Eron Ulisses Donadello
Eron Ulisses Donadello
Eron Ulisses Donadello
CURITIBA
2007
iii
Nervos de A~o
1
LUPICiNIO RODRIGUES
1
Lupicinio Rodrigues nasceu em Porto Alegre, RS, em 19 de setembro de 1914. Foi o criador do
termo "dor-de-cotovelo". Este termo, ao contrario do que se propagou como inveja, se refere a
pratica, comum nos bares, do homem ou mulher que se senta ao balcao, crava os cotovelos no
mesmo, pede urn whisky duplo e chora o amor que perdeu.
AGRADECIMENTOS
amigos para todas as ocasi6es, pelo ano de 2007 que transcorreu proffcuo grac;as a
sua colaborac;ao.
v
A Gisele Bet, que faz tudo ter sentido, sem a qual nao posso viver.
vi
( .... )
Sem muitas palavras ... ,
mas com lagrimas nos olhos,
a minha filha Leticia,
que Deus jamais permita
ser eta, vitima de tal crueldade.
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
Outubro/2007
October /2007
1 INTRODUCAO ......................................................................................................... 1
2 VIOLENCIA CONTRA A MULHER OU VIOLENCIA DOMESTICA? ...................... 3
2.1 CONGE ITO ........................................................................................................... 4
2.1.1 A Origem da Violencia Domestica ...................................................................... 6
2.1.2 As organizac;oes nao governamentais (ONGs) feministas ................................. 7
3 A NORMA LEGAL ................................................................................................... 9
3.1 LEI MARIA DA PENHA: LEI N° 11.340, DE 7 DE AGOSTO DE 2006 ................ 11
3.1.1 Criac;ao dos juizados de violencia domestica e familiar ................................... 12
3.1.2 Pronasci ........................................................................................................... 12
4 CICLO COMPLETO DE POLiCIA ......................................................................... 13
4.1 A ORIGEM E A EVOLU<;A.o DA POLlCIA NO MUNDO ..................................... 14
4.2 MODELO POLICIAL CONTEMPORANEO MUNDIAL ........................................ 15
4.2.1 Breves comentarios sabre a origem e evoluc;ao hist6rica da polfcia no Brasil. 16
4.2.2 A estrutura da polfcia no Brasil a luz da Constituic;ao Federal de 1988 ........... 19
4.2.3 0 subsistema policial na Constituic;ao .............................................................. 20
4.2.4 0 lnquerito Policial ........................................................................................... 21
50 QUE PODEMOS FAZER ................................................................................... 24
5.1 POLICIAMENTO COMUNITARI0 ....................................................................... 24
5.2 POLICIAMENTO ESCOLAR COMUNTARI0 ...................................................... 26
5.2.1 Prevenc;ao a pedofilia ....................................................................................... 28
5.3 ATENDIMENTO POLICIAL ................................................................................. 29
5.4 DAS MEDIDAS PROTETIVAS DE URGENCIA .................................................. 30
5.4.1 Das medidas protetivas de urgencia que obrigam o agressor ......................... 30
6 CONCLUSAO ........................................................................................................ 36
REFERENCIAS ..............................................................................................········ ... 40
ANEXO I ...................................................................................................................43
CAPiTULO 1
1 INTRODUCAO
2
Em 30 de dezembro de 1976, Angela Diniz foi morta por Doca Street, de quem ela desejava se
separar. A morte de Angela e a libertac;ao de seu assassino levantaram um forte clamor das mulheres
gue se organizaram em torno do lema: "quem ama nao mata".
3
Na integra em anexo a presente monografia.
4
Ha teses pouco provaveis de existencia do matriarcado, e tese da existencia de tribos de mulheres
amazonas.
2
5
Mesmo nos Estados Unidos da America, nao faz 100 (cern) anos do inicio do voto feminino.
6
Genesis 29, 15-27.
CAPiTULO 2
AGREDIR, matar, estuprar uma mulher ou uma menina sao fatos que tem
acontecido ao Iongo da hist6ria em praticamente todos os pafses ditos civilizados e
dotados dos mais diferentes regimes econ6micos e politicos. A magnitude da
agressao, porem, varia. E mais freqoente em pafses de uma prevalecente cultura
masculina, e menor em culturas que buscam solugoes igualitarias para as diferengas
de genera. [2003, p. 1]
Tudo isto me era agora apresentado pela boca de Jose Dias, que me denunciara a
mim mesmo, e a quem eu perdoava tudo, o mal que dissera, o mal que fizera, e o
que pudesse vir de um e de outro. Naquele instante, a eterna Verdade nao valeria
mais que ele, nem a eterna bondade, nem as demais virtudes eternas. Eu amava
Capitu! Capitu amava-me! E as minhas pernas andavam, desandavam, estacavam,
tremulas e crentes de abarcar o mundo. Esse primeiro palpitar da seiva, essa
revelagao da consciencia a si propria, nunca mais me esqueceu, nem achei que lhe
fosse comparavel qualquer outra sensa9ao da mesma especie. Naturalmente por ser
minha. Naturalmente tambem por sera primeira. [ASSIS, M., 1957. p. 41-42]
4
2.1 CONCEITOS
7
fornecida pela SENASP, a quem realiza o Curso Mulher Vitima de Violencia Domestica, de 2005
com apendice em 2007 para a Lei 11340/2006.
