Universidade Federal Do Rio Grande Do Sul Faculdade de Biblioteconomia E Comunicação Departamento de Ciências Da Informação Curso de Biblioteconomia

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL


FACULDADE DE BIBLIOTECONOMIA E COMUNICAÇÃO
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA INFORMAÇÃO
CURSO DE BIBLIOTECONOMIA

CHARLES ESPOLIER

MARKETING DIGITAL:
AS FANPAGES COMO CANAL DE PROMOÇÃO
DAS BIBLIOTECAS PÚBLICAS MUNICIPAIS
DO RIO GRANDE DO SUL

PORTO ALEGRE
2020
CHARLES ESPOLIER

MARKETING DIGITAL:
AS FANPAGES COMO CANAL DE PROMOÇÃO
DAS BIBLIOTECAS PÚBLICAS MUNICIPAIS
DO RIO GRANDE DO SUL

Monografia desenvolvida como requisito parcial


para obtenção do título de Bacharel em
Biblioteconomia, do departamento de Ciências
da Informação da Faculdade de Biblioteconomia
e Comunicação da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul.
Orientadora: Profa. Dra. Jussara Borges.

PORTO ALEGRE
2020
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
Reitor: Prof. Dr. Carlos André Bulhões
Vice-Reitora: Profa. Dra. Patrícia Pranke

FACULDADE DE BIBLIOTECONOMIA E COMUNICAÇÃO


Diretora: Profa. Dra. Karla Maria Müller
Vice Diretora: Profa. Dra. Ilza Maria Tourinho Girardi

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA INFORMAÇÃO


Chefe: Profa. Dra. Samile Andréa de Souza Vanz
Chefe Substituto: Prof. Dr. Rene Faustino Gabriel Junior

COMISSÃO DE GRADUAÇÃO DO CURSO DE BIBLIOTECONOMIA


Coordenadora: Profa. Dra. Rita do Carmo Ferreira Laipelt
Coordenadora Substituta: Profa. Dra. Caterina Marta Groposo Pavão

Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação (FABICO)


Departamento de Ciências da Informação
Rua Ramiro Barcelos, 2705.
CEP: 90035-007
Tel.: (51) 3308.2856 / (51) 3308.5138
E-mail: [email protected]
CHARLES ESPOLIER

MARKETING DIGITAL:
AS FANPAGES COMO CANAL DE PROMOÇÃO
DAS BIBLIOTECAS PÚBLICAS MUNICIPAIS
DO RIO GRANDE DO SUL

Monografia desenvolvida como requisito parcial


para obtenção do título de Bacharel em
Biblioteconomia, do departamento de Ciências
da Informação da Faculdade de Biblioteconomia
e Comunicação da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul.

Aprovado em __ de __ de 2020.

BANCA EXAMINADORA:

___________________________________________________
Profa. Dra. Jussara Borges
Orientadora - Universidade Federal do Rio Grande do Sul

___________________________________________________
Profa. Dra. Maria do Rocio Fontoura Teixeira
Examinadora – Universidade Federal do Rio Grande do Sul

___________________________________________________
Profa. Dra. Bárbara Coelho Neves
Examinadora – Universidade Federal da Bahia
AGRADECIMENTOS

Agradeço a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em


especial ao curso de Biblioteconomia por nos ofertar um curso com qualidade e
reconhecimento, principalmente em tempos tão nebulosos.
Agradeço a contribuição e solidariedade de todos os integrantes do Grupo
de Pesquisa em Comportamento e Competências InfoComunicacionais (InfoCom).
Sem vocês esse trabalho de conclusão não encontraria os caminhos que encontrou.
Agradeço à minha orientadora, Jussara Borges, por ter me acompanhado
com segurança, dedicação e transparência.
Agradeço às pessoas próximas, meus familiares (Ida M. Espolier e Janir P.
Espolier), pela compreensão que o momento exigia e pelo carinho. Agradeço
também ao meu gato (Papito), companheiro silencioso das horas de escrita.
Agradeço a Salete Rodrigues e ao Lucas Rodrigues por serem contínuos
motivadores durante toda a graduação.
Agradeço novamente aos colegas do InfoCom, especialmente a Juana
Belinaso, Bruna Heller, Greison Jacobi, Fabiane Simões e Bianka Maduell, pela
importante ajuda na aplicação do questionário.
Por fim, agradeço a todas as pessoas que tiveram algum envolvimento com
este trabalho ou com minha vivência acadêmica, em especial as bibliotecas que
dedicaram seu tempo para responder o questionário e contribuir de alguma forma
com a ciência. Mesmo sem conhecer vocês pessoalmente, sou grato pela
disponibilidade e comprometimento.
RESUMO

A pesquisa discorre sobre a utilização das fanpages como ferramentas de marketing


nas bibliotecas públicas municipais do Rio Grande do Sul. Objetiva examinar as
percepções dos bibliotecários sobre a prática do marketing digital nas mídias
sociais. Identifica aplicações de marketing na fanpage e busca elencar as tipologias,
funções e interações das postagens promovidas pelas bibliotecas. Explica os
conceitos de marketing, bibliotecas públicas, marketing da informação, mídias
sociais, marketing de relacionamento e marketing institucional. Aborda os assuntos
pelo prisma das mídias sociais e sua utilização como ferramenta na divulgação das
bibliotecas públicas municipais. Adota como método a pesquisa mista: quantitativa
e qualitativa. Utiliza o questionário e a pesquisa documental com inspiração
netnográfica para entender como são utilizadas as fanpages na promoção e
comunicação nas bibliotecas elencadas. Conclui que as bibliotecas utilizam a mídia
social fanpage como ferramenta de marketing para manter um contato próximo e
aberto com seus usuários, promovendo com mais afinco a leitura, os eventos e
cumprindo, consequentemente, as funções das bibliotecas públicas que implicam
cultura e recreação.

Palavras-chave: Marketing. Marketing da informação. Mídias sociais. Fanpage.


Biblioteca Pública.
ABSTRACT

The research addresses the use of fanpages as a marketing tool in local public
libraries in Rio Grande do Sul. Aims to examine the perceptions of librarians about
the practice of digital marketing on social media. Identifies the marketing applications
on fanpage and seeks to relate the typologies, functions and interactions of the posts
promoted by the libraries. Explains the concepts of marketing, public libraries,
information marketing, social media, relationship marketing and institutional
marketing. Approaches subjects from the perspective of social media used as a tool
to promote local public libraries. Uses mixed research as a method: quantitative and
qualitative. Adopts a questionnaire and documentary research with netnographic
inspiration to understand how fanpages uses promotion and communication at the
listed libraries. Concludes that libraries use social media fanpage as a marketing tool
to maintain close and open contact with their users, promoting reading and events
more diligently and, consequently, fulfilling the functions of public libraries that imply
culture and recreation.

Keywords: Marketing. Information marketing. Social media. Fanpage. Public library.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Total de seguidores na aba comunidade da fanpage ........................... 24


Figura 2 - Planilha de tipologia, funções e interações ........................................... 25
Figura 3 - Elementos da fanpage .......................................................................... 25
Figura 4 - Mix de marketing ................................................................................... 31
Figura 5 - Matriz SWOT ........................................................................................ 33
Figura 6 - Página pessoal versus fanpage ............................................................ 41
Figura 7 - Ciclo de postagem na fanpage ............................................................. 42
Figura 8 - Relação da biblioteca com os usuários por meio da fanpage ............... 64
Figura 9 - Avaliação do uso das mídias sociais pelas bibliotecas ......................... 67
Figura 10 - Novos usuários ................................................................................... 69
Figura 11 - Pontos positivos .................................................................................. 71
Figura 12 - Pontos negativos................................................................................. 73
Figura 13 - Estratégia de marketing ...................................................................... 75
Figura 14 - Layout da fanpage no ano de 2020..................................................... 76
Figura 15 - Exemplo de perfil encontrado nas bibliotecas ..................................... 77
Figura 16 - Tempo de resposta ............................................................................. 79
Figura 17 - Vivacidade das postagens .................................................................. 85
LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - BPM do RS com mais de 20 mil habitantes com fanpages ................. 22


Quadro 2 - Apuração do referencial teórico........................................................... 27
Quadro 3 - Ações de marketing............................................................................. 46
Quadro 4 - Funções das bibliotecas públicas ........................................................ 50
Quadro 5 - Lições importantes sobre marketing da informação ............................ 54
Quadro 6 - Princípios do marketing informação .................................................... 55
Quadro 7 - Tipos de conteúdo postado ................................................................. 56
LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Responsabilidade pelo marketing digital da biblioteca ........................ 59


Gráfico 2 - Participação em cursos com ênfase em marketing ............................. 61
Gráfico 3 - Por quem é criado o conteúdo promocional? ...................................... 62
Gráfico 4 - Controle dos resultados ....................................................................... 62
Gráfico 5 - Perfil das bibliotecas ............................................................................ 77
Gráfico 6 - Tempo de resposta .............................................................................. 80
Gráfico 7 - Tipologia das postagens promovidas .................................................. 81
Gráfico 8 - Quantidade de postagens no mês de outubro de 2019 ....................... 82
Gráfico 9 - Interações das postagens .................................................................... 84
Gráfico 10 - Funções da biblioteca ........................................................................ 86
Gráfico 11 - Interações das funções ..................................................................... 88
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 13
2 CONFORMAÇÃO DA PESQUISA .............................................................. 15
2.1 Identificação do problema ........................................................................ 15
2.2 Objetivos .................................................................................................... 17
2.3 Justificativa ................................................................................................ 17
2.4 Metodologia ............................................................................................... 19
2.4.1 Tipo de pesquisa .......................................................................................... 19
2.4.2 Instrumento de coleta de dados ................................................................... 20
2.4.3 Sujeitos da pesquisa .................................................................................... 22
2.4.4 Procedimento de coleta de dados ................................................................ 24
2.4.5 Análise dos dados ........................................................................................ 26
2.4.6 Método de apuração do referencial teórico .................................................. 27
3 MARKETING................................................................................................ 29
3.1 Promoção .................................................................................................... 34
3.2 Marketing digital ......................................................................................... 36
3.2.1 Mídias sociais ............................................................................................... 37
3.2.2 Fanpages ..................................................................................................... 39
3.2.3 Marketing de conteúdo ................................................................................. 42
3.2.4 Marketing de relacionamento ....................................................................... 45
4 BIBLIOTECAS PÚBLICAS MUNICIPAIS .................................................... 49
5 MARKETING DA INFORMAÇÃO ................................................................ 53
6 RESULTADOS ............................................................................................. 59
6.1 Resultados acerca da prática do marketing digital ................................. 59
6.2 O marketing nos elementos da fanpage................................................... 76
6.3 Tipologia de postagens promovidas ........................................................ 80
6.4 Funções das bibliotecas públicas promovidas ....................................... 86
7 CONCLUSÃO .............................................................................................. 91
REFERÊNCIAS ............................................................................................ 93
APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO ................................................................ 99
APÊNDICE B – BIBLIOTECAS APTAS À PESQUISA ............................. 101
APÊNDICE C – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE
E ESCLARECIDO ....................................................................................... 105
APÊNDICE D - TIPOLOGIA DAS POSTAGENS (INSTITUIÇÕES) ........... 106
APÊNDICE E - FUNÇÕES DAS POSTAGENS (INSTITUIÇÕES) ............. 107
APÊNDICE F - TABELA TIPOLOGIA, FUNÇÕES E INTERAÇÕES ......... 108
APÊNDICE G - ELEMENTOS DA FANPAGE ............................................ 117
13

1 INTRODUÇÃO

A crescente expansão da internet e das mídias sociais1 no nosso cotidiano


mudou o modo como nos relacionamos e interagimos enquanto sociedade. Diante
disso, surgiu a necessidade de as bibliotecas estarem presentes e atuantes nesse
novo contexto. A vida digital exigiu novas estratégias de promoção das bibliotecas
e novas abordagens junto ao seu público. Uma postagem em uma fanpage do
Facebook, por exemplo, hoje pode ser um atrativo para cativar novos potenciais
usuários e criar vínculos com os antigos. A partir dessa perspectiva, e também pela
enorme potencialidade que a internet enquanto ferramenta carrega, é necessário
um olhar diligente das bibliotecas sobre suas práticas de marketing digital e
promoções em mídias sociais.
Baseando-se na potencialidade inerente das mídias sociais enquanto canal
de marketing, o presente trabalho de conclusão de curso buscou entender quais
tipologias de postagens são utilizadas nas fanpages2 (da mídia social Facebook)
pelas bibliotecas públicas municipais (BPM) do Rio Grande do Sul (RS). O estudo
também pesquisou quais funções da biblioteca pública são mais contempladas
nessas mesmas postagens. Além disso, buscamos entender qual é a visão das
bibliotecas a respeito da utilização dessa mídia como estratégia de marketing,
considerando todo o contexto social das BPM.
As BPM do RS foram escolhidas por seu viés público, democrático e pela
percepção de que essas instituições têm muitos fatores interessantes para a
pesquisa, como, por exemplo, a pluralidade de seu público. A partir deste estudo
conheceremos mais sobre o conteúdo que constitui o marketing digital das
bibliotecas, como essa mídia é utilizada e qual o feedback do público-alvo. Todos
esses pontos, em última instância, possuem relevância, pois, constroem o perfil
público e a imagem da instituição perante a sociedade.
A pesquisa se nutriu de conceitos interdisciplinares entre a Biblioteconomia,
o marketing e as mídias sociais, que estarão refletidos no referencial teórico e no
procedimento de análise. Como opção metodológica, foi usado um questionário

1 Apesar de na literatura da área o termo “redes sociais” ser utilizado diversas vezes para conceituar o Facebook,
nesta pesquisa foi adotado o termo “mídias sociais”. Recuero (2011) aponta que redes sociais é um termo
bastante amplo, não sendo exclusivo do ambiente virtual.
2
Página criada pelo Facebook (2020), que na definição da própria empresa serve para que uma organização,
empresa ou instituição apresente seus produtos e serviços, coloque sua marca em destaque e alcance mais
clientes.
14

enviado às BPM com perguntas abertas e fechadas. Com o objetivo de coletar


dados acurados, o estudo fez também uma pesquisa documental com inspiração
netnográfica nas próprias fanpages. O método misto foi usado para imprimir um
panorama do marketing digital utilizado na promoção dessa instituição, buscando
extrair informações que reflitam a realidade e a percepção dos gestores.
O estudo está ordenado nos seguintes capítulos: conformação da pesquisa
(problematização, objetivos, justificativa e metodologia), sendo embasado nos
capítulos teóricos (marketing, bibliotecas públicas e marketing da informação) e
finaliza apresentando seus resultados, bem como a conclusão.
15

2 CONFORMAÇÃO DA PESQUISA

Neste capítulo são abordados a conformação do problema, os objetivos, a


justificativa e a metodologia utilizada.

2.1 Identificação do problema

Vivemos um momento de predominância das mídias sociais e dos


smartphones no nosso cotidiano, fator que nos leva a refletir sobre a utilização
desses canais como promotores da informação. As mídias sociais, nesse
panorama, tornaram-se uma ferramenta onipresente e importante, que, além de nos
conectar às pessoas, também possibilitam a conexão com instituições.
A difusão da internet no Brasil cresce a cada ano. Segundo a pesquisa TIC
Domicílios 2019 (COMITÊ GESTOR DA INTERNET NO BRASIL, 2020), 134
milhões de brasileiros são usuários de Internet (74%). Os dados indicam que o
celular é o dispositivo mais usado (99%). O estudo ainda aponta que 76% dos
entrevistados utilizam o Facebook, que faz parte também, no Brasil, de uma forma
de acesso patrocinado. A prática, chamada Zero-rating, acontece com planos de
dados limitados, nos quais somente mídias sociais como o Facebook são
disponibilizadas com acesso livre. Esse tipo de tática mercadológica acaba
limitando os usuários, que são levados às mídias sociais como principal fonte de
informação.
Neste contexto, outras fontes de informação da biblioteca são, de certa
forma, inviabilizadas: não há como acessar o site oficial da biblioteca com esses
planos de dados, todavia existe o acesso ao Facebook de forma ilimitada. Com base
nessa realidade, é fundamental que a biblioteca possua uma fanpage, tornando-se
assim acessível e interessante aos usuários potenciais e reais. Além de
potencializar seu alcance, essa mídia pode auxiliar no cumprimento das funções e
serviços inerentes desse tipo de instituição pública.
Podemos considerar também o relacionamento e a possibilidade de uma
comunicação mais direta com os usuários como um agregador na forma de a
biblioteca interagir com a sociedade. Por meio de ferramentas de interação próprias
da plataforma, são multiplicados os diálogos e as vozes que circulam ao entorno da
biblioteca.
16

A biblioteca pública, principalmente a municipal, tem um papel importante a


ser desempenhado na vida dos cidadãos. Percebemos esse viés por sua natureza
intrínseca como promotora da informação, da cultura (incluindo a local) e do lazer.
Sua existência é garantia de alguma forma de acesso à informação, seja esse
acesso físico ou digital. A biblioteca pública municipal adquire importância e “vida”
enquanto instituição na mesma proporção que consegue ser relevante para os seus
usuários.
Do ponto de vista do marketing, o uso das novas tecnologias e,
consequentemente, das mídias sociais trouxe inovações, surgindo, assim, o
marketing digital. Sobre a mudança, Kotler e Setiawan (2017) nos apontam que o
conteúdo é o novo anúncio, e a hashtag o novo slogan. Logo, é fundamental às
bibliotecas adotarem esses novos modelos para chegarem mais longe: ao encontro
dos seus usuários. A promoção na fanpage acontece principalmente por meio de
postagens, que podem ter sua tipologia vinculada ao intuito do que se pretende
atingir. Logo, é necessário entender a importância dessa ferramenta no contexto
das mídias sociais.
A relevância do tema pode ser notada em outros trabalhos acadêmicos,
como o de Gulka, Lucas e Correa (2018, p. 60):
Aliando as tecnologias ao marketing, tem-se uma visão clara de que há
muito a explorar, e que a biblioteca não precisa ficar confinada a processos
tradicionais de tratamento do acervo, mas pode extrapolar paredes à
medida que está presente digitalmente.

Por esse contexto, podemos inferir a relevância de pesquisas mais


aprofundadas sobre a promoção das bibliotecas no ambiente digital, sobretudo sob
aspectos interdisciplinares, que tendem a enriquecer a reflexão. Considerando a
união da Biblioteconomia com o Marketing, torna-se relevante a pesquisa científica
sobre a intersecção dessas áreas do conhecimento. Ao identificar pontos que deram
certo ou até mesmo que precisam ser aprimorados, podemos construir alicerces
sólidos para outras bibliotecas, elevando, assim, nossas potencialidades ao traduzir
conhecimento tácito em explícito3.
Considerando o que foi explanado, a questão norteadora da pesquisa pode
ser sumarizada em: do ponto de vista do marketing digital, como são utilizadas

3 O conhecimento tácito é aquele que o indivíduo adquire ao longo da vida. O conhecimento explícito é o
conhecimento formalizado, fácil de comunicar.
17

as fanpages pertencentes às bibliotecas públicas municipais do Rio Grande


do Sul na sua promoção e relacionamento com os usuários?

2.2 Objetivos

Partindo do que foi ponderado no subcapítulo anterior, o estudo é guiado pelo


seguinte objetivo geral: entender, do ponto de vista do marketing digital, como são
utilizadas as fanpages pertencentes às bibliotecas públicas municipais do Rio
Grande do Sul na sua promoção e relacionamento com os usuários.
Buscando a realização do objetivo geral, seguem os objetivos específicos da
pesquisa:

a) examinar junto aos bibliotecários suas percepções sobre a prática do


marketing digital na biblioteca;
b) identificar na página (fanpage) das bibliotecas públicas municipais
aplicações de marketing;
c) elencar as tipologias de postagens promovidas pelas BPM do RS;
d) investigar quais funções próprias das bibliotecas públicas são
contempladas nas promoções das fanpages.

2.3 Justificativa

A presente pesquisa é fundamentada na necessidade de aliar as novas


tecnologias e o marketing às bibliotecas para que haja possibilidades de novos
horizontes e uma renovação dessas instituições. A biblioteca, principalmente a
pública, precisa estar onde o usuário está, para ser coerente com o seu tempo e
sua missão. Não podemos permanecer apegados apenas às práticas antigas,
simplesmente porque elas deram certo em algum recorte de tempo. Tanto para as
novas e as antigas formas de se fazer marketing em bibliotecas, deve-se ter um
embasamento para implementação e continuação das ações almejadas.
Há muito o que extrair, em termos de conhecimento, dessas novas
possibilidades que surgem das interações interdisciplinares. Esse conteúdo precisa
ser pesquisado e analisado para que essas uniões formem novas compreensões.
Quanto mais elucidarmos sobre o assunto marketing digital em relação às
18

bibliotecas, maiores serão as possibilidades de acerto dos profissionais na gestão


de suas mídias sociais e, consequentemente, aumentará a qualidade do serviço
prestado.
Em última instância, quem ganha com essa temática e abordagem de
pesquisa é o usuário e a população como um todo, que poderão ter o acesso ao
conhecimento por mais um canal de comunicação, esse, talvez mais orgânico e
condizente com sua realidade. Como exemplo, passar na biblioteca pode ser difícil
para muitos usuários, pois há o trabalho e as dificuldades do cotidiano que são
comuns a todos nós. Contudo, com uma mídia social bem estruturada, o acesso
remoto permite que esse mesmo usuário saiba quais livros novos chegaram, que
eventos vão acontecer naquele mês e assim por diante. O serviço de mensagem da
plataforma e as interações podem oferecer comunicabilidade e relacionamento
assíncronos. Estas são formas inclusivas para a biblioteca ter visibilidade.
No que se refere à inovação e ao avanço do conhecimento, a pesquisa trará
um novo viés ao abordar o marketing digital pelo prisma das bibliotecas públicas
municipais e de suas fanpages. A união desses elementos nos trará novas
percepções sobre o uso dessa mídia social e seus impactos reais no cotidiano das
bibliotecas municipais do RS. Também saberemos mais sobre a participação, bem
como a adesão dos usuários a esse novo meio de interação com as bibliotecas.
Como motivação pessoal, existe uma aproximação do autor com a temática
durante toda a vida acadêmica e profissional. O mesmo já trabalhou e cursou
Publicidade e Propaganda e hoje, ao estudar Biblioteconomia, entende que existem
muitas formas de aproveitamento para os nossos conhecimentos adquiridos ao
longo da vida. As informações se cruzam e podem ser aproveitadas no intercâmbio
das aprendizagens. Nossos conhecimentos não ficam estanques nas caixas que
originalmente chegaram, eles circulam juntos com os pensamentos, multiplicando-
se por meio de reflexões.
No próximo subcapítulo vamos entender como foi executada a pesquisa por
meio das partes que compõem a metodologia.
19

2.4 Metodologia

O subcapítulo aborda o tipo de pesquisa, o instrumento de coleta de dados,


os sujeitos da pesquisa, como foi realizada a coleta de dados e a construção do
referencial teórico.

