Abpmp Cbok 4.0 Nativo
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Guia para a
Gestão por Processos de Negócio
Corpo Comum de Conhecimento
Todo o conteúdo deste livro é publicado sob a licença do seu revisor e tradutor
Fernando Rodrigues
Ph.D e CBPP
2
ABPMP BPM CBOK Versão 4.0 © 2021 ABPMP Todos os direitos reservados
Direitos de Autor
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www.abpmp.org
ISBN-13: 978-1490516592
ISBN-10: 149051659X
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3
Índice
2 Introdução .................................................................................................................................. 34
4
3.1.5.3 Fase 3: Desenvolver Iniciativas ........................................................................... 41
3.1.5.4 Fase 4: Implementar Mudanças ......................................................................... 41
3.1.5.5 Fase 5: Medir o Sucesso ..................................................................................... 41
3.1.6 Tipos de Processos ...................................................................................................... 42
3.1.6.1 Processos Primários (20%) ................................................................................. 42
3.1.6.2 Processos de Suporte (70%) .............................................................................. 42
3.1.6.3 Processos de Gestão (10%) ................................................................................ 43
3.1.7 Tipos de Atividades ...................................................................................................... 43
3.1.7.1 Agregação de Valor.............................................................................................. 43
3.1.7.2 Transferência......................................................................................................... 43
3.1.7.3 Controlos e Atividades de Controlo ................................................................... 43
3.1.8 BPM é uma Disciplina de Gestão ............................................................................... 44
3.1.8.1 Dono de Processos .............................................................................................. 45
3.1.8.2 Líder de Processos ............................................................................................... 48
3.1.8.3 Controlador (Steward) de Processos ................................................................ 49
3.1.8.4 Analista de Processos .......................................................................................... 50
3.1.8.5 Regulador (Governor) de Processos ................................................................. 50
3.1.9 BPM Liga Estratégia à Execução................................................................................ 51
3.1.9.1 Segmentação dos Processos de Negócio para a Execução da Estratégia.. 54
3.1.9.2 Desenho e Implementação Orientados para a Estratégia .............................. 57
3.1.9.3 Disciplina BPM para Sustentar o Valor Estratégico ......................................... 61
3.1.9.4 Compromisso Executivo ...................................................................................... 63
3.1.10 Os Condutores (Drivers) de Mudança no Negócio ................................................. 64
3.1.11 Interno ............................................................................................................................ 64
3.1.11.1 Mapas Estratégicos .............................................................................................. 65
3.1.11.2 Análise da Cadeia de Valor de Porter................................................................ 65
3.1.12 Externo ........................................................................................................................... 67
3.1.12.1 As Cinco Forças de Porter .................................................................................. 67
3.1.12.2 SWOT ..................................................................................................................... 72
4 Modelação de Processos de Negócio ................................................................................... 75
5
4.1.2 Conteúdo dos Modelos de Processos ....................................................................... 76
4.1.3 Identificação de um Modelo de Processos ............................................................... 76
4.1.3.1 Modelos estáticos versus modelos dinâmicos ................................................. 77
4.1.3.2 Modelos Dinâmicos .............................................................................................. 77
4.1.3.3 Ferramentas de Modelação Dinâmica ............................................................... 77
4.1.3.4 Combinando Modelos Estáticos e Dinâmicos .................................................. 77
4.2 Componentes e Ferramentas do Repositório de Processos.......................................... 77
4.2.1 Capturar Componentes dos Processos .................................................................... 77
4.2.2.1 Porque é que as Organizações precisam de um Repositório Processos? .. 78
4.2.2.2 Elementos Chave de um Bom Repositório: ...................................................... 79
4.2.2.3 Identificar a Utilização .......................................................................................... 80
4.2.2.4 Âmbito do Conteúdo ............................................................................................ 80
4.2.3 Definição de um Formato Padrão............................................................................... 81
4.2.3.1 Selecione as Ferramentas de Gestão de um Repositório .............................. 81
4.2.3.2 Finalizar a Governação do Repositório de Processos ..................................... 81
4.2.4 Identificação de Cenários de Utilização Baseados em Resultados ....................... 82
4.2.5 Âmbito do Conteúdo de Conhecimento de Processos Corretos .......................... 83
4.2.5.1 Como Estruturar o Conteúdo .............................................................................. 84
4.2.5.2 Utilizar Modelos de Referência ........................................................................... 85
4.2.6 Definir a Arquitetura de Conhecimento de Processos ............................................ 85
4.2.6.1 Elementos de Arquitetura de Utilização Comum ............................................. 86
4.2.7 Seleção do Repositório e da Ferramenta de Modelação Corretos ....................... 89
4.2.7.1 Tipos de Ferramentas de Repositório................................................................ 89
4.2.7.2 Como Selecionar a Ferramenta Certa para a Organização ........................... 90
4.2.8 Governação de Repositórios ....................................................................................... 90
4.2.8.1 Governação de Processos .................................................................................. 90
4.2.8.2 Métodos e Convenções Relacionadas com a Arquitetura de Negócio ........ 91
4.2.8.3 Governação dos Processos e Governação dos Repositórios ........................ 92
4.2.9 Monitorização da Utilização e Expansão dos Repositórios..................................... 93
4.2.10 Melhores Práticas de Repositórios............................................................................. 93
4.2.11 Métricas Repositórias ................................................................................................... 94
6
4.3 Capacidades das Ferramentas de Modelação de Processos ........................................ 94
4.4 O Propósito da Modelação de Processos ......................................................................... 95
4.4.1 Modelação de Processos é um Meio para os Fins do Negócio ............................. 95
4.5 Notações em Modelação de Processos Comumente Utilizadas ................................... 96
4.5.1.1 Orientações para a Seleção de uma Notação para Modelação .................... 97
4.5.2 Modelo e Notação em Processos de Negócio (BPMN) 2.0 .................................... 97
4.5.3 Zonas de Navegação (Swim Lanes) .......................................................................... 99
4.5.4 Fluxograma .................................................................................................................. 100
4.5.5 Cadeia de Processos Orientada por Eventos (EPC) ............................................. 101
4.5.6 Linguagem de Modelação Unificada (UML) ........................................................... 103
4.5.7 IDEF0 ............................................................................................................................ 104
4.5.8 Mapeamento do Fluxo de Valor................................................................................ 106
4.5.9 Abordagens Especializadas em Modelação de Processos .................................. 107
4.5.10 Cadeia de Valor .......................................................................................................... 107
4.5.11 SIPOC ........................................................................................................................... 108
4.5.12 Dinâmica de Sistemas................................................................................................ 109
4.6 Níveis do Modelo de Processos ....................................................................................... 111
4.6.1 Atribuição de Informações dos Processos ............................................................. 111
4.6.2 Alinhamento das Informações dos Processos ....................................................... 111
4.6.2.1 Níveis Variam em Número e em Nome ........................................................... 111
4.6.3 As Melhores Práticas: Padrões para Modelação de Negócio .............................. 112
4.6.4 Um Conjunto de Exemplos de Níveis de Modelos ................................................. 113
4.6.4.1 Modelos de Processos Integradores ............................................................... 113
4.6.4.2 O Repositório de Processos Mantém o Alinhamento .................................... 113
4.6.4.3 Modelos de Processos Corporativos ............................................................... 113
4.7 Alinhamento Arquitetura Negócio e Desenvolvimento Mapa Capacidades .............. 117
4.7.1 Modelos de Processos de Negócio ......................................................................... 119
4.7.1.1 Perspetiva de Negócio ....................................................................................... 119
4.7.1.2 O que incluem os Modelos de Processos de Negócio ................................. 119
4.7.2 Modelos de Fluxos de Trabalho ............................................................................... 120
4.7.2.1 Perspetivas de Operação .................................................................................. 120
4.7.2.2 O que os Modelos de Fluxos de Trabalho Incluem ....................................... 120
7
4.7.2.3 Atividades de Lançamento ................................................................................ 120
4.7.2.4 Detalhes abaixo do Modelo de Fluxos de Trabalho ....................................... 120
4.7.3 Passos de Tarefas ...................................................................................................... 120
4.7.3.1 O que o Nível de Etapas de Tarefas Inclui ...................................................... 120
4.7.4 Perspetiva do Colaborador ....................................................................................... 121
4.7.4.1 Passos da Tarefa e Trabalho Realizado .......................................................... 121
4.8 Capturar Informações dos Processos e os Participantes na Modelação ................... 122
4.8.1 Observação Direta ...................................................................................................... 122
4.8.2 Entrevistas ................................................................................................................... 122
4.8.3 Levantamento ou Feedback Escrito......................................................................... 122
4.8.4 Sessões (workshops) Estruturadas.......................................................................... 123
4.8.5 Conferências Baseadas na Internet ......................................................................... 123
4.8.6 Mineração (Minning) de Processos ......................................................................... 123
4.8.7 Modelação dos Participantes .................................................................................... 124
4.9 Estruturas e Modelos de Referência ................................................................................ 124
4.9.1 Modelação Dentro de uma Estrutura ....................................................................... 125
4.9.1.1 Estruturas de Modelação Complexa ................................................................ 125
4.9.1.2 Gestão e Conformidade da Estrutura .............................................................. 125
4.9.2 Utilização de um Modelo de Referência .................................................................. 125
4.10 Técnicas e Ferramentas de Modelação .......................................................................... 127
4.10.1 Ferramentas de Desenho e Relatórios .................................................................... 127
4.11 Validação e Simulação de Processos .............................................................................. 127
4.11.1 Utilização da Simulação de Processos .................................................................... 127
4.11.2 Ferramentas e Ambientes de Simulação ................................................................ 127
4.11.3 Simulação Técnica e Análise de Carga ................................................................... 128
4.12 Conceitos Chave em Modelação de Processos de Negócio ....................................... 128
8
5.1.3 Funções de Análise de Processos ........................................................................... 133
5.1.3.1 Atributos da Equipa Ideal................................................................................... 134
5.1.3.2 Papéis de Análise e Responsabilidades .......................................................... 134
5.1.4 Preparação para a Análise de Processos ............................................................... 135
5.1.5 Prioritizar o Processo ................................................................................................. 135
5.1.6 Abrangência da Profundidade da Análise ............................................................... 136
5.1.7 Utilizando Estruturas de Processos para Análise................................................... 137
5.1.8 Executar a Análise ...................................................................................................... 137
5.1.8.1 Contexto do Negócio ......................................................................................... 137
5.1.8.2 Contexto da Cultura Organizacional ................................................................ 138
5.1.8.3 Medição do Desempenho ................................................................................. 139
5.1.8.4 Variação ............................................................................................................... 142
5.1.8.5 Custo .................................................................................................................... 142
5.1.8.6 Envolvimento Humano ....................................................................................... 142
5.1.8.7 Controlos dos Processos ................................................................................... 143
5.1.8.8 Outros Fatores .................................................................................................... 144
5.1.9 Recolher Informações ................................................................................................ 144
5.1.9.1 Entrevistas ........................................................................................................... 144
5.1.9.2 Observação Direta .............................................................................................. 145
5.1.9.3 Pesquisa ............................................................................................................... 145
5.1.10 Análise do Ambiente de Negócio ............................................................................. 145
5.1.10.1 Análise SWOT ..................................................................................................... 145
5.1.10.2 Benchmarking ..................................................................................................... 145
5.1.10.3 Fatores Críticos de Sucesso ............................................................................. 146
5.1.10.4 Análise da Cadeia de Valor de Porter.............................................................. 147
5.1.11 Análise dos Sistemas de Informação ....................................................................... 147
5.1.11.1 Análise do Fluxo de Dados ................................................................................ 147
5.1.11.2 Regras de Negócio ............................................................................................. 148
5.1.11.3 Documentação de Sistemas e Adequação de Utilização ............................. 148
5.1.11.4 Mineração (Minning) de Processos ................................................................. 148
5.1.12 Analisar os Processos ................................................................................................ 148
5.1.12.1 Análise de Custos ............................................................................................... 149
9
5.1.12.2 Análise da Causa Raiz ........................................................................................ 149
5.1.12.3 Análise do Tempo de Ciclo ............................................................................... 150
5.1.12.4 Análise de Sensibilidade .................................................................................... 150
5.1.12.5 Análise de Risco.................................................................................................. 151
5.1.13 Análise das Interações Humanas ............................................................................. 151
5.1.13.1 Observação Direta .............................................................................................. 151
5.1.13.2 Aprendizagem do Principiante.......................................................................... 151
5.1.13.3 Simulação da Atividade ..................................................................................... 152
5.1.13.4 Análise do Layout do Local de Trabalho ......................................................... 152
5.1.13.5 Análise de Alocação de Recursos .................................................................... 152
5.1.13.6 Motivação e Análise de Recompensas ............................................................ 153
5.1.14 Documentar a Análise ................................................................................................ 153
5.1.15 Avaliar a Maturidade dos Processos de Negócio .................................................. 154
5.1.16 Considerações sobre a Análise de Processos ....................................................... 155
5.1.16.1 Liderança Executiva ........................................................................................... 155
5.1.16.2 Maturidade da Gestão de Processos Organizacionais ................................. 155
5.1.16.3 Evitar o Desenho de Soluções Durante a Análise ......................................... 156
5.1.16.4 Paralisia a Partir da Análise ............................................................................... 157
5.1.16.5 Alocação Apropriada de Tempo e Recursos .................................................. 157
5.1.16.6 Foco no Cliente ................................................................................................... 157
5.1.16.7 Entender a Cultura Organizacional .................................................................. 158
5.1.17 Conclusão .................................................................................................................... 158
5.1.18 Conceitos Chave da Análise de Processos ............................................................ 159
10
6.1.4.3 Criação de um Desenho Físico ......................................................................... 166
6.1.4.4 Análise e Projeto de Infraestrutura de TI......................................................... 167
6.1.4.5 Criação de um Plano de Implementação ........................................................ 167
6.1.4.6 Simulação e Teste de Modelos ........................................................................ 168
6.1.5 Princípios de Desenho de Processos ...................................................................... 169
6.1.5.1 Desenho a partir Exterior - A começar pelas Interações com o Cliente..... 169
6.1.5.2 Projeto em Torno de Atividades que Agregam Valor .................................... 169
6.1.5.3 Minimizar Handoffs ............................................................................................. 170
6.1.5.4 Ter Trabalho Executado Onde Faz Mais Sentido .......................................... 170
6.1.5.5 Fornecer um Ponto de Contato Único ............................................................. 171
6.1.5.6 Criar um Processo Separado para cada Cluster ........................................... 171
6.1.5.7 Assegurar um Fluxo Contínuo .......................................................................... 171
6.1.5.8 Reduzir o Tamanho do Lote .............................................................................. 171
6.1.5.9 Trazer a Jusante Necessidades de Informação a Montante ........................ 172
6.1.5.10 Capturar a Informação uma vez na Fonte e Partilhá-la ................................. 172
6.1.5.11 Envolvimento com Poucos Atores Possíveis .................................................. 172
6.1.5.12 Redesenhar, depois Automatizar ..................................................................... 173
6.1.5.13 Assegurar a Qualidade no Início ...................................................................... 173
6.1.5.14 Padronizar os Processos ................................................................................... 173
6.1.5.15 Utilização Equipas Co-localizadas ou em Rede Questões Complexas ....... 173
6.1.5.16 Considerar a Terceirização de Processos de Negócio ................................. 173
6.1.6 Níveis do Modelo de Arquitetura de Processos ..................................................... 174
6.1.7 Regras de Processos ................................................................................................. 177
6.1.8 Simulação do Estado Futuro ..................................................................................... 177
6.1.9 Conformidade de Processos ..................................................................................... 178
6.1.10 Fatores Críticos de Sucesso no Desenho de Processos ...................................... 178
6.1.10.1 Liderança Executiva ........................................................................................... 179
6.1.10.2 Propriedade do Processo .................................................................................. 179
6.1.10.3 Incentivo e Recompensas ................................................................................. 179
6.1.10.4 Equipas Multifuncionais ..................................................................................... 179
6.1.10.5 Melhoria Contínua............................................................................................... 180
6.1.10.6 Compromisso de Investimento ......................................................................... 180
11
6.1.10.7 Alinhamento com a Estratégia .......................................................................... 180
6.1.11 Conclusões .................................................................................................................. 180
6.1.12 Conceitos Chave de Desenho de Processos ......................................................... 181
12
8.4.1 ERP ............................................................................................................................... 226
8.4.2 CRM .............................................................................................................................. 227
8.4.3 SCM .............................................................................................................................. 228
8.4.4 Tecnologia BPM .......................................................................................................... 229
8.5 Conjuntos Inteligentes de Gestão por Processos de Negócio (iBPMS) ..................... 234
8.5.1 Capacidades das iBPMS ........................................................................................... 234
8.5.2 Analítica Avançada (Big Data) .................................................................................. 235
8.5.3 Gestão Dinâmica de Casos ....................................................................................... 236
8.5.4 Mineração de Processos (Data Mining) .................................................................. 241
8.5.5 Motores de Regras e Sistemas Gestão de Regras de Negócio (BRMS) ............ 244
8.5.5.1 Repositórios de Regras e Motores ................................................................... 246
8.5.6 Fornecedores de BPMS ............................................................................................ 248
8.6 Plataformas Tecnológicas Mais Recentes....................................................................... 249
8.6.1 Automatização Robótica de Processos (RPA)........................................................ 249
8.6.1.1 O que o RPA resolve .......................................................................................... 250
8.6.1.2 Cenário Tecnológico RPA ................................................................................. 252
8.6.1.3 Automatização versus RPA ............................................................................... 255
8.6.1.4 Critérios de Seleção de Processos para RPA ................................................ 256
8.6.1.5 Proposta de Valor para RPA ............................................................................. 256
8.6.1.6 Seleção de ferramentas RPA ............................................................................ 257
8.6.1.7 Implementação de RPA ..................................................................................... 257
8.6.1.8 Utilizações Gerais de RPA ................................................................................. 258
8.6.1.9 Utilizações Específicas Setorais com RPA ...................................................... 258
8.6.1.10 Cinco Razões de Falha nos Desdobramentos de RPA ................................. 259
8.6.1.11 Melhores Práticas para RPA ............................................................................. 259
8.6.1.12 Pesquisa de Compras Digitais usando o RPA ................................................ 260
8.6.2 Blockchain ................................................................................................................... 262
8.6.2.1 Cadeia de Distribuição ....................................................................................... 274
8.6.3 Inteligência Artificial (IA) e Aprendizagem Máquina (ML) .................................... 275
8.6.4 Business Intelligence versus Inteligência Artificial................................................. 278
8.6.5 IA, Aprendizagem Máquina e Deep Learning ......................................................... 280
13
8.6.5.1 Tipos de Machine Learning ............................................................................... 281
8.6.5.2 Algoritmos Comuns de Machine Learning ...................................................... 283
8.6.5.3 Modelos de Deep Learning ............................................................................... 285
8.6.5.4 Exemplo Cadeia Distribuição 8 critérios para alcançar sucesso com IA ... 288
8.6.6 Convergência de BPM e IA ....................................................................................... 290
8.6.6.1 Microserviços ...................................................................................................... 291
8.6.7 Internet das Coisas (IoT)............................................................................................ 293
8.6.7.1 Três Categorias de Coisas ................................................................................ 293
8.6.7.2 Seis Categorias de Coisas Conectadas .......................................................... 294
8.6.7.3 Desafios das Coisas Conectadas ..................................................................... 295
8.6.7.4 Arquitetura do IoT ............................................................................................... 295
8.6.7.5 IoT e a Cadeia de Distribuição .......................................................................... 298
8.6.8 Conceitos Chave de Tecnologia e de Transformação .......................................... 300
14
9.5.9.2 Gestor de Processos .......................................................................................... 323
9.5.9.3 Analista de Processos ........................................................................................ 323
9.5.9.4 Criador / Designer de Processos ..................................................................... 323
9.5.9.5 Arquitetos de Processos.................................................................................... 324
9.5.9.6 Outras Funções Chave ...................................................................................... 324
9.5.10 Órgãos Governamentais ............................................................................................ 325
9.5.11 Governação de Processos ........................................................................................ 326
9.5.12 Centro de Excelência BPM ....................................................................................... 327
9.5.12.1 Atividades CoE BPM .......................................................................................... 328
9.5.12.2 CoE de BPM Centralizado ou Descentralizado? ............................................ 328
9.5.12.3 Criação de um CoE ............................................................................................ 329
9.5.12.4 Benefícios de um BPM CoE .............................................................................. 330
9.5.13 Construir Cultura e Organização Orientada a Processos - Conceitos Chave ... 332
11 Anexos...................................................................................................................................... 350
11.1 Anexo A: O Modelo de Competências BPM (proposto pela ABPMP) ........................ 351
11.2 Anexo B: ABPMP BPM Core Curriculum ........................................................................ 363
11.3 Apêndice C: Código de Ética da ABPMP ........................................................................ 386
11.4 Apêndice D: Normas de Conduta da ABPMP ................................................................ 387
11.5 Apêndice E: Referências dos Capítulos .......................................................................... 388
11.6 Anexo F: Glossário ............................................................................................................. 398
11.7 Apêndice G: Contributos ................................................................................................... 418
15
PT
16
Em seguida
Sobre a ABPMP
Estatutos
A ABPMP tem representações locais (Chapters) em várias regiões nos EUA e muitas mais estão a
formar-se nos EUA, bem como, por todo o mundo. Os profissionais que desejam participar e que
não estão fidelizados ou tenham por perto um representante local são instados a investigar a
viabilidade de iniciar uma representação na sua área geográfica. Quando não estão afiliados a um
grupo operacional local, os membros farão parte do grupo Membros Gerais, que tem os seus
próprios afiliados eleitos e participa nas atividades da ABPMP, como qualquer outro grupo faria.
Para mais informações sobre a ABPMP, consulte o nosso site em www.abpmp.org. Para mais
detalhes sobre a EABPM, consulte o site em www.eabpm.org.
Visão
● Ser uma rede profissional para Profissionais em Gestão por Processos de Negócio
● Ser o centro global para a comunidade de prática em Gestão por Processos de Negócio
Missão
17
● Fomentar o desenvolvimento, o avanço e a capacitação, bem como, as competências dos
profissionais que trabalham na disciplina de BPM
Decerto não existe falta de fornecedores com formação em BPM por aí, mas nenhum deles definiu
completamente o espectro completo do conhecimento em Gestão por Processos de Negócio. Para
que os Profissionais BPM sejam uma força no mercado, é fundamental estabelecer as áreas de
conhecimento essenciais para os Profissionais BPM, tal como o Instituto de Gestão de Projetos (PMI
Institute) fez para os profissionais em gestão de projetos e o APICS conhecido como (Association
for Operations Management) fez para os profissionais de operações. Ficou claro que havia uma
necessidade semelhante em desenvolver alguns padrões base, qualificações mínimas e um
caminho razoável para se tornar um profissional BPM.
18
É por isso que a ABPMP International decidiu apostar no terreno e desenvolveu o Guia Comum
de Conhecimento em BPM, o Certified Business Process Associate (CBPA), o Certified
Business Process Professional (CBPP) e o Certified Business Process Leader (CBPL), a ser
desenvolvido em breve.
O Guia BPM CBOK é o conjunto básico de padrões da ABPMP International para o BPM - o
conhecimento, a capacitação e as competências, juntamente com uma abordagem estratégica
(como), ilustre uma estrutura do Ciclo de Vida do BPM para aqueles que embarcam nesta
jornada, serem capazes de garantir uma verdadeira Gestão por Processos de Negócio.
O quê e como o BPM continuará a evoluir, assim como o conteúdo (o quê) e a formação (como)
para a prática. Ser CBPP da ABPMP International é obter uma certificação que foi desenvolvida
por e para profissionais BPM. Foi o primeiro programa independente e profissional de exame e
certificação na área do BPM, seguido pelo CBPA e em breve será o CBPL, todos eles projetados
para cumprir com os padrões internacionais de certificação, com o objetivo de se tornarem um
padrão reconhecido internacionalmente para Profissionais BPM.
Esta quarta versão do ABPMP CBOK é a resposta a uma crescente procura por informações
sobre qual é o caminho da carreira dos profissionais BPM, incluindo como o BPM continua a
evoluir, juntamente com as tecnologias que o BPM pode empregar e transformar as
organizações para competir numa economia global. Como uma associação, a ABPMP adotou
uma posição em que existem três perspetivas muito diferentes na criação de um profissional
BPM proficiente: conhecimento, capacitação e competências integradas num caminho de
carreira global com certificações BPM associadas para cada nível, desde o nível básico até aos
níveis seniores dentro das organizações.
O primeiro nível aborda os conceitos fundamentais, que são baseados nas áreas de
conhecimento contidas no Guia BPM CBOK, que incluem as práticas atuais suportadas com
alguma formação. O segundo nível está relacionado com as competências adicionais que são
componentes importantes para uma carreira em evolução no BPM. Acrescentamos o Modelo
de Competências BPM e uma terceira Certificação BPM, Certified Business Process Leader
(CBPL), para abordar os componentes de competência e carreira. O BPM CBOK e as nossas
certificações profissionais BPM estão focadas no conhecimento e experiência a nível
profissional. Acreditamos que a ampla e profunda experiência dos profissionais está no centro
do BPM e que é essencial acrescentar ao fator humano de mudança necessário para o sucesso
contínuo, uma mudança dos processos de negócio nas organizações.
19
A versão 1.0 levou cerca de seis anos para desenvolver um consenso sobre o seu conteúdo. A
ABPMP lançou a versão 1.0 para feedback e nessa altura desenvolveu uma filiação com a
EABPM (Associação Europeia de BPM). Levou mais um ano para incorporar todo o feedback
da ABPMP e da EABPM, editá-lo e finalmente, publicar globalmente a versão 2.0 em 2009. Esta
versão foi utilizada para desenvolver a certificação Certified Business Process Professional
(CBPP), ambas lançadas globalmente em inglês. Foi somente no final de 2013 que a ABPMP
publicou a versão 3.0, que foi um esforço de dois anos para atualizar o Guia CBOK do BPM
para refletir as práticas desse momento, a maturidade e adoção das tecnologias BPMS. O ponto
de ligação da versão 3.0 foi o de criar uma perspetiva de transformação do negócio, utilizando
as tecnologias BPMS disponíveis. O exame CBPA foi então desenvolvido como uma certificação
BPM de nível básico e o nosso exame CBPP foi atualizado para refletir as adições de conteúdo
à versão 3.0. A abordagem da versão 4.0 inclui todos os comentários que foram recolhidos de
pessoas que estavam a utilizar a versão 3.0 do BPM CBOK, complementados por comentários
e sugestões dos membros da associação na Europa e no Brasil. No final de 2017, foi tomada a
decisão de atualizar novamente o Guia CBOK do BPM uma vez que as tecnologias BPM, BPMS
e empresarial mudaram, especialmente com a introdução de metodologias ágeis, tecnologias
de código de baixo nível e sem código, como a automação de processos robotizados (RPA) e
novas plataformas como o Blockchain, Inteligência Artificial, Machine Learning e Internet das
Coisas (IoT). A ABPMP também reconheceu o feedback dos nossos profissionais para adicionar
mais conteúdos sobre a utilização de um repositório de processos, técnicas de colaboração e
também para enfatizar mais explicitamente que uma abordagem BPM eficaz, deve vincular a
estratégia à execução para entregar valor às organizações.
Finalmente, o projeto de atualização do Guia CBOK do BPM para a versão 4.0 exigiu que a
ABPMP alinhasse a nova área de conteúdos e conhecimento do BPM CBOK ao recém
desenvolvido Modelo de Competências BPM. O índice de conteúdos do Guia CBOK do BPM,
versão 4.0, reflete este alinhamento.
Guia BPM CBOK Deve (Ser) Guia BPM CBOK Não Deve (Ser)
20
Prefácio
O seguinte texto foi escrito por Brett Champlin, ex-presidente da Associação de Profissionais
de Gestão por Processos de Negócio (ABPMP).
Estudos e pesquisas recentes confirmam que o Business Process Management (BPM) está
evoluindo rapidamente como o paradigma de gestão dominante do século XXI. O BPM é agora
geralmente adotado nas empresas com mais de 80% das organizações líderes mundiais
envolvidas ativamente em programas de BPM, muitos deles numa escala global. Existe agora
informação publicada suficiente que demonstra que estratégias, abordagens, ferramentas e
técnicas comprovadas (incluindo estruturas de processos corporativos e modelos de
maturidade) são empregadas por empresas de classe mundial, focadas em processos.
O BPM e a Gestão do Desempenho estão a unir-se à medida que mais e mais grupos de gestão
por processos começam a reconhecer a Organização como um sistema de interação de
processos cujo desempenho deve ser equilibrado e que deve ser o foco do cumprimento da
estratégia. Por outro lado, cada vez mais pessoas envolvidas na gestão do desempenho
empresarial estão a perceber que é o desempenho dos processos de negócio e não as
unidades funcionais organizacionais ou um conjunto de ativos, que tem que ser o foco central
para obter os verdadeiros benefícios de uma iniciativa de gestão do desempenho.
Juntamente com o BPM, novas estruturas e papéis organizacionais estão a surgir e uma nova
categoria de profissionais está a emergir para apoiar estas práticas. No entanto, as escolas de
negócios estão apenas a começar a desenvolver programas para nos ensinar como gerir por
processos. Uma coisa que está clara é que gerir por processos e adaptar novas ferramentas de
sistemas de informação para apoiar essas atividades é uma estratégia de sucesso que traz uma
enorme vantagem para as empresas que a adotam. E parece que quanto mais ampla for a base
da iniciativa da gestão por processos na Organização, mais eficaz ela é e mais valor agrega.
21
Parece haver muitas empresas cujos esforços de BPM são impulsionados pelos departamentos
de TI das organizações, quanto aquelas cujos programas de BPM estão a ser liderados pelas
principais áreas de negócio. Da mesma forma, parece haver duas abordagens principais:
aquelas que são mais orientadas para projetos versus aquelas que vêem o BPM como um
esforço contínuo de melhoria e transformação de processos. Estes diferentes modelos geram
papéis e responsabilidades com títulos e alinhamentos de responsabilidades muito variados,
mas todos são focados na gestão por processos.
No seio da ABPMP, os membros ainda mostram uma diversidade de títulos que refletem essas
abordagens divergentes para a gestão por processos. Existem mais de 150 títulos diferentes
representados na base de dados da ABPMP, embora existam clusters em torno de alguns dos
títulos como Gestor, Diretor, VP, Analista, Consultor e Arquiteto, geralmente precedidos ou
seguidos por Processos, BPM, Melhoria de Processos, Inovação de Processos e afins.
Uma função que é particularmente significativa nos programas de BPM é a do Dono do Processo.
Dependendo se a Organização se reestrutura em torno de processos de negócio interfuncionais,
cria uma Organização gerida por matriz, nomeia gestores funcionais para assumirem um papel
duplo, ou conta com um conselho de gestores interfuncionais para supervisionar os processos de
negócio principais, irá assegurar que alguém assuma as responsabilidades de um Dono de
Processos para cada um dos processos operacionais chave da Organização. Este papel parece ser
um dos fatores críticos de sucesso em organizações orientadas para processos eficazes.
Um fator organizacional que parece refletir a evolução ou maturidade nas organizações que
implementam BPM é a existência de um grupo especializado que é reconhecido como o especialista
em processos. Muitos começam com um Centro de Excelência em BPM (CoE) ou grupo similar que
fornece à Organização modelação de processos, análise, desenho e experiência em projetos
juntamente com ferramentas, métodos e técnicas padrão, atuando como um grupo de consultoria
interna. Uma Organização mais madura ou experiente terá um Grupo de Gestão por Processos ou
uma Equipa de Gestão por Processos que supervisiona o portfólio de processos da Organização e
alinha, prioriza e autoriza os esforços de transformação. Algumas empresas podem ter ambos os tipos
de grupos, trabalhando em conjunto. Esses grupos são formados por profissionais em Gestão por
Processos com uma ampla gama de títulos e alinhamento de responsabilidades.
Embora pareça haver muitos modelos de sucesso para implementar BPM nas organizações, uma
coisa que todos eles têm em comum são os variados novos papéis com novos conjuntos de
capacitação e responsabilidades, todos centrados em BPM. Este é um grupo emergente de
profissionais cujo trabalho é essencial para as empresas do século XXI: o profissional dos processos
corporativos. A julgar pelos membros da ABPMP, estes profissionais são em geral altamente
qualificados (67% têm licenciatura ou grau superior avançado) e têm uma quantidade significativa
de experiência (média de 9,9 anos) trabalhando na melhoria e redesenho de processos.
22
• Gestor ou Diretor de Melhoria do Desempenho Empresarial
(Manager or Director of Business Process Improvement)
• Gestor ou Diretor de Inovação de Processos de Negócio
(Manager or Director of Business Process Inovation)
• Responsável pelos Processos (Process Officer)
Estes títulos e as suas variantes cobrem a maioria das novas funções e responsabilidades em
organizações geridas por processos. Independentemente dos papéis ou estrutura
organizacional, estes títulos geralmente são responsáveis pelos mesmos conjuntos de
atividades: modelação de processos, análise de processos, desenho de processos, mudança e
transformação de processos, implementação de processos, monitorização e controlo de
processos e melhoria de desempenho de processos.
Muitas descobriram que combinar pessoas que têm conhecimentos e capacidades gerais de
consultoria com outras que têm um conhecimento profundo de negócio específico é uma
estratégia de sucesso para os esforços de BPM.
Existe hoje um novo profissional no mundo dos negócios, o profissional de processos de negócio.
O trabalho que eles fazem é crítico para o futuro das organizações competitivas. E embora não
exista um modelo único ou claro que se possa adotar, isso não diminui a necessidade de pessoas
mais qualificadas e motivadas para realizar esse trabalho. Eventualmente, as universidades sairão
com modelos bem estudados e estruturados, baseados em algumas das histórias de sucesso mais
visíveis. Entretanto, as empresas não podem esperar que alguém lhes diga a melhor maneira de
fazer isto; elas têm que fazer esse trabalho hoje e simplesmente não há pessoas com conhecimento
e capacitação suficientes para se desenvolverem.
Organizações bem-sucedidas estão a descobrir que, para trabalhar com esses grupos, têm que
investir em formação e desenvolvimento. Algumas estão a construir os seus próprios currículos,
programas de formação e trazem pessoas de um nível básico para trabalhar em conjunto com
os poucos profissionais de BPM talentosos que existem. Outros estão a enviar gestores, líderes
de projetos e analistas de sistemas para formação, como os programas de certificação do BPM
Institute ou do Object Management Group (OMG), para começar a construir o conhecimento e
a capacitação necessária. Esta situação provavelmente continuará a ser a abordagem mais
viável para a construção de organizações orientadas a processos num futuro próximo.
23
A ABPMP criou um conjunto de critérios para avaliar as empresas de formação, os seus
programas e um processo para endereçamento formal dos fornecedores que prestam serviços
de formação e programas académicos.
Trabalhar em BPM neste momento é o mais excitante e valioso que os gestores e profissionais
com experiência empresarial podem hoje obter. Eu vejo hoje estes profissionais como a nova
base de formação para futuros líderes corporativos, assim como, a gestão de projetos foi há
quinze anos. A ABPMP desenvolveu através do Guia BPM CBOK e do Modelo de Competências
BPM o conhecimento básico, capacidades, padrões, competências e qualificações mínimas
para cada nível de Certificação BPM como um caminho de carreira para se tornar um
profissional neste BPM. Se o leitor está a trabalhar em Gestão por Processos de Negócio, junte-
se a outros no desenvolvimento da profissão - inscreva-se hoje na ABPMP. Juntos podemos
construir uma nova disciplina credenciada que irá criar o futuro.
Rumo à Certificação
Versão Direciona Nível Função
BPM
• Conhecimento,
2.0 CBPP Intermédio Arquiteto Processos
skills, competências
• Conhecimento,
3.0 * CBPA Entrada Analista Processos
skills, competências
- Arquiteto Principal
• Conhecimento, de Processos
Futuro CBPL Liderança
skills, competências - Arquiteto Negócio
Corporativo
NOTA: O nível da liderança aplicado ao BPM CBOK será um corpo de conhecimento separado
com um exame específico.
* O nível CBPA foi introduzido na versão 3.0 e inclui atualizações para o nível CBPP.
