Viktor Frankl - Dar Sentido A Vida
Viktor Frankl - Dar Sentido A Vida
Viktor Frankl - Dar Sentido A Vida
coleção lOGOTERAPIA
2' EDIÇAO
Coleçào LOGOTERAPIA V1k'tor Frankl 0 Uwe Bõschemeyer
Alfried Lãngle o Wolfgang Kretschmer
l. PSICOTERAPIA_ PARA T,ODOS - V1k'tor Frankl Walter Bõckmann o Günter Funke
2. MENTALIZAÇAO E SAUDE - Ells'abeth Lukas
3. EM BUSCA DE SENTLDO - Vlkt'0r Frankl Paul Heinrich Bresser o Elisabeth Lukas
4. A PRESENÇA IxGNORADA DE DEUS - V1k'tor Frankl
5. DAR SAENTIDO A VIDA - Vlários Autorcs
6. ASSISTENÇIA LOGOTERAPEUTICA - Ehsa'beth Lukas
7. PREVENÇAO PSICOLÓGICA - Ehs'abcth Lukas
8. VIVER COM SENTIDO - Alfríed Langl"c
\
Prefácio de
lRMGARD KARWATZKI
Tradu_çáo de
CIP-Brasü. Catalogpçáomahfonlc ANTONIO ESTÊVAO ALLGAYER
Sln'dicato Nacional dos Edilores de leros,' RJ.
Revisâo Técnica de
Dar scntido à Vidaz a logoterapia dc Viktor ankll
Vlktor ankl... [ct al.]; pnfácío de lrmgard Karwatzki; HELGA HINKENICKEL REINHOLD
traduço dc António Pslévño Allgayen Icwsã'o técnica
de Helga Hm'kenickel Rcm'hold. - Pcnópohs', RJz Vousç 2' Edição
São lnopoldq RS: Sm'odal, 1990.
(Colc<áo bgotcmpm')
deução dcz Sínn-voll hcüenz Viktor E. Frankls Logo-
thcmpie.
Dados biográñcos dos autores
B¡'büog¡aña.
lSBN 85.326.0375-0
1. lngotempla'. I. Frankl, Vlhot Emü, 1905 - .
I. Tftuloz A logotcmpia dc Vlkt'or annkL
CDD ~ 150.195 Im
128
CDU - 159.964.26 Petrópolís São Lcopoldo
14132
1992
© Verlag Herder Freíburg un' Brels'gau 1984
Herdcr Frciburg o Bascl 0 Wien
Copidesque
Wagner Brandao'
Diagramação
Daniel SantAn'na OsAutores deste llv'r0 expressam seus
e
Patrícia Florêncio agradecimentos ao Sr. Gerhard Lukas,
organzz'ador do Terceiro Congresso Mundial
de Logoterapia (Untv'emidade de
Regensbwg 1983), pelo seu trabalho
ISBN 3.451.08156-3 (Edição ongm"a1 alcmã) abnegado, sem o qual teria sido imposstv'el
ISBN 85326.0375-0
realüar 0 Congresso, assim como este ltv'ro,
elaborado a partir daspalestras em língua
alema.~
Sumário
Prefácim 9
Imtgard Kaiwatzki
Argumentos eln favor de um onml'smo trágico, 13
thctor Frankl
Fundamentos, diretnzes° e métodos de trabalho da logote-
rapia, 33
Uwe Bõschemeyer
A vlvéncla-do-ser como chave da experiência-de-sentido, 47
Afnl'ed Lãngle
Valor do eu e sentido da vida, 63
Wolfgang Kmtschmer
Sentido na economia e na sociedade, 75
Walter Boc“kmann
Responsabílidade e responsablliza'çâo - Sentido da culpa, 89
Paul Heinrich Bresser
Busca do sentido e capacidade para a paz, 99
Günter Funke
Sobreviver - para quê? Respostas a pcrguntas sobre o des-
tino, 113
Elts'abeth Lukas
Seleta de publicaçoes' sobre logoterapia, 129
....
IRMGARD KARWATZKI
Prefácio
/
à rendição aototah'tar15'mo. São palavras suas: “As coxsas' vão dc mal
__pmx.a' Contudo, 5W,,“_.__._Ma_cnsmesms'
mod1ñ'cá-las, ñcarao
~__p__lores.
amda Otumsta lrágwo , Vlktor
FTnH_r sempre sc sentm na obrígação de ag1r': “_,__krNão
a nas estou
agmf_____(;_'do
de acordo com o uc sou, mas também serci moldado peo
mãwmmeabroàtarcaquw
,
10 11
VIKTOR FRANKL
l. Argumcntos com que se opóem ao advcrsário os scus pxópños atos ou xpñmimambcnoemrnçãqealo ou e gu m emstente no m_un o.
palavras. (N.T.) ara tanto mporta c a cu cm Wute
csse go ou esse alguém e
2. Homcm sofredon (N.T.) mo a a pr pnaW
rcçao. o contrán'o, dcvodelxar' de esTar
,___Fl
14
atento a mun' mesmo, ñcar “atrás", csquecer-me. Devo perdçpme 1982).4 E sabe 0 Icitor o que acontcccu dep015'? Remexcu no bolso,
de v¡s'ta exatamcnte como o olhoz na medida em wnxcngaue
n"o do qual rem'ou o úIUm'o cigarro quc rcservara, e passou a fumaL
5próprio orf~^\o,
enxerga o mundo sntuíw oracle. Se, no cntanto, o Era para nós um sm'a1 dc que dentro de poucos dias cstaña morto.
õlho sc cnxe"rgx”_'Fãlgr_Akar
a sx mcsmo, amos em mnseqüência de uma Antc tals' fatos, quem não se lcmbraña da nova gcração dc
opacidadc das estruturas refratárías (cns'tahn'o e corpo vítreo) ou hojc, a qual, expressü verbu',s considera a si mesma c sc au-
uma hcmorragia m'tema, a v¡s'ão ñcaria pcrturbada, por estar com- todenomm'a “geração sem futuro”? E qucm se surprccnde com o
prometida a transpaxência c, portanto, a captação da unag'em exteb
fato dc os jovcns não adenr'cm apcnas ao cigarro, mas sc tomarem
na
adictos à droga? Facc à mamTesla ausência de sentido c ante um
Ao refleürm'os sobre a exagerada preocupação de uma pcssoa
abissal scntimenlo de falta dc scntido, hojc tão comum,
com a reahza'ção do scu cu, acode-nos à mcntc o bumerangue, quc
aparcntemente há uma única saída possfvclz o mcrgulho na pura
supostamcntc volla ao caçador, o que ocorrc apenas quando este
subjctividadc de meras sensações de felicidade, conformc são trans-
erra o alvo. É exatamcntc o que sucede ao homem centrado em si
mesmo, entreguc à “hiper-reflexão” cm torno dele própn'o, a ponto mitídas pclos tóxicos.
dc perder de ws'ta o sentido que possa tomar sua vida d1gn'a de scr E o senum'ento de ausência dc sentido6 se alastra. Vem
vivída. ___Nav_erd<a4dej o Íhomcmm é,rno fundo, um serrcm busca,_dc aumentando o númcro de pcssoas em busca mfr'utífera de senn'do.
>senüdo. E, se nessa busca for bem sucedido, encontrará lambémrg
A exacerbação do scnüm'ento dc ausência de sentido, em am^bito
felicidadc, porquanto, como já sc cvidenciou, é o sentido o motivo mundiaL pôde ser empkicamente comprovada pclo conteúdo c
para 0 scr-fehz'! __T__¡\J'Entrctanto
vc'a-se f____pbem:
ter rescnte um sentido motivação de toda uma literatura e com o auxílio dos dez tesles
OJÀSOWHaOSÓCW para nós elícidade, mas também nos toppmaatosaraf
logoterápicos de que dls'pomos. Para cilar apenas dons' trabalhos
'o. DISSO caram consW n cs o ex-m ema os c todos que, casualmente, días atrás, manusceiz “... of forty consecutíve
WWS campos dc concentraçao e os ri§”_'_d_-'_Hloncuosegucrra,e
paticns applymg' for thcrapy at a psychiatric outpatient clmi'c, 30
Auscmtzatslamgrao. Ceteris panu,sascnccs de perccnt had some major problem m'volvm'g meanm'g as adjudged
sMobrcúvênáa dc ndiam da orícntação para um semthamUa
from self-ratmgs', therapls'ts, or m"dcpcndcnt judges”7 (Irvm'g D.
Yalom, Ens'tential Psychothcrapy, Basic Books, New York, 1980).
W ra,_____
lá fora, Wuan o, num uro mcc o rücu crasse a rda- '\ Poucos dias depoxs' tive cm mãos uma estatíslica, scgundo a quaL a
e. Se, ao m'vês >o',“na'“ a'0“u'”n1ngu""ê'mis›ur'glss'c em seu honzonte
m11h'ares de quüômetros para o lestc, com apenas 1% dc d1f'erença
corqmo causa motivadora da sobrevivência, não mals' havcndo um
para-quc-sobrevivcr, nem a v1$'ão dc um futuro como razão suñ- ÀtidoRews'ta, “Profil”, 149 ano, n° 15). Nos rcspectívos países as
ciente para tudo suportar se lhc dcparase, o quadro sería cstez “Um
rpcssoas de um modo gcral possuem o suñciente para viver, mal
d1a' ñcou cle deitado no barraco e nada lograva 1n'duzi-lo a vestnr'-sc,
sabcndo, todavia, para o quc valeria a pena viver. E ali onde,
1r' ao banhcüo e comparecer no lugar de chamada. Nada produzia
efeito sobre ele, nada o assustava. Nem súplicas nem amcaçag ncm
4. Obra traduzída para o ponugués por W.0. Schlupp c C.C. Aveline sob o
vergasladas. Tudo cm vão. Snm'plesmente permanecia deitado, mal
tftuloz Em busca de scntido - Um psicólogo no Campo de concentração. Pono
se movendo. E quando a cns'c provmh'a de doença, também se Alcgtc/ São Lcopoldq Sulm'a/Sinoda.l, l987. (N.T.)
rccusava a u" ao ambulatório ou a cmprcendCr o quc qucr quc fossc
5. Oom palavras catcgón'cas, cxpmssamcntc. (N.T.)
em scu bcncfício. chdera-se totalmentd Ficava dcitado em suas
6. 0 scntimento dc ausência dc scntido surge na forma de lédio c indifcrcnça
própn°as fczes c unn'a, nada mais lhc 1m'portando” (V1kt'or E. O Iédio se dcñnc como carench dc m'tercsc, nomdamcmc dc imercssc no mundo,
FrankL... trotzdem ja zum Leben Sagen, Em' Psychologe erlebt das ao passo que a indiferença pode ser deñmda como carencia dc iniciatM c. pons'. dc
Konzentrationslager, Munique Dcutscher Taschen-buch Verlag, im'ma'l¡va' frcntc ao mundo, no scmido dc nclc opcrar mudanças.
7. dc 40 pacicntcs consecutivos solícitando tcrapia num ambulatóño
psiquíátn'co, 30% aprcsentavam um pmblcma rclcvantc com mlaçào ao sentido,
3. Picando igua¡.s' as dcmais colsas', |s'to é. sem que haja modiñcação de oumls oonformc venñ'cado através dc auto-avaliago, avaliaçáo de lcrapeutas ou jufzcs
caractcrtsticas (N.T.) m'dcpcndcmcs. (N.T.)
16 17
m't1m'amentc rclacionada com a cns'e econômíca mund131,' a pre- pertenccrlgos qmnze',pm Vcento dors quc efctivamenytrç cxccuwtam or
mlssa' por pnm'en"o mcncíonada- prospcñdade matcnal'- perdc em * frazbalho a__qc
o uc f_arão os dcm_als' com o___~po__s'eru
tcm livrc -_g_çgm_g
relevan^c1a,' o dcpauperamento cns'tcncíal - a prcmlssa' mencionada LJTÍW e scntido dc surarrv1_'da?'”'No quc tangc à aposentadoria
por últ1m'o ganha em 1m'porlan^cia, na medida em quc a cns'e pantccnacwcn'cía*-serela não menos problcmática sob o aspccto
cconômica gcra desemprcgo. A falta dc trabalho exaccrba am'da psiquiátríca A cns'e dos quc se aposentam aos 65 anos dc idade já
mals' o sentlm'ento de ausência de sentido. nos dá bastante que fazer, de modo particular na sociedade dc
Sabc-se que há meio século também houve uma crisc produção, à qual pcrtcnccmos, c quc tcm como conscqüéncía a
econômica mundial, tendo por conscqüência desemprego cm idolatria da juventudc. Elea çnsr'e, por sua vcz, traz em scu bojo o
massa. Naqucle tcmpo fui cncarrcgado do atendxm°cnto dos jovcns scnüm'ento de ausência dc sentido daqueles quc se têm por m'útc¡s'.
dcsempregados, na área de psiqlu'atna,' sob os auspícios de uma E aumenta o senum°cnto dc mf'crioridadc dos que sejulgam atkados
campanha denominada “Juvcntudc cm Pcrigo”, lançada pcla ao ferro velho.
Cam^ara Vienensc de Trabalho. Regls'trci as cxpcriências que pudc Teccmos comentários sobre uma depressão que tem on'gem
então colhcr na rcv15'ta Sou'alarzt"1iche Rundschau, cm 1933, há na sítuação sócio-cconômica do “pacicntc”. Aio lgdgdcsúemts',
cxatamenlc 50 anos. rMoaumaléumaavedepressaQAhlpótew.Edcscrcwocdesxclcomoned'"c Wdaderwmad'ms§n de esn"^' e am'da, afassm
desemprego, CUFTLWjO pon o crucxal é uma ave depressão. A e da de ' n ó e procedendo cstar_últim__a_d“_ard1m#_ç'nsão
ílJl
mcormci m'cava ser t dcpressão onun e uma dupla bloq ca. Ochhento dc ausênaa dc se 'd1f'cre de uma e
w L UJ
pscudo-idennñ'cação. Oidcsoçupadowé propçnsnoñq dlze_n'r7a751gçsm'mnz Hííutraf Tal'sonm'cnlo, causao pea vida semsenítídõfém_si
' “\Estou sem triabalho; portanto, sou m°únlf e, co,,ns,,cqücntc¡ncnte, mesmogànão conñgura docnça psíquica, e sun' cxprcssão dc maturi~
J mthaÍvidaÍ não tem sentido”. Tal m'terpretação fo¡,' por ass¡m' d1zc'r, dade cspm"tual. A nova gcração, cm cspeciaL ousa não apenas
conñrmada ex íuvantibussz tão logo eu conseguia para os respcctivos m'dagar accrca de um scntido, mas outrossm' o questiona c
jovens alguma tarefa, não remuncrada, porém plena de scntido para sobretudo sc opoe' a ser sujeito passívo da lradição. Isto faz com quc
eles, quer em orgamza'ção de juventude, quer em escola superior o nível de frustração cxxs'tencial c, po¡s', dc frustração daquüo que
popular, ou cm biblioteca pública, o dcsapaream'enlo da depressão na logotcrapia designamos como “vonlade de scntido” scja particu-
cra axiomáticq por ma15' que o cstômago “resmungassc” de fome, larmcnte elcvado cntre osjovens (conformc a Sociedade Can'tas, “é
antes como dcpons'. Rcleva observar que nos anos trm'ta desemprego de 42 o percentual dc jovens que consideram a vída destituída de
e estômago vazio am'da eram rcalidades concomitantcs. Convém scntido”). Assun' sendo, não admka quc o sennm'ento dc ausência
ms'Ls't1rm'os neste ponto: vcnñ'cava-se que o desemprego em si levava de scnlido se sed1m'ente na forma de uma síndrome dc neurosc de
à neurosc em escala muito menor do quc o scnnm'ento dc ausênch massa, observável em cspecial entre osjovcns. Um motons'ta de táxi
de sentido. E, para obviar a isso, a rede de seguros do Estado de norte-americano certa vez me deu a fórmulaz “__Eles sc _Hm_alWVam a si
bcm-cstar socíal também não era suñdcntc, po¡s', para tanto, sua mgsmforsJVmamtamse cntrc s¡,' mg'crcm drogas.” Ao m'vés dcsta duzna"$ ' '
cstrutura apresentava malhas demasm'do largas. O homem não vive de palavras, poderia ter usado apenas cstas trêsz “depr_e__ssrãg_ -
só de seguro-desemprego... ãELSSãO - toxicomania”. “Matar-se a si mcsmo”, oomemr smdio,
Contra o desemprego se tem recomendado, entre outras c um modõchr on'gm'a-se de uma dcprcssa'o, a quc subjaz, de
mcdidas, a redução das horas de trabalho. Mas também ncsla modo particular, um senl1m'ento de ausêncía dc sentído. Nwão qucro
problemática, as mcdidas de ordcm sócio-cconômica não podem com isto singlcar quc todo suicídio tenha sido du'clamcntc
prescm'd1r' da abordagem psiconoélíca. Não foi sem fundamcnto motívadoipofum scnt1m'cnto de ausência de sentido. Mas sou de
quc o amcn'cano Jerry MandeL anUg'o aluno mcu, perguntavaz “Se, op1n1"rãko, 1s'to sxm,' que o suicídio tcria sido cvitaidorse o respectivo
graças à tccnolrogizg chcgarmolswag pwornto dgprover as ndcr_m77aí_d_as_Tc!' sujeito houvcssefwnhcmmçüd"n_l0 de _aLgro› cormo um' ,*_
_ ._*,A Sentido em
._..__,,
todria a nação com apenras q_u1nze' por cento da mão-de-obra ameri- Ww.0 conhcc1m'cn[0 dc um sentido para vivcr não possw
vcana atuaL do¡s' problemas teremos de enfrentaxz Quem deverá apenas relevan^cia terapêutica espectñ'ca, conñrmada, aliás, por
nossas experiêncías de logotcrapia, mas também se revastc de
relevan^cia global proñlática. Já que estamos fazendo alusão à
8. Em vinude da ajuda. (N.T.)
18
vvví 1
.,,L>~›'
' /
proñlaxia do suicídio c às providências preventivas pernn'cntcs, acampamcnto dc cscotcu'os. Lograram cstcs dcscncadear agrcssocs'
permito-me assm'alar quc “o psicólogo cducacional do Consclho dc grupo através dc competições esportivas. Notc-sc quc o csportc
Municipal dc Educação de Viena rclatou o segum'te cxpenm°ento não é a ____g;calarsl modema, à qual se atn'bui a cñcácia dc canahzar' c
efctivado na Suíçaz Num dos canlõcs, os meios de comum'cação de sublun'ar os “potcncials' agressivos”. Considcro o csportc mlúlo mals'
massa, por conscnso, delxar'am dc transmíur°, pelo período dc um a ascesc sccular, quc obng'a o homem ñsicamcnte “subdcsañado” a
ano, qualqucr notícia sobrc suicídios. Com tal providência caiu 0 '”e'›ng1rMIVÍc' si mcsmo um dcscmpenho, am'da quc scja apcnas um
percentual dc suicídios no rcfcñdo cantão para a déc1m'a partc do “dcscmpcnho de rcnúncia”. 0 csporlc pcrtencc ao “que-devc-ser-
total venfl'cado nos anos antcriores” (Die Presse, 14-15, II, 1981, pág. salvo", que, segundo Ho"lderhn,' “crcscc ali onde o pcn'go ameaça”
5). Dez por ccntol Pcrgunto-mc quem dos rcsponsávcb pcla comu- (desdc quc a “chuva ácida” am'da não afete tal cresc¡m'ento).
nicação dc massa (a mídia) eslará dls'poslo a assumu' a respon- Aquclçsi quçgtômr prcguiça de,,çam1nhar' culúvamnpnlãokVojpginxñ
sab1h"dacle pelos 90 por ccnlo dc suicídios que teriam sido cvitados
ãuan_”d,°_2as§mas ma1s' mus_c.ul,os,asjá nã0.p.o_L_,-_anzam'r_a_at§_nçã_0_dc
sc não se lhes livcssc dado tanto dcstaquc... mn>"gu'ém, rcco_rrem àc arcróbica mals' scnsual.
Dcnx'emos dc lado, no entanto, a problemálica da prcvenção Mas volvamos ao cxpenm'cnto dc Carolyne Wood Sher1f'. Num
para voltar-nos à árca dos questionamcntos que dlze'm respeito à único momcnto as agrcssões foram como que vam'das do campo.
m'tervenção. Como proccdcr, cm dado caso, facc à reaüdade con- Tal ocorreu quando os grupos antagônicos tiveram dc cmpregar
crcta7 Se mc solicitarcm a rcsposla, podcrcí fundamentá-la em duas esforços conjuntos para reporcm em condições dc uso uma carreta
experiências difcrentesz na minha colaboração com o Posto dcstmada ao transporte de ahm'entos para o acampamento, atolada,
Vienense de Atendímenlo aos Cansados da Vida (erner em conseqüência de um temporaL na lama da tastracla1 NArcnucga 7a
Lebenxmüdestelle), cn°ado c dmg1"'do durantc dcz anos (alé 1938) uma tarcfa os umr'a - c as agressões h'l7c7ralm___eínte foram esquec1_'d_as.r
por W11h'elm Bõrner - praticamcnte se trala da pr1m'clr'a ms'tituição ñtreraõí drlxair em suspcnso um qucstionamcntoz seria
do gênero! - e, além dnsso', nos quatro anos cm que, como médico dcmasiadamente ousado exlrapolar do fato c perguntar sc a única
novo, atuei no grandc Hospital Psiquiálrico da Cidade dc Vicna, chancc c sobrcvivência da humam'dade não estan'a precxs'amenle a
ondc eu atcndia o pavúh'ão das pacientcs m'temadas após tercm dependcr do enconlro dc uma tarefa comum para todos os povos?
tentado o sm'cídio. Pclos mcus cálculos, aproxnm'adamcntc 12.000
Mas vejamos o terccu'o aspectoda tríade da ncurose de massa,
“casos”, ou dcstm'os, passaram por m1nh'as mãos ncsscs quatro anos,
a “to›dcomam'a'L/Quls'cra ma15' uma vez poupar o lcitor do cansativo
o tcmpo suñcicnte para reumr' SIgmñ"cau'vo accrvo de cxpcn'ências...
Wc '/da'dos estaüs'ticos. Não posso, todavia, om1'l1r'-mc dc
Costumo rcportar-mc ãquclas cxpcriências scmprc quc mc dcparo
relatar-lhes os resultados de dons' testes. Annemarie von Forslmeyer
com pacicntes propcnsos ao suicídio. Ora, tem sc cvidenciado que,
pôde constatar, em 90 por cento dos casos dc alcoohs'mo por ela
mesmo em siluações aparentcmcnte sem nenhuma saída, añnal
examm'ados, que osrespectivos sujeitos padeciam dc um scnüm'enlo
surge uma solução, uma resposta, um sentído, por mms° que ls't0
s¡gmñ"cativamcntc profundo dc ausência de senlid0. E, scgundo
demorc cm tcrmos dc tcmpo. Quem me podc garannr', pcrgunto cu,
Stanley Krippner, quasc 100 por ccnto dos toxicômanos
sc no meu caso não sucedcrá lss'o e também para m1m' um dia não
psiquiatricamente examinados por ele, que1x'avam-sc de não
aponte um senlido quc há muílo tcmpo cu não lcria ousado admiur'?
havercm conseguido cncontrar scntido algum em sua vida.
Algum dia...! Mas para quc acontcça essc dia cu prccxs'o viver,
conservar-me vivo para ele. A responsabmdade para tanto, essa cu Talvcz deva eu acrescentar que também os esforços pela
a carrcgo com1g'o hoje e ela já não mc larga mms'. reabtl1"tação de pacientes lornados cnmm"osos em conseqüêncía da
droga lograxão êxito apreciávcl quanto aos resultados, uma vez que
Rclaüvament_c ao scgundo aspccto da tríadc dc ncurose dc se tenha prcsente a problcmática fundamental do scnlido e se
massa, a “agrcssão”, ao m'vés de apresentar resullados de pcsqmsas' proccda levando em conta tal realidadc. Os logoterapeutas norlc-
cstatíslicas rçfcrentcs ao sent1m'ento de ausência dc sentido, pcr- amcn°canos Loms° S. barbcr c Alvm' R. Frals'er puderam comprovar
mito-me cóntar uma anedota, que mc foi transmitida pcla socióloga uma cota dc 87 por ccnto dc êxilo com delm'qu'cntcs juvems' e de 40
nortc-amcn'cana Carolyne Wood Shcnf'. Consegmr'a ela m'troduz1r' por ccnto com adictos à droga (Logothcrapy m' Acu'on, editado por
dls'crctamcnte, com v¡s'tas a um expenm'ento, jovens psícólogos num
21
Joscph V. Fabry, Rcuvcn P. Bulka, and Wúh"am S. Sahakion, New um ponto (souj7eur), que sugcre a dkeção cm que dcvemos movcr-
York, 1979). Apanhci a csmo alguns excmplos. nos, a du'cção cm que devcmos avançar para lermos accsso à
Isto quanto à procura dc um sentido. O que dlzc'r, entrctanto, possiblh”dade de um sentído, cuja concrcuza'ção de nós é cngl"da por
sobre o senüdo cm si mesmo? E como, cnfim, scrá possível determmada situação. A lal situação dcvercmog porém, aplicax
encontrá-lo? Scja-mc pcrmitido observar, prchnun"armcnte, que ao sempre um determinado parâmetro, qual seja, uma escala de
se falar de sentido cm logolerapía, sempre sc quer s¡gmñ"car o valorcs. No cntanto, os valores pelos quaxs' cla é aferida cncontram-
sentido concrcto, latenlc na siruação com que se confronta uma se ancorados em camada tão profunda de nós mcsznos, que não nos
pcssoa concreta. É um sentido em potenciaL o que vcm a sngmñ"car é possích sob pcna de Uau'-nos a nós mcsmos, dcnxar' de segm'-los.
que sempre se encontra na expectativa de ser atuahza'do - cxata- São valores pelos quais sequer podcmos decidir~nos, e isto
mcntc pcla pessoa à qual “d12' rcspeito”, que clc “ocupa" c que ouvc s1m'plcsmcnle pclo fato de que scmpre nós “somos" esses valores!
o “apelo” dele provem'cntc. Ao lado do sentido concreto cxxs'te E não tcmos dúvida cm admitu' que com esla nossa hipólese nos
aprox1m'amos do conceito de um a priori biológico, no sentido
cvidcntemcnte também um sentido abrangente. No cntanto, valc a
regra dc que o sentido, quanto mals' abrangentc for, tanto menos explicilado por Konrad Lorcnz. De qualqucr modo não sc podc
m'tel¡gí'vcl scrá. Não é por acaso que se fala também num sentido denxar' de admitü que a autocomprecnsão axiológica pré-reñexiva,
“úll:¡m'o". Ocorrc que o senüdo concrelo de uma situação concrcta, como dcscjaríamos denominá-la, scja biologicamcntc sub-
relativamentc a esse sentido-ñnal, se comporla como uma unag'cm estruturada e mesmo preconstituída.
Is'olada relativamente ao ñlmc m°teu"o: comcçamos a ver mans' claro A partk desta autocompreensão - e desde que a preserve -
o senlido do ñlme apcnas quando nos aprox1m'amos do “happy end". sabe o homcm cnconlrar também os cammh'os que o conduzem a
Mas tal succde somente se antcriormente lograrmos “acompanhar” um valor. Não é, po¡s', neccssárío que lhe dcmos uma rcccita para
o scntido de cada ccna em paru'cular, alé chegarmos a esse ponto tal ñnL Dc modo algum o scntido poderá ser prescn'to. Ncm sena'
ñnaL A551m,' por um lado, teremos dc estar atentos e, por outto possívcl fazê-lo. Contudo, pode muito bem ser descrita a maneüa
lado, ser capazes de esperar, no c1n'ema, até o ñm da projeção - c, como, a partü de si mesmo, possa o homem enconUar senlido.
na vida, até a “hora de nossa mortc”. Efctivamenle se nos dcparam, por assnm' dxzc'r, três caminhos
pnn'cipals' para chegarmos ao encontro dc um scmidoz em pnm'eu"o
No cnlanlo, no que concerne ao sentido que a logotcraph tem
lugar, enquanto ñzennos algo, reahzarm'os uma ação ou criarmos
em mu'a, o sentido concreto, qual seja, o sentido peculiar a cada
situação em sí mesma - a este chegaremos por via dc um processo uma obra; em segundo lugar, se expericncíannos algo, seja natureza
ou arte, algo, d1g'o eu, ou alguém E expcñenciax alguém em pr0-
de descobcrta dc sentido, o qual pode ser locahza'do a meio termo
flmdidade, até 0 am^ago do scu ser um"co e smgu1'ar, sngmñ'°ca amá~lo.
cntrc uma cxpcn'ência-surprcsa (Ahn-Er1ebm's)_, no sentido que lhe
Em oquas palavras, o sentido podc scr cnoonlrado pela via regia
deu Karl Buhl"er, e uma pcrccpgáo gestáltica (Gestaltwahmeh-
activa, assxm' como pcla Via regia contemplativm Por últ1m'o, no
mung), no scntido explicitado por Max Wertheun'er: rcpcnün'a-
mente emergc um sentido dianle do nosso olhaL Todavia, não sc cnlanto, nos é dado conslatar que podemos cnconuar senlido não
apcnas - para formularmos de modo bastante elementar - no
trala aI de ver uma “ñg'ura” que percebemos como que projetada
de um “fundo”, mas, contranam'cntc àpercepção gestáltíca, no caso trabalho e no amor. Podemos cnconlrá-lo mesmo ali onde nos
tornamos v1't1m'a dc uma sxtuaçao sem csperança, dc uma 51 uaçao
da perccpção do scntido cslá em jogo a descoberta ms'tantan^ea dc
uma possx'bú1"dade no fundo da realídade e está efelivamentc em Wnao oemos tcrar, na qw apcnas nos é facultado nosso
próprío posicionamcnlo frentàl_-f__TTc a ca c a nós me_smos, e moo lal
jogo a possibmdade dc alterar a reah'dade, tão logo ls'to seja neccs-
sário c cnquanto Is'to for possíveL Éñwâquuq so o aspecto humano, possamosamadurecer, cre_uIE'scer,a-
mís,1:¡íLsJêpd__ñ_l_"'_assar-,esamanc1ra, dar__dã_lestemunhomalsTumf_d-'anac
No que respcita à clanfi'caga"o do proccsso de dcscobcrta do oas capadmesumaWñqueâ E a caaae e Uansmuar
sentido, Charlotte Buhl"er optou pcla via do cstudo comparatívo dc m tragapessocmo.
maleñal biográñco. Dnr°ia eu quc, a par dlss'o, ems'te lambém uma
abordagcm biológica. Se pamrm'os do pressuposlo de que a cons- Graças a esta lerceüa poss¡'b1h"dade - a dc encontrar scntido
ciência é uma espécie dc órgão do sentido, assemelha-sc ela a até mesmo no sofnm'ento - o scnüdo polencial da vida é m'condício-
naL Vlr'tualmentc, a vida 6 plena de sentido sob qualquer condição
e em todas as cücunsta^ncias, a1n'da as mms' last1m'áve¡s'. Dados
estatísticos de pesqms'a cmpín°ca, o__btidos com base nos 10 testes
psicológico lanto mans' comprcensivo. wfnmçmu86i'
cresc1m'ento q____ç§_[g___Lue
alcani ria sido 1m'ossívcl”.
Slgmñ"caria Iss'o que o sofnm'cnlo scja nccessário para o an-
ÍWL
logotcrapêulicos (V1k't0r E. FrankL Arzlliche Seelsorge, Vicna, 1982, contro de senlido? Admiti-lo sen'a cometer grotesco equívoco.
pág. Z$4), fomcccram prova dc que o homem possui realmcnte Longe dc xmm° añrmar que o sofr1m'cnlo scja ncccssário. O que
condíçõcs dc encontrar scntido 1n'dcpendentemcmc dc sua idcnti- prelcndo dlze'r é que, apesar do sofnm'ento, é possível o enconlro
dadc sexuaL de sua idadc, dc scu quocicnte m'telectual, dc seu grau de sentido ~ contanto que o sofnm'ento scja m'evitávcl, valc dzzc'r,
de formação, da estrutura dc seu carátcr, do meio ambiente, de ser que a causa do sofnm'enlo não possa ser rcmcdiada c afastada, qucr
ou não ser religioso e, sendo-0, da conñssão de que faz partc (V1k'lor sc tratc de uma causa biológíca, qucr psicológjca ou socíológica.
E. FrankL Die Sinnfrage in der Psychotherapie, Munique, 1981, pág.
Quando um caxcm'oma é opcráveL é óbvio que o pacícntc deverá
63). scr operado. Ouando um pacicnle vem ao nosso consultório com
No que especnalm'ente conccme à possibmdadc de “exu'a1r'” uma ncurose, naturalmente farcmos o possívcl para libcrlá-lo da
do própño sofnm'enlo uma ccnlelha de scntido, dxs'poc'-se, oulros- ncurose. E sc ocorrcssc estar doenle a sociedade, pamrí'amos, tão
sun,' de um cstudo empíricoz Nada mcnos que 61% dos anug'os logo e cnquanto lss'o fossc possích para uma ação política.
soldados exammados na Univcrsidadc dc Yale, que havmm' sido Tcnhamos como prm'cípio que, antcs do mans', 1m'porla atmglr"
pns"oneu"os de guerra no Viemam, rcconhcccram quc, apcsar da
e afastar a causa dc um sofnm'cnto. Em suma, a prioridade pertcnce
t0rtura, doença, subahm'entação e 1s'olamento em cela m'divídual,
à ação concrcla. Só no caso em que nada maJs' se possa “fazcr”, pelo
“t1r'aram provcilo" da situação em tcrmos humanos. Deveras,
lJ
menos de un°ediato, exclusivamente nesse caso o sofnm'ento produz
havendo“crcsdd0"mt'en°'rmcnte› uma poss¡'b111”dadc dc scntido. Esta, porém, é a possn'b111"dade mans'
m'--_~_&í_aduros”
(W.H. Sledgc, .I.A.oydstun,_ñC|"R_b.__q#F;T_E
c . a e, Arch. Gcn.
-~
Talvez me seja pcrmitido cumpnr' mmh'a promcssa e explicar- excclsitudc na ordcm hierárquica dos valorcs podc ser empm"ca-
lhes os argumenla ad hominem. Por um quarto de século fui presi- mcnte provada. O Institulo IMAS descobriu quem, na op1m"ão dos
dente do departarncnlo neurológico de um hospital público e se me austríacos, é merecedor do respeito no grau maJs' elevado. N_ãoeram
~›gz;›-~
pacícntes com moléshas' agudas ou crônícas conñguravam c cnfren~ eram aras amosos ou cspoáFWtascowosOápwcda hicrar-
tavam o scu dcstm'o m'dm"velmenle grave - rapazes quepouco antcs me ocupao poromens que ommam umístunoaveW
de scrcm m'lernados “cspocavam” pelas ruas com suas Yamahas e MMTLpoWr
aueesucse em nÀm através dc grandes sacnf'ícios pes-
moças que am'da no sábado anterior havm'm passado a noite Wm em avor e oquas ssoas'_1_51____,-F_*udmpeaaspor
dançando numa dls'cotcca. Mas sobrc cste assunto scrá prefcrívcl cenooscncwstaos.Echrry ng os d01$' elementos sc
rcportar-nos a Jerry Long, o quaL devido a um acidente dc mergu- conjugam: sob a mfl'uência de uxn documentário ñlmado, que a
lho, ñcou paralítico nas quatro eercmídadcs do corp0. Conscgue telcwsa"o texana lhc dcdícou, uma scnhora, decidida a cometcr
ele escrevcr à máquma med1an'le um bastonete preso cntre os suicídio, 1m'ediala¡nentc antcs da execução do ato plancjado, guar-
dentes. Alguns anos atrás escreveu-me uma carta, lá dc sua temnh'a dou a p¡s'lola. Não sc pode olvidar que lambém exxs'tem reaçoes'
tcxana, da qual mc pcrmito transcrcvcr eslc tópicoz “Qucbrcí o psicológicas em cadeia. E não é somente válido o ditado de que
pgmm íAJmas lsso' não me uebrou. Ao contrário, mmh'_'Ta vi_ Deus ajuda a quem se ajuda, como não é menos procedente dnze'r-se
que ajuda também aos outros, mcsmo sem sabê-lo, aquelc que se
a____p_ül___cSWo
suzoogxa~ Mantcnho contalo com a Um°vcrsidade através ajuda a si mesmo.
c um apareo espccial de telewsa"o, de sorte que posso ouvu' as Isto sobrc o pnm'c1r'o aspecto da tríadc trágica - o sofnm'ento.
prclcçocs', participar de sem1n'án'os c até prcslax cxames. Estou D1g'amos algo sobre o segundo aspccto - a culpa. Scmpre me tem
oonvicto de que o meu 1m'ped1m'ento me tornará um consclheko
fasc1n'ado um conccito teológico denom1na'do mysterium m'iquira-
us'9. Mesmo antc o pcng'o dc fazcr düetanüsm°o tcológico, prcñro Certa vez üuslrci o alcancc da capacidadc humana de trans-
ofereccr-lhes a mmh'a m'lerprelação pessoaL No meu entender, a oender sua própria culpa c a sí mesmo, aprcsenlando um caso bcm
exprcssão sugerc quc um dcln'o, um ato crmnn"050, em ms'lan^c1a' concreto, o do cntão chamado “assassm'o dc massa dc Stcmh'oP'
(Franz Kreuzer tm' Gesprãch mit Vxlaor E. Frankl, Vicna, 1982, pág.
