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ACIPOL

ACADEMIA DE CIÊNCIAS POLICIAIS

Curso de Mestrado Profissional em Ciências Policiais-Especialidade de Segurança Pública

TEMA

Projecto de Intervenção da Análise do Impacto das Abordagens da Unidade de Intervenção


Rápida sobre a população, bens materiais e econômicos no âmbito das manifestações.

(Caso de abordagem às manifestações na cidade de Maputo – 2008 -2018)

Autor: Lucas Mutandane Tororo

Supervisor: Prof. Doutor. Rodrigues Nhiuane Cumbane

Michafutene, Fevereiro de 2023


ACIPOL

ACADEMIA DE CIÊNCIAS POLICIAIS

Curso de Mestrado Profissional em Ciências Policiais - Especialidade de Segurança Pública

Tema

Análise do Impacto das Abordagens da Unidade de Intervenção Rápidasobre apopulação,


bens materiais e económicos nos âmbitos das manifestações

(Caso de abordagem às manifestações na cidade de Maputo – 2008 -2018)

Autor: Lucas Mutandane Tororo

Michafutene, Fevereiro de 2023

i
Autor: Lucas Mutandane Tororo

Projecto apresentado à ACIPOL como


parte dos requisitos para a obtenção do
grau académico de Mestre

Supervisor:

_____________________________________

Prof. Doutor. Rodrigues Nhiuane Cumbane

Michafutene, Fevereiro de 2023

ii
Folha de Aprovação

_____________________________________

Candidato: Lucas Mutandane Tororo

Autorizo

______________________________________________

Supervisor: Prof. Doutor. Rodrigues Nhiuane Cumbane

______________________________________________

Local de Avaliação: Maputo

Data de entrega: __________ de Maio de 2022

Data de avaliação ___________ de ____________________________ 2023

Os membros do Júri:

________________________________________________________

_________________________________________________________

___________________________________________________________

Michafutene, Fevereiro de 2023

iii
DECLARAÇÃO DE HONRA

Eu, Lucas Mutandane Tororo, declaro que este projecto é produto da minha investigação e das
orientações do meu supervisor e o seu conteúdo é original e todas as fontes consultadas estão
devidamente citadas no texto, nas notas e na bibliografia final.

Declaro ainda que, este projecto ainda não foi apresentado na sua essência em nenhuma outra
Instituição académica para obtenção de qualquer grau académico. Por esse facto, ele é obra
original da minha autoria.

Aos, ____ de ______________ de 2023

_________________________________

(Lucas Mutandane Tororo)

Michafutene, Fevereiro de 2023

iv
DEDICATÓRIA

Tororo Mugudo e Rosa Chara João (meus progenitores) por serem a razão da minha existência e
meu suporte em todos os momentos.

v
AGRADECIMENTOS

Quero endereçar os meus profundos agradecimentos a todos que directa ou indirectamente


fizeram parte desta caminhada e contribuíram para a concretização deste estudo especialmente:

Ao meu supervisor, Superintendente Principal da Polícia e Prof. Doutor. Rodrigues Nhiuane


Cumbane, pela sua total disponibilidade, pelas prontas intervenções no trabalho, sem as quais
não seria possível a concretização da presente pesquisa, principalmente pela paciência e pela
capacidade de transformar simples ideias em ciência.

Á Academia de Ciências Policiais (ACIPOL), à Coordenação do Mestrado Profissional por


proporcionar novos conhecimentos e novas experiências em minha vida profissional, pelo
esforço que empreenderam durante o meu processo de formação e que sempre constituirão fonte
de inspiração e aos funcionários da Academia que sempre estiveram prontos para dar apoio e
orientações administrativas, em especial a minha gratidão.

De igual modo, agradeço a Unidade de Intervenção Rápida, pela permissão para a realização do
trabalho de campo, em especial ao Chefe da RIP 1: Ermelindo Pene pelo tempo dispensado e
pelas contribuições enriquecedoras neste projecto, não esquecendo os meus entrevistados que
disponibilizaram informações necessárias para a concretização deste projecto.

À minha esposa, Bonani Jaime Cuna, pelo apoio incondicional.

Aos meus filhos, António, Afonso, Rosaria, Inês, Plibio, Evaristo pelos momentos de atenção
que lhes roubei, compreendendo que a minha ausência era importante para chegar até ao fim
desta etapa.

À minha família pela amizade e disposição em contribuir em tudo que esteve ao seu alcance,
pela força, incentivo e motivação.

À todos, a minha profunda gratidão.

Lista de acrónimos e siglas

1
Repartição de Informação e Plano

vi
Tabela 1: Lista de abreviaturas

LISTA SIGNIFICADO
ACIPOL Academia de Ciências Policias
CRM Constituição da República de Moçambique
FADM Forças Armadas de Defesa de Moçambique
FDS Forças de Defesa e Segurança
FIR Força de Intervenção Rápida
OMS Organização Mundial da Saúde
PIR Polícia de Intervenção Rápida
PP Polícia de Protecção
PPM Polícia Popular de Moçambique
PRM Polícia da República de Moçambique
RDPRM Regulamento Disciplinar da Polícia da República de Moçambique
REGFAE Regulamento do Estatuto dos Funcionários e Agentes de Estado
RIP Repartição de Informação e Plano
SISE Serviço de Informação e Segurança do Estado
UIR Unidade de Intervenção Rápida

Resumo
vii
O presente projcto de intervencao trata do entendimento acerca da análise do impacto das
abordagens da Unidade de Intervenção Rápida sobre a população, bens materiais e económicos
no âmbito das manifestações. O tema se mostra importante pois, vai trazer uma harmonização
nas abordagens policiais as manifestações populares, isto é, a indiscutível necessidade de se
estabelecerem parâmetros mais claros e harmonizados para a actuação da Unidade de
Intervenção Rápida, a fim de se resguardarem de maneira maximizada as actuações policiais,
bem como a contenção dos recursos nas abordagens as manifestações populares. E nestes termos
objectiva-se analisar o impacto do trabalho policial face à recepção, análise e implementação das
medidas proactivas com vista a abordagem às manifestações populares na cidade de Maputo.
Nesta perspectiva, percebe-se que a recolha de informação operativa pelos agentes de
reconhecimento da Unidade de Intervenção Rápida possibilita a obtenção da informação policial
que no seu rápido processamento pode ajudar a controlar as convulsões sociais. Sabe-se que as
manifestações são organizadas nas comunidades assim como o processo da divulgação dos
motivos para posterior mobilização das massas para o efeito.Contudo, neste projecto de
intervenção a discussão centra-se no sentido de conciliar a informação de uma presumível
manifestação e o trabalho policial com vista a abordagem deste evento popular. E será nesta
perspectiva que se pressupõe que as informações tidas pelos agentes operativos possam ser
operacionalizadas com os meios disponíveis antecipando a acção dos populares com a presença
de meios humanos e circulantes nos pontos considerados estratégicos

Palavras-chave: Polícia, Manifestação, abordagem.

viii
Abstract

The present work deals with the understanding of the analysis of the impact of the Rapid Inter-
vention Unit approaches on the population, material and economic goods within the scope of the
demonstrations. The theme is important because it will bring harmonization in police approaches
to popular demonstrations, that is, the indisputable need to establish clearer and more harmo-
nized parameters for the performance of the Rapid Intervention Unit, in order to maximize the
protection of police assessments. , as well as resource containment in approaches to popular
demonstrations. And in these terms, the objective is to analyze the impact of police work on the
reception, analysis and implementation of proactive measures with a view to approaching popu-
lar demonstrations in the city of Maputo. In this perspective, it can be seen that the collection of
operational information by the reconnaissance agents of the Rapid Intervention Unit makes it
possible to obtain police information that, in its rapid processing, can help to control social up-
heavals. It is known that the demonstrations are organized in the communities as well as the
process of disclosing the reasons for the subsequent mobilization of the masses for the purpose.
However, in this intervention research, the discussion focuses on reconciling information from a
presumed demonstration and police work with a view to approaching this popular event. And it
will be in this perspective that it is assumed that the information held by the operative agents can
be operationalized with the available means, anticipating the action of the people with the pres-
ence of human and circulating resources at points considered strategic.

Keywords: Police, Demonstration, approach.

