Extração E Quantificação Da Capsaicina em Pimenta Dedo-De - Moça
Extração E Quantificação Da Capsaicina em Pimenta Dedo-De - Moça
Extração E Quantificação Da Capsaicina em Pimenta Dedo-De - Moça
Assis
2011
JULIANA FERREIRA BARDUZZI
Trabalho de conclusão de
curso de graduação em
Química Industrial do Instituto
Municipal de Ensino Superior
de Assis, como requisito do
Curso de Graduação.
Assis
2011
FICHA CATALOGRÁFICA
p. 45
CDD: 660
Biblioteca da FEMA
EXTRAÇÃO E QUANTIFICAÇÃO DA CAPSAICINA EM PIMENTA
DEDO-DE-MOÇA
ASSIS
2011
DEDICATÓRIA
Peppers, especially the most poignant, are used as condiments, like in the
homemade and industrialized preserves, powdered concentrated extracts, dyes and
in the composition of medicines. They are sources of B-carotene, lycopene and
vitamin C. This paper describes the importance of capsaicin consumption that is
present in chili peppers belonging to the genus Capsicum, as well as its health
benefits, such as the reducing activity of cardiovascular diseases, antioxidant
potential, anticarcinogenic properties, analgesic action, influence on the nervous
system, useful in losing weight, and hypoglycemic and antidiabetic effect. The goal of
this paper was to quantify the phenolic compounds present in dedo de moça
peppers. 122.36g of pepper was submitted to pre-drying at 45ºC for 48 hours in a
forced air hotbed, after this procedure the peppers were ground and left in ethyl
alcohol during 48 hours for the extraction of phenolic compounds. The quantification
of phenolic compounds present in red pepper was done by reading the extract in a
spectrophotometer at a wavelength of 760nm. It was obtained 182mg EAG/ 100g of
dry dedo de moça pepper.
1. INTRODUÇÃO................................................................ 1
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA........................................... 3
2.1. HISTÓRICO.......................................................................... 3
2.2 GÊNERO CAPSICUM........................................................... 4
2.3. GRAU DE ARDÊNCIA........................................................... 8
2.4. ASPECTOS NUTRICIONAIS................................................ 9
2.4.1 Fontes de vitamina C................................................................... 11
2.4.2. Betacaroteno................................................................................. 11
2.4.3 Licopeno........................................................................................ 12
2.4.4. Compostos Fenólicos.................................................................. 13
2.5 CAPSAICINÓIDES................................................................ 13
2.5.1. Mecanismo de ação...................................................................... 14
2.5.2. Propriedades................................................................................. 15
2.6. OS BENEFÍCIOS DA CAPSAICINA...................................... 17
2.6.1. Redução de peso.......................................................................... 17
2.6.2. Antioxidante.................................................................................. 18
2.6.3. Afrodisíaca.................................................................................... 19
2.6.4. Antidepressiva.............................................................................. 20
2.6.5. Sistema Cardiovascular............................................................... 20
2.6.6. Trato Gastrointestinal.................................................................. 21
2.6.7. Anticarciogênico.......................................................................... 22
2.6.7.1. Estudos sobre o câncer de próstata........................................................ 23
2.6.8. Analgésico.................................................................................... 23
2.6.9. Efeito hipoglicêmico e antidiabético.......................................... 24
2.7. TOXICIDADE........................................................................ 24
2.8. APLICAÇÃO NO ENSINO MÉDIO....................................... 25
2.8.1. Parte teórica.................................................................................. 25
2.8.1.1. A química do paladar............................................................................... 25
2.8.1.2. Sabor picante........................................................................................... 28
2.8.1.3. Modo de ação.......................................................................................... 28
2.8.2. Parte prática.................................................................................. 29
2.8.3. Extração de corantes naturais.................................................... 31
2.8.3.1. Extração dos corantes............................................................................. 31
3. METODOLOGIA............................................................. 33
3.1. AMOSTRAS......................................................................... 33
3.1.1. Materiais e reagentes................................................................... 33
3.2. MÉTODOS............................................................................. 34
3.2.1. Obtenção do pó das pimentas.................................................... 34
3.2.2. Extração da Capsaicina............................................................... 34
3.2.3. Quantificação dos compostos fenólicos.................................... 35
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO...................................... 36
4.1. DETERMINAÇÃO DO TEOR DOS COMPOSTOS
FENÓLICOS DA PIMENTA DEDO-DE-MOÇA...................... 36
5. CONCLUSÃO.................................................................. 38
6. REFERÊNCIAS............................................................... 39
1
1. INTRODUÇÃO
A planta vem dos gêneros Capsicum e Piper que é caracterizada por possuir
piperina (gênero Piper) ou a capsaicina (gênero Capsicum); pertencentes à família
Solanaceae (BONTEMPO, 2007).
