Sistemas de Terras
Sistemas de Terras
Sistemas de Terras
em que:
R = resistência do eléctrodo de terra em Ω;
ρ = resistividade do terreno em Ω.m;
L = comprimento da vala ocupada pelo
condutor em m;
Neste tipo de eléctrodo a superfície de
contacto com o solo não deve ser inferior a
1m2.
Chama-se a atenção de que a colocação do
condutor num traçado sinuoso na vala não
melhora de forma sensível a resistência do
eléctrodo de terra.
Na prática estes condutores são dispostos em valas
horizontais, abertas expressamente para o efeito,
as quais não devem ser cheias com calhaus, cinzas
ou materiais análogos, mas sim com terra
susceptível de reter a humidade, e colocados a uma
profundidade de cerca de 1m.
Normalmente os eléctrodos verticais são
constituídos por:
◦ varetas de cobre, com um diâmetro mínimo de 15mm;
◦ varetas de aço cobreado com um diâmetro mínimo de
15mm, e uma espessura de revestimento de cerca de
500μm;
◦ varetas de aço galvanizado, com galvanização de pelo
menos 120μm;
O seu comprimento é normalmente de 2 metros.
A resistência de um eléctrodo deste tipo pode ser
calculada aproximadamente por:
em que:
R = resistência do eléctrodo de terra em Ω;
ρ = resistividade do terreno em Ω.m;
L = comprimento da vala ocupada pelo condutor em m;
É possível diminuir a resistência do eléctrodo
de terra dispondo diversos elementos verticais
ligados em paralelo e afastados de uma
distância não inferior ao seu comprimento, no
caso de 2 elementos, ou a uma distância ainda
maior no caso de mais do que 2 elementos.
Constituído desta forma o eléctrodo, pode-se
demonstrar experimentalmente que quando se
colocam duas varetas em paralelo a resistência
de terra passa a metade da de uma vareta; se
colocarmos três varetas em paralelo reduz-se
para um terço; se colocarmos quatro reduz-se
para um quarto, e assim sucessivamente.
Quando houver riscos de gelo ou de
secagem do terreno, o comprimento das
varetas deve ser aumentado. No caso de
varetas de grande comprimento, como o
solo é raramente homogéneo, pode ser
possível atingirem-se camadas de terreno
de baixa resistividade.
A figura seguinte representa a instalação de
um eléctrodo deste tipo, numa situação em
que foram utilizadas várias varetas em
paralelo.
◦ Na figura:
1- vareta com pelo menos 2m de comprimento;
2- condutor de terra;
3- barra de ligação equipotencial;
4- condutor equipotencial principal;
5- ligações de tubagens de água, gás, ar
condicionado, etc., estranhas à instalação eléctrica;
Repare-se que o condutor de terra, que liga
aos eléctrodos, deve ser ligado ao terminal
principal de terra, ou barra de ligação
equipotencial, à qual devem ser ligados:
◦ -os condutores de terra;
◦ -os condutores de protecção;
◦ -os condutores das ligações equipotenciais
principais;
◦ -o condutor de ligação à terra de eventuais
mastros de antenas;
◦ -o condutor de ligação à terra de um eventual
pára-raios;
Deve ser previsto um dispositivo instalado
em local acessível e que permita a medição
do valor da resistência do eléctrodo de
terra, podendo este dispositivo estar
associado ao terminal principal de terra.
Este dispositivo deve ser apenas
desmontável por meio de ferramenta, deve
ser mecanicamente seguro e garantir a
continuidade das ligações à terra.
A figura seguinte apresenta um barra de
ligação equipotencial, designada por EBB.
Neste tipo de eléctrodo a superfície de
contacto com o solo não deve ser inferior a
1m2.
Utilizam-se normalmente chapas quadradas
com 1x1(m), ou rectangulares, de 0,5x1(m),
enterradas por forma a que o bordo
superior fique a uma profundidade de cerca
de 0,8m. A espessura destas chapas não
deve ser inferior a 2mm, se forem de cobre,
ou a 3mm se forem de aço galvanizado.
Para garantir um melhor contacto das duas
faces com o solo, as chapas devem ser
maciças (não perfuradas) e devem ser
enterradas verticalmente.
A resistência de um eléctrodo de terra deste
tipo pode ser calculada por meio da
seguinte expressão:
em que:
R = resistência do eléctrodo de terra em Ω;
ρ = resistividade do terreno em Ω.m;
L = comprimento da vala ocupada pelo condutor em m;
Este tipo de eléctrodo é normalmente
realizado em cabo de cobre nu com uma
secção mínima de 25mm2, ou em fita de
aço galvanizado, com uma secção mínima
de 100mm2, montados em vala.
