2016 PDP Port Ufpr Jussaralacerdasilvaresolen
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Turma 2016
OBJETIVO GERAL
Problematizar e superar o estigma das marcas linguísticas identificadas
na fala e na escrita dos alunos.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Apresentar as principais teorias acerca da variação linguística;
(Possenti e Bagno)
Discutir sobre a relação entre leitura e fala no contexto escolar;
Abordar leituras que contemplem a variação linguística relacionando-
as com o contexto escolar onde os alunos estão inseridos.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA - VARIAÇÃO LINGUÍSTICA
Alguém que estivesse desanimado pelo fato de que parece que as coisas
não dão certo no BrasiI e que isso se deve ao "povinho" que habita esse
país (conhecem a piada?) poderia talvez achar que tem um argumento
definitivo, quando observa que "até mesmo para falar somos um povo des-
leixado". Esse modo de encarar os fatos de linguagem é bastante comum,
infelizmente. Faz parte da visão de mundo que as pessoas têm a respeito
dos campos nos quais não são especialistas. (POSSENTI, 1996, p.33)
Porém para quem acha que este debate assombra somente o contexto
brasileiro, Lucchesi (2015) ressalta as pesquisas do linguista inglês Guy Deutscher
que critica a deterioração do uso da língua inglesa principalmente em relação ao
modo de falar. Sobre este declínio linguístico Guy Deutscher (apud LUCCHESI,
2015) descreve o discurso do escritor Jonathan Swift que, no século XVI, elaborou
um dos principais manuais sobre o uso da língua inglesa e que já previa esta
mudança no uso da linguagem:
Eu, aqui, em nome de todas as pessoas educadas e instruídas da nação,
me queixo [...] de que nossa língua é extremamente imperfeita; de que suas
melhorias diárias não são de modo algum proporcionais as suas corrupções
diárias. [...] Ou seja, ao longo de vários séculos, os principais usuários da
língua inglesa repetiram a mesma ladainha: a língua está decaindo e
perdendo as virtudes que exibia há algum tempo, em sua época de ouro. E
Guy Deutscher prossegue demonstrando que esse temor não aflige apenas
os falantes da língua inglesa. (LUCCHESI, 2015, p.15)
Possenti (1996) informa que a afirmação de que a linguagem ao longo do
tempo tornou-se menos culta ou passível de mais erros é falsa, isto porque é
necessário compreender-se que o fenômeno linguístico advém de fatores sociais
que estão intrinsecamente relacionados ao uso da linguagem, que são influenciadas
por dois fatores: o primeiro, fator externo: geográfico, idade, sexo, etnia, classe; o
segundo fator, interno, aponta que a variedade linguística é reflexo da variedade
social, estando relacionada diretamente com o status social e com os grupos onde
os sujeitos estão inseridos, e que desta forma acabam refletindo no modo e uso da
linguagem.
Mollica (2010, p.08) corrobora tais afirmações postulando que a variação
linguística é um “fenômeno universal e pressupõe a existência de formas linguísticas
alternativas denominadas variantes”.
Como variante ou variável entende-se:
Uma variável é concebida como dependente no sentido que o emprego das
variantes não é aleatório, mas influenciado por grupos de fatores (ou
variáveis independentes) de natureza social ou estrutural. Assim, as
variáveis independentes ou grupos de fatores podem ser de natureza
interna ou externa à língua e podem exercer pressão sobre os usos,
aumentando ou diminuindo sua frequência de ocorrência. Vale frisar que o
termo “variável” pode significar fenômeno em variação e grupos de fatores.
Estes consistem nos parâmetros reguladores dos fenômenos variáveis,
condicionando positivamente ou negativamente o emprego de formas
variantes. (MOLLICA, 2010, p.09)
Bagno aponta que os livros didáticos avançaram muito nas questões acerca
do preconceito linguístico e variação linguística, propondo o respeito à diversidade
cultural, embora o autor também aponte que há uma exacerbação da norma culta
que acaba discriminando as pessoas, em relação às variáveis linguísticas.
Sobre esta questão, Bagno ressalta que:
Ainda cabe salientar que na concepção de Bagno a escola não oferece aos
alunos condições mínimas de letramento atribuindo aos educandos a sua falta de
“amor ao idioma”, responsabilizando-os pelas diferenças que a própria escola teima
em não aceitar, usando a crise da “língua” como forma de perpetuar um método
gramatical tradicionalista que desconsidera as especificidades linguísticas dos
sujeitos e dos espaços.
Petit ainda ressalta que a leitura permite aos sujeitos criar vínculos sociais,
socializar ideias e compartilhar culturas; ressaltando que “esses textos que alguém
nos passa, e que também passamos a outros, representam uma abertura para
círculos de pertencimento mais amplos, que se estendem para além do parentesco,
da localidade, da etnicidade”. (2009, p.91)
ESTRATÉGIAS DE AÇÃO/METODOLOGIA
Atividade 1
< portugues.uol.com.br/redacao/variacao-linguistica-lingua-movimento.html>.
Históricas
Atividade 2
O Objetivo desta atividade é fazer com que os alunos, usem mais a
biblioteca para pesquisas e principalmente o uso do dicionário, buscar definições e
fazer associações. Além da busca pelas palavras especificamente, serão orientados
a buscar exemplos em outras obras.
É muito importante ficarmos atentos para as variedades linguísticas, portanto
os alunos irão à biblioteca, pesquisar em dicionários as palavras e expressões
encontradas no livro até então desconhecidas analisando o significado e sinônimos
das palavras selecionadas. A partir da atividade desenvolvida, colocarão no quadro
abaixo:
Atividade 3
Com base nas discussões feitas, fazer uma pesquisa na biblioteca, sobre
palavras e expressões que apresentem a variação linguística. Esta atividade deve
ser realizada em pequenos grupos, em sala de aula, cada equipe deverá apresentar
as expressões e palavras pesquisadas, as quais serão utilizadas para construção do
portfólio* construído com as atividades produzidas pela turma. A temática será a
valorização das diferenças linguísticas. Será feito um momento de discussão para
levar o aluno a refletir sobre o preconceito com relação aos diferentes tipos de
linguagem no Brasil.
Atividade 4
Atividade 5
Total de 32 aulas
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
JESUS, C.M. Quarto de despejo: diário de uma favelada. 9ª edição. Coleção Sinal
Aberto. Rio de Janeiro-RJ: Editora Ática, 2007.
PETIT, M. Os jovens e a leitura: uma nova perspectiva. São Paulo- SP: Editora 34,
2009.