Atividade Futebol Iniciação
Atividade Futebol Iniciação
Atividade Futebol Iniciação
Londrina - Paraná
2018
Glênio Vinícius de Souza Oliveira
Cid
Londrina - Paraná
2018
Atividades de equilíbrio e habilidades motoras para
crianças: Uma abordagem futebolística
_________________________________________
Prof. Dr: Eros de Oliveira Junior
Universidade Norte do Paraná – UNOPAR
_________________________________________
Prof. Dr. Andreo Fernando Aguiar
Universidade Norte do Paraná - UNOPAR
_________________________________________
Prof. Dr. Arli Ramos de Oliveira
Universidade Estadual de Londrina – UEL
_________________________________________
Prof. Dr. Dartagnan Pinto Guedes
Coordenador do Curso
Universidade Norte do Paraná – UNOPAR
CDD 152.3
Andressa Fernanda Matos Bonfim - CRB 9/1643
Sumário
INTRODUÇÃO ..........................................................................10
PARTE I
Equilíbrio postural ...................................................................................... 12
Equilíbrio Postural Estático ........................................................................ 13
Equilíbrio Postural Dinâmico ...................................................................... 14
Controle Postural ....................................................................................... 14
Propriocepção ........................................................................................... 15
Visão ......................................................................................................... 17
Sistema Vestibular ..................................................................................... 18
Habilidades Motoras .................................................................................. 19
Habilidades motoras básicas – manipulação ............................................. 20
Manipulação motora grossa ...................................................................... 20
Manipulação motora fina ........................................................................... 20
Habilidades motoras básicas - Locomotoras ............................................. 20
Habilidades motoras básicas de estabilização .......................................... 20
Coordenação Global .................................................................................. 21
Esquema corporal ...................................................................................... 21
Estruturação espacial ................................................................................. 21
Orientação temporal .................................................................................. 21
Lateralidade ............................................................................................... 21
Coordenação motora fina ........................................................................... 21
Aspectos que interferem na execução das habilidades motoras ................ 22
O futebol na fase de iniciação ................................................................... 24
EQUILÍBRIO E HABILIDADES MOTORAS NO FUTEBOL ........................ 26
Iniciação Esportiva .................................................................................... 26
Aprendizagem motora na Iniciação às atividades esportivas .................... 28
Capacidades Exigidas no Futebol ............................................................. 30
Exercícios para o Futebol Infantil .............................................................. 32
Brincadeiras ............................................................................................... 33
Jogos ......................................................................................................... 33
Psicomotricidade ........................................................................................ 34
Referências ............................................................................................... 35
PARTE II
Categorias e exercícios - Fases de desenvolvimento e categorias esportivas 38
Categoria Sub 5.......................................................................................... 38
Exercício 1: Corrida pelo caminho de cones ............................................. 39
Exercício 2: Corrida do Zigue-zague ......................................................... 40
Exercício 4: Enfrentamento de bolas .......................................................... 41
Exercício 5: Jogo dos números ................................................................. 42
Exercício 6: Diversidade de corridas simples ............................................. 43
Exercício 7: Jogo da troca dos cones ........................................................ 44
Exercício 8: Jogando a bolinha, bolona ...................................................... 45
Exercício 9: Circuito de Equilíbrio .............................................................. 46
Exercício 10: Pegador com uma mão ......................................................... 46
Categoria sub 7 ......................................................................................... 47
Exercício 1: Corrida com bola entre cones ................................................. 48
Exercício 2: Condução no caminho ........................................................... 48
Exercício 3: Jogo ‘’mãe da rua’’ ................................................................. 49
Exercício 4: Jogo das metas...................................................................... 50
Exercício 5: Enfrentamento 1x1 com duas bolas ........................................ 51
Exercício 6: Jogo dos números .................................................................. 51
Exercício 7: Diversidade de corrida ............................................................ 52
Exercício 8: Jogo do‘’troca’’ ....................................................................... 53
Exercício 9: Drible da vaca ......................................................................... 54
Exercício 10: Circulo no caminho .............................................................. 55
Categoria sub 9 .......................................................................................... 56
Exercício 1: Jogo dos gols coloridos .......................................................... 56
Exercício 2: Rodinha de passe com uma e duas bolas ............................. 57
Exercício 3: Jogo das trocas de bolas ........................................................ 58
Exercício 4: Condução de bola Ida e volta ................................................. 59
Exercício 5: Jogo do gol trocado ............................................................... 60
Exercício 6: Chutes pelos lados ................................................................ 61
Exercício 7: Jogo do leva e trás.................................................................. 62
Exercício 8: Troca de passes diretos .......................................................... 63
Exercício 9: Triângulo de cones ................................................................. 64
Exercício 10:Troca de passes em diagonal ............................................... 65
Categoria sub 11 ........................................................................................ 66
Exercício 1: Jogo dos rondos ..................................................................... 66
Exercício 2: Passes laterais trocados ......................................................... 67
Exercício 3: Jogo Queimada com os pés ................................................... 68
Exercício 4: Rolamento e gol ..................................................................... 69
Exercício 5: Jokempô na linha .................................................................... 70
Exercício 6: Nunca três ............................................................................. 71
Exercício 7: Pegador com bola ................................................................... 72
Exercício 8: Defendendo com passes ........................................................ 73
Exercício 9: Troca de passes dentro do quadrado com pé trocado............ 74
Exercício 10: Jogo da cabeça .................................................................... 75
Referências ............................................................................................... 75
PARTE III
Considerações finais ................................................................................. 76
Londrina, 04 de janeiro de 2018.
Oliveira GVS. Atividades de Equilíbrio e Habilidades Motoras para Crianças: Uma
abordagem futebolística. Mestrado Profissional em Exercício Físico na Promoção da
Saúde. Centro de Pesquisa em Ciências da Saúde. Universidade Norte do Paraná,
Londrina. 2018.
RESUMO
Oliveira GVS. Balancing and motor skills activities for children: A soccer approach.
Research Center on Health Sciences. Northern Parana University, Londrina.2018.
ABSTRACT
In football, due to the variation in the formation of the categories and the differences
of age groups, the first factor to be considered are the phases of physical
development of the child. There are a number of transformations or changes of the
physical structure of the child in the age range of the initiation in football, understood
in the so-called categories smaller than 07 to 13 years of age. It is important to
consider in sports initiation the biological age, the level of sport initiation, the level of
motor coordination and postural equilibrium, as well as the cognitive degree for the
elaboration of the activities to be developed by the child, in order to contribute with
the greatest Number of possible motor experiences. Work with children requires
professionals in the area, whether from teachers, technicians or managers, a higher
preparation than necessary to deal with adults. What we often see in practice,
however, is an unpreparedness for the task of educating children in the sport
initiation. Children are often subjected to situations that are not appropriate to their
full development, resulting in the problem of youth specialization. It is then necessary
to study the existing proposals and to continue looking for ways to start children in
football according to the phases of their development. Analyze how the work has
been done in the initiation to soccer and the phenomenon of early specialization are
needs that are also present in this case. Children are often not worked as they
should in the process of initiation to football. Its real identity and its development,
both biological and individual need to be respected by the professional acting in
initiation (teachers, technicians, leaders, etc.) and by its own families. It is necessary
to know the child and its stages of development to develop the beginning
programs.The technical production proposal is the preparation of a book for the
purpose of presenting information, guidance, suggestion, demonstration and
description of exercises directed to motor skills and posture equilibrium for children,
exercises these based on the initial phases of sports practices, according to the
motor age and biological maturation. This guide will enable professionals in the area
to broaden knowledge about the subject and assist in the teaching-learning process,
contributing in this way to the understanding and application of sports practices as
important strategies for developing Specific capacities, such as agility, posture
equilibrium and coordination. The practice of these activities can also favor the
components of physical fitness related to the promotion of health, such as strength,
endurance and flexibility, thus favoring the promotion of the health of the child.
Another important aspect of these activities is the social development of the child,
developing the formative character, teaching respect, discipline, commitment and
teamwork.