últnn'a, 6 m15'ten'oso, porquanlo ncle remancscc m'variavelmcnlc um
81). O caso é rcptcscntativo dc muitos outros e dcvcria lembrar-nos
resto quc dcsafia a nossa propensão de m'vesug'ar as causas. Não
dc quc o homem não “tcrá dc scr de uma vez para scmpre assm' e
conscgmrí'amos aprccnder csse rcslo na tessitura dc causas c cfcitos
não de outro modo”, mas “semprc pode tomar-sc d1f'crenle”m. E
cm quc a culpa sc dlss'ipana,' dc modo a não estarmos maxs' lidando negar-lhc tal capacidadc de ser - am'da que tenha cometido cnm'c
com um agcntc humano, capaz de tcr culpa, mas s¡m'plcsmenle com - 1mp1icana' cm “cnm'c” dc nossa parte. _________L_____LçScr-homcm
rec15'amcn
uma máqtúna ncccssitada de concerto. Com Iss'o, no enlanto, mewswlcadem"“ verci fazcr dc mnn mcsmo.~nBLE
Ls'torsua
lcríamos dcspojado o sujeito de sua d1gm"dade humana, uma vez que erg sngmñca assumu' a responsa c o que tco fcito dc
lhe negamos caraclerísticas dc ser humano, notadamcnle a liber- (_____§§Qm1m
mo. egue-se e uo lsto ser mjusto, e maz qucm Ja
dade e a rcsponsabnh"dade. E ns'to o cnmm"oso sente c dxs'ceme com c até condcna com base em clcmcnlos biológicos (hcreditariedadc
muíta clarcza. Acontcce cntão quc ele, antc os csforços de c também nacionalidade), psicológioos (cducação e formação) e
psicólogos no scntido de auibuk o dclito a ¡s'to ou aqml'o, ou sociológicos (rcalidadc social c econômica), mas não com basc
relacioná-lo com esta ou aquela causa, rcage com sarcasmo. Es- naquüo que ele tenha feílo dcsses elemcntos.
creveu~mc o Número 87.084 dc uma casa dc corrcção de Ilhn'o¡s': “O A propósito da naa°onah'dade, se é de culpa que se prctende
crlmm"oso não tem ncnhuma oporlunidadc de fazcr-se com- tratar, convém fazermos referência à a551m' chamada culpa coletiva.
prccndido. A única c cxclusiva cmsa' quc lhe é oferccida é um Não qucro repetk os argumentos quc cm 1947 uuhze"i no contexto
sorUm'cnto de evasivas à sua escolha. Culpada é a socicdade, e, em da mmh'a crítica à idéia dc uma culpa colctiva (V1k'tor E. FrankL Der
Wílle zum Smn', Bemay 1982, pág. 96 e scgmn'tcs). L1m1"tar-me-ei a
muílos casos, a culpa até mesmo é desviada para a víum'a". Isto
m'dicar lruques dídáticos nccessários dc vcz em quando para
s¡gn¡ñ"ca quc o cnmm"050 não poderá comar com uma verdadeu'a
afrontar-se a demagogia barata que nesse campo se costuma
comprccnsão. praticaL Um d1a,' por ocasião de um coquetcL em Little Rock,
Os cnm1n"osos dc alla pen'culosidadc, aos qums,' a convite do Alabama, a dona da casa dmg1"'u-se a m1m' com a pergunta mordaz
düelor do fam1g'erado presídio de San Qucntm' (perto dc São de como conscguia eu cscrcvcr a maior parte dc meus livros em
Franasoo') - ondc cont1n'ua ems'tm'do uma cam^ara de gás -, tive alcmão - “na língua de Adolfo Hitlcr”. Alo conlínuo, pcdi
cnsejo dc falar, reag1r'am dc modo d1f'crente, quando lhes cxpliquci permlssa"o para daI uma olhada em sua cozmha'. E ali concentrei
0 scgum'le: “Os senhorcs são scres humanos cxalamenle como eu, meu m'teresse nos talheres. “O que”, exclamei eu, ñngm'do-me
e, como ggf Tm c resnsávels'. Uuhzar"am a 'berdadc para 1n'd1gn'ado, “a senhora am'da usa facas? Não reflcüu alguma vez
cometcr uma ms"cnsatez, um cnm'e, para_'Ê_H_NSC
tornaxem cpao.são sobrc os muitos assassm'os que malaram suas vítunas° com facas?”
immaãnaresdgarí Não foi ncccssário aduzu' oulros argumenlos.
WI_°SJ__Lp_Lemr-'mra
í_____J_p\pcrcscerem
acnma' e além da ró na° cul a? Conhcccmai Estártua da Rcsta-mc comentar o tcrcc1r'o aspccto da ma'de trágica,
bcrdade. Ela se cnconlra na costa lestc do scu pa15'. Que tal a idéla' dep01s' das referênmas' feitas ao sofnm'cnto e à culpa. É o aspecto
de se erguer na costa oeste uma Estátua da Responsablh"dadc?” Até
hojc a1n'da não foi cng1"da cssa eslátua. Mas o quc eu qms' cxprcssar 10. É cvídente quc a ajuda mcípmca, a quc se deve o éxito de dwe^xsos grupos
elcs o “comprccnderam” e Is'to comprovadamente (Joseph B. Fabry, dc aulo~ajuda, também multiplique as chanccs dc mudança, dc apnm'oramcnto do
Das Rm'gen um Sm'n, Freiburg un' Brels'gau, 1980, pág. 36). sujeito. Tenho dmn'lc dc num' a cana quc Frankl E. mc cscrcvcu, quando ainda sc
encontnva numa casa dc comção na Hóúda1 scndo o “Númcm" 020670. Dc seu
escñto vou citar esta passagcmz “Pmmovi aqui um grupo dc logolcraph para amxgos'
delm'qu'cntcs. Consta dc 27 pcssoas, c os novos sc mantem dmantes do presfdio por
9. Na m'terprclaçáo logotenpeutica, cquwal'c ao coneeito dc “libcrdadc da motivo de soh'dan'eaa'dc com os anu'gos. Só um se tomou rem'cideme, c lambém cste
vonlade": em ul'uma' mstân'cna.' nossas deasóes' são lNres' e m'cxplicávc¡s'. (N.T.) cstá novamcmc em h'bcrdadc.” lmitemos o autor da caml
27
dcnomm°ado mortc. Não se trata, aqu1,° da morte snm'plcsmcntc como por autorcs c profcssorcs do cnsm'o supcn'or, adcptos do nnhsm"'o.
tal. Trata-sc 1gu'almcnlc da vida, quc na vcrdade sigmñ'ca um E estcs cms'tcm, hojc como ontem. Ao m'vés dc ¡m'umzar'cm os scus
contínuo morrcr, uma vcz que cada ms'tante smgul'ar da nossa leitorcs contra o cspírito nuhs"'la da época, os mf°cccionam com o scu
ex1$'tência sc csvai c perccc. No entanto, não scria prccu'amente cssa próprío scnlun'ento dc ausência dc scntido.
radical transitoricdade um apclo para aproveitar-se cada ms'tantc, E não ocorrc apenas na área académica tal “doutnn'ação”.
a ñm de sc fazcr bom uso da possibmdade latente da reahza'ção de Também se dá no divã analftico, a1n'da quc, por feücidadc, com
um sentido? A transitoriedade da vida é exatamentc uma chamada ñcqüênch dccrcsccntc. Evcntualmcntc também uma anáhsc' didá-
para a responsablh"dadc, conformc se costuma exprcssá-lo no “1m'- tica (Lehranalyse) é dcsñgurada, da mcsma sortc c manelr'a, numa
MK
perativo catcgórico” da Iogotcrapla". “Wcscnonameuavcz__V1vcdcmodotcomo' “anáhse'-vaz¡a'” (Leeranalyse)". Gcorge A. Sargcng nesta mesma
Wwñu sc ela se da vcz 'vess s c tiv cnto na primeira vcz hnh'a, fala-nos de uma “ausência de sentido aprcndida”. E acrcsccm
o tao errado como m'tcntas fazê-lo... W taz “Rccordo-me dc um terapeuta, com o qual há bastante tempo ñz
Contudo, no que dlz' rcspcíto às possibmdades da reahza'ção uma brevc anáhs'e didáticaz 'O senhor tcrá dc reconhcccr', dma"-mc
dc um scntido, cstas, apenas cstas são transitórias. Tão logo clas se elc, 'que o mundo é um úníco e grandc absurdo. Sxm°plcsmcnte não
tiverem transformado cm rcahza'ção, tornam-se uma rcah'dadepara- cns'te nenhuma justiça. Tudo é acaso. Sc reconhcccr lss'o há de
sempm Efeüv'amente, uma poss¡'b1|1"dadc quc transformamos numa conv1r' lambém quão tolo seria lcvar alguma cmsa' a sén'o. Sentido
realidadc, nós a salvamos, por assnn' dlzc'r, para o passado, em quc sm'plesmcntc não cx15'tc. O mundo é como é. O que qucr quc o
nada se perdc m'cxoravclmcntc, mas tudo ñca guardado, definiüva- senhor faça, sc a sua decma"o é csta ou aquela - lsso' nada SIgnn"ñca'”.
meme guardado, onde pcrmanccc protegido da transitoricdade. (Tran.sfmnce and Countenranjemnce m' Logotherapy, The Intema-
Nada e mngu'ém logrará fazê-lo rclroceder ou cvitar 0 fato dc ter uo'na1F0mmforLogotherapy, Volume 5, Number2, FalilWinter 1982,
aconlccido. Costumamos ver apenas os campos de rcstolhos da 115-118).
transiton'cdadc, pcrdendo dc v¡s'ta os cclcüos rcpletos das colhcitas No entanto, cvitaremos toda gcnerahza'ça'o ncste scntido.
de nossa vida - as açoe's quc praticamos, as obras que rcahzam'os, Também nós somos obng'ados a adaptar-nos às dctcrnun'açocs' quc
u\-Tagcmecomco e d1g'-
Whmwesuommemmenmmoasuueamamos,a'LJLTEEDW tratam da formação c dos cxames orgamza'dos por outras cscolas dc
m' de supogamos. r,_o qu o v _o'r_gcum psicotcrapla'. Em suma, até ccrto ponto somos forçados a uivar com
homcm, o valorrquc ultrapassugda ah ut1h"dadc presente, um valor os lobos. Todavia, se lsso' devcssc acontcccr, devcríamos, dma" cu,
q___p_'_ue°~“toccde\_p_____do
assado c pwonss'~ãomç_smo _m'dcstrutível. A_ socic- ser ovelhas em pelc dc lob0, ou scja, dc maneüa nenhuma teríamos
dade de produção c o scu corrclato, a díwnmjção da juventude, de negar a nossa ¡m'agem do homem - que tanto sc dxs'tancia das
1n'chn'am-se a desprezar um ser humano idoso pela hm1"lação dc sua outras d1r'cçoe's - tornandomos mñ'é¡s' aos pnn'cípios da logoterapia.
uuh"dade sociaL Não mercce elc desprezo ncm compaxxã'o. Um Manter-nos ñéls' a csses pnn'cípios não nos seria d1fí'c11,' poxs,' con-
jovcm podc antever possibmdades para o futuro. O idoso sabe das soante entendun'cnto dc Ehsa'bcth Lukas, a psicoterapia não conhe-
realidades do passado c são prccns'amente estas que contam. ce nenhum s¡s'tcma que tcnha sido tão lsc'nto de dogmaüs'mo como
Vemos assm' quc, vnrtu'almente, não ems'te apcnas um scntido o é a logoterapm' No que pessoalmcnte me dlz' respcito, ñz mmh'a
m'condicional da vida, mas também um valor m'condicional do confcrência m'augural noI Congrcsso Mundlal' dc Logoterapia (San
homem. É cle quem pcrfaz a d1gm"dadc humana, a qual m'depende Dicgo, Cahf'órnia, 6 a 8 de novcmbro dc 1980), sob o título “A
dc todo o valor uuh"tário. Qucm não cstiver dls'post0 a subscrevcr churuñcação da Logotcrapia”, com o propósito dc explicilar, de
cstc fato, dcvc-o cxclusivamcntc a sua 1n'cocrência pcssoaL mcsmo acordo com o programa, o nosso repúdio ao papaguear repcüüvo.
que não plciteie “a destruição de vidas 1m'prestávens'”, como numa Os logotcrapcutas não são compclidos a fazcrcm votos. Não
certa época sc tem precomza'do, ou scja,_ a prática da cutanásia nos precns'am jurar obediênaa' a utna ortodoxia, ncm caem na suspeita
sems,' nos docntcs menlak c, possivclmcntc, também nos cstérels'. de terem feito voto de castidade, náo se exclum°do, porém, se vcnha
Entendo que o programa dc eutanásia de Hitler náo foí sun°ples~ a suspcitar quc tenham fcito voto de pobrcza. É quc pclo cmprcgo
mentc maqmn'ado num dos mlms"térios nacional-sociah5'tas, mas
muíto antes fora preparado nas mcsas de trabalho c nos auditórios 11. 0bscrvc-se o tmcadüo na lfngua alemL (N.T.)
de outros métodos talvcz ñcariam ñnanccüamcnte melhor aquí~
nhoados. Comparado com outros métodos, um tralamento Kolbe podena' fazê~lo sem hesitação. No entanto, em vcz de falar
logotcrápico cm média dura menos tcmpo. Com razão declarou o cm santos, preñro sxm'plcsmcnte falar cm pessoas dccentcs, para
psícólogo cahf'orm'ano Claude Fams' que “Logothcrapy proved so desde logo conccdcr que se trata dc uma mm'oria. “Sed omnia
effcctive m' many cascs m'my cxperiencc that at nm'es it almost works praeclara tam d1fñ'c1h"a, quam rara sunt”13, d12' Espm'om, como
me out of busm'css” (a pcrsktü tal situação, com os êxitos a curto últm1'a frase dc sua obra prm'cipa], a Ética. Mas não scria pre-
prazo doÉ tratamentos, pode cle em pouco tempo cbegar a fechar a AQLMamemc esta “rar”-idade um único e grande apclo para a
clím'ca).1 m'tegração nessa mm'or1a' de pcssoas dcccntcs7 O mundo está maL
A logoterapia não é uma doutnn'a que é forçada em c1m'a dc MMW tudo se corromrá, am'da mals', se ~_____p_à___cada
um em arnc não
alguém Não é 1m°posição, mas oferla. WJUMalogoterapia não é ar ' ' Woued
comum bazar oricntaL PLMÀem ue se proc a levar o egues a comrar,
Dcsdc Auschwitz sabemos e quc o capaz. E desdc
añfpkweoanacadoromern'a- Ms_%pcmema-sc muito antcs a um su err-
Hkoxma sabcmos o quc cstá cm jogo.
mcrcado, pelo qual se perambula para escolher o quc nos podc scr
/ú.
ul. M
Á
Um psiquiatra e, além dxss'o, vienensc que se preze, m1°°ciará o
seu dns'curso com uma citação de Frcud. Também eu vou concluu' Confcrênaa' ma'ugural do Terceu'o Congresso Mundlal' da
Logoterapla,' na Universidade dc Regensburg 16 a 19 de junho de
csta conferência com uma citação dc Freudz “Expenm'ente-se expor 1983.
à fomc algumas pessoas bem d1f'erentcs cntre si em situação
homogênca. Com o aumento da neccssidadc 1m'periosa dc ahm'ento,
as dlf'crcnças Ln'dividuaxs' sc desvancccrão c, em seu lugar, aparccem
as uniformes manífcstaçõcs deste impulso insatisfeito”
(Gesammelte Werke, volumc V, pág. 209). Esta é a citação dc
Slgm'und Frcud. Graças a Dcus, foi cle poupado de conhccer por
dcntro um campo dc conccntração ou um acampamcnto de
pnsn"oncu"os dc gucrra. Scus pacíentes se dcitavam num confortável
divã cstüo “Makart” dc sua época., a época da cultura dc pclúcia, c
não na lama de Auschwitz e Estahngr'ado. Lá, as d1f'erenças na
realidade não se “desvaneciam” e s¡m' se acentuavam. As pessoas ali
sed1f'ercnçavam, dcspojando-sc das máscaras. E se revclavam como
porcos ou como santos. Neste ponlo, sempre tenho hesilado em
falar em santos. Mas depoxs' da canomza'ção do Padre Max1m1h"'ano
31
UWE BÕSCHEMEYER
A - OS FUNDAMENTOS
33
pertm'êncm' d1r'cla ou 1n'du'eta a essa pergunta. Anles dc ele chcgar
quc Allcrs o puscra cm contato. Como Schclcr lhc foL como clc
ao amadurecnm'ento plcno dc sua concepção dc scntido, doxs'
conf'eus da psicoterapia clássica haviam exercído fascxm"o sobre elc: própño o d1L' “removida a catarata psícológica”, dc sortc quc o scu
moms'mo, naturalxs'mo c psicologlsm'o puderam scr supcrados.
ngm'und Freud e Alfred Adlcr. Todavia, a 1m'agem do homem por
cles apresentada fana' com que mals' tarde se d1$'tanciasse muilo dos Naqucle tcmpo, conformc Frankl rcconhccc cm seu csboço
autobiográñco, portava consng'o como uma bíbha' a obra dc Schclct
seus conceítos. No ano de 1924 Freud possibmtou a Frankl a sua
Formalismus in der Etluk und die materiale Weitethtk Formahsm'o
pnm'eira publicação cicntíñca na “Revisla Internacional dc
na Élica e a Ética Malcnal' do Valor.
Ps1'canáhs'e”. Um ano depoxs' apareccria na “Rev13'la lnternacional
de Ps¡'colog¡a' Indivídual” o seu segundo trabalho. Assm'alana' essc Para a filosoña o médico Frankl foi lcvado não por
trabalho o lugar cientíñco em que Frankl de então em diantc se düetanukmo m'tclcctual, mas por ter expcnm'cntado a 1ns'uñciênaa'
añrmana' de modo paxticularz a zona hmí'trofc cntre a psicotcrapia das categonas' psicológicas, dc que até cntâo d15'punha a psicotera-
c a ñlosoña. chortando-se a esse art1g'o, dcclara clc cm seu csboço pla,' assm' como do ms'Lrumcntal terapêutico delas dcn'vado. A
autobiográñcoz “A que tema un'ha sido vinculado aquclc mcu Frankl m'teressa a ampliação dc seu conhccnhcnto da essência do
trabalho, quc Adlcr publicou em sua rcvns'ta? Ao tema quc, qual ño homem c de suas condiçoes' para a emcrgênaa' de perturbaçoes'. Por
vermelho, perpassa todos os mcus Uabalhosz a clanñ'cação da zona nss'o extrapola a moldura bíopsicológica da nmag'em do homcm que
hmí'u'ofc cntrc a psicoteraph c a ñlosoña, com parlicular ênfasc na lhc fora Lransxnitida c avança para a antropología ñlosóñca. A
problemática do senlido e dos valorcs na psicolcrapia c, dcvo antrrpgçliogh ñl_ios_óiñca__ é, segundo Plcssner, o “reconhec¡m°ento da
fwsmbgbdade humana. Se Wm ela rctende ser ñl o
d1zc'^-lo, dlñ'c¡lm'ente sabexia dc alguém que sc tivcsse dcbalido com
essa problcmática lanto quanto eu em toda a mmh'a vida. É cste o tcmpoñ pcrmanccer antrroporlrogla1 deve atrcrrse ao.honmnte'.m'-
motivo condutor (Leitmotiv) que permeia todos os meus Uabalhos. c/___L__I_Funscntño"dãr
Wosmlhdkadc humana, sãgijem ren Lsçr-._.1uer ao
”Nesse arug'o assm'ala Frankl pela pnm'enr'a vcz o prm'cípio da '__pem_1ns:'mo puro, quer a uma_onlo ogla, a _de VrimanrtêiJa 1m'unc a
psicoterapia como “csscncia1mcntc ético, ¡s'to é, valorativo”. O ambas essas d1m'~ensoe's rccxprocamenteiwnfmcàasf
sxs'tema dc rcferência da valonza'ção, naquclc tcmp0, era para cle, VEm 1933 escrevc Frankl: “... mnão consng'o Valgoghue
contudo - totalmente no scntido dc Adler - a sociedade. h capracite melhor o homem a suporrçar our superar soifnmLentos sub-
jCFÍIVOS e dIÊc'ulda'””deSUb]e'ti\/as' do qnue orsenum'entroiádrer
Todavia, em 1926, ao ser encarregado, no Congcsso Inter-
fmerCõmcsla prrroposnmLção - enconintrqãc
nacional de Psicologia Individual de Dus"scldorf, de fazer uma
cxposição dc prln'cípios, já sc desvia ele da orlodoxia da psicologia
m'dividual. Dm"a quc a neurosc nem semprc deve ser m'terpretada
ü num trabalhoxmãHJmu 7 9“Cns'c_Eínn(L_m1*"careVinaPsíqu1ca'doPonte
'dc Vísta do AconsclhanteÍdñçrJovgnH -, quc se ocupa das
neccssidades psíquicas dos jovcns, emergcnlcs da cnse' econômica,
como mcro meio paxa um ñm, podcndo ser também a “cxpressão”
ma'ugura ele o scu grande tema terapêutico e, ao mesmo tempo,
do homcm; quc cla não possui apcnas um caráler “ms'trumcntal”, revela os conlornos de suas novas pcrspectivas antropológicas.
mas também um carátcr “expressivo”. Com csta d1f'crença de
m'tcrpretação da neurose, Frankl dá 0 pnm'cu'o passo para além da A compreensão de Frankl relativamcnte à ms'uñciênc¡a' dos
rccursos da psícoterapia em uso para ir ao encontro das
conccpção causal-gcnética do homcm. Com ela antecipa o que,
v¡n'te anos após cssa confere^nc1a,' explicitamcnlc professaria:_as necessidades com que se dcparava como psicoterapeuta, m'duziu-o,
ncuroses não são semprc psicogêm'cas, mas podcm__/11_nserl-b'rém em 1938, - ano da mortc dc Freud -, à crítica abcrta da psicanáhs'e
e da psicologia m'dividual. Rclaúvamente à crítica feila, até cntão, a
Lphêmmwo*'e;rrro*nge*_m" esp_m"tu_al“. ml
Freud e Adler, cntendeu ser a dc Oswald Schwarlz a formulada com
Em 1927, no encontro com scus mestres Rudolf Allers c maior clarcza. Aquchautor acusa Freud de ter dcgradado _a_vida
Oswald SchwartL aulor da “Antropología Médica”, publicada do¡s' hum_rana a mcra saüsyrfaçãóños ms'un'los e alega contra Adler havê-la
anos depons', completa Frankl seu deshg'amento, não só dc Adlcr, rqrduzido à luta pclo prcslígio socxal'.
mas rewsa' fundamcntalmcntc a sua 1mag'cm do homem e repcnsa
Frankl sabe que sua crítica não podc dar-se por satMeita eln
em bases novas os seus pnn'cípios terapêuücos. Esta rcv15'ão foi-lhe
provar a insuficiência da psicoterapia atuaL Como
possibmtada sobrctudo graças à obra litcrána' dc Max Schcler, com
“complementaçâo positiva” à crítica em partc apenas negativa aos
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clássicos, exxg'c cle, por isso, de si mesmo e dos outros, uma Ncle coloca a qucstão esscncial da logotcrapna'. Reñcte sobrc o
“ampha'ção dc toda a psicotcrapna' numa cosmovnsa"o”, ou scja, sua problcma da viab111"dadc de ajuda para o cncontro de scntido - ao
“orientação pela d1m'ensão cspiritual”. Com estas idéias cn'- se m'clu1r' a d1m'ensão espm"tual, ou scja, a d1m'ensão noéu'ca, na
cunscreve elc o honzo'ntc antropológico, a seu vcr nccessán'o, e quc psicoterapia - scm quc, dc parte do médico, haja 1m'posição idcoló-
melhor podcrá fazcr justiça à grandeza e à nns'éria da ens'têncm' gica sobre o paciente. E dcclara: “/d¡___q\Mas
a ui surge a própria pr__oblc-
humana. mátíca dc valores. É qruç daqui em ante sc apqrxésxgitda mdaga'gão
A neccssidadc dc um alargamento da psiooterapia para além so_brcg_uermr Wuesobrw'ãmmnmmto
da d1m'ensão biopsíquica foi rcconhccida taxnbém por alguns de seus de cstghclcmr o sen\txdo' da vida - po¡s' aqui sc trat_a deÍnadia mgLM
msngn"cs colcgas dc proñssão, conquanto tal tcnha ocom'do, em _,d/oqruc lss'0 - e_de!a.pg_ntar_0,mãlíñ_nnandugmg__redenós'"”
MWBCWOIO ' tas quc nos ocu mos ssa rática di' dos ro-
pane, a partü de pcrspcctivas d1f'crcntes. Obscrve~se que C. G. Jung
descrevc a neurosc como “sofnm'cnto da alma” que não tcna' en- MSSORÀTAMNsomosnósamomoscremdosmresmgemasdccaoesmtualedafaltadeonentaonde'"'
uü somos nós ___Eíà›'_p_____g__p___
os e re arados axa restar
contrado o seu sentido. Sobre a terapia das ncuroses añrma Sc¡f':
“Ponlo de partida e meta do trabalho conjugado do módico e dos ewassaauñWao estaríamos nós, se o ssemos, cxorbitando dc
pacicntcs para a cura da ncurose é a pergunta sobrc o sentido da nossa competência médica? Não cstarfamos ellmm°'ando a frontcnr'a
vida”. I.H. Schultz fala nos “cstratos ma¡s' elevados dc valor ens'tcn- entrc o médico da psique e o cura de almas? Quem conhece a
aal'” do homem e dlZ." “Quem nelcs sc cncontra abng'ado pode urgência e as dlñ'cu.ldadcs m'crentcs a estas qucslocs', na forma
sofrcr sem ñcar docnlc, sam tornar-se ncurótico.” Para R. Sicbcck concreta do d1a'-a-d1a' dc nossas horas de consulta, pode aquüatar
da1m'portan^c1a' dc uma d1r'etnz,' prcferivclmentc com valídadc geraL
fp.a751\coi'terapla' Íé_a ediuca.@o_do praciente paryaiiumAÀpe,r_so_n_ahr'dadc
que possíbmte ao psicoterapeuta prcocupado e cnvolvido em ajudar
mdcpendêntcg q__ue rsó a[_ga_can\_daq/uanldo VaJ›3_gun1_ra7 mlo
ao doente que sofrc na alma e se cncontra cspm"tua1mente pertur-
s,e'n_.;ido umaALeLayggLnrtaLnn'ap',m,oÍídiálogo_Lntre ~mrédic<2 e bado, uma m'tervença'o clara c honesta.
\ p_acicr.nrte. E Allcrs, mestre de FrankL smteüza' a tarefa da psicotcra-
s
pia nesta fórmula: “E____,_ç_ducaãopñlsmarao reconhecimento da Em agosto dc 1939 aparece, no Schwezze'ns'che Medtzm"zs'che
responsarxblhda"de”. Frankl poe'-se e sm om"a"aír_maco“ncepção Wochenschñft (Semanán'o Médico Suíço), o amg'o dc Frankl 1n'-
dãqucles Inédicos que clamam por responsablh"dadc, sentido e ' titulado “F11'osoña c Psicoterapia”, que traz o subtítulo “Sobrc a
valorcs, porém o fez ma¡s' apa1x'onadamcnte do quc todos os outros: fundamentação de uma anáhs°e ems'tencial”. Este trabalho conñguxa
mrometi mm achapia, uma síntcse cxpressiva dc sua nova oricntação, sendo ao mesmo
WW“_I'J
Wmmhwwa
seu lano (a quc sc rcfere tempo súmula cscrita para um livro sobre psícologia m'dividual para
_^_
Schultz) AXW emsten ' humana e cm contraste com a e_xpressão a Editora Hcrch mas que esta não qu15' publicar em v1rt'udc da nova
“ '
Wlo a profunda” mcreccna' o nome c pswologia das al- conccpção do autor. O prefácio dcsse cscrito fora redigido por
cm outras palavr a ueÍzT tcorig dos Oswald Schwarz, o qual nclc declara quc para a históna' da
gxãru.0_nreiieinwn"9w_jrmwan
acontccun'entos psuí..,p°_mcosccm°s'tra- psicotcraph vm"a a tcr o mcsmo s¡gmñ"cado quc a “Crítica da razão
pura” de Kant tevc para a ñlosoña.
íassan"áo'*a csFeráíoTqumgL tome crrn cojnswlÀLraszaxo~ a totahdalde
W_,›c›nsen_'_lic1a_7um4__ana,w emflodai asuaw"pmfnmd1dadcccxcg_"úI§r-74tu71dç, c, Com os trcs^ trabalhos aCIm'a refcridos foram m'troduzidos os
cm ws'ta dnsso', podeñinh ÍseirídesggmwmmákanWenaaWW A temas da anáhs'c cms'tcncial c da logotcrapia, sendo todos os dcmak
pcrigunta dcTraññ pela mancüa como é formuladmmporele trabalhos vana'çõcs dos mcsmos. Vcnfi'car-se-á que tals' temas par-
mesmo rcspondida. Em trabalho scu, aparccído cm 1938, sob o manccemng'orosamente relacionados com o tema a551m' cnunciado1
título “Sobrc a problcmática espm"tual da psicoterapna'", em que “O homcm cm busca de scntido”.
formula cssa mcsma pcrgunta, assenta elc as ídélas'-mcstras da O aperimentum crucm1 de scus cnsm°amentos foram para
“anáhsc' ems'tenc1al'” e também o scu aperfcíçoamento terapêutico, Frankl os três anos quc passou em quatro campos de concentração,
a “logotcrap1a'”. O pnm'e¡r'o csboço dc sua “psicolog1a' das alturas" entre os qua15' o de AuschwitL Sngmü"caram para ele em profun-
publicou Frankl alguns mescs após, cm amgo m'titulado “Reflexões
sobre a cura médica dc almas” (Seelenalzt"liche Selbstbesínnung). 1. A cxpcñencia da cmL (N.T.)
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didade mánma' uma conñrmação cxns'tcncial de seus cnsm'amentos,
uma “cxpen'éncm' empírica no mals' amplo sentido do termo”. Esscs Max Scheler/E Max Sçájchclcn
womabwwdadcdmovc_'emcseclvlnmcsmwu'“
xTÍJmHTJWanOS
lhc mostr m toda a nitidez que pcrde a sua humamWe de FrankL E__p__ãls
or que a c , com a brcvidade dis o vc ,
¡ áLI -Dcmod016n'co ,__,____914W/dew°m°sanossaatcno'
elc que ncnhuma vida humana nccessariamente pcrderá o
H conshíjwwam O ponto central da antropologia fcnomenológica dc Scheler,
seu sentido, sejam quais forem as c1r'cunsta.n^cias, scquer em a quem Sto"hr, em sua Hls'tória da F11'osoña, dcsigna como “uma __das
Auschwitz. Em 1945 ditou ele cm nove dias o seu livro “Um robustas ersonalidades da vida intclc
Wmmaís ma e
psícólogo no campo de ooncentração”, que comoveu e amm'ou sercs s c o , é consti o pe a pcrgunta sobrc as relações entre o cspí-
humanos cm todo o mundo. ntmocodâmst1n'to, a liberdade e o condícionamcnto da pcssoa humana.
Nos anos subseqüentes Frankl redigiu seus escritos E essa problcmática, a lensão entrc facticidade c facultatividade do
“metaclínicos”, nos qums' explana e sxs'temaüza' o scu patnm'ônío exls'nr' humano, é o ccntro também da 1m'agcm do mundo que sc faz
m'tclectual formado nos anos antcriores àguerra. Em 1952 fala pela a logoterapia. Para cncontrar a resposta às m'dagaçõcs que g1r'am
vcz pnm'c¡r'a na possiblll"dade dc uma “noogêncsc” da ncurose cm cm torno dessc problema, Frankl se fczdnkcípulo dc Schclcr. Con-
scu amg'o “D1m'ensocs' do ser-homcm”. Trcs^ anos maJs' tarde, cm tudo, conforme seria de esperar do comportamento de todo bom
seu amg'o “Indicaçoes' da logoterapia analíüco-ems'tcncial” m'tro- aluno, ñcou ele rcconhecido ao mcstre por haver encontrado suas
duz¡a' cle na psicotcrapia o conceito dc “neurose noogêm'ca”, aquela próprías respostas. A cammh'o dc sua concepção anaHtico-e›ns'ten-
forma de neurose que se enraíza, não no am^bito psíquico e 51m' no cml' deñnitiva da 1m'agem do homem, Frankl am'da travou conheci-
domínio noético, num problema espm"tual, num conflito ético ou mcnto com os ñlósofos N1k'olai Hartmann e M\___gg_J_artm'
d,..-
Hcide cr
numa cnse' cxrs°teucial. Até hoje, a tcmática central de Frankl con- abordá-los aqui 1m'ph'can'ap_\__lím1ctransporosm'tcs csta cxposxçãa
tm'ua sendo a “jmsnm____'o ex15'tencíal” cawsada la ' dc Paxa Scheler, aquüo que faz do homem uma pessoa, que
u_/_,_Â_____,51r,_I:¡m_¡;|¡.¡=,¡1\'___scntido
e ue se man1f'csta através dg ^os de massa, como
rÇssõcsàh ag__\rcssõesou toxicomania. Nos anos rcccntcs
dígne
RM caractenza' sua posição cspecial cm relação à esfera do orgam^'co,
_',___'_90__LLT_/_não
são as suas fun 'es sí uicas e aptidões, co_mior, pror exemle
"uíram scus scvcros ataques c0ntra o psicologns'mo, que ele vê sua ' tchg°ênrg§a. A car - u ca ccmva da cssêncía d u n u - u -
k
também atacado por outros redutos da psícoterapia, como, por
cxemplo, por Rogers ou Eysenck. Frankl consídera a posição da :. Por ser dotado dc cspínto, é
logotcraph atual mcnos uma oposição a outras correntes da elc pessoa, possui clc c _u¡l_'c-.n_ . o que há de característico no
psicoteraph do que uma contñbuição para a “re-humamza'ção da cspírito? O homcm como pessoa é abcrto ao mundo, possui capa-
psícotcrapla'”. O que em úluma' anáhs°e cstá em jogo com essa cidade para dls'tanciar-se do mundo e de si mesmo, transcende a si
rc-humamza'çâo Frankl delm'eia nestes termos: “De onde qucr que mesmo rumo a um mundo espm"tual de valores. E esta característica
a renovação... da psicoterapla'... possa provu", scmprc dcverá em pcrsonahs'ta do homem - por mals' acentuada que possa conñgurar-
pr1m'eu"a línha lutar por uma complementação da imagem do se a sua mamf'cstação cxtema- jamals' deverá nem poderá tomar-se
L!
I
homcm... suas bascs antropológicas. E com relação a lss'o devcrá, objeto dc pesqms'a empín'ca alheia ou própn'a. Subtrai-se à ópüca
í
antes de mals' nada., tentar obtcr uma v¡s'uallza'ção do ho_mem cm sua das ciências naturaxs', não é expücáveL mas apenas m'tcligível, e
m'tehgí'vcl, por certo, unicamente scgundo 0 modo dc entender
totah°dade.”
próprio do cspíritozQo amor.
Quals' foram então as conscqüências que Frankl deduziu da
2. Os pressupostos ñlosóñcos da logoterapíaz antropologia de Schelcr?
A antropologia de Max Scheler
1. “No momento em que se m'daga do sentido c do valor da
Quem queüa comprccndcr o novo conceíto antropológico de vida se demonstra estar doente...”, dlss'era Freud. No entanto, sc é
Ftankl dcverá saber que a paulatma' superação do estágio da lícito d¡s'tmguu"-sc o psíquico do cspm"tual, poderiam, am'da assnm,'
psícoterapía dogmáü'co-c1'cntíñca foi essencialmcnte viab11172"da ser apontados, de antemão, como expressão de ncurose do pacicnte,
suas 1n'dagaçõcs levantadas no dccurso da tcrapia c que se adcntram
pela corrcntc ñlosóñca da fcnomenologia dc Edmund Husserl e
na csfera do questionamento ñlosóñco, como as concementes ao
39
sentid0? Não sena° rclevante, na hipótcsc, estabcleccr-se d1f°crcnça II - Sc para Freud o motor pnmán"o da ação c das asplr'açocs'
entre a pcrturbaçâo mórbida c a aflição espm"tual cxternada7 humanas é saüs'fação dc pulsõcs ms't1n'tuals,' e para Adlcr a do
prestígio c poder, Frankl vê o homem “fundamentalmcnte cs-
2. Sc a d¡m'ensão espm"tual fundamcnta o scr-pcssoa do
truturado” para a reahza'ção dc sentido.
homem, e corpo c alma devem ser entendidos como sendo o “¡ns'-
trumcnto” dela, não se fana' neccssáño m'c|u1r' a esfera cspm"tual no A “vontade de sentido” 6 o motivo fundamcntal da ems'tênaa'
proccsso dlagn'óstico, assm' como tcrapêutioo? Não sen'a lícito humana. É um motivo antropológico sui genens'. Isto não sngmñ"ca
admmr" que uma neurose também, e prccrsam°ente, estcja relacio- quc Frankl ncguc obsun'adamentc as aspnr'açoc's de prazer c dc
nada coma csferaespm"tual, engln"do, ass¡m,' umaterapia adequada auto-añrmação. Essas asplr'açocs' não constítuem, todavia, no seu
a tal rcalidade? entcnder, os motivos primários dctcrminantcs do homcm.
