Análise E Diagnóstico Do Sistema de Drenagem Com Vant E Integração Ao Planejamento de Mina
Análise E Diagnóstico Do Sistema de Drenagem Com Vant E Integração Ao Planejamento de Mina
Análise E Diagnóstico Do Sistema de Drenagem Com Vant E Integração Ao Planejamento de Mina
Escola de Engenharia
PLANEJAMENTO DE MINA
Mestre em Engenharia
Porto Alegre, RS
2021
1
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
Escola de Engenharia
PLANEJAMENTO DE MINA
Minas, Metalúrgica e de Materiais (PPGE3M), como parte dos requisitos para a obtenção do
Porto Alegre, RS
2021
2
À minha esposa Bruna pelo
apoio e parceria. E aos meus pais
pelo incentivo e dedicação para
com a minha educação.
3
AGRADECIMENTOS
4
RESUMO
A presença de água meteórica em minas a céu aberto é uma das mais frequentes
causas de transtornos de ordem operacional como as más condições de rodagem nas pistas
e demanda por bombas hidráulicas cada vez mais potentes. Estes transtornos geram uma
série de ineficiências nas operações unitárias, como o aumento no tempo de
carregamento, no tempo de transporte, no número de veículos necessário para manter a
taxa de produção, no custo de manutenção dos caminhões, na necessidade de manutenção
da pista de rodagem e no risco de acidentes, além da redução da vida útil dos pneus.
Para fazer frente a estes problemas operacionais, propõe-se neste documento uma
metodologia de planejamento de sistema de drenagem. Esta metodologia toma como base
as cavas operacionais intermediárias da mina, bem como a cava operacional final. A partir
delas, propõe a criação de um direcionamento da água superficial para os elementos
hidráulicos, que passam a ser previamente posicionados e dimensionados em harmonia
com o avanço da lavra. Esta metodologia é aplicada a uma mina teórica, cujas águas
superficiais passam a ser direcionadas para os devidos elementos hidráulicos,
minimizando problemas e custos operacionais ao longo da vida útil da mina.
Além de uma metodologia de planejamento de drenagem associada ao
planejamento de mina, propõe-se uma metodologia de diagnóstico de sistema de
drenagem. Esta metodologia tem como base o levantamento de dados com VANT
(Veículos Aéreos Não-Tripulados) e o posterior processamento. São utilizadas
ferramentas de geoprocessamento que permitem a detecção das regiões de acúmulo e
fluxo de água na área da mina. Através destas detecções, seria possível intervir de maneira
preventiva, reduzindo as consequências danosas das chuvas sobre a cava e estradas de
acesso.
Através do estudo de caso da metodologia de planejamento de drenagem de mina,
estimou-se que é possível reduzir a entrada de água da chuva na cava, na ordem de 17%.
Já a metodologia de diagnóstico de sistema de drenagem resultou na criação de uma
sequência de passos que podem ser implementados na rotina da mina para inspecionar o
sistema de drenagem de maneira ágil.
Conclui-se que é possível associar o planejamento do sistema de drenagens de
minas ao planejamento de mina de longo prazo. Além disto, é possível diagnosticar a
implementação do sistema de drenagem utilizando o levantamento por VANT.
5
ABSTRACT
The presence of rainwater in open pit mines is one of the most frequent causes of
operational problems such as poor running conditions on haul roads and the demand for
increasingly powerful hydraulic pumps. These operational problems generate a series of
inefficiencies in mining operations, such as an increase in loading time, in transportation
time, in the number of vehicles needed to maintain the production rate, in the cost of
maintaining trucks, in the need to maintain the haul roads and in the risk of accidents, in
addition to reducing tire life cycle.
Intending to face these operational problems, this document proposes a drainage
system planning methodology. This methodology is based on the intermediate operational
pit of the mine, as well as the final operational pit surface. From them, it proposes the
creation of a diversion of surface water so it is conducted to the hydraulic elements, which
are previously positioned and dimensioned, in harmony with the progress of the mine.
This methodology is applied to a theoretical mine, whose surface waters are now directed
to the appropriate hydraulic elements, minimizing problems and operational costs over
the life of the mine.
In addition to a drainage planning methodology associated with mine planning, a
drainage system diagnostic methodology is proposed. This methodology is based on UAV
(Unmanned Aerial Vehicles) data collection and further processing. Geoprocessing tools
are used, which allow assessing the surface conditions and identifying surface water
accumulation and water flow in the mine area. Through these assessments, it would be
possible to intervene in a preventive manner, reducing the damaging consequences of the
rains on the operation.
Through the case study of the mine drainage planning methodology, it was
estimated that it is possible to reduce the amount of rainwater into the pit, by 17%. The
drainage system diagnostic methodology resulted in the creation of a sequence of steps
that can be implemented in the mine routine to inspect the drainage system in a quickf
manner.
It is concluded that it is possible to associate the planning of the mine drainage
system with the long-term mine planning. In addition, it is possible to diagnose the
implementation of the planed system using the UAV survey and further geoprocessing
techniques.
6
Índice
1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................................................... 11
1.1. Relevância do Tema.......................................................................................................................12
1.2. Justificativa .......................................................................................................................................12
1.3. Meta .....................................................................................................................................................13
1.4. Objetivos ............................................................................................................................................13
1.5. Metodologia ......................................................................................................................................13
1.6. Estrutura da Dissertação .............................................................................................................14
2. REVISÃO DO ESTADO DA ARTE .................................................................................................... 15
2.1. Planejamento de Mina ..................................................................................................................15
2.1.1. Introdução ................................................................................................................................15
2.1.2. Objetivos ...................................................................................................................................15
2.1.3. Projetos......................................................................................................................................16
2.1.4. Modelos .....................................................................................................................................18
2.1.5. Operacionalização de cava .................................................................................................21
2.1.6. Sequenciamento de Lavra ..................................................................................................22
2.2. Projeto Geométrico de Estradas na Mineração ..................................................................23
2.2.1. Introdução ................................................................................................................................23
2.2.2. Inclinação transversal da estrada ...................................................................................24
2.2.3. Largura das Pistas .................................................................................................................25
2.2.4. Berma de Segurança. ............................................................................................................26
2.2.5. Super-elevação .......................................................................................................................26
2.2.6. Raio de curvatura ..................................................................................................................26
2.3. Pluviometria .....................................................................................................................................27
2.3.1. Distribuição temporal da precipitação..........................................................................27
2.3.2. Frequência de ocorrência de chuvas intensas ............................................................28
2.4. Hidrologia ..........................................................................................................................................30
2.4.1. Separação das águas .............................................................................................................30
2.4.2. Distribuição temporal da vazão .......................................................................................32
2.5. Hidráulica ..........................................................................................................................................34
2.5.1. Método das Convoluções ....................................................................................................34
2.5.2. Método Racional ....................................................................................................................35
2.5.3. Método do Hidrograma Sintético ....................................................................................37
2.5.4. Elementos hidráulicos .........................................................................................................38
2.6. Drenagem na Mineração ..............................................................................................................48
2.7. Mapeamento com VANT ..............................................................................................................50
7
3. PLANEJAMENTO DE SISTEMA DE DRENAGEM SUPERFICIAL .......................................... 53
3.1. Apresentação da Metodologia ...................................................................................................53
3.2. Análise das condições locais ......................................................................................................54
3.3. Projeto de drenagem .....................................................................................................................55
3.3.1. Estudo de Caso ........................................................................................................................56
3.3.2. Macro-drenagem ....................................................................................................................57
3.3.3. Micro-drenagem .....................................................................................................................60
3.3.4. Cava final contemplando o projeto hidráulico ...........................................................62