As pimentas constituem um grupo muito peculiar pelo seu sabor, ―doce‖ ou picante
e por estimular as funções digestivas, sendo parte da dieta de um quarto da
população do planeta (TEIXEIRA, 1996).
2. REVISÃO BIBLIOGRAFICA
2.1. HISTÓRICO
Divisao: Spermatophyta
Filo: Angiospermae
Classe: Dicotiledonea
Ramo: Malvales-Tubiflorae
Familia: Solanacea
C. annuum (figura 1)
C. baccatum (figura 2)
C. chinense (figura 3)
C. frutescens (figura 4) (CARVALHO & BIACHETTI, 2004).
A espécie C. annuum geralmente apresenta uma flor por nó, raramente mais de uma
e ocasionalmente fasciculadas. A corola é branca (raramente violeta), sem manchas
na base dos lobos das pétalas. Os frutos são de várias cores e formas, geralmente
pendentes, persistentes, com polpa firme; as sementes são cor de palha
(CARVALHO et. al., 2004).
(A) (B)
A Escala de Scoville foi criada em 1912, pelo químico Wilbur Scoville que
desenvolveu um método para medir o ―grau de calor‖ da pimenta. A escala é
baseada num teste chamado de Teste Organoléptico de Scoville, sendo este um
procedimento de diluição e prova. No teste original, Scoville misturou a pimenta pura
com uma solução de água com açúcar. Então, um painel de provadores provou a
solução (BONTEMPO, 2007).
A ardência (ou fator de calor) das pimentas é medida em múltiplos de 100 unidades.
Uma pimenta que leva nota 200.000 ou mais, indica que ela poderá ser diluída
200.000 vezes até que seu princípio ativo não seja mais percebido. A capsaicina,
(alcalóide das pimentas do gênero Capsicum) pura equivale a 15.000.000 (15
milhões) de unidades Scoville (BONTEMPO, 2007).
A tabela 1 mostra a Escala de Scoville com o grau de ardência dos tipos de pimenta.
9
2.4.2. Betacaroteno
2.4.3. Licopeno
2.5. CAPSAICINÓIDES
(A)
(B)
2.5.2. Propriedades
PROPRIEDADES
IUPAC (8-Methyl-N-Vanillyl-Trans-6-
Nonenamide).
2.6.2. Antioxidante
produzido por agentes oxidantes, o organismo humano não pode produzir estas
substâncias químicas protetoras, por isso devem ser obtidas mediante alimentação
ou em forma de suplemento (VOLP et.al., 2008).
A pimenta também oferece cerca de quatro vezes mais vitamina C do que a laranja.
A ação antioxidante da pimenta combate os radicais livres que, em excesso, são os
responsáveis pelo envelhecimento precoce. Segundo publicação das pesquisas do
Dr. Benjamin Frank, a clorofila (pimentas verdes) e os bioflavonóides
(superabundantes nas pimentas) ajudam a repor o dano genético celular, reduzindo
o processo que leva ao envelhecimento precoce. Existem cada vez mais estudos
demonstrando a potente ação antioxidante (antienvelhecimento) da capsaicina e da
piperina, bem como de suas potentes propriedades antiinflamatórias (BONTEMPO,
2007).
2.6.3. Afrodisíaca
2.6.4. Antidepressiva
Foi constatado que a capsaicina atua sobre as membranas mucosas, tanto bucais
quanto gástricas, o que parece ser uma contradição ao conceito popular de que as
pimentas causam úlceras, tornando o conceito sem fundamentação. No entanto,
aqueles que já possuem úlcera, gastrites, hemorróidas e diverticulites podem piorá-
las com o uso da pimenta (REIFSCHNEIDER, 2000).
É importante destacar, entretanto que a especiaria não causa esses problemas, mas
pode agravá-los, pois aumenta a secreção de saliva, bile e dos ácidos estomacais, o
que pode agredir o estômago ou intestino sensível (BONTEMPO, 2007).
Por outro lado, o aumento da secreção que ela promove no estômago melhora a
digestão e reduz gases, diarréia, constipações e cólicas. A capsaicina possui um
grande poder de cicatrização e protege a mucosa estomacal e a quantidade extra de
secreção que ela induz ajuda na digestão (GALLO, 2009).
2.6.7. Anticarciogênica
Uma vez que a mutação é um dos mecanismos pelo qual o câncer é causado, uma
substância antimutagênica provavelmente poderá prevenir a carcinogênese.
(GOLSBY, 2002).
2.6.8. Analgésico
2.7. TOXICIDADE
Os cuidados que devemos ter com o uso da pimenta, seja como ―remédio‖, seja
como alimento, interna ou externamente, são muito semelhantes a muitos outros
itens da alimentação e da medicina natural (BONTEMPO, 2007).