Dctcrmman'tcs sc tomam clcs somente quando sc “1n'trometem” no
3. Quando as categorias namrahs'tas forem ms'uñcicntcs para
“vazio cxns'tcncial”, por exemplo, dc um docntc ncurótíco, o quaL
a comprcensão do pacientc, não devc.n'am, ncssas condiçocs,' na
facc a suas pcrturbaçoc's, já não consegue encontrar rcsposta à
relação médico-pacícnte, scr abcrtas outras formas, consentan^cas
pergunta pelo sentido dc sua cms'tênc¡a'.
com a pessoa humana?
Se a vontadc de scntido é o motivo pnm'ário dc todo homem,
4. Estas 1n'tcrrogaçoes' conñuíam, no ñnal, para csta única a pergunta pelo sentido se referc ao próprio centro de ems'tênc¡a'
pcrguntaz quando o homem, como pcssoa espm"tual, se transcende humana c, ls'to ocorrcndo, constinú um - sc não o - problema ccntral
para o mundo de valores, e quando uma dcsorientação no am^bito da p51'coterap¡a.' Els' por que tal 1n'dagação ocupa posição pro-
espmtual" possa dcscncadear uma doença ou mesmo causá-la, não emm'ente, tanto no dlagn'óstico como na tcrapia. A qucstão do
dcvcria então a psicoteraph extrapolar os scus estreitos hm1"tes e sentido, para FrankL não é mera temática ñlosóñca dcstm'ada a
tcmaüw' o fcnômeno da autotranscendêncxa' humana cm tcoria c círculos cliüs'tas de pacientes. Pclo contrário, possui cla sngmñ"cação
prática7 vital para cada homem e por xsso° não é condicionado pela idadc c
Dep01s' quc cxpus- em toda a sua amplitudc - o fundamento scxo, pclo meio cultural e fonnação 1n'telectual. Todo homem sc
sobre o qual a logoterapia foi engl"da, prctendo sm'tctlzar' em sels' m'tcrroga - oonscicntc ou m'conscicntcmcnte - acerca do senlido,
pontos as suas idéxas°-mestras. pons' acrcdita em sentido: “Quer queu'a, quer não”, dlz' FrankL “e
embora possa ncgá-lo, o homcm acrcdita num scntido, até o úlnm'o
alento. Também o suicida acredita num sentido, quando não dc
B -AS IDÉIAS-MESTRAS 'vivcr, de sobrevivcr, pelo menos da morte. Se efetivamcntc
descressc dc qualqucr scntido, já não podena,' na verdade, mover
I- A psicoteraph “centrada no scntido” dc Frankl tem como
um dedo sequer...”
pressuposto a admlssa"o de duas rcalidades “antropológicas fun-
damentals'” do homemz sua capacidade dc “autotransccndênc1a'” e III - Em logotcrapia m'dagar do sentido s¡gmñ"ca, segundo
de “autod¡s'tanc¡am'ento”. Sigmñ'ca quc o homcm é fundamental- FrankL pcrguntar, como homem concreto, numa situação concrcta,
mcnte “abcrto para 0 mundo”, m'daga acun'a c além de si mcsmo, por uma tarefa concrcta. Como nenhum homcm se iguala a outro e,
dc valores c tarefas, assxm' como do sentido (= Iogos), válido para p0is, para cada homem as respcctlv'as situações dc vida são
ele c “amoldado” a sua pcssoa. E eslc sentido podc ele, fundamen- m'confundívc1s', 0 rcspectivo sentido é scmprc “ad personam et ad
talmente, não apcnas percebcr, mas rcahzar°, com base cm sua situationem ”.
libcrdade e responsabnl1"dadc. IV- Pcrguntar pclo sentído não sngmñ"ca, portanto, perguntar
Em outras palavmy o ser-humano não se cxaure na enteléqma' sobre o porquê c o para quê, pclo sentido de scr da em'tência. Na
hcrmética do m'divíduo, mas é rclacionado com um “mundo cspln"- logotcrapna' também não sc m'daga do scntido do mundo como um
tual objctivo” de valorcs, em direção aos quak o homem sc todo. Estando o homcm ms'crido no cspaço c no tcmp0, tal pcrgunta
transcendc e que lhc tomam possível o encontro do scntido, scm permanecc pam cle 1rr'cspondfvcl. E, contud0, a ccrteza dc uma
s¡gm"ñcação últ1m'a c suprcma é para o homem u'rcnunciável,
embargo de todos os condicionantas genéticos, psíqlúcos e socials°.
porquanto somentc dela depcndcm as motivaçocs' e o fundamcnto
41
da busca e do cncontro de sentido. No cntanto, se a pergunta pelo
na' causar m'cômodo. Mas tal m'cômodo suscitaria todo aquclc quc
scntido do mundo como um todo dcvcrá ñcar m'espondida, como
sc dls'puscsse a descrcver o homcm não apcnas cm catcgorias
poderá cogitaI-se, apcsar dnss'o, dc um tal scntido fundamcntal
causal-gcnéticas. Como neurologkta c psíquiatra, FrankL de um
cxls'tcnte? Frankl encontra a rcsposta para essa pergunta com o
auxílio de uma “noção-l¡m¡"tc", por ele denom1n'ada“supcrsentido”. lado, rcveste o scu pcnsamento de termos cstñtamentc acordcs com
as cíências naturals'. Por outro lado, porém, m'cursiona no campo da
Para Frankl a idéia dc “supcrsentido” é análoga ao postulado ñlosoña, objctivando dcscrcver o homcm cm sua “totalidadc”. É
da razão de Kant: o homem, por cstar condicionado ao espaço e ao que o homem não é para clc meramentc naturcza, ncm puro espíríto
tcmpo, não pode pcnetrar pelo pensamento no “supcrsentido”, mas c, em _razão disso, Frankl não poderia dcscrcvê~lo apenas
simultaneamente terá de fazê-lo, sem prctcnder encontrar o “naturalmente”, ncm apcnas sob o enfoque do espírito.
sentido. Esta contradição só cncontra solução na fé, e essa “fé-no-
senudthemnoumcaouanscendental--'.
MSuata dc dcmonstrab1h"dadc é conscqüência ncccssária do fato C - os MÉTODOS DE TRABALHO
de o homcm cstar condicionado ao cspaço e ao lcmpo c lhc ñcar
1gn'ota, portanto, a s¡gmñ"cação do mundo como um todo. Todavia, Antes de nos voltarmos para a metodologia logoterápica,
esta limitação dc conhecimento não exclui, por outro lado, a relcva quc encontremos uma rcsposta à pergunta sobre a m'dicação
possíbmdade da fé na prescnça fundamental do scntido do mundo de um tratamento logoterápico. Com tal propósito citarei tópico do
e com xss'o da ezns'tência humana concreta. rccém-publicado livro de Ehs'abcth Lukas, sob o título “Von dcr
V - Sendo o homcm smgular' c, pons,' também smgul°ar cm Ticfcn-zur Hõhenpsychologie” (Da psicologia profunda para a
relação ao sentido, o sentido cspccíñco de uma pcssoa nãoé passfvel psícologiadas alturas): “ RLLñcmrc
ucsc nos depaxa um pacicntc com
dc objetívação c, portanto, não podeser construído. Equivale a dlze'r atitudes cspm"tua15' mf'ehzc's, doenlias, ms'aüs'T"'-_P_l_'_àcntas,
scla ec neu-
fx xv
que o terapeuta não pode “rcccitar” o encontro de sentido, o quc Wticmentc a gta o ou não, d__chstc'a
ele sob Wo
eso dc carga
/_F1L__IÂ.
W . " ' T . ' '
scrá sempre tarcfa de qucm o procura. crcdltána ou no, l__revc
c c v1a dc abastança ou c am
Frankl dls'tínguc três catcgorías dc valor, quc considcra m'dlg'ência, cstcja ñsicamente enfermo ou são - uma m'tervenção
relevantc cm sua prática tcrapêutica e quc oricntam 0 pacicnte cm logoterápica é indicada. A'_L_\___s
ossibilidad__/,uma_a._¡.ndacsde'
sua procura de scntido. W W ' ' 'cs dc vida tem o Woterápica são amplas c numerosas. Apresentam-se na prática
di . . (__-' V > A '__ 7 ~ _'
Whomema ossib111"dade de reahzar': a) valores “cn'ativos”, b) valorcs méca, no aconscr#amenv/§L_,nosh01tals_~ina cura dc almas, cm
,_m__,eennaaecvoresg_anmd,px7í~ccaazesct'”ompar'T-qena tT-____oos
os lugares e situaçõcs em que scres humanos se confrontam
dc senüdo a sua vida. ñ con
fatorcs do dcstmo, somen e su er lS ' tc o ei_mp___gcT
Accrca do itc 0 fazcr corrcspondentc à capacídade de UWSÍM cncriñiritaix O tratachnAtu 1004t_c_p_\_'ráíco
é
trabalho podc dar scntido à vida de alguém. Não é dccts'ívo, aí, 0 relcyanuÍcíhaLm §_e tratando
PambAmamEÉÍEmFdACLWQMCá'vel
l
V
quc se faz, mas comoé fc¡t'o. Dneurosesngogçm ou d_p_&___p\a roblemáüca dc cssoas sadlas'
Acerca doTitemrw Plcna dc sentido pode a vida ser, a1n'da, fgúadasnaymer_fazi_02ms'tencial, à p___rocura dc scnñãud'o.”
qWo hom cnm'enta” o “mundo” no qfúuedebelopreãrecc \ fñ
a rnaturcw Quans' scriam os métodos, técm'cas, mcios, mctodologia,
próprios da logoterapla'?
Accrca do item® A possib1h"dade dc encontrax sentido
também se ofcrece dc modo cspccial no sofnm'ento. Acontecc 1. Duas técnicas, facdm'cnte acessívek à compreensão,
precisamentc quando o homem não se identiñca com o seu graças à sua transparência mctodológíca, a “'Lhñrtençãoparadoxal” c
sofnm'ento, mas delc se d¡s'tancia, para añnal assum1r' uma atitude a “dçrrcflcxão”, constituem um apnm'oramentoeo¡sa0res
plena de sentido corrcspondente à situação. antrogñpológxcos básíeos da ens'tência humana: a capacidade de “au-
VI - A tensão cntre os modos de ver empírico c ontológico, todns'tanciamcnto” e dc “autotranscendência”.
que, paIa a antropologia logotcrápica, rcmancscc 1rr'csoluta, podc-
42 43
a) A m'tençãopamdaxal mgmñ"ca: o pacientc 6 levado a “csqueccr" o seu tem0r, cnquanto
volta sua atcnção para algo ma1$' ¡m'portantc, maxs' plcno de sentido
O método da 1n'tenção paradoxal foi claborado por Frankl e do que o objclo de sua Dcveras, “quanto maxs' o docnte
publicado pcla pr1m'elr'a vez cm 1939. Particularmcnte aplicável aos coloca uma causa no pnm'e¡r'o plano dc sua consciêncía, que tcnha
casos dc ncurosc de angústia e de neurose obscssívo-compulsiva, por cfcito dar sentido a sua vida e lomá-la dlgn'a de scr vívida, tanto
tem csse método por pressuposto a capacídadc cspec1ñ'camentc mans' sua própria pcssoa retroccde e com nss'o as suas afliçoc's
humana de autod15'tancíamcnto c o cmprcgo do humor como veículo pcssoais se deslocam para o segundo plano dc sua vivência”
de mobnhza"ção. 0 paciente é orientado pclo tcrapcuta a “V_1___,dcse'ar (Frankl).
Muncmcmca'”, para que “o
2. A pergunta feita com freqüência sobrc o método de
_~_§Ld_mv____gv___~l_1emor
da ectativa se dcsvancça or falta de ob'co”. 0 método
condução do d.iálogo com o pacícntc, que parcce causar embaraço
da m°tcnção para o o Jenva com lsso lcvar o pacicnte a nr' “na
ao logotcrapcuta, é sun°plcs de rcspondcrz a logoterapia não desen-
cara” do temor e deste modo dls'tanciar-se mals' c ma15' dcle. “Quan-
volveu metodologia s¡s'lcmática própna,' cm acatamcnto à sm'-
do nós”, dnzua" Pelrüowitsch “com o auxílio da m'tenção paradoxaL
gularidade e unicidadc do homem. O diálogo cntre o terapcuta e o
conseguun'os convcnccr nosso pacientc dc que o homcm, para
pacicnte devc transcorrcr “abcrto”, a ñm de que o paciente, scm sc
surprcsa sua, possui condiçõcs dc cnfrcntar sua tensão defensiva e
ver hm1"tado por um conccito ou um “pré~conccito”, possa man1f'es-
ehmmar" os smt'omas em cuja na'o-1nfl'uenciab1h"dade cle acrcdita;
tar-sc livremente cm sua m'dividualidadc e em sua problcmática
quando, sxm'ultancamente, cntra na cova dos leões, para nela ms'ta-
cspecíñca. A conversa dcverá ser abcrta a1n'da por um oulro motivoz
lar-se confortavclmcnte c, portanto, está dls'posto a cnfrentar os
“O d1ál'ogo psicoxerápico”, ensm'a FrankL “que não sc abra em
sm'tomas, armado um'camente com a auto~1r'onia e a atitudc de
d1r'cça'o a um sentido c cujos hm1"tes não sejam também ultrapas-
humor, quc cle, dc mí'cio, somentc aprecndc de relancc, mas, em
sados, é um diálogo sem logos.” Em outras palavras: “Na pcrspcc-
seu efeilo ñnaL por via de trcm'amento, o condum'á à atitude tiva da logotcrapia é dc fundamental 1m'portan“cia que a conversa
duradoura dc tranqu"1h"dade bem-humorada, cntão, snm,' tal cvento
também conduza a uma confronlação do pacienle com aquelas
da capacidade de mam'pular o sm'toma se constitui no ponto dc perguntas c tcmas que dlzc'm rcspeito às suas neccssidadcs espm"-
partida de uma mudança da cosmows'ão. E, conforme as cu'cuns-
tuals', aquelas quc concemcm a todo homcm - quer tenha dlss'o
tan^cias, poderá ter por efeito transformar um dctcrmxms"ta, pelo consciência, qucr não - e que dlze'm rcspeito a sua humanidadc,
menos na prática, num defensor da liberdade pessoal de opção”. como, por excmplo, as pcrgunlas sobre fé, esperança, amor, sentido.
Sc, apcsar dlss'o, qulsé'ssemosfa1ar num “m6todo” de condução da
convcrsa, scria lícito añrmar que a logotcrapia possui uma
b) A derreflexão “tcndência socrática”, procurando, alravés do “cncontro pcssoal",
ajudar o paciente a libcrtar o que eslá encobcrto, a csclarcccr o quc
Como se víu, a m'tcnção paradoxal ajuda o pacicnte a 1r'omzar'
cstá dns'torcido e a adquu'1r' consciêncm' clara sobre aquüo quc
suas angústms' e obsessoe's. A derreflexão, por sua vez, 0 toma capaz
dc 1gn'orar os seus temores. O problema do doentc de neurose de apenas presscnle. Ncsse diálogo abcrto, baseado em moldcs
analítico~cns'tcnc1ms", o logoterapcuta se cncontra também, c de
angústia cons¡s'te preasam'ente no cstar apns'ionado no círculo
modo cspcciaL com aquclas pcssoas quc, em conseqüência de um
mf'crnal dc sua angústia e dos pensamentos quc sc agitam cm torno
dessa angústia, acrescidos de sua ansiedade dc expectativa. Mas problema cspm"tual não solucionado, de um contlito ético ou uma
cns'e ems'tencial, adocccram c, am'da, com aquelas que lutam por
sobrctudo, dcvido à sua obscrvação compulsiva, presta ele exagera-
adotar uma alitude face a seu sofr1m°cnto m'evitável. E tal forma de
da atenção ao scu sm'toma e dcstarte o cstab1hza" c aprofunda.
Unl'nzar' a dcrreflexão em tal caso sigmñ'ca aplicar o scguintc condução da conversa, longe de barrar a possibmdadc de uma
cooperação com outros proccdm'cntos tcrapêuticos, ao contrán'o,
pnn'cípio logoterapêuticoz “_&E0ho"”, declara Frankl, “__nãowe_rstáa.í_
os favorccc.
p\d_ara observar-se a si mcsmo, Lfgçjhmara es - e, ___\p___mase›nstcara'a
entrcga c sx mcsmo, a__,únmê,ren' u doa'o, q_______ue
se cfetivam rcco-
g____,_'__TIII__J"_Cccnocamando.” Aplicado ao docnte de ncurosc de angústia,
45
ALFRIED LANnGLE
1
1
4'/
.
'
mmsgu
viver” (Lulse' Rmse'r, Baustellg Eme°Alt Tagebudg 1967-1970, p. 28 O que sobra a um homcm ncssa solidão c aflição, na qual lhc
e 29). foí tu'ado tudo o que possui valor?
Muitas referências feitas nesta contríbuição foram con~ Ncsta cnse' profunda, sena' m°úul° convcrsar com ele sobre o
dcnsadas nesta passagcm do d1án"o de Lms'e Rmsc'r. A questão quc scntido. Tcrá cle uma rcação alérgíca ou, cansado, rcjeitará cssa
pode scr aqui formulada é esta: Por que acontecmcntos assnm' possib1h"dadc dc scnu'do,dlze'ndo: “Não há maxs' scntido para m1m'.”
oom'queu"os do dla'-a-d¡a' podcm scr o “lugar de construção” de
Talvcz poderíamos conversar com elc sobrc o scntido quc pcrcebna'
mmh'a vida c como é que eles têm “sngmñ"cado” para a mmha' vida? anten°ormentc, quando am'da cns'ua' para ele (o que cle expressa ao
Quc papcl me assmala' a vida, dc quc modo me cncontro ncla7 O usar “mals'”). Porém neste ponlo muitos negam até csse scntido do
ponto depanida aqui é, cm outras palavras, a fenomcnologú do set, passado, só voc^m umvazio ao rcdor dclcs, afaslaram-sc dc tudo, não
do meu estar-aí (Da-sem') c do mcu estar-conscicntc (Bewsst-sem'). há mals' apoio para se lcvantan A agrcssão e dcsespero se acumulam
Assun' como R1nsc'r retlete sobre o mm'uto concreto, chcgarei cu à m'teriormentc. Encontram-sc na escuridão, dcsamparados.
constatação do “aqui e agora”, aquüo que é, em contrastc com a
Quando não se vê um sentido, resta apcnas a mcra existência.
rcpresentação parahsan'te daquilo quc podena' scr d1f°crentc.
Começo a dlsce'rmr' valorcs através do “dc¡xar'~ser”. A VIs'ta está Porém, cxms't1r' por cms°t1r' é ms'uportável.
dcsm'pcd1'da para a rclação que sc ofcrccc cntrc m1m' e as consas'. Poderia a logotcraph ajudar nesse caso? Podcna' ela ajudar a
Isto poderá causar-me assombro, compchn'do-mc a ag1r' em atitudc encontrar novamentc um scnüdo c vivenc1á'-lo? Por ondc comcçar?
de d15'ponib1h"dadc para o scntido m'condicional, não feito por m1m'.
Ass¡m,' esta contñbuição cstcnde-sc da cxpcn'êncxa' não-d1r'ecionada A ÚNICA AJUDA REAL
do meu honzo'nte de exns'tênc1a' até a v1v'ênaa' concreta de sentído,
oricntada pclos valores. As&m' comprccndida, a posstb'1h"dadc (e a Facc a uma situação asmm' desesperadora o que se pode fazcr
vontade) de sentido já sc faz prcsente na essc^nc1a' do nosso cxus't1r'. é cstar prescntc junto a quem a sofre, ouvi-lo, prcstar-lhc atcnção,
Ncccssita, no cntanto, me'lutavelmcnte, de nossa decma"o, de nossa süenciar com elc c, qucm sabc, solidanam'ente compamlhar' a tns'-
anuênaa' volunlána'. teza (vcja FrankL 1969, pág. 94), que ele não consegue suportar
sozmh'o. O surg1m'cnto da Ms'teza é smal' de quc muitíssmo sc
progrediuz o homem começa a encontrar-se. Presscnte valorcs.
A SITUAÇÃO EXTREMA
O quc fazcr, no cnlanto, se a agrcssividade não ccder? Como
Se para alguém esta qucstão sc añgurar dcmasxa'do teórica c proceder se a resxgna'ção, o cansaço e o desespcro tivcrem en-
aparcntcmentc destituída dc 1m'portan“c¡a,' scna' lícito supor que durecido o homem a ponlo de ele acreditar que somente cnoontrará
estcja passando muito bem (dc conformidade com a considcração alívio através de extxavasamcnto de mals' agrcssividade c, ñnal-
de quc pcrguntar pclo semido é smal' de já tê-lo perdido). mentc, numa agrcssão dcñniüva contra si mesmo?
No cntanto, 1mag1n"e-sc uma situação quc, por ccrto, já sc terá Um homcm nestas oondiçoc's não pode scr abandonado a sí
expemn'entado, m'dividualmcnte ou em comum com outros, em quc mesmo. Vejo-o aqui presente, sabendo cle, talvcz, com suñcientc
alguém se encontra na maré baxxa' da depressão, no fundo do valc, clarcm como e por que tudo Iss'o ocorrcu. Podcrá elc entcnder os
onde “tudo dexxo'u de ter sentido”, onde “s1m'plesmente não mak se “mecams'mos”, mas eslá snm'plesmente 1n'capacitado de Aam'da crer
desejc o quc qucr quc scja”, onde tudo lhc é m'd1f'crentc. Alguém que cm sua cns'tência, cm sua vída, haja um “PARA OUE", algo
nesta situação não v151'umbra motivo suñciente para posícionar-se para o quc sm'plcsmcnte scja bom viver, qualquer que seja a fontc
antc seus problcmag transformá~los cm tarefas, tornar-sc ativo. Não moüvadora.
possui mela para alcançaL sente-se abatido e exlenuada Tornado Como logoterapeuta posso alé m'terv¡r' de modo cspccíñco
joguctc dc forças m'deñnívcxs,' 1n'te1r'amcnte passivo, transforma~se ncssa situação dc completa hm1"lação, colocandoanc em s¡n'tonia
cm estranho de tanto scr empurrado por forças estranhas. Chegou com o paciente e admitm'do o seu estado dc mf'ortúnio. A
o momenlo cm que quer acabar com Iss'o...! Acuado como se logoterapia mostramos que os valorespodem scrrealzzado°s somcnlc
encontra, só lhc resta o suicídío. no aqui e agora, scndo relevante aceitar o desaño da situação e o
49
fato de semprc nos cncontrannos num ms'tante concreto, com um dls'pom'b1h"dade (Heidcgger, 19'79, pág. 122) e com ele fazcr a
dcsaño concrcto, face ao qual haverei de mantcr~me abcrto, porquc experiêncía dc scnlido.
nelc v151'umbro o valor que dcsejana' reahzar' c pclo qual qucreria
vivcr.
Precxs'amos admilü quc, diante dcssc pcsado ônus cxns°tcnc1al' A VIVÊNClA-DO-SER
citado anteríormente, essc pensamcnlo logolerápico não constitui
Atcntemos mms' uma vez para a situação comcntada. O que
uma solução d1r'ela. O paciente provavelmcntc não teria condições
de accílá-la. foi _quc acontcccu7
Duas pcssoas sc cncontraxn Uma dclas cstá dcscspcradg
Uma consa,' contudo, pcrmanecc fenomenologicamenlc claraz
passíva, m'erte. Rejcíta toda a responsab1h"dadc, encontra-se de todo
se pretendermog o pacientc c eu, retornar à vida, 1m'prescm'dível se
faz encontrarmos, antes de rudo, um sentido para viver. A vída há 1m'possib1h"tada de expenm'entar alcgna,' não tem mals' vontade dc
vivcr, não vendo, tampouco, cspcrança alguma. E, assnm' scndo, não
dc tcr, novamentc, valor para clc. O valor elc já não o cncontra.
acredita cm ajuda que lhe possa valer.
Comum'cax-sc com1g'o agora, ncstc momcnto, e permitü que eu
participe de sua cns'e, é o mámm'o quc ele conscguc cxtemarl Talvez E contudo sc mamTesta através da palavra.
estará a pcnsar ou a dnzc'r: se agora não pode ser encontrado Temos aí um “doente exzs'lencial”, dzs'posto, prccmam'cnte
ncnhum valor, se estc nosso enconlro não possui valor, onde poderci agora, ajusuñ'car a separação m°tcncional dcste cns'lu" sem uuh"dadc.
eu “procurá-lo”? Ele já não aukte no verdadeüo sentído do lermo.
Esta pessoa, no entanto, se depara com quern sc pronnñ'ca a
o MÉTODO assumu' responsablh"dade c propicíar cspaço para a espcrança. Estc
ser humano está prcscntc, cm mcio à vida, c agora se torna
Ele me cntrcga o quc am'da lhe rcsta c em que de algum modo dns'ponível para o doente cxxs'tencial, com o qual cntra a relacionar-
a1n'da acrcditaz dmg"e-me a palavra, comunica-se com1g'o, entende se. Acontecc uma troca, em que sc procura um dns'tanciamento das
valer a pena adiar a hora da sua morte. Possui um fundamenlo c, causas c situaçõcs gcradoras da doença, através da atcnção centrada
po¡s,' motívação dc tentar uma ultrapassagem de sí mesmo e de sua naquüo quc agora sefaz presente c o que cntre o paciente c a outra
situação. pessoa 1r'á dar-se. Trata-sc dc um relacionamcnto com basc no aqui
c agora, 111m1"'tado quanto à duração e dcscondicionad0. Tem por
Procur0, ass¡m,' viver com ele oprimeüo valor, sem perder de
objeto a comum talefa dc comprecnder aqui c agora a añição
v¡s'ta o aqui e agora com que, por nossa conditio humana, xn'- 1m'pediente, sem m'dagaçoe's sobre alguma unli'dadc que dela possa
variavelmente nos deparamos. Tcnto evitar tudo que foi e quc advu'. Dmg"e-se a atenção para o fato dc “ser-accito”, de quc alguém
podcria ser. Concentrovme sobre ele aqu1,' sobrc o que agora d12' e aí cstá, sem pcrguntar qucm será amanhã ou por que mngu'ém se
peço-lhc quc faça o mcsm(›. De|x'cmos todo o reslo de lado. Só aprcscntou no dna' de ontcm Apenas m'tercssa conccntrar-se em
ems'tcm ele, que a num' se conñou, e eu, que aqui me encontro, nesle c1ma' do fato de que alguém se comunica e quer comum'caI-sc, e
momento, exclusivamentc para clc. Tornar-nos conscientcs do cms'- assm' procedendo sc toma pmsente, accitando o estar-aqui do
urm'os-um-para-o-ouu'o, aqu1,' ambos, agora. O que nos reuniu é o ouv1n'te. E a atenção vai sc ocupando com tudo aquüo quc está aí,
ptoblcma, o que nos hg'a é a ems'tência comum, a “situação-dc-nós" m'clu1n'do os 1n'tcrlocutorcs.
(W1llx," 1980), o s1m' dito a esta situação por nós ambos, a d15'- O que sucede ncstas cu'cunstan^cnas' nada tem a ver com o fato
ponibnh"dade para o tu (Maxcel, 1954, pág. 77), o doar~sc um ao m'telectual. Desviando a atenção de tudo que é dls'persivo para
outro, a conñança graruíta, a pcrseverança. Implica ns'to em aceitar aquilo que aqui e agora é c acontece, cria-se um espaço
rcsguardad0, no qual se acolhe sobrctudo o csscncml°. A VIsa"o e o
a condição humana, notadamente o cstarmos ambos hg'ados ao aqui
reconhecnm'ento são mans' nítidos, sente-sc e expcnm'enta-se mals,'
e agora, ao desaño do momcnto, o ter-me ele escolhido c preas'ar
porquc não há desvio de atenção c se abre o cspaço necessário para
de m1m,' o aceitar eu o desaño, o colocar-me m'condicionalmentc em tals' scnlimentos. Libcrtando~nos de variadas cu'cunstan“cias,
51.
possibmtamos quc surja 0 “1ns'tantan^eo”. Decid1m'o-nos por nós, A cxpcn'ênc1a'-do-scr se toma 1m'possívcl semprc quc haja
damos as boas-v¡n'das ao nosso scr, vivcnciamos e cxpcnm'entamos uma tentativa dc possuu' algo, de pretcnder apossax-sc dc alguma
o valor do nosso scr. Às vezes, como ocorre na situação atrás cmsa.' Caractenza'-se pclo denxar'-serl Todo dcscjo de possc resulta
rcfeñda dc uma pessoa cms'tenc1alm'ente enfcrma, é 1m'prcsc1n'dívcl em perda para o ser em relação à coxsa' desejada. Nessa pcrspcctiva,
a ajuda de alguém, sendo nccessáña a expcn'ênc1a' do ser sadio dc sou apenas na medida em que possuo muitas coxsas'. O ser lem um
uma outra pcssoa, para quc voltc a consoh'dar-sc a espcrança per-
.
valor cm si mcsmo; a posse o lcm através do objclo possuído.
dída.
4 _
\._
A EXPERIÊNClA-DO-SER COMO VALOR
0 SIGNIFICADO DA EXPERIÊNCIA-DO-SER
FUNDAMENTAL
4_
Foi objeto dos comentários anteriorcs a “cxperiência do ser”.
Pela expen'ência-do-ser o homem sc torna, conforme v1m'os,
A experiência do ser coloca-me na base da ems'tência, constitui
. ›J›a~_
consciente de valor que cle próprio é, pelo fato de seu mero ser, mas
scguro apoio para os passos do mcu cstar-aí, quc dc outro modo se
que elc não apcnas conhccc, mas também expenm'cma, aprccndq
desvancccnam° no nada. Perccbo a idéia-mamz', em que toda a vída
sente. Ser homem sngmñ"ca possuu' valor enquanto sc vivc, m'dc-
humana sc cnraímz h
pendentemente de capacidades, posíção sociaL uuh"dade, qualida-
de, saúde, percalçosl A d1gm"dade humana se funda no seu scr, no
“EU s0U, E o FATO DE EU SER POR Sl MESMO JÁ É que clc é, não uo que elc tcm! Scu scr é o prun'c¡r'o valor, o valor
BOM”.' fundamental O homcm é valor, conforme d12' FrankL
wwMK
Parecc-¡ne 1m°portante se dê novo rcalce a esta realidade numa
Tak vivências sempre sa'o, ao mesmo tempo, expenm'entadas época de rcccssão e dcscmprego como a nossa. Assun' como cm
.,.
como “belas”. A1'dém' da harmonia nelas se mamf'esta. tempos idos, o desempregado de hoje se sente uma pessoa m'út¡l' em
_,.
Expen'ências-do-ser, de modo algum, ñcam cu'cunscr¡'las à seu llm1"tado círculo de atividadc c, em conscqüência dnsso', erronea-
sítuação antes comcntada. Ao contrário, constitui csta, fellzm'ente, mente se considera sem valor (vcja FrankL 1933). Contudo, contra-
a grande exceção e, por certo, o mcio maxs' laborioso de sc tcr com nam'ente ao que succdia no passado, nmgu'ém hoje se vê ameaçado
alguém uma expen'ência-do-ser. Experiênaas'-do-ser podem pro- de morrer de fome. Funcionam as agências de socorro aos neccs-
_ ,_. ,_
ccssar-sc sem a participação de outrem com idêntica oportunidade. sitados, mantidas pela rede dc bcm-estar sociaL Todavia, a pcrda
Ocorrcm, por exemplo, quando alguém, tranqu1l"'o e dcscontraído dc bcns adqum"dos, a des¡s'tência forçada de objctos cobiçados, a
y_.v_ .
(deshg'ado dc preocupaçoe's) deambula por um prado e contcmpla hm1"taça'o das possiblll"dadcs de diversão c da compra dc bcns que
as ñores, o pôr ou nasccr do sol. Expcn°êncnas'-do-ser são, na arte, dão prcstígio, tudo lss'o, apesar do rccebun'ento assegurado do
talvez aquüo que faz de algo uma obra de artez a m'termediação mímm'o neccssário à subsns'tência, gcra sofr1m'ento, ao qual sc acres-
dessa v1'vênc13'. Quem sc encontra, por excrnplo, absorto numa ccnta a seusação dolorosa dc o sujcito sc vcr dcspojado de scu valor
reahza'ção musicaL ou contcmplando um quadro, tcm uma ccrta pela sociedadc do ter c do consumo.
scnsação de “cncantamento”, scnte-sc mais intcnsamentc Volvamos à cxpcn'ência-do-scrl - “Eu sou - e o fato dc cu scr,
participaüvo e talvez se 1m'agm'e co-autor da obra. por si mesmo, já é bom”.
A cxpcn'ênc1'a-do-scr é cxpcriência básica no am0r. Anscm' Na vivência dcsta realidadc sc sítua o valor fundamcntaL
pcla mera prcsença do ser amado. O próprío scr-aí é vivcnciado antcposto a todos os valores pcrccptívck (porém náo m'condicional-
tanto na separação quanto na união. mentc anteposto aos valores estabelecídos, por excmplo, os valores
da fé). Com o valor fundamcntal sc rclaciona de algum modo todo
' G. Marcel (19T/', pág 44) ve m'dxsso'luve'| vfnculo cntrc scr e valor. Maü outro valor, conforme adiante veremos.
longe do que ele viu Tomás dc Aqumo ao declarar. “... para cada consa' scre scr bom O valor fundamental não é snm'plesmcnte produto do pen-
vale o mesmo” (cit. Picper, 1967, pág 12). samcnto ou m'tclectivamcnle aprcendido. Pode scr expenmentado
52 53
attavés de todas as possibmdadcs dc vívência, o quc dc longe que possui capacidadc para d1r'ccionar a conccntração do seu pcn-
ultrapassa toda possibmdade de expressão vcrbaL “Eu sou, e Lst°o é samcnto sobrc algo, quc podc ocupar-sc de algo, ass1m' como pode
bom”. Pcrccbc-sc rapídamente numa outra pcssoa, se, por si agr' dc modo oomplclamcnte diverso. Esse eu se aprcende como
mesma, tcnha cxpcnm°cntado esse pnn'cípio. Não sc consegue centro dc ação (Schelcr, 1978, pág. 38), ao qual é própño um scr.
aceitar sercm tantas as pessoas acomctidas pcla “doença do ser”! Aprcende o ser como algo quc lhe foi dado, quc agora lhe é posto
Por tudo quanto o homcm faz reccbe ele mensagem de retor- à dls'posição, que scmpre é, cnquanto o respcctivo sujcito víven
no. De ambas as m'formaçóes: daquüo quc faço e do efeito quc dlsso' Surge uma bipolañdadc na própña esséncia, um homem em posíção
advém, m°clusive sobre m1m' mcsmo, recebo clementos deasw"os crcta facc ao mundo: o situar-se na'o-estruturado do puro scr
para a 1m'agcm do meu mundo c de mmh'a auto-nmag'cm. Contudo, reccbcu uma cabeça. À cxpeñéncia cstática da situação acrcsccn-
qucrerh a csta altura csclareccr apcnas quc tals' mf'ormaçocs' ta-se a de uma possibnh"dade ativa, dinâmica. Na pcssoa reccbe o scr
contém mzus' do que estritamente 1sso'. O conteúdo mf'ormativo um ccntro dc opcração e cxpen'ênc1'a, quc se estende para além do
complcto enccrra 1gualm'ente esta notíciaz “Eu sou". Vale dnzc'r que, ser, porque torna possível o oposto do ser, o não-scr (Sartre acredita
por força do meu scr, sou capaz de agr' c através do meu scr posso devidamente que o ser somenle sc toma cognoscível pela possibi-
recebcr mcnsagens de rctorno. lidadc do nada - cha “L'êtrc et le néanl”, pág. 57).