PARTE II
Categorias e exercícios - Fases de
desenvolvimento e categorias esportivas. ...................................... 34
Referências..........................................................................71
PARTE III
Considerações finais ............................................................. 72
INTRODUÇÃO
6
Sendo o futebol um esporte de grande aceitação no país não é de se
estranhar que atraia também a atenção e interesse de crianças que o
praticam pelas ruas, parques, quadras e campos do país afora,
movimentando uma procura para for- mação de atletas cada vez mais
cedo e melhores preparados que as gerações an- teriores. Diante disso
abre-se um leque de discussões acerca da maneira correta de preparar e
formar novos praticantes, a metodologia aplicada aos treinamentos e a
qualidade dos profissionais responsáveis por esta função. É notória a
repe- tição de treinamentos específicos nas diversas escolas e equipes
de futebol do país, sendo assim muitos desses treinamentos são e serão
repetidos nos proces- sos de iniciação e de formação de novos praticantes
(escolinhas e categorias de base), muitas vezes com as mesmas frequências,
intensidades, tempo e volume que dos adultos. Para se estabelecer um
bom entendimento das ações corporais e in- telectuais em função da
atividade praticada, faz-se necessário que as atividades de exercício
sejam específicas e dentro das limitações da idade que se trabalha, com
seus problemas e dificuldades. Sendo o futebol uma pratica coletiva em
que as ações do jogo tendem a se repetir como em círculo, as
capacidades inerentes à prática do jogo necessitam ser trabalhadas em
conformidade com o nível de desenvolvimento motor, técnico, tático e
cognitivo da categoria de crianças que praticam esta atividade, tornando-
se uma atividade prazerosa a ser realizada em prol do desenvolvimento
saudável dos participantes.
Este livro aborda conteúdos teóricos e exercícios de Atividades de
Equilíbrio e Habilidades Motoras para Crianças adequados a cada fase de
desenvolvimento em que a criança se encontra. Espera-se que esse livro
tenha ampla utilização por profissionais da área que atuam no âmbito
escolar, clubes e entidades re- creativas, assessorando o aprimoramento
de habilidades motoras e equilíbrio postural através de exercícios
elaborados para o desenvolvimento da criança por meio das práticas
esportivas, auxiliando assim a tomada de decisões para pres- crição
correta de exercícios de acordo com a idade motora e maturação biológica.
Espera-se também que este trabalho contribua para o aprimoramento
dos com- ponentes da aptidão física, os quais atuam na promoção da
saúde da criança.
ParteI
Equilíbriopostural
8
EquilíbrioPosturalEstático
Para descrever o equilíbrio estático, alguns estudos definem o
equilíbrio postural como a habilidade de manter o centro de massa
corporal, correspon- dendo a projeção do centro de gravidade, no
interior da base de suporte ou sus- tentação6-8. Este mecanismo ocorre
por meio da integração dinâmica de forças internas e externas e de
fatores que envolvem o ambiente9. A manutenção do equilíbrio postural
e o reconhecimento dos limites de estabilidade envolvem a coordenação
e complexa interação de estratégias sensório-motoras com base na
visão, no sistema vestibular e somatossensorial. Esses sistemas
promovem os ajustes posturais necessários para a correção do equilíbrio
postural10,11. Para manter o corpo em equilíbrio durante uma postura
estática, existem algumas estratégias de movimento compensatórias
provenientes do controle postural que são geralmente utilizadas
dependendo das necessidades decorrentes da dificuldade da tarefa e da
presença ou não da perturbação externa10,12-16. As es- tratégias são:
1° Estratégia – Tornozelo. Age em pequenas perturbações do sistema
em uma superfície firme e ampla, e os músculos flexores e extensores
do tornozelo produzirão torque articular para controlar o movimento do
corpo como um pêndulo invertido.
2° Estratégia – Quadril/Tronco. É realizada através da ação dos
músculos em torno do quadril e do tronco, que produzem o torque
necessário nos movimen- tos de flexão, extensão de quadril e tronco ou
abdução e adução do quadril para controlar as oscilações posturais nas
direções médio-lateral no plano frontal. Essa estratégia é utilizada
quando grandes perturbações (externas ou da dificulda- de na execução da
própria tarefa motora) estão presentes e/ou em situações nas quais a
estratégia do tornozelo é limitada devido aos movimentos rápidos do
centro de massa para fora da base de suporte.
3° Estratégia – Passo. Ocorre especialmente durante a marcha, que é
utiliza- da na transição da posição semi-estática para a posição
dinâmica. No entanto, mesmo quando as pessoas dão passos em
resposta a uma perturbação externa, elas primeiro tentam retornar o
centro de massa para a posição inicial. Em in- divíduos idosos com
riscos de quedas a tendência é usar o passo.
O medo de cair pode levar o uso adicional da estratégia de quadril.
Embora estratégias posturais de movimento tiverem sido desencadeadas
a 100 milis- segundos em resposta a uma perturbação externa,
indivíduos podem influen- ciar qual estratégia é selecionada e a
magnitude das suas respostas baseadas na intenção, experiência e
expectativas. Estratégias antecipatórias posturais, antes dos movimentos
voluntários, também ajudam manter a estabilidade, compensando a
desestabilização antecipada associada com o movimento de um
membro. Sujeitos com pobres ajustes posturais automáticos
coordenados mostram instabilidade em resposta a perturbações
externas, enquanto que su- jeitos com pobres ajustes posturais
antecipatórios coordenados mostram ins- tabilidade postural durante
movimentos auto-iniciados16.
EquilíbrioPosturalDinâmico
O equilíbrio dinâmico é caracterizado nas tarefas de locomoção e
de mo- bilidade dinâmica além dos limites de estabilidade na postura
estática. Nesse contexto, as ações de controle postural, conforme
ilustradas anteriormente são mais amplas, dinâmicas e seletivas,
devido às respostas de diferentes grupos musculares envolvidos
como agonistas, antagonistas e sinergistas durante o movimento
humano12.
O padrão do equilíbrio dinâmico pode ser visto durante algumas
atividades como a marcha, subir ou descer escadas, trocar de roupa,
nas quais são ne- cessários vários ajustes posturais (anterior, posterior e
médio-lateral) para manter o centro de massa continuamente dentro da
base de suporte durante a dinâmica funcional12,14. Em uma situação de
equilíbrio dinâmico, tanto o centro de massa quanto a base de suporte
se movimentam e o centro de massa jamais se alinha à base de suporte
durante a fase de apoio unipodal do movimento.
ControlePostural
O equilíbrio é um processo complexo que depende da integração da
visão, da sensação vestibular e periférica, dos comandos centrais e
respostas neuro- musculares e, particularmente, da força muscular e do
tempo de reação. O sis- tema nervoso central envia impulsos nervosos
ao sistema motor, responsável pela ativação do músculo e/ou grupo
muscular, para que ocorram respostas neuromusculares, necessárias
para manutenção do equilíbrio corporal. Esse mecanismo é chamado de
controle postural.
O controle postural realiza a integração de vários sistemas, como já
mencio- nado. Além das estratégias comportamentais (estratégia de tornozelo,
quadril/tronco e passo) o controle postural também envolve diferentes
mecanismos de ajuste postural, tais como o mecanismo de ajuste
postural antecipatório“feedforward” e o mecanismo de ajuste postural
compensatório“feedback”47. Sabe-se que es- tes são os dois mecanismos
Principais utilizados pelo sistema nervoso central a fim de lidar com as
perturbações que podem ser geradas internamente ou externamente 18. O
mecanismo de“feedforward”ocorre quando a perturbação é causada
pelos movimentos do próprio indivíduo, ele gera ajustes para se con-
trapor aos efeitos mecânicos esperados da perturbação, mantendo a
estabili- dade19. Já o mecanismo de“feedback”é desencadeado quando
ocorre perturba- ções do equilíbrio decorrentes de forças externas
inesperadas20.
Os dois principais objetivos comportamentais do sistema de
controle pos- tural são orientação e equilíbrio postural. A orientação é
a capacidade de man- ter a relação apropriada entre os segmentos do
corpo e o ambiente. Envolve o controle ativo do alinhamento do
corpo e do tônus em relação à gravidade, superfície de apoio,
ambiente visual e referências internas21,22. Já o equilíbrio postural é
referente à coordenação das estratégias sensório-motoras para man- ter
a posição do corpo, do centro de massa, dentro dos limites de
estabilidade através da inter-relação das várias forças que agem sobre
o corpo, sendo elas internas ou externas, tais como a força da
gravidade, os músculos e a inér- cia23,24,25. Pode-se considerar então
como tarefa básica do equilíbrio a manuten- ção da estabilidade
corporal tanto em condição estática quanto dinâmica21,26. O controle
postural é um pré-requisito para manter uma infinidade de posturas e
atividades, ele é responsável por programar ou restaurar um estado de
equilí- brio. No entanto, o controle do equilíbrio pode ser evidenciado
em três classes da atividade humana21:
• A manutenção de uma postura específica (sentado ou em pé);
• O movimento voluntário, tal como as trocas de posturas;
• A reação de um distúrbio externo (ex: deslize ou empurrão).