7
Slay (2003, p. 4-6), relata que ao Iongo das decadas de 60 e 70, feministas
de classe media, militantes polfticas contra a ditadura militar, e intelectuais foram
somando a sindicalistas e trabalhadoras de diferentes setores unindo uma visao
democratica e igualitaria dos direitos da mulher que suplantava diferengas
partidarias e ideol6gicas. Era o infcio de um movimento unido de mulheres, se
considerarmos que o inimigo era comum.
Ao movimento feminista se aglutinou uma serie de grupos que atuaram
cotidianamente a favor dos direitos a melhores condig6es de vida, pela anistia, pela
igualdade de direitos entre homens e mulheres. A formagao de entidades voltadas a
abrigar mulheres vftimas de violencia domestica nao tardou a se formar. Por todo o
Brasil grupos de ativistas, voluntarias, procuravam enfrentar todos os tipos de
violencia: estupros, maus tratos, incestos, perseguigao a prostitutas, e infindaveis
violag6es dos direitos humanos de mulheres e meninas. Diferentemente das
decadas de 1910 e 1920, as denuncias destes crimes escondidos pela familia
tornaram-se publicos. Recebidos inicialmente com descredito e sarcasmo pela mfdia
em geral, aos poucos foram reconhecidos.
Slay destaca as principais conquistas: os Conselhos da Condigao Feminina
e as Delegacias de Defesa da Mulher.
Para a estudiosa, com a anistia de 1979, a eleigao direta de governadores
em 1982 e a reorganizagao partidaria, o cenario feminista se fortaleceu, mas se
segmentou em grupos partidarios.
A autora relata que a criagao do primeiro Conselho Estadual da Condigao
Feminina, em Sao Paulo, em 1983, e dais anos depois, em 1985, a primeira
Delegacia de Defesa da Mulher.
Para Slay (2003, p. 7), na sociedade civil, vigoravam varies grupos
feministas de apoio as mulheres vftimas. Intense trabalho, quase sempre com
escassos recursos e muito voluntariado, tentava suprir uma lacuna que,
timidamente, comegava a ser encampada pelo Estado.
8
"0 casamento parece uma tesoura, cujas laminas sao tao ligadas que nao podem ser separadas;
freqoentemente etas se movem em diregoes opostas, mas sempre castiga quem se coloca entre etas."
8
Sydney Smith
3 A NORMA LEGAL
IV - promover o bern de todos, sem preconceitos de origem, raga, sexo, cor, idade e
quaisquer outras formas de discriminagao.
§ 6° - 0 casamento civil pode ser dissolvido pelo div6rcio, ap6s previa separagao
judicial por mais de um ano nos casas expressos em lei, ou comprovada separagao
de fato por mais de dois anos.
8
Sydney Smith (3 de junho de 1771 - 22 de fevereiro de 1845), escritor e clerigo ingles.
10
3.1.2 Pronasci
Nao temos a ambiqao de ensinar nada aos outros. N6s, que passamos muito tempo ouvindo dizer o que
e
deverfamos fazer, acabamos por conc/uir que perda de tempo ensinar aos povos como devem agir. Em
e
primeiro Iugar, porque a vida quem se encarrega de fazer com que alteremos nos so modo de pensar.
Gorbachev, em seu livro Perestroika,
Atualmente, urn conceito social mais amplo das funt;6es da polfcia esta
sendo considerado como resultado de uma ideologia mais positiva dos servi9os
policiais. A ideia que se tern da polfcia como for9a opressora esta mudando para que
16
Sou servido a criar uma Divisao Militar da Guarda Real da Policia desta Corte, com a
posslvel semelhan<;a daquela que tao reconhecida vantagens reconheci em Lisboa,
a qual se organizara na conformidade do plano que este abaixo assinado pelo
Conde Linhares, do meu Conselho de Estado, Ministro Secretario de Estado dos
Neg6cios Estrangeiros e de Guerra.
Razao por que a polfcia judiciaria, para nos referirmos somente a ela, tivera
na sua organizac;ao, de conformidade com o C6digo de Processo Criminal, a Lei n.
261 e o Regulamento de 1842, atribuic;6es judiciarias, podendo as autoridades
policiais processar, pronunciar e julgar os crimes que as leis enumeram.
Conforme o mesmo autor, com o passar do tempo, as atribuic;6es da polfcia
judiciaria foram se restringindo. As func;6es policiais passaram a compreender
apenas o preparo do processo, oportunizando a alegac;fio dos direitos das partes,
analisando as pegas que compunham o mesmo e emitindo parecer fundamentado,
com posterior remessa ao Poder Judiciario, a quem cabia a competencia exclusiva
para a pronuncia e o julgamento.
