plaquetopenia e elevação de
enzimas hepáticas, que podem levar a descontinuidade do
Recomendação 8 tratamento46(B). O adalimumabe é seguro na 48a semana55(B).
Não há diferença nos eventos adversos em dois anos
Não há diferença na eficácia no tratamento de pacientes com quando comparado com um ano de tratamento com adali-
AP com os diferentes anti-TNF (infliximabe, etanercepte, ada- mumabe, sendo que 91,6% dos pacientes apresentam um
limumabe e golimumabe), principalmente nas medidas de evento, e 16,8% desses ao menos um evento grave. Os even-
resposta ACR20, PsARC e HAQ. tos mais comuns são colelitíase, infarto do miocárdio, apen-
dicite, infecção urinária, osteoartrite, convulsão, nefrolitíase,
tuberculose, linfoma, e 6,7% dos pacientes descontinuam o
9. Existe diferença de segurança entre as drogas tratamento56(B).
anti-TNF em pacientes com artrite psoriásica? Os eventos adversos na 12a semana são menores em 26,7%,
sendo a maior parte de grau moderado47(A). Há redução nas
Infliximabe infecções em 15,1%, não havendo casos de tuberculose, gra-
nulomatose, desmielinização, lúpus, insuficiência cardíaca ou
Não há aumento de eventos adversos com o tratamento de câncer. Na 24ª semana os eventos adversos são em 54,6%, gra-
infliximabe, sendo os mais comuns: cefaleia, bronquite, infec- ves (3,1%), e levam à descontinuidade em 6,2%. Outros even-
ção respiratória, rinite e rash cutâneo42(A). tos adversos são: tosse, nasofaringite, elevação de enzimas
Não há aumento de eventos adversos, eventos adversos hepáticas, linfoma e câncer47(A).
graves ou infecções nos pacientes tratados com infliximabe
(5 mg/kg nas semanas 0, 2, 6, 14 e 22, com ou sem metotre- Golimumabe
xato) em comparação com aqueles não tratados. A proporção
de perda na aderência ao tratamento por eventos adversos é Pacientes com AP ativa e resposta inadequada a DMCDs ou AI-
de 4%, sendo algumas dessas causas o aumento das enzimas NHs, com ou sem associação ao metotrexato, tratados com goli-
hepáticas. Os eventos adversos mais comuns são: infecção mumabe 50 mg ou 100 mg a cada quatro semanas por 20 sema-
respiratória, cefaleia e pode ocorrer câncer43(A). nas, apresentam como evento adverso mais frequente em 14
semanas a nasofaringite e a infecção respiratória. As infecções
Etanercepte ocorrem mais frequentemente com altas doses, sendo de 3% o
índice de descontinuidade por eventos adversos. Há elevação
O evento adverso mais comum no tratamento de pacientes das enzimas hepáticas de 18-24% e de 13-34% dos pacientes
com AP com etanercepte, 25 mg 2x/semana SC, administrado recebendo 50 mg e 100 mg, respectivamente. Pode haver ocor-
por 12 semanas, é infecção respiratória45(A). rência de câncer e tuberculose, requerendo tratamento48(A).
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Recomendação 9 obtida na 24ª e na 48ª semana. Dos pacientes que não apre-
sentam progressão radiológica até a 48ª semana, 84,3% man-
Não há diferença significativa no perfil de segurança das dro- tém ausência de progressão radiológica56(B).
gas anti-TNF na artrite psoriásica, apesar da difícil quantifica- O tratamento de pacientes com AP ativa sem história de
ção dos eventos adversos. infecções, doença grave, desmielinização ou antecedentes de
uso de anti-TNF, com adalimumabe 40 mg em semanas al-
ternadas, por 24 semanas, avaliados por RM, demonstra 65%
10. O uso da terapia anti-TNF é capaz de reduzir de melhora no edema de medula óssea, ausência de melhora
o dano estrutural em pacientes com artrite no escore de erosão, melhora no escore de sinovite em 3% e
psoriásica? redução de 44% no derrame articular59(B).
