2021 Rafael MarquesDeLima TCC
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Brasília, DF
2021
Rafael Marques de Lima
Brasília, DF
2021
Rafael Marques de Lima
Sistema de Gestão de Comissionamento de Instalações Fotovoltaicas: levan-
tamento de requisitos e caracterização de ensaios/ Rafael Marques de Lima. –
Brasília, DF, 2021-
56 p. : il. (algumas color.) ; 30 cm.
CDU 02:141:005.6
Rafael Marques de Lima
Brasília, DF
2021
.
Este trabalho é dedicado ao meu avô Antônio, Pedreiro trabalhador e grande
incentivador, que verá o neto se tornar Engenheiro
Agradecimentos
CC Corrente Contínua
CA Corrente Alternada
kW Quilowatt
m Metro
V Volt
A Ampere
Sumário
1 INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
1.1 Objetivo Geral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
1.1.1 Objetivos Específicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
1.2 Organização do Trabalho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
3 METODOLOGIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
3.1 Estudo de Caso : Usina Solar Fotovoltaica de 6.030,00 kWp . . . . . 31
3.1.1 Descrição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
3.2 Plano de Comissionamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
3.2.1 Comissionamento a frio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
3.2.2 Comissionamento a quente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
3.2.3 Curva IxV . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
3.2.4 Termografia dos módulos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
3.3 Levantamento de Requisitos da proposta de Aplicativo . . . . . . . . 35
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
4.1 Comissionamento a Frio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
4.2 Comissionamento a quente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
4.3 Termografia dos Módulos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
4.4 Curva IxV . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
4.5 Proposta de desenvolvimento de aplicativo . . . . . . . . . . . . . . . 47
4.5.1 Requisitos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
4.5.2 Fluxograma . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
REFERÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
13
1 Introdução
Nos últimos anos, constata-se uma forte expansão na potência instalada de sistema
de geração solar fotovoltaica. No Brasil, o principal incentivador do crescimento desses
sistemas foram as ações regulatórias implementadas pela ANEEL (Agência Nacional de
Energia Elétrica), notadamente a resolução 482/2012, a qual definiu o sistema de com-
pensação de energia para micro e minigerações conectadas às redes de distribuição. Nesse
sentido, os sistemas enquadrados na categoria de ”Geração Distribuída” atingiram, em
2018, uma produção de energia de 828 GWh, uma potência instalada de 670 MW, as quais
são provenientes de diversas fontes. O grande destaque foi a energia fotovoltaica, que do
total obteve 526 GWh e 562 MW de geração e potência instalada, respectivamente.(EPE,
2019)
Nesse contexto, e de acordo com a figura 1, vale destacar que no ano da publicação
da resolução normativa 482/2012 o Brasil possuía cerca de 7 MW de potência instalada
em sistemas fotovoltaicos. É nítida a evolução na potência instalada ao longo dos anos,
em 2021 já ultrapassou 4.900 MW na categoria Geração Distribuída. (ABSOLAR, 2021)
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) tem trabalhado para a criação e revisão de normas
técnicas pertinentes às instalações elétricas de sistemas de geração fotovoltaica. Dentre os
diversos documentos produzidos por esta entidade, destaca-se a ABNT NBR 16274:2014,
na qual estabelece as informações e a documentação mínima que devem ser reunidas após
a instalação de um Sistema Fotovoltaico Conectado à rede (SFCR). Tal norma técnica
descreve, ainda, os ensaios de comissionamento e os critérios de inspeção necessários para
avaliar a segurança da instalação e garantir a entrada em operação de uma planta. Pode
ser também utilizada para verificações e avaliações do desempenho do sistema.(ABNT,
2014)
Nesse contexto, vale destacar que o termo ”comissionamento” se refere a um con-
junto de verificações e ensaios experimentais realizados, de forma ordenada, antes da
entrada de operação de um dado equipamento. Quando os resultados do comissionamento
atendem as condições mínimas estabelecidas em documentos normativos, garante-se um
início de operação de um empreendimento com menores riscos à saúde, segurança de pes-
soas e ao meio ambiente e integridade dos equipamentos. Tomando como referência o
cenário apresentado, este trabalho de conclusão de curso tem como um de seus objetivos
realizar um estudo acerca de metodologias e procedimentos de comissionamento aplicados
a sistemas fotovoltaicos. Utilizando como parâmetro, os requisitos e procedimentos esta-
belecidos na norma NBR ABNT 16274:2014, e apresentando um estudo de caso referente
à execução de procedimentos em uma planta fotovoltaica com potência instalada de 6
MWp.