Essc cu que aí eslá se vé colocado num mundo, sem 0 qual dc
modo algum podena' ex1$'t1r'. Aqui de novo me encontro como
AS TRES DIMENSÕES DA EXPERIENClA-DO-SER “cstando-no-mundo” (Hcidegger, l979, pág. 53). Estou ncste
mundo de circunstan^cias c rclaçoe's (a pn'me1r'a d1m'cnsão da
É
expeñéncia do scr) e num mundo cm que, dc forma pnm'ordial, mc
Prhneira dimensàoz A situaçâo do meu ser-aí.
v |
cnconlro atuando como causa, agentc Lransfonnador, cn'ador dc um
Í
Í
As rcfcrêncnas' até aqui fcitas à cxpcn'ênc1a'-do-scr dlze'm mundo. Naturalmente, eslou também num mundo em dcv1r' e
1
respeito à dun'ensão cstática da situação, que nos permite ñcarmos É trans1'lón'o, de dcsarralgam'cnto e de consas' que mc dnze'm rcspcito.
m'tcu'amcntc conosco mcsmos, quc denxa' as co¡sas' como sa'o, quc Mas d1sso' tratarcmos mals' tardc, na lerccüa d1m'cnsa'o do “cslar-
permitc o rclacionamcnto com as coxsas' e as pessoas da maneüa exposto”.
como m'vana'velmentc sc apresentam. Dcpato-me com a facticidade
do scr-ass1m,' renunciando a todas as cogitaçocs' sobre a possíbi- A transcendência do ser-aí
lídade de serem dcste ou daquelc modo c como seriam sc d1f°ercntcs
fosscm. É uma situação de rcpouso, cm que me concentro no aquí Neste ponto dc nossas rcflcxoes' é decm'iv0 termos em müa o
e agora, “des-ügando-mc” dc tudo, “dcs-c0ndícionando-me”. “estar-no-mundo". Na pnm'cu"a d1m'ensão da cxpcriência do ser c
Llnn"to-me ao “dc¡xar'-acontccer”. na d1m'cnsão cm quc expcnm'ento a situação (Zustândlichkeil) do
ser-aí, percebo as rclaçocs' pelas qua¡s' o mcu scr adquu'e o caráter
do ser-al. Com ns'to mcu scr, quc para m1m' scn'a dc todo 1m'pcnsávcl
Segunda dnm'ensa'o: A dinámica do “eu”
se não fossc um ser-no-mundo, uma vcz que sempre é uma relaçâo
A expcn'ênc1a'-do-ser possui uma grande d1m'cnsão, a do eu, o como “catcgoria da essêncna'” (Buber, 1977, pág. 36), é constituído
qual añrma que éz “Eu sou”. O quc nesta segunda d1m'cnsão se faz por uma trama dc rclaçoc's, por cstar comprometido (Bezogensem').
conscícntc, o quc é conscientcmcntc cxpcnm'cntado, 6 o fato de a O reconhecnm'ento dc que o meu scr-aí de forma pnm'ordial é
cste scr se amoldar um “cu”: cxpenm'ento a mun' mesmo como rclacionamenlo, “ser escolhido e cscolhcr, palxa"o e ação, s¡m'ul-
sendo! Muita consa' se oculta nessc nmnhecer~c-vivcncm'. Nelc se Laneamcntc” (idem, pág. 18), conduz da expen'c^ncw' da situação a
funda o scr-pessoa, cujas pnm'c¡r'as man1f'cstaçocs' remontam à fase ambas as d1m'ensoes' do agü c do estar exposto.
de obst1na'ção da críam Esse eu podednzc'r“na'o”. Esse cu pcrccbc No entanto, só estarei cfcüvamenlc “aí” quando me tomar
a si mcsmo, aprcende-se como scr pensante. Essc eu conhccc, conscicnte do segundo pólo, do “cu”. Sou ccntro de ação no mundo,
m'dependentemcnte dc m'tcrfcrências cstranhas, quc 6 cle mcsmo porquanto apcnas através do desempenho de atividadc me encontro
55
cfetivamentc “aí”, me faço prcsente. Só quando “conccntro todas Terceira dimensâoz o “estar-exposto" na existência
as mmhas' cncrgm sobre algo, cu v1v'o dc maneüa a mals' complcta”
(March 1978, pág 162). Mans' uma temezr'a dzm'ensão da experiência do ser podc ser
Aparentcmente a cxpcn'êncna' do scr mc havh deslocado de wa'b¡hza"da. “Eu sou” - o eu desta vcz não é um centro dc ação, mas
tudo o quc há em tomo de Imm' para uma situação flutuantq dc tcr um centm de enmega, de “pa1xa"o” (Buber, 19"7¡, pág. 18), ao quaL
cm conta um'camente meu-própn'o-ser. No entanto, um exame pela cms'tênc1a,' algo, acontece, ao qual algo “d12' rcspeito”.
acurado a pamr' da ems'tênc1a' revcla que já alí ens'te, de forma É aquela forma da cxperiência do scr quc é pcrccbida entre o
latente, um “cstax-no-mundo”. Estar-no-mundo é a constituição devu' e o passado, que faz a cxperiênch do m'evitávcl c do cstar-cx-
fundamcntal do scr-a.í (Heidcggcr, 1979, p. 54c 176). “Ao voltar-se- posto. Releva lembrar aqui o sofnm'ento c os golpcs do dcstm°o que
para... c perccber, o estar-aí não rcssai de uma csfcra m'terna em mc surprecndan Mas 1gu'almcnle me aconteccm os cventos dc
quc se cncontrava antcriormentc encapsulada De conformidade exultação, nos quaJs' a alegria me empolga e por vczcs o éxito me
com o seu modo dc ser pnmán"o, dcsde semprc se sítua *fora', num saüs'faz. Tudo ls'to nos é propicíado dc tal modo que, embora ocorra
ser que vem ao cncontro do mundo já dcscobcrto" (idem, pág. 62). sob mf1'uênc1a' nossa, ocorrc lse'nto da domm'ação de outrem. Na
Essc “cstar-no-mundo” de Hcidcgger é aquüo que Frankl perplexidadc (Bevv_ü'ensem') o comportamcnto não raro torna-se
dcsngn'a como “autotranscendênc¡a'". O próprio Heidegger o con- ms'eguro, quando o sofr1m°ento me atmg'e, mas pode também en-
ñrmou por ocasño dc uma v151°'ta feita a Frankl (co¡nunicaçâo volver uma grande alcgna'. O pólo positivo, assnm' como o negatívo,
pessoal do Prof. Frankl). desta d1m'ensão projeta-mc numa forma de êxtasc, de cxtrovcrsãq
de “estar-fora-dc-m1m'”. Aponta1s'to para o íntnn'o e vital parentcsco
“O modo pnmán"o do cstar-no-mundo, segundo Heideggcr, é entrc alcgna' e sofnm°ento. O fato de algumas pessoas na realidade
o 'rcconhcam'cnto do mundo' (voav), ou seja, o m'tcrpclar e o se fecharem à alegna' e ao sofnm'entorclaciona-se com a expen'ênaa'
dcbatcr o 'mundo' (Ã.oyos) (idem, pág. 59). Foi cxatamcnte lsso' que do éxtasa Tcmcm clas sc cxporcm, perdercm a m't1m1"dadc, o que
ñzemos até aqui neste trabalhoz cnsamm'os o reconhec1m'ento do envolvena' perda do scn cu (Serst). O scu eu rcstnng'e-se à segunda
mundo através do rcconhecxm°ento do 'compromet1m'ento' '(Em°- d1m'cnsão.
gebundenheit) e reahzam'os a m'terpelação do mundo através de um A experiência dessa dimcnsão é tão antiga quanto a
eu quc se apreende como centro de ação no mundo. Apreendome conscíênch da humam'dadc. Encontra-sc scd1m'cntada nas rchg1"ocs'
com Isso' como d1r'ccionado, pela cssênch do meu scr-aí, para o pnmn"tivas, nas conjuraçoc's do dcsnn'o, na supersüção.
mundo em que me enconüo. Sou essencmlm'ente aberto a outro ser
Entre os pólos extrcmos dessa d1m'ensão, a alegria c o
e esscnaalm'enle a depcndcr dc outros sercs. Eu sou, cnquanto náo
sofnm'cnto, há uma cxtensa zona dc mamf'cstaçoc's quc passa
me puser “a mercê dc nnm' mcsmo” (Heidcgger, idem, pág. 175 c
desapercebida cm seu sngmñ"cado ens'tcncial por causa da sua
segum'tcs), no rcconhecnm'cnto e m'terpelaçáo de oquo scr que “se
m'v¡ah"dade. Para constatá-lo basta considcrarmos a quantas colsas'
encontra” com o mcu seL Ou, como Frankl d1L" “Vamos ater-nos a
cstamos d1an"amcnte cxpostos c o quc todos os dxas', ou uma única
rs'to: somcntc a ems'têncna' quc se transcendc a si mcsma, somcntc
vez, nos succde, nos dlz' rcspcito!
um scr-aí humano que seLransccnde com relação ao 'mundo cm quc
sc cncontra' podcrá rcahzar'-sc a si mcsmo. No entanto, buscandose Desta d1m'ensão da vivêncxa' do scr emana a lm'portante
a si mesmo, com vistas à auto-realização, cstaria dc todo capacidade de admu°ar-se, quc amplía o nosso ser-aí (nossa
cquivocado" (Frankl, l982, pág. 77. cha também March 1978, p. ex15'tência) por uma d1m'ensão a mals'.
162-171).
M. Buber o d12° formalmentez “0 homcm se torna eu no tu” 0 espaço existenclal' trid1m'ensional
(1977, pág. 37), c Jaspers (1941, pág. 19) opma.'° “O homcm náo ó
um scr bastanle a si mesmo, cnccrrado cm sn,' mas, aquüo quc o Quem alguma vez tcnha m'dagado da razão de scr da sua vida,
homem é, elc o é pcla causa que fez sua própna'” (veja também contm'ua vivo somcnte porque fundamentalmenle pcrccbe o ser-aí
Scheler, 1978, p. 89 c 93; Jaspers, 1965, pág. 54). como um valor. Essc valor fundamental do scr-aí podc scr cx-
57
pcnm'cntado mcdiante a concentração sobrc o aqui e agora. A A necessldade da declsào
tranqullx“"dadc m'tcns¡ñ'ca taJvivônciaz “Eu sou - e é bom que eu seja".
Estas noçõcs, relativamcntc ao comportamento, apontam
Dcsta cxpcñência do scr da situação (Zustan"d1ichkeit), cm quc sm'to
“possib1h"dades emergcntcs do fundo da realidadc” (citação de
o valor do meu scr, reccbo aqucla energia, que mc torna capaz de
ação (c não apenas preparado para reag1r') e capaz de vivênc1as' (e Frankl recolhida em convcrsa pessoal sobrc o scnu'do): a cssénaa'
não apcnas prcparado para pcrccber). do homcm com as trcs^ d1m'ensões é a reah'dadc, quc é ofcrecida
m°dcpcndentcmentc de nossa dccma"o. Para csta possib1h"dadc posso
Tal experiência fundamental somente é viável em vns'ta de (pc_|a d1m'ensão do cu como ccntro dc ação) dzze'r “ndo” a cada uma
outro ser, em rclação ao qual sempre me encontro posicionado c das d1m'ensoc's c ao ser, através do suicídio. E, am'da, quando não
com o qual cstou essencialmente compromeu'do. Ass¡m' como não quero “dc¡xar' dc ser”. Ncste caso deformo a realidadc, fujo para o
posso 1m'ag1n'ar-mc não-exxs'tcnte, também não cms'to sem outro scr, mundo dc sonhos da droga, do álcooL da docnça, da neurosc. Posso
do nasc1m'ento à morte, aqui e agora. Conscicnnzan'dovmc da dlzc'r “não” ao entrelaçamcnto do mundo com o meu aglr', aban-
presença de um “cu”, a cujo alcance foi colocado um ser dls'ponívcl, donando-mc ao plano m'clm'ado da dcpendéncw,' rcsxgn'ando-me a
sobre o qual possa tomax dec1$'oc's, expcnm'cnto-me como centro de um papcl passivo, no qual mc cx1m'o de toda responsab1h"dadc,
açdo no mcu mundo, como “pcssoa” que só sc encontra realmentc permithdo que os anseios dc tcr se apodercm de mnn,' ou tolcrando
“aí”, se ñzer uso do atributo da capacidade de agu'. que outros domm'em a mmh'a vontade. Posso dnzc'r “não” ao “estar-
exposto”, quando procuro, com 1m'ed¡a'üsm'o de meios, amcmzar' os
Essc homem, que sc ergue da situação para a posição de meus sofnm'cntos, quando eadjo da vída, co'mo se fora um d1r'cito
pcssoa, se encontra a todo tempo c em toda a parte eJmosta m'dlscu'tívcl, tudo o que cla mc possa proporcionar, pcrdendo, com
Atmg'em-no o ser dc outrem e os evcntos “casuals'”. Eslá nu em seu nsso', mmha° capacídade dc admn'aça'o, cnclausurandcrmc cm m1m'
ser~aí. mcsmo, ao m'vés de abnr'-mc, e quando, em meu desespc_ro, mc
cntrego à autocomkeraçãa
Cada uma destas üês d1m'ensõcs da expeñência do ser aponta Posábmdadcs são cammh'os d1r'ecionados para um ñm am'da
para além doponto de intersecção das dzm'ensoe's da eu cm d1r'eção não convertido em reah'dade. O cammh'o, porém, é reaL A vida é
ao “estar-no-mundo”. Longe dc constituk algo quc 51m'plesmente grávida dc possibxlx"dades, vale dlzc'r que a vida se vm'cula com
sc soma ao meu ser-aí, o “cstar-no-mundo” constitui uma dccns'ocs', a ñm de quc as possiblh"dadcs possam emergü rcah°dadcs.
característica cssencial do meu scr-aí. Assnm' sendo, posso posicionar-mc de modo d1f'ercntc diantc
desta d1m'cnsionalidade cxns'tencml.' Posso d1ze'r s¡m' a cla c posso,
Eu sou, porque me d1r'eciono para o estar-no-mundo e somen-
ao longo das d1m'ensoes,' extrapolar de m1m' mcsmo c, embora
te através do cstar-no-mundo pcrccbo que sou. É no modo c na
conscicntc dc m1m' mcsmo, apagar~me numa vivêncna,' csquecer-me
1n'tcnsidadc cm que mc cnconlro nas referidas dun'cnsõcs c cm quc a scrviço de uma causa e assm' perceber-mc rcnovado e constan-
estou-prcscnle no mundo que percebo quem eu sou. “Quanto mals' temente rejuvencscido, mals' profundo, mans' cnriquecido do quc
eu sou, quanto mans' mc añrmo comosendo, tanto mcnos me projeto jamals' antcs fora. Devcras, é Isso' que corrcsponde àm1nha' cssência.
como autônomo. E tanto menos relcvantc se añgura (o meu ser) O meu ser-aí se encontra orientado para o seu ongmal" fundamcnto
como autovalonza'ção” (Marccl, 1954, pág. 143. Veja também p. 118 e, ao m'vés de sê-lo por djs'traçocs' vazias e sans'fação ãe neccsL
_ Í
c 134). Meu scr-aí é por essência “ccntrífugo”, é essencialmente dadcs, é sustentada por alegria c reahza'ção, nâo dcvendo a pcssoa
capitular díantc dos sofrimentos, pois rcconhcce no “como”
Áu
transcendente.
cnfrenlá-los a d1r'eção daquele cammh'o que leva ao seu própño eu.
Na vivência, estas três d1m'ensões são pcrcebídas na reaHdade É neste honzo'nte quc sc descomn'a a noção do “sentido”
m_'"."
subjetiva de “estar-relacionado-com”, de “podcr ag1r'" e de “estar- (Sm'n), derivado do ba1x'o-alemão erudito “smn'an” (Kluge, 1975).
cxposto”. Para a deckão de accitar cstas d1m'cnsõcs vale dlzc'r-sc: Surprecndentemente, “smn'an” sngmñ"ca a1n'da viajar, ambicionar,
“scr c dcmf", “ag¡r'”, “accitar e admu'ar-se”. andar e podc ser retraçado ao vocabulário pré-germam^'co sentno
59
mwww(fi_*t4ü'
'*I'í'T__
(cnv13r'?). O radical sent lcm na palavra lann'a senrw o sigmñcado vez por todas. Ninguém poderá dlzc'r: “Encontrei o scntido. Elc é
ongmán"'o de “seguu" numa du'eçã0”. A partü dcssa accpção descn~ assnm' c assnm'l”
volveu-sc o sxgmñ"cado lat1n'o de “scntu"”, que, pela rclação cxposta,
Vivenciar sentido cnvolvc um cngajamcnto, um compromlsso'.
se torna m°tchgí'vcl: dn"ecionando-me cu no meu ser~aí, nas mmhas'
Sua rcunião e fusão na cssêncna' total nunca podcrá acontecer
dccisões, nas minhas ações, chegarci a uma realidadc que
pn°oritanam'cnle é “percebida” c que é “sentida” pela totalidade do attavés de m¡m' e, contudo, nunca scm m1m'” (Buber, 19'T7, pág. 18).
scr. Scm uma rcferênaa' a m1m' mcsmo nada se torna valor, nem scntido.
“Onde não ens'tc partícipação não há realidade” (Buber, 1977, pág.
76). 0 sentido m'van'avelmcntc tem por premuposto a mm'ha
A expeñ'ência-de-sentido msc'rçáo em algo por que eu me delxe' atrau'. É a m1m' que Isso' d¡z'
rcspeito. Importa que mc delxe' atraü por um valor concreto de
Parum'os da vivência do ser. Representa ela uma últun'a rcali- vívência, de ação, de atitude, o qual aprovo graças à comprecnsão
dadc dc natureza geraL que ncssa cxpcriêncía sc torna conscicnte. do meu ser-aí.
É uma realidadc m'tc¡r'amcntc não-d1r'ecíonada, com absoluta abcr-
Scntido é rcahza'ção do mcu cu e csscncialmcnte am'da mans°:
tura.
sentido é a reahza'ção do eu através da construção de um mundo.
A du'cça'o que 1m'pnm'o à mmh'a vída cmcrge das decxs'oes' para
valores que tomo reah'dadc. Valor posso cu encontrar, dc modo
gcraL cm cada possibüdade capaz de fazer do meu ser um ser-aí, BlBLIOGRAFlA
onde efetivamente sou e sou através da açao'.
BUBER, M., Ich und Du. Heidelbergz Schneider, 1977.
Sem dúvida ncnhuma, a própría ens'tência, “de modo nor-
mal”, represcnta um valorz “É bom que eu seja”. Para viver cfetiva- FRANKL, V., Wu'schaftsknse' und Scelcnlcben vom Standpunkt
mcnte csse valor na ação, a logoterapia aprcscnta Uês categon'as, a des Jugendbcraters. Seelenamh"'chc Rundschau 43, 1933. The
que se reduzcm todas as possn'b1h"dadcs de expcñência dc vaJorz W111' to Mcamng.' Ncw York: New American Library, 1969. Der
Mensch auf der Suche nach Smn'. Frciburgz Herder, 1975. Dcr
“E não é tão-só o trabalhar (correspondente à capacídade de
Mensch vor der Frage nach Smn'. Mun“chen: Piper, 1982.
ação) que dá sentido ao ser-aí - falarcí nesse caso da rcahza'ção de
valores cn'ativos -, nem apcnas a vivênaa' (correspondentc à capa- PHEIDEGGER, M., Sem' und ZciL Tübm'gen: Nicmeycr, 1979.
cidade de prazer), o enoontro c o amor podcm dar scntido à vida -
JASPERS, K., Ubuer meine Philosophie. Logos 24, 1941.
falo cntão dc valoresw'venciau' -mastambém o sofnm'cnto.Todav1a,'
Wiederabdruck 1n:' Wahrheit und Lebcn, Berhm,' Deustsche
a capacídade dc sofnm°ento, em últlma' anáhs'e,'nada mals' é do que
Buchgemeinschaft, Ed. Ohnc Jahr. chine Schule dcs
a capacidade de rcahzar' aquüo que desngn'o por valoms de atitude
Phnl'osophns'chen Denkens. Zun"ch: Ex libns,' 1965.
(Frankl, 1975, pág 77, dcstaque do autor da citação).
Desta maneüa rcahzo' a mmh'a cssência, rcahzan'do o mcu eu. KLUGE, F., Etymologs'ches Wo"rtcrbuch. Berlm': de Gruyter, 1975.
Cada rcalmção de valores, por lss'o mesmo, possui um sentida MARCEL, G., Scm' und Habcn. Padcrbornz Scho"mn'gh, 1954. Mys-
”Smnan'” s¡gmñ"ca viajar, seguh um rumo, por um cammh'o, que é tery of chg.' VoL I. South Bend (Ind.): Gatcway Ed., 1978.
para m1m' um valor. O sentido jamans' é uma rcalidade cstática. Mystcry of chg'. VoL II. South Bend (Ind.): chnerylGate-
Nunca é váüdo para todos, ncm deñniu'vo. Sentido scmprc é algo a way, Ed., 1979.
rcahzar', algo d1n'am1^'co, vm'culado ao momcnto, ao aqui c agora. É
a 1mag'cm que dcshza' ao longo da v1ag'em, a música1 a desvaneccr-sc MASLOW, A., Dic Psychologie dcs Sems'. Mun"chcn: Km'dler, 1981.
no momcnto subsequ"ente. Talvez tenhamos hoje maior d1fi°culdade PIEPER, J., Hmfuhrung'” zu Thomas von Aqum'. Freiburg: Herder,
na apreensão do sentido, graças à possíb1h"dade de se peremzar'em
1967.
as 1m'agens cm fotos, dlsco's, ñtas, ao passo que o sentido não permite
ser cns'tahza'do. Jamals' poderci possmr' e conscrvar sentido de uma
61
RINSER, L., Baustclle. Em'c Art Tagenbuch 1967-1970. Frank-
furt/M.: Fls'cher TB Band 1820, 1981.
SARTRE, J.P., L'être el le néant. Pans': Galhm'ard (1943), 1982. WOLFGANG KRETSCHMER
SCHELER, M., Die Stcllung des Mcnschcn 1m' Kosmos. Bern:
Franckc 1978.
WILLI, J., Vortrag am B.4.1980, Lm'dau, Psychotherapicwochen.
Valor do eu e sentul'o da v1d'a
63
62
possui cle capacidade para clcger c fundamentar va10rcs, o que os psfquicas, nas neuroscs assm' como nas psicoscs, o juízo do
mecamsm'os psíquicos de aprendxzag'em por si sós não exph'cam. autovalor sc cncontra afctado, o que faz com que o doenlc dc rogra
O campo operativo dc valores gcrms' é extremamente amplo. se subest1m'e. Excepcionalmente - por cxemplo, nos casos dc mama'
Posse, cros, descmpenho, poder; mas também doação, renúncia, ou cm surtos da esqmzo'frenia - sc supercstnma'. Podcr-sc-la' csperar,
subordm'ação. Indiw'dualmente, contudo, os valores oc_upam d1f'e- a partü daquL um accsso à comprcensão do docnte e, quem sabc,
rcntes posições, envolvcndo em sua abrange^nc1a' sxtua'ço'es que sc também o exercício dc uma mfl°uênaa' cñcaL Dns't1ngu'c K. Jaspcrs
estcndem dcsde a satls'fação de neccssidades pnmánas" até as cm sua Psicopatologia (1946) “do¡s' componentcs msc'parávc¡s'” da
culnnnan^'c1'as da perfeíção humana. Mas aquilo que é considerado consciência da personalidadcz um “sent1m'ento de autovalor” e
valor maxs' alto ou mals' ba1xo' d1f'ere de pcssoa a pcssoa, dc grupe a “mcra consciêncm' do scr próprio espccíñco”. D¡s'to se dcssumc que
grupo. Cada qual possui o seu srs'tcma dc valorcs. É o que os jovcns a consciência do cu invariavelmcntc vem ligada a uma
aprendcm dos sociólogos c por lss'o acrcditam com demasxa°da autovalonza'çáo. Não surge csta scm cxperiência, mas também não
fac1h"dade não precns'arem ter ncnhum refcrenmal' maxs' estáveL Tal seria vná°vel scm o 1m°pulso básioo para a elevação valorativa Na
relatiws'mo de valores vem scndo aceito com freqüência crcsccnte, verdade - Jaspcrs assm' pensa - cxxs'lcm, ao lado dc |m'pulsos vítals,'
p015' a aceitação de valores elcvados gera obng'açoc's c, portanto, é também un'pulsos ”cspm"tuals', para a pcrccpção de um scr c a
m'cômoda. Preferc-sc não falar nelcs, sendo que em sctorcs respon- cntrega a um ser, que aparccem cm valores percebidos como ln'-
sáve15' pcla educação é mcnosprczada a perspcctiva anagógica, que teüamente válidos, quer sc tratc dc valores rehg1"osos, quer de
aponta para o alto, cm favor dc mcras rciv1n'dicações e comodi- valores éticos, lógicos c estéticos... Ems'tc a realidade psicológíca dc
dades. Com lss'o, no cntanto, também sc pcrde uma das exprcssões uma expeñência onglnaL°' qualitaüvamcntc única, mas cmm'cntc-
consideradas dc muita rclevan^cia no passado, quc tomava prcscnte mentc múltipla e n'ca, na cntrcga a tals' valorcs. Vem assocna'da a um
e aprofundava o sngmñ"cado dos valorcs mals' altos, especialxnente o anseio un'pulsivo, no caso de sua falta, c é fonte de uma felicidade
da rehg1"a'o c o da sociedadc. Reñro-mc à clcvação m'terior man1f'es- m'comparável a qualquer outro prazmg no caso da rcahza'ção. Para
tada nos hm'os, nos louvores, nos can^ticos. Na atualidade, porém, 0 a unag'cm do homcm é dccns'iva a mancüa como todo cssc grupo se
rclaüv13'mo axiológico achata a vida no verdadcu'o scntido da pala- conduz na man1f'estaça'o de sua vida, mas se retrai até quase
vra. Não permite mans' nenhum exercício de ascensão, nenhuma desaparcccr, sem faltar de todo num scr humano". Ncssas pulsoes'
m'tensxñ'cação. atuana' um “anscío de ctcrnidadc”, que não conñguraria mcro
evento condicionado pcla tcmporalidade, mas uma “participação
Ora, se o homem atribui valor e, forçosamente, percebe o valor
num ser m'dcpendente do temp0”, ou scja, na superação do tempo,
de algo, valora também a si mesmo: “Eu valonzo'; portanto, possuo
com o qual Jaspers 1m'plicitamentc relaciona a clevação m'cbnan'tc
valor” (W. Stcrn, 1924). Mas a posição do valor o homem cncontra
e cstática no cncontro com valorcs. Ncstc scntido, podcríamos dlzc'r
precmam°cnte cm sc comparando com oulrem Podc elc julgarz Sou
que o homem anseia pcla clcvação dc sua cns'tência.
melhor ou pior do que oulros. Outros são melhores ou piorcs do
que eu. Tal julgamento eventualmcntc sc apóia cm presumívels' Frustrada tal rcahza'ção nos planos vilal ou cspln"tual, con-
d1f'crenças no bem-cstar, na escala hierárquica, no desempenho ou soante Jaspcrs, fac11¡n'cnte surgem,conquanto não necessanam'cnte,
no componamcnlo moral. O assm' chamado autovalor estabelccc- “grauñ'caçoc's ¡l'usón'as”, pelas quals' a “expcriência dc valores" é
sc m1"cialmcnte com base nos valores convcncionals', a seguk com deslocada c a escala de valores fals¡ñ'cada. Slrv'am dc cxemplo
base naqucles que 0 m'divíduo tem em mlr'a. Só depoxs' se valonza' pcssoas pobres, fracassadas e fracas, a fazcrem praça dc sua m'-
também a outrcm. Quandn o homem rcprcsenta um valor elevado, ferioñdade para compcnsar o scnt1m'cnto dc mf'cn'oridadc no ex-
ou o cncarna, a sua auto-avaha"ção sc situará num patamar bem alto travasar do scu scnühcnto dc mf'crion'dade, com violêncm,' contra
c v1'cc›vcrsa. Todav1a,' a noção dc autovalor oscüa também scgundo os valores positivos dos mals' bcm aqumh'oados. Ao revés dlsso',
o êxito ou o fracasso, o rcconhecmento ou a rejeição, a saüsf'ação podcrá ocorrer que os que são cm tudo favorccidos vcnham a
ou a privação. atribuü scu êxíto a mercc1m'ento c dns't1n'ção própn'os, olhando para
os mcnos favorccidos com altich scm pcrccbcr o aspccto casual e
Com a adcsão à correntc ñlosóñca ac1ma' refen'da, os psi~
vulncrável da situação deles. Jaspcrs llm1"ta o seu comentário a estas
quiatras sc alcrtaram para o fato de que em todas as perturbações
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considcraçoc's de ordem geraL Contudo, já é o suñcientc para opm'a Schüder (1924): “É questiouávcl sc o scr v¡v'o podcn'a renun-
perceber-se que a problcmática em mcnção há de dcscmpenhar ciar ao valor própn'o, ao autovalor, c sc autocondcnação não scm'
papel especial cm sc tratando de doentes psíquicos. preasam'ente a exprcssão mms' fortc da prcscrvação da própna'
Também A. Storch (1918) dcscreve e ordena a cxpcn'ênc¡a' do pcssoa como algo pcrfcito”. De um modo gcral se podcna' sustcntar
autovalor como fcnômeno humano, scm dependêncxa' 1m'ediata de “quc faz partc das caractcrísticas fundamcntms' do psiqmsm'o, da
situaçoe's de morbidadc. D¡s't1ngu'e cle o “comportamento geral do sua essênaa,' manter a fé no valor próprio”. “Com a psicosc, a
autovalor” da “v¡v'ênc1a' atual do autovalor”. Ambos reciprocamentc auto-cst1ma,' a vivência do autovalor tomam-se possívcxs' somcntc
se dctemnn'am, na mcdida cm que a vivência dc autovalor do pelo fato dc o cu-idcal se mod16°cax, ao passo que, nos casos dc
passado marca o modo dc ser dcssa mesma vivência na atualidade, neurosc, a pcrsonalidadc mantém o seu autovalor através da
ou cm que a expcriência arual forte mt1'ucnc1a' a cxpen'ênc13' geral desñguração da reah°dadc. Toda ncurose e toda psicosc têm mí'cio,
futura. A cxpcñência de autovalor seria cntcndida como reativa, portanto, num abalo da vivência do autovalor, nada mals' reprc-
conseqüência de aoonteam'entos pregressos, cuja cñcácia, por sua sentando do que uma recupcração do autovalor...”
vez, cstañaadepcndcr da 1m'prcssionab1h"dadenormal do m'divíduo. Kretschmer e Storch cxprcssamcntc se reportam, cm sua
Poden'a csta cm partc ser dcn'vada de mfl°uências hcreditárias ou axgumentação, à psícologh ln'd¡vidual de Alfred Adlcr, que foi c é
predls'posiçoes' 0rgan1"cas. O fenômcno básico assnm' sc enuncíañaz o prm'cípal reprcscntante da doutnn'a do autovalor no mowme'nto
onde reina o vazio de autovalor devcrá surgir “procura dc psicoterápico. Os ps¡'cotcrapeutas, dc resto, não podenam' perder
autovalor”. de v15'ta o aspecto de valor. Na psicanáhsc' as valoraçocs' desde o
No mcsmo ano e scm dlscr'cpar do entendm'ento de Storch, mí'cio descmpcnham relcvantc papel (culpa, perda de prcstígiq
E. Kretschmer, no hvr'o “O dclírio do rclacionamcnto scnsitivo” mf'erion'dade facc ao pai), mas lão-só no scnüdo ncgalivo, na
(Der sensitive Beziehungrwahn) (1918), tcnla rclacionar doenças de medida cm que o homem, como scr govemado por 1m'pulsos, fracas-
delírío com conflitos de aulovalor. Situa a estes como causa pnn'- sa na valoração. Esta aparccc apcnas como função psíquica dcpen-
cipal do delírio e dá uma cxplicação psicológíca para o seu desen- dcntc de 1m'pulsos, de tal sorte que a patte referentc aos 1m'pulsos é
volv1m'cnto. A experíência dc um ms'uportável rcvés lcvaria a uma avaliada positívamente e a que gera angústia negativamente.
ncurose caractenza'da por uma sensibmdadc pcssoal cxacerbada, Também a nova “teon'a do narms'ls'mo” não traz altcraçoes' relevan-
transformandosc subitamcntc cm um dclírio. Scria o delírio dc ñcar tcs a essa conccpção. O sujcito dc valoração pcrmanccc fora do
m'justamente cxposto ao menosprezo dos outros, ou vítuna' dc s¡s'tema, assm' que também a pcrgunta sobrc o scntido não podc scr
formulada. C.G. Jung é dc opuu"a'o d1f'crcnte. Scmprc considcrou o
pcla sensn'b111"dade ante a suposiçâo de “scr lnf'erior” e alvo, por esse autovalor altamcntc sngmñ"cativo e postulou como valor~meta dc sua
motivo, de reparos num momento de carga cxtrcma sobre o sen- psicotcrapia a m'tegxação e cqmlíb'rio das forças psíquicas, base de
rclaçoc's humanas produu'vas. Fmalmcntc, para Adlcr (1933) o valor
nm'ento dc d1gm"dadc pessoaL ccdc lugar à op1m"ão dehr'ante de que
“os outros rcparam em m1m' dc forma crcsccnte, porquc me central c o objetivo da pedagogia e da psicoterapia era a ms'erção
plena e út11' na comum'dade. Com lsso' tomava-se tarefa da psícologna'
rejeitam”. Com lsso' o torturante conflito m'tcmo é, por assm' dnzc'r,
exterionza'do c carreado para as outras pessoas. Transformado num m'divídual, não somentc esüm'ular uma dls'posição de bcm-querer
face ao outro, mas também cncorajar a co-reah22|'ção comum'tána'
relacíonamento humano negativo, 0 conflito sc torna suportáveL
críativa cm lodos os setorcs da vida. Em consonan^c1a' cOm lsso', E.