Infliximabe Recomendação 10
O uso de infliximabe (5 mg/kg) nas semanas 0, 2 e 6, e a cada Há redução da progressão radiológica, principalmente medi-
oito semanas até a semana 54, em pacientes com AP ativa, da pelo escore Sharp, em seguimento de até dois anos com o
avaliados pela radiografia de mãos e pés, quanto a erosões e uso dos anti-TNF, na artrite psoriásica.
redução do espaço articular pelo escore Sharp/van der Heij-
de modificado, demonstra menor progressão radiológica (es-
core Sharp/van der Heijde) na 24ª e na 54ª semanas, quando 11. Deve-se utilizar drogas de base convencionais,
comparado com pacientes não submetidos ao tratamento. como metotrexato, leflunomida ou ciclosporina,
Com dois anos de seguimento, a progressão radiológica é sig- concomitante às drogas anti-TNF?
nificativamente menor que a esperada, e os eventos adver-
sos permanecem dentro da estimativa na primeira fase de A associação com DMCDs, como metotrexato, leflunomida,
seguimento51,57(B). sulfasalazina, hidroxicloroquina, ouro intramuscular, penicila-
Pacientes com AP ativa tratados com infliximabe 5 mg/kg mina ou azatioprina não modifica os resultados de pacientes
nas semanas 0, 2, 6 e 14 e depois a cada oito semanas até a com diagnóstico de AP tratados com infliximabe 5 mg/kg42(A).
50ª semana, e pacientes recebendo a mesma dose a partir das O tratamento de pacientes com AP ativa e indicação de
semanas 16, 18, 22 e depois a cada oito semanas até a 50ª, drogas anti-TNF, com etanercepte na dose de 25 mg 2x/sema-
não apresentam piora radiológica estrutural ou progressão da na SC administrado por 12 semanas, com ou sem associação
doença (medida pelo escore van der Heijde/Sharp) em 85% e ao metotrexato, aumenta as respostas PsARC e ACR2045(A).
84% dos casos, respectivamente58(B). Pacientes com AP tratados com etanercepte (25 mg 2x/
semana) isolado ou em combinação com metotrexato (10 a
Etanercepte 15 mg/semanal) apresentam sobrevida semelhante em cinco
anos de seguimento com ambas formas de tratamento60(B).
Em 12 meses de seguimento a progressão radiológica de do- As respostas ACR20, ACR50 e ACR70 não diferem entre pa-
ença é reduzida com o uso de etanercepte em −1,03 unidades cientes recebendo adalimumabe em combinação com meto-
do escore Sharp na média. A associação com metotrexato não trexato e pacientes recebendo apenas adalimumabe46(B).
altera os resultados44(A). A progressão radiológica é reduzida A resposta a DMCDs (exceto ciclosporina) dos pacientes
em −1,38 em dois anos de seguimento53(A). com AP ativa moderada a grave tratados com adalimumabe
40 mg, em semanas alternadas, por 12 semanas, com ou sem
Adalimumabe associação ao metotrexato, é semelhante47(A).
Pacientes com AP ativa e resposta inadequada a DMCDs
O tratamento com adalimumabe resulta em inibição signifi- ou AINHs, tratados com golimumabe 50 mg ou 100 mg a cada
cativa nas mudanças estruturais nas radiografias. A mudança quatro semanas, por 20 semanas, apresentam, em 14 sema-
na media no escore Sharp total entre o início e a 24a semana é nas, aumento na resposta ACR20, independente da associação
de 0,2 para os pacientes recebendo adalimumabe em compa- com metotrexato48(A).
ração a 1,0 para os pacientes não tratados46(B). O tratamento de pacientes com AP durante 12 meses com
Diferenças significativas são também observadas no es- ciclosporina (2,5-3,75 mg/kg/dia), adalimumabe (40 mg em se-
core de erosão (mudança na média de 0,0 nos pacientes re- manas alternadas) ou com a combinação de ambas as drogas
cebendo adalimumabe versus 0,6 naqueles não recebendo o demonstra resposta semelhante, medida pelo Psoriatic Arthri-
tratamento ao longo de 24 semanas) e escore de redução no tis Response Criteria, quando comparado com adalimumabe
espaço articular (mudança na média de 0,2 nos pacientes re- e associação. Entretanto, apresenta resposta ACR50 superior
cebendo adalimumabe versus 0,4 naqueles não recebendo o na combinação (87%), quando comparado com adalimumabe
tratamento ao longo de 24 semanas)46(B). isolado (69%). Há redução ainda na combinação das doses de
As mudanças no escore Sharp após 48 semanas são na adalimumabe (10%)35(B).
