Ifrs 13
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OBJETIVO
1 Esta Norma:
(a) define justo valor;
(b) estabelece numa única IFRS um quadro para a mensuração pelo justo valor; e
(c) exige a divulgação das mensurações pelo justo valor.
2 O justo valor é uma medida de mercado, não uma medida específica para uma determinada entidade. Em relação a alguns ativos
e passivos, poderão existir transações ou informações de mercado observáveis. Para outros ativos e passivos, podem não estar
existir transações e informações de mercado observáveis. No entanto, o objetivo de uma mensuração pelo justo valor é o mesmo em
ambos os casos — estimar o preço pelo qual uma transação ordenada de venda do ativo ou de transferência do passivo ocorreria
entre participantes no mercado à data da mensuração e nas condições vigentes de mercado (ou seja, um preço de saída, à data da
mensuração, na perspetiva de um participante no mercado que seja detentor do ativo ou do passivo).
3 Quando o preço de um ativo ou passivo idêntico não é observável, uma entidade mensura o justo valor usando uma outra técnica
de avaliação que maximiza a utilização de dados observáveis relevantes e minimiza a utilização de dados não observáveis. Como o
justo valor se baseia nas condições de mercado, é mensurado com base nos pressupostos que os participantes no mercado
considerariam ao apreçar o ativo ou passivo, incluindo pressupostos sobre risco. Assim, as intenções de uma entidade ao manter um
ativo ou ao liquidar ou de outra forma cumprir uma responsabilidade não são relevantes na mensuração do justo valor.
4 A definição de justo valor centra-se nos ativos e passivos porque estes são o principal objeto da mensuração contabilística. Além
desses ativos e passivos, esta Norma deve ser aplicada aos instrumentos de capital próprio de uma entidade mensurados pelo justo
valor.
ÂMBITO
5 Esta Norma aplica-se quando outra IFRS exige ou permite mensurações pelo justo valor ou divulgações sobre mensurações pelo
justo valor (bem como mensurações baseadas no justo valor, como o justo valor menos os custos de vender, ou divulgações sobre
essas mensurações), exceto nos casos especificados nos parágrafos 6 e 7.
6 Os requisitos de mensuração e divulgação desta IFRS não se aplicam nos seguintes casos:
(a) transações de pagamento com base em ações abrangidas pela IFRS 2 Pagamento com Base em Ações;
(b) transações de locação contabilizadas em conformidade com a IFRS 16 Locações; e
(c) mensurações com algumas semelhanças com o justo valor, mas que não o são, como sejam o valor realizável líquido, na IAS 2
Inventários, ou o valor em utilização, na IAS 36 Imparidade de Ativos.
7 As divulgações exigidas por esta Norma não são necessárias nos seguinte casos:
(a) ativos do plano mensurados pelo justo valor de acordo com a IAS 19 Benefícios dos Empregados;
(b) investimentos em planos de benefícios de reforma mensurados pelo justo valor de acordo com a IAS 26 Contabilização e Relato
de Planos de Benefícios de Reforma; e
(c) ativos relativamente aos quais a quantia recuperável é o justo valor menos os custos de alienação de acordo com a IAS 36.
8 O quadro para a mensuração pelo justo valor descrito nesta Norma aplica-se tanto à mensuração inicial como às mensurações
subsequentes quando o justo valor for exigido ou permitido por outras IFRS.
MENSURAÇÃO
Definição de justo valor
9 Esta Norma define justo valor como o preço que seria recebido pela venda de um ativo ou pago para transferir um passivo numa
transação ordenada entre participantes no mercado à data da mensuração.
10 0 parágrafo B2 descreve a abordagem geral da mensuração pelo justo valor.
O ativo ou passivo
11 Uma mensuração pelo justo valor diz respeito a um determinado ativo ou passivo. Assim, ao mensurar o justo valor uma entidade
deve ter em conta as características do ativo ou passivo que os participantes no mercado teriam em consideração ao apreçar o ativo
ou passivo à data da mensuração. Tais características incluem, por exemplo:
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NORMA INTERNACIONAL DE RELATO FINANCEIRO 13
Mensuração pelo Justo Valor
Transação
15 Uma mensuração pelo justo valor assume que o ativo ou passivo é transacionado entre participantes no mercado numa transação
ordenada de venda do ativo ou de transferência do passivo à data de mensuração nas condições vigentes de mercado.
16 Uma mensuração pelo justo valor assume que a transação de venda do ativo ou de transferência do passivo se realiza:
(a) no mercado principal desse ativo ou passivo; ou
(b) não existindo um mercado principal, no mercado mais vantajoso para esse ativo ou passivo.
17 Uma entidade não tem de realizar uma procura exaustiva de todos os mercados possíveis para identificar o mercado principal ou,
não existindo um mercado principal, o mercado mais vantajoso, mas deve ter em conta toda a informação que esteja razoavelmente
disponível. Na ausência de prova em contrário, presume-se que o mercado em que a entidade realizaria em condições normais a
transação de venda do ativo ou de transferência do passivo é o mercado principal ou, não existindo um mercado principal, o mercado
mais vantajoso.
18 Se existir um mercado principal para o ativo ou passivo, a mensuração pelo justo valor deve representar o preço nesse mercado
(quer esse preço seja diretamente observável quer seja estimado por recurso a outra técnica de avaliação), mesmo que o preço num
outro mercado fosse potencialmente mais vantajoso à data da mensuração.
19 A entidade deve ter acesso ao mercado principal (ou mais vantajoso) à data da mensuração. Na medida em que diferentes
entidades (e divisões dentro dessas entidades) com diferentes atividades podem ter acesso a diferentes mercados, o mercado
principal (ou mais vantajoso) para um ativo ou passivo pode ser diferente para diferentes entidades (e divisões dentro dessas
entidades). Assim, o mercado principal (ou mais vantajoso) e, consequentemente, os participantes no mercado devem ser
considerados na perspetiva da entidade, contemplando, portanto, a possibilidade de diferenças entre entidades com diferentes
atividades.
20 Embora a entidade deva estar em condições de aceder ao mercado, não precisa necessariamente de ter a possibilidade de vender
o ativo ou de transferir o passivo em questão à data de mensuração para poder mensurar o justo valor com base no preço nesse
mercado.
21 Ainda que não exista um mercado observável que forneça informação de preço relativamente à venda do ativo ou à transferência
do passivo à data da mensuração, a mensuração pelo justo valor deve assumir a ocorrência de uma transação nessa data,
considerada a partir da perspetiva de um participante no mercado que é detentor do ativo ou devedor do passivo. Essa transação
assumida serve de base à estimação do preço de venda do ativo ou de transferência do passivo.
Participantes no mercado
22 Uma entidade deve mensurar o justo valor de um ativo ou passivo com base nos pressupostos que os participantes no mercado
considerariam ao apreçar o ativo ou passivo, assumindo que os participantes no mercado atuam no seu próprio interesse económico.
23 Ao elaborar esses pressupostos, uma entidade não tem de identificar participantes específicos no mercado. A entidade deve, isso
sim, identificar as características que distinguem os participantes no mercado em geral, considerando fatores específicos
relativamente a cada um dos seguintes elementos:
(a) o ativo ou passivo;
(b) o mercado principal (ou mais vantajoso) para o ativo ou passivo; e
(c) os participantes no mercado com quem a entidade realizaria uma transação nesse mercado.
Preço
24 O justo valor é o preço que seria recebido pela venda de um ativo ou pago pela transferência de um passivo numa transação
ordenada no mercado principal (ou mais vantajoso) à data da mensuração, nas condições vigentes de mercado (ou seja, um preço
de saída), independentemente de esse preço ser diretamente observável ou estimado por recurso a outra técnica de avaliação.
25 O preço no mercado principal (ou mercado mais vantajoso) utilizado para mensurar pelo justo valor o ativo ou passivo não deve
ser ajustado em função dos custos de transação. Os custos de transação devem ser contabilizados de acordo com outras IFRS. Os
custos de transação não são uma característica de um determinado ativo ou passivo, mas sim específicos a cada transação, e serão
diferentes dependendo da forma como uma entidade participa na transação relativa ao ativo ou passivo.
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NORMA INTERNACIONAL DE RELATO FINANCEIRO 13
Mensuração pelo Justo Valor
26 Os custos da transação não incluem custos de transporte. Se a localização for uma característica do ativo (como pode acontecer,
por exemplo, com uma matéria-prima), o preço no mercado principal (ou mais vantajoso) deve ser ajustado considerando os custos,
se existirem, que seriam suportados para transportar o ativo do local onde se encontram para esse mercado.
