Artigo Inclusão - 1
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Resumo
Este artigo permite visualizar a deficiência em sua construção histórica, possibilitando tanto
elucidar conceitos pertinentes à Educação Especial, a processos e trajetória de
implementação de atendimentos educacionais quanto elucidar o processo de inclusão das
pessoas com necessidades educativas especiais no contexto educacional. Possibilita,
igualmente, acompanhar o processo de execução dos diversos serviços educacionais e de
apoio, bem como os dispositivos constitucionais que preconizaram a Educação Especial,
numa demonstração de que a exclusão dessas pessoas foi construída historicamente pela
humanidade e perpetuada, gradativamente, até os dias atuais, pela falta de compromisso em
assumir a problemática da deficiência verdadeiramente.
1. INTRODUÇÃO
2.1. Conceituação
Seguindo o caminho da história, verifica-se que, diante das dificuldades dos pais
em matricular seus filhos nas escolas regulares, em 11 de novembro de 1954, foi fundada na
cidade do Rio de Janeiro, a primeira APAE4[4] do Brasil, destinada a promover o bem estar
dos excepcionais, funcionando com cerca de 20 alunos inicialmente. Nas décadas seguintes,
segundo documento elaborado pela Federação Nacional das APAEs, nomeada de APAE
Educadora ( 2001, p.12), inúmeras entidades como essa foram criadas, chegando o novo
milênio com 1800, atendendo160 mil pessoas com necessidades educativas especiais
aproximadamente.
Essa argumentação visa resgatar a suposta autonomia individual que teria sido
perdida com processos intervencionistas por parte do estado. Só seria o indivíduo
quando fossem recuperadas as condições para sua autonomia. A redução do
aparato público de atendimento na área da educação especial possibilitaria às
pessoas com necessidades especiais a oportunidade de exercerem seu
empoderamento, estabelecerem escolhas nos diversos processos sociais dos quais
possam vir a participar.
Esse documento fortalece que “os programas de estudos devem ser adaptados às
necessidades da criança e não o contrário. As escolas deverão, por conseguinte, oferecer
opções curriculares que se adaptem às crianças com capacidade e interesses diferentes”
(Declaração de Salamanca, 1994, p.33). Assim sendo, a escola deve oferecer programas
educacionais flexíveis, contribuindo para a promoção de desafios, de forma a superar as
necessidades grupais ou individuais, compreendendo e reorganizando ações educativas que
garantam aprendizagem de novos conhecimentos.
Para que se efetivem ambientes escolares inclusivos, novas reflexões devem ser
realizadas no âmbito da comunidade escolar, a fim de definir estratégias de ação, participação
e organização do ensino, garantindo e melhorando o atendimento às PNEE, combatendo
atitudes discriminatórias e construindo uma sociedade inclusiva, na qual as oportunidades
sociais sejam garantidas a todos os cidadãos.
Não que a escola deva negligenciar sua autêntica função social. Mas, nesse
contexto de transformações significativas, terá que adequar seu atendimento a todas as
crianças, pois essas representam a diversidade humana. Não há espaço para a proclamação de
discursos preconceituosos e excludentes; as PNEE sempre estiveram presentes e pertencem a
essa sociedade. A grande diferença é que, hoje, buscam assegurar direitos conquistados, sendo
que ao professor cabe inovar seus métodos de ensino-aprendizagem, fortalecendo atitudes
inclusivas em sala de aula, à medida que respeita o ritmo e as variações de personalidade de
cada educando.
Nesse sentido, as escolas devem criar ambientes acolhedores com ações que
devem ser fortalecidas e regulamentadas no projeto político pedagógico de cada instituição de
ensino, respeitando as características individuais de cada cidadão e acreditando que todos são
capazes de aprender, desde que se estruturem possibilidades, se estabeleçam estratégias na
reordenação de práticas escolares e se reconsidere que a influência da redução de expectativas
pode ser suficiente para determinar o insucesso escolar.
Boletim da Federação Nacional das APAEs. InformAPAE. ANO VII. Fevereiro e Abril de
2001.
Federação Nacional das APAEs. APAE Educadora: a escola que buscamos. Brasília:
fevereiro, 2001.
FONSECA, Vitor da. Educação Especial: Programa de intervenção precoce. Porto Alegre:
Cortez, 1996.
PESSOTTI, Isaías. Deficiência Mental: da superstição à ciência. São Paulo: Edusp, 1994.