média de 0,1. As respostas clínica e radiológica independem
da associação com metotrexato55(B). Recomendação 11
A duração média de tratamento de dois anos com adali-
mumabe de 40 mg em semanas alternadas demonstra redu- A associação de drogas modificadoras do curso da doença,
ção ou manutenção no escore Sharp de 79,1%, semelhante à como metotrexato, ciclosporina, sulfasalazina ou leflunomi-
R E V B R A S R E U M AT O L . 2 0 1 3 ; 5 3 ( 3 ) : 2 2 7 – 2 4 1 235
da a drogas anti-TNF (infliximabe, etanercepte, adalimuma- rência/resposta ao tratamento, e dos pacientes que trocam
be, golimumabe) não produz diferença nos resultados obtidos para um segundo anti-TNF, a resposta é de 81%. A resposta/
com os anti-TNF isolados na artrite psoriásica. aderência é melhor em pacientes que substituem o primei-
ro anti-TNF por eventos adversos (HR de descontinuidade de
0,55) ou em pacientes tratados com infliximabe (HR: 3,22)67(B).
12. Que evidências suportam a troca (switch)
de agentes anti-TNF em pacientes com artrite Recomendação 12
psoriásica?
A troca de anti-TNF nos pacientes com eventos adversos ou
Entre 25% e 33% dos pacientes com AP descontinuam o pri- resposta inadequada é uma opção que geralmente cursa com
meiro anti-TNF com um ano de tratamento, devido principal- resposta terapêutica na artrite psoriásica.
mente à ineficácia e eventos adversos. A ineficácia aumenta
como causa ao longo do seguimento, enquanto os eventos ad-
versos reduzem. Não há diferença clinicamente significativa 13. Quanto tempo se deve utilizar uma droga
nos desfechos de dor e funcional (HAQ) entre os tratamentos anti-TNF no seguimento de um paciente com
pelo primeiro, segundo ou terceiro anti-TNF61(B). artrite psoriásica?
Dos pacientes com AP tratados com drogas anti-TNF du-
rante 6-70 meses, 33% não apresentam resposta adequada Em pacientes com AP ecebendo etanercepte (50 mg 2x/sema-
(61% por perda de eficácia, 25% por eventos adversos e 14% na SC por 12 semanas seguida por 25 mg 2x/semana), a res-
por eficácia reduzida). Dos pacientes com perda de eficácia posta clínica medida por DAS-28, dor (EVA) e PASI, em 48, 96 e
que migram para um segundo anti-TNF, 92% apresentam 144 semanas, respectivamente, é68(B):
resposta adequada. Daqueles que migram para um segundo • Após 48 semanas de tratamento: redução de 76,8% na dor
anti-TNF por evento adversos, 60% apresentam resposta ade- (EVA); redução de 44% no DAS-28; PASI50 em 83%, PASI75
quada; dos demais que migram para um terceiro, 50% têm em 78% e PASI90 em 43%, com PASI médio de 70%;
resposta adequada. Dos pacientes que migram para um se- • Após 96 semanas de tratamento: redução de 89,6% na dor
gundo e terceiro anti-TNFs por eficácia reduzida, 70% têm res- (EVA); redução de 57% no DAS-28; PASI50 em 87%, PASI75
posta adequada62(B). em 81% e PASI90 em 65%, com PASI médio de 82%;
O uso de etanercepte 25 mg 2x/semana, e após a 12ª se- • Após 144 semanas de tratamento: redução de 94,7% na dor
mana etanercepte 50 mg 2x/semana, em pacientes com AP (EVA); redução de 67% no DAS-28; PASI 50 em 96%, PASI75
tratados previamente com infliximabe, a resposta PASI50 é de em 92% e PASI90 em 66%, com PASI médio de 74%.