No caso da instalação com fita utilizam-se
espaçadores cada 2 ou 3 metros, para
fixação e orientação da fita com a maior
secção ao alto, protegendo-a de seguida
com cerca de 5cm de massa de betão
pobre.
A profundidade mínima de instalação
deverá ser de 80 cm.
Por outro lado é recomendado que o anel
de terra esteja a cerca de 1 m das
fundações do edifício.
A figura seguinte representa a realização de
um anel de terra, na qual:
1: vala com uma profundidade mínima de 80cm;
2: condutor de terra;
3, 4 ,5: canalizações de água, alimentação eléctrica e
gás;
6: barra de ligação equipotencial;
7, 8, 9: condutores de protecção, de
equipotencialidade e de terra;
A ligação do anel de terra à estrutura
metálica do ferro do betão das fundações,
da forma representada na figura seguinte,
pode melhorar bastante a resistência de
terra deste tipo de eléctrodo. Este sistema
oferece uma óptima garantia de uma baixa
resistência de terra, e principalmente
realiza uma boa equipotencialidade entre a
estrutura e o pavimento do edifício.
Os pilares metálicos interligados por
estruturas metálicas e enterrados a uma
certa profundidade no solo podem ser
utilizados como eléctrodo de terra.
A resistência de terra de um eléctrodo de
terra deste tipo pode ser calculada
aproximadamente pela seguinte expressão:
em que:
R = resistência do eléctrodo de terra em Ω;
ρ = resistividade do terreno em Ω.m;
L = comprimento da vala ocupada pelo condutor em m;
d = é o diâmetro do cilindro circunscrito do pilar, em m;
O conjunto de pilares interligados e
repartidos pelo perímetro de um edifício
apresenta uma resistência da mesma ordem
de grandeza que a do anel constituído por
condutores nus estabelecidos no fundo das
fundações.
O eventual envolvimento dos pilares com
betão não impede a utilização destes como
eléctrodos de terra, nem modifica
sensivelmente o valor da sua resistência
como eléctrodo.
Um anel de terra nas fundações é realizado em fita de aço
galvanizado com uma secção mínima de 100mm2, por
exemplo com uma fita de 30x3,5mm, utilizando espaçadores
cada 2 ou 3 metros, para fixação e orientação da fita, sendo a
sua maior secção colocada ao alto. A sua ligação aos pilares
ou ferro das cofragens é realizada com ligadores de aperto
mecânico.
A fita deverá ser ligada à barra de ligação equipotencial, junto
do quadro eléctrico.
O eléctrodo deve formar um anel fechado, embutido nas
fundações em todo o perímetro do edifício, de modo a se
situar 5cm acima do fundo da fundação em betão.
A fita de aço disposta na vertical, deve ser completamente
imersa no betão o que lhe assegura protecção contra a
corrosão.
As juntas de dilatação, que podem existir na estruturas de
betão armado, devem ser contornadas pelo eléctrodo de
fundação através de emendas flexíveis exteriores ao betão
armado, como se pode ver numa das figuras seguintes.
As emendas e derivações no próprio eléctrodo deverão ser
aparafusadas, soldadas ou ligadas com conectores especiais
de pressão.
O terminal de ligação do eléctrodo de fundação deve aflorar
dentro do recinto onde se localiza o quadro geral de entrada.
O terminal em questão é uma fita de aço zincado a fogo, ou
revestida contra a corrosão, de secção igual à do eléctrodo,
aflorando a cerca de 30 cm do piso e prolongando-se até à
barra de ligação equipotencial.
O eléctrodo de fundação pode ser provido de outros
terminais de ligação, aflorando externamente ao edifício, e
destinados a receber os condutores de ligação à terra de um
pára-raios, eventualmente existente na instalação.
Os eléctrodos em profundidade são normalmente varetas
inseridas verticalmente no solo, à maior profundidade
possível e distanciadas de 1m do edifício.
O processo consiste em ir introduzindo no terreno uma
vareta em cima de outra, previamente unidas, até conseguir
atingir profundidades de 6, 8, 10 e 12m.
O sistema de execução consiste em utilizar varetas com a que
se vê na figura, colocando na sua parte dianteira uma ponta
de penetração de um material de grande dureza, e na sua
parte final um batente sobre o qual actuará um martelo ou
qualquer outro dispositivo de penetração evitando a
deformação da vareta.