E de se destacar que a epoca, como iria ocorrer ate 1969, as atribuic;6es de
polfcia administrativa e judiciaria eram desempenhadas principalmente por
organismos de regime jurfdico civil. As milfcias estaduais, Polfcias Militares entao
existentes, nao se destinavam precipuamente a propiciar seguranc;a aos cidadaos.
Possufam finalidade diversa da atual, constituindo-se em especies de "exercitos
estaduais". As atribuic;6es concernentes a seguranc;a do cidadao eram realizadas de
forma subsidiaria, e tidas somente como missao auxiliar do Poder Judiciario ou do
6rgao civil de seguranc;a.
A Revoluc;ao de 1964 montou urn novo quadro para a Seguranc;a Pubica,
subordinado-a a Doutrina de Seguranc;a Nacional. A partir de 1969, com o Decreta
Lei n° 667, foram reorganizadas as Polfcias Militares do Brasil. 0 mesmo texto legal
extinguiu a Guarda Civil, outra instituic;ao policial entao existente. Esse diploma,
ainda, atribuiu exclusivamente as corporac;6es militares estaduais a execuc;ao do
policiamento ostensive e a manutenc;ao da ordem publica, sistema que se mantem,
com poucas alterac;6es, ate os dias atuais.
-- -----------------·
19
9
E de se relevar que a Policia Federal e o unico organismo policial brasileiro que exerce o ciclo
completo de policia. 0 diferencial que a mesma apresenta em rela~;ao aos demais 6rgaos de Pollcia
se relaciona com suas atribui~;oes, especfficas em razao da materia.
--------------------
20
Podemos deduzir que o status de militar do Policial Militar nao o torna hfbrido ou
incompatlvel com a funQao policial do cargo, pois, acreditar em contrario, levaria
aquela indagaQaO se 0 policial civil e policial OU civil, quando e certo que 0 seu status
que e de servidor publico civil, diferentemente do Policial Militar que e servidor
publico militar.
Quando me virei, xingando-a, ja estava atirando. Disparei varias vezes de maneira mecanica. Nao lembro de
ouvir os tiros, estava louco, transtornado.
Raul Fernando do Amaral Street10
E uma filosofia e uma estrategia organizacional, que proporciona uma nova parceria
entre a populac;:ao e a polfcia. Baseia-se na premissa de que a polfcia e a
10
Doca Stret, assassino confesso de Angela Diniz. 0 caso Angela Diniz foi um marco jurfdico. Em um
primeiro julgamento, em 1979, Doca Street entrou no forum aplaudido por uma multidao e saiu em
liberdade - depois que o jurista Evandro Lins e Silva recorreu a tese da legftima defesa da honra,
vasculhou o passado de Angela e a classificou em termos como "prostituta da Babilonia" e "venus
lasciva". Um ano depois, em um segundo juri, Doca entrou no forum sob vaias de feministas, saiu
condenado a 15 anos de prisao e virou sfmbolo de uma virada hist6rica, em que caiu por terra a
alega<;ao de que um homem pode matar uma mulher para salvar sua honra.
25
11
Filosofia (Philosofhia):Personalizac;ao, Policiamento, Patrulhamento, Permanencia, Posto,
Prevenc;ao, Parceria, Resoluc;ao de Problemas (Probleman Resolution)
12
1.Filosofia e Estrategia Organizacional; 2.Comprometimento com a Concessao de Poder a
Comunidade; 3. Policiamento Descentralizado e Personalizado; 4.Resoluc;ao Preventiva de
Problemas a Curto e Longo Prazo; S.Etica, Legalidade, Responsabilidade e Confianc;a; 6.Extensao do
Mandato Policial; 7.Ajuda para as Pessoas com Necessidades Especificas; 8.Criatividade e Apoio
Basicos; 9.Mudanc;a lnterna;10.Construc;ao do Futuro;
26
Atengao especial deve ser dada ao trafico e uso illcito de drogas nas proximidades
das escolas.
13
Embora nao seja obrigat6rio o genero, ambos os programas iniciaram com as policiais femininas, e
seguem, no Parana com as mulheres a frente.
28
14
Dias 16 e 17 de abril de 2007 [FOLHA DE LONDRINA, 16 Abril de 2007]
15
06 do 06, COMAD, assessoria de imprensa, lmpunidade e a grande vila da pedofilia.
16
A sargento Guerreiro atua no Proerd (Programa Educacional de Resistencia as Drogas e a
Violencia), mantido pela Policia Militar do Parana, e que ensina crianc;as de 9 a 11 anos como
aumentar a auto-estima e nao se envolver em situac;oes de drogas e outros tipos de violencia. Ela
tambem e ligada ao Movimento Nacional em Defesa da Crianc;a Desaparecia do Parana.
