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Análise da variabilidade pluviométrica utilizando a frequência de

ocorrência e as medidas de assimetria e curtose na bacia hidrográfica do


Rio Araguari - (MG), período de 1975 a 2014

Samuel Alves Maciel(a), Luiz Antônio de Oliveira(b)


(a)
Instituto de Geografia, Universidade Federal de Uberlândia, [email protected]
(b)
Instituto de Geografia, Universidade Federal de Uberlândia, [email protected]

Eixo: Climatologia em difentes níveis escalares: mudanças e variabilidades

Resumo

Este trabalho tem como objetivo analisar a variabilidade pluviométrica, com base na frequência de
ocorrência e nas medidas de Assimetria e Curtose, da bacia hidrográfica do Rio Araguari - (MG), no
período de 1975 a 2014. Foram utilizados dados de precipitação diária (mm), de 12 postos
pluviométricos localizados ao longo da bacia, série histórica de 40 anos. Após a tabulação para
determinar as precipitações acumuladas mensalmente, seguiram-se as etapas metodológicas do
computo da amplitude da variação, número e amplitude do intervalo de classes, frequência de
ocorrência simples e coeficientes de Assimetria e Curtose. A partir dos resultados inferiu-se que dos
12 postos selecionados na área de estudo, 33,3% ou 4 deles foram classificados como Distribuição
Assimétrica Positiva Moderada e 66,7% ou 8 deles foram categorizados como Distribuição
Assimétrica Positiva Forte. Em termos de percentagens ainda, 25% ou 3 deles apresentaram curva
Leptocúrtica e 75% ou 9 deles expressaram curva Platicúrtica.

Palavras chave: Variabilidade Pluviométrica, Frequência de Ocorrência, Assimetria e Curtose, Bacia


Hidrográfica do Rio Araguari.

1 Introdução

A precipitação é um dos principais elementos físicos pertinentes a classificação climática de uma


determinada área, bem como, é base para os processos de gestão ambiental, econômico e social. Dessa
forma, faz-se necessário compreender a variabiliade pluviométrica espacial e temporal, procurando
assim, planejar e organizar os diversos setores da sociedade influenciados por esta variável, como a
produção agrícola, a contrução civil, a geração de energia elétrica, o abastecimento urbano, o
planejamento de recursos hídricos regionais e municipais, e demais.

De modo geral, a precipitação é caracterizada como toda forma de água oriunda da atmosfera e que
atinge a superfície terrestre como chuva, granizo, orvalho, neblina, neve ou geada. Sua formação está
associada à ascensão das massas de ar úmidas, devida aos seguintes fatores: convecção térmica, relevo
e ação frontal das massas. Tal ascensão do ar ocasiona um resfriamento que pode fazê-lo alcançar o
seu ponto de saturação, tendo em seguida a condensação do vapor de água na forma de minúsculas
gotas que são mantidas em suspensão, sob nuvens e nevoeiros. Para que ocorra um evento de
precipitação é preciso que estas gotas aumentem a partir de núcleos de condensação, como por

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exemplo, gelo, poeira ou demais partículas, até que atinjam o peso necessário para superarem as forças
de sustentação e caírem. (HOLTZ, 1976).

Segundo Ayoade (1996) ocorre uma relação inversa entre a quantidade de precipitação pluvial e sua
variabilidade. Uma vez que, a precipitação é mais variável nas áreas secas e subúmidas e a
variabilidade da precipitação pluvial é pequena na regiões úmidas dos trópicos e nas latitudes médias
ciclônicas. O autor, ainda afirma que as consequências econômicas da variabilidade da precipitação
pluvial são, todavia, mais severas em áreas agrícolas intensamente povoadas das regiões úmidas do
que nas regiões frias ou secas, esparsamente povoadas.

Para Christofoletti (2000) a variabilidade climática pode ser entendida como a maneira pela qual se
comporta a variação de valores de um elemento climático dentro de um determinado período de
registros. Assim, neste trabalho optou-se em compreender a variabilidade das chuvas por meio da
utlização da frequência de ocorrência e das medidas de assimetria e curtose para as séries de dados
utilizadas. Neste caso, o grau em que os valores de x se dispersam em torno da média é dado pelo
parâmetro denominado escala. Já o valor em torno do qual os valores de x se dispersam é denominado
parâmetro de posição. E por último, o parâmetro destinado a forma das séries está associado à
assimetria das frequências. (GOMES, 2011)

Diversos autores como Vieira, Camargo e Siqueira (2009), Sccol, Cardoso e Miquelluti (2010), Silva,
Lima e Bottega (2011) e Mello e Oliveria (2016) realizaram suas pesquisas analisando o
comportamento das séries históricas de chuvas a partir dos valores gerados pelos coeficientes de
assimetria e curtose.