O sistema de controle postural integra as informações dos múltiplos
siste- mas sensoriais incluindo o somatossensorial, visual e vestibular
para orientar e alinhar a posição entre os segmentos do corpo e a sua
localização em relação ao meio externo17. Essas funções sensoriais para
fins de controle motor são di- vididas em duas categorias:
propriocepção e exterocepção. A primeira corres- ponde à informação
aferente originária de receptores sensoriais localizados nas articulações,
e que informam sobre posição e deslocamento de partes do corpo. Já a
segunda categoria corresponde às informações sensoriais do ambiente
ex- terno27. A partir destas informações o sistema nervoso elabora
estratégias pos- turais que representam soluções sensório-motoras para
o controle da postura incluindo não apenas sinergias musculares, mas
também padrões de movimen- tos articulares, torques e forças de
contato com o solo e/ou objetos externos17.
Propriocepção
Importantes para a manutenção do equilíbrio corporal também são as
infor- mações advindas da propriocepção, que, segundo Ganong 28, pode
ser definida como a orientação do corpo no espaço. A propriocepção
depende de impulsos dos proprioceptores localizados nas cápsulas
articulares, que enviam dados so- bre a posição relativa das várias
partes do corpo e impulsos de exteroceptores cutâneos, especialmente
os de tato e pressão28. As sensações exteroceptivas são importantes na
manutenção do equilíbrio, por exemplo, quando uma pessoa está
correndo, a pressão do ar contra a parte anterior do seu corpo mostra
que a força se opõe ao corpo em uma direção diferente da que é
causada pela força gravitacional, como resultado, a pessoa inclina-se
para frente para se opor a ela, mantendo assim o equilíbrio. Outro
exemplo são as sensações de pressão das plantas dos pés, que podem
informar se o seu peso está distribuído de ma- neira igual entre os dois
pés e se seu peso está mais projetado para frente ou para trás dos pés.
De acordo com Guyton29, todas essas informações são alge-
bricamente somadas no cerebelo, na substância reticular e núcleos
vestibulares do tronco cerebral, determinando ajustes adequados nos
músculos posturais sempre que necessário.
A informação proprioceptiva mais importante, necessária à
manutenção do equilíbrio, é a proveniente dos receptores articulares do
pescoço, pois quando a cabeça é inclinada em determinada direção,
fazem com que o sistema vestibu- lar dê ao indivíduo uma sensação de
desequilíbrio, isto se deve ao fato de eles transmitirem sinais
exatamente opostos aos sinais transmitidos pelo sistema vestibular, no
entanto quando todo o corpo se desvia em uma determinada di- reção,
os impulsos provenientes do sistema vestibular não são opostos aos que
se originam nos proprioceptores do pescoço, permitindo que nessa
situação a pessoa tenha uma percepção de uma alteração de equilíbrio
de todo o corpo29.
Visão
A informação visual parece ser a mais importante das informações
relaciona- da ao equilíbrio. Analisando pessoas cujo mecanismo
vestibular foi totalmente destruído, foi possível verificar uma pequena
inabilidade em suas vidas diárias. Essas pessoas não apresentam sérias
dificuldades de equilíbrio, enquanto o sis- tema visual, a propriocepção
e os receptores cutâneos estiverem funcionando30. Quando a qualidade
da informação visual não é afetada o equilíbrio corporal permanece
constante, quando essa informação é manipulada, com desloca- mento
do campo visual ou diminuição da acuidade visual, ocorre o aumento da
oscilação corporal, havendo um prejuízo na manutenção do equilíbrio 31.
O córtex visual sensibilizado determina modificações do tônus postural,
no qual pre- dominam modificações tônicas da musculatura
antigravitatória54. Para se obter uma visão precisa, é necessário que a
imagem permaneça estável nas retinas, apesar do movimento da cabeça,
cada olho pode ser movido por um conjunto de seis músculos extra-
oculares. O reflexo vestíbulo-ocular atua pela detecção das rotações da
cabeça e imediatamente comanda um movimento compensa- tório dos
olhos na direção oposta, o movimento ajuda a manter uma linha de
visão firmemente fixa em um alvo visual32. Como o reflexo vestíbulo-
ocular é um reflexo disparado pela aferência vestibular, ele opera
surpreendentemente bem, inclusive mesmo no escuro ou quando os
olhos estão fechados.
Sistema Vestibular
O sistema vestibular tem um papel importante na manutenção do
equilí- brio. Os três canais semicirculares (anterior, lateral e posterior), o
utrículo e o sáculo formam o sistema vestibular, que é o sistema de
equilíbrio24. O sistema vesti- bular, também chamado de labirinto, é a
parte não acústica do ouvido interno, sendo responsável, em parte, da
origem de atividades reflexas em relação à orientação do corpo no
espaço durante o repouso e o movimento25. Os canais semicirculares
possuem no seu interior a endolinfa e a perilinfa, líquidos que
transportam ondas sonoras para audição e participam do equilíbrio. Os
canais semicirculares anterior e posterior são verticais e o canal
semicircular lateral é horizontal, estes canais contêm os ductos
semicirculares que apresentam uma certa dilatação chamada de ampola,
onde em cada uma existem as células re- ceptoras ciliadas que, de
acordo com o movimento do líquido, detectam as mo- vimentações da
cabeça captando informações referentes ao equilíbrio22. Como os canais
semicirculares ocupam os três eixos ortogonais do espaço, formando
ângulos retos uns com os outros, permite a captação de informações
referentes a movimentos da cabeça em todos os planos de movimento33.
Os impulsos provenientes de estímulos proprioceptivos, vestibulares
e de sensibilidade profunda é enviada ao cerebelo, região talâmica e
cortical18. O ce- rebelo exerce, portanto, uma influência reguladora sobre
a atividade muscular. Esses estímulos de sensibilidade, originados em
receptores das articulações, tendões, músculos, pele e também de
órgãos terminais do sistema visual, au- ditivo e vestibular, informam ao
córtex as posições dos segmentos no espaço, sendo que a via vestibular
informa a posição da cabeça, estática ou dinâmica, no espaço. Esses
impulsos não são conscientes, mas são estímulos essenciais para o
controle do movimento34, todo o conjunto desses estímulos proporciona
a sensação de equilíbrio em posição estática ou dinâmica35.
O cerebelo possui três funções essenciais: equilíbrio, tônus postural e
movi- mento36. A função do equilíbrio é desempenhada pelas partes do
cerebelo que se diferenciam a partir das estruturas de função
vestibular no bulbo: o lóbulo flóculonodular e, secundariamente, as
regiões medianas do corpo do cerebelo (vérmis), esse com suas
projeções, é responsável pela participação na orientação corporal e no
equilíbrio. O tônus postural é importante para um perfeito posi-
cionamento do corpo no espaço, juntamente com a regulação do
equilíbrio e o controle dos reflexos posturais. O movimento também
tem íntima relação com o cerebelo já que existe correlação clínica
bastante definida entre determinados distúrbios do movimento e
lesões de áreas cerebelares específicas. As lesões cerebelares geram
dificuldades para manter o equilíbrio e os movimentos de- sordenados
podem se tornar tão graves que a pessoa é incapaz de caminhar ou ficar
parada em pé sozinha30
HabilidadesMotoras
Habilidadesmotorasbásicas–manipulação
Habilidadesmotorasbásicas-Locomotoras
São aquelas nas quais o corpo é transportado em uma direção
vertical ou horizontal de um ponto para o outro. Atividades como
andar, correr, saltar, saltitar são consideradas movimentos
locomotores fundamentais. O correr é uma habilidade comum em
muitas atividades como jogos e brincadeiras e es- portes. O saltar é
uma habilidade comum em brincadeiras como pular corda, pular sela,
amarelinha, etc. e em esportes como algumas provas do atletismo.
Quando essas habilidades fundamentais se tornam elaboradas e mais
profun- damente refinadas, podem ser aplicadas a esportes
específicos37.
Habilidades motoras básicas de estabilização
Estabilização são movimentos corporais relacionados ao domínio do
corpo e ao controle corporal, como rolar e equilibrar 38. O rolar pode
acontecer para frente, para trás, para a direita e para a esquerda, é
também conhecido como a famosa cambalhota. O equilíbrio é uma
habilidade importante tanto para caminhar quanto em diversos esportes
como ginástica artística, surfe, skate, slackline, atividades circenses e
até mesmo em futebol. Ele constitui a base para outras habilidades
locomotoras e manipulativas pois todo o movimento envol- ve um
elemento de equilíbrio. As habilidades motoras de equilíbrio, às vezes
referidas como habilidades não locomotoras são aquelas que podem
permane- cer no lugar, estático, ou mover-se ao redor de seu eixo
horizontal ou vertical, dinâmico. Há tarefas de equilíbrio dinâmico nas
quais o objetivo é obter ou manter o equilíbrio contra a força da
gravidade37.