3.3.5. Dimensionamento de elementos hidráulicos .............................................................63
4. DIAGNÓSTICO DO SISTEMA DE DRENAGEM ATRAVÉS DE MAPEAMENTO COM VANT
79
4.1. Introdução .........................................................................................................................................79
4.2. Coleta de dados ...............................................................................................................................80
4.3. Processamento de dados .............................................................................................................81
4.4. Acúmulo de água ............................................................................................................................84
4.5. Fluxo de água ...................................................................................................................................86
5. ANÁLISE DOS RESULTADOS, CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES .................................. 87
5.1. Conclusões sobre a drenagem ao longo do planejamento de mina ............................87
5.2. Conclusões sobre o diagnóstico de drenagem de mina a partir de mapeamento
com VANT ......................................................................................................................................................89
5.3. Conclusões finais ............................................................................................................................90
5.4. Estudos futuros associados ........................................................................................................91
6. REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................... 92
8
Lista de Figuras
Figura 1 – Exemplo de Modelo de Blocos .................................................................................................19
Figura 2 – Exemplo de modelo geomecânico ...........................................................................................20
Figura 3 - Exemplo de Cava Ótima ............................................................................................................20
Figura 4 - Exemplo de Cava operacional.................................................................................................21
Figura 5 - Exemplo de cavas aninhadas ......................................................................................................23
Figura 6 - Inclinação de pista – Tipo Crown .............................................................................................25
Figura 7 – Inclinação de pista – Tipo Cross-Slope ..................................................................................25
Figura 8 - Exemplo de Hietograma ..............................................................................................................27
Figura 9 - Exemplo de Curva IDF. Fonte: Tucci (1993) ........................................................................29
Figura 10 - Hidrograma de bacia radial x alongada. Fonte: Tucci, 1993. .........................................33
Figura 11 - Hietograma x Hidrograma ........................................................................................................33
Figura 12 - Parâmetros do hidrograma. Fonte: Tucci (1993) ...............................................................34
Figura 13 - Convolução dos hidrogramas horários ..................................................................................35
Figura 14 – Hidrograma Sintético. Fonte: Tucci (1993) ........................................................................37
Figura 15 - Perfil de canal trapezoidal.........................................................................................................40
Figura 16 - Seleção família de bomba hidráulica. Fonte: KSB (2013) ..............................................45
Figura 17 - Seleção do diâmetro de rotor da bomba hidráulica. Fonte: KSB (2013) ....................45
Figura 18 - Potência da bomba hidráulica. Fonte: KSB (2013) ...........................................................46
Figura 19 – Elementos construtivos de um bueiro. Fonte: Pinheiro, 2011. ......................................47
Figura 20 - Tipos de escoamento nas escadas hidráulicas (CHANSON, 2002)..............................47
Figura 21 – Quadro geral da água em cava a céu aberto. ......................................................................49
Figura 22 – Fluxo de água em cava a céu aberto. Fonte: Pinheiro, 2011..........................................50
Figura 23 – Representação do SfM ..............................................................................................................51
Figura 24 – Fluxograma do planejamento do Sistema de drenagem ..................................................54
Figura 25 – Apresentação da topografia da área de mineração antes e depois da cava ................57
Figura 26 – Análise de macro-drenagem da configuração final de cava, vista em planta. ..........58
Figura 27 – Configuração final de cava com projeto de canais periféricos. .....................................59
Figura 28 – Análise de micro-drenagem da configuração final de cava tradicional Fonte: Auoria
própria ...................................................................................................................................................................60
Figura 29 – Exemplo de alteração na linha de pé de talude Fonte: Autoria própria ......................61
Figura 30 – Análise de macro-drenagem da cava final hidráulica, vista em planta. ......................62
Figura 31 – Análise de micro-drenagem na cava final hidráulica .......................................................63
Figura 32 – Exemplo de cálculo semi-automático de área de contribuição e maior caminho
percorrido dentro da microbacia....................................................................................................................64
Figura 33 – Posição das Escadas Hidráulicas na Cava Final Hidráulica ...........................................66
Figura 34 – Divisão das estradas da mina com diferente canal superficial lateral . .......................68
Figura 35 - Apresentação dos canais superficiais auxiliares (AC1 e AC2) ......................................69
Figura 36 – Posicionamento dos tanques nos fundos de cava em configuração final ...................70
Figura 37 - Volumes de água no tanque “Sump A” ................................................................................71
Figura 38 - Volumes de água no “Sump B”...............................................................................................72
Figura 39 - Seleção da bomba hidráulica. Fonte: KSB, 2013 ...............................................................73
Figura 41 – Divisão das áreas de contribuição e seus destinos ............................................................74
Figura 40 – Elementos hidráulicos em planta ...........................................................................................74
Figura 42 – Apresentação da configuração intermediária de cava analisada ...................................75
Figura 43 – Divisão da cava intermediária em configuração final e operacional ...........................76
Figura 44 – Elementos hidráulicos definitivos presentes na configuração intermediária de cava
analisada ...............................................................................................................................................................77
Figura 45 – Elementos hidráulicos provisórios e definitivos presentes na configuração
intermediária de cava analisada .....................................................................................................................78
Figura 46- Fluxo da metodologia de diagnóstico de drenagem com VANT....................................80
9
Figura 47 – Exemplos de produtos de Mapeamento com VANT........................................................82
Figura 48 – Representação do algoritmo Flow Direction ......................................................................82
Figura 49 – Representação do algoritmo Flow Accumulation .............................................................83
Figura 50 – Representação do algoritmo Fill Sinks.................................................................................83
Figura 51 – Estimativa de acúmulo de água x mapeamento de campo .............................................84
Figura 52 – Comparação das estimativas de acúmulo de água com diferentes níveis de
tolerância de ruído .............................................................................................................................................85
Figura 53 – Estimativa de Fluxo de Água x Mapeamento de Campo ................................................86
Figura 54 – Comparação da análise de macro-drenagem com e sem canais periféricos ..............88
Figura 55 – Comparação da análise de micro-drenagem com e sem planejamento de drenagem
.................................................................................................................................................................................89
Lista de Tabelas
Tabela 1 – Super-elevação indicada conforme velocidade e raio da curva. Fonte: Thompson et
al., 2019 ................................................................................................................................................................26
Tabela 2 - Correção da curve number (CN). Fonte: Tucci (1993) ......................................................32
Tabela 3 - Coeficientes de Escoamento Superficial ................................................................................36
Tabela 4 – Coeficiente de rugosidade (n) ...................................................................................................40
Tabela 5 – Parâmetros de Entrada - Dimensionamento das Escadas Hidráulicas ..........................66
Tabela 6 – Parâmetros de Saída – Dimensionamento de Escadas Hidráulicas................................67
Tabela 7 – Dimensionamento de canais superficiais nas laterais das estradas ................................68
Tabela 8 - Dimensionamento de Canais Superficiais Auxiliares.........................................................69
Tabela 9 – Parâmetros de dimensionamento de tanque e bomba exemplificados ..........................71
10
1. INTRODUÇÃO
A presença de água meteórica em minas a céu aberto é uma das mais frequentes
causas de transtornos de ordem operacional e, consequentemente responsável pela
redução de desempenho das operações de lavra. Em determinadas regiões, problemas
como acúmulo de água em frentes de lavra, más condições de rodagem nas pistas e
demanda por bombas hidráulicas cada vez mais potentes são agravados pela concentração
das chuvas anuais em uma estação definida. Estes problemas geram uma série de
ineficiências nas operações unitárias como os aumentos no tempo de carregamento, no
tempo de transporte, no número de equipamentos de transporte necessário para manter a
taxa de produção, no custo de manutenção dos caminhões, na necessidade de manutenção
da pista de rodagem, além do aumento de risco de acidentes e na redução da vida útil dos
pneus. Todos estes problemas costumam ser tratados de forma individual, enquanto a
drenagem não é planejada de maneira integrada com os demais elementos do
planejamento de mina.