2.4.1 Tipo de pesquisa

A pesquisa é de natureza aplicada, que de acordo com Silva e Menezes


(2005, p. 20) “[...] objetiva gerar conhecimentos para aplicação prática e dirigidos à
solução de problemas específicos [...]”. Baseado na descrição dos autores, o
objetivo da pesquisa é gerar novos conhecimentos sobre a utilização do marketing
nas BPM do RS, criando uma fonte de informação a respeito do tema abordado.
Sob o ponto de vista dos objetivos, o estudo é descritivo, pois almeja
descrever as práticas e resultados das BPM do RS na promoção e comunicação de
suas fanpages, como uma prática do marketing digital. Podemos caracterizar esse
tipo de pesquisa como:
As pesquisas descritivas têm como objetivo primordial a descrição das
características de determinada população ou fenômeno ou, então, o
estabelecimento de relações entre variáveis. São inúmeros os estudos que
podem ser classificados sob este título e uma de suas características mais
significativas está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de
dados, tais como o questionário e a observação sistemática. (GIL, 2002, p.
42).

A abordagem da pesquisa se caracteriza como mista: quantitativa e


qualitativa. A pesquisa quantitativa é descrita, de acordo com Silva e Menezes
(2005, p. 20) como uma pesquisa que “[...] considera que tudo pode ser
quantificável, o que significa traduzir em números opiniões e informações para
classificá-las e analisá-las.”. Nesta pesquisa nós quantificamos as perguntas
fechadas do questionário (com múltiplas escolhas) e, na parte de análise das
postagens, nós quantificamos suas tipologias, funções, interações dos usuários e
outros elementos da plataforma. Já a pesquisa qualitativa contempla, segundo os
autores Silva e Menezes (2005, p. 20), “[...] uma relação dinâmica entre o mundo
real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a
subjetividade do sujeito que não pode ser traduzido em números.”. A abordagem
qualitativa foi escolhida por ser mais adequada para a análise das perguntas abertas
do questionário, possibilitando que pudéssemos extrair respostas que são próprias
20

do conhecimento tácito e por isso não tão óbvias. A escolha também está
relacionada com as tipologias de postagens, funções e elementos visuais que são
próprios do marketing. Existe um caráter subjetivo que implica um método
qualitativo na realização dos objetivos que contemplam o olhar para a fanpage.
Por usar a fanpage das bibliotecas municipais como objeto de estudo, a
pesquisa pode ser considerada uma pesquisa documental com inspiração4
netnográfica. Segundo Kotler, Kartajaya e Setiawan (2017) a netnografia é um
método que adapta a prática da etnografia para os estudos dos comportamentos de
comunidades online. Esse tipo de pesquisa tem uma relação muito próxima com o
marketing: segundo Kozinets (2014, p. 10) “[...] a netnografia foi desenvolvida na
área da pesquisa de marketing e consumo [...]”, estabelecendo uma relação
temática com o presente trabalho. Já a pesquisa documental, de acordo com
Vergara (1998) é feita a partir de documentos conservados que podem ser de
muitos tipos diferentes. Como o Facebook mantém um arquivo de suas postagens,
as mesmas podem ser entendidas como uma forma de documentação.
A amostragem é não-probabilística, tendo em conta que não houve uma
escolha aleatória (feito por sorteio), mas sim intencional (com o objetivo de achar
fanpages que são ativas dentro de um recorte geográfico). Silva e Menezes (2005,
p. 32) detalham que nas amostras intencionais são “[...] escolhidos casos para a
amostra que representem o ‘bom julgamento’ da população/universo.”. O
desenvolvimento do processo de escolha da amostragem será explicitado no
subcapítulo 2.4.3, que tratará dos sujeitos da pesquisa.

2.4.2 Instrumento de coleta de dados

O questionário foi escolhido como uma das ferramentas para coleta dos
dados da pesquisa; ele contempla principalmente o primeiro objetivo da pesquisa.
Este instrumento pode ser conceituado como:
[...] uma série ordenada de perguntas que devem ser respondidas por
escrito pelo informante. O questionário deve ser objetivo, limitado em
extensão e estar acompanhado de instruções. As instruções devem
esclarecer o propósito de sua aplicação, ressaltar a importância da
colaboração do informante e facilitar o preenchimento. (SILVA; MENEZES,
2005, p. 33).

4A palavra inspiração foi usada com o intuito de evidenciar que não se trata de uma pesquisa puramente
netnográfica, pois a netnografia pressupõe uma imersão por parte do pesquisador. Pela natureza do estudo não
houve o tempo necessário.
21

A escolha do questionário online (apêndice A), desenvolvido por meio do


Google Formulários, deu-se pela praticidade de essa ferramenta alcançar todas as
BPM selecionadas para a pesquisa, considerando a abrangência estadual do
estudo. De outra forma, não poderíamos ter uma amostra tão abrangente. O
questionário também é uma forma bastante confiável de coletar os dados e
amplamente conhecida, evitando assim algum estranhamento ou dificuldade por
parte do respondente. Considerando a pandemia de COVID-195, que ocorreu
durante o processo de aplicação da pesquisa, o questionário online permitiu que a
investigação fosse realizada sem maiores problemas.
As perguntas do questionário são abertas e fechadas. Silva e Menezes
(2005) entendem que perguntas abertas são aquelas que o entrevistado pode falar
livremente sobre o assunto. Já as fechadas elencam múltiplas escolhas delimitadas.
Além disso, o número de questões (10) foi pensado para que não tomassem muito
tempo do respondente e, assim, não ocorresse uma possível desistência. As
questões foram desenvolvidas tendo como base os conceitos abordados no
referencial teórico.
O pré-teste foi feito com a cooperação de um bibliotecário que trabalha em
uma BPM, sendo consideradas suas ponderações para ajustes no instrumento. O
questionário foi aplicado em 35 bibliotecas públicas municipais. A relação das
mesmas e o processo de seleção será detalhado a seguir.
Segundo Kozinets (2014, p. 96), “[...] quando os dados contêm muitos
estímulos visuais, como texto, assim como websites, de compartilhamento de áudio
e imagem, mundos virtuais, alguns blogs e algumas áreas de websites de redes
sociais, os diversos métodos de captura de telas são preferenciais.”. Dessa forma,
todas as postagens e elementos visuais da fanpage foram capturadas usando o
software Snagit; a escolha se deu por ser uma recomendação do autor Kozinets
(2014) e pelo programa permitir uma captura de tela panorâmica em movimento,
ideal para conseguir enquadrar todos os elementos das fanpages. Posteriormente,
as capturas foram classificadas em tabelas no Google Planilhas. O detalhamento

5 Segundo o Ministério da Saúde (2020), “[...] recentemente, em dezembro de 2019, houve a transmissão de
um novo coronavírus (SARS-CoV-2), o qual foi identificado em Wuhan na China e causou a COVID-19, sendo
em seguida disseminada e transmitida pessoa a pessoa”. De acordo com o site da Secretaria da Saúde RS
(2020), o primeiro caso no estado ocorreu em 10/03/2020. Até a finalização desta pesquisa o número de casos
segue sendo contabilizado.
22

de como ocorreu esse processo está no subcapítulo 2.4.4.

2.4.3 Sujeitos da pesquisa

Para elencar as BPM do RS que fazem parte do estudo (quadro 1),


primeiramente foi feita uma triagem para selecionar um número menor de
instituições, já que o estado do RS possui 497 municípios e, pelo seu tamanho, seria
inviável considerar todos. A partir disso, houve dois recortes para chegar nas
instituições que compõem a pesquisa: 1) foram selecionados, por meio do Censo
Demográfico 2010, os municípios com população superior a 20 mil habitantes; 2)
foram escolhidos os municípios que possuem fanpages para promover suas
bibliotecas (apêndice B).

Quadro 1 - BPM do RS com mais de 20 mil habitantes com fanpages


Cidade População6 Biblioteca Seguidores7

Porto Alegre 1.409.351 Josué Guimarães 3.884

Pelotas 328.275 Bibliotheca Pública Pelotense 9.472

Santa Maria 261.031 Henrique Bastide 1.047

Gravataí 255.660 Monteiro Lobato 1.050

Viamão 239.384 Érico Veríssimo 701

São Leopoldo 214.087 Vianna Moog 3.123

Alvorada 195.673 Luis Fernando Verissimo 252

Passo Fundo 184.826 Arno Viunisk 2.143

Cachoeirinha 118.278 Monteiro Lobato 5.844

Bento Gonçalves 107.278 Castro Alves 1.100

Erechim 96.087 Dr. Gladstone Osório Mársico 658

Guaíba 95.204 Darcy Azambuja 588

Esteio 80.755 Rui Barbosa 45

Alegrete 77.653 Mário Quintana 1.051

Santa Rosa 68.587 Olavo Bilac 544

Venâncio Aires 65.946 Caá Yari 959

Cruz Alta 62.821 Josino dos S. Lima 710

Camaquã 62.764 Oswaldo Lessa da Rosa 319

6 Fonte: Censo Demográfico (2010).


7 Fonte: Facebook (2020).
23

São Gabriel 60.425 Ambrosina Spencer 96

Campo Bom 60.074 Professor Antônio Nicolau Orth 379

Montenegro 59.415 Hélio Alves de Oliveira 737

Rio Pardo 37.591 BPM de Rio Pardo 493

Marau 36.364 Prof. Francisco Jatir Pastre 735

Charqueadas 35.320 Prof. Vera Maria Gauss 1.137

Eldorado do Sul 34.343 BPM de Eldorado do Sul 966

Gramado 32.273 Cyro Martins 2.587

Garibaldi 30.689 Frei Miguel 575


Francisco Reckziegel Assis
Estrela 30.619 638
Sampaio
Jaguarão 27.931 Oscar Furtado de Azambuja. 690

Triunfo 25.793 Coronel João Maia 985

São José do Norte 25.503 Delfina da Cunha 294

Capão do Leão 24.298 Hipólito José da Costa 262

Três Coroas 23.848 Balduino Robinson 205

Veranópolis 22.810 Mansueto Bernardi 1.639

Nova Santa Rita 22.716 Mário Quintana 166


Fonte: dados da pesquisa (2020).

Durante a delimitação da amostra, notou-se que conforme diminuía a


população, a ocorrência de bibliotecas com fanpage também começava a diminuir,
ficando mais difícil encontrá-las. Isso demonstra a coerência do método de seleção
adotado. O apêndice B mostra essa dinâmica de redução de ocorrências. Por esse
motivo, optou-se pelo corte acima de 20 mil habitantes, totalizando 100 municípios
com bibliotecas, das quais 35 possuem fanpages. Dessas 35 bibliotecas, 20
aceitaram participar da pesquisa. As bibliotecas que não responderam ao
questionário não participaram da parte de coletas de dados da fanpage. Como os
motivos para a falta de resposta são diversos e existe a possibilidade de não querer
participar da pesquisa, optamos por respeitá-las.
A expressão de busca utilizada para encontrar as bibliotecas presentes na
pesquisa foi a mesma que Calil Junior e Almendra (2016, p. 197) utilizaram em um
estudo usando o Facebook: “[...] a estratégia adotada foi a de procurar pelo nome
de cada biblioteca no campo de busca dentro do próprio Facebook.”. Algumas
buscas não resultaram de forma positiva e então foi buscado pela expressão “nome
24

do município + biblioteca” ou “nome da biblioteca + nome do município”. Foram


desconsideradas as bibliotecas que contêm um perfil de usuário, pois estas não
oferecem a mesma dinâmica e princípios da fanpage (a explanação sobre essa
diferença, de forma aprofundada, encontra-se no subcapítulo 3.2.2), inviabilizando
uma padronização do estudo.
Depois de localizada a página pelo método acima, na aba “comunidade”
(figura 1) foi encontrado o número de seguidores e curtidas das respectivas páginas.
Apesar de eles serem semelhantes, as “curtidas” mostram quem só “curte” a página,
enquanto os “seguidores” mostram quem escolheu receber todo o conteúdo
promovido pela fanpage.

Figura 1 - Total de seguidores na aba comunidade da fanpage

Fonte: Facebook (2020).

Para essa pesquisa foi considerado o número de “seguidores”, por ser um


elemento que está intimamente relacionado com o interesse pelo conteúdo e,
consequentemente, pelo que é promovido. No próximo subcapítulo trataremos dos
procedimentos adotados para a coleta dos dados da pesquisa.

2.4.4 Procedimento de coleta de dados

O questionário foi aplicado no período de 15 a 31 de julho de 2020. As


bibliotecas que participaram da pesquisa foram previamente contatadas por
telefone, para uma explicação mais direta do que tratava o estudo e posteriormente
foi enviado o link do questionário para seus respectivos e-mails e fanpages. Essa
abordagem, que buscou criar um diálogo de apresentação e introdução da
pesquisa, foi pensada para que mais bibliotecas tivessem interesse em responder
o questionário. Contudo, enfrentamos dificuldades em estabelecer contato com
algumas bibliotecas: pela questão da pandemia de COVID-19, muitas bibliotecas
25

estavam fechadas no período de aplicação do questionário. Em alguns casos existiu


a necessidade de utilizar os contatos pessoais dos bibliotecários responsáveis pelas
instituições.
Como parte integrante do questionário, foi enviado o termo de consentimento
livre esclarecido (apêndice C), que elucida ao respondente sobre questões
pertinentes ao sigilo e uso das informações.
Os dados referentes às postagens, funções e elementos da fanpage após
serem capturados pelo software Snagit, foram tabulados em planilhas no Google
Planilhas (figura 2) de acordo com sua tipologia, seguindo a classificação criada por
Calil Junior e Almendra (2016) para postagens de fanpage de bibliotecas. Já as
funções da biblioteca foram categorizadas com base nos conceitos de Andrade e
Magalhães (1979). Todos os autores são trabalhados no referencial teórico.

Figura 2 - Planilha de tipologia, funções e interações

Fonte: dados da pesquisa (2020).

Outros elementos da fanpage relacionados ao marketing foram captados da


mesma forma e podem ser compreendidos figura 38.

Figura 3 - Elementos da fanpage

Fonte: dados da pesquisa (2020).

8As duas primeiras colunas da figura 3 estão desfocadas para evitar que, por meio de seus dados, as bibliotecas
possam ser identificadas.
26

As capturas das postagens foram feitas durante o tempo de um mês: outubro


de 2019, totalizando 247 postagens. Os apêndices (D, E, F e G) mostram
detalhadamente o processo de categorização das capturas. A escolha da data se
dá pela busca de um período de normalidade no cotidiano das bibliotecas. Essa
opção fica evidenciada pela seguinte lógica: novembro e dezembro são meses que,
durante uma pesquisa prévia, foi constatado que as bibliotecas postam
relativamente pouco (provavelmente pela proximidade com final do ano e o
encerramento do ano letivo das escolas) e todo o ano de 2020 também foi um
período de baixa por conta do período de férias (janeiro, fevereiro e março) e
também pela pandemia de COVID-19. Contudo, vale ressaltar que houve
bibliotecas que continuaram postando normalmente, mas para a pesquisa
precisamos ver o contexto geral da situação. A captura9 dos elementos da fanpage
(perfil, informações e comunicação) foram feitas em agosto de 2020 (com 60
capturas). Essa data se deve ao fato da plataforma Facebook não disponibilizar
esses elementos arquivados. Dessa forma podemos entender que a pesquisa utiliza
dados de dois momentos distintos: outubro de 2019 para captura de postagens e
agosto de 2020 para perfil.

2.4.5 Análise dos dados

A análise dos dados se deu de duas formas. Para as perguntas fechadas


(quantitativas), os dados foram tabulados no Google Planilhas e no próprio Google
Formulários, gerando os gráficos que embasaram as análises à luz do referencial
teórico. Todavia, para as perguntas abertas, qualitativas, o procedimento de análise
foi feito com a técnica de nuvem de palavras, por meio do software online Word
Clouds10.
O Word Clouds foi escolhido por sua facilidade de manuseio (o programa é
bastante intuitivo), por ser gratuito e por suas ferramentas que possibilitam a
condensação de textos. Sobre a nuvem de palavras, Camargo e Justo (2013, p.
516) explicam como o software trabalha com as palavras:
A nuvem de palavras as agrupa e as organiza graficamente em função da
sua frequência. É uma análise lexical mais simples, porém graficamente

9 Apesar de a captura ter ocorrido no mês de agosto, há um envolvimento do pesquisador, no que concerne à
netnografia como inspiração, desde o projeto de pesquisa (que ocorreu no 2º semestre de 2019, ou seja, o
período de mais de um ano).
10 O site pode ser acessado no seguinte endereço: www.wordclouds.com.
27

bastante interessante, na medida em que possibilita rápida identificação


das palavras-chave de um corpus. (CAMARGO; JUSTO, 2013, p. 516).

O modelo de nuvem de palavras foi escolhido por ser gráfico, prático e


interessante para a pesquisa, ressaltando as recorrências de palavras nas
respostas abertas do questionário e tornando o processo muito mais dinâmico e
claro.
Já os dados referentes à investigação documental da fanpage foram
tabulados nas planilhas elencadas no subcapítulo 2.4.4 e posteriormente
transformados em gráficos por ferramentas do próprio software. Os gráficos e as
nuvens de palavras foram analisados e interpretados apoiados pelo referencial
teórico. O próximo subcapítulo esclarece como o referencial teórico foi construído.

2.4.6 Método de apuração do referencial teórico

Este subcapítulo visa explicar como o referencial teórico foi composto e qual
o método de busca. Primeiramente houve a necessidade de uma busca preliminar,
para compor um panorama, com a intenção de entender como estava sendo tratado
o assunto marketing digital dentro da Biblioteconomia. Com esse conhecimento, foi
possível elaborar formulações mais acuradas do problema, objetivos e justificativa.
A busca do referencial teórico11 que embasa a pesquisa aconteceu nas seguintes
etapas (quadro 2).

Quadro 2 - Apuração do referencial teórico


Fase 1 - Delimitações das variáveis

Nesta fase foram delimitados as variáveis da pesquisa: (digital marketing, fanpage e library) e
criada uma estratégia de busca ((“digital marketing” OR “marketing digital” OR “content
marketing” OR “digital content production”) AND (“fanpages” OR “fan pages” OR “facebook
pages” OR “social media” OR “social networks” OR “página do facebook” OR “digital social
media”) AND (“library” OR “public library”)). Durante a pesquisa houve reformulações e a
necessidade de incluir “relationship marketing” foi necessária.

Os termos foram pesquisados em língua inglesa com o intuito de uma abrangência maior.
Levamos em considerando que é uma norma da Associação Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT) o resumo e palavras chaves em inglês. Contudo, em algumas situações os termos foram
traduzidos.

Fase 2 - Busca nas bases e repositórios

11 A pesquisa ocorreu ainda no projeto de pesquisa (segundo semestre de 2019).


28

A pesquisa bibliográfica foi desenvolvida por meio de um levantamento em bases de dados de


Biblioteconomia e Ciência da Informação. As bases foram indicadas na disciplina Projeto de
pesquisa do curso de Biblioteconomia da UFRGS, são elas.

● Base de Dados em Ciência da Informação (Brapci);


● Library e Information Science Abstracts (LISA);
● Eprints in Library and Information Science (E-lis);
● Portal Brasileiro de Publicações Científicas em Acesso Aberto (OASIS.br);
● Rede de Revistas Científicas da América Latina e Caribe, Espanha e Portugal
(Redalyc).

A expressão de busca, conforme a base utilizada, sofreu pequenas alterações para que
houvesse uma precisão maior na recuperação. A base mais utilizada dentre as elencadas foi a
Brapci. Outras fontes vieram de buscas no Google Acadêmico (a ferramenta foi importante para
conseguir artigos focados na área do marketing como parte da administração). Também houve
buscas em bibliotecas físicas e indicações feitas por professores.

Fase 3 - Seleção e aproveitamento

Os artigos, livros e outros materiais selecionados a partir das buscas foram lidos conforme a
pertinência com o tema e fichados com o software gerenciador de referências Mendeley. O
número de documentos analisados foi de aproximadamente 65. Contudo, nem todos foram
utilizados pois havia redundâncias.

Fonte: dados da pesquisa (2020).

O próximo capítulo é um resultado dessa investigação e irá trazer o


desenvolvimento do referencial teórico.
29

3 MARKETING

Para conceituar marketing, primeiramente é necessário relembrar suas


origens e o contexto que propiciou seu surgimento. Não existe exatamente um ponto
de partida histórico no qual podemos afirmar que “a partir daquele momento” surgiu
o marketing. O que podemos assegurar é que ele está intimamente ligado ao
surgimento da economia moderna. De acordo com Simões (1982, p. 17):
Para muitos o marketing começou quando o homem procurou realizar a
primeira troca, nos confins do tempo. A troca foi a primeira intenção
comercial e, portanto, o gerador das necessidades de comercialização
que, no fundo, formam a sua essência. Outros preferem colocar seu
surgimento com a publicação, em 1776, por Adam Smith, da obra A riqueza
das Nações, texto considerado como ponto de partida da economia
moderna.

Com fundamento no que o autor nos diz, podemos estipular quais fatores
foram essenciais para o surgimento do marketing, dentre eles, o mais importante: a
necessidade de comercializar. Ainda segundo Simões (1982) há forte ligação do
princípio do marketing com a revolução industrial e o advento do capitalismo
moderno. Os progressos e inovações que reverberavam na época são uma das
bases daquilo que posteriormente conheceríamos como marketing.
Tendo esse panorama histórico como base, agora poderemos compreender
melhor os conceitos que virão a seguir. O conceito de marketing pode variar de
autor para autor, contudo, normalmente ele tem seus alicerces na propaganda,
venda e na relação com o consumidor. Pride e Ferrell (2015, p. 3) visualizam o
marketing como “[...] processo de criação, distribuição, promoção e precificação de
bens, serviços e ideias para facilitar a satisfação nas relações de troca com clientes
e desenvolver, e manter, relações favoráveis com stakeholders12 em um ambiente
dinâmico.”. Nessa definição fica clara a relação mercadológica que vem com o
marketing desde a sua criação, mas também podemos destacar uma preocupação
com a satisfação humana, a necessidade de manter um relacionamento com o
público-alvo. Esse ponto, que abrange a construção de um relacionamento, é
essencial para as bibliotecas, pois permite criar laços com os usuários que, se bem
feitos, facilitam o acesso e a promoção dos produtos e serviços. Corroborando com
esse conceito, para a American Marketing Association (AMA) (2017, documento

12
Numa tradução livre, o termo significa público estratégico (pessoa ou grupo que tem interesse).
30

eletrônico, tradução nossa), o marketing é definido como “[...] a atividade, conjunto


de procedimentos para criar, comunicar, distribuir e transacionar ofertas que tenham
valor para os consumidores, clientes, parceiros e para a sociedade em geral.”. Já
Las Casas, explana e define o marketing como:
A área do conhecimento que engloba todas as atividades concernentes às
relações de troca, orientadas para a satisfação dos desejos e
necessidades dos consumidores, visando alcançar determinados objetivos
da organização ou indivíduo e considerando sempre o meio ambiente de
atuação e o impacto que estas relações causam no bem-estar da
sociedade. (LAS CASAS, 2009, p. 15).

Podemos perceber uma sincronia nas definições dos autores citados e até
mesmo uma repetição, sem grandes dissonâncias. Oliveira (2007) reforça alguns
conceitos já mencionados acima e nos traz outros detalhes importantes, como o
fato de que nem todo marketing busca um lucro monetário:
[...] marketing pode ser conceituado como um conjunto de atividades
organizadas de forma sistemática em uma empresa com ou sem fins
lucrativos por todos que a constituem, isto é, todos na organização, não
sendo restrito aos envolvidos nesta área departamental, com o objetivo de
satisfazer com um produto ou serviço as necessidades e desejos de seus
consumidores, através de um processo de troca que envolve produto,
consumidor e agentes intermediários facilitadores deste processo.
(OLIVEIRA, 2007, p. 22, grifo nosso).