Índice

ix
Declaração de honra ....................................................................................................................................................II
Folha de Aprovação ....................................................................................................................................................III
Dedicatória .................................................................................................................................................................IV
Agradecimento ........................................................................................................................................................... V
Lista de Abreviaturas .................................................................................................................................................VI
Resumo ................................................................................................................................................................... VII
Abstract................................................................................................................................................................... VIII
1. Introdução.............................................................................................................................................................1
1.1. Contextualização..................................................................................................................................................2
1.2. Justificativa...........................................................................................................................................................5
1.3. Problema de pesquisa...........................................................................................................................................6
1.4. Objetivos de pesquisa..........................................................................................................................................9
1.5. Breve Resumo dos conteudos e estrutura do Projecto........................................................................................10
CAPÍTULO I - REVISÃO DA LITERATURA
1.1. Conceitos Chaves..................................................................................................................................11
1.2. Enquadramento Teórico .......................................................................................................................14
1.2.1.Teoria da desorganizaçao social na vertente da Ecola de Chicago............................................................ 14
1.2.2.Critica a teoria da desorganizaçao social................................................................................................15
1.2.3.Teoria do contrato social........................................................................................................................15
CAPITULO II - METODOLOGIA
2.1.Abordagem metodologica da Pesquisa.......................................................................................................18
2.2.População e amostra.................................................................................................................................19
2.3. Tecnica de Reoclha de dados ,.................................................................................................................20
2.3.1. Análise Bibliografica ........................................................................................................................................20
2.3.2. Análise de documento.......................................................................................................................................20
2.3.3. Entrevista ..........................................................................................................................................................21
2.3.4. Observação directa e participante......................................................................................................................22
2.4. Questões éticas ....................................................................................................................................................23
3.6.Limitações de Estudo e resultados esperados........................................................................................................24
CAPITULO III - DIAGNOSTICO DO PROBLEMA
3. Identificaçao do Problema..........................................................................................................................25
3.1. Formas de manifestaçao de problema.......................................................................................................25
3.1.1. Actuaçao da UIR durante as manifestaçoes Populares............................................................................25
3.2.Identificacao dos pontos fortes e fracos para a resoluçao ............................................................................31
3.2.1. Analise FOFA ...................................................................................................................................31
CAPÍTULO IV – PROPOSTA PARA A SOLUÇAO DO PROBLEMA
4.1. Possivel soliçao do problema.............................................................................................................................35
4.2. Proposta da estrategia ........................................................................................................................................35
4.3. Formas de Resoluçao do problema .....................................................................................................................37
Metodologia ou Plano de Acçao para a resoluçao do problema.................................................................................38

CAPÍTULO V
5.1. Conclusão...........................................................................................................................................................43
Referências Bibliográficas .........................................................................................................................................45

x
Introdução

O presente projecto de intervenção versa sobre a “Análise do impacto das abordagens da

Unidade de Intervenção Rápida sobre a população, bens materiais e económicos no âmbito

das manifestações (Caso de abordagem às manifestações na cidade de Maputo - 2008 -2018)”.

De uma forma sucinta aborda-se o impacto das intervenções policiais as manifestações populares

na cidade de Maputo no período acima aludido.

Com este projecto de intervenção objectiva-se analisar o impacto do trabalho policial face à

recepção, análise e implementação das medidas proactivas com vista a abordagem às

manifestações populares na cidade de Maputo. E metodologicamente considera-se uma pesquisa

aplicada e teve o suporte do método quantitativo que para a operacionalização recorreu-se ao

método indutivo.

Nesta perspectiva, percebe-se que a recolha de informação operativa pelos agentes de

reconhecimento da Unidade de Intervenção Rápida possibilita a obtenção da informação policial

que no seu rápido processamento pode ajudar a evitar as convulsões sociais. Sabe-se que as

manifestações são organizadas nas comunidades assim como o processo da divulgação dos

motivos para posterior mobilização das massas para o efeito.

1
Contudo, nesta pesquisa de intervenção a discussão centra-se no sentido de conciliar a

informação de uma presumível manifestação e o trabalho policial com vista a abordagem deste

evento popular. E será nesta perspectiva que se pressupõe que as informações tidas pelos agentes

operativos possam ser operacionalizadas com os meios disponíveis antecipando a acção dos

populares com a presença de meios humanos e circulantes nos pontos considerados estratégicos

para abortar a manifestação prevista. Porém, nota-se que a presença policial com meios

ostensivos impede a concentração dos populares em particular quando a manifestação se

considerar ilegal.

I. Contextualização do Problema

Sobre a génese da polícia moçambicana, Tsucana (2014) fala que tudo tem seu início com a

materialização da cláusula 11 dos Acordos de Lusaka (Decreto – Lei nº 54/75, de 17 de Maio de

1975) que autorizou a criação do Corpo de Polícia de Moçambique (CPM) que, inicialmente,

era formado pelos antigos guerrilheiros da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO) e,

sem formação policial, substituíram a Polícia Colonial. Tomando em consideração o regime

presidencialista que foi adoptado, o Presidente da República é o Comandante-Chefe de todas as

Forças de Defesa e Segurança do País, incluindo a Polícia.

Em 1982 cria-se a Polícia de Intervenção Rápida, na altura designada Unidade Anti-Motim. É

na base da Lei nº 5/88 de 27 de Agosto que passou a designar-se Polícia de Intervenção Rápida

(PIR). Após a realização do Acordo Geral de Paz e na base da Lei nº 19/1992 de 31 de

Dezembro passou a designar-se Força de Intervenção Rápida (FIR). E actualmente por força da

2
Lei nº16/2013 de 12 de Agosto ficou designado Unidade de Intervenção Rápida (UIR) que tem

vindo a desencadear as acções de manutenção da ordem pública, servindo de último recurso nas

acções de manutenção da ordem pública que visa garantir a segurança interna. Para o alcance

destes objectivos prepara os seus efectivos para situações anómalas, que necessitem da

intervenção de meios de acção de combate contra grupos que na sua actuação instalam um clima

de terror, medo e insegurança.

O art. 254 da Constituição identifica a polícia como um dos organismos principais que deve

garantir a lei e a ordem, a tranquilidade pública e o respeito pelo Estado de Direito. A polícia

tem obrigação de obedecer às leis, usando isenção e imparcialidade na sua actuação. Consoante

estes princípios gerais, a Lei nº9/91 regulamenta a possibilidade de o cidadão manifestar

“pacífica e livremente (…) sem dependência de qualquer autorização nos termos da lei”. Ao

longo dos últimos anos, os dois momentos marcantes das confrontações entre polícia e

manifestantes nas ruas foram os factos do dia 5 de Fevereiro de 2008 e dos dias 1 e 2 de

Setembro de 2010.

Em termos de estrutura organizacional, a Polícia da República de Moçambique (PRM) é

constituída por quatro Ramos e seis Unidades de Operações Especiais e de Reserva. (1) Ramos:

Polícia de Segurança Pública; Polícia de Investigação Criminal 2; Polícia de Fronteira; Polícia

Costeira Fluvial e Lacustre. (2) Unidade de actuação: Unidade de Intervenção Rápida; Unidade

de Protecção de Altas Individualidades; Unidade de Operações de Combate ao Terrorismo e de

Resgate de Reféns; Unidade Canina; Unidade de Cavalaria e Unidade de Desactivação de

2
Na actual organização do Ministério do Interior esta passou a designar-se Serviço de Investigação Criminal e está
sob Tutela do Ministério do Interior e não do Comando Geral da PRM.

3
Engenhos Explosivos (art. 13 da Lei nº16/2013). Como se deve constatar, na ocorrência de uma

manifestação popular, o ramo responsável para garantia da segurança pública é o da Polícia de

Segurança Pública que, em casos extremos, pode ser apoiada pelas Unidades de Intervenção Rápida ou

Canina.

A Unidade de Intervenção Rápida (UIR) é uma Força destinada a intervir em manifestações

quando consideradas ilegais ou quando atentam a segurança pública. Que nestes termos a

abordagem deste estudo está baseada na Lei nº 16/2013 de 1 de Agosto que aprova as atribuições

da UIR.

Ao abrigo do Artigo 27 da Lei nº 16/2013, de 12 de Agosto, a UIR tem as seguintes atribuições:

a) Acções de manutenção e reposição da ordem pública;

b) Controlo de massas;

c) Combate à situação de violência concertada;

d) Combate à situação de violência declarada, e

e) Colaboração com outras Forças na manutenção da ordem na acção contra a

criminalidade violenta e organizada na protecção e segurança de altas

individualidades e objectos estratégicos.

Tendo em conta as atribuições acima, para este projecto o foco foi para as atribuições das alíneas

a e b da lei em referência. A UIR conta com 11 subunidades distribuídas por todas províncias e

desdobra-se em subunidades, Regimentos, Destacamentos e Sub-destacamentos.

4
Segundo a tradição moçambicana, a polícia vela pela ordem e segurança públicas. A Unidade de

Operações Especiais e de Reserva, que vela pela manutenção e restabelecimento da ordem

pública, pela gestão de incidentes táctico-policiais, pela segurança pessoal dos membros dos

órgãos de soberania e altas individualidades (Filimone, 2015); a Unidade de Intervenção Rápida

(UIR), com tarefas de manutenção e reposição da ordem pública, controlo de massas, gestão de

situações de violência declarada.

O uso da Força para intervir em manifestações acarreta vários riscos tanto para os protagonistas

das manifestações assim como para os agentes policias encarregados pelo controlo anti-motim.

As posteriores manifestações são as organizações ligadas aos direitos humanos a fazerem as

críticas relativas às intervenções feitas pela Polícia. Em face de este todo cenário urge a

necessidade de repensar nas estratégias e o momento de actuação para abordar as manifestações.

É neste âmbito que se pensou no presente tema com vista a trazer uma visão sobre as estratégias

de abordagens policias as manifestações populares.

II. Justificativa

A escolha do presente tema de pesquisa surge em resposta das análises feitas em torno das

intervenções policiais e o impacto das manifestações no seio da corporação. As intervenções

policiais acarretavam muitos danos materiais e humanos, quer para a corporação assim como nos

protagonistas. E como consequência destes regista-se a destruição de infra-estruturas públicas e

privadas, saqueamento de produtos nos estabelecimentos comerciais entre outros carecendo uma

5
pronta intervenção da policial. Para o lado policial igualmente verifica-se danos humanos e

matérias.

