Metais Não Ferrosos e Suas Ligas

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

ESCOLA DE ENGENHARIA DE SÃO CARLOS


DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE MATERIAIS

Metais Não Ferrosos e Suas Ligas

AUGUSTO VIANNA SANTIAGO


RUBENS LIMA PEREIRA

SÃO CARLOS
2020
--·
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
ESCOLA DE ENGENHARIA DE SÃO CARLOS

Metais não Ferrosos


e suas ligas

AUGUSTO VIANNA SANTIAGO


Chefe da Seção de Metalografia e Ensaios fv'.ecânicos
Termomecânica Sêo Paulo S/;.

RUBENS LIMA PEREIRA


Professor Titulcr - Departamento de Materiais - EESC-USP

97 5
ERRATA

Página 141 - Figura VII-3

Simbologia

O - Aços Carbono
O - Aço com 1, 25 Cr e O, 5 Mo
~ - Inoxidável tipo 316
- Ligas a ~ase de Ni - tratadas.
- Ligas a base de Co
- Ligas a base de No
carga- l~OQ líbras/pol2

Página 143 - Figurq: VIT-4

Curva- inferior - ND'IONIC 80


Curva média N 252
Curva superior - UDH1ET 500
2
carga 1000 libs ..
,
Sste e mais um re~ueno -traoa:i::o, escrito core
a fin~lidaàe de auxiliar os estudantes do Jepartamento
de Materiais da ~scola.

Pudemos contar ~esta obra co~ a co~aboraç~o

inestimável do sr. !·_uÇUsto 'Jianna Sant:2.gc, c-:---.efe da :)e


ç~o de ~-IetalGP"ra:~ia e C::::.saics :':ecânico::: ia firr:a Termo-
mecâr,i c a 3ão "a~ lo 3 lf,. de São 3ernarC.-::; :ic :::ampo. :-:e ta-
lci~r2fc exÍmio, com aru~ad{ssima t~cnica de polimento,
a ele nertencem toàos os m~ri tos das :-;:-~~of!"rafias de al
to valor apresentadas.

teriais de Go~struç~o ~ecanica ~inis:~~iJs d~r~nte v~-

e A.~.tor ex~ressa aqui os set:s ;;:--ra:Jeci:.entos,


Pag.

O ~~~1:10 K SUAS LIGAS. ?RINCI?AIS PROPRI~DADES E EMPREGOS..... l


~ist~rico -------··································••••••••••••• 1
Frocesso de Ob!enção ············••••••••••••••••••••••••••••••• 2
Fro?riedades e ~?regos ··············••••••••••••••••••••••••·· 4
Al~~~ ~~rei~ •••••••••.••..•••••.••••••••••••.....•..•••.• 8
Lisas Al~nio~JObre ••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• 9
Ligas A1uaini9-si1Ício •••••·••••••••••••••••••••••••••·•~•••a•• 13
Ligas Aluaínío--Zaguésio ····················••••••••••·••••••••• 17
Ligas Aluainio-Cobre-SilÍci~ ••••••••••••••••••••••••••••••••••• 21
~~&ais Complexas •••••••••••.••••••••••••••••••••••.•••••••• 21

27
His-tórico 27
Fatores que deteroinaa o se~ e$?rego ••••••••••••••••••••••••••• 28

lEe::l!:cção dos. Xinérios •••• ~ ••••••••••••••••••••••••••• -. • • • • • • • • • • 28


Linnas Gerais para obtenção GO Cobre ••••••••••••••••••••••••••• 29
Propriedades do Cobre •••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• 30
~prego do Cobre ••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• 30
I~flnê~cia de-~enas porcenta~êns de elehentos nas ~ropríeda- ·
des do Cn •••••••••••••••••••••••••••••••.••.•••••••.••.••.••• 32
32
Prata e Cadnio ••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• 32
34
Bis~~to e Chumbo ••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• 34
34
Cromo •••••••••••••••••••••••••.•••••••••••••••••••••••••••••••• 34
Zirconio ••••••••••••••••••••••••••••.•••••..•.•.•.•.....•...••• 36
BerÍlio •••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••.•••••••••••••• 36
Ligas de Cobre-Zi-.;.co ~atões ••••••••••••••••••

Latces ~speciais ••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• 43


Ligas de Cobre-ii>st<mho Brc!'!zes 43
Li&as de Cobre-Alaai~io Bronzes d~ Alu~ínío 48
Ligas de Cobre-5ilfcio Bror.zes ao Silício 50
-I-
Ligas Cobre-:'JÍquel , •..•..••••...• , •. , •.•• , ••••••.••.••• , , . • • • • 50

CAPÍTULO III
O ZINCO E SUAS LIGAS. PRINCIPAIS PROPRIEDADES E EMPREGOS •••••• 53
HistÓrico • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 53
Processos de Obtenção ••••••••.•••••••••••••••••••••••••••••••• 54
Características e emprego do Zn ••••••••••••••••••••••••••••••• 58
.Defor~ação do Zn •••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• 60
Generalidades sobre as ligas de Zn •••••••••.•••••••••••••••••• 61
Condições de moldagem sob pressão ••••••••••••••••••••••••••••• 68
Usos •••••••••••••••••••••••••••••••••••••• , • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 69

CAPiTULO IV
O ESTANHO E SUAS LIGAS. PRINCIPAIS PROPRIEDADES E EMPREGOS •••• 71
:ris tóri co • .... • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • . • • • . • . • • • • • • • • • • • • . • • • • • . . • 71
Fatores que determinam o seu emprego •••••••••••••••••••••••••• 72
Minérios •.•...•.•.......•.•.... •.. • . . . . . . . . . • . • . . • • • . • • . • . . . • • 72
Redução dos minérios •••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• 73
Dados Econômicos e Propriedades do Bstanho •••••••.•••••••••••• 74
Empregos do ~stanho •••••.••••••.••••••••••••••••••••••••••••.• 75
Ligas de Estanho •••••••.•••.••..".............................. 76
~etalografia do Sn •••••••••••••.••••••••••••••••••••.••••••••• 83

CAPiTULO V
O CliUHBO E SUAS LIGAS. PRINCIPAIS PROPRIEDADES E El1PREGOS ••••• 87
HistÓrico • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 87
Fatores que determinam o seu emprego •.••.••••••••••••••••••••• 88
Minérios • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 88
Redução dos Minérios •••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• 89
Propriedades do Chumbo •••••.•••••••••••••••••••••••••••••••••• 94
Empregos do Chum'to •••••••••••••.••••••.•••••••••••••••• :...... 94
Ligas ::e Chum'to • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • . • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 97
Fusão e Vazamento do Pb ••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• 102
Metalografia do Pb •••••••••••••••••••••••••••••••••••• ~ ••••••• 102

CAP:!'~'ULO VI
O HAGN~SIO E SUAS LIGAS. PRINCIPAIS PROPRIEDADES E EHPREGOS ••• 105
HistÓrico e Obtenção •• ; •••••••••••••••••••••••••.••••••••••••• 105
-II-
?ág.

Diar;rar::a si~pli fica.do do Processo DO"-"' de Prc·:!ut;ão de ,. c . . .. 106


Diagra:na simplificado do Processo Bas:.c l'agnes ~:J.m i e ' .-:: ·lu;;ão
de Ng 106
t:aque::J.a do Frocesso Carbct~rmico (EaLsgirg) •• 107
Esq::er:~.a do :?recesso ?iC:geo:1 •.••••..••••••.••••.•••••.- ..•..••••• FJ7
?ropriedades do ~agn~sio ••.••••.•.••••••••••••••••. 109
Tratanento Térmico 114
Corrosào das ~igas 122
TraOalbo ~.t;.ecânico e Solda. ............ ~" ........... ~ ~ .... . 1?2
Fundição das .i.,igas •.•..••••••••••••••••.•••••••••.. ~ , . • • • • • • • • 123

O r<I'<_"GEL :; S7JAS LIGAS. PRElCIFAI.J F:SOP'"ISIIADt:S E ;;:;.)~ 2?03 ••••• 127


:t:Itro<lução 1?7
~plicaçêles ão Ni 128
Fusão e Ft:n'iiçãc do Ni e suas L::.gas ••••••..•.•••••. , - . • • . • . . . • 130
Trataí'Jentos ~·!ecânicos •.....•.• ~............................ .. ~ ~ ·~ .......... 131
Classificação ãas Ligas •••••••.•••••• ,..•...••••••..• , ••••••••• 131
ltiquel quase puro ou puro 132
Ligas co:n elevado teor de Ni Nio ferrosas ••••...•••••••••• 133
Ligas com elevado teor de Ni Ferros&s •.•••••....•••••••.•• 134
:i:.igas com baixo teor de }i i •.•••.•••••••••••••••• , •• , • • • • • • • • . • 14 2
Ligas para Irr.ans permanentes ••••.•••..• , . , ••••••.••..••••••••.• 144
O~tras A-plicaçÕes •••••••••••.•••.•••• , •• _, .•••••.••..••••..••••. :45

O TITA~IO E J~AS LIGAS. PRI~CIFAIS PRO?HI~DAD~S ~ EHPREG~S •••• 151


1::-.troc::;ç;:to ••••••••••••••••••• , •••.•••••..•••.•..•..••••••••••• 151
Fusão e ?undição do Ti tanio e ~ uas Lisas •.••...•.•••••..•••••• 152
Propriedades do Ti tanio ••••••••••.•••••••••••.••.••••• ., ,...... 157
Efeito ê..e impurezas comuns nas prcP:~iedé.;des mec.ânicas , ~,,. ...... 161
Trabalho ~ecinico e Solda •••••..••••••••.•••..•••••••.....•••• 161

Ligas de Ti-Al 1ft . . . . . . . . . . . . . . . . . . "' . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .,. ........... ' 167


Ligas de Ti-11n 169
Ce"'entação das Ligas de Ti •••••••••.••••••••••••••••.. 169
Corrosão do Ti 169
Em-pregos 172
:aiB;:,:IoGRAFIA 17;
-III-
CAP!TULO I

O ~LDr~:1KIO ~ SUAS LIGAS. PRINCIPAIS ?ROP?.l SDA-,Y::S B ZIJI?REGOS"

'::is tórico

Em 1709 Margraf identificou o AlumÍnio =amo um :onstituinte do


aluUJem :r.as só foi isolado em 1825 por Oersted e obtiõ-:> em quantidades
qc;e perr;:i ti sse:n conhecer sc;as propriedades em 1627, ror v.'dhler.
Saint Claire Deville aperfeiçoou o u:étodo de W,)~1ler, conseguin-
do produzir alumínio em maior escala e a U1ais baixe ?reço.
Somente em 1886, poréc, é que Charles Eall e '>ul Heroult, tra-
balhando inde;:ende:1temente cor..sep-uiram urr; método f'_·átlco para obte::1
.;ao do alu~Ínio.
A produção de alumÍnio tomou Uffi extraordinário desen<olvimento,
com exceção do Mg, maior do que qualquer outro metal, pois que ele e
suas ligas encontram um cainpo vastíssirr:o de aplicação de-:i:io as suas
.
propriedades: baixa densidade, alta relação que pode ser cbtida en-
tre resist~ncia e densidade. condutividade térmica e el~t~:ca eleva-
C.as, ,qrande poder refletor, facilidade de usinagem e de 'o c-ação, e re
sist~ncia à cnrrosao.
A produção brasileira de alumÍnio foi, no ano de -
-·,i
Q-;"''")
--'1

ximada;r;ente, lOO.COOt e o consumo d.e 165.000t, compara:ic :::om_urr: con-


su~o mundial da ordem de ll.SOO.o~ot.

O ?rasil pcss~i gra~~es possiti:idades d~ dese~v~l7~ca~t~ na i~

0.-istria do alumÍnio, possuindo grandes jazidas e pote::cial elétrico,


energia principal no processo de obte~cão desse metal.
As principais reservas miner.3is G_o :?rasil c~:nsc;;_::: ~-• Tabela 1.

'!'abela 1

[~---1-o_c_al con:.ido t

Trombetas - PA l.ooo.oco.ooo 264.50G.COO


?arago:ninas - PA 500.000.000 lOS. 500. 00·)
Poços de Caldas - MG 71. 700.CC.G 18.96·J.OCO II
Ouro Preto - MG 15.ooo.c-::o 3.200.000 i
Serro - MG 10.400.0CO 2,200.00~
Processo de Obtenção

A maior parte do ~lureÍnio rroduzido no mundo é extraído do miné


rio denominado bauxita, onde o rr-etal se encontra sob a íor:na de tri-
hidrato ou monohidrato.
A bauxita contém coDo ~rinci~ais impurezas c Óxido de íerro, a
sÍlica e Óxido de titanio e. para conseguir o Al de alta pureza,o mi
nério é tratado de reaneira a que se obtenha uma alumina, ou Óxido de
Al contendo, no máximo. 0,1~ de impureza.
A primeira etara do ~recesso é a obtenção de alumina.
O processo reais utilizado é o cie~ominado Bayer que, em linhas
gerais, pode ser assi~ descrito:
A bauxita é submetida à ação da soda cáustica a quente e sob
pressão.
Em autoclaves de aço se adicior,am carbona"t.o de sÓdio e cal em
quantidades variáveis na de~~ndência da composição da bauxita, e a
mistura em meio aquoso é aquecida a 150-l60°C. entre duas e oito ho-
ras a ~a pressão entre 3.5 e 5.0 kÍc~2.
O aluminato de 3Ó1io se for=a se~c~do as ~eações:

C aluminato é solivei e as imFureza:;: :on::ac um res:Íi!-:,_::- precipi-


tado ~ue é separado por filtr2çâo.
A solução é tratada por hidrÓxido ::_e Al fir.a':'lente -dividido {se-
mentes) e o al'".lmÍnio se rre!:ipita sob :o for:na :l.e hidróxidos. :Sstes
são lavados e calcir:ados em fornos rot<:"':i •J>os a 10D0°C • e passa.m à .f'o!:
ma de Óxido.
Inicia-se, então, a ser.:c::da etapa ê.c ~:::-acesso que é a redução e
letrolÍtica do Óxido (::recesso ~all-Reroult).
As cubas eletrolÍticas são constit~Ídas por camaras de ferro,r~
vestidas de ~aterial refratário e est~, por sua vez, recoberto de
carbono, ç1:e atua como catodo d-.;.rante a :::-edu;ão.
Os a~cjos s&o de carvão e entrao r~:a ~arte superior da cuba 0 f~
gura 1.
O eletrolito é composto de uma mistura em fluoretos (-60% fluo-
reto de Al=Ínio e Na-crio li ta, 20''-' Fl'.1oretc de sÓdio e 20% Fluoreto
de Ca) capaz de dissolver o Óxido de ãl. q~e é mantido em teores de
2 a 5%.
Este eletrolito é fundido à t~~peraturas de ordem de 950°C e o

-2-~
~ANODOS DE CARBONO
b-REVESTINENTO DE CARBONO (CÁTADO)
,
C-ISOLAMENTO TERM-ICO
,
d-ISOLAMENTO ELETRICO
e-PLACA DE CONECÇAO
f- BICO DE VAZAMENTO
o~ PANELA
h-ELETROLITO FUNDIDO
i- ALUMÍNIO FUNDIDO
j- CROSTA . SOU OI FI CADA

r:uBA PARA ELETRÓLISE DO A L'.;MIN!C.

FIG.I-1

-3-
-- ·.~

Al o':ltido no .estado fund:ido -no <:atod.c3, se aglo~ra na parte in.fericr


do forno por ·s:er :mais denso. ·De ~r~s em três· ·dias·, aproximadamente •
se faz a sangriac '<!o forno, -retirando o ~T.

Cargas no.vas de: a·lumina são fiüt-as sempre que o teor cai abaixo
do já indicado.
O consumo médi"o· a·e ·eletricidaâe para produção de ab•::tÍnio é de
25 a 27 K'wh/k. Segundo o~tros dados· é somente iie 17 li:lõh/k.
O refino do Al~ é realiza~o em cubas elet::::-'olÍticas, pelo proces-
so desenvolvido por· Hoope:s, empregando· como anodo o Al imp-.:.ro e!õ! for
ma de liga Cu-Al- e como eletrÓli to um banho fundido constituído ~or
crioli ta; fluoretos de Al, e de :Ba e óxido' de .ll.l. O anoào fica no f~
da da cuba· e o metal puro e recolhido nà parte superior, figura 2.

Propriedades e Smoregos __-

O Al pode ser obtido com teores dé áté 99.9J?% mas 0 em geral, é


e:Jcantrado com teores entre -·99,3 e 99.75%. as principais ic;purezas
sendo, a Fe; o Si, o Cu, o Ti e o ~g.

A condutibilidade elétrica do--Al cé -muito alta. porem senor que


a do C'.l; comparado ·em:ba:se de peso, -pórém, a- s~a conàutividade é duas
vezes a desse celeme'nto •.
Assim um fia de Cu de 'peso -P e c-êóc:primento -L apresenta 0 aprcxi-
mada.-::ente; a dob-ro da resistêné±a 'elétrica de um fio de Al com o _:!!e.!.
ma comprimento ·e de ·mesmo -peso, isto 'devido a -sua baixa densidade,que
dá um fio com área muito maior.
Para a confecção de condutores e-létri-cos deve ser empregado um
.1..1 com teor mínioa de -99.-85%, desde que os !:e-ares de Ti e Va não se-
jam muito elevadas, pois que a condutivTdace decresce ce::o:n a rrese::ça
de outros elementos como o caso gera1. ·de todos os !:letais e como ll!:os-
ú·a a íigura 3, para o caso do alumfnio. A c·ondutibilidade decresce,
também, com o trabalho a frio.
A condu ti bilidade térmica e • também, bastante elevada, sendo i;!
ferior somente a da Ag, do Cu. e dó Au. O Ale suas ligas são, muitas
vezes, empregadas devido a esta propri~dade.

As propriedades mecânicas variam em fun-ção do ~rocesso de obte;!.


çao como mostra atabela 2.