29
- Proteja a crianc;a e reitere que ela nao tern culpa pelo que aconteceu,
especialmente nos casas de abuso sexual e diga-lhe que ao contar ela agiu
corretamente;
- Anote o mais cedo posslvel tudo o que foi dito e seja fiel as declarac;oes da crianc;a;
- Mantenha sigilo das informac;oes e s6 relate o caso as pessoas que precisam estar
informadas, para agir e apoiar a crianc;a;
Com base nas determinat;6es da Lei n° 11.340 a mulher que seja vftima de
violencia domestica ou que esteja amerce de ser violentada, podera socorrer-se ao
departamento policial mais proximo. A autoridade policial que tomar conhecimento
dos fatos tomara, entre outras medidas, as seguintes:
a) dara garantia de prote<;ao a mulher;
b) encaminhara a ofendida ao hospital, ou Institute Medico Legal, inclusive
para realizat;ao de exame de corpo de delito;
c) fornecera transporte para abrigo seguro;
d) se necessaria, acompanhara a ofendida para assegurar a retirada de seus
pertences do local da ocorrencia ou do domicflio familiar;
Assim, a prote<;ao a mulher ja come<;a desde a seara policial, sendo que a
autoridade, alem daquelas providencias ja ditas, devera tambem adotar os
procedimentos preliminares, lavrando o boletim de ocorrencia e tomando a
representa<;ao da ofendida, colhendo as provas necessarias para futura at;ao penal,
ouvindo o agressor e a vftima. A autoridade policial devera encaminhar a solicita<;ao
de medidas protetivas, ao Juiz, no prazo de 48 horas.
Ap6s esses expedientes, devera remeter os autos do inquerito a autoridade
Judicial e ao Ministerio Publico.
30
17
Professor de Direito Civil, Processual Civil e Constitucional na PUC/PR (Londrina) e Escola
Superior da Advocacia e Escola da Magistratura do Trabalho.
18
Segundo informac;oes colhidas pelo autor na (RT 531/301).
31
sentenga penal condenat6ria. E, por extensao, nao se pode impor ao reu medidas e
consequencias desta punigao, senao posteriormente ao decreta judicial
condenat6rio.
Contudo, ja se decidiu que medidas liminares, inclusive pris6es preventivas,
mesmo sem o transito em julgado de uma sentenga, nada tern de inconstitucional.
Nesta toada, a Lei em questao trata de outras medidas provis6rias que o juiz pode
decretar contra o agressor mis6gino, entre elas:
I) suspensao da posse ou restrigao do porte de armas, com comunicagao ao
6rgao competente.
0 certificado de registro de arma de fogo e a autorizagao para o porte de
arma de fogo serao expedidos pela Polfcia Federal e sera precedido de autorizagao
do Sinarm - Sistema Nacional de Armas. Uma vez havida agressao contra mulher, o
juiz podera de imediato decretar a suspensao da posse ou restringir o porte,
comunicando a Polfcia Federal e o Sinarm do ocorrido.
II) afastamento do lar, domicflio ou local de convivencia com a ofendida.
Medida de cunho estritamente civil cabera doravante ao Juiz criminal que
conduzir o processo que apure eventual agressao.
Conforme entendimento da lei 11340, o art. 22, II, determina que se o
agressor estiver residindo no local podera ser afastado e a agredida reconduzida ao
lar.
Poder-se-a, tambem, pleitear a separagao de corpos, com vistas a futura
separagao judicial ou mesmo div6rcio.
Ill) proibigao de determinadas condutas, entre as quais:
a) aproximagao da ofendida, de seus familiares e das testemunhas, fixando
o limite mfnimo de distancia entre estes e o agressor;
lnstituto tfpico do direito americana, o juiz podera impor ao agressor que
mantenha certa distancia da ofendida, seus familiares e testemunhas. Em havendo
descumprimento desta regra, o agressor se sujeitara as penas do crime de
desobediencia.
b) cantata com a ofendida, seus familiares e testemunhas por qualquer meio
de comunicagao;
c) frequentagao de determinados lugares a fim de preservar a integridade
ffsica e psicol6gica da ofendida;
32
a) Paternalizar
b) lnfantilizar
Trata-la como uma crianc;a, exagerando nos diminutivos, pedindo para ela
dar "aquele sorriso", ou repetindo as explicac;oes em tom excessivamente didatico,
33
6 CONCLUSAO
19
lnterpretac;;ao de Alcione, letra e musica de Paulinho Resende e Evandro Lima.
------------------
37
violencia domestica, pois o atendimento sera mais agile satisfat6rio, seguindo direto
ao ministerio publico, sem necessidade de ser refeito no ambito judicial.
A limita<;ao da atuayao PM frente aos casas de violencia domestica, como
parcela iniciante do atendimento, sendo obrigado a repassar para outro 6rgao que
dara continuidade aos atos, e prejudicial tanto para a vftima, quanta para o sistema e
para a sociedade.