Do ponto de vista teórico este projecto trará uma compreensão como a UIR trata as questões

relacionadas com as manifestações, de modo a garantir a manutenção da ordem e segurança

pública como também dará maior eficácia e eficiência à operacionalização das informações

policiais sobre a tendência de manifestações populares de modo a encontrar a melhor forma de

abordagem.

Do ponto de visa prático o projecto, poderá contribuir para a definição de acções concretas que

irão facultar à percepção real do impacto das abordagens as manifestações no seio da corporação.

Com este projecto também se acredita que possa revestir de certa utilidade para o

desenvolvimento da Polícia em particular desta Unidade, como também, poderá dar linhas

mestres de actuação as autoridades de segurança pública no processo de tratamento de

informações operativas que se relacionam com as manifestações populares, assim como poderá

aperfeiçoar cada vez mais as normas de actuação perante as informações de manifestação

pública.

Na esfera académica – o projecto contribuirá para alimentar futuras pesquisas com ênfase nas

abordagens das manifestações. Este projecto de intervenção também tem em vista a incentivar o

desenvolvimento de outras abordagens, bem como estimular o debate – académico.

O porquê da escolha do local da pesquisa: esta irá decorrer na Unidade de Intervenção Rápida,

localizada na Cidade de Maputo. Na visão do autor, este local é de extrema importância, pois

6
representa o Comando desta Força, é centro de planeamento estratégico, onde são delineados os

planos de formação, de actuação, bem como local de disseminação das acções operativas para as

suas Subunidades.

III. Problema

Para se analisar os protestos nas manifestações ocorridos na capital de Moçambique no inicio de

2008, meados de 2010 e finais de 2012, faz-se necessário um olhar mais apurado para a realidade

anterior nos meses que as antecederam. Os noticiários nas rádios, televisões e redes sociais nos

ofereceram um painel dos prováveis motivos de ordem mais geral para a indignação que levou

centenas de moçambicanos, em particular citadinos da cidade de Maputo (Maputenses),

provenientes dos bairros periféricos da cidade, às ruas para manifestar o alto custo de vida,

depois de o governo ter pronunciado o aumento dos preços dos transportes públicos informais

conhecidos como “Chapa 100” e de preço do pão.

Segundo Langa (2010), Brito (2017) e Mabote (2017), um dos principais motivos que levou a

população a ir para as ruas foi ver os jovens pela televisão, rádio e redes sociais reivindicando

por causas que também eram suas, como por exemplo: o aumento dos preços dos transportes

públicos informais conhecidos como “Chapa 100” e de preço do pão. Conforme nos ilustra:

No dia 5 de Fevereiro de 2008 a cidade e província de Maputo, acordaram com as ruas principais

quase que completamente bloqueadas por causa de barricadas erguidas por manifestantes. O

motivo alegado para as manifestações foi a subida do preço do Chapa(Brito, 2017).Langa (2010)

acrescenta ainda que, os protagonistas optavam por acções que impediam a circulação de

7
automóveis: ateavam fogo a dezenas de veículos, barricavam as ruas, arremessavam pedras e,

queimavam pneus. No decurso das manifestações, os manifestantes entraram em confronto com

a Polícia, (Unidade de Intervenção Rápida-UIR) que pretendia conter os actos. O balanço do

confronto entre as duas partes apontava em duzentos e cinquenta três feridos e três mortos

(Jornal o País, 2008).

Nos dias 1 e 2 de Setembro de 2010, depois de circularem mensagens por SMS apelando à

“greve”, tal como tinha sido o caso em 2008, aconteceu o segundo grande episódio de protestos

de rua, desta vez contra o aumento anunciado do custo do pão e outros produtos básicos.

Entretanto, em 2010 a violência foi ainda mais difusa, assim como a reacção do Estado – e da

polícia também – foi mais sistemática e, de certa forma, “definitiva” (Brito, 2017). O balanço do

confronto entre as duas partes culminou com a morte de 13 pessoas, incluindo um menor de 11

anos e mais de 150 feridos graves e ligeiros. Um caso que a sociedade civil e a comunidade

internacional apontou como responsável a PRM devido ao uso excessivo da força (Mabote,

2017, p. 2).

Segundo o Jornal Bantu (2010), a Força de Intervenção Rápida (FIR), actualmente Unidade de

Intervenção Rápida (UIR)3, Polícia especializada em matéria de manutenção e reposição de

ordem pública, limitava-se a disparar apontando armas de fogo do tipo AK-47 aos manifestantes,

usando força excessiva, mas não efectuando movimentos de persuasão e dissuasão como

mandam as regras. Balas de borracha foram disparadas directamente para as multidões sem se

observar as precauções obrigatórias. Em todas as situações, foram apontadas armas directamente

aos manifestantes, numa violação das regras, causando mortes.

3
Cfr. Art.º 27º da Lei nº 16/2013, Lei da PRM, que revoga a Lei nº 5/88, de 27 de Agosto, e Lei nº 19/92, de 31 de
Dezembro. Publicada no Boletim da República de Moçambique, Segunda – feira, 12 de Agosto de 2013, I – Série nº
64.

8
Em 15 e 16 de Novembro de 2012, a cidade de Maputo voltou a ficar paralisada durante um dia e

meio, devido à ameaça de tumultos em consequência do aumento anunciado da tarifa dos

transportes. No entanto, não se registaram as habituais situações de violência, pois a polícia

estava reforçada e presente em todos os pontos críticos (Brito, 2017).

Contudo, Felgueiras (2009) diz que os Estados assumem hoje em dia, duas posições relativas a

cenários de desordem pública; ou adoptam uma postura de reacção apoiada na forma musculada

de intervenção, ou aderem a uma estratégia de gestão baseada nas informações e nos níveis de

violência. Pese embora a segunda posição seja definitivamente a mais utilizada no nosso país,

julgámos existir ainda uma mistura da postura reactiva com o trabalho proactivo (referimo-nos

no último ao trabalho de informações e ao pormenor com que são preparadas as acções de

policiamento). Mediante estes factos acima identificados levanta-se a seguinte questão de

partida:

Que mecanismo de actuação a UIRdeve adoptar para controlar as manifestações populares de

forma pacifica?

IV. Objectivos
Objectivo Geral

 Analisar o impacto das abordagens da Unidade de Intervenção Rápida sobre a população,

bens materiais e económicos no âmbito das manifestações (Caso de abordagem às

manifestações na cidade de Maputo – 2013 -2018)

Objectivos Específicos

9
 Demonstrar o impacto das intervenções policiais face às outras abordagens policiais;

 Identificar outros mecanismos de abordagem às manifestações que possam ser mais

eficientes e eficazes;

 Propor um plano de intervenção à UIR, com vista a agregar as estratégias de abordagens

às manifestações populares.

V. Breve resumo do conteúdo dos capítulos; estrutura do projecto

O trabalho está estruturado em cinco partes, sendo a primeira a introdução que faz a

contextualização do problema, apresenta à justificativa e os objectivos. Segue-se o primeiro

capítulo em que são apresentados e discutidos os conceitos – chave e são abordadas as teorias de

base para a análise do problema levantado. O segundo capítulo faz a fundamentação e a

explicação dos métodos e técnicas empregues no diagnóstico do problema e destrinça a

metodologia de intervenção. O terceiro capítulo apresenta o diagnóstico do problema verificado

focalizando os seguintes aspectos: formas de manifestação do problema, suas causas,

dificuldades para a sua intervenção e identificação, análise FOFA. No quarto capítulo são

descritas as estratégias relativas à resolução do problema constatado. E por fim no quinto

capítulo, são apresentadas as conclusões que sintetizam o projecto.

10
CAPÍTULO I: QUADRO TEÓRICO – CONCEPTUAL

Este capítulo expõe o referencial teórico utilizado como arcabouço para a descrição e

compreensão do conteúdo do estudo.

Richardson (1999,91) defende que a revisão da literatura implica leitura e apresentação de pontos

já tratados por outros autores sobre o assunto a investigar, sendo que qualquer investigação

científica, seja de qual for a sua dimensão implica a leitura do que os outros escreveram sobre

área de interesse, recolhendo informações que fundamentem ou refutem seus argumentos.

Neste sentido, para a persecução dos objectivos em vista no presente estudo, passa em primeiro

lugar pela apresentação de alguns conceitos teóricos que foram abordados ao longo da pesquisa.

1.1. Definição de Conceito-Chaves

A definição de conceitos representa um dos primeiros desafios que são colocados em todo

trabalho de investigação tendo em conta as adversidades e a falta de consenso que este reúne

entre várias doutrinas na conceptualização dos mesmos. Para esta pesquisa é importante trazer a

definição de conceitos de Manifestações, abordagem Policial e segurança pública que são

termos analisados ao longo desta pesquisa.

1.1.1. Manifestação: É um acto colectivo em que os cidadãos se reúnem publicamente para

expressar uma opinião pública. O objecto das manifestações é, em geral, tópico de

natureza política, económica e social. Em muitos países, manifestações populares de

11
protesto são muitas vezes tratadas pelos governos como actos de perturbação da ordem

pública eventualmente associadas a terrorismo (Anderson 2013).

1.1.2. Santo (2020) refere que abordagem Policialé a técnica de aproximação em que o policial

entra em contacto com determinada pessoa a fim de averiguar, por meio da busca,

possível existência de algo ilícito.

Para Nascimento (2016), a abordagem policial é acima de tudo um método profilático de evitar

que ilícitos ocorram, preservando, desta forma, a ordem pública, trazendo para o citadino uma

maior sensação de segurança.