Destoando dos demais projetos de engenharia, os projetos de mina são, por vezes,
carentes de elementos fundamentais ao bom funcionamento do empreendimento. É o caso
do projeto de drenagem, o qual não costuma fazer parte de um projeto de mina, muito
menos da sua sequência de avanços de forma sistemática e planejada. Os softwares
amplamente utilizados de planejamento de mina costumam lidar com tarefas como a
criação de cava ótima, pushbacks, sequenciamento matemático dos blocos de lavra,
cálculos de VPL (Valor Presente Líquido), etc. No entanto, a execução dos planos gerados
pode ser comprometida pela presença de uma quantidade de água não prevista pelo
planejamento de lavra.
Verifica-se ainda, que a maioria dos projetos de mina não contém um projeto de
drenagem. Por isto, garantir o funcionamento da operação, mesmo sem a existência de
um plano de drenagem de longo prazo, torna-se atribuição dos setores de curto prazo e
operação da mina. Estes, por sua vez, podem fazer uso de tecnologias emergentes como
o mapeamento com VANTs (Veículos Aéreos não Tripulados) para analisar as condições
da superfície da mina e prever sua resposta a condições meteorológicas adversas. A
abordagem apresentada nessa dissertação traz uma proposta analítica e preventiva para a
questão da construção de um sistema eficiente de drenagem, evitando consequências
críticas das chuvas intensas. Estas, costumeiramente são percebidas somente quando é
tarde demais para ações preventivas, restando apenas alternativas remediativas e tardias,
as quais possuem alto custo e baixa eficiência.
11
1.1. Relevância do Tema
1.2. Justificativa
12
1.3. Meta
1.4. Objetivos
1.5. Metodologia
13
1.6. Estrutura da Dissertação
14
2. REVISÃO DO ESTADO DA ARTE
2.1.1. Introdução
2.1.2. Objetivos
15
Para reduzir as incertezas e conhecer os riscos associados ao empreendimento, o
projeto estratégico de mina inclui uma série de estudos com vistas a determinação e
conhecimento dos limites técnicos de operação, como ângulos de taludes, taxa de
produção, etc. Estes estudos ganham crescente detalhamento à medida que o projeto
avança de acordo com as etapas do planejamento de mina.
Manter a flexibilidade do empreendimento frente às variáveis do projeto é
fundamental visto que existe uma enormidade de fatores incertos em qualquer projeto de
mineração. Os preços de venda podem variar para cima, fazendo com que o teor de corte
da mina diminua, ou variar para baixo, causando o efeito inverso. Novas tecnologias
podem reduzir os custos de operação, enquanto novas regulamentações mais restritivas
podem inviabilizar a lavra econômica de parcelas do depósito mineral que anteriormente
eram consideradas lucrativas. Isto é, diversos players podem impactar na execução de um
empreendimento mineiro. Por isto, o planejamento não pode contar com a execução exata
de um plano determinado com antecedência, mas sim manter-se flexível o suficiente para
permitir adaptações ao longo do percurso. Na prática, isto resulta na criação de diversos
projetos de mina, cada um apropriado a um cenário.
2.1.3. Projetos
16
Dados Geológicos – A mineração tem valor uma vez que gera uma commodity a partir
de jazidas minerais. Para que isso possa ocorrer, é necessário conhecer muito bem a
jazida explorada. Dados geológicos são classificados como hard data quando provém
de métodos diretos e de alta acurácia, como sondagens, ou como soft data quando
provém de métodos indiretos e de baixa acurácia como os métodos geofísicos e
geoquímicos. O conhecimento deste parâmetro é fundamental para a criação do
modelo geológico e geoestatístico, que compõem o planejamento de mina.
2.1.4. Modelos
18
Modelo geológico e de teores – A avaliação e modelagem dos parâmetros geológicos
(litologias ou tipologias), deve gerar um modelo que representa as características do
depósito mineral a ser explorado. Atualmente, utilizam-se ferramentas
computacionais para criação deste modelo. Existem diversas maneiras de criar um
modelo geológico de um depósito mineral, o mais utilizado deles é a criação de
sólidos ou superfícies que representam as zonas (rochas ou domínios) do depósito e
que, posteriormente, permitam a estimativa de teores. A representação do modelo
geológico se dá através de um modelo de blocos. Neste tipo de representação, divide-
se a jazida em um grande número de blocos de dimensões e posições finitas e
definidas. A cada um destes blocos são atribuídos parâmetros como litologia, teor de
minerais de interesse, teor de contaminantes, classificação (recurso/reserva), etc.
Visualmente, os modelos geológicos podem ser apresentados em seções (vertical ou
horizontal), o que costuma facilitar a análise e visualização. A Figura 1 demonstra um
exemplo de uma seção vertical em um depósito representado pelo modelo de blocos
colorido segundo a legenda de teores de ouro (Au em g/t).
19
Figura 2 – Exemplo de modelo geomecânico
Modelo Econômico – A análise integrada dos parâmetros que exercem influência
sobre os custos e receitas do projeto deve gerar uma estimativa do parâmetro chamado
de teor de corte. Este valor numérico consiste no limiar entre as parcelas de material
considerada minério (que geram lucro) e as parcelas considerada estéril (que não
geram lucro). De posse deste fator e dos demais parâmetros, calcula-se a chamada
função benefício, representada pela diferença entre a receita e o custo associado à
produção de cada parcela do depósito mineral. O resultado disto é a estimativa do
benefício gerado pela mineração de cada bloco, possibilitando o sequenciamento e
criação de um fluxo de caixa estimado para o empreendimento.
20
Modelo Hidrogeológico – O comportamento da água em uma jazida mineral pode ser
simulado através de modelos hidrogeológicos. Este tipo de modelo é construído com
base em parâmetros litológicos ou pedológicos como a porosidade, a condutividade e
transmissividade hidráulicas, as descontinuidades da jazida, etc. Com base na
interpolação e análise detalhada destas informações, cria-se o modelo hidrogeológico
que permite compreender o comportamento da água na jazida mineral e, a partir disto,
construir elementos hidráulicos para aproveitar a presença de água da melhor maneira
possível, evitando seu impacto prejudicial sobre as operações unitárias.