Esse modelo de marketing, sem fins lucrativos monetários, é usado pela


maioria das bibliotecas. Shiraishi e Campomar (2011, p. 89) elucidam que “[...] as
atividades de marketing em organizações sem fins lucrativos são, em sua essência,
semelhantes às atividades genéricas já consolidadas no marketing tradicional.”. Ou
seja, podemos entender que há uma adaptação do marketing já consolidado às
instituições sem fins lucrativos. Kotler e Andreasen (1996) traçam algumas
características que são mais sobressalentes no uso do marketing sem fins
lucrativos: ele é voltado para os usuários, têm muita confiança em pesquisas, busca
usar todos os elementos do mix de marketing (não só a promoção e comunicação),
tem bastante disciplina no planejamento e seu foco está concentrado no usuário em
todo o processo.
O modo como uma instituição sem fim lucrativo, como uma biblioteca, usa o
marketing pode mudar sua forma de atuação no cenário em que atua e multiplicar
suas possibilidades. Sobre a questão:
Marketing não é um remédio milagroso para todos os males que assolam
a biblioteca. No entanto, o marketing pode contribuir significativamente
para o seu sucesso, pois os serviços tradicionalmente oferecidos pelas
31

bibliotecas de uma forma arcaica e superada, são vistos pelas lentes do


marketing com uma perspectiva diferente e nova. (OLIVEIRA, 1985, p.
145).

Ao dizer que é por meio do marketing que a biblioteca pode superar


problemas antigos e alcançar seu sucesso, o autor valida o marketing como um
dispositivo de inovação e mostra a importância dessa abordagem de gestão nas
bibliotecas. Para alcançar o sucesso almejado, no entanto, é necessário ter
conhecimento das variáveis que compõem o marketing e saber usá-las bem. No
marketing, há variáveis controláveis pela organização que chamamos de mix de
marketing ou 4Ps (figura 2), como ficaram popularmente conhecidas.

Figura 4 - Mix de marketing

Fonte: Kotler e Keller (2006).

Oliveira (2007, p. 24) explica que os 4Ps “[...] foram primeiramente definidos
por McCarthy na década de 1960 [...]” e são relevantes até os dias atuais. As quatro
variáveis são preço, produto, ponto (praça) e promoção. Esses elementos são os
pilares que compõem a essência do funcionamento estratégico do marketing. Las
Casas, explica melhor a importância desse composto:
Esses itens são chamados de composto de marketing (marketing mix), que
representam as principais etapas em todos os tipos de comercialização
possíveis, seja um bem, uma ideia, um serviço etc. Todos os elementos do
composto de marketing são dirigidos a satisfação dos desejos e
necessidades dos consumidores [...]. (LAS CASAS, 2009, p. 16).

O autor ressalta o direcionamento do composto, que é a satisfação dos


consumidores e a ampla aplicação do marketing, já trazendo as instituições sem
32

fins lucrativos como parte do processo. Isso mostra outro aspecto recorrente no
marketing: a adaptabilidade às necessidades que a sociedade vive.
No funcionamento do mix de marketing, segundo Oliveira (1985), o produto
é o que deve ser definido primeiro. Sobre o preço, de acordo com Oliveira (1985, p.
143) “[...] é necessário estabelecer um preço adequado, verificando a opinião dos
usuários para se determinar os diferentes níveis de custo.”. Os pontos (ou praça)
são conceituados por Oliveira (1985) como locais onde o usuário e o produto se
encontram. O ponto deve ser escolhido em função do produto que se quer vender.
Nessa percepção de que o ponto pode ser variado, podemos entender que a
internet também pode ocupar essa função, assim como as mídias sociais, que são
os locais onde os consumidores de determinado produto estão. A promoção, por
sua vez, é descrita como:
A "promoção" é o terceiro elemento, e ela tem sido dividida em cinco áreas:
contato pessoal; propaganda; publicidade; incentivos e ambiente. O
propósito deste elemento, é familiarizar os vários segmentos da biblioteca
com os serviços e produtos informacionais que ela desenvolveu para
satisfazer as necessidades destes segmentos. Aqui, a biblioteca tenta
convencer o segmento que seu produto tem maior capacidade de
satisfazer suas necessidades que os produtos de outras organizações.
(OLIVEIRA, 1985, p. 143).

O conceito de promoção, comunicação e propaganda são distintos, cabendo


a cada um deles uma função diferente. Esse tópico, por causar algumas confusões
conceituais e por conversar diretamente com as fanpages, será aprofundado em um
subcapítulo específico.
Sobre a aplicação do marketing enquanto estratégia e como um processo da
gestão, principalmente em bibliotecas, Teixeira e Estabel (2014) explicam que é
necessário avaliar os pontos fortes e fracos da instituição, saber o que pode impedir
e o que pode melhorar o relacionamento entre o público (usuários) e a instituição.
Em seguida é necessário avaliar o ambiente, os concorrentes, o mercado-alvo, os
equipamentos culturais e os objetivos da organização. Para ajudar nesse processo,
as autoras recomendam utilizar a Matriz SWOT (figura 3) ou Análise FOFA (em
português), que é uma ferramenta para fazer a análise desses possíveis cenários
(favoráveis ou desfavoráveis) para implementação do marketing.
33

Figura 5 - Matriz SWOT

Fonte: Castro (2010).

Na análise dos cenários para aplicação do marketing, percebemos inúmeras


possibilidades de inovação. Bragança e equipe (2016, p. 239) explicam que “[...] o
marketing se associa aos conceitos de criatividade e inovação para alcançar as
metas focadas em estratégia de sobrevivência, de antecipação de necessidades do
mercado e na pesquisa de novas tecnologias para produtos e serviços.”. Logo,
perceber os pontos fortes e fracos, funciona como um propulsor para a criatividade
e para a estabilidade que vai consolidar as estratégias de sucesso do marketing que
é implementado pela instituição.
Para a prática do Marketing, na percepção de Teixeira e Estabel (2014), é
necessário elaborar planos com objetivos bem definidos, situações atuais, situações
previstas, orçamentos e possíveis variáveis no cenário. Os critérios devem estar
baseados em objetivos contidos em um plano de ação. As reações favoráveis ou de
negação dos usuários aos serviços podem fornecer fontes para um indicador de
desempenho. As autoras sugerem um plano de gestão para atingir os objetivos da
biblioteca. Em suma, é preciso ter um controle atento de onde se está e aonde se
pretende chegar. Ao adotar práticas que são primariamente da gestão,
conseguimos entender que o marketing em nada tem a ver com decisões que deram
certo ao acaso, mas sim com diretrizes que são elaboradas baseadas em
finalidades e objetivos claros. No marketing, então, tudo precisa ser pensado,
controlado e avaliado. Uma dessas variáveis que precisa ser pensada, é a
promoção. Veremos mais sobre esse assunto no subcapítulo seguinte.
34

3.1 Promoção

As fanpages (mídia social em que se baseia o estudo), enquanto canal de


comunicação, possibilitam de forma explícita o “P” de promoção, isso é evidenciado
pelas postagens, perfil e outros espaços que podem ser utilizados para a prática. O
marketing envolve a promoção, a comunicação e a propaganda, esses conceitos
são distintos, mas por vezes são tratados erroneamente como sinônimos, e, para
evitar confusão, precisam ser explicitados.
Para Oliveira (1985), a questão da confusão começa já com o conceito de
marketing. A autora explica que muitos bibliotecários acreditam que estão fazendo
marketing com cartazes, murais e programações especiais quando, na verdade,
estão apenas fazendo uma parte do processo de marketing, a promoção. Oliveira
(1985, p. 138) conceitua melhor seu pensamento no seguinte excerto ao nos dizer
que a “[...] publicidade, propaganda, relações públicas, são instrumentos de uma
das fases de marketing mix, chamado ‘promoção’ ou por alguns, ‘comunicação’.”.
Amaral (2008, p. 34) entende a promoção como uma “[...] atividade de
marketing referente à comunicação com o propósito de fazer conhecer e efetivar o
uso ou adoção de um produto, ideia, comportamento ou serviço.”. A promoção, para
a autora, no âmbito da Biblioteconomia, precisa buscar alguns objetivos:
Os objetivos da promoção são: (a) tornar a organização e seus produtos e
serviços conhecidos pelos usuários potenciais; (b) tornar o ambiente da
organização e seus produtos e serviços atraentes para os usuários
potenciais; (c) mostrar aos usuários reais como usar os produtos e os
serviços; (d) evidenciar os benefícios dos produtos e serviços; (e) manter
os usuários reais, constantemente, bem informados sobre a atuação da
organização, seus produtos e serviços. (AMARAL, 2008, p. 34).

A promoção e a comunicação possuem uma relação próxima, sendo que a


promoção depende da comunicação para existir, mas existe uma diferença entre
ambas. Amaral (2008, p. 35) define comunicação como “[...] o processo transacional
entre duas ou mais partes, em que o significado é trocado dentro do uso intencional
dos símbolos.”. Para a autora, o importante é a interação, ela nos elucida que: “[...]
a questão crucial desse complexo processo é a compreensão de como o significado
é estabelecido e transferido entre as partes envolvidas nesse processo.”. Não
podemos, desse modo, dissociar a promoção e a comunicação, logo:

Promover e comunicar são ações que possuem relações intrínsecas. A


promoção faz uso da comunicação para atrair novos consumidores, vender
35

ideias, fortalecer marcas. É necessário que as organizações possuam


cada vez mais habilidades no desenvolvimento das suas atividades de
promoção e comunicação de seus produtos, serviços e valores, para
conquistarem o consumidor bem-informado e exigente do mundo
globalizado. (AMARAL, 2008, p. 35).

Cabe ponderar que a autora nesses mesmos trechos frisa que toda
promoção envolve comunicação, porém, nem toda comunicação é uma promoção.
Para Amaral (2008, p. 35), a “[...] promoção é comunicação enquanto atitude.”.
Seguindo seu raciocínio, a comunicação é utilizada como estratégia persuasiva
para a promoção: “[...] o adjetivo ‘persuasiva’ empresta um cunho manipulativo à
comunicação, ainda que possa estar se tratando de uma ação educativa em
benefício do cidadão a quem a mensagem é dirigida.”.
Outra questão que pode causar enganos é a diferença de promoção e
propaganda. A propaganda, segundo Gomes (2001, p. 117) ocorre com:
[...] disseminação de ideias através de múltiplos canais, com a finalidade
de promover no grupo ao qual se dirige os objetivos do emissor, não
necessariamente favoráveis ao receptor; o que implica, pois, um processo
de informação e um processo de persuasão.

A propaganda, logo, tem o intuito de propagação de uma ideia. Gomes (2001)


ainda diz que a propaganda tem a ver com o controle da informação, direção da
opinião pública e manipulação, ainda que não necessariamente uma manipulação
negativa. A propaganda pode também ser institucional. Essa propaganda tem como
finalidade a construção da imagem da instituição que será passada aos seus
usuários. Gracioso (2006) diz que a imagem da instituição é a impressão coletiva
que as pessoas têm a respeito dela e dos produtos ou serviços. Trata-se da
informação que está fixada na cabeça das pessoas que conhecem a instituição. O
autor nos elucida sobre como ela funciona:
Como todas as formas de propaganda, a institucional tem por função influir
sobre o comportamento das pessoas, através da criação, mudança ou
reforço de imagens e atitudes mentais. Em outras palavras, a propaganda
em geral, e a propaganda institucional em particular, procuram informar,
persuadir e predispor favoravelmente as pessoas, em relação ao produto,
serviço, marca ou instituição patrocinadora. (GRACIOSO, 2006, p. 35).

Podemos concluir, então, que a promoção se utiliza da comunicação como


forma de atuação. Uma forma cada vez mais recorrente de se promover algo é pelo
marketing digital, que será elucidado no próximo subcapítulo.
36

3.2 Marketing digital

O marketing digital surgiu a partir da difusão da internet no cotidiano das


pessoas e, com ela, nasceu também a necessidade de as instituições atuarem
também no mundo digital. Todavia, se nos primeiros anos bastava uma
transferência das estratégias antigas para um novo formato, hoje, o caminho é criar
um marketing propriamente digital que conversa com essas novas mídias sociais e
com enfoque no usuário. O marketing digital pode ser definido como:
[...] uso de canais digitais ou sociais para promover uma marca ou alcançar
consumidores. Tipo de marketing que pode ser executado nas mídias
sociais, mecanismo de busca, internet, dispositivos móveis e outros canais.
Requer novas formas de marketing para os consumidores e a
compreensão do impacto de seu comportamento. (American Marketing
Association, 2020, documento eletrônico, tradução nossa).

O marketing digital mudou a forma de se pensar o marketing como um todo,


alinhando-se, assim, com novas propostas: o marketing 2.0, 3.0 e 4.0. Kotler,
Kartajaya e Setiawan (2010) explicam que o marketing 2.0 era orientado para os
usuários e suas necessidades, enquanto o marketing 3.0 é focado em valores. Os
usuários, nesse modelo, são tratados como seres plenos: com mente, coração e
espírito. Existe um emprego emocional no relacionamento que a instituição mantém
com seus usuários nesse novo paradigma, indo muito além do convencional. É uma
forma de marketing extremamente presente na vida do usuário e que investe no
diálogo acima de tudo. Já o 4.0 soma-se aos outros e assume, de uma vez por
todas, que estamos vivendo numa economia digital, onde a internet está presente
em todos os momentos de nossas vidas. Até aqui podemos perceber que muito do
marketing atual é focado em relacionamento, logo, abordaremos em um subcapítulo
futuro (3.2.4) esse marketing específico.
A mudança de abordagem também é percebida por outros autores.
González-Fernández-Villavicencio (2015, p. 8, tradução nossa) nos diz que “[...] a
experiência do usuário adquire um peso maior na economia digital. As táticas de
mídia social e móvel devem ser transformadas em uma verdadeira estratégia
transformadora para o marketing móvel e social.”. Pensar o marketing digital de
forma diferente do marketing tradicional passa a ser então uma diretriz importante
nesse contexto. Contudo, não devemos negligenciar o marketing tradicional e sim
elaborar uma estratégia que envolva ambos. Kotler (2017) elabora que o marketing
digital deve ser focado na defesa da marca, sendo uma forma de marketing mais
37

controlável e com objetivo de resultados. Falando em controle, o marketing digital


utiliza todas as ferramentas advindas do marketing para elaborar seu planejamento
estratégico e para atingir objetivos claros. Para González-Fernández-Villavicencio
(2013), o plano de marketing digital, que envolve as mídias sociais, deve ser
integrado e contribuir para os objetivos do plano estratégico geral, incluindo a
participação e responsabilidade de todos os colaboradores. Ou seja, o marketing
digital não deve ser desvinculado do processo geral de marketing da instituição, já
que ambos se complementam.
Uma forma de exercer o marketing digital é por meio das mídias sociais,
explicaremos mais sobre elas a seguir.

3.2.1 Mídias sociais

As mídias sociais mudaram a nossa forma de comunicação, propiciando


novas formas de interação com os outros seres humanos nunca vistas antes. Por
meio de botões comentamos, curtimos e compartilhamos sobre nossas vidas e
gostos. Um fenômeno complexo que precisa ser analisado e compreendido. Kotler,
Kartajaya e Setiawan (2010, p. 24) sugerem que “[...] como as mídias sociais são
de baixo custo e pouco tendenciosas, será delas o futuro das comunicações de
marketing.”. Podemos ponderar que a fala do autor não está totalmente de acordo
com a realidade atual, especificamente no que diz respeito as mídias serem pouco
tendenciosas. Existem movimentos que contradizem esse trecho específico e que
buscam combater a influência massiva das mídias.
A respeito das mídias sociais:
O que muitos chamam de “mídia social” hoje, compreende um fenômeno
complexo, que abarca o conjunto de novas tecnologias de comunicação
mais participativas, mais rápidas e mais populares e as apropriações
sociais que foram e que são geradas em torno dessas ferramentas. É um
momento de hiperconexão em rede, onde estamos não apenas
conectados, mas onde transcrevemos nossos grupos sociais e, através do
suporte, geramos novas formas de circulação, filtragem e difusão dessas
informações. (RECUERO, 2011, p. 14).

Contribuindo com o conceito de mídia social de uma forma mais prática e


elencando seus possíveis territórios de atuação, temos a seguinte explanação:
As mídias sociais são sites na Internet construídos para permitir a criação
colaborativa de conteúdo, a interação social e o compartilhamento de
informações em diversos formatos. Nessas categorias, estão incluídos os
blogs, as redes sociais, os sites de conteúdo colaborativo e diversos outros
38

modelos de sites que abrangem comunicação, relacionamento,


colaboração, multimídia e entretenimento. (TORRES, 2009, p. 74).

O marketing nas mídias sociais, também conhecido como Social Media


Marketing (SMS) é um dos tipos de marketing com mais visibilidade atualmente e
com maior propensão de sucesso e baixo custo. A popularização dos smartphones,
bem como a difusão da internet, propiciaram esse cenário fértil para a atuação do
marketing dentro das mídias sociais. Parte desse sucesso se dá pelo
relacionamento proposto pelas ferramentas desenvolvidas pelas mídias sociais:
As redes sociais são criadas pelo relacionamento contínuo e duradouro
das pessoas e das comunidades que participaram e tem um valor
intrínseco, pois criam uma enorme rede de propagação de informações.
Nelas, cada indivíduo influencia não um grupo de amigos, mas vários
grupos de comunidades às quais pertencem, com várias pessoas que
influenciam outras comunidades, em uma progressão geométrica, que leva
ao chamado efeito viral, que multiplica e amplifica qualquer mensagem de
interesse coletivo. (TORRES, 2009, p. 114).

Os fatores que nos influenciam a tomar decisões também mudaram com o


surgimento das mídias sociais e impactaram o marketing digital em cheio. Hoje,
quando falamos de influência no meio digital, uma gama de aspectos deve ser
considerada:
O conceito de confiança do consumidor não é mais vertical. Agora é
horizontal. [...] pesquisas recentes em diferentes setores mostram que a
maioria dos consumidores acreditam mais no fator social (amigos, família,
seguidores do Facebook e do Twitter) do que nas comunicações de
marketing. (KOTLER; KARTAJAYA; SETIAWAN, 2017, p. 27).

A partir disso, podemos repensar a forma como interagimos com os usuários,


já que os mesmos estão interligados com inúmeras “vozes” em seu ciclo social,
muitas vezes mais influentes. Muitas instituições buscam a proximidade com os
usuários pelas mídias sociais para criar uma aproximação que reverbere no seu
modelo de marketing:
[...] se trata do principal meio de comunicação na rede Internet no
momento, tomando como pressuposto a popularidade e agilidade que a
web nos proporciona no trânsito de dados e informações. Utilizando-se de
uma melhor identificação do marketing na informação, é necessário
justamente saber como posicionar o produto, de modo a levar a informação
que produzimos a todos os ambientes da rede de forma adequada.
(FREIRE; COSTA, 2015, p. 547-562).

Um aspecto muito importante nas mídias sociais é pensar na estética e na


padronização que vai possibilitar ao usuário reconhecer a instituição. Kotler (2009)
ressalta que a página da internet da instituição deve ser interessante, relevante e
atualizada para atrair visitas repetidas. As empresas devem considerar o uso de
39

design gráfico, áudio e vídeo de última geração. Esse processo é também uma
forma de comunicação institucional muito valiosa. Podemos notar pelo seguinte
trecho a importância dessa prática:

As mídias sociais virtuais constituem recurso de comunicação utilizado por


instituições e organizações públicas e privadas, como bibliotecas, lojas,
mercados e outras empresas, como estratégias para a visibilidade no
mercado. Na web, essas mídias têm se mostrado muito atuantes como
canal especial para promoção institucional ou empresarial, pois nos últimos
cinco anos as redes sociais da internet têm se mostrado mais efetivas na
comunicação do que outros canais virtuais. (FREIRE; COSTA, 2015, p.
547-562).

Por esse pensamento, é primordial que a biblioteca crie um padrão imagético


para suas mídias sociais, mas também é essencial que esse padrão se alinhe com
o que já foi construído pela instituição no marketing físico. Uma forma de estar
presente na memória dos usuários é por meio do logotipo, que por seus aspectos
únicos fixa uma aparência para a instituição:

Uma pessoa que é vista como fisicamente atraente costuma exercer forte
influência sobre as demais. Assim, as marcas que pretendem ter influência
sobre seus clientes devem ter atrativos físicos que as tornem únicas,
embora não perfeitas. Os atrativos físicos das marcas podem vir de suas
identidades de marca, como logotipos bem desenhados ou slogans bem
bolados. (KOTLER; KARTAJAYA; SETIAWAN, 2017, p. 122).

Kotler, Kartajaya e Setiawan (2017) ainda complementam que em um sentido


geral, uma marca é um conjunto de imagens (um nome, um logotipo). Ferreira e
Caldas (2017) ponderam que não ter um logotipo faz com que as instituições não
se destaquem umas das outras. Almeida (2008) elucida que as organizações, até
mesmo aquelas sem fins lucrativos, devem ser competitivas e buscar uma
diferenciação. Ao entrar na fanpage da biblioteca, precisa estar claro para o usuário
que aquela mídia é a oficial da biblioteca em questão, sem sombra de dúvidas. Os
usuários precisam reconhecer o logotipo, as cores e as imagens ali presentes como
uma extensão daquele ambiente físico que ele visita e gosta. Sobre as fanpages,
falaremos a seguir.

3.2.2 Fanpages

Estar presente nas mídias sociais é necessário para quem quer se comunicar
e promover algo, pois estamos vivendo uma época de forte impacto das mesmas
40

no cotidiano das pessoas. De acordo com Araújo (2015, p. 73): “[...] presença online
é o marco inicial de ingresso aos interessados em atingir um público maior e cada
vez mais conectado no ambiente da web.”. Um dos canais que podem ser usados
para isso é a fanpage, uma página criada pelo Facebook (2019), que na definição
da própria empresa serve para que uma organização, empresa ou instituição
apresente seus produtos e serviços, coloque sua marca em destaque e alcance
mais clientes. Outra definição que expande o conceito de fanpage e traça seus
objetivos, nos diz que:
As páginas de fãs do Facebook destinam-se para entidades reais
transmitirem grandes informações aos fãs de maneira oficial e pública.
Assim como os perfis, eles podem ser aprimorados com aplicativos que
ajudam a entidade a se comunicar e envolver seus fãs e que capturam
novos públicos de forma viral através das recomendações de seus fãs para
seus amigos. (TREADAWAY; SMITH, 2012, p. 101, tradução nossa).

Há, contudo, diferenças significativas entre um perfil comum de usuário e


uma fanpage, que é direcionada a uma instituição. São elas:

[...] essas páginas são presenças distintas, separadas dos perfis dos
usuários e otimizadas para as necessidades dessas presenças de se
comunicar, distribuir informações/ conteúdo, envolver seus fãs e captar
novos públicos de forma viral através das recomendações de seus fãs para
seus amigos. As páginas do Facebook foram projetadas para serem uma
solução de presença valiosa e rica em mídia para qualquer artista,
empresa ou marca que possa ser integrada perfeitamente à experiência
do usuário com aplicativos socialmente relevantes. (TREADAWAY;
SMITH, 2012, p. 101, tradução nossa).

A figura 6 mostra essas diferenças que envolvem, basicamente, aspectos da


promoção e número de usuários, indicadores muito importantes para a aplicação do
marketing digital.
41

Figura 6 - Página pessoal versus fanpage

Fonte: Cavalaro (2020).