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NORMA INTERNACIONAL DE RELATO FINANCEIRO 13
Mensuração pelo Justo Valor
(a) um passivo continuará pendente e o participante no mercado recetor da transferência terá de cumprir a obrigação. O passivo não
será liquidado junto da contraparte nem de outra forma extinto à data da mensuração;
(b) um instrumento de capital próprio da entidade continuará pendente e o participante no mercado recetor da transferência assumirá
os direitos e responsabilidades associados ao instrumento. O instrumento não será cancelado nem de outra forma extinto à data da
mensuração.
35 Mesmo quando não existe um mercado observável que permita obter informações sobre o preço de transferência de um passivo
ou instrumento de capital próprio de uma entidade (por exemplo porque existem restrições contratuais ou outras restrições legais que
impedem a transferência desses instrumentos), pode existir um mercado observável para esses instrumentos se os mesmos forem
detidos por outras partes na qualidade de ativos (por exemplo, uma obrigação ou uma opção de compra sobre as ações de uma
entidade).
36 Em todos os casos, a entidade deve maximizar a utilização dos dados observáveis relevantes e minimizar a utilização de dados
não observáveis de modo a cumprir o objetivo de uma mensuração pelo justo valor, que consiste em estimar o preço ao qual uma
transação ordenada de transferência do passivo ou instrumento de capital próprio ocorreria entre participantes no mercado à data da
mensuração nas condições vigentes de mercado.
Passivos e instrumentos de capital próprio detidos por outras partes como ativos
37 Quando não existir um preço cotado para a transferência de um passivo ou de um instrumento de capital próprio da entidade
idêntico ou semelhante e o passivo ou instrumento em causa for detido por outra parte como ativo, a entidade deve mensurar o justo
valor do passivo ou instrumento de capital próprio na perspetiva de um participante de mercado que seja detentor do um passivo ou
instrumento idêntico como ativo à data da mensuração.
38 Nesses casos, a entidade deve mensurar o justo valor do passivo ou instrumento de capital próprio do seguinte modo:
(a) utilizando o preço cotado num mercado ativo para o passivo ou instrumento idêntico detido por outra parte como ativo, se esse
preço cotado existir;
(b) se não existir um preço cotado, utilizando outros dados observáveis, tais como o preço cotado num mercado que não está ativo
para um passivo ou instrumento idêntico detido por outra parte como ativo;
(c) se os preços observáveis em (a) e (b) não estiverem disponíveis, utilizando uma outra técnica de avaliação, como seja:
(i) uma abordagem de rendimento (por exemplo, uma técnica de determinação do valor atual que tenha em conta os fluxos de caixa
futuros que um participante no mercado esperaria receber por ser detentor do passivo ou do instrumento de capital próprio como
ativo; ver parágrafos B10 e B11);
(ii) uma abordagem de mercado (por exemplo utilizando os preços cotados de passivos ou instrumentos de capital semelhantes
detidos por outras partes como ativos; ver parágrafos B5-B7).
39 Uma entidade só deve ajustar o preço cotado de um passivo ou instrumento de capital próprio de uma entidade detida por outra
parte como ativo se existem fatores específicos a esse ativo que não sejam aplicáveis na mensuração pelo justo valor do passivo ou
instrumento de capital próprio. Uma entidade deve garantir que o preço do ativo não reflete o efeito de uma restrição que impede a
venda desse ativo. Entre os fatores que podem indicar que o preço cotado do ativo deve ser ajustado incluem-se:
(a) o preço cotado do ativo respeita a um passivo ou instrumento de capital próprio semelhante (mas não idêntico) detido por outra
parte como ativo. Por exemplo, o passivo ou instrumento de capital próprio pode apresentar uma característica particular (por exemplo,
a notação de crédito do emitente) diferente daquilo que se encontra refletido no justo valor do passivo ou instrumento de capital próprio
semelhante detido como ativo;
(b) a unidade de conta do ativo não é a mesma do passivo ou instrumento de capital próprio. Por exemplo, no caso dos passivos,
pode ocorrer que o preço de um ativo reflete um preço combinado respeitante a um pacote que inclui as quantias devidas pelo
emitente e uma melhoria do risco de crédito de terceiros. Se a unidade de conta do passivo não for a mesma que a do pacote
combinado, o objetivo é mensurar o justo valor do passivo do emitente, e não o justo valor do pacote combinado. Assim, nesses
casos, uma entidade deve ajustar o preço observado do ativo de modo a excluir o efeito da melhoria do risco de crédito de terceiros.
Passivos e instrumentos de capital não detidos por outras partes como ativos
40 Quando não existir um preço cotado para a transferência de um passivo ou de um instrumento de capital próprio da entidade
idêntico ou semelhante e o passivo ou instrumento idêntico não for detido por outra parte como ativo, a entidade deve mensurar o
justo valor do passivo ou instrumento de capital próprio utilizando uma técnica de avaliação na perspetiva de um participante no
mercado que seja detentor do passivo ou que tenha emitido o direito ao capital.
41 Por exemplo, quando aplicar uma técnica de valor atual, uma entidade poderá levar em conta:
(a) as futuras saídas de caixa que um participante no mercado esperaria ter de suportar para cumprimento da obrigação, incluindo a
remuneração que um participante no mercado exigiria para assumir a obrigação (ver parágrafos B31-B33);
(b) a quantia que um participante no mercado receberia por assumir ou emitir um passivo ou instrumento de capital próprio idêntico,
utilizando os pressupostos que os participantes no mercado utilizariam para apreçar um passivo ou instrumento idêntico (por exemplo,
com as mesmas características de risco de crédito) no mercado principal (ou no mercado mais vantajoso) pela emissão de um passivo
ou instrumento de capital próprio nos mesmos termos contratuais.
Risco de desempenho
42 O justo valor de um passivo reflete o efeito do risco de desempenho. O risco de desempenho inclui, entre outros possíveis
componentes, o risco de crédito da própria entidade (como definido na IFRS 7 Instrumentos Financeiros: Divulgações). Assume-se
que o risco de desempenho é o mesmo antes e depois da transferência do passivo.
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NORMA INTERNACIONAL DE RELATO FINANCEIRO 13
Mensuração pelo Justo Valor
43 Ao medir o justo valor de um passivo, uma entidade deve ter em conta o efeito do seu risco de crédito (qualidade de crédito) e
quaisquer outros fatores que possam influenciar a probabilidade de incumprimento da obrigação. Esse efeito pode variar em função
do passivo, por exemplo:
(a) de o passivo ser uma obrigação de entrega de dinheiro (um passivo financeiro) ou uma obrigação de entrega de bens ou serviços
(um passivo não-financeiro);
(b) dos termos das melhorias do risco de crédito relacionadas com o passivo, caso existam.
44 O justo valor de um passivo reflete o efeito do risco de desempenho tendo por base a sua unidade de conta. O emitente de um
passivo emitido com uma melhoria do risco de crédito de terceiros indissociável que é contabilizada separadamente do passivo não
deve incluir o efeito da melhoria do risco de crédito (por exemplo, uma garantia da dívida por terceiros) na mensuração do justo valor
do passivo. Se a melhoria do risco de crédito for contabilizada separadamente do passivo, ao mensurar o justo valor do passivo o
emitente deve ter em conta a sua própria qualidade de crédito e não a do terceiro que garante a dívida.
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NORMA INTERNACIONAL DE RELATO FINANCEIRO 13
Mensuração pelo Justo Valor
aplicáveis a todos os contratos abrangidos pelo âmbito da, e contabilizados de acordo com a, IFRS 9 (ou IAS 39, se a IFRS 9 ainda
não tiver sido adotada), independentemente de se enquadrarem ou não nas definições de ativos financeiros ou de passivos financeiros
enunciadas na IAS 32 Instrumentos Financeiros: Apresentação.
Técnicas de avaliação
61 Uma entidade deve utilizar técnicas de avaliação apropriadas às circunstâncias e para as quais existam dados suficientes para
mensurar o justo valor, maximizando a utilização de dados relevantes observáveis e minimizando a utilização de dados não
observáveis.