Assim, a área de estudo deste trabalho compreende a Bacia Hidrográfica do Rio Araguari (BHRA),
figura 1, situada na Mesorregião do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, na porção oeste do estado de
Minas Gerais, compreendendo 20 municípios, parcial ou totalmente, com área de 22.186 km². O rio
Araguari é afluente da margem esquerda do Rio Paranaíba e nasce no Parque Nacional da Serra da
Canastra, localizado no município de São Roque de Minas, percorrendo 745 km até sua foz no Rio
Paranaíba.

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Figura 1 - Mapa de localização da bacia hidrográfica do Rio Araguari - (MG) e do posicionamento das
estações pluviométricas.
Fonte dos dados: IBGE (2017).
Organização: MACIEL, S. A. (2017).

De acordo com os pressupostos teóricos e a relevância da temática abordada, este estudo tem como
objetivo analisar a variabilidade pluviométrica, com base na frequência de ocorrência e nas medidas de
assimetria e curtose, da bacia hidrográfica do Rio Araguari - (MG), durante o período de 1975 a 2014.

2 Materiais e Métodos

Para elaboração deste trabalho inicialmente foi construído um referencial teórico - conceitual acerca do
tema estudado. Na fase de processamento foram utilizados dados de precipitação diária (mm), período
de 24 horas, de 12 estações pluviométricas localizadas ao longo da bacia hidrográfica do Rio Araguari,
conforme a tabela I. Estes constituíram uma série histórica de 40 anos, entre 1975 a 2014. Neste
período, em função da presença de falhas nas séries de dados alguns anos foram eliminados, o que por
sua vez, não prejudicou os resultados da pesquisa. Os dados foram disponibilizados pelo Sistema de
Informações Hidrológicas (HidroWeb) de responsabilidade da Agência Nacional de Águas (ANA).

Tabela I - Localização das estações pluviométricas na bacia hidrográfica do Rio Araguari - (MG).
Nome Latitude Longitude Altitude Falhas
N° Código do Posto Município de Instalação (S) (W) (m) (anos)
1 1848010 Araguari Araguari 18°39'04'' 48°12'33'' 963 2
2 1946004 Ibiá Ibiá 19°28'30'' 46°32'31'' 855 -
3 1847010 Iraí de Minas Iraí de Minas 18°58'55'' 47°27'27'' 946 1
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4 1846002 Charqueada de Patrocínio Patrocínio 18°55'48'' 46°58'00'' 960 -
5 1947007 Perdizes Perdizes 19°20'55'' 47°17'43'' 789 -
6 1946010 Pratinha Pratinha 19°45'05'' 46°24'43'' - -
7 2047037 Desemboque Sacramento 20°00'49'' 47°01'09'' 960 -
8 1947001 Santa Juliana Santa Juliana 19°18'57'' 47°31'34'' 950 1
9 1946008 Serra do Salitre Serra do Salitre 19°06'46'' 46°41'18'' - 3
10 1946011 Tapira Tapira 19°55'37'' 46°49'31'' - 1
11 1848004 Fazenda Cachoeira Tupaciguara 18°41'54'' 48°46'55 793 3
12 1948006 Fazenda Letreiro Uberlândia 18°59'18'' 48°11'25'' 869 4
Fonte: HIDROWEB/ANA (2017). Organização: MACIEL, S. A. (2017).

Os valores das precipitações mensais acumuladas ao longo de toda a série histórica que posteriormente
foram utilizados na aplicação da frequência de ocorrência e nas medidas de assimetria e curtose, foram
executados com auxílio do software computacional Sistema de Informações Hidrológicas, versão 1.2
(HIDRO 1.2).

Inicialmente para o estabelecimento das frequências absolutas de cada posto selecionado na bacia, já
com o número de elementos da amostra (n) encontrado, determinou-se, então, a amplitude da variação
das precipitações pertinentes as séries históricas, como especificado na equação 01:

A= Pmáx - Pmín Equação 01

Onde: A = amplitude dos dados de precipitação; Pmáx = Maior valor de precipitação; e Pmín = Menor
valor de precipitação.