Destaca-se que este modelo é de alta importância para compreender o
comportamento da água em sub-superfície. No entanto, ao longo das seções 3 e 4 deste
documento, são consideradas somente as águas superficiais e, portanto, não foi
considerada a interação de águas superficiais com águas subterrâneas.
400
m
N
21
2.1.6. Sequenciamento de Lavra
22
2.1.6.2 Ferramentas
Dada uma cava ótima, existem inúmeras maneiras através das quais um projeto
de mina pode se desenvolver para atingir o estágio final. O sequenciamento de mina,
busca o melhor caminho, respeitando as restrições que se impõem. Com esta intenção,
são utilizadas ferramentas de sequenciamento de lavra. Algumas delas são algoritmos
computacionais como o método de programação linear e a análise de fluxo de rede, ambos
com pouca aplicabilidade em casos reais. Outras, como o conjunto de cavas aninhadas,
consistem na modelagem de cavas ótimas geradas a partir da variação de parâmetros de
projeto como o custo operacional, a taxa de desconto ou o preço de venda do minério.
Esta ferramenta apresentam maior aplicabilidade em casos práticos, e está demonstrada
na Figura 5. Nela, o avanço projetado da mina a cada ano, por exemplo, é representado
pelas superfícies demonstradas em seção. Cada uma das superfícies representa uma “fase”
de lavra, mas ainda puramente matemática,
2.2.1. Introdução
24
2% 2%
2%
De acordo com Thompson et al. (2019), a largura das pistas depende da largura
do maior equipamento (entenda-se caminhão) que será usado na operação, bem como da
quantidade de pistas paralelas no trecho. A largura total da estrada é dada pela Equação 1.
𝐿 = (1,5 ∗ 𝑉 + 0,5) ∗ 𝑋 Equação 1
25
Onde:
L representa a largura da estrada;
V representa a largura do maior veículo que transitará sobre a estrada, e;
X representa o número de vias paralelas.
2.2.4. Berma de Segurança.
Todas as curvas devem ser projetadas com o maior raio possível. No entanto,
curvas de raio menores de 200m costumam ser necessárias. Neste caso, o raio de
curvatura mínimo (R) deve respeitar a Equação 2.
R = Vo² / (127 (Umin + e)) Equação 2
26
Onde:
Vo = Velocidade do equipamento de transporte (km/h)
Umin = Coeficiente de fricção (depende do tipo de terreno)
e = Super-elevação (m/m)
2.3. Pluviometria
20
15
10
0
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5 5 5.5
Tempo (h)
27
Um hietograma de projeto consiste no gráfico que demonstra a distribuição
temporal de uma chuva intensa, de tempo de retorno Tr, para qual o dimensionamento
dos elementos hidráulicos será realizado.
aTrb
I = (t+c)d Equação 3
Onde:
I representa a intensidade máxima média da chuva (mm/h),
t representa o tempo de duração da chuva (min),
Tr representa o tempo de retorno (anos), e
a, b, c e d são coeficientes de ajustamento que variam conforme o local.
28
O ajuste dos parâmetros das curvas IDF é realizado a partir do tratamento
estatístico de medidas empíricas de dados pluviométricos para cada estação e local. A
Figura 9 demonstra um exemplo de Curva IDF de Porto Alegre, obtido na estação do IPH
(UFRGS). Pfaststertter (1957) foi pioneiro nesta área, ao estabelecer 98 equações de
chuvas intensas para diversas estações pluviométricas no país.
29
2.4. Hidrologia
30
As relações funcionais baseiam-se nos estudos desenvolvidos por Koehler et
al (1962), bem como SCS (1957) e consistem em três etapas:
1a: Determinar o curve number (CN), com base no enquadramento das
características da superfície em uma das listadas da tabela SCS-CN, disponível na obra
de Mishra et al. (2003). Nesta tabela, não foi descrita uma superfície típica de cava de
mina. No entanto, pode-se encontrar a descrição de superfícies com material exposto, o
que é uma das características das cavas de mina. Assim sendo, as superfícies de cava de
mina podem receber os seguintes CNs, dependendo do material que a reveste:
77 para superfícies altamente absorventes de água, como solos arenosos
profundos;
86 para superficies moderadamente absorventes de água, como solos
arenosos pouco profundos;
91 para superficies levemente impermeáveis, como solos levemente
argilosos;
94 para superficies altamente impermeáveis, como solos argilosos
profundos ou rocha sã exposta.
31
Tabela 2 - Correção da curve number (CN). Fonte: Tucci (1993)
CONDIÇÃO DE UMIDADE
A B C
100 100 100
87 95 98
78 90 96
70 85 94
63 80 91
57 75 88
51 70 85
45 65 82
40 60 78
35 55 74
31 50 70
26 45 65
22 40 60
18 35 55
15 30 50
12 25 43
9 20 37
6 15 30
4 10 22
2 5 13
32
Figura 10 - Hidrograma de bacia radial x alongada. Fonte: Tucci, 1993.
33
Figura 12 - Parâmetros do hidrograma. Fonte: Tucci (1993)
Em projetos de engenharia, como a construção de canais, diques, condutos,
bueiros, bombas, escadas hidráulicas, e outros, o pico do hidrograma é o parâmetro básico
para dimensionamento dos elementos hidráulicos. Por isto, conhecer ou estimar o
hidrograma do projeto é de suma importância para o dimensionamento de um sistema de
drenagem.
2.5. Hidráulica
34
um hidrograma da bacia hidrográfica e representa a vazão resultante da precipitação como
um todo. O pico deste hidrograma pode ser utilizado para dimensionar elementos
hidráulicos.
18
16
14
Q (m³/s) 12
10
8
6
4
2
0
0 2 4 6 8 10 12
t (h)
q1 (m³/s) q2 (m³/s) q3 (m³/s)
q4 (m³/s) q5 (m³/s) q6 (m³/s)
O método racional estima a vazão de projeto (Q) a partir de uma única equação
(Equação 5) bastante simples, o que facilita sua utilização. Sua aplicação depende da
correta estimativa de todas as suas variáveis.
𝑄 = 0,278 𝐶 . 𝑖 . 𝐴 Equação 5
Onde:
Q é a vazão de projeto (m³/s);
C é o coeficiente de escoamento superficial (adimensional);
i é a intensidade da chuva de projeto (mm/h), e;
A é a área de drenagem (km²).
35
A primeira variável do método racional é o coeficiente de escoamento
superficial C, que concentra todas as especificidades da bacia hidrográfica estudada. Seus
valores foram medidos de maneira empírica em diversos estudos como ASCE (1969) e
Wilken (1978). No entanto, dada a área de interesse contemplada neste documento,
recomenda-se utilizar a Tabela 3, de Pinheiro (2011).
Onde:
tc é o tempo de concentração da bacia (min);
L é o comprimento do maior talvegue (km), e;
H é a diferença de elevação entre o ponto mais alto da bacia e o seu exultório (m).