Coordenação Global
Requer múltiplos movimentos ao mesmo tempo, mediante
equilíbrio pos- tural. Estas experimentações fazem com que o
indivíduo tanto seja capaz de adquirir dissociação de movimentos,
quanto realizá-los simultaneamente, po- dendo haver uma
conservação de unidade gestual39.
Esquema corporal
Através desta habilidade motora, ocorrem sensações que a criança
estabe- lece entre o seu próprio corpo, associadas às informações do
mundo exterior, tornando-se ponto de partida de diferentes pontos de
ação40.
Estruturação espacial
Adquirida através de uma construção mental, em que o sujeito opera
atra- vés de seus movimentos com relação aos objetos que estão à sua
volta em estreita vinculação ao meio no qual está inserido41.
Orientação temporal
Está ligada ao esquema corporal. A criança desenvolve estruturação
espacial a partir da percepção que a mesma desenvolve em relação ao
espaço em que se encontra42.
Lateralidade
Pode ser definida como a propensão que o ser humano possui de
utilizar, preferencialmente, mais um lado do corpo, em três níveis: mão,
olho e pés43.
Iniciação Esportiva
A
criança tem sido um dos principais alvos do trabalho na área da
Edu- cação Física, particularmente no ensino dos esportes50.
Sendo assim, existem teorias que buscam fundamentar a
prática da iniciação das crianças ao esporte, respeitando a sua
identidade e seus estágios de
desenvolvimento51. O trabalho com crianças exige dos profissionais da
área, seja de professores, técnicos ou dirigentes, um preparo maior do
que o necessário para lidar com adultos. O que vemos muitas vezes na
prática, no entanto, é um despreparo para a tarefa de educar as crianças
na iniciação esportiva52.
O futebol é um dos principais esportes no Brasil e no mundo.
Infelizmente, nota-se que nesse esporte os problemas anteriormente
mencionados se repe- tem com certa frequência. As crianças são, por
diversas vezes, submetidas a situações que não são adequadas ao seu
pleno desenvolvimento, acarretando no problema da especialização
precoce53. É preciso então, estudar as propostas existentes e seguir
buscando formas de iniciar as crianças ao futebol de acordo com as
fases do seu desenvolvimento. Analisar como tem sido feito o trabalho
na iniciação ao futebol e o fenômeno da especialização precoce são
necessida- des que também se fazem presentes nesse contexto 52. As
crianças muitas vezes não são trabalhadas como deveriam no processo
de iniciação ao futebol. Sua real identidade e seu desenvolvimento,
tanto biológico como indivíduo preci- sam ser respeitados pelo
profissional que atua na iniciação (professores, técnicos, dirigentes, etc.) e por
seus próprios familiares50,52,54,55. É preciso conhecer a criança e seus
estágios de desenvolvimento para então desenvolver os programas de
iniciação52. O processo de iniciação tem ocorrido, mas muitas vezes
cometendo o erro de ensinar práticas específicas às crianças antes do
tempo devido. É pre- ciso generalizar essa iniciação, para que as
crianças possam adquirir mais habi- lidades motoras básicas. Longe de
uma especialização precoce, o esporte deve
permitir à criança iniciante a obtenção de uma boa cultura motora.
Proporcio- nando ao jovem uma aprendizagem motora adequada,
estar-se-á tornando a prática esportiva alargada a todos50.
A iniciação esportiva é um processo de ensino- aprendizagem
mediante a qual o indivíduo adquire e desenvolve as técnicas básicas
para o despor- to, sendo a infância o melhor período da vida para
isso56. Contudo, é preciso ir além da técnica, para que as funções das
escolinhas de esportes (futebol) se materializem por meio de uma
prática pedagógica preocupada com um desen- volvimento global de
seus alunos, respeitando os seus estágios de crescimento e
desenvolvimento, físico e cognitivo, e onde por meio de suas práxis
pedagó- gicas transmita muito mais do que o aprendizado de gestos
técnico-esporti- vos50. Tratando-se da iniciação ao futebol
especificamente, algumas diferenças fundamentais existem entre a
iniciação ao futebol feita na Europa e a que é feita no Brasil. Na
Europa, as escolas têm papel central na iniciação ao fute- bol. O foco
está no atleta, no seu futuro profissional. As escolas acabam sendo
fontes de talentos para os clubes. No Brasil, por sua vez, os clubes
ocupam o lugar principal na iniciação no futebol. Apesar dos vários
problemas no pro- cesso de iniciação, o Brasil continua sendo uma
potência no futebol mundial, reconhecido internacionalmente pelo
excelente nível do futebol praticado por seus jogadores. Sendo assim, o
futebol é visto como um negócio, o processo de seleção de talentos, os
empresários e as escolinhas são constituintes centrais desse
fenômeno, guiando a formação de crianças e jovens e o seu futuro,
seja no esporte ou fora dele53. A especialização precoce é o grande mal
que ocorre na base. Existem estágios definidos para o processo de
iniciação esportiva, e es- ses estágios devem respeitar as fases de
desenvolvimento da criança. É preciso haver uma forte generalização
no início desse processo, para só então orientá
-lo em direção à especialização51.
Quanto ao respeito ao desenvolvimento da criança, aquilo que se
exige à criança e ao jovem futebolista não pode ser uma redução à
escala dos proces- sos e concepções de jogo do adulto, porque eles não
possuem os requisitos necessários para a compreensão e capacidade de
desempenho dessas tarefas. Elas devem estar adaptadas àquilo que são
as suas possibilidades, interesses e necessidades, o que quer dizer que
lhe devem reclamar uma participação ativa, inteligente e responsável da
sua parte e que ao mesmo tempo sejam desafia- doras de progresso e
superação57.
Existe um contexto maior responsável pela especialização, que
envolve o futuro, as negociações, a falta de organização do futebol
profissional no Bra- sil, a ligação do profissional com a base e a
desvalorização da base. O alvo do futebol profissional é a formação de
talentos. Os jogadores precisam estar pre- parados para a demanda
desse nível de prática esportiva, não somente através de uma formação
técnica, que é o que prevalece em geral, mas por meio de um processo
educacional que o prepare também para a vida profissional e extra
clube53. É preciso fundamentar o trabalho de iniciação do futebol, para
tanto existem propostas sugeridas há décadas para que isso seja feito 51,52.
Além disso, faz-se necessária uma mudança na forma de trabalhar a
iniciação, tratando o esporte como um conteúdo pedagógico, e não
simplesmente treinado ou exaustivamente repetido50,58.
O jogo é a melhor alternativa à competição, quando lhe é dado um
valor educacional59.É preciso valorizar as formas básicas de jogos e
orientar as com- petições para algo a mais do que o ganhar ou perder. O
jogo-festa pode ser uma nova característica do jogo, devendo estar
sempre presente em seu con- teúdo a alegria, o encontro e o prazer de
jogar. Através dessas características, a criança poderá se expressar
melhor buscando o bem viver, e não simplesmente um rendimento no
que diz respeito ao movimento técnico. O jogo-competição poderá estar
presente na formação da criança, mas no momento adequado 55. Conclui-
se, portanto, que para realizar o trabalho de iniciação esportiva com
respeito aos estágios de desenvolvimento da criança, é preciso elaborar
méto- dos de treinamento mais atraentes e que valorizem o jogo infantil
como um dos métodos mais adequados às necessidades das crianças e
do adolescente52.
CapacidadesExigidasnoFutebol
As principais capacidades que devem ser trabalhadas no futebol são:
força, velocidade, agilidade, resistência, coordenação e flexibilidade e
equilíbrio.
A força é conhecida como a capacidade do sistema neuromuscular
de pro- duzir tensão contra uma resistência em determinada velocidade
de execução. No esporte, a força é a capacidade motora que se
manifesta de forma dife- rente em virtude das necessidades da ação66.
No futebol é importante fazer treinamento de força para elevar a
performance específica, como saltar, chutar e na capacidade de
aceleração. Esse tipo de treinamento no futebol, também previne lesões,
pois uma musculatura bem desenvolvida é mais eficiente na proteção do
aparelho motor.
A velocidade pode ser definida como a capacidade de executar ações
moto- ras da maneira mais rápida possível64. É a capacidade psicofísica
que se mani- festa por completo em ações motrizes em que o
rendimento máximo não seja limitado pelo cansaço68. A velocidade
exerce uma das mais importantes fun- ções nas relações técnico-táticas
de futebolistas, sendo o futebol um esporte configurado por ações
rápidas e explosivas64.
A resistência é definida como a capacidade de sustentar atividades
durante longos períodos de tempo, sendo seu principal benefício poder
suportar aos esforços do treinamento e da competição73. No futebol, o
jogador necessita su- portar um ritmo muito elevado de treinamentos e
jogos, para isso é de muita importância um treinamento apropriado da
resistência, pois assim terá uma melhor capacidade de suportar a fadiga.