Ao atríbuírcm à autovalonza'ção um sxgmñ"cado cssenaaL' Krcstchmcr (1949) víu como mcta da psicotcrapia fazcr com que o
Storch c Kretschmer v15'ivclmcnte transpõcm as fronteüas dc uma doente dcscubra vivências c áreas dc atividade, ponanto, valorcs cm
1n'vestlg'aça'o procedida à iuz das ciêncías namralsj que perscrutam que o seu sentnn'ento dc autovalor sc possa apoiar. Rcconheceu,
a evolução de mccams°mos psíquicos quase objetivos. Ao contrário, outross¡m,' que os va10rcs não constituem apenas aspcctos m'tcrcs-
o referencxal' ñlosóñco que Storch busca cm Scheler e Jaspers, c santes e não desprczívek da vida humana, mas, ao mcsmo tempo,
Krctschmer cm Nietzsche, abre uma ampla área de tensão na rcpresentam abordagens tcrapêutícas de notávcl eñciên0m.' A
psicopatologia cntre a pcssoa humana c as lcns' da naturcza. Daí em questão quc, ao lado da psicanálls'c, desdc o mí'cio sc propunha, cra
diante também outros psíqula'tras sc têm ocupado do tcma. Assnm'
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estaz até que ponto o eu é pnsx"oncnr'o dos 1m'pulsos vitaxs' ou até que dade para o sacnff'cio, amor-próprio, renúncia”, fazcm parte da
ponto consegue ordcná-los e dommá'-los. Scrá suñcíente dcshg'ar os mesma realidadc, na mcdida cm quc ultrapassam a 1m'pulsividadc
m1'pulsos vitals' de fins enganosos, libcrtá-los, ou não dcvena' o vital e sc tornam exprcssão da pcssoa. No mcsmo scntído, Kronfeld
sujeito também julgar e valonzar' ta15' un'pulsos, esforçando~se para pode añnnar que o parccüo erótico, conquanto “scja expenm'en-
m'troduzi-los em vivêncías c ações plenas de scntido?... Em caso de tado como um meio para a saüs'fação do ¡m'pulso", por outro lado,
assentmcnto a esta úlum'a proposição, altcra-se fundamentalmente contudo, o será como “um valor ou desvalor em sí mesmo, que... por
o cslüo dc relacionamento com o clicnte, porquanto a conversa cssa sua sigmñ'cação própn'a... é dcsejado”. Tal cxpcríência dc valor
cndereçada para o futuro, o consclho, a amm°ação, a tentativa do outro mfl'uencia fortemente a experiência dc valor do própño cu,
prática lerão obtido relevante sngmñ"cado. Destc modo os atos também esta em scntido positivo ou negativo. A expcñência erótica
dependentes do eu encontraram o seu lugar no dcscnvolwm'ento da do valor “...podc deshg'ar-se completamente da ñnalidade scxuaL
personah'dadc. podendo fundar-sc em outras csfcras de valor da vida psíquica c
Que aquí se opcrouum afastamento dapsicanáhs°c vemos com cspm"tual: é, cntão, o ponto dc partida dos fcnômcnos do amor”.
maior nitidez à luz da psicologia m'dividual, que - partm'do do R. Allers (1924) e J. Neumann (1938) empenharam-se cm
doente c, p015,' do pólo negativo -, exammava em pnm'c¡r'o lugar o rcssaltar o aspecto pessoal do homem a part1r' da pcrspectiva
surgun'cnto e os efeitos da vivência de mf'erioridadc como man1f'05› psiquiátrica e ñlosóñco-psicológica.
taçocs' psíquícas. Evidenciou-sc, contudo, com crcscente m'ten- A par da psicología m'dividual, a psíquiatria antropológica (v.
sidadc, que ojogo mutável e complicado de valonza'çocs' e atitudcs GebsatteL 1936) e a correntc da anáhsc' ens'tcncial (L. Bms'wangcr,
facc à vida delc rcsultantcs não eram cxph'cávc15' e comprcensívens° 1924) cstão muito m'tcrcssados no tema dc valorcs. E. Krctschmcr,
como expressão de rcgularidadc psíquica automática. Prcssupunha por sua vcz, entende quc os “acordcs fundamentaà ma15' m1'portan-
o m'divíduo, entcndido como sujcito. Isto é válido para as tcs” na “claboração de vivéncias” patológicas são os problcmas de
dcsvalonza°çoc's e supcrvalonza'çocs' ñctícias, e também para as scxo e snm'pat1a'". bcm como os “problemas dc autovalor” (1949).
aütudes de submssa"o com clas relacionadas, ou das asplr'açocs' de A doutnna' do valor rcccbeu substancial rcforço através do
prestígio c de poder. O sujeito responde a carências c rcprcssocs~ “personahs'mo” do ñlósofo c psicólogo W. Stcrn, o qual se rclacio-
não apcnas passivamentc ou com rcgularídade mecan^ica, mas nava também com A. Adlcr. Ambos estcs pcsqms'adorcs conñr-
também 1m'prov1$'ando criativamentc e buscando valores, scjam mavam reciprocamcntc as conclusõcs a que havíam chegado
cstes legíum'os ou não. m'dependcntemente. Stem cntcnde por pcssoa uma “um'dade real,
Sob cste aspecto dcvc, como cernc do dcsenvolwm'cnto smgul'ar e dc valor próprío”, que “reahza' uma atividade autônoma
humano, apareccr apessoa, pcla qual o sujeito perccbe a si mesmo, umf°ormc e d1r'ecionada a um objetivo.” Não é oser que basicamcnte
seus valorcs e sua tarefa. Nesta lmh'a dc pensam'cnto salicnta A. a prcocupa, ¡s'to é, a sua constituição física e psíquica, e s¡m' o fato
kronfeld (1930) que os m1'pulsos humanos não dcvem ser con- dc tcr valor. 0 fenômcno humano pnm'ordial scriaz “Eu valonzo',
tcmplados tso'ladamcntc, como forças cegas, Inas como “Im'pulsos c portanto, eu sou”. Ser c valonzar' são uma só rcalidade. Contudo, o
atos 1m'pulsivos que são man1f'cstaçõcs da pcssoa, mov1m'entos valonzar' é ms'cparável do autovalor. A crcnça do homem emvalores
gerados por sua idcntidade e pecuh'an'dade”. Possuem uma d1r'eça'o, é sm1'ultaneamente uma fé no autovalor. Não é a forma ética do
dcterm1n°ada pcla smgtdan"dadc 1rr'epctívcl do m'divíduo. Sob cste comportamcnto valorativo quc confere dngm°'dade à pessoa, mas a
aspccto, Kronfeld, de comum acordo com Jaspcrs - sem, todavm,' s¡m'plcs capacidade dc valorar. Nclc se aloja o eu como “ccntro de
mencioná~lo - vê-se obng'ado a accítar “1m'pulsos vitals'” e “psíco- valor dc um universo de valores”.
cspm"tua¡s'”, ou scja, 1m'pulsos “pessoms'”. Estes últ1m'os movem a Como vemos, particularmcntc nos anos vm'tc, alcntada cor-
“efetivação du"eta de sentxm'entos, atítudes e consciência de valor” rentc de pensadorcs preocupados com a vida espm'°tual em nível
e m'dependem do suporte biofísico. Ahm'cntam o “mov1m'ento do alto, passou a reñeür' sobre o homem como sujeito de valor. Dela
próprio eu, rumo a um suposto autovalor ou cntrega a este”, como também procedcm o pcnsamento e os objetivos de V. Frankl. Na
acontece cm “estados de cmoção, abalo, saudade, amor”, etc. sua época, marcada pcla psicologia m'dividuual, o problcma de
“Também tende“ncm' para o podcr, vontadc de prestígio, ncccssi- valorcs se lhe tornara fam1h"ar. Passou a tratá-|o, após a úlnm'a
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guerra, mans' exaustivamente c sob 0 enfoque ex15'tencial-analíúoo
posiu'vo. Valorcs para clc são “universaxs'”, cuja validade não se Mas reportemo-nos à qucstão do sena'do. Estcve elc prcscnte,
cu'cunscrevc a situação delcrmma'da, mas dc um modo geral se dc forma contínua, cm nossa tcse, scgundo a qual o sentido m'crc
encontram 1n't1m'amcnte vm'culados à própria constinúção humana. aos valorcs. Contudo, devcremos procurar detcrmm'á-lo, uma vez
“E›us'tem trés catcgonas' dc valorcs..., valores cn'ativos, valores que, de outro modo, a palavra seria supérflua, não passando de mcro
vivencíak e valores alitudm°ans'". A cstcs úlum'os dlze'm rcspeito ñns cnfeitc dc aspecto do valor. Scnüdo nós cncontramos ao m'dagarmos
étícos, que, todavia, ultrapassam a “ética do sucesso”, (1979) como, para que algo servc, para o que algo é bom. Sentido da vida se nos
por cxemplo, a aceitação do sofnm'enlo que nos sobrevém ou que depara no entend1m'cnto dc que um valor, reconhecido como tal,
assum1m'os voluntan'amcnlc. Os valorcs at1'tud1nals," para a maíona' nos afcta c ms'ta ao dcscmpcnho dc uma tarcfa. 0 valor sc toma,
dos homcns, constítucm a posição maxs' alta na hierarquia de valorcs. po¡s,' sentido através do entend1m'cnto, não assumido coativamente
A logolerapü persegue, segundo FrankL duas mctas m't1mam'cnle ou obscuramentc adivmh'ado. Como se vê, a ñlosoña do sentido cstá
hg'adas: ela dcverá, de uma vez “ampliar o campo v¡s'ual de valorcs cstreitamcntc vm'culada à idéh dc valor. Assxm' como o vcrdadeüo
do paciente”, dc modo que “pcrceba cle todo o espectro devalores” autovalor c o verdadcüo scr-homcm rcciprocamcnte sc convêm, “a
(1959). Isto se faz nccessán'o, uma vez que o homcm em conflito ñlosoña do valor... nesse exato ponto de uma"o mctaffsico se torna
tendc a superestnhax um valor c se torna “ccgo para os dcmans' uma ñlosoña do scntido de ser”, proclama W. Stcm. “Pela fé no
valores”. Alargando o honzo'nte de valorcs, toma-se apto para opor valor o eu... xn'dica a ele próprio um sentído dcntro dc um cosmos
entrc si e comparar os valores por ele tidos como 1m'portantes, com plcno de senu'do”.
vns'tas a uma cscolha. Certamcntc d1f'crcntcs valorcs não sc compor- No am^bito dapsicoterapta' há duas corrcntcs rclacionadas com
tam como seria dc dcscjar, entrando, às vczes, cm concorrêncxa' a matéria. Para uma dclas o sentido sc encontra no ag¡r', efetivando-
entre si. Ao que parece, propendem paxa o conñito. Frankl entcnde sc no rclacíonamento produtivo com os outros, dentro da comum'-
que a demsa"o cntre dons' objetivos reciprocamente contraditóríos dade. Estc entendcr é pcrñlhado por A. Adlcr c F. Kunk"el (1939),
podcrá scr facxh"tada pelo reconhcctm'ento da “d1f'crença de al- os quals' vee^m no scnüm'ento comum'tán'o, na vida com énfasc na
titude” (1979), Is'to é, dad1f'erença dos rcspectivos valores. Com Isso' pnm'eu"a pessoa do pluraL o objetivo de sentido do tratamento.
dcsponta no honzo'ntc a segunda tarefa da logotcrap1a,' que cons¡s'te Consoantc Adlcr, “o sentido da vida é dcsempenho em prol dc
em possibmtar ao pacientc a elevação de seus valorcs. É que, ao outros” (1931); o homem dcverá “trazer dentro de si mesmo o
promover-se a elevação do valor, ascende s1m'ultaneamentc a “dlg'- objet1v'o da comunidade ideal” (1935). V. Frankl parcce lcvar adi-
nidade” da “pcssoa” (loc. cit.). Frankl toca aqui na questão das ante cssa hnha' dc reflcxão, em cspccial objetivando fundamentar a
relaçoes' cntre cxtensão e altura dc nossos valorcs, de que se têm busca dc sentido na “educação para a rcsponsabxll"dade”. Con-
ocupado as grandes religioe's c ñlosoñas morais. Sobre Is'so, trapondo-se a Isso', C.G. Jung, cm memorável conferência 1928
humanamente falando, m'e›ns'te resposta de consenso universaL (1929) fala no “homem da segunda mctade da vida, que já não
C.G. Jung, no am^bito do pcnsamento psiquiátrico-psicoterápico, necessita cducar sua vontade consciente. Muito mms' do que Isso',
formulou o problcma de forma a mans' acurada, quando mostrou o para cntender o sentido de sua vida m'dividual, prcmsa' cle da
m'transponívcl contrastc entxe m'tegn'dadc c perfcição da vida com expcriência da sua própna' cssência. A uuh"dade socnal' para ele já
basc em desenvolvmcntos psíquicos. Rclativamente ao objctivo da não constitui um ñm, embora não negue ser a mcsma dcscjáveL
m'tegndade', Gocthe entcnde encontrar-se 0 valor máJnm'o na pcr- Expenm'cnta sua atividade criativa, cuja m'ut1h"dadc socíal lhe é
sonaüdade desenvolvida Segundo a concepção judaico~cns'tã do perfeitamente clara, como trabalho e benefício pata sl mesmo...
idcal de pelfeição, a vida se rcahza,' antes de ma¡s' nada, pelo lucra com ns'to scgurança m'tcn'or e nova conñança em si própn'o”.
sacnfí'cio dos valorcs dem'vc^nc1'a c dc criaüvidade c pcla accitação Isso redundaria cm proveito das tarcfas relacionadas aos outros.
do sofnm'ento. O reconhccnm'ento dessas d1m'ensocs' da vida, 1n'tcr- Ora, ambas as mctadcs da vida não sc dls'tmgu'cm tão radicalmcnte
seccionadas em forma de cruz, 1m'plica adm1't1r' que o homem em quanto a ng°orosa formulação de Jung podcria fazcr supor. É uma
luta sempre sofrerá carência na sua m'tegn'dade c fracasso no que qucstão de acentos, que acompanham toda a vida em relacio-
couccmc à perfeição. namcnto mútuo d1f'crenciado. Ccrtamcnte não pode o sentido da
vida csgotar-se em utilidade técnica ou comunitána' externa.
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ñ ññ1I
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íWALTERBÓCKMANN
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par de se ver cxposto à pressão do seu dcstm'o sociaL am'da o afctava Comprcendo ohomem cm sua d1m'ensão propnam'ente huma-
a fatalidade dos seus ¡m'pulsos, da qual - se é que efetivamente lsso' na - ls'to é, como alguém à procura de sentido -, FrankL ao mesmo
ocorrc - só a pcrsonalidadc libertadora do terapeuta o podcna' tcmpo, o situa aama' e além da csfcra vital meramente mecam^'co-
resgatar. ¡m'pulsiva e o declara livre para uma ação dc rcsponsabmdade
Talvez a escolha entre Frcud c Frankl tenha sempre 1m'plicado própria c de uma rcsponsabmdadc comum'tána'.
uma cspécic de opção pelo partido dos m'dependentes, de um lado, Se partnn'os, no entanto, da busca de sentido como moüvação
c pelo partido dos dcpcndcnteg de outro lado. Uns m'dagam das prun'ána' na cxxs°tência humana, m'egavelmcntc deparamos com uma
causas' (estranhas) do dcstm'o c do comportamcnto, ao passo quc ídéia que fundamenta a vida humana como ncnhuma outra. É o
outros são precipuamentc m'teressados no sentido do destm'o e do trabalho como fenômcno críativo c sociaL Os pedagogos Ballauf e
comportamento. Para os pnm'e1r'os, não poderíamos ser chamados Schaller 0 cxpressaram nesta proposiçãoz “No trabalho dccide-se a
realmcnte à rcsponsablln"dade. Para os últ1m'os, a decxsa"o compete a felicidade c o Eracasso do homem. No trabalho pode o homcm
nós mesmos. reahzaI'-se produtl'vamentc, assnm' como podc falhar" (Pada"gogik,
Na psiooterapna,' como na medicm'a, não ems'te panacéla'. No Bd. III, S. 593 - K1r'sch).
que conccrnc à logotcrapia, as deñciências não deflucm das Quando trabalhamos cxclusivamcnle para sobreviver, com-
concepçocs' logoterápicas. São antes dcvidas à care^nc1a' dc aptidão portamo-nos pura e sxm°plesmente com certos ms'ctos quc, em scn-
do próprío paciente. Qualquer médico sabc quc nem todo meío dc tido marx1s'ta rigoroso, vívem o trabalho associado, “portanto
cura comprovado aprcscnta os rcsultados costumeiros comum'tán'o”, scm produzücm mans'-valia. Todos cles sc comportam
rclativamentc a cada pac1'cnte. Sobrctudo no quc tange à auto- em função exata dc tarcfas predctcrmma'das a partü dos d1f'erentcs
responsabnh"dade, que a oricntação logotcrápica poe' cm realcc, ovos de que saíram: obrelr'os, mngõcs, ra1nh'a, guerrcu'os. O traba-
tcnho sénas' dúvidas sc a maioria dos consulcntes sequer possui lho e a diws'ão dc trabalho amm'al, desdc m11h'õcs de anos, conscrvam
condiçocs' para, a partk da estrutura de sua personalidade, lidar m'alteravclmente as mesmas aparências.
adcquadamcnte com aqucla libcrdadc quc a logotcraph considera Mas o homem, com todas as aptidõcs de quc é dotado,
relevante. O entend1m°ento dc ser “livrc” no sentido logotcrápico já ultrapassa de Ionge as s¡m'ples demandas de sobrevivência. Na
anngl"u a muitos como golpc de clava. E a causa de tanto tratamento evolução do ser vegetativo para o cultivadOr e, com zs'so, para um ser
oontmuado por anos a ño (não logotcrápico) podc ser atríbufda a cultura1, encontra-se o sentido existencial da essência do ser humana
esse descjo, aberto ou latente, dc servidão, de segurança na Cultura é expressao' concreta de sentido do homem.
dependêncía, eventualmente de um tcrapeuta. Conhecemos a1n'da hoje os nomes da antiguidade hg'ados a
Dc resto, ls'to é válido não apcnas para casos clfnicos con- grandcs pensamcntos c invençõcsz Pitágoras, Arquimedcs,
siderados como tals'. Vale, m'clusw'e, para partidos políticos, que não Praxítelcs, Sócratcs, Ésqu11'o, Safo, Píndaro, para mencionannos
raro pareccm dccididamcnte lcmcr o podcr e a responsablll"dade apcnas uns poucos. Ncnhum dclcs trouxe alguma contribuição
pclas 1m"cxa'tivas a tomar c, cm v1rtu'dc dc suas hm1"taçoc's, se scntem dígna dc nota à mera sobrevivência física dos scus contemporan“eos.
muito mms' scguros em m1h"tarem na oposição. E podem também Mlútas das técnicas hojc ncccssán'as c cm uso já foram, em
elcs ser freqüentementc encontrados cm aparente segurançajunto seu prm'cípio, dclm'eadas por clcs há doxs' mü c mals' anos (como,
a algum “terapcuta” ideo'lógico. por cxemplo, o pnn'cípio da máqum'a a vapor). Foram elaborados
A reahza'ção destacada de Frankl consxs'tc precns'amentc no não porque uma situação de cxtrcma penúria os forçasse a fazê-lo,
fato de ele ter rcsgatado o conccito de “sentido”, até então mals' ou mas exatamente pelo motivo dc quc uma vida e uma pcsqms'a livrcs
menos nebuloso. Libertando-o das névoas dc espcculações de dcmandas exus'tenciaxs' pr1m'án'as desañava a csscs homens c lhcs
ñlosóñcag demonstrou quc a busca e o encontro de sentido pode c dava asas para alçarem o vôo às culm1n'an^cias do cspírito.
deve ser traduzido em perguntas e respostas concrctas, cm con- Não é só a nus'éria quc torna o homcm m'vcntivo. Também o
ceüos vitals' e em açocs'. lazer, e geralmente com vantagem sobre a rms'érla.'
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Também na amalidadc o m'vcntor c o dcscobñdor se situam Rcalm'ção dc scntido signnñ'ca quc o sujeito, por assnm' dlzc'r,
acuna' do aplicador... c bcm na cxtremidade da ñla se agrupam os se perca dc v¡s'ta, não concentrando a atcnção sobrc si mcsrno, não
que apertam os botocs' m'vcntados e construídos por outros. se afanando cm cuidados de autoprescrvação. Supoc' que sc dcdique
O scntido não rcsidc no apcrtar botoes', mas no constnur° aos valorcs dc sua culniua, nos quals,' juntamcnte com outros epara
com outros, sc reahza'.
botocs,' m'clusivc aquclcs quc jamaJs' dcveriam ser premidos. Cons-
trmr', cdlñ'car, encontrar e m'ventar, descobnr'... ls'to é scntido. E o Sob o aspecto dialético, que caractenza' os m'd1ví'duos e a
quc é a cultura scnão constrmr°, cd1ñ'car, com os 1ns°lrumentos da sociedadc, m°equivocamentc o núcleo dormn'ante se encontra nas
mão e do cérebro? pessoas que, de modo xm'prcv1$í'vel, conduzem a socicdadc, pclo
Usando uma variante das palavras dc Dur"cr sobrc artc e poder de sua conscíência, por novos cammh'os. Tal gcralmcnte
natuxcza, podcr-sc-la' dwc'r: o scntido m'ere à cultura e quem con- succdc quando a realidade social, ao m'vés de ter atmgi'do aparcn-
tementc o patamar mals' clevado, rcgls'tra uma qucda para o mals'
scgue arrancá-lo daH o possm'...
balx'o c dcsfavorách
Frankl o arrancou, tornando-o - para a vida do m'divíduo
Se condiçoc's socía15° pervcrtidas - como ser - tivcsscm cu-
ass¡m' como para a vida das comunidades culmrals' - acessível c
aplicável como dcsvelamcnto dos valores, através de cuja efetivação gendrado somentc seres humanos pcrversos, jama15' tena' acon-
se reahza' sentido e se man1f'esta cultura. tecido sequer uma única revolução.
Não é ¡s'to apcnas teoria ou idcahs'mo ñlosóñco, mas consta-
Ê por lss'o quc uma das formulaçõcs nucleares de Franld assnm'
sc enuncia: reahza'ção-de-senüdo é efcúvaçã0-dc-valores. tação fundada na expeñência concrcta. Se ass¡m° não fossc, seria de
perguntar-sc dc quc modo tcriam surgido ao longo da hls'tón'a da
Sem “trabalho” scria Is'so 1m'possível no sentido humanístico humam'dade os grandes vitoriosos contra o status quo, dcsde Spar-
da palavra. Por csta razão é logoteraph o ditoz “Vivemos para tacus, o santo csuhs"ta do mamsm'o, até os m'úmeros proletáríos quc
trabalhar”. se gum'daram aCIm'a de sua situação de classc, conquanto seja
Isto posto, o sentido é uma dádiva a prion' e fundamentaL 0 alcntado 0 número dos rcmancsccntcs nela apnsx"onados. Prolctário
sentido 6 pnm'anam'cnte “motivacional”: a procura de sentido é a vcm de proles, “cn'a”. Compõcm o proletaríado aquclcs quc, então
própria motivação pnm'ána'. como na atualidade, são objeto de m'tercsse do Estado apenas como
O senüdo é constitutw'o - porquanto dom1n'a, ordena, estabi- rcbanho eleitoral ou “bucha dc canhão”.
hza' a vida de cada um em todas as panes m'tegrantcs - e situacionaL Todavia, sempre o homcm (não todos os homens) “cm busca
porque surge cm cada ms'tante parúcular e sc acende cm cada de scntido” tcm considerado um desaño as repressões e opressocs~
problcma. c tem conseguido domm'á-las, colocando«se aCIm'a dclas.
O scntido é m'dividual. Embora cms'tam valorcs gerak de O equívoco dos dctentores do poder é considcrar a recusa de
sentido culturaL se entendermos cultura como expressão-dc-um sujeição como ato subversivo da ordem constituída, reagm'do “aler-
sentido, saberemos quc ele vem a scr a cxprcssão mult1f'ormc dc gicamentc” à mesma, com cassetetc, gás lacnm'ogêneo ou mesmo
sentido de d1f'erentcs m'divíduos. É csta a razão por que cm cada com tanqucs. Contudo, a consciência do homcm como essência
cultura não raro se nos dcparam formas bem cspecíñcas de vocacionada para a reahza'ção dc scntído c pré-ordenada para a
libertação própna' e a auto~responsab1h"dade, sempre tem logxado
reahz'ação de scntido, por indivíduos isolados, conformc as
alterar o sercassm'. Alguns manns'tas csqucccm que 0 próprio Marx
exigências e características da pcrsonalidade dos respectívos
assnm' pcnsava, como se vê da Terceüa Tese para Feuerbachz “A
sujeitos. doutnn'a matcn'ahs'ta de que os homcns scjam produlo das c1r'cuns-
tan^cias c da educação, de que homcns d1f'ercntes sejam, portanto,
produto de cu'cunstan^c1'as c educação divcrsas, olvida que são
1. A aprcscmaçáo das catcgorias dc valoncs logotcrápicos podc scr aqui
precisamentc os homens que modlñ'cam as cnr'cunstan'cias... A
dispensada, uma vez que cm outras contribuiçócs dcstc livro estáo elas
suñciememenlc comemadas. com'cidência da modmcação das cu'cunstan'cias com a atividadc
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humana só pode scr percebida c raci0nalmcntc m°tcrpretada como ío conceito dc admm'1s'tran'0n. Por ccrto scna' mms' oportuno cxa'
práxxs' rcvolucionária” (Vol. 3, Bcrhm,' 1957, p. 533 c 534). mmar' se com ls'to não sc cstará 1m'pnm1n"do, aos cidadãos aparen-
Ahás,° considcrar o homem como um scr que sc movc com tementc soberanos da dcmocracia, ou à abstração “povo”,
liberdadc frente aos condicionamentos do seu ser-aí é o critério dcñnitivamente o sm'ete dc objeto admmls"trado.
dcasn"vo da logotcrapia e da psicología humams°ta. Aqui sc situa O quc aquelc lídcr da oposição qms' sugenr' ccrtamcnte sena,'
lambém o pnn'cípio deasx"vo dc orientação social da logoterapla'. em pn'ncplio, a posição mans' correta, cmbora scja quesúonável se
Em lugar da pcrgunta costumelr'a, pnm'ordial àutilidade, cui bono? com Iss'o um dlng"ente departido políticocsteja segum°do atendêncía
- a qucm scrvc? - dcveria ser posta a pergunta teón'oo-logoterápica ccrta.
dc scnlidoz qual o sentido quc o fundamenta? Consoante o que o Profcssor Hans Sachsc, ñlósofo das
Isso permitüia um planejamento, uma providência do ciências naturals', já demonslrara, há mans' de dez anos, num arug'o
m'divíduo para a rcahza'ção dc valores criativos ou produtivos, para muito respeitado, as normas de um s¡s'tema podem ser estabclccidas
a efctivação de valores de vivência socnaL' de vivência de amor, somentc a partü de uma posição locahza'da fora dessc s¡s'tcma. Isto
dedicação, camaradagcm, soh'dan'edade, ou para a cfctivação dc não é um princípio apenas aplicável aos sistemas técnico-
valorcs ideais, scjam clcs dc natmeza rchg1"osa, ideológica ou cn°bcrnéücos, mas também a sxs'temas sociazs', que - conforme conhc-
cstética. cun°entos mals' rcccntcs da bíologia e da bio-sociologia -, também sc
A indagação do sentido refere-se à realidade mais profimda do proccssam de acordo com a cibcrnética. Cabe lembrar aqui os
quc a quc dlz' rcspeito à ñnaüdade posta cm pn'mc1r'o plano. trabalhos de Frederic Vester e outros.
Desoculta raízcs “m0tivacionals'”. Quand0, por exemplo, alguém se Para que as altas cheñas de um reglm'e dcmocrático não sc
forma em cngcnhan'a, após anos de estudo, mas só conscgue dcgradcm cm ms'trumentos dc “doutnn'ação” é mls'ter que, numa
emprego como operárío espccmhza"do, embora descmpenhe ativi- sociedade plurahs'ta, as lideranças políü'co-adm1ms"traüvas sejam
dade úul' para a sobrevivência própria, não exercc atividade de também plurahs'tas.
scntido plcno, capaz de dar completeza à sua vida. Consoante a teoña logotcrápica dc scntido, Iss'o podcría ser
Os critéños ac1m'a refcñdos relativamcntc à pergunta sobre expresso da segmn'tc formaz não dcverão elas tcr a prctcnsão de
“o que vem a scr sentido” mostram~nos claramente ser 1m'possível fornecer sentido, mas oferecer uma multiplicidade de propostas
dar uma úm'ca rcsposta váüda para todos os homens. O sentido é, sensatas e desaños, objetivando, de forma múltipla, reahzar' sentido
como já sc obscrvou, algo m'dividual, situacíonaL O paradigma e a e cfetivar valores.
avalhção do sentido, oonformc o respectivo sujcito, rcvesur'-sc-á de A realidadc antropológica de o homem conñgurar um ser
formas d1f'erentcs. social obsta a quc as árvores do m'dividuahs'mo cresçam até 0
Com 15°to já ñca respondida por si mesma a pcrgunta rccentc- ñrmamento do caos soc1'aJ. Análiscs dc pesquisas modernas,
mente divulgada pela qual um líder oposicíoms'ta questionava o notadamente as que têm por objeto a satls'fação gerada pclo traba-
Chanceler da República Fedcral da Alemanha no sentido dc quc a lho m'dustrial, sempre de novo denxam' claro que a camaradagem e
admxms"tração do pals' devcna' assumu' também o govcrno cspm"tual a solidaricdadc constituem os marcos dec¡s'ivos da satls'fação gerada
da nação. O Chanceler em exercício se considerava, conforme suas pclo trabalho, sobrctudo ali ondc a cñatividadc c a produtividade
própnas' palavras, sobretudo o “f¡mcionán'o d1ng"entc” do Estado, há muito tCnham entrado em declínio.
abstcndo-sc dc cmitü quakquer dlrctnzc's normativas. Em termos logoterápicosz quando a cfetivação de valorcs
Segundo entendimcnto atual de lidcrança e Estado, tal criativos c produtivos, para uma maioria, há muito tempo já entrou
posicionar-se sería o correto. E dessa ñlosoña de poder dá tcstemu- nas “engrcnagcns” da automação c, mais rccentemcnte, dos
nho, não apenas a condução polítx'c<›adm1ms"traüva dos Estados microprocessadorcs, aefetivação de valores de vivênciasocial torna-
Unidos da Amén'ca, onde sc passou da conccpção dc govemment se pnm'ordial, chcgando a ocupar a mms' elevada posição.
para a concepção dc administration, mas, a1n'da, a dos seus ñéls'
rcpctidores da Repúblíca Federal da Alemanha. Já proclamam eles
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Dlss'o nr°am provcito m'stituições sociais que, através da chspomahüdadc do mercado no que conccrne a salários, prcços c
dclegaçâo dc competênc1a' dccisón'a, aparcntcmentc m'cvitávcl conñgurações de trabalho cn'au'vo.
numa socicdadc dc massa, tcnham se transformado em fatores dc
O trabalho üegal libcrta das prcssoc's da rutela burocrátíca c
tutcla. Embora suas atividadcs há muito lcmpo já não alcancem a
dc normanza'ções 1m'poslas.
sua fnalidade precípua, - por exemplo, acumular rcnd1m'entos
coleüvos (os favorccidos pclos tributos añnal já sabem dc antcmão É a resposta dos economicamcnte fracos ao universo da tutela
qual o máxnn'o a ser apurado) -, contudo, um sentido secundário sc c da admxms"tração, mas também das pcssoas d1n'am1^'cas, à passívi~
pcrfaz cm dcmonstraçoes' e dcclaraçoc's cmocionak e acaloradas dadc preordenada. Quem se posicionar favoravelmcntc a cidadãos
de ambas as partes do asslm' chamado conchavo tanf'ário, valores de auto-rcsponsávc1$', às forças dc mercado auto~rccuperávcm', à lm°e
vw'êncía social são reahza'dos, como, por cxcmplo, solidaricdade economia de mercado c a todas as dcmals' fórmulas maduras dc
como trcmam'ento pcssoaL Também ls'to pode encher cofres com conjuração de cücunstâncias tornadas paulauhamcnte nrr'cparávc1$',
recursos oriundos de conm'buiçoe's c saciar funcionários. Como se dcvc compreendcr quc não podcrá posicionar-se contrariamentcao
vê, cns'tcm consas' que têm scntido, mas são destituídas de finalidadc trabalho üegaL
jusuñ'cách Condcnar o trabalho 11'egal somcnle porque ameaça transtor-
Também na alIVI"dade política é m'dividual a rcalmção de nar uma ordem econômica até cntão considcrada tabu, ao m'vés dc
sentido. ñnalmcnte conseguü orgamza'ção, acordos e rcgras adcquados à
época, sena' correr grave ns'co dc sobrcvivência.
A cfctivação de detcrmm'ados valorcs como rcahza'ção dc
scntido não podc ser 1m'posta cocrcitivamcntc aos membros dc uma A hnh'a div15'ór1a' entrc trabalho 11'cgal com sentido e o com-
socicdade, sequer através de deas'ocs' da maiona'. Rcsoluçoes' portamento nocivo à socicdade claramentc sc deñnc com uma
majoritáxias constitucm soluçoes' frcqüentementc sm'phs'tas. Raras m'dagação que dls't1ngu'c com ng'or os conccitos de sentido e de
vezes rcsolvem problemas propríamentc dítos, scrv1n°do apenas ñnalidadcsz se o trabalho 11'egal tivcr carátcr dc ajuda - de auto~
para clanñ'car as relaçocs' de podcr. ajuda, ou ajuda da vmnh"ança, - ou se rcveste de outra forma de
mútua ajuda humana, possui cle o sentido de atívidadc cr1a'liva c
A problcmática do sentido é mans° d1f'ercnciada. Ao lado de
responsáveL scndo, portanto, m'd15'pcnsável. E se ele não se adequar
homens quc qucrem viver confortavclmentc, ems'tem aquelcs que
ao panorama 1n'crustado em nosso pcnsamcnto burocrático, é estc
são capazes de renunciar a muitas consas'. Uns estão prontos a que devc mudar, scm pcnahzar'-sc o quc possui sentid0.
morrer por um idcal. Outros conscguem vivcr, na pior hipótcse,
também em c1r°cunstan^cias nada ídea15'. Terccüos am'da pensam que Se o trabalho 11'cgal tiver por escopo sonegar tributos,
somcntc a rcsm'te“nc13' contm'uada dc pcssoas dcscjosas de viver leva apodcrar~se dos bencfícios do seguro pago conjunlamcnte com
à mudança dc condições ms'uportávels' c não à violência agrcssiva outros, ou 1udibr1ar' o clicntc com prestação dc quaüdade mf'crior,
dos d15'postos a morrcr - e monos, na verdadc, cm sua maiona'. o quc deve ser combatido é ¡s'to - a fraude, mas não o trabalho.
Em pnn'cípio, os hm1"tcs da rcahza'ção subjctiva de scntido se Pergunlcmo-nos ainda, para exemplificar, se uma
enoontram nas ex1g'êncías de sentido de outrem. Perñlhando nma contríbuição para um partido tem o sentido dc favorcccr determi-
cxprcssão de Rosa Luxcmburgo sobrc a líberdadc, d1r'cmos quc a nada idéla' sócio - política, ou seja, em termos logotcrápicos, scrvc
reahza'ção de sentído abarca sempte também 0 sentido do's outros. à cfetivação de valores idcaís, ou sc a sua fínalidade como
contribuição gcral a lodos os partidos sc destm'a à aqms'ição política
Tomemos como exemplo um problema bem s¡m'ples, bastante dc “lcmpofavorável”. Torna-se cvidcntc, à luz destcs exemplos, que
polêmico e extremamente atual dc reahza'ção de sentido c scus 0 sentido representa um critén'o extrcmamcntc variáveL
hm1"tes, que é o trabalho 11'cgal, livre da tutcla t1'abalh1.<›'ta.2 Nada
0 sentido nao~é a c0¡s'a em si mesma, mas 0 seu signfíicad0:por
cns'tc mals' rico cm scntido do quc o trabalho üegaL Trata-sc dc
trabalho com responsabmdade assumida por quem o executa e que sc ganha d1nh'e¡r'o,p0rque se asp1r'a arcconhcmm'ento, sc reahza'
uma obra ou se neccssita de contatos soc1als". Em outras palavras,
que valores com 15'so un'porta efetivan
2. No alemão “Schwamrbeit", quc lcmbra o “mercado negm". (N.T.)
De outra parte, a ñnalidade d12' respeito à utilidade. Dmh°e1r'o, O que nós hoje m'vcntamos cm faJsas idéias sobrc descmpenho
prcstígio, um projcto almejado, o rclacionamento com outros -tudo é deveras grotesca Ocorre que não somos nenhuma sociedade de
Iss'o podc scr acentuadamentc ñnalítico c ao mesmo tcmpo carente desempcnho, não pagamos salários dc dcscmpcnho, c nunca no
de qualquer sentido. Adqukc sngmñ"cado tão-só através do ncxo mundo ems'tiu pressão sobre o desempenho.
m'dividual c siluacional dado pelo sujcíto.
Desempenho é a ulttapassagem de si mcsmo e não de uma
Ganhar dinhcu'o, ganhar mais dm'hc¡r'o para novamente obng'ação ou dc um concorrcnlc. Dcscmpenho é a luta comra csse
am'da mals' d1nh'c¡r'o, seria absolutamente dcstituído de monstro próprio c m'temo quc é a própn'a fraqucza. De quc jeito
sentido, em sc lcvando o raciocxn1"o às úIUmas' conscqüências. No podem as normas trabalhns'tas ser chamadas normas dc desexnpc-
ñnal repenün'amentc se revela - mcrcê da 1hm1"'tação de meios - a nho, sc para todos são lguals", para os fortcs e para os fracos, para
absolula m'ut1h"dadc dcsse dmh'eu'o, exatamcnte tão vazio de valor os motivados e para os 1n'ertes?
como sena' uma vida mñn'dável cm tcrrnos cronológicos.
Dcscmpcnho autêntico não dcpnm'e, mas clcva, m'centiva. A
Dmh'e|r'o c vida têm cm comum o fato de sercm valiosos por fad1g'a subseqüentc à cxccução da tarefa saüs'faz profundamentc e
não cxxs't1r'cm desmcdidamcntc. Scu valor decorre dc sua hm1"taça'o. nada tem a ver com a fadlga' que costuma acompanhar o trabalho
Com a segurança ocorre algo scmelhantc. Segurança absoluta pesado, amplamcnte sem sentido.
podc, cntrc outras consequ"êncnas,' SIgmfi"car ausênc1a' dc estímulo. Refletü sobrc o desempcnho na economia envolve amoldar o
Nofuture pode dlzc'r somente aquele que efetivamentc acredita nâo pcnsamento, dn'ecionando-o a uma transfcrência da solução dc
ter nada relacionado com o sentido a esperar, mas também não ter problcmas coletivos e anôn1m'os para problcmas m'dividuals,' com
nada a temcr, nem mesmo a mls'éria matcñaL A não scr assnm,' tcna' v¡s'tas à orientação de tamfas dcstma'das a m'divíduos ou pcquenos
elc alguma prcocupação a m'tranqu1hzá""-lo. grupos. É o que cm parte objetiva também a humamza'ção do
Não sena' a rcde prcw'denc1án"a dc hoje maxs' dc molde a trabalho, quando não se cstagna, a cxcmplo do que geralmente
sufocar iniciativas do que a proporcionar scgurança? En- sucede com mx"cxa'tivas dc mclhoria das condiçocs~ de Lrabalho mera-
contraremos a resposta m'equívoca a esta pergunta à luz dos as- mente materiais e ergonômicos. A luta da concorrência até a
pectos teóricos do scntido. Para os idosos, os deb111"tados e os ehnnn"ação do advcrsário ou concorrente, por sua vcz, ncccssita dc
docntes, a protcção soc1al' dcvcna' ser reforçada na mcsma mcdida unag'cns hosns,' tanto na cconomia quanto na política m1h"tar ou nas
em quc para os sadios e robustos dcvcria scr ccleremente controvérsias entre comunidadcs rehg1"osas. Competição com scn-
dcsaüvada. Islo seria válido também para 0 quc dlz' rcspcito à tido não somentc toma dxs'pcnsávc¡s' as 1mag'cns hosns', mas as toma
absoluta scgurança de ccrtos locals' de trabalho. pcng'osas, porquanto lcvam a um eslrcitamcnto da petccpção c a
Ademais, é curioso constatar que nas dects'ões do bloqueíos. Uma sociedadc dctcntora de 1mag'cns hosüs' é uma so-
ciedadc profundamente enferma. Exemplo disso constituem
Aibeitsamt3 se considcrc bem sucedido 0 proccd1m'ento selctivo
cmprcendlm'enlos ou partidos quc cobiçam cada vcz maíor partici-
somcnte quando sc tenha logrado transfenr' o respectivo candidato
pação no mercado e votos, porquc, apesar de tudo, am'da lhes lateja,
dc uma atividade dependcntc para a depcndênch dc uma outra no fundo do cérebro, a possib1h"dade de obtenção de monopóüos.
empresa. Seleção para a autonomia sxm'plesmente não sc pro-
A “doutrinação” mais inscnsala e mais perigosa é a
porciona. Oom vns'tas à reciclagem para o trabalho autônomo não se
manutenção da “situação da propriedadc social”, projeto tão
dcstmam' rccursos pecum'ários. Também pudera! Os dmg"entes de
utópico quanto scna' garantu' sítuações de propricdadc matcnaL'
tudo c dc todos, nas repartiçoc'5 públicas e orgamza'çõcs soc1als," seja para qucm for.
perderiam a sua clicntela c quem sc cncarrcgana,' um dia, da
Em momcnto da ens'tência humana se garantc uma
reciclagem desses mesmos dwtg"enles?
situação de estabú1"dade. Isto vale relativamcntc à saúdc, à paz ou à
situação do rend1m'ento ñnanccüa Até mcsmo deñnições sagradas
3. Órgño oñcml' m'tcrmed|á'n°o ao qual se dm"gem mmo aqueles que procuram dedoutrma da fé oportunamcme são susccptívcb de apr1m'oramen-
cmprcgo. como também ñrmas quc nccessitam dc emprcgados. (N.T.) to, mesmo quc tal suceda, como pouco tempo atrás, trezcntos anos
íwmümírem em partido polítíco, não devcndo, po¡s', usufruk as
depons'. Para tudo é precxs'o lutar, assumxr' ns'cos, calcular lucros c correspondcntes vantagcns ñnancelr'as, porquanto não encontram
prcjuízos. E não acontccc apcnas desde os tempos de Max Plank guarida nas normas pcrtm'cntcs, cstabclccidas pcla Lci Fundamcn-
quc os conhccnm'entos de hojc scrão os erros dc amanhã. tal há décadas, para as agremiaçõcs partidárías, a ñm de que não se
O delírio da propriedade social é um dclírio quc afeta repitam os erros da democracía de Wcmar', num recuo, portanto,
lideranças políticas Du'eção, também cm orgamza'çõcs g1g'antcscas, de mans' alguns dccênios. Aqui nos dcparamos com algo parecído
c prcas'amcnte em tals' orgamza'çoe's, não sxgmñ"ca poder pcr- com o propósito dc abnrm'os mão, nos dias de hoje, do uso do
pctuado c d1r'ecionado a tempos cada vcz mals' próspcros (Impera- automóch para cvitar a ultrapassagem dos hm1"tes de vclocidade
dor Gmlh'crme), mas h°derança no ru1m' e no bom, nos píncaros c, fixados ao tempo de nossos pais c prcvístos para estradas
eventualmentc, no fundo do va1c. construídas por nossos avós.