24
1 O Profissional BPM: Arquitetura do Caminho de Carreira
Para aqueles praticantes de BPM que estão a pensar a longo prazo, a ABPMP desenvolveu um
Modelo de Competências BPM e uma Arquitetura do Caminho de Carreira como um roteiro
para o desenvolvimento profissional na profissão BPM. O objetivo é o de garantir que se uma
pessoa for um profissional de BPM orientado para negócio ou para TI, existir um caminho de
carreira para que seja possível elevar a capacitação e as competências individuais, uma função
no âmbito do trabalho desenvolvido e um determinado grau de remuneração.
A questão maior é: quais são as possibilidades de evolução dessa carreira dentro de uma
Organização? Em seguida, dá-se um exemplo de algumas das posições de emprego
atualmente em desenvolvimento no mercado atual e possíveis caminhos para níveis mais altos.
O lado direito do diagrama mostra o alcance crescente das responsabilidades e nível do
desenho à medida que a capacitação, competências e experiência amadurecem.
25
Figura 1.2 Exemplo de Mudança de Caminhos no Progresso de Emprego Qualificado
Mais uma vez, a ideia aqui passa por, à medida que se desenvolve mais capacitação e
competências, naturalmente os profissionais subirão na escada hierárquica da Organização. À
medida que se adquire mais capacitação, competências em BPM e desenho, os profissionais
também adquirem mais aptidão e competências de gestão para exercer liderança (gestor de
pessoas).
A ABPMP criou uma arquitetura de carreira para profissionais BPM para atender a uma
necessidade não correspondida pelo mercado para a profissão BPM. Se após uma licenciatura
a pessoa consegue o seu primeiro emprego a um nível básico, existe uma necessidade inicial
de entender os processos e o desempenho obtido dessa pessoa. O CBPA é o primeiro passo.
O CBPP pode ser alcançado após quatro anos de experiência. Finalmente, depois de dez anos
de experiência, o profissional pode evoluir para uma certificação CBPL. Cada certificação traz
consigo uma determinada capacitação ao nível das competências exercidas e a experiência
necessária para crescer e seguir um caminho de carreira.
26
Figura 1.3 O Modelo de Competências BPM
O Guia BPM CBOK contém as áreas de conhecimento, capacitação e competências para iniciar
o caminho profissional em BPM.
27
1.1 Áreas de Conhecimento do BPM CBOK
O presente Guia BPM CBOK garante uma referência básica para os praticantes de BPM. O
objetivo principal do BPM CBOK é definir a profissão BPM, identificar e fornecer uma visão
geral das áreas de conhecimento que são geralmente reconhecidas e aceites como boas
práticas. O guia inclui papéis e estruturas organizacionais, bem como, disposições que devem
ser seguidas numa Organização orientada por processos. O guia fornece uma visão geral de
cada área de conhecimento e uma lista de atividades e tarefas comuns associadas a cada área
de conhecimento. O Guia BPM CBOK é um capacitador do sucesso. Visa sobretudo aumentar
as capacidades dos profissionais BPM para que eles possam desenvolver e orientar a estratégia
de negócio orientada por processos nas suas organizações, apoiada por tecnologias BPM, o
que leva ao sucesso dos negócios.
Este guia também pretende ser um trampolim para discussões entre os Profissionais BPM.
Muitas vezes, uma disciplina como o BPM encontra grupos diferentes usando a linguagem de
maneiras diferentes, resultando em terminologias ou definições conflitantes que podem
confundir as discussões sobre o tema. Um dos objetivos do Guia CBOK do BPM é encorajar a
utilização de um vocabulário comum e acordado para a disciplina BPM. Fornece também
ligações e referências a outras fontes de informação que fazem parte do Corpo Comum de
Conhecimento de BPM a um nível mais amplo.
Além disso, o Guia BPM CBOK transmite o conhecimento fundamental exigido a um Profissional
BPM. Qualquer avaliação ou certificação profissional na área, requer uma compreensão
demonstrada dos conceitos fundamentais BPM delineados nas áreas de conhecimento, bem
como, a capacidade de realizar as atividades e as tarefas identificadas no seu interior.
28
O Guia BPM CBOK é a base para o desenvolvimento de perguntas para um exame que os
indivíduos devem superar para se tornarem um Certified Business Process Associate (CBPA) e/ou
um Certified Business Process Professional (CBPP). Estes exames foram desenvolvidos pela
ABPMP como o Guia BPM CBOK foi construído e com o auxílio de uma empresa de certificação
profissional e com testes de licenciamento. A ABPMP segue a Norma Internacional ANSI/ISO 17024
e a ACE (American Council on Education) em termos de Requisitos Gerais para Órgãos de
Certificação Operacional de Pessoas na criação dos processos de certificação e exame.
As secções seguintes fornecem uma visão da cobertura em capítulos subsequentes das áreas
de conhecimento BPM.
O capítulo Gestão por Processos de Negócio concentra os conceitos BPM, tais como, definições
chave, processos ponta a ponta, valor do Cliente e a natureza do trabalho interfuncional. Os tipos
de processos existentes, os componentes dos processos, o ciclo de vida BPM, juntamente com a
capacitação e os fatores críticos de sucesso, que são introduzidos e explorados. Esta secção define
o BPM e fornece a base para explorar as principais áreas do conhecimento BPM.
A análise de processos envolve uma revisão sistemática e um exame profundo dos processos
corporativos, incluindo a eficiência e eficácia dos processos corporativos. Este capítulo explora o
propósito da análise de processos, atividades para apoiar a decomposição de processos e
estruturas analíticas. Cobre os papéis, âmbito, contexto de negócio, regras e métricas de
desempenho que compõem a análise de processos. O foco está na compreensão dos processos
em estado atual com o objetivo de alcançar melhorias no estado futuro. Uma variedade de tipos,
ferramentas e técnicas de análise de processos está incluída dentro desta área de conhecimento.
O desenho de processos envolve a criação do estado futuro ou desenho para processos de negócio
dentro do contexto da estratégia organizacional e a ligação dos objetivos de desempenho do
processo com a estratégia e as metas. Fornece os planos e as diretrizes de como os processos de
trabalho fluem, como as regras são aplicadas, simulação do estado futuro, conformidade dos
processos e controlos operacionais. O valor do desenho do processo é discutido juntamente com
o planeamento de como os processos de negócio funcionam e são medidos, governados e geridos.
Esta área de conhecimento explora as funções, técnicas e princípios do bom desenho de
processos. O capítulo também explora padrões e considerações comuns de desenho de
processos, tais como, conformidade, liderança executiva e alinhamento estratégico.
29
1.1.6 Medição do Desempenho de Processos
A transformação dos processos enfatiza que o ciclo de vida BPM, incluindo o negócio e/ou a
transformação digital, começa com a estratégia e o seu desdobramento até a execução. O capítulo
também aborda a gestão da mudança associada a essas transformações. As mudanças de
processos são discutidas no contexto do ciclo de vida BPM, desde o planeamento até a
implementação. Várias metodologias de melhoria, redesenho e reengenharia de processos são
exploradas, juntamente com as tarefas associadas à construção, controlo de qualidade, introdução
e avaliação de novos processos. O tema da gestão da mudança organizacional, incluindo as
melhores práticas de gestão da mudança para transformação também são abordadas.
30
1.1.9 Organização e Cultura numa Gestão por Processos
Podem ser enviados comentários para a ABPMP através do nosso site e informar-nos se há
algum tópico que se crê que o devamos incluir ou se existem desacordos com o ponto de vista
da associação. Os comentários enviados serão utilizados como base para futuras versões.
Os leitores que gostariam de ver tópicos adicionais ou discussões em versões futuras estão
convidados a enviar todas as sugestões ou recomendações de mudança para a ABPMP através
do URL www.abpmp.org/page/feedback_CBOK.
O Modelo de Competências BPM da ABPMP foi desenvolvido para atender à necessidade geral de
fornecer aos Profissionais BPM um caminho de desenvolvimento que delineia a capacitação,
competências e níveis de experiência para indivíduos que procuram uma carreira em Gestão por
Processos de Negócio. O modelo também mostra como esse caminho de desenvolvimento alinha
com as áreas de conhecimento de conteúdo BPM CBOK e com as certificações da ABPMP.
O gráfico do Modelo de Competências BPM que se segue fornece uma compreensão concetual
dos requisitos do nível de experiência à medida que se avança do nível de entrada (CBPA) para
o nível de liderança (CBPL). O CBPA requer ou uma licenciatura ou pelo menos um ano de
experiência de trabalho para ser elegível. O nível CBPP requer um mínimo de quatro anos de
experiência orientada a processos e destina-se a indivíduos que possam demonstrar melhorias
relacionadas aos projetos e ao BPM. O CBPL requer um mínimo de dez anos de experiência e
deve incluir projetos de mudança em processos de negócio a um nível corporativo com pelo
menos a liderança de um grande processo interfuncional.
31
A Matriz do Modelo de Competências BPM é ilustrada na figura seguinte procurando-se resumir
o seu conteúdo numa página. O modelo completo tem nove páginas e cobre cada categoria de
capacitação e competências em detalhe para cada nível de Certificação BPM. A versão
completa do Modelo de Competências BPM está disponível no Apêndice A.
32
CBPA. A certificação Certified Business Process Associate é apropriada para novos
profissionais BPM. Aqueles que concluíram (ou estão em processo de conclusão) um curso de
especialização ou que tenham trabalhado numa função BPM com a duração mínima de um ano,
são elegíveis para realizar o exame. O exame demonstra uma compreensão dos conceitos de
melhoria e transformação dos processos de negócio em todas as disciplinas cobertas pelo Guia
CBOK BPM. A certificação CBPA permite aos novos profissionais demonstrar a sua
compreensão dos conceitos, abordagens, técnicas e tecnologias necessárias para o sucesso
em BPM e ajuda estes profissionais a destacarem-se entre os seus pares. A certificação CBPA
é mais do que um diploma académico ou uma qualquer pós-graduação. É a verificação
independente de que o indivíduo tem um sólido nível de competências básicas em Gestão por
Processos de Negócio e que pode aplicar os conceitos assimilados na experiência e no trabalho
do dia-a-dia.
CBPP. A certificação Certified Business Process Professional é para indivíduos que são
profissionais experientes em BPM e requer um mínimo de quatro anos de trabalho efetivo BPM.
É um pré-requisito para a obtenção do certificado de Certified Business Process Leader (CBPL).
CBPL. A certificação Certified Business Process Leader (CBPL) é voltada para profissionais
que exercem liderança de equipas e requer um mínimo de dez anos de experiência. Aqueles
que procuram este nível devem ter experiência em mudanças de processos de negócio a um
nível corporativo/empresarial que incluam pelo menos a gestão de um grande processo inter-
funcional.
33
2 Introdução
Neste capítulo, o leitor encontrará definições relacionadas com o Guia BPM CBOK, uma
declaração de intenções, como este guia está organizado, as orientações para utilizar BPM e
uma explicação, onde o BPM se encorpora no espaço profissional.
Para efeitos de BPM, nós adaptamos a seguinte definição: uma coleção de todo o conhecimento
disponível sobre as práticas atualmente aceites de um tópico, incluindo todo o material
publicado sobre o assunto.
É um Guia para o Corpo Comum de Conhecimento em Gestão por Processos de Negócio (BPM
CBOK Guide) cujo padrão é globalmente reconhecido para a prática em Gestão por Processos
de Negócio. O Guia BPM CBOK descreve as áreas de conhecimento em Gestão por Processos
de Negócio, os conceitos chave e as melhores práticas geralmente aceites (capacitação e
competências) para orientar uma Organização num caminho liderado por processos.
Quando um novo termo é utilizado pelo mercado, até que seja definido e se torne uma melhor
prática, esse termo não estará no Guia BPM CBOK. O BPM Social é um exemplo de uma
terminologia deste tipo. A mineração de processos (Process Mining) é outro exemplo em que o
mercado (principalmente fornecedores de TI e BPM) está a utilizar o termo definido da seguinte
forma: mineração de processos é um método de análise de processos que visa descobrir,
monitorizar e melhorar processos reais (processos não assumidos), extraindo facilmente o
conhecimento dos logs de eventos disponíveis nos sistemas de informação atuais de uma
Organização. Esta definição descreve uma capacidade existente em muitos sistemas BPM que
fazem mineração de processos, que é simplesmente uma forma de descoberta de processos. Para
mais informações consultar: https://medium.com/@pedrorobledobpm/process-mining-plays-an-
essential-role-in-digital-transformation-384839236bbe.
Como o termo Business Process Management (BPM) é utilizado com muita frequência ao longo
desta publicação, incluímos a seguinte definição, conforme for sendo aplicada, da seguinte forma:
34
2.2.1 Objetivo do Guia CBOK do BPM
Este Guia BPM CBOK fornece uma referência básica das melhores práticas para os praticantes
BPM. O objetivo principal do Guia BPM CBOK é definir a profissão de Business Process
Management, identificar e fornecer uma visão geral das áreas de conhecimento que são
geralmente reconhecidas e aceites como melhores práticas. Inclui os diversos papéis e estruturas
organizacionais, bem como, as disposições para orientar uma Organização orientada por
processos. O guia fornece uma visão geral de cada área de conhecimento e uma lista de
atividades e tarefas comuns associadas a cada área de conhecimento. O Guia BPM CBOK
permite que os profissionais BPM aumentem as suas capacidades e assim desenvolvam uma
estratégia de negócio apropriada, apoiada por tecnologias BPM, o que leva ao sucesso do
negócio.
O Guia BPM CBOK também pretende ser um trampolim para discussões entre os Profissionais
BPM. Muitas vezes, uma disciplina como o BPM encontra grupos diferentes utilizando a
linguagem de maneiras diferentes, resultando em terminologia ou definições conflituantes que
podem confundir as discussões sobre cada tópico. Um dos objetivos do Guia CBOK BPM é
encorajar a utilização de um vocabulário comum e alinhado para a disciplina BPM. Fornece
também ligações e referências a outras fontes de informação que fazem parte do Corpo
Comum de Conhecimento do BPM.
Além disso, o Guia BPM CBOK reflete o conhecimento fundamental exigido de um profissional
BPM. Qualquer avaliação ou certificação profissional na área requer uma compreensão
demonstrada dos conceitos fundamentais BPM delineados nas áreas de conhecimento, bem
como, a capacidade de realizar as atividades identificadas no seu interior. O Guia BPM CBOK
é a base para o desenvolvimento de questões para exame que os indivíduos devem superar
para se tornarem um Certified Business Process Associate (CBPA) e/ou um Certified Business
Process Professional (CBPP). Estes exames foram desenvolvidos pela ABPMP como o Guia
BPM CBOK foi criado, com o auxílio de uma empresa de certificação profissional e testes de
licenciamento.
O Guia BPM CBOK está organizado em áreas de conhecimento BPM ou em áreas ou secções
centrais, como delineado na Figura 2.1. Estas áreas centrais BPM são segmentadas numa
perspetiva mais ampla, orientada para a Organização numa perspetiva de processos. As áreas
centrais BPM refletem as capacidades BPM que podem ser consideradas por uma Organização
implementando uma Gestão por Processos de Negócio.
Os conceitos BPM são abordados no capítulo Gestão por Processos de Negócio, que cria o
cenário base para todas as áreas centrais BPM.
35
Figura 2.1 Áreas Principais do BPM e Organização do CBOK
Há muitas razões pelas quais o BPM é importante para as empresas mesmo quando os líderes
seniores podem não estar tão orientados para processos como outros. As razões são geralmente
desenvolvidas a partir da utilização de técnicas ou estruturas de análise estratégica para compreender
os motores da mudança. Existem dois tipos de catalisadores que estão no contexto da Organização
e compreendem uma panóplia de condutores (drivers) internos e externos à Organização.
Por espaço profissional, entendemos todos os fatores internos e externos que influenciam as decisões
em torno da Gestão por Processos de Negócio. Para os profissionais BPM, o espaço profissional BPM
representa o âmbito do conhecimento e pode ser análogo aos catalisadores internos e externos. O
espaço profissional BPM é composto por nove componentes, como mostrado na Figura 2.2.
36
Ambiente Empresarial (Interno). A caixa do meio na Figura 2.2 mostra os cinco componentes
seguintes, que são internos à empresa: estratégia e governação empresarial; práticas
profissionais BPM; processos corporativos; aplicações, dados e plataformas de TI; valores,
crenças, liderança e cultura. Estratégia de negócio e governação refere-se a diretrizes para a
gestão de uma Organização. As práticas profissionais BPM são a gestão por processos de
negócio da Organização (gestão por processos). Processos de negócio são os padrões
operacionais formalizados de uma Organização, tanto internos como externos. Aplicações,
dados e plataformas de TI são a tecnologia utilizada para suportar os processos de negócio.
Valores, crenças, liderança e cultura são fatores exclusivos de uma Organização que
influenciam a forma como os colaboradores e a gestão se comportam.
O ponto chave é que as influências nos Profissionais BPM estendem-se para fora da Organização
e devem ser consideradas como parte de uma visão holística dos seus processos de negócio.
37
3 Gestão por Processos de Negócio
O capítulo 3 aprofunda a Gestão por Processos de Negócio.
O BPM fornece um meio de nos focarmos em resultados, bem como, linhas de ação. A Figura
3.1 ilustra o âmbito das iniciativas BPM.
As iniciativas podem ser de âmbito limitado, tais como, um projeto que visa a melhoria dos
processos de negócio (Business Process Improvement). Os resultados podem ser alcançados
pela aplicação do ciclo de vida BPM, conforme descrito neste guia, ou pela aplicação de outras
metodologias como a Gestão Lean ou Seis Sigma.
Business Process Improvement (BPI) ou melhoria dos processos de negócio é uma iniciativa
ou projeto singular para melhorar o alinhamento e o desempenho de um determinado processo
com a estratégia organizacional e as expectativas dos Clientes. O BPI inclui a seleção, análise,
desenho e implementação dos processos (melhorados).
O BPM é também um sistema holístico que pode gerar resultados através de iniciativas ou via
projetos. Estes resultados, denominados Enterprise Process Management (EPM), incluem a
estratégia, valores e cultura, estruturas e papéis e todo um conjunto de processos ponta a ponta
(end-to-end) com os seus objetivos e indicadores associados, TI e pessoas. O grau de
progresso alcançado pode ser avaliado como um nível de maturidade em gestão por processos.
38
Enterprise Process Management (EPM) ou gestão corporativa (arquiteturas) de processos é
a aplicação de princípios, métodos e processos BPM, individualmente a uma empresa. O EPM
(a) assegura o alinhamento do portfólio e da arquitetura dos processos numa orientação ponta
a ponta com a estratégia e os recursos da Organização e (b) fornece um modelo de governação
(um modelo de referência) para a gestão e avaliação das iniciativas BPM.
O BPM também pode ser visto como um refinamento contínuo, que pode ser alcançado através
da aplicação de um sistema de controlo e de feedback diário para melhorar a qualidade dos
processos individuais e do sistema EPM.
3.1.2 Definição
A Gestão por Processos de Negócio é definida em seguida. É também uma disciplina de gestão
que trata os processos de negócio como ativos. Presume que os objetivos organizacionais
podem ser alcançados através da definição, engenharia, controlo e dedicação à melhoria
contínua dos principais processos de negócio interfuncionais da Organização.
Business Process Management (BPM) ou Gestão por Processos de Negócio é uma abordagem
de gestão disciplinada para identificar, desenhar, executar, documentar, medir, monitorizar e
controlar, processos de negócio automatizados e não automatizados, para alcançar resultados
consistentes e direcionados, alinhados com os objetivos estratégicos de uma Organização. O BPM
envolve a definição, melhoria, inovação e gestão deliberada, colaborativa e cada vez mais apoiada
pela tecnologia, dos processos de negócio numa orientação ponta a ponta que impulsionam os
resultados do negócio, criam valor para os Clientes e permitem que uma Organização atinja os seus
objetivos de negócio com mais agilidade.
Os princípios seguintes são as linhas de orientação numa Gestão por Processos de Negócio e
são centrais para a prática BPM, pois devem estar na mente de todos os que a exercem.
39
3.1.4 Como as Organizações Devem Abordar as Mudanças nos Negócios
Assim como o planeamento estratégico deve ser um ciclo anual em qualquer Organização,
também a abordagem deve ser a mudança do negócio (processos). Embora existam muitos
ciclos de vida BPM em utilização hoje em dia, o mais importante é que os profissionais BPM
utilizem um ciclo de vida que siga os princípios de Business Process Management.
A melhoria contínua faz parte da última fase. Um praticante BPM, passa através do ciclo de vida
BPM, como ilustrado na Figura 3.2, pelos processos de negócio que são capacitados ou
restringidos por uma variedade de fatores, incluindo os quatro fatores primários
organizacionais: valores, crenças, liderança e cultura.
O ciclo de vida BPM começa com o desenvolvimento de uma estratégia e um plano orientado por
processos para a Organização. Esta fase começa com uma compreensão da estratégia e objetivos
organizacionais que são projetados para assegurar uma proposta de valor atraente para os Clientes.
O plano estratégico fornece a estrutura e a direção para uma gestão contínua dos processos
centrados no Cliente. O plano estratégico estabelece uma base para uma abordagem holística BPM
para assegurar o alinhamento com a estratégia e os objetivos organizacionais com a integração da
estratégia, pessoas, processos e sistemas, cruzando as fronteiras funcionais. Esta fase define a
estratégia e a direção para o alinhamento dos processos e da capacidade dos mesmos com a
estratégia da Organização. Também identifica e alinha os processos aos objetivos do Cliente.
Crítico nesta fase é determinar os processos em foco para a mudança e finalmente, alinhar essas
métricas de processos às metas da Organização. As atividades auxiliares incluem a identificação
das funções e responsabilidades organizacionais apropriadas do Centro de Excelência BPM (CoE),
do patrocínio executivo e dos compromissos de recursos esperados.
40
3.1.5.2 Fase 2: Mudanças de Arquitetura
A fase 3 é onde todos os planos são desenvolvidos para implementação. O Guia BPM CBOK não
cobre como se irão desenvolver estas iniciativas, mas dá uma breve descrição dos seguintes planos.
A fase 5 inclui a realização de benefícios, que são medidos em relação aos benefícios projetados
do plano original. Também implementa o modelo permanente de Gestão Corporativa (Arquiteturas)
de Processos e de governação para a Organização. Inclui a medição e a monitorização contínua
dos processos de negócio e da tecnologia. Todos os processos de negócio, gestão da mudança,
realização de benefícios e planos tecnológicos são armazenados nos repositórios de processos e
documentos. Um plano de melhoria contínua é implementado com o dono do processo, assumindo
uma vez que a iniciativa geral chegue até ao encerramento do projeto.
Fase 4: Esta é uma nova secção baseada no Ciclo de Vida BPM e abrange um Desenho
Organizacional, Formação Profissional, Tecnologia go-live e estabilização.
41
Continuous Process Improvement ou melhoria contínua de processos é uma abordagem na
qual os profissionais BPM avaliam continuamente o desempenho dos processos de negócio e
se os resultados ficarem abaixo das expectativas, recomeçam o ciclo de vida BPM.
Existem três tipos diferentes de processos de negócio numa visão ponta a ponta:
Na maioria das Organizações, os processos primários constituem vinte por cento das atividades
corporativas, enquanto os processos de suporte constituem setenta por cento e os processos
de gestão, representam dez por cento.
As cadeias de valor são constituídas pelo que Michael Porter descreveu como atividades
"primárias" e atividades "de apoio" no seu livro “Vantagem Competitiva” (1985). A cadeia de valor
dos processos corporativos é uma forma de olhar para a cadeia de atividades (processos) que
fornecem valor ao Cliente. Cada atividade tem os seus próprios objetivos de desempenho ligados
ao seu processo de negócio principal. Os processos primários podem mover-se entre organizações
funcionais, entre departamentos ou mesmo entre empresas e fornecer uma visão completa ponta
a ponta para a criação de valor. As atividades primárias são aquelas envolvidas na criação física de
um produto ou serviço, marketing e transferências para um comprador e suporte pós-venda. As
atividades primárias são referidas como atividades de valor acrescentado.
Os processos de suporte são concebidos para apoiar os processos primários, muitas vezes através
da gestão de recursos e/ou infraestrutura, exigidos pelos processos primários. A principal diferença
entre processos de suporte e processos primários é que os processos de suporte não fornecem
valor diretamente aos Clientes, enquanto os processos primários fornecem. Exemplos comuns de
processos de suporte incluem gestão das tecnologias de informação, gestão das instalações ou
capacidades e gestão de recursos humanos. Cada um destes processos de suporte pode envolver
um ciclo de vida de recursos e muitas vezes estão estreitamente associados a áreas funcionais. No
entanto, os processos de suporte podem e muitas vezes ultrapassam as fronteiras funcionais. Por
exemplo, a gestão de capacidades, o processo de gestão das capacidades, não fornece valor
diretamente aos Clientes, mas apoia a capacidade de uma Organização para fornecer produtos e
serviços. A gestão de capacidades frequentemente envolve uma série de atividades interfuncionais,
desde o planeamento até a aquisição, engenharia e desenho, construção e processo de colocação
de capacidades na produção. Cada uma dessas atividades poderá incluir equipas multifuncionais
com representantes da área das finanças, compras, engenharia, manufatura, tecnologias de
informação e outras unidades funcionais.
42
O facto de os processos de suporte não oferecerem valor diretamente aos Clientes não significa
que estes processos não sejam importantes para uma Organização. Os processos de suporte
podem ser críticos e estratégicos para as organizações, pois influenciam diretamente a
capacidade de uma Organização em executar efetivamente os processos primários.
Os tipos de atividades que fazem parte dos processos corporativos incluem atividades de
agregação de valor, atividades de transferência e atividades de controlo.
Atividades de valor agregado são aquelas que contribuem para o resultado do processo de
uma forma positiva. Por exemplo, contactar o Cliente vários dias após a manutenção do seu
automóvel para verificar se ele está satisfeito, agrega valor ao processo “Veículo de Serviço”,
tanto pela medição da satisfação do Cliente como pelo aprimoramento da imagem da empresa
como prestadora de serviços de cuidado e de assistência.
3.1.7.2 Transferência
43
Alcançar uma adesão bem-sucedida desses controlos requer o desenho, teste, implementação
e monitorização das atividades de controlo.
• Tomada de decisão estruturada sobre como uma Organização funciona no que diz
respeito à entrega de valor aos Clientes
• Uma abordagem estruturada para implementar mudanças na forma como uma
Organização funciona no que diz respeito à entrega de valor aos Clientes.
A natureza multifuncional da gestão dos processos a um nível corporativo cria uma necessidade
completamente nova de papéis especializados para apoiar a governação empresarial. Nas
organizações tradicionais, geridas funcionalmente, a intenção estratégica é empurrada para as
funções corporativos ao nível da unidade de negócio e a tomada de decisão estruturada é
restringida dentro desse silo organizacional (ver Figura 3.3). Como resultado, as ineficiências, o
mau desempenho e as ruturas ocorrem com mais frequência durante as transferências entre
organizações funcionais. As falhas tornam-se então aparentes porque os gestores funcionais são
medidos e avaliados pelo seu desempenho na optimização das suas funções de silo, em vez do
desempenho dos processos interfuncionais. Um vazio na responsabilidade de otimizar as
conhecidas transferências de propriedade (handoffs) entre as funções, torna-se problemático.
44
Figura 3.3 Silos em Organizações Geridas Funcionalmente
É comum que um único indivíduo representado numa única posição e na hierarquia funcional
organizacional tenha múltiplas funções: uma para a sua função de negócio e outra na gestão
dos processos de negócio interfuncionais.
Embora os títulos das funções possam variar entre empresas, para esta abordagem vamos olhar
para as funções e responsabilidades a evidenciar na Organização:
• Dono de Processos
• Líder de Processos
• Controlador (Steward) de Processos
• Analista de Processos
• Regulador (Governor) de Processos
O Dono de Processos é uma peça central numa implementação BPM e tem a responsabilidade
geral pela gestão ponta a ponta de um ou mais processos corporativos. Especificamente, isto
significa que o Dono de Processos é responsável por garantir que os processos atendam às
expectativas de desempenho estabelecidas (tanto para eficácia como para eficiência). Por
exemplo, na Figura 3.4, foi definido um tempo de ciclo alvo no desempenho de 100 dias para
um processo de negócio específico.
45
O Dono de Processos é responsável por assegurar que o processo seja projetado,
implementado, monitorizado e controlado de forma a atingir este objetivo para cada instância
do processo.
Figura 3.4 Dono de Processos Atribuiu um Processo com um Tempo de Ciclo Alvo 100 Dias
• Envolve uma equipa de partes interessadas (Stakeholders) / (SH) para definir o contexto
do processo corporativo e assegurar o alinhamento com os objetivos estratégicos;
• Envolve uma equipa de SH e especialistas na matéria (Subject Matter Experts) / (SMEs)
para assegurar que o desenho dos processos corporativos vai de encontro às
expectativas no interior do seu contexto organizacional que foi definido;
• Serve como ponto de contacto para questões relacionadas com os processos;
• Assegura a compreensão de como as pessoas e os sistemas estão envolvidos para apoiar
a execução dos processos;
• Desempenha um papel ativo junto das partes interessadas nas iniciativas corporativos e
tecnológicas que têm impacto nos processos;
• Facilita a adoção de processos de negócio;
• Monitoriza e reporta os dados de desempenho dos processos;
• Propõe um curso de ação corretiva se o desempenho dos processos não for o esperado;
• Escala os casos de violações significativas do desempenho dos processos que requerem atenção;
• Conduz uma equipa para avaliar, prioritizar e implementar, solicitações na mudança processos;
• Colabora com outros Donos de Processos para assegurar um necessário alinhamento.
46
• Um único Dono de Processos é designado, embora alguns participantes dos processos
possam reportar a outras unidades funcionais
• Aos Donos Processos Múltiplos é-lhes atribuída a responsabilidade pela propriedade processos.
47
Os contras desta abordagem são, basicamente, o Dono dos Processos está numa posição
apropriada na hierarquia organizacional para tratar de questões de transferência entre funções
e que há uma distinção clara entre as responsabilidades de um Dono de Processos e as de
uma gestão meramente funcional.
O desafio desta abordagem é que ela altera significativamente a estrutura de poder tradicional
dentro de uma Organização. Existe um elevado potencial de resistência inicial (tipicamente por
parte dos gestores funcionais), por vezes exigindo uma intervenção extrema por parte da
liderança executiva para que o modelo de governação possa ser posto em prática.
• Definir a visão e a estratégia para a Gestão por Processos de Negócio e patrocinar a sua
implementação
• Assegurar que os objetivos de desempenho dos processos sejam estabelecidos em
alinhamento com a orientação estratégica
• Confirmar que as recomendações e prioritizações na mudança de processos estão
alinhadas com a intenção estratégica definida.
48
3.1.8.3 Controlador (Steward) de Processos
Nas organizações onde uma disciplina de Gestão por Processos de Negócio é implementada,
as responsabilidades típicas dos membros da Equipa de Gestão Funcional incluem:
49
• Recolher e enviar feedback e sugestões para melhoria dos processos para o Dono dos
Processos;
• Afiliação à equipa (liderada pelo Dono dos Processos) que avalia e prioritiza os pedidos
de mudança de processos;
• Partilhar informações com o Dono dos Processos sobre o desempenho a um nível
funcional que seja relevante para os processos de negócio a um nível global.
• Projeto ponta a ponta dos processos de negócio da Organização (sob a direção do Dono
de Processos e com a contribuição dos SMEs funcionais);
• Manutenção do repositório do modelo de processos;
• Colaboração com o Dono dos Processos e os Gestores para diagnosticar problemas e
propor soluções;
• Execução de análises conforme solicitado pelo Dono dos Processo e/ou Controladores
de Processos (por exemplo, análise de desempenho, análise de impacto e simulação de
processos);
• Tipicamente, a participação na equipa que avalia e prioritiza as solicitações de mudança
de processos;
• Tipicamente, a participação em equipas de implementação nas mudanças de processos.
O papel do Regulador de Processos pode ser desempenhado pela mesma pessoa que é o
Dono de Processos em pequenas implementações BPM e quando o Dono de Processos é
neutro do ponto de vista funcional. No entanto, em implementações onde o Dono de Processos
está funcionalmente alinhado, geralmente é desejável ter um papel separado de Regulador de
Processos (reportando-se este ao gestor de topo da Organização).
50
Figura 3.10 Organograma ilustrativo do Regulador (Governor) de Processos
Mas em muitas organizações, a execução da estratégia é o principal desafio. Apenas 13% das
organizações atingem os seus objetivos estratégicos anuais (Cantara, 2015). Isto significa que
87% das empresas não conseguem executar a sua estratégia de negócio.
Para superar este desafio, cada vez mais líderes recorrem ao BPM para criar uma Organização
orientada por processos que possa executar eficazmente a estratégia de negócio. No entanto,
muitas empresas ainda não são bem-sucedidas porque utilizam apenas algumas
funcionalidades do BPM. Para serem eficazes, o Dr. Kirchmer propõe que os líderes sigam uma
abordagem holística numa Gestão por Processos de Negócio que identifica todos os
componentes dos processos necessários para alcançar estratégias específicas para a
Organização. Este especialista chama a esta abordagem holística uma Disciplina BPM
(Kirchmer 2015), (Franz e Kirchmer 2012).
A “Disciplina BPM” trata de mover a estratégia para a execução, rapidamente e com baixo risco.
51
Esta abordagem reforça especialmente o foco no Cliente e no desempenho, uma vez que o
objetivo declarado de um processo de negócio é oferecer valor para os Clientes.
A abordagem de gestão da Hoshin Kanri é por vezes mencionada numa relação com a
“Disciplina BPM”. Trata-se de um procedimento com sete etapas utilizado no planeamento
estratégico. Os objetivos estratégicos são comunicados em toda a Organização e depois
transformados em ação (Jackson 2006), (Wikipedia 2017). Uma componente chave da Hoshin
Kanri é a “Matriz de Implementação de Políticas” ou “Matriz X” que é utilizada para definir ações
específicas ligadas à estratégia e relacionadas com métricas apropriadas.
A Figura 3.11 mostra o “Enquadramento Digital de Valor em BPM” com as categorias de valores
entregues, através de uma “Disciplina BPM” (Kirchmer 2015), (Kirchmer e Franz 2014b).
52
Algumas pesquisas têm mostrado que as organizações competem utilizando apenas cerca de
5% dos seus processos. Ou seja, apenas 5% do que elas oferecem aos Clientes é
verdadeiramente diferente dos seus concorrentes. Os outros 15% são importantes processos
centrais que suportam a vantagem competitiva (LEADing 2014), (Franz e Kirchmer 2012).
Isto significa que 80% de todos os processos corporativos são processos de rotina que podem
ser realizados utilizando padrões industriais ou práticas industriais comuns. Um desempenho
médio da indústria é suficiente e uma inovação significativa nos processos de rotina geralmente
tira o foco do núcleo diferenciador. Abordagens sofisticadas de melhoria ou mesmo iniciativas
de inovação e digitalização, visando um desempenho mais elevado, não geram qualquer valor
de negócio adicional real sobre os 80% que são processos de bens/matérias primas. Assim, as
iniciativas de inovação e otimização de processos devem focar-se principalmente nos
processos de alto impacto com 20%, enquanto outros processos de negócio podem ser
projetados e implementados utilizando práticas comuns existentes no setor. Esta abordagem
focada resulta em processos de negócio altamente específicos da Organização para aqueles
que proporcionam vantagem competitiva.
O desenho orientado pelo valor prescreve frequentemente diferentes abordagens para obter o
software necessário, capacitando o software. Processos altamente específicos da Organização
muitas vezes requerem um desenvolvimento individual (ou personalizado) de software. Os
processos desenhados com base em padrões da indústria levam, na maioria dos casos, ao uso
de pacotes de software padrão, adaptados o mínimo possível. Uma abordagem orientada a
valor para o desenho e implementação de processos, permite que as organizações utilizem os
recursos onde fornecem o melhor valor durante as iniciativas de melhoria. Como exemplo, as
pessoas que são altamente qualificadas na aplicação de métodos sofisticados de melhoria de
processos concentram o seu tempo nas áreas de elevado valor acrescentado.