A resistência se manifesta segundo o tipo de esforço, e é classificada
em duas categorias: aeróbica e anaeróbica64.
Flexibilidade é a capacidade de conseguir executar movimentos com
grande amplitude, sozinho ou sob influências de forças externas 69. A
capacidade de executar com sucesso vários tipos de movimentos e
habilidades depende da amplitude de movimento, que precisa ser maior
do que a exigida pelas habili- dades do esporte, e ajuda também na
prevenção de lesões63.
A agilidade se refere a capacidade do atleta de mudar de direção de
forma rápida e eficaz, mover-se com facilidade no campo ou fingir
ações que enga- nem o adversário na sua frente63. Velocidade e
agilidade são dois dos mais im- portantes componentes no desempenho
físico do jogador de Futebol, visto que nesse esporte há muitas
situações de contato nas disputas de bola, e também há uma grande
exigência de execução de elementos altamente dinâmicos de
movimentação e combinações de movimentos.
A coordenação é definida como qualidade física que leva o atleta a
assumir a consciência e a execução favorecendo-o a uma ótima ação
dos diversos mo- vimentos musculares na realização de uma
sequência de movimentos com o máximo de eficiência e economia70.
No futebol, um melhor nível de coordena- ção proporciona o
aperfeiçoamento do campo de visão e também a capacidade do atleta de
orientar-se no espaço. Existem alguns tipos de coordenação que se
destacam, são elas: capacidade de manter uma posição/equilíbrio,
sentido de ritmo, capacidade de relaxar voluntariamente os músculos,
coordenação de movimentos e a capacidade de avaliar e regular os
parâmetros dinâmicos e espaços-temporais dos movimentos, que
dependem da exatidão da percep- ção sensório-motora. As capacidades
coordenativas habilitam o esportista a dominar ações motoras em
situações previstas e imprevistas de forma segura e econômica e a
aprender relativamente rápido os movimentos esportivos 69. Tais
capacidades servem como base para a execução de qualquer movimento
humano. O aprimoramento das capacidades coordenativas é
imprescindível durante a infância, seja na vida como um todo, na
iniciação esportiva, ou como um item importante, no decorrer da
evolução motora do ser humano51. Quan- to mais complexo ou
complicado for o movimento de uma sequência motora, maior será a
importância das capacidades coordenativas69.
O equilíbrio corporal é uma preocupação de profissionais de diversas
áreas, os quais desenvolvem estudos com um número variado e distinto
de popu- lações. Dentre essas temáticas de estudo, destaca-se a
biomecânica, a qual possui instrumentos capazes de quantificar a
oscilação corporal possibilitando assim observar possíveis diferenças
entre grupos distintos. Outra abordagem muito estudada é o efeito das
práticas esportivas sobre diversas variáveis rela- cionadas ao corpo
humano, como, por exemplo, metabólicas, morfológicas e
biomecânicas. Tais estudos investigam diversos esportes, entre esses o
futebol, que caracteriza- se como sendo um esporte dinâmico, acíclico e
com variações na intensidade, alternando sprints e situações de baixa
intensidade durante os treinamentos. Especificamente relacionando
variáveis biomecânicas com o equilíbrio musculoesquelético de
adolescentes praticantes de futebol, ainda faltam estudos que
demonstrem a influência da modalidade sobre as variá- veis da
estabilidade. Estas relações são importantes tanto para a execução de
tarefas cotidianas para adolescentes, quanto para execução da própria
prática do futebol, que em muitos casos busca desempenho. O fato de
se melhorar o equilíbrio é importante para as questões do dia a dia,
como a interação do am- biente físico e social e para o desenvolvimento
de atividades específicas, como por exemplo, os fundamentos do
esporte.
O futebol é caracterizado como um esporte intermite que emprega
movi- mentos de alta intensidade e curta duração com pausas
diferentes68. Tais movi- mentações, visando o melhor desempenho,
provocam estímulos variados nos diversos sistemas corporais. Além
das mudanças relacionadas aos ganhos nos níveis de qualidades físicas
essenciais para o esporte, os sistemas sensoriais também são
mecanismos influenciados com a prática do esporte, principal- mente
quando os exercícios que exigem equilíbrio são realizados.
Cada uma das vias aferentes envolvidas no controle do equilíbrio
possui vários caminhos distintos e são formados anatomicamente e
funcionalmente por subsistemas diferentes que realizam tarefas
especializadas71. O ponto de referência para cada uma das aferências
sensoriais pode ser: baseado nas forças gravitacionais e acelerações (via
vestibular), baseado nas informações colhidas a partir do contato com o
meio (via somatossensorial) e, baseados nas características externas do
ambiente (via visual). A prática do futebol proporciona todos esses
estímulos, pois o praticante necessita de visão de jogo, com
movimentações variadas da cabeça e olhos (estímulos vestibulares), noções
espaço-temporais de seus segmentos, do adversário e da bola (estímulos
somatossensoriais e visuais). No futebol tais capacidades influenciam na
execução de diversas tarefas importan- tes como1:
Controle de bola/domínio: A habilidade de reter a bola em condições
de realizar uma jogada. Pode ser feita com o pé, peito, cabeça, coxa,
etc. Durante uma corrida, um saltou ou parado. O controle é condição
de base para qual- quer jogada no futebol.
Desarme: Principal recurso da defesa. Abordagem ao oponente,
buscando obter a posse de bola. Pode ser feito antecipando a bola antes
que ela chegue ao seu adversário.
Lançamento: É uma modalidade de passe, e é o ato de chutar a bola
para um companheiro distante. É necessário ter uma boa noção de
espaço, uma ótima habilidade para conduzir a bola e com boa força de
chute.
Cabeceio: É o ato de golpear a bola com a cabeça. É uma habilidade
usada tanto para defender quanto para atacar.
Drible: É a habilidade de evitar que o adversário desarme o jogador
que tem a posse da bola enquanto este a conduz ou controla. O drible
exige velocidade na condução de bola.
Condução: É a habilidade que permite ao jogador de um ponto a
outro do campo, sem ser desarmado, antes de efetuar um cruzamento
ou outra jogada qualquer. A condução exige um excelente controle de
bola. A condução de bola é um dos fundamentos que propicia, durante
o aprendizado, maior tempo de contato com a bola, facilita o controle
da bola e auxilia muito para a realização de um drible. Os objetivos da
condução de bola são obter a posse de bola por mais tempo, reter a
bola para organização das jogadas, alcançar o gol adversá- rio, entre
outros. Pode ser classificada quanto à trajetória e à execução: retilínea
ou sinuosa (trajetória) e face interna, face externa, solado ou dorso do
pé (exe- cução). A velocidade de deslocamento é um importante
componente para uma boa execução dessa habilidade. É importante
ser muito veloz em deslocamen- tos curtos (com e sem a bola), ou seja, ser
capaz de percorrer trechos curtos com muita velocidade.
ExercíciosparaoFutebolInfantil
No trabalho com crianças, é importante que os exercícios de futebol
se con- centrem no desenvolvimento das técnicas básicas deste esporte,
de maneira a alcançar um grau elevado de aperfeiçoamento, primordial
para futuros rendi- mentos em alto nível. Os exercícios de futebol
infantil básicos são a prática e aperfeiçoamento das habilidades motoras
específicas como o chute, o domínio de bola, o drible, o passe, a
recepção da bola e o cabeceio. Dominando estas técnicas e
automatizando-as permitirá à criança um maior controle da bola du-
rante o jogo, melhorando sua concentração na parte tática, já que deve
resolver situações variáveis em questão de segundos.
Com uma boa base técnica, a criança tem maior capacidade
motora e op- ções ou recursos técnicos para resolver as situações de
jogo que vão se apre- sentando. Do contrário, quando de uma partida,
a reação primária será aplicar os movimentos que tem adquiridos,
mesmo que não sejam a melhor opção à situação que se apresente3. O
treinamento técnico de futebol, portanto, adquire uma dimensão acima
do treinamento físico para crianças em idade de desen- volvimento. E
então, como ensinar futebol na iniciação? Antes de responder- mos a
isso, devemos rever a posição que muitas vezes se assume no tocante à
iniciação esportiva e, especialmente no futebol, em que, muitas vezes a
criança é subordinada à aprendizagem de estereótipos descritos em
manuais técnicos, sem se preocupar em adequar os graus de
dificuldade que serão transmitidos às crianças. É esta estereotipação
de gestos técnicos aliada à automação de mo- vimentos que deve dar
lugar a uma pedagogia que humanize todo este proces- so, que não se
preocupe somente em produzir um atleta, mas que, em primeiro lugar,
produza o homem/cidadão, que virá a ser o atleta do futuro, mais
com- pleto e seguro das suas possibilidades50. Uma boa pedagogia não
é aquela que demonstra um gesto para ser imitado, automatizado, mas
é aquela que permite ao educando vivenciar um processo de ensino-
aprendizagem, onde, através da possibilidade de exploração, a criança
constrói o seu gesto motor.