A ideia de que a fanpage surgiu exatamente para facilitar o marketing digital


em mídias sociais já é um demonstrativo de como ela é valiosa para as instituições
que optam por usá-la. Treadaway e Smith (2012) ditam como regras ao criar uma
campanha de marketing no Facebook as seguintes ações: divirta seus seguidores,
interaja com os usuários, mantenha sua presença na mídia social, informe as
pessoas e alcance novos usuários. Basicamente, faça sua divulgação, mas
construa também um relacionamento.
Treadaway e Smith (2012) avaliam algumas questões importantes para
quem vai administrar as postagens da fanpage. Algumas perguntas devem estar na
mente do gestor que vai administrar a fanpage, são elas: Por que você tem uma
presença no Facebook? Quem você está tentando alcançar? Quais são os
principais tipos de conteúdo que você compartilha? Qual é a melhor maneira de se
comunicar com seus usuários? Você vai usar terceira pessoa ou primeira pessoa,
ou uma mistura de ambos? O que você compartilhará? Quais tópicos são tabus?
Que frequência você publica? Diariamente? Cinco vezes por semana? Duas vezes
ao dia? Essas questões precisam ser ponderadas e incluídas, no que couber, no
planejamento de marketing da fanpage. A fanpage deve respeitar um ciclo (figura
7) que inclui: postar, monitorar, repostar, analisar e mudar o rumo, caso o processo
não esteja contribuindo com o sucesso esperado pelo administrador da página.
42

Figura 7 - Ciclo de postagem na fanpage

Fonte: traduzido de Treadaway e Smith (2012).

Baseando-se na literatura, pode-se inferir que ter uma fanpage pode ser o
diferencial no marketing da instituição. De acordo com Neves e Barreira (2017, p.
806) no contexto das bibliotecas:
Os usuários integrantes do Facebook, por exemplo, assumem cada vez
mais o monitoramento das ações, das marcas e da reputação,
transformando a estratégia em mídias sociais digitais em uma
especialidade imprescindível para aqueles que esperam resultados em
consonância com a “cultura da curtida”.

Percebemos por esse pensamento a necessidade de um bibliotecário cada


vez mais especializado e com novas funções, para assim atingir os objetivos
almejados.
O próximo subcapítulo abordará como criar conteúdo para a fanpage.

3.2.3 Marketing de conteúdo

Para atingir os objetivos e efeitos esperados, em termos de marketing digital,


é necessária uma preocupação com o conteúdo postado. Porto (2016, p. 77) fala
que “[...] o conteúdo é rei [...]”. Isso se deve à quantidade de postagens cada vez
maior nas mídias sociais, que acabam ganhando maior destaque devido ao seu
ineditismo. O autor justifica sua fala com base na “economia da atenção” proposta
43

por Thomas Davenport, que consiste em termos nossa atenção disputada por
inúmeras instituições e mídias diferentes. Isso só ressalta a necessidade de se
pensar na relevância do conteúdo postado para construir um relacionamento e uma
fidelidade com os usuários, além de se destacar dos demais.
O marketing de conteúdo, nome que designa esse tipo de especificação do
marketing, surgiu com a evolução da internet e a criação das mídias sociais. Seu
objetivo é criar curiosidade e um relacionamento com o usuário. Algo muito
interessante se for aplicado no contexto das bibliotecas, que podem criar conteúdos
interessantes e criativos, muitas vezes levando a informação e despertando a
curiosidade do usuário. Kotler, Kartajaya e Setiawan (2017) explicam que essa
prática trata de um conjunto de atividades relacionadas para a criação e distribuição
de conteúdo que seja relevante para a vida do público, mas também fortemente
associado à imagem da instituição. Ou seja, precisa ser um conteúdo de qualidade
e de relevância.
O conceito do marketing de conteúdo, segundo Kotler, Kartajaya e Setiawan
(2017, p. 174) é estabelecido por “[...] uma abordagem que envolve criar, selecionar,
distribuir e ampliar conteúdo que seja interessante, relevante e útil para um público
claramente definido com o objetivo de gerar conversas sobre esse conteúdo.”.
Outros autores concordam com essa importância do conteúdo em tempos de mídias
sociais:
O conteúdo é o ponto central das mídias sociais de sucesso. Com todo o
barulho lá fora, você precisa ter uma voz interessante ou útil, e você precisa
se comunicar regularmente o suficiente para permanecer relevante. Pode
ser na forma de artigos, ensaios, atualizações de status, podcasts, vídeos,
músicas e assim por diante. (TREADAWAY; SMITH, 2012, p. 58, tradução
nossa).

Ao implementar o marketing de conteúdo, Kotler, Kartajaya e Setiawan


(2017, p. 174), falam que o mesmo “[...] muda o papel dos profissionais de
marketing, de promotores da marca para contadores de histórias.”. Ao estabelecer
esse laço com os usuários, as bibliotecas poderiam potencializar suas interações e
presença no cotidiano das pessoas. Contudo, o marketing de conteúdo propõe algo
que vai além de uma simples nova versão de um anúncio:
O problema, porém, é que os profissionais de marketing muitas vezes
veem o marketing de conteúdo como outra forma de propaganda e a mídia
social como outra mídia de difusão. Alguns simplesmente transferem seus
anúncios para esses novos canais sem reinventar o conteúdo e acabam
lidando com esse conteúdo apenas como versões mais longas de um
anúncio. (KOTLER; KARTAJAYA; SETIAWAN, 2017, p. 178).
44

Logo, o conteúdo precisa ser idealizado para chamar atenção e criar uma
conexão com seu público. Lin, Swarna e Bruning (2017) explicam que pesquisas
atuais sugerem que as postagens devem ser vívidas, práticas, interessantes,
personalizadas e interativas. Por vivacidade, De Vries, Gensler e Leeflang (2012)
referem-se à maneira como a publicação apela para os sentidos do indivíduo. Os
profissionais de marketing podem obter vivacidade nas postagens incluindo
animações dinâmicas, cores ou imagens. Estudos sugerem que a vivacidade pode
aumentar a relevância da postagem. Sabate e colaboradores (2014) discorrem que
as postagens devem ser práticas e acessíveis para que os usuários consigam se
envolver com as mesmas. A personalização pode ser alcançada, de acordo com
Khobzi e Teimourpour (2015), por meio da entrega de postagens eficazes aos
usuários mais interessados, analisando o padrão de comportamento do usuário.
Essa é uma prática conhecida como direcionamento comportamental.
Os usuários gostam de interagir com as instituições, fazer perguntas e trocar
opiniões nas mídias sociais. Para Chua e Banerjee (2015), a interatividade pode ser
aumentada através do uso de diálogos, promoções e concursos, links para outros
sites, votos ou outras características que exijam alguma forma de ação do usuário.
Pesquisas sugerem que a interatividade está relacionada à capacidade de atrair
gostos, comentários e ações.
Todavia, sabemos que nem todo o conteúdo será criado pela instituição.
Sobre esses conteúdos não originais, os autores dizem que:
Felizmente, as normas na Internet evoluíram de modo que você não
precise criar seu próprio conteúdo exclusivo sempre que quer dizer alguma
coisa. Tanto conteúdo está disponível na Internet que você pode às vezes,
apenas apontar para o conteúdo produzido por outras pessoas. Como
alternativa, você pode usar os conteúdos existentes que você criou por
outros motivos. Você pode encomendar novo conteúdo para uso nas
mídias sociais. (TREADAWAY; SMITH, 2012, p. 58, tradução nossa).

Alguns detalhes sobre o uso do conteúdo devem ser levados em


consideração. Treadaway e Smith (2012) dizem que somente ter o conteúdo
certamente não é o suficiente. Precisamos ter certeza de usar o conteúdo
efetivamente bem. E como a mídia social é realmente interativa, necessitamos ter
acesso direto aos comentários e feedbacks. Quem gerenciará esse processo?
Essas perguntas certamente precisam ser abordadas com bastante antecedência,
antes do lançamento de sua campanha no Facebook. Sem estipular diretrizes de
45

gestão, estamos criando implicitamente uma situação que transforma o esforço da


mídia social em uma política de campo minado, que pode gerar muitos problemas.
Ainda sobre a forma como devemos proceder na gestão da página, é
importante dosar, de acordo com a Buddy Media (2012), o número de postagens
por semana, não deve exceder sete posts por semana. Precisa-se identificar os dias
de maior interação e concentrá-los nesses dias (não superando dois por dia).
Segundo a organização, quando a página supera sete publicações por semana, a
interação decresce 25%. Logo, sair disparando postagens sem ter um cronograma
não parece uma ideia que traga sucesso à página.
No próximo subcapítulo traremos mais sobre o marketing de relacionamento.

3.2.4 Marketing de relacionamento

Durante todo o capítulo, muito se falou sobre “relacionamento”. O marketing


de relacionamento procura criar uma relação com seus usuários. Para Kotler e
Keller (2006) o marketing de relacionamento tem a habilidade de transformar as
necessidades particulares em algo institucionalmente lucrativo, a partir da atenção
às demandas dos usuários/clientes. Segundo outros autores esse tipo de marketing
dita as práticas atuais:
No panorama atual do marketing, no qual predomina o paradigma do
marketing de relacionamento, a comunicação unidirecional já não faz tanto
sentido. O cliente da era do relacionamento quer “devolver” a mensagem
emitida pela empresa, isto é, este novo cliente não apenas escuta e
compra, mas principalmente avalia o que escutou e o que comprou e quer
que a empresa também escute suas impressões e suas experiências. (DE
MOURA, et al., p. 9, 2014).

Eles ainda compreendem que o relacionamento com os usuários pode trazer


informações importantes:
[...] ao saber as preferências e as informações relevantes dos sujeitos,
pode-se apresentar e desenvolver estratégias de promoção de serviços,
fidelidade à instituição, compartilhamento de informações personalizadas
e um retorno que permite o crescimento da organização na internet [...].
(DE MOURA, et al., p. 13, 2014).

De acordo com Soares e Monteiro (2015) cada vez mais é necessário ter
uma relação personalizada com os usuários, à medida que com as mídias sociais
fica mais fácil receber comentários positivos e negativos. Mais especificamente
sobre o marketing de relacionamento nas fanpages das bibliotecas, é sugerido:
46

[...] as bibliotecas podem pensar em: desenvolver planos de ações para


serem aplicados por meio da ferramenta de comunicação; desenvolver
uma prática de interação entre os bibliotecários das bibliotecas que estarão
compartilhando a fanpage para que haja uma linearidade de pensamento
nas publicações e no intervalo de tempo entre uma postagem e outra [...].
(ARAÚJO; FREIRE; CÔRTES, p. 561, 2018).

Ainda sobre o marketing de relacionamento nas fanpages:


Um outro ganho para o conjunto de bibliotecas é poder utilizar a página
como um termômetro que vai indicar por meio das estatísticas, quais os
tipos de postagens que os usuários mais gostam, qual o assunto que mais
rende curtidas, comentários e compartilhamentos, se constituindo dados
valiosos para serem utilizados no momento da tomada de decisão, sobre
quais produtos e serviços poderão ser disponibilizados, correspondendo
de maneira eficaz às expectativas do seu público-alvo. (ARAÚJO; FREIRE;
CÔRTES, p. 560, 2018).

Com base na fala dos autores supracitados, podemos dizer que o marketing
de relacionamento é primordial para quem busca uma presença nas mídias sociais.
Além dele, outros foram pontuados ao longo do capítulo. Com o objetivo de resumir
as ações elencadas e como futuro apoio na análise da pesquisa, elaboramos a
seguinte síntese (quadro 3).

Quadro 3 - Ações de marketing

Ações de marketing

Ações Autor
Planejamento e controle

Elaborar planos bem definidos e com as variáveis de


Teixeira e Estabel (2014).
cenários.

As reações favoráveis ou de negação dos usuários aos


serviços podem fornecer fontes para um indicador de Teixeira e Estabel (2014).
desempenho.

Desenvolver planos de ação com foco na fanpage. Araújo, Freire e Côrtes (2018).

Interatividade
47

A interatividade pode ser aumentada através do uso de


diálogos, promoções e concursos, links para outros sites, Chua e Banerjee (2015).
votos ou outras características que exijam alguma forma
de ação do usuário.

Divirta seus seguidores, interaja com os usuários, Treadaway e Smith (2012).


mantenha sua presença na mídia social, informe as
pessoas e alcance novos usuários.

Promoção

“[...] (a) tornar a organização e seus produtos e serviços


conhecidos pelos usuários potenciais;
(b) tornar o ambiente da organização e seus produtos e
serviços atraentes para os usuários potenciais;
(c) mostrar aos usuários reais como usar os produtos e os
Amaral (2008, p. 34).
serviços;
(d) evidenciar os benefícios dos produtos e serviços;
(e) manter os usuários reais, constantemente, bem
informados sobre a atuação da organização, seus
produtos e serviços”.

Marketing institucional

Ter uma aparência atrativa. Criar identidade visual Kotler, Kartajaya e Setiawan
(logotipo). (2017).

Postagens

As postagens devem ter vivacidade (animações De Vries, Gensler e Leeflang


dinâmicas, cores ou imagens). (2012).

Sabate e colaboradores
As postagens devem ser práticas e acessíveis.
(2014).

Analisar o comportamento dos usuários. Khobzi e Teimourpour (2015).


48

Conteúdo

Kotler, Kartajaya e Setiawan


O conteúdo precisa ser interessante e cativar o usuário.
(2017).

Nem todo conteúdo precisa ser criado, às vezes apenas


Treadaway e Smith (2012).
redirecionado.

É preciso ter um controle dos dias e da quantidade de


Buddy Media (2012).
postagens.

Marketing de relacionamento

É importante conhecer o usuário, saber suas preferências


De Moura e equipe (2014).
e utilizar isso como elemento competitivo.

Fonte: elaboração própria (2020).

Com os entendimentos das ações do marketing como ponto fundamental da


pesquisa, partimos para compreender mais sobre outra variável importante: as
bibliotecas públicas municipais. Falaremos sobre elas no próximo capítulo.
49

4 BIBLIOTECAS PÚBLICAS MUNICIPAIS

O conceito de biblioteca pública é tão amplo quanto às próprias funções da


instituição. Essa modalidade de biblioteca pode ser definida como:
Uma biblioteca pública é uma organização criada, mantida e financiada
pela comunidade, quer através da administração local, regional ou central,
quer através de outra forma de organização comunitária. Disponibiliza
acesso ao conhecimento, à informação, à aprendizagem ao longo da vida
e a obras criativas, através de um leque alargado de recursos e serviços,
estando disponível a todos os membros da comunidade
independentemente de raça, nacionalidade, idade, gênero, religião, língua,
deficiência, condição econômica e laboral e nível de escolaridade.
(KOONTZ; GUBBIN, 2013, p. 13).

A partir dessa ideia, logo nos vem à mente o caráter democrático inerente
das bibliotecas públicas. Complementando o conceito, a biblioteca precisa atender
determinadas funções (quadro 4). Andrade e Magalhães (1979) elencam quatro:
educativa, informativa, cultural e recreativa. Essas funções guiam e direcionam as
atividades e serviços. Sobre a função educativa, Andrade e Magalhães (1979, p.
52) dizem: “A biblioteca tem exercido atividades de apoio à educação formal. Sua
função educativa, entretanto, não se restringe a essa, englobando também outras
facetas do complexo educacional, isto é, educação não-formal e informal.”. Já sobre
a função informativa, Andrade e Magalhães (1979, p. 53) afirmam “[...] que a
biblioteca deve prover informações confiáveis, rápida e eficientemente.”. A respeito
da função cultural:

A função cultural da biblioteca tem diferentes facetas. Uma delas refere-se


à captação, preservação e divulgação dos bens culturais da comunidade,
incluindo quaisquer formas de manifestação cultural, e não somente
aquelas consideradas eruditas. [...] A par dessa atividade, a biblioteca pode
tornar-se um dos principais centros da vida cultural da comunidade,
oferecendo aos indivíduos oportunidades de contato, participação,
apreciação das artes, proporcionando ambiente agradável, estimulando e
agindo, tanto quanto possível, como contra-peso [sic] à cultura
comercialmente orientada de nossos dias. (ANDRADE; MAGALHÃES,
1979, p. 55).

A função recreativa, que envolve o entretenimento do usuário e sua


qualidade de vida, é descrita como:

A função recreativa, ao que tudo indica, é aquela em que a biblioteca está


perdendo mais terreno para os outros meios de comunicação. Há uma
tendência para se considerar mais importante o papel informativo da
biblioteca, em detrimento do lazer. Mesmo considerando que o livro é uma
das formas de lazer menos utilizadas, é preciso lembrar que, em algumas
circunstâncias, o oferecimento de leitura recreativa atende a uma
50

importante necessidade social. Sofrendo as pressões exercidas pela vida


moderna, o indivíduo necessita, para manutenção de seu equilíbrio
psíquico, de formas de evasão e de compensação, situadas nos níveis da
imaginação, ficção, criatividade e prazer estético. É o que a leitura
descompromissada pode proporcionar ao homem, e a biblioteca
desempenha essa função de lazer quando coloca à disposição dos
usuários — e para sua livre escolha — obras contendo os diferentes estilos
e gêneros literários. (ANDRADE; MAGALHÃES, 1979, p. 56).

Quadro 4 - Funções das bibliotecas públicas


FUNÇÃO DESCRIÇÃO

Promove a educação continuada. Contempla


Educativa
tanto a educação formal quanto a informal.

Promove informações confiáveis, rápida e


Informativa
eficientemente.

Promoção das artes populares e também das


Cultural
artes eruditas.

Promoção de programas e materiais que


contemplem a distração dos usuários. Entra
Recreativa
aqui a leitura que busca imaginação, ficção,
criatividade e o prazer estético.

Fonte: adaptado de Andrade e Magalhães (1979).

Cabe pontuar que as funções acima listadas serão usadas como categorias
para a análise das postagens.
A biblioteca pública é um local que deve ser fonte de informação para a
sociedade e que possibilite a inclusão das pessoas e a construção da cidadania. A
Federação Internacional de Associações e Instituições Bibliotecárias (IFLA) e a
Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO)
(1994, documento eletrônico) apresentam um pensamento que embasa essa ideia:
“[...] a biblioteca pública - porta de acesso local ao conhecimento - fornece as
condições básicas para uma aprendizagem contínua, para uma tomada de decisão
independente e para o desenvolvimento cultural dos indivíduos e dos grupos
sociais.”. Para alcançar tais feitos, é necessário a implementação de alguns
princípios norteadores:
Os princípios que deveriam consubstanciar a missão da biblioteca pública,
51

como elemento de integração nacional no Brasil, são: 1) promover o idioma


nacional e a indústria editorial· 2) fornecer publicações oficiais para
informar aos cidadãos sobre sua participação em programas de governo
[...]; 3) fornecer livros e outros materiais para o estudante (e o autodidata);
4) apoiar campanhas de alfabetização e fornecer livros adequados aos
neo-alfabetizados; 5) ser depositária do acervo da inteligência e da história
do município ou região; 6) prestar serviços de informação técnica,
comercial e turística às firmas locais e aos cidadãos. (MIRANDA, 1978, p.
75).

Outros princípios que conversam com essas ideias e estão presentes no


Manifesto da IFLA/UNESCO sobre bibliotecas públicas:
1. Criar e fortalecer os hábitos de leitura nas crianças, desde a primeira
infância; 2. Apoiar a educação individual e a auto-formação, assim como a
educação formal a todos os níveis; 3. Assegurar a cada pessoa os meios
para evoluir de forma criativa; 4. Estimular a imaginação e criatividade das
crianças e dos jovens; 5. Promover o conhecimento sobre a herança
cultural, o apreço pelas artes e pelas realizações e inovações científicas;
6. Possibilitar o acesso a todas as formas de expressão cultural das artes
do espectáculo; 7. Fomentar o diálogo inter-cultural e a diversidade
cultural; 8. Apoiar a tradição oral; 9. Assegurar o acesso dos cidadãos a
todos os tipos de informação da comunidade local; 10. Proporcionar
serviços de informação adequados às empresas locais, associações e
grupos de interesse; 11. Facilitar o desenvolvimento da capacidade de
utilizar a informação e a informática; 12. Apoiar, participar e, se necessário,
criar programas e actividades de alfabetização para os diferentes grupos
etários. (IFLA; UNESCO, 1994, documento eletrônico).

Podemos perceber que, mesmo com as idades das falas, a maioria dos
princípios ainda é bastante atual e relevante ao nosso contexto. Questões como:
promover o idioma, informar os cidadãos, fornecer e promover livros, promover a
alfabetização e servir como promotor da cultura regional local ainda são princípios
determinantes para uma biblioteca pública exercer ativamente sua função,
principalmente a democrática. Miranda (1978, p. 75) ainda aponta sobre a
particularidade de cada situação ao implementar os princípios: “[...] tais objetivos e
metas seriam gradualmente atingidos segundo disponibilidades locais e cada
biblioteca, mesmo sendo parte de um sistema, determinaria a sua própria política.”.
Fica clara a preocupação e a noção de que realidades distintas terão necessidades
igualmente distintas.
A inclusão é um dos fatores existenciais da biblioteca pública e envolve sua
missão enquanto instituição, logo seus serviços devem orbitar em torno desse
pensamento. Sobre essa reflexão, a IFLA e a UNESCO (1994, documento
eletrônico) propõem que “[...] os serviços da biblioteca pública devem ser oferecidos
com base na igualdade de acesso para todos, sem distinção de idade, raça, sexo,
religião, nacionalidade, língua ou condição social.”. Aqui fica evidente novamente o
52

caráter inclusivo e acessível das bibliotecas públicas. Ao falar de inclusão, cabe


falar também sobre discriminação. A respeito do tópico, a IFLA e a UNESCO (1994,
documento eletrônico) propõem que “[...] as coleções e os serviços devem ser
isentos de qualquer forma de censura ideológica, política ou religiosa e de pressões
comerciais.”. A pluralidade de ideias será a base da diversidade social de uma
biblioteca.
Sobre o funcionamento da biblioteca pública há direções claras a serem
seguidas:
[...] deve ser assegurada a cooperação com parceiros relevantes, por
exemplo, grupos de utilizadores e outros profissionais a nível local,
regional, nacional e internacional. Os serviços têm de ser fisicamente
acessíveis a todos os membros da comunidade. Tal supõe a existência de
edifícios bem situados, boas condições para a leitura e o estudo, assim
como o acesso à tecnologia adequada e horários convenientes para os
utilizadores. Tal implica igualmente serviços destinados àqueles a quem é
impossível frequentar a biblioteca. Os serviços da biblioteca devem ser
adaptados às diferentes necessidades das comunidades das zonas
urbanas e rurais. [...] Têm de ser levados a cabo programas de formação
de potenciais utilizadores de forma a fazê-los beneficiar de todos os
recursos. (IFLA; UNESCO, 1994, documento eletrônico).

A acessibilidade dos serviços, as condições de uso, a adequação das


práticas da biblioteca e a implementação de recursos tecnológicos devem ser
estruturados para atender à comunidade em seus mais diferentes aspectos e
formas. Mas não só isso, atender a comunidade também se refere a amparar a
cultura local e criar uma identificação para conversar com a população. Sobre essas
necessidades pungentes das comunidades (principalmente dos municípios),
Miranda elucida:
[...] A biblioteca parece querer, muitas vezes, impor um modelo de cultura
estranho ao próprio habitat (portanto, alienadamente), em vez de hastear-
se na dinâmica mesma dos valores culturais em germinação na
comunidade. Talvez por esta razão a biblioteca ainda tem pouco peso e
importância na vida cultural de nossos municípios. (MIRANDA, 1978, p.
70).