-4-
~~~ cp
I
A -
B -
LIGA-MÃE

ELETRdLITO

\\\
\
\ / C - METAL REFINADO
'

\
I D
E
CATODO DE GRAFITA

RE;FRATÂRIOS DE

MAGNÉSIA

F ANTI-CADINHO

G CAMADA ISOLANTE

I
H ISOL.AçiO LATERAL.
'' J1
I I REVESTIMENTO DE

CARBONO

J ANODO

K ISOLAMENTO DO SOLO

L - RE VUTIMENTO

METÁLICO

FIG, I- i
r

t·laterial Ij I..ir1ite de
Ilesistência
k/mr:l?
I /-.loncamer:to
f:
Bscoa~ento
0,2% k/mm2
Dureza
,. Brinell
- - I
Bruto de rnsao o 15-30 4 25
Trat>alhaG.o ( 1) "
ll 5,5 10 27
::tecozido (2) 1i c;
./ ·19 1,2 17

Elas variam com a direçio de deformaçio, com as dimens;es da pe


ça e grau de deformaçio. Os valores da tabela sao médios.
Observa-se que o limite el~stico aumentamuitomais depressa que
o de resistência.
A resistência à corrosac do Al e, em alguns meios, bastante ele
vada.
A resistência à açao aêmosférica é grande devido à formação de
o , superficial, muito fi> õ', aderente e contínua,que
uma ca!":'sda de Al
2 3
impede a continuação da oxidação. Ssta ca~ada é tastante resistente
também a varies ácidos. SÓ ac.'l.ca,.-, energicar':ente o Al os ácidos fluo-
rÍdrico e clorÍdrico. Os neios tásicos, o ?tacam violentamente.
Essa resistência dimi:JUe com o au,-ento das impurezas com exces-
sao do Mn,que a aurn8nta. A infln~ncia de i~rurezas na resistência ao
ácido clorÍdrico pode ser vista na figura 4·
A agua pura praticamer.te não tem ação sobre o Al, mas a agua do
mar o ataca fortemente se n?:o estiver 7•rotegido.
A resistência mecânica do Al é baixa, e apresenta o fenômeno de
fluência a temperatura arnb:ente cem uma car~a de 5k/mm 2 , mas essas
propriedades pedem ser bastante eleva~as ~or meio de adição de ele-
mentos de liga e tratamentos tér.icos.
O Al e um r:>.etal rr:o~e, :-:-.aleável e tenaz. Q.uando puro recristali-
za a temperatura ambiente, isto é, não pode ser encruado.
Apresenta grande po'le:- de reflexão ao calor e :a luz que é bastante
aumentada por polimento, podendo refletir até 80% da luz incidente.
2 um metal de baixe "eso esnecÍfico .- 2.69í8 g/cm3 a 2~ 0 ':: e ba.!_
xo ponto de fusão - 66::J. ~' 8 C ..
O Al e suas ligas ~e~ido a essas rropriedade• s~o e~t~ 0 larga-
mente empregadas.

(1) e (2) - As. prcpri~da~es variam com a direção da deformaç~o (lami


nação, fcrja~ento, etc.) e com as dirensões da peça. Os
dados acima são valores médios.

-6-
37
N
E
~
~ 36
rn
o
:JC
::E
35

o O,I 0,3 0,4 0,5 0,6

% DE IMPUREZAS

FIG. I - 3

4r+~---+--+---~~---r--+---~~
I I l l l I
~I , i ! i I !
2

c
: I ! I I -i
o
<n
l.ú 8
.J
~~--~-+-i~r--+--~--+---r-~
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o
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4 8 I
<r _,.il----+i-+-1. --!1----+--·l
! ! jI II J'
l.ú
a..
2 "'ICADO ~9._996%
o AI PUR\r i ! I
10 20 30 40 50 60 70 80 90
HORAS

CORROSÃO PELO HCI A 30%

FIG. I -4

-7-
t-----w·~---..- ----------

Al~mÍnio Cowercial

O Al com teor igual ou acima de 99.99 é reservado a alguns em-


pregos muito especiais.
O Al, designado como puro comercialmente, tem um teor da ordem
de 99, 3%, sendo as suas principais impurezas o Fe, o Si e o Cu e o Ti.
~o alumÍnio designado por 2S, na classificação da Alcoa (1).

Fe 0,3% Si - 0,2% Cu - 0,12%

Hoje em dia sao conseguidas ligas mais puras nas células eletro
lÍticas e esses elementos são adicionados posteriormente para satis-
fazer as especificações.
O Fe e o Si formam partículas de compostos definidos - FeA1 e
3
SiA1 •
3
Lm presença do Al e do Si o ferro forma também um ponstituinte
(.u Fe Si ) que se precipita em P?-rtículas, re'movendo parte do Si
6 2 3
que iria ficar em solução.
O Si tem uma ação bastante apreciável, e mesmo em baixos teores
afina o grão dando melhores propriedades ao material.
Sssas ligas são utilizadas quando as peças ~om elas fabricadas
r.ao exigem elevada resistência mecânica ou devem apresentar boa re-
sistência a corrosão, ou ainda serem fáceis e fortemente deformadas.
São trabalhadas por repuxamento, estampagem, etc., e utilizadas
sob a forma de chapas, fios, fitas, tubos e outros perfÍs.
Sntre outros empregos podemos citar: utensÍlios domésticos, pe-
ças de máquinas e const~ção civil, tubos, utensÍlios obtidos por ex
t~são por impacto. ~stes são de preferéncia produzidos com Al de
maia alta pureza- 99,7- 99,8%.
Outras ligas de Al, designada por Al comercial (3S) apresentam
a seguinte composição

Si - 0,35%; Fe- 0,3~f ; Cu- 0,15%

Sste material possui melhores propriedades mecânicas do que o a.!!


terior e mais elevada resistência a corrosão. São utilizadas quando
as operações de defor.nação não são tão severas e há necessidade de Uw

(1) - Alcoa- Aluminium Company of América

-8-
material mais resistente. ~ empre~ado em cobertur~s, refletores, pe-
ças de máquinas, pequenas estruturas.

Ligas AlumÍnio - Cobre

As principais li€as de Al e Cu sao as que contém entre 6 e 8%


de Cu, utilizadas em fundição e as que contém até 4% de Cu~ utiliza-
das tanto para fundição como ~ara serem tra~alhadas - forjadas ou la
minadas.
5stas ligas sempre sao emprePcadas contendo outros elementos que
melhoram suas propriedades (r.:n, r::g, Si, Ti).
A fii';Ura 5· reproduz t'arte do diagrama de equilÍbrio iU-Cu, para
baixos teores deste elemento.
Vemos gue as li~as com caixos teores de Cu (até 5.5~) podem ser
solubilizadas, depois de solidificadas, dissolvendo-se a fase quebr~

diça que aparece nessas ligas durante a solidificação (fase -Cu Al:!),
por meio de um aquecimento, seguido de resfriamento rápido.
A temreratura de tratamento precisa ser bem controlada para te~

res de Cu maiselevados, pois um aqueci~ento demasiado pode levar a


chamada queima que consiste no at'arecimento de partes lÍquidas ou a-
parecimento de eutéticos terr.ários ou quaternários, devido a existê~
cia de outros elementos.
Estes eutéticos, se chegam a se formar, precipitam-se nos con--
tornos dos grãos e não se dissolvem mais facilmente.
Depois de solubilizadas podem ser sub=etidas ao tratamento de
precipitação, endurecendo, sem tornar {rágil a lit.a.
Esta precipitação deve ser feita também com bastante cuidado•
pois se a temperatura é Quito elevada a fase - Cu Al se precipita
2
efetivawente e a modificação de ?ropriedades não é muito grande.CcoE
re o fenômeno do superenvelhecimento.
O tratame~to deve ser feito 4e maneira que se precipite somente
uma fase intermediária coerente (átomos de cobre ~ais ou menos orde-
nados. ou fase CuA1 com rede cristalina intermediária, que não atin
2
ge o seu es~ado de equilÍbrio.
O tratamento de solubilizaçâo é realizado por meio de um aqueci
mente prolongado a 530°C, sezuido de resfri~mento em água. A precipi
tação é i"eita a tem-,:-eratura ambi.,nte se a lig-a contiver Mg e a 20cfc
para as li~;as binárias.
As li ~as te~ oaixa resistência à corrosão. e~ta ;rcpriedade sen
do melhorada pela solubilização.

-9-
A figura 6 mostra a variação de dureza para uwa liga com 4% Cu 9
com diferente tratamento de precipitação. As ~aiores durezas são ob-
tidas com temperaturas mais baixas, mas com tempo de tratamento mui-
to longo.
As ligas com teores de Cu acim~ de 5,65% já nao podem ser com-
pletamente solubilizadas e a variação de dureza é pequena. pois as
partículas de Cu Al não dissolvidas funcionam como nÚcleos de preci
2
pitação, não permitindo que todo o Cu forme a fase de transição. (l)
As ligas contendo Cu acima de 3% podem ser trabalhadas a frio
desde que isso seja feito com muito cuidado• pois pode ocorrer a ru~

tura da peça. As lip;as solubilizadas, com teores até 5,5% devem ser
trabalhadas _de preferência a quente. As ligas com teores acima desse
valor não são em geral trabalhadas.
As ligas podem ser deformadas a frio antes do trat~~ento de rr~

cipitação, ou este tratamento pode ser feito antes do úttimo estágio


de deformação. Neste Último caso a ~uctilidade da li~a é abaixada.
Algumas das maiores aplicações das ligas Al-Cu são: pistões, h~
lices de aviões, rebites, peças forjadas ?ara estruturas em geral,p~
rafusos, cabeçote de motores.
Na figura 7 são dadas em gráfico algumas prÓpriedades das ligas
puras de alumínio e cobre.
As ligas de alumÍnio na designação americana são representadas
por letras e números. Os números designam arbitrariamente a composi-
çao e as letras o estado em que se apresentam. ":ssas podem ser segu.:!:_
d~s por outros nú~e~osc
O CÓdigo à. e i-_J. coa. é o seguinte:

S m&terial trabalfiaCo
F - xaterial tratalhaào$ sem tratamento térmico
O rr.aterial trabalhado, precipitado ou recozido
R endurecido por encruamento
3 sorr.ente encrQado
1
I-il2 encruado l/.1 duro

"14 encruado l/2 duro


-~16 encruad.o 3/4
''18 encruado duro

- Ver trat~e~tos de solubilizaçêo e Precipitação - Publ~cação


,, 2 77 da EESC-USP.

-10-
800
L
o 700
c
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-
:::1 600
1&1 K+L .
4111:500
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J

~300 L T ' I
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100
2 3456 78910
%EM PESO DE COBRE

-FIG. I-5

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lo.l
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TEMPO- DIAS

FIG. I-6

-11-
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2 3
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I
4 5
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;) 7
PORCENTAGEM DE COBRE

FIG. I -7

-1?-
El9 encruado extraduro

"'2
encruado e parcialmente recozido
.'122 encru~do 1/4 duro e recozido parcialmente
3 H - H - análogos aos casos··anteriores e recozidos parci~.l~
24 26 28
mente.
encruado e recozido completamente
H - H - H análogos aos H12 - H • etc., mas coapleta--
14
34 36 39
mente recozidos.
w solubilizados
T endureçidos por tratamento térmico
T recozido - peças moldadas
2
T solubil~zado e encruado
3
T solubilizado e envelhecido natural~ente
4
r envelhecido naturalmente, sem solubilização anterior. &Ó para
5
produtos fundidos em coquilha ou e~~=uturados

solubilizado e envelhecido artificia::.ILent~

superenvelhecido e solubilizado
solubilizado, encruado e envelhecido a=';:~f:"cialmente

solubilizado, envelhecido artificialmente e encruado


envelhecido artificialmente e enc::-·,;.ado

Ligas Alum{nio-SilÍcio
o diagrama de equilÍbrio destas l~~as - visõc ~a figuxa s. Sio
as ligas bin~rias mais importantes dsrc:s iae li~as de Cu.
São principalmente empregadas para fu:1diçí.;:o em coquilha ou sob
pressão. Apresentam grande fluidez ê sãc e~nre~adas em fundições em
areia para peças de paredes finas ou de fo~~as intrincadas. As suas
prop~iedades mecânicas são boas, com ausência de fragilidade, qual-
quer que seja o método de fundição. quando tratadas pelo processo d~
nominado de modificação. ;.).:esentam alére disso boa resistência à cor-
rosaoc
A liga eutétic;;. ,~ontém ll.6% de Si. ·A fase ~ rica em sil!cio d!
minue a ductilidade do material.
Estas ligas devem então ser rnodific&das por adições de metais
alcalinos - Na, K - ou alcalino - ferrosos Ca - ou alguns da seus
sais como fluoretos, cloretos, hidrÓxidos.
Com esta modificação a temperatura eutética e ab~ixada, o teor
de Si de ponto eutético aumentado e a estrutura da liga torna-sem~

fina, figura 9.

-13-
1500

~
1400

1300
L
I

v
v
/

(,)
1200

I /
v
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li !

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c:c+L.:
J
r--.1
I
I

500 I ~+{3
1 l 15-J
lO 20 30 40 50 60 70 80 90
% DE SILÍCIO
,
DIAGRAMA DE EQUIUBRIO DAS LIGAS AI-Si

FIG. I - 8

-14-
Há vantagens em se trabalhar com ligas de maior teor de Si pois
que a resistência e o alongam~nto sao au~entados, figura 10.
O tratamento térmico de recozimento destroi as propriedades ad-
quiridas pela modificação.
3sta para ser bem feita exige controle rigoroso na quantidade de.
modificador adicionado. Na Tabela 3 são dadas as quantidades de ~ae~
pregados e na Tabela 4 são dados os sais mais empregados, temperatu-
ras de emprego e teor a ser usado.

TABELA 3

% Si r. a Liga % Na necessária
1 0,01
2 0,02
3 0,028
4 0,035·
5 0,040 .
6 A temperatura de tratamento
0,042
tem também grande importân-
7 0,043
8 c ia. Esta é da ordem de7700C
0,044
para todas as ligas.
9 0,045
10 0,050
11 0,055
12 0,060
13 0,080
14 0,100

TAB":LA 4

Temperatura Óti- o'


,G de
Composição da mistura
ma de mod.i:icação modi!'icador

1
33;; Cl!~a
9.!0° I 2
67? 1 FNa
40% FNa.
2 60')j FK 750° I 1

3 Na CE 800° 3-5
22% ?Na
15~~ CHia
4 44% FY 750° I
I
2
19~ ClK i
50S~ Cl:~a
5 50% C03Na2
900° I 2-3
6 N03Na2 5500 o/

34% ?Na
7 33% ClNa 900° I 2-3 I
33% C03Na2 I
8 13203 1100° ?

-15-
o
o
:E
ILJ 6 5o 1-t-'~---t-----t-----+~,.r--

15
/
'%DE Si LI CIO E~ PESO

-
DESLOC.AME~no DO PONTO EUTÉTlCO PELO TRATAMENTO
MODIFICAÇOES DAS
FIG_ I -9
LIGAS AI- Si
DE

a5N
ILJ -
30r-r---,-.,.......,....--r-,---r~
ll: ~ 26 ..-+--l'---+--+-----::.lo~+--1-.1--1
...J
22r+~r-+7~~~~~~
--NORMAL
ILJ
1- oo
~ 0 I 8 I!H----:I.c-+--+----4.;...-+--+-~
-MODIFICADA :i
14
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1- 16
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~ 12
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<!) s
z
o
...J 4
<(
o
o~ OI 3 5 7 9 11 13 15

.... % DE SILICIO
ALGUMAS PROPRIEDADES MECANICAS DAS LIGAS AI-Si
EM FUNÇAO DO TEOR DE Si
FIG. I - 10

-16-
As ligas de baixo teor de Si tem suas nropriedades menos altera
das pelo tratamento.
Quando as prescrições de temperatura, porcentagem de elementom~
dificante e.ternpo entre modificação~ vazamento não são seguidas, o
tratamento não é perfeito.
A hipomodificação ocorre quando é pequena a quantidade de modi-
ficador, a temperatura é alta e longo o tempo entre adição e vazame:!l
to. Este tempo deve ser menor do que 15 minutos.
Quando ocorre a hipomodificação, as rropried'l.des do material são
so parcialme~te melhoradas.
A hipermodificação ocorre com porcentagem elevada de agente mo-
dificador. A ductilidade neste caso é bem diminuída.
Se a peça é vazada em coquilha, e o resfriamento portanto mais
rápido, menores teores de agente modificador são necessários.
As lig~s de Al-Si ·são menos der.sas, teu: menor expansao térmica
e contração de solidificação que o Al puro.
Algumas propriedades dessas ligas são dadas nos gráficos das fi
guras 11, 12 e 13.
Algumas ligas com teor bastante elevado de Si na ordem de 20%
sao utilizados para a confecção de nistões de motores, pois, foi ve-
rificado que a existência de fase ~ em maior quantidade, melhora as
qualidades anti-fricção da liga ~rincipalmente em contato com o aço.
Estas ligas com Si são empregadas na construção de "carter" de m~
tç7ss, peças de automóvel, de máquinas de escrever, de costura,de la
var, etc., em geral fundidas sob yressão.
As principais ligas empregadas sãe as que contam 5% e 12 a 13%
de silÍcio.

Ligas Alumínio-Magnésio

Estas ligas são bem mais leves do ~ue o Al puro como pode ser
visto no gráfico da figura 14.
As ligas com teores até de 15~ podem ser solubilizadas como po-
de ser visto no diagrama de equilÍbrio des~as liRas, figura 15,e nes
se estado apresentam elevada resistência à corros?.o.
São em geral utilizadas neste estaco a>'resentando também boa re
sistência mecânica, os teores wais empregados sendo de 3,5 e 7%.
O tratame~to mecânico das li,as com mais de 3~ de Mg é difÍcil
e são raramente trabalhadas quanõo o teor está acima de 6%. São li-
gas para fundição.

-17-
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%, DE "
SILICIO

DENSIDADE DAS LIGAS AI-Si,EM FUNÇAO DO TEOR DE Si

FIG. :I-11

'
1,00

0,95
~
0,90 "" ~
~ 1--

0,850
5 10 15
0
/o Si

EXPANSIBILIDADE TÉRMICA DAS LIGAS Al-Si EM FUNÇÃO


DO TEOR DE Si

FIG. I -12

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7

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5 lO 15
%DE ,SIÚCIO
CONTRAÇAO DE SOLIDIFICA,ÇÃD DAS LIGAS AI-Si EM FUNÇÃO ::>0
TEOR DE Si

FIG . .I -13

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o
~ 2,6 1--------+---::!>...;;:--+-----~
üi
z:
1&.1
o

DENSIDADE DAS LIGAS AL-1\"!').tJ E ~UNÇÃO !)ESTE


ELEMHJTO

F!G. I - 14

-19-
% ATÔMICA DE Mg

10 20 30 40 50 60 10 80 90
700 I I r I
I
~50 F' 6S0°

600
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550
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I 197:4
li I

Al % Mg

FIG.I-15

-?0--
o limite de f a. diga do Al que é de apenas da ordem de 3. 5k/mm2 a
tinge a 14 k/mm2 pare um teor de 6% de :'Ig.
As impurezas iniluem grandemente nas pro?riedades, principalme~

te a resistência à corrosão; o Fe e o Si acima de 0,45% diminuem a


ductilidade, e este Último também o limite de resistência.
São no entanto empregadas ligas Al-Mg-Si que são endurecíveis
por tratamento térmico (Si-0,6- 1,7%; Mg- 0,6- 3,7%).
O Cr é às vezes adicionado em teores de 0,25% para melhorar a
granulometria dessas ligas. Ligas deste tipo são facilmente forjadas
e estampadas tanto a quente como a frio, quando recozidas.
O Cr e o Mn são adicionados também as ligas cem até 5% Mg, en-
trando em solução só~ida, melhorando assim a resistência mecânica, ~
também a resistência à corro3ão. Esses elementos facilitam também a
solda das ligas.
Essas ligas todas tem um grande campo de aplicação,em aeronáut!
c a.

Ligas AlumÍnio-Cobre-SilÍcio

São ligas de fundição, possuindc excel:nte ~oldabilidade, melho


res propriedades mecânicas que as ligas simples tinárias e boa reais
tência à corrosão
As ligas com altos teores de cobre, acima de 4,5%, precipitam a
temperatura ambiente.
Apresentam estas li~as boa estanq~idade, isto é dão pouca poro-
sidade, servido para fundir peças que deveo resistir à pressãc,
São empregadas ligas com as se~i~tes co~posiçÕes

496 Cu - 296 Si ou 296 C·1 e L.% Si

para fundição em areia e

496 Cu 596 Si, 3,596 Cu, 8,5~ Si e 4,5% - 2,5% Si

para f-undição em coquilha ou sob press~c.

C !1 ligado ao Sn (6,5%) Cu (1,0%) e J;j (l,orj :c::-.ô''"itue urna


liga <ti-fricção que não necessita de! supo::t: de a.;::. ~; ::=:-, fica li-
vre m<::.~orando "as propriedades anti-fric·;ão" c !~i e :: ;;_ :"~c-c:.recer.do
a rnatJlz. A dureza é da ordem de 45 Erinell e c limite~= ~esistin-

-21-
cia de 15 k/mm2.
Para esse mesmo fim sao em~regadas as seguintes ligas: Cu -12%;
Sn - 3%, e Cu - 4~, Xi - ~. Mg - 1,5~.
Esta Última é acontecida liga Y.- A presença de Ni modifica a ao
lubilidade do Cu, e não aparece mats a fase CuA1 livre mas a fase
2
3 CuAl Ni Al 2 •
Pode ser tratada termicamente por solubilização e precipitação.
A dureza dessas ligas é da ordem de 110 a 140 Brinell são bas--
tante empregadas também para a confecção de pistões pois tem boa re-
sistência mesmo a 200oc.
São utilizadas tanto no estado fundido como forjadas.
Outra liga complexa, muito importante é a que co·ntém Cu = 4%1
Mg - 0,5%; 11n - 0,5%; Fe - 0,5% e Si - 0,5%.* '5: a conhecida liga Du-
ralumÍnio para forjamento.
Foi a primeira liga não ferrosa tratada termicamente. t quebra-
diça no estado fundido, ~as apresenta boas propriedades quando trab~
lhadas a quente.
O tratamento térmico de solubilização é feito entre 490-500°C,a
precipitação ocorrendo a temperatura ambiente, e sendo acelerada _por
um aquecimento a 15ooc, sem grande alteração nas propriedades.
A máxima resistência alcançada é da ordem de 50k/mm2 obtida a-
pÓs precipitação e encruamento. O alon~~mento ~ da ordem de 2% com
esse tratamento. Se não for encr~ada a resistência pode ati~gir a
45 k/mm2 com alongamento de 15%.
A resistência à corrosão destas ligas é fraca e sao protegidas,
geralmente revestindo-as com finas p~lfculas de alumÍnio p~ro, cald~
adas durante o trabalho mecânico. Com esta liga são confeoci-:madaa
placas, perfís, hélices, bielas, engrenagens, rebites, com g-rande a-
plicação t~bé~ ~m várias outras nartes da construção de um avião.Ae
ligas leves mais resistentes que se conhecem hoje em dia são as que
apresentam a seguinte composição.

Zn 5,5 a 6,5ot.
Mg 2,5%
Cu l,5o/:
n~
VL o,;?%
Sem esses aois ÚltiEos elemento~ as li~as nao seriam utilizá----
veis pois são :n::i to sensÍ'-'eis a cor!"osao sob tensão, ruptura inter~
n".llar a temper;s-::CJ.ra a:ni:::.e-:te apos a aplicação da carga mesmo no vá-
4 O ?e pode SE: :r s·.;bs ti t-'li ·:o por Xi.
São obtidas em peças la~inadas,
solubilizadas e precipitadas r~
2
sistências da ordem de 62 k/mm , com li~ite 0,2 :a ordem de 50 k/mm2
e alongamentos de 8%.
A solubilização é.feita a 460-500°C, com resfriamento em aguaou
Óleo, e a precipitação é feita a· looõc. Um segundo tratamento entre
150 e 16ooc, produz ~ superenvelhecimento, melhorando a resistência
à corrosao.
A seguir sao dadas as classificações das ligas de alumÍnio tra-
balhadas e para fu~dição em areia, em coquilha e sob fusão. Tabelas
5 e 6.
Tabeh
l1goo trabolhoclaa

)<>no,..in.A oul roa


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e) Cd- 0,10;(-0,}s% Li~ 0,9S-1,7% r) 51 45 e 6S~ do teor de Mo ol a co - o.oo1,; t~~al( ceda Cd - o.ooJ~ ,.." l1 ... o.ooo-; IIHuc
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380 .............. 3.5 p
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Red i:.-8 o ........ 1.5 s.o <J. 3 0.3 l:n
Red X-13 ..... o lt 1.5 12.0 0.7 0.7 :·:n
40E ............. 0.6 5.5 0.5 C:."
I

-25-
CAPÍTULO II

O COBRE E SUAS LIGAS. PRINCIPAIS ?ROPREJADES E :':l'!PREGOS

Eistórico

O cobre é um dos poucos metais - ferro, ouro, cobre, chumbo, es


tanho e p:::ata que podemos designar por pré-histór:cos, pois desde o
.começo da era histÓrica ji era um metal citado pelos autores.
Não se sabe portanto a data nem ê>proximad-'l. -=m q_ue começou a ser
util~zado, mas possivelmente o foi antes do ferro, rcr·ser encontra-
do no estado nativo, e nesse estado ter chamado a atenção do homem,
pelas suas propriedades de ductiliãade, brilho, etc,
Esse metal já era conhecido dos BgÍpcios desde as primeiras di-
nastias, e foram encontrados tubos desse metal, datanG.o de 3.500 a.C.
~as ruínas da cidade de Ur, do reino do mes~o nome, foram encon
trados elmos de cobre datando de 4.C"·'JO a.C.
Na ilha de Cyprus, de onde derivou o nome, esse r::etal já era ex
traÍdo há 3.000 a.c.
No Peru e no l·:éxico no te;npo da conquista, também era u;n metal
conhecido, juntamente ~mo ouro e a·prata, e a arte de trabalhá-los
já estava bem desenvolvida. O ferro não era conhecido.
Ligas de cobre, como o bronze, também j2. e::-am cc::hecidas :-:á :nui-
tos milênios - 3.000 a.C.
Era empregado pelos anti2cs ~ara a con~ecçio ~os ~ais variados
o~jetos - desde utensÍlios domésticos, tubos p~ra ~G~çio de á~Qê., en
feites e até ar~as.
A produção de cobre no "3rasil é mÍnil'-a.Sc ano ::.s- ::r;:o fora~ p::-o-
duzidos somente 4.800t de metal :>:rim?.rio e 35.SCC"t de metal secunC.á-
rio, rara um consumo total de 125.8COt, f2.ce ';:: cor.sumo ;:r.u::dial de a
proximadarnente lO.OOO.OOOt.
As reservas minerais conhecidas sao pe~ue~as e se novas desco-
bertas não forem feitas, não ser~ possível a~e~ier ~es~o cem o consu
mo atual, sem acréscimo algum, o que não é cor.cebÍvel, o consumo in-
terno.
As principais jazidas de cobre, estão re~acionadas em Tabela 1.

-27-
TABELA 1

Hinério Metal Contido


Local
t t

Caraiba - BA 100.000'.000 900.000


Cama.quã - RGS 9.000.000 120.000

Fatores gue determinam o seu emprego

0 cobre apresenta uma grandE!- condutibilidade elétrica e térmi-


ca, ruistêneie mecânica razoive1 9 boa trabalhabilidade, tanto por d!
formação como por corte, e uma razcável resi!!t&ncia à ação da ~tmoe­
fera e alguns outros meios, e essau proprieCades fazem do cobre o m~
tal não ferroso mais utilizado p-elo homem, ê.epois do Alumínio.
Até há alguns anos atrás, o cobre ocupava o 20 lu~ar nae esta--
tísticas de consumo.

Minérios

Existem minérios em que se encontra o cobre no estado nativ.o,-i!_


to é, puro, mas a Única jazida de importância encontra-se em Miehi-
gan- SEUU. O minério apresenta um"teor médio de 1% Cu, porém nessas
·jazidas já foi encontrado um bloco de cobre puro pesando 420t.
Estes minérios são simplesmente conc~ntradoe, por densidade,ru~
didcs em fornos de reverberação e refinados.
Existem·os minérios oxidados, devido à ação das intempériel!l eo-
bre os minérios sulfurados. 3ssas minérios são facilmente redu~idos,
mas as jazidas conhecidas estão praticamente esgotadas, com raras ex
cessões, devido justamente a facilidade de extração do metal~

Os minérios sulfurados são os mais importantes, e e~ geral as-


tão ligados a sulfuretos de ferro e compostos de Fe, Zri. As, Sb, Bi,
Se, Te, Ag, Au e Pt.
3ntre estes minérios podem ser citados a calcopirita (Cu, Fs,
S2), calcoeita (seu), Bornita (CusFes 4 ).

Redução dos minérios

A redução dos minérios metálicos, é hoje em dia bastante compl!


cada, devido a desenvolvimentos introduzidos para melhoria do rendi-
aento ea metal, e obtenção deste em um estado mais puro. Tentaremos

-28-
dar uma noçao de como é obtido o cobre, de uma maneira bastante res~
mida e simplificada.

Linhas Gerais nara obtenção do Cu

Os minérios oxidados podem ser reduzidos facilmente em fornos de ·


cuba com camisa d'água, ou em forno de reverberação, sendo obtidoccm
esta operação o ehamado cobre negro, bastante impuro.
As reações ocorrem em presença do coque e fundénte. O primeiro
fornece calor e gazes redutores, e os fundentes ligam-se a ganga do
minério e cinzas, for:nando a escÓria que se separa facilmente :por de!!_
sidade.
Os minérios sulfurados, sao tratados em fornos idênticos,mas em
lugar de se obter o cobre preto, se obtém o "matte", formado -princi-
palmente por.sulfuretos de ferro e cobre. ~ste matte se separatambém
facilmente da escÓria.
o cobre preto, podendo conter até 95% de Cu, e o matte podendo
conter até 45% do metal devem ser purificados.
o matte é tratado em conversores, nos quais o ar oxida o sulfu-
reto de ferro; o Óxido formado vai para a escória. Quando não existe
~ais sulfureto de ferro, inicia-se a o~dação do sulfureto de cobre,
dando também Óxido, que reage com o sulfureto restante dando o chama
do cobre "blister".
O cobre preto e o cobre "blister~, .. designados ambos por cobre
cru, são refinados em fornos especiais de reverberação, por processo
de oxidação e as impurezas oxidadas retiradas co~ a escória.
O cobre restante no forno, contém elevado teor de oxigênio (0,6
a 0,9% de O) e deve ser desoxidado. Isto é feito pelo processo.de peE_
çagem, que consiste em mergulhar madeira verde no banho fundido.
A madeira queima e distila, produzindo grande agitação do banho e os
gases reduzem o Óxido existl'!nte. Obtem-se assim o cobre "tough pi-
tch".
Este pode ser refinado eletroliticamente, e depois ainda, se de
sejado, refundido.
Para minérios de baixo teor, nao concentráveis, é aplicado o prE_
cesso hidrornetalÚrgico que consiste em dissolver os compostos de co-
bre do minério, sem que seja atacado fortemente a g3nga, em soluções
aquosas dilu{das de ácido sulfurico ou de sulfato férrico.
O resÍduo é separado, a solução purificada e o cobre obtido por
precipitação qUÍmica ou eletrolÍtica.

-29-
Propriedades do Cobre

Grande parte do cobre consumido é do chamado tipo secundário,o~