62 O objetivo da utilização de uma técnica de avaliação é estimar o preço ao qual se faria uma transação ordenada de venda do ativo
ou transferência do passivo entre participantes no mercado à data da mensuração e nas condições vigentes de mercado. Três técnicas
de avaliação muito utilizadas são a abordagem de mercado, a abordagem de custo e a abordagem de rendimento. Os principais
aspetos dessas abordagens são resumidos nos parágrafos B5-B11. Uma entidade deve utilizar técnicas de avaliação coerentes com
uma ou mais dessas abordagens para mensurar o justo valor.
63 Em determinados casos, é apropriada uma técnica de avaliação individual (por exemplo, quando se avalia um ativo ou um passivo
utilizando os preços cotados de ativos ou passivos idênticos). Noutros casos, serão adequadas técnicas de avaliação múltiplas (como
poderá acontecer na avaliação de uma unidade geradora de fluxos de caixa). Se forem utilizadas técnicas de avaliação múltiplas para
mensurar o justo valor, os resultados (ou seja, as respetivas indicações do justo valor) devem ser avaliados tendo em conta a
razoabilidade do intervalo de valores indicados por essas técnicas. A mensuração pelo justo valor é o ponto no interior desse intervalo
mais representativo do justo valor nas circunstâncias que se verifiquem.
64 Se o preço de transação for o justo valor no reconhecimento inicial e se vai utilizar uma técnica de avaliação que recorre a dados
não observáveis para mensurar o justo valor em períodos subsequentes, a técnica de avaliação deve ser calibrada de modo a que,
no reconhecimento inicial, o resultado da mesma seja igual ao preço de transação. A calibração assegura que a técnica de avaliação
reflete as condições de mercado no momento em causa, ajudando uma entidade a determinar se é necessário um ajustamento da
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NORMA INTERNACIONAL DE RELATO FINANCEIRO 13
Mensuração pelo Justo Valor
técnica de avaliação (por exemplo, pode existir uma característica do ativo ou passivo que não é captada pela técnica de avaliação).
Após o reconhecimento inicial, ao mensurar o justo valor utilizando uma técnica ou técnicas de avaliação que utilizam dados não
observáveis, a entidade deve garantir que essas técnicas de avaliação refletem os dados observáveis de mercado (por exemplo, o
preço de um ativo ou passivo semelhante) à data da mensuração.
65 As técnicas de avaliação utilizadas para mensurar o justo valor devem ser aplicadas de forma consistente. Torna-se, no entanto,
pertinente uma alteração numa técnica de avaliação ou na sua aplicação (por exemplo, uma alteração na sua ponderação quando
forem utilizados técnicas de avaliação múltiplas ou uma alteração num ajustamento aplicado a uma técnica de avaliação) se a
alteração resultar numa medida tão ou mais representativa do justo valor nas circunstâncias que se verificam. Pode ser esse o caso,
por exemplo, se qualquer dos seguintes eventos ocorrer:
(a) surgiram novos mercados;
(b) há novas informações disponíveis;
(c) informações anteriormente utilizadas deixaram de estar disponíveis;
(d) as técnicas de avaliação melhoraram; ou
(e) as condições de mercado alteraram-se.
66 As revisões resultantes de uma alteração da técnica de avaliação ou da sua aplicação devem ser contabilizadas como uma
alteração na estimativa contabilística de acordo com a IAS 8. No entanto, as divulgações no âmbito da IAS 8 relativamente a uma
alteração na estimativa contabilística não são exigidas no caso de revisões resultantes de uma alteração de uma técnica de avaliação
ou da sua aplicação.
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NORMA INTERNACIONAL DE RELATO FINANCEIRO 13
Mensuração pelo Justo Valor
74 A disponibilidade de dados relevantes e sua subjetividade relativa podem afetar a escolha das técnicas de avaliação apropriadas
(ver parágrafo 61). No entanto, a hierarquia do justo valor estabelece a prioridade dos dados a utilizar nas técnicas de avaliação e
não das próprias técnicas de avaliação para mensurar o justo valor. Por exemplo, uma mensuração de justo valor que utilize uma
técnica do valor atual pode ser classificada no nível 2 ou no nível 3, dependendo dos dados que sejam significativos para a
mensuração no seu todo e do nível de hierarquia do justo valor em que os dados são categorizados.
75 Se um dado observável exigir um ajustamento com recurso a um dado não observável e esse ajustamento resultar numa
mensuração do justo valor significativamente superior ou inferior, a mensuração resultante é classificada no nível 3 da hierarquia do
justo valor. Por exemplo, se for de esperar que um participante no mercado tome em conta o efeito de uma restrição à venda de um
ativo ao estimar o preço do mesmo, uma entidade deve ajustar o preço cotado de modo a refletir o efeito dessa restrição. Se esse
preço cotado for um dado de nível 2 e o ajustamento for um dado não observável significativo para a mensuração no seu todo, essa
mensuração deverá ser classificada no nível 3 da hierarquia do justo valor.
Dados de nível 1
76 Os dados de nível 1 são preços cotados (não ajustados) dos ativos ou passivos em mercados ativos a que a entidade tem acesso
à data da mensuração.
77 Um preço cotado num mercado ativo fornece a indicação mais fiável do justo valor e deve ser utilizado sem ajustamento na
mensuração pelo justo valor sempre que exista, exceto nas condições especificadas no parágrafo 79.
78 Para muitos ativos financeiros e passivos financeiros, que em muitos casos podem ser transacionados em vários mercados ativos
(por exemplo, em diferentes bolsas), existirão dados de nível 1. Assim, no nível 1 a tónica estará na determinação dos dois elementos
seguintes:
(a) mercado principal para o ativo ou passivo ou, na ausência de um mercado principal, mercado mais vantajoso para o ativo ou
passivo; e
(b) se a entidade pode participar numa transação do ativo ou passivo ao preço vigente nesse mercado à data da mensuração.
79 Uma entidade não deve efetuar um ajustamento a um dado de nível 1, exceto nas seguintes circunstâncias:
(a) quando uma entidade é detentora de um elevado número de ativos ou passivos (por exemplo, títulos de dívida) semelhantes (mas
não idênticos) que são mensurados pelo justo valor e existe, mas não se encontra prontamente acessível, um preço cotado num
mercado ativo para cada um desses ativos ou passivos (ou seja, tendo em conta o elevado número de ativos ou passivos semelhantes
detidos pela entidade, seria difícil obter informações sobre os preços para cada ativo ou passivo individual à data da mensuração).
Nesse caso, como expediente prático, uma entidade pode mensurar pelo justo valor através de um método alternativo de
determinação do preço que não dependa exclusivamente dos preços cotados (por exemplo, matrizes de preços). No entanto, a
utilização de um método alternativo de determinação do preço resulta numa mensuração pelo justo valor categorizada num nível mais
baixo da hierarquia do justo valor;
(b) quando um preço cotado num mercado ativo não representa o justo valor à data da mensuração. Pode ser o caso se, por exemplo,
acontecimentos significativos (como transações num mercado de negociação por conta própria ou num mercado de corretagem ou
anúncios relevantes) ocorrerem após o fecho de um mercado, mas antes da data de mensuração. Uma entidade deve estabelecer e
aplicar de forma coerente uma política para identificar os acontecimentos que podem afetar a mensuração pelo justo valor. No entanto,
se o preço cotado dor ajustado de modo a incorporar a nova informação, o ajustamento resulta numa mensuração pelo justo valor
categorizada num nível mais baixo da hierarquia do justo valor;
(c) na mensuração do justo valor de um passivo ou instrumento de capital próprio de uma entidade utilizando o preço cotado para em
passivo ou instrumento idêntico negociado como ativo num mercado ativo e em que esse preço tem de ser ajustado para ter em conta
fatores específicos do item ou do ativo (ver parágrafo 39). Se não for necessário qualquer ajustamento ao preço cotado do ativo, o
resultado é uma mensuração pelo justo valor classificada no nível 1 da hierarquia do justo valor. Todavia, qualquer ajustamento do
preço cotado do ativo resulta numa mensuração pelo justo valor categorizada num nível mais baixo da hierarquia do justo valor.
80 Se uma entidade detiver uma posição num único ativo ou passivo (incluindo uma posição que inclua um elevado número de ativos
e passivos idênticos, como uma participação composta por instrumentos financeiros) e esse ativo ou passivo for negociado num
mercado ativo, o justo valor do ativo ou passivo deve ser mensurado no nível 1 multiplicando o preço cotado do ativo ou passivo
individualmente considerado pala quantidade detida pela entidade. Isso acontece mesmo quando o volume de negociação diária
normal num mercado não seja suficiente para absorver a quantidade detida e a colocação de ordens de venda da posição numa única
transação possa afetar o preço cotado.