A importância dos serviços para o usuário está no que é ofertado e como é


promovido. A biblioteca pública fala com um público diverso e amplo, mas ainda
assim que possui características próprias de sua comunidade. Logo, existe um perfil
que deve ser identificado e respeitado dentro de sua estrutura ideológica. Dessa
forma a instituição conseguirá atender suas expectativas.
O próximo capítulo versa sobre a união do marketing com a informação.
53

5 MARKETING DA INFORMAÇÃO

O marketing direcionado à informação possui algumas peculiaridades que o


diferenciam do marketing convencional. Para Amaral (1995), a informação ganha
um status de mercadoria, podendo ser comercializada por leis de oferta e procura,
que regem a forma de comercializar qualquer produto. Segundo Oliveira (1985, p.
140), o “[...] Marketing em biblioteca exige habilidade. [...] Uma atitude que integre
as iniciativas da biblioteca, como extensão, aconselhamento à leitura, auxílio em
pesquisa, relações públicas, etc., com as necessidades da comunidade.”. Amaral
(2001, p. 12) conceitua o marketing da informação:
Parte-se do princípio que marketing da informação é um processo
gerencial capaz de contribuir para garantir o futuro da biblioteca e demais
unidades de informação como atividade inovadora e criativa, que envolve
o planejamento, execução e controle da concepção, determinação de
preço, promoção e distribuição de ideias, produtos e serviços de
informação. [...] O pensamento recente sobre marketing da informação
sugere que a tarefa da biblioteca não seja apenas prover necessidades de
informação momentâneas, mas também inovar com a oferta de produtos e
serviços de informação capazes de atender os interesses da clientela no
futuro.

A maioria dos conceitos de marketing formulados por autores da área da


gestão falam sobre a relação de troca (que implica valor monetário). Quando
falamos do marketing da informação, esse cenário pode mudar um pouco:

Muitos justificaram que o marketing não podia ser aplicado a instituições


não-lucrativas devido a este conceito de "troca", aliás, básico para o
processo de marketing. O modelo básico de marketing está fundamentado
no conceito de que "o processo ocorre quando dois partidos
espontaneamente trocam algo de valor para satisfazer alguma de suas
necessidades." No modelo clássico, bens e objetos tangíveis são trocados
por dinheiro, como por exemplo, numa loja, etc. E esta definição exclui
bens e serviços que oferecem benefícios simbólicos e/ou psicológicos,
como é o caso das bibliotecas. (OLIVEIRA, 1985, p. 138).

Contudo, como já vimos no capítulo específico sobre marketing, esse


estigma já foi amplamente superado. Sobre a execução do marketing,
especificamente nas bibliotecas, Oliveira (1985) dá algumas lições importantes
(quadro 5) que podem ser aproveitadas por aqueles que almejam alcançar sucesso
na prática de marketing da informação. São experiências, formuladas como dicas,
que podem ser úteis aos bibliotecários, pois detalham dificuldades comuns que
muitos podem encontrar ao aplicar o marketing em suas bibliotecas.
54

Quadro 5 - Lições importantes sobre marketing da informação

A ausência de objetivos expressos em termos concretos e mensuráveis


e a falta de uma divisória nítida entre o que seja lucro e o que seja prejuízo
Objetivos
transformaram-se em barreiras para a utilização e adoção do marketing
em organizações não lucrativas;

Os profissionais de marketing para as organizações não lucrativas são


mais eficazes quando estes são gerados internamente. É mais fácil para
os profissionais do governo, da saúde, educação, bibliotecas, etc.,
Profissionais
aprenderem o que precisam para a implantação de um programa de
marketing, que os profissionais do marketing superarem as barreiras
proporcionadas por um novo e estranho ambiente;

Fonte: adaptado de Oliveira (1985, p. 145).

Retomando a promoção, assunto já previamente discutido em capítulos


anteriores, Amaral (2008) vai reforçar alguns traços que acabam revelando como o
marketing é usado nas unidades de informação:
Marketing pressupõe a compreensão das necessidades, percepções,
preferências e interesse pela satisfação e pelos padrões de
comportamento da audiência-alvo, além da adequação das mensagens,
da mídia, dos custos e das facilidades, a fim de maximizar suas atividades
na área em que é aplicado. O fato é que na transposição conceitual do
marketing para as unidades de informação, ou para os setores de gestão
da informação e do conhecimento nas organizações, nem sempre essa
concepção é enfocada de modo abrangente em todo o seu escopo. De
modo geral, a assimilação dos conceitos mercadológicos fica muitas vezes
limitada aos aspectos promocionais. (AMARAL, 2008, p. 34).

Pode-se perceber por esse excerto que transpor o marketing para uma
unidade de informação pode ser uma tarefa que requer um conhecimento de muitas
variáveis. Sobre a aplicação especificamente no Brasil do marketing da informação:
[...] marketing da informação no Brasil possa estar ligado à descrença dos
profissionais no potencial das técnicas mercadológicas; ao desconforto
relacionado com a prática do marketing, rotulada de antiética por alguns
estudiosos; à falta do foco das unidades de informação nas prioridades dos
seus usuários; à exagerada e errônea consideração de que a informação
é importante por si só e não precisa ser divulgada; ao conhecimento
insatisfatório das técnicas mercadológicas pelos profissionais atuantes no
setor; às deficiências curriculares da formação dos profissionais da área
de informação; à escassez de literatura sobre aplicação de técnicas de
marketing da informação; [...]. (AMARAL, 2008, p. 33).

Fica claro, pela fala da autora, que existe ainda muito a melhorar na aplicação
do marketing da informação como um todo, sugerindo-se, até mesmo, uma
negligência por parte dos profissionais da informação. Silveira e Battistotti (1996, p.
56) apontam que: “A recomendação para inclusão de marketing nos currículos
55

plenos dos Cursos de Biblioteconomia, no Brasil, por parte da Associação Brasileira


do Ensino de Biblioteconomia e Documentação - ABEBD, data de 1982.”. A iniciativa
global aconteceu, segundo Silveira e Battistotti (1996, p. 56) quando “Savard
desenvolveu, sob os auspícios da UNESCO - Organização das Nações Unidas para
a Educação, Ciência e Cultura, um documento contendo diretrizes para o ensino de
marketing na formação dos bibliotecários, documentalistas e arquivistas.”.
Devemos entender os benefícios que o marketing pode trazer para a
biblioteca, para que haja uma motivação em sua busca de aplicação. São eles:
• aprimoramento e intensificação do relacionamento com o usuário; •
valorização do interesse pela satisfação dos usuários; • ajustamento de
produtos e serviços às necessidades informacionais dos usuários; • melhor
direcionamento dos recursos financeiros destinados às unidades de
informação, em função do ajustamento às necessidades informacionais
dos usuários; • maior estímulo à utilização dos serviços e à procura pelos
produtos oferecidos pelas unidades de informação; • atração de um maior
número de usuários; • maior divulgação das unidades de informação e dos
recursos informacionais de que elas dispõem; • melhor imagem das
unidades de informação e dos bibliotecários; • maior apoio financeiro às
atividades das unidades de informação pelos mantenedores. (AMARAL,
2011, documento eletrônico).

O marketing, segundo Amaral (2011) exige o entendimento das


necessidades, sentidos, gostos e interesse pela satisfação e pelos padrões de
comportamento dos usuários, além da adaptação das mensagens, dos veículos,
dos custos, a fim de maximizar suas atividades. As instituições precisam reconhecer
os princípios (quadro 6) filosóficos do marketing da informação e trazê-lo para a
visão da gestão, ou seja, necessita-se uma visão global de todo o processo para o
marketing da informação ser bem executado.

Quadro 6 - Princípios do marketing informação


Comprometimento com a filosofia de marketing adotada pelos gestores da
Filosofia
alta direção da organização;

Suporte Suporte administrativo da alta direção;

Foco Desenvolvimento das atividades com foco no cliente;

Preocupação com o atendimento, receptividade às críticas, reclamações e


Atendimento
sugestões;

Divulgação Divulgação dos benefícios advindos da adoção das técnicas de marketing;

Relacionamento Destaque para o relacionamento entre a organização e seus públicos.


Fonte: adaptado de Amaral (2011).
56

Ao falarmos sobre a resolução de problemas que advém do marketing da


informação, Oliveira (2002, p. 106) sugere que os profissionais da informação “[...]
vejam a internet como uma ferramenta de marketing para resolver os problemas
dos clientes; conhecer suas necessidades; expor produtos e serviços para esses
clientes; e manter um relacionamento estreito com eles.”. Continuando o raciocínio:
A disponibilização e divulgação dos produtos e serviços aos usuários por
meio da internet é cada vez mais necessária como uma maneira de
promover a biblioteca. E, se o marketing, via internet, for utilizado de forma
eficiente pelas bibliotecas, essas estarão melhores preparadas para
enfrentar o futuro e oferecer serviços de alta qualidade, e assim atingir
seus objetivos. (OLIVEIRA, 2002, p. 106).

Entre os serviços que podem encontrar seu lugar na internet, estão, segundo
Amaral (2002, p. 110) aqueles como: “[...] correio eletrônico, transferência de
arquivos, disseminação e recuperação da informação.”. Calil Junior e Almendra
(2016), em um estudo sobre fanpages aplicado em bibliotecas estaduais, elencaram
(quadro 7) quais produtos e serviços informacionais são promovidos no marketing
digital das instituições pesquisadas. Essa tipologia será utilizada na categorização
das postagens.

Quadro 7 - Tipos de conteúdo postado


CATEGORIA DESCRIÇÃO

Eventos da Compreendem a promoção das atividades organizadas pela biblioteca e


Biblioteca que ocorrem dentro do seu espaço; visitas de autoridades e/ou de escolas.

Simples divulgação de atividades que acontecem fora da instituição, mas a


Eventos Externos
biblioteca interpreta como sendo importante divulgar.

Pesquisa sobre satisfação do atendimento; exibição de filmes; serviços


Serviços da
oferecidos para pessoas com necessidades especiais; divulgação do
Biblioteca
acervo; divulgação de aquisições de novos livros.

Outras Mídias Promoção de outras mídias sociais.

Mensagens de usuários postadas na linha do tempo da biblioteca;


mensagens que a própria biblioteca pública (como, por exemplo, ajuda
Interação com os
para obter maior número de curtidas, publicação dos títulos mais pedidos,
Usuários
informação de aniversário da biblioteca e comemoração pelas visitas dos
usuários à instituição).

Promoção da
Mensagens que incentivam a promoção da leitura; indicação de livros.
Leitura

Postagens sobre horário de funcionamento; cancelamento de atividades e


Avisos vagas de estágio e/ou trabalho na própria instituição, mensagens sobre
serviços de empréstimo, renovação online e de alerta.

Datas Mensagens sobre festividades: dia do bibliotecário, “dia do índio”, “dia da


57

Comemorativas geografia”, aniversário de funcionário que compõe a equipe da biblioteca


(nessa categoria, não há a intenção de fazer qualquer evento que chame
os usuários a participarem de atividades).

Fotos e vídeos Publicação de fotos e vídeos no ambiente da Biblioteca.

Postagens que não se enquadram em nenhuma das outras categorias


Outros
acima.
Fonte: adaptado de Calil Junior e Almendra (2016).

O marketing em bibliotecas estabelece uma relação ativa com as promoções


de seus serviços e produtos. Sobre como obter sucesso nessa temática:
[...] o marketing não é uma batalha de produtos ou serviços, mas de
percepções e dados. As pessoas não compram o melhor produto, mas
quem acredita que é o melhor, pois é a emoção do produto que realmente
vende, não o próprio produto. Somente as bibliotecas que são capazes de
se reinventar trabalhando com seus usuários terão sucesso. (GONZÁLEZ-
FERNÁNDEZ-VILLAVICENCIO, 2015, p. 12, tradução nossa).

Ao cotejar esse pensamento, percebemos a necessidade de proporcionar um


encantamento por meio do marketing. O mesmo serviço pode ser oferecido por
várias bibliotecas, mas as que irão se destacar e cativar o usuário são aquelas que
possuem o fator novidade aliado às suas práticas.
Mas nem tudo é tão simples sobre essas questões. Oliveira (1985, p. 139)
explica que “[...] alguns problemas podem ocorrer pelo fato de a biblioteca ser uma
organização que oferece serviços que são produtos intangíveis, diferentemente das
indústrias cujo objetivo é produzir diferentes tipos de produtos tangíveis e vendê-los
por algum lucro.”.
O marketing de serviços, segundo Oliveira (1985) oferece um risco maior que
o marketing de produtos, pois os serviços não podem ser armazenados. Outra
dificuldade é que um cliente insatisfeito não pode devolver o produto. As bibliotecas
têm dificuldade de manter apoio financeiro das instituições superiores, aumentar
resposta às necessidades dos usuários e converter usuários potenciais em reais.
Logo, a intangibilidade dos serviços é um fator preponderante que pode dificultar
sua possibilidade de uma melhor promoção.
O marketing da informação, como percebemos pela visão dos autores, está
atrelado à sua condição intangível. Justamente por isso, esse tipo de marketing
precisa da inovação e da criatividade para que sua promoção seja efetiva. A
atividade de promover a informação, como forma de serviços, requer atitude e
58

habilidades que devem ser adquiridas pelos profissionais que pretendem exercer
tal função.
Com base no referencial teórico construído, vamos analisar os dados e os
resultados da pesquisa no próximo capítulo.
59

6 RESULTADOS

Neste capítulo são evidenciados e discutidos os resultados da pesquisa


empírica, analisados à luz do referencial teórico. Os dados são provenientes das
respostas das 20 BPM que responderam o questionário e da observação de suas
respectivas fanpages.

6.1 Resultados acerca da prática do marketing digital

A primeira pergunta do questionário foi direcionada para identificar quem é o


responsável pelo marketing digital da biblioteca. Podemos notar (gráfico 1) que 60%
da responsabilidade do marketing da biblioteca é do bibliotecário. De acordo com
Oliveira (1985) é positivo que as questões de responsabilidade do marketing sejam
feitas internamente pela biblioteca. A reflexão do autor reconhece a biblioteca como
uma instituição com características únicas: um colaborador externo (15%), mesmo
que profissional em marketing, pode enfrentar obstáculos para compreender as
particularidades da biblioteca, em função, inclusive, de não ter contato direto com o
público alvo.

Gráfico 1 - Responsabilidade pelo marketing digital da biblioteca

Fonte: dados da pesquisa (2020).


60

Também foi dada como opção de resposta “outra alternativa” (15%). Os


respondentes dessa pergunta, de forma geral, sinalizaram uma responsabilidade
compartilhada entre os membros da biblioteca, sem necessariamente existir um
responsável. Essa ideia vai ao encontro do que diz Oliveira (2007, p. 22):
[...] marketing pode ser conceituado como um conjunto de atividades
organizadas de forma sistemática em uma empresa com ou sem fins
lucrativos por todos que a constituem, isto é, todos na organização, não
sendo restrito aos envolvidos nesta área departamental [...].

O marketing enquanto planejamento deveria incluir toda a equipe da


biblioteca, em uma corresponsabilidade. Amaral (2011) entende que é importante
um comprometimento ao adotar o marketing. Esse envolvimento pode ser
manifestado pelas responsabilidades atribuídas.
A segunda pergunta do questionário (gráfico 2) buscava entender se em
algum momento a pessoa responsável pelo marketing participou de algum curso
com ênfase nesta área do conhecimento. Tivemos uma resposta dicotômica, pois
metade (50%) respondeu que “sim” e a outra metade disse “não saber”. Vale
registrar, de acordo com Silveira e Battistotti (1996, p. 56), existe “A recomendação
para inclusão de marketing nos currículos plenos dos Cursos de Biblioteconomia,
no Brasil, por parte da Associação Brasileira do Ensino de Biblioteconomia e
Documentação - ABEBD, data de 1982.”. Isso embasa a possibilidade de algum
contato com esse conhecimento, mas devemos ponderar que o marketing evoluiu.
De acordo com Kotler, Kartajaya e Setiawan (2010) houve mudanças de
paradigmas significantes com os adventos do marketing digital. Assim, podemos
entender que será sempre necessário manter uma educação continuada e investir
em capacitações para a manutenção das novidades e inovações em marketing.
61

Gráfico 2 - Participação em cursos com ênfase em marketing

Fonte: dados da pesquisa (2020).

A terceira pergunta do questionário (gráfico 3) busca saber quem é o criador


do conteúdo que alimenta a fanpage da biblioteca. Aqui novamente nossos dados
mostram que em 50% das bibliotecas é o bibliotecário que lidera essa função ou em
20% ele participa como colaborador. Para González-Fernández-Villavicencio
(2013), o marketing digital deve envolver a participação de todos os colaboradores,
não sendo desvinculado dos processos da biblioteca. Segundo os dados desta
pesquisa, somente 30% é feito pela equipe da biblioteca. Podemos perceber que
nesse novo panorama de mídias sociais, criar o conteúdo é uma nova função que
o bibliotecário adicionou a sua rotina. Como ponto positivo, Kotler, Kartajaya e
Setiawan (2017, p. 174) apontam que criar o conteúdo “[...] muda o papel dos
profissionais de marketing, de promotores da marca para contadores de histórias.”.
Pelos indicadores de quem produz o conteúdo, podemos dizer que os bibliotecários
estão fortemente envolvidos na criação da imagem institucional da biblioteca,
moldando sua percepção pública e o relacionamento com os usuários.
62

Gráfico 3 - Por quem é criado o conteúdo promocional?

Fonte: dados da pesquisa (2020).

A quarta pergunta do questionário (gráfico 4) investigou se há um controle


dos resultados a partir da promoção dos serviços na fanpage.

Gráfico 4 - Controle dos resultados

Fonte: dados da pesquisa (2020).


63

Descobrimos que apenas 35% das bibliotecas pesquisadas controlam seus


resultados. Outras 25% disseram não controlar e 40% apontam que controlam
somente parcialmente. O marketing, à luz de Teixeira e Estabel (2014), pressupõe
um controle para que possa ser continuamente planejado e aprimorado. Controlar
os resultados contribui para que se possa visualizar os pontos fortes e fracos,
ponderando o que deve ser melhorado no decorrer de sua execução e
posteriormente a ela.
Entendendo que pudéssemos ter uma variedade de respostas sobre o
controle parcial (40%), pedimos para os respondentes explicarem como é feito esse
controle somente parcial. Obtivemos as seguintes repostas: “Controle de curtidas,
compartilhamentos e convite para as pessoas que curtiram uma publicação ou
compartilhamento para que curtam a página da Biblioteca.” (Biblioteca 02)13.
“Costumo observar as estatísticas de engajamento geradas pelo Facebook, mas me
direciono mais para as estatísticas presenciais da biblioteca, visto que a equipe é
pequena e não há tempo para fazer tudo.” (Biblioteca 11). “São mapeados alcance
e envolvimento com as publicações. Com a utilização do Messenger, é possível que
o usuário agende visitas ou obras do acervo. No entanto, estes processos não são
incluídos nos relatórios mensais da biblioteca.” (Biblioteca 08). “No momento
estamos controlando pois começamos no dia 20/07/2020 o empréstimo agendado,
divulgando na fanpage livros novos e o acesso ao site.” (Biblioteca 12). “A
bibliotecária acompanha as estatísticas fornecidas pela ferramenta, mas nada
documentado ou planejado, metrificado com os objetivos específicos.” (Biblioteca
18). “Como iniciamos a página recentemente houve pouco retorno e no município
ainda não há divulgação maciça dos serviços da biblioteca e o resultado que
obtivemos é mínimo, não sendo necessário controle.” (Biblioteca 13). “Verificamos
visualizações, quantas pessoas foram atingidas, etc.” (Biblioteca 14). “Infelizmente
não temos verba para promover as publicações, contamos com o velho
compartilhamento de todos os funcionários e familiares dos funcionários para a
promoção das publicações.” (Biblioteca 06). Nesta última fala podemos notar um
outro lado das mídias sociais: a promoção paga, que tem a intenção de ampliar a
projeção de uma publicação. Questões como a exemplificada devem ser refletidas

13
Os nomes das bibliotecas foram suprimidos para manter o sigilo ético dos respondentes.
64

e ponderadas diante da ideia de que existe uma tendenciosidade advinda de uma


tática mercadológica.
Diante das respostas, podemos inferir que essas bibliotecas fazem um
controle, todavia ele não é documentado com objetivos de melhoria, na maioria dos
casos. Também houve a preponderância da gestão em publicações ou ações
específicas (ex.: agendamento). A falta de equipe para executar o processo de
controle também foi um dos motivadores apontados para não haver uma moderação
maior desse tipo de prática nas instituições.
Ao analisar a quinta pergunta do questionário (figura 8), buscamos saber
como é a relação com os usuários por meio da mídia social fanpage.

Figura 8 - Relação da biblioteca com os usuários por meio da fanpage

Fonte: dados da pesquisa (2020).

Usaremos nuvens de palavras para decodificar a ocorrência de termos


repetidos nas respostas (as palavras de maior destaque ficam em tamanho maior).
A nuvem apontou os seguintes termos de maior reincidência: dúvidas,
comunicação, usuários e serviços.
A respeito das dúvidas, muitas bibliotecas contaram que os usuários utilizam
a fanpage para tirar dúvidas, criando assim um canal de comunicação mais próximo
com a biblioteca. Segundo elas: “A fanpage é um dos canais onde os usuários
65

podem tirar suas dúvidas e saber sobre os serviços, o que gera aproximação dos
clientes com a biblioteca.” (Biblioteca 04). “A comunicação também ficou facilitada,
uma vez que a mídia social também proporciona um espaço de contato direto com
a Biblioteca, tanto para diminuir dúvidas como para troca de informações.”
(Biblioteca 05). “Esta é uma forma de os usuários se sentirem à vontade para entrar
em contato para sanar dúvidas, ou solicitar informações, realizar renovações. Ao se
cadastrar na biblioteca, o usuário é informado de que existe um canal de
comunicação a sua disposição através do Facebook.” (Biblioteca 07). “Relação
amistosa, direta e pontual. As pessoas costumam entrar em contato para tirar
dúvidas.” (Biblioteca 11). Podemos perceber pelas falas que os usuários utilizam a
plataforma para conseguir estabelecer um relacionamento mais próximo com a
biblioteca. As falas vão ao encontro da argumentação de Amaral (2008, p. 34), que
entende a promoção como uma forma de “[...] manter os usuários reais,
constantemente, bem informados sobre a atuação da organização, seus produtos e
serviços.”. Essas falas também se relacionam com os pensamentos de Oliveira
(2002, p. 106) quando ela comenta: “[...] vejam a internet como uma ferramenta de
marketing para resolver os problemas dos clientes; conhecer suas necessidades;
expor produtos e serviços para esses clientes; e manter um relacionamento estreito
com eles.”. Veremos mais desse comportamento que configura também um
marketing de relacionamento no subcapítulo seguinte, que abordará a análise
documental da fanpage e trará outros dados a respeito da comunicação. Podemos
relacionar esse fenômeno de aproximação com as indicações de Amaral (2011), a
autora aponta que o marketing é um aprimoramento e intensificação do
relacionamento com o usuário. Podemos sentir isso nessa informalidade que os
usuários estabelecem com a biblioteca.
O termo comunicação, que também aparece em destaque na nuvem,
apareceu nas respostas em complemento das falas já citadas acima. Amaral (2008,
p. 35) define comunicação como “[...] o processo transacional entre duas ou mais
partes, em que o significado é trocado dentro do uso intencional dos símbolos.”.
Para a autora, o importante é a interação, ela nos elucida que: “[...] a questão crucial
desse complexo processo é a compreensão de como o significado é estabelecido e
transferido entre as partes envolvidas nesse processo.”. As fanpages das
bibliotecas estabelecem esse diálogo característico da comunicação, não sendo
apenas uma "vitrine", mas indo além.
66

O termo usuários ocorreu nas seguintes falas:


[...] a relação de interação pelo Facebook se dá mais com usuários da
plataforma (Facebook) do que propriamente com os usuários que se valem
do serviço físico da Biblioteca, muitas pessoas que curtem, comentam e
compartilham as publicações não são usuárias da Biblioteca, muitas delas
são moradores do município. (Biblioteca 02).14

Isso pode ser percebido também em outro depoimento:


A maioria dos nossos seguidores nas redes sociais não são os usuários
da biblioteca. Percebo que os seguidores se caracterizam como escritores,
ilustradores, músicos, enfim, pessoas ligadas ao meio artístico e cultural,
porém essas pessoas não costumam frequentar o espaço físico da
biblioteca. Vejo pontos positivos e negativos. Positivo: conseguimos
expandir nosso público. Negativo: Dificuldade em nos comunicarmos com
os usuários (frequentadores) da biblioteca. (Biblioteca 10).