tido de socata.
S um metal relati7amente denso - peso especÍfico 8.96, fundindo
' o
a l083°C, com calor especÍfico de 0.092 cal/g C, de alta condutivida
de térmica- 0.94 cal/cm°C/seg. e resistividade elétrica de 1.673 mi
cro ohm/em.
As propriedades mecânicas variam ~uito com o processo de obten-
çao e algumas delas em média são dadas na tabela 2.

Tabela 2

resist. alon~Camento DUREZA


MAT3RIAL kg/mm2 %::. 2" :BRIN!:LL

bruto de fusão 12-14 25-50 35


trab. e recozido 22-25 40-60 42
encruado 40-50 4-8 até 98

O cobre é um material mole e bastante r.aleável, ductil e tenaz,


podendo ser trabalhado a frio corr. redução em área até de 93%.
Quando é desejada maior resistência ~ecânica nos condutores elé
trico~, ~ara uso em temperatura ambiente, o material é encruado, is-
to reduzindo de áté 2% a c~ndutividade, mas aumentando para o dobro
sua resistência, figura 1.
As principais impurezas encontradas no cobre comercial são: Ag,
As, O, Fe, Ni, Pb, Sb e S.

Emprego do Cobre

O cobre diferentemente da maioria dos metais é mais usado puro


(puro comercialmente falando). 2/3 da sua produção são assim utiliza
dos.
As principais aplicações aao: condutores e manufatura de arti-
gos par& eletricidade, indistria automobilística - puro ou como li-
gas-radiadores, na construção civil, A!'msm<?ntoa (munição), na con-
fecção de latões e bronzes.
~ encontrado comercialmente nas seguintes categorias e graus de
pureza:
%Cu
a) catodos 99.99
b) eletrolíticos em lingotes 99.97

-50-
%DE REDUÇÃO EM ÁM.A
O !O 20 30 40 50 60 10 J0 90

R= RESISTÊNCIA

C:CONDUTIVIDADE

CONOUTIVIDADE ELETRICA DO COBRE QUANDO


AFETADO PELO TRATAMENTO MECANICO

FI G. Ir- 1

-31-
c) I:)Xygen free 99.93
d) nativo 99.50
e) refinados a fogo 99.87
f) nativo arsenioso 99.41

O primeiro é obtido eletroliticamente e o segundo e o terceiro,


por refusão dos catodos. Os três Úl times sã.o obtidos pelo processo de
refino em fornos." !:ste refino consiste numa oxidação das impurezas s~
EUida de uma redução do excesso de oxigênio.

Influência de péguenas porcentagens de elementos nas propriedades


do Cu.

Oxigênio - O cobre para condutores elétricos (H.C. ou OFHC -


Eigh Conductivity ou oxygen-free high conductivity) deve ter no máxi
mo 0,07% de impurezas, pois que estas reduzem de muito a condutivid~
de elétrica, figura 2.
Segundo algun3 autores o cobre, OFHC,deve apresentar um teor
de 99.99.
~uando o cobre para condutores elétricos é desoxidado com fÓsf~

.
ro, há um cuidadoso controle desse elemento, a fim de evitar que ele
entre em solução no metal. (teor máximo permitido 0,005%).
Os tipos O.F.E.C. são desoxidados pelo carbono ou ~ases reduto-
res, não absorvíveis pelo cobre ou pouco absorvíveis, figura :;.
O cobre eletrolÍtico fundido e desoxidado pelo CO (Perçagem) p~
de conter ainda 0,01 - 0,02 de oxigênio e 0,06% de impurezas totais.
No cobre denominado "T'hongh-pitch", refinado a fo{;o, o t_eor re-
sidual de oxigênio é da ords~ de 0,04%. ~sse teor oxida algumas imp~
rezas do metal, q~e não mais ficam em solução, aumentando a conduti-
vidade. O oxigênioexistenteneste tipo de cobre é suficiente para,
quando aquecido em ambiente redutor, torná-lo quebradiço. O cobreto~
na-se poroso onde há oxigênio pela formação de H 0 que se difunde me
2
nos rapidamente que o hidrogênio. O cobre que deve ser aquecido qua~
do durante o trabalho de confecção das peças, ou quando já em peç~s

prontas, deve ser desoxidado, o que é feito geralmente com fÓsforo ,


sob a forma de cobre-fÓsforo.

Prata e Cadmio -

Cobre contendo 1,0% de prata ou 0,7% de cadmio sao usados para


condutores que têm que estar sujeitos a altas temperaturas, pois que

-32-
% ILIUIIIIIITOI

lO

a.8
O GO
~
o
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11111
I-
;:)
~ 40~----~+-~~--~~~--~~-----+------~
o
o

% ELIUI!ENTOS

FiG.. ll-2

-33-
elevam a resistência e a temperatura de recristalizaçãc (de 200° pa-
ra 350° no caso de prata), sem diminuir muito a condutividade.Os que
cont~m cadmio são muito utilizados em fios "trolley".
A figura.4 mostra as curvas de variação de condutividade e re-
sistência das ligas com cadmio.

Arsênio

O arsênio entre 0,3o/o e 0,5~ ~ adicionado para aumentar a resis-


tência e diminuir a tendência à oxidação e corros~o em pontos isola-

dos, melhorando a resistência à f8diga. O arsênio apresenta-se em s~


lução sÓlida, e quando o cobre n8o cont~m oxigênio diminui o tamanho
dos grãos do metal fundido. Não deve ser empregado como condufores .!
l~tricos, pois sua condutibilidade cai a 45~ com 0,36% deste elemen-
to. É usado em tubos de aquecimento, retites, macsricos, condensado-
res de vapor, etc.

Bismuto e Chumbo

O bismuto e o chumbo sao impurezas extremamente nocivas: 0,005%


já tornam o material quebradiço. No entanto Hofman afirma que teores
at~ 0;1% de Pb me).horam a laminaçii.o e que teores de 0,2% nao interfe
rem no forjamento a altas temper~turas (vermelho).
Esse autor cita tamb~m valores diferentes para os teores de bis
muto que interferem nas propriedades do cobre.

Telúrío

Pequenas quantidades de telurio (0,5%) são adicionadas para au-


mentar a usinabilidade. Diminui a condutibilidade elétrica a 98% mas
eleva a temperatura de recristalização.

Cromo

Ligas com at~ 0,5~ de cromo podem endurecer por precipitação.


são solubilizadas del030°C e precipitadas a 450°C- 500°C. Na figura
5 vemos em detalhe o diagrama dessas ligas.
Quando tratadas térmicamente, a sua condutividade é ainda da
ordem de 85% da do cobre e a resistência mecânica é mantida, mesmo a
temperaturas da ordem de 400°C. são usadas, então, em eletrodos para··
soldas por pontos ou cont{nu~ • A sua resistência é de. aproximada-
mente, 45 kg/mm2.

-34-
CIO
o
~ 20~--~--~~--~~~

c:
o
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u
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TEF14PERATURA EM 0C

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C/)
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85 w
~
o o 0,2 o,4 op o~ i/) c:
%DE CAOMIO

FIG.ll-4
Zircônio

Outra liga que pode ser aplicada quando é desejada alta dureza,
mesmo a temperatura elevada, e alta condutividadê elétrica, é a liga
Cu-Zr com teores da orde:u de O, 2% Zr. Com 0,18~~ Zr a temperatura de
amolecimento após deformação mecânica de 50% é ·de 500°C.
As figuras 6, 7 e 8 mostram algumas propriedades dessas ligasem
comparação com algumas ligas aplicadas com as mesmas finalidades.

BerÍlio

A liga cobre-berílio {2% Be) também é endurecível por precipit~


ção.
A solubilização deve ser feita a B00°C e a precipitação de 300°
320°C. Na figura 9 é dado o diagrama dessas ligas.
Tem elevados limites de resistência, fadiga e elástico. São usa
das na confecção de molàs_condutoras, diafragmas, etc. Apresentam~
bém elevada resistência ao desgaste e corrosão.
Essas ligas de elevada resistência são empregadas também na con-
fecção de ferramentas, que quando percutidas, não têm perigo de a-

..
presentar faiscamento. Têm largo emprego em locais em que estas fais
cas podem provocar explosões.
Serão estudadas agora as ligas de cobre com altos teores de ele
mentos de ligas, e que são as mais largamente empregadas.

Ligas de Cobre-Zinco Latões

Na figura 10 é reproduzido o diagrama de e~~ilÍbrio dessàs li-


gas. As mais empregadas contém entre 5 e 4~/o de zinco.
As fases presentes nessas ligas podem ser a , ~ e y • A fa-
se ~ , apesar de ser fase intermediária, é sufici~ntemente ductil.
~ mais facilmente trabalhada a quente.
Os latões têm maior dureza, resístência e ductibilidade do que
o cobre, figura 11. O<,ando aparece a fase ~ a ductibil.idade diminui,
tornando-se inferior à do cobre quando o teor de zinco ultrapasse ~

37%. Quando aparece a fase y a resistência tamtém decresce.


Os latões são facil~ente fundidos, soldados, tra~alhados rr.ecani
camente e usinados. Os de baixo teor em zinco são os ~ais trabalhá-
veia a frio e, quando encruados, menos suscetíveis à corrosão. Os la
tões com teores de cobre entre 64 e 85o/- endurecem com o trabalho rr.e-
cânico, mais lentamente que os que contém maio~ teor de cobre.

-36-
1100
~
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c
(.)

900 /
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I
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1-

600
0,2 0,4 0,6 0,8 1,0

% ATÔMICA DE CROMO

FIG.lt.- 5

100 1&8 16.1 CL.


IL CL. o
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200 300 400 500 600 700
TEMPERATURA EM °C
AMOLECIMENTO DE LIGAS Cu - Zr E Cu- A g

FIG. Ir -6

-37-
DUREZA DE TRES LIGAS DE COBRE
I~<CONDUTIVIDADE.PRECIPITADA
O-AQUECIMENTO · 2 HORAS A •UI°C
X- ESFRIAMENTO 2=CONDOTIVIDADE. PRECIPITADA r
DOREZA VICKERS !=DUREZA.~ PRECIPITADA
~ cp ~ ~ ~ .~ ~ ~ ~ ~ §~~ ~ i'5 ~ 4:DUREZA. PRECIPITADA
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~ DUREZA ROCKWELL 8
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%ATÔMICA D( BERILO
LIGAS ~E -BERILO

FIG. li.- •

-39-
LIGAS Cu-Zn
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....
40 50 60 70 80 90 -- 100
% ATOMICA DE ZINCO

FIG. li-10

0
/o Zli\ICO

l FIG. :n:- 11
-40-
Os latões podem ser divididos em dois tipos:

a) Latões para trabalho a frio.


Destes os mais utilizados sao os seguintes:

%- Zn (*) Denominação Emprego

5 bronze comercial joalheria, emblemas,· es


paleta, cunhagem.

10 metal Tomback joalheria, peças forja-


das e estam~adas, rebi-
tes, parafusos.
15 latão vermelho radiadores, canalização
~esiste à água do mar).

latão para cartuchos estarr.pagem profunda e es


tirarr.ento, cartuchos. -

34 latão amarelo estiramento, prensagem,


soquetes elétricos.

(*)-Composição nominal - sempre temos outros elenentos presentes.


Esses latões podem ser encontrados no mercado sob a forma de cha
pas, fios, fitas, tubos, perfís e com durezas variáveis, de acordo
com a teor de coqre. Existem os seguintes tipos:

tipo dureza Vickers

mole 80
meio duro 100 120
duro 130 135
mola 165 - 180

O tamanho dos graos do latão tem grande importância na conform~


çao a frio desta li~a.

A Tabela 3 nos dá o diâmetro oéàio dos grãos em função do PTau


de àeforw.ação a f:::-io que a liga pode suportar.

Tabela 3

diâmetro ~édio do grão -milÍmetro tipo de oreração


0.015 def. leve
0.025 branda
0.035 média
0.050 profunda
0.100 mui to prof.
{ chapa fina

-41-
.A facilidade de deformação aumenta com o tamanho dos grãos, mas
se estes tornam-se muito grandes, apÓs a deformação as peças aprese~
tam o defeito denominado de pele de laranja superfÍcie aspera,a as
pereza variando com o tamanho dos grãos.
Muitas vezes artigos confeccionados com latão, sofrem com o tem
po o fenômeno denominado "season-cracking", qu.e podemos traduzir por
"ruptura sob corrosão" ou "corrosão sob tensão".
Quando este fenômeno ocorre a peça se rompe, a fratura sendo em
(
geral não uniforme, em zig-zag.
Nos latões alfa a ruptura é sempre intercristalina e nos latões
beta é transcristalina.
O fenômeno parece ser devido a agentes do w.eio ambiente, que a-
tacam o latão quando submetido a tensão interna.
Os fatores que influem nessa ocor=ência são principalmente: a
composição qUÍmica e as tensões internas do material e o ambiente.
Os latões com baixo teor de cobre são mais susceptÍveis a essa
fratu1.:·a. Acima de 94% Cu, o latão !'arece não mais sorr·er esse tipo de
corrosão.
O chumbo, o ferro, o manganês, o nÍquel e o alumÍnio, nos teo-
res comuna encontrados nos latões parecem não exercer influências. O
fÓsforo e o estanho tem uma influência 'favorável, limitando o fenôm~
no. São no entanto adicionados em baixos teores, para não diminuir
outras propriedades do latão, como seja por exemplo, a ductilidade.
As tensões internas sejam devidas a trabalho mecânico ou origi-
nadas na solidificação, sao agentes necessários para a ocorrência do
f' -
.enomeno.
O meio em que se encontra a peça é também fator decisivo.Se nao
houver a~entes ativos nesse meio, não ocorre o fenômeno. Entre os a-
gentes ativos podew ser citados possivelmente o amoníaco, o cloreto
de sÓdio e a~inas.
Para evitar a ocorrência do fenômeno as peças devem ser aqueci-
das para alÍvio de tensões.
O tempo e a temperatura variam conforme o latão. ~Jo gráfico da
figura 12 são dadas temperaturas e tempos mais indicados nara tratar
um latão com aproximadamente 60% de cobre.
Para se verificar se a peça sofrerá ou não o fenô~eno,corpos de
prova do material devem ser tratados em uma solução aquosa ácida de
nitrato mercuroso. A concentração dessa solução pode ser variada des
de 1% a 10%. sem grande influência no resultado. A solução deve ser

-42-
acidificada com 1% de ácido nÍtrico.
Se o corpo de prova nao sofrer ruptura em ~5 minutos de exposi-
ção nesse meio, a peça não é susceptível ao fenôneno. Se houver rup-
tura,ela apresenta tensões e para evita~ ruptura devem ser tratadas
termicamente.

b) Latões para trabalho a quente.

São também os latões, em geral usaios em fundição. O princi~al


tipo é o de
40% de Zn - denominado Metal Muntz

Com esse material são feitas válvulas de vapor, tubos e plscas


de condensadores, e peças para arquitetura (~ainéis, portas, etc.).
Os latões apresentam uma zona de fragilidade que varia com o
teor de zinco. como é. visto na fi~ra 13.

Latões !':sneciais

O chumbo entre 1,5 e 3.5% é adicionado aos latões para melhorar


a usinabilidade. 3ste é o tipo que deve ser utilizado em tornos·ráp!
doa automáticos. O alongamento e a resistência, são porém diminuídos.
_O alum!nio é adicionado em teores até 2,o% rara aumêntar a re-
sistência a corrósão, a re_s.istêr:cia mecânica e a ductilidade.
Nas fundições usa-se adicionar até 0,1% de alumínio para evitar
a oxidação do zinco. O fÓsforo também é em~regado para esse fim, me-
lhorando a fundição das peças (peças com menor nú~ero de defeitos),e
aument~~do a dureza. ~uando se emprega alumÍnio, não se deve emrre--
gar o fÓsforo, e vice-versa, principalmente no caso de se desejar p~
ças estanques•
O estanho t~~bém é muitas v~zes adicionado p~ra aumentar a re-
sistência a corrosão. Em geral teores de 1~.
O reanganês tamoe~ é utilizado como desoxidante, aumentando a re
sistência. São empregacos latões até com 4'' de manganês.
O nÍquel é empregado nestas ligas, entre 7 e 30%, constituindo
as ligas àeno;ninadas prata alemã (Al raca). C teor de zinco varia nes
tas ligas entre 5 e 45o/r.

Ligas de Cobre-~stanho :3ronzes

As ligas de cobre-estanho são denominadas bronzes ou melhor,~


zes.de estanho, para diferenciá-los de outros brorzee- de silÍcio,

-43-
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TEMPOS EM MINUTOS

FIG. U-12

QUEBRADIÇO

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Cu 10 40 50
% DE ZINCO

FIG.li-13

-44-
de alumÍnio, etc.
A figura 14 reproduz o diagrama de equilÍbrio dessas ligas.
O estanho aumenta a resistência e dureza do cobre mas diminui a
sua ducti1idade. figura 15. A dureza dos bronzes é muito mais eleva-
da que a dos latões. Comparar figuras 11 e 15.
As propriedades desta liga variam com a temperatura de vazamen-
to, como pode ser visto na figura 16.
Dependendo então das propriedades desejadas, el_e é fundido a u-
ma mais alta ou mais baixa temperatura. ~àta varia geralmente entre
1060 e ll00°C.
Acima de 7% de estanho, devido ao fenôoeno de zonamento no res-
friamento, já começa a aparecer a fase f3 extremamente dura e quebr~
diça, impossível de ser deformada.
Na fusão do bronze usa-se mais comumente, como deaoxidante, o
fÓsforo. Quando o teor residual deste elemento ~ica acima de 0,10%
os bronzes toma~ a designação de bronzes fosforosos.
Este elemento melhora as qualidades de fundição, dando peças ma:is
perfeitas e também aumenta a dureza e a resistência a corrosao.
Os tipos mais empregados aão os seguintes:

a 3,8 5,88% Sn 0,396


.
Zn máx. 0,396 p
b 7 9 96 Sn 0,2% Zn max. 0,3% p
c 9 11 96 Sn 0,25% Zn max. 0,25% p

São utilizados para a confecção de molas, diagramas, fios, etc.


Tem a:ta resistência à fadiga e ao desgaste.
O alumÍnio causa dificuldades na fundição dos bronzes, dando p~
ças cefeituosaa pela formação de gases.
O chumbo é adicionado até 2% quando se des~ja aumentar a usina-
bilidade.
O zinco aumenta a du=eza, mas diminui a resistência ao ães~aste.
O níquel aumenta a resistência e a ductilidade, dando també~gr~
nulação maia fina ao material.
Um bronze muito utilizado para fundição de peças, (reteres de
bomba, buchas, registros, engrenagens, etc.) é o denominado 85-5-5-5
(Cu - 85% - Sn, Pb, Zn - 596 cada), bastante resistente à corrosão e
com boa usinabilidade.
Outro bronze, ternário, muito utilizado é o denominado 80-10-10
(Cu - 80%, Sn, Pb - 1096 cada), empregado, em ~eral, para os mesmos

-45-
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1000 ~
\\
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I
90
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100
PORCENTAGEM ATÔMICA DE ESTANHO

FIG_ l i - 14

-46-
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40 160

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80 1113
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o Cu 5 lO 200

FIG.JI -15

TEMPERATURA

FIG.lt -16

-47-
fins que o 85-5-5-5-, mas tendo rr.aior dureza.
Os bronzes também são utilizados como metais anti-fricçãooonfo~
me a tabela 4,· onde são dadas diversas composiçÕes •

DESIGNAÇ.lO
. COMP03IÇXO ~.{

A:STM SAE Sn Cu Pb Fe Zn Outros elementou

18-20 79-82 0~25


B-22-46T-A max.
0,"5 0,25 1,0 P máx.

0,25
B-22-46T-B 15-17 82-85 má.x. 0,25 0,25 1,0 P máx.

B-22-46T-C 0~30 0~15


62 9-ll 86-89 max. 1,0 Ni-0,05 P máx.
B-143-46T-1A max. 1-3
0~15
B-143-46T-ll3 620 7.5-9,0 86-89 0,30 3-5 1,0 Ni-0,05 p max.
máx. max.
0~25
B-143-46T-2A 622 5,5-6,5 86-90 1-2
max • 3.5 1,0 Ni-D,05 p max.·
.
B-143-46T-2B 621 7,5-9,0 85-89 1-máx 0,25 3.5 1,0 Ni-0,05 P máx.

TA3~LA 4

O níquel é adicionado para, impedindo a formação de·segregações,


facilitar a fusãó da liga.
O fÓsforo aumenta a dureza mas diminui a resistência ao choque.
Quando o teor de zinco é elevado, deve ser baixo o de fÓsforo e
vice-versa.
Os mancais construÍdos com ligas deste tipo suportam cargas até
.2 kg/~m 2 e devem ser usados para baixas velocidades.

Ligas Cobre-Alumínio Bronzes de alumínio

Na figura 17 á reproduzido parte do diagrama de equilÍbrio des-


sas ligas (baixos ·teores de alumínio) e na figtira 18 está graficame~
te reproduzida a variação de algumas propriedades dessas ligas em re
lação ao teor de alumÍnio.
As lic;;cg mais comuns são as que tem 8 - 996 de alumÍnio e ·2,5
3,5% de ferro, não tratáveis termicamente e as que contém entre 9 -
12% de al~Ínio e 4,5% de ferro, tratáveis.
Essas ligas tem alta resistência à tração e também resistênciaà
corrosão, ao desgaste e à fadiga: são também facilmente trabalháveis.
São empregadas em excêntricos, rotores de bombas, hélices,peças
resistentes à corrosão.
-48-
0
/o DE ALU~ÍNIO E~ PESO
I 2 3 4 ~ 6 7 8 9 10 12 14 1G 18 20 Z! 24 5 Zl
1 i 1 I I f I -,- I "i I ·, I -.- I T I -f I I ·,-, ~·Talr
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I \
o lO 15 20 25 30 35 40 45 50
PORCENTA&E~ ATÔMicA DE AI

FIG. II -17

-49-
li ,,

Estas ligas têm uma bela cor dourada e sao usadas em joalheria
(ligas com 5% de alumÍnio).

Ligas de cobre-silÍcio Bronzes ao silÍcio

Na figura 19 é dado o diagrama de equilÍbrio (parte) dessas.li-


gas.
~stes bronzes sao utilizados com teores de Si variando entre 1
e 4% contendo ainda zinco e ferro ou manganes.
Estas são as ligas que, por tratamento mecânico, dão as maiores
durezas entre as ligas de base de cobre. Podem também ser trabalha-
das a quente.
2
Podem atingir resistência de até 75 kg/mm e dureza Rockwell B-
98 (RB - 98 - 225 Brinell).
São utilizadas na confecção de rebites, hélices, melas e comome
tal anti-fricção.

Li~as Cobre-NÍouel

Estes dois elementos formam solução sÓlida completa em todas as


proporções, figura 20.
é adicionado como desoxidante e o ferro entre 1 e 2%
O manganês
para aumentar a resistência à corrosão. As ligas para esse fim devem·
ser solubilizadas de 900oc.
As ligas mais conhecidas sao as q~e c~ntém os seguintes teores
de .níquel: 2,5 , 20, 30, 40 e 70%.
Os seus principais usos são: estais para cal-deiras, tubos de con
den•adores, moed~s, pis de turbinas.
As li~as co~ teores da ordem de 70% ae nÍquel e ~~ de ferro sao
denominadas Monel 'e são al ta:::ente resistentes à corrosão.
A liga denominada Monel - K contém 2 - 4% de alumÍnio e suas pr.2_
priedades mecânicas podem ser melhoradas por tratamentos térmicos.

-50-
FIG. li. -18

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I-
t---t------i~l"-+-.......

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111:
11.1 7'00 ~---+.:::-=--+-+++-+--+
111.
2
11.1
1-IOQ~--~---+~~--~~~~--~~~---4--~

4
%
6 8 10 12
DE SILIOO EM PESO

FIG. ][ -19
1500
~
..........
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I ~ 1100

10 2.0 30 40 50 00 10 80 90 IOOCu
% EM PESO DE Cu

FIG. ][ - 20
CAP1TULO III

O ZINCO E SUAS LIGAS. PRINCIPAIS PROPRIEDADES E EMPREGOS

Histórico

J?em antes que o metal zinco fosse conhecido, já era utilizado p~


ra a fabricação do latão • liga Cu-Zn, a partir do seu minério deno-
minado calamina.
A metalurgia do zinco desenvolveu-se primeLro na China, segundo
os historiadores, onde já era conhecido no ano 600 a.C.
O seu conhecimento passou para a India, onde já era conhecido no
ano 1200 d.C., havendo descriçÕes do processo de obtenção a partirda
ca1amina datada de 1100-1300 d.C.
Da China, o processo de elaboração foi trazido para a Inglater-
ra onde o zinco começou a ser produzido no ano de 1743, em Eristo1.
Em 1798, a indústria começou na Silésia, em 1807 na Bélgica< ~
boa logo se tornaram grandes centros produtores. SÓ em 1840 a indus-
tria foi implantada na América.
O processo de produção sempre foi por via seca até o ano de 1915,
quando foi introduzido o processo eletrolÍtico.
Os mais importantes minérios de Zn são as blendas, constituÍdas
por SZn, associada a um grande numero de outros elementos. Os mais
correntes são - Pb, Cd, Fe, Al, Ca, Mg, Si, podendo ainda ser encon-
tradas: Cu, Sn, Sb, Ni, Co, Ge.
Alguns minérios contém Ag, outros Au, Pt, Pd.
Outros importantes minérios são as calamin·as, já citadas, asso-
ciações de carbonatos ou silicatos.
8 Carbonato co 3zn é denominado Smithsonita.
As impurezas desses minérios sao aproximadamente as mesmas que
aparecem na blenda.
A proé:x:çãp do zinco no Brasil no ano de 1972 f"oi de aproximada-
mente 20.000t, sendo 16.200 de metal primário, e o consumo foi de
74.000to
-53-
O consumo. mundial foi da ordeF- de ~.400.000t.

As principais reservas de zinco do :Brasil constam na Tabela 1, e


sao relativamente pouco conhecidas •

.
TABELA 1

minério metal contido


Local t t

Vaz3nte-:1G 12.000.000 1.900.000


:Eoquira-BA * 1. 750.000 45.000
Paracatu-!':G* 2.500.000 I 105.0ü0
Januaria-MG -
- .I
Itacaranbi-HG
(*) - :Soquira e Paracatu apresentam tambemboa porcentagem de chumbo.
Processos de Obtenção ·

O carbonato de Zn é em geral calcinado junto as prÓprias jazidas


produzindo ZnO, com desprendimento de C0 •
2
O processo de extração do Zn, tem inÍcio sempre pelo seu Óxido,
ZnO, e os sulfuretos são então ustulados dando o Óxido, segundo a
reação:

O anidrido sulfuroso é quase _sempre aproveitado para a fabrica-


ção do ácido sulfÚrico.
A operação é realizada a temperaturas da ordem àe 850-950°C, p~
ra evitar o mais possível a formação de sulfato de Zn, o que ocorre
a te~peraturas inferiores a citadas.

A te~peratura deve ser muito bem controlada, pois se é elevada


demais forma-se o composto ZnO Fe
2 3
o ferro este proveniente do ~ro­

prio minério, causando perdas de Zn.


Esta ustulação é feita geralmente em fornos de patamares com pas
giratórias, figura 1.
A extração do Zn pode ser feita como já citado por via seca, ou
processos pirometalÚrgicos, ou então por via Úmida, nos processos hi

-54-
FÔRNO WEDGE

FI G. .m: -1

-5~-
drometalÚrgicos de eletrÓlise.
O processo pirometalÚrgico é baseado na redução de Óxido pelo
carbono ou pelo CO

c + ZnO Zn + co

co + ZnO Zn + co
2
Sendo necessária a introdução de energia externa pois as rea-
ções são endotérmicas.
As reações se iniciam a 910-920°C. e tornam-se completas a 1300°C.
A operação deve ser realizada a·o abrigo do ar e em atmosfera ri
caem CO, e verificamos ser necessária a presença de bastante.carvão
para que se processe a reação de Boudouard.

co 2 + c .:::: 2co

Se a atmosfera for oxidante, o Zn, que a temperatura do forno


1400°C, está no estado de vapor, oxida-se.
O Zn reduzido vai se precipitar em forma lÍquida em condensado-
res ligados aos fornos. ~bastante impuro, e quando necessário sofre
um tratamento de liquação para sepàrá-lo de grande parte de Pb e Fe.
Este Zn pode ainda ser purificado por desti~ação fracionada, p~

dendo atingir alta pureza- 99,993%, figura 2.


O processo eletrolÍtico consiste em transformar o ZnO em sulfa-
to de Zn pela ação de ácido sulfÚrico diluÍdo, lixiviação, e a solu-
ção obtida sendo tratada e~ uma cuba eletrolÍtica onde se decompõe:

O Zn se depositando sobre o catodo, constituído geralmente por


placas de Al e o ácido sulfÚrico regenerando-se sobre o anodo insolú
vel de Pb. Este ácido é recirculado para formar novas quantidades de
sulfato.
Essa solução de sulfato, que é obtida nos chamados agitadores F!!;
chuca, figura 3, deve ser purificada para elilr.inação dos elementos es
tranhos antes de ser enviada a cuba eletrolítica.
O Zn eletrolÍtico é separado do catodo e refundido. Quando é de
sejado um Zn de muito elevada pureza, ele é ainda destilado no vácuo,
podendo então ser obtido com pureza de99,999%.
Os resÍduos obtidos da operação ·também são tratados para aprovei_
tamento dos oÚtros metais, principalmente Cd, Ag, Au.

-56-
CONDENSA[)(; "
POEIRAS
Df: Cd

ENTRADA DO
Zn 8PtUTO

-Zn COM Plli

ESQUEMA DO FÔRNO DE DESTILAÇÃO NEW-JERSEY

FIG.:m:-2

-57-
No Brasil foi desenvolvido um processo para redução dos nossos
minérios,que apresentam características "especiais (processo Radino).

Características e Emprego do Zn .

O Zn com pureza acima de 99.9'é encontrado comercialmente sob a


designação de extra-fino, podendo ser obtido por processo eletrol!ti
co, e de destilação.
O Zn mais comum no entanto tem o teor variando entre 98 9 5 e 99.~
~ o chamado Zn fino. As principais impurezas eão:Pb até 1 9 2596, Cd a-
té 0,2596, Fe·até 0,10%, e Sn até 0 9 01%.
Esses são os Zn denominados virgens ou de 1~ fusão.
Ao elemento obtido por aproveitamento de material já utilizado
denominam-se de 2' categoria ou refundido, apresentando maiore.s teo-
res de impurezas:

Pb 2%
Cd 0,25%
Fe - 0,15%
Sn - 0,5%
outros - 0,2%

apresentam no máximo 2,796 de impurezas.


A densidade do Zn é de 7.14 a 20°C (Zn = _99.99396). apresentando
ponto de fusão de 419.45°C, entrando em ebulição a 907°C.