Enquanto a PM nao for detentora do ciclo completo de polfcia, a integra<;ao
com a polfcia civil e o estabelecimento de uma rede de atendimento a mulher vftima
de violencia domestica e primordial, principalmente se houver Delegacias,
Promotorias e Juizados de Violencia Domestica e Familiar.
0 exercfcio da cidadania, a garantia dos direitos humanos, de igualdade, e
altera<;ao da situa<;ao de fragilidade da mulher numa sociedade dominada pelo
homem e pela dependencia financeira, sao os principais resultados a serem
alcanyados.
Alem de buscar incansavelmente o ciclo completo de polfcia para as PPMM,
com base nos dados levantados na presente monografia, e oportuno dizer da
necessidade de empenho de toda a PMPR no combate a essa violencia insidiosa
que viceja nos lares brasileiros, de provocar discussoes sabre o tema, sem a
necessidade de que alguma mulher seja vftima como foi Maria da Penha.
Ao menos dois programas permanentes devem ser encetados pela PMPR:
a) edi<;ao de material de comunica<;ao social destinado ao publico interno (manual
de procedimentos, vfdeo, pagina na intranet, palestras e filmes institucionais) para
orientar como atuar nos casas de violencia domestica e familiar; b) um programa de
responsabilidade social prevenindo e esclarecendo sabre a violencia domestica e
familiar, da mesma forma que o PROERD vern fazendo em rela<;ao a pedofilia, uma
das formas odiosas de violencia que se esconde nos lares brasileiros.
0 assunto e vasto, e esta em constante evolu<;ao, a presente monografia
nao o esgota, outros estudos precisam ser feitos, principalmente para avaliar se o
policial militar esta suficientemente instrufdo para agir nos casas envolvendo a
violencia domestica, qual a participayao dos policiais na perpetra<;ao da violencia
domestica, pois sendo uma das profissoes mais estressantes, predominantemente
masculina e tradicional, e preciso avaliar se nossa corporayao nao e parte do
problema, quando deveria ser parte da solu<;ao, assuntos que mostram a riqueza do
tema e o quanta foram apaixonantes para a consecu<;ao desta monografia.
GLOSSARIO
BARBOSA, Rui . Ora~ao aos mo~os . Nova ed., Rio de Janeiro: Casa de Rui
Barbosa, 1956.
BOBBIO, Norberta. A era dos direitos. ga ed. Rio de Janeiro: Campus, 1992.
BRASIL, Republica Federativa do. Lei 11340: Lei Maria da Penha, agosto de 2006
Conferencia das na~oas unidas sobre direitos humanos, Viena, 1993. Disponivel
em Portal violencia contra a mulher, vA' v.patriciagalvao.org. r acessado em 1 de
agosto de 2007.
CRUZ, Joao Francisco da. Tratado de policia. Revista dos Tribunais. Sao Paulo.
1932.
GORBACHEV, Mikhail. Perestroika, novas ideias para o meu pais e o mundo, Tr.
J. Alexandre: Editora Best Seller, 5 Ed. 1987
IHERING, Rudolf Von. A Iuta pelo direito. 1go ed., Rio de Janeiro: Forense, 2000.
LIMA, Roberto Kant de. A policia da cidade do Rio de Janeiro - Seus dilemas e
paradoxes. biblioteca da polfcia militar. Rio de Janeiro, 1994.
MONET, Jean Claude, Policias e sociedades na Europa. Tr. Mary Amazonas Leite
de Barros, original 1986, versao brasileira. EDUSP, 2001
NORONHA, Magalhaes. Direito penal. vol I. Ed. Saraiva, Sao Paulo, 1981 .
ORWEL, George. A revolu~ao dos bichos. 22. ed. Sao Paulo: Editora Nacional,
1991 .
PARANA. Patrulha escolar - Diretriz N.0 004/2003- PM/3. Curitiba: Poll cia Militar
do Parana - Comando Geral - Programa Educacional de Resistencia as Drogas e a
Violencia ("PROERD")I , 2003;
ROCHA, Luiz Carlos. Organiza~ao policial brasileira. Ed. saraiva. Sao Paulo.1991 .
ANEXO I
Cria mecanismos para coibir a violencia domestica e familiar contra a mulher, nos termos do
§ 8o do art. 226 da Constituic;ao Federal, da Convenc;ao sobre a Eliminac;ao de Todas as
Formas de Discriminayao contra as Mulheres e da Convenc;ao lnteramericana para Prevenir,
Punir e Erradicar a Violencia contra a Mulher; dispoe sobre a criayao dos Juizados de
Violencia Domestica e Familiar contra a Mulher; altera o C6digo de Processo Penal, o
C6digo Penal e a Lei de Execuc;ao Penal; e da outras providencias.