36
2.5.3. Método do Hidrograma Sintético
Onde:
tc, tp e tb já foram descritos na seção 2.4.2.;
𝑡𝑐
𝛥𝑡 é o intervalo de tempo de referência, deve-se adotar 𝛥𝑡 = ;
5
37
2.5.4. Elementos hidráulicos
2.5.4.1. Canais
38
𝑄 =𝐴∗𝑉 Equação 13
2 1
𝑘
𝑉 = (𝑛) ∗ 𝑅 3 ∗ 𝑆 2 Equação 14
2 1
𝑘
𝑄 = 𝐴 (𝑛) 𝑅 3 𝑆 2 Equação 15
Onde:
A = área inundada do canal
V = Velocidade de escoamento da água no canal
k = fator de conversão de unidades (1 para métricas e 1,486 para inglesas)
n = coeficiente de rugosidade do canal, entre 0,010 e 0,050
R = raio hidráulico do canal
S = inclinação do canal (na direção de escoamento) (m/m)
Q = vazão
A = área da seção transversal ocupada por água
Esta equação, no entanto, tem pouca aplicabilidade direta uma vez que não define
o formato do canal. A Equação 16, por outro lado, correlaciona a vazão de projeto com
os aspectos geométricos do elemento hidráulico em formato trapezoidal como
demonstrado na Figura 15.
2
3 1
𝑘 𝑊𝑏∗𝑑+ℎ∗𝑑2
𝑄 = (𝑊𝑏 ∗ 𝑑 + ℎ ∗ 𝑑2 ) ∗ (𝑛) ∗ ( 1 ) ∗ 𝑆2 Equação 16
𝑊𝑏+2∗𝑑∗(ℎ+1)2
Onde:
Wb = Largura da base do canal
d = altura d’água
k = fator de conversão de unidades (1 para métricas e 1,486 para inglesas)
n = coeficiente de rugosidade do canal, entre 0,010 e 0,050
h = relação de inclinação da parede do canal
S = inclinação do canal na direção do escoamento
39
Figura 15 - Perfil de canal trapezoidal
40
CETESB (1979), que determina que a vazão de projeto seja superestimada em 30% para
efeitos de dimensionamento de altura de canais. Alternativamente, utiliza-se fórmulas
para cálculo da Borda Livre (BL) em função de variáveis características do escoamento,
como as Equações 17 e 18, propostas respectivamente pelo critério de Denver, que pode
ser encontrado em Denver (2013).
1
𝐵𝐿 = (𝑦. 𝐾)2 Equação 17
1
( )
𝐵𝐿 = 0,60 + 0,037 ∗ 𝑣 ∗ 𝑦 3 Equação 18
2.5.4.2. Reservatórios
41
O dimensionamento de tanques para armazenamento de água superficial é
resultado da estimativa de uma série de parâmetros hidrológicos da sua micro-bacia, bem
como de parâmetros de projeto. Dois dos principais parâmetros são determinados por
decisão do profissional responsável pelo dimensionamento: o tempo de retorno da chuva
de projeto, parâmetro que depende da importância do elemento hidráulico e das
consequências do seu dimensionamento; e a vazão da bomba hidráulica a ser instalada.
Escolhidos estes parâmetros, é necessário medir o comprimento do maior talvegue
da água de contribuição (L) e o maior desnível dentro desta área (H). Com base nestas
medidas, estima-se o tempo de concentração da micro-bacia (tc), através da Equação de
Kiprich (Equação 6)
0,385
𝐿3
𝑡𝑐 = 57 . ( 𝐻 ) Equação 6
42
2.5.4.3. Diques
Onde:
ƩK representa o somatório das perdas de carga total do conduto;
ƩKe representa o somatório das perdas de carga pontuas da entrada do conduto
(ƩKe ≅0,50);
ƩKs representa o somatório das perdas de carga pontuas da saída do conduto
(ƩKs ≅1,00);
43
ƩKl representa o somatório das perdas de carga pontuas localizadas ao longo do conduto,
como mecanismos de registro, mudanças de direção, variação de espessura, bifurcação,
etc.
n representa o coeficiente de rugosidade de Manning, e;
R representa o raio hidráulico do conduto.
44
Figura 16 - Seleção família de bomba hidráulica. Fonte: KSB (2013)
2.5.4.6. Bueiros
46
Figura 19 – Elementos construtivos de um bueiro. Fonte: Pinheiro, 2011.
47
As equações utilizadas para dimensionar escadas hidráulicas dependem do tipo de
escoamento e são interativas. Portanto, ao invés de um cálculo manual, recomenda-se que
estas estruturas sejam dimensionadas através da utilização de um software livre,
desenvolvido pela UFMG, chamado SiCooH.
48
Figura 21 – Quadro geral da água em cava a céu aberto.
49
Figura 22 – Fluxo de água em cava a céu aberto. Fonte: Pinheiro, 2011.
50
velocidade e autonomia de voo. Já os multirrotores apresentam como vantagens um
menor custo de aquisição, facilidade de operação e segurança em pousos e decolagens.
O sensor a ser embarcado no VANT depende da finalidade do levantamento.
Pode-se utilizar sensores geofísicos, câmeras termais, multiespectrais, LiDAR, etc. No
entanto, o sensor mais comumente utilizado é a câmera fotográfica com parâmetros
apropriados para coleta de imagens RGB para fins de reconstituição do terreno.
A técnica utilizada para reconstituir um objeto tridimensional a partir de imagens
de diferentes posições do mesmo é chamada Structure from Motion (SfM), descrita por
(Ullman, 1979), como demonstra a Figura 23. Esta técnica está implementada em uma
série de softwares como o Agisoft Metashape® e funciona com ou sem controle dos
dados. Isto é, o SfM permite a reconstituição de objetos tridimensionais a partir de
imagens obtidas por sensores de diferentes resoluções, qualidades, iluminação, etc. O
único parâmetro exigido para que o SfM seja eficaz é a sobreposição entre as imagens.
Isto é, para que o objeto/terreno seja reconstituído tridimensionalmente, é necessário que
ele seja observado de diversos pontos de vista.
51
Na mineração, o mapeamento com VANT já é amplamente utilizado, dado que
sua utilização já foi comprovada por estudos como o de Beretta et al. (2018), que compara
a modelagem de uma mina realizada a partir de mapeamento com VANT, com os métodos
tradicionais de topografia.
Portanto o mapeamento com VANT produz um modelo digital do terreno
mapeado (MDT), ou DEM (Digital Elevation Model) o qual pode ser representado em
formatos raster ou vetorial (através de curvas de nível). Desta forma, o modelo gerado
em um software de processamento de dados, que utilize a técnica do SfM pode ser
importado em softwares tipicamente usados nas operações de geoprocessamento e
modelagem para mineração como ArcGIS®, Datamine Studio OP®, Sirovision®,
Surpac®, Deswik® e outros.