Diante dos conceitos acima apresentado, pode-se afirmar que a abordagem policial é uma

actividade preventiva e tem como objectivo, localizar, por meio de buscas, objectos ilícitos e/ou

pessoas que cometeram ou que iriam praticar alguma infracção penal.

Segurança Pública a palavra “segurança” tem origem, latim que significa sem preocupações.

No sentido etimológico securus está intrinsecamente ligado à garantia de se estar salvo perante

algum risco, prevendo a certeza sobre o futuro.

Gramaticalmente a palavra segurança exprime a acção e efeito de tornar seguro ou de assegurar e

garantir que alguma coisa esteja segura. Igualmente o termo segurança tem sentido equivalente a

estabilidade, pois o que é estável é também seguro. A garantia, a firmeza, as fianças, sem dúvida,

dão sempre ideia do que está no seguro não está exposto ao risco de sofrer danos, daí que a

segurança visa evitar ou impedir prejuízos, danos ou riscos4.

4
Silva, De Plácido (2004, p. 1266). Vocabulário Jurídico. Atualizadores: Nagib Slaibi Filho e Gláucia Carvalho.
Rio de Janeiro: Forense.

12
Esta ideia é também defendida pelo Costa et al (2014) mas acrescenta que estar seguro é um

sentimento de estar protegido na perspectiva de que se tiver lugar um perigo ou sentimento de

medo não se pode considerar de segurança. Portanto, o pressuposto é tornar a coisa livre de

perigos e incertezas, afastando de danos ou eventuais prejuízos.

A Constituição da República de Moçambique (CRM) trata de matérias de segurança pública

como mecanismo de garantia de direitos e deveres protegido pelo Estado. Como um direito, o

Estado tem uma obrigação de proteger e garantir à liberdade, à segurança aos cidadãos (Artigo

59 nº1), como um dever está intrinsecamente ligado ao dever da cidadania visando à defesa do

próprio Estado (Artigo 46 CRM).

Num Estado democrático, a segurança pública garante a protecção dos direitos individuais e

assegura o pleno exercício da cidadania. Neste sentido, a segurança não é contrário ao exercício

do direito à liberdade, mas sim é corolário para o seu exercício, ela é um dos canais que oferece

estímulos activos para que os cidadãos possam expressar-se livremente, conviver, trabalhar,

produzir, divertir e etc.

1.2. Enquadramento Teórico

Segundo Dougherty (2003,90), marco teórico consiste numa explicação geral de um conjunto de

fenómenos seleccionados, estruturados de maneira satisfatória para que esteja familiarizada com

as características da realidade em estudo. Neste caso para orientar a leitura desta pesquisa, o

enfoque vai para as teorias da desorganização social, teoria de controlo social teoria de anomia e

teoria de rotulagem. Portanto a escolha destas teorias deriva no facto de que a primeira estar

13
relacionada com o estudo das teorias do desenvolvimento, a segunda e terceira por estar

relacionadas com as teorias da segurança, não obstante as cinco teorias podem ser consideradas

de relações sociais.

1.2.1. Teoria da desorganização social na vertente da Escola de Chicago

Da teoria e sua abordagem social, também chamada Teoria da Ecologia Criminal que surge em

meio à explosão de crescimento da Cidade de Chicago, no meio-Oeste dos Estados Unidos.

A teoria da desorganização social, “refere à incapacidade de uma estrutura comunitária em

alcançar valores comuns a todos seus residentes e de manter o controlo social efectivo (Shawe e

Mackay,1942,p.70). A teoria da desorganização social é um marco do estudo sociológico e

criminológico, tendo passado por diversos debates e diversas críticas que apresentam variáveis

ao modelo original proposto.

Partindo do pressuposto de que as Cidades apresentam os maiores índices da criminalidade, vale

ressaltar novamente que tendo baixa condição socioeconómica, as pessoas que moram nas

periferias das grandes Cidades vivenciam ao ambiente do crime, violência, algumas possuem

problemas relacionados com distúrbios mentais, resultantes do fraco ou ausência de amparo do

Estado nas áreas de saúde, educação, segurança pública e, dentre outras áreas. Tal situação atinge

toda população ao estigmatizar determinadas áreas da Cidade (os guetos) 5 e as comunidades que

5
Wacquant (2004) & Costa (2013) guetos referem-se a área natural, produto de migração de forma espacial,
caracterizada por violência colectiva, habitadas por grupos despossuídos, desonrados constituídos por homens,
mulheres e crianças; […] espaço de segregação e exclusão social de indivíduos considerados indesejáveis pela
maioria da população, na sua maioria de raça negra que possuem um importante indicador de problemas sociais,
níveis visíveis de pobreza absoluta, miséria, geralmente localizados em áreas consideradas perigosas por agentes da
lei e apontados como focos de concentração de crescente marginalidade e crimes.

14
moram nesses locais, gerando assim uma espécie de discriminação, que pode ser exemplificada

pela indicação, mesmo indirecta, de área de risco à população mais abastada.

Portanto, essa teoria é aplicável em nosso estudo, pois, arrola uma série de factores que levam a

desorganização social, como a desleixo de umas camadas sociais em relação as minorias e a

condição económica que acentua a situação de miséria, nalgumas camadas sociais concretamente

os moradores dos bairros suburbanos e a população de baixa renda. É neste contexto que a

desorganização social se evidencia, por meio de ajuntamento e fácil manipulação para aderir a

manifestações públicas.

1.2.2. Críticas à teoria de desorganização social

É notável que o pensamento inaugurado na teoria da ecologia criminal (teoria de desorganização

social) estabeleceu um bom procedimento para a instauração de políticas criminais para a

erradicação da desigualdade e, por conseguinte a criminalidade. No entanto, é perceptível que,

nesta teoria não se faz nenhuma alusão às classes sociais mais abastadas, de forma a induzir

implicitamente que nas áreas nobres das cidades não há criminalidade e que os residentes dessas

áreas não praticam crime (Reis, 1951).

De acordo com Filho (2012), os crimes de branqueamento de capital e de colarinho são

especificidades de crimes praticados pelas elites. Esta afirmação surge como uma das críticas à

teoria da desorganização social que nega o envolvimento de indivíduos que detêm posse e vivem

em zonas nobres na prática de actos contrários a lei.

15
Porém, existem ideias que sustentam a aproximação entre a pobreza e a criminalidade, sobretudo

nos crimes contra o património que na sua maioria destes são praticados por indivíduos sem

alfabetização, pobres que vivem em condições de extrema miséria, com formação moral

inadequada Filho (2012). A motivação que este autor encontra para a prática destes actos a que

se associam a manifestação de sentimento de ódio por aqueles que detêm posse justificada pela

luta de sobrevivência.

1.2.3. Teoria do controlo social

Esta teoria considera que o crime ocorre como resultado entre os impulsos que conduzem a

actividade criminal e os dispositivos físicos e sociais que a detêm. Esta teoria, não está muito

interessada em perceber na realidade as reais motivações que conduzem a prática de crimes, pelo

contrário, assume-se que as pessoas agem racionalmente, e que dada a oportunidade, todos

podem enveredar por actos desviantes. Afirma que muitos tipos de delitos são resultados de

decisão situacionais "visto que uma pessoa tem uma dada oportunidade e é motivada a agir"

(Guiddens, 2004,p.234).

Um dos autores mais conhecidos da teoria do controlo social foi o Travis Hirsch que defendia

que os seres humanos são fundamentalmente seres egoístas e calculistas na tomada de decisões

quando a questão de envolver-se ou não na actividade criminal, pensando todos os riscos

benefícios advindos das suas acções.

Hirsch defendia ainda a existência de três tipos de lanços que ligam as pessoas a sociedade aos

comportamentos estabelecidos pela lei: “apego, compromisso e crença”. Quando suficientemente

16
fortes, estes elementos contribuem para manter o controlo social e a conformidade pois não

deixam espaço livre para os indivíduos transgredirem as normas.

Todavia, se esses lanços sociais forem fracos nas pessoas, podem culminar num comportamento

desviante do mesmo ou na delinquência. A abordagem do Hirsch nos sugere que em termos

gerais, os indivíduos desviados são aqueles cujos níveis de controlo de acordo com a vida social

são baixos motivados por falhas que ocorreram durante o processo de socialização na família,

igreja, escola que são consideradas instituições do controlo informal e formal, sendo que é a

polícia é do controlo formal, admitindo-se evidentemente as falhas nos procedimentos policiais.

Esta teoria enquadra-se melhor para o presente projecto de intervenção na medida em que

permite suster o enquadramento das medidas a serem adoptadas para desencorajar as práticas dos

manifestantes ilegais.

17
CAPÍTULO II: METODOLOGIA

Este capítulo cinge-se em apresentar a fundamentação e explicação dos métodos e técnicas

empregues no diagnóstico e na definição do plano de acção para a melhoria das estratégias na

abordagem das manifestações pela UIR.

Fundamenta Barreto e Honorato (1998) que método de pesquisa é o conjunto detalhado e

sequencial de métodos e técnicas científicas a ser executados ao longo duma determinada

pesquisa, de tal modo que estes tornam-se peças fundamentais para o alcance dos objectivos,

ainda Gil (2008) vê-o o como sendo o caminho para se chegar a um determinado fim, abarcando

um conjunto de procedimentos e técnicas usadas para se atingir o conhecimento.