Para uma aplicação no ensino médio a respeito do tema discutido neste trabalho, o
professor de química pode abordar o assunto com uma aula sobre receptores
gustativos, iniciando o assunto demonstrando a química do paladar.
- o doce
- o ácido
- o salgado
- o amargo
Sabores Substâncias
Embora esses cinco sabores representem percepções distintas, esta classificação é limitada;
as pessoas experimentam uma variedade de sabores adicionais, incluindo
adstringência (certa uvas, caqui verde, etc.), pungência (pimenta forte e gengibre),
gorduroso, e vários sabores metálicos (ALVARENGA, 2007).
28
A. 2,0% sacarose
B. 4,0 % sacarose
A. 0,20% NaCl
B. 0,40% NaCl
A. 0,07% cafeína
B. 0,14% cafeína
Nome:_________________________________Data:_______________
Prove duas vezes cada solução. Primeiramente, identifique o gosto percebido, após,
usando a escala abaixo, indique a intensidade do gosto que percebe, preenchendo no
quadrinho do gosto previamente identificado.
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Comentários: ________________________________________________________
___________________________________________________________________
31
verificou-se que tanto os solventes com característica polar (água, álcool e acetona),
quanto o apolar (dicloroetano) extraíram pigmentos presentes nos legumes.
Observando as diferentes colorações obtidas para um mesmo vegetal nos diferentes
solventes, pode-se constatar e discutir em sala de aula a presença de mais de um
cromóforo nos legumes estudados, e que estes são extraídos pela afinidade polar,
ou apolar, com o solvente. Os resultados obtidos para a beterraba evidenciaram a
presença de um pigmento vermelho com característica polar, pois não se verificou a
extração deste com o dicloroetano. Segundo Araújo (1995), este vegetal apresenta
vários pigmentos pertencentes à classe das betalaínas. Destes, a substância
betanina é o principal agente cromóforo, correspondendo a entre 75% e 95% dos
pigmentos (DIAS, et al., 2003).
Por sua vez, o corante do pimentão vermelho consiste de uma mistura complexa,
contendo em torno de 50 diferentes pigmentos. Seus principais cromóforos são
capsantina e capsorubina (pigmentos vermelhos) e betacaroteno (pigmento amarelo)
(ARAÚJO, 1995). Assim como para o pimentão vermelho, constatou-se a presença
do betacaroteno como pigmento apolar presente na cenoura e nos pimentões
amarelos e verdes (DIAS, et al., 2003).
A tabela 5 apresenta as colorações obtidas através das extrações dos legumes com
os diferentes solventes.
legume Solventes
Água Álcool Acetona Diclorometano
Beterraba vermelha vermelha vermelha -
Cenoura laranja escura amarela amarela laranja clara
Pimentão verde verde verde clara verde amarela
Pimentão amarelo amarela amarela amarela amarela
Pimentão vermelho laranja laranja laranja laranja
3. METODOLOGIA
3.1. AMOSTRAS
- Liquidificador
-Freezer
-Banho-maria
-Agitador magnético
- Água destilada
- Hipoclorito (12%)
- Folin-Ciocalteau (10%)
- Ácido gálico
34
3.2. MÉTODOS
(A) (B)
Figura 11: (A) Obtenção do pó da pimenta; (B) Agitação magnética permanente
por 2 horas.
35
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
2,0
1,8
Absorbância em 760 nm
1,6
1,4
1,2
1,0
0,8
0,6
Essa diferença entre os dados pode-se dar ao devido grau de maturação das
pimentas avaliadas, ao tipo de cultivo entre outros, e também pela diferença do
solvente utilizado, concentração do mesmo, relação soluto/solvente.
38
5. CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
GALLO, R. Alimentos poderosos e seus efeitos curativos, Revista Vida Natural &
Equilíbrio Especial-Pimenta. ed. 7,2009,p.15-31.
LEE, J.J.; CROSBY, K.M.; PIKE, L.M.; YOO, K.S.; LESKOVAR, D.I. Impact of
genetic and environmental variation on development of flavonoids and carotenoids in
42
NETO, N.L. Dicionário Gastronômico: Pimentas com suas receitas. São Paulo:
Boccato, 2004.
RGNUTRI, Radicais Livres Saúde & Qualidade de Vida - Patologia & Nutrição.
2008. Disponível em:< http://www.rgnutri.com.br/sqv/patologias/rad-livres.php>
Acesso em: 07 abr. 2011
WINK, M. Special Nitrogen Metabolism. In: DEY, P.; HARBORNE, J. B. (Org.) Plant
biochemistry. San Diego: Academic Press, 1997. cap. 12, p. 438-486.