45,8%, e a PASI75 é de 29,2% em 24 semanas. Mas em pacien- As respostas ACR20 ao tratamento de pacientes com AP
tes sem antecedentes de tratamento biológico, as respostas no seguimento de três meses, um ano e dois anos com o in-
PASI50 e PASI75 são de 92,3% e 73,8%, respectivamente63(B). fliximabe são de 79%, 61% e 80%, respectivamente, e com o
Entre os pacientes que completam 12 meses de seguimen- etanercepte são de 76%, 80% e 90%, respectivamente. Já a res-
to, 75,5% no seu primeiro tratamento continuam com anti- posta medida pelo ACR50, em três meses, um ano e dois anos
-TNF, enquanto 9,5% descontinuam por ineficácia, 10,0% por com o infliximabe é de 64%, 39% e 40%, respectivamente, e
eventos adversos e 5,0% por outras razões. A probabilidade de com o etanercepte é de 49%, 65% e 68%, respectivamente69(B).
manutenção no primeiro e segundo anos do uso de anti-TNF Após cinco anos, PSARC é de 60%, PASI70 de 66,7%, PASI90
pela primeira vez (infliximabe, etanercepte e adalimumabe) é de 63,3%, enquanto ACR50 é de 56,7% para os pacientes trata-
de 82% e 70%, e na primeira troca de anti-TNF, a probabilidade dos com infliximabe (5 mg/kg IV) nas semanas 0, 2, 6, e a cada
no primeiro e segundo anos é de 74% e 66%. Entre os predito- oito semanas. Para os pacientes tratados com etanercepte (25
res de discontinuidade e necessidade de troca está o uso de mg 2x/semana SC), PsARC é de 64%, PASI70 e PASI90 de 68%,
infliximabe em vez de etanercepte (Hazard ratio, HR, de 2,8 enquanto ACR50 é de 56%. O tratamento com adalimumabe
em um ano de seguimento)64(B). (40 mg SC) em semanas alternadas resulta em resposta PsARC
A resposta clínica de pacientes com AP que recebem o pri- de 56%, PASI70 e PASI90 de 58% e 50%, respectivamente, en-
meiro biológico (infliximabe ou etanercepte ou adalimumabe) quanto ACR50 de 50%. No final do tratamento, a sobrevida do
é de 97% em 12 semanas, sendo que 90% dos pacientes alcan- infliximabe é de 56,7%, a do etanercepte é 76% e a do adali-
çam uma resposta significativa se a troca de anti-TNF é re- mumabe é 50%70(B).
querida. Se considerarmos apenas os pacientes que trocaram Há aumento de 17% nos episódios de remissão que ocor-
por falta de resposta, 40% respondem a um agente de segunda rem em pacientes com AP tratados com anti-TNF em seis
linha, enquanto metade responde a uma terceira terapia65(B). anos de seguimento, sendo a duração média do tempo de re-
Dos pacientes com AP, 67% trocam de infliximabe para eta- missão de 13 ± 9,4 meses. Durante o período sem tratamento,
nercepte. Após três meses de etanercepte, a proporção de pa- a frequência de remissão nos pacientes tratados com anti-
cientes com resposta PsARC aumenta de 10% para 70% (NNT: -TNF aumenta em 60% em comparação com aqueles tratados
2), e reduz o escore HAQ. Dos pacientes com AP, 46% trocam com metotrexato. A duração da remissão após a interrupção
de etanercepte para adalimumabe. Após três meses de adali- do tratamento é de 12 ± 2,4 meses71(B).
mumabe, a proporção de pacientes com resposta PsARC au- A porcentagem de pacientes em tratamento com o ada-
menta de 14,3% para 57,1% (NNT: 2)66(B). limumabe que alcançam resposta ACR20, ACR50, ACR70 e
O tratamento de pacientes com AP por meio de anti-TNF PsARC, em dois anos, é de 57,3%, 42,7%, 29,9% e 63,5%, res-
(infliximabe, adalimumabe ou etanercepte) tem 87% de ade- pectivamente, semelhante à obtida na 48ª semana. A resposta
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