Estas pessoas podem sistematicamente visar o valor, bem como, reduzir o risco de fracasso do
projeto (Kirchmer 2013). Concentram-se em levar a Organização para o próximo nível de
desempenho, incluindo o grau certo de digitalização. Esta abordagem requer, em muitos casos,
um Chief Information Officer (CIO) esclarecido, que deixe de ser um especialista técnico para
se tornar um motor de inovação e desempenho (Scheer 2013). O foco no valor do negócio
permite que este CIO faça a transição para um Chief Process Officer (CPO), (Franz e Kirchmer
2012), (Kirchmer e Franz 2014a).
A abordagem BPM foi desenvolvida com base na experiência prática em organizações de média e
grande dimensão, nos EUA, América do Sul, Japão, Índia e Europa. Tem sido combinada com
pesquisas académicas sobre desenho e metodologias de implementação orientadas por valor (ver
por exemplo LEADing, 2014). As conclusões e recomendações resultantes estabelecem a base
para uma transformação digital orientada por valores, proporcionando o melhor desempenho
através da gestão sistemática de processos (Kirchmer 2019).
53
3.1.9.1 Segmentação dos Processos de Negócio para a Execução da Estratégia
Uma estratégia de negócio precisa ser operacionalizada a fim de ser utilizada para impulsionar
o desenho e a implementação de processos. Alguns chamam a isto, criar um plano de execução
estratégica. O primeiro passo é derivar os controladores de valor estratégico a partir da
estratégia da Organização. Estes controlos de valor são declarações simples que descrevem
as realizações necessárias para que a estratégia aconteça. Os indicadores chave de
desempenho (KPIs) são usados para medir o sucesso - o grau em que o desenho dos processos
orientados pelo valor foi realizado. A segmentação dos processos em processos de alto impacto
e bens/matérias primas requer uma avaliação dos processos de negócio.
A avaliação é baseada num nível de impacto que cada processo de negócio tem sobre os
impulsionadores de valor estratégico (Franz e Kirchmer 2012). Esta avaliação de processos é a
ferramenta chave para alinhar a estratégia de negócio com o desenho e a implementação de
processos. Permite uma abordagem orientada pelo valor desejado e é uma parte central de
uma “Disciplina BPM”, que se concentra na transferência da estratégia para a execução.
Na prática, uma abordagem em três passos para desenvolver uma árvore de valor que inclua a
prioridade do negócio, metas e direcionadores de valor, tem provado ser mais bem-sucedida,
como ilustrado na Figura 3.12. A prioridade do negócio, mostrada na primeira coluna, apresenta
a direção geral que a Organização está a tomar. As metas são os componentes chave de uma
prioridade de negócio, mostrados na segunda coluna. Os condutores de valor são as
realizações operacionais que fazem cada meta acontecer, mostradas na terceira coluna.
54
Figura 3.12 Árvore de Condutores (Drivers) de Valor (Excerto)
Impacto do Processo
Após a criação de uma árvore de valor(es), os processos de negócio de uma Organização são
avaliados com base no seu impacto total avaliado sobre os condutores de valores específicos.
O resultado revela dois segmentos de processos de negócio: processos de alto impacto e
processos de bens/matérias primas. Os processos de alto impacto são os que são fundamentais
para que a estratégia de negócio aconteça: os processos competitivos e os processos centrais
de suporte. Os processos de alto impacto são o elo mais importante da estratégia de negócio
para a execução. Os processos de bens/matérias primas são aqueles que não geram valor, mas
são necessários para a Organização. A segmentação dos processos de negócio é visualizada
na Figura 3.13. Os processos de elevado impacto são mostrados a vermelho e os processos
de bens/matérias primas a verde.
Os condutores de valor são ponderados de acordo com a sua importância. Para refletir pequenas
mudanças e ajustes na estratégia, deve-se ajustar um dos pesos. Mudanças maiores na estratégia
justificam a mudança, remoção ou adição de condutores de valor. A atualização dos condutores de
valor e os seus pesos permite um ajuste ágil das prioridades dos processos para responder à
estratégia revista, refletindo um ambiente de negócios em constante mudança.
55
Avaliação de Impacto
Para cada processo, é necessário atribuir um peso que corresponda ao seu impacto em cada
controlador de valor. Os pesos incluem: nenhum (0), baixo (1), médio (3), ou alto (6). Em
seguida, o peso do impacto de um processo é multiplicado pelo peso do controlador de valor
apropriado para calcular o total de todos os impactos de um processo. Esta avaliação de
impacto é calculada numa matriz de avaliação des processos. Um exemplo criado numa
avaliação de impacto em processos Process Impact Assessment (PIA), utilizando a aplicação
BPM-D Digital Transformation Management (DTM), está representado na Figura 3.14 (Kirchmer,
Franz, e Gusain 2018).
O passo seguinte é avaliar os processos de elevado impacto com base nas práticas gerais da
indústria, por exemplo, através de padrões de referência (Benchmarks) ou avaliações
puramente qualitativas. Desta forma, identificamos os processos corporativos de elevado
impacto e de elevada oportunidade. Estes em regra, são os processos em que as melhorias
têm o maior potencial de valor desde que os processos têm um elevado impacto na estratégia,
mas naquele momento só funcionam numa média setorial ou mesmo abaixo dessa média.
A experiência prática, com diferentes empresas, tem mostrado que os processos devem ser
analisados num nível de detalhe para que 150-200 definições de processos descrevam toda a
Organização. Isto é frequentemente referido como o Nível 3. Este nível é suficientemente
detalhado para obter resultados diferenciados, mas elevado o suficiente para evitar esforços
excessivos de trabalho e no meio de “ervas daninhas”, por assim dizer. Utilizando os resultados
da avaliação de impacto dos processos, os 20% dos processos que são classificados como de
elevado impacto podem ser identificados. Os outros são considerados os processos de
bens/matérias-primas.
56
Na prática, existe frequentemente uma área cinzenta de processos que pode estar em qualquer
um dos grupos. Portanto, podem haver mais ou menos 20% de processos no segmento de
elevado impacto. Esta questão tem que ser resolvida, caso a caso, refletindo a situação
específica de uma Organização, a sua estratégia de negócio e o ambiente geral de negócio em
que ela trabalha. O nível absoluto não é importante, mas o nível de melhorias é baseado na
experiência, normalmente impulsionado pelo nível de conhecimento dos processos disponíveis
e pela apetência que se tem pelo investimento.
Abordagens de desenho orientadas aos produtos e ao mercado têm-se mostrado eficazes desde que
liguem os processos com os seus condutores de valor e com as ofertas que o Cliente está à procura
(Kirchmer 1999b). O desenho orientado aos produtos e ao mercado suporta a inovação integrada de
produtos (oferta) e processos. Tal abordagem é especialmente importante para os processos que
são altamente relevantes para o posicionamento estratégico de uma Organização, daí os 5% de topo.
Para identificar estes processos de negócio, é necessária outra segmentação dos processos de
elevado impacto: distinguir entre processos estratégicos e não estratégicos de elevado impacto. O
foco está nos processos estratégicos de elevado impacto (Franz e Kirchmer 2012).
Para todos os processos de elevado impacto, técnicas como simulações e animações baseadas
em modelos de processos são úteis para identificar as soluções de desenho mais adequadas com
base em KPIs. Muitas vezes, mesmo a transparência criada através destes modelos de informação
é suficiente por si, só para descobrir melhorias relevantes ou mesmo oportunidades de inovação.
Os métodos tradicionais de melhoria como Lean ou Seis Sigma podem ser aplicados em casos
selecionados (George 2010). No entanto, geralmente não são abordagens que apoiem a
inovação focada ou uma otimização completa dos processos, incluindo oportunidades de
automatização.
Porventura, estes métodos são mais direcionados a garantir processos menos estratégicos e
com maior intensidade nas pessoas para uma melhor eficiência, na maioria dos casos resultam
em reduções de custo ou tempo.
57
O ponto de partida para o desenho dos processos de 80% de bens/matérias primas são
modelos de referência industriais ou funcionais. Estes modelos estão disponíveis através de
organizações cujo setor é a indústria ou empresas de consultoria e software (Kirchmer 2017).
Em muitos casos, já estão desenvolvidos utilizando métodos de modelação padrão. As práticas
comuns da indústria refletidas nesses modelos são ajustadas à Organização específica, apenas
quando absolutamente necessário, por exemplo, devido a requisitos legais nas subsidiárias do
país ou a requisitos logísticos específicos do produto.
O trabalho ao nível do desenho de processos concentra-se em fazer com que o setor seja
padrão. Se forem identificadas áreas dos processos onde o padrão industrial não pode ser
aplicado, por exemplo, devido às especificidades do produto, apenas essas áreas serão
projetadas de uma forma específica da Organização, mantendo os ajustes o mais próximo
possível do padrão industrial. Soluções de processos muitas vezes podem ser encontradas
através de uma simples aplicação de métodos tradicionais de melhoria como o Lean e o Seis
Sigma, uma vez que o foco apenas na eficiência é justificado para a maioria dos processos de
bens/matérias-primas. Tenhamos em mente que, regra geral, não vale a pena melhorar os
processos de bens/matérias-primas acima da média de desempenho da indústria específica.
Esta abordagem no desenho de processos orientada por estratégia é visualizada na Figura 3.15.
Esta figura mostra que os modelos de referência podem ser utilizados como uma entrada para
o desenho de processos de elevado impacto. Entretanto, os modelos de referência são apenas
uma componente da compilação de todas as informações necessárias para soluções realmente
inovadoras e otimizadas para os KPIs e os condutores de valor relacionados.
58
Os modelos de processos específicos da Organização para processos de negócio de elevado
impacto são geralmente implementados através de pessoas e tecnologias altamente flexíveis numa
automatização de processos da próxima geração. Tais implementações requerem o nível certo numa
gestão da mudança. Na maioria dos casos, a implementação também requer o desenvolvimento de
componentes específicos de software aplicacional. Os modelos de processos, refletindo os KPIs
otimizados em apoio aos condutores de valor relevantes, são o ponto de partida para uma modelação
mais detalhada do software subjacente. Permitem uma implementação e automatização de processos
consistente e orientada por estratégia. Neste ponto, o método de modelação pode mudar. Por
exemplo, o Unified Modeling Language (UML) pode ser usado para refletir a estrutura de software
desejada para suportar os processos de elevado impacto. O motor de fluxos de trabalho da próxima
geração de automatização de processos, também pode ser configurado com base nesses modelos.
Isto dependendo do repositório de modelação subjacente e da tecnologia de execução, pode até ser
feito de forma automática ou semi-automática. A integração entre a modelação de processos e as
ferramentas de execução pode ser extremamente benéfica nesta situação, especialmente porque
permite o ajuste flexível dos processos em função do valor. A arquitetura geral destes ambientes de
automatização de processos de próxima geração é frequentemente referida como arquitetura
orientada a serviços (SOA). Em tal arquitetura, o software de execução e a lógica de processo
(workflow) são separados (Kirchmer 2017), (Slama e Nelius 2011). Assim, os modelos de processo
desenvolvidos podem, por um lado, ser usados para configurar os fluxos de trabalho e por outro lado,
serem usados para desenvolver os serviços de software que não estão disponíveis nas bibliotecas
existentes. Os serviços de software existentes podem incluir modelos de referência de processos
detalhados, que podem ser reutilizados no desenho dos processos.
Uma das principais vantagens desta arquitetura é o elevado grau de flexibilidade no ajuste de fluxos
de processos e funcionalidades. Esta flexibilidade pode ser crucial para uma Organização que
procura agilidade e adaptabilidade. As principais desvantagens são o esforço necessário para
fornecer a governação apropriada para a execução de tal ambiente e os esforços de modelação de
informação necessários na fase de construção. Os modelos de processos dos processos de
bens/matérias-primas são utilizados para selecionar ou pelo menos avaliar pacotes de software
tradicionais pré-selecionados, como sistemas de planeamento baseados em sistemas integrados
de gestão (ERP), gestão de cadeias logísticas (SCM) ou sistemas de gestão de relacionamento com
o Cliente (CRM). Estes sistemas podem tornar-se parte da arquitetura geral da próxima geração,
representando um componente de software. Em seguida, os modelos desenvolvidos durante o
desenho dos processos são utilizados para orientar uma implementação orientada a processos
através de pacotes de software nas várias unidades organizacionais envolvidas num âmbito de
processos de negócio (Kirchmer 1999). Idealmente, os modelos de referência de software
específicos da indústria já são utilizados como uma entrada durante o desenho dos processos. Isto
significa que se adquirem modelos de referência que são utilizados pelo fornecedor do software.
Se tal for possível, beneficiamos do conteúdo de negócio do software e minimizam-se os esforços
de desenho e modelação. A utilização de outros modelos de referência do setor (diferentes de
modelos baseados em software) pode levar a ajustes de projeto e a um extenso retrabalho, cada
vez que o software é selecionado pela Organização.
Num ambiente de software tradicional, a definição dos processos e as funcionalidades do software estão
ligadas de forma estática. O software dita mais ou menos como um processo deve ser executado
(permitindo apenas variantes pré-definidas através da configuração do software). O desenho estático é
bom para processos de bens/matérias-primas, mas muitas vezes causa problemas em processos
estratégicos de elevado impacto, que precisam ser específicos da Organização. Consequentemente,
os processos estratégicos normalmente requerem um software personalizado.
59
Nalguns casos, é possível desenvolver um suplemento (add-on) de software para suportar os
processos de elevado impacto e integrá-lo ao pacote do software maior, como um sistema ERP.
A transformação é uma atividade de nível estratégico. É uma ação que deve ter uma visão de
longo prazo da Organização e deve-se alinhar não apenas à estratégia da Organização, mas
também às capacidades de negócio TI atuais e antecipadas, conforme definidas pelos
Arquitetos de Negócio (Business Architect).
Isto mostra o que a Organização precisa fazer para garantir uma visão estratégica e a forma como as
capacidades irão evoluir ao longo do tempo para apoiar a entrega da estratégia. Como as
capacidades corporativos se relacionam com as áreas funcionais, tais como, vendas ou manufatura
e a ligação aos processos, através de subprocessos (que se combinam para formar funções).
60
Figura 3.16 Decomposição das Capacidades de Negócio
61
Figura 3.17 A Estrutura do Ciclo de Vida BPM:
Disciplina de Gestão para mover a Estratégia para a Execução
As primeiras experiências com empresas reais ao vivo mostraram que esta abordagem ajuda a
reduzir drasticamente os tempos de desenho e implementação de processos, devido ao
manuseamento eficiente dos processos de bens/matérias-primas. As empresas estimaram que
foram garantidos mais de 50% de poupanças, em tempo e esforço.
Uma “Disciplina BPM” também permite uma real vantagem estratégica através da inovação e
otimização de áreas de processos de elevado impacto com base nos KPIs e os condutores de
valor estratégico relacionados.
62
3.1.9.4 Compromisso Executivo
A transformação também exigirá que a magnitude das mudanças seja apoiada pela gestão a
todos os níveis - incluindo os dois níveis abaixo do nível executivo, que precisará definir a nova
cultura e determinar como medir e impor o desempenho.
63
BPM Conhecimento, Capacitação e Competências
As secções seguintes do Guia BPM CBOK abrangem as aptidões e competências básicas para
um Profissional BPM:
Quais são os Drivers de mudança no negócio? Felizmente, existem várias estruturas de análise
estratégica que as organizações podem usar para ajudar a desenvolver respostas relevantes.
Existem fatores internos e externos de mudança no negócio e iremos desenvolver dois dos
mais utilizados, fornecendo alguns exemplos que utiliza a indústria aérea. O que é importante
entender é que as empresas ou produzem um produto (físico ou digital) ou prestam um serviço
(físico ou digital). Um exemplo de um produto físico é um CD ou DVD e o produto digital
correspondente é uma opção de descarregar (download) ou transmitir (streaming) essa música
ou filme. Um exemplo de um serviço físico é um serviço de limpeza de uma casa. Um exemplo
de serviço digital é um serviço de monitorização do sistema do alarme doméstico.
3.1.11 Interno
Os fatores internos de mudança no negócio são fatores controlados pela Organização. Para
começar a alinhar os objetivos do negócio com a estratégia, a maioria dos profissionais BPM
começa com a identificação de motivadores internos.
64
3.1.11.1 Mapas Estratégicos
Uma técnica utilizada é o mapa estratégico, que é um diagrama que mostra a estratégia da
Organização numa única página. O mapa estratégico é normalmente associado ao Balanced
Scorecard (BSC), que é uma metodologia aplicada à gestão.
Embora não entremos em detalhes sobre o que é o BSC, os mapas estratégicos foram
adaptados a outras estruturas, como a Excelência Operacional, para o desenvolvimento da
estratégia. A Figura 3.19 mostra um exemplo genérico de um mapa estratégico.
Outra estrutura que muitas organizações utilizam é a análise da cadeia de valor de Michael
Porter que foi originalmente identificada no seu livro “Vantagem Competitiva” (Competitive
Advantage) (1985). Michael Porter introduziu um modelo genérico de cadeia de valor que
descreve uma sequência de cinco atividades primárias e várias atividades de apoio que são
comuns à maioria das organizações. Desde a introdução desses conceitos, todos eles,
tornaram-se adaptáveis a todas as organizações.
Embora ambas as estruturas sejam úteis, ambas têm uma coisa em comum - o núcleo das
estruturas é o processo de negócio. As estruturas (frameworks) de Porter tendem a ser
utilizadas com mais frequência e serão o principal framework utilizado neste referencial. A
estrutura da cadeia de valor é ilustrada na Figura 3.20.
65
Figura 3.20 Estrutura da Cadeia de Valor de Porter
Para um profissional de análise de processos, é fácil ver a relação da cadeia de valor com os
princípios padrão da gestão por processos. A cadeia de valor é impulsionada por atividades
relacionadas a entradas e saídas. As entradas (inputs) são os recursos utilizados pela
Organização, enquanto as saídas (outputs) são os produtos e serviços produzidos.
Porter define ainda como atividades de apoio que influenciam a cadeia de valor:
66
A estrutura da cadeia de valor de Porter vê a Organização como um processo sequencial de
atividades de criação de valor e tenta mapear como uma Organização cria valor para os Clientes,
examinando as contribuições das diferentes atividades dentro da Organização para esse valor.
Uma análise da cadeia de valor permite uma visão macro do processo que inclui todas as partes
interessadas internas e externas (fornecedores, fornecedores, Clientes). Esta visão ajuda a
identificar problemas (fraquezas) no processo que podem ocorrer a montante ou a jusante do
próprio processo real. Exemplos de problemas na indústria de manufatura são claros. Se um
fabricante não consegue obter materiais de um fornecedor de forma rotineira e pontual, não
importa quão bom é o processo; o resultado será sempre um produto tardio. Olhar para esta
visão permite ao analista compreender as relações entre as entradas e o desempenho do
processo (Porter 1985).
Em geral, a cadeia de valor de Porter é uma ótima estrutura para examinar a organização
interna. Fornece uma abordagem estruturada para avaliar onde o verdadeiro valor da
Organização é criado e onde os custos podem ser reduzidos para aumentar as margens.
Permite também que uma Organização melhore a comunicação entre departamentos. Na
maioria dos casos (não todos) os condutores (drivers) internos são uma resposta aos
condutores (drivers) externos.
3.1.12 Externo
Os condutores externos são fatores que estão fora do controlo direto da Organização, tais como
a concorrência.
As Cinco Forças de Porter é uma análise diagnóstica utilizada para analisar o nível de
concorrência numa determinada indústria. É especialmente útil quando se inicia um novo
negócio ou quando se entra num novo setor industrial/de negócio. De acordo com esta
estrutura diagnóstica, a competitividade não vem apenas da concorrência. Pelo contrário, o
estado da competição num setor depende de cinco forças básicas:
A força coletiva destas forças determina o potencial de lucro de uma indústria e portanto, a sua
atratividade. Se as Cinco Forças são intensas (exemplo da indústria das companhias aéreas),
quase nenhuma Organização do setor obtém retornos atraentes sobre os investimentos feitos.
Se as forças são leves (indústria de bebidas não alcoólicas – soft drink), há espaço para maiores
retornos. A secção que se segue utiliza exemplos da indústria das companhias aéreas para
ilustrar as forças em ação.
67
Figura 3.21 Modelo das Cinco Forças de Porter
Novos Concorrentes
A entrada de novos operadores numa indústria traz novas capacidades e o desejo de ganhar quota
de mercado. A gravidade da ameaça depende das barreiras para entrar numa determinada indústria.
Quanto maiores forem essas barreiras à entrada, menor será a ameaça para os operadores
existentes. Exemplos de barreiras à entrada são a necessidade de economias de escala, elevada
fidelidade do Cliente para as marcas existentes, grandes exigências de capital (por exemplo, grandes
investimentos em marketing ou pesquisa e desenvolvimento – R & D), a necessidade de experiência
acumulada, políticas governamentais e acesso limitado aos canais de distribuição.
Exemplo
A ameaça de novos concorrentes na indústria das companhias aéreas pode ser considerada
como, entre uma ameaça baixa, a uma ameaça média. São necessários grandes investimentos
iniciais para iniciar uma empresa aérea (por exemplo, a compra de aviões). Além disso, os
novos concorrentes precisam de licenças, seguros, canais de distribuição e outras
qualificações que não são fáceis de obter quando se é novo no setor (por exemplo, acesso a
rotas de voo). Além disso, é de se esperar que os operadores existentes tenham acumulado
uma grande base de experiência ao longo dos anos para cortar custos e aumentar os níveis de
serviço. É provável que um novo operador não tenha este tipo de experiência, criando assim
uma desvantagem competitiva logo desde o início. No entanto, devido à liberalização do acesso
ao mercado e à disponibilidade de opções de leasing e financiamento externo de bancos,
investidores e fabricantes de aviões, estão a abrir-se novas portas para os potenciais
concorrentes. Apesar de não parecer muito atraente para as companhias aéreas entrar na
indústria, não é impossível. Muitas companhias aéreas de baixo custo como a Southwest
Airlines, Ryanair e EasyJet entraram com sucesso no setor ao longo dos anos, introduzindo
modelos de negócio inovadores na redução de custos, abalando assim os players originais
como a American Airlines, Delta Air Lines e KLM, entre outros.
68
Poder de Negociação dos Fornecedores
O poder de negociação dos fornecedores é também conhecido como o mercado de entradas.
Esta força analisa quanto poder e controlo o fornecedor de uma Organização tem sobre o
potencial de aumentar os seus preços ou reduzir a qualidade dos bens ou serviços adquiridos,
o que, por sua vez, reduziria o potencial de rentabilidade de uma indústria. A concentração de
fornecedores e a disponibilidade de fornecedores substitutos são fatores importantes na
determinação do poder do fornecedor. Quanto menos houver, mais poder eles têm. As
empresas estão em melhor posição quando há uma multidão de fornecedores. As fontes de
poder dos fornecedores também incluem os custos de mudança das empresas do setor, a
presença de substitutos disponíveis, a força dos seus canais de distribuição e a singularidade
ou nível de diferenciação no produto ou serviço que o fornecedor está a fornecer.
Exemplo
O poder de negociação dos fornecedores da indústria das companhias aéreas pode ser
considerado muito elevado. Quando olhamos para as principais entradas que as companhias
aéreas precisam, vemos que elas estão especialmente dependentes de combustível e aeronaves.
Essas entradas são muito afetadas pelo ambiente externo sobre o qual as próprias companhias
aéreas têm pouco controlo. O preço do combustível da aviação está sujeito às flutuações do
mercado global de petróleo, que pode mudar muito por causa de fatores geopolíticos e outros.
Em termos de aviões, existem apenas dois grandes fornecedores: a Boeing e a Airbus. A Boeing
e a Airbus, portanto, têm um poder de negociação e controlo substancial sobre os preços que
cobram.
Exemplo
69
Ameaça de Produtos ou Serviços Substitutos
Os Clientes mudam frequentemente para produtos alternativos que não são concorrentes diretos,
mas que servem as mesmas necessidades. Para encontrar tais concorrentes potenciais, deve-se
olhar além de produtos similares que são marcados de forma diferente. Em vez disso, cada produto
que atende a uma necessidade semelhante dos Clientes é um concorrente em potencial.
Exemplo
Na indústria das companhias aéreas, a necessidade geral dos Clientes é viajar. Certamente, os
Clientes têm muitas alternativas de viagem. Dependendo da urgência e distância, os Clientes
podem viajar de comboio ou automóvel. Especialmente na Ásia, cada vez mais pessoas viajam
em comboios de alta velocidade, por exemplo, os comboios pendulares a um nível elevado do
solo. O conceito Hyperloop de Elon Musk, no qual os passageiros viajam em cápsulas através
de um tubo de vácuo a velocidades até 1200 quilómetros por hora, pode representar uma séria
competição futura para as companhias aéreas. Quando as alternativas de viagem são vistas em
conjunto, a ameaça de serviços substitutos na indústria de aviação pode ser considerada, no
mínimo, uma ameaça média a uma ameaça alta.
Exemplo
A indústria das companhias aéreas nos Estados Unidos é extremamente competitiva por uma
série de razões, incluindo a entrada de companhias aéreas de baixo custo, regulamentação
rigorosa e regras focadas na segurança, levando a altos custos fixos, elevadas barreiras à saída,
e crescimento estagnado. Os Clientes podem mudar de companhia aérea baixando o custo e
muitas companhias aéreas são semelhantes em tamanho, o que leva a uma concorrência extra
feroz. Considerando todos os fatores, a rivalidade no setor da aviação é alta.
70
Ameaça de Novos Concorrentes
• Economias de escala
• Diferenciação do produto
• Identidade/lealdade da marca
• Acesso aos canais de distribuição
• Requisitos de capital
• Acesso à mais recente tecnologia
• Acesso às entradas necessárias
• Vantagens absolutas em termos de custos
• Experiência e efeitos da aprendizagem
• Políticas governamentais
• Custos da mudança
• Retaliação esperada dos operadores existentes
71
Rivalidade Existente na Indústria
• Número de concorrentes
• Diversidade de concorrentes
• Concentração e equilíbrio da indústria
• Crescimento da indústria
• Ciclo de vida da indústria
• Diferenciação dos produtos
• Identidade/lealdade da marca
• Custos da mudança
• Sobrecapacidade intermitente
• Complexidade informacional
• Obstáculos à saída
As Cinco Forças de Porter ainda é uma das análises de diagnóstico mais utilizadas para o
desenvolvimento da estratégia e é provável que continue a ser assim num futuro próximo. As
Cinco Forças de Porter é um bom ponto de partida para avaliar qualquer indústria, mas não
deve ser utilizada isoladamente. As empresas devem usar as Cinco Forças de Porter em
combinação com uma análise da cadeia de valor ou um mapa estratégico.
3.1.12.2 SWOT
Os pontos fortes e fracos são internos à Organização - situações sobre as quais a Organização
tem algum controlo e que podem mudar. Os exemplos incluem, por exemplo, quem está na
equipa, o registo e a propriedade intelectual, a localização corporativa.
72
Análise SWOT
A secção seguinte inclui algumas perguntas que podemos fazer sobre a Organização que se
pretende diagnosticar durante uma análise SWOT.
Pontos Fortes
Os pontos fortes são atributos internos e positivos da Organização. Os pontos fortes estão no
interior corporativo e podem ser controlados.
• Que processos de negócio são bem-sucedidos?
• Que ativos temos na equipa, tais como, conhecimento, formação, contactos, capacitação
e reputação?
• Que ativos físicos temos como, Clientes, equipamentos, tecnologia, finanças e patentes?
• Que vantagens competitivas existem em relação à concorrência?
Pontos Fracos
As fraquezas são fatores negativos que diminuem os pontos fortes. Os pontos fracos são
situações a melhorar para a Organização vir a ser mais competitiva.
• Há situações que a Organização precisa de melhorar para ser competitiva?
• Que processos de negócio precisam ser melhorados?
• Há ativos tangíveis que a Organização precisa, tais como finanças ou equipamentos?
• Há lacunas na equipa?
• A localização corporativa é ideal para o sucesso?
Oportunidades
As oportunidades são fatores externos ao ambiente de negócio que provavelmente contribuirão
para o sucesso que se deseja.
• O mercado está a crescer e existem tendências que incentivarão as pessoas a comprar
mais do que estamos a vender?
• Há eventos futuros que a Organização poderá aproveitar para fazer crescer o negócio?
• Há mudanças nas regulamentações que podem afetar positivamente a Organização?
• Se o negócio está em pleno funcionamento, os Clientes pensam muito bem de nós?
Ameaças
As ameaças são fatores externos sobre os quais a Organização não tem controlo. As empresas
normalmente desenvolvem planos de contingência para lidar com potenciais ameaças.
• Existem potenciais concorrentes que podem entrar no mercado?
• Os fornecedores serão sempre capazes de fornecer os bens e as matérias-primas que
são necessárias, aos preços que a Organização precisa?
• Os desenvolvimentos tecnológicos futuros podem mudar a forma como se fazem
negócios?
• O comportamento dos consumidores está a mudar de uma forma tal, que podem afetar
negativamente o negócio?
• Há tendências de mercado que se podem tornar uma ameaça?
Com uma análise SWOT completa, estamos prontos para convertê-la em estratégia real. Afinal,
o exercício é sobre produzir uma estratégia que podemos trabalhar durante os próximos meses.
O primeiro passo é descobrir como podemos usar os pontos fortes do negócio para tirar
proveito das oportunidades. Em seguida, analisam-se como esses pontos fortes podem
combater as ameaças do mercado.
73
SWOT Remodelado
Num artigo intitulado "Are Your Company's Strengths Really Weaknesses?" o autor e professor
na NYU, Adam Brandenburger, recomenda que a SWOT seja remodelada para incluir os pontos
fortes e fracos dos outros - os dos seus concorrentes (2019).
A lógica que está por detrás desta remodelação é a de que as competências essenciais de uma
Organização podem solidificar com o tempo, tornando-se menos ágeis e menos flexíveis para
mudar. A liderança dominante que serviu durante a última escalada ao sucesso também
solidifica, o que pode ser um constrangimento agravante para a agilidade de uma Organização.
Os fatores de liderança que podem solidificar incluem valores, capacitação, sistemas de gestão
e técnicos. Quando o ambiente externo inevitavelmente muda, a liderança dominante pode ter
precisamente a equipa errada de pessoas para liderar a Organização.
A ideia de que os pontos fortes dos concorrentes apresentam uma oportunidade para a
Organização pode ser encontrada em muitos setores. Este conceito complementar de que a
fraqueza percebida por um rival pode representar uma ameaça séria à Organização foi
popularizado por Clay Christensen da Harvard Business School na famosa teoria da inovação
disruptiva. Se a Organização está focada nos seus Clientes importantes. Um concorrente -
talvez um novo concorrente - inventa uma tecnologia que é mais fraca em várias dimensões,
mas mais forte em paridade e que é importante para um pequeno subconjunto de Clientes.
Antes que se perceba, começamos a perder os principais Clientes que agora valorizam as
novas dimensões.
Esta dinâmica tem sido aplicada em muitas indústrias – os táxis tradicionais versus a Uber e a
Lyft, ou mais recentemente, entre faculdades e universidades tradicionais, com formações
online. Os cursos on-line têm fraquezas claras: oferecem aos alunos interação e feedback
limitados e muitas vezes, sem acreditações. Mas a formação online também é de acesso aberto
e muitas vezes, gratuita. A Figura 3.23 ilustra uma nova análise SWOT.
74
Fase 2: Mudanças de Arquitetura
Na fase 1, o Professional BPM alinha os processos com a estratégia. Na fase 2, o planeamento
de mudança ocorre.
• Organização (estruturação)
• Descoberta (aprendizagem)
• Previsão (prognóstico)
• Medir (quantificar)
• Explicação (formação, demonstração)
• Verificação (validação)
• Controlo (restrições, objetivos)
75
Os modelos geralmente mostram fluxos de trabalho, dependências e sequenciamento de
atividades. Fornecem um nível de visualização para facilitar uma revisão detalhada e uma
avaliação das oportunidades na melhoria dos processos de uma Organização, juntamente com
o apoio à missão da Organização.
Um modelo de processos inclui ícones que representam fluxos de trabalho, fluxos de dados,
eventos, decisões, portas (gateways) e outros elementos dos próprios processos. Um modelo
de processos pode conter ilustrações e informações sobre:
• Os ícones (que representam os elementos dos processos) utilizados nas ilustrações
• As relações entre os ícones
• As relações dos ícones com o seu ambiente
• Como os ícones representados se comportam ou atuam
Um modelo de processos é uma representação formal dos processos corporativos, não deve
ser confundido com formas mais habituais de representar processos. Ao olhar para uma
ilustração de negócio, por norma utilizamos a seguinte tabela para decidir se ela representa um
modelo de processos ou um diagrama/mapa de processos.
É um Modelo?
Modelo de Processos Diagrama ou Mapa de Processos
1 Convenção padronizada de uma notação Notação ambígua
2 Tão preciso quanto necessário Baixa precisão
3 Mais detalhado Menos detalhado
Ícones (representam componentes dos
4 Ícones objetivamente definidos e padronizados
processos) formulados ou vagamente definidos
Relacionamento de ícones definidos e
Relacionamentos dos ícones retratados
5 explicados em anotações, glossário do modelo
visualmente
de processos e narrativas de processos
Limitado a representar ideias simples ou um
6 Pode representar complexidade apropriada
contexto de alto nível
7 Pode crescer, evoluir, amadurecer Fotografia única
Criado com uma ferramenta adequada ao
8 Criado com ferramentas de desenho simples
projeto
Pode fornecer uma simulação manual ou Difícil de utilizar até mesmo para a mais
9
automatizada dos processos simples simulação manual
Ligação vertical e horizontal, mostra
Dificuldade de se conectar com diagramas ou
10 relacionamentos entre os processos e
mapas relacionados
diferentes níveis de processos
Utiliza um repositório de modelos relacionados Utiliza um armazenamento simples de
11
dentro de um sistema BPM ficheiros sem relacionamentos próprios
Apropriado para qualquer nível de captura de Apropriado para ideias rápidas, certas
12
informação, análise e desenho de processos capturas de informação
Pode ser importado para um sistema de gestão
13 Não é adequado para importação de BPMS
de processos de negócio (BPMS)
76
4.1.3.1 Modelos estáticos versus modelos dinâmicos
Os profissionais BPM precisam de um local para armazenar e gerir os elementos que lhes
permitam modelar os processos de negócio. Nesta seção, introduzimos o conceito de um
repositório de processos.
77
No nosso contexto, uma ferramenta de modelação de processos de negócio como uma base
de dados ou uma Business Process Management Suite (BPMS) é conhecida por repositório de
processos de negócio. É o lugar onde os modelos de processos de negócio são armazenados
e geridos. Por outras palavras, é um repositório (warehouse) de processos de negócio de uma
Organização e mantém um inventário de informações sobre como uma empresa opera.
Além de criar representações gráficas dos processos de negócio, um repositório serve para:
• Armazenar modelos de processos de negócio e artefatos de processos para reutilização
• Criar um local centralizado para acesso às informações dos processos
• Permitir o acesso e a colaboração de múltiplos utilizadores
• Aceder a consultas e a relatórios sobre os conteúdos armazenados
• Verificar a consistência para assegurar que os padrões de modelação são seguidos
• Permitir flexibilidade para mostrar diferentes aspetos dos processos de negócio com base
num público-alvo
Um repositório de processos cria transparência para uma Organização, o valor chave da Gestão
por Processos de Negócio. Esta transparência ajuda a identificar os processos de negócio da
Organização, coloca limites à sua volta e apoia a gestão de um grande número de processos
de negócio.
A Gestão por Processos de Negócio considera os processos de negócio como ativos. Para os
tratar como ativos, os processos de negócio precisam de ser tornados tangíveis e geríveis.
Capturar processos de negócio na forma de modelos de processos e armazená-los num
repositório de processos torna-os tangíveis e geríveis.
78
Um repositório de processos armazena informações sobre como uma Organização opera.
Quando uma Organização precisa mudar um processo, os profissionais BPM podem aceder
aos modelos de processos de negócio existentes para fazer mudanças. Os repositórios de
processos permitem que executemos casos existentes orientados pelo negócio de forma eficaz
e eficiente. Assim, para grandes mudanças, como fusões e aquisições, podemos modelar os
efeitos na Organização. Os casos para utilização são abordados com detalhe mais tarde.