O coeficiente de dilatação linear, devido a anieotropia marcada
do monocristal, varia com a direção em que é medida, sendo mais ele-
vado no sentido da laminação do que bormalmente a ela.
O Zn, recentemente polido apresenta um poder refletor da luzbae
tante variado, de acordo com o com~rimento da onda de luz incidente,
figura 4.
~ um dos metais mais usados, vindo a sua produção em tonela~em
logo a se~~ir a do ferro e do alumÍnio e a do cobre.
Quase metade da produção mundial de Zn é utilizada para reves-
tir o ferro como proteção contra a corrosão.
Esta proteção é baseada em fenômenos eletrolÍticos e mecânicos.
O Zn apresen-:;a UI:l potencial eletroquÍmico mais elevado que o feE_
ro e quando juntos em contato com um eletrolito, será corroído pref~

rencialmente. i1esmo quando a camada protetora de Zn, de uma peça é


rompida, a proteção continua eficaz.
Este revestimento·é feito por imersão, nor eletrodeposição, me-

-58-
DEFLETOR

FIG.m-3

o /
~-"""'
-
L
,., 1
~
I-' ~ll
~

~ 40 I' not
o a,z...., 1.;5
a..
COMPRIMENTO DE ONDA EM jl.

PODER REFLETOR DO Zn POLIDO

FIG.llt.-4

-59-
talização - deposição por jato de metal fundido - ou por aquecimento
das reças imersas em Zn em pÓ a 34Ô-370 6 C.
Sste ú~timo processo é conhecido sob a denominação de Sherardi-
zação, e nele ocorre a formação superficial de uma liga Fe-Zn.
O melhor processo de revestim~nto é o por eletrodeposição,a ca-
mada sendo mais fina e podendo sofrer grandes deformações sem rompe~

ao contrário da deposição por imersão, o qual durante o processo de


deposição permite a formação de compostos quebradiços FeZn7• FeZn;
- entre o ferro e a camada de Zn superficial que facilitam a ruptura
dessa camada.
O processo de proteção ·so é eficiente em meio neutro ou quase
neutro, pois o hidróxido de Zn que se forma superficialmente e que
constitue a proteção, é solúvel em soluções ácidas ou básicas.
Em certas condições anodos de Zn sob diversas formas - barras ,
placas, tubos - sã~ empregados como proteção eatodicà do aço, em con
tato com agua ou com o solo. As estruturas geralmente protegidas são
adutoras enterradas no solo, caldeiras e cascos de navios.
Ligando-se uma peça de aço a uma de Zn, ambas em contato com um
eletrolito -água ou solo -há formação ou apareeimen~ de uma dife-
rença em potencial com a consequen.te .formação de uma corrente, que
passa no anodo. do Zn para o solo, e no catodo do solo para o aço,
com aparecimento de corrosão no Zn e proteção ~o aço. ·
O Zn extra fino é utilizado quase que exclusivamente para a .fa-
bricação de ligas de Zn.
O Zn fino é utilizado para a fabricação do latão, pilhas elétr!
cas, para metalização (sob a forma ãe .fios), para a zincagem eletro-
litica, para a produção de chapas para gravação: íotogravura e zinco
grafia.
O Zn refundido é aproveitado para a galvanização, e para a fabri
cação do Óxido de Zn, muito utilizado na pintura e na indÚStria da
borracha. Este Óxido é também utilizado na indústria .farmacêutica e
para polimento de metais.

De.formação do Zn

O Zn recristaliza a temperatura ambiente, quando puro, e port~

to quando de.forreado a essa temp~ratura, recristaliza, lentamente.


O Zn em geral é laminado a temperaturas mais elevadas - 150-200

-60-
Pequenas quantidades de ferro elev~ a te~peratura de recrista-
lização de manei=a que o Zn deformado a temperatura ambiente podepe~
manecer encrua~o.

A resistência mecânica a tração varia com o encruamento, segun-


do a curva da figura 5, diminuindo a partir de um certo grau de en-
cruamento, e daria um maior alongamento.
Esse gráfico é elucidativo somente, pois que o Zn laminado apr~
senta uma anisotropia muito grande. a sua resistência variando basta~
te como nos mostra a figura 6, conforme a orientação do esforço, em
relação ao da deformação.
Os fatores que influem sobre as propriedades mecânicas sao mui-
tos e os dados fornecidos para essas propriedades são bastantevagos.
Os fatores que influem p~a citar alguns são: composição, tamanho i-
nicial do lingote, modo de enchimento (molde ver~ical fechado, ou ho
rizontal aberto), velocidade e temperatura de laminação~ etc.
A velocidade de ensaio tem também bastante influência, como po-
de ser visto na figura 1. Essa influência é bem menos marcante para
o Zn recozido.
Outro fator que tem grande influência nas propriedades mecânicas
e à temperatura de ensaio como pode ser visto na figura S.

Generalidades sobre as ligas de Zn

As dificuldades encontradas na origem da utilização do Zn sao ~


tribuÍdas ao emprego de metal impuro.
Com a introdução no ~arcado do Zn extra fino começou o de desen
volvimento da indÚstria, empregando ligas de Zn.
O maior emprego das ligas de Zn é na fabricação de peças fundi-
das sob pressão, e também mais raramente em coquilhas.
O processo de moldagem sob pressão, que pe=i te obtenção de graE_
de rapidez de produção e precisão de medidas nas peças. encontra ne~
sas ligas uma matéria pr~a que satisfaz bastante as necessidades
grande fluidez, permitindo ao metal esposar os menores detalhes do
molde; baixo ponto de fusão, reduzindo· ao ~Ínimo a influência dest~
idora do calor e variações de temperatura sobre o molde.
As princi.pais ligas binárias de Zn são a base de Al, e de Cu.mas
não muito utilizadas.
As ligas ~ais utilizadas sao as quaternárias c·ontendo alu:J:Ínio,
cobre e magnésio e conhecidas geralmente sob a designação de Z~a~,
sendo no Brasil nas camadas mais populares, em oficinas mecânicas,c~

-61-
NE
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o
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~~ 20
ca:
a:
1-
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15
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......
ca: lO
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<1.1.1
1-
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5
c;;
1.1.1
a: o 10 20 30 410! 06070 1!10
....
R EDUÇAO DE ESPESSURA %
...
INFLUENCIA DO ENCPWA~NTO NA
PROPRIEDADE DO Zn

FIG.llt- 5

l~
o-
o(
z
i
ca:
...I

~
l~
Q-
1.1.1
a:
C5 RESISTÊNCIA A TRAÇÃO kg/mm
2

A ,J

INFLUENC!A DA ORIENTAÇAO DO C.P.


NA RESISTENCIA 'A TRAÇÃO

FIG . .m.-6

-62-
.,MIO
11

Tr-t-1-"t=A~::;::~a 40
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H-~~~~~~~~~r-+-ti40 9
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TEMPO DE ENSAIO EM MINUTOS

INFLuÊNCIA DA VElOCIDADE DE TRAÇ~O


NAS CARACTERÍSTICAS MECÂNICAS 00 Zn

FIG.m:-7

21
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.........
4
o 50 100 a> 200
TEMPERATURA

INFWÊNClA DA TEM-
PERATURA NA RESIS-
TÊNCIA

FIG.M-8
n~ecidas sob a denominação de antimÔnio.
Essas ligas quaternárias são baratas, apresentam boa resistên-
cia e como já foi citado, apresentam também baixo ponto de fusão e
boas propriedades de fundição.
As propriedades introduzidas pelos elementos citados e outros
sao as seguintes:
Al - auinenta a resistência mecânica, a dureza e a fluidez, ·dan-
do então ligas que ~odem ser fundidas em peças com paredes mais fi-
nas ou desenhos mais intrincados: aumenta também a resistência à cor
rosao. Em teores acima de 4,5% aumenta a fragilidade.
A influência do Al nas propriedades mecânicas pode ser observa-
.da pelos dados do gráfico das figuras 9, 10, 11, 12.
O alumÍnio abaixa também a densidade da liga que passa para 4%
de Al de 7.2 para 6.6.
Cu - O cobre aumenta a dureza, a resistência mecânica e a reais
tência à corrosão. Teores acima de 3,5% aumentam a fragi~idade e dão
grandes variações dimensionais com o tempo.
Mg - O magnésio é adicionado principalmente para diminuir a cor
rosao intergranular. Afina o grão e aumenta a dureza das ligas, mas
reduz a fluidez, a ductilidade e a resist.ência ao choque, principal-
mente a quente.
Os teores utilizados sao em geral então bem baixos •
. Fe - O ferro é geralmente encontrado como impureza, mas em bai-
xos-teores melhora as ~ropriedades dá liga. Aumenta a resistência à
fluência do Zn, melhorando as propri.edades do Zn à trefilação.
O Pb, Cd e o Sn são mantidos nessas ligas em teores bastante
baixos, pois que influem grandemente na resistência à corrosão.
O teor de Pb não deve ultrapassar 0,007% os de Cd e Sn não de-
vem ultrapassar 0,005%.
No entanto ligas binárias de Zn e Cu (4%) podem conter até 0,7%
Pb, tornando a liga mais usinável.
são três as principais ligas denominadas de Zamak e suas compo-
sições podem ser vistas na Tabela 2.

TAB3LA. 2

denominação S.A.E. ASTM Cu % AI% Mg 96

--- 53
zamalc 2 921 XXI 2,3 - 3,5 3,5-4.5 0,02-0,10
zamak 903 XXIII 0,10 máx. 3.5-4.3 0,03-0,08
zamak 925 XXV 0,75-1,25 3.. 5-4,3 0,03-0,08

-64-
P = TREFILADA
S = MOLDADA SOD PRESslo
K :z IIIOLDAOA Elili COOU I LHA

40k~

fiG."DI-' fiG.Jlt-10

50

40

I
- ~
/
11'

20

,
... I_
........ 20 J
0-
/...,.
....... /_ $

FIG.m-n FIG. ][-12

INFUÊNCIA DO TEOR DE AL NAS PROPRIEDA-

DES DAS LIGAS

-65-
As três sao equivalentes, o teor de Cu regulando suas aplica--
çoes segundo as caract~r{sticas desejadas, quando a permanênciade d!
mensões, dureza, resistência à tração e ao choque.
As ligas com baixo teor de Cu apresentam maior constância de di
mensões. Sofrem uma retração iniciàl mas com o correr do tempo apre-
sentam uma dilatação pouco sensivel como é exemplificado nas figuras
J.) e 14.
Sssas experiências sao realizadas a 95°C para aumentar a veloci
dade de transformação.
As ligas com maior teor de Cu apresentam no entanto maior reei~

tência e dureza - Tabela 3.

Tabela 3

zam,_k 2 Zar::ak 3 Za:nak 5

Resistência
km/mm 2 35-3 25.4 31.2

Alongamento
0,8 7,5 1,62
%
Dureza Brinell 115 61.1 84.3

Quanto à resistência à corrosã~ é a liga Zamak 5, que apresenta


melhores propriedades.
A contração das liP.as fundidas sob pressão é um fenômeno q~e du
ra de 4 a 5 semanas, mas a dilatação posterior pode durar vários a-
nos.
As propriedades mecânicas evidentemente variam também com o de-
correr dos anos como pode ser notado pela.s - tabela 4 - para a. Resi-
liência - tabela 5 - para a resistência à tração, tabela 6 - alonga-
mento, tabela 7 - dureza Erinell.

Tabela 4

~esil1ência kF.C/cm 2

I
apos fus~o e:1vel ~ecida 3 anos
Zamak 2 6 2.2
" 3 t:.5 6.5
. 5 5.5 6.0
-66-
l~ LIGAS COM Cu
411(
....
411(
..J
Z5
+
I
?~
o.
-=:
a::
....
z
o(.)
FIG. m:-13

4
::e
o
ZAMAK 2
2 3
llJ

~~
o. ...
<
....
-=:
..J
--- - -- - ------
DIMENSAO ORIGINAL

õ o

-;!.
2
llJ
2 ZA.MAK 5

?~
Ul
....-=:-=:
..J
25
o
TEMPO EM DI AS

FIG. :m:-14

-67-
"

Tabela 5
2
~esistência à tração k/mm

envelhecida 2 anos
apos fusão
a 95 :JC
Zamak 2 30-5 ' 23.5
23.7 17 .o
."
3
5 26.5 18.0

Tabela 6

Alongamento em %
envelhecida envelhecida. .
após fusão
2 anos a '?5° C 4 anos

Zamak 2 4 1 3.5
" 3 3.5 7 5,4
c; 2 4,0
" "'
2,5

Tabela 7

Dureza Erinel1

..
apos fusão
envel~ecic a envelhecida
1 ano a 950 c 3 anos
Zamak 2 95 85 105
" 3 85 60 75
. 5 90 80 95

CondiçÕes de molda~em sob pressão

A temperatura do banho metálico deve ser mantida entre limites


bem definidos - 400-450°C • Segundo outros a temperatura máxima é de
425oc, temperaturas mais elevadas tendo uma influência desfavorável
sobre as características mecânicas da liga e reduzindo a vida do mol-
de.
A ~ecperatura deste também é importante. Com moldes frios, apa-
recem lin~as de escoamento e dobras su~erfioiais que prejudicam a p~

ça. Co~ ce~peraturas elev8das a frágilidade das peças aumenta e a


produção diminui. A temperatura recomendada é de 170-200°C.

-68-
A estração das peças de seus moldes nao pode rambém ser efetua-
da a altas temperaturas, pois elas podem êeformar, durante a opera-
çao, principalmente as de Zamak-5, muito deformáveis a altas temper~
turas.
Para evitar porosidades na peça a pressão de injeção deve ser
suficiente, variando segundo os autores entre 90 e 110 k/cm 2 •
O peso máximo das pelas fundidas sob pressão, em ligas de Zn é
. 2
da ordem de 20 k com superfÍcie de 2000 em com espessuras mÍnimas
de paredes, para pequenas peças, da ordem de 0,5 c~.

Essas ligas são bastante emprcg.;.-';'.a;o ecn ;Jeças de automóvel e mo-


tocicletas tais como: carburadores". t::-incoe, mani•.·elas, filtros, bom
bas de gasolina; são empregadas eo inúr-.ec-"" peças de máquinas de la-
var roupa, máquinas de escrever, fotc!:-ráfi·~as, de f:'.lmar, de calcu-
lar, torneiras e registros, etc.
Estas peças podem ser soldadas, mas s:-:. geral o sao com dificul-
dade, e há necessidade de grande prática para realizar a solda.
A solda pode ser realizada com o chamado ferro ie soldar somen-
te quando as superf{cies são niqueladas.
A liga de solda apresenta a se~~inte composição: 82,5% Cd e
17,5% Zn e deve ser empregada sem fluxo.
A solda com máçarico é realizada coe chama redutora e eletrodos
ou varões de solda de O!!!esma liga. A cr:ama deve ser mantida paralela
à peça ou quase, rara evi~ar a fusão· da mesma.
Essas ligas são empregadas também ~·ara a confecção de peças a
partir de barras ou chapas laminadas que são a seguir estampadas, r~

puxadas, cunhadas, etc. Sob a forma de fios trefilados uma liga con-
tendo 0,8% Al e 0,4% c~. e ~enominada Zamak Lambda é e~pregada como
condutor de eletricidade em instalações domésticas, na Ale~anha. As
outras ligas Zamak també~ são utilizadas. Substituem os fios de Al e
Cu, elementos considerados mais nobres e deixados parê. outras aplic~

çoes.
As ligas de Zn sao empregadas tamb.ém para fundiçiío em coquilha
ou em areia. O seu baixo ponto de fusão é uma vantagem; alé~ disso ~

presentando em intervalo de solidificação pequeno, perrr,ite obter pe-


ças moldadas. ho~ogeneas e per=eitas.
Apresentando ~a contração ~uito ~rande de soli~ificação (3,7%
aproximadamente entre a temperatura de vasamento e a de solidifica-
ção) é necessário então prever massalotes e canais de alimentação graE_

-69-
dee~ bem colocados·, para evitar defeitos nas peçae.
A· fim de as peças apresentarem boas propriedadea mecânicas a tem
peratura de fusão deve ser bem controlada.
·Para as ligas Zamak, fundidas em areia ou coquilha a temperatu-
ra no cadinho não deve 'ultrapassar 450oc, e na hora do vazamento ela
deve ser da ordem de 420°C~
Asaim mesmo a resistência mecânica das ligas vazadas em àreia ou
coquilha, e bem maia baixa do que aa obtidas por. moldagem aob pres-
são, ver figura 9.
Para o Zamak 5 por exemplo a resistência varia de 22 a 24k/mm 2
para fundição em areia, de 22 a 25 k/mJ para a fundição em coquilha,
comparado com oe 24-29 k/mm 2 , quando moldado sob pressão.
Ae ligas de Zn são empregadas também como metal anti-fricção,
principalmente.as denominadas Zamak-2 e Zam~k-5 e outra liga conten-
do 2-8% Al - 4-10% Cu utilizada nos USA.
Com a mesma finalidade existe ainda a liga contendo 6% Sn,ou o~
tra com 10% Al e .t% Cu. (Zamak beta).
A kilometragem realizada com eesee mancais em aplicação em es-
tradas de ferro, representam 90% do resultado obtido com metais anti
-fricção e base de Sn, ou 70% dos mancais a base de bronze.
Uma liga contendo aproximadamente 4% de Al é usada para confec-
cionar estampas de embutimento, principalmente quando o número de P!
ças a obter não é muito grande.
Servem para estampagens mesmo de chapas de aço doce, e quando o
número de peças a esta~par é grande,àe vezes compensa trabalhar com
esta liga, formando vários estampos, pela facilidade de fusão da li-
ga. São conhecidas sob a denom~nação de Kirksite.

-70-
CAPtTULO IV

O ESTANHO E SUAS LIGAS. PRINCIPAIS PROPRIEDADES E EMPREGO~

HistÓrico

O estanho Ó um dos metais, que podemos desi~ar por prÓ-hietór!


coe, pois desde o começo da era histórica, já é um metal conhecido •
Aaeim já é citado na Bíblia.
HerÓdoto, 440 anoa a.c. Já fala naa ilhas Caasiteritas, d~ onde
provinha o estanho, negociado pelos fenícioa.
Objetos de estanho de grande antiguidade pobsivelmente não. aão
encontrados devido a chamada "pea te do e a tanho", que po\ie deain.te -
grar as peçaa com ele confeccionada's.
Segundo muitos historiadorea, o estanho foi primeiro conhecido
pela sua ação sobre o cobre. Os antigos fundidores, trabalhando com
minérios dos dois metafs produziam o bronze. Procurando depois.a ra-
zão da modificação das propriedades do cobre, descobriram esse novo
metal.
O bronze, de fato, é conhecido há mui to tempo,possivelmente· há
mais de ~000 anos a.C.
~ uma liga tão importante que deu o nome a uma era a "Idade ou
Era do Bronze".
No entanto podemos aceitar também a idéia da sua descoberta,sem
estar ligado ao cobre, pela facilidade com que é obtido dos seus mi-
nérios.
Os romanos ainda não o conheciam perfeitamente, denominando - o ·
"plumbum a.lbum" para diferenciá-lo do "plumbum nigrum" o chumóo.
O estanho era empregado pelos antigos, para confecção de obje-
tos; copos, taças, jarras, para confecção do bronze, p·ara revesti r P!.
ças de outros metais- cobre, bronze,·e para confecÇão de ligas para
solda.
No Brasil a extração e mineração do estanho parece ser bastante
antiga no Rio Grande do Sul, na zon~ de Encruzilhada, tendo por vol-
ta de 1942 se· iniciado a sua produção em Minas Gerais, em são João
del Rei. Existem ainda outras jazidas na Paraíba e São Paulo.Das jaz.!

-71-
,,

das de são João del Rei e Aracuai o minério é enviado a Volta Redon
da, onde é retirado e refinado, na-maio~ usina de estanho do país.
Nessa usina são utilizados também minérios bolivianos.
A prodúção do estanho no :Brasil_ .é bem pequena orçando por volta
de 2.500t/anuais em 1972, de metal~rimário com um consumo de 2.800
toneladas. 6 consumo praticamente po.uco aumentou, nos Últimos anos •
sendo os dados para 1963: Importação, l.OOOt;_ produção, 1.200t.
Os dados apresentam discrepâncias; são de fontes diferentes, e
já sabemos que esses dados estatísticos no Frasil são bastante preci
rios.
As principais jazidas desse metal no Brasil são as dadas na ta-
bela 1.

Tabela 1

Local l'iinério Me :tal


t t

Rondonia 150.000 99.000


Encruzilhadas - RGS 13.000 6.600
s. João del Rei-- ?J;G 4.200 2.700
Ipameri - GO 900 600

Fatores que determinam o seu empre.go

O estanho apresenta uma boa resistência a corrosão em diversos


meios, principalmente em meios orgânicos, sem lhes transferir gosto
algum, de onde se infere do seu largo emprego em folhas eatanhadas P.!
ra confecção de latas para conserva de alimentos.
Apresenta ta~bém Ótimas propriedades anti-fricção, sendo um me-
tal de baixo ponto de fusão, muito mole, podendo s~r conformado fa-
cilmente por laminação, fundição e extrusão.
A sua densidade não é das mais elevadas. mas apresenta baixa r~
sistência mecânica.
O estanho lÍquido apresenta um alto poder de molhar e recobrir
outros metais.

Minérios

O minério mais importante é a cassiterita, que é formado de Óx!


do de estanho (sno ), podendo conter quando puro até 78,6~ de esta-
2
nho. Este minério pode. ser encon~rado em
veios ou em forma aluvional.

-72-
Neste Último caso é bem maia puro. pois praticamente é lavado das im
purezas.
No caso de minérios de veios as impurezas mais importantes sao
S, Pb, Bi, w, Sb, Zn, Cu, Ag, As, e Fe, em forma de sulfetos e tung~
tatos e arsenietoa (W e As).
Os concentrados de minérios aluvionais podem conter até 75% de
Sn. Os de veios são bem mais pobres.
O estanho pode ser encontrado também na forma de um triplo sul-
feto de Sn, Cu e Fe, mas sem interesse comercial, hoje em dia.

Redução dos minérios

A redução do Óxido pelo carbono é muito fácil e pode ser feita


em um forno de cuba com camisa·d'água, se bem que as perdas de metal
na escória sejam elevadas - podendo as escórias ~er um teor de 25 %
Sn.
O metal fundido é recolhido num ante-cadinho, onde ocorre uma
primeira separação de impurezas e o estanho obtido, é lingotadoous~
gue para um posterior refino.
O minério. se rico em impurezas, pode sofrer antes do processo
de redução uma ustulação que já o liberta de grande parte do enxofre,
do arsênico, e parte do antimonio.
Uma posterior concentração, dá Óxido de estanho de elevada pur~
za.
Em instalações de certo porte é já mais recomendado·um forno de
reverbero pois com ele as perdas de metal na escória são mais baixas
- neste forno podem até ser tratadas escórias de fornos de cuba - e
as perdas com poeiras sao menores.
O concentrado de minério é carregado juntamente com 15 e 20% de
carvao e material calculado para formar a escória e constituÍdo de~
reia, cal. escória e subprodutos de operações anteriores.
A temperatura do forno varia entre 1200 e l300°C.
Em uma primeira fusão retira-se material bastante puro. mas com
escória rica em metal.
Esta é posteriormente tratadav dando um estanho bastante impur~
mas com escÓria contendo de 1 a 3% de Sn que é rejeitada.
O refino do estanho assim produzido é realizado da seguinte ma-
neira:
O estanho é fundido, e mantido a uma temperatura pouco superior
a de seu ponto de fusão de maneira a separar por liquação os compos-

-73-
tos que apresentam mais alto ponto de fusão.
O estanho a medida que vai fu~dindÔ, corre ~ara fora do forno,
deixando as_ impurezas sÓlidas,- junto com os Óxidos "formados - "dros-
ses "• que são fundidos posteriormente·.
Por esse processo é retirado ~o estanho grande parte de ferro,
do arsênico, do antimÔnio e do cobre.
Um refino posterior pode ser feito COI!I a op-eração de perçagem ou
de perchagem que consiste e~ mergulhar no metal fundido, pedaços ou
varas de madeira verde, que sofrem uma destilação e queima produzindo
vapores e gases que agitam intensamente o banho. Parte do estanho se
oxida, assim-como outras impurezas, e que são arrastadas pelos gasel!l
para a superfÍcie, onde são recolhidas.
O refino do estanho produzido nos fornos de reverbero pode ser
realizado também por processos eletrolÍticos.
A redução do minério de estanho está hoje em di"a sendo feita tam
bém em forno elétrico a arco, trifásico.

Dados econômicos e pronriedades do estanho

A produção mundial do estanho é da ordem de 230.000t (1972) sen


do os principais produtores de minérios a Malaia, a Indon€:~:la, a Bo-
l{via, o Sião e a China, com exclusão da RÚssia, da qual os dados~&o
são conhecidos.
Os produtores do metal são rrincipalmente a l'lalaia, a Rusaia, a
Inglaterra, a China e a Tailândia ·(1972).
~um metal não muito denso - p~so. especÍfico - 1.29, de baixo
ponto de fusão - 231,9oc, e com limite àe resistência baixo. varian-
do bastante em função do tamanho do gr3o do material; os valores os-
cilam entre 1,4 e 2,1 k/mm2. A sua dureza Prinell, qu~ndo fundido é
aproximadamente 5 e seu alongamento de 86% no estado recozido.
Essas propriedades são, como sabemos, alteradas gra~~~mente, oo
mo ocorre em geral com os metais, pela quantidade e ti~o d~ impure-
zas que contém.
Análises tÍpicas dos tipos standart e comum d~ estanho aio-vis-
tos na Tabela 2.

-74-
Ccmposiçõss tÍpicas do Sn

% Sn Háx. de Impurezas %
mínima
Fe Pb Cu Sb As
Zn
+Cd Bi I Ag Is Ni
+co Total

99,75 o,o1 O, lO o;o5 0,05 0,05 ·- 0,02 0,01 0,01 0,02 0,25

99,00 o,o1 0,60 0,50 0,50 0,15 0,01 0,10 0,10 0,01 0,02 1,00

Empregos do"Estanho

O estanho é um metal empregado pelo homem para muitas finalida-


. des, mas quase sempre em pequenas quantidades de cada vez.
\
As principais aplicações são: ~ecobrimento ae folhas de aço, na
produção das folhas estanhadas; tubos obtidos por extrusão por impa~
to; ligas para solda de baixo ponto. de fusão; ligas de baixo ponto de
fusão: placas finas ou o papel de estanho; ligas para imprensa, li-
gas anti-fricção; bronzes; compostos qUÍmicos.
Cerca de 40'J6 de estanho produzido é utilizado na confecção das
folhas estanhadas, estas em grande parte utilizadas na confecção de
vasilhames. Este seu largo emprego com esta finalidade deve-se a·sua
não toxidade, a não modificação do gosto quando entra em solução em
pequena quantidade em um lÍquido, sua resistência ao ataque por áci-
dos orgânicos.
O estanho em presença do aço em ambiente oxigenado age de manei
ra catodica, isto e, em contato com um eletrolito, o aço será corro{
do preferencialmente.
O revestimento por estanho funciona então de maneira mecânica.
Se a cobertura tiver defeitos ou poros a corrosao do metal base sera
mais intensa do que sem a camada protétora.
No case das latas para conserva de alimentos ocorre no entanto,
um,fator que vem beneficiar o homem. Essas latas antes de fechadas
com a conserva, são evacuadas, retirando-se o oxigênio, que fica com
teor residual muito baixo, e neste caso há uma inversão no comporta-
mento eletroquÍmico dos dois metais presentes, e o estanho comporta-
-se de maneirá anodica; sera ele então o ele~ento dissolvido, e nao
o ferro, que pode aparecer em pequenas áreas descobertas - falhas ou

-75-
-~-·-- ..·------ ----------- ------
poros - evitando a modificação do gosto do alir:::ento e a perfuração
das chapas nos pontos não recobertos.
As camadas de recobrimento podem então ser bastante finas, mui-
to mais do que quando outros metais :;;ão emDregados como revestiment-.:
protetor.
Existem folhas estanhadas e:n que a camada protetors 2 de some~;-­

te 0,0008 mm de espessura.
O revestimento das folhas pode ser feito por imers~o ou eletra-
litics.mente.
O revestimento por imersão em est:?_nho fundido é 't:astante antigo
e produz camadas em geral mais espessas do que com o proc~sso eletro
litico. A espessura varia entre o.oos a 0,04 mm. e com processcs~is

recentes, de centrifugação, pode~ ser éonseguidas espessuras até d~


0,002 mm.
Sstes recobrimentos tão finos devem-se ao f~to do estanho fundi
do molhar mui to bem euperf:!cies limpas do aço assim com" mua a.l ta f11..!!_
dez.
Neste processo de estanhação, ocorre a formação de uma camada f:!.
na de composto interme.tálioo (FeSn ) entre o ferro e a camada de es-
2
tanho.
A estanhagem nao é realizada somente em placas ou chapas de 2-ço,
mas também ·em mui toa outros artigos, forjados ou fundidos, assim co-
mo em peças fabricadas com outros metais como·aejam fios e tubos de
cobre e peças de ferro fundido.
O estanho é um doa metais empregados para a confecção de tubo~
extrudados por impacto de variada u~il~zação.
O método de obtenção desses tubos está esquematizado na figura
1.

Ligas de :::stanho

Outra importante aplicação do estanho .[ :1a confecção de ligas P.!


ra solda, soldas estas denominadas fracas pois que apresentam baixa
resistência, mas também baixo ponto de fusão. Estas soldas aderemmm
to bem a vár:'-os metais e lipras no estado sÓlido •
Estas sol~aa são apresentadas-em forma de barras de pequeno di~
metro ou na forma de tubos, preenchidos com fluxo, e utilizados em
serviços delic~dos. A extrusão desses tubos é feita em uma máquina c~
jo esquema é apresentado na figura 2.
A principal liga·é a·em que se apresenta com o Pb. Os teores da

-76-
I
-I
I

FUII. ]11[ - 1
I
-..1
O> P~TO
I

FAMtCAÇÀO DE FIOS DE SOlDA COM NÓCLEO


DE FLUXO

FIG. l l t - 2
Sn variam entre 40 e 5076 em peso. O diagrama destas ligas é visto na
figura 3·
Se os teores de Sn sao mais baixos que os citados as soldas cor
rem mal e tem baixa fluidez, soldas com teores mais elevadas são me-
