Linhas Críticas 1516-4896: Issn: Rvlinhas@
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ISSN: 1516-4896
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Universidade de Brasília
Brasil
Resumo
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Introdução
6. A tabela de Snellen é composta de letras aleatórias, dispostas em fileiras, em tamanhos diferenciados, destinadas a medir
a acuidade visual para longe. Cada fileira é designada por um número legível para um olho saudável padrão à distância
medida em pés. A visão normal (20/20) indica a distância de 20 pés (6 m) em que a pessoa pode ler o tamanho 20.
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2. Todavia, desde a década de 1970 houve uma ampliação do acesso da população em geral à escola brasileira, e ocorreu
a produção do fenômeno que ficou conhecido como fracasso escolar, um dos principais responsáveis pela implantação
das classes especiais nas escolas básicas públicas do país (cf. Ferreira,1994).
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Ainda nos tempos atuais as crenças populares e místicas sobre a cegueira perma-
necem vivas, bem como respectivos estereótipos. Como ilustra Amiralian:
[...] muitas e muitas estórias recheiam nossa memória com conceitos, noções e imagens
mentais de cegueira, que, na maioria das vezes, refletem muito mais conceitos metafóricos
e simbólicos de cegueira do que uma real experiência com pessoas cegas (Amiralian,
1997, p. 23)
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Resultados
3. Foram excluídas pesquisas referentes a: alunos com dupla ou múltipla deficiência; sujeitos incluídos no Ensino Superior;
artigos caracterizados como revisões bibliográficas.
4. Dêixis, palavra importada do grego antigo deíknymi, significa ação de mostrar. Para Lavarda e Bidarra (2007) é contexto
que inclui elementos externos ao enunciado: gestos, expressões faciais, entre outros.
5. Atendimento itinerante é “uma modalidade especializada de apoio pedagógico; desenvolvida por profissional devida-
mente capacitado, se caracteriza pela movimentação do professor, que se deslocará para as escolas do ensino regular
onde existir matriculados alunos com deficiência visual” (Brasil, 2001, p. 106).
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Quadro 1 - continuação
Referência Instrumento Síntese dos resultados
Quanto aos instrumentos utilizados para coleta de dados, verificou-se que todos
constituem-se de pesquisas qualitativas: estudos de caso, entrevistas, observações -
das aulas, das falas dos professores, dos canais sensoriais, depoimentos, análise de
conteúdo, série de entrevistas individuais e com grupos focais, análise da história de
desenvolvimento e aprendizagem. Também se destaca uma pesquisa com questio-
nário – Survey descritivo e documental (Maruyama; Sampaio; Rehder, 2009) e uma que
aplicou o método da Dupla Estimulação de Vigotsky (Fernandes; Healy, 2008) que inclui,
entre outros procedimentos, diálogos baseados em tarefas. É importante ressaltar,
nesta última pesquisa, que tais tarefas são pretensamente propostas muito além da
capacidade e dos conhecimentos do pesquisado, onde se cria uma situação estruturada
e o sujeito recebe uma orientação ativa, sendo estimulado a construir uma estratégia
que ainda não possui (Fernandes; Healy, 2008).
Discussão
O debate sobre inclusão vem crescendo em número nas pesquisas atuais, cujo
motivo principal é: o aumento da própria expectativa dos pais e mães, por meio da
escolarização da população ou ainda pelas ações sensibilizadoras das políticas públicas
e da retórica midiática atual. Todavia, tais investigações ainda são em número pouco
expressivos em relação às demais temáticas educativas e tratam, em sua maioria, de
revisões teóricas, o que justifica o reduzido número de artigos com pesquisas empíricas
encontradas na busca para a presente revisão sistemática.
6. FMRI – do inglês functional magnetic resonance imaging – técnica de aquisição e análise de imagens do cérebro por meio
de ressonância magnética, ou Ressonância Magnética Encefálica (RME). É feita com intuito de se detectar áreas de
actividade cortical relacionadas a um determinado estímulo ou tarefa, de forma segura, eficaz e não invasiva.
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7. Na análise dos títulos dos artigos selecionados para essa revisão sistemática, nos deparamos com uma maior concen-
tração de pesquisas sobre políticas públicas e experiências sobre inclusão na região sudeste do país, com destaque para
o estado de São Paulo, independentemente das áreas das deficiências.
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[...] a grande maioria dos alunos com necessidades educacionais especiais estão ainda
em nosso país fora de qualquer tipo de escola. Alguns poucos estão inseridos em classes
ou escolas especiais, ou se encontram ao acaso nas classes comuns das escolas
públicas. Tal quadro indica muito mais uma exclusão escolar generalizada dos indivíduos
com necessidades educacionais especiais na realidade brasileira, a despeito da
recorrência no país da retórica da integração escolar e mais recentemente da educação
inclusiva. (Mendes, 2006, p. 12)
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José Carlos Leitão, doutorado em Ciências do Desporto, bacharel em Educação Física e Psicologia.
Docente em Metodologias de Investigação e Estatística em Ciências do Desporto, Exercício e Saúde
da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro – UTAD, Portugal. Publicação recente: Young
people’s spare time. Family’s representations (Revista Portuguesa de Ciências do Desporto, vol
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