Apostila

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Estácio de Sá

Saúde Mental e
Atenção Psicossocial
ARA0384/6800833

PROFESSORA
Laís Lira
@laispsicoped
Av1 - Prova em formulário digital
Conteúdo: Capítulos 1 e 2 da disciplina

Avaliações
Valor: 7 pontos

Trabalho AV1 - Estudo de Caso Contextualizado


Tema: Capítulo 3 - Conteúdo Digital
Valor: 3 pontos
Av2 - Prova em formato digital
Conteúdo: Capítulo 4 e 5
Valor: 10 pontos

Av3 - Prova em formato digital


Conteúdo: Todo conteúdo da disciplina
Valor: 10 pontos
CLASSIFICAÇÃO DOS TRANSTORNOS
MENTAIS E O CUIDADO INTEGRAL:
OLHANDO ALÉM DA PSICOPATOLOGIA

SEMIOLOGIA PSIQUIÁTRICA: O
EXAME PSÍQUICO E
ENTREVISTA EM SAÚDE MENTAL
A entrevista em saúde mental deve ser
acolhedora, com foco no sujeito e não somente
nos sintomas; o exame psíquico precisa ser
realizado a partir de uma escuta detalhada e não
de forma rígida visando somente o preenchimento
de um documento; a súmula psicopatológica é um
resumo técnico do exame psíquico.
TRANSTORNOS DO HUMOR E PRINCIPAIS
PSICOFÁRMACOS ENVOLVIDOS NO CUIDADO

Síndromes Depressivas
Caracterizam-se por tristeza suficientemente grave ou persistente para
interferir no funcionamento e, muitas vezes, para diminuir o interesse ou
o prazer nas atividades. A causa exata é desconhecida, mas
provavelmente envolve hereditariedade, alterações nos níveis de
neurotransmissores, alteração da função neuroendócrina e fatores
psicossociais. O diagnóstico baseia-se na história. O tratamento
geralmente consiste em medicamentos, psicoterapia ou ambos e,
algumas vezes, eletroconvulsoterapia ou estimulação magnética
transcraniana rápida (EMTr).
Sintomas
Depressão maior ou unipolar:

Humor deprimido durante a maior parte do dia


Diminuição acentuada do interesse ou prazer em todas ou quase todas as
atividades durante a maior parte do dia
Ganho ou perda ponderal significativo (> 5%) ou diminuição ou aumento do
apetite
Insônia (muitas vezes insônia de manutenção do sono) ou hipersonia
Agitação ou atraso psicomotor observado por outros (não autorrelatado)
Fadiga ou perda de energia
Sentimentos de inutilidade ou culpa excessiva ou inapropriada
Capacidade diminuída de pensar, concentrar-se ou indecisão
Pensamentos recorrentes de morte ou suicídio, tentativa de suicídio ou um
plano específico para cometer suicídio
Transtornos de ansiedade, transtorno por uso abusivo de
substâncias ou transtornos de personalidade subjacentes
(personalidade borderline) - Transtornos Persistentes

Baixo apetite ou comer em excesso


Insônia ou hipersonia
Baixa energia ou fadiga
Baixa autoestima
Falta de concentração ou dificuldade em tomar
decisões
Sentimentos de desespero
Especificadores

Depressão maior e transtorno depressivo persistente podem incluir um ou


mais especificadores que descrevem manifestações adicionais durante um
episódio depressivo:
Sofrimento ansioso: pacientes se sentem tensos e extraordinariamente
inquietos; eles têm dificuldade de concentração porque se preocupam ou
temem que algo terrível pode acontecer, ou eles sentem que podem perder
o controle deles mesmos.
Características mistas: pacientes também têm ≥ 3 sintomas de mania ou
hipomaníacos (p. ex., humor elevado, grandiosidade, maior loquacidade do
que o habitual, fuga de ideias, diminuição do sono). Pacientes com esse tipo
de depressão têm maior risco de desenvolver transtorno bipolar.
Melancólico: pacientes perderam o prazer em quase todas as atividades ou
não respondem a estímulos geralmente agradáveis. Eles podem estar
desanimados ou desesperados, sentir culpa excessiva ou inapropriada, ter
despertar matutino precoce, agitação ou retardo psicomotor marcantes e
anorexia ou perda ponderal significante.
Atípico: o humor dos pacientes melhora temporariamente em resposta a
eventos positivos (p. ex., visita de filhos). Eles também têm ≥ 2 dos seguintes:
reação exagerada a críticas ou rejeição percebida, sentimentos de paralisia de
chumbo (sensação pesada ou de peso, geralmente nas extremidades), ganho
de peso ou aumento de apetite e hipersonia.
Psicótico: pacientes têm delírios e/ou alucinações. Delírios muitas vezes
envolvendo ter cometido pecados ou crimes imperdoáveis, de portar
transtornos incuráveis ou vergonhosos ou de ser perseguido. Alucinações
podem ser auditivas (p. ex., ouvir vozes acusatórias ou condenatórias) ou
visuais. Se apenas vozes forem descritas, deve-se ter consideração especial se
as vozes representam alucinações verdadeiras.
Catatônico: pacientes têm retardo psicomotor grave, envolvem-se
em atividade excessiva sem propósito e/ou se isolam; alguns
pacientes fazem caretas e imitam fala (ecolalia) ou movimento
(ecopraxia).
Início no peri-parto: o início ocorre durante a gestação ou até a 4ª
semana após o parto. Características psicóticas podem estar
presentes; infanticídio é frequentemente associado a episódios
psicóticos envolvendo alucinações de comando para matar o
lactente ou delírios de que o recém-nascido está possuído.
Padrão sazonal: os episódios ocorrem em um determinado
momento do ano, na maioria das vezes no outono ou inverno.
Diagnóstico