Baseado nas informações anteriores, este Trabalho de Conclusão de Curso avança
no sentido de definir requisitos para a elaboração de um sistema de software para auto-
matizar a elaboração de relatórios de comissionamento, em conformidade com a ABNT
16274:2014. Tal ferramenta objetiva a redução de tempo na elaboração deste documento.
• Propor estruturação básica e uso de uma aplicação de software que otimize o geren-
ciamento do comissionamento de sistemas fotovoltaicos.
2 Fundamentação Teórica
A energia do sol pode ser utilizada para gerar eletricidade a partir do efeito foto-
voltaico, o qual é a conversão direta da radiação solar em eletricidade. A corrente elétrica
gerada é processada e controlada por dispositivos conversores e controladores, permitindo
o armazenamento em baterias ou utilização conectada à rede elétrica. (VILLALVA; GA-
ZOLI, 2012)
Este capítulo apresenta uma fundamentação teórica sobre sistemas fotovoltaicos,
considerando-se a composição deste sistema e os ensaios destinados a comissionamento
das instalações.
• IEC 60364:2005: Instalações elétricas de baixa tensão, serviu como base para o
desenvolvimento da NBR 5410;
2.4 Comissionamento
O comissionamento é um conjunto de verificações e ensaios experimentais realiza-
dos, de forma ordenada, antes da entrada de operação de um dado equipamento. Quando
os resultados do comissionamento atendem as condições mínimas estabelecidas em docu-
mentos normativos, garante-se um início de operação de um empreendimento com menores
riscos à saúde e segurança de pessoas e ao meio ambiente. É um marco importante na
execução de um projeto pois, com a realização do mesmo, o responsável técnico garante o
pleno funcionamento do sistema e transfere a responsabilidade de operação ao proprietário
ou operador do sistema.(PINHO; GALDINO, 2014). É desejável que as rotinas de comis-
sionamento sejam realizadas por profissionais e equipes qualificadas, com a utilização de
instrumentos regularmente calibrados. Ao final o instalador ou profissional contratado
devem fornecer um relatório com os procedimentos e medições realizadas.(ABNT, 2014)
A ABNT NBR 16274 apresenta os requisitos mínimos para documentação, ensaios
de comissionamento, inspeção e avaliação de desempenho de sistemas fotovoltaicos conec-
tados à rede elétrica. Suas prescrições se aplicam a avaliação de instalações em corrente
contínua e corrente alternada, em baixa tensão, de um sistema fotovoltaico.
A ABNT 16274 possui três focos principais:
2.4.1 Inspeção
A inspeção é uma etapa de verificação que deve ocorrer antes da energização e en-
saios de comissionamento. Seu objetivo é garantir que o sistema esteja montado conforme
as normas internacionais IEC 60364, referente à instalações elétricas de baixa tensão, e IEC
60364-7-712, requisitos para instalações de sistemas de energia solar fotovoltaica.(ABNT,
2014)
Capítulo 2. Energia solar Fotovoltaica 20
4. Etiquetagem e identificação;
5. Instalação Mecânica
• Integridade física: Análise das condições físicas dos equipamentos elétricos utilizados
na instalação elétrica, de tal maneira que eles não devem estar danificados, faltando
peças ou mal instalados.