Dados de nível 2
81 Dados de nível 2 são dados distintos dos preços cotados incluídos no nível 1 direta ou indiretamente observáveis para o ativo ou
passivo.
82 Se o ativo ou passivo tem um determinado prazo (contratual), deve ser observável um dado de nível 2 relativamente à data
substantiva de maturidade do ativo ou passivo. Os dados de nível 2 incluem:
(a) preços cotados de ativos ou passivos semelhantes em mercados ativos;
(b) preços cotados de ativos ou passivos idênticos ou semelhantes em mercados não ativos;
(c) dados distintos dos preços cotados observáveis relativamente ao ativo ou passivo, como por exemplo:
(i) taxas de juros e curvas de rendimento observáveis em intervalos de cotação habituais;
(ii) volatilidades implícitas; e
(iii) spreads de crédito;
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NORMA INTERNACIONAL DE RELATO FINANCEIRO 13
Mensuração pelo Justo Valor
Dados de nível 3
86 Os dados de nível 3 são dados não observáveis relativamente ao ativo ou passivo.
87 Os dados não observáveis devem ser utilizados para mensurar pelo justo valor na medida em que não existam dados observáveis
relevantes, permitindo assim contemplar situações em que existe pouca ou nenhuma atividade de mercado no que respeita ao ativo
ou passivo à data da mensuração. No entanto, o objetivo da mensuração pelo justo valor permanece o mesmo, ou seja, um preço de
saída à data da mensuração na perspetiva de um participante no mercado que é detentor do ativo ou devedor do passivo. Assim, os
dados não observáveis devem refletir os pressupostos que os participantes no mercado considerariam ao apreçar o ativo ou passivo,
incluindo pressupostos sobre o risco.
88 Os pressupostos sobre o risco incluem o risco inerente a uma determinada técnica de avaliação utilizada para mensurar pelo justo
valor (como seja um modelo de preços) e os riscos inerentes aos dados utilizados na técnica de avaliação. Uma mensuração que não
inclua um ajustamento para o risco não representa uma mensuração pelo justo valor se for de esperar que os participantes no mercado
procedessem a tal ajustamento ao apreçarem um ativo ou passivo. Por exemplo, pode ser necessário incluir um ajustamento para o
risco quando existir uma incerteza de mensuração significativa (por exemplo, quando tiver ocorrido uma diminuição significativa do
volume ou nível de atividade em comparação com a atividade normal do mercado no que respeita ao ativo ou passivo, ou a ativos ou
passivos semelhantes, e a entidade tiver concluído que o preço de transação ou a cotação não representam o justo valor, conforme
descrito nos parágrafos B37-B47).
89 Uma entidade deve desenvolver dados não observáveis utilizando a melhor informação disponível nas circunstâncias, que poderá
incluir os dados da própria entidade. Ao desenvolver dados não observáveis, uma entidade pode começar pelos seus próprios dados,
mas deve ajustá-los se a informação razoavelmente disponível indicar que outros participantes no mercado utilizariam dados
diferentes ou se a entidade beneficiar de condições não disponíveis para outros participantes no mercado (por exemplo, uma sinergia
específica da entidade). Uma entidade não tem de empreender esforços exaustivos para obter informações sobre os pressupostos
dos participantes no mercado. No entanto, deve ter em conta todas as informações sobre os pressupostos dos participantes no
mercado que estejam razoavelmente disponíveis. Os dados não observáveis desenvolvidos da forma acima descrita são considerados
pressupostos dos participantes no mercado e cumprem o objetivo de uma mensuração pelo justo valor.
90 O parágrafo B36 descreve a utilização de dados de nível 3 para determinados ativos e passivos.
DIVULGAÇÃO
91 Uma entidade deve divulgar informação que auxilie os utentes das suas demonstrações financeiras a avaliar os dois elementos
seguintes:
(a) no caso de ativos e passivos mensurados pelo justo valor de forma recorrente ou não recorrente na demonstração da posição
financeira após o reconhecimento inicial, as técnicas de avaliação e dados utilizados para desenvolver essas mensurações;
(b) no caso de mensurações pelo justo valor regulares utilizando dados não observáveis significativos (nível 3), o efeito das
mensurações sobre os resultados ou sobre o outro rendimento integral do período.
92 Para cumprir os objetivos no parágrafo 91, uma entidade deve considerar todos os seguintes elementos:
(a) o nível de detalhe necessário para satisfazer os requisitos de divulgação;
(b) a ênfase a atribuir a cada um dos vários requisitos;
(c) o nível de agregação ou desagregação a aplicar; e
(d) se os utentes das demonstrações financeiras necessitam de informações adicionais para avaliar as informações quantitativas
divulgadas.
Se as informações previstas de acordo com esta Norma e outras IFRS forem insuficientes para a realização dos objetivos do parágrafo
91, a entidade deve divulgar as informações adicionais necessárias para a realização desses objetivos.
93 Para a realização dos objetivos do parágrafo 91, uma entidade deve divulgar pelo menos as seguintes informações em relação a
cada classe de ativos e passivos (ver o parágrafo 94 para informações sobre a determinação das classes apropriadas de ativos e
passivos) mensurados pelo justo valor (incluindo mensurações baseadas no justo valor no âmbito desta Norma) na demonstração da
posição financeira após o reconhecimento inicial:
(a) no caso de mensurações pelo justo valor recorrentes e não recorrentes, a mensuração pelo justo valor no final do período de relato
e, no caso de mensurações pelo justo valor não recorrentes, os motivos da mensuração. As mensurações recorrentes de ativos ou
passivos pelo justo valor são aquelas que outras IFRS exigem ou permitem na demonstração da posição financeira no final de cada
período de relato. As mensurações não recorrentes de ativos ou passivos pelo justo valor são aquelas que outras IFRS exigem ou
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NORMA INTERNACIONAL DE RELATO FINANCEIRO 13
Mensuração pelo Justo Valor
permitem na demonstração da posição financeira em circunstâncias particulares (por exemplo, quando uma entidade mensura um
ativo detido para venda pelo justo valor menos os custos de vender, de acordo com a IFRS 5 Ativos Não Correntes Detidos para
Venda e Unidades Operacionais Descontinuadas, devido ao facto de o justo valor menos os custos de vender do ativo ser inferior ao
seu valor escriturado);
(b) no caso de mensurações pelo justo valor recorrentes e não recorrentes, o nível da hierarquia do justo valor em que todas as
mensurações pelo justo valor são categorizadas (nível 1, 2 ou 3);
(c) no caso de ativos e passivos detidos no final do período de relato que sejam mensurados pelo justo valor de forma recorrente, as
quantias correspondentes a quaisquer transferências entre o nível 1 e o nível 2 na hierarquia do justo valor, os motivos para essas
transferências e a política seguida pela entidade para determinar o momento em que se considera terem ocorrido as transferências
entre os níveis (ver parágrafo 95). As transferências de entrada em cada nível devem ser divulgadas e discutidas em separado das
transferências de saída de cada nível;
(d) no caso de mensurações pelo justo valor recorrentes e não recorrentes categorizadas no nível 2 e no nível 3 da hierarquia do justo
valor, uma descrição da(s) técnica(s) de avaliação e dos dados utilizados na mensuração pelo justo valor. Se ocorreu uma alteração
na técnica de avaliação (por exemplo, passagem de uma abordagem de mercado para uma abordagem de rendimento ou utilização
de uma técnica de avaliação adicional), a entidade deve divulgar essa alteração e o(s) motivo(s) para fazê-lo. No caso de mensurações
de justo valor classificadas no nível 3 da hierarquia do justo valor, a entidade deve fornecer informação quantitativa sobre os dados
não observáveis significativos utilizados na mensuração pelo justo valor. Uma entidade não é obrigada a criar informação quantitativa
para cumprir este requisito de divulgação se não desenvolver dados quantitativos não observáveis aquando da mensuração pelo justo
valor (por exemplo, quando uma entidade utiliza os preços de transações anteriores ou informação de terceiros sobre esses preços
sem ajustamento). No entanto, ao divulgar esta informação uma entidade não pode ignorar dados quantitativos não observáveis que
sejam significativos para a mensuração pelo justo valor e que estejam razoavelmente à sua disposição;
(e) no caso de mensurações pelo justo valor recorrentes classificadas no nível 3 da hierarquia do justo valor, uma reconciliação entre
os saldos iniciais e finais, divulgando separadamente as alterações ocorridas durante o período imputáveis a:
(i) ganhos ou perdas totais do período reconhecidos nos resultados, e a rubrica(s) dos resultados em que esses ganhos ou perdas
são reconhecidos;
(ii) ganhos ou perdas totais do período reconhecidos noutro rendimento integral, e a rubrica(s) noutro rendimento integral em que
esses ganhos ou perdas são reconhecidos;
(iii) compras, vendas, emissões e liquidações (sendo cada um desses tipos de alterações divulgados separadamente);
(iv) quantia correspondente a todas as transferências de ou para o nível 3 da hierarquia do justo valor, motivos para essas
transferências e política seguida pela entidade para determinar o momento em que se considera terem ocorrido essas transferências
entre os níveis (ver parágrafo 95). As transferências de entrada no nível 3 devem ser divulgadas e discutidas separadamente das
transferências de saída do nível 3;
(f) no caso de mensurações pelo justo valor recorrentes classificadas no nível 3 da hierarquia do justo valor, a quantia correspondente
aos ganhos ou perdas totais do período referidas na alínea (e)(i) incluídas nos resultados imputável à alteração de ganhos ou perdas
não realizados relacionados com os ativos e passivos detidos no final do período de relato, e a rubrica(s) dos resultados em que esses
ganhos ou perdas são reconhecidos;
(g) no caso de mensurações pelo justo valor recorrentes e não recorrentes classificadas no nível 3 da hierarquia do justo valor, uma
descrição dos processos de avaliação utilizados pela entidade (incluindo, por exemplo, a forma como a entidade decide as suas
políticas e procedimentos de avaliação e analisa as alteração da mensuração pelo justo valor de período para período);
(h) no caso de mensurações pelo justo valor recorrentes classificadas no nível 3 da hierarquia do justo valor:
(i) no caso de todas estas mensurações, uma descrição narrativa da sensibilidade da mensuração pelo justo valor a alterações em
dados não observáveis se uma alteração desses dados para um valor diferente puder resultar numa mensuração pelo justo valor
significativamente superior ou inferior. Se existirem inter-relações entre esses dados e outros dados não observáveis utilizados na
mensuração pelo justo valor, uma entidade deve também apresentar uma descrição dessas inter-relações e da forma como podem
aumentar ou diminuir o efeito das alterações nos dados não observáveis na mensuração pelo justo valor. Para cumprir esse requisito
de divulgação, a descrição narrativa da sensibilidade às alterações de dados não observáveis deve incluir, no mínimo, os dados não
observáveis divulgados em conformidade com a alínea (d);
(ii) no que respeita a ativos financeiros e passivos financeiros, se a alteração de um ou mais dados não observáveis de modo a refletir
pressupostos alternativos razoavelmente possíveis alterar significativamente o justo valor, uma entidade deve indicar esse facto e
divulgar o efeito dessas alterações. A entidade deve divulgar a forma como foi calculado o efeito de uma alteração efetuada para
refletir um pressuposto alternativo razoavelmente possível. Para esse efeito, a significância deve ser considerado relativamente os
resultados e ao ativo total ou passivo total ou, quando as alterações no justo valor forem reconhecidos noutros rendimentos integrais,
ao capital próprio total;
(i) no caso de mensurações pelo justo valor recorrentes e não recorrentes, se a maior e melhor utilização de um ativo não financeiro
difere da sua utilização atual, uma entidade deve divulgar esse facto e o motivo pelo qual o ativo não financeiro está a ser utilizado
de uma forma que difere da sua maior e melhor utilização.
94 Uma entidade deve determinar classes apropriadas de ativos e passivos com base nos seguintes elementos:
(a) natureza, características e riscos do ativo ou passivo; e
(b) nível de hierarquia do justo valor em que a mensuração pelo justo valor é categorizada.
O número de classes poderá ter de ser maior no caso de mensurações pelo justo valor classificadas no nível 3 da hierarquia do justo
valor, já que essas mensurações apresentam maior grau de incerteza e subjetividade. A determinação das classes apropriadas de
ativos e passivos que exigem divulgações sobre as mensurações de justo valor exige o exercício de juízos de valor. Em muitos casos,
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NORMA INTERNACIONAL DE RELATO FINANCEIRO 13
Mensuração pelo Justo Valor
uma classe de ativos e passivos exigirá uma desagregação maior do que as rubricas contempladas na demonstração da posição
financeira. No entanto, a entidade deve apresentar informação suficiente para permitir a reconciliação com as rubricas apresentadas
na demonstração da posição financeira. Se outra IFRS especificar a classe de um ativo ou um passivo, a entidade pode utilizar essa
classe nas divulgações exigidas nesta Norma se essa classe cumprir os requisitos deste parágrafo.
95 Uma entidade deve divulgar e respeitar de forma consistente a sua política com vista à determinação do momento em que
considera terem ocorrido as transferências entre níveis da hierarquia do justo valor em conformidade com o parágrafo 93(c) e (e)(iv).
A política no que respeita ao momento do reconhecimento das transferências deve ser a mesma para as transferências de entrada
nos níveis e para transferências de saída dos níveis. São exemplos de políticas de determinação do momento das transferências:
(a) a data do acontecimento ou da alteração de circunstâncias que motivaram a transferência;
(b) o início do período de relato;
(c) o fim do período de relato.
96 Se uma entidade decide, no âmbito da sua política contabilística, utilizar a exceção do parágrafo 48, deve divulgar esse facto.
97 Para cada classe de ativos e passivos não mensurados pelo justo valor na demonstração da posição financeira, mas para a qual
o justo valor é divulgado, a entidade deve apresentar a informação exigida pelo parágrafo 93(b), (d) e (i). No entanto, não é obrigada
a apresentar divulgações quantitativas sobre dados não observáveis significativos utilizados em mensurações pelo justo valor
classificadas no nível 3 da hierarquia do justo valor exigidas pelo parágrafo 93(d). Uma entidade não tem de apresentar as outras
divulgações exigidas por esta Norma no que respeita a esses ativos e passivos.
98 No caso de um passivo mensurado pelo justo valor e emitido com uma melhoria do risco de crédito de terceiros indissociável, um
emitente deve divulgar a existência dessa melhoria da qualidade de crédito e se a mesma se reflete na mensuração pelo justo valor
do passivo.
99 Uma entidade deve apresentar as divulgações quantitativas exigidas por esta Norma em formato de tabela, a menos que outro
formato seja mais adequado.
Apêndice A
Termos definidos
O presente apêndice faz parte integrante desta Norma.
mercado ativo Um mercado em que ocorrem transações do ativo ou passivo com frequência e volume suficientes para
fornecer informação sobre preços de forma contínua
abordagem de Técnica de mensuração que reflete a quantia que seria necessária num determinado momento para substituir
custo a capacidade de serviço de um ativo (habitualmente designada por custo atual de substituição)
preço de entrada O preço pago para adquirir um ativo ou recebido para assumir um passivo numa transação em bolsa
preço de saída O preço que seria recebido pela venda de um ativo ou pago pela transferência de um passivo
fluxo de caixa A média ponderada em função da probabilidade (ou seja, a média da distribuição) dos possíveis fluxos de
esperado caixa futuros
justo valor O preço que seria recebido pela venda de um ativo ou pago pela transferência de um passivo numa transação
ordenada entre participantes no mercado à data da mensuração
maior e melhor A utilização de um ativo não-financeiro pelos participantes no mercado que maximiza o valor do ativo ou grupo
utilização de ativos e passivos (por exemplo, uma atividade empresarial) no âmbito do qual ou dos quais o recurso seria
utilizado
abordagem de Técnicas de avaliação que convertem quantias futuras (por exemplo, fluxos de caixa ou receitas e gastos) num
rendimento valor atual (ou seja, descontado) único. A mensuração pelo justo valor é determinada com base no valor
indicado pelas expectativas atuais do mercado relativamente a essas quantias futuras
dados Os pressupostos que os participantes no mercado utilizariam na determinação do preço do ativo ou passivo,
incluindo pressupostos sobre o risco, do seguinte modo:
(a) o risco inerente a uma determinada técnica de avaliação utilizada para mensurar pelo justo valor (como
seja um modelo de preços); e
(b) o risco inerente aos dados utilizados na técnica de avaliação.