52
3. PLANEJAMENTO DE SISTEMA DE DRENAGEM SUPERFICIAL
53
4) Dimensionamento de elementos hidráulicos. Nesta etapa, utilizam-se todas as
informações reunidas, bem como as equações apropriadas, para dimensionar os elementos
hidráulicos planejados, de acordo com a sua capacidade necessária (área de contribuição
e coeficiente de escoamento superficial), bem como duração planejada (elementos
permanentes ou provisórios).
Estas etapas sistematizam o fluxo de informações para que o dimensionamento
dos elementos hidráulicos leve em consideração as necessidades futuras planejadas. O
fluxo de trabalho da metodologia encontra-se representado na Figura 24.
Projeto
Solos
Conf. de Mina Fases de
Pluviometria
Final Lavra
Estradas
Recursos
Rochas
hídricos Taludes
Dimensionamento de
Elementos Hidráulicos
A seção 2.1.4 deste documento descreve alguns dos projetos que compõem o
planejamento de mina. Percebe-se que o projeto de drenagem não costuma fazer parte do
planejamento de mina, o que gera uma série de ineficiências, prejuízos financeiros e
operacionais. Assim sendo, propõe-se aqui uma maneira de conceber um projeto de
drenagem, integrado ao planejamento de mina.
O projeto conceitual de uma mina a céu aberto tipicamente é representado, além
de outros elementos, por um modelo digital representando uma configuração final de cava
operacionalizada (seção 2.1.). Neste estudo, propõe-se integrar esse produto normalmente
elaborado por softwares comerciais de planejamento de mina com softwares GIS
55
(Geographic Information System), para que o fluxo de água das cavas operacionais seja
analisado. A partir desta análise, é possível fazer alterações na superfície planejada e
projetar a implantação de elementos hidráulicos, de maneira que os fluxos de água
ocorram sobre os elementos hidráulicos corretamente dimensionados e posicionados. As
alterações a serem propostas na superfície variam para cada caso, mas, geralmente,
consistem em manter inclinações nas bancadas que direcionem o fluxo de água para os
elementos hidráulicos planejados (canais, diques, drenos, tanques e outros, até que por
fim esgotados por bombas hidráulicas quando necessário). Nesta proposta, considera-se
que o NA encontra-se abaixo de todo o projeto de mina, não havendo influência de águas
subterrâneas sobre o projeto.
56
N N
LEGENDA:
Elevação
400m 400m
3.3.2. Macro-drenagem
400m
400m
58
Para solucionar o problema de fluxo de água externa à cava para o interior da
mesma, apontado pela análise representada pela Figura 26, dois canais periféricos foram
projetados e estão representados na Figura 27. Os canais periféricos localizados ao norte
da cava possuem aproximadamente 300 metros de comprimento cada, e inclinação de
1%, já que a área é bastante plana. Já o canal periférico posicionado ao sul da cava possui
1.300 metros de comprimento e inclinação de 2%. A posição e inclinação destes canais
periféricos foram determinados com base na análise topográfica da superfície
representada na Figura 26. A análise do resultado da construção de canais periféricos é
apresentada juntamente com o resultado da construção dos demais elementos hidráulicos,
no capítulo de análise de resultados.
LEGENDA:
Elevação
400m
59
3.3.3. Micro-drenagem
N
LEGENDA:
Elevação
400m
60
Com base nestas constatações de projeto, foram realizadas as seguintes medidas:
1) Construir elementos hidráulicos de condução, acúmulo e retirada de água dentro da
cava;
2) Construir canais, nos pés dos taludes, cuja inclinação longitudinal conduzirá a água
para escadas hidráulicas;
3) Construir escadas hidráulicas que receberão águas dos canais posicionados nos pés
dos taludes, sobre as quais ocorrerá o fluxo vertical de água por gravidade;
4) Construir canais de condução de água lateralmente justapostos às estradas da mina;
5) Alterar o projeto geométrico das estradas da mina, para que haja inclinação transversal
que faça com que a água escoe lateralmente para os canais laterais;
6) Construir dois tanques com cotas diferentes.
7) Os elementos hidráulicos de condução serão construídos de tal forma a direcionarem
o maior volume possível de água para o tanque de maior cota.
400m
61
3.3.4. Cava final contemplando o projeto hidráulico
Feitas as alterações propostas nos itens 3.3.2 (canais periféricos) e 3.3.3 (demais
elementos hidráulicos), foi criada uma nova superfície, a qual será chamada de cava final
hidráulica. Esta superfície permite análises qualitativa e quantitativa acerca do fluxo bem
como das áreas de acúmulo de água na cava, dadas as medidas projetadas.
A Figura 30 representa a análise da macro-drenagem da cava final hidráulica. Se
comparada com a Figura 26, percebe-se o efeito da criação de canais periféricos que
passam a escoar a água das regiões que anteriormente entravam na cava. Além disto, já
se percebe que nesta superfície há um ordenamento maior nos fluxos de água no interior
da cava, o que será melhor analisado na Figura 31 (micro-drenagem).
400m
62
A Figura 31 representa uma análise de micro-drenagem da cava final hidráulica.
Em comparação com o cenário anterior (Figura 28), percebe-se o fluxo de água é
completamente ordenado, que não ocorrem mais fluxos sobre taludes e estradas internas
à cava, mas sim por regiões onde serão construídos elementos hidráulicos. A criação desta
superfície permite que sejam calculadas as áreas de contribuição de cada trecho do
sistema de drenagem, possibilitando seu correto dimensionamento.