lhores mas as ligas são caras demais.
As ligas para solda podem ser melhoradas pela adição de Sb. -tor
nando-se mais fusíveis e mais resistentes; no entanto não ~ão reco-
mendadas para soldar zinco ou latões, ~ois pode ocorrer fragilldad~
por formação de compostos Sb-Zn.
Soldas para mais altas temperaturas são cone ti tuÍdas somente- por
Sn ( 97%) e Sb (3%) • podendo trabalhar até 200oc. !:atas soldas não P!.
dem conter Pb, pois poderá ocorrer a formação de um eutético terciá-
rio, que funde a maia bai~a temperatura.
O estanho é também utilizado para a confecç~o de ligas de baixo
ponto de fusão. Na tabela 3 sao dadas algumas compos~ções, com as
respectivas temperaturas de fusão • .

Tabela 3
-
Temperatura
Bi Sn Pb Hg Cd In de oc .fueio

44.7 8,3 22,6 5.3 19,1 46,7


49,4 11,6 18,0 21,0 58,0
53,5 19,0 17 10,5 60,0
35,0 20,0 35,0 10 10,0
40,0 13,0 37,0 10 70,0
52-44 40-48 8 91,5
52-42 16 32-42
I I 96,0

São empregadas para a confecção de fusíveis elétricos, de extin


tores automáticos e alarmes de incêndio, tampÕes de segurança de ci-
lindros de gás, co~o elemento de vedaç~o em alguns .fornos, produção
de modelos de precisão.
O estanho é um elemento que entra na composição de ligas para t.!_
pos de imprensa, juntamente com o Pb,. o Sb e algumas vezes o Cu, que
e um elemento endurecedor.
Uma das principais aplicações do Sn e na confecção das ligas an

-79-
p
-------~----- ~··---- ~-

ti-fricção, que t"omam a denominação de Babbitt ou metal branco.


Babbi tt no entanto não foi quem descobriu estas ligas mas sim a-
plicou-se sobre um suporte m~is duro, bronze ou ferro, para fabricar
os mancais.
Nos mancais, teoricamente sem~re deve existir uma camada de ó-
leo, entre as peças que se deslocam uma contra a outra. Na prática,
porém essa película de Óleo é rompida, e ocorra contato direto entre
os metais.
O emprego de um metal macio reduz grandemente os maus efeitos
nessas condições.
Pequenas partículas que pe.netrem entre as duas superfÍcies po-
dem também entranhar-se nesse metal, reduzindo o perigo de riscamen-
to das peças.
Os metais ou ligas anti-fricção devem possuir boas propri~dades
de retenção de película de Óleo, como de absorver as partículas es-
tranhas.
Devem, além disso apresentar propriedades mecânicas compatíveis
. com o emprego, boa aderência, boa condutibilidaée térmica, e bom co~
portamento no caso de ruptura de pelÍcula de Óleo- comportamentoem
condições anormais.
O estanho e algumas de suas ligas apresentam característicasque
as tornam bastante interess~ntes nesse empregq.
As ligas a base de estanho, para esta aplicação contém cobre,a~
timonio e as vezes chumbo, sendo admitido em pequenas quantidades
Fe, Zn, Al, As e Cd.
Estas li~as tem baixo limite de fadiga, mas comportam-se bem em
condições anormais, resistindo ll'elhor à corrosão que as ligas a base
de chumbo.
Este elemento nas ligas à base de Sn é adicionado com o fito de
abaixar o preço da liga. ~ limitado muitas vezes a 0,35% para evitar
o abaixamento. do ponto de f~são e· port~nto a temreratura máxima em
que estas ligas podem trabalhar. A dureza é maior a temperatura embi
ente, mas diminue mais rapida~er.te com o elevar da temperatura.
O Cu e o Sb são adicionados ao Sn.para elev~r a dureza, o ponto
de fusão e a tenacidade.
O Cu evita também a formação de segregações quando as ligas con
tem mais que 10% de Sb.
O As até 0,4~ aumenta a dureza e o limite de escoamento a qual-
quer temperatura; o Zri atua da mes~a m~neira.

-80-
O Cd é adicionado em pequenas proporçoes para aumentar o limite
de fadiga (0,05 a 0,1%). Se houver chumbo a temperatura de utiliza-
ç2o é diminuída.
As composições e propriedades das ligas anti-fricção a base de
Sn são dadas nas tabelas 4 e 5.

TABELA · 4

:..::::SIGNAÇÃO COMPOSIÇÃO %
AST;.Y
SAE Sn Sb Cu Pb As Bi Fe Zn Al
I
B-23-46T-l 91 4;5 4,5 0,_35( 0,_10 0,08 0~08 0,005 0,~051
max.lmax. II'.,.?.:x. max. max. max.

I
10 90 4,0-5,0 4,0 - 5,0 0,35 0~10 0~08 o,o's!

cax. max. max.
na d a ·nada
i
I
B-23-46T-2 89 7,5 3;5 0,)5 0~10 0,_08 o,_oai o,~o5 o,~csj
max. max. max. max.
I
max. max. I
I I
!
llO 87,75 7,0-8,5 2,25-3,75 o. 35 o,1olo,o8 o;.oel
~3x. I máx. max. 1
nadai I nada
I I i i
11 56 6,0-7,5 5,0 - 6,5 o, 55 0;10 o 08 o 081 I. I
11, ', r:adaj nada I
max. max. max.
I I I
::'-23-46T- 3 83,3 8,3 8,3 0;.35 o~1o o~oe1o~o8 Io,~osjo.~os I
m;;x. , max ., cax ·i ·II

max
1

max. Í max.
1
I ! '
B-23-46T-4 75 12 3 10 0~15
- IOs:osjo.~oslo.~osl
I max. Jr::ax. max.
i
max. J

:s- 2.3-46T-5 65 15 2 18 0,,15


max. - o,_oa
max.
o,~o~~o.~os
max. max.

-81-
TABELA 3

CONPOSIÇÃO L!lUTE DE LIHITE DE TEMP, DE


peso :!!SCO 'j!·:E~'fO RE~~7~~~CIA DUREZA S6LHU3 LIQUIDUS VAZA1>3NTO
DSSJ:Gt:AÇÃO , 3RINELL
espec~
kg mm k mm2
Cu Sn Sb Pb 200C 100°C 20°c 100°C ,_..:woc 1000C oc oc oc
fico

B-23-·16'1'-1 7,34 4,56 90,9 4,52 o,o 3,08 1,85 8,99 4,86 17 ,·o 8,0 223 371 441

B-23-46T-2 7,39 3,1 89,2 7,4 0,03 4, 27 2,10 10,43 6,09 24,5 12,0 241 354 424
I
(X)
1\)
. -,-
I B-24-46T-3 7,46 8,3 83,4 8,2 b,03 4,62 2,20 12,42 6,93 27,0 14,5 240 422 491

B-24-46 T-4 7,52 3,0 75,0 11,6 10,2 3,88 1,50 11,30 4,83 24,5 12,0 184 306 377
--
B-23-4f: T-5 7,75 2,0 65,5 14,1 18,2 3,53 1,50 10,43 4,72 22,5 10,0 181 296 366

Obo.1 Os limites de escoamento e resistência se referem a ensaios de compressão em cilindro de 1~ de com-


primento de 1/2 polegada de diâmetro, fundidos com 2 polegadas de comprimento e 3/4 de diâmetro,
O limite de escoamento é a carga necessária para produzir uma deformação de 0 9 125%, e o de resistên
cia, a deformação de 25~( no compri~ento do corpo da pr-ova, Impressões de dureza feitas com esfer7i
de lO mm e carga de 500 K_g. durante 30 segundos.
----------------- ------- --

Uma outra liga anti-fricção na qual ;;r:-::::a :> Sn, bastante intere.!.
sar.te é a liga de Al contendo, 6,5% Sn, 1'3! C-u e 1% Ni. Os mancais não
neceesi tam suporte de aço, pois o Ni e c: ;_;é, e:-dureeem a -matriz e o Sn
fica livre dividido_ em partículas dando aa propriedades anti-fricçi~
~á foi citado no-estudo do AlumÍnio.
As ligas Cu-Sn sao denominadas bronzes, ou melhor bronzes ao Sn
rara diferenciá-las de outros bronzes; de Si, de Al, etc., e já fo-
ram estudadas na parte referente ao cobre.

~etalografia do Sn
'~
O estanho apresenta modificação alot:rc;·ica com a temperatura, e
portanto du~s fases; uma a , no sis-cema c:~'oico, e outra p , do si,!.
tema _tetragonal de corpo .centrado, se:-: C. o ;32.·ca a estrutura metaestá-
vel a temperatura ambiente.
Na passagem de uma fase para outra J:-,á uma grande V-firiação de den
sidade, passando de 7,3 para 5,75 e. a expansão causada pela passagem
da fase, a denominado aetanho branco, para a fase ~ denominado es-
tanho cinzento, produz a sua desintegração. Corresponde também essa
desintegração à passagem do estanho do estado me~álico para o estado
nao metálico.
~ssa desintegração é a denominada peste do estanho dos antigos,
e ocorre a baixas temperaturas.
A velocidade de transformação varia com esta, à máxima encon-
trando-se a 40°C, figura 4.
A modifi_cação alotrÓpica do Sn é evitada praticamente pela adi-
ção de Pb, Bi ou Sb,e facilitada pela adição de Zn, Al, Mg, Ca ou Mn.
A preparação do Sn ou suas ligas nara exame ao microscÓpio re-
quer uma técnica especializada e muita prática, pois a dureza desses
materiais é ~astante baixa.
O corpo de prova pode ser cortado, por um microtomo espeçial
que produza uma superfície lisa, e atacado em secuida.
O n::aterial pode também ser cortado e polido cuidn.dosa~ente em li
xas cada vez mais finas, tendo-se o cuidado de ~ergulhá-las previa--
mente em querozene ou uma solução de parafina em querozene.
O polimento deve ser feito com o mÍnimo de pressão, para dimi-
nuir o perigo de aparecimento de naterial distorcido e encruadonasu
perf{cie.
ApÓs o polimento com abrasi7os mais finos, em discos recobertos
com feltro, o ~aterial é atacado com os reativos apropriados, e nov~
110 ~. :to 41.0 so GG 70 ®~ 1,$ •,o ti
!80

300

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-80 -60 -40 -20
TEMPERATURA
"' ..........

°C
o
t-..._
20

INFLUÊNCIA DA TEMPEIUTUftA NA TRANSFORMAÇÃO 00 ESTANHO

Fl6. D:- 4

-84-
mente, cem =uito cui~~~~ c~~c o~~reçio ~ executada virias
vezes, para afastar completa~en~~ ~2~~cial encr~ado superficial.Um
exame da peça entre as· op8r:eções -:-.:c' :·.-·"• :-~ 1':ar:do <>sse fato ocorxe.
O material pode ser polido -·t;? ~or ~recessos eletrol!ticos.

-35-
TABF.LA 4 - Reativos Microrrráficos rara o Sn e suas ligas,
-
reAtivo composiçiío emprego

H No
3
2 - 5 ~

Ni tnl J,igas Sn-Cd e Sn-Fe e Sn(eafrB€'<1ffiento OU imersão)


c2H50H 95 - 98
------- ·------
Bicromato de K SoluçÃo ácida diluÍda LifP..S Sn-Cd
.(c ido A HN03 1
NÍtrico em l)liceri na HCrH o2 1 Lig_as Sn-Pb
3
glicerina 8
-
B HN0 1
3
HCr:-1 0 2 3 Sn (esfregamento ou imersão)
3
glicerina 5
A ECl - Remover m11terial encruado
Ac ido hidroclÓ!'ico
R P.Cl
H202
10
90
-- 20
80 Ligas Sn - Pb

Fec1 10 g
3
Cloreto férrico I!Cl 2 ml Metal Babitt
H0 95 ml
2
-- --
(NH4)2 S208 5
Persulfato de amonio Aço est">nhado
::20 95
::c? H3 O;> 50
Ácido acético H20 50 Juntas soldadas
H202 1 gota
'------·· ------·-·----~--· ' - - - - - ·-------·-··--
CAPÍTULO V

O CHUMBO E SUAS LIGAS. PRINCIPAIS PROPRIEDADES E EMPREGOS

HistÓrico

O chumbo é um dos metais conhecidos há mais tempo pelo homem,h~


vendo citações a respeito de uma pequena estatueta, que se supõe da-
tar de 3.000 a 4.500 anos a.C., encontrada no templo de Abidos no E-
gito.
Há 3.500 anos já os fenÍcios exploravam jazidas de chumbo na p~
nÍnsula Ibérica, e os dhineses o conheciam também há.3.000 a,C.
Esta antiguidade de seu emprego está ligada a facilidade comque
alguns de seus miner~is são reduzidos pelo monÓxido de carbono (dan-
do naturalmente um metal bastante impuro), já que este metal nao e e!!
centrado no estado nativo.
Mais. recentemente conhecemos o emprego do chumbo pelos gregos e
pelos romanos. Sstes Últimos o utilizavam para a confecção de tubos
para agua, encontrados mui tos deles hoje em dia, em boM estado de con
servação.
Era tP.mbérn um metal muito empregado na cobertura de edifÍcios
(séculos XV e XVI), r.a confecção de estatuetas, brinquedos, revesti-
mentos protetores em vasilhames diveTsos.
No Brasil a indústria extrativa do Pb, iniciou-se em 1936, em
São Paulo. mas logo cessou, para ser reiniciada em 1938, cem a monta
gem de uma 3' usina em 1943.
A produção atual do Brasil - 1972, é de 25.000t de metal primá-
rio e 22.000 de secundário.
A produção mundial da orde~ de 3.900.000 t.
As principais jazidas brasileiras são citadas na tabela 1.

-'37-
TABELA 1

Minério Metal
Local t
t

Boquira..:BA 1.700.000 160.000


AdrianÓpolia-PR 650 •. 000 29.000

I Paracatu-MG 2.500.000 59.000

Fatores que .determinam o seu emprego

O chumbo apresenta uma extraordinária resistência à corrosão em


diversos meios, como por exemplc,o ar ambiente. ~uando exposto a.o ar
forma-se uma camada superficial de carbonato ou sulfato 'que o pr.ote-
ge contra o prosseguimento do fenômeno. Essa reais tência também é ele
vada,ao ácido sulfúrico.
Esse metal apresenta muito boas propriedades anti-fricção, é en
tão largamente utilizado devido a essa sua boa qualidade.
t também.um metal de baixo ponto de fusão, muito mole, e ~orta~
to apresenta grande facilidade em ser conformado, por fundição, lami
nação, extrusão, etc.
Outra propriedade bastante interessante é a sua alta resistên-
cia à penetração por radiações de requeno comprimento de onda.
Apresenta porém algumas propriedades não muito interessantes,
tais como a grande densidade e a baixa resistência mecânica. que di-
ficultem o seu emprego em mui tas ocasiões. :Sm outras a sua grande den
sidade é que vem indicar o seu emprego."

~inérios

D chumbo é geralmente encontrado sob a forma de sulfureto, no mi


nério denominado galena, principal minério deste !!1et.al e 'também sob
a forma de carbonato, a cerusita (Pbco ), e o sulfato (Pbso 4 ) denom~
3
nado anglesi ta.
O minério é constitu{do per sulfuretos, e sulfatos, g=ande par-
te das jazidas apresentando um minériO muito rico e~ zinco.
Outras impurezas que apresentam são prata, bastante ''ariável de

-88-
jazida a jazida (200g a 4,21q\;·chumbo) 9 Cu, Fe, As, Sb, Sn, Ei; apre-
sentam algumas Au também, em proporções várias conforme a jazida.

Redução dos minérios

Em linhas gerais podemos da seguinte maneira descrever o proce~

so de obtenção do chumbo.
O eulfureto de chumbo não pode .ser reduzido pelo carbono ou o mo
nóxido de carbono, em temperaturas economicamente praticáveis, e por
isso são submetidos a uma ustulação, sendo empregados para esse fim
dispositivos com correntes forçadas de ar ou máquinas de sinteriza-
ção, como a de Dvight-Lloyd.
Neste sistema a ustulação se produz por uma corrente de ar que
atravessa a carga constituída de minério 0 fundente e combustível, de
cima para baixo, quando colocada em bandejas per$·uradas fixadas .em ~

ma corrente transportadora. Na parte superior ex}etem dispoeiti~osp~

ra acender a carga e dar inÍcio à o~eração. A carga de minério em p~


quenas partículas chega a sofrer fusão incipiente e sinterizam fi
gura 1.
A quantidade de enxofre que permanece na c~ga derende da mane!
ra de conduzir a operação: composição de carga, velocidade das bande
jas, quantidade de ar utilizada.
Reações que ocorrem no processo podem ser assim resumidas&

co 2 + c 2co

parte do so pode dar


2

-69-
(o}- PLACA SUPORTE (f}- CHAMINE

(b}- MINE RIO (g)- SILO
t
(c}- FORNO (h)- PORTA DE LIMPEZA

(d}- CAIXA DE VENTO (f)


(i)- DIREÇÃO DO MOVIMENTO
(e)- TUBOS DE SUCÇÃO

I (i)
\.0 (b)
o .• :; •:, : ,.:~, •.• ,..;,, • ~.• , ~ ., : , , ,',, : a "• ,'•,".
I

-----;o,..~---- ---- -D;::r,...----


~ ( G)
, I ( El)
,_, I
'\:_..
(d) (d)
(h)

FIG. ~ -1
Um pouco de 1'b também pode se f"o:n~&r

i'bS + 2Pb0 .:;;:::= ,:Pb + SO


2

O matarial. ustul.ado ou o Óxido de chumbo são reduüclos pel.o mo-


nóxido de carbono em f"Qrnos de cuba especial., figura 2.
o metal. !Ímclido j~ts~e no fundo elo cacliDho do forno. aob a •.!.
cÓria e o mate .. "Sstas são recol.hidas por aberturas espeei&i.111 e o cb:l!!
bo corre por uma abertura inf"erío~.

Os produtos obtidos são então: chumbo, ba~~~tante iwpuro, eseóri-


ae, mate e um "speissn.
o mate (s~furetos) contém teoree e1evados de cobre, assim como
prata e ouro, que devem ser recup~rados.

O "speiss" é constituído por arseni.eto oú antiaoneto de ferro ou


cobre e separa-se compl.etameute do restante.
O refino d.:~ chumbo bruto, segue processos que sao clitados pel.ae
impurezas presentes.
A :purificação pode ser feita por separação de f"aees sÓl.ido-1!-
quido • ou l{quido-vapo.r. ou processo hidro-:!!etal.Úrgico.
Como :=-rime ira operação para ref"ino temos a "drossage~~:" • que se-
para o ferro, o cobre, o enxofre. certos mates e"speies•. O "'Drosse,.
é a parte sÓlida que se fo~ sobre o cbumho lÍquido. mantido a bai-
xa temperatura.
A se~ir é feito o an:oclecimento, com s orlcla~ão do estanho do~~~
sênico e do antim~nio. O ouro e a prata aio retirados a seguir em 8!.
ral,. por meio de adição de Z:n e deDOis- é í"ei t& a dezincagem, por ox,!
dação.
O nUJ:Lero de processos p.;~ra o refin~ do chumbo é bastante gran-
de,. a maioria ·deles se referindo a el.icinação de um ou poucos elem~
tos de cada vez.
Assim podem ser citados os ~rocessoss Pattinson para eliminar -

-91-
(o)- CRISOL

(b)- VENTANEIRAS

(c)- TUBO COLETOR

(d}- BICA DE

VASAMENTO

- (e)- CUBA

(f) - CAMISA D'AGUA

(Q)- PLATAFORMA

(c) (h)- SIFÃO

( l)- PORTA DE CARGA


' (J)- BICA DE

ESCÓRIA

(li)- VALVULA !:E

PRESSÃO
Ag e Ei; Parkers para eliminar Ag, Au, Sb; Kroll-Betterton para eli-
minar o bismuto? e muitcs outrcs~

As escÓrias, "drosses", mates e "speie.s" recolhidos são ricoe em


chumbo, e são tratados para aproveitamento tanto do chumbo como dos
outros elementos.
O chumbo assim obtido, ccmo também o obtido por refino de so.ca-
ta, deve apresentar quantidades de impurezas dentro de certos limi-
tes, como mostra a especificação da ASTM , tabela 2.

TAB~LA 2

Especificações de Chumbo
ASTM B-·29-40

~
:s::
Pb comum
, .... 1-
.., "'· ..,
o
o
..... ql ::I
o
.
sem Ag <li ~.~
'(; ~ ã
r:>.
I
o
~
~
p..
E
'-< ~r:>. 'O:~r~
o r:>.
E
o
o
.s ~~
s o
o !
::I
C' ~
\
B -~ 'Ó~

Ag max. o.oo15 0,020 0,002 0,020 0,002 0,002 0,002

A.g min. 0,002

Cu maxtr 0,0015 0,08010,0:3(; 0,080 0,0025 0,0025 0,004

Cu min. 0,040 0,040 0,040 '

àg + Cu max. 0,0025

_;s rnax. 0,0015 I


.3b + Sn max. 0,0095
I
3b + Sn + As max. 0,002 0,002 0,0151 0,015 I
0,015 0,015

::n max. 0,0015 0,001 0,001 0,002 0,002 0,0~2 -1 o. 002


!
?e max. 0,002 0,002 0,002 0,002 0,002 0,002 0,002

Bi max. 0,05 0,005 0,025 0,10 0,15 0,25 0,005

Fb(por diferença) 99.94 99,90 99,90 99,85 99,85 99,73 99,93

-93-
Propriedades do Chumbo.

~um material bastante denso (peso ea,ecÍfico _- 11.34) de baixo


ponto de fusão - 327,35°C - e com limite de resistência da ordem de
1,0 a 1,4 k/mm2, escoa~ento - limi~e 0,5- de 0,5 k/mm2 apresentando
um alongamento de 70% com extricç2o de 95~. e dureza Brinell - 3.
~,então como já foi citado, um material muito mole, e bastante
maleável.
Essas propriedades mecinicas, sao bastante afetadas como ' o ca
ao geral, para todos os metais, pela quantidade e tipo de impurezas
que contém.
O chumbo puro recristaliza a temperatura ambiente não podendo
portanto ser encruado.
O chumbo é altamente venenoso, e o perigo que apresenta está em
que as pequenas quanti~ades de chumbo absorvidas pelo corpo vão se. ~
cumulando. O grande perigo é quando o homem trabalh~ com vapores de
chumbo, ou compostos de chumbo. A doença causada pela absorçãodoc~
bo é denominada Saturnismo.

Emnregos do Chumbo

~ um ~etal de aplicação bastante variada sendo as principais:em


pintura, na indústria de borracha, do vidro e Óleo sob a forma de ó-
xidos e carbonatos, revestimento de cabos, acumuladores ou baterias,
munição, em forma de placas, papel de chumbo, na confecção de liP,as
para solda, ligas para emprego em tipogrRfia, licae de baixo ponw de
fusão, tubos e sifÕes para construções- civis, liras anti-fricção e
tubos extrudados por impacto, antidetonantes de gasolina, eletro1os
para processos eletrolíticos, em li~as de usinage~ fácil.
O Óxido de chumbo PbO denominado litareirio 4 de cor amarela, e
é um excelente fluxo, for~ando compostos facil~ente fusíveis com vá-
rios Óxidos: de Ca, Ba, Mg e Al •. O ?b o e o Óxido vermelho ou mi-
3 4
nio, e o PbCo é o chumbo branco. Todos eles bons pigmentos para pi~
3
tura, e os Óxidos são utilizados também como vitrificadores para POL
celana.
Cabos elétricos, para melhor serem protegidos da umidade,são r~
cobertos por uma camada de ?b, o ~recesso de revestimento estando es
que~atizado na_ figura 3. O chumbo é prensado no estado sÓlido, aque-
cido a 200-250°C. O Pb é al~Jmas vezes perfurado por insetos, inuti-
lizando o cabo, ou tornando necessácio fazer reparações.

-94-
A produyão atual de baterias ou acumuladores consome uma eleva-
da porcentagem do Pb produzido. Não só as placas das comuns baterias
sãc. dGI chumbo, maa estas são alveoladas, e no interior doa alveolos
é •::olocada uma pasta que na maior parte é composta ~e li targirio e de
minio.
t tão importante a quantidade de Pb recuperada de baterias usa-
das - quase tio grande c0mo a de Pb primário - e essa socata aprese~
ta tantas impurezas, qve ~roceaaos esp~ciais de recuperação são est~
dados.
O chumbo emprega·io ::~mo munição de armas de "fogo é tambémulÍI dos
campos em que este metal tem larga. aplicação. Tanto aplicado para ar
~as de caça 1 como de ~üerra e defesa.
Em forma de placas e)e é grandemente aplicado em construções de
laboratórios, pela alta resistência que apresent~ a ação de agentes
quÍmicos. Foi como já citado, muito empregado na cobert~ra de eair!-
cios.
O chumbo é laminaco também em chapas mais fir:.a.s. denominadas P.!;
pel de chumbo, bastante empregadas ·como material de proteção como por
exemplo em filmes de raio X, onde tem também a finalidade de dar ma-
ior contraste a inagem.
Outra aplicação ~as"ante importante é na con~ecção de ligas pa-
ra solda-soldas d.sncmi!:aclss fracas - pois que ap:::-ese::1tam baixa reais
tência, mas també~ baixo ponto de fusão, como já foi citado no estu-
do do Sn.
O ch~bo ta~bém é empregado na confecção de ligas para tipos de
imprensa, co~ferindo as ~esma qualidades de precisão de contornos e
fidelida<ie, pelas sua2 boas propriedades de fus3·:>.
~ e:npregado ta:::b~m sob a forma de ligas de baixo ponto de fusão,
empreg?-ces em fusíveis elétricos, tampÕes de extintores automáticos e
alarmes c~ incêndios, tanpões de segurança de c~lindros de -gá~, como
elemento de vedação em alguns fornos, ?redução <ie modelos de preci-
sao, etc.
Tubos :»are. canalização, principa:j.mente de esgot.os e sifÕes tam-
bém são confeccionados com este metal. O processo de extrusão desses
tubos está esquematizado na figura 4 e o dos sifões na figura 5.
Como metal anti-fricção é empregado na forma de ligas, apresen~
tando muito boaa ?rcpriedades e com largo empregc.
t ~ dos.metais empregados para a confecção de tucos extrudados
por impacto de variada utilização.

-95-
Pftt:NSA V'ERTICA.L MRA RECOMIIIIIENTO
M C.UOS COM P~

fll. X -3

EXTMJSIO DE TUDO M P~

FIG. J[ -4

-96-
Em processos eletrolÍticos é enpregaào como anodos e revestime~
. .
to da cuba na produção de·cu, Zn e em cremação, cobreação, etc.
As peç,s.s de Pb ou de suas ligas podem <:er ottidas por fusão, la
minação, ou extrusão; ó material nãd ~ode ser trP.filado.

Ligas de Chumbo

O chumbo é muito mole e apresenta baixa resistência, e deTido a


essas propriedades, muito ra.ra:n'!nte é empr~gado puro. Liga-se porém,
facilmente a vários metais, s mesmo com baixos teores desses elemen-
tos, as suas características melhoram bast.;.nte, sendo assim utiliza-
do. ...
O telurio, adicionado na proporção de 0,6~ dá bem melhores pro-
priedades mecânicas e também resistência ao ataque pelo ácido sulfÚ-
rico. Atrasa também a Yelocidade de recristalização~ permitindo en-
cruar temporariamente o Pb. Com o tempo o encrua~ento desaparece.
A liga Pb-Sb, contendo lo/> deste elemento, pode sofrer tratamen-
to térmico de solubilização e precipitação - a solubilização é feita
a 250°C, a precipitação ocorrendo a temperatura ambiente. A resistên
cia desta liga que no estado .recozido é d~ ordem de 2 k/mm 2 é aumen-
tada para 4 k/mm 2 com esse trat~~ento.
Esta é a liga 'recomend~da para recobrimento de cabos.
Aum~ntando-se o teor de antimonio para 6%, obtem~se uma boa li-
ga para empre~o nos acumuladores. Outros autores recomendam uma liga
contendo de 7 a 12% de Antimonio é 0,1 a 0,5% de Sn.
A liga com 6°~ Sb é a mais e:n?r~ga_da para a confecção de eletro-
dos e revestimento de cubas eletrolíticas.
Uma outra liGa, bastante ec?re~ada na construção de acumulado-
res, e também para revestimento de cabes, é uma liga com cálcio, es-
te elemento sendo adicionado em pro?orção de 0,025 a 0,04%. O cálcio
aumenta bastante a resistência a _sulf:~tização assim como a resistên-
cia mecânica qt;.e pode atinf:ir a 3.1 k/mm2, com 0,025% Ca. A figura 6
mostra o e:eito da adição de diferentes teores de calcio ao churr.bo.
Tratadas térmicamente - solubilizadas a 200°C e precipitadas a
l00°C ou a temperat~ra ambiente apreser.tam resistência até de 3.7
• 2
k/mm • Ligas contendo 0,10% Ca, também tratadas termicamente podem ~
presentar resistências da ordem de 5.5 k/mm 2 •
As ligas com cálcio, são arlic~das tanbém corno metal anti-fric-
ção o ~eor de cálcio ?dicionado ir.do·até a 1%, mas sendo adiciona--
dos também bário e estroncio.

-97-
EXTRuslO DE SIFlO .DE Pb

FIG. r- 5

!&00
3150
tiiOO
N~ t450
-...;;;:
ao tiOO
~

1750
c
y 1400
z
f !&I
1- 1050
Cl)
Cl) 700
w
1.11:
3!10
0
o 10 20 lO 40 ao 10
ALOMMNINTO%(EN 5~
EFEITO DO Ca NA ftESIITtMC1A DO ,..__ ENCIWADO 13% E
~ECIPIT.U.'A T Ul~ftATIJftA AMIIENTE

FUi. X -G

-98-
Uma liga com 1 a ~h ou cálcio e bário, pode apresentar uma re-
sistência até de 19,5 k/mm2, podendo-também trabalhar à temperaturas
mais elevadas do que as permitidas para outras ligas a base de chum-
bo. A temperatura máxima neste caso pode ir até a 250?C. Infelizmen-
te essas ligas são menos resistente~ à corrosao.
Como metal anti-fricção, o chumbo é empregado também ligado_ ao
Na, até 1,0%, com ou sem Mg. A resistência dessas ligas pode atingir
até a 10.5 k/mm 2 •
O chumbo pode também ser endure~ido, pela adição de Cd, que me-
lhora bastante o limite de fadiga do metal base. Este que é da ordem
de 0,28 k/mm 2, no caso do metal puro, pode ser triplicado pela adi--
ção de 0,5% Cd. Estas ligas são empregadas também no revestimento de
cabos. Outra liga • contendo 0,25% Cd, 1,5% Sn e 0,5% Sb é emprega-
da com a mesma finalidade.
As ligas anti-fricção a base de Pb mais conhecidas. são as em que
ele se ;;presenta ligado ao Sn, Sb e Cu~ ' em peque--
podendo conter ainda
nas proporções, arsênico, Fe, Zn e Al. ~istem também ligas em que
o elemento endurecedor é o arsênico.
As tabelas 3 e 4 dão as composições e propriedades dessasligss.
Elas são satisfatÓrias para pequenas cargas~ aplicadas sem cho-
que e com velocidade não muito grandes.
O chumbo é também adicionado às ligas anti-fricção à base de ea
tanho com o fito de abaixar o preço da liga.· Nestas ligas o teor é
limitado muitas vezes a 0,35% Pb, para evitar o abaixamento do ponto
de fusão e port-anto a temperatura máxima em que estas ligas podem
trabalhar.
Outro emprego do chumbo, é na fabricação de várias ligas, nas
quais se pretende uma grande usinabilidade, para serem trabalhadasem
tornos automáticos.
Podemos citar os aços de corte rápido (free-cutting st"eel_) com
Pb, que contém este elemento com teores de 0,15 a 0,35%.
O Pb não fica ligado ao aço, mas deve ficar disperso e~ forma de
pequenas rart{culas.
Com a mesma finalidade é o Pb adicionado a alguns tipos de la--
tões e bronzes. O teor empregado para esse fim, nestas ligas é da or
de:nde 2%.
Das ligas para linotipo ou ligas de imprensa como sao chamadas,
as mais utilizadas são a base de chumbo, por questões de economia,f~
cilidade e acabamento de fundição.
São ligas que contém Sn, Sb, e as vezes Cu para endurecer.
TABELA 3

DSSIGNAÇÃO COMPOSIÇXO 9b
AS M SAfo: Sn Sb Cu Pb Aa Fe Zn Al

B-23-46T-6 20 15 1,5 63,5 0~15 o,oa 0,~05 0,005


max. máx. max. máx,
0~50 76 o,,6o 0,005 0,005
14 9,25-10,75 14,0-16,0 max, máx. max, - máx. máx,
B-?3-4/)T-7 10 15 0~50
max,
75
máx.
0~60
max, - 0,005
máx.
o,oos
máx,
0~50 86 o •, I) I) 0,005 0,005
I
1--'
13. 4,5-5,5 ?,25-10,75 max, mÁx. max, - mÁx. . o·,.oo5
máx.
o
o o, 50 80 0~20 0,~05 .
I B-?3-46T;-8 5 15 m::tx. máx. ffiAX, - max, · m6x.
B-?3-M)T-10 ? 15 o, 50
rr.áx.
83
r.':·~Xo
o, 20
:n~x.
- 0,~05
mr.x,
0,005
mÁx.
B-23-46T-11 - 15 0~50 ~5
max,
0~25
max.
- 0,~05 o,oos
ffill)(, IDRX, máx.
B-23-46T-12 - 10 0~50
max,
90
máx.·
0,25
máx.
- o,~os
max,
o,~os
max,
o,,6o 1,40 0,005 o,oos
B-23-.46T-15 1 15 max.
