Removendo Barreiras para A Aprendizagem
Removendo Barreiras para A Aprendizagem
Removendo Barreiras para A Aprendizagem
RESUMO
Este artigo apresenta uma análise teórica sobre as questões da inclusão do sujeito
com deficiência cognitiva e a sua efetivação na sala de aula. Relações entre Políticas
Públicas e o Cotidiano Escolar da educação inclusiva no ensino fundamental. O
presente trabalho tem como base, além da legislação e documentos oficiais, a
pesquisa bibliográfica em autores nacionais, que ao conhecer a realidade do Brasil
muito contribuem para o processo da Inclusão. Um exemplo disso pode ser visto em
Carvalho (2000), educadora crente no processo de inclusão como oportuno para a
nossa atual realidade. Nessa obra é possível constatar o desejo de todos possuírem
acesso às oportunidades, ser e estar na sociedade de forma participativa livre das
marcas do interesses econômicos e/ou pela caridade. Durante o trabalho serão
tratados alguns motes acerca da Constituição Brasileira, o direito á Educação
Especial e Inclusiva no Brasil. Por fim, serão abordadas algumas considerações
acerca da importância da Educação inclusiva, concebida de forma a ser um processo
contínuo de formação humana e acadêmica.
PALAVRAS-CHAVE: Inclusão, deficiência cognitiva ,políticas públicas.
INTRODUÇÃO
A temática da Inclusão é cada vez mais discutida tanto no Brasil como
em outros países. Essa discussão atingiu sua amplitude atual com o
Movimento Educação para Todos, na década de 1990, no qual havia um
conjunto de políticas internacionais apoiadas pela UNESCO e relacionadas
com o acesso da escolarização para todos. Um direito, que mesmo utópico, é
garantido pela Declaração dos Direitos Humanos.
Este artigo discute as especificidades da inclusão do sujeito com
deficiência cognitiva no contexto educacional e do modelo econômico vigente.
Modelo esse alvo de profundas mudanças sociais, econômicas e culturais, nas
quais a escola, e também a sociedade, estão inseridas.
A educação inclusiva é aquele que respeita a dignidade da pessoa e se
sobrepõe à modelos econômicos. Na construção da cidadania e na tentativa de
superar o desequilíbrio de muitos anos vê-se o direito, na criação de leis via
justiça, reconhecer os projetos das sociedades modernas. Assim a Constituição
de 1988 surge como mediadora dos direitos e buscando evitar, assim, a
opressão dos mais fracos.
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Por “universalização dos cidadãos” entende-se a supressão dos indivíduos feita pelo neo-liberalismo, ou
seja, a redução do direito de cidadania ao conceito universal, vago e generalizador que apenas engloba
todos dentro da lógica capitalista.
necessidades especiais sempre houve uma problemática maior do que teorizar
para os cidadãos em geral, devido a especificidade de cada déficit.
No entanto, no século XXI, é possível considerar que muitas das
pessoas com necessidades especiais não colaboram em âmbito producente,
todavia constituem um campo de consumidores gerador de produção e
movimentação do mercado. Em nome da inclusão muitas situações são
geradas, e nem sempre visam o desenvolvimento da pessoa com
necessidades especiais. Contudo, com certeza, oportunizarão um novo
mercado, portanto gerarão rendas. Esse fator é ótimo para todos os envolvidos,
sem embargo há que se conscientizar que antes do mercado de capitais, está
a dignidade da pessoa que é um valor intrínseco. Caberá a escola trabalhar
contra a alienação dos homens e a domesticação de consumidores.
CONSIDERAÇÕES FINAIS.
A ampliação o direito à igualdade, decorrente da Constituição de 1988,
não pode ser simplesmente uma argumentação vazia, utilizada para a inclusão
de sujeitos com necessidades especiais em uma lógica neoliberal.
No contexto atual, a escola especial é a instituição mais adequada para
assegurar ao sujeito com deficiência cognitiva o direito à educação. Garantir
os elementos essenciais á essa escola, para cumprir o seu papel de ensinar é
tarefa do Estado. Vale lembrar também, a importância da responsabilidade
familiar na educação do sujeito. Cumprindo-se o artigo Art. 205, onde explicita -
A educação, como direito de todos e dever do Estado e da família, será
promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua
qualificação para o trabalho.
Para que seja possível uma educação inclusiva responsável além da
escola especial, é imperativo que as escolas ditas regulares estejam
efetivamente preparadas. Isto é, com profissionais tanto do ponto de vista
técnico quanto psicológico preparados para o exercício da docência e no
acolhimento da diversidade. Gestores comprometidos com a busca da
qualidade do ensino e do respeito aos direitos constitucionais dos profissionais
geridos e dos alunos com necessidades especiais.
Para que esse comprometimento com a educação se efetive não basta
boa vontade e propagandas nos meios de comunicação. Entretanto faz-se
necessária a efetivação de ações políticas em prol da educação inclusiva,
respeitando à Constituição Brasileira de 1988, no que tange aos artigos do
direito a Educação Especial, explicitados no 1º ao 4º artigos da supracitada
constituição, bem como outras resoluções importantes dessa, como o Princípio
da Dignidade da Pessoa Humana e Princípio da Igualdade.
Incluir, não é simplesmente colocar todas as crianças em uma mesma
condição, pois pode-se estar praticando a mais perversa exclusão, a exclusão
velada. O estar fisicamente em um lugar não que dizer que se faça parte dele.
“Além da inserção física, é indispensável que todos os estudantes sejam
beneficiados com a inclusão na aprendizagem e na inclusão social, exercitando
o desenvolvimento e a plena cidadania”. (Carvalho, 2005)
REFERÊNCIAS
BUENO, José Geraldo. Educação especial brasileira: integração/segregação
do aluno diferente. São Paulo: EDUC, 1993.