As secções que se seguem fazem uma abordagem orientada a valor para o repositório de
processos, focando nos resultados desejados. Os cinco pilares chave para projetar um bom
repositório são visualizados na Figura 4.3.
79
Figura 4.3 Principais Pilares de um Bom Repositório de Processos
A métrica chave para um bom repositório é a sua utilização. Um bom repositório não deve ser
medido pelo número de modelos ou pela quantidade de informação armazenada. Um
repositório deve ser medido por:
• Percentagem de pessoas que o utilizam
• Tipos de iniciativas em curso
• Taxa de atualização da informação
Estes elementos são descritos em detalhe na secção mais adiante “Identificação de Cenários
de Utilização com Base em Resultados”.
Sempre que necessário, um repositório deve ser integrado com outros sistemas de informação
como sistemas de gestão documental, sistemas de formação, portais de conhecimento, entre
outros.
80
Uma decisão chave na sua construção é o que os modelos devem armazenar no repositório.
Geralmente, algumas informações são armazenadas fora do repositório e simplesmente
referenciadas. Os repositórios típicos abrigam os seguintes modelos:
• Modelos de processos
• Modelos organizacionais
• Modelos tecnológicos
• Modelos de decisão
A chave para construir conteúdos num repositório é começar por adicionar conteúdos que
permitam um cenário de utilização. Esta etapa é descrita em detalhes mais adiante em “Âmbito
do Conteúdo de Conhecimento de Processos Corretos”.
A utilização de um formato padrão fornece uma estrutura forte para um repositório. Muitos
grupos como o Object Management Group (OMG), Institute of Electrical and Electronics
Engineers Standards Association (IEEE-SA) e outros, fornecem padrões como Business
Process Modelling Notation (BPMN), ArchiMate, Value-Added Chain Diagram (VCD), Event-
driven Process Chain (EPC), Diagramas SIPOC (fornecedores, entradas, processos, saídas,
clientes), Decision Modeling Notation (DMN) e diagramas de relacionamento de entidades
(Entity Relationship Diagrams - ERD), citando apenas alguns.
Os elementos de arquitetura são descritos com maior detalhe em “Definição de uma Arquitetura
de Conhecimento de Processos”.
Que ferramentas tecnológicas são necessárias para gerir o repositório (warehouse)? Esta
tecnologia apoia os processos de montagem e fabrico de forma adequada? É aberta e portanto,
facilmente integrada com ferramentas de implementação, execução e controlo?
81
• Definir uma linha direta de suporte
• Definir controlos de versão
• Publicar diretrizes de governação
82
Figura 4.4 Cenário de Utilização da Amostra
83
4.2.5.1 Como Estruturar o Conteúdo
Nível
A que nível de decomposição dos processos a informação deve ser ligada? Um repositório de
processos típico é dividido (decomposto) em vários níveis para estruturar a informação.
• Nível 1. Nível mais elevado de processos na empresa (por exemplo, a gestão logística)
• Nível 2. Um grupo de processos (como a gestão de inventários)
• Nível 3. Um processo realizado (por exemplo, o recebimento de mercadorias)
• Nível 4. Principais eventos e tarefas realizadas no processo (por exemplo, impressão de
um recibo)
Tipicamente, cada nó é dividido entre cinco a oito níveis subsequentes. É importante assegurar que
todas as informações capturadas estejam ligadas num nível correto e na decomposição dos processos.
Localização
Outra decisão a tomar é se a informação deve ser armazenada dentro do repositório ou fora dele.
A arquitetura dos processos deve fazer referência ao sistema de gestão de documentos existente,
ao invés de replicar informação. A maioria das ferramentas de repositório podem referenciar fontes
de dados externas ou ligações Internet. Esta integração deve ser cuidadosamente considerada e
utilizada durante a captura dos conteúdos no repositório. Por exemplo, a política de documentos
que podem ser ligados à estrutura do repositório, mas armazenados em locais (websites Internet)
de equipas existentes e mantidos por equipas operacionais.
84
4.2.5.2 Utilizar Modelos de Referência
SCOR. O modelo Supply Chain Operations Reference é uma estrutura mundial líder das
cadeias de fornecimento, que liga processos de negócio, a métricas de desempenho, a práticas
e a capacitação de pessoas numa estrutura unificada. Ver mais informação em www.ascm.org.
PCF. Process Classification Framework da APQC, cria uma linguagem comum para as
organizações comunicarem e definirem os seus processos de trabalho de forma abrangente e
sem redundâncias. As organizações estão a utilizar PCF para apoiar o benchmarking, gerir
conteúdos e realizar outras atividades importantes na gestão de desempenho. Ver mais
informação em www.apqc.org.
A arquitetura do repositório deve fornecer uma ligação crítica entre o desenho e a execução
dos processos. A arquitetura deve atender a vários cenários de utilização. Precisa atingir o
equilíbrio certo entre arte e ciência para que os processos possam ser executados através de
pessoas, com os elementos de dados relevantes, enquanto alavanca a tecnologia para a
execução automatizada.
85
Figura 4.7 Arquitetura de Processos
As notações são métodos para descrever coisas que utilizam conjuntos específicos de símbolos
e regras. Há uma variedade de notações para processos, pessoas e tipos de conteúdo
tecnológico, cada uma suportada por várias ferramentas. A melhor maneira de usar essas
notações é definir claramente como usá-las para armazenar informações relevantes e
estabelecer verificações para garantir que essas normas sejam seguidas.
Processos
O tipo de conteúdos de processos é coberto por notações detalhadas na tabela seguinte.
Notação Descrição
Business Process Uma representação gráfica para especificar processos de negócio
Modelling Notation num modelo de processos.
(BPMN)
Business Process Management Initiative (BPMI) desenvolveu o
BPMN, que tem sido mantido pelo Object Management Group desde
a fusão das duas organizações em 2005. A versão 2.0 do BPMN foi
lançada em janeiro de 2011, quando o nome foi adaptado ao Modelo
de Processos de Negócio e a Notação como semântica de
execução, que também foi introduzida juntamente com os elementos
de notação e respetivos diagramas.
Event-driven Process A principal notação de modelação de processos dentro do conjunto
Chain (EPC) de ferramentas ARIS.
86
Notação Descrição
Diagrama SIPOC Uma ferramenta visual que resume as entradas e saídas de um ou
mais processos em forma de tabela. Utilizada para documentar um
processo de negócio do início ao fim. Os diagramas SIPOC
(pronunciados sigh-pock) também são referidos como mapas de
processos de alto nível porque não contêm muitos detalhes.
Pessoas
O tipo de conteúdos para pessoas é coberto por notações detalhadas na tabela seguinte.
Notação Descrição
Organigramas Um diagrama que mostra a estrutura de uma Organização, as suas
funções e hierarquias de relações.
87
Tecnologia
O tipo de conteúdos relativo a tecnologia é coberta por notações em seguida detalhadas.
Notação Descrição
Modelo de Decisão e DMN significa Decision Model and Notation. É uma abordagem padrão
Notação (DMN) para descrever e modelar decisões repetíveis para assegurar que os
modelos de decisão sejam interoperáveis entre as organizações.
Os profissionais BPM devem definir uma notação padrão em toda a Organização para os vários
tipos de informação capturada. Uma notação correta garante que toda a informação dos
processos possa ser alavancada para fornecer um resultado padrão. A utilização da tecnologia
em processos permite que a informação armazenada em várias partes da Organização pode
ser trabalhada num contexto ponta a ponta para realizar os objetivos e concretizar a estratégia.
88
4.2.7 Seleção do Repositório e da Ferramenta de Modelação Corretos
Selecionar uma ferramenta é normalmente o primeiro passo que uma Organização dá na sua
jornada BPM. Dada a panóplia de ferramentas disponíveis no mercado, precisamos de definir
uma estratégia para selecionar as ferramentas certas. A melhor prática é desenvolver cenários
de utilização e em seguida, selecionar as ferramentas com base nos recursos necessários para
implementar esses cenários de utilização.
89
Nome Criador Ligação Internet
K2 K2 https://www.k2.com/products/k2-blackpearl
BLACKPEARL
MagicDraw No Magic https://www.nomagic.com
Microsoft Visio Microsoft www.visio.microsoft.com
Modelio Modeliosoft https://www.modelio.org
Oracle Business Oracle http://www.oracle.com/us/technologies/bpm/overview/index.html
Process
Management
Pegasystems Pega BPM https://www.pega.com
Signavio Signavio https://www.signavio.com
Process
Manager
Software Ideas Dusan Rodina www.softwareideas.net
Modeler
SYDLE SEED SYDLE http://www.sydle.com/bpms
Community Systems
yEd yWorks http://www.yworks.com/products/yed
Uma visão clara de uma agenda de processos e cenários de utilização de processos ajuda a
garantir uma seleção de ferramentas bem-sucedida.
90
De acordo com Rafael Paim e Raquel Flexa, a governação de processos pode incluir:
As atividades de formulação, introdução, controlo e revisão de políticas, diretrizes, regras,
procedimentos, instrumentos e tecnologias que orientam as práticas de gestão por processos
no interior da Organização. Também inclui as formas de Organização, integração, colaboração
e comunicação entre as diversas iniciativas de gestão por processos dentro da empresa. Os
objetivos da governação de processos são a cadeia de valor da Organização, a metodologia de
gestão por processos e as regras, papéis e responsabilidades que estruturam e organizam a
forma como a gestão de processos funciona.
Estes métodos e convenções são a base da governação de repositórios e ganharão vida com
a criação, atualização e divulgação dos processos de negócio. Num sistema que seja aplicável,
os benefícios são realizados com a execução de uma Gestão por Processos de Negócio.
A criação de um documento de métodos e convenções pode ser fastidiosa e demorada, apesar
de seguir o princípio orientador de manter as coisas simples. No entanto, este documento é
crucial para fornecer orientação aos membros existentes e aos novos membros da Organização
BPM. É também a base das auditorias de repositórios em processos de negócio.
91
4.2.8.3 Governação dos Processos e Governação dos Repositórios
A governação do repositório tem que assegurar que o seu conteúdo não esteja comprometido.
Esta governação de gestão de conteúdos é da responsabilidade do líder BPM da Organização
e é implementada pelo gestor da ferramenta de repositórios. Responde às questões de quem
pode ver, modificar, criar, aprovar e retirar modelos de processos de negócio, definir papéis e
responsabilidades e os respetivos processos.
92
Há também aspetos técnicos na governação de repositórios. Exemplos de considerações técnicas:
• Cronograma de backup da base de dados
• Processo para mover o conteúdo do repositório de processos para outra ferramenta
• Processo para mover o conteúdo de outra ferramenta para o repositório de processos
• Processo para a criação de símbolos e objetos personalizados
A maioria destas medidas pode ser calculada eletronicamente. No entanto, a realização regular
(uma vez por ano) de pequenas pesquisas relacionadas com o repositório ajudará a medir o
pulso da Organização e a identificar outros requisitos de negócio.
93
4. Governação
• Processos de governação de repositórios para a criação, manutenção, reforma de
modelos definidos e implementados
• Garantia de qualidade em vigor, medida pelo menos quatro vezes por ano
• Qualidade dos modelos e valor entregue medido
• Número acessos ao repositório por mês medido e consistente com os cenários de utilização
definidos
• Diretrizes de governação do repositório definidas e publicadas
5. Ferramentas e Usabilidade
• Ferramenta do repositório disponível através da nuvem
• Relatórios e configurações em vigor e atualizados com base em cenários de utilização
• Suporte local através de uma linha direta
• Outras ferramentas relevantes conectadas e abordagem de governação apropriadamente definida
Uma Gestão por Processos orientada por valores, se aplicada corretamente, garante o desenvolvimento
e a utilização otimizada do repositório de processos. Uma utilização otimizada significa usar os padrões
corretos, a governação da ferramenta e o foco em cenários de utilização acordados.
94
4.4 O Propósito da Modelação de Processos
A tabela seguinte descreve diferentes pontos de vista e algumas razões para a modelação de processos.
95
Ponto de Vista Motivos para a Modelação de Processos
• Aumentar a clareza ou compreensão de um processo
• Auxiliar na formação
Análise e melhoria • Avaliar o desempenho em relação aos padrões e requisitos de conformidade
do desempenho • Compreender o desempenho do processo sob cargas variáveis ou outras mudanças
• Analisar oportunidades potenciais de melhoria
• Desenvolver um novo processo ou uma nova abordagem ao processo existente
• Facilitar a comunicação e a discussão
• Documentar um esforço na determinação de requisitos
• Aumentar a capacidade de responder a novas restrições externas, tais como,
regulamentações governamentais ou regionais
Negócio gerido por • Ponto de partida central para impulsionar o entendimento coletivo e o
processos consenso entre as partes interessadas nos processos
• Economizar custos, tempo e esforço sobre conjeturas e experimentação com
processos reais
• Ajudar os executantes de processos de um departamento a ver como as suas
entradas e saídas afetam o desenvolvimento de valor através das áreas funcionais
• Pode resultar localmente na tomada de decisão que maximiza o valor nos
processos em vez de localmente produzir otimização
• Identifica a conformidade e/ou atividades auditáveis
Notação.
Por exemplo, uma notação musical inclui símbolos universalmente reconhecidos para notas e
claves. Similarmente, uma notação em modelação de processos de negócio inclui ícones
(figuras) e conectores que ajudam a mostrar as relações entre os vários componentes da vida
real de um processo de negócio.
96
4.5.1.1 Orientações para a Seleção de uma Notação para Modelação
Esta secção fornece uma breve descrição de algumas das notações para modelação frequentemente
encontradas. Notemos que os exemplos fornecidos são apenas uma faceta gráfica dos sistemas de
notações apresentados. Em ambientes modernos de modelação, pode haver muitos níveis e atributos
detalhados que ajudam a descrever mais detalhadamente um processo de negócio.
Ao escolher uma notação para modelação, consideremos uma combinação única de circunstâncias
na Organização. Rever as notações para modelação na tabela seguinte pode ajudar a fazer a
seleção. E tenhamos em mente que às vezes é apropriado usar notações diferentes para diferentes
estágios de um projeto de modelação ou para diferentes níveis ou tipos de modelos.
O Business Process Model and Notation 2.0 é um padrão criado pela Business Process
Management Initiative, entretanto fundido com o Object Management Group (OMG), um grupo
que define padrões de sistemas de informação.
O BPMN tem uma aceitação crescente como padrão sob várias perspetivas, o que resultou na
sua inclusão em várias das ferramentas de modelação mais amplamente utilizadas. Fornece um
conjunto robusto de símbolos para a modelação de diferentes aspetos dos processos de
negócio. Como a maioria das notações modernas, os símbolos descrevem relações definidas,
tais como, fluxos de trabalho e ordem de precedência. A Figura 4.8 mostra um exemplo de um
diagrama de processos em BPMN.
Principais Características
• Versão 2 (BPMN 2.0) representa uma significativa maturação e solidificação da notação
• Mais de 100 ícones no total, organizados em conjuntos descritivos e analíticos para
atender às diferentes necessidades dos utilizadores
• Notação muito precisa que indica:
97
o Eventos iniciais, intermediários e finais
o Atividades e fluxos de mensagens
o Comunicações intracorporativas e colaboração interempresarial
o Atividades e fluxos de dados
Quando usar
• Para apresentar um modelo de um processo a múltiplos conjuntos de audiências
• Para simular um processo de negócio com um motor de processos
• Para executar um processo
Vantagens
• Utilização e compreensão generalizados; considerado por muitos como sendo o padrão
de facto nos EUA e noutros países a nível global
• Utilização significativa no Departamento de Defesa dos EUA e outras entidades
governamentais
• Uma das notações mais poderosas e versáteis para identificar restrições de processos
Desvantagens
• Requer formação e experiência para usar corretamente todo o conjunto de símbolos
• É difícil ver as relações entre vários níveis de um processo
• Diferentes ferramentas de modelação podem suportar diferentes subconjuntos da notação
• As origens das tecnologias de informação inibem a sua utilização com os membros da
comunidade empresarial de algumas organizações
98
4.5.3 Zonas de Navegação (Swim Lanes)
As Swim Lanes não são uma notação distinta, mas sim uma atribuição/distribuição de
responsabilidade notacional útil, além da maioria dos outros sistemas de notação. São
frequentemente incorporadas no BPMN, EPC, UML, ou simples fluxogramas, como um meio de
definir o executante responsável pela realização de uma atividade. As vias (filas) são geralmente
representadas como longos retângulos verticais ou horizontais ou, por vezes, como simples
linhas ou barras, assemelhando-se às marcações de um canal, zona de navegação ou pistas
numa competição de natação.
A organização do fluxo de atividades e tarefas através destas filas facilita a visualização das
transferências no trabalho. A Figura 4.9 mostra um exemplo (usado em BPMN) de uma piscina
com três faixas.
Principais Características
• As zonas de navegação representam executantes ou combinações de executantes
• As zonas de navegação podem indicar papéis, organizações, sistemas, ou qualquer outra
entidade ou combinação de desempenhos.
Quando usar
• Para distinguir claramente em que ponto a responsabilidade pelo desempenho muda
• Para aumentar a compreensão entre as partes interessadas no processo
Vantagens
• Ajuda na colaboração como executantes de processos, ser capaz de distinguir os seus
papéis em relação aos outros
• Define claramente os pontos de entrega num processo
• Pode descrever fluxos de precedência operacional, material e mensagens
Desvantagens
• Torna-se complexo em áreas onde a responsabilidade pelo desempenho é exercida
conjuntamente
• Em certos casos, pode preservar uma mentalidade de silo num processo
99
• O site Agile Modeling (AM) em
http://www.agilemodeling.com/style/activityDiagram.htm#Swimlanes
• Ficheiros de ajuda para a maioria dos principais ambientes de modelação
4.5.4 Fluxograma
Principais Características
• Utilizado com ou sem pistas de natação
• Muitas variações para diferentes fins
• Conjunto central simples de símbolos facilmente reconhecíveis
• Precursor de muitas notações mais modernas
Quando usar
• Para capturar rapidamente o fluxo do processo de partilha onde os detalhes não
requerem documentação
• Para iniciar um projeto de modelação onde o financiamento não está disponível para
ferramentas completas
• Para desenvolver diagramas altamente detalhados para utilização na codificação do sistema
tradicional
Vantagens
• Bem compreendido pelos engenheiros de software e de sistemas
• Em alto nível, ajuda a construir consensos
• Adequado para ilustrações de caminhos positivos
• Económico na sua utilização
• Suportado por ferramentas de um nível inferior, incluindo gráficos de utilização geral e
ferramentas de visualização
Desvantagens
• Apesar da influência das normas ANSI, há muitas variações
• Pode ser impreciso quando usado para retratar processos de negócio complexos
• Deve desenvolver um léxico específico de símbolos, ícones e padrões de formatação para
cada projeto para manter a consistência e a legibilidade entre os modelos
• Os objetos não têm um conjunto robusto de atributos descritivos
• Os modelos construídos são planos, exigindo a utilização de símbolos de conector para
mostrar onde os segmentos de processos continuam
• Geralmente não é considerado robusto o suficiente para a captura de processos complexos
100
Figura 4.10 Exemplo de um Fluxograma
As cadeias de processos guiadas por eventos variam de muito simples a muito complexas. O
EPC descreve eventos como acionadores ou resultantes de uma etapa do processo,
conhecidos por função. Assim, o fluxo é normalmente um evento com função de evento. O EPC
depende fortemente de operadores lógicos conhecidos por regras. Os objetos de regra básica
são AND, OR e Exclusive OR. Esses objetos de regra expressam decisões, testes, paralelismo
e convergência no fluxo do processo. Um EPC simples define apenas os objetos como setas
que definem as relações entre eles. A Figura 4.12 mostra um exemplo de uma cadeia de
processos orientada por eventos.
101
Características principais
• O método EPC foi desenvolvido no âmbito da arquitetura ARIS pelo Professor Wilhelm-
August Scheer da Universidade de Saarland no início de 1990.
• Pode ser usado para modelação, análise e redesenho de processos de negócio
• Pode ser melhorado através de Swim Lanes verticais ou horizontais
• Conjunto central simples de símbolos facilmente reconhecíveis, ampliado com um grande
número de objetos opcionais ou de propósito especial
• Algumas ferramentas empregam um sistema de filtros para limitar ou controlar o
subconjunto de notação a ser utilizado
Quando usar
• Ao modelar conjuntos complexos de processos com muitas interfaces e sub-modelos de
processos
• Para preencher detalhes de processos abaixo dos níveis normalmente abordados por
algumas estruturas de Arquitetura Corporativa
Vantagens
• Amplamente utilizado e compreendido na Alemanha e também noutros países europeus,
especialmente em empresas multinacionais.
• Presença substancial no Departamento de Defesa dos EUA e noutras grandes empresas
• Um EPC devidamente construído pode ser lido como um conjunto de frases
• Pode ser usado como meio de colaboração entre grupos de especialistas funcionais que
têm pouca experiência com modelos
• É possível melhorar os modelos através da utilização de muitos tipos de objetos opcionais
que descrevem os executantes, os sistemas de apoio, as informações ou Swim Lanes de
atividades relacionadas
• Algumas ferramentas podem traduzir os artefatos entre as notações EPC e BPMN com
uma fiabilidade crescente
• É uma das mais poderosas e versáteis ferramentas para a identificação de restrições de
processos
Desvantagens
• Menos predominante que o BPMN e fluxogramas em projetos de modelação nos EUA
• As equipas de modelação devem ser disciplinadas na utilização da notação para evitar
possíveis lacunas lógicas
• A implementação mais forte é limitada à família ARIS através de ferramentas de
modelação de processos
102
Figura 4.12 Cadeia de Processos Dirigida por Eventos
Principais Características
• Em rigor é um conjunto de nove ou mais técnicas com diagramas e notações relacionadas
• Descreve relações lateriais muito complexas entre pais e filhos
• O conjunto de símbolos varia um pouco, dependendo do tipo de modelo
• Um subconjunto importante, o SysML, é frequentemente utilizado para descrever
sistemas e sistemas de sistemas
103
Quando usar
• Para desenvolver casos relacionados
• Para descrever os requisitos dos sistemas de informação
• Para projetar interações do sistema a um nível inferior dos fluxos do processo retratado
noutras ferramentas
• Para capturar ou projetar estruturas de dados
• Também pode ser utilizado para retratar fluxos de processos de negócio num nível inferior
• Frequentemente utilizado para apresentar casos relacionados
Vantagens
• Comunidade de utilizadores bem estabelecida
• Implementado na maioria dos principais ambientes de modelação
• Muitas referências disponíveis em livros e fontes existentes online
Desvantagens
• Concebido para aplicações de software de modelação; a modelação de processos de
negócio é uma utilização secundária
• A representação da notação pode variar de ferramenta para ferramenta
4.5.7 IDEF0
104
O IDEF0 é a notação de modelação de processos que emprega um conjunto muito simples de
símbolos e que consiste em caixas de processos com setas mostrando entradas, saídas, controlos e
mecanismos. Embora cada nível do modelo seja lido da esquerda para a direita e de cima para baixo,
o sistema de numeração utilizado para os principais passos é representado de uma forma que permite
uma fácil associação entre os níveis de decomposição de pais e filhos no processo. Assim, uma caixa
de processo filho designa-se por A1.3 e é interpretada como sendo um processo filho do diagrama
dos pais A1. Cada nível sucessivo de decomposição utiliza outro ponto decimal para continuar esta
fácil rastreabilidade da orientação. A Figura 4.13 ilustra uma amostra de um diagrama IDEF0.
Características principais
• O nível superior define o tópico a ser modelado
• Os níveis subsequentes mostram a decomposição do nível acima com séries de caixas
• Os passos em processos têm entradas, saídas, controlos e mecanismos representados
por setas rotuladas
• O sistema de etiquetas indica a relação exata com o próximo nível acima (B3.2 é o
segundo subpasso do processo da etapa do processo B3)
Quando usar
• Pode ser usado para qualquer nível de modelação de atividades
• Em Integrated Computer-Aided Manufacturing (ICAM)
Vantagens
• Expressão exata
• Decomposição lógica fácil de seguir nos níveis dos modelos
• Os nomes e as definições de caixas e setas inseridos no modelo são mantidos num
dicionário de dados que está disponível para consulta ou exportação separada
• Pode servir um modelo até ao nó num diagrama de uma página para apresentação aos
interessados a nível executivo
• Documentação exaustiva disponível por parte do Governo Federal Americano ou através
de fontes comerciais
Desvantagens
• As implementações podem ser visualmente pouco apelativas
• A notação é feita principalmente através de caixas e setas; pode parecer desorganizada
e sobrecarregada sem uma Organização cuidadosa de símbolos
• A sua popularidade diminuiu; os principais fornecedores que a utilizam, como por
exemplo, a Computer Associates já não comercializam o produto IDEF0
Para mais informações, consultar o Projeto de Publicação 183 das Normas Federais
Americanas de Processamento de Informação em www.idef.com.
105
4.5.8 Mapeamento do Fluxo de Valor
Principais Características
• Conjunto muito simples de símbolos
• Pode incorporar diagramas a partir de outras notações
Quando usar
• Para aumentar o envolvimento dos executantes na análise de processos
• Para ajudar a orientar os executantes na auto-identificação de oportunidades para criar
um processo Lean
• Em qualquer projeto que não exija a utilização de ambientes de modelação com todas as
funcionalidades
• Em ambientes onde os custos dos processos e os requisitos de tempo são facilmente identificados
Vantagens
• Simples
• Fácil de usar
Desvantagens
• Modelos planos
• Sem repositório
• Incapaz de se utilizar para questões muito complexas
Figura 4.15 Diagrama da Amostra de um Mapeamento do Fluxo de Valor (da Publicação LSixSigma)
Para mais informações, ver a maioria dos textos Lean e Seis Sigma.
106
4.5.9 Abordagens Especializadas em Modelação de Processos
As notações da cadeia de valor são uma categoria de conjuntos de símbolos usados para
visualizar a acumulação de valor ou os passos para o alcance de uma meta. Várias abordagens
às cadeias de valor empregam os seus próprios conjuntos de símbolos, mas estes são geral e
facilmente interpretados e frequentemente empregam uma seta ou traço horizontal para
expressar cada passo na cadeia. As relações também são geralmente fáceis de entender, em
que a principal descreve uma relação predecessor-sucessor.
Por vezes, grupos de passos são resumidos sob um objeto superior dos processos. Estes
modelos geralmente fluem da esquerda para a direita, descrevem os subprocessos que
contribuem diretamente para produzir valor aos Clientes (Clientes ou membros) da
Organização. O conceito de cadeia de valor foi introduzido por Michael Porter nos seus
trabalhos sobre estratégia corporativa e é tipicamente aplicado no nível de modelação e
planeamento organizacional. A Figura 4.16 mostra um diagrama da cadeia de valor.
Principais Características
As características variam entre as ferramentas:
• Algumas vezes implementado como Diagrama da Cadeia de Valor Acrescentado
• Sobreposições representam executantes, finanças, tempo, sistemas ou agrupamento de
dados específicos que podem ser adicionadas
• As Swim Lanes podem ser utilizadas para aumentar a eficácia
Quando usar
• Para criar uma decomposição dos segmentos dos processos que se relacionam mais
diretamente com a agregação de valor ao Cliente
• Para representar os níveis gerais dos processos
Vantagens
• Fácil de ler e interpretar
• Pequena ambiguidade por causa de relacionamentos simples
• Pode ser aumentado com identificação opcional de entrada e saída, ou outras
sobreposições, tais como envolvimento financeiro ou organizacional
Desvantagens
• Pontos de decisão pouco claros
• A utilidade decompõe-se com o aumento da complexidade, exige a utilização de notações
mais detalhadas para uma maior decomposição
107
Figura 4.16 Diagrama da Cadeia de Valor
4.5.11 SIPOC
Principais Características
• Arranjo colunar simples (não existem Swim Lanes)
• As entradas de texto ou elementos notacionais bem compreendidos podem ser utilizados
para preencher colunas
Quando usar
• Utilizado extensivamente no início de projetos orientados a Lean e Seis Sigma
• O exercício de nomeação de entidades em cada coluna pode acelerar a modelação
detalhada noutra ferramenta
• Utilização para a construção de consenso inicial do âmbito do projeto numa modelação
de processos
Vantagens
• Rápido
• Simples
• Requer apenas um modelo numa folha de cálculo ou num documento de texto
Desvantagens
• Pouco potencial para uma captura em profundidade, em análise ou desenho
• Pode atrasar a adoção de um método mais poderoso
108
Figura 4.17 Folha de Trabalho SIPOC
Mais do que apenas uma notação diferente, os modelos de dinâmica de sistemas não são estáticos
- mostram, com movimento, como as variáveis em mudança afetam um processo. Os modelos de
dinâmica de sistemas são especialmente úteis no desenvolvimento de modelos de ciclo de vida
que se concentram no desempenho geral de um sistema corporativo. Os modelos de dinâmica de
sistemas também mostram o impacto da mudança de variáveis chave que afetam o desempenho
geral. São usados principalmente para modelar toda uma empresa ou linha de negócio, em vez de
processos ao nível de fluxos de trabalho. Os modelos de dinâmica de sistemas são frequentemente
usados para descrever a arquitetura de negócio da empresa a partir de uma perspetiva
comportamental dinâmica, ao invés de uma perspetiva estrutural estática.
A Figura 4.18 mostra uma ilustração básica de um modelo de dinâmica de sistemas. Um modelo
de dinâmica de sistemas real não é estático, mas mostra, com movimento como as variáveis
em mudança afetam um processo.
Principais Características
• Incorpora diagramas de causalidade e de feedback
• Dinâmico - através de animação controlada, demonstra como o processo funciona
Quando usar
• Para fornecer uma visão macro, simulando o desempenho geral da Organização
• Para comparar os impactos da mudança de múltiplas variáveis num processo ou Organização
Vantagens
• Apresenta uma representação ativa, em movimento e flutuante de um processo de alto
nível
• Mais fácil de entender do que uma representação estática ou descrição de texto
• Fornece uma visão numa abordagem a sistemas para processamento
• Inclui condutores ou influenciadores no processo
• Mostra a importância do ciclo de feedback
Desvantagens
• Não é útil para discernir problemas a nível do colaborador ou com aplicações informáticas
de apoio.
• Não é útil para discernir influências externas a um processo sobre esse processo.
109
Figura 4.18 Modelo de Dinâmica de Sistemas em Melhoria Contínua
110
4.6 Níveis do Modelo de Processos
O nível superior da hierarquia do modelo mostra o processo ponta a ponta. A partir daí, o
modelo é repartido (decomposto) em níveis inferiores de detalhe, até que o utilizador tenha
identificado as atividades onde o trabalho dos processos é executado.
O essencial para ordenar a informação é estabelecer uma ontologia acordada. Uma ontologia
é a coleta dos nomes dos itens de um domínio (como recursos humanos, por exemplo). É muito
difícil definir um processo de negócio que seja completo e preciso se os itens constituintes de
um domínio são invocados por nomes diferentes. Conflitos de nomes ocorrem quando:
• O mesmo nome é utilizado para diferentes itens
• O mesmo item é invocado através de dois nomes diferentes
O número dos níveis e os seus nomes variam de acordo com os métodos e convenções de
nomenclatura nas diferentes organizações. Pontos-chave a lembrar:
• O processo deve ser dividido a um nível suficientemente baixo para entender as
atividades que estão a ocorrer e como se encaixam para produzir os produtos finais da
unidade de negócio.
• Para que exista esperança no controlo das informações dos processos e a sua qualidade,
a equipa precisa de uma forma de organizar as informações recolhidas e os modelos que
são construídos.
Os níveis da Figura 4.19 são um exemplo de como uma Organização pode definir os níveis de
detalhe e os seus padrões numa modelação de processos.
111
4.6.3 As Melhores Práticas: Padrões para Modelação de Negócio
Os padrões formais para modelação de negócio devem direcionar o número e o nome dos
níveis, tanto nos modelos atuais como nos futuros. No passado, estes padrões podiam ser
independentes de qualquer padrão ou ferramenta de modelação externa, mas isso está a
mudar. Consideremos o alinhamento dos padrões de modelação internos com as ferramentas
que são utilizadas e as suas capacidades e limitações. Por exemplo, embora não seja o único
padrão para modelação, o BPMN 2.0 está a tornar-se um padrão importante para fornecedores
de BPMS (Business Process Management Suite). Consequentemente, os padrões de
modelação interna de uma Organização podem precisar de estar em conformidade com o
BPMN. Uma boa regra geral ao olhar para os padrões de modelação é o que eles abordam, de
alguma forma, pelo menos nos níveis mostrados na Figura 4.19.
112
4.6.4 Um Conjunto de Exemplos de Níveis de Modelos
Os processos podem ser modelados de muitas perspetivas, ou pontos de vista, de acordo com
as necessidades da Organização. A modelação de processos tem sido utilizada para o
planeamento estratégico, melhorando as operações e especificando os requisitos do sistema
de dados e aplicações ao longo dos anos. A discussão passa por utilizar quatro níveis de
modelos de processos: corporativa, negócio, fluxos de trabalho e passos das tarefas, como
mostrado na Figura 4.19. Estes níveis são baseados em:
(1) Uma perspetiva executiva, que modela processos a um alto nível estratégico
(2) Uma perspetiva de negócio, na qual os modelos mostram os processos ponta a ponta
(3) Uma perspetiva de operações, onde os modelos mostram as atividades de trabalho reais
(fluxos de trabalho)
(4) A um nível mais baixo, as tarefas e as medidas tomadas para completar o trabalho
Para manter os tipos de modelos alinhados, é necessária uma linha de visibilidade de um tipo
de modelo e com a perspetiva para o seguinte, num quadro coerente, normalmente mantido
num repositório de processos. A tabela seguinte lista as diferentes perspetivas que um
repositório de processos pode manter.
Posição É Responsável por Toma esta Utiliza este Nível Composto por
Perspetiva de Modelo
Gestão Alinhar a estratégia Perspetiva Modelo de Processos e
Executiva com desempenho do corporativa processos Sub Processos
processo corporativo corporativos
Dono do Desempenho do Perspetiva de Modelo de Sub Processos e
processo processo corporativo negócio processos de Atividades
negócio
Gestor de Supervisionar e fazer o Perspetiva de Modelo de fluxos Atividades
operações e trabalho operações de trabalho
(staff) pessoal
Os modelos corporativos fornecem uma visão de alto nível aos processos corporativos.
Perspetiva Corporativa
Os membros de uma Organização que precisam analisar como a empresa opera globalmente
e alinhar a estratégia corporativa global com o desempenho agregado dos processos têm uma
perspetiva corporativa.
113
A perspetiva corporativa organiza os processos primários de uma forma interfuncional para
fornecer uma visão completa do âmbito ao nível da interação, integração e agregação entre
áreas funcionais. A perspetiva corporativa é capturada, para cada Organização, num modelo
de processos de negócio corporativo.
Modelos Corporativos
Um modelo de processos de negócio corporativo fornece uma visão completa ponta a ponta e
interfuncional dos processos primários. O modelo pode mostrar os subprocessos, bem como,
problemas de alto nível e sistemas aplicacionais. Um modelo de processos corporativos é
tipicamente um modelo muito geral que descreve o foco de uma determinada Organização e
organiza os seus principais processos, de todas as áreas funcionais e de negócio, numa
representação visual e transversal ponta a ponta.
114
Figura 4.20: Arquitetura Corporativa e Métricas de Atendimento de Pedidos Representadas a Nível
Corporativo
115
Figura 4.21 Cadeia de Valor de Porter
SCOR
A Association of Supply Chain Management (ASCM) é um consórcio que comercializa um modelo de
referência denominado SCOR (Supply Chain Operations Reference). As organizações que procuram
um meio de entender as suas operações internas, especialmente a cadeia de distribuição com a
finalidade de analisar processos, comparar com concorrentes e avaliar as melhorias, podem subscrever
este modelo de referência. O SCOR fornece padrões, métricas de semântica comuns e integração
flexível de projetos para modelação da cadeia de distribuição. As estruturas de processos SCOR têm
uma componente que outras não têm - as métricas. As métricas são inter setoriais e podem ser
aplicadas para exercícios de benchmarking. A Figura 4.22 mostra uma estrutura de processos SCOR.