Assim, pode-se estabelecer o número de intervalo de classes (N), verificado na equação 02:

Equação 02

Onde: N = número de intervalos de classes e n = número de elementos da amostra de precipitações


mensais acumuladas.

Para realização da distribuição dos dados, de acordo com a amplitude total do intervalo de classes (K),
utilizou-se a seguinte equação 03:

Equação 03

Onde: K = amplitude do intervalo de classes; A = amplitude dos dados de temperatura e N = número


de intervalo de classes.

Com estas etapas realizadas, calculou-se a frequência de ocorrência simples das precipitações mensais
acumuladas dentro de cada intervalo que posteriormente auxiliaram na determinação e análise dos
resultados gerados a partir das medidas de distribuições assimétrica e curtose.
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Na análise da série temporal de precipitação mensal acumulada (1975-2014) de cada estação
pluviométrica da bacia, verificou-se que os valores gerados de média geral, moda e mediana não foram
coincidentes, fazendo com que as distribuições de dados fossem consideradas assimétricas.

Nesse sentido, as distribuições classificadas como assimétricas possuem uma espécie de "cauda" em
uma de suas extremidades, sendo que, quando esta à direita, é positivamente assimétrica, e quando está
a esquerda, é negativamente assimétrica. (MEDRI, 2011).

Dentre as fórmulas existentes para o cálculo do coeficiente de assimetria, optou-se por utilizar neste
trabalho a referente ao Coeficiente de Pearson:

x - x mo
AS  Equação 04
s

Onde: AS = coeficiente de variação; x =média da distribuição; x mo = moda da distribuição e S =


desvio padrão da distribuição.

No caso de: AS = 0, a distribuição é considerada simétrica; AS > 0, a distribuição é assimétrica

positiva ou à direita e AS < 0, a distribuição é assimétrica negativa ou à esquerda.

Com os resultados encontrados a partir do Coeficiente de Assimetria de Pearson, pode-se assim,


avaliar os graus de assimetria entre as distribuições dos postos, sendo que, quanto maior o AS, mais
assimétrica é a curva.

Para intervalos em que: 0 <AS< 0,15. a Assimetria é fraca; 0,15 <AS< 1, a Assimetria é moderada e
AS ≥1, a Assimetria é forte.

Já, a medida de curtose pode ser definida como o grau de achatamento - ou afilamento - de uma
distribuição em relação a uma distribuição padrão, denominada de curva normal padrão. A curva
normal é caracterizada como a base referencial e é chamada de mesocúrtica. Quando a curva de
frequência é mais achatada (afilada) do que a normal recebe a nomenclatura de leptocúrtica. E por fim,
se a curva de frequência for mais aberta do que a normal, esta recebe o nome de platicúrtica. (MEDRI,
2011).

O cálculo utilizado para a determinação do Coeficiente de Curtose para a série temporal (1975 - 2014)
de todos os postos foi:

Q3  Q1
C Equação 05
2(P90  P10 )

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Q3 P
Sendo que: C = coeficiente de curtose; = terceiro quartil; Q1 = primeiro quartil; 10 = décimo

percentil e
P90 = nonagésimo percentil.

Para estabelecimento de comparações entre as diversas curvas e suas respectivas classificações,


considerou-se que: C = 0,263 corresponde a curva mesocúrtica; C < 0,263 corresponde a curva
leptocúrtica e C > 0,263 corresponde a curva platicúrtica.

3 Resultados

O gráfico apresentado na figura 2 demonstra a sazonalidade marcante na bacia hidrográfica do Rio


Araguari - MG, onde, no geral a estação chuvosa ocorre de outubro a março e o período de estiagem
de abril a setembro.

Os maiores valores médios de precipitação mensal ocorrem em dezembro e janeiro, sendo 287,2 mm e
293,2 mm, respectivamente, e diminui de maneira progressiva até o mês de julho, média de 14,0 mm.
O total anual acumulado médio de chuvas para a bacia é de 1.522,6 mm. Sendo que, a estação
chuvosa, concentra a maior parte da pluviosidade anual, com 84,7% das chuvas ou 1.289,7 mm,
enquanto que o período de estiagem representa 15,3% das chuvas anuais ou 232,9 mm.

Figura 2 - Média das alturas pluviométricas mensais dos postos pluviométricos localizados na área de
estudo.
Fonte dos dados: HidroWeb/ANA (2017).
Organização: MACIEL, S. A. (2017).