Aqui percebemos um ponto interessante: a biblioteca apontou que os


usuários presenciais não são os mesmos do atendimento via fanpage. De acordo
com Amaral (2008, p. 35) “[...] a promoção faz uso da comunicação para atrair novos
consumidores, vender ideias, fortalecer marcas.”. Podemos entender que ao manter
um canal de comunicação estabelecido, as bibliotecas podem tirar proveito e atrair
seus usuários virtuais para o serviço físico.
Como a própria respondente disse, isso pode ser visto pelo lado positivo no
sentido que é uma expansão do público que por algum motivo não está
presencialmente na biblioteca. Amaral (2011) concorda com esse aspecto ao dizer
que o marketing condiciona o ajustamento de produtos e serviços às necessidades
informacionais dos usuários. Ou seja, talvez a necessidade dos usuários daquela
biblioteca seja um serviço remoto. Podemos também pensar se existe a
necessidade de um usuário virtual vir a ser físico nesses novos paradigmas que
incluem cada vez mais a presença do virtual em nossas vidas.
Outro ponto abordado, contudo, em menor escala, mas ainda assim
relevante é aquele que fala da dificuldade em atingir determinado público: “Com os
usuários jovens é ótima, com os idosos é difícil.” (Biblioteca 12). González-
Fernández-Villavicencio (2013) defende que o plano de marketing deve integrar o
presencial e o virtual, essa seria uma possível solução para essa questão etária na
hora de atingir o público. Respeitar o local de cada um, expondo alternativas que se
conectem. Treadaway e Smith (2012) ditam como regras ao criar uma campanha

14 As citações longas dos respondentes estão grifadas em itálico para estabelecer uma distinção clara entre as
citações longas do referencial teórico.
67

de marketing no Facebook as seguintes ações: divirta seus seguidores, interaja com


os usuários, mantenha sua presença na mídia social, informe as pessoas e alcance
novos usuários. Promoções interativas e divertidas podem ser um importante passo
para conquistar os usuários jovens.
A sexta pergunta (figura 9) propunha identificar como a biblioteca avalia o
uso das mídias sociais e se as considera importantes. As palavras de destaque na
nuvem foram: pandemia, ferramentas, sociais, mídias, importante, serviços e
divulgação. A palavra “importante” aparece com bastante destaque pois é um
consenso nas respostas. Algo que pode ser notado nas seguintes respostas: “Com
certeza é muito importante. A biblioteca possui um recurso maravilhoso que, bem
utilizado, faz com que a Biblioteca cresça em todos os aspectos.” (Biblioteca 01).
“Sim é bastante importante se fazer presente para a comunidade, precisam ver que
a biblioteca realiza atividades, não está parada.” (Biblioteca 11).

Figura 9 - Avaliação do uso das mídias sociais pelas bibliotecas

Fonte: dados da pesquisa (2020).

Além dessas questões que envolvem crescimento e visibilidade da biblioteca,


chamou a atenção a relação da palavra “importante” com “pandemia”. Referindo-se
a pandemia de COVID-19, as bibliotecas fizeram os seguintes apontamentos: “Com
a pandemia do novo Coronavírus as redes sociais se tornaram praticamente a única
ligação da Biblioteca com seus usuários, tanto para os avisos sobre procedimento
68

de atendimento como também de divulgação de conteúdo.” (Biblioteca 05).


“Acredito que as mídias sociais são pouco usadas pelas bibliotecas, considero
importante o uso de todos os meios que estiverem ao nosso alcance para realizar
o marketing da instituição. Na pandemia, as mídias são ainda mais importantes.”
(Biblioteca 04). “Importantíssima, principalmente neste momento de pandemia. As
mídias sociais são ferramentas que possuem baixo custo (ou zero) e
instantaneidade.” (Biblioteca 09). Muitas das colocações dessa pergunta giraram
em torno da pandemia e como a ferramenta é positiva para o momento que estamos
vivendo15. A partir dessas falas fica claro que a mídia social foi uma saída para as
bibliotecas manterem um contato mínimo com os usuários nessa nova realidade
imposta pelo agravamento do Coronavírus. É interessante ponderar que uma
ferramenta já existente, diante de um momento problemático, ganha a força e
importância de algo inédito, apenas com nuances no comportamento humano.
Muitas bibliotecas apontaram também para o uso da ferramenta para a
divulgação de serviços: “Acho importante, sim. Principalmente para divulgar a
biblioteca e os serviços oferecidos.” (Biblioteca 16). “[...] É bem importante para
divulgação dos serviços.” (Biblioteca 17). Outras apontam que é uma forma de estar
inserido na sociedade e conversar com um público jovem:
Levando em conta que praticamente todos os serviços da sociedade
atualmente estão nos meios digitais e que o número de potenciais usuários
pode ser aumentado com uma boa atuação nas redes, é fundamental que
as bibliotecas utilizem estas mídias. O conteúdo atrativo e o uso criativo da
linguagem também podem ser determinantes para atrair o público jovem
às bibliotecas. (Biblioteca 08).

Por outro lado, alguns contrapontos interessantes foram elencados:


Vejo muita potência. Existem bibliotecas que exploram muito. Porém,
percebo pela minha experiência que toma muito tempo. Mesmo sendo
letrada digitalmente e tendo domínio da maioria das ferramentas, me toma
muito tempo. Diria que trabalho 20h na biblioteca, mas para criação de
conteúdo e gerenciamento de redes, precisa quase mais 20h. Isso as
pessoas não têm muita ideia. A gestão nem cogita levar em conta esse
tipo de atividade como uma tarefa que demande tempo e dedicação.
Então, uma bibliotecária que já tem outras demandas eu vejo que acaba
não conseguindo gerenciar com mais cuidado e afinco redes [...].
(Biblioteca 18).

15Muitas bibliotecas precisaram ficar fechadas para o controle da COVID-19 durante o primeiro semestre de
2020. Essa foi uma decisão que coube a cada município. Como exemplo da normativa, o Decreto nº 20.505, de
17 de março de 2020 (PORTO ALEGRE, 2020, documento eletrônico): “Art. 6º Ficam suspensas as atividades
nos estabelecimentos Teatros, Museus, Centros Culturais, Bibliotecas e Cinemas.”
69

Não só aqui, mas em outros momentos do questionário fica evidente que


cuidar das mídias sociais e produzir conteúdo de qualidade leva bastante tempo e
adiciona mais uma função à atribulada rotina do bibliotecário. Não devemos encarar
esses relatos como reclamações aleatórias, mas sim como um efeito colateral de
uma sociedade cada vez mais atribulada.
As novas funções do bibliotecário surgem por conta da inovação que a
internet representa numa rotina originalmente não digital. O trabalho que é feito
online, muitas vezes, pode ser menos aparente do que o presencial. Cabe uma
percepção dos gestores de que esses profissionais acumulam funções.
A sétima pergunta (figura 10) quer descobrir se a fanpage, por meio do
marketing digital, trouxe novos usuários para a biblioteca e quantos foram.

Figura 10 - Novos usuários

Fonte: dados da pesquisa (2020).

Pelas palavras em destaque na nuvem podemos perceber o “sim” com


grande destaque. O termo “novos” também aparece em evidência. Contudo, quando
olhamos para as respostas, fica evidente um tópico já abordado acima: o controle.
Muitas bibliotecas não têm o registro dos usuários novos que chegaram por meio
das mídias sociais, contudo, elas acreditam que eles existem. Isso fica evidente nas
seguintes falas: “Sim, com certeza muitos usuários. Não temos este dado.”
(Biblioteca 01). “[...] Infelizmente não temos esse controle.” (Biblioteca 02).
70

“Acreditamos que sim, mas não temos como contabilizar.” (Biblioteca 05). “Trouxe
novos usuários e também muitas doações. Infelizmente não tenho esse dado exato
para fornecer.” (Biblioteca 07). “Olha, não sei informar ao certo, o que notamos é
que todos os dias temos cadastros novos e no momento já passamos dos sete mil
usuários cadastrados, se não houvesse a pandemia, acredito que já estaríamos
passando dos oito mil.” (Biblioteca 14). “Sim, não chegamos a contabilizar isso, mas
é possível saber que alguns usuários fazem esse caminho porque chegam a
perguntar pelo Facebook e Instagram da biblioteca sobre o que é necessário para
fazer cadastro.” (Biblioteca 15). A palavra relação também aparece em destaque,
empregada no sentido de não conseguirem relacionar quantos novos usuários
surgiram com a mídia social.
O assunto também apareceu como uma nova perspectiva a ser seguida pelo
seguinte respondente:
Engraçado, nunca pensamos em fazer uma pesquisa sobre o assunto,
somos bastante visitados, e com a divulgação de nossos projetos e
eventos nas redes, conseguimos muito alcance e também lotamos muitos
eventos, mas em usuários, não associados, sempre tivemos muitos,
aumentou bastante, mas não sei dizer se há uma relação direta com as
mídias sociais. (Biblioteca 06).

Outro ponto de vista que chamou a atenção foi esse:


[...] sigo atingindo públicos em potencial, porém os algoritmos restringem
alcance. Eu não pago publicidade, mas já cogitei tirar do meu bolso para
pagar e atingir mais público. Não fiz nenhuma pesquisa sobre como novos
leitores ficaram sabendo da biblioteca, pedi informalmente aos atendentes
que perguntassem, para poder avaliar melhor isso, mas, como disse, os
atendentes não conversam com os leitores sobre isso [...]. (Biblioteca 18).

Essa questão apontada pela Biblioteca 18 aparece de forma mais sutil em


outras respostas e mostra o empenho dos bibliotecários em buscar mais divulgação
para suas respectivas bibliotecas. Contudo, pelas próprias falas, parece haver certa
indisponibilidade financeira por parte dos municípios. Algo que Oliveira (1985, p.
139) entende que pode causar um problema na questão do marketing, as bibliotecas
ainda enfrentam, como no caso das municipais, mais um agravante: a falta de
investimento.
Poucos responderam quanto aos números de usuários novos, apenas dois:
“Sim. 40%” (Biblioteca 03); e “Uns 12 mais ou menos.” (Biblioteca 13). Esse número
corrobora com a falta de controle evidenciada na questão acima.
71

A oitava pergunta (figura 11) quer entender, por meio da visão da biblioteca,
qual/quais o(s) ponto(s) positivo(s) na utilização dessa mídia social. Vemos com
grande destaque os termos: usuários, serviços, divulgação, público e comunicação.

Figura 11 - Pontos positivos

Fonte: dados da pesquisa (2020).

A palavra divulgação está como destaque positivo para as bibliotecas no


seguinte sentido:
A fanpage pode ser entendida como uma extensão da biblioteca,
funcionando ainda como uma espécie de cartão de visita. Consultando as
fotos, por exemplo, é possível ter uma primeira impressão do ambiente, do
acervo, do tratamento dado ao público. A mídia facilita a divulgação dos
serviços e dos produtos. Torna-se mais fácil atrair público para eventos,
informar, contatar outras bibliotecas, agendar visitas, difundir conteúdo
próprio, mapear ações. (Biblioteca 08).

Divulgação da biblioteca, apresentando todos os serviços oferecidos.


Promoção de atividades semanais como o Leia Mulheres e o troca troca
de livros, oficinas de quadrinhos, escrita criativa. Promoção de ações e
projetos. (Biblioteca 14).

Outros fatores que apareceram muito nas repostas foram a promoção, o


acesso, os serviços e a interação com os usuários. Podemos vê-los nos seguintes
trechos: “Promover vínculo com usuário, mostrar serviços prestados pela entidade.
Hora do conto, dica de leitura.” (Biblioteca 01). “Vários, mas o principal é manter a
Biblioteca inserida no mundo digital.” (Biblioteca 03). “Os pontos positivos são a
72

visibilidade e a divulgação do acervo. Se alguém deseja saber sobre a biblioteca,


consegue encontrar a informação. Os livros que são divulgados no Facebook
acabam tendo um número maior de empréstimos em comparação aos demais livros
[...]” (Biblioteca 04). “Os usuários estão cada vez mais conectados à internet e isso
flexibiliza e agiliza a comunicação entre eles e a Biblioteca.” (Biblioteca 10).
“Divulgação. Serviço de referência online. Promoção. Relacionamento.” (Biblioteca
17). “Divulgação dos projetos da Biblioteca como o ‘Cafezinho Literário’, ‘Roda de
Leitura’, auxílio para a renovação de livros.” (Biblioteca 19). A facilidade de acesso
também foi citada:
Conectividade com o público usuário; captação de novos usuários através
de publicações e compartilhamentos; divulgação dos serviços da
Biblioteca; registro de atividades da Biblioteca; demonstra que a Biblioteca
acompanha tendências de modernização; acesso e recuperação fácil
quando da busca pela Biblioteca nas redes. (Biblioteca 02).

Podemos entender pelos pontos positivos citados que a possibilidade de


divulgação dos serviços e produtos é vista como síntese dos pontos positivos.
Todos esses apresentam algo em comum: o pleno foco no usuário. Esse, para
Amaral (2011) é um princípio do marketing da informação: o foco nos usuários.
Dessa forma, conseguimos ver que a biblioteca efetiva sua existência também no
meio virtual.
A nona pergunta (figura 12) procurou solucionar quais os pontos negativos
que surgem ao utilizar a fanpage como instrumento de marketing digital das
bibliotecas. As palavras “não” e “momento” aparecem com bastante destaque no
sentido de que algumas bibliotecas não veem nenhum ponto negativo: “Nenhum até
o presente momento.” (Biblioteca 02). “Não vejo nenhum ponto negativo.”
(Biblioteca 14). “Não vejo nenhum negativo.” (Biblioteca 20). Outras, contudo, são
mais críticas ao falarem da utilização da plataforma. Na nuvem apareceu “críticas”
e “negativo”, podemos entender seus pontos nas seguintes falas: “É preciso estar
preparado para atender demandas negativas, mas com empatia, pois a democracia
traz a responsabilidade e ética de saber ouvir opiniões contrárias, que podem
acrescentar críticas necessárias.” (Biblioteca 03). “Certas críticas negativas que
possam afetar o trabalho desenvolvido pela Biblioteca.” (Biblioteca 19).
73

Figura 12 - Pontos negativos

Fonte: dados da pesquisa (2020).

Com certeza, quando a biblioteca abre um canal de diálogo, ela está sujeita
a críticas. Amaral (2008) entende que as bibliotecas precisam adquirir habilidades
de comunicação e promoção para lidar com esses usuários exigentes e bem-
informados que surgem com o mundo globalizado. Soares e Monteiro (2015)
entendem que cada vez mais é necessário ter uma relação personalizada com os
usuários, já que com as mídias sociais fica mais fácil receber comentários positivos
e negativos.
Outras, são mais diversas: “Acredito que tudo acabe ficando muito disponível
nas mídias, e algumas, muitas pessoas, optem por acompanhar apenas
digitalmente nosso trabalho [...]” (Biblioteca 06). “Dependência de equipamentos e,
principalmente, de acesso à internet para publicar os conteúdos. Ter uma base de
conhecimento de utilização da ferramenta.” (Biblioteca 05). “Nem sempre
conseguimos acompanhar o volume de informação que chega.” (Biblioteca 10).
Outro ponto abordado foi a necessidade de estar sempre presente, como uma
obrigação:
Respostas assíncronas, que não coincidem com o momento que o usuário
está fazendo algum questionamento podem gerar uma desmotivação na
interação. No momento que se cria uma página é necessário estar sempre
atualizando, e nem sempre temos tempo e recursos humanos,
desmotivando, também, as visitações na página. (Biblioteca 11).
74

Risco de falhas de comunicação e má interpretação. As críticas ficam


públicas e, assim como podem influenciar positivamente, também podem
influenciar negativamente. Necessidade de respostas rápidas, inclusive
nos finais de semana e fora do horário de expediente. (Biblioteca 15).

Não sei se há pontos negativos, existem aspectos limitantes que impedem


de explorar melhor as potencialidades da ferramenta. Mas acho que não
vejo pontos negativos. Nesse aspecto negativo é a demanda energética
da pessoa. No meu caso eu nem tenho Facebook pessoal pois já não
quero estar nas mídias, elas acabam sugando muito o mental da pessoa.
Mas preciso divulgar a biblioteca. Talvez isso seja negativo, a
obrigatoriedade de estar ali. Se a biblioteca "não é vista" não é lembrada,
é como se não existisse. (Biblioteca 18).

Podemos notar a preocupação das bibliotecas com as críticas novamente


aqui, além dos ruídos de comunicação que podem surgir. Amaral (2011) destaca
como um princípio do marketing da informação a preocupação com o atendimento,
receptividade às críticas, reclamações e sugestões. A necessidade de respostas
imediatas também apareceu consideravelmente como um fator negativo. Podemos
ponderar que isso possa ser resolvido com o esclarecimento dos horários (síncrono
ou assíncrono) em que o serviço de referência da biblioteca é feito.
A décima questão do questionário (figura 13) perguntou se as bibliotecas
consideram a fanpage uma boa estratégia de marketing. Como podemos ver pelos
termos “sim” e “estratégia”, que estão com bastante destaque na nuvem, todas
responderam que sim. Contudo, existe uma variedade de motivos. Como nessa
questão não houve divergências de opinião, vamos elencar os motivos: “Sim, por
ser econômica e atingir diversas faixas etárias.” (Biblioteca 01). “Com certeza a
fanpage é uma excelente estratégia de marketing digital, pois através desse canal
fidelizamos os nossos leitores e conquistamos mais, além de divulgar a biblioteca e
todas as suas possibilidades de atuação.” (Biblioteca 03). “A fanpage é uma boa
estratégia no sentido de dar visibilidade à instituição e o Facebook continua sendo
uma mídia relevante.” (Biblioteca 04). “Acredito que sim, mas limitada, a biblioteca
ainda necessita de pessoas físicas para existir, as mídias divulgam e atingem muitas
pessoas, mas ainda sozinha não é totalmente eficaz.” (Biblioteca 06). “Sim. Há
pessoas que sequer sabem que existe uma biblioteca na cidade e ficam sabendo
através do Facebook.” (Biblioteca 10). “Sim. Pois é o espaço onde estão
"circulando" os possíveis leitores.” (Biblioteca 12). “Sim. Porque possibilita atingir
75

todos os tipos de público de forma rápida e eficaz, facilitando o trabalho da biblioteca


na promoção de seus serviços.” (Biblioteca 14).

Sim. Tendo em vista a precariedade do serviço público municipal e a falta


de investimento em modernização das bibliotecas públicas as redes
sociais muitas vezes ocupam esse papel de "inovação" nesses espaços,
se tornando uma entidade vista como moderna e acessível para a sua
comunidade, além de ser atrativa para os usuários dessas redes. Ressalta-
se também o fato que o serviço do Facebook é gratuito (geralmente a
Biblioteca tem Internet) e é bastante fácil de gerenciar, o que facilita o
trabalho do bibliotecário, mesmo ele não tendo qualificação adequada para
o uso mais eficiente da ferramenta. (Biblioteca 02).

Acredito que sim, e poderia ser muito melhor elaborada para atingir os
objetivos, que são além de manter os usuários atuais, atrair novos
usuários, promover a visibilidade do acervo, divulgar as atividades
oferecidas pela instituição, oferecer informações e conteúdos diversos...
Mas o que dificulta é que a pessoa responsável pelo marketing da
biblioteca não trabalha na biblioteca e é responsável por toda a Secretaria
de Cultura, além de outros serviços, o que demanda muito trabalho e por
isso não consegue dar um foco melhor. (Biblioteca 09).

Figura 13 - Estratégia de marketing

Fonte: dados da pesquisa (2020).

A variedade de respostas pode ser encarada como formas diferentes de olhar


para a mesma coisa. Contudo, fica claro que atingir o público é o principal motivador
para uma biblioteca utilizar a fanpage como ferramenta de marketing. As bibliotecas
76

parecem compreender que para se fazerem presentes na vida de seus usuários,


elas precisam abrir essa “porta digital” que permita a entrada dos mesmos.
No subcapítulo seguinte conheceremos mais sobre a utilização dos
elementos da fanpage pelas bibliotecas.

6.2 O marketing nos elementos da fanpage

O marketing na fanpage se dá de muitas formas (foto do perfil, capa,


informações e pelas comunicações por meio de mensagens e postagens). Podemos
contemplar o marketing institucional na fanpage (figura 14) principalmente pelo
perfil, forma como a biblioteca vai se apresentar ao público. Um ponto interessante
é a escolha da imagem usada neste ambiente da mídia social da biblioteca. Ela será
a cara da biblioteca no meio digital e possivelmente a primeira coisa que o usuário
verá. Kotler (2009) ressalta que a página da internet da instituição deve ser
interessante, com o uso de design gráfico.

Figura 14 - Layout da fanpage no ano de 2020

Fonte: elaboração própria (2020).


77

Analisando as páginas das bibliotecas, conseguimos constatar três tipos de


abordagem quanto ao perfil da página no Facebook (figura 15). São elas: logotipo,
foto da biblioteca (fachada do prédio) e foto do autor (que dá nome a instituição).

Figura 15 - Exemplo de perfil encontrado nas bibliotecas

Fonte: elaboração própria (2020).

A ocorrência dessas três formas fica mais evidente ao olharmos para o


seguinte demonstrativo (gráfico 5).

Gráfico 5 - Perfil das bibliotecas

Fonte: dados da pesquisa (2020).