Note-se que anteriormente a 2014, a associação era conhecida por Supply Chain Council.
116
Na Process Common Framework (PCF), os principais processos (operações) são desenvolver
a visão e a estratégia (1.0), projetar e desenvolver produtos e serviços (2.0), comercializar e
vender produtos e serviços (3.0), entregar produtos e serviços (4.0) e gerir o atendimento ao
Cliente (5.0), como é mostrado na Figura 4.23.
Se o PCF da APQC fosse um modelo de serviços mais orientado para o Cliente, os principais
processos de negócio seriam, envolver os Clientes, fazer transações comerciais, atender às
expectativas dos Clientes.
117
o Processos, regras de negócio e requisitos de dados para o desenvolvimento de
software no interior de um BPMS
Cada nível de processos é geralmente documentado da seguinte forma:
(1) A Arquitetura de Negócio e os Arquitetos de Negócio analisam a estratégia e o seu
impacto na Organização. A documentação passa então para o nível 2.
(2) Os Arquitetos de Processos modelam as operações de negócio atuais e futuras. Em
seguida, a documentação passa para o nível 3.
(3) Os Analistas de Processos modelam os níveis de atividade e fluxos de trabalho (tarefas)
para o mapeamento de aplicações ou para o desenvolvimento de software. Finalmente, a
documentação passa para o nível 4.
(4) Os Arquitetos Corporativos alinham as aplicações e as infraestruturas TI em linha com
as as alterações da Arquitetura Corporativa.
118
Figura 4.25 Arquitetura de Capacidades Corporativas
A perspetiva corporativa mostra o quê e o como. Cada modelo de processos de negócio tem
um Dono de Processos que é responsável pelo desempenho dos processos e tem autoridade
para adicionar ou remover recursos que afetam o desempenho dos processos. A perspetiva de
negócio, utilizada pelo Dono de Processos é a seguinte:
• Fornecer o contexto do negócio
• Descrever o processo de negócio
• Definir o âmbito do processo de negócio para análise e implementação de mudanças
119
4.7.2 Modelos de Fluxos de Trabalho
Os modelos de workflow descrevem o que deve ser feito e mais importante ainda, mostram
como é feito para completar um processo com sucesso. Os modelos de workflow são mais
detalhados que os modelos corporativos ou de processos de negócio - estão no terceiro nível
de detalhe numa Arquitetura de Negócio. Os modelos de workflow são mapeados para as
atividades (também conhecidas por tarefas ou procedimentos) que compõem os processos. Os
modelos de workflow incluem as atividades que as funções desempenham e a relação das
atividades com outras funções e processos. Neste contexto, as funções são posições,
departamentos e sistemas.
Neste terceiro nível de detalhe, é fácil entender as atividades que são realizadas numa unidade
funcional de negócio. Um movimento contínuo das atividades até ao nível dos processos
corporativos, é fácil ver como todo o trabalho se encaixa nos processos e como as atividades
desempenham papéis na produção do produto final dos processos.
O modelo de workflow fornece apenas uma visão básica de atividades numa determinada
operação de negócio. Muitas vezes não é um nível de detalhe suficiente para resolver
problemas, reduzir custos ou apoiar a automatização. Para estas ações, é necessário levar o
nível dos fluxos de trabalho a um nível maior de detalhe - o nível das tarefas.
O nível dos passos de tarefas é onde as atividades, por exemplo na área comercial, realmente
acontecem. As tarefas mostram como o trabalho é realizado e são constituídas por passos. As
tarefas também são conhecidas por atividades, procedimentos e responsabilidades, mas serão
denominadas tarefas neste guia de conhecimento. Devemos mapear processos até ao nível de
detalhe necessário para automatizar e apoiar o que estamos a fazer e o que alguém no próximo
passo do processo, em contexto de projeto, precisa de fazer.
Num quarto nível, o nível das etapas da tarefa, a Organização e os criadores de BPMS geralmente
têm detalhes suficientes para vincular regras a ações específicas dos colaboradores ou sistemas.
A utilização de dados está agora a um baixo nível, o detalhe suficiente para desenhar aplicações e
relatórios e definir as edições e decisões de baixo nível. Um profissional BPM pode participar num
projeto em que a fase seguinte envolve o desenvolvimento de aplicações de software.
120
Para apoiar os esforços no desenvolvimento de software:
Complementarmente, este nível é utilizado para gerar aplicações BPMS que gerem o trabalho
e que automatizam a entrada e a utilização de dados ao nível da transação manual.
Lembremo-nos de considerar que os requisitos para qualquer uma dessas atividades de
desenvolvimento subsequentes e os detalhes necessários para conduzir à sua conclusão, são
alcançados através dos modelos.
Aqueles que realmente fazem o trabalho normalmente concentram-se nas suas tarefas e nos
passos que as compõem. Os passos das tarefas identificam como o trabalho é feito.
Este é o nível de detalhe onde o analista pode identificar os passos que são executados para
entregar o resultado de uma única tarefa. O nível das etapas da tarefa inclui para cada uma:
• Executor da tarefa
• Passos
• Critérios de desempenho
• Princípios a seguir
• Materiais e ferramentas a utilizar (incluindo software)
• Resultados esperados
• Indicadores de desempenho corretos
• Pessoas que precisam de ser consultadas
o Durante a tarefa
o Após a realização da tarefa
121
4.8 Capturar Informações dos Processos e os Participantes na Modelação
Vantagens
A observação direta é uma boa forma de documentar os detalhes dos processos existentes.
Pode revelar atividades e tarefas que de outra forma poderiam não ser reconhecidas e pode
ser eficaz na identificação de variações e desvios que ocorrem no dia-a-dia do trabalho.
Restrições
Por ser necessariamente limitada a uma amostra relativamente pequena, a observação direta
pode não captar a camada de variações entre grupos e locais. A observação direta também
implica o risco de os executantes fazerem o que eles pensam que queremos ver, em vez do
que eles normalmente fazem.
4.8.2 Entrevistas
Vantagens
As entrevistas podem criar um sentido de propriedade e participação num processo de
modelação e documentação dos processos de negócio. Esta abordagem requer uma
perturbação mínima do tempo dos participantes e das suas obrigações normais.
Restrições
Agendar e conduzir entrevistas é uma técnica mais demorada do que outros métodos. Pode
ser difícil construir um fluxo de processo coeso e mapear as diferentes visões numa única visão.
Esta técnica geralmente requer acompanhamento e às vezes não descobre todas as atividades
para descrever completamente o processo.
Vantagens
O feedback por escrito requer um tempo mínimo e uma interrupção limitada das tarefas.
Geralmente, os dados podem ser recolhidos desta forma.
Restrições
O feedback por escrito é frequentemente propenso ao mesmo tipo de problemas que são
encontrados em entrevistas individuais, inclusive:
• Requer mais tempo
• Falta de informação
• Tempo extra gasto em reconciliações
• Diferenças de opinião
• Descrições diferentes de um mesmo trabalho por pessoas diferentes
• Diferenças encontradas que requerem acompanhamento
122
4.8.4 Sessões (workshops) Estruturadas
Vantagens
As sessões estruturadas são focadas, as reuniões facilitadas onde especialistas e partes
interessadas reúnem o suficiente para criar um modelo de trabalho interativo. Oferecem
vantagens de encurtar o tempo decorrido do calendário necessário para desenvolver os
modelos e dar um sentido de propriedade mais forte para os participantes do workshop do que
outras técnicas. Os workshops estruturados também podem ser conduzidos por um facilitador
especializado em técnicas de modelação não conhecidas vulgarmente pelos participantes do
processo. Geralmente, os modelos produzidos nos workshops estruturados requerem menos
acompanhamento e geram uma descrição globalmente acordada de um processo mais
rapidamente e com maior qualidade do que outras técnicas.
Restrições
Devido às despesas de viagens e reuniões, os workshops podem ser mais caros do que outros métodos.
Vantagens
As conferências baseadas na Internet podem proporcionar muitos dos mesmos benefícios dos
workshops presenciais, mas funcionam melhor com grupos menores. Estas conferências web
podem ser mais convenientes e menos dispendiosas do que os workshops presenciais, quando
os participantes estão distribuídos globalmente.
Restrições
A utilização da tecnologia numa conferência baseada em Internet requer facilitadores
habilitados para conduzir reuniões remotas de uma forma eficaz. Em sessões à distância, pode
ser mais difícil monitorar e gerir a participação individual no trabalho em grupo.
Definição
Process Mining é um método de análise de processos que visa descobrir, monitorizar e
melhorar processos reais (processos não assumidos), extraindo facilmente o conhecimento dos
registos de eventos disponíveis nos sistemas de registo de informações existentes numa
Organização. A mineração de processos é um método automatizado de descoberta de
processos dentro dos sistemas existentes que utiliza os recursos do iBPMS para obter os
registos (logs) de eventos para reconstruir os processos reais.
O BPMS inteligente (iBMPS) é um tema abordado no capítulo Tecnologia e Transformação.
Vantagens
A mineração de processos vai além da pura apresentação de dados chave de um processo,
reconhece as relações contextuais dos processos, apresenta-os na forma de análise gráfica
para diagnosticar problemas e sugere melhorias na qualidade dos modelos de processos. Com
a mineração de processos, é possível detetar ou diagnosticar problemas com base em factos
e não em conjeturas ou intuições.
123
Restrições
Embora a mineração de processos seja frequentemente referida como um método ou técnica,
é mais uma capacidade incorporada em plataformas tecnológicas iBPMS. Para organizações
que não utilizam uma plataforma iBPMS para gerir processos é necessário aplicar um ou mais
métodos para recolha de informações.
Os modelos podem ser criados por indivíduos que expressam os seus conhecimentos pessoais
ou por grupos que definem o âmbito e a profundidade da Organização do que é a sua
abordagem. Numa aproximação mais estruturada, normalmente haverá um facilitador, um
modelador e vários especialistas em temas envolvidos.
Um projeto de modelação pode exigir muitos modelos individuais. Estes modelos têm valor
tanto individualmente, como através de representações isoladas, ou ainda através de
componentes de um complexo projeto como um todo. As estruturas e os modelos de referência
maximizam o valor e a utilidade do conjunto de modelos dentro do contexto como um todo. Há
uma série de estruturas e modelos de referência mencionadas em seguida.
124
4.9.1 Modelação Dentro de uma Estrutura
Uma estrutura pode variar desde uma simples pirâmide concetual até um complexo conjunto
de produtos de modelação com regras que regem onde o que será representado. Na pirâmide,
cada nível de modelo resume o seu nível mais abaixo e decompõe o nível mais acima. A
pirâmide pode ter uma simples cadeia de valor no nível superior que fornece um resumo geral
instantâneo do que o conjunto de modelos irá procurar explicar. Os níveis inferiores geralmente
introduzem eventos chave, executantes, atividades operacionais e um fluxo de processos mais
detalhado. Por vezes um nível é incluído abaixo dos níveis detalhados dos processos para
mostrar a estrutura de dados e detalhes dos componentes do sistema ou da Organização.
As estruturas mais complexas podem prescrever um conjunto padrão de produtos para retratar
os detalhes dos processos em estudo. As instituições muito grandes e complexas
frequentemente adotam Frameworks TI destinadas a aplicar todos os esforços na modelação
da Organização.
Estas estruturas têm o duplo propósito de ajudar os utilizadores a lidar com extrema
complexidade dentro dos seus ambientes e de permitir comparações entre as diferentes
agências governamentais, dentro de complexas e diversificadas Organizações. A última
estrutura listada, o TOGAF, é uma versão geral de uma estrutura complexa originalmente
desenvolvida pelo DoD, suportado pelo The Open Group e ainda é usada pelo DoD em conjunto
com o DoDAF. A maioria destas estruturas aparentemente diferentes, são derivadas ou
fortemente influenciadas pela estrutura Zachman, proposta por John Zachman em 1987.
Os modelos de referência facilitam a análise dos processos. Cada uma das estruturas de
arquitetura fornece modelos de referência, tais como:
• Modelo de referência de desempenho
• Modelo de referência corporativo
• Modelo de referência de componentes de serviço
• Modelo de referência de dados
• Modelo de referência técnica
125
Figura 4.26 Hierarquia do Processo SCOR (ASCM 2017)
126
4.10 Técnicas e Ferramentas de Modelação
As simulações de processos são uma forma de modelo que fornece uma visão valiosa da
dinâmica dos processos. As simulações requerem dados suficientes para permitir que os
processos sejam matematicamente simulados sob vários cenários, cargas ou outras condições.
127
4.11.3 Simulação Técnica e Análise de Carga
Conceitos Chave
Modelos de Processos
• Diferentes níveis ou perspetivas de processos de negócio são expressos por modelos que
mostram diferentes âmbitos e níveis de detalhe para diferentes públicos e propósitos;
• Os modelos podem exibir diferentes perspetivas: corporativa, negócio e operações
(workflows);
• Cada perspetiva em observação tem tipos específicos de modelos e níveis de
composição que melhor se adaptam aos níveis em causa.
Notações
128
Modelação de Processos de Negócio
Estruturas / Frameworks
• Ao abordar um desafio de modelação, a equipa pode optar por modelar por Top Down,
Bottom Up ou Middle Out, dependendo da preferência e dos requisitos do projeto;
129
5 Análise de Processos
O primeiro passo para definir um novo processo ou atualizar um processo existente é criar uma
compreensão comum do estado atual dos processos e de como os processos atingem os
objetivos declarados. Este entendimento comum é obtido através da análise dos processos.
Neste capítulo abordamos os tópicos para análise de processos, começando com a razão pela
qual um processo deve ser analisado e quem deve estar envolvido na análise. Em seguida,
vamos explorar as especificidades de como analisar um processo, seguido de uma abordagem
sobre as técnicas, ferramentas, metodologias e estruturas que podem ser utilizadas.
Finalmente, para garantir uma compreensão completa do que é necessário para o sucesso da
análise de um processo, vamos analisar as práticas sugeridas. A análise de processos é o
primeiro estágio da Fase 2 do Ciclo de Vida do BPM, ilustrado na Figura 5.1.
A análise de processos identifica e examina todas as atividades relacionadas com processos, mede
as operações e a eficácia dessas atividades no cumprimento dos objetivos da Organização.
Quer a atribuição seja para analisar um processo ou os processos que conectam atividades
entre unidades de negócios, parceiros de negócios ou uma cadeia de valor mais ampla, a
análise de processos pode ser aplicada para abordar as oportunidades de melhoria atuais e
futuras. As oportunidades podem incluir:
130
A análise de processos é realizada utilizando uma variedade de técnicas, como o mapeamento,
entrevistas, simulações e outras técnicas. A análise frequentemente inclui um estudo do
ambiente de negócios, o contexto organizacional dos processos, fatores que contribuem para
o ambiente operacional, características da indústria, regulamentações governamentais e da
indústria, pressões de mercado e concorrência. Os fatores chave a considerar incluem:
• Estratégia de negócio
• Objetivos dos processos
• Desafios chave para alcançar as metas
• Contribuição dos processos em toda a cadeia de valor
• Organização e funções corporativas de apoio aos processos
Aqueles que participam no processo devem rever os resultados da análise para ajudar a validar as
informações utilizadas na análise e os resultados. Os resultados da análise de processos
estabelecem a base para o desenho dos processos, abordado no capítulo Desenho de Processos.
Para que a Organização evolua e se adapte às mudanças, é necessária uma análise contínua
dos processos para garantir que as necessidades do negócio sejam atendidas. Mudanças nas
regulamentações governamentais, condições económicas e estratégias de marketing podem
resultar rapidamente em processos que não se conciliem mais nos resultados pretendidos pelo
seu desenho original.
Uma revisão holística dos principais processos dentro do âmbito das atividades de negócio
começa com uma revisão da estratégia organizacional. Considerações estratégicas enquadram
os objetivos e os desafios dos processos num contexto mais amplo. A análise dos processos
vai além dos problemas táticos de curto prazo ou da lista de desejos das unidades de negócio.
A análise de processos aborda mudanças fundamentais dos processos que permitem a uma
Organização alcançar os seus objetivos e estratégia.
131
Uma vez estabelecido o contexto organizacional do processo, o analista de processos recolhe
informações adicionais, inclusive:
A análise de processos permite à gestão entender como a Organização está a funcionar para
que possa tomar decisões informadas sobre como se adaptar a um ambiente em mudança.
Ajudada pela informação do desempenho de processos, a gestão pode otimizar as estruturas
dos processos para atingir os objetivos do negócio.
O BPM é uma parte comprometida de uma estratégia global de negócio, em vez de uma única
atividade concluída no contexto de um único projeto. Gerir uma Organização por processos
requer a utilização de métricas de desempenho para monitorizar os processos de forma que
eles correspondam aos objetivos identificados da Organização. Iremos abordar no capítulo
Medição de Desempenho de Processos mais informações sobre a gestão por processos. As
implementações BPM devem incluir a capacidade de avaliar continuamente os processos, à
medida que são realizados, utilizando ferramentas de monitorização em tempo real. Quando
surgem desvios no desempenho, a análise de processos em andamento ou acionados, pode
revelar as razões. Em resposta, os líderes podem tomar decisões relativas a ações corretivas
ou uma nova análise em direção à mudança dos processos.
Os eventos são os gatilhos mais frequentes da análise de processos. A seguir estão apenas
alguns dos eventos que podem acionar uma análise de processos.
Planeamento Estratégico
A maioria das empresas revê e atualiza regularmente os seus planos estratégicos. Pesquisam
o mercado e o cenário competitivo para novas oportunidades e estabelecem novos objetivos.
Questões de Desempenho
Quando surgem problemas de desempenho, a análise de processos pode ajudar a identificar
as causas do mau desempenho dos processos.
132
As questões de desempenho podem apresentar-se de várias formas, como por exemplo,
qualidade inaceitável do produto, taxas de produção inferiores à procura, desvios das
exigências regulatórias ou processos de suporte de vendas existentes que não acompanham o
ritmo de novas linhas de produtos.
Novas Tecnologias
Os avanços na tecnologia podem melhorar o desempenho dos processos ou as decisões dentro
dos fluxos de trabalho que afetam diretamente o desempenho dos processos. Os profissionais
BPM devem avaliar as novas tecnologias e criar um plano de melhor utilização. O projeto deve
identificar como e onde usar a tecnologia e o seu impacto noutros processos. Por exemplo, a
aprendizagem automatizada do modelo de negócio da Amazon permite que se adaptem as
recomendações de produtos aos padrões de compra dos Clientes.
Requisitos Regulamentares
Muitas vezes, os órgãos reguladores que regem as empresas criam ou alteram uma política
que exige que a Organização modifique os seus processos. Ao realizar análises de processos
para definir o impacto desses requisitos, uma Organização pode garantir que está em
conformidade com as mudanças regulatórias de forma a gerir riscos, controlar custos e
minimizar a interrupção. Organizações com um alto nível de maturidade na gestão por
processos podem encontrar oportunidades para beneficiarem das mudanças regulatórias.
Podem integrar processos orientados pela regulamentação com controlos de qualidade
internos para obter mais economia de custos e conformidade mais robusta do que as
organizações que consideram a conformidade regulamentar como uma adição dispendiosa.
Várias funções chave necessárias para executar a análise de processos são definidas em
seguida. Uma das primeiras etapas de uma análise de processos é estabelecer e atribuir essas
funções. O indivíduo ou grupo responsável final pelo desempenho dos processos, seja o Dono
do Processo ou a equipa de liderança executiva, deve selecionar cuidadosamente aqueles que
irão liderar e gerir a equipa de análise de processos. Será responsabilidade desses líderes
assegurar a conclusão bem-sucedida do projeto, incluindo uma representação abrangente e
precisa do estado dos processos.
133
5.1.3.1 Atributos da Equipa Ideal
Um único indivíduo pode realizar análises de processos, mas a melhor prática é formar uma
equipa interfuncional. Esta equipa multifuncional proporcionará uma variedade de experiências
e visões do estado atual dos processos, o que resulta numa melhor compreensão tanto dos
processos quanto da Organização. Esta equipa deve incluir especialistas no assunto, partes
interessadas, líderes de negócio funcionais e donos de processos, todos comprometidos com
os melhores resultados possíveis dos processos. Os membros devem ter autoridade para tomar
decisões sobre os processos e quaisquer mudanças necessárias. Tais equipas têm o benefício
adicional de estabelecer uma ampla propriedade e uma melhor aceitação da próxima mudança.
Também é importante assegurar que tenha sido alocado tempo suficiente para que esses
recursos contribuam adequadamente para a tarefa. Como em qualquer projeto, os projetos de
melhoria de processos muitas vezes falham devido à falta de tempo e prioridade atribuída ao
projeto. Quando as mesmas pessoas responsáveis pelo projeto de melhoria de processos estão
reféns entre as prioridades concorrentes da sua responsabilidade primária, o projeto de
melhoria de processos é geralmente o que vai sofrer. Por outro lado, demorar muito tempo para
a fase de análise de um projeto complexo é uma das armadilhas mais comuns. Equilibrar o
inventário dos processos e subprocessos envolvidos e garantir que a equipa de processos
obtenha o compromisso de tempo adequado das unidades de negócio é responsabilidade do
líder da equipa do projeto. Muitas vezes é necessário que o líder da equipa do projeto envolva
a parte interessada que tem autoridade para criar e fazer cumprir os compromissos.
Uma vez formalizada a equipa de processos, o líder da equipa deve comunicar o plano de execução
e os papéis dos membros da equipa. Cada membro deve entender o que é esperado e concordar
em comprometer-se com o tempo e o esforço necessários para tornar o projeto um sucesso.
Papel Responsabilidade
• Decidir a profundidade e o âmbito da análise, como é analisada e como
Analistas ou proceder para realizar a análise
Arquitetos • Gerir ou facilitar o avanço do projeto
• Fornecer documentação e relatórios finais para as partes interessadas e para
os líderes executivos
• Liderar equipas de análise de processos
Facilitadores
• Facilitar com visão imparcial para deixar o grupo descobrir o caminho através
(Arquitetos
das técnicas analíticas escolhidas
Principais) • Gerir dinâmicas de grupo
Especialistas na • Fornecer uma visão do processo corporativo
temática (Subject • Fornecer uma visão da infraestrutura corporativa e técnicas que suportam os
Matter Experts) processos
134
5.1.4 Preparação para a Análise de Processos
Outro método de priorização envolve a criação de uma matriz dois a dois, como mostrado na
Figura 5.2.
135
Cada processo é listado em algum lugar dentro da matriz com base na sua severidade e
impacto na Organização. Aqueles processos que tiveram um alto grau de impacto e severidade
são os processos que mais atenção precisam em primeiro lugar.
As métricas de pontuação podem ser utilizadas para atribuir valores com pontos para esses
fatores e a prioritização pode ser recomendada com base nos processos com as pontuações
mais altas. Qualquer que seja o método escolhido para classificá-los, os processos escolhidos
devem atingir diretamente as metas da Organização e ter um impacto positivo sobre o resultado
crítico do negócio.
O âmbito da profundidade dos processos incluídos na análise é uma das primeiras ações da
equipa de processos. A profundidade da análise é o início e o fim da análise. A definição do
âmbito é fundamental para decidir até onde o projeto irá chegar, quanto a Organização irá
envolver-se e o impacto que quaisquer mudanças terão a montante e a jusante dos processos
analisados.
Por exemplo, para analisar um processo de recrutamento na área de RH, o âmbito da análise
pode incluir as atividades desde a triagem dos candidatos até ao processo de seleção. Uma
segunda possibilidade seria analisar as atividades desde a triagem de candidatos até o
processo de admissão do colaborador a contratar.
Esta última fase no âmbito de um processo de recrutamento pode estender-se para além dos
processos tradicionais de recrutamento de pessoal, incluindo novas orientações de
contratação, registo para benefícios de empregados e processos de compras.
Uma vez determinado o alcance da análise, o analista também deve considerar a profundidade
do esforço. Qual será o nível de atividade adequado? Que nível de detalhe será necessário para
as entradas e saídas?
Pode ser necessário entrevistar uma variedade de indivíduos em várias funções corporativas
antes de tomar decisões ao nível do âmbito. Uma consideração importante é que quanto mais
funções corporativas (como recursos humanos e área financeira) e atividades incluídas no
projeto de análise, mais complicada será a análise e mais demorada será a sua realização. Para
mostrar um progresso iterativo, definível e gerir a complexidade, o analista ou a equipa podem
querer dividir os processos maiores e analisar os seus subprocessos.
136
5.1.7 Utilizando Estruturas de Processos para Análise
O VCOR significa Modelo de Referência para Operações da Cadeia de Valor; o PCF e o SCOR já foram
abordados no capítulo 4.2.5.2 Utilização de Modelos de Referência. Apenas o VCOR e o SCOR têm
processos e métricas standard incorporadas em cada elemento dos processos e ligam o nível um ao
nível três. O APQC PCF não tem métricas padrão incorporadas no modelo (são específicas da indústria).
As métricas são parte da prática de benchmarking da APQC e são uma oferta paga em separado.
Existem várias metodologias bem reconhecidas e publicadas para análise de processos. Alguns
destes tópicos são abordados em capítulos relacionados com a Modelação de Processos e a
Medição de Processos. As secções que se seguem cobrem as atividades comuns de uma
análise de processos. Estas atividades aplicam-se quer o processo seja estabilizado, ou seja,
um processo novo e devem ser consideradas no contexto da revisão de processos.
137
5.1.8.2 Contexto da Cultura Organizacional
Todas as organizações têm uma cultura que influencia os seus processos internos e externos.
Essa cultura inclui a forma como o trabalho é realizado e o que motiva os membros a fazer o
trabalho. Ao mudar os processos nos quais trabalham, a cultura também pode mudar.
As mudanças culturais podem levar a consequências não intencionais à medida que os novos
processos são postos em prática. Parte da análise de processos é fazer perguntas sobre a
cultura organizacional existente e aquelas regras não escritas, que determinam como e por
quem o trabalho é realmente realizado.
138
5.1.8.3 Medição do Desempenho
Uma análise metódica, muitas vezes conhecida por análise causa raiz, pode identificar a
natureza das lacunas, por que razão existem e que mudanças precisam ser feitas para corrigir
a situação. Um passo chave na análise é identificar métricas acionáveis e auditáveis que
indiquem com precisão o desempenho dos processos. Essas métricas fornecem indicadores
sobre onde e como um processo deve ser ajustado. Listam-se em seguida algumas perguntas
chave que devem ser feitas durante uma discussão sobre o desempenho de um processo.
139
Perguntas de Interação com o Cliente (continuação)
Interações
• Há redundâncias nas interações?
• Se o processo suporta atividades internas, quais são os efeitos diretos ou indiretos sobre
o Cliente?
Satisfação
• Como sabemos se os Clientes estão satisfeitos?
• Quais são as métricas de satisfação do Cliente?
• As métricas de satisfação estão dentro da norma desejada?
• Quais são as expectativas ou objetivos do Cliente para o processo?
Handoffs
Qualquer ponto num processo onde o trabalho ou a informação passa de um sistema, pessoa
ou grupo para outro, é uma transferência (Handoff) desse processo. Os Handoffs são
vulneráveis a desconexões dos processos e devem ser analisados em detalhe. As perguntas
seguintes devem ser feitas sobre as transferências (Handoffs) entre processos.
Regras de Negócio
As regras de negócio impõem restrições e impulsionam decisões que afetam a natureza e o
desempenho de um processo. Muitas vezes, as regras de negócio são criadas sem um
entendimento suficiente do porquê da sua existência. Alternativamente, as regras estão tão
ultrapassadas que não se aplicam mais, mas devido à cultura organizacional, elas ainda estão
a ser seguidas. Em seguida, listam-se algumas perguntas que são feitas ao analisar as regras
de negócio de um processo.
140
Perguntas sobre Regras de Negócio (continuação)
Adequação
• Quando e porquê foram criadas as regras de negócio?
• Como foram definidas as regras?
Alterar
• Qual seria o resultado ao eliminar certas regras?
• Que processo está em vigor para gerir as alterações às regras de negócio?
Capacidade
A análise da capacidade percorre os limites superior e inferior e determina se os fatores de
produção podem ser adequadamente dimensionados para corresponder à procura. Em seguida,
listam-se algumas perguntas que podem ser feitas ao analisar a capacidade de um processo.
Gargalos
Um gargalo é um constrangimento num processo que cria uma acumulação de trabalho que vai
ser feito. As perguntas que se seguem podem ajudar a equipa a entender a natureza dos gargalos.
141
Perguntas sobre Gargalos (continuação)
Fluxos
• Se vários fluxos estão a processar informações em paralelo, os fluxos juntam-se ao
mesmo tempo ou um está à espera do outro?
5.1.8.4 Variação
5.1.8.5 Custo
Entender o custo de um processo ajuda a equipa a entender o seu valor para a Organização em
valores monetários reais (EUR, USD). Também ajuda a equipa a prioritizar quais são os processos
que merecem mais atenção. As perguntas seguintes são feitas sobre o custo em processos.
Os processos envolvem atividades automatizadas e/ou atividades realizadas por pessoas reais. As
atividades automatizadas geralmente funcionam de forma consistente e quando não funcionam é possível
encontrar e corrigir a situação que está a causar o problema. As atividades realizadas por pessoas reais
são mais complexas porque envolvem um julgamento e capacitação que não podem ser automatizadas.
As pessoas nem sempre fazem a mesma tarefa da mesma forma. As perguntas seguintes podem ajudar
a orientar a discussão em torno desta importante análise do envolvimento humano.
142
Perguntas sobre o Envolvimento Humano
Variabilidade
• Quanta variabilidade é introduzida pelo elemento humano?
• A variabilidade é desejável?
• É tolerável?
Automatização
• As tarefas podem ser automatizadas?
• Resultado para o processo?
• Resultado para o elemento humano e para a cultura da Organização?
Complexidade
• Quão complexas são as tarefas?
• Que conjunto de competências são necessárias?
• Como os executantes estão a ser treinados para as tarefas?
Desempenho e Feedback
• Como os executantes reagem a eventos externos durante uma tarefa?
• Como os executantes sabem quando uma tarefa é bem executada?
• Que sistemas de feedback existem para orientar os executantes?
• O que os executantes podem fazer com esse feedback - o que podem mudar com esse
conhecimento?
Conhecimento
• Os executantes sabem onde a tarefa se encontra no processo?
• Os executantes sabem os resultados das tarefas a jusante?
• Os executantes sabem o que acontece antes da tarefa?
• O que os executantes fazem com as variações nas entradas das tarefas?
• Quanto conhecimento está disponível para que os executantes realizem a tarefa?
• O conhecimento da tarefa é suficiente?
• Os executantes podem identificar as variações antes que a tarefa seja concluída?
143
Perguntas sobre o Controlo de Processos (continuação)
Pessoas e Formação
• Que competências e papéis já existem para executar e supervisionar os controlos dos processos?
• As estruturas e os procedimentos do controlo dos processos estão bem documentados
e compreendidos?
• Existe formação e suporte com certificação para garantir a compreensão e execução?
• As relações reportadas garantem a independência das funções de qualidade ou de
controlo dos processos e a execução dos processos de controlo?
O objetivo dos tópicos anteriores é estimular a discussão sobre questões relacionadas com a recolha
de dados para análise de processos. Outros tópicos de discussão não mencionados surgirão,
naturalmente, durante a análise dos processos e devem ser igualmente explorados. Por outro lado,
alguns dos tópicos mencionados podem não se aplicar ao processo que a equipa está a analisar. O
ponto chave a lembrar é que a análise dos processos deve abranger uma variedade de técnicas e
tópicos para alcançar uma compreensão completa e bem fundamentada de cada processo.
5.1.9.1 Entrevistas
144
5.1.9.2 Observação Direta
Muitas vezes, os analistas descobrem que durante uma observação analítica de um processo,
outras perguntas e entrevistas necessitam de ser conduzidas para compreender completamente o
processo. As entrevistas e a procura de factos devem ocorrer durante toda a análise e é bastante
apropriado, realizar entrevistas durante qualquer parte do processo de análise.
5.1.9.3 Pesquisa
Comecemos por pesquisar qualquer documentação disponível ou notas escritas sobre os processos
existentes. Esta pesquisa pode incluir documentação existente e que teve origem quando o processo
foi criado, logs de transações ou de auditorias realizadas, diagramas do processo e outras situações
conhecidas. Caso esta informação não esteja disponível, o analista pode querer solicitar descrições
escritas do processo em causa, aos principais executores e intervenientes no processo.
Para entender plenamente um processo de negócio, o analista também deve entender como a
Organização e o ambiente de negócio interagem. Uma análise do ambiente de negócio inclui
compreender o mercado da Organização e os fatores externos que a afetam, a demografia e
as necessidades dos Clientes, a estratégia de negócio, os fornecedores e como o trabalho se
transforma para atender às necessidades dos Clientes.
Existem tantos métodos para analisar o ambiente de negócio quanto existem pesquisadores e
consultores na área de gestão de negócio. Este guia de conhecimento cobre apenas as 5
Forças de Porter, a Análise SWOT, os Fatores Críticos de Sucesso e o Benchmarking, que são
as técnicas comuns mais utilizadas na análise do ambiente de negócio.
A análise SWOT é um método utilizado para descobrir, tanto os pontos fortes como os pontos
fracos de um processo. Para informações mais detalhadas sobre a análise SWOT, devemos
verificar o que está escrito na secção anterior e que refere o que se entende sobre Análise
SWOT.
5.1.10.2 Benchmarking
O benchmarking está neste capítulo para enfatizar o que deve ser realizado após a
documentação do estado atual ou ambiente real dos processos de negócio. O raciocínio é que
o benchmarking deve dar uma ideia do desempenho atual, mas também lançará a base para o
que é o desempenho médio, permitindo que o Dono dos Processos defina uma linha para o
desempenho dos processos de negócio, no estado em que se encontram ou no estado futuro.
145
Benchmarking AS-IS:
• Desenhar ou definir os KPIs
Benchmarking TO-BE:
• Desempenho futuro versus como está
• Retorno de Investimento / Return of Investment (ROI)
• Definir a sua aderência ao objetivo final
Durante a análise, é uma boa prática comparar o desempenho de um processo com processos
similares na sua indústria e com os da concorrência. Esses processos também podem ser
comparados com processos similares em diferentes indústrias para entender se há níveis mais altos
de desempenho alcançáveis para os mesmos processos. Esta informação pode ser obtida através
de inquéritos à indústria e outras mesas redondas ou grupos de intercâmbio entre indústrias.
O tipo final da análise de Benchmarking identifica os processos que são similares ao processo em
análise, mas que existem como melhores práticas noutros setores. Por exemplo, as empresas de
retalho online adotam as suas melhores práticas no processamento de pedidos; à medida que a
entrada de pedidos online para uma Organização de retalho é redesenhada, uma análise das
melhores práticas mais amplas do setor pode ser revista para outros tipos de processos e de
pedidos. A Organização retalhista está apta a descobrir novas ideias de processamento, já que está
a pesquisar empresas fora do seu setor. Esta análise permite que os criadores dos processos
escapem da síndrome do pensamento de grupo que muitas vezes existe, quando as organizações
procuram apenas soluções dentro da sua própria empresa ou indústria. Este tipo de análise pode
ajudar a promover a mudança transformacional numa Organização.
Enquanto o Guia BPM CBOK procura cobrir muitos Fatores Críticos de Sucesso (FCS) em BPM,
a figura 5.3 destaca e resume alguns desses FCS mais críticos para iniciativas BPM em toda a
Organização.
146
Figura 5.3 Fatores Críticos de Sucesso na Gestão por Processos de Negócio
A Cadeia de Valor de Porter permite aos analistas de processos olhar para os processos a partir
de uma visão macro que inclui fornecedores, vendedores, Clientes, entre outros. Esta visão
ajuda a identificar os pontos fracos nos processos que podem ocorrer a montante ou a jusante
do processo em si. Para obtermos informações mais detalhadas, devemos consultar a
abordagem anterior (Modulação de Processos) sobre a Cadeia de Valor de Porter.
A análise do fluxo de dados é uma técnica que permite mapear como os dados fluem através
de um sistema. O objetivo da análise do fluxo de dados é entender como os pontos de um
processo interagem com esses dados, através do processo. Esta análise é normalmente feita
durante a modelação da própria análise e permite uma visão única do que acontece com os
dados durante o processo. Os dados sobre as transações processadas através do sistema,
darão uma visão do volume e complexidade de muitos tipos de transações.