TITULO I
DISPOSI<;OES PRELIMINARES
Art. 1o Esta Lei cria mecanismos para coibir e prevenir a violencia domestica e familiar
contra a mulher, nos termos do § 8o do art. 226 da Constituiyao Federal, da Convenyao
sobre a Eliminac;ao de Todas as Formas de Violencia contra a Mulher, da Convenyao
lnteramericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violencia contra a Mulher e de outros
tratados intemacionais ratificados pela Republica Federativa do Brasil; dispoe sobre a
criac;ao dos Juizados de Violencia Domestica e Familiar contra a Mulher; e estabelece
medidas de assistencia e proteyao as mulheres em situac;ao de violencia domestica e
familiar.
Art. 2o Toda mulher, independentemente de classe, raya, etnia, orientayao sexual, renda,
cultura, nivel educacional, idade e religiao, goza dos direitos fundamentais inerentes a
pessoa humana, sendo-lhe asseguradas as oportunidades e facilidades para viver sem
violencia, preservar sua saude fisica e mental e seu aperfeic;oamento moral, intelectual e
social.
Art. 3o Serao asseguradas as mulheres as condic;oes para o exercicio efetivo dos direitos a
vida, a seguranya, a saude, a alimentac;ao, a educayao, a cultura, a moradia, ao acesso a
justic;a, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, a cidadania, a liberdade, a dignidade, ao respeito e
a convivencia familiar e comunitaria.
§ 1o 0 poder publico desenvolvera politicas que visem garantir os direitos humanos das
mulheres no ambito das relac;oes domesticas e familiares no sentido de resguarda-las de
toda forma de negligencia, discriminayao, explorac;ao, violencia, crueldade e opressao.
Art. 4o Na interpreta~o desta Lei, serao considerados os fins sociais a que ela se destina e,
especialmente, as condi96es peculiares das mulheres em situa9ao de violencia domestica e
familiar.
TITULO II
CAPITULO I
DISPOSICOES GERAIS
Art. 5o Para os efeitos desta Lei, configura violemcia domestica e familiar contra a mulher
qualquer a9ao ou omissao baseada no genero que lhe cause morte, lesao, sofrimento ffsico,
sexual ou psicol6gico e dano moral ou patrimonial:
II - no ambito da familia, compreendida como a comunidade formada por indivfduos que sao
ou se consideram aparentados, unidos por la9os naturais, por afinidade ou por vontade
expressa;
Ill- em qualquer relavao intima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com
a ofendida, independentemente de coabita~o.
Art. 6o A violencia domestica e familiar contra a mulher constitui uma das form as de viola~o
dos direitos humanos.
CAPITULO II
CONTRA A MULHER
Art. 7o Sao formas de violencia domestica e familiar contra a mulher, entre outras:
I - a violencia ffsica, entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade ou saude
corporal;
II - a violencia psicol6gica, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano emocional
e diminui~o da auto-estima ou que lhe prejudique e perturbe o plene desenvolvimento ou
que vise degradar ou controlar suas a96es, comportamentos, cren9as e decis6es, mediante
ameaya, constrangimento, humilha9ao, manipulavao, isolamento, vigilancia constante,
46
Ill - a violemcia sexual, entendida como qualquer conduta que a constranja a presenciar, a
manter ou a participar de rela9ao sexual nao desejada, mediante intimida9ao, amea9a,
coa~o ou uso da for98; que a induza a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua
sexualidade, que a impe9a de usar qualquer metodo contraceptive ou que a force ao
matrimonio, a gravidez, ao aborto ou a prostitui9ao, mediante coa~o. chantagem, suborno
ou manipula~o; ou que limite ou anule o exercfcio de seus direitos sexuais e reprodutivos;
V- a violencia moral, entendida como qualquer conduta que configure calunia, difama9ao ou
injuria.
TITULO Ill
CAPITULO I
Art. So A politica publica que visa coibir a violencia domestica e familiar contra a mulher far-
se-a por meio de urn conjunto articulado de a96es da Uniao, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municfpios e de a96es nao-governamentais, tendo por diretrizes:
Ill - o respeito, nos meios de comunica9ao social, dos valores eticos e sociais da pessoa e
da familia, de forma a coibir os papeis estereotipados que legitimem ou exacerbem a
violencia domestica e familiar, de acordo com o estabelecido no incise Ill do art. 1o, no
incise IV do art. 3o e no incise IV do art. 221 da Constitui9ao Federal;
47
VII - a capacita<;ao permanente das Policias Civil e Militar, da Guarda Municipal, do Corpo
de Bombeiros e dos profissionais pertencentes aos 6rgaos e as areas enunciados no inciso I
quanto as quest6es de genero e de ra<;a ou etnia;
CAPITULO II
CAPITULO Ill
Ill - fornecer transporte para a ofendida e seus dependentes para abrigo ou local seguro,
quando houver risco de vida;
Art. 12. Em todos os casos de violencia domestica e familiar contra a mulher, feito o registro
da ocorrencia, devera a autoridade policial adotar, de imediato, os seguintes procedimentos,
sem prejufzo daqueles previstos no C6digo de Processo Penal:
Ill - remeter, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, expediente apartado ao juiz com o
pedido da ofendida, para a concessao de medidas protetivas de urgencia;
49
VI - ordenar a identifica~o do agressor e fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes
criminais, indicando a existencia de mandado de prisao ou registro de outras ocorrencias
policiais contra ele;
VII - remeter, no prazo legal, os autos do inquerito policial ao juiz e ao Ministerio Publico.