Os gráficos a seguir, ilustrados na figura 3, corromboram com os resultados para posterior análise dos
coeficientes de assimetria e curtose, a partir das informações referentes aos valores de frequência
absoluta de cada posto pluviométrico selecionado na bacia (1975 - 2014). A título de exemplos, foram
selecionados 4 postos pluviométricos - Araguari, Ibiá, Sacramento e Santa Juliana - localizados em
cada extremo e no centro da bacia, para elucidar os seus respectivos comportamentos.

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Na estação de Araguari, no intervalo total de 455 meses de registro, as precipitações variaram, tendo
maior acumulado de valores entre 33,5 mm a 201,1 mm, o que significou na série histórica 293
meses,o que compreende de dados da série. Por outro lado, em 107 meses, as precipitações
concentraram-se no intervalo de 234,7 mm a 569,9 mm. Apenas dois meses, apresentaram
precipitações mensais acumuladas extremas iguais ou superiores a 737,5 mm.

Na estação de Ibiá, no intervalo total de 468 meses de registro, as precipitações mensais variaram na
maioria do tempo entre 24,4 mm a 245,2 mm, totalizando 350 meses nessas condições. No restante,
em 80 meses, as chuvas mensais estiveram no intervalo de 269,8 mm a 490,5 mm. Somente em três
meses, as precipitações mensais acumuladas extremas atigiram ou ultrapassaram 515,0 mm.

Já na estação de Sacramento, de 478 meses da série histórica total, 411 meses, registraram valores
acumulados de precipitações mensais dentro do intervalo de 30,2 mm a 361,9 mm. Nos demais, 29
meses, as chuvas variaram de 392,1 mm a 573,0 mm. Sendo que, dois meses, acumularam
precipitações mensais acumuladas extremas dentro de 633,4 mm a 663,5 mm.

Por último, na estação de Santa Juliana, do total de 467 meses de registro,em 393 meses, as
precipitações tiveram um maior valor acumulado entre os valores de 29,2 mm a 321,4 mm. E durante
32 meses, as chuvas mensais estiveram no intervalo de 350,6 mm a 526,0 mm. Apenas um mês,
registrou precipitação mensal acumulada extrema igual ou superior a 642,9 mm.

Dentro do período de estiagem, entre junho a agosto, alguns destes meses não apresentaram
ocorrências de chuvas, portanto, não totalizaram volumes de precipitações mensais. Em Araguari, Ibiá,
Sacramento e Santa Juliana (53, 35, 36 e 41 meses) estiveram nesta condição.

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Figura 3 - Frequências Absolutas das precipitaçõesmensais acumuladas dos postos pluviométricos
localizados na área de estudo (1975-2014).
Fonte dos dados: HidroWeb/ANA (2017).
Organização: MACIEL, S. A. (2017).

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A tabela II, traz os valores de Coeficiente de Assimetria (AS), sua classificação e seu respectivo grau
de assimetria para cada posto da área de estudo.

Tabela II - Coeficiente de Assimetria dos postos pluviométricos localizados na área de estudo


Coeficiente de Assimetria na bacia hidrográfica do Rio Araguari - (MG)
Município Coeficiente de Grau
Código de Assimetria Classificação de
do Posto Instalação (AS) Assimetria
Distribuição Assimétrica Positiva ou Assimetria
1848010 Araguari 0,96 à Direita Moderada
Distribuição Assimétrica Positiva ou Assimetria
1946004 Ibiá 1,05 à Direita Forte
Iraí de Distribuição Assimétrica Positiva ou Assimetria
1847010 Minas 1,02 à Direita Forte
Distribuição Assimétrica Positiva ou Assimetria
1846002 Patrocínio 0,92 à Direita Moderada
Distribuição Assimétrica Positiva ou Assimetria
1947007 Perdizes 1,00 à Direita Forte
Distribuição Assimétrica Positiva ou Assimetria
1946010 Pratinha 1,04 à Direita Forte
Distribuição Assimétrica Positiva ou Assimetria
2047037 Sacramento 1,07 à Direita Forte
Santa Distribuição Assimétrica Positiva ou Assimetria
1947001 Juliana 1,04 à Direita Forte
Serra do Distribuição Assimétrica Positiva ou Assimetria
1946008 Salitre 0,98 à Direita Moderada
Distribuição Assimétrica Positiva ou Assimetria
1946011 Tapira 1,10 à Direita Forte
Distribuição Assimétrica Positiva ou Assimetria
1848004 Tupaciguara 1,02 à Direita Forte
Distribuição Assimétrica Positiva ou Assimetria
1948006 Uberlândia 0,99 à Direita Moderada
Fonte dos dados: HidroWeb/ANA (2017)
Organização: MACIEL, S. A. (2017)