147
A análise do fluxo de dados ajuda o analista a descobrir gargalos, filas ou lotes desnecessários e
interações que não agregam valor. A análise do fluxo de dados também ajuda a descobrir regras
de negócio que devem ou não ser aplicadas, com base nos dados. Tais regras de negócio podem
acrescentar intuição às regras de rotina que podem ser automatizadas e aplicadas como transações
padrão, assim como, aquelas que representam processos de exceção.
Muitos sistemas automatizados incorporam, explícita ou implicitamente, regras de negócio nas suas
configurações ou algoritmos de código robusto (hard-coded). Estas regras são frequentemente
essenciais para facilitar as operações de negócio, mas são mal compreendidas pelas pessoas cujo
trabalho depende delas. Isto é especialmente verdade em organizações que não criaram uma
documentação disciplinada de processos e um controlo das mudanças. Nessas organizações, o
conhecimento institucional perde-se à medida que o pessoal vai saindo e a única evidência dessas
importantes regras é como elas estão codificadas no próprio sistema.
O desafio é trabalhar com os analistas técnicos e de suporte aplicacional para descobrir estas
informações, em geral e frequentemente escondidas. O próximo passo é fazer uma engenharia
contrária das regras a partir das configurações, em estreita consulta com os colaboradores que
têm uma experiência funcional relacionada com as regras.
Os métodos analíticos como a análise do tempo de ciclo são frequentemente utilizados para extrair
informações sobre um processo, por exemplo, quanto tempo o processo leva a ser executado. A
equipa de análise de processos deve utilizar o tipo de análise mais adequado para que o processo
possa ser analisado. As alíneas que se seguem cobrem os seguintes tipos de análise:
• Custos
• Causa Raiz
• Duração do Ciclo
• Sensibilidade
148
Esta não é uma lista exaustiva, mas contém as técnicas mais comuns. O analista ou equipa da
análise, raramente utilizará mais do que algumas destas técnicas para qualquer iniciativa. É
tarefa da equipa determinar quais as que são aplicáveis para alcançar o objetivo desejado. Os
modelos de processos são frequentemente utilizados para mostrar os processos e as
interações entre eles. Procurou-se entender em “Utilização de Modelos de Processos” que
técnicas são utilizadas para criar esses modelos.
Também conhecida como Custeio Baseado em Atividades (Activity Based Costing), a análise
de custos é uma lista simples do custo por atividade, totalizada para mostrar o custo do
processo. As organizações utilizam a análise de custos para descobrir o custo real associado a
um produto ou serviço. A análise de custos é frequentemente utilizada em conjunto com outros
tipos de análise. O foco da análise de custos é encontrar os custos e outros atributos (por
exemplo, FTEs e duração) ao nível da atividade, que podem ser desafiadores e demorados.
Os analistas utilizam a análise de custos para encontrar o valor em Unidades Monetárias (U.M.)
gastos escondidos no processo, para que possam ser comparados com o valor em U.M. no
novo processo. O objetivo da análise de custos é diminuir os custos ou aumentar a eficiência.
Se o objetivo é aumentar a eficiência, a análise de custos examina o valor do aumento da
produção em comparação com o custo.
A Análise da Causa Raiz (Route Cause Analysis - RCA) é um método sistemático para identificar
a origem dos problemas ou eventos e uma abordagem para dar resposta. A RCA assume que
uma gestão eficaz requer encontrar formas de prevenir problemas em vez de apagar incêndios
à medida que estes se desenvolvem.
• O que aconteceu
• Como aconteceu
• Porque aconteceu
o Desenvolver ações para prevenir a reincidência
149
Diagrama de espinha Derivado da gestão da qualidade, a espinha de peixe é uma forma
de peixe ou diagrama sistemática de examinar as causas e os efeitos que criam ou
de Ishikawa contribuem para esses efeitos. Devido à sua função, pode ser referido
como um diagrama de causa-e-efeito. O desenho parece-se muito com
o esqueleto de um peixe - daí o nome, diagrama de espinha de peixe.
Análise de Pareto Pareto é uma técnica estatística na tomada de decisão utilizada para
analisar uma seleção e um número limitado de tarefas que produzem
um efeito global significativo. A permissa é que 80% dos problemas
são produzidos por (20%) das suas causas críticas.
A análise do tempo de ciclo é um método para medir o tempo dos processos. Também conhecida
como análise de duração, analisa o tempo em que cada atividade leva dentro de cada processo.
Cada atividade é medida desde o momento em que a entrada começa, até que a atividade cria a
saída desejada, incluindo o momento em que qualquer atividade subsequente começa. O tempo
total para completar todas as atividades é o tempo que o processo leva para ser concluído.
O objetivo da análise do tempo de ciclo é reduzir o tempo dos processos. Também é muito útil
para descobrir gargalos e potenciais gargalos que impeçam o processo de funcionar
corretamente. Atividades sem valor acrescentado que não contribuem para o resultado dos
processos também são reveladas. A análise do tempo de ciclo é uma ferramenta comum no
mapeamento Lean e no mapeamento do fluxo de valor.
A resposta dos processos é uma medida de quão bem um processo irá lidar com mudanças
nos parâmetros. A capacidade de resposta inclui a rapidez com que o processo flui, a
quantidade de trabalho com que o processo pode lidar e onde os gargalos irão ocorrer, dado
um conjunto de parâmetros. A capacidade de resposta dos processos analisa o que acontece
quando fazemos uma ou mais das seguintes ações:
• Aumentar as entradas
• Diminuir as entradas
• Aumentar o tempo de chegada das entradas
• Diminuir o tempo de chegada das entradas
A variabilidade dos processos é uma medida de como a saída de um processo muda quando
os parâmetros mudam. Um objetivo típico na melhoria de desempenho é eliminar a variabilidade
no resultado. Uma imagem clara de como a variabilidade nos parâmetros afeta o resultado pode
ajudar a otimizar a escalabilidade dos processos.
150
5.1.12.5 Análise de Risco
A análise de risco é um método para identificar ações e eventos que podem ter um efeito
negativo sobre a Organização. Semelhante à análise de sensibilidade, a análise de risco pode
incluir o exame da eficácia dos pontos de controlo dos processos. Exemplos desses pontos de
controlo incluem a validação da identidade do Cliente ou, para compras, as classificações de
crédito do Cliente. Estes passos e as regras de negócio que as envolvem estabelecem limites
antes que o processo possa prosseguir. As atividades e regras de negócio devem estar em
vigor à medida que o processo é desenhado. A análise de risco visa considerar o que
aconteceria com o processo caso qualquer um desses cenários acontecesse e em última
instância, qual seria o resultado para a Organização.
Muitos processos requerem algum tipo de envolvimento humano direto para assegurar a sua
progressão. Estes são os tipos de processos que normalmente requerem mais análise para serem
compreendidos. As secções seguintes cobrem técnicas para analisar as interações humanas, incluindo
a observação direta, a aprendizagem do principiante, a simulação de atividades, a análise do layout do
local de trabalho, a análise da alocação de recursos e a análise da motivação e recompensas.
A observação direta consiste em observar as pessoas que executam os processos. Muito pode
ser aprendido apenas observando os executantes dos processos em ação. Estas pessoas são
especialistas e normalmente encontram maneiras eficientes de fazer o que lhes foi pedido,
dentro das restrições impostas. Depois de observar o básico do que estes especialistas estão
a fazer, os analistas devem fazer perguntas sobre as ações que não são compreendidas.
A principal vantagem da observação direta é a que os analistas podem ver o processo atual em
primeira mão. Entretanto, a presença de um analista pode gerar alguma influência, causando
ligeiras alterações no comportamento do executante. Dar tempo suficiente de observação para
que os executantes se sintam confortáveis com alguém que os observa e poder tomar notas.
Se o ato de observação mudar os comportamentos, pode distorcer os resultados analíticos. A
mudança no comportamento devido à observação direta é conhecida por Efeito Hawthorne. As
pessoas selecionadas para observação devem representar o nível de desempenho típico do
grupo de trabalho e não (por exemplo) o nível mais alto.
Fazermos uma tarefa nós próprios, oferece uma compreensão mais profunda do que ver alguém a
fazê-la. Quando for possível e útil, o executante pode ensinar o trabalho ao analista, o que pode dar
mais detalhes sobre o processo. Ensinar, força as pessoas a pensar sobre aspetos de um processo
que, de outra forma, as pessoas poderiam fazer de forma subconsciente.
151
A aprendizagem dos principiantes é geralmente realizada através de tarefas repetitivas, tais
como, o cumprimento de encomendas. Ao executar os passos de uma tarefa, o analista ganha
uma maior apreciação dos aspetos físicos da atividade e pode avaliar melhor os detalhes da
operação. Durante o período de aprendizagem do principiante, é útil ter um segundo analista a
observar o processo de aprendizagem e as ações iniciais do principiante.
Percurso individual. Um analista individual passa cuidadosamente por cada atividade, observando
as suas entradas, as saídas e as regras de negócio que orientam o seu comportamento.
Vídeo do percurso. Uma variação final passa por gravar um vídeo das passagens do grupo
para posterior análise e discussão para garantir que nada de importante tenha sido omitido.
Os percursos de grupo e de vídeo devem utilizar os seus participantes no processo real, que
são os verdadeiros especialistas, oferecem os melhores conselhos e os meios para melhoria.
Uma análise do layout do local de trabalho é principalmente uma análise física de um local de
trabalho, de uma linha de montagem ou de uma área de produção. As atividades utilizadas para
analisar os fluxos de trabalho e o movimento de materiais e recursos à medida que o trabalho
é concluído, são mais detalhadas nos conceitos de Lean. O foco na redução de movimentação
extra, tempo de espera e os passos de transporte, pode agregar valor à medida que o trabalho
é redesenhado. A análise do layout do local de trabalho pode revelar movimentos
desnecessários para gargalos relacionados a materiais, desconexões e esforços duplicados à
medida que os itens de trabalho são transferidos de um local físico para outro.
Esta análise também pode ser útil para qualquer processo que envolva um espaço físico onde
as atividades são realizadas e entregues entre indivíduos, grupos ou estações de trabalho.
A análise de alocação de recursos é um método para examinar como os ativos de uma Organização
são utilizados num processo. Esta análise foca os recursos necessários para completar os
processos. Tem em conta as capacidades das pessoas e utilização das ferramentas ou outros
sistemas automatizados para atender as necessidades que um processo exige.
152
Geralmente procura determinar o porquê de uma atividade levar um determinado período de
tempo a ser executada, a partir das seguintes perspetivas:
• Capacidades dos recursos. Esta análise considera o que os recursos são capazes de
realizar e questiona se as competências e a formação são suficientes para realizar a
atividade de forma adequada. Podem ser feitas comparações com recursos
semelhantes fazendo tarefas semelhantes para validar se os recursos em questão irão
realizar o que poderia ser realizado no mesmo período de tempo.
• Quantidade dos recursos. Esta análise examina se os recursos estão limitados. Para
os recursos envolvidos, como por exemplo um equipamento, a análise examina as
especificações do equipamento para garantir que está a ser utilizado dentro das
tolerâncias dadas pelo fabricante. Para os recursos humanos, o analista examina se os
recursos estão totalmente envolvidos e a dominar os elementos chave do trabalho, ou
se são subutilizados, tornando-se de alguma forma um gargalo.
Muitas vezes, as empresas que trabalham através de uma iniciativa em melhoria de processos
passam por uma análise de alocação de recursos apenas para descobrir que não são os processos
que são ineficientes, mas sim os recursos que estão a ser utilizados atualmente. Ao realizar este
tipo de análise, o analista pode frequentemente descobrir vários gargalos que podem ser
melhorados ou eliminados com pouco custo ou mudanças na infraestrutura. Se os gargalos
estiverem relacionados com pessoal ou com a estrutura organizacional, as mudanças dependerão
da capacidade da Organização em gerir questões relacionadas com recursos humanos.
A etapa final de uma análise é a geração de relatórios e outra documentação relativa aos
resultados. A documentação da análise serve a vários propósitos. Atua como um acordo formal
entre aqueles que participaram quanto à exatidão da análise. A seguir, é a base para a
apresentação dos resultados da análise à gestão.
Esta documentação pode incluir qualquer um dos seguintes itens, conforme apropriado para o
processo que foi analisado:
153
• Lacunas no desempenho do processo
• Razões e causas das lacunas no desempenho do processo
• Redundâncias em processos que poderiam ser eliminadas
• Economias esperadas com a eliminação de despedimentos
• Soluções recomendadas
• Outras considerações
A documentação deve apresentar claramente o estado atual e incluir os produtos que fornecem
as informações necessárias para considerar a mudança dos processos. Muitas das ferramentas
mais sofisticadas em Gestão por Processos de Negócio agora disponíveis podem funcionar
como um repositório para grande parte desta documentação de processos.
A maturidade dos processos refere-se ao quão próximo um processo está em vias de estar
concluído. Para que um processo seja maduro, ele tem que ser completo na sua utilidade,
automatizado, confiável na informação e em melhoria contínua.
Uma curva de maturidade é uma visualização onde um processo integra esta medida. Entender
e acompanhar o posicionamento relativo dos processos de negócio da Organização numa
curva de maturidade de processos é importante por três razões.
A primeira é que a curva refere onde os processos são avaliados, o que ajuda a determinar a
magnitude (e a dificuldade) da mudança de negócio e a abordagem de processos recomendada
para a fase de desenho de processos.
A terceira razão passa pela sua progressão até um modelo de maturidade. Ajuda a orientar a
Organização para as plataformas tecnológicas disponíveis para automatização e controlo
inteligente dos processos de negócio.
A Figura 5.4 mostra um modelo de maturidade muito simples que facilite a compreensão das
várias abordagens em Gestão por Processos de Negócio e as plataformas tecnológicas
alinhadas ao grau de maturidade dos processos.
154
Figura 5.4 Curva de Maturidade de Processos
Adaptado de Brett Champlin (modelo anterior)
Um dos fatores mais importantes para garantir o sucesso durante qualquer etapa de um projeto
de melhoria de processos é o apoio e o incentivo direto da equipa de liderança executiva.
Idealmente, a liderança executiva deve ser o principal patrocinador na retaguarda do projeto
de melhoria de processos. No mínimo, a equipa de liderança executiva deve comprometer-se
a dar total apoio ao projeto de redesenho ou melhoria de processos.
Se a análise de processos fizer parte de uma revisão mais ampla de todos os processos no
interior da Organização, é importante compreender a maturidade organizacional em relação à
Maturidade da Gestão por Processos de Negócio, tema mais detalhado no capítulo Gestão
Corporativa (Arquiteturas) de Processos (EPM).
155
A compreensão da maturidade da Organização na gestão por processos ajudará a definir o
nível de mudança de negócio, a propriedade consensual e a governação dos processos, em
preparação, para uma transformação mais ampla dos processos organizacionais.
Embora já mencionado anteriormente neste referencial, este tema merece ser repetido. Muitas
vezes, durante a análise de processos, surgem soluções para os problemas dos processos. Os
membros da equipa dos processos vão querer explorar estas soluções e às vezes começar a
trabalhar imediatamente no desenho de uma nova solução. Esta prática é análoga a iniciar a
construção de um edifício com apenas uma parte da planta.
156
Ao mesmo tempo, é importante não desencorajar as sugestões recebidas para a resolução de
problemas de processos que são descobertos durante a fase da análise. Uma boa prática é
criar um parque de estacionamento de sugestões com base nos itens descobertos. Quando
chegar a hora de decidir pelo novo processo, a abordagem aos itens da lista de estacionamento
existente, faz parte de um projeto maior e verdadeiro, associado ao processo que irá ser revisto.
A experiência tem mostrado que é possível fazer demasiadas análises. Alguns membros da
equipa de análise vão querer documentar cada detalhe insignificante, sobre cada atividade que
acontece num processo. Tais detalhes podem rapidamente tornar-se um tédio e a equipa de
melhoria dos processos pode perder o interesse. Tenhamos em mente que estes detalhes terão
que ser atualizados à medida que os processos mudam. É fundamental incluir apenas detalhes
suficientes para decidir como estes afetam o processo. Os participantes da análise de
processos e a gestão podem ficar impacientes com a falta de progressos. Se a análise for
prolongada, os membros da equipa podem não estar disponíveis para a parte que resta do
projeto devido a outros compromissos.
Para ser eficaz, a análise deve ser rápida e o progresso facilmente visível para todos. Os
membros da equipa, assim como a equipa de liderança que apoia o projeto, devem ver
progressos. Também é fundamental garantir que o âmbito da análise seja pequeno o suficiente
para ser gerível. Um bom consultor ou facilitador pode ajudar a equipa a avançar. Se o
progresso for lento, considera-se então ser possível contratar um consultor de processos.
Muitas vezes, os recursos designados para projetos de melhoria têm outras responsabilidades de
missão crítica dentro da Organização. Apesar de ser imperativo conseguir os indivíduos mais
conhecedores na equipa de análise de processos, estes indivíduos podem não ser capazes de se
dedicar o suficiente para manter o projeto em andamento. Felizmente, os líderes da empresa estão
muitas vezes conscientes deste problema e decidem contratar consultores ou contratados para
ajudar na melhoria dos processos para que a equipa de gestão possa continuar a gerir a
Organização. No entanto, embora os consultores possam ajudar na execução do próprio projeto
de melhoria dos processos, os consultores não são um bom substituto para aqueles que realmente
possuem ou executam esses processos. São sugestões; trabalhar com a gestão de topo para obter
acesso a profissionais críticos e para mitigar quaisquer efeitos do seu trabalho. É crucial que aqueles
que estão a alocar os recursos necessários, permitam a esses recursos um tempo apropriado,
longe das responsabilidades diárias para finalizar o projeto.
Um dos maiores fatores que leva a uma análise bem-sucedida é a inclusão do Cliente no processo.
Mesmo que um processo pareça funcionar bem dentro da Organização, pode não funcionar para o
Cliente. Inevitavelmente, se as necessidades do Cliente forem negligenciadas no processo, a
satisfação do Cliente será sacrificada e o processo não levará ao aumento do desempenho esperado.
157
Este conceito de foco no Cliente pode ser difícil de entender quando, por exemplo, a
Organização está a tentar melhorar uma função interna, como o processamento de folhas
salariais. Ao considerar que o processamento de um pagamento a um colaborador afeta o
Cliente, o analista concentra-se em como a redução das despesas gerais pode ser utilizada
para diminuir os custos associados ao Cliente.
O resultado da análise de processos ilustra a relação entre tudo o que se relaciona com as
operações da Organização e os efeitos diretos ou indiretos sobre o Cliente.
Para que qualquer mudança num novo processo seja bem-sucedida, é vital que a análise evite
apontar qualquer culpa por problemas que existam em processos e apontar essa falha a
qualquer pessoa ou grupo. Uma declaração de factos sem colocar a culpa é crítica. Ao eliminar
a culpa e simplesmente declarar os factos, é mais provável que a análise dos processos seja
aceite como um entendimento correto do estado atual de determinado processo.
Resistência Potencial
A análise de processos pode ser considerada pelos intervenientes de uma unidade de negócio
como uma perturbação potencial, carregando elementos de mudança desconhecidos. O Dono
dos Processos também pode ver a análise como uma crítica sobre a forma como o processo
tem sido gerido. As unidades de negócio e os Donos dos Processos podem, portanto, evitar
oportunidades de participar na análise. Nestes casos, é vital para a equipa de liderança negociar
a situação, comunicar a necessidade da análise e apoiar os resultados como um elemento
essencial para manter a Organização competitiva dentro do setor. Envolver o Dono dos
Processos no processo de análise é um fator chave para a superação desta questão.
5.1.17 Conclusão
A análise de processos deve criar um entendimento comum do estado atual e/ou futuro do
processo para mostrar o seu alinhamento com o ambiente de negócio. A análise é realizada
por um analista profissional ou por uma equipa de pessoas. Utilizando diversas técnicas,
estruturas (frameworks), metodologias e práticas sugeridas, a equipa de análise documenta o
ambiente de negócio, cria modelos e outra documentação.
Os documentos ilustram os fluxos de trabalho das atividades dos processos e a sua relação
com o ambiente no qual os processos operam. A equipa usa então essas informações para
identificar oportunidades de melhoria ou redesenho dos processos.
158
5.1.18 Conceitos Chave da Análise de Processos
Análise de Processos
Conceitos Chave
A análise de processos serve para criar uma compreensão comum do estado atual de um
processo e se ele está a atingir os objetivos da Organização dentro do ambiente de negócio atual.
A análise de processos pode ocorrer a qualquer momento que a Organização considere
necessário, mas a Organização deve ter o objetivo de monitorizar continuamente os processos
em vez de esperar que eventos isolados acionem uma análise de processos. As pessoas que
auxiliam na análise de processos incluem a liderança executiva, uma equipa multifuncional de
partes interessadas, especialistas no assunto e profissionais de análise de processos.
A análise deve encontrar uma explicação da interação dos processos dentro da Organização
e encontrar qualquer uma das seguintes desconexões:
Muitas técnicas de análise podem ser utilizadas durante a análise de processos para obter o
tipo de informação necessária para o processo em análise. A técnica escolhida deve ajudar
o analista de processos a considerar o desempenho humano, os sistemas, a tecnologia, as
ferramentas de modelação, o ambiente corporativo e as avaliações estratégicas.
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160
6 Desenho de Processos
O capítulo 6 centra-se na segunda etapa da Fase 2 do Ciclo de Vida BPM: o desenho de
processos. O desenho de processos é a criação ou remodelação dos principais processos
interfuncionais que proporcionam valor aos Clientes. Este capítulo cobre a descoberta de
informações, a preparação do desenho de processos, as atividades chave no desenho de
processos e os fatores chave de sucesso para a iniciativa.
Figura 6.1 Desenho dos Processos, Segunda Etapa da Fase 2 do Ciclo de Vida BPM
Em outubro de 2108, a McKinsey publicou um estudo, "The Business Value of Design", que cobriu
300 empresas de capital aberto durante um período de cinco anos. Foram recolhidos mais de dois
milhões de dados financeiros com mais de 100.000 ações de desenho registadas. As indústrias
estudadas foram bens de consumo embalados, tecnologia médica e banca de retalho.
161
A McKinsey desenvolveu o seu Índice de Desenho McKinsey de Propriedade Intelectual (MDI)
que classifica as empresas pelo quão fortes são no desenho e - pela primeira vez - como isto
se relaciona com o desempenho financeiro de cada empresa.
• O bom desenho é alusivo. Pouco mais de cinquenta por cento dos entrevistados
admitiram que não têm uma forma objetiva de avaliar ou estabelecer metas para a
produção das suas equipas de desenho.
• O sucesso tem muito que ver com a liderança analítica. Medir e impulsionar o
desempenho do desenho tem o mesmo rigor que as receitas e os custos.
• É mais do que um produto; é sobre a experiência do utilizador. Fazer do desenho
centrado no utilizador, uma responsabilidade de todos, não é uma função de silo.
• É interfuncional, não é um talento departamental. Quebrar paredes internas entre o
desenho físico, digital e de serviço.
• É uma iteração contínua (Agile). O desenvolvimento sem risco através da escuta
contínua, testes e iteração com os utilizadores finais.
As figuras 6.2 e 6.3 mostram o crescimento da receita e o retorno total aos acionistas das
empresas com pontuações elevadas no McKinsey Design Index (MDI).
Figura 6.2 Crescimento Anual da Receita, Empresas com Pontuações Elevadas de MDI
162
Figura 6.3 Retorno Total aos Acionistas, Empresas com Elevado Índice de MDI
A constatação mais significativa foi que as empresas com pontuação de MDI de nível mais
elevado, superaram o crescimento do setor, numa ordem de dois para um.
Liderança Executiva
Uma prática comum é selecionar uma equipa multifuncional que represente as partes
interessadas, participantes, especialistas no assunto e Clientes que interagem com o processo.
Se uma equipa multifuncional não for criada e o trabalho de desenho for deixado para um
designer de processos a nível individual, é importante que este criador (designer) valide o
desenho com as partes interessadas, participantes e Clientes.
163
Especialistas em Assuntos Temáticos
Participantes e Stakeholders
Um participante é qualquer pessoa que participe ou tenha atividades que afetem o processo.
Estes indivíduos desempenham um papel crítico na definição do processo corporativo ao
delinear as atividades que compõem o novo processo. Para organizações maiores,
normalmente uma pessoa representa uma classe inteira de partes interessadas. Por exemplo,
um vendedor sénior ou um gestor de vendas, representam a força de vendas.
Cliente
Qualquer melhoria bem-sucedida do processo gira em torno das expectativas dos Clientes.
Portanto, o Cliente deve ter permissão para testar o processo e comentar sobre a sua eficácia.
Envolver o Cliente durante a fase de projeto aumenta as hipóteses para que os objetivos do
processo e as expectativas do Cliente sejam devidamente atendidos.
Gestor do Projeto
Facilitador
Os Donos dos Processos também fazem parte da equipa de desenho. Durante o desenho de
um processo, os Donos dos Processos ajudam a assegurar que o novo desenho cumpra os
objetivos necessários, mantendo-se dentro do orçamento atribuído.
164
6.1.3 Preparação para o Desenho dos Processos
Durante a fase de análise, os processos são listados, ponderados e prioritizados. Esta análise revela
os pontos fracos dos processos atuais e ajuda a decidir quais devem ser redesenhados e em que
ordem. Uma vez selecionados esses processos, o grau da mudança pode ser avaliado para fazer
mudanças sistémicas incrementais ou em larga escala. Por vezes, fazer mudanças pequenas e
frequentes pode ter um efeito igualmente significativo no desempenho do processo como fazer
grandes alterações e mudanças radicais, desde que exista uma visão clara e aceite do estado futuro.
Com o conhecimento adquirido com a análise, o desenho dos processos pode começar.
Embora as metodologias para desenhar um novo processo variem, há certas atividades chave
que ocorrem durante a fase de desenho para uma gestão por processos. A secção seguinte
Projetar o Novo Processo aborda essas atividades chave:
• Desenhar o novo processo
• Definir as atividades dentro do novo processo
• Definir as regras que controlem as atividades
• Definir as entregas (handoffs) de processos entre as equipas funcionais
• Definir as métricas desejadas no novo processo
• Sinalizar lacunas e comparações com análises existentes
• Criar o desenho físico
• Analisar o projeto ao nível de infraestrutura de TI
• Simular, testar e aceitar o modelo
• Criar um plano de implementação.
Embora as atividades chave estejam acima listadas numa ordem lógica, nem sempre ocorrem
nessa ordem e muitas das atividades ocorrem simultaneamente.
Há muitas maneiras de projetar o novo processo, desde a utilização de quadros brancos simples
até ferramentas sofisticadas de modelação de software que permitem o armazenamento e a
recuperação de processos. Além disto, muitas atividades diferentes na recolha de informações
(como brainstorming e a criação de histórias) podem ser utilizadas para facilitar a criação do
modelo. Uma discussão completa das ferramentas, atividades e metodologias usadas para
modelar processos está além do âmbito do Guia BPM CBOK. Todas as ferramentas ou métodos
utilizados têm vários pontos fortes e fracos. A ferramenta, metodologia e atividade correta para
definir o processo depende do objetivo do projeto, da cultura da Organização e da infraestrutura
atual. O valor da modelação de processos está na disciplina que a proporciona para garantir
que o modelo criado corresponda ao resultado esperado. Também serve como documentação
escrita do processo e descrições detalhadas das atividades, interações com Clientes, regras
de negócio e resultados. Porém, é fundamental envolver o maior número possível de pessoas
das diferentes funções que interagem com o processo. Empregando a amplitude de experiência
e conhecimento daqueles que estão mais próximos do processo ajuda a garantir que o
processo reflita verdadeiramente o que a Organização pode realizar. Finalmente, os desenhos
mais simples são, na maioria das vezes, os melhores desenhos.
165
6.1.4.1 Definir Atividades num Novo Processo
As atividades são uma série de tarefas realizadas para executar um processo. Durante um processo
de atendimento de uma ordem de compra, por exemplo, as atividades incluiriam a entrada da
ordem, registo da ordem, envio da ordem e faturação da ordem de compra. Cada uma delas deve
ser executada para que o processo de uma ordem de compra seja concluído. Muitas vezes, as
tarefas dependem umas das outras e portanto, devem ser concluídas em sequência.
As opções para listar atividades chave incluem ferramentas sofisticadas de modelação, quadros
brancos ou até mesmo notas adesivas (post it). Qualquer método que a Organização escolha é
válido desde que as atividades possam ser colocadas em ordem e possam representar o
desenho final do processo quando concluídas.
As melhores práticas ao listar atividades chave incluem: foco nas atividades e não nos atores e
manter o processo tão simples quanto possível. Quanto mais simples for um processo, maior será
a probabilidade de ser concluído sem erros. Além disso, as atividades que podem ser concluídas
em paralelo com outras atividades, ajudam a movimentar para que o processo seja mais rápido.
Os novos processos devem ser comparados com o estado existente. Uma análise comparativa
permite a realização de uma análise de falhas/lacunas (Gap Analysis), que mostrará o nível e o
âmbito das mudanças. Uma análise comparativa pode mostrar as economias que serão
realizadas com a implementação do novo processo. A demonstração da poupança ajuda a gerir
a resistência à mudança. Ao mostrar a falha/lacuna entre o antigo e o novo processo,
aumentamos os argumentos para a criação de uma Organização que se gere por processos. A
análise das falhas/lacunas também mostra economias que podem ser realizadas através de
melhorias de processos noutras áreas da Organização.
Finalmente, uma análise comparativa também permite que a equipa de projeto do processo
revisite o estado existente e assegura que o novo projeto, de facto, atenda aos objetivos
esperados e resolva as questões descobertas na fase de análise.
O desenho físico descreve como cada atividade ou tarefa deve ser executada – os meios
manuais ou automatizados ou uma combinação de cada um deles. Todas as categorias de
recursos para pessoas, tecnologia e instalações devem ser consideradas. Um orçamento
provisório que agora inclui custos operacionais e de desenvolvimento mais detalhados é
avaliado quanto à viabilidade financeira. A aceitação pelas partes interessadas da Organização
também deve ser considerada.
166
Um cronograma de execução deve ser considerado em relação às expectativas originais de
implementação. O grau de detalhe a ser planeado, documentado e avaliado para um projeto
físico depende da magnitude da mudança do processo de negócio. Pequenos projetos podem
requerer apenas uma breve, mas precisa declaração para alterar os processos ou atividades
existentes. Projetos maiores ou mais transformacionais requerem detalhes significativos antes
de avançarem para uma implementação real.
Para ser eficaz, qualquer desenho de processos deve considerar a atividade tanto no nível do
processo quanto ao nível do fluxo de trabalho. A razão é que é possível maximizar a eficiência
de um processo e prejudicar seriamente a eficiência no nível do fluxo de trabalho. É claro que
o contrário também é verdade, por isso é preciso ter o cuidado de considerar o impacto da
mudança em ambos os níveis para evitar a criação de problemas.
Uma vez que o novo processo tenha sido concebido, as preocupações podem ser revistas utilizando
um plano de implementação criado para responder adequadamente a essas preocupações.
167
6.1.4.6 Simulação e Teste de Modelos
Como atividade final no processo de desenho, o novo processo deve ser testado. Os testes
asseguram que o novo processo funcionará como pretendido e que os resultados esperados
serão alcançados. Em seguida estão as abordagens que podem ser usadas para testar um novo
processo. As opções incluem encenar, praticar ou executar uma simulação do novo projeto.
Numa encenação, enviamos entradas falsas através do processo para testá-lo e atribuir papéis
relevantes ao processo para as pessoas (não necessariamente aos membros da equipa). Por
exemplo, alguém pode assumir o papel de um Cliente enquanto outro pode desempenhar o
papel de um recetor de ordens e assim por diante. As entradas falsas podem ser ordens de
compra, contratos ou pedidos. Tentamos torná-los tão realistas quanto possível. Uma vez que
os papéis tenham sido atribuídos, cada pessoa deve desempenhar o seu papel quando o novo
processo é realizado.
Execução Prática
Numa execução prática, o novo processo foi concebido, são utilizadas entradas reais e as
pessoas que irão realmente trabalhar no processo participam. A execução prática é diferente
do Role Playing, na medida em que alguém que está a encenar um determinado papel, pode
não executar realmente esse passo, quando o processo é ativado.
Simulação
Vantagens
168
Pilotagem dos Processos
A próxima opção é testar o projeto num piloto. Durante um piloto, o novo projeto é executado
de verdade, mas o âmbito do processo é limitado. Por exemplo, podemos tentar um projeto
piloto para um grupo de Clientes, uma área geográfica, ou uma linha de produtos. O projeto
piloto também pode ser restringido pelo tempo; executemos o piloto por seis meses e depois
avaliemos a sua eficácia. Um projeto piloto é um pouco mais arriscado do que um Role Playing,
uma prática ou uma simulação, porque envolve produtos, Clientes e serviços reais. Assim, um
problema pode ter consequências negativas.
As vantagens de um projeto piloto são várias. Primeiro, o risco é limitado. Os projetos piloto são
monitorizados de perto, portanto, se um problema ocorrer, ele pode ser corrigido imediatamente.
Em segundo lugar, as pessoas que trabalham no projeto piloto podem tornar-se super treinadores
à medida que se introduz o processo no resto da Organização. Terceiro, o projeto piloto é outra
oportunidade para os céticos visitarem o local do piloto e aprenderem com aqueles que trabalham
no mesmo. Finalmente, ao testar o novo projeto, é importante que todos os envolvidos no processo,
desde a gestão de topo até todos os participantes, possam comentar sobre o novo processo. O
feedback aberto não só fornece informações valiosas sobre a eficácia do processo, mas também
cria aceitação organizacional e entusiasmo para a mudança.
Este princípio requer uma compreensão clara do que o Cliente do processo exige. Transformar
informação ou material para satisfazer as necessidades do Cliente cria atividades de valor
acrescentado. Além disso, qualquer passo pelo qual o Cliente está disposto a pagar, tal como
um serviço, é também uma mais-valia. Estudar o fluxograma do processo como está (AS-IS) e
determinar exatamente onde as atividades de valor acrescentado são realizadas. Em seguida,
extrair essas atividades do processo "como está" e procurar maneiras de viabilizar as atividades
de valor acrescentado de forma eficiente e eficaz.
169
A prudência recomenda não discutir quem fará qualquer atividade em particular ou onde esta
será executada neste ponto do processo de desenho. Combinar o QUÊ e QUEM das atividades
nesta fase irá distrair a equipa no desenvolvimento de uma solução de processo criativa e única.
Os nossos esforços para criar um processo eficaz podem iniciar o debate sobre quem deve ser
responsável pela tarefa, mas guardemos essa discussão para mais tarde. Após a criação de um
fluxo de processo eficaz, pode haver uma discussão sobre quem é o responsável pelo trabalho
necessário para viabilizar o processo.
Para criar um novo processo, as descrições de funções, local de trabalho e atribuição de tarefas
devem ser flexíveis. Os membros da equipa devem estar cientes de que a configuração existente
de funções, local de trabalho e estrutura organizacional pode ser reavaliada. Além disso, não
devemos impor restrições de pensamento. A liberdade criativa de pensamento, fora dos padrões
existentes, permite que as pessoas criem um processo inequivocamente melhorado.
Alguns métodos de redesenho servem para explorar atividades que não acrescentam valor
para podermos eliminá-las ou reduzi-las. Esta abordagem pode criar relações complicadas com
as pessoas envolvidas neste trabalho. Informar as pessoas de que o seu trabalho não
acrescenta valor ao processo pode desencadear animosidade na defesa das suas posições.
Para contornar esta situação, em vez disso, devemos procurar atividades de valor acrescentado
a serem otimizadas. Simplesmente focalizando e otimizando as atividades de valor
acrescentado, as atividades que não acrescentam valor dissolvem-se e poderemos evitar
possíveis confrontos que podem criar resistência ao projeto de redesenho.