reet
máx. - máx. máx.
B-23-46T-16 10 12,5 0~60 reat o,_2o o,,lo o,oos 0,005
max, max. lílBJC,.,.. máx. máx,
B-23-46T-19 <; 0~50 rest o, 20 0,005 o,oos
~ 9 max, máx. máx. máx.

I
i
TABELA 4

Peso Limite de Limite de ,Dureza Soli Liqu.!, deTemp.


esne COMPOSIÇ.XO .% escoamento resistência Brinell dus- dus va~
DE?IGNAÇÃO CÍffÕo kg/mm? kg/mm2 zam.
-'---··- - oc oc oc
Cu Sn Sb Pb 20°C 100°C 20°C lOOOC 2o:jc lOOoc
-- --- -
B-2~-46T-6 9,33 1,5 19,8 14,6 6 3. 7 2,h6 1,43 10,18 5,6~ 21,0 10,5 181 277 346
B-23-46T-'1 9, 73 0,11 10,0 14,5 75,0 2,48 1,12 10,95 4,30 22,5 10,5 240 268 338
B-23-46T-8 10,04 o, 14 5,2 14,9 79,4 2,38 1,22 10,92 4,30 20,0 9,5 237 272 . 341
B-23-46T-10 10,07 0,12 2,05 15,7 82,0 2,34 1, 29 10,81 3,60 17,5 9,0 242 264 332
B-23-~6T-ll 10,28 0,19 0,09 14,8 84,7 2' 13 0,98 8,96 3,57 15,0 7 ,o, 244 262 332
E-23-46T-12 10,67 0,12 0,11 9,9 89,4 1,96 0,87 9,03 3,57 14,5 6,5 245 259 329
B-23-46T-15" 10,05 0,5 1,0 15,0 82,5 - - - - 21,0 13,0 248 281
I
) 'i()
-
B-23-46'1'-16 9,88
-
0,5 10,0 12 f 5
-
77 ,o - - - ~
- 27,5 13,6 ,
f.''
1

.•
I
~)')·r
I ;, 2.'(

B-;?3.-46T-l9 10,50 .....__ - 5,0 9,0 86,0 - - 10,92 4. 27 17,7 Ei,o 239 257 327

Obs.t (~t)- A lip11 15 contendo 1 10% de As.


Os limites de escoamento e resistência, se referem a ensaios de compressão em cilindros de
11/2 poleRadas. de comprimento e 1/2 polegadas· de diâmetro, fundidos com 2 polegadas de CO!!!
primento ~ 3/4 de polegada de di~metro,
O limite de bscoamento ' a carga necessiria para produzir uma deformação de O,l25M.e o de
resistlncia, a deformação de 25~ no comprimento do c~rpb de prova,
Impressões de dureza feitas com esfera de 10 mm e carga de 500 kg durante 30 eegundoe.
TA:B:SLA 5

Pb Sn Sb

86 3 11

·84 ;. 11

84 4 12

70 10 20

54 li! 28

60 ?0 ?O

O chumbo é -..:tilizado ligado ao Sn co'!!O liga para solda, de bai-

xo ponto de fusão e baix~ resistê:.cia. (Ver capítulo sobre Sn).


As ligas de baixo ponto de fusão mais conhecidas apresentam sem
pre o Pb em sua corepoaição.

Fu~~o e vazamento dó Pb

O Pb não apresenta grandes problemas de fundição, sendo um me-


tal que funde a baixas temperaturas.
~ fundido em qualquer ti~o de cadinho: fofo, aço, grafita,em g~
ral não sendo necessário o uso de escórias ou fluxos. No caso de ser
desejado o seu emprego, podem ser utiliza.dos sais alcalinos ou alca-
lino terrosos, ou cloreto de a~onio.

Os moldes podem aer ~e~álicos 1 de gesso, borràcha especial, pa-


pel esp-ecial.

Met~logrBfia do Pb

A preparação de Pb ou suas li~as para exame ao microscÓpio re-


quer uma técnica especializada e muita prática, pois a dureza desses
materiais é bastante baixa; a ·técnica é semelhante a empregada parao
Sn.
Os reativos mais empregados aao os dados na tabela 6.

-102-
TABELA 6

Reativos micrográficos para o Pb e suas ligas,

COHPOSIÇli'O CUIDADOS SMPR'SGO

ÁciQ.o acético glacial 3. Secar e limpar com ácido ní


trico. Lavar e secar em se- Pb
Água·oxigenada 9% 1
guida,
Ácido acético glacial 3
I
f.J
Pb e Pb-Sn
o
VI Água oxigenada 30% 1 Pb-Sb Pb-Ca
I

Ácido acético gl;tcial 1


Polimento e ataque alterna- Pb e Pb-Sb
Ácido nítrico 1
dos várias vezes, Pb-Ca Pb-Sn
Glicerina 4
Ácido acético glacial 3 Pb
Ácido n:Ctrico 4 Usar aquecido a 40°C Pb-Sn ( até 3%)
Água 16

Ácido nítrico concentrado


.
·Atacar e lavar em agua cor-
rente várias vezes,
CAFfTULO VI

.
O MAGHtSIO E SUAS LIGAS. PRINCIPAIS PROPRIEDADES E EMPREGOS

Eistórico e Obtenção

HumphreY. Davy, foi o primeiro pesquisador a falar sobre um novo


metal que havia descoberto sob a forma. de sais (sais Epson), ia to em
1808. Não co~seguiu obtê-lo na forma pura, mas somente como&malgama,
isto é ligado ao mercÚrio.
Em 1830 A.A.B.Bussy. obteve pela primeira vez o metal em um est~

do ainda bastante impuro, reduzindo o cloreto de M~gnésio pelo Potá~


aio, e em 1833 Michel Faraday obteve o metal pelo processo da eletró
lise do cloreto.
A produção industrial só se iniciou em 1866 em Hemolingen, Alema
nha, e até 1914, este paÍs era praticamente o Único produtor.
t um metal de grande reatividade quÍmica e se apresenta na natu-
reza sempre no estado combinado, os principais ~inérios sendo a per!
clase ou magnésia - !1g0; a Giobertita - cc 1':~; a dolomita-CO;MgCo
3 ca
3
e a carnalita - KCl-MgC1 -6H o.
2 2
Uma das maiores fontes do l>!g é no entanto a água do mar, que o
contém sob a forma de cloreto, em um teor aproximado de 0 9 13% de Mg,
junto com sais de outros metais.
Para retirá-lo dessa fonte, a agua do mar é enviada a tanques de
decantação Dorr, onde é misturada com hidrato de cilcio Ca(OH) • Es-
2 ,
te é obtico pela calcinação de conchas e posterior reação com a a-
gua.

cao + co 2

Nos decantadores ocorre a seguinte reação

-105-
DIAGRAMA SIMPLIFICADO DO PROCESSO DOW DE PRODUÇ!O DE MG

Esouema 1

Iconchas I· +

Iágua do mar j Cl:tY~ (impuro)

I d6 decantação
Do:rr

HCl
r
I.

DepÓsitos
lcl
forrados de
Clfi~ eva.poraà.ores-- fornos de-- cuba - . !{g em
borracha --------~~ · bandeja
.,.~ '~:!"

lodo

DIAGRAMA SHIPLIFICADO DO PROCESSO BASIC NAGID::Sil!i'1 'J'i': ?RODUÇhO DO Mg

Esquema 2

!Magnesital e (Calor)- MgO moinho -----,

~~C?_!a~r~v~ã~ot-1--------------- moinho --------------- mieturador


~
+ I Cl M k~
peloti;:;ação - - - - forno ~--cuba -l1g. em lingotes
ele\:.
"'...\.
'• lodo

-106-
1
ESQUE!"lA DO PROCESSO CA.RBOT~Rl-HCO (HAUSGIRG)

Esquema 3

moinho

j Carvão 1 - !- - - - - - - moinho ------------pelotizador

forno
elétrico _.--------Mg---+--C_O__(_g_a_s_o_s_o_)"""""'" camara ~
a arco . de p;M3es _
resfriam. . na "&ura~s

!
compressão

fornos de
destilaç. ----------------Mg em cristais

ESQUEMA DO PROCESSO PIDGEON

Esquema 4
.
IDomomi ta J + (Calor)- MgO + CaO - Moinhos

IFe
'
Si 1i-________,,..... moinho
I
7
briquetes

forno da
retortas Mg sublimado condena adores
tubulares
~Mg em cristais

O Hidrato de Magnésio se precipita no fundo dos decantadores e o


cloreto de cálcio, sai com ~água que volta a ser lançada do mar.
O hidrato recolhido é filtrado em filtros Moere, lavado e neutra
lizado com ácido clorídrico.
O ácido clor!drico em solução a 20% reage com o hidrato

Mg(OH)2 + 2HCl~MgC12 + 2H20

-107-
r____ _

em outros depÓsitos forrados co~ borrecha.


A soluç8o de cloreto de Mg. assim obtida é concentrada em evapo-
::adores • aquecidos por queima de ,o:ases na.t\1rais • e secados em fornos
de calcinação, em grandes bandejas a 200°c.
O cloreto de Mg, ainda um pou~o Úmido é enviado a cuba de eletró
l i se.
Esta é levada a efeito com os sais furdidos. Como o cloreto de
Mg tem alto ponto de fusão 712°C- e tem baixa oondutividade elé-
trica, a ele são adicionados cJcreto de potássio e de sÓdio, que me-
lhoram essas características do banho.
O maVlésio obtido no estado fundido flutua sobre o banho eletro-
l{tico e é retirado por meio de conchas e vasado em lingoteiras es
quema 1.
A partir do carbonato do Mg, també~ se obtem o cloreto da segui~
te maneira:
O carbonato é calcinado

+ calor MgO +

O Óxido em pÓ é misturado a carvao moÍdo, e pelotiz&do por com-


pressão, depois de umidecido com cloreto de Mg.
Estas bolas sao enviadas a um forno elétrico a arco, e submeti-
das a ação do cloro gasoso. Ocorre ent8o a reaçãot

4HC1 + C + 2:flt.g0

o cloreto é então enviado as cubas eletrolÍticas - esquema 2.


O magnésio é obtido tacbém por via pirometalÚrgica pela redução
de seu Óxido.
Existem dois processos: o rrocesso Hausgirg e o processo Pidgeon.
No processo Hausgirg a redução se faz pelo carbono

HgO + C ::;;:::= I-lg + CO

A temperatura necessária a reação é de 1850°C, e a essa tempera-


tura o Mg está vaporizado em mistura com o CO, e pode ocorrer a rea
çã~ inversa. de forma explosiva.
Há necessidade de um resfriamento rápido da mistura logo queaaem
do forno. No processo original este resfriamento era levado a efeito
por meio do Hidrogênio, mas a mistura H, CO é também explosiva.

-108-
O resfriamento é feito hoje em dia com gases·naturais. A temper~

tura cai rapidamente a 200°C e o Mg solidifica-se na forma de um po


fino.
O pÓ é comrrimido em briquetes, colocado em retortas, aquecido,e
sublima-se; para se condensar novkmente em outro local, - condensado
res construídos em tubos de aço- sob a forma de cristais dentriti--
cos esquema 3.
O outro processo pirometalúrgico, o processo Pidgeon 0 emprega co
mo redutor o Fe-Si a 75%.
A matéria p~ima utilizada é a dolomita, que é calcinada,e depoi$
moÍda. Setas r-artículas são misturadas com o Fe-Si, triturado, e o
conjunto é ·briquetado.
Os briquetes são introduzidos em retortas tubulares de 20· 1:> 25 em
de diâmetro. hcrizontais, ::ujas extremidades !ic1!.1ll fora do forno.
Faz-aae o ~;acuo no inte~ic:r da re~corta, e em segu.id.a slas são a-
quecidas a 1200°CQ Ocor~e então a reaçaog

2 CaO + 2Mg0 + PaSi ~ (Cao) Si0 + ~ig + Fa


2 2

O Mg se dsprende sob a forma ds vapor s se oon~ansa em dispositi


Yos liga,d.os à extremidade do fome sob a forma de cristais den·C.ri ti-
cos - esquema 4.

ProDriedades do ~agnésio

o .
mag~es~o
.
cris-caliza-se no si a tema hexagcnal compacto.
o coefi.ciente de expansao e de 28 X 106, de o a lOOOC e sua den-
sidade a 20 de 1,7 g/cm3.
F,mde-se a 650°C, sendo o seu c~lor especÍfico de 0.26 kcal/K • .!
lê"",rado por"tanto 1 assim como o ca..lor late:1te de fusão\11 72 kcal/Kiil
Comparado com o Al 9 o C~ e o Fe 1 necessita de muito ~aia energia
para fundir como pode ser visto r.a figura 1.
As propriedades mecânicas são baixas como poda ser visto na taba
la 1. mas sendo o metal estrutural menos denso, industrialmente em-
pregado, a relação limite de resistência/densidade é elevada.
A corr.posiç?.:o quÍ:!:ics do l'ig camercial é um :pouco variada de acor-
do com o processo de obtenção, como pode ser visto na tabela 2.
· É encontrado no mercado sob a forma de lingotes. pÓ, fitas, fios
e peças extrudadas (ligas) pois que nã~ é empregado puro em estrutu-

-109-
l
TABELA 1

Lim,de Res, Lim,de Escoam. Alo!'lgam. Dureza


kg/mm2 )cg/mm 2 ~ RE
Fundida 8,5 2 6 16
Chapa recozida 19 10 16 '6
Encruada 26. 19 59 59

TABELA 2
I
1-'
1-'
o A1 B Ce.. Cu Fe ' Y1n
. ·-
Outro11 %
8 Tipo Máx. Máx, Máx, Máx. Máx, t1áx, Ni Pb Si Sn
9~
Cada Total
% 911 % % %
Mg2
Baixo Ma - - - o,o2 0,05 o,o1 01 0.01 o,o1 - 09 01 0,05 O, lO

Ma~
llaixo Al .0,004 - o,oo~ o,oo5 o,o, o,o1 01 001 ,o,ol 0,005 0,005 o,ol o,oe
Mg4
r:xt. J3td xo o,oo2 o,oooo7 o,oo~ o,oo4 o,oo, o,oo4 09 001 0,005 o,oo5 0,005 o,o1 o,o7
AL -
Mg5
Baixo Fe - - - o.oo, o.oo, o,oo4 01 001 o,oo5 o,oo5 o,oo5 o,o1 0,05
Sfeito de impurezas

O Si, o Fe, o Cu, o Ni e o Ca são em geral considerados como im


purezas nocivas ao Mg e suas ligas.
O Si dá pontos duros, reduzindo a usinagem e o alongamento. OFeE
ro reduz a resistência à corrosão, assim como o Cu e o Ni.
O Ca, tor~a as ligas frágeis após as soldas.
Veremos no entanto que são empregadas ligas em que o Si ou Cu es
tão presentes.

Ligas de Magnésio
"
Vários são os elementos usados como elementos de liga ao Y~, en-
tre eles podendo ser çitados como mais import~ntes o Al, o ~~. o Zn,
o Sn, o Zr, o Cd e o Ce.
Os teores utilizados são tais que não influem grandemente na ca-
racterística maia interes.~ante do Mg, que é a sua densi!iade.
O Al é o mais importante sendo adicionado em teores de até 10 %,
as propriedades mecânicas aumentando com os teores até aproximadame~
te 8%, como pode ser visto na figura 2. Acima destes valores aparece
uma fase y frágil.
As ligas com teores acima de 2,;% até 12,6% são suscetíveis de
tratamento térmico, como pode ser visto pelo diagrama de equilíbrio,
figura ;.
Tem boas propried~des de fundição, pois que o Al aumenta a flui-
dez, figura 4, também refinando o grão.
A res'i:·s-tência dessas ligas não é mui to elevada, assim como a re-
sistência à corrosão. Esta propriedade é melhorada pela adição de
0,2 a 0,5% de Nn.
Sste elemento (Yill) nao altera Grar.demente as outras propriedades
e está praticamente presente em õodas as lig~s de Mg.
Quando só, como~emento de liga, dá as melhores propriedades de
resistência à corrosão. O teor deve ser de 1 a 2;-~.
Estas ligas podem ser extrudadas, forjadas e fundidas facilmen-
te.
Durante o refino das ligas, o ~n é adicionado sob a forma de elo
reto (que reage·com o Mg lÍquido) e fAcilita a eliminação de impure-
zas de Fe e Si.
O Zn é outro elemento mui to utilizado, principalmente em ligas teE
nárias com o Al, formando solução sÓlida com o Mg e melhorando muito

-111-
l.- Mg
2- Al
3 - FERRO fUNDIDO
4- Fe
5- Cu

FI&. n -1

f:~~~~~~~
F
~ 12~_,~~~~~~~;---~--;
110

la.l
11:
la.l
1-
2
J
o 2 4 ,
ALUMINIO %

LIMITE DE RESISTÊNCIA DA

L16A Me-AI FUNDlDA

FIG. lli-2

-112-
600 ~
:;e·
~~
AL"

500

400

300
"'/
a 1\.
;
I
•:~u•• ............
I

I
~
~
I

~~
I I

200 I I
I
a+~ I
I

! I
I
100 I
f
o
I
I
10 llt.lõ 20 30
11 40
I
!o

% ALUMÍNIO

FIG. :n-3

: c
c u
llt -
.... -...
:I ....

;I ~
c ...
~·<[
..11111:
60 -g,~
oi:...
~,
50 ;:)gL
r:u
...~~~....
N 40 ele
Giz
lol
Q ...
:::;) !:I
....1
11.. 30 !I
..li
I
20

5 10 15 20 % Al

O AlUMtNIO AUMENTA A FLUIDEZ DA LIGA DE MAG-


NÉSIO E FACIUTA O REFINO 00 GMO

.FIG. E-4

-113-
a ductilidade; a sua desvantagem é a de aumentar muito a densidade
da liga. ::': empregada em teores 'lté 47~.
O Zr aumenta a resistência a fluência, a resistência mecânica e
a ductilidade. Diminue o perieo de apareci~ento de trincas e porosi-
dades. ~ também refinador do gr~o:
Uma liga contendo Zn e Zr, ~presenta elevada resistência mecâni-
ca (Zn-6%-Zr-0,2%).
O Cd é empregado em lir-as q•1e 1evem ser forjadas ou prensadas, ~
té teores de 8~f aumentando " d':.cti lid'!de.
O Ce é adicionado até teores de 1~. as ligas com ~n. melhorando
as propried~des e pernitinco a lamina~~o ~ frio. Melhora também as
propriedades a temperaturas elevadas.
O Si não pode ser e~?reeado em teores acima de 0,3% pois torna
frágil a liga. Uma liga com 0,1~ é usada para fundição sob pressão ,
reduzindo a retração.
Ligas com Cu estão sendo desenvolvidas para aplicação em pistões
de motores a explosão, devido as melhores características de condut!
bilidade térmica.
O Sn, só é utilizado junta~ente com outros elementos, principal-
mente o Al.
Na tabela 3 sao dadas composições e propriedades de algumas li-
gas de I'rg para fundição e nas t<tbelas 4, 5, 6, 7 e B,composic;Ões e pr~
priedades de ligas trabalhadas.

T~atamento Térmico

Várias ligas de Mg podem ser tratadas térmicamente com o-objeti-


vo de melhorar suas propriedades.
O tratam~nto de solubilizaç3o é indicado para melhorar o li~ite

de resistência, ductilidade e resistência ao choque.


O tratamento de solubilizaç;.o seguido de precipitação melhcra o
limite de resistênci2 e a durez~.

O tr~tarnento dP r~ecipitação, sem solubilização previa da ~aior

estabilidade dimensional as li~as que devem trabalhar a temperaturas


acima d~ ambiente.
O controle da. te~:-eratura de tratamento deve ser bem rigoroso
compreendido entre _ ?,5°C, para um perf~ito trat~mento.

Os fornos, quando o tratamento é feito acima de 150°C, deve ter


u~a atnosfera de so 2 , CO?, N2 para evitar a oxicação, que acims des
sas temperaturas é intenso.
-114-
TABELA 3
. f··li:l.~:s ,,de Magnédo para f'undit;ão em areia
...
Mg Al Mn Zn 'l'erru .Zr Si C,u Ni outroa
Ligu
% % m~n % ~1'&11
%
m%x max
%
m%x ~%X ... ~

AM80A.,, restante 7o8 to 9.2 0.15 o., max ••• ••• o., 0,10 0,01 o.,
AM100A,. restante 9.3 to 10.7 0.10 o., IIIII.X •• o •• o o., 0,10 0,01 0.3
AZ63A·,, res tanta 5.3 to 6.7 0.15 • 2.5 to 3·5 ••• ••• o., 0.25 o.o1 0.3
AZ91C,,, restante 8,1 to 9.3 0.13 0.4 to 1,0 •• • ••• o., 0,10 o.o1 0.3
AZ92A.,, a,, 0,10 0,01 o.,
...
restante to 9.7 1.6 to 2.4 ••• • •• o., 0.25
EK30A. •. restante • •• o., mu 2.5 to 0,2 min ••• 0.10 o.o1 o.,
EK41A,., restante ... .... 0~3! max
. 4.0
,·.o to 0.40 to 1~0 • •• 0,10 0,01 0.3
5.0
l!lZ,A ... reehnh ••• • •• 2.0 to 4o0 2.5 to 0,50 to 1.0 ••• 0,10 o.ol 0.3
4.0
!11B,.,., l:'estante •• • 1,20 •• • • •• o., 0,10 o.o1 0.3
ZK51A ... reshnte ... ... •••
3, 6. to ·5· 5 0.50 to 1,0 0,10 0,01 o.,
ZK61A.,, restante ... ••• 5·5 to 6.5 ...
• ••
o·.6o to 1.0
•••
... O, lO 0,{)1 0.3 ·-

. ' ~
TABELA 4

Propried~dee mecâni cu
Trate.-
Condição. lb/pol2 lb/pol2 alongamento
mento to3 103 ~m ::> " %

-·" -·
AMSOA F fundidA 23 3
T4 I titrlnb1.1lzt;.~'la 34 7 -
T6 oompl,.,tR~er.tt> trntP.d11 12 34 4

AZ63t. F fundida 24 4
T5 envelhecida artific, 11 24 2

T4 eolubilizada 34 7
T6 .completamenh tratada 16 H
'
AZ91C F
T4
fundida
oolubi l i zada
. 1834 7
T6 completamente tratada 16 34
'
continuação ~ABELA 4

AZ92A F fundida 10

T5 envelhecida artific. 11 20
T4 solubilizada ~4 6
T6 completam.• tratada 18 ~4 1

EK30A T6 completamente tratada 14 20

EK41A T5 envelhecida artific, 14 20


T6 comnletamente .tratRda 6 ??

EZ33A T5 envelhecida artific. 16 22 1

MlB F fundida 12 ~

ZK51A T5 envelhecida artificialm 20 ~4 5


ZK61A T6 completamente tratada 25 40 5
FK31A T6 completamente tratada 16 ~2 6

HZ32A T5 envelhecida artific. 13 ~o 6

ZH62 T6 completamente tratada 21 38 6


Extrudados

..

c o mp o 8· i 9 ã o 76
Liga Si Cu Ni ou-
A1 Zn ?1n Th Zr E Ca ,
máx. IDRX, rr.::~x, '-E os
A~31 B 2.5-~.5 0.?-1.3
0,2
min - - - 0~04
max, 0,05 0.05 0,005 o.~

~
.....
CD
AZ6H. 5.8-7.2 '),4-1.5
0,15
min - - - - 0,05 o. :)5 .•
.~05
, o.:
0,15
I
AZBOA. 7,A-9.2 0.2-0.8 :"lin - - - - 0,05 0,05 ~.005 ')
..
7,

l!l131A - - 1.2
r.. in
?,5-3.5 - - - - - - 0.3
MlA - - 1.2
min - - - 0,04-0.14 0,05 0,05 0,01 0.3
ZK21A - 2.0-2,6 - - 0.45
.min ·- - - - - 0.3

ZK60A - 4,0-6,2 - - 0.45


min - - - - - -
(P)ZK60B
'-------'----·
- 4.8-6.8 - - - - - '
- - - 0.3
TABELA 6
Placas e Chapas

• c o mp o ! i Q ã o %
Liga
Al Zn Zr Si Cu Ni ou
Mn Th E Ca max. max, máx. troã
AZ31D 2.5-3.~~ 0.7-1.3 0,2
min
- - - 0.04-0..14
max, 0,05 0.05 0.005 0,3
I
1.2
1--'
1--'
\0
MlA - - min - - - 0.04~0.14 0.05 0.05 0,01 0.3
I -- -- ···-- ----·-
HK31A - - o._l5
max, ?.5-4.0 0,4-1.0 - - - - - 0.;3
--·
HM21A - - O, 35-0. 8 1.5-2.5 - - - - - - 0.3
ZElOA - 1-1.5 - - - 0.12-0. 2:? - - - - 0.3
TABSLA 7
Forjados

Liga
c o m p o 8 i ç ã o 7'
Si Cu ::i -ou-
--
!o.l Zn En Th Zr s Ca
max. max. tros
I
~
m"x·
:),04
~
I
AZ31B 2.5-3.5 0,7-1.3
0,?
min - . - - max, 0,05 0.05 0,005 0.3

0.15
AZ61A 5.8-7•2 0.4-1.5 :nin - - - - 0,05 0.05 0,005 o. 3
AZ80A 7.8-9.2 0,2-0,8 0.15
min - - - - 0,05 0.05 0,005 0.3

1,2
:-:IA - - min - - - o o .}4- 0.14 o.os o.os
1 0,01 O, 3

0.45
ZK60A - 4.8-6,8 - - min - ·- - - - 0.3
-~.-·-
··---
TABZLA 8

Lim. jLim. alon-


i:.igalI forma I corid. ('<) ;es. ?)es;. 2 gam.
Kp:}r.rr. !kg;rom .%
Dureza
R E.
I
~--h:hapa
1--
,vnapa. .
-0
-H
23
?!
i
12
18
17
7
55
65
' , -F 26 18 12
i'11A i~arras,perfJ.s extrudadoa 45
extrudados -F 14 41
if~bos
; ?(Jrjados -?
·-
...24
?" 16
9
7 54
.::::apa -0 2) ' 15 21 67
1
C'hat>a -H
I 79 22 15 83
I
AZ3U Ear~as,perfís extrudados -F ?6 20 15 57

,.--·
:ubos,per:fÍs ocos extrudad.
::star::paàos
'
:Chapa
-F
-:
-H
l 25
2f
30
i
i
I
16
17
22
16
15
8
51
59
-
Barras,redondos perfís ex- -F 3l 23 16 10
AZ6lf.
·~rudados
'C'ubos, perfís vazios extru -P
I 28 16 14 60
dados
Estampados -?
I 30
'' 18 .12 66

Forjado F ~::
23 11 80
AZBOA ~àem , T5 II /.;

3~· 25 6 82
lnarras,perfJ.s extrudados F. ~Li
-'· 25 11 77
Ide:;; T5 ! 38 28 7 88
I
I
!Barras, perfÍs extrudados F 34 26 14 84
j Idem , T5 37 30 11 88
ZKGOA Tubos, per:fks vazados ex-
1 F 28 23 12 84
trudados
Ideül " T5 I 35 28 11 88
For~ados T5 I 30 21 16 77

ZZlOA
ChapéiS ':?4 ?6 :9 13 -
Icei:! -0 24 18 23 -
Chapas
HM21A Forjados
1'8 ?3 l1 10 -
T5 ?3 14 15 -
I -
Barras, tubos, perfís ;>O 23 lO
BM31A extrudados "'

(*) -As letras indicam o tratamento recebido pela liga, e apresen-


tam o seguinte significado~
F - como fabricado, sem tratamento térrrico.
O - recozido, recristalizado e aplicado só a ligas trabaltadas.
H - encruaC.o - A letra é seguida de dois ou mais algarismos. O
primeiro indicando operações realizadas com a liga.
Hl - somente encruado
H2 - encruado e :facilmente recozido
H3 encruado e estabilizado.
O algarismos que seguem dão o grau de encrua~ento,v~
riando de O a 8.

-121-
As temperaturas e te~pas de tratar.ento de direrentes ligas comeE
ciais j~ est~o tabelados, e sao ~ncontr~d~s nos livros e publicações
dos fornecedores de ~r-.

Corrosão das Ligas

O Hg e suas ligas são ataca"'oa facilmente a temperatura ambiente


pelos ácidos e sais, e pouco pelas bases.
O Mg exposto ao ar, cria su~erficialmente uma camada de Óxidos e
carbonatos, que o protegem razoavelmente contra a oxidação posterior.
porém um meio qualquer que poss<i de-struir essa película, causa o P:I:"'!.
seguimento ~a corrosao.

Trabalho Kecánico e Solda

O Mg e suas ligas pode~ ser laminados a frio ou a quente. A frio


a deformação pode variar entre 16 e 50% conforme a liga. Deve ser re
cozida entre 300 e 425°C, entre vários est~gios.
Acima de 6 mm de espessura as chapas são laminades a quente a tem
peratura variando entre 300-450°C 9 con:or~e a li~a.
Os rolos podem ou não ser a<iuec~dos. r:este Último caso as tempe-
raturas são da ordem de 200-300°C_e devem trabalhar lubrificados pa-
ra evitar rachas e engrira~entos.

Antes do Último passo, uara melhor acabamento, as peças são lim-


pas por decapagem em ácido, ou po~ meio de escova.
Peças d~ ~g ou suas li~as pode~ ser obtidas també~ por forjamen-
to, as temperaturas sendo um pouco ~uperiores as de laminação - 350-
-4500C, dependendo da liGa•

(*) - Continuação da pá~ina 121.


solubilizado :rara ligas q•<e pr~cípi tam a temperatura am-
biente.
T - solubilizado - estável. Os nú~eros que seguem indic~ ou-
tras operações.
T2 - solubilizado reças fundidas.
T3 - solubilizado e encruado.
T4 solubilizadc e t=ecipitado a tem~eratura ambiente.
T5 precipitado sem prévia solubilização.
T6 solubilizado e ~=ecipitado
T7 solubilizado e super T"reciri tado
T8 solubilizaào, er.cruado e precipitado.
T9 solubilizado, precipitado e encruado.
TlO precipitado e encruado.

-122-
Muitas delas requerem um pre-forja~ento em prensas antes do for-
jamento final.
As matrizes sao semelhantes às para forjamento do Al, mas com mai:z.
res raios de curvaturas, ;-ara facilitar o escoamento do Getal.
O Mg, como já foi citado pode tamb~m ser extrudado, como também
pode ser estampado e repuxado.
União de peças de Xg podem ser executados por solda, sendo empr~

gados os processos de solda elétrica a arco sob atmo~fera neutra,sol


da oxi-acetilênica em casos especiais de cha)as finas, soldas porpo~

tos ou contínua e solda de topo a arco.


A solda oxi-acetilênica apresenta a desvantae~m dos f:uÃOS utili
zados que são corrosivos. Uma perfeita limpesa da peça é necessária
apos a operaçao.
# -

Peças de magnésio assim como out~~s metais tem sido ulti~amente


ligadas entre si por meio do adesivos êe alta resistência.

Fundição das ligas

As ligas de Mg sao fundiias geralvente entre 700-780°C podendo


ser utilizado para esse fim, cadinhos de ferro ou aço, pois ~~atica­

mente n2o há absorção de ?e.


A fusão tem que ser levada a efe~to sempre sob a proteçêo de flu
xoa, pois o I·~g oxida-se facilmente. e <>.t~ :.. ncendeia-se.
O sal básico de proteção é o c} o:::-e~o de ;:g, anidro, com adição de
..
outros para abaixar o ponto de fusão. õ:se(;S fluxos servem tar::bém co-·
mo pv.rificadores, eliminando os Óxidos e •Jutr<'ls irrpureZéiS e xis tentes.
A carnal i ta, cloreto duplo de l'~g e r. ~ empregada, mas como e um
lÍquido pouco viscoso, a ele é adicior:a•,c Óxido de !l':g,. ou fluoreto de
Na e Ca, para torná-lo mais espesso.
Entre várias composições de fluxos ;;cde:r. ser citados:

Porcentagem

A) Cloreto de !-!agnésio 68
Cloreto de Potássio 28,5
Cloreto de SÓdio 4,5
Fluoreto de Cálcio 3,0
B) Cloreto de Magnésio 40
Cloreto de Cálcio 14
Cloreto de SÓdio 6,5

-123-
Porcentagem

Cloreto de Pot:Íssio 7,0


Óxido de l'íagnésio 12,5
Fluoreto de Cálcio 20

C) Cloreto de Pot~ssio 20
Cloreto de 1-!agnésio 50
Fluoreto de Cálcio 15
Óxido de Y.agnésio 15
D) Cloreto de Magnésio 45
Cloreto de SÓdio e t3e Potássio 37
Fluoreto de Magnésio 18
:;:) Cloreto de r·íae.nésio 72
Fluoreto de Magnésio 28

Cloreto de Mn é adicionado também no final da corrida para elim~


nar impurezas de Fe e Si.
Para refinar o grão é empreF,ado o 7-r, que no entanto nao tem e-
feito nas ligas com Al, o hexaclorober.zeno e o hexacloroetano.
O súperaquecimento da liga por alc-Jm tempo, seguid.o de resfriamell.
to rápido a temperatura de fusão," em geral refin"' o grão , possivel-
velmente por causar·a dissolução dns ~rreens dos mesmos.
Para fundir, o ~etal é coloc~do no· ca~inho ~quecido, com urna cer
ta quantidade de fluxo (1% do reso de.met<'l) e fundido rapidamente.
Esse primei·ro fluxo é removido, proterendo-.se a superf.Ície, dur~mte
a remoção, com S em -pÓ. ~ colocada nov::t q1;a!ltidade de fluxo (2%) e o
banho agitado violentamente. Removido esse fluxo, com os cuidados já
citados, igual ~uantidade é adicionada e o metal superaquecido por~
proximada~ente 15 minutos.
~ resfriado rapidamente a temperatura de fusão e escorificado; a
superf.Ície agora sendo protegida por uma mistura de S e ÁcidobÓrico.
O metal é então vazado. A superfÍcie pode ser protegida também pela
se5..1inte mistura:

8596

Durante esta O?er:J.ção po de enxofre é espargido junto ao jato de


metal.
A areia de fundição deve ter alta permeabilidade (90 a 140 !FA)

-124-
para permitir que os ga.ses esca!'em mesmo com as baixas pressões exer
cidas pelo metal lÍquido que tem baixa densidade.
A umidade dos moldes deve s<o:- baixa, pois o Hg a essa temperatu-
ra reage violentamente com a ágt.a.
Os teores usuais-são de 2.5 ~ 4%.
Além disso devem ser adicionados a areia, inibidores para evitar
a reação com a água e também com o ar contido nos moldea.
Os inibidores usuais são: enxofre, urna mistura de S e ácido bi
rico, bifluoreto de amonia, fluoreto ácido de amonio, ou silico flu~
reto de amonio .. send,. que a quantidade usada vari"a com o tamanho da
peça.
Para peças pequenas, até 12 k, pode ser empregada 4;'~ de 3 e i% de
ácido bÓrico·. sendo õumentado o teor de S até 8% para maiores pe-
ças. Os .fluoretos são empregados em teoi:"es de 1 a 3%. Alguns autores
récomeJ;tdà.lil o •J.so de are.ia contendo três inibidores citados e ainda
dietileno glicol, a.:rer1te de· absorção õ.e água para evitar que a areia
que tem baixa :uuidadeo, seque demais e esboroe.
Para fundição d.e 1•:g e:n cssca (Shell molding). deve ser adiciona-
do a areia, 10% de b~rofluoreto de amonio ou este em mistura com S
(0,5 + 0.5)%..
CAPÍTULO VII

O N!QUEL E SUAS LIGAS. PRINCIPAIS PROPRIEDADES E EMPREGOS

Introdução

O nÍquel, metal largaMente utiliz~do pelo homem desde épocas ~


to remotas, foi obtido na forma metálica pela primeira vez por !xel
P. Cronsted em 1751 na Suécia.
Ante~ dessa época era utilizado sob a forma de ligas com Cu-me--
tal Faktong na China, e laminas de armas e objetos. a base de ferro,
provenientes de meteoritos.
De 1751 em diante, quando foi reconheeido como um novo ele~ento,

o nÍquel teve as suas propriedades pesquisadas, e.devido a essas p~­