2.1. Abordagem metodológica da Pesquisa

A abordagem metodológica desta pesquisa é qualitativa, esta que na percepção de Vieira e

Zouain (2005) atribui importância fundamental aos depoimentos dos autores sociais envolvidos,

discursos e significados transmitidos por eles, neste sentido, este tipo de pesquisa preza pela

descrição detalhada dos fenómenos e dos elementos que o envolvem, ainda Denzin e Lincoln

(2006) afirmam que este tipo de pesquisa envolve uma abordagem interpretativa do mundo, o

que significa que seus pesquisadores estudam as coisas em seus cenários naturais, tentando

entender os fenómenos em termos dos significados que as pessoas a eles conferem.

Para tal, a escolha da pesquisa qualitativa, os conceitos acima descritos alicerçam de forma clara

o presente projecto, que para a percepção de estratégias motivacionais, no cumprimento de

missões de combate a violência concertada e declarada, há uma necessidade de analisar o

18
fenómeno num ambiente natural (UIR), como vista a permitir uma analise detalhada e identificar

os factores influenciadores no incumprimento pleno das missões, junto aos elementos envolvidos

(Força).

2.2. População e amostra

Gil (2008, p. 90) afirma que o universo ou população "é um conjunto definido de elementos que

possuem determinadas características". Por sua vez Ribeiro Jr. (2014) afirma que a população é

um colectar de unidades obrigacionais que podem ser pessoas, animais, objectos ou resultados

experimentais sobre os quais pretende-se fazer inferência (um estudo).

Para Gil (2008,p.90) amostra é subconjunto do universo ou da população, por meio do qual se

estabelecem ou se estimam as características desse universo ou população, enquanto Ribeiro,

(2014) define a amostra como sendo um subconjunto de pessoas itens ou inventos de uma

população maior numa determinada pesquisa com características relevantes para o estudo.

Tendo em conta as definições acima descritas considera-se população ou universo, para esta

pesquisa todo o efectivo da UIR que desempenham funções operativas, que por questões de

salvaguarda da Segurança Nacional, não nos são permitidas a quantificação.

Amostra da presente pesquisa e composta por 11 membros da PRM, pertencentes a UIR, dos

quais: 4 Chefes de Repartição que representam os Gestores da Força, 7 agentes operativos, dos

quais configuram-se: 7 que de forma rotineira participam nas missões.

19
2.3.Técnicas de Recolha de Dados

É de salientar que a abordagem qualitativa no presente projecto encontra-se expressa nas

seguintes técnicas de recolha de dados: Analise Bibliográfica, documental, Entrevista e

Observação directa e participante.

2.3.1. Análise bibliográfica:

A pesquisa bibliográfica abrange toda a bibliografia já tornada pública em relação ao fenómeno

em estudo, desde as publicações avulsas, boletins, jornais, livros, pesquisas, revistas,

cartografias, etc. Sendo que a intenção deste instrumento segundo (Lakatos e Marconi, 2001) é

colocar o pesquisador em contacto directo com tudo o que foi escrito, dito, filmado sobre

determinado assunto.

Para tal no projecto em alusão, a bibliográfica consistiu na consulta de documentos que já

tiveram um tratamento analítico: como obras, jornais, cites da internet, o que permitiu-nos a

compressão da temática em análise, alicerçando-se as teorias que ajudaram no desenho do plano

de acção para a melhoria de estratégias para o cumprimento de missões de combate a violência

concertada e declarada na UIR.

2.3.2. Análise documental:

A pesquisa documental, segundo (Lakatos e Marconi, 2001) é uma fonte de colecta de dados que

esta estritamente ligada a documentos escritos, constituído o que se denomina fontes primárias,
20
pode-se encontrar: leis, decretos, relatórios, publicações, projecto leis, ordens, sendo que estes

documentos podem ser publicados ou não publicados, mais que servem para fundamentar as

pesquisas.

O projecto em alusão fundamenta-se na revisão teórica destas fontes, como: leis, ordens de

serviço, publicações nos jornais, revistas, leis, tendo sido fundamental na observação e

diagnóstico do problema que se circunscreve no incumprimento de missões por parte de alguns

membros, bem como no levantamento de certas actividades de abordagem das manifestações mal

sucedidas que mancham a imagem da PRM.

2.3.3. Entrevista

Duarte (2004, p.219) explica que esta técnica de colecta de dados é mais utilizada em pesquisas

científicas, representando uma interacção entre duas pessoas, há na entrevista uma maior garantia

da confiabilidade dos assuntos em pesquisa, pós esta passa necessariamente pela explicação das

relações existentes entre o procedimento adoptados a literatura científica, o objecto de pesquisa e

os resultados obtidos a partir desta relação.

Para esta pesquisa, privilegiou-se a entrevista de natureza semi-estruturadae foi ministrado aos

oficiais e agentes operativos da UIR, a escolha deste tipo de entrevista permitiu o pesquisador

administrar através de um guião (roteiro de entrevista) pré-elaborado, sobre o tema em análise,

permitindo aos entrevistados que debruçassem sobre assuntos que foram surgindo ao longo da

conversa, e usando uma grelha para anotação das respostas colhidas, nestas entrevistas foram

21
aplicadas três tipos de modalidade: Entrevista focalizada, Entrevista clínica Entrevista na

dirigida:

1º As entrevistas dirigidas – foram realizadas na UIR, nos respectivos sectores de trabalho,

aplicadas em forma de guião semi-estruturado aos Gestores da Força (Chefes de Repartição da

Doutrina e Ética Policial, Chefe Secção de Pessoal e Formação, Chefe da Secção de Planificação

Operativa) pós estes participam na elaboração dos planos de formação dos efectivos e

desempenham um papel fundamental na moralização da Força.

2º Entrevista focalizada – foi aplicada aos agentes operativa que tem cumprido as missões de

forma rotativa, salientar que neste grupo enquadram-se desde o Comandante do Batalhão, da

Companhia, Comandante de Pelotão e colaboradores.

3º Entrevista clínica foi aplicada aos agentes que de forma circunstancial que cumpriram

missões, nestes encontram-se os que ainda são efectivos activos.

2.3.4. Observação directa e participante

Na percepção Gil (2008) a observação participante, ou observação activa, consiste na

participação real do conhecimento na vida da comunidade, do grupo ou de uma situação

determinada, onde o observador assume, pelo menos até certo ponto, o papel de um membro do

grupo.

Baseando se na percepção Gil (2008) no projecto em alusão, o observador e participante, pôs faz

parte da população em estudo, (efectivo da Intervenção Rápida) factor este que a possibilitou a

22
observar os comportamentos sociais e culturais dos sujeitos da pesquisa, sem nenhuma

mediação, ter vivenciado ao longo do tempo o dilema do incumprimento das missões por parte

de alguns membros, factores estes que a possibilitaram no desenho do plano de acção, com vista

a melhoria das estratégias motivacionais para reverter o problema ora diagnosticado.

2.4.Questões Éticas

A ética desde a sua origem busca estudar e fornecer princípios orientadores para o agir humano,

agregando um conjunto de regras e preceitos de ordem valorativa e a moral de um indivíduo, de

um grupo ou de uma sociedade. Para a elaboração do presente projecto aliou-se a percepção de

Cortelha (2009) mostra a ética numa perspectiva de olharmos os nossos princípios e os nossos

valores para existirmos juntos, tendo-se observado as seguintes questões:

a) Salvaguardou-se a Comunidade Cientifica tendo tido o cuidado de citar todos os autores

referenciados correctamente,

b) Aos sujeitos da pesquisa (grupo-alvo) teve-se o cuidado de preservar a sua integridade,

assegurando-lhes os direitos de preservar a sua integridade, aos mesmos atribuiu-se um

numerador.

c) Ao Estado Pela complexidade do assunto em estudo, fez-se uma análise exaustiva, sem

destorcer os conteúdos das matérias de carácter confidencial.

23
2.5.Limitações de Estudo e resultados esperados

Constituíram limitações do estudo, a complexidade de aceder alguns dados por se tratar de questões

de segurança, a indisponibilidade dos entrevistados (respondentes) uma vez que uma parte destes já

se encontram a exercer outras actividades. Estes foram factores que concorreram negativamente para

o levantamento de certos dados importantes para a pesquisa em alusão.

24
CAPÍTULO III: DIAGNÓSTICO DO PROBLEMA

3. IDENTIFICAÇÃO DO PROBLEMA

O terceiro capítulo deste projecto cinge-se no diagnóstico do problema, referente a análise do

impacto das abordagens da Unidade de Intervenção Rápida sobre a população, bens materiais e

económicos no âmbito das manifestações, formas de manifestação do problema, possíveis causas ou

factores, dificuldades para sua solução, pontos fortes e fracos tendentes a sua solução (a análise SWOT).

3.1. FORMAS DE MANIFESTAÇÃO DO PROBLEMA

(i) Actuação da UIR durante as manifestações populares

O papel da polícia é enfrentar todos os tipos de problemas humanos quando (e na medida em

que) suas soluções tenham a possibilidade de exigir (ou fazer) uso da força no momento em que

estejam ocorrendo (Bittner, 2003). Bayley (2001) menciona que, os mecanismos de controle da

Polícia são importantes e a relação pode ser variada, pois o relacionamento da polícia com a

sociedade é recíproco – a sociedade molda o que a polícia é e a polícia influencia aquilo em que

a sociedade pode se tornar.