Por exemplo, quando um pedido é transferido de uma área funcional para outra que emite
faturação, uma transferência física é criada à medida que a atividade é transferida de um grupo
(expedição) para outro (faturação). Os handoffs entre indivíduos ou áreas funcionais são pontos
potenciais para uma rutura no processo. Como uma transação é transferida de uma área para
outra, os dados podem ser perdidos ou mal interpretados. Além disso, quanto mais informações
forem transferidas e quanto maior for o número de vezes das transferências realizadas, mais
distorções podem ocorrer, o que pode prolongar o tempo de conclusão do processo.
A atribuição de tarefas ocorre após um fluxo de processos efetivo ter sido projetado. A
aplicação do primeiro princípio de desenho pode negar algum trabalho existente, criar novo
trabalho e/ou mover o trabalho de uma área funcional para outra.
170
Por exemplo, durante um esforço de redesenho, uma equipa foi desafiada a decidir quem deveria
ser responsável pela revisão inicial. A revisão inicial exigiu a perícia de um engenheiro com uma
vasta experiência e não de um especialista. A posição não existia na estrutura original do processo.
Para implementar o novo processo, o departamento teve que desenvolver uma descrição da função
para um engenheiro generalista e depois contratar alguém para a nova função. Portanto, as funções
atuais e as localizações não devem ser restringidas. Devemos criar as posições necessárias para
permitir que o fluxo dos processos funcione com a maior eficiência e eficácia.
Muitas vezes, um único processo tenta lidar com todas as variações. No entanto, as entradas e
as saídas do processo muitas vezes variam de acordo com a complexidade, tipo, tamanho e
outros fatores. Para algumas variações, o processo pode funcionar sem problemas, mas para
outras, ele pode ser pesado e lento.
Por exemplo, ao comprar num supermercado, um Cliente tem oito produtos para comprar e
opta por fazer o pagamento numa caixa expresso. A loja tem dois processos de pagamento,
um para muitos produtos e outro para poucos. A caixa normal tem um operador de caixa, mas
não é necessário qualquer operador de caixa para a opção caixa expresso.
Num processo de fabrico, as etapas que acrescentam valor diretamente ao Cliente, como a entrega
de artigos ou produtos acabados, a criação do próprio produto e o seu envio, representam a
sequência principal. Na terminologia Lean, a sequência principal é o fluxo de valor. Num processo
que envolve serviços, as etapas que fazem e entregam os serviços são a sequência principal. O
Cliente paga pela saída do fluxo de valor e a Organização obtém proveitos.
Numa abordagem Lean no desenho de processos, nada deve impedir ou retardar o fluxo de
valor.
A concentração em lotes causa tempo de espera pelos artigos no fim do lote. O lote faz com que o
inventário seja construído à medida que se move ao longo do seu processo. À medida que se
cortam os tamanhos dos lotes, começa-se a criar um fluxo mais suave ao longo do processo. Por
fim, um lote do tamanho de um, ou o processamento de transações em tempo real, é o ideal.
171
6.1.5.9 Trazer a Jusante Necessidades de Informação a Montante
Em cada etapa do processo, devemos explorar situações que possam causar frustração aos
membros da equipa. Quando um membro da equipa expressa frustração por informações
ausentes ou incompletas, coloca informações a montante.
Se um processo exigir a introdução dos mesmos dados mais do que uma vez, então este
princípio de desenho é apropriado. A redundância de dados de raiz, refaz e reconcilia. Um
software de sistemas integrados de gestão (ERP) é projetado para cumprir este princípio. No
entanto, o conhecimento dos processos deve ser claro antes de qualquer decisão na aquisição
e instalação de um sistema ERP.
Existe um jogo de crianças chamado “Telefone” que ilustra a importância deste princípio de
desenho. No jogo, dez crianças fazem fila e dão-se os primeiros sussurros no ouvido da criança
seguinte. Cada criança passa a mensagem de orelha a orelha. A última criança anuncia qual era a
mensagem e todos riem porque a versão retransmitida difere substancialmente do original.
Numa corrida de estafetas, o passar o testemunho ilustra o princípio de desenho dos nossos
poucos atores. Muitas vezes, uma equipa mais lenta vence uma equipa mais rápida porque a
equipa mais rápida teve um problema com o passar o testemunho. (Durante as Olimpíadas de
2004, tanto as equipas de estafetas masculinas como femininas dos EUA sofreram com maus
passes de testemunho e não ganharam medalhas de ouro).
Primeiro, porque o trabalho muitas vezes não chega a uma Organização num fluxo constante e
uniforme. Ao invés disso, há picos e estrangulamentos na carga de trabalho. Existindo mais
colaboradores com formação multidisciplinar, os estrangulamentos podem ser reduzidos à
medida que mais colaboradores são qualificados para os gerir.
Em segundo lugar, se uma pessoa executar com maior prontidão o seu trabalho, terá mais
orgulho no seu resultado. Esta pessoa pode ver a sua maior contribuição para o todo. Este
orgulho aumenta o desejo de produzir um produto ou serviço de qualidade.
172
6.1.5.12 Redesenhar, depois Automatizar
Uma das piores coisas que uma Organização pode fazer é usar o fluxograma tal como está e colocar
tecnologias da informação em cima. A automatização sem redesenho é má por duas razões. Primeiro,
a tecnologia a implementar pode ser cara. Podem haver soluções muito menos onerosas, mas
igualmente eficazes, tais como processos de redesenho ou formação. Segundo, apesar do
investimento, o problema pode não ficar resolvido e a sua automatização pode ampliar o problema.
É crucial em primeiro lugar empregar princípios de desenho de processos, benchmarking, melhores
práticas e pensamento Lean antes de automatizar um processo como está. Caso contrário, pode
resultar num processo mais rápido, mas muito mais dispendioso e ainda ineficaz. Uma compreensão
clara dos processos da Organização é necessária. As TI podem não ser a solução.
A equipa de melhoria dos processos começará a prever um novo processo após a análise
comparativa das melhores práticas e a utilização de princípios de desenho. Nesta altura, iniciar
uma conversa com a equipa TI sobre as capacidades atuais e futuras de TI, conjugando assim
ideias inovadoras de processos com ferramentas de TI facilitadoras.
Por vezes, uma variação significativa na produção é causada por cinco pessoas que fazem o
mesmo processo de cinco maneiras diferentes. Isto cria três preocupações. Primeiro, com este
tipo de variação, é difícil melhorar o processo. Segundo, quando ocorre um problema, é difícil
determinar se é um problema de processos ou de formação. Terceiro, como pode haver
controlo do processo quando não há uma padronização? É muito mais fácil encontrar a causa
raiz de um problema quando as pessoas padronizam o seu trabalho. Mesmo processos menos
estruturados podem ser decompostos em componentes cada vez mais e menos estruturados.
O primeiro pode ser passível de padronização.
Problemas complexos exigem que as pessoas vertam informações e dados em tempo real. Se
problemas complexos ocorrem regularmente, consideremos a possibilidade de juntar os
membros da equipa. Se esta união localizada não fizer sentido, então coloquemos a equipa em
rede para que a informação possa fluir suavemente.
173
Os riscos também incluem a solidez financeira do outsourcer, a integração dos seus processos
com os nossos e a mudança de cultura organizacional que resulta do BPO. Também é importante
considerar como terminar o acordo de terceirização, caso precisemos de tomar essa decisão no
futuro. Ao considerar a terceirização, devemos ponderar os riscos em relação ao potencial para se
tornar mais ágil e concentremo-nos nas atividades que acrescentam maior valor à Organização.
Atribuir as informações a um nível de detalhe à medida que são recolhidas. Esta atribuição pode
ser alterada à medida que a equipa aprende mais. As informações em qualquer nível da
hierarquia devem ser claramente alinhadas às informações num nível superior da hierarquia e
portanto, representar detalhes adicionais à medida que se vai descendo na hierarquia. Isto
permitirá à equipa identificar a informação em falta ou a informação que necessita de ser
questionada.
174
Nota: O número de níveis e os seus nomes variam de acordo com os métodos e convenções
de nomenclatura utilizados em diferentes organizações. A questão é saber como o processo
deve ser dividido num nível suficientemente baixo para entender as atividades que estão a
ocorrer e como se encaixam para produzir os produtos finais da unidade de negócio. Os níveis
da Figura 6.4 representam uma amostra de como uma Organização poderia definir níveis de
detalhe nos padrões de modelação de processos.
O número e o nome dos níveis nos modelos atuais e futuros devem ser direcionados por
padrões formais na modelação do negócio. No passado, esses padrões podiam ser
independentes de qualquer padrão ou ferramenta de modelação externa, mas isso está a
mudar. Agora é preciso ter cuidado para alinhar os padrões de modelação interna com as
ferramentas que são utilizadas e as suas capacidades e limitações. Por exemplo, embora não
seja o único padrão de modelação, o BPMN 2.0 está a tornar-se um standard importante para
fornecedores de BPMS e os padrões de modelação interna podem precisar de estar em
conformidade com o BPMN. No entanto, uma boa regra geral ao observar os standards de
modelação é que estes abordam, pelo menos, os seguintes níveis de alguma forma:
(1) Processos de alto nível. O nível mais alto é um modelo que fornece uma visão completa
de ponta a ponta, de alto nível, do próprio processo. Este modelo pode mostrar os
subprocessos, pode mostrar problemas de alto nível e sistemas de aplicação.
(3) Fluxos de trabalho. O workflow dentro de uma unidade de negócio é um terceiro nível
e identifica as atividades que são executadas. Este modelo é um nível que também pode
ser usado para mostrar a relação entre as tarefas e com tarefas de outras funções e
subprocessos que também estão a ser executados na unidade de negócio.
(4) Cenários. No quarto nível de detalhe (cenários) é possível ver como o trabalho que
é executado na unidade de negócio é conduzido por eventos, tempo ou valores de
dados. Ao transferir tarefas para atividades, atividades para workflow e workflow para
subprocessos, é fácil ver como todo o trabalho se encaixa nos processos e como o
trabalho desempenha um papel na produção do produto final do processo.
Mas este quarto nível de detalhe fornece apenas uma compreensão básica das operações de
negócio. Muitas vezes não é um nível de detalhe suficiente para resolver problemas, reduzir
custos ou apoiar a automatização. Para estas ações, é necessário levar o fluxo de trabalho a
um maior nível de detalhe, o nível da tarefa.
Neste quinto nível, a Organização e os designers de BPMS geralmente têm detalhes suficientes
para ligar as regras a ações específicas. A utilização de dados está a um nível de detalhe
suficientemente baixo para desenhar écrans e relatórios de aplicação e definir edições e
decisões de baixo nível. Este nível é utilizado para gerar aplicações BPMS que gerem o trabalho
e automatizam a entrada e a utilização de dados manuais, ao nível da transação.
O nível cinco é onde o analista de processos identifica as tarefas que são executadas para entregar
o resultado de uma única atividade. Por exemplo, para informações de segurados numa companhia
de seguros, o nível cinco define as tarefas que devem ser executadas para entrarem dados no
sistema. Outro exemplo neste nível, na produção, é uma venda por encomenda "build-to-order". O
analista de processos deve definir todas as tarefas necessárias para identificar o produto
personalizado e - assumindo uma criação a partir de peças comuns - identificar as peças, definir as
opções, cortar a ordem de criação, obter as peças e em seguida, criar o produto.
175
E sim, ainda há níveis mais baixos de detalhe que podem ser necessários. A chave é levar o
mapa para o nível que precisamos para suportar o que estamos a fazer e o que alguém na
próxima fase vai precisar fazer. Isto pode ser criar uma aplicação utilizando as linguagens
tradicionais, gerar uma aplicação BPMS, integrar (ou criar interfaces) a aplicações legadas,
criar aplicações web para interagir com os Clientes e muito mais. A chave é que os requisitos
para qualquer uma dessas atividades subsequentes precisará ser considerada e os detalhes
necessários para conduzir a sua conclusão devem ser alcançados nos modelos.
O gestor de projeto inicia o projeto definindo os entregáveis e depois estabelece padrões internos
para recolha de dados, entrevistas, modelos, dando seguimento ao projeto. Naturalmente, se
existem standards para abordar a recolha de dados, esses padrões precisarão ser seguidos.
Ver o Capítulo 4, Modelação de Processos de Negócio, para uma visão mais detalhada da forma
como os modelos de processos são criados.
O conteúdo a nível de projeto deve ser utilizado para apoiar a eventual criação de um modelo
de negócio corporativo. Fazer isto, remove as despesas gerais da criação desse modelo como
um projeto em si mesmo. Para apoiar o esforço de modelação corporativa em evolução, os
modelos de processos corporativos devem incluir as seguintes informações de apoio:
Nota: esta é uma lista parcial de informações que devem ser recolhidas como parte da criação
do processo e dos modelos de negócio de fluxos de trabalho no estado atual. É também a
informação central que deve ser considerada na criação de um modelo de negócio corporativo.
Com a preocupação de utilizar estas informações no futuro, podemos utilizá-las para criar a solução
alvo atual e por etapas, criar um modelo de negócio corporativo centrado em processos.
176
6.1.7 Regras de Processos
177
O resultado da simulação ajuda a identificar áreas problemáticas de desempenho do processo,
suportado por dados extensos da simulação. Uma vez que o desempenho do estado atual é
completamente analisado, então a modelação do processo desejado de estado futuro começa.
Uma vez modelado o processo de estado futuro, os parâmetros são ajustados para alcançar o
desempenho desejado do processo e outra simulação é executada com uma saída
correspondente gerada para análise e interpretação.
O praticante BPM pode então ajustar os parâmetros e continuar a executar as simulações até
que o processo execute o desempenho desejado. Durante a análise da simulação, o modelo do
processo pode mudar os parâmetros até que o modelo final e os parâmetros sejam
determinados. Os ajustes são feitos no software de modelação antes do praticante BPM iniciar
o esforço real de melhoria do processo com uma equipa. A simulação pode economizar uma
quantidade significativa de tempo, custo e esforço, porque todo o trabalho é simulado num
ambiente de software, antes de ser implementado na Organização.
A maioria das indústrias tem normas e orientações relacionadas com a execução dos seus
processos de negócio. Algumas delas são normativos atuais e a não conformidade pode
resultar em penalidades severas ou até mesmo prisão para os diretores da Organização. A
seguir estão exemplos de standards ou órgãos desses padrões do setor:
Há vários fatores críticos de sucesso para uma fase de desenho de processos bem-sucedida. Estes
fatores de sucesso, se não forem considerados, podem rapidamente tornar-se em sérias armadilhas
durante a fase de desenho e podem impedir um resultado bem-sucedido do novo processo.
Por conseguinte, a atenção aos detalhes destes fatores críticos de sucesso deve ser observada
durante toda a fase de desenho.
Os fatores de sucesso cobertos nas secções que se seguem incluem:
• Liderança executiva
• Propriedade do processo
• Incentivo e recompensas
• Equipas interfuncionais
• Melhoria contínua
• Compromisso de investimento
• Alinhamento com a estratégia
178
6.1.10.1 Liderança Executiva
O Dono de Processos pode precisar de delegar outras responsabilidades até que a mudança
do processo tenha sido concluída. Isto também pode significar outras interrupções para a
Organização. Ao considerar os enormes benefícios obtidos de uma abordagem de cima para
baixo (Top Down) para gerir os processos da Organização, a pequena interrupção nas
atividades diárias é mais do que compensada.
Um sistema de gestão por processos bem-sucedido terá programas de incentivo que motivarão
a adoção do novo processo e a mudança de papéis e comportamentos. Esses incentivos devem
ser baseados nas metas estabelecidas na análise e são mais eficazes quando alinhados às
expectativas do Cliente e à estratégia corporativa.
179
6.1.10.5 Melhoria Contínua
Pequenas mudanças que acontecem frequentemente podem ter um poderoso efeito cumulativo,
que é o conceito de melhoria contínua. As ideias de melhoria podem vir de métricas de processo,
colaboradores no processo, supervisores, gestores, Donos de Processos e Clientes. Mesmo as
melhorias das Tecnologias de Informação (TI) podem inspirar ideias para a melhoria.
Embora uma das metas da Gestão por Processos de Negócio seja a redução de custos, muitas
vezes há investimentos financeiros iniciais que devem ser feitos antes que essa redução seja
realizada. Esses investimentos financeiros são realizados na forma de serviços de consultoria,
novas tecnologias e possivelmente, de recursos adicionais. A liderança da Organização deve
estar comprometida em fazer o investimento necessário para garantir que o processo de
melhoria seja bem-sucedido antes que o retorno do investimento seja alcançado.
6.1.11 Conclusões
A fase de desenho de processos numa iniciativa de melhoria de processos tenta definir o novo
estado do processo e delineia os passos necessários para alcançar esse estado. Ao longo deste
capítulo, foram abordadas as principais atividades, os fatores críticos de sucesso e as práticas
sugeridas para se alcançar um desenho de processos bem-sucedido. A próxima etapa da
iniciativa de melhoria de processos é a implementação do novo desenho.
180
6.1.12 Conceitos Chave de Desenho de Processos
Desenho de Processos
Conceitos Chave
Definição
O desenho de processos é a criação de um novo processo que se alinha com a estratégia corporativa.
Principios
• O desenho de processos deve servir para uma melhoria contínua em vez de um evento
único e isolado.
• As Organizações devem comprometer-se a investir na Gestão por Processos de
Negócio para beneficiarem da eficiência dos processos.
• Todos os processos devem ser alinhados com a estratégia corporativa e as
necessidades dos Clientes.
Melhores Práticas
• Desenho em torno de atividades de valor acrescentado.
• Realizar trabalhos onde faz mais sentido.
• Criar um ponto de contacto único para o Cliente.
• Combinar processos em torno de agrupamentos (clusters).
• Reduzir as transferências.
• Reduzir o tamanho dos lotes.
• Colocar o acesso à informação onde ela é mais necessária.
• Capturar informação uma vez e partilhá-la com todos.
• Redesenhar o processo antes de considerar a sua automatização.
• Desenho para as métricas de desempenho desejadas.
• Padronizar processos.
• Considerar equipas em rede co-localizadas e externalizar (outsourcing).
Atividades
• Desenhar o processo com ferramentas de modelação e outras ferramentas.
o Definir atividades do novo processo.
o Definir regras do novo processo.
o Definir handoffs entre atividades.
o Definir métricas.
• Efetuar comparações e benchmarking.
• Efetuar simulação e testes.
• Criar um plano de implementação.
181
7 Medição do Desempenho de Processos
A medição do desempenho de processos é a monitorização formal e planeada da execução
dos processos e o acompanhamento dos resultados para determinar a eficácia e a eficiência
dos processos. Esta informação é utilizada para tomar decisões para melhorar ou retirar
processos existentes e/ou introduzir novos processos, a fim de cumprir ao nível estratégico, os
objetivos definidos pela Organização. Os tópicos cobertos incluem a importância e os
benefícios da medição do desempenho, definições chave do desempenho dos processos,
monitorização e controlo das operações, alinhamento dos processos de negócio e do
desempenho da Organização, o que medir, métodos, estruturas de medição e processos,
modelação e simulação, suporte à decisão para donos e gestores de processos e outras
considerações para o sucesso.
Medição, métrica e indicador são termos muitas vezes mal interpretados e utilizados de forma
equivocada e indiscriminada.
Para ilustrar o conceito, tome-se como exemplo abstrato, dez centímetros de uma medição.
Os centímetros são o padrão e dez identifica quantos múltiplos ou frações do padrão estão a
ser verificados.
182
Métrica (Metric) é uma medida quantitativa que um sistema, componente ou
processo tem de um dado atributo de dados. Métrica representa uma
extrapolação ou cálculo matemático de medições que resulta num valor
derivado.
Por exemplo, o número de produtos defeituosos no número total de produtos produzidos (número
de defeitos / produção total) é uma métrica. Dois erros identificados pelos utilizadores nos primeiros
dezoito meses de atividade (número de erros / tempo) é uma métrica. Eficiência e eficácia, são
geralmente uma função de uma ou mais das quatro medidas fundamentais (tempo, custo,
capacidade e qualidade), por isso estão mais relacionadas com a métrica do que com as medidas.
Muitos esforços de melhoria de processos concentram-se numa área funcional, por exemplo,
o fabrico de um componente, sem consideração pelo contexto corporativo. Não há nada de
errado em concentrar esforços na melhoria e gestão de processos a níveis funcionais, desde
que possa ser ligado ao desempenho geral do processo interfuncional que impulsiona as
métricas de desempenho ao nível da Organização.
A Figura 7.2 ilustra o processo interfuncional, de uma ordem de compra a dinheiro, a partir de
uma perspetiva corporativa e mostra métricas nos níveis, corporativo, a nível de processo e ao
nível da atividade (individual).
183
Figura 7.2 Métricas de uma Ordem de Compra a Dinheiro em Três Níveis de Processo
Adaptado de Geary Rummler (1995)
A Organização ABC está a sofrer perdas na quota de mercado. Como mostrado na Figura 7.2,
a quota de mercado atual é de 68%, mas a meta estabelecida é ter uma quota de 80%. Para
simplificar, a Organização ABC está inserida numa indústria madura. A ABC e os seus
concorrentes estão focados em conquistar quota de mercado uns dos outros e não no
desenvolvimento de novos produtos. A quota de mercado é o que esta Organização utiliza para
se medir em termos de crescimento de receitas. Mas além da quota de mercado, em termos
de processos, por que razão estão a ter dificuldades? Ao rever o processo de atendimento de
pedidos, analisamos uma queda na satisfação do Cliente - mas por quê?
184
Se a ABC realizasse uma análise do processo, isto revelaria que o tempo atual do ciclo dos
pedidos é de nove dias. Ou seja, a Organização leva nove dias para aceitar, se comprometer,
encomendar e depois enviar um produto a um Cliente. Numa economia global competitiva,
neste tipo de indústria, este nível de desempenho não é aceitável. Os Clientes podem
facilmente obter o mesmo produto de um concorrente mais rapidamente - que é provavelmente
o que está a acontecer - daí a queda na quota de mercado.
A próxima pergunta é: o que está a causar tal atraso no tempo do ciclo do pedido? Uma análise
mais aprofundada do processo revelaria que o pessoal de vendas regista atrasos na introdução
das encomendas dos Clientes e as encomendas contêm erros ou informações incompletas.
Entre 1% e 10% dos formulários de pedidos estão incompletos e a exatidão dos pedidos é de
apenas 83%. Além disso, os representantes de vendas estão a introduzir as suas encomendas
uma vez por semana em vez de diariamente. Os resultados desejados simplesmente não estão
a ser alcançados. Ineficiências e erros estão a afetar os diferentes níveis do processo, mas mais
importante, os problemas estão a afetar os Clientes. Mas ninguém na Organização entende a
causa raiz, porque a ABC apenas olha com atenção para as métricas financeiras e não para as
métricas de desempenho do processo.
A causa raiz é importante compreender porque nem todos na Organização têm uma visão
completa do que está a acontecer. O Vice-Presidente de Marketing vê isto como um problema
de quota de mercado. O Vice-Presidente da Área de Distribuição vê isto como um problema de
tempo do ciclo dos pedidos. O Vice-Presidente da Área Comercial vê isto como um problema
de precisão e pontualidade dos formulários de pedidos de venda. Ninguém entende as outras
perspetivas. O Presidente (CEO) sabe apenas que as receitas não estão a crescer e portanto,
os lucros também não sobem. Cada pessoa pode ou não ter uma métrica à qual é responsável,
mas mais importante, os colaboradores não têm uma compreensão do processo a nível
interfuncional que o liga completamente, a partir de uma perspetiva de desempenho do
processo. O pior é que todos estão focados no seu processo, o que significa que atacarão os
sintomas independente e muito provavelmente, piorarão as coisas. Para que as métricas
funcionem para resolver o problema de quota de mercado da ABC, a Organização precisaria
adotar uma abordagem de desempenho do processo.
185
Termo Definição Exemplo
Custo de O valor que se perde com o Uma ordem de venda é perdida devido a um erro
Oportunidade processo por não se obter o (métrica de qualidade) na visão do Cliente.
resultado do processo.
Capacidade Uma quantidade ou volume de Número de transações associadas a um
uma produção viável associada processo.
a um processo.
Receitas Potencial aumento dos ganhos Se um fabricante de produtos pode melhorar o
(capacidade) com base em maior produção. A rendimento e reduzir a variação, o número de
capacidade tem normalmente uma produtos bons que podem ser vendidos aos Clientes
conotação de receitas associada. aumenta, aumentando as receitas para o fabricante.
Rendimento Quantidade de material ou Quando os vendedores introduzem as
(capacidade) artigos que passam por um encomendas manualmente, a produção é limitada
sistema ou processo. A pelo número de pessoas que as executam e que
capacidade pode ter uma cada um pode processar por hora (sem erros). Se
conotação de produção as encomendas fossem introduzidas através de
associada. uma interface de browser diretamente pelos
Clientes, as encomendas processadas por hora
seriam limitadas pelo número de utilizadores
simultâneos no website. Contudo, é provável que a
quantidade seja maior do que as encomendas
processadas por vendedores individuais.
Qualidade Padrão de algo medido em As taxas de erro ou defeito tendem a ser
relação a coisas do mesmo tipo. É baseadas na qualidade. Ver o exemplo mais
normalmente expresso como uma abaixo e na linha específica.
percentagem do real ao óptimo ou
máximo em termos de processo.
Pode assumir muitas formas.
Satisfação Uma medida da felicidade do Número de bens entregues a tempo, na
(qualidade) Cliente, geralmente associada a quantidade certa.
uma expectativa do nível de
serviço por parte dos Clientes.
Variação Uma medida da quantidade, As taxas de entrega foram de 90% em
(qualidade) extensão, taxa, ou grau de comparação com um objetivo estabelecido de
mudança. Geralmente expressa 95%.
como a diferença entre o
resultado real e o objetivo ou o
resultado esperado.
Taxa de erro Um exemplo de variação na A quantidade fabricada teve uma taxa de erro de
ou defeito medição de erros associados à 2% (para cada 100 fabricadas, 2 tinham
(qualidade) saída de um processo. defeitos).
Existem outras medidas, tais como, a eficiência e a eficácia. Contudo, estas medições são geralmente
uma função de uma ou mais das quatro métricas fundamentais de tempo, custo, capacidade ou
qualidade. Um aspeto importante da Medição do Desempenho de Processos é o conceito de
acrescentar valor. Este conceito tem as suas raízes em Deming e Juran (dois pioneiros em qualidade
no local de trabalho). Em poucas palavras, uma atividade é de valor acrescentado quando:
• É necessária para gerar a produção exigida pelos Clientes.
• Os Clientes estão dispostos a pagar para gerar uma saída do processo.
• A qualidade e a consistência dos recursos ou da produção dos componentes devem ser mantidas.
• As circunstâncias podem afetar a continuidade do processo.
186
Nos serviços, um valor adicional ocorre quando melhora a experiência do Cliente, mesmo quando não
contribui diretamente para o serviço específico. Por exemplo, a saudação pessoal e a atenção prestada
na receção de um hotel é considerado um valor acrescentado, embora não esteja diretamente
relacionada com a entrega do quarto. O resultado final é que a atividade é percebida como tendo valor
acrescentado para o Cliente. Compreender se uma atividade acrescenta valor ou não é importante ao
melhorar um processo e decidir se se deve manter ou eliminar um processo ou subprocesso.
As métricas no desempenho dos processos / Process Performance Metrics (PPM) derivam dos
objetivos dos processos e permitem ao Dono de Processos controlar o seu desempenho em termos de
tempo, custo, capacidade e qualidade. Existem doze características de gestão eficaz através de PPM:
Métrica Característica
Alinhamento Os indicadores chave de desempenho (KPIs) estão sempre
alinhados com a estratégia e os objetivos da Organização.
Prestação de Contas Cada KPI é propriedade de um indivíduo ou grupo do lado
(Accountability) corporativo que é responsável pelo seu resultado.
Preditivo Os KPIs medem os condutores do valor do negócio e são
indicadores principais do desempenho desejado.
Acionável Os KPIs são preenchidos com dados oportunos e acionáveis para
que os utilizadores possam intervir para melhorar o desempenho
antes que seja demasiado tarde.
Poucos em Número Os KPIs devem concentrar os utilizadores em algumas atividades de
valor elevado ou na eficácia global do processo.
Fáceis de Entender Os KPIs devem ser simples, não baseados em índices complexos
que os gestores não sabem influenciar diretamente.
Equilibrado e Os KPIs devem equilibrar-se e reforçar-se mutuamente, não
interligado competindo e confundindo-se entre si. Caso contrário, o
desempenho do processo será degradado.
Transformador Um KPI deve desencadear uma reação em cadeia de mudanças
positivas na Organização, especialmente quando é monitorizado
pelo gestor do processo ou o seu responsável.
Normalizado Os KPIs são geralmente mais eficazes quando baseados em definições,
regras e cálculos padrão, de modo a poderem ser integrados em
painéis de controlo (Dashboards) em toda a Organização e utilizados
para uma avaliação comparativa dentro e entre indústrias.
Contextualizado Os KPIs contextualizam o desempenho através da aplicação de
objetivos e valores limite para que os utilizadores possam avaliar o
seu progresso ao longo do tempo.
Reforçado O efeito dos KPIs pode ser potenciado através da atribuição de
compensações ou incentivos.
Relevante Os KPIs perdem gradualmente o seu efeito ao longo do tempo, pelo
que devem ser revistos e refrescados periodicamente.
O propósito geral de entender as métricas dos processos é para que um gestor possa atribuir
um valor à melhoria ou mudança de um processo como parte da Medição do Desempenho de
Processos. Uma parte importante do desenho de processos é certificar-se de que todos estão
cientes sobre as métricas para cada nível de desempenho: individual, processo e Organização.
187
7.3 Alinhamento de Processos de Negócio e Desempenho da Organização
Dimensões de tempo:
• Desempenho da entrega, data da solicitação
• Prazo de execução do pedido
• Tempo de desenvolvimento do produto
Dimensões de qualidade:
• Desvio no lançamento de um produto
• Precisão da previsão
Dimensões de custo:
• Custo de vendas
• Custo de fabrico
• Custo logístico
• Dias de inventário sobre stocks
Dimensões da capacidade:
• Unidades monetárias do Cliente por encomenda (partilha da carteira de encomendas)
• Taxa de crescimento de Clientes
• Quota de mercado
Estes exemplos são todos métricas de nível corporativo que têm processos interfuncionais associados.
Alguns processos interfuncionais que impulsionam as métricas de nível corporativo incluem:
• Encomendas a dinheiro
• Aquisições a pagar
• Campanhas a orçamentar
• Planos a cumprir
• Produção para distribuição
• Questões a resolver
A Figura 7.3 ilustra o ponto de determinar o nível correto do processo dentro da Organização -
a metodologia de transformação apropriada para o resultado de desempenho desejado.
188
Figura 7.3 Ligação do processo à métrica de desempenho desejado para o nível Organização
Existe apenas uma estrutura de processos que liga processos multifuncionais a métricas de
nível corporativo: o modelo SCOR. Para informações detalhadas sobre o SCOR, consultar
ASCM.org. A Association for Supply Chain Management oferece uma certificação corporativa
para SCOR, chamada SCOR-P.
O que medir na Medição do Desempenho de Processos tem sido um mistério para alguns e um
dilema para outros. A melhor maneira de entender o que medir num processo é primeiro
entender o resultado desejado.
189
7.3.1.1 Métodos de Medição
Há dois métodos muito comuns para medir um processo. Um é manual, que é recolher dados
à mão e desenhá-los em papel ou introduzi-los numa folha de cálculo ou numa ferramenta de
modelação. O outro método é automatizado, suportado por softwares sofisticados, tais como,
suítes de BPM ou ferramentas de modelação de software corporativo. Também se podem
utilizar métodos estatísticos, mapeamento do fluxo de valor e custeio baseado em atividades.
O objetivo desta secção não é recomendar especificamente um método (manual ou
automático) um sobre outro, mas permite simplesmente assinalar que existem muitos métodos
que podem ser utilizados para medir processos, cada um com os seus próprios prós e contras
e adequação para cada situação ou processo.
Os praticantes de BPM utilizam uma variedade de métodos de medição. O Guia BPM CBOK
cobre apenas quatro: modelação e simulação, mapeamento do fluxo de valor, custeio baseado
em atividades e métodos estatísticos.
Modelação e Simulação
É uma ferramenta de planeamento Lean que pode ser usada para visualizar o fluxo de valor de
um processo, departamento ou Organização. Primeiro, seguimos o caminho de fabrico de um
produto do início ao fim e desenhamos uma representação visual de cada processo no material
e fluxos de informação. Em segundo lugar, desenhamos um mapa de estado futuro de como o
valor deve fluir. Ver ASQ Quality Glossary ou Lean Glossary para definições relacionadas ao
pensamento Lean e fluxos de valor. Segue-se uma lista dos sete desperdícios identificados no
Lean para mapeamento dos fluxos de valor.
Definição do fluxo de valor: Ao localizar os processos de criação de valor uns ao lado dos
outros e ao processar uma unidade de cada vez, o trabalho flui suavemente de um passo para
o outro e finalmente, para o Cliente. Esta cadeia de processos com criação de valor é conhecida
por fluxo de valor. Um fluxo de valor é simplesmente tudo o que é feito para criar valor para o
Cliente.
1. Excesso de produção
Simplificando, a sobreprodução é fabricar um produto antes que ele seja realmente necessário.
O excesso de produção é altamente dispendioso para uma fábrica porque proíbe o fluxo suave
dos materiais e na verdade, degrada a qualidade e a produtividade.
190
2. Espera
3. Transporte
O transporte de um produto entre processos é uma incursão de custos que não acrescenta valor
ao produto. O excesso de movimentação e manuseio causam danos e são uma oportunidade para
que a qualidade se deteriore. Os operadores de materiais devem ser utilizados para transportar os
materiais, resultam num outro custo organizacional que não acrescenta valor ao Cliente.
4. Processamento inadequado
Muitas vezes conhecido como "usar uma marreta para partir uma noz", muitas Organizações
utilizam equipamentos caros de alta precisão onde ferramentas mais simples seriam suficientes.
Este excesso de ferramentas resulta frequentemente numa má disposição da fábrica/instalação
porque as operações anteriores ou posteriores estão localizadas e muito afastadas. Além disso,
incentivam a uma elevada utilização de ativos (superprodução com trocas mínimas) a fim de
recuperar o elevado custo do equipamento.
5. Inventário desnecessário
Este desperdício está relacionado com a ergonomia e é visto em todos os casos de curvatura,
alongamento, caminhada, elevação e alcance. Estas são também questões de saúde e
segurança, que na sociedade litigiosa de hoje estão a tornar-se mais um problema para as
Organizações.
7. Defeitos
Existindo um efeito direto no resultado final, os defeitos de qualidade que resultam em retrabalho
ou resíduos são um custo tremendo para as Organizações. Os custos associados incluem
inventário de quarentena, reinspeção, reescalonamento e perda de capacidade. Em muitas
Organizações, o custo total dos defeitos é uma percentagem significativa dos custos totais de
fabrico.
Definição de Activity-based costing (ABC): uma metodologia contabilística que atribui os custos
a atividades em vez de produtos ou serviços. O ABC não elimina ou altera custos; fornece dados
sobre a forma como os custos são efetivamente consumidos num processo.
O axioma ABC:
191
• As atividades consomem recursos
• Este consumo é o que impulsiona o custo ou a ineficiência
• Compreender esta relação é fundamental para gerir as despesas gerais
Quando utilizar:
• Elevada sobrecarga
• O custo dos erros é elevado
• Ineficácia
• A competição é forte
Métodos Estatísticos
Método estatístico:
• Utilizado para compreender e depois reduzir ou eliminar a variabilidade nos processos de
melhoria
• Foco nos dados (os Xs [entradas] que conduzem ao Y [saídas])
o Determina quais são os processos principais, responsáveis pela condução dos Xs
o Em seguida, concentramo-no nesses processos de melhoria
Quando utilizar:
• Elevada taxa de erros
• Inconsistência de resultados
192
7.3.1.2 A Voz do Processo
O desempenho do processo pode ser afetado por atributos de entidades comuns, como
pessoas, formação, procedimentos, ferramentas, instalações, material, energia, dinheiro,
tempo, políticas, metas, restrições, leis, regras e regulamentação.