vivos não aterrados, devem ser igualados ao mesmo potencial elétrico. As massas
metálicas e componentes serão conectados ao sistema de aterramento. Dentre as
massas metálicas estão incluídas no sistema de equipotencialização a estrutura, as
molduras dos módulos FV e a carcaça do inversor. O sistema de equipotencializa-
ção tem como base um barramento principal e condutores de proteção ligados às
partes metálicas ou outros componentes, os quais serão aterrados. O barramento
principal é conectado à malha de aterramento. Nos casos das partes serem distantes
do principal devem ser interconectados ou dividirem a mesma malha conforme a
Figura 6 (ALMEIDA, 2012). Deve ser realizada o ensaio de continuidade em todos
os condutores do sistema de equipotencialização utilizando equipamento de medição
adequado. A continuidade da ligação ao terminal de terra principal também deve
ser verificada. (ABNT, 2014)
3. A caixa de junção serve para acomodar as conexões dos circuitos CC por meio dos
dispositivos de proteção, tais como chaves seccionadoras, Proteção Contra Surtos
(DPS) e fusíveis. Também conhecida como String Box. O objetivo do ensaio na caixa
de junção é garantir que as séries fotovoltaicas estão conectadas corretamente e se
seguem a polaridade esperada.
4. O ensaio de curto circuito tem como objetivo verificar se a corrente dos arran-
jos fotovoltaicos estão conforme o projeto. Pode ser medida utilizando um alicate-
Capítulo 2. Energia solar Fotovoltaica 25
• Células/módulos danificados;
• Sombreamento localizado;
De acordo com a NBR 16274, para serem iniciadas as medições é necessário que
possua uma condição de irradiância de pelo menos 700 W/𝑚2 e realizado em um momento
do dia em que o sol está iluminando diretamente o arranjo fotovoltaico.
Capítulo 2. Energia solar Fotovoltaica 27
3. O desvio 3 pode ter as seguintes causas, diodo by-pass curto circuitado ou invertido;
células curto-circuitadas ou medição incorreta. (GUIMARAES et al., 2018)
A norma recomenda que, para se iniciar o ensaio, o nível de irradiância deve ser
superior a 600 W/𝑚2 e as condições do céu devem estar estáveis para assegurar que
possuirá corrente suficiente para detectar as diferenças de temperaturas. Dependendo do
acesso aos módulos fotovoltaicos, o ensaio pode ser realizado por baixo, tal como mostrado
na figura 9. Quando realizado pela parte de cima o operador deve estar atento para não
lançar sombras sobre o módulo.
As recomendações para análise dos resultados indicam que não se deve levar em
consideração uma temperatura padrão na superfície dos módulos, pois é uma grandeza
Capítulo 2. Energia solar Fotovoltaica 29
e 2. São eles ensaio de tensão ao solo, ensaio do diodo de bloqueio, ensaio de resistência
de isolamento úmido e avaliação de sombreamento.(ABNT, 2014)
31
3 Metodologia
tratada como clientes diferentes no mesmo terreno. Por mais que estejam próximas, para
a concessionária a geração é considerada separadamente.
Os módulos fotovoltaicos estão dispostos em seguidores solares ou trackers fixados
no solo. É uma tecnologia que permite aumentar a geração do sistema devido ao sistema
de seguimento do sol ao longo do dia. Em cada Inversor estão conectados 360 módulos
divididos em 12 arranjos.
Os inversores possuem tensão de saída de 800V e foram conectados em um SKID,
o qual é composto por um QGBT e o transformador elevador de tensão. Após o QGBT
os cabos vão para um transformador a óleo elevador de tensão de 800 V para 13.800
V. Posteriormente, passa pelo relé de proteção individual da medição 1 a 6 e medição
da concessionária. Antes de ser conectado na rede passa pelo relé de proteção Geral da
cabine de medição compartilhada.