As regras norteadoras do uso da força pelas polícias foram estabelecidas pela Organização das

Nações Unidas (ONU) no Código de Conduta para os Encarregados da Aplicação da Lei

(CCEAL), em 1979:

25
Artigo 8: Os funcionários responsáveis pela aplicação da lei devem respeitar a lei e o presente Código.

Devem, também, na medida das suas possibilidades, evitar e opor-se vigorosamente a quaisquer violações

da lei e deste Código.

Os funcionários responsáveis pela aplicação da lei que tiverem motivos para acreditar que houve ou que

está para haver uma violação deste Código, devem comunicar o fato aos seus superiores e, se necessário,

a outras autoridades competentes ou órgãos com poderes de revisão e reparação. (ONU, 1979).

Posteriormente, em 7 de Setembro de 1990, o mesmo órgão estabeleceu os Princípios Básicos

sobre o Uso da Força e Armas de fogo (PBUFAF), por ocasião do Oitavo Congresso das Nações

Unidas sobre a Prevenção do Crime e o Tratamento dos Delinquentes, que preveem que os

Governos devem proceder à adopção de políticas públicas e de mecanismos de controle

conforme a regra geral. Especificamente para o policiamento de reuniões ilegais, onde se

verifica:

13. Ao dispersar reuniões ILEGAIS, porém NÃO VIOLENTAS, os encarregados da aplicação da lei

deverão evitar o uso da força ou, quando isso não for possível, restringir o uso da força ao mínimo

necessário;

14. Ao dispersar reuniões VIOLENTAS, os encarregados da aplicação da lei somente poderão usar armas

de fogo quando outros meios menos perigosos não forem praticáveis; e somente no mínimo necessário; e

SOMENTE sob as condições estipuladas no Principio 9. (ONU, 1990)

Na prossecução das actividades de manutenção e reposição de ordem pública em reuniões e

manifestações, a PRM tem as seguintes funções: “garantir a observância e cumprimento de

disposições legais que regem a realização de reuniões, manifestações e espectáculos públicos”

(Art. 14 do Lei nº 16/2013).

26
Durante a manifestação, caso a PP coadjuvada por outras forças combinadas seja ineficaz na

mediação da desordem, é accionada a UIR. A polícia poderá desencadear medidas imediatas e

adequadas para evitar os perigos contra pessoas. Tratando-se de uma manifestação em que os

organizadores estejam identificados, as medidas policiais poderão ser adoptadas junto dos

responsáveis pela organização (Sousa, 2004).

Ao abrigo da Lei 16/2013 de 12 de Agosto a UIR tem as seguintes funções no âmbito da

manutenção e reposição de ordem públicas:

a) “[…] Realização de operações de manutenção e reposição de ordem pública; Garantir o

controlo de massa e combater as situações de violência concertada e declarada;

b) Colaborar com outras forças na reposição de ordem, nas acções de prevenção e de

combate à criminalidade violenta e organizada; protecção de segurança de altas

individualidades e objectos estratégicos […]”.

Como prevê a lei, nas operações em multidão carece a utilização de forças combinadas, e força

conjuntas ou coordenadas nomeadamente: o (DPP), a (UIR), a (Unidade da Canina),o DII,

mediante autorização do Comandante Provincial (nível táctico) (cf. nº 1 do art.º 39º do Decreto

nº 85/2014,que no quadro das suas competências poderá dar instruções tácticas.

Embora a lei confira à PRM competências funcionais na manutenção da ordem e segurança

públicas em contexto de reuniões e manifestações, a aplicabilidade de meios de persuasão deve

ser de acordo com as medidas de polícia, as que estão previstas na lei, desde que se mostrem

convenientes para a manutenção de ordem e segurança públicas (cf. nº 2 do art. 7 da Lei nº

16/2013). Nos poderes gerais de polícia, a PRM goza de autonomia táctica, na medida em que a

polícia pode e deve adoptar as medidas necessárias à prevenção dos perigos concretos de ordem

27
e segurança pública, desde que não sejam contrárias à lei (Sousa, 2004). Também o art. 7 da Lei

nº7/2001 prevê que quando a manifestação pública ou aberta ao público se afaste das suas

finalidades e objectivos de ordem e tranquilidade pública, as autoridades policiais podem

interrompê-la e recorrer à persuasão, por meios lícitos previstos na lei. É evidente que existe uma

discricionariedade na utilização de meios coercivos por parte da polícia, mas nunca devem ferir a

lei.

A Constituição moçambicana, assim com a Lei da PRM no (art.º 33º do L/nº 16/2013), pressupõe

o uso legal da força policial nas seguintes moldes:

a) “ […] Em caso de perturbação de ordem e tranquilidade pública para repelir uma

agressão ilícita em curso ou eminente de interesses juridicamente protegidos, em defesa

de próprios ou de terceiros;

b) Para vencer a resistência à execução de um serviço no exercício das suas funções, depois

de ter procedido a intimação formal de obediência e esgotados outros meios para o

conseguir;

c) Para efectuar detenções de acordo com a legislação penal, de acordo com os princípios de

necessidade e proporcionalidade […].”

Como vimos, todas missões operativas na actuação policial dependem do comportamento dos

manifestantes, as forças policiais devem estar conscientes sobre as condições de situações

violentas pela compreensão da dinâmica das multidões, sabendo que a violência é uma função da

valorização da legitimidade dos interesses grupais (Valente, 2009).

Quanto à ordem de dispersão do local para a prevenção de perigos, a polícia detém às

competências, mas deve exercê-las com antecedência, para que as pessoas abandonem o local, ou

28
proibir a manifestação (cortejo ou desfile) de entrar num determinado local, depois de esgotarem

todos os meios de negociação e nos casos em que a vida ou integridade física dos cidadãos

estiver em perigo.

Para o bom cumprimento destas tarefas num Estado Democrático, a vertente de formação é

crucial, como reafirma Valente (2009, p.158). É “importante à formação profissional dos agentes

policiais que têm missões de aplicação prática das medidas a adoptar, o conhecimento da

identidade social, antecedentes e interacções com outros grupos são determinantes”. Por outro

lado, Miranda & Lima (2008) defendem que não basta o uso de conhecimentos no combate ao

crime antes da sua existência, para evitar a sua multiplicação, é necessário recorrer a inovações

tecnológicas incorporadas na sociedade moderna. Ou seja, é importante ter conhecimentos

profissionais, mas também meios tecnológicos; a Polícia deve seguir a evolução tecnológica

porque o modus operandi dos criminosos evolui com as novas ofertas do mundo digital.

Moçambique é um Estado de Direito Democrático constitucionalmente instituído, de respeito

pela pessoa humana. Assim sendo, o Estado como servidor da segurança e de tranquilidade

públicas, deve criar condições e mecanismos de manutenção, controlo de ordem pública

segurança das pessoas de acordo com os princípios de direito democrático. O art.º 51º da CRM,

confere a todo cidadão moçambicano o direito de reunião e manifestação desde que respeite a lei,

e os pressupostos jurídicos estão previstos na Lei nº 7/2011, de 7 de Julho.6

Em Fevereiro de 2008 e Setembro de 2010, as cidades de Maputo e Matola foram palco de

protestos violentos contra a subida do custo de vida, protagonizados por grupos de populares.

Tais protestos foram logo depois replicados em algumas outras cidades do país, mas numa

dimensão bem mais restrita e rapidamente controlados pelas forças policiais. Em Novembro de
6
2 Cfr. Lei nº 7/2011, de 7 de julho que altera em partes a Lei nº 9/91 de 18 de julho.

29
2012, um novo protesto se desenhou, mas a acção repressiva imediata nos locais críticos de

concentração dos populares pelas forças da polícia, que nos últimos anos tinha sido reforçada

fortemente em homens e material, impediu que a violência se generalizasse, ainda que não tenha

evitado a paralisia quase total da actividade no Grande Maputo durante um dia e meio (Brito etal.

(2015, p.1)7

Para Brito et al. (2017) e Chunguane (2017), as revoltas populares urbanas registadas entre anos

de 2008-2012 que no meio dos analistas sociais locais foram designadas de revoltas de fome ou

de pão devido ao móbil reivindicativo dos seus proponentes se enquadram em dois contextos:

1. Num movimento mais amplo de dimensão global que vem afectando vários países desde

2008 derivados do aumento e de alta volatilidade dos preços de produtos alimentícios no

mercado internacional e;

2. Dinâmicas económicas e políticas internas que resultam da exclusão social e política das

camadas sociais urbanas mais encarecidas.