Se considcramos quesüonávek as prov1'dênc¡as' que ws'em a Não nos pcrguntcmog cntretanto - sob o aspecto do sentido
garantü a situação da propn'cdadc, com mals' forte razão devcmos - como se amoldam os verdcs às normas em v1g'or segundo a
prccatar-nos contra o cquívoco de um cresmm'ento 1hmJ"'tado. Isto é mcntalidade de entã0, mas s1m' que contribuição portadora de
váüdo paxa os rend1m'entos pcssoms° exatamente como o é para a sentido poderiam dar hoje a nossa sociedade c, de outra parte, o
eoonomia global de um povo. que, nas 1m"ciativas deles, não passaria de atitudcs espalhafatosag
Inegavelmenlc, a natureza nos forncce a ew'dênc1a' de um como ñm cm si mesmo, ou descjo dc promoção da própria 1mag°cm.
crcsc1m'cnto contínuo. Sc assxm' não fossc, há tempos remotí551m'os A partü dlss'o chcgarfamos - rapidamcntc a 1m'portantcs conside-
já não ex1$'t1n"a o homem. Aplicado ao m'divíduo, ou a determma'das raçõcs. Eventualmcntc sc constataría até quc deveríamos alterar, o
épocas c gcraçocs', sngmñ"ca asccnsão e qucda, v¡r'-a-ser e das- mals' depressa possích a lci que rcgc os partidos políticos.
vanccer-se. Que dc “We¡m'ar” nos protegem mcnos as 1615' do quc as
Uma vez que sc proclama o d1r'eilo ao trabalho para todos, ao d1$°posiçõcs mentals' (Gesinnung) - dls'posiçoe's mentak e sentido
qual se acrescenta o do justo salário, uma solução espm"tual s¡m'ples possuem o mesmo radical4 - o tem demonstrado o Mm15"tro Presi-
não reside no trabalho dc cada vcz menos pessoas cm troca de cada dente da República Democrática Alcmã atualmente no podcr, o
vcz maiores somas de dmh'e1r'o, ao passo que o rcsto do povo é qual lamentou não lhc ser possívcl “quebrax a cara” de scus
contido mcdmn'tc demonstraçoc's emociona15'_iunto às amuradas da adversários, devido ao elevado cargo por elc detido, e que prefenna"
utopna'. Protcstos, demonstrações e greves são soluções ritualísticas. dccidü suas dls'cussõcs, “como anngam'ente, na base de pancadaría
Não conñguram soluçoe's rcalísticas. Têm scntido cmocionaL E são com ripa de telhado”.
racionalmcntc m'útc¡s'. Pclo v15'to, nossa comprcensão do'du'eito não chega ao ponto
_4.< _u.-4_- ._~
Observação mais detalhada revcla-nos surprecndcntc dc mostrar, dcsde logo, o cartão vcrmclho àquelc senhor, o quc lhe
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de emlh'as, sendo o Estado o saco c os cidadãos as cmlh'as, toÍs
da mcsma conformação.
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cumpm' a mlss'ão da nossa vida, o quc sxgmñ"ca que somos rcspon-
para uma renovação biológica c cspm"tual, da qual participamos e sávc15' por ela. A rcsponsab1h"dadc ou o scr-responsável constituí o
que lhe confcrc um senüdo. contcúdo c a garantia da naturcza espm"tual do homem, a cssêncía
A rcnovação biológica se efetiva segundo as le¡s' da naturcza. de sua dignidade c cxprcssão de autêntico humamsm'o.
O homcm apcnas participa dcla, subordinando-se às lcis da Ao contemplarmos a humamdadc cm redor de nós, consta-
natureza dc maneüa a melhor c ma15' humana possích enquanto tamos que mtútas pessoas rcvclam pouca comprcensão para com
m'alteravelmentc procura não contrariar essa realidade natural idéias a tal ponto ex1g'entcs. Vivcm o pnn'cípio dc vivcr c dcxxar' vívcr.
medxan'te meios arnñ'ciais. Pcla renovação cspm'°tual o próprio Nern se qucstionam sobre o sentido. Estão saüsf'citas ou também
homem é o agentc responsách embora sujcito aos hm1"tes traçados ms'ansf'citas com a sua situação. E enquanto o dcst1n'o não as poe'
pela natureza. A renovação biológica serve esscncíalmcnte à maxs' duramente à prova, tudo há de segmr' o seu n'tmo: de qualqucr
conservação da vida. Assnm' sendo, é antes mantencdora do que modo, no ñm nos aguarda a morte, que se espera nos sobrcvenha
transformadora. Também a renovação espm"tual não podcrá ser com bcnígn¡'dadc.
comprccndida como oonstantc cam1nh'ada. Muito antcs sc há dc
cntendê-la como 1m'pregnação pessoal de contcúdos cspm"tuals'. No entanto, a vida, de rcgra, traz cons¡g'o não poucas c
Somcntc a perspecüv'a dos honzo'ntcs cspm"tuals' da vida nos torna freqüentemente bem trágicas provocações. E a vitóña sobrc o dos-
possível a comprecnsão do sentida Tal compreensão de sentido nos tm'o não se apresenla fác1l,' sendo que as contm'gências da vida nos
ajuda na superação m'terna da ñnitudc c das hmx"tações da vida pcsam dolorosamcnte, podcndo mcsmo lcvar-nos ao descspcro. A
naturaL aprendlmg'em de tal enfrcntamento é a ñnalidade de toda educação
e dc qualquer formação ética ou moraL Fm'almente, tão logo surja
Em mcio à tcnsão entrc naturcza e cspírito, entre bios e Iogos,
uma situação dc neccssidade quc se revcle 1r'removível pelas
a alma humana se constinú no centro focal propñamentc dito dos próprias forças c haja pedido dc ajuda para a supcração do proble-
acontec1m'cntos. No cmaranhado de sentxm'entos e pensamentog
ma armado pelo destm'o, cabe à psicoterapia ou à cura dc almas a
aspu'açoes' e dec15'ões, a vida psíquica humana, a d1n'am1^'ca dos
_ á._4
destm'o, de outro lado, constituem as forças atuantes da nossa destm'0. Fazcm elas partc, por sua espemñ'c1'dade, dos fatos da
realidadc psíquica. Na realidade psíquica c na conñguração da vida natureza de nossa vida. Podemos ag1r' sobrc cles com mcios for-
dcla d1m'anada rcssai a cvidéncia do êxito ou malogro dc uma vida nccidos pclas ciêncías namrals', na mcdida em quc lhcs sabemos as
plcmñ'cada, ou nã0, pclo senüda Dc nada vale procurarmos 0 causas. Não sendo 1ss'o possíveL nccessário se faz combater a doença
scntido da vida, o sentido do sofrun'ento e o sentido de tudo o que e mitigar scus efcitos mediante procedimentos empíricos,
concerne ao nosso ser m'dividual, como se esperássemos descobri-lo apropriadas para o caso. Instalada uma doença, para dom1nar' a
à margem do cammh'o. Não cnconlramos 0 senlído como sc cu- situação dc estar-doentc c, sc for o caso, am'da cnfrcnlar situaçoes'
contra uma chave perdida. Encontrar sentido sempre c s¡m'ultanea- emergentes dc dcfeitos ms'anávc¡s', através dc elaboração vivenc1al'
mcnte é dar sentida Deveremos dar à nossa vida, como nosso ser dos eventos, orientada pelo scntido, podcrá añgurar-se como tarefa
bíológico, um sentido, extram'do comprcensão c forças para ls'so dos humana d1f1'cí11m'a, para a qual sc deverá aceitar a ajuda de um
mananciak do cspín'to, do logos c, portanto, daquüo que é pcrene- médico comprecnsivo. Em sítuações particularmcntc scd1m'cntadas
mentc válido. não se podcrá presc1n'd1r' dc um acompanhamcnto psicoterápico de
apoio ou assns'ténc1a' pasloraL
Se tomarmos como ponto de partida tal entend1m'ento da vida
e do sentido c considerarmos a vida náo sxm°plcsmente como algo As situações de sofrimento não causadaspor m falo biológico
que apenas nos foi dado, tnas como algo que nos é cometido, c dcsenvolvidas, portanto, exclusivamente a partir de uma
qualquer ms'uccsso em nossa luta pcla vida não sigmñ'cará dcstm'o, elaboração vivencial malograda, que caracterizamos como
mas apcnas uma falhaz falhamos no dar-scntido. Prccisamos ncuróticas ou ps¡'copátícas, não são detcrmm'adas pcla natureza c
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por lss'o também não scrão tratadas com meios fornecidos pelas menos passívamentc, ao lratamcnto on'cntado por proñssionak
ciências naturak ou biológicas. Constituem a seu modo e, contra- habd1"tados. Dc outra parte, todas as conscqüências de uma Era-
riamente às doenças propríamente ditas, uma pcdra de toque de qucza pessoal expenm'entadas sob a pressão do sofrun'ento, como
nosso domínio sobre a vida. que folhas da nossa própria naturcza, não conñguram rcalidadcs
V¡k'tor E. FrankL há décadas, vem pcr515'tentementc apontan- que devamos accitar como golpcs do dcsün'o. Importa muito mals'
do, com accitação cada vez mais ampla e gencrallz'ada, a supcrarmos tals' carências ou fraquczas pela consciêncía de rcspon-
un'portan^cia que devemos atribuk à responsabnl1"dadc do respectivo sabnhza"çãopela vida, csforçando-nos por tomar-nos capazes dc não
sujeitp na luta conltra as perturbaçõcs psicogênica5. Em seu livro somcnte favorecer o eqmlíb'n'o de forças adversas mas ensejar,
“Arztliche Seelsorge , dc 1946, Frankl cxprcssamcntc declara que a outrossim, uma vida orientada pclo scntido. Ê uma tarefa
psicotcrap1a' deverá tomar novo rumo no scntido dc voltax a en- sobre_modo cn'gentc, scndo forçoso rcahzá'-la sob rcsponsabmdade
tender o ser-pessoa-humana como um ser-responsável. própria, com apoio na educação, em prun'clr'a lns'tan^cia c, mals'
É dc importância secundária averiguar se a cura de tarde, se for o caso, com ajuda psicoterápica.
perturbaçocs' ncurótícas do homem é fac1h"tada por técnicas de Aquí se abre o vasto campo da logoterapia, a quc me rcporto
mod1ti'cação de comportamento ou exercícios de rclaxamento, ou para mostrar o nexo de um todo cm que meu tcma se situa: o homem
se a supcração dc perturbações psicogêm'cas éviabnhza"da sobretudo como ser vocacionado para a rcsponsablh"dade, com a tarefa bem
pelacompreensão ou auto-reflexão. Em qualquer caso, 1m'portaque cspecíñca de preservar a consciência da liberdade na elaboração de
o homem adquha consciência lúcida do scu ser-rcsponsávcl e do sua expen'ência c no am^bito do scu ag1r' e rcagü psíquico, ou de
scu podcr-dc-superação. Não raro, conselhos bcm sun'plcs c modos resgatar cssa liberdade m'ten'or através do encontro dc sentido.
de agu' m'lexr'amente pragmáticos podem trazer ajuda e cv1'dcnc¡ar'-
sc como suñcientcs. Todavia, em lodasas perturbações ma¡s' profun- Todavia, o agü e rcag1r' humano am'da possui um outro aspec-
das, ac1m°a dc todo c qualquer proccd1m'cnto un'prov¡s'ado ou lo. Em grau maior ou menor afeta as pcssoas cm rcdor de nós.
ccntrado em mctodolog1'as, un'porta objctivar-se não somcnte uma Fatores emcrgentcs de nossa natureza pessoal podem dxñ'cultar o
reoñcntação no sentido da autodcscoberta1 mas também uma nova convívio. As tendências ao autodesenvolwm'cnto ou aulo-añrmaçâo
orientação düecionada ao encontro dc sentido. m'dividual cventualmente entram cm contlito com o autodescnvol-
Dts'túrbiosneuróticos epsicopâticos m'variavelmente assm'alam v1m'ento c auto~añrmação de outras pcssoas. Forma-se, destarte, um
campo dc tensão contra o qual nada pode a m'cxorab111"dade dos
um ms'ucesso no IIato com a própria natureza. Quando os efeitos
fatos da natureza, mas só e unicamcnte o conviverdepessoas resp0n-
dc reaçocs' pcssoak m'adcquadas afctarem apcnas a própna' pessoa
cm sua sensação dc bcm-estar c, portanto, somente o rcspcctivo sáveis. Sc todos fosscm igualmcnte conscicntcs dc tal respon-
sab1h"dade, por ela pautando 0 seu agu', possivclmcnte não mals'
sujeito sofrer com ¡s'so, dc sua dccisão pessoal dependerá se
havcña problcmas m'terpcssoans' ou socials'. No entanto, é m'crente
pretendc suporlar a situação dc sofnm'cnto ou, talvcz alé, por
à naturcza especíñca do homem a m'chn'ação ao emprego de meios
motivos os mals' divcrsos, qucüa exper1m'entar o sofnm'cnto até o
d1'ver51ñ'cados dc exprcssar a sua auto-añrmação. Dcvido a tal ma-
ñm, ou se prefere superar os fatorcs dc pcrturbação, para que possa
lidadc usa clc param^ctros mui d1f'erentcs na avaliação daqu1l'o pelo
oontm'uar vivendo sem sofnm'ento.
qual, por um lado, sc scntc pcssoalmcnte responsável e, por outro
Na luta contra o sofnm'cnto pcssoaL rcnovadamente se con- lado, quereria responsabxhzar" a oulrem. A cxpcríêncía tcm ca-
ñrma a cxpcriência de que, com o surg1m'ento de um proce'sso dc sm'ado que a rclação cntrc provcito próprio c sentido comunitário
docnça, ñca o homem exposto a lels' própñas da natureza. Resta-lhe, mostra~se extxemamcnte d1f'erenc1a'da no que tange às pessoas m'-
então, antes dc mals' nada, dom1n'ar a situação de scr docnte, con- dividualmcnle considcradas. Scm rcgras ou dls'posições legab ob-
vivendo razoavelmenlc com a docnça, cnquanto se entrega, maxs' ou jetivamcnte válidas, moralmente cogcntcs ou reprcscntadas por
autoñdade eñcaz, uma vida em comum dcntro da macro-sociedade
1. Traduzido para o ponugues com o tftulo Pskatemplh e Scntido da vzda'. S.
é reconhccidamcnte 1m'praticável de forma duradoura.
Paulo, Quadramq 1986.
A dupla situação m'divi4§ual-colen'va do homem - m'div[duo Censurávcns', no scntído da ordcm pública, são, pura c sm'plcs-
por um lado e zoon poliuko'n por outro lado - faz nccessáño o mente, os modos dc comportamcnto que lesam os du'cítos fun-
cstabclecnm'enlo dc normas de conduta. Tans' normas ou mandamcn- damentak de outrem ou intercsscs cssena'a¡s' da comunidade.
tos legab devcm scr fundados em nossa compreensão do sentido da Tornar-sc culpado no sentido ético-moral abrangc um círculo
vida c no honzo'nte de valores encarnados na naturcza espm"tual do relativamente amplo de nosso comportamento pessoal c mesmo do
HOSSO SCL nosso pcnsamento. Entrctanto, a culpablh"dadc, sob o cnfoque
O cstabelccicmnto e a apücação de normas socials' obng'a- jurídico-legal, notadamemc no do d1r'eílo penaL concernc ta'o-só a
torlam'ente prcssupoc'm atribulrm'os ao homcm capacidadc para mfr'açoc's contra as lels' cm v1g'or. Uma anáhs'c mans' mm'uciosa dc
condunr'-se de acordo com tals' nonnas, mesmo - e prcasam'ente todas as dun'cnsõcs da ccnsurabüdadc não prctendcña eu fazcr
então - quando a sua tendência ao proveito o m'duza a perseguu° aqui.
outros rumos. Fica, po¡s,' m'contestc quc o homem não se cncontra A culpa se nos torna conscicnte através da man1f'cstação da
hm1"tado e m'elutavclmcnte sujeito à teudênaa' de buscar o proveito própna' consa'c“nc13.' Em partc há dc ser atribuída à scnsib1h"dade
próprio, não sendo determmado por este como se fossc uma doença. naturaL em panc a juízos cn'ticos. Podc am'da a culpa emcrgu' à
Ao contrário, há ev¡'dêncm' de que, ao orientar-sc de conformidade conscíênc1a' apenas através dc sanções soc1a15" ou jurídicas. A cons-
com normas socmxs," lhe ñca rescrvada a liberdade de dcc1'd1r'-sc em ciêncm da culpa, cvcntualmentc, cm se uatando de consáênc1a' dc
oposição ao proveito própn'o. Se, todav¡a,' seu comportamento per- responsabílidadc marcantc ou mesmo ncurotícamente
turbar gravemente a vida socíaL será reprecndido por lss'o c arcará hipertroñada, traz cons¡g'o cfcitos torturantes. Dc oqua parte, no
com as conseqüências de seu proccdimcnto, sendo resp0n- cntanto, o cgonsm'o do homem não raro o lcva a repnm1r" senum'entos
sabxhza"do por elc, de acordo com mcdidas lcgalmcnte prevm'tas e de culpa ou 1m'pedu" a sua man1f'estação. Muito podcna' ser dito
sançoes' pcmn'cntes. accrca da psicologh e da psicopatologh da cxpcriênch da culpa,
A conccpção dc responsabüdadc e a aocitação da rcspon~ mas não scna' cstc o momento dc tratar da maténa'. Darcmos
sablhza"ção de um homcm adqukem aqui d1m'ensão bem d1f'erentc preferênaa,' no prcscntc comentán'o, ao sentido da cupIa.
da que se verifica no sofrimento índividual causado por Em pnm'c¡r'o lugar, a conccpção dc culpa pode scr explicitada
perturbações ncuróticas ou psicogênicas. Onde a responsablll"dadc como “plena de scntido”, sob a óptica dc um snn'plcs pragmatnsm'o
do homem se circunscreve a sua vida, à sua claboração da ñnalístico, puramente unh"tans'ta. A scgun', scria válido, sob o aspcc-
expcn'ênc1a' própria, à superação de seus problemas m'ternos, de to da psicologh educacíonaL que as 1m'putaçoc's baseadas na cen-
regra o respcctivo sujeito não scrá ms'tado a jusuñ'car-sc. Terá de surab1h"dadc, contríbuíssem para algo como m't1m1"dação, ou, a1n°da
haver-se em pnm'e1r'o lugar consxg'o mesmo. Apenas quando, como melhor, dns'ccm1m'enlo do sujcito quc se tornou culpado. Sentido -
homcm sofredor e 1n'capacitado para confrontar-sc consng'o mcsmo ou, melhor dito, ñnaüdade - da censurablll"dade orientada pela
ou rcsolvcr a sua situação, procura ajuda, o scr-responsável deverá conccpção da culpa ou pelas sanções nela baseadas, vcm a ser,
ser-lhe conscicnüza'do, c uma perspcctiva de cncontro de sentido então, essencmlm'entc, aquüo quc denom1nam'os efcito dc apren-
deverá ser mcdiada para elc. Mas quando os m°teresses vitals' e a dlzag'cm v1n'culada a uma oríentação do comportamento corrcs-
i legínma' proprícdade dos outros ñcarcm afctados por seu compor- pondcntc. Contribui lsso' apenas ln'd1r'ctamente para um suposto
r' tamento 1n'dividuahs'ta ou cgocêntrico, dcvcrá scr considcrado rcs- fortalccm'cnlo da consciência ou para um assxm' chamado efcito
ponsávcl por lsso' num scntido mals' amplo. Coloca-nos ¡s'to na pedagógico. Somcnlc cm hipótcsc favorách a oonsciênma' 6 efetiva-
pcrspectiva da m'dagação sobrc a culpa. A hn'guagem jurídica as- mente atuahza'da e com o tempo também sensiblhza"da por scn-
smal'a conasam'ente o fato de que cupla é censurabilidade. Torna-se Um'entos de culpa ou pela confrontação com a ccnsurabxh"dadc.
culpado aquclc que sc porta dc forma ccnsuráveL Censurách sob Ondc o tornar-se responsável não se venñ'ca ou a censura sequer é
o aspecto ético-moral, prejudica as formas humano-culturals' de m'tcntada, tals' efeítos dc aptcndlzag'em e também o dm'amlsm'o e a
convivêncía ou manífesta mcntalidade indigna do homem. accssibmdadc da consciênaa' pcrdem com o tcmpo a sua cñcácia.
Dnz' um velho ptovérbioz “Cometc um pecado tres^ vezes. Se não
2. 0 homcm como ser socm'| (Ans'tótclcs). (N.T.) forcs ccnsurado, tc convencerás de quc elc é consenu'do.”
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Essa añrmação enfática tcm suporte cm cxpcriências seguu'cmos on'cntar-nos fazcndo valcr a responsabnhza"ção da
rciteradamcntc conñrmadas e dc cxtraordmária 1m'portan^cia pessoa humana. Eng'ênc¡as' pessoans' dc cada mcmbro da socicdadc
pcdagógica. Todavm,' tal modo de vcr a problemática em refcre^ncm' humana somente poderão ser hm'itadas através dc mcdidas
c tal 1'dé¡a' dc scntido da culpa nos mantém, em scntido amplo, apropna'das c acordcs com o bcm comum, quando cada um se
hg'ados ao domínio da psicologia behavions'ta de supcrfície. reconhecc como responsável frcntc aos demals'. Todo pro~
Aprcsenta-nos o homem como um scr da natureza, scnsível a cedlm'ento nocivo à sociedadc é ccnsurách dcvendo o rcspecüv'o
determma'dos cstímulos dc aprendlzag'cm. No entanto, pcrdemos agente ser responsabxlm"do por scu ato, o quc permhe a sua
dc v1$'ta., com muíta rapidcz - como acontece relativamentc a todo m'culpação. Sc ass1m' não fosse, a socicdade e o du"e1to' à v1da' de cada
o bchavionsm'o psicológico - aquüo quc, ac1ma' e além da mcra um dos membros náo temm" condiçoes' de subsnsnr".
ñnalidade, possa ser propnam'cnte dcsxgn'ado como sentido. Do A forma espeañ'camcnte humana de uma vida voltada ao
scntido - na verdadeu'a accpção do termo - só se podc cogitar espírüo c du'ecionada para um honzo°nlc dc valores é m'conc¡l¡á"vcl
quando ncle vislumbramos aquela dimcnsão cspiritual da com a ordem nannraL c talvez hvr'e de problemas, de um “cstado”
cxpen'ênc1a' de valores quc cmprcsta ao homem a sua qualidadc e de formlgas'. Muito ma15' do que lsso', a forma cultural de uma
d1gm"dadc cspeañ'ca. Também a conccpção dc culpa, ou seja, a sociedade humana prcssupoc' scnur'em-sc os sercs humanos mt'er-
possibmdadc de o homem scr responsab1hza"do e ser com lss'o tido hga'dos por vínculos dc acatamento rccíproco e rcsponsávck uln cm
como culpado, constitui elcmcnto m'tegrativo daquüo que cleva o rclação ao outro. Quanto às conscquc“^naas' da fraqucza humana c
homem aCIma' de sua namreza e permite scja ele essêncm' cspm"tual tendênaas' cgoístas, a longo prazo somcnte poderá scr eñcaz a
encamadzL condcnação por ter se tornado culpado, e, sc for o caso, a reação
Osentido da culpa - abstraídos todos os aspectos de ñnalidadc reparadora É m'tc¡r'amcntc váh'do que, ws'tos sob cssc angul^o,
- consxs'tc em considerar-se o homcm, pclo fato de scr suscctível dc ñnaüdade c scntido da culpa sc m'tcr11gue'm, de sortc que, num
culpa, como um scr moraL A censura não sigmñ'ca apcnas aspccto ma¡s' pragmátíwuütáño c mals' idcalístico, on'cntado para
desaprovação de um ato, mas também reconhccimento da o valor, se encontrem lado a lado.
responsab1h"dadc pessoaL Rcconhec1m'ento da culpa sigmñ'ca De qualqucr manelr'a, entretanto, para a relação eu-tu, assxm'
aflrmação da hbc'tdade humana, ass¡m' como añrmação de uma como paxa a relação eu-nós, há um fundamento cspeañ'camentc
ordem de convivênch geradora de obnga°ções. Da mesma forma hmnano, ¡s'to é, humanamentc d1gn'o c dcscjáveL quando cada um
1m'plica respcüo pclo d1r'eito dc outrcm, face ao qual o m'divíduo sc se esforça para evitar, do melhor modo possích o torna:-se-culpado
tornou culpado. Sc por razões mais ou menos egoístas frcntc a outrcm. Somente através da consciênaa° da possxb'¡li'dadc
praticássemos uma m'justiça contra outra pcssoa e estc nosso ato do tomar-se-culpado, am'da em descnvolvnm'enlo no ser humano,
não devcsse scr m'qu1n'ado com a nódoa da culpa, estaríamos com adquinm'os a compreensão para o relacionamento m'terpessoal.
xss'o dcsvalonzan'do aqucla pcssoa. Nosso ato não sen4," nessc caso, Quando v151'umbramos a d1m'ensão espm"tual do conccüo de culpa
passível dc censura e, sc não o reconheccss^emos como m'justiça para c, ass¡m,' compreendcmos corrctamente 0 scntido da culpa,
com o sujeito lesado, ao mcsmo tcmpo, sonegação de apronm'amo-nos também daquüo quc pcrfaz o scntido da vída. Pela
um d1r'eito pcssoal do mcsmo e, com 1sso', mcnosprczo a sua pessoa. wsa"o da problemática da culpa, o sentido da vida adqmr'e uma
O sujeito lcsado converter-sc-1a,' relativamcnte a nós, numa não- d1m'ensão própna' c essencmlm'ente espm"tual. O entend1m'ento
pcssoa, contra a qual - como a um objeto msngmñ"'cante -' não é correto do sentido da culpa favorecc o entend1m'ento do scntido da
possível comcter m'justiça c, portanto, podcmos comctê-la. vída c enriquccc as posmb'1h"dadcs na luta por nossa condição dc
A consciêncm' da rcsponsab1h"dade, além dxsso', forma um sercs humanos. A compteensão dc que a vida não foi concedida
baluanc csscncml' para o bem comum. Nossa vida é ordcnada em apenas como fato naturaL mas como vcículo dc efetivação do log0s,
função do convívio comoutros. Essc estar-em-comum não conñgura ou como possib1h"dade dc cncamação de valorcs cspm"mals,' cu-
jamals' mero eslar-um-ao-lado-do-outro, e snn' umcom-vivcr com os contra-sc profundamcntc ancorada na consc1'ênaa' do scntido da
dcmals' c um viver para os dcmals'. Dcssa rcalidadc forçosamcntc culpa.
emerge uma oontexrura de d1r'eitos c devcres, na qual só con-
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Não scrá feita alusão, nestc Irabalho, às múltiplas relaçocs'
ems'tentcs anre os conceitos ms'cparáve¡s' dc culpa e reparação,
porquc sc estanh cntrando com iss'o cm tema fortemcntc polêmico
da dogmáücajurídiwpcnaL O tema em qucstão até mcsmo na árca GÚNTER FUNKE
da dogmática teológica, vem scndo objcto de controvérsna'. Con-
quanto não sc prctcnda cntrar, de modo mals' dctalhado, cm anáhse'
de maior amplitudc, quc lcvana' a um adentramento no am^bito da
temática rehg¡"osa, hmxtar"-nos-cmos a brcve rcfcrêncxa' a segu1r'
exposta. O conhecm'ento acerca da culpa humana nos conduz
Busca de sentld°o e capac1d°ade para a paz
àqucla VIa' pontllha'da de conflitos psíquicos e espmruals"' em quc cstá
emjogo a posiçáo valorativa e u cntcnd1m'cnto do perdão e da gaça.
Aqui se abre então o honzo'nte mcntal de convicçocs' dc cosmowsa"o,
de fé rchg1"osa, dc uma atitude m'tcrior comprometida, quc nos
rcmclc para as rcgiõcs mzus' altas de uma antropologh abrangcdora
e d1r'ecionada para o campo da metafísica.
Na pcrspectiva da logotcrapia, muitos métodos dc
psicoterapxa' reprcsentam técm'cas quc 1gn'oram quasc completa- Com a formulação do tcma “Busca de sentido e capacidade
mcnte a dnme'nsão mans' alta, quc é a d¡m'cnsão cspm"tual do ser para a paz” dons' domínios temáticos complcxos se apresentam à
humano. De modo scmelhantc também surgcm, no campo das anáhs'e, cada um dos quans° mcreccria scr abordado separadamente.
No passado Iss'o texn sido fcito com bastante freqüência. A questão
ciêncms' sociológicas e jurídicas, não poucas construçoe's m'telec-
tuak ou teonas' quc dcspojam quase por complcto a conccpção de do sentido ocupa o centro do pcnsamento c da práns' logotcrápica.
A qucstão da paz cnconlra espaço cada vcz mais amplo em
culpa do seu sentido e conteúdo de valor. Acontece lsso° com
posicionamentos e contribuiçõcs surgidas em número e varicdade
cresccntc gcncrahza'ça'o através dc teonas' de uma psícologia oricn-
tada pelas ciêncm naturaJs' ou de uma psicologia m'tcrprctada d16'c¡lm'ente 1m'ag:n'ávcns'.
especulativamentc, quc logxa psicolog1w' a compreensão da culpa Do¡s' tema, do¡s' pontos centrals,' portanto, c, em torno desses
e com isso paralisá-la. Dcnota-sc, outrossim, quc teorias pontos ccntrais, circula o aprccnsívo intercssc dc muítos
sociológicas ou éu'co-“soc1a¡s"”, com maior frcqu"ênc1a,' 1r'omzam' contemporâneos nossos. Frcqüentemente me advém a 1m'pressa'o de
como“idcahs'ta” aqucla conccpção lão humana do scntido da culpa. cns't1t'cm arualmentc do¡s' movrm°cntos chcularcs, m'dcpendentes
V1kt'or E. FrankL quc dcscnvolveu a sua logotcraph para 0 um do outro, dcsencontrados c talvcz contrários. É dc se pcrguntar
alend1m'ento de pessoas afetadas por desajuste cm sua posição ante se não scria importante e recomcndável fazcr com quc tms'
o sentido, mcrccc ser rcconhccido como scndo o p1'onc1r'o m'telec- mov1m'entos fechados c reciprocamcnte dehm1"tados sc conjuguem
mal com qucm aprcndemos ou rcaprendemos a reconhecer com num relacionamento produtivo. Compara-se nss'o com o mowm'ento
maJs' lucídez o ser humano como um scr rcsponsách É juslo quc se da clipse, quc sc movc, náo cm tomo de do¡s' pontos cenlrals,' mas
lhe rcconheça tal mén'to. Sua wsa"o do homem lhe asscgura., não
dc dons' focos. Não seria urgcntc tomar-se conheam'ento dc quc
apcnas na psícologh e na psicotcrap1a,' mas também cm oulros
talvcz a pergunta pela paz sem a pergunta pelo sentidojá não possa
domínios de nossa vida soaal' c jurídica, uma mgmñ"cação substan-
cxalm'ente maxs' v¡g'orosa e uma crcsccntc pcnctração nos meios obter resposta eñciente e de quc a pergunta pelo sentido sc defronta
mt'clectuals'. 0 aprofundamcnto da noção dc culpa c o cntcnd1m'en- com novo e 1m'cnso dcsaño com base na pcrgunta pela paz?
to correto do scntído da culpa proporciona-n05 magnmca opor-
Isto, no entanto, a1n'da não seria tudo. Um passo a mans' deverá
tunidade paxa colaborarmos com a renovação espm"tual da vida, a
scr dado, proccdendo~se a junção de ambos os focos num novo
quc somos constantementc convocados. ponto central. A busca de sentido e a capacidadc para a paz não
constítucm qucstõcs dns't1n'tas, mas divers¡ñ'cadas, c contudo m'ter-
rclacionadas. São, rcspcctivamcnte, as duas vertcntcs dc um que o move no mals' ínt1m°o do seu scr, lhe dzz' rcspcito c o csum'ula
questionamcnto ccntraL quc é a pergunta pcla vcrdade. à ação.
As obscrvaçoc's aqui csboçadas envolvcm naturalmcntc todo Na verdade, cns'tc amplo conhcc1m'ento sobrc fcnômcnos
um programa de trabalho. Ê 1m'portantc que nos dls'tanciemos do relacionados com o psiqms'mo m'lcmo. Trata-sc, predomman'lc-
movimcnto cu'cular isolado cm tomo dc um tema ou outro, mente, de um saber sobre condicionamcntos c sobrc tudo o que sc
dxr'ecionando nossa reflcxão para a tomada de conhemm'ento dos aprcscma como falho, ncgativo, o quc acontcceu no dccurso do
cfeitos recíprocos que surgem entre ambos os tcmas c dcvem ser próprio dcsenvolvxm'ento. Quantidadc sign1ñ'cat1'va de possibi~
levados em conta, para., a pamr' dxsso', chcgarmos à descobcrta de lidadcs dc m°terpretação e modclos dc m'tcrpretação sc encontra
um novo ponto ccntraL Essc ponto central há dc culmm'ar no d15'ponível para que sc possam sempre ordenar “corrctamentc” as
cntend1m'ento da identidade cxrs'tente, em últ1m'a anáhs'c, nas pcr- cxpcriências vividas, conforme 1n'variavclmcnlc sc proclamzL O
guntas accrca do sentido c acerca da paz. E sou dc opm1"ão que a psíquico, o físico, o sociológico, tudo lss'o podc ser cmm'cnlcmcnte
logoterapia, dc um modo todo especiaL c acun°a de qualquer outra vcrtido em lmgu'agem. Todavia, o clcmento ex¡s'tcncíal, aquüo quc
corrente psicológica, prcenche rcquisitos fundamcntais para me sustenta, me abraça c quc por lss'o também mc m'tranq1uhza“" no
desm'cumb1r'-se dcssa tarefa. fundo do scr, ou que quahñ'ca a vida humana, dlñ'c11m'ente podc ser
lraduzido em palavras.
A torrcntc de rclaçocs' e efeítos recíprocos ems'tcntcs cntrc a
procura de sentido e a capacidade para a paz pode ser constatada Em razão dessa realidadc, os sonhos vêm readqmrm"do cres-
no dia-a-dia da atividade tcrapêutica. Ambos os círculos da ccntc m'teressc. Contudo, para que servcm os mals' bclos sonhos, sc
problemática podcm mamf'cstar-se através da situação concrcta da a realidadc subjacente aos mesmos torna a ser compnm'ida e
vida, quiçá de uma cns'e vital ou enfermidade neurótica. Não raro rcduzida7 Uma un'agem rcducioms'ta do homem toma mórbídos os
sucedc que o elemcnto ems'tcnc¡al' terá de tomar de cmpréstmo a melhorcs sonhos.
suahnguag°cm, seja a hnguag'em dapsíque, seja a do cstado doentio, Talvez no contcxto deslas cxplanaçõcs sc considcrassc jusnñ'-
ou então da sítuação de neurose. O que, no entanto, freqüentcmente cável designar a logoterapia como terapia da lm'guagem, uma
añora na hnguag°cm é apcnas a pane maxs° supcrñciaL uma vez que terapia que ajuda ao homcm transpor para a hngu'agem a sua
a partc profunda vai se tomandogradativamcntc mals' ms'usccptível ens'têncía, a ñm dc conñgurá~la, m'terrogando c respondcndo por
de verbahza°ção. Particularmente as ciências que se ocupam d1r'cta palavras c atos. Tal terapia ultrapassa de muito o que sc dcsigna
e precípuamcntc do homcm e pretcndem ajudá-lo, hojc tcrão de como condiçõcs psíquícas, bcm como a percepção dc mm'ha
reaprcnder a lmgua'gem da ems'tência. contmg'ência.