Critérios clínicos (DSM-5)


Hemograma completo, eletrólitos,
níveis de hormônio tireoestimulante
(thyroid-stimulating hormone, TSH),
vitamina B12 e folato para descartar
enfermidades físicas que provocam
depressão
Tratamento medicamentoso da depressão

Inibidores seletivos de recaptação de serotonina


Moduladores da serotonina (bloqueadores 5-HT2)
Inibidores de recaptação de serotonina e noradrenalina
Inibidor de recaptação de dopamina e noradrenalina
Antidepressivos heterocíclicos
Inibidores da monoaminoxidase (IMAOs)
Antidepressivo melatonérgico
Fármacos do tipo cetamina
TRANSTORNOS DE ANSIEDADE E
PRINCIPAIS PSICOFÁRMACOS
ENVOLVIDOS NO CUIDADO
O medo é uma resposta emocional, física e comportamental
a uma ameaça externa imediatamente reconhecível (p. ex.,
um intruso, um carro descontrolado).
Ansiedade é um estado emocional perturbador e
desconfortável de nervosismo e preocupação; suas causas são
menos claras. A ansiedade está menos ligada com o momento
exato da ameaça; ela pode ser antecipatória, antes da
ameaça, persistir depois que a ameaça cessou, ou ocorrer sem
ameaça identificável. A ansiedade é muitas vezes
acompanhada por alterações físicas e comportamentos
similares àqueles causados pelo medo.
Sinais e sintomas A ansiedade pode surgir subitamente,
dos transtornos como no pânico, ou gradualmente ao
de ansiedade longo de vários minutos, horas ou
dias. A ansiedade pode durar desde
poucos segundos até anos, embora a
duração prolongada seja mais
característica dos transtornos de
ansiedade. A ansiedade varia de
crises pouco perceptíveis até o pânico
intenso. A capacidade de tolerar certo
nível de ansiedade varia de pessoa
para pessoa.
Transtornos de
Ansiedade
Transtorno de Ansiedade Generalizada
Transtorno de Estresse Pós­Traumático
Fobia Específica
Fobia Social
Agorafobia
Transtorno Obsessivo Compulsivo
Transtorno do Pânico
Diagnóstico dos
transtornos de
ansiedade
Exclusão de outras causas
Avaliação da gravidade

Há transtorno de ansiedade e merece


tratamento se o seguinte se aplicar:
Outras causas não foram identificadas.
A ansiedade é muito perturbadora.
A ansiedade interfere no funcionamento.
A ansiedade não cessou espontaneamente
em poucos dias.
Tratamento dos
transtornos de
ansiedade
Psicoterapia específica para
cada transtorno
Fármacos (benzodiazepinas
e/ou inibidores seletivos de
recaptação de serotonina
(ISRS)) - diazepam,
alprazolam, midazolam, etc.
Atenção!!!
O uso prolongado dos benzodiazepínicos (BZD), ultrapassando
períodos de 4 a 6 semanas, pode levar dependência, tolerância e
síndrome de abstinência. No entanto, antes de se considerar a
dependência e tolerância, pura e simples, recomenda-se verificar
se o BDZ não está sendo utilizado como paliativo de uma situação
emocional não resolvida.
Os efeitos adversos comuns no uso prolongado são os déficits
cognitivos (perda de atenção e dificuldade de fixação), fraqueza,
náuseas, vômitos, dores abdominais, diarreia, dores articulares e
torácicas, incontinência urinária, desequilíbrio, pesadelos,
taquicardia, alucinações, hostilidade e alteração do
comportamento, que tendem a se instalar no curso da utilização
desses medicamentos. Observa-se overdose de BZD, entre as
tentativas de suicídio, associados ou não a outras substâncias.
TRANSTORNOS PSICÓTICOS E
PRINCIPAIS PSICOFÁRMACOS
ENVOLVIDOS NO CUIDADO
Uma psicose (ou transtornos psicóticos) é definida como a
incapacidade de distinguir entre a experiência subjectiva e a
realidade externa, ou seja, existe uma perda de contato com a
realidade. Existem vários subtipos de psicoses no entanto, de
uma forma geral, a pessoa que atravessa uma crise psicótica
pode ter alucinações, delírios, mudanças comportamentais e
pensamento confuso. O grau desta perda de contacto com a
realidade depende da intensidade da psicose.
Atenção!
Vamos diferenciar um a um para não
confundirmos!