7
Luís de Brito, Egídio Chaimite, Crescêncio Pereira, Lúcio Posse, Michael Sambo e Alex Shankland (2015).
Revoltas da Fome: Protestos Populares em Moçambique (2008-2012). Maputo. Cadernos IESE Nº14P
https://www.iese.ac.mz/wp-content/uploads/2018/12/cap-I.pdf

30
3.2. Identificação dos Pontos fortes e fracos para a resolução do problema

(MATRIZ SWOT)

Para uma melhor formulação da metodologia de solução do problema levantado foi fundamental

fazer uma análise estratégica, no ambiente organizacional, recorrendo a análise SWOT, com o

objectivo de identificar as oportunidades e ameaças (externas), a organizações e seus pontos

fortes e fracos (interno) para a melhoria das estratégias motivacionais, conforme ilustra o quadro

abaixo:

3.2.1. Análise FOFA

Ambiente Externo

Ameaças Oportunidades

- Existência de desmobilizados. - Criação de uma força intermediária

- Existência de membros da policia expulsos equipada com meios menos letais.

na corporação; - A revisão dos níveis de escalamento da

- Conhecimento de algumas técnicas de força e a criação de uma força intermédia

intervenção Policial por parte dos especializada, equipada de meios operacionais

manifestantes; menos letais, sedeada nas cidades mais

- O uso de materiais letais por parte dos desenvolvidas do país será uma opção

manifestantes. estratégica para a PRM melhorar o seu

desempenho em manifestações;

- Formação contínua dos agentes com funções

policiais, como é o caso da Polícia de

31
Protecção (PP), Direcção de Informação

Interna (DII) será fundamental, porque são as

primeiras subunidades policiais a chegarem às

ocorrências (mesmo as mais complexas),

enquanto aguardam a força especializada

(UIR).

Ambiente Interno

Forças Fraquezas

- Reestruturação de mecanismos de actuação - PRM dispõe de uma e única força

da PRM em manifestações populares; especializada em reposição da ordem pública,

- Presença policial a Unidade de Intervenção Rápida (UIR),

- Uso dissuasivo de arma de fogo apesar de existirem outras forças de reserva,

como é o caso da (Unidade Canina) e o

(GOE), este último especializado em

Incidentes Tático-Policiais (ITP), que em

casos excepcionais de desordem pública

podem auxiliar outras forças policiais.

- Ausência de força intermediária nos níveis

de escalamento da força na PRM em caso da

desordem pública.

32
Analisando as forças e oportunidades da tabela acima exposta, bem como para corrigir a má

imagem da opinião pública acerca da actuação da Polícia moçambicana nas duas últimas greves

(2008 e 2010), muitas vezes, atentatória do direito de reunião e manifestação, através do alegado

uso excessivo de força alegando a sua legítima defesa e de terceiros, a Polícia deve rever o

quadro de formação dos agentes com funções policiais. Esta revisão deve culminar com a

preparação de uma força intermediária equipada com meios menos letais. Nota-se o uso da força

por parte da UIR em manifestações, pelo que a sua presença limita automaticamente aos

manifestantes, sendo importante a preparação da força para intervir nestes casos

A formação e o treinamento da PRM devem ser voltados totalmente para o quotidiano e o seu

aprendizado deve torna-se parte da rotina, desenvolvendo-se nos policiais as habilidades para a

prática policial, não se atendo somente à teoria. Neste sentido, o foco da acção do aprendizado

desloca-se para o local de trabalho, sendo um aprendizado pró-activo, onde se aprende treinando

em situações próximas da realidade.

Há necessidade de um treinamento efectivo de todo o corpo policial, principalmente para

actividades de policiamento especializadas que requerem técnica e treinamentos constantes. A

mudança de cenário não pode implicar em mudança da essência da técnica, principalmente

referente ao uso da força que, conforme o estudo realizado por Resende (2002), o esperado é um

conhecimento técnico-profissional apurado e adequado para a solução mais amena do problema,

pois a actuação policial deve pautar pelo respeito à vida, à integridade física e à dignidade

humana, que são os princípios básicos dos Direitos Humanos, conforme diz Elias e Pinho (2013),

a actividade da Policia é caracterizada pela preservação da paz e da tranquilidade social e

liberdade dos cidadãos.

33
Neste contexto, percebe-se que porque a Polícia é auditada e controlada por diversas instâncias,

judiciais, inspecções da tutela, por auditorias internas, pela comunicação social, pelas

organizações não governamentais e pelos cidadãos. Uma das principais fraquezas e ameaças da

Unidade de Intervenção Rápida sobre a população, bens materiais e económicos no âmbito das

manifestações na Cidade de Maputo é a ausência de força intermediária nos níveis de

escalamento da força na PRM em caso da desordem pública, disparo de arma de fogo e golpe de

defesa em regiões vitais.

Em jeito de síntese, pode-se afirmar que a ordem pública é um bem valioso característico do

Estado de Direito Democrático, sendo assim, a actuação da Polícia nunca pode ser limitadora de

direitos dos cidadãos. Para minimizar o problema da tardia resposta policial às ocorrências de

desordem pública devido às longas distâncias para o interior dos bairros suburbanos, também a

falta da força intermediária poderá potenciar situações de abuso de poder e de uso excessivo e

desproporcional da força.

Sendo assim, propomos um plano de intervenção social ao nível estratégico da PRM, para

melhorar o actual modelo da organização e estrutura operativa da Polícia moçambicana,

formando uma força intermédia especializada em matéria de manutenção e reposição de ordem

pública nos Comandos Provinciais da PRM mais desenvolvidos e com historial de distúrbios,

para coadjuvar a Polícia de Protecção (esquadras de rotina) que actualmente desempenha tais

funções em condições frágeis, sem meios de trabalho e muito menos treino especializado que

acabam usando armas de fogo (AK-47) alegando a legítima defesa, conforme veremos a seguir.

34
CAPÍTULO IV – Proposta para a solução do Problema

4.1.Possível solução do problema.

Segundo Tsucana (2018, 67), avança que a actividade da Policia é tão específica, complexa e

dinâmica que só pode ser desempenhada com sucesso se os profissionais intervenientes tiverem a

adequada capacidade de transferir os conhecimentos a ela inerentes para a situação. Esta

transferência vai ajudar a UIR a superar os constrangimentos com que se depara na abordagem

das manifestações populares. Para o presente trabalho avança-se a ideia de abordagem

antecipada às manifestações populares.

4.2.Proposta da Estratégia

Face aos factos relatados em volta deste trabalho torna-se evidente avançar estratégias com vista

a fazer face á manifestações populares. Portanto, partimos da hipótese que o Estado

moçambicano tendo uma orientação neoliberal e não se colocando claramente como tal, em

determinados momentos em que as tensões sociais se agudizam, urge uma necessidade de fazer o

uso dos meios que dispõe para fazer face as manifestações populares e garantir a OSP.

Na prossecução dos objectivos da manutenção da OSP, os Estados, assumem hoje em dia, duas

posições relativas aos cenários de desordem pública; ou adoptam uma postura de reacção

apoiada na forma musculada de intervenção, ou aderem a uma estratégia de gestão baseada nas

informações e nos níveis de violência (Felgueiras, 2009).

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Analisando a primeira vertente, a reactiva, incide no facto das acções da polícia depender da

acção dos manifestantes. Carece de uma observação constante no terreno a todos os níveis,

porque, como não é dada importância às informações, todos os campos manifestantes têm de ser

cuidadosamente observados, sob pena de não se conseguirem prevenir as desordens. Para além

do maior desgaste dos meios no terreno, neste tipo de intervenção policial corre-se o risco de agir

fora do contexto da situação e sobre um grupo que não conhecemos antecipadamente, logo, sem

os meios adequados e proporcionais.

Na segunda vertente, a de gestão, a acção da polícia depende essencialmente das informações

obtidas. Passa-se a assumir então, uma postura de gestão de Ordem Pública onde se vão gerindo

os níveis de violência e compreendendo as interacções dos diferentes grupos (Felgueiras, 2006).

Este procedimento de avaliação contínua da situação alimentado pelas informações apoia o

planeamento e as opções tácticas a tomar, tornando a polícia pouco visível, mas mais atenta e

com um melhor nível de prontidão caso seja necessário actuar.

Sobre o dito anteriormente, também Clemente (2009) é da opinião que, o controlo está

entranhado em todo o lado, mas ao mesmo tempo na sombra, para que só a actividade

manifestante possa sobressair-se. Assim, na gestão em caso de desordem, deve agir-se

selectivamente e determinantemente sobre os geradores de riscos ou ameaças, porque, só desta

forma se conseguirá conquistar a confiança do cidadão exemplar e legitimar de forma pronta a

acção policial. Isto é simplesmente, a coercibilidade reduzida ao mínimo, numa sociedade em

que a forte visibilidade policial é por vezes argumento para o aumento dos ânimos e das

provocações nas manifestações.

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4.3. Formas de Resolução do Problema

Para findar, com vista a obtermos um conhecimento mais profundo acerca da actuação das

Forças de Segurança, abordar-se-á àquilo que são os mecanismos de controlo e as tácticas das

forças responsáveis pela Ordem Pública em França e Espanha, dois países que partilham tácticas

e técnicas de actuação de fácil e adequada adaptação ao nosso país.

Sobre os mecanismos de controlo nos países referidos, estes, fazem uso de três mecanismos

comuns: the territorial incapacitation – definida pela demarcação e defesa de territórios por

parte das Forças Operativas; the protester incapacitation – definido pela restrição dos

movimentos do protestante; and the dispersal – definido pelo encorajamento à dispersão dos

manifestantes. Como podemos deduzir já pela breve análise feita, no nosso país aplicam-se os

mesmos mecanismos, não estivessem incluídas para a definição destes, as tácticas usadas que

lhes abonam o nome.