Ocorrc quc participamos todos das “condíções Quando contemplamos a situação prcsentc c atual do homcm
meteorológicas” da h¡s'tória do cspírito. Reg15°tra-sc tudo o que como ser que qucstiona e problemaüza,' corrcmos o ns'co dc ter a
acontece no mundo cm rcdor de nós. Tal pcrccpção dos eventos, ¡m'pressão de quc a pcrgunta sobrc o scntido tcnha sido afastada c
sucedc cm pnm'e¡r°o lugar c esscncialmcntc cm v1rtu'dc daquüo quc mcsmo substituído pcla pcrgunta sobre a paz, formulada com toda
em logoterap1a' desngn'amos como “d1m'cnsão cspm"tual”. E csta a premência e com m'lensas prcocupações. Tal pergunla volta
d1m'cnsã0, portadora e formadora de nossa pcrsonah'dadc, perccbe scmprc a ser refeila, quer seja articulada, quer não.
as mudanças histórico-espirituais e as mudanças gerais de Pcssoas de todas as falxas' etárias sofrem de uma passividade
condiçoes' da vida, antcs mcsmo quc a razão as tcnha aprcendido. não raro ms'uportável para clas próprias, embora cxxs°lam tarefas em
De51gn'emo-las mudanças dc nossa dls'posição m'terna. “0 coração
seu rcdor quc elas cnxergam c de cuja sigmñcação têm plena
tem razocs' que a razão desconhccc”, dlz' PascaL' reportandmse à
consciência. E contudo não conseguem mov1m'entar-se. Não é a
lógica do coração. A d1m'ensão cspm"tual é al'lamcntc sensível c
extremamentc alerta. Supcra, com gxande vantagem, a lcntidão do siruação concreta e atual que lhcs bloqueia a 1n1"ciativa. O bloqucio,
nosso pcnsar. É d1f'íc11' para o homem - e ele vai se tornando a 1m"bição m'tcrior man1f'esta-se como cxpressão de m'érc1a' frente a
gradativamente mans' m'capaz para 1sso' - tradum' em lm'guagem o uma pcrda futura. Com cfeito, o futuro está ameaçado, scn'amentc
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amcaçado, e está na hora de se envídarem mg'entcs esforços para o olhar pcrmanentcmentc voltado para a bomba atômica. Ansiosa-
não capitular antc tals' ameaças. mcnte espera por cla. Mas tal ansiedadc antca'patóna' perturba a
Considercmos apenas o banxo' índicc de nasam'cntos c o sua vida, endcreçada a uma meta”. Frankl cscrevcu ns'to há 34 anos.
clcvado número de abortos. Somos efcüvam'cntc convencídos de Contudo, não é apcnas o temor, ncm é apcnas a m'd1f'crcnça
que tals' fenômenos cncontrem suñcicnte cxplicação socíológica, quc conduzcm à atitude vivcncial fatahs'ta ou prows'óría. Compor-
econômíca ou psicológíca? A alcgação de quc seria atítude ta-se ela muíto antcs à mancu'a com quc o exprcssavam os bls'pos
1rr'csponsável colocar crianças no mundo, enquanto a ameaça dos alemães accrca da pcrgunta pclo sentidoz “Muitos já não cntcndcm
míssexs' atômicos pau'ar sobre nós, com demashda freqüênch não um mundo quc conscguc trazer mísscns' e armas para os nn'coes' mals'
passa dcjustücativa racional de um enfoquc de vida medianamcntc rcmotos do globo, enquanto ali falta arroz, pão c mcdicamentos.”
m1hs"'ta. Qucm, no cntanto, ousana' cstranhar quc tal nnhsm"'o se Um mundo a debatcr-se em mcio a tamanhas contradiçocs' parccc
vcnha alastrando? carcntc de todo c qualqucr sentido. E depcnde, não raro, dc apcnas
Todav1a,' a pcrgunta pela paz a muitas pcssoas oferecc a um passo a mals' para que sc atm'ja o ponto cm quc o “já-não-podcr-
oportum'dade c o estímulo para tentarem cquacionar sua proble- entcnder” se converta em reSIgn'ação, em apau'a, em scnnm'ento
mática de futuro não supcrada. ablssal' dc auséncna' de scntido, como dlzc'mos cm logoterapia.
Constatamos, pons,' c em pnm'cu"o plano, que a pergunta pela Mesmo quc admitamos vcnha o mundo a desaparecer por
dcstruição atômíca, c scjamos, assun,' dom1n'ados pclo tcmor da
paz ó atuaL Em segundo plano, contudo, avengua'-sc com m'tidez
quc com 1ss'o a pergunta pelo sentido ñca ao mcsmo lempo temati~ mortc ccológica e do desmantclamento cstrutural da naturcza, sou
de opml"ã0 que corramos o nsco' prcfcrcntemente a sucumb1rm'os
zada. Ademals,' a pergunta pelo sentído expenm'enta um dcsaño
fataL Expcnm'entamos atualmcnte um questíonamento radical e em conscqüência da apaüa,' da ausêncna' dc scntido, se a questão do
sentido for ncghg'enciada c, portanto, não rcsolvida. No entanto,
total do sentido da ems'tência humana, com d1m'cnsoes' universals' c
quase sem paralelo na hls'tóna.' tcntcmos locahzar', para observá-lo mals' de perto, cssc ponto crftioo
de passagem dc um scnt1m'cnto dc vida comum para o conform1sm'o
O scntimento dc ausência dc sentido, de proporções e a 1n'ércm.' Consoantc cntcnd1m'cnto logoterápico, podcrá ser cle
mundians,' foi díagnosticado por V.E. Frankl como a atual ncurosc cncontrado ali ondc as cncrgias que o homem haurc sobrctudo do
de massa. Sua causa tcm sido rclacionada com a perda da Lradição, sentido dc sua vida e moblhza" a parür' de si mesmo, já não sejam
a perda de valores e o reducíomsm'o cicntíñco, tcndo rcccbido suñcientes para supcrar as parall.<'›a'çoes~ quc emcrgem da consta-
componentc novo, agravante da care^nc1a' dc scntido, que é a taçâo de uma grave amcaça. Quanto mcnos scntido o homcm ex-
capacidadc detída pclo homcm de destruü totalmcnte a Tcrra. Tal pcnm'cnta c rcahza° cm sua vida, tanto maior será o nsco' para a sua
percepção c tal conhec1m'cnto só podcm scr comparados com os existêncía. Tal pcrccpção, conquistada através do trabalho
logotcrápico, possui validadc 1rr'enunc1á'vcl, não apenas no domfnio
uês grandes “agravos” da humam'dade, aos qua15° nos rcfenm'os cm
m'dividual, mas também no am^bito socnal' e globaL
conexâo com as descobcrtas de Copérm'co, Darwm' c Freud.
Se a constalação dc uma ameaça, scja a atômica, a ecológica,
As múlliplas ameaças com quc os homcns sc sabcm confron- a sociaL seja uma amcaça expcnm'cntada em am^bito 1n'teu"amcntc
tados hoje, scjam elas dc ordem m1h"tar, scjam rclacionadas com a 1n'dividual, atmgnr" um nívcl dc scntído ba1x'o, haverá duas formas
problcmática ecológica, não falham cm sua eñcácxa'. Cnam' scus possívels' de reaçãoz ou culmmar'á numa perda total de valor,
próprios sm'tomas, não raro ncuróticos, com os quals° d1an"amcnte fmqücntementc acompanhada dc um colapso de todas as forças
nos dcparamos. V.E. Frankl descreveu há décadas tal sm'- dxs'ponívens,' ou cntão a ameaça conslatada libcra poss¡'b111"dadcs de
tomatologia como “posição fatahs'ta” e como “atítude prows'óna' da sentido.
ems'tência”: “Ora, da atítudc prowsó'na' da ens'tência am'da não nos Partmdo da scgunda hipótcse, podcmos também d1zc'r quc a
libcrtamos. Dep015' como antcs, o homcm hodiemoé dom1n'ado por amcaça à paz m1'°cíalmentc libcra elementos novos de sentido. Ncsse
ela. Apoderou-sc delc uma cspécíe dc fob1a' da bomba atômica. O
caso, uma 1n'tcrvenção logotcrápica na cnse' não sen'a m'dicado. De
homcm de hoje aparentementc se hm1"ta avivcr cm cxpcctativa, com
rcpcntc encontram os homcns uma tarefa, sc sabcm rcsponsávcns'
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relação dc causa e efcito entre o seu relacionamento positivo com a
para fazcr algo contra lal ameaça e é magníñco o que então sc
mãc e a sua recusa de participar das travessuras de criança cm quc
proccssa. Opor-se à ms'talação dc outros mxss'c1s' atômicos no leste
houvesse mamf'estaçocs' de agressívidade.
c no ocstc decididamente já conñgura uma possibmdadC de sentido,
para cuja reahza'ção todas as forças dcvcm ser convocadas e também Isto, porém, apcnas 11'ustra um lado da questão. Para M.L.
são convocadas. Ousaña obscrvar quc, no meu entcndcr, tal rcação, ng' e para Gandhi fatorcs bem mals' numerosos foram decm"vos.
em qualqucr caso, sc vcnñ'cará rclativamente a poucas, dcmasiado Sua vida cra 1m'pregnada dc um sentido m'cxunguí'vcl. Era a própna'
poucas pessoas. E parece~me ser mlúto 1m'portantc rcssaltar quc a plcmñ'cação v1'venc1al' do senu'do. Enríquccidos por cssa plcm'tudc,
mera ação não traz consng'o nem a superação das amcaças contra a puderam compromcter~se com tamanha pcrseverança e eñciência
paz ncm a do senum'cnto dc ausência dc scntido. Há também um pcla paz e pcla supcração do ódío.
agü cmergente da carência de sentido c tal ag1r' é peng'oso. O sentido da vida, uma vez encontrado, age como um catali-
A ameaça à paz requer resns°tência. Com cfeito, tal ameaça sador sobre a paz. A auséncia de scntido, em últnm'a anáhs'c, dá
dcve ser sobrepujada. A resxs'tênaa,' no cntanto, não podcrá ser fcita cnscjo a que se dszI"pc no vazio toda a aüvidade em favor da paz.
e rcahza'da a partu' dc urn senum'cnto dc ausêncra' dc scntido ou de A paxtü da aütudc cns'tencial c añrmativa do sentido, supor-
carência dc sentid0. E é csta a m'dagação efetivamcnte crítica a ser tarcmos, se tal é a altcmativa m'cvilável, lambém a 1ns'talação dc
feita a todos os mov1m'cntos pacxñs'tas. É dc todo 1rr'elevantc m'dagar novas armas atômicas. Estaremos, então, plenamcnte cônscios de
dc quc posição política ou de quc oricntaçâo rehgt"osa proccdem os quc a ameaça se tornou maior, mas sabercmos sxm'ultancamcnte que
homcns rcunidos em mov1m'entos pacnñs'tas. Dcms'ivo é tão-somcnte o sentído da vida, sem ter ñcado menos 1m'portantc, tcr-sc-á tomado
sc a sua ação sc funda num sentun'enlo dc ausêncna' dc sentido ou se am'da mans' precíoso.
parte da convicção de que a vida tem sentido. Importante é saber sc O que até o prcsentc cu trouxe a debate dlz' rcspeito à
para eles, mesmo dlan'te da perspectiva dc uma ameaça de exnn'ção m'tervenção psícoterápica na cns'c. Pcnso que nos dcsaña a tarcfa
da vida, oonserva esta o scu scntído. Scria esta, na verdade, a tesc urgentc de 1m'ped1r' quc osjusuñ'cávcls' temorcs pelo futuro, prescn-
decisiva da logoterapíaz “A vida tcm sentido em quaisqucr tes, sobrctudo, nas geraçoc's jovens, sc somem ao scnüm'ento gene~
cu'cunstânc1'as, também em condições as ma¡s' adversas”! Sigmñ°ca- rahza'do de ausênc¡a' de scntido. Quantas vczes, em d1á1'ogos com ou
na° mob1hzar" o poder de obsun'ação do espín't0, aquclc podcr capaz scm ñnalidade tcrapéutica, tenho percebido haver pessoas quc
_¡_ ¡
dc afrontar as ameaças c desaños do nosso tempo. lulam por encontrar sentido cm sua vida, porque sofrem com o seu
4
Relativamentc a 15't0 seña oportuno lcmbrar dots' nomes, cuja scntlm'ento de ausência de sentido. E clas m'terr0mpem tal processo
recordação torna claro o quc ac1m'a ñcou dito. Rcñro-me a M. de busca c me perguntam por quc ainda sc há de procurar scntido,
4
Luthcr ng' e M. Gandhi Conhecemos a dupla reahza'ção de por que se empenhar por esla vida, se somosjoguete de dls'posiçoc's
ambos, no que concerne à capacídade para a paz c ao trabalho pela cxternas a nós mcsmos, se os míssens' são s¡m'plesmente ms'talados,
paz contra o nosso scnnm'cnto vilal.
Tem sido reiteradamente saüentado o fato de ambos haverem Semanas atrás narrci a um grupo de jovcns a segumte
,<À_
expcnm'cntado o dcsvclo dc mãcs muito bondosas e acolhcdoras, cxpen'ência, por m1m' reiteradas vezcs vividaz “Imag,m'cm vocês”,
_
mãcs quc dispcnsavam aos ñlhos, nas fascs dc-cns'ivas da vida, dlss'e eu, “dentro de poucas scmanas dcvo fazcr uma conferênma'
dedicação m'condicional. O conhec1m'ento dcssa realidade devena° sobre o tema Busca de sentido e capacidade paia a paz. Obng'o-me
encorajar-nos a falar muito mals' sobre a contribuição extremamente com lss'o a reflctü muito c os seus questionamcntos vêm desde já
1m'portante e de grande alcancc que mãcs têm dado à capacidade dcsañando a mmh'a rcsponsab1h"dadc. Ao mcsmo tempo, nossos
para a paz e com |ss'o paIa o futuro da humam'dadc. O protcsto é ñlhos adoeceram todos de coqucluchc. Quando se man1f'csta um
apenas uma faceta da luta. Mals' rclevantc mc parecc o trabalho ataquc de tossc, saltamos todos dc pé, ergucmos para o alto a
süencioso quc começa junto aos ñlhos e com a colaboração dclcs. criança, porque ela sentc ans^ias de vômito c falta dc aL Numa noite
Como se vê, também a accitação da matcrnídade e da patemidadc estou eu dcitado sem dorm1r' e reflito sobrc a pergunta se a ameaça
pode ser e é uma contñbuição na problemática da paz e uma atômica não faz com que nossa vida já dcme' dc ter tanto scntido
contribuição plena de scnüdo. 0 próprio Gandhi constatou uma
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comoantes uv'cra. Mas não cons1g'o chegar abons tcrmos commmha' fora devem ser m'terrompidas. Sobre o amor, pelo quc vejo, a
reñcxão. chcnün'amcnte, nosso ñlho dc trcs" anos é acometido por doutnna' da m'dividuação nada tem a dlze'r”. Até aqui H. Wõllcr.
ataque de tossc e eu salto da cama' para socorrê-lo. Depons' dc tudo
Mas é preasam'cnte o amor que constitui o elemento basxlar'
superado, formulo para m1m' mcsmo a segum'tc pergunta, que nestc da capacidade para a paz Mals' ad1an'te vollarcí ao tcma.
momcnto transmito a voces^z “O quc voccs^ acham, será que eu tena'
saltado da cama, se soubesse que amanhã sena' acionada a bomba Ou cntão mcncionaremos uma contribuição dc H.E. Richter,
atômica? Ou teria eu permanccidodcitado, abandonandoa cnan'ça em scu livro sobre a psicologh da paz Não sei se cssc autor
à sua sorte, uma vez que toda a ajuda já não tcna' mals' sentido?” procedcu de forma consc1'cntc, quando, em seus comentáríos, deu
suporte a tcscs c dcsañ-os essenciaxs' da logoterapía. No tópico
Podcm 1m'ag¡n'ar como osjovens reagkam à mmha' exposição.
mencionado apanha elc um pcnsamcnto de N. Elhs' c escrevez “A
Para clcs não havm' dúvidasobre o quc naquele momcnto cu devcna'
conccpção dc um m°d1ví'duo cx¡s'tcntc para si mcsmo, que dc certo
tcr fcito. E, cnquanto assun' o cxprcssavam, davam a resposta a sua
modo só se poe' cm contato com outros e com a sociedadc, é
própría pcrgunta e comcçavam a entender o que o Dr. Bonhoeffer
Com lsso' também a psicologna' clássíca, a qual concebc a
certa vez añrmouz “Pode aconteccr que o Dla' do Juízo (o ñm da
vída psíquica com funçocs' c rcahza'çoes' pemn'entcs como que
h¡s'tóna') sobrcvenha amanhã. Ncsse caso, de boa mente abnr'emos
encapsulada dcntro do m'd1ví'duo, é amñ'c¡al.' Conñgura a cxpressão
mão do nosso trabalho por um mundo melhor, porém não antcs”! de uma autocompreensão m'dividuahs'ta produzída pela época,
Há conscnso de que a m'tervenção na cnsc', por Lm'portante dcscnvolvida em sua forma crassa a partü do ñm da Idadc Médla'”.
quc sc conñgure, não podcrá ser a única contlibuição para se fazer Todavua,' 15'to não é nenhuma nov1'dadc. Há 30 anos, V.E.
frentc aos dcsaños cms'tcntcs. Frankl m'cansavelmcnte vem comg1n"do tal colocação. Lcmbro-me
Em razão dlss'o, surge em toda a parte a idéia da educação cxatamcnte da prun'c¡r'a prcleção quc dcle ouvi cm Viena: “O
para a paz. Trata-se de uma larefa predominantementc homem não é uma mônada. Não v1v'c fcchado em sí mesmo. Ex-
psicopcdagógíca. Scrá que a pcdagog1a' e a psicolog1a' efctivamentc trapola dc si mcsmo, procura um ru, uma taxefa, algo a que possa
dls'poc'm, na mcdida do neccssário, de recursos próprios para o doar-se, a ponto de nele se pcrdcr, uma pessoa com a qual sc
cumpnm'ento dessa tarcfa? Numcrosas contn'buiçocs,' dc cujos encontre, amando-a”. Autotransccndéncaa° sc dcnomma' xss'o em
subsídios mc vali na claboração dcste tema, fazem-mc suspcítar de logoterapla'. E a capacidadc para a paz aumcnta na medida cm quc
serem elas própñas a exprcssão dc uma conccpção dc vida fatahs'ta. consxg'o dcshgar'-mc dc m1m' mcsmo. Quanto maJs' o homem se
É para m1m' totalmentc m'comprecnsível a 1gn'oran^cia dos dcsaños centra em si mesmo, quanto ma¡s' é m'duzido para lss'o, tanto mals' se
de nossa época com que o pensar, o cnsmar' e o curar se dcsv1am' do dls'tanc¡ar'á da capacidade para a paz.
scu objeto. Ora, abstraü de m1m' mcsmo é uma renúncia que devo rcahzar°
Fazem-se trem'amentos para a busca do cu, a auto-reahIA'ção e um samfí'cío quc dcvo fazcr. Ens' por quc a capacidade para a paz
c a 1n'dividuação. Tans' conccpçoes' de longa data se têm trans- sc tornará um dcsempenho a descnvolver-se conLIn'uamcnte c de
formado em axiomas idcológicos c agravam a m'capacídade para a fonna scmprc rcnovada.
paz c a pcrda de scntido. Não se trata aqui sxm'plcsmcntc dc palavras cdlñ'cantcs. Nós o
Sobrc tal problemática assnm' sc mannTcstou V. H. Wõllerz “Ê vemos funcionar dc forma concreta ao longo da v1'vênc¡a' da nossa
verdade que se comenta ser o autodescnvolwm'cnto capaz dc práms' tcrapêutl'ca, quando somos tcstcmunhas dc quc pcssoas con-
sun°ultaneamentc estabelecer relaçocs' com o próprio eu, o mundo, scgucm rcahzar' tal desempcnho no dia-a-dia de suas vidas.
o tu, e dc confenr'a tal relacíonamento conteúdo humano. Contudo, Aprescntarci adnan'te alguns excmplos dcssa reah'dade.
a doutnn'a da individuação ravela accntuada tendência ao Revestüse de concrctitude plcna tal constatação naquüo que
isolacionismo. O rccipicntc dc alquimia dcve scr mantido Franklcerta feita dcclarou ao apalavra aos pcsqmsa'dorcs da
hermeticamente fcchado, a fím dc que possa dar-se a paz Pcrguntava elc, na oportum'dadc, sc não cstana' mak do quc na
transubstanciação do mls'tén'o, e todas as rclaçocs' com o mundo dc hora de, cxatamente em nomc da capacidade para apaz, amphar'-se
a pesqmsa' sobrc a agessivídade numa dnn'ensão decnsn"va, d1n"a
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dccm"va para tudo o quc cstá emjogo. Vou citá~loz “Atualmente está a veracidadc dc suas tcscs scr venñ'cada cxclusívamente no fazcn
em moda convocarem-se congrcssos sobrc o tema da agressãa Rcconhcccrá a vcrdade aquclc quc a opcrac1'onahza.'
Também a pcsquka sobre a paz conccntra-se ncssc tcma. Mas, 0 que foi que aprendi das pcssoas e dcpo¡s' pude reahmr' cu
enquanlo nos aüvcrmos à mera m'tcrpretação do fcnômeno subu- mesmo? Acontcceu em scssões dc tcrapia matnm'onial. Os
mano da “agrcssão” c não anahs'armos o fenômeno humano do parceu'os matnm'omals" tmham' posiçocs' conflitívas, árcas de atrlt'o,
“ódio”, estará condenada, 0 tempo todo, a ser csténl'. O homem não em que se acend1am' as agressoes'. Rcag1am' a ta15' situaçocs' com
ccssará de od1ar', quando se lhc sugcrc quc éjogucte de mecams'mos destemperos verbals' recíprocos, abandono do lar e outros pro-
e 1m'pulsos. Somentc conscgmr'á superar a sua agrcssividadc quando ced1m'entos ncgatw'os. Possuíam ambos curso dc psicologna' c con-
lhe provarmos que, cm pnm'cn"o lugar, não cns'tc ncnhum motivo hccmm' e aceitavam a tcse da ab-reação. Todas as tcntativas para
para quc odcie o outro. Em segundo lugar, que ele é livre, no que conduzir as agressões acumuladas por canais positivos m'-
concernc, não à sua agressividade em si mcsma, mas à sua atitudc vana'vclmcnte fracassavam Surgiu cntão a scgmn'te sítuação, a
frente a csla. E, cm terccho lugar, quc cle é rcsponsách cabcndo- part1r' dc uma conversa quc v1nha' ao caso das partes contendoras.
lhe dec1'd1r' sc prefere ¡'dcnt1ñ'car-se com sua agrcssividadc ou dela A csposa unmr"a-sc muito com uma atítude do marído na hora do
dls'tanaar'-se. Tudo depcnde da atitude pessoal face ao fcnômcno”. jantan
A coxs'a se nos aprcscnta assm' concrcta, quando levamos a A Senhora X: Notei a agrcssividade crescendo dentro dc m1m'
sério atese de que o homem não é uma mônada cnclausurada dcntro c prcssenti como aquele 1ní'cio da noitc ma" transcorrcr. Nada
de si mcsxna, em que dctcrmm'adas rcações c funçõcs transcorrem adlan'tava, o meu esforço, não consegma' mals' defender-me de meus
m'dcpendentemente de qualqucr mH°uência. Vivcnciar a humani- próprios sentIm'entos. Isto scmprc volta a mc aoontecer.
dade, d1nam123r" a capacidade para a paz cnvolvc crcsccntc aprcn- Eu: Em vez de defender-se contra a agressividade, já tentou
d172g'em no sentido de se conñgurar a vida em suas refcrêncxas' algum dia renuncmr' a ela?
concretas, a partü da sua d1m'cnsão cspm"tual.
A scnhora X: De quc jeíto podería lsso' acontcccr? Ela está aí
E, se ñzcrmos lss'o, conforme a logoterapia proclama, também e tem que 1r' cmbora por sí mesma.
conscgtur'cmos dommar' o fenômcno da agrcssão, quc exerce papel
decm"vo também na esfera política. Eu mesmo pus cm dúvida, por Eu: Por acaso nnh'am para aquela noite algum programa
muito tcmpo e fundamcntadamcntc, cssa lesc da logoterapia. Será concrcto, feito cm conjunto, que teria dado scntido ao seu
mcsmo uma possib111"dadc formulada por Frankl em sua crítica, ou relacionamento?
seria apcnas um sonho, ou o anseio utópico dc um m'comg1"vel A senhora X.' Não, propn'amcnle. Apenas t1nha' cu uma vaga
humams'ta? Ens't1n"a rcalmentc a possib1h"dadc dc não sc tcr ne- csperança dc quc a noíte vicsse a ser boa. Mas cntão já comcceí a
nhum motivo para od1ar', de ser eu livre no posicionar-me frente à 1rn"tar-mc com1g'o mcsmo, porque s¡m'ples¡nente não consegma'
mmha' agress1'v1'dade, de ser responsávcl por idcnüñ'mções ou dls'- haver-mc com os mcus senüm'entos agrcssivos.
tanciamcnto...? Mas é precns'amente lss'o que conla. A capacidade Eu: Vamos admitu' que tivcsscm planejado juntos algo con-
dc assumh atitudes livrcs é prccw'amentc o quc d15'ungu'e o homcm crcto quc tena' tido efcitos permcados de scntido para o scu
do annnal' e o capacíta a não proccdcr dc acordo com o lema relacionamenta Não tenam' conseguido lidar com suas agcssoeg'
segundo o qual a vida pcrtence aos fortes. Ccrtamenle a política transformando o potcncial energético assm' líberado em algo posi-
a1n'da se processa exatamente ncsse níveL Todo proccdxm°ento c tivo?
discurso reforça a suposição dc que não cxistem d1m'cnsõcs
A senhora X: Tcntcí lss'o muítas vezes, mas logo surge o
humanas, mas apcnas a lei das rcaçoc's.
bloqueio.
De quc modo cedeu mmha' resns°tênaa' à tesc de FrankL a
Eu: Talvez esteja na hora dc tcntar uma rcnúncna' a sua
logolerapla'? Onde podeña tcr sido, senão na prática? Por mngu'ém,
agressiv1'dade. P01s' veja, a senhora a ng'or sc cncontra scmprc dc
a náo ser por pcssoas quc a si próprias e a m¡m' convcnccram de sua
novo diantc de uma dcasa"0 a tomaL Duas poss¡'b1h"dadcs se abrcm
veracidadc c cñcácia. O segredo da logotcrapia consns'tc no fato de
a suafrcnte. Uma é a de se pôr cm conñito com a sua agessividade.
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Ouando sc dxs'poc' a combatê-la, ocupa-se constantcmentc com ela Contrariamcnte ao quc não raro sc pcnsa, ocorre não
e sucumbe na luta. Mas ens°tc, à sua dls'posíça'o, a outra possibi- acontecer, dc modo invariáveL que no futebol sc acumule
lidadc. É a de abnr' mão da agcssívidade, não ñcando prcsa ao agessividada Com bastante frcqüência sc dá cxatamcnte o opostoz
pcnsamcnto de quc algo dcva scr fcito nosentido da ab-rcação. D1ga' “Após o jogo, não raro nos acomcte um senüm°ent0 de auséncía de
a si mesmaz “Hoje farci algo ma15' sensato do que combatcr scntido tão vecmentc que s¡m'plesmenlc somos levados a ancstesná'-
agrcssoes'. Desxs°t1r'ei 51m'plcsmcntc delas, comprometendmme co- lo. E cntão fazcmos oons'as que propriamcntc não quercríamos
m1g'o mcsma a tcr uma boníta noítc. Na próxuna' vez me mf'ormará fazer”. Trata-se de agressividadc compensatóna'.
dos rcsultados
Ficam confirmadas, assim, mais uma vcz, duas teses
Fchzm'enle aquela scnhora accítou a proposta. Até a próxrma' logotcrápicasz
scssão houvc tempo suñcícntc c, para cla, muitos ensejos dc
Pn'me1r'atese: ausência de scntido traz consxg'o agressivídade
cxpcn'ênc¡a'. O Natal c a festa deSão Sllv'estte sc m'terpuseram cntre
c 1n'capacídadc paxa a paz, “po¡s' a paz no mundo não é amcaçada
os nossos encontros. apcnas pclas armas. O peng'o é ídéntico quando as pcssoas se
Trcs^ semanas dep015,' foí pcrfeita a surprcsa. Em essêncna,' o tornam m'tcríormcnte ms'cguras c não sabcm mals' cm que acreditax
que me referiu aquela senhora foi o segmn'te: “Quando renuncio a e para que viver.”
mmha' agrcssividade para fazer algo d1f'crentc , de muito mals' Segunda tese: plenirudc de sentido possibilita renúncia à
sentido, eu sm'to como toda a agressívídade cntra em colapso.”
agressãa
Slgmñ"ca lsso' m'tegxar-se no processo de encontro de sentido, ñcan-
do por ele absorvída de fonna produüva.' Não é que sempre se tcnha conseguido praticar tal rcnúnm'
Mas ncsse caso as pessoas encaram cssc fracasso, responsabxlmn"do
Rccordo-me, neste passo, de um jovem senhor que trouxera a si própn'as por ele e não aos outros. A renúncia jamals' tern sido
consxg'o para o tratamcnto um alto potcncnal' agressivo. Já o seu fác1|,' mas tomava-se possível na mcdida cm que se lhes deparava
modo brusco dc abnr' a porta c cntrar mc puscra dc sobrcaws'o. um objetivo pleno de scntido, compensatório da renúncia.
Pancadanas' cstavam para cle na ordem do d1a.' A cada provocação
reag1a' de acordo com o mesmo padrão dc rcvide. Pretcndia cngajar- Relativamentc à capacidade para a paz, cabe perguntar sc a
se em defcsa da justiça c da paz. Todav13,' o seu procedlm'ento paz não possui uma ñnaüdadc tão aJta c plena de scntido que vale
costumeüo frustrava de forma permanente taJs' objetivos. Seudesejo a pcna aprcndcr a renúncia à agrcssão por amor a cla.
era autêntico. Seu ag1r', ma'utênt.ico. Também com ele proccdi a um Quero, contudo, acrescentar, às consíderaçõcs ac1m'a feítas,
tremam'ento dc renúnaa' à ação agrcssnv'a. Na medida cm quc a uma obscrvação quasc quc hipotéticaz sabemos da mcdicm'a quc a
qucstão do senüdo se lhe aprcscntava mals' concrcta c cm que cólera e a ansicdade liberam noradrcnalma - um hormo^m'o de
assum1a' o compromlsso' da procura dc sentido, conscgu1a' reallzax' a ataque - ou adrenalma' - um hormônio de fuga - produnn'do-o
renúnaa' gcnuínzL respectivamcnte cm doses reforçada5. Sob o aspecto médico é
Mas o maior progrcsso de aprendlzag'em fez ele procurando ¡m'portantc a pergunta como esse hormômb produzido a mals° se
transmitü aos seus amigos o que constatara no decurso do dcsm'tegra c é rcabsorvido, por exemplo, através da motricidadc ou
proccdlm'cnto terapêutico. Sucedcu quc, ücqücntcmcnte, após as da mg'estão dc ahm'ento, uma vez quc se trata de processos dc
partidas dc futcboL dc quc participava no estádio olímpico, con- combustão.
segma' rcagu' contra as suas tensõc.,' elevadas de forma não-agres- Podem, no entanto, ser reabsorvidas a noradrenahna' c a
siva, motivando a outros dc também assm' procedercm Motivou-os adrenalm'a, quando se dcsxs'tc da agressão? Exatamcnte esta per-
a empreenderem após o jogo,algoquc tivcsse sentido, por exemplo, gunta tenho eu fcito ult1m'amente reiteradas vezes a médícos e é
conversas sobrc osvcrdadeüos problemas da vida, c procurar assombroso para m1m' venñ'car que rcspondiam añrmativamcnte a
soluçoes' permeadas dc sentido. mmh'apcrgunta, considerando, po¡s', possível tal rcabsorção. Ocorre
Ao reücür' globalmente sobre o que ali rcahzar'a, acendeu-sc~ quc renúncia é um descmpenho c tal desempenho poderá
lhe, por assnn' dnzc'r, uma luz na mente. possib1h"tar uma rcabsorção.
110 111
-.x_.
São cstas possibmdadcs tcrapêuticas quc sc rcvclam quando
ansamos c argumentamos a partu' de uma antropologia quc sub-
juga o monadls'mo e o reducíomsm'o. A logoterapia se alíccrça cm
prcmxssas' antropológicas que possibth"tam dar-sc um passo adiantc
ELISABETH LUKAS
cm dücção à capacidadc do homcm para a paz. Tudo aquüo que
tcm sido dito no am^bíto da logotcrapxa' a rcspeito da procura de
sentido c dos proccssos dc cncontro dc sentido podc ser, scm mals,'
aplicado à aprcnd12ag'em c educação da capacidade para apaz. Não
conhéço modelo psicológico do qual se podena° añrmar ísso.
Sobreviver - para quê?
Alcançar a capacidadc para a paz é hoje o scntido dccnsx"vo, para Respostas a perguntas sobre o destino
cuja reahza'ção fomos convocados.
Permitam-mc cncerrar esta minha exposição citando E.
Lukas: “Toleran^c1a'”, - e por tolcran^cia entcndo agora um marco
referencíal da capacidade para a paz - “pressupóc forte orientação
para o sentido, ao passo que a m'tolcran^cia é um sm'al” - não dc
ausência dc sentido ou apcnas ausência dc scntido, “mas de uma
oricntação de sentido unüateraL reveladora dc estrcíteza mental...”
Enscjar amplas reahza'çoc's dc sentido, supcrar a ausêncía dc Há cerca de 3,5 bdh'ões de anos, dccidia-sc a formação de doxs'
sentido e a orícntação dc sentido unüaleral c estrcita e assm' d1f'crentes prm'cípios dc vida na Tcrra, válida até o prescntefL.N-
possibütar o ítm'crário rumo à capacídadc para a paz é c permanece Mucle tcm o ur ' am os pnm'eu'os ermcs dc vi a. E_r__amñcélulas
o m'teresse central da logoterapla'. ' ' r ' rfÍrTha c células
Q
Jmscm'. Obra do acaso, ou não, o ccrto 6 quc da presença ou
da ausência dc porñnn'a passaria a dcpcnder a capacidadc das
rcspectívas células. Trata-sc da capacidadc de claborar, com mate-
rial m'organ1^'co e a ajuda da luz do Sol, o potcncial cncrgético
neccssáño à vida, ou da depcndêncía da busca do ahm'ento à base
de substãncías orgânicas. As células com wgnao ' foram as
pn'vd'egiadas, porquanto, para viver, nccessitavam tão-só de mate-
rial m'orgam^'co e da luz solar,já então exzs'tente em supcrabundan^cm'.
Das células com porñrm'a formaram-se os cloroplaslídios, que até
hoje têm por tarcfa utlhzar" a fotossíntese na célula viva c tornar, por
esse meio, m°dependcntcs os vcgetaü da apreensão c matança dc
outras formas de vida. O mundo das plamas é o prm'cípio “pacíñco”
de vida do nosso planeta.