Os dados podem ser observáveis ou não observáveis
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NORMA INTERNACIONAL DE RELATO FINANCEIRO 13
Mensuração pelo Justo Valor
dados de nível 1 Preços cotados (não ajustados) em mercados ativos para ativos ou passivos idênticos a que a entidade pode
aceder à data da mensuração
dados de nível 2 Dados distintos dos preços cotados incluídos no nível 1 e que são observáveis direta ou indiretamente no que
respeita ao ativo ou passivo
abordagem de Técnica de avaliação que utiliza os preços e outras informações relevantes geradas por transações de
mercado mercado que envolvem ativos, passivos ou grupos de ativos e passivos idênticos ou comparáveis (isto é,
semelhantes), como seja uma atividade empresarial
dados Dados principalmente derivados de informação de mercado observável ou corroborados pela mesma por
corroborados pelo correlação ou outros meios
mercado
participantes no Compradores e vendedores no mercado principal (ou mais vantajoso) do ativo ou passivo e que apresentam
mercado todas as seguintes características:
(a) são independentes entre si, ou seja, não são partes relacionadas tal como definidas na IAS 24, embora o
preço de uma transação com partes relacionadas possa ser utilizado como dado para uma mensuração pelo
justo valor se a entidade tem provas de que a transação foi realizada em condições de mercado;
(b) estão bem informados, possuindo uma compreensão razoável do ativo ou passivo e da transação, e
utilizam todas as informações disponíveis, incluindo informações que podem ser obtidas pelas diligências
habituais;
(c) têm capacidade para participar numa transação do ativo ou passivo;
(d) estão dispostos a participar numa transação do ativo ou passivo, ou seja, encontram-se motivados para tal,
mas não são forçados ou obrigados a fazê-lo.
mercado mais O mercado que maximiza a quantia que seria recebida pela venda do ativo ou que minimiza a quantia que
vantajoso seria paga pela transferência do passivo, tidos em conta os custos da transação e os custos de transporte
risco de O risco de que uma entidade não cumpra uma obrigação. O risco de desempenho inclui o risco de crédito da
desempenho própria entidade, mas pode incluir outros riscos
dados observáveis Dados que são desenvolvidos utilizando informação de mercado, como seja a informação publicamente
disponível relativa a acontecimentos ou transações reais, e que refletem os pressupostos que os participantes
no mercado utilizariam na determinação do preço do ativo ou passivo
transação Uma transação que envolve uma exposição ao mercado durante um determinado período anterior à data de
ordenada mensuração para permitir atividades de comercialização normais e habituais nas transações que envolvem os
referidos ativos ou passivos; não é uma transação forçada (por exemplo, uma liquidação forçada ou uma
venda de aflição)
mercado principal O mercado com o volume e o nível de atividade mais elevados no que respeita ao ativo ou passivo
prémio de risco Compensação procurada pelos participantes no mercado avessos ao risco para suportar a incerteza inerente
ao fluxo de caixa de um ativo ou um passivo. Também referido como «ajustamento pelo risco»
custos da Os custos de vender um ativo ou de transferir de um passivo no seu mercado principal (ou mais vantajoso),
transação diretamente imputáveis à venda do ativo ou à transferência do passivo e que respeitam todos os seguintes
critérios:
(a) resultam diretamente da transação e são essenciais à mesma;
(b) não seriam suportados pela entidade se a decisão de vender o ativo ou transferir o passivo não tivesse sido
tomada (semelhante aos custos de vender, conforme definido na IFRS 5)
custos de Os custos que teriam de ser suportados para transportar um ativo do local onde se encontra para o seu
transporte mercado principal (ou mais vantajoso)
unidade de conta O nível ao qual um ativo ou um passivo é agregado ou desagregado, no âmbito de uma IFRS, para fins de
reconhecimento
dados não Dados para os quais que não há informação de mercado disponível e que são desenvolvidos utilizando a
observáveis melhor informação disponível relativamente aos pressupostos que os participantes no mercado considerariam
ao apreçar o ativo ou passivo
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NORMA INTERNACIONAL DE RELATO FINANCEIRO 13
Mensuração pelo Justo Valor
Apêndice B
Guia de Aplicação
O presente apêndice faz parte integrante desta Norma. Descreve a aplicação dos parágrafos 1-99 e tem o mesmo valor que as outras
partes da Norma
B1 Os juízos de valor aplicados em diferentes situações de avaliação podem ser diferentes. Este apêndice descreve os juízos de
valor que poderão ser aplicáveis quando uma entidade mensura pelo justo valor em diferentes situações de avaliação.
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NORMA INTERNACIONAL DE RELATO FINANCEIRO 13
Mensuração pelo Justo Valor
Abordagem de custo
B8 A abordagem de custo reflete a quantia que seria atualmente necessária para substituir a capacidade de serviço de um ativo
(frequentemente referida como o custo atual de substituição).
B9 Na perspetiva de um participante no mercado vendedor, o preço que seria recebido pelo ativo é baseado no custo, para o
participante no mercado comprador, de aquisição ou construção de um bem alternativo de utilidade comparável, ajustado pela
obsolescência. Isto deve-se ao facto de que um participante do mercado comprador não pagaria mais por um ativo do que a quantia
que lhe permitiria substituir a capacidade de serviço desse ativo. A obsolescência engloba a deterioração física, a obsolescência
funcional (tecnológica) e obsolescência económica (externa) e é mais ampla do que a depreciação para fins de relato financeiro (uma
imputação do custo histórico) ou para efeitos fiscais (com uma vida útil especificada). Em muitos casos, o método do custo atual de
substituição é utilizado para mensurar pelo justo valor os ativos tangíveis utilizados em combinação com outros ativos ou com outros
ativos e passivos.
Abordagem de rendimento
B10 A abordagem de rendimento converte quantias futuras (por exemplo, fluxos de caixa ou receitas e gastos) num valor único atual
(ou seja, descontado). Quando a abordagem de rendimento é utilizada, a mensuração pelo justo valor reflete as expectativas atuais
do mercado relativamente a essas quantias futuras.
B11 As técnicas de avaliação incluem, por exemplo:
(a) técnicas de valor atual (ver parágrafos B12-B30);
(b) modelos opcionais de definição do preço, como seja a fórmula de Black-Scholes-Merton ou um modelo binomial (ou seja,
probabilístico), que incorporam técnicas de valor atual e refletem o valor do tempo e o valor intrínseco de uma opção; e
(c) o chamado «método dos ganhos adicionais ao longo de vários períodos», que é utilizado para mensurar o justo valor de alguns
ativos intangíveis.
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NORMA INTERNACIONAL DE RELATO FINANCEIRO 13
Mensuração pelo Justo Valor
e circunstâncias específicos relativamente ao ativo ou passivo a mensurar (por exemplo, depende de os preços dos ativos ou passivos
semelhantes poderem ser observados no mercado) e à disponibilidade de dados suficientes.
Princípios gerais
B14 As técnicas de valor atual diferem na forma como captam os elementos referidos no parágrafo B13. No entanto, todos os
princípios gerais a seguir referidos orientam a aplicação de qualquer técnica de valor atual utilizada para mensurar pelo justo valor:
(a) os fluxos de caixa e as taxas de desconto devem refletir pressupostos que os participantes no mercado considerariam ao apreçar
o ativo ou passivo;
(b) os fluxos de caixa e as taxas de desconto devem ter conta apenas os fatores imputáveis ao ativo ou passivo a mensurar;
(c) para evitar a dupla contabilização ou a omissão dos efeitos dos fatores de risco, as taxas de desconto devem refletir pressupostos
coerentes com os pressupostos inerentes ao cálculo dos fluxos de caixa. Por exemplo, uma taxa de desconto que reflete a incerteza
nas expectativas relativamente a futuros incumprimentos é apropriada se se utilizarem os fluxos de caixa contratuais de um
empréstimo (ou seja, uma técnica de ajustamento da taxa de desconto). Essa mesma taxa não deve ser utilizada se se utilizarem
fluxos de caixa esperados (ou seja, ponderados pela probabilidade), ou seja, uma técnica de valor atual esperado, na medida em que
os fluxos de caixa esperados já refletem pressupostos acerca da incerteza relativamente a incumprimentos futuros; deve ser utilizada,
em vez disso, uma taxa de desconto conforme com o risco inerente aos fluxos de caixa esperados.