Dentro da territorial incapacitation, temos duas tácticas comummente utilizadas: a ring of steel e

a no protest zone. A primeira tem como instrumento táctico a criação de perímetros com vista a

proteger o alvo dos manifestantes, a segunda tem como base a definição de uma zona de não

protesto. No segundo mecanismo de controlo enunciado (the protester incapacitation) temos três

tácticas utilizadas: o containment, o pré-emptive arrest e o border control. A primeira táctica

assenta na passividade da Força Operativa, e prevê a contenção do avanço dos manifestantes por

longos períodos de tempo, confinando-os a determinado espaço físico; a segunda táctica é

caracterizada por prevenir desordens de forma localizada (tal como já tínhamos referido

anteriormente sobre a actuação das Forças Operativa em Portugal), assim, são muito comuns

nestas as pré-detenções – pré-controlo de manifestantes que se suspeita que irão ter uma atitude

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desordeira ou destabilizadora; a última táctica diz respeito ao controlo de fronteiras, com vista

também a fazer uma prevenção da desordem por parte de elementos que poderão prejudicar o

trabalho das Forças Operativas. Por último, como mecanismo de controlo utilizado por ambas os

países em análise, temos o dispersal, em que a sua táctica assenta na movimentação dos

manifestantes por parte das Forças Operativas com vista a quebrar o grupo de manifestantes.

Não obstante todos estes mecanismos e tácticas, achamos pertinente referir por último aquele que

vemos como o menos lesivo para os direitos fundamentais dos manifestantes, e que melhor pode

servir os objectivos das Forças Operativas. Na óptica do autor, este não é utilizado comummente

por França e Espanha, porém, pelo que assistimos e analisámos do fenómeno manifestante, quer

nestes países, quer em Portugal, as tácticas deste mecanismo estão a ser utilizadas com

frequência, particularmente quando falamos de manifestações organizadas por organizações com

experiência. Falamos do controlo social e da tentativa de influenciar o comportamento e a

motivação dos que protestam. Aqui é usada a táctica do negotiated management, uma gestão de

negociação que destaca a cooperação e a comunicação entre polícia e manifestantes.

4.4. Metodologia ou plano de acção para a resolução do problema

Em Novembro de 2012, um novo protesto se desenhou, mas a acção repressiva imediata nos

locais críticos de concentração dos populares pelas forças da polícia, que nos últimos anos tinha

sido reforçada fortemente em homens e material, impediu que a violência se generalizasse, ainda

que não tenha evitado a paralisaçãoquase total de actividade no Grande Maputo durante um dia e

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meio. Contudo, com esta medida a magnitude dos actos de violência comparando com as

manifestações anteriores consideraram-se menores. Assim vai se adoptar essa estratégia.

Face ao exposto acima para o processo de controlo das manifestações de uma forma eficaz e

eficiente contendo os recursos quer humanos e materiais o projecto propõe o seguinte plano:

 Havendo uma eminente manifestação, cria-se um Comando Operativo (CO) para

coordenar as actividades de contenção da manifestação constituído pelos membros da

Direcção do Comando na qual faz parte o Comandante do Batalhão.

 Difundir o procedimento colectivo de abordagens as manifestações no seio da Força;

 Capacitar aos envolvidos (Comandantes e chefes das secções e dos grupos e operativos)

as técnicas de abordagens proactivas.

 Aos comandantes pela experiência e conhecimento do histórico das manifestações serão

responsáveis pela identificação dos locais a plantar os meios e os homens. Pela dinâmica

social alguns lugares podem deixar de ser possíveis focos e nascer novos. Para o sucesso

deste processo será coadjuvado grandemente pela secção de reconhecimento.

 Aos chefes dos grupos e das secções terão a responsabilidade de manter segurança do

pessoal os meios e a área sob sua responsabilidade. E para o controlo efectivo da sua área

de responsabilidade contarão com o apoio crucial dos operativos do reconhecimento.

 A presença da Força no terreno terá uma supervisão constante, primeiro pelo comandante

do pelotão, em seguida pelos membros da CO.

A abordagem anterior constitui uma base firme para tornar céleres os processos de abordagens

proactivas às manifestações populares. Pois, fornece uma visão mais estruturada dos mecanismos

e metodologia para uma a consolidação da estratégia de abordagem proactiva as manifestações,

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assim como uma proposta para a sua implementação efectiva. Esta abordagem pode ser

conciliada com os conhecimentos já existentes das tácticas de anti-motim, um conhecimento

amplamente difundido no seio da força, embora reconhecendo a mobilidade dos quadros que

tiveram a formação inicial, contudo assume-se como uma estratégia credível de previsão e

abordagens as manifestações populares.

Contudo, tecnicamente este processo de transição pode ser sustentado pelos excelentes quadros

que a UIR dispõe. Não obstante, cursos de superação técnica de modo a incorporar aos membros

as novas directrizes de trabalho serão extremamente fundamentais. E por ser uma área específica

os membros já experientes poderão assumir a dianteira no processo da difusão da estratégia sob

um olhar atento do proponente da iniciativa, como mostra a tabela a seguir.

Plano de formação (Cursos de Superação Técnica)

Nº Temas estratégicos Objectivos estratégicos Indicador de resultado Período

1 Preparo mental e do Ensaiar possibilidades para antecipar e Garantido o preparo mental Três

estado de prontidão observar sua capacidade de reacção para e prontidão da força em meses

da força diferentes situações do quotidiano operacional diferentes situações.

2 Metodologia para - Desenvolver as ferramentas necessária para Desenvolvidas habilidades e Três

proceder a diagnosticar as diversas situações de ameaças pensamento táctico da meses

Avaliação de Riscos e as condições de segurança de intervenção Força de avaliação de riscos

- Desenvolver o pensamento táctico na forca, em situações de

isto é, incutir nas forças os elementos básicos manifestações.

para analisar e controlar as diferentes áreas do

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“teatro das operações” e buscar interferir no

processo mental do agressor, subsidiado o

planeamento da intervenção.

3 Abordagem da PRM - Desenvolver principais etapas da abordagem Desenvolvidas e conhecidas Três

em manifestações policial e classificação em três níveis as principais técnicas de meses

populares diferentes, em função dos objectivos e riscos abordagem da PRM em

avaliados. manifestações populares.

4 O processo de Destacar os principais elementos verbais e Garantido o conhecimento Três

Comunicação não verbais do processo de comunicação, dos elementos verbais e não meses

como instrumento facilitador em qualquer verbais do processo de

abordagem, aplicável em todos os níveis do comunicação.

uso da força pela PRM.

5 O uso da força Trazer considerações e orientações sobre o Conhecidas todas Três

uso da arma de fogo e de força orientações do uso de arma meses

potencialmente letal, consistindo num de fogo e de força

referencial para que a PRM tenha segurança potencialmente letal pela

em utiliza-la, desde que tenha conformidade PRM.

com os princípios éticos e legais que regem

seu emprego.

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A tabela acima mostra-nos que as tarefas de prevenção e manutenção da ordem pública,

sobretudo com a participação da comunidade, são e continuarão sendo muito importantes para

qualquer estrutura moderna de policiamento e devem ser desenvolvida com racionalidade

programática orientada pelos objectivos da paz, protecção aos direitos e da prevenção ao crime.

O mesmo plano de formação ainda prevê não somente a repressão qualificada, mas define que as

unidades devem estar devidamente treinadas, uma tropa seleccionada e previamente instruída, e,

sobretudo que as actuações devem também ser preventivas, ou seja, manter estudo continuado de

situação, visando à detecção de eventual surgimento de ameaças que violem a ordem pública,

bem como ao estabelecimento de procedimentos que as eliminem ou minimizem, eliminando-se

a ideia do combate apenas depois de instaurada à crise.

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Conclusão

A presente pesquisa propôs-se em definir um plano de acção para a melhoria das abordagens as

manifestações populares pela UIR, para o cumprimento de missões de violência concertada e

declarada. Assim sendo, foi utilizada como metodologia a pesquisa de natureza qualitativa

procurando aclarar os aspectos sobre estratégias de abordagem as manifestações populacionais.

Em complemento foi realizado uma pesquisa de campo na qual foram abordados aspectos

relativos aos factores que se consideram fundamentais para uma intervenção eficaz e com menor

danos nos meios materiais e humanos quer para a corporação assim como para os protagonistas.

Considera-se que o objectivo principal foi atingido, tendo em conta que através das respostas

concedidas no levantamento de dados, foi possível identificar e apresentar as estratégias

consideradas mais eficientes e eficazes para a abordagem de uma manifestação popular sem

envolver muitos danos a todos os níveis.

De acordo com os dados colectados, merecem atenção o aspecto diagnosticado nos planos de

formação/especialização, podendo se conciliar mais a área técnica/Operações com as Formações.

Esta última visa municiar os novos efectivos em matérias de abordagem as manifestações

populares, bem como auxilia em ferramentas para a consciencialização dos efectivos de forma a

evitarem maiores danos materiais e humanos.

Igualmente, mereceram aspectos por observar a incorporação de oficiais operativos de

reconhecimento, de modo a dar continuidade com os objectivos ideológicos da Instituição no

seio da Forca. Outro aspecto levantado que pode servir de mecanismo de superação para uma

abordagem eficaz e eficiente as manifestações populares, e adesão de uma política institucional

que visa reconhecimento dos membros que se destacam nas diversas missões de reposição da
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ordem pública, no que concerne a condecorações, incentivos, promoções, configura numa

estratégia motivacional para o crescimento na carreira, aumentando a satisfação dos efectivos

poderá incorrer-se no acréscimo da responsabilidade destes o que traduz num ganho tanto

individual como da organização com o alcance dos objectivos ora traçados.

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