Ao contrári0, as células dcsprovidas da substan^cia química da
porñnn'a, desdc o ms'tante dc seu surglm'cnto, traziam consigo a
tendêncía compulsiva à desmziçãa Imposs¡'b1h"tadas de unhzar"em a
encrgia solar para as suas trocas v1'la15', sua sobrcvivêncía se tcm
prooessado à custa da vida alheia, que m'corporam a si como ali-
mento, dclc recebendo a energia nccessária. Todos os amm'ms',
m'clusívc o homcm, constituídos dcsse elemento cclular a parlü dc
sua ong'cm, ñcaram m'clutavelmentc sujeitos ao mesmo pnn'cípio
113
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vilal “agrcssivo”: ncccssitam 1n'corporar mateñal orgâníco para não psfquicas, ou scja, cm contraposíçâo a xms' rcalidadcs. O cspírito ó
pcrcccrcm dc fomc, scndo, portanto, obnga'dos a caçar, domesticar, algo que grita um “não” em nosso ínum'o, quando qucrcdamos quc
malar matéria orgânica, ou seja, sercs vivos. / | fossc um “sun'" c dzz' “s¡m'”, quando prcfcñríamos quc fossc um
Sc nos fossc dado, à luz da razão, profenr' julgamento sobre l “não”. É algo que susta nosso passo, quando qucrcríamos ccga-
ambos os pnn'cípios vitals,' é m'duvidoso que, ao ñnaL chegarfamos mente avançar, c nos cslun'ula à aça'o, quando cmocíonalmcntc
à conclusão de que o pnn'cípio vítal “agrcssivo” não é apenas menos hcsítamos, algo quc nos ur'a a pa7, quando crramos, c nos loma
favorecido sob o aspccto biológico, mas representa, outross¡m,' uma fortcs, quando paxr'a sobre nós a amcaça dc fraqucjarmos.
mf'cn'oridade sob o aspccto étíco, cm rclação ao outro pnn'cípio. Convivemos, po¡s,' dc um lado, com o pnn'cípio vital “agrcs-
Efeu'vamente, csta últ1m'a ñcará scmprc a dcpcnder da cxrs'têncxa' sivo”, do qual somos parte, e quc, desde nossas raízcs gcnéu'cas, 6
dc um mcio vivo apropna'do, ao qual é compelido a ameaçar e a compulsivamcntc on'cntado para a v¡'olénc¡a' c o egoísmo. Por longo
dcstrun'. Contudo, não obstantc Lss"o, a naturcza, cm sua ms'ondável tcmpo acrcdilava-sc que os am'ma15', pclo mcnos cm rclaçáo a sua
sabcdon'a, proferiu uma outra rcsoluçáo. Com toda a cvidência, própria cspécic, fosscm muito maxs' lolcrantcs do que o homcm c
favoreceu mals' o pnn'cípio vilal “agressivo” do que o “pacíñco”. que nunca se mñxglss"'cm lesões rccíprocas dcsneccssán'as. Todavm,'
Equipou o homcm de órgãos de sentido, que conslítucm os pesqms'as reccntcs sugcrcm mals' cautcla cm tals' afirmalivas. Nâo
pnm'eiros degraus da consciência. E, ñnalmente, beneficiowo são apenas as lutas costumcüas rclacionadas com o parccko scxuaL
faLc'ndo-o partfcipe dc uma dtm'ensão espin'tual. o tcm'tório e o alun'ento que sc dcsenxolam com cxttema crucldade
no mundo amm'al. Além dlss'o, em 1300 espécícs amm°axs' foi consta~
Na verdade, o 1m'pulso destrutivo continua afctando a vída
humana. Os vegetarianos mals' austcros não podem evitar dc nutnr'- tada a cms'tência dc canibahs'tn0. Assun', avcngu'ou-sc que três cntrc
quatxo dc todos os ovos de gralha e ñlhotcs saídos da casca cram,
se dc material organl^'co para a sobrcvivência própria. Contudo, com
despedaçados a bicadas pclas gralhas adultas. Obscrvaram-se
a d1m'ensão csp1r'itual, sun'ultancamcnte sc abria para o homem a
nova perspectiva. O cspíñto pode norteax c mit1g'ar a agessividade, salamandras vivíparas, cujos ñlhotcs aln'da no ventrc materno sc
mordem c dcvoram recíprocamcnte. Amostra perfeila do vetusto
conduú~la por camm'hos suportáveü e até mesmo contrapor-se a
pnn'cípio destrutivo são os peücs do gêncro “st12'ostcdion”, que
ela. 0 espírito pode conjugar o un'pulso destrutivo à vontade de
cngolcm pela cauda pelx'cs dc sua espécic. Foram observadas sérics
preservar e desenvolver. O espírito pode relativnzax' a herança
de quatro dcsscs pcm'cs, que dcvoravam os outros c sun'ultanca-
destrutiva de suas bases celulares através da criatividade construtiva
mcnte eram dcvorados por eles. No cntanto, nós homcns não lcmos
dc sua cnerg1a' dc trabalho. Talvez não dcvessc causar surpresa o
nenhum motivo para divcrlümos com tal realidade, uma vez quc, à
fato de que prcc15'_amcntc ao pnn'c1'pio vital “agressivo” c não ao
nossa manelr'a, criamos, na socicdade, sérics dc desatmo semc~
pnn'cípio vital “pac1f1'co” fossc gratuilamcnte outorgada a faculdade
lhantes e am'da ma15' exIensas. A luta por dcspojos c terra e a
do controle cspm"tual sobre a agressividadau Talvez lss'o possa
rivalidadc cntrc os sercs da mcsma cspécie cncontra-sc pré-or-
desvendar-nos um mm'úsculo aspecto daquela m15'teríosa meta, para
dcnada nas células do nosso corpo dcsdc tcmpos 1m'emon'a¡s'.
a qual a evolução ñrmemente sc encammh'a. Deveras, ao que parece,
em algum lugar e em ms'tan^cia fmal tudo o que é ncgativo há dc ser Por outro lado, no entanto, depar'a-se o homem com o raro
susccptível dc ser afastado. presentc da natureza, que lhe foi dado há poucos ms'lantes se
compararmos a sua ong'cm mm a idadc da Tcrraz o cspírito
Reconheço que é uma pcrspcctiva m'oomum csta de con-
humano. A substância espm"tual possui a sua própria normativi-
siderar a d1m'cnsão espüitual do homem como contraposição a um
dade, que lcntamentc estamos comcçando a cntcndcr, não em
pnn'cípio dcstrutivo bíologicamentc hcrdado. Ocorrc que somos úlüm'o lugar graças aos resultados das pcsqms'as da logolcrd'pxa'.
m'clm°ados, desde tempos 1m'emonals," a relacionar a rcalidade cs-
Efetivamentc, o cspírito dc modo algum sc oricnta segundo
pm"tual com representações ideahs'tas dc conhec1m'cnto, rcvclação motivaçõcs brutals' e egoístas. Nem neccssita, lampouco, dc matcrial
e transñguração. No cntanto, fortcs razoc's cxxs°tem para aceitarmos m'orgam^'co ou orgânico, nem do 501 ou do solo como fontes de
que o plano espm"tual do homem de modo algum sc harmomza'
cnergia. Neccssita, ls'to sun,' dc um elemcnto dc cspécic bcm di-
m'van'avclmentc com outros planos ems'tcncia¡s' humanos. Encontra-
fercntez o espírito necessita de sentida Sendo que a plenitudc dc
sc mcsmo, não raras vczcs, em contraste com rcalidadcs f¡s'ícas c
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sentido do ser não é mcnsuráveL o elemento cspüítual é 111m1"'lado. positiva. O ass¡m' chamado “mal” está no mundo e no coraçâo dc
Embora, na forma em quc o conhccemos, scmprc sc encontrc ligado todos nós. Mas também, dcsdc o alvorcccr do pcnsamcnlo humano
a bases biológicas, permanccc livrc em sua essência. Como se vê, o o assm' chamado “bem” se tornou objclo dc rcflcxãa Añrma-sc na
princípio vilal “agrcssivo”, surgido há 3,5 bnlh'ões dc anos, 1m'erge luta pelo sentido, quc m'variavclmente implica uma luta do homcm
num pnn'cípio dc scntido m°tcmporaL consigo mesmo.
Quando transpomos tals' conhccnm'cntos no dia-a-dia da Tivc sob meus cuidados por tcmpo maJs' ou mcnos prolongado
práxxs° psícotcrápica, topamos com vcstígios de ambos a todo passo. uma pacientc quc sofria de tcmor tcrrível e complctamcntc m'fun-
A cada docnça psíquica adere um sopro de destruu'b111"dade con- dado de ter câncer. Rcileradas vczcs, durante o dia, cxaminava ela
dicionada pela naturezaz o fraco, o m'capaz para a vida dcve ser mm'uciosamente o próprío corpo, à procura de qualqucr índfcio da
ehm1n"ado sem píedade na concorrência competitiva. Ao observar- doença. Com tanto apalpar-sc c examm'ar-sc não lhc sobrava maxs'
sc o comportamento de pcssoas 1ns°távc¡s' ou doentes, forçoso é tempo para nada na vida, cntrcguc como cstava, por m'tcu'o, ao
admit1r' quc não raro fazem exatamente aquüo quc lhcs é prejudíciaL medo do can^cer. Ocorrc quc essa paciente cra muito religiosa, mas
Como quc tangidas por íncomprcensívcl compulsão, opcra~ tmh'a dcsaprcndido a rezar. Isto, por sua vc7., lhc causava graves
cionahzam' a sua própria mf'elicidade. Para o aconselhante, médico conflitos dc consciência, pelo reccio, alojado no fundo da mcntc, dc
ou tcrapcuta é duro testemunhar quanto sofnm'cnto desneccssário quc a sua mudez espm"tual vicssc a ser uma razão a maxs' para
m'fligem a si mcsmos pacientcs que podcriam levar uma vida contraü a docnça por castigo dc Deus. Dcpons' de me ter contado
mcdianamentc livrc dc problcmas. Basldn"a para tanto serem um tudo 1s'so e ao mesmo tempo tcr díto vcn'ñcar-sc partícularmente dc
pouco mals' seguros e tranqud'"os. Em contrapartída, os proñssionak manhã a sua maior cns'e, a ponto dc o tcmor quase 1m'pcdi-la dc
antes mencionados também se deparam com situaçõcs opostas lcvantar-sc da cama, ñz-lhe uma proposta m'cspcrada. Recomcndei-
àquelas. Pessoas que o destm°o trata com dureza, oncrando-as com lhe quc ñzcsse, todos os di45', ao despcrtar, pcqucna prccc matm'al,
1m'ctccidas aflições, crcsccm cspm"tualmcnte ac¡m'a c além do seu com estas palavrasz “Meu bom Deus, agradcçülc pcla saúdc quc
destm'o, produzmdo adm1r'ávels' reahza'çõcs, quc absolutamente não tcnho!” Quando o temor subjctívo do can^cer a afetasse, agradeccria
se encontram em consonam^'a com o quc deñmm'os como fraqueza. por estar objetivamcnte livre dcle. E o quc me rcfcriu cssa pacicntc
Enxcrgam um sentido cm sua vida e, para rcahzar' tal sentido, dcp015' dls'so? Que a pmür dc cntão consegum'°a crguer~se da cama
obstm'adamente se armam de energias quc propriamente as cu'cuns- sem problemas c iniciar animadamente o novo dia. lsto é a
tan^cias de sua vida não lhes proporcionariam contraposição do cspírito humano: o scnnm'cnto 1rr'acional dc eslar
Da logotcrapía se dlz' ter sido ela a primeira corrente doente encontrava resposta na certem agradecida dc cslar com
psicológica a ms'er1r' os fenômenos cspm"tuals' cm seu conccito do saúde. O temor como destm'o põdc scr miügado pela conñança num
homem. Acrcdito quc ms°so há uma grande subcst1m'a. A logoterapia .<›'upersentido.2 Evidentemente foi 15'so apcnas pequeno delalhe no
não m'clui apenas fenômcnos espüituab em seus proccd1m'entos. A conjunto dc proced1m'ento dc rccuperação da pacientc. Valcu, no
ela pertence o mérittg 1hm1'"tado de havcr descoberto a contmposiçao' entanto, como sm'al indicalivo dos cam1nh'os quc a logotcrapna'
do espírito humano 1) c com ls'so a chancc dc csta neutrahzax' as cscolhcu.
forças destrutiva5. Assun' como a natureza promoveu a passagem do Numa outra sessão aprendcu a rcfcrida senhora a u'omzar' o
pr1n'cípio dc vida “agressiva” para o pnn°cípío de sentido, também o seu medo do can^cer. Pôs-sc na frcnle do espelho, conlemplou o
docntc psíquico que causa danos a si mesmo com seuà temores e próprio corpo c dls'se à guns'a dc m'trodução: “O quê? É para cu tcr
problemas de relacionamento, senüm'cntos de mf'erioridadc ou
depressões, poderá gum'dar-sc ao tn'unfo espm"tual sobre suas 2. ankL quc cm 1946 introduziu a concepçáo dc “supc¡scmido" (m'
deñcíêncías, transformando o quc nele há dcncgativo cm reahza'ção “Alztlw'he SceLrorgc”) na logotcrapia, mals' reccmcmcntc sc rcfcre também a um
“mcta-scmido" (“D1e' SLMfiage m' dcr Psychodmapie”, Muních, 1981, pág. 72).
Partindo da tcsc dc quc “quamo ma¡s' abrangcntc for o scntido, lanto mcnos
1. Efetwa'mentc, Max Scheler dcñníu o homem como “aquclc quc dlz' não” compreensivcl clc scrá", cntendc ele quc o scmido úhimo por ccno “devc uma-
(Ph11'osophischc Weltanschauung, ch, 1954, pág. 12A).
passara nossa capacidadc dc aprcensão” (loc. cit., pág. 150). Logo a scguir, porém,
acrcscenta quc o “superscmído" nada tcm a vcr com o “sobrcnatural".
116 117
um can^cer? Mas Is'to não é suñcíente! Pcla predüeção quc sm'to por sm'toma ou sm'loma dc compcnsação conscguc añrmar-sc. É nma
cssa docnça, para mc conlcntar, dcveriam ser no mímm'o dez garanlia absoluta dc cslabilidadc.
“can^ccrcs”. Um só é muito chato'.” De tamanha ms'ensatez cla Até aqu¡,' cm poucos lraços, o hns'tón'co dc uma docnça.
mcsma tevc dc nr' c com lss'o a compulsão sc dcsvancccu. Na medida Rclatci-o com o ñto dc demonslrar uma dupla conslatação da
em que conseguia dcsmascarar o tcmor por csse meio, o podcr do logoterapiaz “0 dc quc cxxs'tcm, no homcm, dc um lado, forças
mcsmo sobrc cla ia enfraqucccndo, até cessar de atormentá~la. cspm"tua15' c que clas são capazcs dc sc colocax'cm, por outro lado,
Chegou ñnalmcntc o tcmpo em quc a ncurose cstava prcstcs em contraposição a todas as restantcs forças psfquicas c somáücas
a desapaxeccn Tratou-sc cntão de promovcr o rctomo da pacientc do homenL O modo pclo qual corpo, cspírilo c alma formam uma
à vída normaL O cspclho, em que tensa, duranlc anos contemplara unidade, e contudo o cspírito pode dns'tanciar-se dcssa unidadc c
o scu corpo, deveria a partü dc cntão tomar-se transparentc (em ag1r' aCIm'a â além dessa unidadc, sc prcciso for, é um scgrcdo
sentido sxm'bólico), cada vez mals' transparentc, até transformar-se metafísicof Em quasc todas as docnças o fator orgânico c a
num vidIo dc janela, que franqueia a wsa"o do mundo exIerna Só dls'posição hg'ada ao sentnm'cnlo se m'tcr-relacionam: adoccc o
quem conseguc sa1r' da frcnte do cspclho ou delxar' dc obscrvar-sc corpo, declm'a a d15'posição psfquica; adocce a psiquc, o corpo
constantemente a si mcsmo e que, afora sua própn'a pessoa, poc' acompanha a situação, produnn'do todos os sm'tomas possívc1s'.
dentro do scu campo v¡s'ual outros contcúdos s¡gmñ"cativos da vida, Contudo, as forças cspüituals° do homcm não se dobram m'exora-
pode considerar-sc sadio. Quem, ao contrário, ñca dc prefcrência vclmcnte diante de uma docnça. Consegucm conLrapor-se a clzL
rummando seus pcqucnos ou grandcs problcmas contmua sob a Tanto a capacidadepara o utodistanciamenro quanto a capaadade'
mcsma ameaça, p01s' a rccaída na neurose depcnde do cu c da para a autotranscendência, ambas poténcias cspm'°tuals' descobertas
1m'portan^cia quc se lhc atn'bui. pela logoterapia, constituem, no fundo, forças de contradíção, por-
,4
projetos c gradativameme foi adqmr'm'do novos m'teresses. Além projetos dc viagem, ignorando amplamcme as suas compulsoes,'
dlss'0, o cxercício dc g1n'ástica como apoio terapêutico a ajudou a fazia ela oposição espm"tual a sua docnça. As técm'cas da “1n'tcnção
_¡.L.
restabclecer um relacionamento positivo com o corpo. Ccrto d1a,' ao paradoxal” c da “dcrreñcxão” dc quc se tralava, as quans' nada mms'
.-
térmm'o da sessão de terapia, am'da me conñou um pequeno são do que efeitos rcsultantcs da força de rcs¡s'tência cspm"tua1 para
segrcdoz Há algum tempo acalentava, dc forma 1mn"terrupta, a idéia fms tctapêuticos, nunca funcionariam com tão surpreendentcs
de quc delcrmm'adas comidas podenam' causar~lhe oclusão m'tes- resultados se de antcmão não cns'us'sc a possíbmdade fundamcnlal
. v-. .A._
118 119
dc “á;ontrapor-se” naquüo que dcnommamos o clcmcnto espm"-
logoterapia podcmos, no mín¡m'o, ptcsscnlü as possibüidadcs 1'mcn-
tuaL
sas e cm grande parlc nâoaprovciladas pam a conscrvaçáoda saúdc
F¡z' refcrência a uma dupla constatação da logotcrapia, mas, dc Iodo um povo. Tais possibilidadcs dcvcrão lcvar a sc propiciarcm
cstritamcntc falando, uma tcrceüa dcvcña ser-lhe acresccntada, oportunidadcs dc on'cnlação pcssoal dc scntido pma todos ou pclo
talvcz a mans' un'portantc de todas. Todas cssas forças c capacidadcs mcnos a evitar scjam bloqucadas lms' oponum'dadcs, confonnc
quc dcñucm da d1m'cnsão csperual do homem e lanto podem fazcr lamcntavclmcntc não raro tem succdido nos países allamcntc m'dus-
frcmc ao pnn'cipío dcstrutw'o bio-hercditário como a proccssos dc
Lnahza"dos. Bibliolccas m'lcu'as foram mcritas sobrc a mfl'u6nc¡a'
docnça individual, não sc cncontram incondicionalmente negativa da pcrturbação cmocional sobrc o organisma Mas ondc
dkponívck em rclaçâo ao homcm AñrmcL na verdadc, quc também
cncoutrar as cnciclopédias para consulta accrca da m'nuéncia cspí-
clas necessitam dc uma fonte dc cnergia. Esta fonte dc energia é a n'tual positiva quc a força dc vonladc e a plcnitudc m'tcn'or dc
percepção do scntido. Dlz' um vclho provérbioz “Qucrer é poder”. scntido podcm cxcrccr sobrc o corpo c a alma7 Aprcndcmos
Mas qualquer médico, psicólogo ou psiquiatra conñrmaña quc a
suñcíentemcnte bcm a inupçdo psfquica da docnça. Estaria cm
cmsa' não se passa com tanta sxm'plicidadc. Só a vontadc não é tcmpo conccntrar-sc a atcnção cicntíñca na prevençdo psíquim das
suñciente. O provérbio podcn'a scr reformulado dc outro modo,
docnças.
cssencíalmentc maxs' próx1m'o à verdadez “Nós podemos, sc souber-
mos por que devcmos...” Sigmñ'ca que somente quando há, atrás da Permito-mc rclatar um caso cm quc ambas estas siluaçocs' dc
_
vonlade, um porquê c se trata, pors,' realmcnte dc uma “vontadc dc certo modo sc ñzcram prcscnlcs.
sentido", em busca de uma ñnalidade para nós tão valiosa que se Uma médica, que cstivcra pcla vída toda cnvolvida com o
desejaria alcançá-la dc qualqucr modo como larcfa pessoaL então, serviço hospitalar, procurou-mc por causa dc dcprcssocs' profundas
s¡m,' jorra a energü da potencialidadc cspm"lual capaz dc supcrar c pcrsxs'tentcs. Havia do¡s' anos adocccra dc moléstia rcnal c do
muito “não-posso” ou "não acrcdito consegmr'”. aparclho digestivo c, após submcter-sc, por longo tempo, a
~_. _4
orgam^'ca, reahzam' obras grandiosag c culminam em moribundos surprcsa, porque seus efcítos sc rcvelaram posiliv05 não somcnlc no
».›.
que, para sobreviver a detcrm1n'ada data ou cvento, lograram adiar plano psfquico, mas lambém sob o aspcclo físico. Não somcnle sc
.
o momcnto da própria mortc. Quão un11'alcral sc conñgura, com tal dlss'iparam as sombras da deprcssão, mas a médica vcm passando
v¡s'uahza'ção, a tradicional pcsquxs'a p51'cossomáti04,'- a qual m'ccssan- tão bcm de saúde como há muito tempo não acomecera. Casual~
temente se esforça por dcscobm' a cxtensão do contríbuto psíquico mente possuo a gravação do diálogo lcrapêutico - cvidcnlemenlc a
numa doença orgânica e até hoje não chcgou a pesquisar a gravação foi feita com anuência da pacicntc - c posso reprodua'-la
amplitude da contribuição propríamentc espm"tual para a saúdc de palavra por palavra. Mostra, a mcu ver, com bastmtc nitidez como
um homcm! Somcnte graças aos rcsultados de pcsquisa da a sxm'plcs clariñcação da poss¡'b111"dade de scnüdo poc' em movun'cn-
to forças espüituak não utih'La'das. São forças, sobretudo, dc
6. Maioncs detalhcs sobre ambas cstas ténicas - as publicaçbes de Frankl re315'tênc1'a contra a rcsiguação e o desespcro c por nsso' Lm'unuam"
sobrc elas recuam ao ano de 1939- cncontram~sc no meu lxvro' “V0n da Txfm - zw contra numerosas doenças.
Ho'hmpaychologzc”' (Editora Hcrdcr, n° 1020) e na obra dc ankl intitulada “Ladcn' Aí va1,' poxs', partc do nosso diálogoz
am mml'osm chen” (Edixora Hendcr, n° 615), no caprtulo sob a mcsma epfpafe.
120
121
Ela: Fiquci profundamcntc abalada ao scr despedída por motivo de mmh'a capac1'dadc. am'da não lcña ofcrccido o mclhor de tmm'
doença. mcsma...
Ew A scnhora gostava do seu servíço no hospital? Eu: E agora, que scu dcscjo sc reahzo'u... A scnhora sobrcw'vcu. Está
h°vrc do scrviço hospitalan Possuí agora aquüo dc quc nunca
Ela: Não, propn'amentc, mas eu nunca o teria delxa'do por m1nh'a dls'punha como médíca de hospital para os scus pacícnlcsz
própna' 1n1"cíativa. tempo. Aquí está oprcscnte de cstar viva c o prcscntc dc dispor
Ew Por quc não, se não lhe agradava o trabalho que aí fazna'? dc tempo. E é ondc se situa a sua ncocssidadc m'tcn'or mms'
Ela: Bem, sabe, cu sempre tcnto fazer tudo do melhor modo profunda: opcracionahw' o mclhor dc quc é capaz, antcs quc
possíveL Não deskto tão facdm'ente, seja qual for o lugar cm scja tardc.
que trabalho. Ela: É cstranho. Enquanto cscuto a senhora falando, tcnho quasc a
Eu: Não eus'tma," qucm sabe, um lugar cm quc se sentma" mclhor scnsação de que agora se me abrc uma pcrspcctiva magníñca.
do quc no emprcgo de módica dc um hospital? É como se tudo devessc lcr acontccido exatamcntc asum,'
apcnas para que se me ofcrcccssc esta chancc, a m1m' quc já
Ela: Sxm,' acrcdito quc 51m'. Muitas vczcs mc afhgla" por não en- perdcra dc todo o prazcr dc vivcr!
contrar tcmpo suñciente para os docntcs. Tudo devm' ser feito
apressadamente. Coma'-sc de cama a cama, fazendo exames, Eu: Sua força cspm"tual de rcsns'téncia, quc conscguiu moblhzax"
4
aplicando m'jeçocs', fazendo curatívos, controlando a tem- contra a sua gravc enfermidade, a vontade de sobrcvivcr, tcna'
peratura e já sc cncammh'ando para o próxzm'o doentc, como valido a pena reahzar' tudo nss'o mcramcntc cm troca dc uma
Qe fosse uma lmh'a de montagcm... vida mals' prolongadzg a transcorrcr vazia c sem prazcr?
w_4
Eu: Quando d1z' que por si mesma não tcría detxa'do o cmprego, de Ela: Por amor dc Deus, como pudc ser tão cega7 É ccrto quc a vida
N_
quc modo o destmo poderia h'vrá-la do serviço hospitalar, para me foi dcvolvida de prescnte, para cu com ela algo quc
alguma vez na vida propiciar-lhc a oportunídadc de assumnr' tenha scntido. E também sei o que mc agradaria fazzrz gostana'
uma tarefa mals' adequada e mals' dcscjável? dc consolar pcssoas sofrcdoras c solitárias. Gostaría dc fazer
aqu11'o, para o quc os médicos normalmcntc não têm tempo,
Ela: (muito pcnsau'va): A scnhora acha que só com m1nh'a docnça como sentar junto ao leito de um doentc c falar com ele,
c a dcmlssa"o quc se lhe seguiu podla' eu ñcar lívre de um serviço partllh'ar com clc prcocupaçõcs, dar-lhe a scnsação dc que
de que não gostava, para ñcar lívrc para fazer alguma cms'a alguém se enconlra junto a cle, que não está só.
_. v_ -. _.
morte, dependia muito, como sabc, médica que é, de sua devo acresccr muüos ganhos à mmh'a pcnsão. Vou mf'ormar-
dls'posição m'tema. Tmh'a então o dcsejo de viver, quena' me sobrc sanatórios c inslalaçõcs de assistência médica
sobrevívcr? Certamentc haverá, em alguma parte, uma ocupação, e
podcrei am'da colaborar no alívio de muita dor alheia...
Ela: Slm'. Talvcz não dc modo muito consc1'entc, mas eu queria
sobreviver.
Eu: Sc queria sobrevivcr, quena' sobrcvivcrpam alguma cozs'a. Por Quando a médica me dcixou, dcmonstrava encrgia c
favor, tente lcmbrar-se do que a lcvava a dcscjar sobrcviven conñança c, scgundo me fez sabcr mescs depons', restabcleccra~se
por complcto com a nova tarcfa.
Em que pensava naquelas horas críticas?
Sc qms°éssemos confcnr tratamcnto cicntíñco a estc hns'tón'co
Ela: Parecc~mc ter pensado que sería pena eu morrcr nessc mo-
dc uma docntc, tcríamos dc constatar, rclalivamcnte a suas
mcnto, porque eu não tena,' por assm' dnze'r, dado o mclhor de
1m'plicaçocs' psicossomáticas e somatopsíqm'cas, o segumtez quc a
gravc doença física anteñor da médica pudesse scr explicada pnn'- Relativamcntc a isso, os resultados das pcsquisas
cipalmentc como cfeito de suaprolongada frustração, motivada por logoterápicas pcla pn'mc1r'a vez produnr'am clareza, cnquanto, em
um serviço hospitalar não granñ'canlc, é maJs' do que dls'cutível e de seu conjunto, m'dicam que tal contribuição pcssoalz
modo algum comportaria uma m'tcrprelação m'cquívoca. Mas que a 1. Só podc scr de naturcza espm"tual (porquanlo física c
rcpentma reccssão das deprcssoe's possa ser m'terpretada como psiquicamente o cnfermo ou, sc for ocaso, o sofrcdor,jásc cncontra
cfeito dc abcrtura espm"tual frcntc a uma única possíb1h"dadc de prcjudicado).
scntido de sua situação atuaL sería d1f1'c¡lm'cntc contcstách Dlss'o
podemos extraü a lição de que, no surg1m'ento dc danos orgam^'cos, 2. Fundamcnta-se em forças cspm"luans' dc rcsm'ténc1'a, cm
nunca poderemos conhccer com exatidão a amplítudc real da par- espccial na capacidadc para o aulodistanciamcnto c a
ticipação psíquica nocvento, ao passo que, com rclação à ens'tência autotransccndência.
de forças espm"tuals' de cura, quasc scmpre nos é lícíto concluü que, 3. Nccessita, para a moblhza"ção dc lals' forças, da conccpção
atrás dcssa cura, sc encontre uma autêntica expcriência dc sentido. de um contcúdo de vida que dê scntido à sobrcvivência dcscjada.
O refcrido diálogo é m'teressante para o nosso tema também Atendidos esscs três critéríos, cstará garanüda a contribuição
por uma razão ma15' abrangcnte. Nele ocorreu otermo “sobrevívcr”, máxlm°a de um docntc para o seu pronto rcstabclccxm'cnto, bcm
que sc liga à pergunta “para quê”. Além dlss'o, na conversa atlorou como a de uma pessoa sofrcdora para a superação do seu
uma resposta logoterápíca, csclarccedora dc que, assm' como ani-* sofnm'ento. Mas, mesmo onde não se v¡s'lumbtar perspcctiva dc
mara a mencionada paciente para a supcração dc sua fobia, tcm mod1fi'cação dos acontecnm'cntos para melhor, por tratar-sc dc
produzido idênticos cfeitos junto a numerosos pacientes em todo o sofnm'ento crônico para o qual não haja cura, a prcscnça dmam1'“'ca
mundo, submetidos a tratamento psícotcrápicoz sobreviver em vzr'- dos três critérios acnm°a referidos pode trazcr alívio dec151"vo, no que
tude das possibilídades que a própria wástência ocasiona. Uma concerne à capacidade dc suportar o que é ínsusccptívcl dc
sítuação nunca pode ser tão carente de puspcctivas, ou tão confusa, altcração.Vcrdade é que o scntido da cns'tência humana m'dependc
que ncla não se abriguem quals'qucr possn'b111"dades positivas. E, da duração ou dos conteúdos positivos de uma vida.
cnquanto ou logo que alguém se toma dlss'o consciente, desponta Pamm'os da constatação dc ser o homcm a única mamf°estação
para ele uma razão dc sobrevíver e, sc mals' não fosse, para dax uma de vida da Tcrra dotadode uma d1m'cnsão cspm"tual, podendo desta
chancc de rcahza'ção daquclas possib1h"dadcs positívas. realídade extraü forças paxa opor~se à compulsão dcstrutiva e
Naturalmente, tals' lucubraçõcs ens'tcnc1a15" raro cmcrgirão do agressiva, que o domm'a desde o surgxm'ento de componentes
corre-corre do día-a-dia. Contudo, a docnça ou o sofnm'ento a celulares básicos. Ademals' tccemos consideraçõcs acerca da
lIazcm prontamcntc à consciência. lndub1'tavelmcnte, quase toda situação da pcssoa docnte, sobrctudo do docnte psíqtúco c ob-
pcssoa cnferma ou sofrcdora, mcsmo que dlss'o não cstcja cons- scrvamos a ezns'lência de paralclosz também o doentc dcvc cman'
ciente, possuí forte desejo de sobrcvivcr à docnça ou sofnm°ento. E energlas' no seu componente cspüituaL a ñm de resktk a seu
todo esforço médico ou terapêutico não passa dc uma tática dc sofnm'cnto. Também ele se confronta com o que cx15'tcde dcstrutivo
dentro delc c que dcvcrá scr superado aUavés do d1$'tanciamcnto e
apoio aruñ'cial à concretxza'ção dcssc dcscjo. O descjo por si só terá
da transccndênch para que possa tornar-se m'ten'ormente livrc,
ccrtamente pouca míl'uênc1a,' porquanto, a uma doença séria - seja
numa ems'tência, apcsar de tudo, dlgn'a de ser vivida.
no corpo, scja na alma - assm' como 0 sofnm'ento m'altcrável m'ere
V¡s'to sob csse pns'ma, o componentc trágico da humanidade
scmprc algo fataL algo que sc situa fora do aJcancc do poder
é também o componente trágico de cada m'divíduo humano. A luta
humano. Sabe-se, todavía, que a pcssoa afetada podc contn'bu1r' com
espm"tual contra o desun'o s¡m'plesmcntc é a tragédia do homenL E
algo para cfctivamcnte sobrcviver à docnça ou sítuação scmprc o dcstm'o conñgura o 1n'compreensívcl, o 1m'provávcl, o
Mcnos conhecido tem sido, até o prcsente, o modo como uma tal etcrnamcnte süencioso, o lugar em que nosso ansioso m'dagar sc
contñbuição pessoal chega a efcu'var-se. pcrde sem cco. Por que há tanto mal no mundo? Por que mto
›
126 127
Seleta de publícações sobre logoterapía
l LIVROS
:
of Logolherapy. Wilh a Forcword by Viklor E. FrankL Philosophical Libmry.
New York l979.
Bulka, Reuvcn P., Joscph B. Fabry und Wllliam S. Sahukian lngolhcrapy in Ao-
u'on. Foreword by Viktor E. FrankL Aronson, Ncw York l979,
Crumbaugh, James C.: Evcrylhing lo Gain. A Guidc lo SclHuthmcm Through
Logoanalysis Nelson-Hall, Chicago 1973. .
Crumbaugh. Jamcs C.. William M. Wood und W. Chndwick Woodz Logolhcrapy
New Help for Problcm Dn'nkers. Forcword by Viklor E. Frankl Nelson-Hnll,
Í x
Chicago l980.
« D1'encll. Karlz Erzichung zur VcrantwortlichkeiL Die Exislenzanalysc V. E.
rÃ
1
DicnelL Karl: Von Frcud zu Frankl Õslerrcichischcr Bundcsvcrlag Wien l967.
›
l
Diencll. Karl : Von dcr Psychoanalyse zur Logotherapic. Uní-Taschcnbüchcr 227, FrankL Viktor E.: Thcorie und Thcrapic dcr Ncuroscn Einführung m Logo-
Ernst RcinhardL München - Basel I973. thcrapic und Existenzanalyse. Uní-Taschenbücher 457. Ernst Rc1'nhardl. Mün-
Diene1t, Karlz Opvocding tot vcramwoordlijkciL Gezícn vanuit de existenzana- chen - BascL 5 Auflagcm l956-l983.
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gend und Volk. 2 Auflagen, Wien l946~l947 (vergriffen).
FrankL Viktor E.: Man's Search for Mean1'ng. An lnlroduction lo Logotherapy.
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Simon and Schuster. New York, Hodder and Sloughton. London. Cavcs
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Book Co., Taipei Taiwan China, und Allahabad Saint Paul Society. lndia. 68
Brailleschem Blindendruck.)
Auflagen. I963-l984 (a revised edition of From Dcalh-Camp lo Exislcnlia-
FrankL Viklor E.: Dic Existenzanalyse und die Probleme der Zcít. Amandus-Ver-
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Iag, Wien 1947 (vergriffen).'
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LOJAS (96015-300) R. 7 de Setambm 145
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Reclfe, PE
FrankL Viktor E.: wUnscre Zcil und ihre Ãngste.“ (Vonrag im Club Confroma- Fax: (031)222-4482
(50050-410) R. do Prínclpe. 482
tion in Voc"klabruck am 8. April 1981v) Kassctlc erhãlllich durch Frau Erika vBlumenau, sc Tel_: (081)221-4100
Heinisch, Pn'nz-Eugcn-Slra13e 4, A 4840 Voc"klabruck (0".S. 150). (89010-003) R. 15 de Novembro. 963 Fax: (081)221-4180
FrankL Viklor E. : ,, lrolzdcm hat dm Leben eincn Sinn (Argumcnte für cinen TeL e Fax: (0473)22-3471
tragischcn Optímismus).“ (Vonrag im Tiroler Landesthcater am 10. Juni Rlo de Janelro, RJ
Brasílla, DF
1983,) Beslellnummcrz l 150/8306. Bestelladressei Audiotcx (Karlhcinz Ham- (20031-201) Rl Senador Dantas, 116~I
(70730-731) CLRlNone. Q 704. Bloco A,
mer1c). Hõhcnsthe lll. A-6020 lnnsbruck. Versand pcr Nachnahme, Preist TeI. e Fax: (021)220-6445
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õS 125.- incL 18% Mehrwenslcucr. TeLt (061)223-2436 Salvador. BA
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March 22, 1984 at Ihc Nimh Annual Confcrencc of lhe SL Francis Center. Tel.: (071)241-8666
Campl'nas, SP
Avaiiablc al l768 Church Slrceg N.W., Washington, D.C. 20036 ($ 8.50). (13015002) Rua Br. de Jaguará. 1164 Fax: (071)241-8087
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Edilh Weisskopf-Joelson. ..Logolherapy.' Thcory and Practicc. A Symposium Sáo Paulo. SP 1
Campo Grande. MS (01006-000) R. Senador Feljó, 158l168
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(79002-174) R. Br. do Río Branco, 1231 Tel.: (011)357144
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FrankL Viklor EW and Huston Smith. ..Value Dimensions in Teaching“, a color (78005600) Av. Getúlío Vargas, 381 (01414«000) R. Haddock Lobo. 360
lelevision film produccd by Hollywood Animators, lnc._ for the Califomia Ju- Fax: (065)322-3350
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Tel.: (065)322›6967 - 3225809
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6urmba, PR
Halcv Dr. William H.. ,.An Imerview with Viktor E. FrankL With an Imroduclion ESCRITÓRIOS
(80230-080) R. 24 de Maio. 95
by Dr.Edith Weisskoproclsom Professor of Psychology at the University of TeI.: (041)233-1392 Rlo de Janelro. RJ
Georgía“. a vidcoLape clearcd for lclevision upon requcst from WGTV, the Fax: (041)233-1513 (20211-130) R. Benedito Hípólitq 1
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Fonalezn, CE
Leslic, Robcrt C.. (moderalor) wíth Joscph Fabry and Mary Ann Finch, WA Con- Fax.: (021)252~7528
(60025-100) R. Major Facundo, 730
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Tel.: (085)231›9321
Library and Memorabilií at the Graduate 'I'heological Union on February São Paulo, SP
Fax: (085)221-4238
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Lcslic, 1798 Sccnic Avenuc, Berkelcy. CA 94709. Golànla. GO 37 - °3- andar
(74023010) R. 3, N°- 291 Tel.: (011)258-6910
TeL e Fax: (062)225-3077 Fax: (011)258-7070