Uma vez introduzida uma vareta, desenrosca-se o batente o
qual se enrosca numa nova vareta, colocando no extremo
livre desta uma união, e assim sucessivamente para as
varetas consecutivas.
A partir da segunda vareta, em geral é necessária a utilização
de maquinaria especial para a sua introdução (martelo
pneumático, sistema hidráulico, etc.).
Para solos agressivos recomenda-se utilizar eléctrodos em
aço inox.
É necessário realizar uma caixa de inspecção (ver figura) que
permita verificar a ligação do condutor de protecção com o
eléctrodo de terra, e a suas manutenção e conservação
posterior (para acrescentar sais e água, comprovar a eficácia
das ligações, etc.).
A caixa de inspecção consiste num buraco onde se encontra a
vareta enterrada à qual liga o condutor de protecção, o qual
deverá ser isolado, para que haja um isolamento na zona
próxima do ponto de contacto do eléctrodo com o terreno, de
forma a evitarem-se potenciais perigosos.
As dimensões da caixa de inspecção serão as necessárias
para uma fácil inspecção, ligação e manutenção, e terá uma
tampa de cimento ou similar suficientemente robusta para
permitir a sua conservação ainda que se transite sobre ela.
Os passos que se devem seguir para uma boa realização da
caixa de inspecção devem ser os seguintes:
◦ abrir um buraco com as dimensões adequadas;
◦ revestir as paredes até uns 30 cm do solo;
◦ colocar um tubo de grés, fibrocimento ou PVC, para o condutor de ligação
ao eléctrodo de terra;
◦ efectuar o acabamento da caixa e da sua parte superior para se poder
ajustar a respectiva tampa;
◦ colocar a tampa, de forma a que fique bem apoiada, a qual deve ter uma
◦ argola para permitir a sua retirada;
◦ humedecer o interior da caixa de inspecção, após efectuar todas as
ligações e tapar;
A malha de uma rede de terra constitui uma
rede de segurança e de protecção, que sendo
normalmente inacessível, não pode receber
manutenção nem ser inspeccionada, e no
mínimo deve portanto ser construída no
mínimo para uma duração igual à do edifício
e equipamentos que se destina proteger.
Em face destas considerações é necessário
construir uma rede de terra de tal forma que
esteja isenta de avarias.
Para isso, além do estudo da composição química
do terreno para a determinação das protecções
contra agressões electroquímicas, terão de
reforçar-se os pontos fracos, tais como as
derivações e as conexões.
O sistema mais fiável que existe actualmente e
que evita que se possam produzir
descontinuidades, é a soldadura aluminotérmica
já que, através dela são eliminados os contactos
físicos e é garantida a continuidade material
entre os extremos dos condutores ou elementos
a conectar.
Uma boa soldadura tem que satisfazer a
várias condições:
◦ ter um elevado ponto de fusão, visto que a
produção de um defeito franco à terra pode
provocar a fusão da ligação, deixando a malha
aberta e anulando a sua eficácia;
◦ garantir uma boa condutividade, visto que o
aumento de resistência conduziria a uma instalação
de malhas de maior dimensão com o inerente
prejuízo;
◦ por outro lado, o método de execução deve ser
simples e fiável;
Os tipos mais comuns e conhecidos de
soldadura, mediante arco eléctrico ou suporte
oxiacetilénico, exigem equipamentos
volumosos e pesados, além de mão de obra
especializada, visto que a soldadura de um
cabo composto por vários condutores é de
difícil execução.
Para evitar todos estes inconvenientes e por
sua vez para satisfazer as exigências
pretendidas, desenvolveu-se o método de
soldadura aluminotérmica.
Este método consiste numa reacção química na
qual se reduz óxido de cobre mediante alumínio
em pó:
3CuO + 2 Al = 3 Cu + Al2 O3 + calor
Esta é uma reacção do tipo exotérmico, quer
dizer, em que se produz uma libertação de calor.
Ao combinar-se o alumínio com o oxigénio
forma-se alumina e precipita-se cobre metálico
na forma líquida devido ao calor produzido pela
reacção, que cai como metal de ligação sobre as
peças a unir.
Esta reacção não se verifica à temperatura
ambiente, pelo que para iniciá-la é necessário
elevar a temperatura, o que é feito mediante
um cartucho que contém pólvora para a
ignição.