Alucinações - há uma provocação interna.


1 Ex.: vultos, sombras, vozes de pessoas que
não estão presentes.

Delírios - há uma provocação


2
externa. Ex.: perseguição, ciúmes.

Ilusão - percepção deformada, rebaixamento


3 do nível de consciência. Ex.: sonho, percepção
de algo amargo após comer algo doce.
Principais Transtornos
Psicóticos

Esquizofrenia;
Transtorno Delirante
(Paranoia);
Esquizofrenia Tardia
(Parafrenia);
Psicoses Breves, Reativas ou
Psicogênicas).
Principais Sintomas

Delírios (a pessoa tem


crenças falsas mesmo
quando existe forte evidência
ao contrário);
Alucinações;
Fala desorganizada;
Comportamento muito
desorganizado ou catatônico
(imóvel ou não responsivo).
Diagnóstico

História do exame físico e/ou


testes laboratoriais, indicando
que os delírios e alucinações
são a consequência fisiológica
direta de uma condição
médica geral específica.
Tratamento
O tratamento para psicose deve
ser direcionado pelo psiquiatra e
consiste no uso de medicamentos
antipsicóticos e estabilizadores de
humor como risperidona,
haloperidol, lorazepam ou
carbamazepina.
Um pouco mais de
história...
A partir da década de 50, disseminou-se o
uso de novos medicamentos para o
tratamento das doenças mentais. Em 1952,
os pesquisadores franceses Jean Delay e
Pierre G. Deniker obtiveram sucesso no
tratamento de doenças mentais com uma
nova substância, a clorpromazina.
TRANSTORNOS DE PERSONALIDADE
E PRINCIPAIS PSICOFÁRMACOS
ENVOLVIDOS NO CUIDADO

Os transtornos de personalidade são padrões persistentes e


generalizados no modo de pensar, perceber, reagir e se
relacionar que causam sofrimento significativo à pessoa
e/ou prejudicam sua capacidade funcional.
O médico considera fazer um diagnóstico de transtorno de
personalidade quando a pessoa persistentemente vê a si
mesma e aos outros de maneiras que não condizem com a
realidade ou quando ela continua a agir de modos que
frequentemente têm consequências negativas.
Tipos de
Transtornos de
O grupo A é caracterizado por

Personalidade
parecer estranho ou excêntrico. Ele
inclui os seguintes transtornos de
personalidade, cada um com suas
características distintivas:
Paranoide: desconfiança e
suspeita
Esquizoide: desinteresse em
outras pessoas
Esquizotípico: ideias e
comportamentos estranhos ou
excêntricos
O grupo B é caracterizado por parecer

Tipos de
dramático, emocional ou errático. Ele inclui os
seguintes transtornos de personalidade, cada
Transtornos de um com suas características distintivas:
Personalidade Antissocial: irresponsabilidade social,
desrespeito por outros, falsidade e
manipulação dos outros para ganho pessoal
Limítrofe: Vazio interno, medo de abandono
em relacionamentos, relacionamentos
instáveis, dificuldade de controlar as
emoções e comportamento impulsivo
Histriônico: busca atenção e
comportamento dramático
Narcisista: Necessidade de ser admirado,
falta de empatia e uma opinião exagerada
sobre o próprio valor (a denominada
grandiosidade)
Tipos de
Transtornos de O grupo C é caracterizado por parecer

Personalidade
ansioso ou apreensivo. Ele inclui os
seguintes transtornos de personalidade,
cada um com suas características
distintivas:
Esquiva: evita contato interpessoal
devido ao medo de rejeição
Dependente: submissão e dependência
(devido à necessidade de ser cuidado)
Obsessivo-compulsiva: perfeccionismo,
rigidez e obstinação
Transtorno de
Personalidade
Borderline;
O transtorno de personalidade
borderline é caracterizado por um
padrão generalizado de instabilidade e
hipersensibilidade nos relacionamentos
interpessoais, instabilidade na
autoimagem, flutuações extremas de
humor e impulsividade. O diagnóstico é
por critérios clínicos. O tratamento é
com psicoterapia e fármacos.
Diagnóstico

Para diagnosticar o paciente


com algum transtorno de
personalidade, o especialista
realiza uma avaliação mental e
analisa o histórico médico e a
gravidade dos sintomas do
paciente.
Tratamento

Terapia
Medicamentos:
Anafranil e
Clomipramina
Urgência e Emergência em
Saúde Mental
O manejo da crise e a importancia da rede de atenção
psicossocial
Protocolo de Contenções

Contenção Física
(manual) Contenção Escolta
Contenção Química Isolamento
Mecânica (faixas) (mendicamentos)
“A coragem não é ausência do medo; é
a persistência apesar do medo.”

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