Para este trabalho, visando uma abordagem coerente com tudo que já
foi mencionado sobre as fases de desenvolvimento motor e físico das
crianças e entendendo ser a criança um ser em formação constante e por
isso necessitan- do de um trabalho adequado à sua faixa de
desenvolvimento atual, basearemos nossa maneira de trabalhar nos
seguintes itens:
Brincadeiras
A brincadeira é o exercício físico mais completo de todos e é através
dela que agregamos valores e virtudes à nossa vida 52. A falta de
valorização do brincar, contribuiu para a realidade que vivemos hoje: as
brincadeiras estão entrando em extinção. Brincar, porém, é um
momento sagrado. É através das brincadei- ras que as crianças ampliam
os conhecimentos sobre si, sobre o mundo e sobre tudo que está ao seu
redor. Elas manipulam e exploram os objetos, comuni- cam-se com
outras crianças e adultos, desenvolvem suas múltiplas linguagens,
organizam seus pensamentos, descobrem regras, tomam decisões,
compreen- dem limites e desenvolvem a socialização e a integração
com o grupo56. E todo esse aprendizado prepara as crianças para o
futuro, onde terão de enfrentar desafios semelhantes às brincadeiras. O
adulto, ao permitir-se brincar com as crianças, sem envergonhar-se
disso, poderá ampliar, estruturar, modificar e in- crementar as
experiências das crianças. Ao participar junto com as crianças, ambos
aprendem através da interação, constroem significados apropriando-se
dos diversos bens culturais.
Jogos
Diversos autores têm defendido que a competição pode não ser
construtiva para as crianças51,53,54,59. A mera experiência motriz, tal como a
intelectiva ou afe- tiva, por si só não educa, apenas treina, acresce a
complexidade do espaço de vida, mas não o enriquece, nem o
desenvolve27. A criança, ainda em formação, precisa ter uma base para
suportar as tensões geradas no esporte em forma de competição 25.
Assim, em oposição à competição, temos o jogo como ferramen- ta de
ensino, conforme Paes (1997)59 afirma em seu trabalho sobre o basquete-
bol, a atividade que deve estar presente na iniciação do basquetebol é o
jogo, acentuando-se sempre sua dimensão lúdica, não se subordinando
o processo apenas às vitórias e às derrotas, mas abrindo um universo
maior, dando-lhe um valor educacional. Só assim poderemos tê-lo
como elemento central no desenvolvimento da criança, indo além, até
mesmo, de uma simples inicia- ção em basquetebol, considerando-o
como elemento formativo com valores educacionais e culturais. A
criança mantém uma relação mais afetiva e praze- rosa com o esporte,
portanto é necessário que o incentivo ao desempenho e à competição
fique afastado das atividades de iniciação, sempre respeitando as idades
de cada criança envolvida39. Daí surge a necessidade de se ensinar o
esporte aos pequenos por meio de atividades recreativas. Em sua
proposta de iniciação esportiva, Greco e Benda (1998)51 destacam o valor
do jogo como método de ensino, o acesso ao esporte formal se
apresenta a partir da fase de orientação (12-14 anos); nas fases anteriores
(pré-escolar e universal) destaca-se o valor do desenvolvimento das
capacidades coordenativas do indivíduo e o jogo como agente
instrumental operativo.
Psicomotricidade
O desenvolvimento da consciência corporal, da reflexão e da
criatividade, além do pleno desenvolvimento afetivo, cognitivo e motor,
constitui alguns dos objetivos da psicomotricidade que, se alcançados,
possibilitarão adultos sadios e felizes40. Proporcionar o trabalho
psicomotor irá ajudar na estruturação da personalidade da criança, já
que ela pode expressar melhor seus desejos, elaborar seus fantasmas,
desenvolver suas necessidades e trabalhar suas difi- culdades. Há várias
definições de psicomotricidade. O termo evoluiu seguindo uma
trajetória primeiramente teórica, depois prática, até que se chegasse a
um meio-termo entre as duas. Dentro desta evolução, fixou-se
sobretudo no de- senvolvimento motor da criança. Depois, estudou-se a
relação entre o atraso do desenvolvimento motor e o atraso intelectual
da criança. Seguiram-se os estu- dos até se chegar a um ponto de
equilíbrio, onde a psicomotricidade ultrapassa os problemas motores e
cognitivos, buscando trabalhar também a relação entre o gesto, a
afetividade e a qualidade de comunicação. Para que isto ocorra, é de
extrema importância que a atividade esteja adequada à realidade da
criança, ou seja, que ela se identifique com cada palavra e ação proposta,
ou seja, se faz ne- cessário que os aprendizados estejam ligados às
situações vividas72. Dirigindo o estudo mais diretamente para o
desenvolvimento motor, Le Boulch (1987)40 destaca que o trabalho global
da motricidade não permite apenas contar com uma influência positiva
no desenvolvimento psicomotor, mas também atingir e melhorar certos
fatores de execução: agilidade, vivacidade e velocidade, força muscular,
tolerância, resistência, coordenação dinâmica geral e aprendizagens
motoras; jogos funcionais; ajustamento ao meio aquático e equilíbrio.
O desenvolvimento de uma criança é algo tão amplo e que engloba
tantos fatores, que, muitas vezes, o professor nem imagina estar
conseguindo buscar esse entendimento pela criança, através de uma
atividade que é proposta, ou seja, a criança nunca está se
desenvolvendo apenas num aspecto, ela está em constante crescimento;
todos os fatores que geram conhecimento, geram um desenvolvimento
motor.
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70. Mello AM. Psicomotricidade, Educação Física e Jogos Infantis. 2ª ed. São Paulo: Ibrasa, 1993.
71. Wieczorek SA. Equilíbrio em adultos e idosos: relação entre tempo de movimento e
acurácia durante movimentos voluntários na postura em pé. 2003. 83f. Dissertação
(Mestrado) – Es- cola de Ed. Física e Esporte, Universidade de São Paulo (USP), São Paulo.
72. Teixeira LA, De Oliveira DL, Romano RG, Correa SC. Leg preference and interlateral asym- metry
of balance stability in soccer players. Res Q Exerc Sport. 2011;82(1):21–27.
Parte II
Categoria Sub5
Nesta fase de prática esportiva encontram-se aqueles que variam
na idade de 4 anos completos a 5 anos incompletos, frequentemente
também são vistos nesta categoria praticantes que ainda não
completaram a idade de quatro anos.
De acordo com as fases de desenvolvimento motor de Osmun e
Gallahue1, nesta faixa etária as crianças encontram-se no estágio
elementar da fase moto- ra fundamental, ou seja, a fase fundamental
envolve a criança que se encontra no período entre 4 e 7 anos de idade,
onde é desenvolvida a coordenação mo- tora, o controle motor e
habilidades de cada fase da criança. Tendo assim uma base para seu
desenvolvimento nas outras fases durante os processos de ensi- no e
aprendizagem ao longo da vida. Nessa fase, é importante a exploração
de habilidades do indivíduo para que no futuro não seja detectada
algum tipo de deficiência. Essa fase é marcada por movimentos básicos
que são classifi- cados em três categorias: Estabilizadores, Locomotores
e Manipulativos. Es- sas categorias pertencem às experiências motoras
e devem estar presentes no dia-a-dia das crianças. Tais categorias são
representadas por toda e qualquer atividade corporal realizada em casa,
na escola e nas brincadeiras.
Nessas condições, crianças na fase da Educação Infantil são
geralmente re- legadas a brinquedos, na maioria das vezes eletrônicos,
ou a atividades desen- volvidas em pequenos espaços, que limitam a
aventura lúdica e a experimen- tação ampla de movimentos.
O desenvolvimento dos padrões fundamentais de movimento como
andar, correr, saltar, arremessar, etc. segue uma sequência de estágios,
representando níveis graduais de proficiência, isto é, de controle motor.
O desenvolvimento humano compreende todas as mudanças contínuas
que ocorrem no indivíduo desde a concepção ao nascimento, e do
nascimento à morte (Fonseca,1998)2.
Desta forma, pode ser observada a existência de várias etapas de
aquisição de habilidades motoras ao longo da vida e,
consequentemente, a aquisição de padrões fundamentais de
movimento torna-se de vital importância para o desenvolvimento da
criança, como em particular às atividades motoras na educação
física.