(d) os pressupostos acerca dos fluxos de caixa e taxas de desconto devem ser internamente coerentes. Por exemplo, os fluxos de
caixa nominais, que incluem o efeito da inflação, devem ser descontados a uma taxa que inclua o efeito da inflação. A taxa de juro
nominal sem risco inclui o efeito da inflação. Os fluxos de caixa reais, que excluem o efeito da inflação, devem ser descontados a uma
taxa que exclua o efeito da inflação. Da mesma forma, os fluxos de caixa depois de impostos devem ser descontados utilizando uma
taxa de desconto depois de impostos. Os fluxos de caixa antes de impostos devem ser descontados a uma taxa coerente com tais
fluxos de caixa;
(e) as taxas de desconto devem ser coerentes com os fatores económicos subjacentes à moeda em que os fluxos de caixa são
denominados.
Risco e incerteza
B15 Uma mensuração pelo justo valor através de técnicas de valor atual é realizada em condições de incerteza na medida em que
os fluxos de caixa utilizados são estimativas e não valores conhecidos. Em muitos casos, a quantia e os momentos de ocorrência dos
fluxos de caixa são incertos. Mesmo quantias contratualmente fixadas, como os reembolsos de um empréstimo, são incertas se existir
risco de incumprimento.
B16 Os participantes no mercado procuram geralmente obter compensação (ou seja, um prémio de risco) pelo facto de suportarem a
incerteza inerente aos fluxos de caixa de um ativo ou passivo. A mensuração pelo justo valor deve incluir um prémio de risco que seja
reflexo da quantia que os participantes no mercado exigiriam como compensação pela incerteza inerente aos fluxos de caixa. Caso
contrário, a mensuração não representará fielmente o justo valor. Em determinados casos, pode ser difícil determinar o prémio de
risco adequado. No entanto, o grau de dificuldade não é, por si só, razão suficiente para excluir um prémio de risco.
B17 As técnicas de valor atual diferem na forma como ajustam para o risco e o tipo de fluxos de caixa que utilizam. Por exemplo:
(a) a técnica de ajustamento da taxa de desconto (ver parágrafos B18-B22) utiliza uma taxa de desconto ajustada pelo risco e os
fluxos de caixa contratuais, prometidos ou mais prováveis;
(b) o método 1 da técnica de valor atual esperado (ver parágrafo B25) utiliza fluxos de caixa esperados ajustados pelo risco e uma
taxa sem risco;
(c) o método 2 da técnica de valor atual esperado (ver parágrafo B26) utiliza fluxos de caixa esperados não ajustados pelo risco e
uma taxa de desconto ajustada de modo a incluir o prémio de risco que os participantes no mercado exigem. Essa taxa é diferente
da taxa utilizada na técnica de ajustamento de taxa de desconto.
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NORMA INTERNACIONAL DE RELATO FINANCEIRO 13
Mensuração pelo Justo Valor
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NORMA INTERNACIONAL DE RELATO FINANCEIRO 13
Mensuração pelo Justo Valor
correspondente a uma taxa esperada associada com fluxos de caixa ponderados pela probabilidade (ou seja, uma taxa de rendimento
esperada). Os modelos utilizados no apresamento de ativos com risco, como seja o modelo de avaliação de ativos em capital (capital
asset pricing model), podem ser utilizados para estimar a taxa de rendimento esperada. Como a taxa de desconto utilizada na técnica
de ajustamento da taxa de desconto é uma taxa de rendimento que se refere a fluxos de caixa condicionais, é provável que seja
superior à taxa de desconto utilizada no método 2 da técnica do valor atual esperado, que é uma taxa de rendimento esperada
referente a fluxos de caixa esperados ou ponderados pela probabilidade.
B27 Para ilustrar os métodos 1 e 2, assuma-se que um ativo tem associado fluxos de caixa esperados de 780 UM daí a um ano, com
base nos fluxos de caixa possíveis e nas probabilidades apresentadas abaixo. A taxa de juro sem risco aplicável aos fluxos de caixa
com um horizonte de um ano é de 5 %, e o prémio de risco sistemático de um ativo com o mesmo perfil de risco é de 3 %.
500 UM 15 % 75 UM
800 UM 60 % 480 UM
900 UM 25 % 225 UM
B28 Neste exemplo simples, os fluxos de caixa esperados (780 UM) representam a média ponderada pela probabilidade dos três
resultados possíveis. Em situações mais realistas, podem existir muitos resultados possíveis. No entanto, para aplicar a técnica do
valor atual esperado nem sempre é necessário ter em conta as distribuições de todos os fluxos de caixa possíveis recorrendo a
modelos e técnicas complexos. Poderá ser possível, pelo contrário, desenvolver um número limitado de cenários e probabilidades
discretas que captam o intervalo de fluxos de caixa possíveis. Por exemplo, uma entidade pode utilizar os fluxos de caixa realizados
num período relevante anterior, ajustados em função das alterações das circunstâncias ocorridas posteriormente (por exemplo,
alterações de fatores externos, incluindo condições económicas ou de mercado, tendências sectoriais e concorrenciais, bem como
alterações em fatores internos que afetam mais especificamente a entidade), tendo em conta os pressupostos dos participantes no
mercado.
B29 Em teoria, o valor atual (ou seja, o justo valor) dos fluxos de caixa do ativo é o mesmo quer seja determinado pelo método 1 ou
2, como segue:
(a) utilizando o método 1, os fluxos de caixa esperados são ajustados pelo risco sistemático (ou seja, pelo risco de mercado). Na
ausência de informação de mercado que indique diretamente a quantia do ajustamento pelo risco, esse ajustamento pode ser derivado
de um modelo de apreçamento de ativos que recorra ao conceito de equivalentes certos. Por exemplo, o ajustamento pelo risco (isto
é, o prémio de risco de 22 UM) pode ser determinado utilizando um prémio de risco sistemático de 3 % (780 UM - [780 UM ×
(1,05/1,08)]), o que resulta em fluxos de caixa esperados ajustados pelo risco de 758 UM (780 UM - 22 UM). A quantia de 758 UM é
o equivalente certo de 780 UM e é descontada à taxa de juro sem risco (5 %). O valor atual (ou seja, o justo valor) do ativo é 722 UM
(758 UM/1,05);
(b) utilizando o método 2, os fluxos de caixa esperados não são ajustados pelo risco sistemático (ou seja, pelo risco de mercado). O
ajustamento pelo risco é, isso sim, incluído na taxa de desconto. Assim, os fluxos de caixa esperados são descontados a uma taxa
de rendimento esperada de 8 % (ou seja, os 5 % de taxa de juro sem risco acrescidos do prémio de risco sistemático de 3 %). O valor
atual (ou seja, o justo valor) do ativo é 722 UM (780 UM/1,08).
B30 Quando se utiliza uma técnica do valor atual esperado para mensurar pelo justo valor, pode recorrer-se ao método 1 ou ao
método 2. A escolha depende dos factos e circunstâncias específicos do ativo ou passivo que está a ser mensurado, da disponibilidade
de dados suficientes e dos juízos de valor aplicados.
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NORMA INTERNACIONAL DE RELATO FINANCEIRO 13
Mensuração pelo Justo Valor
B32 Por exemplo, um passivo não-financeiro não inclui uma taxa de rendimento contratual e não existe um rendimento de mercado
observável para o mesmo. Em certos casos, os componentes de rendimento que os participantes no mercado exigiriam são
indistinguíveis entre si (por exemplo, quando se utiliza o preço que um subempreiteiro cobraria num regime de preço fixo). Noutros
casos, uma entidade deve estimar esses componentes separadamente (por exemplo, quando utilizar o preço que um subempreiteiro
cobraria num regime de custos mais margem, porque nesse caso o subempreiteiro não correria o risco de futuras alterações nos
custos).
B33 Uma entidade pode incluir um prémio de risco na mensuração pelo justo valor de um passivo ou instrumento de capital próprio
de uma entidade que não é detido por outra parte como ativo de uma das seguintes formas:
(a) ajustando os fluxos de caixa (ou seja, aumentando a quantia das saídas de caixa), ou
(b) ajustando a taxa utilizada para descontar os fluxos de caixa futuros para o seu valor atual (ou seja, reduzindo a taxa de desconto).