Em todas as estações pluviométricas da bacia hidrográfica do Rio Araguari - (MG) os coeficientes de


assimetria foram maior que 0, indicando uma distribuição assimétrica positiva ou à direita. Sendo que,
Araguari apresentou o menor Coeficiente de Assimetria (0,96) e Tapira o maior Coeficiente de
Assimetria (1,10). Dos 12 postos de estudo, 4 deles (Araguari, Patrocínio, Serra do Salitre e
Uberlândia), apresentaram assimetria moderada, ou seja, coeficientes que estiveram neste intervalo de
0,15 <AS< 1. Já, 8 deles (Ibiá, Iraí de Minas, Perdizes, Pratinha, Sacramento, Santa Juliana, Tapira e
Tupaciguara) demonstraram assimetria forte, ou seja, coeficientes situados nesta condição AS ≥1.

Por fim, a tabela III corrobora com os resultados por meio dos valores do Coeficiente de Curtose (C) e
o tipo de curva atribuido a cada posto da bacia.

Tabela II - Coeficiente de Curtose dos postos pluviométricos localizados na área de estudo


Coeficiente de Curtose na bacia hidrográfica do Rio Araguari - (MG)
Código Município de Instalação Coeficiente de Curtose (C) Tipo de Curva
1848010 Araguari 0,277 Platicúrtica
1946004 Ibiá 0,316 Platicúrtica

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1847010 Iraí de Minas 0,298 Platicúrtica
1846002 Patrocínio 0,222 Leptocúrtica
1947007 Perdizes 0,316 Platicúrtica
1946010 Pratinha 0,317 Platicúrtica
2047037 Sacramento 0,251 Leptocúrtica
1947001 Santa Juliana 0,330 Platicúrtica
1946008 Serra do Salitre 0,330 Platicúrtica
1946011 Tapira 0,251 Leptocúrtica
1848004 Tupaciguara 0,359 Platicúrtica
1948006 Uberlândia 0,277 Platicúrtica
Fonte dos dados: HidroWeb/ANA (2017)
Organização: MACIEL, S. A. (2017)

Dentre todos os postos pluviométricos, Sacramento e Serra do Salitre apresentaram os menores valores
de Coeficiente de Curtose (0,251 ambos) e Tupaciguara o maior valor de Coeficiente de Curtose
(0,359). Portanto, dos 12 postos, 3 deles (Patrocínio, Sacramento e Tapira) apresentaram curva
Leptocúrtica, ou seja, C < 0,263. E 9 postos (Araguari, Ibiá, Iraí de Minas, Perdizes, Pratinha, Santa
Juliana, Serra do Salitre, Tupaciguara e Uberlândia) corresponderam a curva Platicúrtica, ou seja, C >
0,263.

4 Considerações Finais

Diante dos métodos aplicados neste trabalho e que envolveram as etapas para determinação das
frequências absolutas e coeficientes de assimetria e curtose, verificou-se a importância do
entendimento a cerca das distribuições de frequência das chuvas, pois a partir dele pode-se estabelecer
os melhores procedimentos estatísticos a serem utilizados na análise do comportamento desta variável.

A aplicação dos coeficientes de Assimetria e Curtose neste estudo se mostrou satisfatória, uma vez que
tais valores complementam as medidas de posição e dispersão, auxiliando na compreensão mais
detalhada das distribuições de frequências de dados pluviométricos e técnicas de construções de
classes.

Dentre todos os postos (12) selecionados na bacia hidrográfica, 33,3% ou 4 deles foram classificados
como Distribuição Assimétrica Positiva Moderada e 66,7% ou 8 deles foram categorizados como
Distribuição Assimétrica Positiva Forte. Em termos de percentagens também, 25% ou 3 deles
apresentaram curva Leptocúrtica e 75% ou 9 deles expressaram curva Platicúrtica.

Espera-se que trabalhos como este possam subsidiar outras pesquisas que partam do princípio do
entendimento a cerca da variabilidade existente nas distribuições de frequência pluviométrica com
referência na curva ou forma das sequências temporais.

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5 Agradecimentos

À Universidade Federal de Uberlândia (UFU), ao Instituto de Geografia (IG) e à FAPEMIG


(Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais) pelo apoio e financiamento na
participação do evento.

6 Bibliografia
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