400m
400m
64
Este método parte do conhecimento do tempo de concentração da bacia, que já foi
calculado (t=22,4 minutos). Este tempo deve ser aplicado na Equação IDF local
(Equação 21), juntamente com o tempo de retorno da chuva de projeto, parâmetro que
depende da importância e da vida útil do elemento hidráulico dimensionado. Para escadas
hidráulicas e canais internos permanentes, recomenda-se que o tempo de retorno
projetado seja igual à vida útil da mina, neste caso Tr=20 anos. Assim sendo, a
intensidade da chuva de projeto é dada por:
1206,608Tr0,182 1206,608 ∗ 20 0,182
I= =
(t+18,394)0,756 (22,4+18,394)0,756
= 126,1mm ̸h
65
N
LEGENDA:
Elevação
66
Tabela 6 – Parâmetros de Saída – Dimensionamento de Escadas Hidráulicas
Regime de
Escoamento
Nappe Flow
PARÂMETROS HIDRÁULICOS
Vazão unitária
(m³/s.m) 0,75 0,75 0,33 0,67 1 1,4 0,684 0,562 0,2 0,64
Profundidade
crítica 0,386 0,386 0,225 0,356 0,467 0,585 0,363 0,318 0,16 0,35
Froude Final 13,9 5,2 5,6 5 5,8 6,3 5 5,1 4,7 5
Eficiência 94% 94% 97% 98% 98% 95% 97% 98% 98% 95%
DADOS PARA DIMENSIONAMENTO
Altura da
Parede (m) 1,28 1,29 0,73 1,2 1,51 1,8 1,22 1,1 0,5 1,18
Número de
degraus 24 42 36 29 55 26 22 21 26 10
Velocidade
Final (m/s) 11,2 5,9 4,7 5,4 6,9 8,2 5,5 5,3 3,5 5,4
Desnível total
(m) 69 66 51 84 159 73 63 59 38 29,6
67
Tabela 7 – Dimensionamento de canais superficiais nas laterais das estradas
CANAL LATERAL HR1 HR2 HR3 HR4 HR5 HR6 HR7 HR8 HR9 HR10 HR11 HR12
A (ha) 2,2 0,7 4,7 17,1 20,9 21,1 22,2 4,0 6,7 0,2 5,5 42,7
L (km) 0,83 0,33 1.6 2,1 2,6 2,8 3 1 1,23 0,2 1,3 2,6
H (m) 50,4 39,7 116 157 200 217 302 55,5 77 15,4 110 134
tc (min) 10,2 3,8 15,7 19,2 22,3 23,6 22,5 12,1 13,6 3,1 12,6 26,1
TR (anos) 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20
I (mm/h) 165 200 144 134 126 123 126 157 153 208 159 122
Coeficiente de escoamento
0,65 0,65 0,65 0,65 0,65 0,65 0,65 0,65 0,65 0,65 0,65 0,65
superficial
Q (m³/s) 0,65 0,24 1,22 4,15 4,77 4,70 5,07 1,14 1,84 0,10 1,58 9,42
Largura da base (m) 0,30 0,30 0,30 0,30 0,30 0,30 0,30 0,30 0,30 0,10 0,03 0,40
Profundidade do canal (m) 0,30 0,20 0,37 0,66 0,70 0,70 0,71 0,37 0,45 0,15 0,54 0,91
Relação de inclinação da
1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
parede do canal (m/m)
Fator de conversão de
1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
unidades (SI=1)
Coeficiente de rugosidade
0,02 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02
do canal (n)
Inclinação do canal na
7% 7% 9,6% 9,6% 9,6% 9,6% 9,6% 9,6% 9,6% 8,8% 9,3% 9,5%
direção do escoamento
Largura total (m) 0,9 0,7 1,04 1,62 1,7 1,7 1,72 1,04 1,2 0,4 1,11 2,22
LEGENDA:
Elevação
400m 400m
Figura 34 – Divisão das estradas da mina com diferente canal superficial lateral
.
Além das escadas hidráulicas e canais superficiais na lateral das estradas, foram
criados dois canais superficiais auxiliares (AC1 e AC2). O canal AC1 é responsável por
reduzir a área de contribuição do tanque posicionado ao norte, conduzindo o máximo de
água possível para o tanque posicionado ao sul, cuja elevação é maior (reduzindo os
68
custos de bombeamento). Este canal é posicionado junto ao pé do talude do nível 332m.
Ele tem início recebendo as águas da escada hidráulica S10, depois recebe as águas da
escada hidráulica S1 e conduz a água até a escada hidráulica S6. Sua inclinação, na
direção do escoamento é de aproximadamente 0,2%. A Figura 35a demonstra a área de
contribuição do canal AC1 através de uma hachura verde, e a posição do canal (em azul)
na bancada 332m. O canal superficial AC2 é bem mais curto e é responsável por conduzir
a água do canal lateral da estrada HR9 até a escada hidráulica S6. A Figura 35b demonstra
a área de contribuição recebida pelo canal AC2 através de uma hachura verde, bem como
a posição do canal (em azul), localizado junto ao pé do talude de cota 292m.
N N
LEGENDA
Elevação
Escadas hidráulicas
Maior talvegue
35a: Análise do canal superficial auxiliar AC1 35b: Análise do canal superficial auxiliar AC2
69
Todos os elementos hidráulicos apresentados e dimensionados até aqui tem a
função de conduzir a água superficial de maneira segura até os dois tanques (sumps)
posicionados nos fundos de cava (SUL e NORTE), os quais possuem elevação 252,5m e
101,5m, respectivamente. Estes tanques possuem a função de receber as águas
superficiais, armazená-las por um período de tempo, e possibilitar o funcionamento de
um sistema de bombeamento adequado, que execute o esgotamento da água para fora da
cava, possibilitando acesso a essas áreas de lavra em épocas de chuva. A Figura 36
representa o posicionamento dos dois tanques (sump A e sump B) na configuração final
de cava em planta.
70
Além dos parâmetros de dimensionamento dos tanques, a Tabela 9 apresenta os
parâmetros utilizados para dimensionamento da vazão adequada para as bombas
hidráulicas que bombearão as águas superficiais armazenadas nestes tanques. As Figuras
37 e 38 apresentam o comportamento dos tanques “Sump A” e “Sump B”,
respectivamente, quando solicitados por uma chuva de projeto, a qual possui duração
igual ao tempo de concentração da sua área de contribuição.
10000
5000
0
0 180.5 360.6 540.8 721.0 901.1 1081.3
Tempo (minutos)
Acrescimo de entrada de volume (m³) Volume de entrada acumulado (m³)
Volume bombeado acumulado (m³) Volume no tanque (m³)
71
Volumes de água da chuva crítica - Sump B
15000
Ponto crítico do tanque
Volume (m³)
10000
5000
0
0 175.8 351.4 526.9 702.5 878.0 1053.6
Tempo (minutos)
Acrescimo de entrada de volume (m³) Volume de entrada acumulado (m³)
Volume bombeado acumulado (m³) Volume no tanque (m³)
73
Figura 41 – Elementos hidráulicos em planta
74
Além da análise da cava final, é possível analisar o comportamento de quantas
configurações intermediárias de cava quanto se queira. Para exemplificar, tomou-se uma
configuração intermediária de cava onde parte da cava já se encontra em configuração final, e
outra parte ainda está em avanço, que é um caso típico. A Figura 42a apresenta esta configuração
de cava, em comparação com a Figura 42b, que representa a configuração final de cava já
analisada.
N N
LEGENDA: LEGENDA:
Elevação Elevação
400m 400m
75
Nesta configuração intermediária de cava, há parcelas que já se encontram em
configuração final de cava, enquanto outras ainda estão em avanço. A Figura 43 apresenta
a divisão da cava segundo este critério.
76
Figura 44 – Elementos hidráulicos definitivos presentes na configuração intermediária de cava
analisada
77
Figura 45 – Elementos hidráulicos provisórios e definitivos presentes na configuração
intermediária de cava analisada
78
4. DIAGNÓSTICO DO SISTEMA DE DRENAGEM ATRAVÉS DE
MAPEAMENTO COM VANT
4.1. Introdução
79
Coleta de dados com VANT
Processamento de dados
80
A primeira missão foi realizada logo após uma chuva intensa, de duração de
aproximadamente 24 h. Portanto, este é considerado o cenário úmido. Este cenário
contém o resultado das solicitações hídricas sobre a área de mineração.
A segunda missão de voo foi realizada três dias após a primeira. Considerando
que não houve precipitação no intervalo de tempo entre as missões, este cenário é
considerado o cenário seco, uma vez que praticamente não apresenta os resultados
imediatos da precipitação (acúmulo de água e fluxo superficial de água).
Além da coleta de dados com VANT, foi realizado, na mesma data da primeira
missão, um mapeamento de campo. Neste mapeamento, os acúmulos superficiais de água,
bem como os fluxos de água superficial aparentes foram registrados de maneira
georreferenciada através de um equipamento GNSS de alta precisão, com tecnologia RTK
(Real-Time Kinematic).