Uma entidade deve assegurar-se de não efetua uma dupla contagem nem omite ajustamentos para o risco. Por exemplo, se os fluxos
de caixa estimados forem aumentados de modo a ter em conta a compensação pela assunção do risco associado à obrigação, a taxa
de desconto não deve ser ajustada para refletir esse risco.
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NORMA INTERNACIONAL DE RELATO FINANCEIRO 13
Mensuração pelo Justo Valor
(e) acordo de licenciamento. No caso de um acordo de licenciamento adquirido por via de uma concentração de atividades
empresariais e recentemente negociado com uma parte não relacionada pela entidade adquirida (a parte no acordo de licenciamento),
um dado de nível 2 seria a taxa de royalties do contrato celebrado com a parte não relacionada no início do acordo;
(f) inventário de produtos acabados num ponto de venda. No caso de um inventário de produtos acabados adquiridos por via de uma
concentração de atividades empresariais, um dado de nível 2 poderia ser um preço para os clientes num mercado retalhista ou um
preço para os retalhistas num mercado grossista, ajustado pelas diferenças entre o estado e a localização do inventário e de
inventários comparáveis (isto é, semelhantes) de modo a que a mensuração pelo justo valor seja reflexo do preço que seria recebido
numa transação de venda do inventário a outro retalhista que seria responsável pelos trâmites necessários à venda. Em termos
conceptuais, a mensuração pelo justo valor será igual independentemente de os ajustamentos serem efetuados em relação a um
preço retalhista (descendentes) ou a um preço grossista (ascendentes). Regra geral, na mensuração pelo justo valor deve ser utilizado
o preço que exija a menor quantidade de ajustamentos subjetivos;
(g) edifício detido e em utilização. Um dado de nível 2 seria o preço por metro quadrado do edificado (um múltiplo de mensuração)
derivado de informação de mercado observável, por exemplo múltiplos derivados do preço de transações observadas com edifícios
comparáveis (isto é, semelhantes) em locais semelhantes;
(h) unidade geradora de caixa. Um dado de nível 2 seria um múltiplo de mensuração (por exemplo, um múltiplo dos ganhos ou receitas
ou de uma medida de desempenho semelhante) derivado de informação de mercado observável, por exemplo múltiplos derivados do
preço de transações observadas que envolvam atividades empresariais comparáveis (isto é, semelhantes), tendo em conta os fatores
operacionais, de mercado, financeiros e não-financeiros.
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NORMA INTERNACIONAL DE RELATO FINANCEIRO 13
Mensuração pelo Justo Valor
(f) grande diferencial entre os valores das propostas de compra e de venda ou aumento significativo desse diferencial;
(g) declínio significativo na atividade de um mercado de novas emissões ou ausência de tal mercado (ou seja, de um mercado primário)
no que respeita ao ativo ou passivo ou a ativos ou passivos semelhantes;
(h) pouca informação publicamente disponível (por exemplo relativamente a transações que ocorrem num mercado de negociação
por conta própria).
B38 Se uma entidade concluir que ocorreu uma diminuição significativa no volume ou nível de atividade em relação a um ativo ou
passivo por comparação com a atividade normal de mercado para esse ativo ou passivo (ou para ativos ou passivos semelhantes),
será necessária uma análise mais aprofundada das transações ou dos preços cotados. Por si só, uma diminuição no volume ou nível
de atividade pode não indicar que um preço de transação ou cotação não representa o justo valor ou que uma transação nesse
mercado não decorreu de forma ordenada. No entanto, se uma entidade determinar que uma transação ou cotação não representa o
justo valor (por exemplo, podem ocorrer operações que não sejam ordenadas), a entidade deverá proceder a um ajustamento das
transações ou dos preços cotados se os quiser utilizar como base para mensuração pelo justo valor, ajustamento esse que poderá
ser significativo para mensuração pelo justo valor no seu todo. Podem também ser necessários ajustamentos noutras circunstâncias
(por exemplo, quando o preço de um ativo semelhante exigir um ajustamento significativo para se tornar comparável ao do ativo a
mensurar ou quando o preço estiver desatualizado).
B39 Esta Norma não prescreve uma metodologia para a realização de ajustamentos significativos em transações ou preços cotados.
Os parágrafos 61-66 e B5-B11 discutem a utilização de técnicas de avaliação na mensuração pelo justo valor. Independentemente
da técnica de avaliação utilizada, uma entidade deve incluir ajustamentos pelo risco adequados, nomeadamente um prémio de risco
em função da quantia que os participantes no mercado exigiriam como compensação pela incerteza inerente aos fluxos de caixa de
um ativo ou passivo (ver parágrafo B17). Caso contrário, a mensuração não representará fielmente o justo valor. Em determinados
casos, poderá ser difícil determinar o ajustamento adequado pelo risco. No entanto, o grau de dificuldade não é, por si só, uma base
suficiente para excluir um ajustamento pelo risco. O ajustamento pelo risco deve refletir uma operação ordenada entre participantes
no mercado à data da mensuração e nas condições vigentes de mercado.
B40 Se tiver ocorrido uma diminuição significativa no volume ou nível de atividade em relação ao ativo ou passivo, poderá ser
apropriado alterar a técnica de avaliação ou utilizar técnicas de avaliação múltiplas (por exemplo, recorrer a uma abordagem de
mercado e a uma técnica de valor atual). Ao atribuir ponderações aos justos valores resultantes da utilização de técnicas de avaliação
múltiplas, uma entidade deve considerar a razoabilidade do intervalo das mensurações pelo justo valor. O objetivo é determinar o
ponto desse intervalo que seja mais representativo do justo valor nas condições vigentes de mercado. Uma grande variabilidade das
mensurações pelo justo valor pode ser sinal de que é necessária análise adicional.
B41 Ainda que tenha ocorrido uma diminuição significativa no volume ou nível de atividade em relação ao ativo ou passivo, o objetivo
de uma mensuração pelo justo valor continua a ser o mesmo. O justo valor é o preço que seria recebido pela venda de um ativo ou
pago pela transferência de um passivo numa transação ordenada (ou seja, que não seja uma liquidação forçada nem uma venda de
aflição) entre participantes no mercado à data da mensuração e nas condições vigentes de mercado.
B42 A estimação do preço pelo qual os participantes no mercado estariam dispostos a participar numa transação à data da
mensuração nas condições vigentes de mercado se tiver ocorrido uma diminuição significativa no volume ou nível de atividade em
relação ao ativo ou passivo depende dos factos e circunstâncias à data da mensuração e exige o exercício de juízos de valor. A
intenção de uma entidade manter o ativo ou liquidar ou cumprir de outra forma a responsabilidade inerente ao passivo não é relevante
para a mensuração pelo justo valor, que é uma medida baseada no mercado e não uma medida específica para a entidade.
20
NORMA INTERNACIONAL DE RELATO FINANCEIRO 13
Mensuração pelo Justo Valor
Apêndice C
Data de eficácia e transição
O presente apêndice faz parte integrante desta Norma e tem o mesmo valor que as outras partes da mesma.
C1 Uma entidade deve aplicar esta Norma para os períodos anuais com início em ou após 1 de janeiro de 2013. É permitida a
aplicação anterior. Se uma entidade aplicar esta Norma a um período anterior, deve divulgar esse facto.
C2 Esta Norma deve ser aplicada prospectivamente a partir do início do período anual ao qual é aplicada pela primeira vez.
C3 Os requisitos de divulgação desta Norma não têm de ser aplicados à informação comparativa relativa a períodos anteriores à
primeira aplicação desta Norma.
C4 O documento Melhoramentos anuais das IFRS — Ciclo 2011-2013, emitido em dezembro de 2013, emendou o parágrafo 52. Uma
entidade deve aplicar esta emenda aos períodos anuais com início em ou após 1 de julho de 2014. Uma entidade deve aplicar essa
emenda prospetivamente a partir do início do período anual em que foi inicialmente aplicada a IFRS 13. É permitida a aplicação mais
cedo. Se uma entidade aplicar a emenda a um período anterior, deve divulgar esse facto.
C5 A IFRS 9, tal como emitida em julho de 2014, emendou o parágrafo 52. As entidades devem aplicar esta emenda quando aplicarem
a IFRS 9.
C6 A IFRS 16 Locações, emitida em janeiro de 2016, emendou o parágrafo 6. As entidades devem aplicar essa emenda quando
aplicarem a IFRS 16.
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