§ 1o 0 pedido da ofendida sera tornado a termo pel a autoridade policial e de vera conter:
Ill - descri9ao sucinta do fato e das medidas protetivas solicitadas pela ofendida.
§ 3o Serao admitidos como meios de prova os laudos ou prontuarios medicos fornecidos por
hospitais e postos de saude.
TITULO IV
DOS PROCEDIMENTOS
CAPITULO I
DISPOSICOES GERAIS
Art. 13. Ao processo, ao julgamento e a execu9ao das causas civeis e criminais decorrentes
da pratica de violencia domestica e familiar contra a mulher aplicar-se-ao as normas dos
C6digos de Processo Penal e Processo Civil e da legisla9ao especifica relativa a crian~, ao
adolescente e ao idoso que nao conflitarem com o estabelecido nesta Lei.
Art. 14. Os Juizados de Violencia Domestica e Familiar contra a Mulher, 6rgaos da Justi9a
Ordinaria com competencia civel e criminal, poderao ser criados pela Uniao, no Distrito
Federal e nos Territories, e pelos Estados, para o processo, o julgamento e a execu~o das
causas decorrentes da pratica de vi olen cia domestica e familiar contra a mulher.
Art. 15. E competente, por opyao da ofendida, para os processos cfveis regidos por esta Lei,
o Juizado:
II I - do domicflio do agressor.
Art. 16. Nas a96es penais publicas condicionadas a representayao da ofendida de que trata
esta Lei, s6 sera admitida a renuncia a representayao perante o juiz, em audiencia
especialmente designada com tal finalidade, antes do recebimento da denuncia e ouvido o
Ministerio Publico.
Art. 17. E vedada a aplica9ao, nos casos de violencia domestica e familiar contra a mulher,
de penas de cesta basica ou outras de presta9ao pecuniaria, bern como a substitui9ao de
pena que implique o pagamento isolado de multa.
CAPITULO II
Seyao I
Disposi96es Gerais
Art. 18. Recebido o expediente com o pedido da ofendida, cabera ao juiz, no prazo de 48
(quarenta e oito) horas:
Art. 19. As medidas protetivas de urgencia poderao ser concedidas pelo juiz, a requerimento
do Ministerio Publico ou a pedido da ofendida.
Art. 20. Em qualquer fase do inquerito policial ou da instruyao criminal, cabera a prisao
preventiva do agressor, decretada pelo juiz, de oficio, a requerimento do Ministerio Publico
ou mediante representayao da autoridade policial.
Paragrafo unico. 0 juiz podera revogar a prisao preventiva se, no curso do processo,
verificar a falta de motive para que subsista, bern como de novo decreta-la, se sobrevierem
raz6es que a justifiquem.
Art. 21. A ofendida devera ser notificada dos atos processuais relatives ao agressor,
especialmente dos pertinentes ao ingresso e a saida da prisao, sem prejuizo da intimac;ao
do advogado constituido ou do defensor publico.
Art. 22. Constatada a pratica de violencia domestica e familiar contra a mulher, nos termos
desta Lei, o juiz podera aplicar, de imediato, ao agressor, em conjunto ou separadamente,
as seguintes medidas protetivas de urgencia, entre outras:
§ 1o As medidas referidas neste artigo nao impedem a aplicac;ao de outras pre vistas na
legisla~o em vigor, sempre que a seguranc;a da ofendida ou as circunstancias o exigirem,
devendo a providemcia ser comunicada ao Ministerio Publico.
§ 3o Para garantir a efetividade das medidas protetivas de urgencia, podera o juiz requisitar,
a qualquer memento, auxilio da forc;a policial.
§ 4o Aplica-se as hip6teses previstas neste artigo, no que couber, o disposto no caput e nos
§§5o e 6° do art. 461 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (C6digo de Processo Civil).
Se~o Ill
Art. 23. Podera o juiz, quando necessaria, sem prejufzo de outras medidas:
Ill - determinar o afastamento da ofendida do lar, sem prejuizo dos direitos relatives a bens,
guarda dos filhos e alimentos;
Art. 24. Para a prote~o patrimonial dos bens da sociedade conjugal ou daqueles de
propriedade particular da mulher, o juiz podera determinar, liminarmente, as seguintes
medidas, entre outras:
Paragrafo unico. Devera o juiz oficiar ao cart6rio competente para os fins previstos nos
incises II e Ill deste artigo.
CAPITULO Ill
Art. 25. 0 Ministerio Publico intervira, quando nao for parte, nas causas cfveis e criminais
decorrentes da violencia domestica e familiar contra a mulher.