81
N
78 72 69 71 58 49 2 2 2 4 4 8
32 64 128
74 67 56 49 46 50 2 2 2 4 4 8
59 53 44 37 38 48 1 1 2 4 8 4
16 1
64 58 55 22 31 44 128 128 1 2 4 8
68 61 47 21 18 19 2 2 1 4 4 4
8 4 2
74 53 34 12 11 12 1 1 1 1 4 16
(a) DEM (b) Convenção Flow Dir. (c) Matriz resultante
Figura 48 – Representação do algoritmo Flow Direction
82
78 72 69 71 58 49 2 2 2 4 4 8 0 0 0 0 0 0
74 67 56 49 46 50 2 2 2 4 4 8 0 1 1 2 2 0
59 53 44 37 38 48 1 1 2 4 8 4 0 3 7 5 4 0
64 58 55 22 31 44 128 128 1 2 4 8 0 0 0 20 0 1
68 61 47 21 18 19 2 2 1 4 4 4 0 0 0 1 24 0
74 53 34 12 11 12 1 1 1 1 4 16 0 2 4 7 35 1
(a) DEM (b) Flow Direction (c) Flow Accumulation
Figura 49 – Representação do algoritmo Flow Accumulation
(a) Perfil do DEM (b) Perfil do DEM após o algoritmo Fill Sinks
Figura 50 – Representação do algoritmo Fill Sinks
83
4.4. Acúmulo de água
84
As estimativas de acúmulo de água são baseadas em diferenças de elevação de
um modelo digital de elevação de alta resolução (DEM). Consequentemente, esta
metodologia produz não somente estimativas precisas de regiões de acúmulo de água,
mas também estimativas imprecisas de pequenas regiões de acúmulo de água. Estas
estimativas imprecisas podem ser resultado de ruídos no modelo, uma consequência
negativa da sua alta resolução. Conforme descrito por Costa et al. (2018), um DEM de
alta resolução nem sempre representa o terreno melhor do que DEM de resolução mais
baixa.
Para contornar este efeito, é necessário adotar um nível de tolerância de ruído.
Esta tolerância consiste no estabelecimento de um valor, a partir do qual a estimativa é
considerada confiável. Elementos de acúmulo de água inferiores a este valor, são
consideradas ruído e, portanto, eliminados da estimativa. Baixos valores de tolerância de
ruído resultarão em estimar apenas as regiões de acúmulo de água mais profundas,
ignorando as de menor expressão. Por outro lado, altos valores de tolerância de ruído
resultarão em estimativas de todas as regiões de acúmulo de água. Porém, neste caso, as
estimativas não têm alta confiabilidade, uma vez que o ruído gera estimativas falsas. A
Figura 52 representa a comparação das diferentes estimativas geradas em função da
variação do nível de tolerância de ruído. Em termos práticos, recomenda-se o uso de
baixo nível de tolerância de ruído. Assim, a estimativa gerada ganha confiabilidade
e destaca as depressões mais profundas do terreno, as quais são, de fato, mais
importantes em operações de mineração.
(a) Alto nível de tolerância de ruído (b) Médio nível de tolerância de ruído (c) Baixo nível de tolerância de ruído
Figura 52 – Comparação das estimativas de acúmulo de água com diferentes níveis de tolerância de ruído
85
4.5. Fluxo de água
(a) Estimativa baseada no cenário seco (b) Estimativa baseada no cenário úmido
Figura 53 – Estimativa de Fluxo de Água x Mapeamento de Campo
86
5. ANÁLISE DOS RESULTADOS, CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
87
N N
LEGENDA:
Elevação
400m
Fluxo de água
Área de contribuição
400m Área de contribuição para o interior da cava
(a) Macro-drenagem sem canais periféricos (b) Macro-drenagem com canais periféricos
Figura 54 – Comparação da análise de macro-drenagem com e sem canais periféricos
88
Área Norte
N
Área Sul
89
Estas feições podem ter impacto relevante na segurança e estabilidade da
operação, bem como nos custos associados. Uma vez que o trânsito de equipamentos
móveis de mina é prejudicado pelo acúmulo e fluxo impróprios de água superficial, estas
feições promovem: o corte prematuro de pneus, aumento da resistência ao rolamento de
estradas e consequente aumento do consumo de combustível, sensação de insegurança do
operador, redução de velocidade de deslocamento e consequente aumento do tempo de
ciclo, aumento da frequência de manutenção dos equipamentos móveis.
Uma vez que o acúmulo e fluxo impróprios de água superficial possuem todos
esses impactos negativos, eliminar ou mesmo reduzir a existência destas feições é de
considerável importância para a mineração. Isto pode ser feito através da implantação de
elementos hidráulicos, mas também através da manutenção das áreas de interesse, em
especial as estradas de mina. Neste sentido, o diagnóstico destas feições através do
mapeamento com VANT é o primeiro passo para a realização das atividades de
manutenção necessárias.
Portanto, utilizar VANTs para diagnosticar feições do sistema de drenagem é
viável, e possui grande impacto em operações onde há abundância de água superficial.
Além disto, avalia-se que praticidade trazida pela tecnologia do VANT agrega agilidade
e alta produtividade à equipe de manutenção de mina, possibilitando ações preventivas e
remediativas e assim reduz o impacto das águas superficiais nas operações de mina.
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estradas, pluviometria, hidrologia, hidráulica, drenagem na mineração e mapeamento
com VANT. Por este motivo, considera-se que a meta, apresentado na seção 1.3, foi
atingida.
Além disto, conclui-se que os seis objetivos definidos na seção 1.4 foram
alcançados à medida que:
1) Estudou-se maneiras de quantificar chuvas intensas e prever sua frequência;
2) Foram investigadas e testadas ferramentas capazes de analisar o comportamento da
superfície da cava frente solicitações hídricas, principalmente a utilização de dados
obtidos através de VANT em software SIG;
3) Foram dimensionados os elementos hidráulicos de um estudo de caso, compatíveis
com o projeto de mina;
4) Desenvolveu-se uma metodologia de inclusão do sistema de drenagem ao longo do
planejamento de mina, representada pelo fluxograma da Figura 24.
5) Analisou-se a aplicabilidade do mapeamento com VANT no diagnóstico de
problemas relacionados a águas superficiais em mina à céu aberto, e;
6) Foi desenvolvida uma metodologia que agiliza a detecção de focos de aprimoramento
na superfície da mina através de mapeamento com VANT, a qual pode ser
representada pelo fluxograma da Figura 46.
91
econômico do custo e benefício da construção destes elementos ainda não foi vastamente
avaliado.
Ademais, seria interessante avaliar a possibilidade de incorporar parâmetros
geométricos de elementos hidráulicos aos pushbacks operacionalizados, bem como o
impacto técnico-econômico da presença e alocação de sistemas de tubulação de
desaguamento de mina, bem como a presença de tanques sobre a lavra de minas e o
sequenciamento dos blocos. Por fim, sugere-se a comparação de diversas técnicas de
construção de sistema de drenagem, e suas técnicas de monitoramento e manutenção,
abordando os impactos técnico-econômicos da utilização de diferentes materiais.
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