priedades ou a propriedades que introduz nas ligas em que é adicion~
do, a indÚstria do Ni teve um grande desenvolvimento.
Apresenta-se na natureza principalmente sob a forma de sulfetos,
nos minsrios denominados pirrotita,· calcopirita e pentlandita e sob
a forma de Óxidos silicatados denominados garnierita.
Hoje em dia são ·conhecidas somente duas jazidas de grande impor-
tância: Nova CaledÔnia~ Oceania e na província de Ontário, no CanadL
No 3rasil é conr.ecido o depósito de Niquelândia em Goiás, prÓxi-
mo a BrasÍlia: são depÓsitos de minérios ricos em Co, Cu, e Ni. ~i~
tem t~nbém jazidas em Liberdrtde e Pratópolis (Morro do Ni). Produção
no estado C.e ;~inas, em exploração.
O processo de obtenção é bastante complicado e em linhas gerais
podemos õ~screvê-lo da 5eplinte maneira, em uma informação rápida:
Ds sulfuretos concentr~dcs são calcinados, em uma operação que ~

limina parte do enxôfre e oxida o ferro.existente.


~sses concentrados conte~ de urna maneira geral 1,5% Cu, 4•5% Ni,
43% ?e, 26% S, 15% Si0 2 , e outras impurezas.
O calcinado obtido é fundido em conversores, com adição de síli-
ca e calcário, separando-se uma escória rica em ferro, e ummat~ ia
to ê, uma mistura de sulfuretoa já bem mais rica em Ni.
Este mate é fundido com sulfato de sÓdio e carvão em fornos re--
verberatórios.

-127-
Forma-se um sistema fundido de sulfuretos de ~i, de Cu e de·Na,
. que se separa em duas fases na solidificação.
A parte superior contém quase a totalidade dos sulfuretos de Cu e
de Na, e R inferior o sulfureto de Ni.
O ma te q_ue contém teores de 48% Ni, 27% Cu, 2"/o F e e 22% S, à. á na
separação: as cabeças de lingote que contém 40% Cu e 4% Ni, e as ba-
ses com 9% Cu e 65% Ni.
Processam~se novos refinas, pelo mesmo método, obtendo-se sulfu-
retos co;n teor de 72% Ni.
Esse material é moÍdo, lavado, tratado coe ácidos e cloreto de so
dia para retirar o restante do cobre e outros elementos (Ag,Pd, Pt).
O produto final obtido é o chamado óxido verde de Ni que contém
até 77% Ni. Este é calcinado com carbonato de sÓdio, lavado, e dá o
Óxido negro com 77,5% Ni.
O Óxido pode ser então tr~tado com CO, a 50°C,passRndo a formar
n{quel-carbonila, volátil que -~ decomposto a 200°C, e:n outro local,
com separação do Ni.
O processo carbonila, t?..mbém d~nominado processo !1ond, produz um
~i com teor de 99,4 a 99,8%.
Os sulfuretos podem também ser oxidados, e estes por sua vez re-
duzidos em fornos reverberatÓ~ios. O metal assim obtido, impuro, e a
seguir purificado por meios eletrolÍ ticos. A eletrÓlise é feita em um
banho, continuamente purificado, de sulfato de Ni e produz um metal
com teor de 99,95% Ni.
- p
A &arnierita, oxido silicatado,. é em geral tratada com sulfureto ·
de cálcio, gesso ou sulfureto de ferro, de modo a formar sulfetos. Es
tes são tratados como anteriormente citado.
A garnieri ta pode também ser calcinada, e depois reduzida em forno
elétrico, a forma de uma liga Fe-Ni, podendo conter entre 26 e 42?~ de Ni.
O Ni no estado metálico é encontrado no mercAdo sob várias formas:
granules ou lágrimas, catodos, lingotes, placas, em pÓ, e também sob a foE_
ma de ferro ligas e sais. A pureza do Ni é bem variada. sob as di versas f o.!:
mas em que é encontrado no estado metálico, como pode ser visto na Tab.l.

A:Jlicações do Ni

A maior parte do Ni produzido (60% aproximadamente) é utilizado


na fabricação de aços e ferros fundidos especiais. O estudo do empr~
go do Ni como elemento de liga aos aços e ferros fundidos foi inicia
do por Faraday.

-128-
TABELA 1
pompoaiçio nominal de vdria• formas do ~íguel
-
NÍquel e Ferro· Carbono Enxôfra Manganês
Cobr~ SilÍcio
Cobalto
-
% % % % % % %
1--

catodos 99.90-99.95 0,01-0,03 0,01-0,04 traços tre.Qos tr.aços


... ---
-
lingotes ' 0,04-0,20 0,01-0,06
a metralha 92.0-99.6 0,15-1,65 0,02-0.55 0,10-5.50 ~·~

. -- f - - ·
maleável 94.0-99.7 ·0,03-0.1 0.05-0.25 o. 25 max o.o1-0.40 c.,oos-o.o1o 4.5 max

fl.nuclon 92.0~99.0 - - - - - -
grãos 99.2-99.5 - - - - - -
pÓ 98.7-99.0 - - - - -
---·-· ------·- .. ~~----·--··

bolas 99.5-99.9
··-------------------------·- -·-·-- ----- '------~--------~-

O Ri quando ad~cionado aos aços eleva a resisiência mecinica, a


resistência a oxidação, o limite elástico e o limite de fadiga. ~ em
pregado para austenitizar aços com alto teor de Cr. ~um elementog~
fitizante, não tendo tendência a formar carbonatos.
Nos ferros fundidos o Ni age de maneira contrária ao Cr, estabi-
lizando a grafita, entrando em solução no ferro, aumentando a dureza
e a resistência, para espessuras relativamente grandes, figura 1 1 me
lhorando a usinabilidade; 4,5% deste elemento já torna a matriz do
ferro martensitica, passando para auatenitica quando o teor está en-
tre 14 e ;a%.
O Ni dá também resistência à corrosão aos ferros fundidos, assim
como resistência ao calor.
Os 40% restantes da produção do Ni sao utilizados na niquelação,
fabrica;:ão de outras ligas (monel,- alpaca., latão ao "nÍquel) ·a ligas
refratárias, com aplicações na·l~dúatria quÍmica, alimentar e ná. ae-
ronáutica.
O Ni é empregado ainda na confecção de baterias básicas, como ca·
talizador de reações de hidrogenação de compostos orgânicos, na fa-
bricação de eletrodos de vel~s, em moedas.
Peças com revestimento de Ni são aplicadas também quando a reais .
tência a abrasão deve ser grande.

Fusão e fundição do Ni e suas lir,aa


.
Na fusão e fundição do Ni e suas ligas .:.eve ser ser,Jida uma prá-·
tica ser.:elhante à usada para o aço. J..s areias de fundição recomenda-
das são as mesmas.
São empregados para a fua·ão de preferência fornos elétricos a arco e
de indução e também fornos aquecidos a Óleo ou gás. O carvão não é re
comandado por causa do perigo de contaminação por enxofre. O Óleo em
pregado como combustível deve ter baixo teor de s.
'!::ate elemento, assim como o Pb, dão as ligas de lli, mas proprie-
dades mecânicas, e características de solda.
Cuidados devem ser tomados para evitar contaminação por resÍduos_
de fusões ~~teriores no forno.
O ~i é maia sens{vel que c ferro, para absorção do hidrogênio e
oxigenio.
O carbono quando em teores acima de 0,5%, aparece livre, e na foL
ma de veios de grafita, tornando o material frágil.

-130-
O magnésio é adicionado com a finalidade de produzir grafita em
nÓdulos e também como desulfurante. O teor é da ordem de 0.1%.
O manganês é adicionado como desulfurante, desoxidante e paraa~
mentar a fluidez.
O ferro, sempre !Jresente nas iigas de Ni, até teores de 1% nao
apresenta ~nfluência sensível. O mesmo acontece com o cobre, até es
ses teores.
Os refratários usados na fusão do N~ deve~ ser neutros ou bási-
cos. Tanto os refratários dos fornos, das panelas, como o material
carregado no forno devem ser secados, para evitar contaminação por
gases.
A retraÇão na solidificação é bastante grande da ordem de z% e
os canais e massalotes devem ser grandes.
O Ni é sempre fundido sob uma camada protetora de escória prep.!
rada a base de carbonato de cálcio (calcáreo).
O Ni no estado fundido apresenta um limite de resistência de 35
a 42 k/mm2 com alongamento de 1 a 2%.

Tratamentos mecânicos

Na aplicação do Ni e suas ligas· de alto teor mui tas vezes os tra


tamentos mecânicos são obrigatÓri"os pois são empregados sob a forma
de barras, tubos, fios, obtidos por forjamento, laminação .ou trefi-
lação.
SÓ a análise quÍmica de uma liga, nao indica se ela será facil-
mente forja~a ou não, pois que outros fatores intervem nessa carac-
terística, tais como temperatura de fusão, velocidade de esfriamen-
to, tamanho do erão, existência de d~feitos superficiais.
O aqueci:nento dos lingotes deve ser feito em condiçÕes adeq.ua-
das, co~ um controle mais ou ~enos rieorosos da tecperatura, do te~

po de aqueci~ento e da atmosfera do forno. Nas operações iniciais a


deformação deve ser pequena. Al~~mas fi~suras que podem aparecerne~
ta fase de operações são retiradas por escarfagem antes do novo a-
q_uecirr.en"!;o.

Podemos classificar essas li~as em três grupos:


1. NÍquel quase puro ou puro
c:. :l.i{:"as com elevado teor de Hi

-131-
3. Ligas com baixo teor de Ni

Os dois Últimos grupos de ligas podem ser subdivididos em:

a. ligas não ferrosas


b. ligas ferrosas

NÍquel quase uuro ou puro


São as ligas que apresentam teor acima de 93%.
Na tabela 2 são dadas as composiçc~s nominais dessas ligas.

TABBLA 2

Composição nominal ~os nÍqueis maleáveis

Ni
(+Co) Fe Mn Cu c Si s outros

% % % % -% % % "%

"A" 99.4 0.15 0.2 0.1 o.• l 0.05 0.005 -


"D" 95.2 0.15 4.5 o.o5 o.1 0.05 0.005 -

"E" 97.7 0.10 •2.0 0.05 0.1 0.05 - -


I
"L" 99.4 0.15 0.2 o.l 0.02 0.05 0.005 -
~

uzn 94.0 I).i 25 0.25 0.05 0.16 0.40 o .005 alw:,Llio 4. 3'-

magnésio 0.3c
"Z-B" j 9S.75jo.,lo 0.17 0.03 o. 26 0.13 o.oo5 titanio 0.3.5

O r.Íquel A é o produto conhecido como Ni. Pode ser encrt<ado :::a;~


não é suceptível ao tratamento térmico.
Entre suas principais aplicações incluem-se: equipé•.mento para ir,
dÚstria quÍmica e alimentar. indÚstria eletrônica, cunhagem de mot' ..
das.

-132-
r
O níquel D, com alto teor de ~n apresenta melhores propriedades
que o ti~o A, a altas temperaturas, e é resistente a at~osferas oxi
dantes, sulfurosas. É aplica.do em eletrodos de velas de ignição, p~
ças de caldeiras e de ~ornes.
O nÍquel E apresenta somente um pouco maia de Mn que o nÍquelD •.
O nÍquel L com baixo teor de carbono é mais mole do que o tipo A
e nao endurecé muito por trabalho mecânico a frio. ~ empregado na
confecção de artigos que exi~em estampagem profunda.
Os tipos Z e Z-B são susceptÍveis de receber trat~entoe tér-
micos, aumentando a tenacidade e dt~eza. São aplicados na confecção
de molas, diafragmas flexíveis, matrizes para plásticos.

Ligas com elevado teor de ~i · !~ão Ferros as

As principais ligas deate gr~no sao as em que o Ni se encon-


tra ligado ao cobre e as ligadas ao Si.
As liga~ com Cu sao conhecidas pela designação de Monel, e con-
tém Ni entre 63 e 7r:J% e '~t~ entre 29-30%. A Tabela 3 apresenta a com
posição nominal dessas '~:'.fe:::-entes ligas.

TJ..B3LA 3

Liga Ni Cu ., Fe ~n Si c s Al

Monel 67 30 ?,5
max
2,0
max
0,50
max
o, 30
r.~ax
0,24 ---.
~onel
Fundido 67 30 ?,5 1,5 2,0 0,35 0,024 0,50 i
max max :nax max max
~onel R 67 29 1,4 1,0 0,05 0,15 0,035 -
Mone1 K 66 29 0,9 0,85 1,0 0,15 0,02 2,75
Monel KR 66 29 0,9 0,85 1,0 0,30 0,02 2,75
?·:o r. e l H 65 29,5 1,5 0,9 3.0 o, 30 0,02 -
i1one1 s 63 30 2,0 0,9 4,0 0,10 0,02 -

O monel apresenta alta resistência, ductilidade e resistência a


corrosão. ~ muito mais resistente do que o Ni sob condições reduto-
ras e mais do que o Cu em condições oxidantes.

-133-
Suas propriedades mecânicas só sao alteraõas por encruamento.
t uma liga com larg-'1 aplicação onde é exigida resistência mecâ-
nica e resistincia i corros~o.

O rnonel, designado por R sofre uma modificação na composição o-


riginal com o fito de dar a liga brna usinagem ~ais fácil.
O enYofre adicionado com esse fim nos teores indicados, nao afe
ta praticamente a resistência mecânica e à corrosão. t indicado pa-
ra trabalho em tornos automáticos.
Os monei.s designados por K e KR sao, -devidos à modificações do
primeiro, susceptÍveis de serem tratados termicamente para dar mai-
o~ dureza e resistência. As propriedades do monel K podem ser obse~

vadas na t'ibela 4.
Os moneis H e S, sao ligas para fundição, o silÍcio, melhorando
a fundibilidade.
O que contém 4% Si (monel S) é suscep-Hvel também a tratamento
térmico, podendo ser atingida uma dureza de 350 ?rinell.
As ligas de Ni com Si, conhecidas pela designação de Hastelloy
D, contém 1~ Si, 3% Cu, 1'!6 :Xn e 1% Al.
É muito dura- dureza Frinell 360- difÍcil de ser usinada,ecom
grande resistência à corrosão pelos_ ácidos sulfÚrico, acétieo, fór-
mico e fosfÓrieo.
Ligas contendo 3% dE: s;, sao :úgu:r.as vezes empregadas para a fa-
bricação de eletrodos a~ vel~s de ignição.

Ligas com elevado teor ie Ni - ferrosas

Entre as ligas fer-:-c3as, com elevado teor de ri e resistentes à


corrosão temos as deno:ninadas Eas t~loy A. e :3, ricas também em l'1o.
Estas ligas são compar.?:veis em resistência e ductilidade aos a-
ços ligas, e apresent~m elevada resistência à corrosão pelo ácido
clorÍdrico, principalrnen~a quando no estado recozido.
~ia tabela 5, pode ser vista a composição desta e de outras li-
gas de Ni.
Não podeo ser endu:r<::cõ.d;,s por tratamentos térmicos mas podem ser
encru'l.cas.
A liga Hastelloy ~ á ~ais resistente que a A e aos ácidos em
temperaturas e:evadas.
Quando são à.esej;;:iês ::c,:;-as com mO?.ior dureza e bastante resisten
tes à corros?.o por á·::/::s, e:npr;;,g-,.rn-se as ligas com Cr-Mo-Fe, deno-
minadas Eastelloy C, que s~o susceptíveis de tratamento térmico.

-134-
I"
...........
....J
350 ~

....J \
la.!
z '
\
c:: \ !
1113 300
, 11M . . .,
c
~
N
la.!
\
-....... ~
111:: 250 '-
=> r",......
o 2%NÍ~i~~iel
..... ... _
200

-- .
o I" o/t" ~· ~ ~4'' 1a" I

FIG. :::lO:['- 1

~
B
INFWENCIA DO Co NO DIAGRAMA SIMPLIFICADO
DA LIGA N IMONIC

FIG. ::lli -2

-135-
TABELA 4
Carga de ruptu- Limite elásti-
r~s tado r a à tração co a 0~29~ Alongamento Jureza Dureza
k.g/mm2 kg/mrn % Erinell ~ockwell c
!3arrAs l11mi.nadas a quente 84 max 25 min 240 max

Farras laminad11s a quente apÓs 98 min 20 min


tretamento endurecedor 70 min 265 min

Barra a estiradas a frio 94 max n min 240 1!\ll.X

Barras estirndas a frio e 100 min


endurecidas 77 min 15 min ~65 min
•, •
Chapas e lâminas recozidas 75 max 25 min 8 max
-
Chapas e lâminas recozidas
e endurecidas 91 min 63 min 10 min 20 min

Chapas e lâminas encruadas


meio dura~;~
87 min 60 min 5 min 15 min

Chapas e lâminas encruadal'!


meio duras e endurecidas 105 min 77 min 3 min 28 min

Chapas e lâminas ancruadas 100 min


duras (mol!ls) 75 min 3 min 25 min

Placas e lâminas encruadas


duras e endurecidas 120 min 87 min 2 min 33 min
..
TABSLA
Composições t{vicas 3ufmicas de liga à base de n{quel

Ligas c Ni Cr Co Mo w Cb Ti A1 Fe outros
Nichrome 0,25 80 20 - - - - - - 1,0 -
Hastelloy A 0,10 56 • 22 22

!L1Rtel1oy B 0,10 62 - - 32 6 0,4 Va
Rastelloy c 0 1 lO 53 17 - 19 .5 - -.. - 6 -
Inconel 0,04 80 15
..
- - - -
'~
·- - 5,0
...
-
!nconel w 0,04 75
--~~--' .
15
--·~·~- ~-
- - - - 2,5 0,6 7,0
-
..,.,

!nconol X
--lnoo
0 1 03 B 15 o,6 2,3 Of9 6,5 -
550 0,03 73 15 o,6 2,5 1,1 6,5 - --
Nimonio 75
~--
0,12 76 20 - - - - ' 0,4 0,06 :?,4 - --
Nimonic 80
---
0,05 76 :?0
-
- - - - 2,, l, o o,; -
- - - -
·-~ ~--------

Nimonic HOA o,o~


-
76 ?O :?,3 1,0 o,; - --
Nimonio 90 o,o8
-
58 20 16 - - - 2,3 1,4 0,5 -
Nimonio 95 o,os 58 20 16 - - - 2,5 1,6 o,; -
TABELA 5 ••• continuação

Ligas c 1\i Cr Co l1o w Cb Ti A1 Fe outros

Rex 400 0,09 76 19.2 - - - - 2.1 o.6 2,0 -


K42B o.o6 4? 18 22 - - - 2.6 0,6 1~ -
r::co -:-oo o.1o 46 15 29 3.0 - - 2.0 ~.o 1.0 d

II
n:co 102 0,02 80 15 - - - - o.; ~.o o. ~5 -
INCO ?03 o.o8 80 10 - 2.6 - - 2.4 2.95 0,40 - i:
!NCO 709 0,10 80 9 - 3.0 - - -
2.7; 3o75 o, 40. -
INCO 7l0 0,10 77 8,25 - 3.0 - - 2.7 ~.;;c; 0,.10 -
Mu1ti-Alloy o. 25 46.5 20.5 3·3 2.7 3·5 2.9 1.2 - 19 -
Waepalloy o.oa 58 19 13 2.5 - - 2.5 1,0 3.5 -
R'.:!rractalloy 26 0,03 37 18 20 3.0 - - 3 ':'. :"5 19 -
Udimet 500 0,10 55.6 19.4 13.7 4.15 - - 2.95 2.87 0,6 -
Haetelloy R235 0,10 64 16 1.5 5.5 - - ,.o 1.5 6 0,6 Si
M252 0.12 54 19 10 10 -· - 2.5 1,0 3·5 -
• I
Entre as ligas de N1, com alto teor, ferrosas, a~resentam tam-
bém grande importância atualmente, aquelas denominadas ligas refra-
tárias.
Por ligas refratarias sao designadas aquelas que a~resentam um
conjunto de características mecânicas e fÍsicas a temperaturas ele-
vadas, que as tornam prÓprias para a confecção de peças estruturais
de motores e engenhos es~aciais, e ta~bém de aviões de grande velo-
cidade.
Por temperaturas elevadas, entenderemos temperaturas superiores
a 600°C, limite de emprego de aços ligados correntes. ·
As principais características .que nessas ligas devem ser cons·i-
deradas são:

1. resistência mecânica a quente, suficiente; en~re essas carac


terís.ticae temos: resistência a·
.......f'luência, resistência a fadiga e re
siliência.
2. Resistência aos choques térmicos, que causam o ârarecimento
de tensões internas, devido às variações de dimensões ligadas ao fe·
nômeno da dilatação térmica.
3. Resistência à oxidação.
4. Facilidade de obtenção das peças.
5. Teor de elementos de ligas, raros ou escassos.
O Ni é o elemento de base em uma das importantes classes de li-
gas refratárias: os o•tros elementos sao o ferro e o cobalto.
O Ni é interessante como elemento de base, pois dá as ligas a
estrutura austeni tica y , cubica de face cer.trada, q'.le possue exce
lentes propriedades de plasticidade e resistêr.cia a q1.1ente.
Empregado só, no entanto, o Ni não apresenta as propriedades re
queridas por uma liga refrat;iria e e::ttão é sem.!Jre acorrpanhado de um
ou diversos dos seguintes elementos de liga:

Cr- cornur.ica ao Ni uma resistência à oYidação elevada. As l i -


gas Ni-Cr coe 20% Cr tem praticacente a ~es~a resistência à oxida-
ção que o Cr puro. Kelhora tacbéc a resistência a quente.

Fe- por razões de economia pode substituir uma parte do Cr (a-


té 50%). Como o raio atomico do ferro é vizinho do Cr, as propried~
des estruturais da liga são pouco modificadas.

Co - não tem ação prÓpria sobre a resicltência a fluência,mas p~


de modificar a solubilidade de outros elementos n~ matriz austenit!

-139-
Ti, >\1., f1b - introduzi~-:s ,...:- !H~;'~u~-::as r:..uanti"lPdes {menos do f!.Ue
3%) rroduzem o fenômeno de end~'recimento estrutural, que aumenta a
resistência à fluência.
Entre as ligas, il mais con!-·?Cida ;, a ~:ichrome com 20% a 80") Ni
com gr;mde resistência ;; oxid'lção -'lté 100~-llOOOC, boa maleabilida-
de, e grande resistência elétrica.
Procurando aumentar a sua resistência mecânica a quente, foi a
ela adicionado um pouco de W. ~ssa adição abaixa o alongamento.
Uma parte do Cr foi trocada por ferro, e assim surgiu a liga de
nominada Inconel com a seguinte composição base

Cr 14
Fe - 6
w 3
Ni restante

A adição separada ou melhor ainda, sir!ml tanea de Al e Ti comu-


nica a liga 80-20 um endurecimento estrutvral e resistência à fluê_!!
cia.
Pesquisas demoradas permitiram definir os teores Ótimos desses
elementos e determinar os trata~entos tér~icos.
Os materiais para permanecerem resistentes r.evem'trabalhar àtem
peraturas inferiores às de precipitação. r estudo foi baseado então
na modificação do diagrama de equilÍbrio, especificadarnente da l i -
nha solvus do diagrama pela adiç8o ou modificaç?o da porcentagemdos
elementos, figura 2.
Assim verificou-se que a adiç~o d"! 20°1 Co amr.enta de aproxir.1ad~
mente 50°C a temreratura de uso dessa lica•
A adição de teores de 5~ ~c, a torna ainda melhor, principalme_!!
te com teor mais elevado de Al. O Co reduz as propriedades de reais
tincia ~ oxidação que são ~elhoradas por estes elementos.
Essas modificações todas causaram o ararecin~nto de diversas li
gas cujas composiç~es são àadas na tacela 5.
(1 gr.:Ífico da figur:, 3 ::ermi te cor.par"-:- as t-=nsões de ruptura em
1000 horas de ligas refrAt.:Írias ~ base de ~i com outras ligas e o
da ·figura 4, essas tensões :1ara várias li!"S de Ni citadas.
Lieas de Ki taobém são empr~gaàas como elementos de aquecimento
elétrico.
A mais conhecida P. a 80-20 (80 Ni-20 Cr) com grande resistência

-140-
1000 1!500

TEMPERATURA °F
FIG. Jm:- 3

-141-
,
à oxidação, maleabilidade e resistividade elétrica.
Com essas ligas podem ser atingidos nos fornos temperaturas até
1150°C, quando a atmosfera é oxidante.
Em atmosferas redutoras não são tão resistentes, esta baixando
bastante com alternância de atmosfera oxidante e redutora.
As ligas que contém ferro, para abaixar o custo sÓ podem traba-
lhar a temperaturas até lOoooc.
A variação de resistência elétrica dessas ligas em função dat~

peratura é dada na figura 5.


Com a adição de Al as propriedades são melhoradas, podendo en-
tão ser utilizadas até 125ooc.
A compo_sição dessas ligas é dada na tabela 6.

TABELA 6

Designação . ComposiçP.o %
Comercial Ni Cr Fe Mn Outros

Cranel P 90 10 - - -
Nicrome III 85 15 - - -
Nicrome v 80 20 - - -
Nichroloy I 75 16. 7-9 3 -
Nicrome
fundido
" 67 16 12 1 -
1,41 Al
Brightray F 36-39 17-l9 :Sal - ·1,41 cu·

Erigl::tray E Bal 18-20 0,5 - 3,5 Al

Em outras ligas usadas com a mesma finalidade encontramos o Cu

ligado ao Ni. Devem ser empregadas a mais baixas temperaturas. A com


posição de algumas dessas ligas é dada na tabela 7.

Ligas com baixo teor de Ni

::omo já citamos de inicio a maior narte do Ni produzido é utili


zado na fabricação de aços e ferros fundidos especiais ~ue se enqu~

àram neste grupo.

-142-
I
500

FIG.Dt- 4

I. I 00 ~""T""-.,.--r---.--.--.......--,.-...----.--

l J!

TEMPERATURA °F

FIG. JDI -5

-143-
,,

Desi[!;')ação Ccr.tr·o~iç~o '~uí:rica

Comercial
~:i 'tu F r; Fe Outros

Advance 44-4(, "i4-55 - - -


Copel tS 55 - - -
Copernick 50 50 - - -
Manganin - 87 13 - -
r;anganin 4 8%.I 13 - - .
Ferry 4.1-4;; 53-55 - - Cr-Fe-Al

As propriedades introduzid?.s por este eleme~to nessas ligas já


forac citadas.
No entanto podemos citar aqui alguns tipos mais conhecidos como
seja 18/8 (8~ Ni) inoxicá~el e outros com teores mais elev~
o aço
dos, che_gando a 2~, e que pode:::os dizer foram os pri"leiros mat~ri­
ais refratários ::>reduzidos, alcms ti.,os rodendo ser utilizados até
700°C, se be=- que com muitc ba~xa resistência.
Os aços para cementação tal!lbé:rt em .~er<'l contém Ni, em teores a-
té 5%, para aumentar a tenacid~ce·e temper?.bilidade dos mesmos.
Nos aços para nitret~ção ta~bém é usaco para diminuir a fra~il!
dade.
Alguns tipos de ferros_ fundidos ao Ni podem ser citados como o
Ni-::!ard, martensiticos (4,5~ Ni - 1,5:~ Cr), os ri-resiste (14.,.16~Ni
- 3% Cr) e os aciculares ( 2-4~ Xi 15~ Mo).

Li~as ~ara imans nermanentes

A lica original usada para i~ans perm?.nentes era c aço com ele-
v~do teor de carbono. O Pr>arecimento dos P.ços com 5% de W, veio me-
lhorar as caracter{sticas dessa 1-ir:a, :rara essa finalidade.
C ;.; foi substi tu:Í:ào pos teriorrr:ente pelo Cr e::~ teores de 3, 5~ ,
por :::eàidas à e eco!"lomia e e:; casso à o W, se:r. ::;r~nàe alteração nas :rr-2_
pried;;.des.
A se~ir, a es~es aços de rtlto ca~bon~ foi adicionado o Co, me

-144-
lhorando grandemente as ligas anteriores.
Em 1929 apareceram as ligas Fe-Ni-Ee, c-"'"" foram substituídas p~
las ligas Alnico, consti tu.Ídas por .ferro ::.iga:io ao Al ao Ni e ao Co,
e da qual existem vários tipos, algumas cor:"'.;C?ndo ;;.inda Cu e Ti.
A compo-sição de diferentes tipos de ligo:.s Alnico é d'!da na tabe
la a.
TABELA 8

ComposiçÕes T:Coicas :l.e Ligas ALncc ü:azyéticas)

I
! Al '
Liga Ni Co outros ~lamentos
i ,_
Oi c/
:r:. o/ %
Alnico I I 12 20 5 6 Cu
f
l
..
Alnico I I i lO li 12.5
'
Alnico III 12 25

Alnico IV 12 28 5
Alnico v 8 i! 14 . 24 _,~ Cu

Alnico VI 8 l' 1:' i


24 3 cu· 1,25 Ti I
Alnico VII 6 F 35 8 Ti

Em tod"'s as li&:"as o r,;;s-:an~e -para constituir 100%


.
é fer:;:-o

Ligas para nÚcleo de transf~rnadores sao fabricados também com


a seguinte composição - 50% Ni - SO% :a.
As ligas geralmente utilizacas para nÚcleo de transfor~a:l.ores ~
a ?e-Si com 4:-< Si • .:..a ligas Fe-K:'. (50-50) pe!":ni tem reduzir as per-
das de er.:.ergia na ordem de 50%,. rcrem são muito caras e so:z:o:nte em
casos esreciais são utilizadas,

Outras aplicações

Outra li.;-a interessante é 2. t<:.1o:rünaC.a !:i-Span-C contendo ?:i -


42%; Cr - 5,4~-; Ti - 2,4%; Fe, ,::..~~o coeficiente termo elástico é
praticamente nulo, o módulo de elasticidade n'lo se rnonific;;::do com
pequenas variações de temperat~~a.

E a liga indicada para a fabricaç?o de ~olas em a~arelhos cepr~

cisão, tais como cabe.loe de cron.3metros.

-145-
Muitas ligas nao ferrosas também sao confeccionadas contendoba!
xos teores de Ri.
Podemos citar entre elas, as seguintes:

a) Alpaca: é UM latão no qual: parte do Zn foi substituÍdo pelo


Ni. Uma composiç~o tÍpica e:

Cu - 65 Zn - 17 Ni - 18

Com a adição do ~i o latão· passa de amarelo a branco, tornando-


-se bastante resistente à corrosão.
As difiC'..tldades de fundição e laminação são maiores do que as
que se apresentam para o latão, mas as propriedades obtidas, fazem
com que o consumo de ~i com essa finalidade seja bastante eleyado ;
no Brasil é urea das indÚstrias que mais absorvem esse metal. Com e-
la são confeccionados talheres e baixelas, hoje sendo em grande paE
te subs ti tuíd_a pelo aço inoxidável.
~ aplicado ainda em outros artigos de luxo, quando a boa aparê~
cia com pequena manutenç~o é desejada.
b) Ligas cupro-níquel- 70-30 (70 Cu- 30 Ni) são grandementee~
pregadas por sua resistência à corrosão. Um emprego tÍpico é em co~
densadoies de navios. por causa j1:.stamente d,essa caracterfstica,que
permite uma utilização por um tempo da ordem de 6 ve~es mais longo.
O nÍquel é utilizado tél.mbém para melhorar as propriedades de r!_
sistência e dureza em ligas de Al~ utilizadas em pistões de motores
a explosão e como materiais anti-fricção.
Outras ·ligas bastante importantes, não quanto a quantidade pro-
duzida, mas sim devido à características especiais, são as de baixo
coeficiente de expansão térmica, ·caracterfstica do sistema Fe-Ni.
A primeira liga de baixa expansão desenvolvida, contendo eerc~

de 36",.!, de l':i foi denominada In v ar.


Todas elas apresenta~ uma faixa de temperatura em que a expan-
sao térmica é m~ito baixa, fis~ra 6, mas àe todas elas é o Invarque
apresenta menor expansividade, com exceção das denominadas super I~

varem que parte do Ni é substituÍdo pelo Co. A composição e a se-


euinte 31~"-34% Ni - 4-6% Co - Fe.
A fi5~ra 7 ~ostra a curva de expansão térmica dessas ligas. No
entanto para ~ais altas temperatura o Invar apresenta melhores ca-
racterfsticas de baixa expansão, fi~~ra a.
Para terminar devem ser citadas as ligas utilizadas para a con-

-146-
/
/
/
I
1-'
.p,.
-.J
I

FIG.JDI. -1
-
1.--- l..--'"
---
4 U.S ''~~' M,i lllá,
IWAet
2 - r--
o
u

........
-...
•o
2 -I"- 1--._ lo...
o
2
o
- ks
---
---
.--l..--'
~

~
52.1 h ;S4.0Ni.;
3t.S Co

U.li ,e;SI.li llll1


4,0 C:e

u.o

-
( l'e&lli,O 1181.;.
41( ~ 4,0 e.
2 1..----
I o
"ldi.l

~
1- 2
o
- r--.. - as.s '•, 11,111 111&;
- V"' e.
I 2
o
.Ar 1
r--
---- ~
11.0

-- ---v
X
1.11 111,5 ll"e;II.S IIK;
2 .A '• ~ s.o e.
1.11
o o s:s.s ... ;10,5 fi!i,
a.o e.
z-
1.11

--- ~
1-
z .ArI.
ldi.l
o r
õ
iG:
~
2 - .Ars
:1'
l--o--
....---..... sa.s ,~ :~1.s
s.o e.
llll;

o M.O 11'$;31,0 Ni;

--
u

---- ---
? U Ce;.O,HII\IIII
2 - -
.Ars
~
J
o
2
o
-

-100
lltt-s

'- 40 I
o i 40 I 10 I
--- 120 I 160 I 200
S3.0 h; 31,0 lllli;
Cl,O Ce;~OII\IIII

TEMPERATURA 0C

CO!Ef'ICIENTES D1E IEXPANSlO


.
TERMICA DAS liGAS
fo- Ni.-Co COMPARADO COM INVAR

fiG. JDX - 7

-148-
fecção de pares termo-elétricos.
Estas ligas devem apresentar características especiais (resis-