Art. 26. Cabera ao Ministerio Publico, sem prejufzo de outras atribuic;:6es, nos casos de
violencia domestica e familiar contra a mulher, quando necessario:
CAPITULO IV
DA ASSISTENCIA JUDICIARIA
Art. 27. Em todos os atos processuais, civeis e criminais, a mulher em situayao de violencia
domestica e familiar devera estar acompanhada de advogado, ressalvado o previsto no art.
19 desta Lei.
Art. 28. E garantido a toda mulher em situac;:ao de violencia domestica e familiar o acesso
aos serviyos de Defensoria Publica ou de Assistencia Judiciaria Gratuita, nos termos da lei,
em sede policial e judicial, mediante atendimento especifico e humanizado.
TITULO V
Art. 29. Os Juizados de Violencia Domestica e Familiar contra a Mulher que vierem a ser
criados poderao contar com uma equipe de atendimento multidisciplinar, a ser integrada por
profissionais especializados nas areas psicossocial, juridica e de saude.
Art. 30. Compete a equipe de atendimento multidisciplinar, entre outras atribuic;:6es que lhe
forem reservadas pela legislayao local, fornecer subsidies por escrito ao juiz, ao Ministerio
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Art. 31. Quando a complexidade do caso exigir avaliayao mais aprofundada, o juiz podera
determinar a manifestayao de profissional especializado, mediante a indica9ao da equipe de
atendimento multidisciplinar.
Art. 32. 0 Poder Judiciario, na elabora9ao de sua proposta oryamentaria, podera prever
recursos para a cria9ao e manuten9ao da equipe de atendimento multidisciplinar, nos
termos da Lei de Diretrizes Or9amentarias.
TITULO VI
DISPOSI<;OES TRANSITORIAS
Art. 33. Enquanto nao estruturados os Juizados de Violencia Domestica e Familiar contra a
Mulher, as varas criminais acumularao as competencias civel e criminal para conhecer e
julgar as causas decorrentes da pratica de violencia domestica e familiar contra a mulher,
observadas as previsoes do Titulo IV desta Lei, subsidiada pela legislayao processual
pertinente.
Paragrafo unico. Sera garantido o direito de preferencia, nas varas criminais, para o
processo e o julgamento das causas referidas no caput.
TITULO VII
DISPOSI<;OES FINAlS
Art. 34. A institui9ao dos Juizados de Violencia Domestica e Familiar contra a Mulher podera
ser acompanhada pela implanta9ao das curadorias necessarias e do serviyo de assistencia
judiciaria.
Art. 35. A Uniao, o Oistrito Federal, os Estados e os Municipios poderao criar e promover, no
limite das respectivas competencias:
Art. 37. A defesa dos interesses e direitos transindividuais previstos nesta Lei podera ser
exercida, concorrentemente, pelo Ministerio Publico e por associac;ao de atuac;ao na area,
regularmente constituida ha pelo menos urn ano, nos termos da legislac;ao civil.
Paragrafo unico. 0 requisito da pre-constituiyao podera ser dispensado pelo juiz quando
entender que nao ha outra entidade com representatividade adequada para o ajuizamento
da demanda coletiva.
Art. 38. As estatisticas sobre a violencia domestica e familiar contra a mulher serao incluidas
nas bases de dados dos 6rgaos oficiais do Sistema de Justiya e Seguranya a fim de
subsidiar o sistema nacional de dados e informayoes relativo as mulheres.
Art. 40. As obrigayoes previstas nesta Lei nao excluem outras decorrentes dos princfpios por
ela adotados.
Art. 41. Aos crimes praticados com violencia domestica e familiar contra a mulher,
independentemente da pena prevista, nao se aplica a Lei no 9.099, de 26 de setembro de
1995.
Art. 42. 0 art. 313 do Decreto-Lei no 3.689, de 3 de outubro de 1941 (C6digo de Processo
Penal), passa a vigorar acrescido do seguinte inciso IV:
IV - se o crime envolver violencia domestica e familiar contra a mulher, nos termos da lei
especifica, para garantir a execuc;ao das medidas protetivas de urgencia." (NR)
"Art. 61 .................................................. .
II - ........................................................... .
........................................................... "(NR)
Art. 44. 0 art. 129 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (C6digo Penal),
passa a vigorar com as seguintes altera¢es:
"Art. 129.................................................. .
§ 11. Na hip6tese do § 9o deste artigo, a pena sera aumentada de urn ter~o se o crime for
cometido contra pessoa portadora de deficiencia." (NR)
Art. 45. 0 art. 152 da Lei no 7.210, de 11 de julho de 1984 (Lei de Execu~o Penal), passa a
vigorar com a seguinte reda~o:
"Art. 152................................................... .
Paragrafo unico. Nos casos de violencia domestica contra a mulher, o juiz podera
determinar o comparecimento obrigat6rio do agressor a programas de recupera~ao e
reeduca~o." (NR)
Art. 46. Esta Lei entra em vigor 45 (quarenta e cinco) dias ap6s sua publica~ao.
Dilma Rousseff
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