78

Podemos constatar que 36,8% das bibliotecas utilizam o logotipo como foto
de perfil. Outras 36,8% utilizam a foto do prédio e 26,3% colocam a foto do autor
que dá nome a instituição. O número de bibliotecas com logotipo é pequeno
comparado a soma dos outros dois (63,1%). Para Kotler, Kartajaya e Setiawan
(2017) o logotipo distingue as intuições de seus concorrentes. Esse ponto é muito
importante, pois entre as bibliotecas pesquisadas encontramos bibliotecas com
nomes duplicados (Monteiro Lobato, Mario Quintana, Érico Veríssimo etc.).
Bibliotecas costumam ter nomes de autores renomados e esses nomes se repetem
com frequência (mesmo nas bibliotecas da pesquisa isso aconteceu). Dessa forma,
pode ocorrer confusão entre bibliotecas se ambas têm o mesmo nome e escolherem
exibir a foto do autor como sua imagem de destaque institucional. O logotipo é uma
forma de estabelecer uma diferença entre essas instituições. Ferreira e Caldas
(2017) colaboram com esse pensamento pois entendem que a falta de um logotipo
dificulta o destaque da instituição em meio a outras. Kotler, Kartajaya e Setiawan
(2017) dizem que o logotipo também precisa ser atrativo. Podemos ponderar
também se apenas a foto da biblioteca imprime uma imagem atraente para usuários
novos. Se a pessoa não conhece a biblioteca fisicamente, possivelmente ela tenha
dificuldade de fazer essa ligação imagética, contudo precisamos relativizar que
existem prédios históricos que são conhecidos por sua arquitetura, quase como uma
marca. Contudo, não é somente o perfil que deve ser cuidado numa página.
Ao olharmos para as informações contidas na aba “sobre” da fanpage das
bibliotecas, podemos perceber que há um espaço para as bibliotecas incluírem suas
informações, contato e até mesmo sua localização. Essas informações estavam
completas em todas as bibliotecas pesquisadas, mostrando um comprometimento
por parte das instituições. O que mudou de uma para outra foi o tempo das
respostas dadas aos usuários. A fanpage tem uma indicação visual (figura 16) que
mostra quanto tempo a biblioteca demora para responder. Essa indicação funciona
como um selo.
79

Figura 16 - Tempo de resposta

Fonte: dados da pesquisa (2020).

Esse selo pode ser entendido como um indicador de que a biblioteca


realmente utiliza a fanpage para estabelecer uma comunicação, que configura o
marketing de relacionamento com seus usuários. Com o selo, a biblioteca mostra
estar disponível, num nível de igual para igual. Podemos visualizar (gráfico 6) como
isso ocorre:
80

Gráfico 6 - Tempo de resposta

Fonte: dados da pesquisa (2020).

Podemos identificar que 20% das bibliotecas respondem “dentro de um dia”,


40% (a maioria) responde dentro de algumas horas e 5% respondem seus usuários
dentro de uma hora. Em 35% das bibliotecas não foi identificado o selo, contudo
isso não quer dizer que elas não respondam seus usuários, elas só não se encaixam
nesse padrão de tempo que a plataforma qualifica. Talvez esse tempo (mais de um
dia) possa ser considerado muito amplo para uma resposta proveniente de um
serviço de referência e causar frustrações, no entanto temos que ponderar que a
educação dos usuários e as funcionalidades de cada intuição acabam muitas vezes
fugindo do ideal. Contudo, é muito interessante constatarmos essa presença tão
diligente por parte das bibliotecas que possuem o selo.
No próximo subcapítulo elucidaremos sobre as postagens.

6.3 Tipologia de postagens promovidas

Buscando solucionar o terceiro objetivo, analisamos as 247 postagens de 20


bibliotecas, de acordo com sua tipologia, buscando identificar como é composta a
promoção das bibliotecas por meio das fanpage. Podemos ver os resultados
81

demonstrados abaixo (gráfico 7). O detalhamento dos dados que serviram de base
para a análise da seção encontra-se nos apêndices D e F.

Gráfico 7 - Tipologia das postagens promovidas

Fonte: dados da pesquisa (2020).

De acordo com a pesquisa, a maior parte das postagens das bibliotecas


municipais são de “eventos da biblioteca” com 37,9%. As bibliotecas utilizam a
fanpage para promover clubes de leitura, exposições, oficinas e outras atividades.
Em segundo lugar, com 18,9% das postagens está a “promoção da leitura”. Essas
postagens normalmente são dicas de leituras aos usuários, livros novos etc.
Praticamente o mesmo nível de destaque é dado a “datas comemorativas”, “avisos”
e “fotos e vídeos”, com 10% cada. É interessante notar que os serviços da biblioteca
são pouco divulgados na fanpage, tendo apenas 4,5%. A integração com outras
mídias16 também é quase nula, com 0,4%. Se olharmos para os resultados da
pesquisa de Calil Junior e Almendra (2016), pesquisa essa que foi base para as
tipologias (contudo com diferença no tempo de aplicação17), podemos perceber
semelhanças: o estudo dos autores nas bibliotecas estaduais do país,
principalmente nos estados do Paraná, Pernambuco e São Paulo (respectivamente

16 Exemplo: Youtube, Instagram, Twitter etc.


17 Os autores consideraram o período de seis meses de pesquisa.
82

45%, 32% e 27%) indicou, assim como a nossa que “eventos da biblioteca” se
sobressaem sobre outros tipos de postagens. Essa similaridade indica que o padrão
gaúcho de postar mais sobre eventos vai ao encontro do que outras bibliotecas
públicas no país estão desenvolvendo.
No quesito quantidade de postagens (gráfico 8), temos um número
considerável de bibliotecas (12) que postaram mais de 11 vezes ao mês. Há,
contudo, aquelas que postam esporadicamente, sem manter uma periodicidade
regular. Apenas três bibliotecas (Biblioteca 06, Biblioteca 11 e Biblioteca 15)
costumam postar muito mais que as outras.

Gráfico 8 - Quantidade de postagens no mês de outubro de 2019

Fonte: dados da pesquisa (2020).

Pelo questionário, podemos entender que as bibliotecas têm algumas


dificuldades (tempo, falta de funcionários etc.), isso pode explicar o baixo número
de postagens de algumas bibliotecas. Contudo, Treadaway e Smith (2012) ditam
como uma regra ao criar uma campanha de marketing no Facebook manter a
presença na mídia social. Araújo, Freire e Côrtes (2018) explicam que precisa haver
uma linearidade no pensamento das publicações e no intervalo entre uma postagem
e outra. Podemos constatar por alguns números dos gráficos, que bibliotecas que
postam pouco possivelmente não conseguem seguir essa regularidade exigida
83

pelos autores. Com apenas três ou seis postagens (no período de um mês) fica
difícil para os usuários criarem uma expectativa sobre o comportamento da página.
Se o usuário segue a fanpage querendo saber das novidades da biblioteca, por
exemplo, a ausência do material promocional pode levá-lo à conclusão (muitas
vezes irreal) de que a biblioteca não tem novidades a oferecer. O volume de
postagens também pode ser também uma forma de estabelecer a marca da
biblioteca como um todo e criar uma identidade perceptível pelos usuários.
Nas mídias sociais a interação dos usuários (gráfico 9) é muito importante,
pois indica que houve um engajamento entre o usuário e a postagem. Podemos
perceber que quem recebe mais comentários, compartilhamentos e curtidas são
“eventos” e “promoção da leitura”, seguindo o padrão estabelecido anteriormente
pela tipologia de postagens (gráfico 7). Contudo, vale notar a diferença no número
de comentários, curtidas e compartilhamentos. Eventos, por exemplo, tiveram 87
comentários, 1548 curtidas e 190 compartilhamentos. Esse padrão de redução é
notado em todas as tipologias, assim percebemos que compartilhamentos e
comentários são mais esporádicos. Araújo, Freire e Côrtes (2018, p. 560) entendem
as curtidas, comentários e compartilhamentos indicam para a biblioteca “[...] quais
os tipos de postagens que os usuários mais gostam, qual o assunto que mais rende
[...], se constituindo dados valiosos para serem utilizados no momento da tomada
de decisão, [...] correspondendo de maneira eficaz às expectativas do seu público-
alvo.”. Como uma forma de aumentar as interações, Chua e Banerjee (2015)
explicam que o ideal é fazer postagens com perguntas, iniciando uma troca de
opiniões. Nas postagens das bibliotecas, foi percebido que não há o hábito das
perguntas, o que pode explicar, de certa forma, o baixo número de comentários e
compartilhamentos. Não há a iniciativa de um engajamento por parte da biblioteca.
84

Gráfico 9 - Interações das postagens

Fonte: dados da pesquisa (2020).


85

Outra explicação possível é que as postagens de eventos possuem mais


vivacidade. De Vries, Gensler e Leeflang (2012) referem-se à maneira como a
publicação apela para os sentidos do indivíduo. A vivacidade pode ser obtida por
animações dinâmicas, cores ou imagens. Quando olhamos para exemplos de
postagens com muitas interações (figura 17), podemos notar o alto contraste de
cores que as postagens de eventos possuem. Isso se deve aos eventos terem
postagens mais bem elaboradas, com artes mais criativas e marcantes, resultando
num primor estético.

Figura 17 - Vivacidade das postagens

Fonte: dados da pesquisa (2020).


86

6.4 Funções das bibliotecas públicas promovidas

As funções das bibliotecas públicas encontradas nas postagens podem ser


vistas abaixo (gráfico 10). Os dados, de forma detalhada, que embasam a análise
da seção encontram-se nos apêndices E e F.

Gráfico 10 - Funções da biblioteca

Fonte: dados da pesquisa (2020).

Podemos notar que 30,9% das postagens divulgam as funções culturais e


38,6% dão destaque a função recreativa. Essas são as mais evidenciadas pelas
bibliotecas municipais estudadas. Em seguida vem a função informativa com 21,5%
e com apenas 8,9% a função educativa. A função cultural está muito relacionada
com a alta quantidade de postagens sobre eventos. Andrade e Magalhães (1979,
p.55) apontam que a função cultural torna a biblioteca “um dos principais centros da
vida cultural da comunidade, oferecendo aos indivíduos oportunidades de contato,
participação, apreciação das artes, proporcionando ambiente agradável [...]”. Já a
recreativa está intimamente ligada com a promoção de livros. Andrade e Magalhães
(1979, p. 56) indicam que a função recreativa “[...] é aquela em que a biblioteca está
perdendo mais terreno para os outros meios de comunicação [...]”; aqui podemos
notar que as fanpages conseguem driblar esse obstáculo da recreação justamente
87

por serem um meio de comunicação. Sobre a função da recreação enquanto


promoção da leitura, as autoras escrevem sobre sua importância na vida dos
usuários como um desdobramento social: “[...] sofrendo as pressões exercidas pela
vida moderna, o indivíduo necessita, para manutenção de seu equilíbrio psíquico,
de formas de evasão e de compensação, situadas nos níveis da imaginação, ficção,
criatividade e prazer estético [...]”. É a leitura descompromissada que configura essa
opção recreativa.
A função informativa se destaca por avisos e notícias publicadas. Andrade e
Magalhães (1979, p. 56) dizem que “[...] há uma tendência para se considerar mais
importante o papel informativo da biblioteca”, contudo esse não está explícito nas
postagens. Podemos aqui relacionar o grande número de interações por
mensagens como uma possível solução das bibliotecas para a questão informativa.
A que menos temos dado visibilidade é a educativa, que quando aparece no
contexto das bibliotecas é na promoção de aulas para o vestibular e para o Exame
Nacional do Ensino Médio (ENEM), além de outros cursos pontuais. Essa função
surge como apoio à educação.
As interações em relação às funções das postagens (gráfico 11) mostram a
disparidade que existe entre curtidas, comentários e compartilhamentos, assim
como houve em relação às postagens. Contudo, aqui percebemos que as curtidas
entre a “cultura” e a “recreação” são bastante similares, com apenas 16 curtidas de
diferença. Possivelmente isso possa ser explicado pelo caráter mais lúdico dessas
duas funções, que se alinham a quem está nas mídias sociais em busca de
entretenimento. O compartilhamento se mostrou bastante estável em todas as
funções, decaindo somente na função educativa. O baixo número de postagens com
função educativa pode explicar essa quebra na interação.
88

Gráfico 11 - Interações das funções

Fonte: dados da pesquisa (2020).

Como síntese do capítulo, percebemos como as bibliotecas entendem a


promoção pelas fanpages. As primeiras perguntas do questionário tinham a
intenção de revelar como era a prática do marketing pela percepção dos
bibliotecários. Vemos, pela análise das repostas, que os bibliotecários são os
responsáveis pela gestão da página do Facebook na maior parte das vezes. Sobre
o contato com algum curso com ênfase em marketing: verificou-se que metade dos
respondentes tiveram alguma familiaridade com esse tipo de educação.
Entendemos que seria fundamental e benéfico para o marketing da biblioteca que
os bibliotecários na condição de gestores fizessem parte de uma educação
continuada no assunto, já que os paradigmas do marketing são altamente mutáveis.
Buscou-se saber também quem cria o conteúdo publicado na fanpage.
Novamente percebemos que na maioria das bibliotecas é uma função abraçada
pelo bibliotecário, manifestando-se um caráter multifunções deste profissional.
Logo, quando perguntamos sobre a existência de um controle dos resultados do
que é promovido, pouco mais de um terço respondeu que controla. Os outros fazem
de forma parcial, muitas vezes por falta de tempo e equipe. Ou seja, no amálgama
de funções do cotidiano, essa não ganha tanto destaque. Os respondentes
salientam que costumam monitorar apenas quando existe um fim específico e não
89

como prática recorrente, algo que é fundamental e ideal para o marketing. Existe
também uma dificuldade decorrente desse processo falho: saber quantos usuários
novos chegam por meio das mídias. Na maioria das bibliotecas faltam tais
indicadores.
A relação da biblioteca com os usuários se mostrou muito positiva. Os
usuários utilizam a fanpage como um canal de comunicação, isso com bastante
consciência. Essa postura configura um marketing de relacionamento, levando em
conta que existe uma interação contínua com a biblioteca. Contudo, em alguns
casos os bibliotecários entendem que o público virtual não é o mesmo que o físico.
Devemos ponderar que isso não é necessariamente algo negativo e pode ser visto
como oportunidade de conquistar novos públicos e estar em mais “lugares”.
A respeito da usabilidade da fanpage, novamente as bibliotecas se
mostraram positivas quanto ao assunto: ficou evidente que durante a pandemia de
COVID-19 essas ferramentas estão contribuindo positivamente para o trabalho e a
conexão com os usuários, substituindo momentaneamente o espaço físico da
biblioteca e possivelmente criando um novo modelo de atendimento. Essa alteração
na sistemática pode evidenciar uma nova oportunidade de inovação nas práticas da
Biblioteconomia; dentro do “novo normal”18 que vivenciamos.
Ao abordar os pontos positivos, a maioria apontou a divulgação e a
comunicação como os maiores benefícios. Já os pontos negativos para alguns não
são evidentes, já para outros ele aparece como um efeito colateral da sobrecarga
de trabalho que a fanpage exige. Os bibliotecários entendem que precisam de mais
tempo e pessoas para conseguir executar tudo que vem com essa nova demanda
de trabalho. Outro viés negativo abordado são as críticas que surgem desta
comunicação tão próxima, que por ser tão focada no imediatismo, são mais
presentes e frequentes. Contudo, quando perguntados se consideravam a fanpage
uma boa estratégia de marketing, a maioria respondeu que sim.
A partir das reflexões elencadas podemos perceber que os objetivos da
promoção propostos por Amaral (2008, p. 34), considerando as particularidades de
cada instituição, são contemplados nas promoções das fanpages:
Os objetivos da promoção são: (a) tornar a organização e seus produtos e
serviços conhecidos pelos usuários potenciais; (b) tornar o ambiente da
organização e seus produtos e serviços atraentes para os usuários

18
Expressão que surgiu durante a pandemia e indica a adaptação que precisou ocorrer no mundo durante o
período da COVID-19.
90

potenciais; (c) mostrar aos usuários reais como usar os produtos e os


serviços; (d) evidenciar os benefícios dos produtos e serviços; (e) manter
os usuários reais, constantemente, bem informados sobre a atuação da
organização, seus produtos e serviços.

Levando em consideração as reflexões construídas até aqui, faremos a


conclusão no capítulo seguinte.
91

7 CONCLUSÃO

Chegando ao fim deste estudo, retomamos a questão norteadora: “do ponto


de vista do marketing digital, como são utilizadas as fanpages pertencentes às
bibliotecas públicas municipais do Rio Grande do Sul na sua promoção e
relacionamento com os usuários?”. Respondendo ao problema de pesquisa, as
BPM do RS são utilizadas principalmente na promoção de postagens que divulgam
suas ações e na construção de um diálogo com os usuários, que configura um
marketing de relacionamento. Existe também a presença de um marketing
institucional, pela forma como a biblioteca se apresenta para os seus usuários.
Como resposta ao primeiro objetivo: “examinar junto aos bibliotecários suas
percepções sobre a prática do marketing digital na biblioteca”, percebemos que os
bibliotecários têm uma visão positiva quanto aos benefícios que a prática do
marketing traz para o cotidiano da biblioteca e para o relacionamento com os
usuários, não havendo dúvidas quanto à sua importância e relevância. Contudo, os
profissionais ponderam sobre essa nova função ainda não ser percebida (pelos
gestores) como algo que demanda tempo e esforços contínuos da equipe da
biblioteca ou do bibliotecário (que muitas vezes trabalha sozinho). As novas
funções, que surgem até mesmo pela natureza multidisciplinar da Biblioteconomia,
foram sendo aglutinadas às incumbências do profissional de um modo tênue, muitas
vezes não sendo claramente notadas.
O segundo objetivo era “identificar na página (fanpage) das bibliotecas
públicas municipais aplicações de marketing”. Ao longo do estudo ficou claro a
importância do marketing de relacionamento para as bibliotecas. Isso fica evidente
na busca dos usuários por uma comunicação mais próxima. Até mesmo apontamos
o quanto isso foi um diferencial na forma como as bibliotecas trataram a questão da
COVID-19.
Como consequência da observação da fanpage como um todo, inferiu-se
padrões imagéticos identificados como parte da identidade visual (intencional ou
não intencional) e do perfil utilizados por essas intuições. Dessa forma, a pesquisa
desenvolve conhecimentos importantes sobre as formas como as bibliotecas se
apresentam perante o seu público-alvo. Podemos entender essa apresentação
institucional como uma forma de cuidado com a percepção pública (sociedade) e
com os usuários. Esse direcionamento, que vem a partir da biblioteca, tende a
92

perpetuar a imagem pública da instituição no inconsciente coletivo com o passar do


tempo e, por isso, merece a devida atenção. Cabe salientar que as bibliotecas
precisam aderir ao marketing institucional, tomando consciência da sua importância
para a época em que vivemos: onde existe uma dominação massiva das mídias
sociais.
Os objetivos restantes buscavam “elencar as tipologias de postagens
promovidas pelas BPM do RS” e “investigar quais funções próprias das bibliotecas
públicas são contempladas nas promoções das fanpages”. Dentre as tipologias de
publicações promovidas pelas bibliotecas compreendemos que a maioria se dá em
“eventos” e “promoção da leitura”, respectivamente configurando as funções da
biblioteca pública mais evidenciadas: “cultura” e “recreação”. Essas também são as
postagens que possuem mais interações (comentários, curtidas e
compartilhamentos), ainda que as bibliotecas tenham poucos comentários e
compartilhamentos de forma geral.
Conclui-se, a partir das informações apresentadas ao longo do trabalho, que
as fanpages são utilizadas como ferramenta de marketing para criar uma
comunicação mais próxima com os usuários, construindo um relacionamento e
dando mais abertura aos usuários (tirar dúvidas e fazer críticas), o que configura
um novo canal para o serviço de referência.
Aos pesquisadores que tenham interesse nas temáticas abordadas durante
o estudo, sugere-se as seguintes questões: reaplicar o estudo sob a ótica de outras
mídias sociais, como por exemplo o Instagram, Twitter, YouTube etc. Outra reflexão
possível é um aprofundamento sobre as funções do bibliotecário, que, como visto
anteriormente, passa por mudanças que merecem alguma atenção. Existe também
a necessidade de novas investigações relativas à imagem construída pelas
bibliotecas públicas e também sobre as percepções dos usuários. Pelo caráter local
(que abrange apenas as BPM do RS) do trabalho, deixamos uma última indicação:
que o estudo seja replicado em outros locais, com o intuito de avançarmos numa
análise que possa incluir mais localidades do Brasil.
93

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99

APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL


Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação
Departamento de Ciências da Informação
Curso de Biblioteconomia

QUESTIONÁRIO:

Esta pesquisa faz parte de um trabalho de conclusão de curso (TCC), sobre


como as fanpages são utilizadas pelas bibliotecas públicas municipais do RS para
promover os produtos, serviços e construir um relacionamento com os usuários.
Sua resposta é muito importante e nos ajudará a conhecer mais sobre o
marketing das bibliotecas públicas municipais. O questionário está estruturado para
não tomar muito do seu tempo. Você só pode responder ao questionário uma vez.
As perguntas marcadas com asterisco (*) são obrigatórias.
Se você tiver alguma dúvida sobre o questionário, envie-nos um e-mail para:
[...] ou ligue para o telefone [...].

1) Quem é o responsável pelo marketing digital da biblioteca? Se a sua


resposta foi outra alternativa: qual? *

⚪ Há um bibliotecário responsável.
⚪ Outro colaborador da biblioteca é responsável.
⚪ Um colaborador externo à biblioteca é o responsável.
⚪ Outra alternativa.

2) A pessoa responsável pelo marketing participa ou já participou de algum


curso com ênfase em marketing? *

⚪ Sim, participa ou já participou.


⚪ Não, que eu saiba não teve formação no assunto.
⚪ Não sei.
100

3) Por quem é criado o conteúdo promocional postado na fanpage? *

⚪ Criado pelo bibliotecário.


⚪ Criado pela equipe da biblioteca.
⚪ Criado por colaborador da instituição com colaboração do bibliotecário ou do
pessoal da biblioteca.
⚪ Não participamos da criação do conteúdo postado na fanpage.
⚪ Outro.

4) Há um controle dos resultados a partir da promoção dos serviços na


fanpage? Se a sua resposta foi controle parcial. Por favor, explique. *

⚪ Sim, controlamos os resultados.


⚪ Não, não controlamos os resultados.
⚪ Há um controle parcial.

5) Na sua opinião, como é a relação da biblioteca com os usuários por meio


dessa mídia social? *

6) Como você avalia o uso das mídias sociais pelas bibliotecas? Você
considera importante? *

7) A fanpage trouxe novos usuários até a biblioteca? Quantos? *

8) Na visão da biblioteca, qual/quais o(s) ponto(s) positivo(s) na utilização


dessa mídia social? *

9) Na visão da biblioteca, qual/quais o(s) ponto(s) negativo(s) na utilização


dessa mídia social? *

10) Você acredita que a fanpage é uma boa estratégia de marketing digital
para a biblioteca? Por quê? *

Agradeço sua cooperação.