1. Comissionamento a Frio
2. Comissionamento a quente
4. Curva IxV
• Etiquetagem dos cabos - confirmar que a etiquetagem aplicada está de acordo com
o definido no manual de montagem;
• Valores de tensão entre fases - medir e confirmar que os valores de tensão à entrada
do inversor se encontram no intervalo permitido pelo inversor, definido no manual
de instalação.
Capítulo 3. Metodologia 34
Nas ligações CC, são realizadas as mesmas verificações de características dos cabos
e terminais; passagem e disposição de cabos; apertos mecânicos e etiquetagem para sistema
CA, com a adição dos itens abaixo:
• Tensão Voc de entrada CC com referência à terra - assegurar que não existe defeito
à terra no circuito de entrada CC. Deve ser feita a medição da tensão para ambas
as polaridades e verificada a tendência.
• Corrente de saída CA: medir a corrente de todas as fases CA, em caso de saídas
com cabos em paralelo deve ser feita a medição em cada cabo;
• Tensão entrada CC: medir a tensão em carga do paralelo das entradas CC;
Capítulo 3. Metodologia 35
• Corrente entradas CC: medir a corrente de todas as entradas CC, em caso de en-
tradas com cabos em paralelo deve ser feita a medição em cada cabo.
É recomendado no documento, que para obter bons resultados e fazer uma aná-
lise correta dos mesmos, que os ensaios elétricos acima sejam realizados com a radiação
constante e aconselha-se que esta esteja acima de 800 W/ 𝑚2 no momento das medições.
Outro ensaio solicitado no documento é a termografia da entrada CC e saída
CA dos inversores, a fim de identificar pontos de temperatura anormal proveniente de
crimpagens mal realizadas, defeitos nos conectores ou falta de aperto nos bornes.
A eficácia da detecção térmica de um componente defeituoso é proporcional à
carga ao qual este se encontra sujeito, ou seja, a anomalia é mais fácil de detetar quando
o componente se encontra em plena carga. Assim, de forma a garantir a fácil detecção
das anomalias, aconselha-se que a termografia seja efetuada no mínimo a 70% da carga
máxima.
Ainda, traz um check list de conformidade do sistema de monitoramento como,
sincronização horária do inversor, avisos e erros ativos que devem ser observados.
• Entrevistas com profissionais da área para avaliação do que é realizado e o que pode
melhorar.
4 Resultados e Discussão
A curva se refere ao inversor do arranjo que apresentou uma falha na seção anterior
de termografia. O ensaio foi realizado após a detecção da falha na termografia e reposição
do módulo.
Caso a curva IxV tivesse sido realizada antes da termografia seria possível identi-
ficar no gráfico um deslocamento anormal da corrente do arranjo 2, representado pela cor
vermelha.
Foi escolhido o mesmo caso para mostrar que após a troca do módulo a curva está
conforme o esperado. É possível afirmar que não possui falha e opera próximo a faixa de
operação informada pelo fabricante do módulo.
É importante destacar que caso seja identificado alguma falha, é recomendado
complementar este ensaio com outros tal como a termografia dos módulos do arranjo que
apresentou divergência.
Capítulo 4. Resultados e Discussão 46
• A equipe deve ser formada por, no mínimo, engenheiro habilitado; eletricista e aju-
dante de montagem.
4.5.1 Requisitos
Estão representados, na tabela 10, os requisitos para o desenvolvimento do aplica-
tivo.
Capítulo 4. Resultados e Discussão 48
4.5.2 Fluxograma
A figura 24 mostra o fluxo de telas inicial proposto para o aplicativo. Após o
cadastro da usina, o usuário inicia o bloco de comissionamento a frio (antes da energização)
ou a quente (após energização). O detalhamento de cada bloco de ensaios é apresentado
nas figuras 25 e 26.
5 Considerações Finais
Referências