tência a oxidação, dificuldade de cont;:;minação, facilid-ade de repr~

dução, potencial elétrico relativamente elevado, e por isso são po.!!_


co numerosas.
O Ni ligado ao Cr (10%) constitue a liga denominada cromel, que
junto a outra ·liga também com o Ni, o Alumel- (Ni- 94; r~- 3;Al-
- 2;- Si 1) forma um dos pares termo-elétricos mais difundidos, de v.!_
do as suas propriedades, ligadas ao baixo preço, comparadas_ com ou-
tras ligas usadas com a mesma finalidade •

.l,Ol.O
I llll'l!lollli ....,.,~:$
! llili~i. { IG>3VA4tl
) 4l'l!lollil<
1,00. 4 41'"111.®1ii
• 'a A .... i

1,0~
111 '!!lo li:
""
.1,004

1,002

f'IG. ::D:-1

-149-
CAP!Tl!LO VIII

O TITANIO E SUAS LIGAS. PRINCIPAIS PROPRIE~?JES E EMPREGOS

Introdução

O titanio só foi sep~r~do ~omo metal com relativa pureza (~5%),


por H. l':oissan, L.P. Nilso!'l e C. ?etterson em fino; do século XIX, se
bem que sua presença tenha sido reconhecida corr-o a de um novo ele-
mento por Willian Gregor na Inglaterra em 1791 e por M.H. Klaprotte
na Alemanha, na mesma época, em vários minerais.
At~ a -época de Moiasan só co~postoa muito ir-puros eram obtidos.
Em teor de até 99,9% fo~ obtido por M.A. Runter em 1910 fazendo
reagir o cloreto de titanio com sÓdio, em uma bomba de aço no vá-
cuo, aquecida.
Em 1925 Van Akel e de :Bo.er, del'lenvolvem o método de purificàção,
pela dissociação do iodeto, pe~itindo o estudo do metal em estado
bas~ante puro.
Em 1940 ·aparece o r~ocesso Kroll de redução do tetracloreto de
titanio pelo magnésio fundido, e ele co~eça a ser produzido comer-
cialmente em 1948.
~um dos elementos mais abundantes na crosta terrestre, sendoaó
excedido pelo Al, Pe e 11g. O seu teor r.a cy-c:.ota é da ordem de 0,696,
mas as jazidas de minérios nao são abur.dar.t·;s, sendo os principais
minérios a iimenita (FeTi)o a titano~~gne:~tse o rutilo
·PeTi)o
3 4
(Ti0 ), uma das formas alotrÓpicas do seu 6xido.
2
Numerosos processos foram desenvolvido~ par~ refino do Óxido de
titanio, por~m a sua reduçio di?eta ao est~~o ~~~~lico nao se tor-
nou comercialmente vi~vel, devino ao seu elevadc calor de formação,
e facilidade de manter o oxigênio em soluç~o sá::aa. O carbono e o
hidrogenio os mais comuns redutores n~o s~o ca:~~e3 de efetuar a re
dução do biÓxido de ti~ânio.
Mesmo a 1000°C o !'~g não consegue reduzir -~:êsc"::.=tamente o Óxido
de ti tanio. O cálcio é o redutor mais efeti ·c -:o, - '3 ;:>ermi tindo ainda
a ocorrência de 0,1% de oxigênio no ~etal.
Os processos utilizados mais comucente S'l.C o:;:.:".es que transfo!_
mam o minério em tetracloreto de ti tanio ( Cl4'.:'i' ~-; .-, é bastante vo-
-151-
.,

látil (ponto de ebulição - 136°C), e reduzindo o tetracloreto com


hidrogênio, ou com o sÓdio.
t obtido principalmente pela reduç?.o do Cl . com o t-:g - proces-
so Kroll - e decomposição térmica do iodeto. Sste Último é mais um
;recesso de purificação.

Fusão e Fundição do Titanio e suas Ligas

O comparativamente alto ponto de fusão do Ti, (m torno del670°C


segundo }lcQuillan e 18200C + 100 segundo o M.::andbook e sua na.ture-
za al tax::ente reativa, tornam a sua fusão bastante difÍcil. Ele rea-
ge facilmente com o oxigênio e o hidrogênio, absorvendo também o ni
trogênio. Reage também com os refrat~rios usuais, violentamente, ta
bela 1.
TABELA 1
Reações do Titanio cem mate~iais refratários

Tempe:::-atura de rellção
~laterial
14000C 1600°c 18Q00C

Grafita - na o leve
CaO - não leve
Th02 -
na o
nao
leve
leve
violenta
Al20 3
EgO leve leve violenta
:E e O - leve
leve
violenta
violenta
Zr02 não
Ti02 na o leve aci!lla do P_oE
to de fusao

Ti C - -
do Ti02
leve
.
Si C - - violenta
Zirconia - - violenta
Areia Fundida - -- violenta
Si02 - violenta
Silicato de SÓdio - - violenta

Somente três substâncias - a grafita e os Óxidos de cácio e d~


tório recristalizados suportam um contato prolongado com o titânio
fundido e mesmo estes contaminam o metal, tamto mais rapidamente e
em maior grau quanto mais elevada a tex:;peratura um pouco acima da
de fusão •.
O oxigênio e o hidrogênio são particularmente nocivos, pois que
nao podem ser removidos do metal por processos comercialmente apli-

-152-
cáveis, e mesmo em pequenas quantid~de~, re~uzem grandemente a duc-
tilidade.
F'ar<l evi til r ess;;. contP.!r.i:Jaç::o dl::::-r;r:t;e ;; fusãc e .fundição, -estes
processos são realizados seja ne> v;:;"cuo, se~P. em '~;"ta atmosf"era de gás
in<?rte muito pura, e r?.pi<lar-.ente, par~ dimin~ir o temp') de contato
com os refrat?.rios.
Xuit0s são os métodos já de~en~olvi1os rara ~ssa oreração,os me
lhores sen~o os ~Yoce~sos co~ ar-o elé~rico, e de indução.
:Sm 1905 von ::9ol tcn desenvol\•e'..l = :forT'o a arco com eletrodo CO!!_
sumÍvel, mas empregando u~ c~dirho de cobre res.friado a agua.
· Kroll modificou o ~recesso: um eletrodo nao c0nsu~Ível resfria-
do a agua.
O esquema bisico de um forno :ara laboratÓri~· é visto na f!g. 1.
O emprego de eletrodos consur.Íveis, que deve~ ser do mesmo ~st~
rial que está sendo fundido traz vários inconveni~ntes tais como:ob
tenção dos eletrodos e:n for:-:a de barras, e r:ovil:!entação desses ele-
trodos a medida que vão sendo consu~idos, se~ pe~itir a entrada de
ar.
A possibilidadede escolha para o material de extre~idaàe de ele
trodo não consumível é bast:;nte reduzida, devido aos requisitos 'l.14G

deve Rpr~.sentar: alto ponto de fc;s_::io, boa emissão, boa condutivii:;;-


àe térmica e elétrica, resistência mec;nic:;; e ao choque térmico ra-
zoáveis, facilidade de junçP:o ;;o e] e tr:-do ~ro]':::-ia;~:ente di to.
Some~te dois Qateriais são atu~lme~te empregados com essa fina-
lidade. T:ma lis"- de \{ e Ti e fTafi ta.
Para a fusão de lin~otes· em esc>~la ind·1strial dois tipos princ.!_
rai s de fornos são e;n:;re;_-ad os.
O Ca figt1:ra 2 con~é:r: "ili:1 cõC:inr..o de co::y-e resfriado a água. cor:
c:m disr-osi tiv0 d.e car::-.,_:a,.,e~to de :r.ateri.al. a ser :fundido, na 'p?.rte
su"erior, e eletrodo móvel, ~ue ?er~ite o s~u desloca~ento a medida
'lue o cadinho V>~i se enc: '?nélo de ::!E>tal :~un-s.ido, a :fim de manter o

C sec-.1ndo ti:;o de forno, fi:-.1ra 3, te:-1 o eletrodo f"ixo, e o de


p8si to de r..Pi;:;l fl,ndido a·Q"!rto t:1:nbérr. ;;;;. 7;:;rte inferior. OinÍcio da
corrida é feito vedando ess;; pa:;s>~.ge-n -:om .;m ped"·:'O de lingote fun-
dido em corrida anterior. A medida que novas quantidades de metal
vão sendo fundidas, e] e vai abaixando, umfl -.;.arte do ~::e tal fundido,
se solidi:ficando, num ~rccP.sso ~e lin~otace:r. contínua.
Outro tipo de forr.o também utiliza-:l.o é o deno::tinado "sku.ll ",que

-153-
ELIH~ ftiEFfti61EüDO
A ÁGUA

,
FLEXIVEL

C08EftTUftA
ESfftiADA

FÔftNO EXPE~IMENTAL

FIG.Jmi.-1

-154-
f MOVI Mlii!IINTO
-DO ~
ELETIIIOOO

ELETROOO

FORNO A ARCO

fl6. :xm- l

-155-
DO
VIIRADOR-

-...EXTRATOR

.._ I

FUNDIÇAO CON"'nNUA A ARCO

FIG. :Jmr- 3

-156-
--. :- .. -.-

podemos chamar forno de casca.


Neste forno o cadinho é revestido por uma capa ou camada do me-
tal, mantida por meio de um controle do esfriamento da parede, por
~gua. Os tubos que servem para esfriamento, servem também para pas-
sar co~rente de alta frequência.
Um forno com interesse cientÍfico é o devido a Okress e Wrough-
ton, por indução, mas sem cadinho. A fusão é realizada com o mate-
rial em levitação.
A figura 4 mostra esquema desse forno.
Para fundição de peças assim como de lineotes de Titanio é em-
pregado um forno como esquematizado na figura 5, e como o da figura
6, o Último para fundição centrifugada·.

Propriedade do Titanio
~ ~- .
O titanio existe sob duas formas alotrÓpicas. O Ti a encontrado
a baixas te~reraturas, cristalizado no sistem~ r.exagonai compacto e
o Ti ~ , estável acima de + 880°-C, no siste;r.a cÚbico de corpo ceE_
trado.
O coeficiente de expansão_a 15~C é 6
de (8.35! 0.15) x 10- /°C
e a sua densidade calculada a partir dos ~arâ~etros da rede é d
4.505 g/cm3 e a medida é de 4.507 ! 0.005 g/cm 3 •
O ponto de fusão, como j ; vimos va~ia se~1ndo os autores entre
1668 ! 5°C .
até 1820°C + 100°C, e o calor especÍfico a 200 é
O ,126 cal/g/° C.
Esses valores todos ainda necessit~m de correções, pois que ne-
les devem estar influindo a presença dP. impurezas em rcquen~s q~an­

tidades, para as quais o Ti é muito sensível.


As propriedades mecânicas ta~bém deve~ so~rer as rr.es~as influên
cias, e podemos dar os seguintes valores para o Ti obtido a partir
do Tir •
4
Dureza Vickers - 60
Limite de resistência - 22 k/mm 2
Limite de proporcionalidade 7-8 x/~m 2
Limite - 0.2 - 10-14 k/mm 2
Alongamento - 55%
Extricção - 60%
JllÓdulo de Young- 9.7 a 13.8 x 10 11 kg/mm 2

-157-
LUClT er ----1<111

CABOS DE
LIGAçÃo~-+-~

FUNDIÇÃO CON LEVITAçÃo

FIG.Jmr-4

-158-
,.
IFOM«>
ALTA FAEOU[tr.
CIA

TUIO ,..M PIAR/


T~ IU410-ELÉT~ICO

FORNO DE 6RAFITE
f'IG. Jmr -5

-159-
,. /TAMPA M QRAf'ITE
.AR GOMO
/ Tu ao oe: MMITE
I

-
FUSAO CIE&>eTRIFUfiADA
~
00 TITAN<O CO~
CADiNHO O€ MAFITIE

F I G. ::!lDI - 6

-160-
__._.__
Efeito de irn~urezas comuns nas -ro~ri~1ad~~ cec;nicas

A despe i to da b;tixa resistência dt::> Ti de alta pureza, o Ti co-


mercial e as li["as de ti tar.io f"·~ e:: !'~r e..,:-reg«dos err. mui tos casoe

-nois o~e
- vários ele=en~os e
-
levam consideravelmente~ ~esiritê;cia ~ec~r.ica do Ti, porém se es-
ses eler.:ent.os ul trapassa!'l certo teor, o material torna-se quebradi-
ço.
As impurezas no~~J~er.te prPsente~ no 7i são do tipo interstic!
al e substitucional, sendo as ?~in~ir~s as que ~aior influência e-
xercem. São o O, N, ~ e C.
o F e é o principal elemento de liga. substitucional.
...
A inflUência do o i o _}! e de " n,._s propriedades pode ser vü:to
nos gráficos d"'S figur<:s 1. 8 9. ~

O Hidrogênio não tem fT~nde ir::fluênci" na dureza segundo alfUDII


autores, em pequenas porcenta~ens abaixan~o-~ levemente, porem, po-
rem, a resiliência é r,randemente afet~da como é mostrado na fi~Jra
10-.
A influência do ?e nao é t;;-o r-:arcante como j-'Í roi citado.

T=abalho Mecânico e Sold~

A obtenç~o de peças por lar.:in·'lção do ti tanio e de suas li['<!s,


fundidos os lingotes em fornos de arco, nP.o apre~ent~~ hoje em dia,
as diriculdades 'lpresentadas h~ alsum te~~o atrzs. A oelhoria ne
:pureza e na uniformidade do li:'!~:;ote, resolveram >:JUi tos dos pro'!--le-
mas encontrados no trabalho mec~nico, por~~ a estrutura hexagonaldo
ti tania a ~aixas tem:;->erat'Jras • e o efP.i to endurecedor do O, :N e C
presentes nos produtos comerciais lir.i. tam ~asta!:te « aplicação 'les-
tes processos a tempe~atur~ a~ciente •

.\s ligas na::-ec~m encru::tr f-"cilmer.te tornand0-se <r:.ebr<~diças.

A w.aioria des ope~~çõe~, ne~tas l:~:;as, são ?rocessadas a alt~s


te~peraturas, na faiY"' ce ~00-1~oooc, ~- r~~tas temper~turas o pro--
blema ile contaminaç2o po!" ;;ase' j~ é 5::1p0-tante.
A te::~per~t:;.ra va'!'ia com a li;:o-a P. n se:' contróle deve ser rieor~

so, par=! diwinui!" ao ~Í!"!i~o a CC!}ta=i::aç~o.


A rrática co::1ercí2l de ~reven~ão ~e contamir.~çâo ~or meio de at
mosfer? controlada, air.àa não foi de~rnvc1vida completamente.
A tP.cnica corrente cnr.siste e~ li~it~r ao mÍnimo o tempo de tr~
balho, ; te~peratura, e :csteri0rmcn~o re~over a camada superficial

-161-
%0 lll't.
) o.2 li Q.!kl a.n 1.00 :.lt ~ i() 175 U)~
14"'
- I _i

v
I
~

ILIMT REIST:L
~
120

v lo"

./
v
.........
""""'

I"
LMiTE RESI~,/'
.~ L
./
v lo"
LIWTE O,!

~ ~LIMITE
~ 0,2
,....- ,._' r-

~~
350
~
/
40

!"'
v / V-EIA
~ f
>


5""
/ " - 2150

/-ou~~tEI - 200
~
\

\. ;Py
,.,
.......
..,..., ~ ... ...
~
,..
- 150

"
r-. ....
ALOM41.( ~) - 100
r-::-..... ALONG. ~i")
!O

, --- ..............

n
...
'"

~ 0,2 o,3 0,4 o~ ~


" 0,1
i"\
CONCOITIItAÇÃO 4
111
O PESO

EFI!:ITO 00 OXiaiNtO NA PROPftiEOADE DO Ti-


#

-VAftiOS AUTOftES- TEMPEIUTURA AM81ENTI

FIG. XCI- 7

-162-
o 0,1 (),2 0,3 0,4 a.s ~ 0.,7
CONCENTI\AÇI() N OI Pf:*P

EFWO 00 N NA ~EDADE 00 T i - w"""" ......


AUTORO- TEMPEUTUIItA ~ENTE

FI C. :::n1: - I

-163-
CONCENTRAÇiO
o Q,5 IJl. 1.,5 2,P 2,5
T
3.0 ~5
T I
8C

--
....... / ~ ~---- -- LIMITE REIISTK1A
I
io-""

4-
~~ / v-
-- ~----
1---- L&MIT~ 0,2 lt.oo
,

--· ~ _,;tlt' ~
1---"
f--- --- DUREZA.
1150
~

,._ ~
3111:
- L
>
""'V

-- -- -- A.LONG. (J~
100
-
..........
~---
-- ...

.,._
..,....

20

lO
""' ~ A.LONI. (I")

I
o ~ ~ ~ ~ ~ ~ w ~ ~
COtiCIEDIITRAÇ~ %C EM PESO
I
EFEiTO DO C NA. PROPRIEDADE 00 Ti --VA.RIOS AUTORES
TEMPERATURA. A.dlENTE

FIG.~-9

-164-
40~--------------------------- I

iJ
o
<(

<(

~
<lo!
t-
V)

~
Ir
tot

o 0,5 1,0 1,5


- --x
COMPOStçl:J

.....
RESISTENC!A AO IMPACTO DE LIGAS Ti- ·l-

F I G.:::liZllr- 1 O

-165-
contacinada por meio de uma decapagem.
O forjamento do ti tania e suas lig:>.s é realizado e:n te:::peratu-
ras dentro da faixa de 850-lOOOOC, na região da fase ~ • ou na pa.!:
te superior da zona de duas fases (a+~). No caso de li,c:-a~ core Al
e 3n, a teoperatura é mais elevada - llOOOC - pois nestes casos a
oxidação ~ão é tão rápida.
O forjaoe.rrto em temperaturas abaixo de 750°C, causa o encruame!!
to.
O ti tania flue ou escoa ;;;ais faciln~nte q'..le aço de baixo carbo-
no, quando forjado a temperatura conveniente, mas com o fito de man
ter a teoperatura o mais baixo possível as matrizes são desenhadas
com grandes raios de c~rvatura.

Ante a do fcr jt.;nento fir.al de acaba'"en to, as peças devem ser de-
capadas, <:1· depois de prontas, para melhorar as propriedades sao sub
õ".etid.::ts a um tratamento de ali vi·ó: de tensões a 300°C.
O titanio e suas li[as podem também ser extrudados ~ando exce-
lenteaca~amer.to. As pressões requeridas sao mais elevadas do que as
necessárias rara axtrudar o aço doce: a temperatura utilizada varia
entre 950-1000°C.
Um contato direto entre o metai é a icatriz deve ser evitado, P2_
ra nao ocorrer engripamento. A técnica mais empreGada consiste em
criar uma camada oxidada no tarugo que vai ser extrudado. Pode- a e
também lubrificar a matriz ccrn·vidro e bisulfeto à.e molibd<:!nio.
O titanic e suas ::l'ig-as podem ta:i:bém ser conformadas per estaop~
~ec e repuxa~ento das c~a,as, a lubrificação das ferraMentas ou co-
bertura das chapas sendo també~ neste caso í~port~nte para evita~en
gripamentos.
~ssas o?erações sao realizadas a altas te~rerat~ras.

Peças de tít?.rüo podem ta;nbem ser soldad2s, ~endc os melhores p~


cesses; por ~rco elétrico, sob ar=csfera de c2s inerte, que e nece~
sária; por pontos, soldando-se ::mito be::~. Sol :ia de tipo a arco, taE!_
bém um boc p::-ocesso, e por "bra:zing", sendo os elementos de solda
mais empresados neste caso, a prata e ligas eutiticas de Ti-Ni e ou
tras co;n ?i-Xi-Co-Cu.

Liº"fiS de ~:. t:1nio

Considerando o estado alotrÓpico do Ti, os elementos de liga a-


dicicnados pode:n elevar ou abaixar a t,.,-n,.,era~.:,ra ~e transição. As_ue

-166-
les que G.ecrescem essa temperatura sac cha!'!a.dos estabilizadores da
fase p ~ os que a elevam são designados por estabilizadores da fa-
se a
;,s ligas de Ti sao classificadas e:n geral pelo tipo de fase pr.!
se~te ~ois as propriedades variam grandemente com a estrutura. As-.
si~ temos:
a) Ti comercial
b) Liga com fase a
c) liga com fase~
d) J.,igas com estrutura mista.

Entre ~s ligas de fase ~ , temos as estáveis e rtS instáveis. As


instáveis são as que na faixa de estrutura mista, por resfriamento
rápido ap·resentam só fase l3
Zntre e>s elementos estebilizadores da fase a ternos: C, O, N,
Sn e ~l e seus diagramas são do tipo a~resentsdo na fi~ra 11.
Esses elementos em solução, endurecem a lie-a sendo q_ue o Al man-
tetJ essa propriedade mesmo a temperatura da nrde:n de 400°C, e não dá
tél:r:ta fragilidade, como os Oütrcs ele·wentos citadJs.
:2ntre os elementos estabilizador€? da fase p temos: li, Y.n. Cr,
1-:o, ?e, v. Cb, O diagrama de equilf"~::r~c dessas ligas é do tipo mos-
tr;;.do na figura 12, ou co tipo eute'.·.;ide, fie:'l:::'s 13, q_ue ocorre pa-

;, terceiro:; fase introduzida pc~ -?Eõ ~es elercentos pode causar fr~

giliG.adet mas em muitos· casos a ~e2.c?o eui;etÓidE: é muito lenta, nao


al-;;era,-:d.o a estrutura das ligas hil=o.=,utetÓides.

Lig:;s Ge Ti-Al

O alurr.Ínio apresenta a vantagem :5::: ser barato e menos denso do


·:;.ue o ti ta.nio, e por isso a sua ad:::_ç;c di:J::inue a densidade e aumen-
ta substancialmente a resistência em :unção do peso, relação
resistência
peso
A fase a da liga Ti-Al, esten~e-se até o valer de 27% e::n peS'O
de Al, mas as ligas com mais de 7,5~ são difÍceis de laminar.
A 1200°C no entanto podem ser lam;i.nadas ligas até com 16% Al~ A tem-
peratura é elevada, em função da reativid~de do ~i.
A adição de Al baixa rapidamente a % de deformação possível da
liga. A lipa com 3% Al pode sofrer redução de até 8~ , a com 7,5%
Al só 30% de redução.

-167-
E&fe ELEMENTO

REAÇlO PERITETÓ IDE

FlG. ::Jmi - 11

0
/o ELEMENTO

DIAGRAMA ISOFORMO

FIG. Jliii - 12

-168-
As :rropriedaC.es r.-ecânicas :':essas lig?'~ poder:: ser vistas na :ig-.!!_
ra 14.
A dureza da li!ra ''aria bast,~te co!71 a orient'>ção e esta variação
é bem ínflue~ciada pelo teor de Al. ~sta rode s~= uma causa da ma
trabalhabi!Íd~de da li~a.
A resiliência del'lsas 1 ir,-as v;; ria ""uc.:> com :o temperatura em uma
larga faixa + 150°C até - ?cn°c.
~]as não podem se~ tratadas terrr.icamer.te.
A adiç2o de Sn e estas li€":; até " te":- de c:'! melhora bast"'nte
as propriedad-~s mecânicas, fie-~ -a 15.
U::ta liga comerei-'!~ evi~te co:n 5% .U e 2.5% Sn qt:e apresenta Óti
ma resistência e boa tr~cal~abi1idade (77 k/mm2 e alongftmen~o de
10%). Com 5% de estanho a resist;r.cia ;lce~-;<~ 90 k/mm2.

Li;.-as de ?i-Y.n

A li~a Ti-Mn (8%) a~resenta, esf-iada lenta-ente, estrutura !71~


ta; esfriada rapida~er.te f"ase j3 ~ do tipo f3 instável.
Este Último tratn:ento da U"':'" elev;;da ~'lreza a li!'!"a que é e=>S-

tante aumentada por um a'l•1ecin:er:to a ,!:J0°C. A d-..:reza passa de 400V.!_


ckers para 500Vickers.

Cementaç~o·das ligas de ~i

A presença do CO e do ~J no Ti e suas liga!' causa um aumento de


sua dureza como já foi visto, e t"r:-.bé::- se r;i funrl'?m ou são absorvi-
das facilmente a altas te.::~rer~t::.'"'as.

g possível então ~reduzir u~~ cama~a ·~durer'1a sobre o Ti, com


um tratament6 de cementação.
A concentração 1esses elem!":-.tos àb'linve da s~perf{cie para o ce!!
tro, e a ligação dessa Ca!71a~a comor.Úcleo é forte pois os reti:ala--
dos s~o coerePtes.
Se a camada torna-se in:ese~?vel r.~o r~ie ser retirada po= ~eio

de um aquecimento no v;;cuo ou E'·:· at-,o:- "era i.nert~. pois os elemer::-


tos se difundem rara o int~~ior.

Corrosão do Ti

Quimicamer.te o ~i é u~ ~et"l alta7•~te ~eativo estando_na série


eletroquÍmica prÓximo ao Mg.
Está :iemonstrado no e~tento ;.ue e::.<: se comporta de uma r;,an~i-:-a

-169-
y

a
a+y

ELEMENTO

OIACiRAMA I!OFORMO COM APARECIMENTO DA REAÇlO


EUTECTÓID€

\
FI Ci. ::EIIr - 13

EFE{TO 00 AI NO Ti 'A
TEMPERATURA. A'Ye!IENTE

FIG. :Eir -14

-170-
LIMITE DE
RESISTÊNCIA

o 4r---------------------------~--~~
~ "" x~Z.S~
~ 2 ~ " _ _ _.. x ...... Oo/oSn
4 L-----~-~~---
~ o~--~--±2--~--~4--~--~s~~--~a
COMPOS«ÇXO AI 0/ 0 EM PESO

INFlUENClA DO S~a NAS LIGAS Ti-AI


-z- 5°/0 Sfl
- A - 2,5°/oSn
-o-O%Sn

FI G. xm:: - 1S

-171-
--~-

altamente resi8tente a corrosao por muit?.s substâncias reativas,~R

do neste caso frequentemente superior ao aço inoxidável.


~asa grande resistência é quase for~ ne dÚvida devid~ a presen-
ça de Ul".<' finÍssima camada inerte, qt~e se forTra mui to ra:rida!"e!lte
quando o material fica exposto ?.O ar.
Somente poucos ;cidos orgânicos. e inorgânicos o ataca~ severa-
mente e são os ácidos fluorÍdrico, clorÍdrico, sulfÚrico, fosfÓrico,
o:xf-ico, fórmico, tricloroac~tico e trifluorocacético.
Pequenas adições de abentes oxidantes, cono o ~cido n{trico, já
tornam a super-fície resistente.
Outras poucas substâncias o atacam fraca~ente.

~ um material indic~do então quan~o o meio ~ muito corrosivo, e


apesar de seu preço elevado, muitas vezes compensa o seu emprego,pcr
evitar repos~çoes e conservação continuada.
Experiências feitas com Ti comercial, mostraram que no fim de 5
anos ~e exposi-ção à atmosferas rurais, industriais, e mar!tmas, es-
se material não tinha sido afetado. Mergulhado em água do mar tam-
bém não sofreu corrosão.

r::mnre.,-os

Devido a sua elev~da resistência mecânica, baixa densidade, re-


sistência a temperatura mais elevada que as outras ligas ieves e
resistência à corrosão, o seu e~prego na indÚstria aeronáutica está
em franco desenvolvimento.
Chapas de cobertura do motor, parafusos, canos de condução dear
q:l(mte, pás 'de cor.1pressor e outras peças da t<1rbina e fuselagem e
muitas outras.peças estão sendo feitas com lig~s de Ti. ~m aiguns ~

viões hoje em dia chegam a emprega.r até 1300 kg desse rretal.


Está sendo empregado também em foguetes balísticos e interplan~
tários, na construç~o de carcassas de ~o~bas, corpos de válvulas,hi
lices q'.::.e trabalham cor!:· lÍq-..:idos ou gases corrosivos, e na ce>hertu-
ra de·chapas de aço, pa~a previr.ir a co~r0s;o.

Outros empret;ós que ·pode::!:os cita:.- são: trocadores de ~alor espe-


ciais, válvulas de co!'!r·ressores, reç'!:; an<>tor:ic=:~s e de ortoredia, ~
:etrodos de ~e:as, peças de c~r:.-os especí~is de corrida como seja~:

eixos~ ta~=as de torção, sirab~e~~i~, .~~e12~; ~ob ~ ror.to de v~sta

da resistência a co:.-:.-osão, pode se to='-ar um naterial i1eal -ara a


construção naval.

-172-
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cial a1lovs in wrou~bt forc.
355p.

-175-
MICROGRAFIAS

Reativos Empregados

Número 1 - FeCI
3
- 5 g
Álcool etílico 100 ml
HCI 3 ml

Número 2 - FeC 1
3 8 g
HCI 50 ml
H2 0 100 ml

Número 3 - Fe (N0 )
3 3
25 %
H20 75%

Número 4 - Persulfato de Amonia _ 8 g


HF 1 ml
H2 0 99 ml

Número 5 - Ácido Acético Glacial 3 ml


H 2 0 2 (30 %) 1 ml

- 177 -
Determinação de tamanho de grão
em metais e ligas não ferrosos.
Método comparativo da ASTM
As dez micrografias seguintes ser-
vem para comparação de tamanho de grão,
de ligas não ferrosos, com ampliação de 75X,
diâmetros médios indicados.

- 179-
:T'
!.
I

0,090 0,068

- 180 -
0,015

- 181 -
MICRO 1 - Cobre puro - fundido - grãos de cobre e porosidades.
Aumento de SOX - reativo 2.

MICRO 2 - Cobre trefilado - secção longitudinal - 1 OOX - reativo 2.

MICRO 3 - Cobre trefilado - secção transversal - 1 OOX - reativo 2.

MICRO 4 - Cobre com óxido de cobre - 1 OOX - sem ataque.

- 182-


....


1 2

-··

3 4

- 183 -
MICRO 5 - Cobre e óxido de cobre - 500X - sem ataque.

MICRO 6 - Latão 85-15 - laminado e recozido - fase alfa -100X-


reativo 2.

MICRO 7 - Latão 60-40 - bruto de fusão - fases alfa e beta linha


(escura) Aumento 500X. reativo 2.

MICRO 8 - Latão 60-40 - grãos deformados - nota-se uma trinca


longitudinal - 1 OOX - reativo 2.

- 184 -
.,..
:.Y
,.::; ;.
-~ _:_-~
..

~~--

5 6

7 8

- 185 -
MICRO 9 - Latão 70-30 presado - fase alfa deformada - secção -
longitudinal - 50X - reativo 2.

MICRO 1 O - Latão 70-30 - prensado - fase alfa deformada - secção


longitudinal - 1 OOX - reativo 2.

MICRO 11 - Latão 70-30- prensado- fase alfa deformada - secção-


transversal - 50X - reativo 2.

MICRO 12 - Bronze 88-12 - bruto de fusão - dendritas de fase


alfa zonadas sobre fundo de fase epsilon. Áreas de
eutetóide alfa+ epsilon Aumento 1 OOX - reativo 1.

- 186 -
9 10

- 187 -
MICRO 13 - Bronze 88-12 - bruto de fusão - cristais de fase alfa
e áreas de eutetôide alfa -t epsilon - inclusões - linhas
de deformação de solidificação - 500X. - reativo 1.

MICRO 14 - Bronze 85-5-5 - bruto de fusão - dendritas de fase


alfa e particulas de Pb - 100X - reativo 1.

MICRO 15 - Bronze 80-10-1 O - bruto de fusão - dendritas de fase


alfa sobre fundo de fase epsilon. Particulas de Pb. 50X
reativo 1.

MICRO 16 - Bronze 80-10-10 - bruto de fusão 1 fases alfa,+ epsilon 1


particulas de Pb e áreas de eutetóide alfa -t epsilon -
500X - reativo 1.

- 188 -
l

~
,,,,

~ ':-r'
·'
...
'
~'

13 14

15 16

- 189 -
MICRO 17 - Bronze - AI (AI-10, Fe-4, Ni-2) bruto de fusão- fase
alfa clara e beta escura - 1 OOX - reativo 1.

MICRO 18 - Bronze - AI (AI-1 O, Fe-4, Ni-2) bruto de fusão - fa-


ses alfa e beta - 500X. reativo 1.

MICRO 19 - Bronze - AI - 95-5 - prensado - trinca superficial -


1 OOX - reativo 1.

MICRO 20 - liga Cu-Si-Mn (96-3-1) - bruto de fusão - grãos de


fase alfa, estrutura dendritica zonada e linhas de de-
formação de solidificação - 100X - reativo 1.

- 190 -
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17 18

- 191 -
MICRO 21 - Bronze AI-Si (AI-7, Si-2) - fase alfa clara em matriz
de fase beta transformada - 1OOX - reativo 1.

MICRO 22 - Bronze AI-Si (AI-7, Si-2) - fase alfa clara em matriz


de fase beta transformada - SOOX - reativo 1.

MICRO 23 - Bronze-Mn - prensado - SOX - reativo 1.

MICRO 24 - Alpaca - bruta de fusão - SOX - reativo 1.

- 192-
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21 22

23 24

- 193 -
MICRO 25 - Alpaca - prensada - secção longitudinal - 1 OOX - rea-
tivo 1 +
amônia.

MICRO 26 - Alpaca - prensada - secção transversal - 1 OOX - rea-


tivo 1 + amônia.

MICRO 27 - AI-Si 130/o - sem tratamento de modificação - cristais


claros de Si sobre fundo de fase alfa (AI) - cristais
escuros de AI-Fe-Si - SOOX - reativo 4.

MICRO 28 - AI-Fe-Si 13o/o - sem tratamento de modificação - cris-


tais escuros de Si sobre fundo de fase alfa - cristais
claros de AI-F e-Si - 1 OOOX. reativo 3.

- 194 -
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25 26

27 28

- 195 -
MICRO 29 - Duralumínio - fundido - dendritas de fase alfa (clara)
envolvidas por eutéticos ternários- 50X - reativo N. 4.

MICRO 30 - Duralumínio - fundido - dendritas de fase alfa (clara)


envolvidas por eutéticos ternários - 1 OOX - reativo N. 4.

MICRO 31 - Duralumínio trefilado - secções transversal e longitudi-


nal - 50X - reativo 4.

MICRO 32 - Duralumínio (4.5 Cu 0.6 Si-0,8 Mn-0,6 Mg) - fundido


solubilizado a 530 °C e precipitado a 400 °C - fun-
do de liga AI-Cu (fase alfa) áreas claras do com-
posto intermetálico Cu Al 2, e escuras de compostos
ternários. 400X - Reativo 4.

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29 30

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MICRO 33 - AI- (Cu 5.5-Pb 0.5-Bi 0.5) - prensado - secção lon-
gitudinal - 500X_ Reativo 4

MICRO 34 - AI- (CU 5.5-Pb 0.5-Bi 0.5) - prensado - secção trans-


versal - 500X - reativo 4.

MICRO 35 - AI-Cu - Áreas escuras de Fe Al 31 e áreas claras in-


terdendríticas de Cu-AI 2 - 500X. reativo 4.

MICRO 36 - AI-Cu - Áreas escuras de Fe Al 31 e áreas claras in-


terdendríticas de Cu-A1 2 - 1 OOOX - reativo 4_

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- 199-
MICRO - 37 - Sn-Pb (60-40) - áreas claras de fase beta (rica em chumbo), e
eutético - 100X - reativo 5.

MICRO - 38 - Sn-Pb (60-40) - áreas claras de fase beta (rica em chumbo), e


eutético - SOOX - sem ataque.

- 200 -
37 38

- 201

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