Charles Espolier
Graduando em Biblioteconomia
101

APÊNDICE B – BIBLIOTECAS APTAS À PESQUISA

Cidade População19 Biblioteca Seguidores20 E-mail Telefone

[email protected]
Porto Alegre 1.409.351 Josué Guimarães 3.884 (51) 3289-8079
r

Caxias do Sul 435.564 N/A21

Bibliotheca administracao@bibliotheca
Pelotas 328.275 9.472 (53) 3222-3856
Pública Pelotense .org.br

Canoas 323.827 N/A

Santa Maria 261.031 Henrique Bastide 1.047 [email protected] (55) 3218-1396

smcel.biblioteca@gravatai.
Gravataí 255.660 Monteiro Lobato 1.050 (51) 3600-7903
rs.gov.br

Viamão 239.384 Érico Veríssimo 701 (51) 3228-8378

Novo Hamburgo 238.940 N/A

[email protected].
São Leopoldo 214.087 Vianna Moog 3.123 (51) 3592-9133
gov.br

Rio Grande 197.228 N/A

Luis Fernando [email protected]


Alvorada 195.673 252
Verissimo m
[email protected]
Passo Fundo 184.826 Arno Viunisk 2.143 (54) 3311-1128
v.br

Sapucaia do Sul 130.957 N/A

Uruguaiana 125.435 N/A

Santa Cruz do Sul 118.374 N/A

biblioteca.cachoeirinha@g
Cachoeirinha 118.278 Monteiro Lobato 5.844 (51) 3471-2610
mail.com

Bagé 116.794 N/A

biblioteca@bentogoncalve
Bento Gonçalves 107.278 Castro Alves 1.100 (54) 3452-5344
s.rs.gov.br
Dr. Gladstone [email protected].
Erechim 96.087 658 (54) 3520-7047
Osório Mársico br

Guaíba 95.204 Darcy Azambuja 588 [email protected] (51) 3480-7019

Cachoeira do Sul 83.827 N/A

Santana do Livramento 82.464 N/A

Esteio 80.755 Rui Barbosa 45 [email protected] (51) 3473-0414

Ijuí 78.915 N/A

bibliotecapublicaalegrete@
Alegrete 77.653 Mário Quintana 1.051 (55) 3961-1668
gmail.com

Santo Ângelo 76.275 N/A

Sapiranga 74.985 N/A

19
Fonte: Censo Demográfico (2010).
20
Fonte: Facebook, 2020. Acesso em: 19 mar. 2020.
21
Para as informações não encontrada foi usada a sigla: “N/A” (não se aplica).
102

Lajeado 71.445 N/A

[email protected]
Santa Rosa 68.587 Olavo Bilac 544 (55) 3511-5127
v.br
[email protected]
Venâncio Aires 65.946 Caá Yari 959 (51) 3983-1080
m

Farroupilha 63.635 N/A

Josino dos S.
Cruz Alta 62.821 710 [email protected] (55) 3322-6595
Lima
Oswaldo Lessa [email protected].
Camaquã 62.764 319 (51) 3671-5288
da Rosa gov.br

São Borja 61.671 N/A

Vacaria 61.342 N/A

Ambrosina
São Gabriel 60.425 96 [email protected] (55) 3232-4163
Spencer
Professor Antônio [email protected]
Campo Bom 60.074 379 (51) 3597-0423
Nicolau Orth s.gov.br
Hélio Alves de smec.biblioteca@montene
Montenegro 59.415 737 (51) 3632-6944
Oliveira gro.rs.gov.br

Carazinho 59.317 N/A

Taquara 54.643 N/A

Canguçu 53.259 N/A

Parobé 51.502 N/A

Santiago 49.071 N/A

São Lourenço do Sul 43.111 N/A

Estância Velha 42.574 N/A

Capão da Canoa 42.040 N/A

Tramandaí 41.585 N/A

Osório 40.906 N/A

Rosário do Sul 39.707 N/A

Santo Antônio da
39.685 N/A
Patrulha

Canela 39.229 N/A

Dom Pedrito 38.898 N/A

Itaqui 38.159 N/A

Panambi 38.058 N/A

BPM de Rio [email protected]


Rio Pardo 37.591 493 (51) 3731-2285
Pardo m.br
Prof. Francisco bibliotecamarau@pmmara
Marau 36.364 735 (54) 3342-9560
Jatir Pastre u.com.br
Prof. Vera Maria bibliotecapublicacharquead
Charqueadas 35.320 1.137 (51) 3958-8401
Gauss [email protected]

Torres 34.656 N/A

São Luiz Gonzaga 34.556 N/A


103

BPM de Eldorado bibliotecapublica@eldorad


Eldorado do Sul 34.343 966 (51) 3481-3909
do Sul o.rs.gov.br

Palmeira das Missões 34.328 N/A

Caçapava do Sul 33.690 N/A

[email protected]
Gramado 32.273 Cyro Martins 2.587 (54) 3286-9535
v.br

Igrejinha 31.660 N/A

Santa Vitória do Palmar 30.990 N/A

Portão 30.920 N/A

Garibaldi 30.689 Frei Miguel 575 [email protected] (54) 3462-8167

Francisco
[email protected]
Estrela 30.619 Reckziegel Assis 638 (51) 3981-1049
r
Sampaio

Candelária 30.171 N/A

Soledade 30.044 N/A

Frederico Westphalen 28.843 N/A

Oscar Furtado de biblioteca.jaguarao@hotm


Jaguarão 27.931 690 (53) 3261-3821
Azambuja. ail.com

Dois Irmãos 27.572 N/A

Lagoa Vermelha 27.525 N/A

Teutônia 27.272 N/A

Flores da Cunha 27.126 N/A

Taquari 26.092 N/A

Coronel João
Triunfo 25.793 985 [email protected] (51) 3654 3541
Maia
biblioteca@saojosedonorte
São José do Norte 25.503 Delfina da Cunha 294 (53) 3238-2531
.rs.gov.br

Carlos Barbosa 25.192 N/A

Encruzilhada do Sul 24.534 N/A

Hipólito José da [email protected]


Capão do Leão 24.298 262 (53) 3275-1909
Costa ov.br

Vera Cruz 23.983 N/A

Três Passos 23.965 N/A

Balduino bibliotecapublicatc@gmail.
Três Coroas 23.848 205 (51) 3546-6035
Robinson com

São Sepé 23.798 N/A

Três de Maio 23.726 N/A

Quaraí 23.021 N/A

Nova Prata 22.830 N/A

Guaporé 22.814 N/A

Mansueto smcel.livramento@hotmail.
Veranópolis 22.810 1.639 (54) 3441-7615
Bernardi com
104

Nova Santa Rita 22.716 Mário Quintana 166 [email protected] (51) 3479-2630

Tupanciretã 22.281 N/A

São Jerônimo 22.134 N/A

São Sebastião do Caí 21.932 N/A

Sarandi 21.285 N/A

São Francisco de
20.537 N/A
Paula

Encantado 20.510 N/A

Butiá 20.406 N/A

São Marcos 20.103 N/A


105

APÊNDICE C – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Eu, Charles Espolier, solicito a sua colaboração para esta pesquisa que
subsidiará o Trabalho de Conclusão de Curso da Faculdade de Biblioteconomia e
Comunicação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (FABICO/UFRGS). A
pesquisa, que é orientada pela Prof.ª Dra. Jussara Borges, propõe-se a entrevistar
bibliotecários municipais do Rio Grande do Sul.
Deseja-se, com esse estudo, verificar quais os impactos das fanpages ao
serem usadas para promover produtos e serviços oferecidos nas bibliotecas
públicas municipais do estado do Rio Grande do Sul.
Os dados e resultados individuais desta pesquisa se encontram em sigilo e
possuem o intuito único e exclusivo para fins acadêmicos, sendo respeitado os
limites éticos. A pesquisa se dará pela aplicação de um questionário. A qualquer
momento, caso não se sinta confortável, o respondente pode desistir de responder,
sem nenhum prejuízo maior. Caso surjam dúvidas, o responsável pela pesquisa
pode ser contatado pelo telefone [...] ou pelo e-mail: [...].

Eu_______________________________________________________________,
manifesto expressamente meu entendimento e consentimento para a realização da
pesquisa.

Porto Alegre, __________________________ de 2020.

_____________________________________
Assinatura do participante

_____________________________________
Charles Espolier
106

APÊNDICE D - TIPOLOGIA DAS POSTAGENS (INSTITUIÇÕES)


107

APÊNDICE E - FUNÇÕES DAS POSTAGENS (INSTITUIÇÕES)


108

APÊNDICE F - TABELA TIPOLOGIA, FUNÇÕES E INTERAÇÕES

Dados da pesquisa22

Data Tipo de Post Função Comentários Compartilhamento Curtidas

02/10/2019 Eventos da biblioteca Recreativa 1 0 16

04/10/2019 Promoção da leitura Recreativa 3 7

09/10/2019 Eventos da biblioteca Educativa 1 20

10/10/2019 Eventos da biblioteca Educativa 7 34

11/10/2019 Promoção da leitura Recreativa 8 1

11/10/2019 Promoção da leitura Cultural 7 31

16/10/2019 Eventos da biblioteca Recreativa 4 129

16/10/2019 Avisos Recreativa 2 16

17/10/2019 Eventos externos Informativa 6 44 82

18/10/2019 Promoção da leitura Recreativa 1 1 11

21/10/2019 Eventos da biblioteca Educativa 8

21/10/2019 Avisos Informativa 3

22/10/2019 Eventos da biblioteca Recreativa 1 37

22/10/2019 Promoção da leitura Informativa 18 9 60

23/10/2019 Eventos da biblioteca Cultural 1

23/10/2019 Promoção da leitura Recreativa 24

23/10/2019 Promoção da leitura Recreativa 1 1 33

24/10/2019 Eventos da biblioteca Educativa 11

25/10/2019 Promoção da leitura Recreativa 2 4

26/10/2019 Eventos da biblioteca Recreativa 7

26/10/2019 Eventos da biblioteca Recreativa 4 3 30

26/10/2019 Eventos da biblioteca Recreativa 13

27/10/2019 Avisos Informativa 4

30/10/2019 Datas comemorativas Recreativa 2 3 44

31/10/2019 Promoção da leitura Cultural 1 3 19

22
Cada alternância de cor nessa planilha representa uma biblioteca municipal do RS.
109

01/10/2019 Datas comemorativas Informativa 9 16

02/10/2019 Datas comemorativas Informativa 7 14

02/10/2019 Datas comemorativas Informativa 4 31

02/10/2019 Fotos e vídeos Recreativa 5 70

04/10/2019 Eventos da biblioteca Educativa 1 7 47

08/10/2019 Eventos da biblioteca Cultural 8 11

08/10/2019 Eventos da biblioteca Cultural 5 15

10/10/2019 Eventos da biblioteca Cultural 5 5 20

14/10/2019 Datas comemorativas Recreativa 3 15

14/10/2019 Eventos da biblioteca Cultural 10 38

18/10/2019 Eventos da biblioteca Cultural 5

23/10/2019 Eventos da biblioteca Cultural 3 9

23/10/2019 Eventos da biblioteca Cultural 19 355

23/10/2019 Eventos da biblioteca Cultural 5 6

23/10/2019 Eventos da biblioteca Cultural 2 7 45

24/10/2019 Eventos da biblioteca Cultural 4

24/10/2019 Eventos da biblioteca Cultural 5

28/10/2019 Eventos da biblioteca Cultural 5 4

29/10/2019 Eventos da biblioteca Cultural 3 156

29/10/2019 Eventos da biblioteca Cultural 12

29/10/2019 Eventos da biblioteca Cultural 4 5

30/10/2019 Eventos da biblioteca Recreativa 9 11

30/10/2019 Promoção da leitura Recreativa 3 16

30/10/2019 Eventos da biblioteca Cultural 9 7

31/10/2019 Eventos da biblioteca Educativa 5 13 21

31/10/2019 Eventos da biblioteca Cultural 11

07/10/2019 Fotos e vídeos Recreativa 7

07/10/2019 Eventos da biblioteca Cultural 1 6

10/10/2019 Fotos e vídeos Cultural 9

18/10/2019 Eventos da biblioteca Cultural 5

18/10/2019 Datas comemorativas Recreativa 7

21/10/2019 Eventos da biblioteca Recreativa 2 12


110

24/10/2019 Eventos da biblioteca Recreativa 1 3

04/10/2019 Eventos da biblioteca Recreativa 1 1

08/10/2019 Promoção da leitura Informativa 4 6

19/10/2019 Avisos Informativa 1 1

21/10/2019 Promoção da leitura Informativa 5 10

22/10/2019 Promoção da leitura Recreativa 4

31/10/2019 Avisos Informativa 2

07/10/2019 Eventos da biblioteca Cultural 12

08/10/2019 Eventos da biblioteca Cultural 4 21

15/10/2019 Eventos da biblioteca Cultural 7 12

17/10/2019 Eventos da biblioteca Cultural 11

18/10/2019 Eventos da biblioteca Cultural 1 11

21/10/2019 Eventos da biblioteca Cultural 1 2

22/10/2019 Eventos da biblioteca Cultural 3 2

23/10/2019 Eventos da biblioteca Informativa 1 7 7

24/10/2019 Eventos da biblioteca Informativa 1

25/10/2019 Eventos da biblioteca Informativa 1 2

30/10/2019 Fotos e vídeos Cultural 5

Serviços da
02/10/2019 biblioteca Informativa 2 15

02/10/2019 Eventos da biblioteca Recreativa 23 8 11

04/10/2019 Promoção da leitura Cultural 6 9 27

08/10/2019 Eventos da biblioteca Recreativa 6

09/10/2019 Fotos e vídeos Cultural 4 5 22

10/10/2019 Eventos da biblioteca Educativa 7

10/10/2019 Eventos da biblioteca Educativa 4

10/10/2019 Eventos da biblioteca Educativa 4

15/10/2019 Datas comemorativas Recreativa 12

22/10/2019 Eventos da biblioteca Cultural 3 4 16

25/10/2019 Datas comemorativas Recreativa 1 7

28/10/2019 Eventos da biblioteca Educativa 2 3

31/10/2019 Eventos da biblioteca Educativa 19

03/10/2019 Eventos da biblioteca Cultural 4 9


111

08/10/2019 Fotos e vídeos Recreativa 3 1 10

08/10/2019 Fotos e vídeos Recreativa 4

08/10/2019 Promoção da leitura Recreativa 1

08/10/2019 Eventos da biblioteca Recreativa

08/10/2019 Avisos Informativa 7 15

09/10/2019 Eventos da biblioteca Cultural 5

09/10/2019 Fotos e vídeos Recreativa 1 4 11

11/10/2019 Eventos externos Cultural 3

16/10/2019 Fotos e vídeos Recreativa 1 20

17/10/2019 Fotos e vídeos Recreativa 1 1 21

18/10/2019 Fotos e vídeos Cultural 4

19/10/2019 Fotos e vídeos Cultural 2 6

21/10/2019 Avisos Informativa 3

25/10/2019 Promoção da leitura Recreativa

29/10/2019 Datas comemorativas Cultural 10 46

30/10/2019 Promoção da leitura Recreativa 1 2 10

01/10/2019 Eventos da biblioteca Cultural 4

01/10/2019 Eventos da biblioteca Cultural 1

01/10/2019 Eventos da biblioteca Cultural 1

02/10/2019 Eventos da biblioteca Cultural 2

02/10/2019 Eventos da biblioteca Cultural 2

03/10/2019 Eventos da biblioteca Cultural

04/10/2019 Fotos e vídeos Recreativa 1

07/10/2019 Eventos da biblioteca Cultural 3

07/10/2019 Fotos e vídeos Recreativa 2

08/10/2019 Promoção da leitura Recreativa 1

08/10/2019 Eventos da biblioteca Cultural 2

08/10/2019 Eventos externos Cultural 2

08/10/2019 Eventos da biblioteca Cultural 3

14/10/2019 Eventos da biblioteca Cultural 10

18/10/2019 Eventos externos Recreativa 1 4

23/10/2019 Promoção da leitura Recreativa 2


112

29/10/2019 Datas comemorativas Recreativa 4

15/10/2019 Datas comemorativas Recreativa 6

16/10/2019 Promoção da leitura Informativa 9

16/10/2019 Eventos da biblioteca Cultural 10

17/10/2019 Avisos Informativa 3

17/10/2019 Fotos e vídeos Informativa 1 19

19/10/2019 Eventos da biblioteca Recreativa 9

21/10/2019 Promoção da leitura Cultural 3

21/10/2019 Promoção da leitura Cultural 2 17

21/10/2019 Datas comemorativas Informativa

22/10/2019 Eventos externos Cultural 7

22/10/2019 Eventos da biblioteca Cultural 5 11

23/10/2019 Outras mídias Informativa 4

24/10/2019 Eventos externos Recreativa 1

24/10/2019 Eventos externos Cultural 3

31/10/2019 Avisos Informativa 15

17/10/2019 Avisos Informativa 3 2 4

25/10/2019 Promoção da leitura Informativa 1

25/10/2019 Promoção da leitura Recreativa 1 2

02/10/2019 Datas comemorativas Recreativa 6 4 36

04/10/2019 Eventos externos Informativa 2

10/10/2019 Promoção da leitura Recreativa 1 8

11/10/2019 Fotos e vídeos Informativa 1 1 12

12/10/2019 Datas comemorativas Recreativa 1

18/10/2019 Fotos e vídeos Informativa 2 28

18/10/2019 Datas comemorativas Recreativa 1 10

24/10/2019 Promoção da leitura Cultural 1 5

27/10/2019 Datas comemorativas Recreativa 1 9

28/10/2019 Datas comemorativas Recreativa 5

29/10/2019 Datas comemorativas Recreativa 11

31/10/2019 Datas comemorativas Recreativa 3

09/10/2019 Avisos Informativa 5 15

30/10/2019 Avisos Informativa 14


113

31/10/2019 Datas comemorativas Cultural 5

02/10/2019 Promoção da leitura Recreativa

09/10/2019 Promoção da leitura Recreativa 2

18/10/2019 Fotos e vídeos Informativa

04/10/2019 Eventos da biblioteca Informativa 1 12

10/10/2019 Fotos e vídeos Educativa 6

10/10/2019 Fotos e vídeos Recreativa 9

11/10/2019 Eventos da biblioteca Cultural 7

11/10/2019 Eventos da biblioteca Cultural 9

11/10/2019 Eventos da biblioteca Cultural 2

14/10/2019 Eventos da biblioteca Cultural 1

15/10/2019 Eventos da biblioteca Cultural 3

15/10/2019 Eventos da biblioteca Cultural 4

15/10/2019 Eventos da biblioteca Recreativa 2 3 13

17/10/2019 Eventos da biblioteca Cultural 1 1 1

22/10/2019 Avisos Recreativa 1 2 18

28/10/2019 Avisos Informativa 3

30/10/2019 Fotos e vídeos Informativa 3 1 41

31/10/2019 Avisos Informativa 7

01/10/2019 Eventos externos Educativa 2

01/10/2019 Avisos Informativa 7

Serviços da
02/10/2019 biblioteca Recreativa 2 4 23

02/10/2019 Eventos externos Informativa 1

02/10/2019 Avisos Informativa 1

03/10/2019 Fotos e vídeos Informativa 1

Serviços da
03/10/2019 biblioteca Recreativa 2 11

04/10/2019 Eventos externos Educativa 2

07/10/2019 Promoção da leitura Recreativa 1 1 8

08/10/2019 Promoção da leitura Recreativa 3 20

09/10/2019 Eventos externos Educativa 4

Serviços da
09/10/2019 biblioteca Recreativa 1 24
114

09/10/2019 Eventos externos Cultural 1 8

09/10/2019 Promoção da leitura Cultural 19

10/10/2019 Eventos externos Informativa 2 3

10/10/2019 Promoção da leitura Recreativa 1 4 15

11/10/2019 Fotos e vídeos Recreativa 20

Serviços da
11/10/2019 biblioteca Recreativa 9

Serviços da
14/10/2019 biblioteca Recreativa 3

15/10/2019 Promoção da leitura Recreativa 5

15/10/2019 Datas comemorativas Recreativa 7

Serviços da
16/10/2019 biblioteca Recreativa 2 10

17/10/2019 Promoção da leitura Recreativa 5 3 19

18/10/2019 Promoção da leitura Recreativa 3

18/10/2019 Eventos da biblioteca Cultural 2 8

21/10/2019 Promoção da leitura Recreativa 2 11

22/10/2019 Avisos Informativa 1 2 17

23/10/2019 Eventos da biblioteca Cultural 3 23

23/10/2019 Eventos externos Cultural 3

23/10/2019 Avisos Informativa 3 7

24/10/2019 Eventos externos Informativa 1 7

24/10/2019 Fotos e vídeos Informativa 4 2 46

25/10/2019 Avisos Informativa 5

Serviços da
25/10/2019 biblioteca Recreativa 1 12

Serviços da
26/10/2019 biblioteca Recreativa 1 12

29/10/2019 Eventos externos Informativa 1 4

29/10/2019 Promoção da leitura Recreativa 1 6

30/10/2019 Eventos da biblioteca Cultural 5

30/10/2019 Avisos Informativa 1

30/10/2019 Eventos da biblioteca Informativa 10 13

07/10/2019 Eventos da biblioteca Educativa 3


115

14/10/2019 Eventos da biblioteca Cultural 2

15/10/2019 Datas comemorativas Recreativa 7

15/10/2019 Eventos da biblioteca Educativa 12

17/10/2019 Eventos da biblioteca Educativa 1

19/10/2019 Eventos da biblioteca Educativa

19/10/2019 Eventos da biblioteca Educativa 15 11

21/10/2019 Eventos da biblioteca Informativa 9

31/10/2019 Promoção da leitura Recreativa 1

02/10/2019 Avisos Informativa 1 8

Serviços da
02/10/2019 biblioteca Educativa 3 5

07/10/2019 Avisos Informativa 9

10/10/2019 Avisos Informativa 4

Serviços da
15/10/2019 biblioteca Educativa 5

17/10/2019 Eventos da biblioteca Cultural 1 16

20/10/2019 Promoção da leitura Recreativa 1 14

24/10/2019 Datas comemorativas Recreativa 2 1 17

25/10/2019 Avisos Informativa 1

29/10/2019 Datas comemorativas Recreativa 1 10

30/10/2019 Avisos Recreativa 1 7

26/10/2019 Fotos e vídeos Recreativa 1

01/10/2019 Eventos da biblioteca Recreativa 1 8

02/10/2019 Eventos da biblioteca Cultural 2 10

10/10/2019 Promoção da leitura Recreativa 5

10/10/2019 Eventos da biblioteca Cultural 2 16

11/10/2019 Eventos da biblioteca Cultural 3 4 17

16/10/2019 Promoção da leitura Recreativa 5 44

18/10/2019 Promoção da leitura Recreativa 5 18

18/10/2019 Promoção da leitura Recreativa 1 27

21/10/2019 Promoção da leitura Recreativa 12

23/10/2019 Promoção da leitura Recreativa 6

24/10/2019 Promoção da leitura Recreativa 11


116

24/10/2019 Promoção da leitura Recreativa 6

29/10/2019 Datas comemorativas Recreativa 5 22


117

APÊNDICE G - ELEMENTOS DA FANPAGE

Perfil Comunicação Número de Posts

Logotipo Normalmente responde dentro de algumas horas 26

Foto da biblioteca Não possui o selo 26

Foto da biblioteca Normalmente responde dentro de algumas horas 7

Logotipo Não possui o selo 6

Logotipo Normalmente responde dentro de algumas horas 11

Foto do autor Normalmente responde dentro de algumas horas 13

Foto do autor Não possui o selo 17

Logotipo Não possui o selo 17

Foto do autor Normalmente responde dentro de algumas horas 15

Logotipo Normalmente responde dentro de algumas horas 3

Foto do autor Normalmente responde dentro de algumas horas 12

Logotipo Não possui o selo 3

Foto da biblioteca Normalmente responde dentro de algumas horas 3

Foto da biblioteca Normalmente responde dentro de um dia 15

Foto da biblioteca Normalmente responde dentro de um dia 39

Foto da biblioteca Não possui o selo 9

Logotipo Normalmente responde dentro de uma hora 11

Foto do autor Normalmente responde dentro de um dia 0

Foto da biblioteca Não possui o selo 1

Logotipo Normalmente responde dentro de um dia 13

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