Uma variação deste exercício pode ser feita colocando a bola colocada no fim
do caminho para o aluno finalizar ao gol.
35
Descrição: Um caminho é feito pelo espaço do campo, utilizando cones
para marcação, a cada aluno é dado uma bola.
Posição inicial: Pede-se para que os mesmos observem todas os
espaços existentes entre o caminho e posicionem-se sobre as mesmas.
Execução: Ao comando do professor, os alunos devem correr com a
bola nas mãos pelo ca- minho explorando todo o espaço possível e se
pedido pelo professor chutar a bola ao gol no final do caminho.
Posição final: Após completarem o caminho, os alunos retornam ao
ponto onde iniciaram, no final da fila.
Uma variação deste exercício pode ser feita com a execução do zigue- zague
de costas para o cone.
Uma variação deste exercício pode ser feita com as bolas colocadas no chão
em frente aos gols para os alunos finalizarem ao comando da cor desejada
pelo professor.
Figura 2
Uma variação deste exercício pode ser feita pedindo aos alunos para que ao
atirar a bola ao alto tenham que trocá-la com outro aluno.
Uma variação deste exercício pode ser feita executando uma cambalhota no
início da corrida.
Posição inicial: Os alunos são separados em duas equipes, estipula-
se uma distância para o percurso todo.
Execução: Ao comando do professor, os alunos devem percorrer a
distân- cia definida, corridas de frente, lado, costas, em um pé só,
saltitando com os dois pés, tocando os próprios calcanhares, etc. As
dificuldades da corrida vão variando de acordo com as formas de
locomoção, explorando coordenação, agilidade, equilíbrio.
Posição final: Ao final das corridas os alunos retornam ao ponto
onde iniciaram.
Figura 4
Uma variação deste exercício pode ser feita exigindo que os alunos só possam
correr de costas para os cones e bolas.
Posição inicial: Os alunos são separados em duas equipes, cada
integrante de posse de uma bola.
Execução: Inicialmente, as ordens são de que ao comando do
professor cor- ram e peguem a bola que está em determinado ponto do
espaço equilibrada sobre um cone (figura 3) e levem até o local exigido e a
coloque novamente equi- librada, como estava no ponto anterior, no
cone da cor comandada (figura 4).
Posição inicial: Ao conseguir executar o comando retornam ao final
da fila de sua equipe, vence a equipe que passar todos os seus
integrantes pelo trajeto.
Uma variação deste exercício pode ser executada pedindo para que fiquem
num pé apenas ou virem de costas antes de jogar ou receber a bola.
Uma variação deste circuito pode ser feita colocando arcos no chão para que
saltitem dentro dos mesmos, ao invés de uma estaca no chão.
Uma variação deste exercício pode ser executada pedindo que os alunos só
possam se locomover de costas pelo espaço, também o pegador.
Categoria sub7
Nesta categoria compreende crianças de 6 anos completos e 7 anos
incom- pletos, assim como a anterior, também pertence ao estágio
maduro da fase motora fundamental. O estágio maduro na fase de
movimentos fundamentais é caracterizado por desempenhos
mecanicamente eficientes, coordenados e controlados 1. As
habilidades manipulativas que requerem acompanhamento e
interceptação de objetos em movimento (apanhar, derrubar, rebater)
desenvolvem- se um pouco mais tarde em função das exigências
visuais e motoras sofistica- das dessas tarefas1. Embora algumas
crianças possam atingir o estágio maduro pela maturação, a grande
maioria precisa de oportunidades para a prática, o encorajamento e a
instrução em um ambiente que promova o aprendizado.
Nesta fase de desenvolvimento motor, sugerimos atividades
na mesma linha de raciocínio da categoria anterior, com um
(exercícios)
toque maior de complexidade na execução das tarefas que, julga-se,
foram aprendidas na fase anterior.
Uma variação deste exercício pode ser feita exigindo que os alunos façam o
zigue- zague de costas para os cones e se virem de frente para chutar ao gol.
Figura 5
Figura 6
Uma variação deste exercício pode ser feita dando uma bola ao pegador
também, para que tenha que conduzí-la para pegar outro aluno.
Formação: Cada aluno de posse de uma bola. Um aluno será
escolhido com ‘’pegador’’ e é posicionado no centro do espaço
delimitado, os demais alunos posicionam-se na borda de um dos lados
do espaço (figura 5).
Desenvolvimento: Ao comando do professor, os alunos devem
chegar até a área o outro lado do espaço passando pelo‘’pegador’’ sem
esquecer sua res- pectiva bola, ou seja conduzindo a mesma com os pés
(figura 6). Se for‘’pego’’, o aluno transforma-se em‘’pegador’’ e o jogo
tem sua sequência.
Parte final: Ao conseguir chegar ao outro lado do espaço sem que
seja toca- do pelo pegador o aluno deve, ao novo comando do
professor, tentar retornar ao ponto de onde partiu sem ser tocado
novamente pelo pegador.
Uma variação deste exercício pode ser feita exigindo que os alunos conduzam a bola
apenas com o pé direito ou esquerdo para marcar no gol da cor que for pedido.
Uma variação deste exercício pode ser feita exigindo que se utilize apenas o pé
direito ou esquerdo para conduzir, driblar, bloquear o adversário.
Uma variação deste exercício pode ser feita exigindo que os alunos dêem uma
cambalhota ou circulem um arco ao chegar ao outro lado e voltem em velocidade.
Posição inicial: Os alunos são separados em duas equipes, é definida
uma prenda ou um prêmio em casos de derrotas e vitórias. Estipula-se
uma distân- cia para o percurso todo.
Execução: Ao comando do professor, os alunos devem percorrer a
distância definida. Ao grau de concentração e comprometimento dos
alunos, aumenta- se a dificuldade da corrida variando as formas de
locomoção, explorando coor- denação, agilidade, equilíbrio (corridas de
frente, lado, num pé só, costas, saltos, saltitos, até cambalhotas) de acordo
com a exigência pedida pelo professor.
Posição final: Ao terminarem de percorrer as distâncias os alunos
retornam ao ponto de partida.
Figura 9
Figura 10
Uma variação deste jogo podes ser feita exigindo que a bola seja conduzida por
uma equipe com o pé esquerdo e o outro om pé direito, ao trocar-se o lado do
ataque troca-se o pé utilizado.
Formação: Os alunos são separados em duas equipes, cada
integrante de posse de uma bola.
Desenvolvimento: Inicialmente, as ordens são de que ao comando do
pro- fessor conduzam a bola e marquem gol nas metas definidas pelo
professor, dada a palavra ‘’troca’’, os alunos devem trocar de meta e o
sentido do ataque muda indo marcar nas metas do lado contrário. Ex:
Time azul está atacando para o lado direito da quadra (figura 9), ao
comando‘’troca’’ do professor, o time azul corre para o lado direito da
quadra e o time azul passa a atacar no sentido oposto (figura 10), lado
esquerdo.
Parte final: Ao executarem os ataques aos gols comandados pelo
professor, os alunos recuperam as suas bolas e aguardam novo
comando para atacar.
Figura 12
Uma variação deste exercício pode ser feita exigindo que após circular o arco o
aluno coloque a bola no chão e com o pé lance-a para um lado e passe para o
outro antes de finalizar ao gol.
Figura 14
Uma variação deste exercício pode ser feita exigindo que ao pegar a bola no cone a coloque no chão e
conduzam com o pé para circular o ponto marcado antes de finalizar ao gol.
Posição inicial: Os alunos estão dispostos no espaço divididos em
quatro grupos, cada grupo posicionado numa extremidade do espaço.
Execução: Ao sinal do professor os primeiros de cada fila saem
correndo pegam uma bola posicionada sobre um cone (figura 13), correm
com a mes- ma nas mãos e circulam o ponto demarcado no centro do
espaço (figura 14) e após o fazerem se dirigem à meta (gol) determinado
e a frente deste devem marcar o gol da maneira exigida pelo professor
(com pé dominante, não dominante, cabeça...).
Categoriasub9
As crianças nesta faixa etária encontram-se no estágio transitório da
fase motora especializada, que compreende crianças na faixa dos 7 anos
completos aos 10 anos completos. Em algum período, as crianças
geralmente entram em um estágio de habilidades motoras transitório.
No período transitório, o in- divíduo começa a combinar e a aplicar
habilidades motoras fundamentais ao desempenho de habilidades
especializadas no esporte.
As habilidades motoras fundamentais, que foram desenvolvidas e
refinadas para seu próprio melhoramento no estágio anterior, são
aplicadas em brin- cadeiras, lutas e em situações da vida diária. As
habilidades transitórias são simplesmente aplicações de padrões de
movimentos fundamentais, de algum modo, em formas mais
específicas e mais complexas.
O estágio transitório é um período agitado para os pais e
professores, bem como para as crianças2. Estas acham-se ativamente
envolvidas na descoberta e na combinação de numerosos padrões
motores e, frequentemente, ficam mo- tivadas com o rápido
aprimoramento de suas habilidades motoras. Nesta fase combinamos
as ações motoras das atividades (exercícios) com os fundamentos do
futebol, trazendo a atividade mais especificamente para o jogo, na
busca de uma maior eficiência no padrão dos movimentos durante o
mesmo.
Exercício 1: Jogo dos gols coloridos
Materiais: Cones de diversas cores, bolas de futebol
Uma variação deste exercício pode ser feita exigindo que os alunos possam
bloquear os gols de outro aluno utilizando a sua bola.
Formação: É dada uma bola para cada aluno. O professor monta
diversos ‘’golzinhos’’ na quadra usando cones de cores diferentes.
Desenvolvimento: Ao comando do professor, os alunos passam a
conduzir a bola de forma aleatória pela quadra utilizando o pé, ora
dominante, ora não dominante de acordo com o comando recebido. O
professor exige ainda as cores de gols em que os alunos devem passar a
bola. Ex: Professor diz: Azul! Todos os alunos finalizam no gol azul.
Posição final: Após finalizar na meta comandada o aluno retorna ao
ponto inicial e o jogo tem sua sequência.
Figura 16
Uma variação deste jogo pode ser feita exigindo que os alunos também
troquem de quadrado ao sinal de troca de bolas.
Uma variação deste exercício pode ser feita colocando arcos no chão
para os alunos contornem.
Figura 17
Figura 18
Figura 19
Uma variação deste jogo pode ser feita exigindo que os times ataquem
conduzindo a bola apenas com o pé exigido pelo professor (direito ou esquerdo)
mas ao trocar o sentido de ataque também muda o pé utilizado para condução.
Formação: Os alunos são separados em duas equipes (figura 17).
Figura 20
Figura 21
Uma variação deste exercício pode ser feita colocando mais bolas e outro aluno
para que executem a finalizações em duplas.
Posição inicial: Em frente a uma baliza de meta (gol) são colocadas
bolas de futebol, alinhadas uma ao lado da outra.
Execução: Ao sinal do professor um aluno de cada vez executa a
ação de fi- nalizar as bolas em direção a meta sempre chutando pelas
pontas (figura 20) em sentido oposto da bola anterior (figura 21), até que
tenha conseguido finalizar todas as bolas em gol.
Posição final: Ao terminar de efetuar todos os chutes ao gol, outro
aluno toma o seu lugar, as bolas são realinhadas e o professor autoriza
novo início.
Figura 23
Uma variação deste exercício pode ser feita exigindo que os alunos conduzam
a bola apenas com o pé comandado pelo professor (direito ou esquerdo).
Formação: Duas equipes serão montadas, divide-se o campo em
duas par- tes e ao de cada metade uma área onde se colocam as bolas
de futebol é de- marcada (figura 22).
Desenvolvimento: Ao sinal do professor os alunos devem levar as
bolas, conduzindo-as com os pés, até o lado da outra equipe (figura 23) e
voltar o mais rápido possível para levar as outras bolas até que ouçam o
sinal para parar.
Parte final: Vence a equipe que menos bolas tiver do seu lado.
Uma variação deste exercício pode ser feita pedindo que o aluno que devolve o
passe apenas possa passar com o pé esquerdo, ou direito.
Posição inicial: Os alunos são divididos em grupo de quatro, três de
posse de bola e o quarto posicionado a frente dos três que estão um ao
lado do outro.
Execução: Ao comando do professor um por vez que está de posse
de bola passam para o que está a sua frente e este deve dominar e
devolver a bola para quem lhe passou.
Posição final: Após pedido de troca de posição, o que está a frente
troca de lugar com um dos outros três até que todos tenham feito isso.
Exercício 9: Triângulo de cones
Materiais: Cones, bolas de futebol
Uma variação deste exercício pode ser feita pedindo que ao executar o passe o
aluno deva trocar de lugar com um dos outros do trio.
Uma variação deste jogo pode ser executada pedindo que os atletas do meio do círculo troquem de
círculo ou mesmo que as trocas sejam feitas pelos atletas que estão fora dos círculos ao comando do
professor.
Uma variação deste exercício pode ser executada exigindo que de um lado do
espaço, por exemplo do lado direito só possam passar a bola com o pé direito e
do lado esquerdo com o pé esquerdo.
Uma variação deste jogo pode ser feita sugerindo que de um lado uma equipe possa utilizar apenas o
pé esquerdo para chutar e do outro o pé direito.
Uma variação deste exercício pode ser executada exigindo que os alunas
somente possam marcar no gol que está colocado ao lado do gol a sua frente
utilizando o pé que o professor exigir, direito ou esquerdo.
Figura 24
Figura 25
Figura 26
Uma variação deste exercício pode ser executada sem bola exigindo que os alunos só possam se
locomover de costas até encontrarem o aluno que vem em sentido contrário ao seu.
Posição inicial: Duas equipes são montadas, cada uma é posicionada
numa extremidade de um caminho feito por cones lateralmente a outra
equipe em fila (figura 24).
Execução: Ao sinal do professor devem de posse de uma bola, os
primeiros de cada fila conduzindo a bola sobre a linha demarcada tentar
chegar ao outro lado, na fila adversária, porém ao cruzar com o
adversário tiram jokempô (papel, pedra, tesoura - figura 25) e o vencedor
continua seu caminho até ser cruzado pelo próximo adversário, o
perdedor retorna à sua respectiva fila (figura 26).
Posição final: Vence a equipe que conseguir chegar ao outro lado (do
adver- sário) primeiro.
Uma variação deste jogo pode ser feita exigindo que os alunos ao invés de segurar a bola, corram de
mãos dadas e conduzam a bola com os pés para fugir do pegador.
Uma variação deste exercício pode ser executada colocando ao invés de um, dois pegadores no espaço.
Uma variação deste exercício pode ser feita exigindo que somente possam conduzir e marcar utilizando
o pé esquerdo ou direito para atacar e defender.
Uma variação deste exercício pode ser executada pedindo que invertam os membros inferiores
utilizados constantemente. Exemplo, se o aluno passou a bola com o pé direito, o seu próximo passe deve
ser com o esquerdo e assim sucessivamente.
Uma variação deste jogo pode ser feita exigindo que os passes sejam trocados apenas como cobrança de
lateral, acima da cabeça, e que apenas após a troca de determinado número de passes entre a equipe
possam marcar gol.
71
Parte III
Consideraçõesfinais
É crescente a quantidade de crianças que procuram o futebol como
prática de exercício físico, além do sonho de se tornar um futuro atleta
profissional, também se constitui em procedimento fundamental de um
programa voltado à promoção da saúde, inibindo o aparecimento e o
desenvolvimento de várias disfunções orgânicas. Crianças são
frequentemente apresentadas e inseridas prematuramente na triste
realidade do mundo dos adultos, em que o prazer do lúdico cede lugar à
competência e à performance e a recreação transforma-se em
competição. Apesar de estudos apontarem que poucas dessas crianças
que iniciam treinamentos e competições precoces alcançam a vitória e o
sucesso, a prática esportiva competitiva continua cada vez mais
precoce. Por esta razão, o envolvimento de jovens atletas em processos
de treino especializados e inten- sos, tendo em vista a obtenção de
rendimentos elevados e a participação em competições de elevado
nível, tem causado crescente preocupação na comu- nidade científica.
Quando da iniciação esportiva, é importante considerar a idade
biológica, o nível de iniciação esportiva, nível de coordenação motora e
equilíbrio postural, assim como o grau cognitivo para a elaboração das
atividades a serem desen- volvidas pela criança, a fim de contribuir com
o maior número de vivências motoras possíveis. A prática do futebol,
na iniciação esportiva, se manifesta através do jogo, nas diversas
manifestações lúdicas que podem ser instituídas na aprendizagem do
futebol. O exercício físico deverá induzir as respostas e as adaptações
desejadas no organismo e, por sua vez, propiciar aprimoramen- tos no
estado de saúde, quando planejados, organizados, prescritos e orien-
tados de acordo com necessidades e potencialidades específicas de cada
fase de desenvolvimento dos praticantes na idade cronológica e
biológica em que se encontram. Espera-se que este trabalho possa
conscientizar e direcionar os profissionais quanto a elaboração de
atividades de equilíbrio e habilidades mo- toras à serem realizadas
quando da iniciação esportiva, respeitando as fases de desenvolvimento
da criança, apresentando uma abordagem futebolística.