Quando uma Organização se compromete a fornecer produtos ou serviços para atender aos
requisitos do Cliente e aos objetivos do negócio, os padrões de qualidade, cronogramas e
custos devem ser controlados para que o processo seja considerado capaz de fornecer o
resultado desejado. Ao colocar um processo sob controle estatístico durante um período de
tempo suficiente para detetar a fonte de desvio, os erros ou ineficiências podem ser corrigidos
e um processo capaz pode ser alcançado. Portanto, o processo deve exibir um grau razoável
de controlo estatístico para ser considerado capaz de atingir o resultado desejado.
Em seguida estão listados os métodos analíticos que podemos utilizar para compreender e
controlar a variação do processo:
Ilustra-se em seguida um gráfico XmR para dados contínuos e como ele pode ser utilizado para
investigar a variabilidade do processo. A tabela seguinte mostra um gráfico XmR.
193
194
Figura 7.4 Resumo dos Dados
A tabela de um exemplo XmR mostra os dados na extração de petróleo. Cada poço produz petróleo
bruto durante todo o ano (24 horas por dia, 7 dias por semana, 365 dias por ano). Todos os dias, o
supervisor de campo que está de serviço regista a extração de cada poço num quadro.
195
Como podemos confirmar se o processo de produção tem sido estável e contínuo? O
desempenho do processo pode ser quantificado medindo os atributos dos produtos produzidos
pelo processo, de modo a que um gráfico de controlo possa traçar os valores dos atributos do
processo que tenham sido observados durante um período de tempo. Quando os dados do
poço de petróleo da tabela XmR são traçados, é produzida a Figura 7.4.
Pelo menos quatro testes eficazes, chamados run tests, podem ser utilizados para detetar
padrões incomuns no resultado do processo (ver Figura 7.5):
• Teste 1: um único ponto está fora dos limites de controlo de três sigma (UCL, LCL).
• Teste 2: pelo menos dois dos três valores sucessivos caem no mesmo lado da linha
central e a mais de duas unidades sigma de distância.
• Teste 3: pelo menos quatros de cinco valores sucessivos caem do mesmo lado da linha
de centro e a mais de uma unidade sigma de distância.
• Teste 4: pelo menos oito valores sucessivos caem no mesmo lado da linha de centro.
196
[[Variação total] = [Variações de causa comum] + [Variações de causa atribuível]
As causas atribuíveis podem ser transitórias ou persistentes. As causas transitórias podem ser
tratadas como um risco para o processo e devem ser tomadas medidas para mitigar o risco (as
causas transitórias são pouco frequentes e afetam o processo de uma forma inesperada). Um
exemplo de uma causa transitória é a incapacidade de completar uma atividade devido a falta
de energia elétrica numa zona urbana onde a falta de energia elétrica é rara. Uma causa
persistente, por outro lado, é algo que não foi tratado pelo processo como parte inerente do
processo e que se torna um problema frequente e altamente esperado. Alguns ajustes podem
ser necessários em modelos de previsão quantitativa ou na capacidade do processo para
contabilizar os efeitos de causas persistentes e atribuíveis. A incapacidade de completar a
atividade devido à falta de energia elétrica numa zona remota e subdesenvolvida, onde as
quedas de energia são rotineiras, é um exemplo de causa persistente.
Ações corretivas podem ser realizadas para minimizar ou eliminar as causas atribuíveis de variação.
Quando todas as causas atribuíveis tiverem sido removidas e impedidas de se repetirem
novamente, a equação anterior torna-se [Variação total] = [variações de causa comum], resultando
num processo estável e previsível. Conclusão: Nunca parar o gráfico de controlo.
O BSC é uma metodologia de gestão que fornece às partes interessadas uma medida
abrangente de como a Organização está a progredir para o alcance dos seus objetivos a um
nível estratégico.
197
Os cinco princípios de um BSC equilibrado são os seguintes:
O BSC é um scorecard integrado que alinha os principais objetivos com perspetivas: Clientes,
Financeira, Processos e Pessoas (aprendizagem e crescimento).
198
Exemplo Balanced Scorecard
Embora o BSC seja utilizado com mais frequência, tem os seus inconvenientes. A maioria das
críticas tende a apontar para o facto de que há muitas métricas e as que importam podem não
receber a atenção apropriada. Muitas Organizações modificaram o BSC para ter menos
métricas e ainda incluir a principal área de interesse/destaque.
199
7.3.4 Conceitos Chave de Medição do Desempenho de Processos
Conceitos Chave
• A medição do desempenho é uma viagem - deve mudar à medida que a Organização muda.
• A capacidade de apoiar a medição do desempenho de processos e depois avaliar os
resultados está relacionada com o nível de maturidade da Gestão por Processos de
Negócio de uma Organização.
• A medição do desempenho começa com a monitorização do desempenho e uma visão
clara do que deve ser monitorizado e porquê.
• A medição do desempenho deve ser orientada por objetivos de avaliação - padrões,
KPIs, limites de custos e outros específicos.
• Qualquer sistema de medição do desempenho deve ser definido através de uma
abordagem formal numa sessão (workshop) que é gerida pelos gestores que serão
medidos e utilizarão a informação.
• Todas as alterações devem ser geridas através desta abordagem formal de workshop.
• Qualquer sistema de medição de desempenho irá evoluir ou ficará fora de alinhamento
com a Organização e terá pouco valor.
• A medição está diretamente relacionada com a quantificação de dados (ou conjunto de
dados) num padrão e qualidade aceitáveis (exatidão, integralidade, consistência e
atualidade).
o Métrica representa normalmente uma extrapolação ou cálculo matemático de
medições resultando num valor calculado.
o Indicador é uma simples representação de uma medição ou referência métrica
sobre um objetivo declarado.
• A medição associada ao trabalho ou produção do processo que é realizado baseia-se
em quatro dimensões fundamentais: tempo, custo, capacidade, qualidade.
• Existem doze características de indicadores de desempenho de processos: alinhamento,
responsabilidade, preditivos, acionáveis, poucos em número, fáceis de compreender,
equilibrados e interligados, transformadores, normalizados, contextualizados, reforçados
e relevantes.
• O mapeamento do fluxo de valor, custeio baseado em atividades e o controlo estatístico
dos processos, são métodos de medição amplamente aceites e fiáveis.
• Quando um processo é estável, a variação no desempenho do processo é previsível, de
modo que resultados inesperados são extremamente raros.
• [variação total] = [variações de causa comum] + [variações de causa atribuível].
• Qualidade de classe mundial = no alvo com variabilidade mínima.
200
8 Tecnologia e Transformação
Um artigo da HBR de fevereiro de 2016, "What Do You Really Mean by Business Transformation?",
identificou três tipos de transformação: operacional, modelo operacional e estratégica.
Operacional. O que fazemos atualmente, mas mais rápido, mais barato, melhor. Muitas
empresas que estão no digital estão, na sua maioria, a migrar para esse tipo de transformação.
Infelizmente, o foco em fazer hoje melhor só cria paridade com os concorrentes e é apenas
uma receita para a sobrevivência a curto prazo.
Quando executada com sucesso, a transformação ao nível estratégico pode relançar o motor
de crescimento de uma Organização. A transformação ao nível estratégico muda o conjunto
competitivo de uma Organização. Por exemplo, a Google tem como principal modelo de
negócio a publicidade, mas compete diretamente com outras empresas ao nível dos conteúdos
e tecnologia. Com a sua aposta em automóveis sem condutor, concorre com os fabricantes de
automóveis como a General Motors e a BMW.
201
Definição de Transformação Digital Fonte
A transformação digital é o processo de usar tecnologias digitais Salesforce
para criar novos - ou modificar os processos corporativos, a cultura
e as experiências dos Clientes, de modo a satisfazer os requisitos
Corporativos e do mercado em mudança. Esta definição chega
muito perto do tipo 3, a transformação estratégica.
Esta reimaginação dos negócios na era digital descrita pela Salesforce é a transformação digital.
Transcende os papéis tradicionais como vendas, marketing e atendimento ao Cliente. Em vez
disso, a transformação digital começa e termina com a forma como pensamos e nos
envolvemos com os Clientes. Pensemos novamente na Amazon e na Google como já referido
anteriormente. O pensamento mais recente é que os negócios e a transformação digital
associam o que se designa por gémeos digitais. De acordo com a Network World:
"Um gémeo digital é uma representação digital de um objecto ou sistema físico. A tecnologia
por trás dos gémeos digitais expandiu-se para incluir grandes itens, como edifícios, fábricas e
até mesmo cidades e muitos disseram que pessoas e os processos podem ter gémeos digitais,
expandindo ainda mais o conceito".
Para ter sucesso nos negócios e/ou na transformação digital, a gestão de topo deve considerar
as pessoas primeiro, em termos das suas funções, aptidões e competências necessárias para
se envolverem na transformação geral. O BPM é fundamental, assim como as tecnologias para
criar os gémeos digitais. Também requer a criação de equipas de transformação com aptidões
mistas e a capacidade de trabalhar num ambiente aberto e colaborativo. Em tais ambientes, as
pessoas são encorajadas a pensar fora da caixa e a alavancar os seus antecedentes, disciplinas
e criatividade para reimaginar a Organização e a experiência do Cliente. Isto representa uma
nova abordagem para muitas empresas que podem não ser atualmente suportadas por BPMS
ou outras tecnologias de capacitação para simular e iterar o físico através do gémeo digital.
"Se você não conseguir liderar a mudança, tem que se render a ela", é uma citação que pode ser
interpretada com diferentes significados. A citação é na verdade a Lei 1 do livro, Single Point of
Failure: The 10 Essential Laws of Supply Chain Risk Management, de Gary Lynch (2009).
Dentro do contexto do livro, significa que, "Todos, sem exceção, fazem parte de uma cadeia de
distribuição". Quando se trata de processos de negócio, isto também é verdade: o processo de
negócio pode começar com uma pessoa e passar para outra no caminho, até que o resultado
seja entregue ao Cliente.
202
O livro foi escrito há dez anos e era, de facto, um livro sobre o risco da cadeia de distribuição.
Contudo, a realidade é que todos nós fazemos parte de uma cadeia de valor e nesse contexto,
a lei também pode significar um plano de mudança, caso contrário, a mudança forçá-lo-á a
reagir de uma forma que não o faria se tivesse planeado fazê-lo.
Um dos equívocos mais comuns sobre a mudança nos negócios é que ela precisa de tecnologia
para ser bem-sucedida. Isto não pode ser mais falso. Na verdade, a maioria das mudanças nos
negócios acontece sem tecnologia. É realmente uma questão de como as empresas escolhem
responder à mudança nos negócios que as diferencia da concorrência. A maioria escolhe a
tecnologia e falha por duas razões principais:
• Elas (as empresas) não começam com o Cliente e trabalham de dentro para fora.
• Lideram com tecnologia e não com processos e capacidades.
O negócio e a transformação digital são muito mais amplos do que as melhorias organizacionais
e as unidades de negócio. O âmbito e o alcance abrangem as interações ponta a ponta entre
uma Organização, os seus Clientes e fornecedores. Pode até atingir um nível mais profundo
para o Cliente e o fornecedor do seu Cliente e do seu fornecedor.
Ver www.cio.com/article/3236965/is-your-digital-transformation-behind-the-curve-see-how-
you-compare.html#slide1.
É uma recomendação para a prática atual BPM que o negócio e a transformação digital
comecem com os processos físicos - as cadeias de valor. A próxima etapa é repensar o modelo
operacional e a capacidade definida para desenhar, depois digitalizar, aplicando as
metodologias e modelos (frameworks) BPM apropriados, tecnologias corporativas,
reestruturação e requalificação organizacional e mudanças culturais através de equipas
colaborativas. A transformação pode alcançar, em alguns casos, doze vezes mais melhorias em
qualquer um dos principais indicadores, como o crescimento de receitas e EBITDA, otimização
de custos e em última instância, a satisfação do Cliente.
Muitas empresas da Fortune 500 (e outras) criaram o papel do CDO (Chief Digital Officer), para
impulsionar os esforços de transformação digital no interior das suas organizações.
Surpreendentemente, o papel de CPO (Chief Process Officer) não se tornou uma realidade e
onde se tornou, em muitos casos, foi como COO (Chief Operating Officer).
203
É importante referir que uma compreensão completa das operações de negócio, incluindo os
processos essenciais interfuncionais, é essencial para digitalizar uma Organização. Na edição de 5
de agosto de 2019 da HBR, foi publicado um artigo intitulado, "Don't Put a Digital Expert in Charge
of your Digital Transformation". O artigo começa a perguntar: Quem devemos escolher para liderar
a transformação digital da sua empresa? Indicam três escolhas (os nomes não são reais):
• Guilherme: um interno que tem um histórico comprovado, mas não sabe muito sobre digital
• Sara: uma jovem nativa digital que acaba de liderar uma nova expansão na categoria Amazon
• Sofia: uma ex. consultora de marketing com experiência no aconselhamento a Clientes em
ambiente digital.
A maioria dos executivos da pesquisa da HBR, escolheu a Sara. A escolha da Sara é uma
história verídica de um fabricante global de electrodomésticos. Ela foi capaz de comunicar a
estratégia aos executivos séniores, mas quando chegou a hora de conversar com os gestores
de topo e os engenheiros (que eram os mais resistentes à mudança) foi um inferno. Ela
contratou uma talentosa equipa digital e conduziu a estratégia de acordo com as regras, mas
falhou. Numa segunda tentativa, quem podemos achar que eles escolheram? O interno com
um historial comprovado. A primeira coisa que ele fez foi concentrar-se no Cliente e na força
de vendas para ter uma ideia de como era para eles a experiência de preços. Depois falou
diretamente com os Clientes para entender melhor o que eles queriam em relação a produtos
e preços. Resumindo, o esforço foi um enorme sucesso. O ponto importante é que um líder de
operações de negócio que está familiarizado com processos, Clientes e partes interessadas foi
a escolha certa para esta empresa. A primeira escolha foi uma boa escolha para uma empresa
start-up, mas não para uma empresa já estabelecida.
O BPM é uma disciplina de gestão que traduz a estratégia corporativa em processos, pessoas e a
execução operacional baseada em TI - a um ritmo seguro. A tecnologia BPM é a chave para cumprir
com esta promessa. Ajuda a criar a transparência necessária para atingir objetivos conflituantes
como qualidade e eficiência, agilidade e conformidade, ou alinhamento interno e integração externa
em redes corporativas. Os sistemas BPM permitem a implementação de processos para mudar
onde isto é apropriado. O alto nível de maturidade de muitos componentes da tecnologia BPM é
também um motivo para o aumento do interesse em BPM. Agora os profissionais BPM podem
concentrar-se nos resultados do negócio e alinhar a tecnologia necessária em conformidade.
Podemos avançar em direção a BPM orientados pelo valor.
204
A tecnologia BPM suporta todo o ciclo de vida de um processo de negócio, desde o desenho,
passando pela implementação, até à execução e controlo dos processos. Suporta a ligação da
estratégia aos processos através de um desenho apropriado utilizando ferramentas de análise
de processos de negócio (BPA) e converte essa estratégia numa execução ágil usando motores
de automatização BPM. Os sistemas de Medição do Desempenho de Processos e
Monitorização de Atividades de Negócio (BAM) esclarecem os processos em execução que
permitem um controlo efetivo. Novas arquiteturas, como as arquiteturas orientadas a serviços
(SOA), possibilitam ainda mais a agilidade dos processos de negócio suportados por TI. A
agilidade resultante será novamente aumentada através de novas abordagens, como o software
como serviços (SaaS) ou a computação em nuvem. Os sistemas BPM alinham os componentes
de software com as necessidades de negócio dos processos. As utilizações das redes sociais
resultam no BPM social, cria oportunidades para integrar as pessoas e a dimensão de TI do
BPM, proporcionando um desempenho ainda maior na poderosa disciplina de gestão BPM.
205
Figura 8.2 Domínios de Desenho de uma Arquitetura Corporativa
• Negócio
• Dados
• Aplicação
• Técnica (Infraestrutura)
206
Existem várias estruturas de Arquitetura Corporativa (ciclo de vida de processos). A seguir
estão assinaladas algumas das mais comuns:
• Zachman Framework. Foi proposta pela primeira vez num artigo em 1987 no IBM Systems
Journal, a framework (estrutura) Zachman é um dos primeiros exemplos de uma estrutura
de Arquitetura Corporativa. Surgiu a partir do trabalho de John Zachman. O autor organiza
os artefactos Corporativos numa grelha bidimensional, geralmente em seis por seis.
• TOGAF. Abreviatura para The Open Group Architecture Framework, o TOGAF é o produto
do trabalho realizado por uma Organização de padrões da indústria e é baseado numa
estrutura anterior criada pelo Departamento de Defesa Americano. É uma das mais
populares estruturas de Arquitetura Corporativa em utilização. Tem uma estrutura circular
com oito secções chave e quatro domínios de arquitetura.
• DoDAF. Baseado em trabalhos dos anos 80 e 90, mas não lançado com este nome até 2003, o
Department of Defense Architecture Framework (DoDAF) continua a ser uma estrutura popular
para ser utilizada em ambientes altamente complexos. Incorpora sete pontos de vista diferentes:
sistemas, serviços, dados e informação, capacidade, projeto, operacional e padrões.
Há prós e contras em todas elas e independentemente de qual está a ser utilizada, todas elas
têm as seguintes situações em comum no que diz respeito à Organização.
A Figura 8.3 ilustra os princípios básicos partilhados pelas estruturas da Arquitetura Corporativa.
207
Uma Arquitetura Corporativa responde às seguintes perguntas:
Pergunta Centra-se em
Porquê? Finalidade ou objetivo
Quando? Período ou evento
Como? Processo
O quê? Produto ou saída
Quem? Pessoa ou função
Onde? Lugar ou instalação
Os profissionais BPM devem estar muito familiarizados com uma Arquitetura Corporativa/
Enterprise Architecture (EA) e serem capazes de utilizar pelo menos uma estrutura EA (ou a
adaptação de uma). A disciplina Arquitetura Corporativa é uma parte do BPM que não pode ser
enfatizada em demasia, tanto para o negócio como para a transformação digital em qualquer
Organização.
As dimensões verticais são as seis questões abordadas na tabela anterior. As horizontais estão
ilustradas na Figura 8.4.
208
Figura 8.4 Estrutura Zachman: Níveis do Modelo no Contexto da Arquitetura de Negócio
Alguns exemplos deste tipo de modelo são o APQC Process Classification Framework, a cadeia
de valor de Porter e estruturas específicas da indústria, como as da distribuição de energia,
produção de petróleo e gás, telecomunicações e indústrias de seguros.
209
o Marketing e vendas
o Serviço pós-venda
• Num modelo de serviços mais orientado para o Cliente, as categorias principais podem
ser:
o Envolver os Clientes
o Transacionar o negócio
o Satisfazer as expectativas dos Clientes
o Serviço a Clientes
Geralmente, cada um dos processos corporativos numa visão de alto nível é descrito com mais
detalhe através dos seus componentes principais (subprocessos). Um modelo corporativo
normalmente tem dois ou mais níveis de detalhe e serve como um plano de negócio ou uma
Arquitetura Corporativa de alto nível. O modelo pode ou não incluir processos de suporte e gestão.
Estes modelos têm sido utilizados de outra forma e não como uma ferramenta geral de
classificação e comunicação. Os processos podem ser mapeados para dar resposta a
indicadores chave de desempenho (KPIs) e objetivos estratégicos num portfólio de processos
e utilizados para prioritizar recursos e esforços no âmbito de um projeto. Podem ser mapeados
através de um modelo do tipo dinâmica de sistemas para formular a estratégia para cenários
futuros alternativos ou para desenvolver estimativas e previsões de alto nível.
210
8.3.2.5 Modelos de Medição e Controlo
O que é importante para o praticante BPM é que a Arquitetura de Negócio é o principal condutor
(os dados são o outro lado da moeda) para os outros domínios. O negócio e os dados devem
ser projetados simultaneamente, uma vez que os dados são uma entrada/saída para processar.
A Figura 8.5 ilustra uma metodologia simples (não TOGAF) para o desenvolvimento de uma
Arquitetura de Negócio alinhada à Estratégia.
211
8.3.3.1 A Grelha de Impacto para a Arquitetura Corporativa
A Figura 8.6 mostra uma Estrutura de Arquitetura Corporativa do ponto de vista de todos os
níveis cruzados no Modelo Corporativo e como cada nível está alinhado.
Figura 8.6 Grelha de Impacto de uma Arquitetura Corporativa (Fonte: Jack Hilty e Janice Koerber)
• Regulamentações governamentais
• Inovações ou avanços tecnológicos
• Tendências demográficas e sociais
• Concorrência e quaisquer substitutos representados através da concorrência
• Processar desalinhamentos
• Fusões e aquisições
• Novos negócios (produtos ou serviços)
• Novas descobertas (por exemplo, terapias genéticas)
• Tecnologia (por exemplo, impressão 3D, blockchain)
• Diretrizes de produtividade e eficiência
• Fatores humanos (por exemplo, requalificação, competências).
212
Os fatores internos são (geralmente) determinadas respostas às influências externas. Os fatores
internos são aqueles que a Organização pode controlar.
Os silos verticais são as unidades de negócio funcionais (através da cadeia de valor de Porter):
• Processos e capacidades
• Sistemas e arquitetura TI
• Instalações e equipamentos
• Estrutura organizacional
• Competências
• Medições de desempenho
• Cultura
Os elementos da Arquitetura Corporativa são aqueles que quase sempre mudam em resposta
aos outros fatores da grelha. Estes elementos são os mais dinâmicos dentro da Grelha de
Impacto e requerem uma revisão de rotina para serem melhorados. Existem níveis na
Organização que requerem mais detalhes.
Uma Grelha de Impacto é usada em conjunto com as ferramentas discutidas nas secções
anteriores: A análise da Cadeia de Valor de Porter, o modelo das Cinco Forças de Porter e o
Mapa Estratégico. Uma Grelha de Impacto serve para traduzir a estratégia em capacidades de
processos.
213
Blocos de Construção Definição Perguntas Chave
Modelo Canvas
Parceiros Chave Algumas atividades são • Quem são os nossos parceiros chave?
terceirizadas e alguns • Quem são os nossos principais fornecedores?
recursos são adquiridos • Quais são os recursos chave que estamos a
fora da empresa adquirir com os parceiros?
• Quais são as atividades chave realizadas
pelos parceiros?
Atividades Chave Atividades que criam • Que atividades chave necessitam as nossas
valor para o Cliente propostas de valor?
• Os nossos canais de distribuição?
• Relações com o Cliente?
• Fontes de receita?
Recursos Chave Ativos necessários para • Que recursos chave necessitam as nossas
oferecer e entregar propostas de valor?
valor ao Cliente • Os nossos canais de distribuição?
• Relações com o Cliente?
• Fontes de receita?
Fontes de Receitas Resultado de propostas • Que valor os nossos Clientes estão realmente
de valor entregues com dispostos a pagar?
sucesso aos Clientes • Quanto pagam atualmente?
• Qual é o modelo de receita?
• Quais são as táticas de preços?
214
A Figura 8.7 mostra um exemplo de um Modelo de Negócio Canvas, incluindo as perguntas
necessárias para cada elemento do negócio.
215
(1) Abordagem orientada para a oferta. Parte do princípio de que a inovação começa com
uma proposta de valor, segue até aos principais recursos e canais, depois estrutura os
custos e as fontes de receita.
(2) Abordagem orientada por recursos. Assume que a inovação tem origem na
infraestrutura ou parcerias de uma Organização (parceiros-chave) e funciona em todo o
Modelo Canvas.
(3) Abordagem orientada por vários epicentros. Assume que a inovação vem de múltiplos
elementos que convergem para uma proposta de valor.
(4) Abordagem orientada para o Cliente. Assume que a inovação começa com as
necessidades do Cliente, com um acesso facilitado ou uma maior conveniência.
Uma estratégia de foco tem duas variantes: foco no custo e foco na diferenciação.
216
Liderança de Custos
Numa liderança de custos, uma Organização pretende tornar-se o produtor de baixo custo da
sua indústria. As origens de obter uma vantagem competitiva sobre custos são variadas e
dependem da estrutura da indústria. Podem incluir a procura em economias de escala,
tecnologia proprietária, acesso preferencial a matérias-primas e outros fatores. Um produtor de
baixo custo deve encontrar e explorar todas as fontes de vantagem de custos. Se uma
Organização pode alcançar e manter a liderança global de custos, então ela terá um
desempenho acima da média no seu setor, desde que possa comandar os preços à média do
setor ou a um nível próximo dessa média.
Diferenciação
Numa estratégia de diferenciação, uma Organização procura ser única no seu setor ao longo
de algumas dimensões que são amplamente valorizadas pelos Clientes. Seleciona um ou mais
atributos que muitos Clientes de uma indústria percebem como realmente importantes e tem
um posicionamento de forma única para atender a essas necessidades. É recompensada pela
sua singularidade com um preço mais elevado.
Foco
A estratégia genérica de foco consiste na escolha de um âmbito competitivo restrito dentro de
uma indústria. O focalizador seleciona um segmento ou grupo de segmentos do setor e adapta
a sua estratégia para os servir à exclusão de outros. A estratégia de foco tem duas variantes:
custo e diferenciação.
• Custo. Com foco no custo, uma Organização procura uma vantagem de custo no seu
segmento alvo.
• Diferenciação. Com foco na diferenciação, uma Organização procura uma diferenciação
no seu segmento alvo.
Ambas as variantes da estratégia de foco baseiam-se nas diferenças entre o segmento alvo de
um focalizador e outros segmentos da indústria. Os segmentos alvo devem ter Clientes com
necessidades não habituais ou então o sistema de produção e entrega que melhor serve o
segmento alvo deve ser diferente do de outros segmentos do setor. O foco no custo explora as
diferenças no comportamento dos custos em alguns segmentos, enquanto o foco na
diferenciação explora as necessidades especiais dos Clientes em determinados segmentos.
217
Uma capacidade é algo que fazemos bem, que os Clientes valorizam e os concorrentes não
podem fazer. No entanto, é mais do que atividades ou funções, é a interligação do
conhecimento, pessoas, processos, ferramentas e TI que permite a uma Organização evitar a
concorrência - um prémio de coerência. (Leinwand e Mainardi 2010). C.K. Prahalad e Gary
Hamel ampliam o conceito do prémio de coerência.
A essência de uma Arquitetura de Negócio passa então por determinar quais são as
capacidades que irão criar esse sistema de valor. O motor da criação de valor é um sistema de
três a seis capacidades que, em conjunto, permitem que uma Organização entregue a sua
proposta de valor de forma eficaz e diferenciada em relação à concorrência. O ponto importante
é que as organizações devem cultivar um sistema de capacidades que se reforcem
mutuamente, de modo a que a sua vantagem competitiva se torne muito mais poderosa. Isto é
coerência.
218
Coerência e Rentabilidade na Indústria de CPG
219
Figura 8.10 Processos de Negócio e Decomposição de Capacidades
As fases da Arquitetura Corporativa alinham com o ciclo de vida do BPM para a Fase 1 e a Fase
2 (de forma simplificada).
A Figura 8.11 ilustra as atividades de alto nível das outras disciplinas da Arquitetura Corporativa
que são realizadas concomitantemente durante as Fases 1 e 2 do Ciclo de Vida do BPM.
220
Figura 8.11 Atividades Concorrentes de Processos de Negócio, Dados e Infraestrutura Aplicacional
221
Figura 8.12 Exemplo de um Mapa de Capacidade de Negócio com Relevância Estratégica
(Bondel, n.d.)
▪ Processos de negócio
▪ Regras
▪ Requisitos de dados
222
A Arquitetura Corporativa faz parte de uma Arquitetura de Capacidades Corporativas de maior
dimensão.
Quando os quatro domínios (negócio, dados, aplicação, técnico) completam o seu processo de
desenho, o plano final é uma Arquitetura de Capacidade Corporativa (Figura 8.13).
A partir deste modelo, os projetos podem ser desenvolvidos e prioritizados de acordo com a
estratégia e os objetivos da Organização. O que falta objetivamente é o desenho organizacional,
que deve ser feito concomitantemente com as capacidades da Arquitetura Corporativa.
223
DESENHO: DA ESTRATÉGIA À EXECUÇÃO - QUADRO DO CICLO DE VIDA BPM
A partir da Figura 8.14 podemos ver que há muitas partes móveis tanto do lado do negócio
como do lado de TI no interior da Organização, o que pode ser responsável pela taxa de
fracasso de mais de 70% das iniciativas de mudança ao nível corporativo.
224
Figura 8.15 Inovação Contínua e Agilidade Corporativa, adaptado (Burlton 2015)
Todos os atores incumbentes no espaço das aplicações corporativos têm modelos industriais,
que são processos padrão configuráveis para uma indústria, além de um modelo de dados
corporativo comum para essa indústria. Por exemplo, cada um dos setores a seguir tem o seu
próprio modelo e um modelo de dados comum:
As tecnologias corporativas têm evoluído para cobrir 80% ou mais dos processos comuns em
cada indústria. Esses sistemas padronizados oferecem grandes benefícios para as
organizações que podem implementá-los e tirar o máximo proveito dos seus conjuntos de
capacidades. Todas as tecnologias corporativas oferecem soluções locais e baseadas na
nuvem.
Este guia fornece apenas uma visão geral das tecnologias corporativas mais comuns.
225
8.4.1 ERP
226
Financeiro Próximo do Relato Financeiro Finanças e Contabilidade
8.4.2 CRM
O CRM é utilizado ao longo do ciclo de vida do Cliente com o objetivo de melhorar as relações
de atendimento ao Cliente, auxiliar na retenção de Clientes e impulsionar o crescimento das
vendas.
• Marketing
• Vendas
• Serviço
Os sistemas CRM têm processos integrados para criar um ciclo de vida do Cliente. São
exemplos:
(1) Atrair
(2) Informar
(3) Personalizar
(4) Transacionar
(5) Entregar
(6) Serviço
(7) Analisar
227
Figura 8.16 Capacidades Evolutivas em CRM
8.4.3 SCM
A gestão da cadeia de distribuição (SCM) abrange uma ampla gama de processos e atividades
necessárias para planear, controlar e executar o fluxo de um produto, desde a aquisição de
matérias-primas e produção até a distribuição ao Cliente final, da forma mais ágil e económica
possível.
228
Em resumo, as tecnologias corporativas são aplicações padronizadas com modelos industriais
configuráveis com processos e modelos de dados comuns. É importante notar que, devido ao
âmbito dos processos e tamanho das organizações, o tempo médio para implementar uma
unidade de negócio pode ser de dezoito a vinte e quatro meses ou mais. Há também uma taxa
de falha superior a 70% (mesmo depois de vinte anos) com muitas causas raiz - as principais
razões incluem falta de liderança, desenho ou redesenho de processos e gestão da mudança.
A tecnologia BPM, embora tenha um âmbito de nível corporativo, é flexível o suficiente para
projetar e implementar com prazos que variam de oito a doze semanas para uma solução
baseada em nuvem a menos de doze meses para uma infraestrutura completa no local.
Nos últimos vinte anos, a tecnologia BPM passou de simples ferramentas de modelação de
fluxos de trabalho para complexos conjuntos de ferramentas integradas que fornecem uma
plataforma operacional e um ambiente completo. Os atuais conjuntos / Suítes BPM (BPMS)
podem ser implementados no local ou na nuvem.
A maioria dos ambientes BPMS integra-se aos dados das aplicações legadas porque o BPMS
agora tem uma arquitetura orientada a serviços (SOA), suportando mudanças mais rápidas.
Os BPMS permitem o rápido redesenho das operações de negócio e execução dos processos.
A arquitetura SOA do BPMS cria uma abordagem altamente modular para a mudança de
processos de negócio. Os módulos são identificados como serviços. Esta modularidade é o que
permite que dados sobre a Organização, modelos de negócio, regras e outros, sejam
reutilizados e simplesmente modificados ao nível do modelo para regenerar aplicações
modificadas.
Os conjuntos BPM possuem todos os módulos de base para modelação e análise, repositório
de processos, mecanismos de regras, mecanismos de simulação e modelação de desempenho,
monitorização e relatórios. Os conjuntos BPM evoluíram para incluir novas tecnologias como o
desenvolvimento de código baixo/sem código, colaboração ampliada, automatização de
processos robóticos (RPA), inteligência artificial (IA), aprendizagem máquina e Blockchain
(contratos inteligentes).
A evolução da tecnologia BPM, como a maioria das tecnologias, tem acontecido rapidamente.
No interior das indústrias, tem havido grandes avanços e os primeiros adeptos têm percorrido
um caminho para ver os avanços verdadeiramente revolucionários. À medida que mais
empresas procuram agilizar os processos de negócio e construir modelos de negócio mais
enxutos e eficientes, a tecnologia BPM deve tornar-se mais eficaz. O software inteligente BPM
(iBPMS) é o resultado dessa evolução; ao alavancar as capacidades analíticas e de inteligência,
melhora os resultados do BPM. A tabela seguinte mostra as principais funcionalidades que
definem a tecnologia BPM.
229
Área Funcional Finalidade Funções Produtos e Módulos
• Análise e desenho
Análise, • Modelos processos • Modelador processos
processos como
desenho, • Arquivo processos • Repositório processos
está e como será
modelação e • Acesso a processos • Portal de processos
• Simulação de
simulação de • Executar • Ferramenta de
variantes de
processos simulações simulação processos
processos
• Motor de processos
• Modelador (técnico) de
• Execução de
• Modelos de processos
processos com
processos técnicos • Criador (técnico) para
atividades
Automatização • Desenho da interface do utilizador
humanas com
de processos interface utilizador aplicações processos
base em modelos
• Aplicações para • Sistemas e conjuntos
explícitos de
acesso a processos BPMS
processos
• Portal Web aplicações
de processos
• Ligar componentes
Execução de • Transporte de serviço
de aplicação
processos mecânicos corporativo /
• Coordenar
(sem atores Enterprise Service Bus
Automatização sequência de
humanos) com base (ESB)
de serviços passos e atividades
em serviços e • Motor de orquestração
• Armazenar e
respetiva • Registo ou repositório
recuperar metadados
orquestração de serviços
de serviços
• Desenho de regras
(muitas vezes • Motor de regras
Execução de regras
separadas para TI e • Repositório de regras
Processamento negócio com base
negócio) • Sistema de gestão de
de regras numa definição
• Simulação regras regras de negócio
explícita
• Versões e (BRMS)
comparação regras
• Transporte de serviço
corporativo /
• Comunicação entre Enterprise Service Bus
Exposição
aplicações (ESB)
padronizada de
• Conversões de • Sistema Integração
funções corporativas
dados, protocolos e Aplicações (ao nível)
com serviços através
Integração formatos Corporativo /
da composição de
• Conectar aplicações Enterprise Application
funções técnicas ao
antigas e novas Integration (EAI)
nível de sistemas e
• Desenho de • Criador/Designer ou
aplicações existentes
serviços de TI modelador de serviços
• Adaptador
• Sistema de mensagens
230
Continuação da página anterior
• Monitorização da
Atividade
• Monitorização e
Corporativa /
controlo
Business Activity
atempados dos
Monotoring (BAM)
Monitorização processos em Motor de fluxos de
• Monitorização do
e controlo de curso trabalho em governação
desempenho dos
processos • Controlo dos de processos
processos
processos de
• Governação dos
Gestão por
processos
Processos
• Governação dos
serviços (em SOA)
• Sistema de Gestão
Documental /
Document
• Definição e desenho Management System
Gestão e
de documentos e (DMS)
automatização do
modelos • Sistema de Gestão de
Repositório ciclo de vida dos
• Criação e Conteúdos
documentos
interpretação de Corporativos /
corporativos
documentos Enterprise Content
Management (ECM)
• Sistema de gestão de
resultados/saídas
As etapas de uma Gestão por Processos de Negócio que devem ser realizadas pela Arquitetura
BPM incluem:
• Processos modelo
• Dados do modelo
• Definir fórmulas
• Definir regras de negócio
• Definir participantes
• Definir integrações
• Simular processos
• Executar processos
• Monitorizar processos
231
A Figura 8.17 ilustra a arquitetura central de uma aplicação BPM.
232
A Figura 8.18 ilustra a plataforma de uma arquitetura técnica BPM.
CEP: Complex Event Processing DMS: Document Management System ERP: Enterprise Resource Planning IAM: Identity & Access Management
CRM: Customer Relationship Management ECM: Enterprise Content Management MDM: Master Data Management SaaS: Software as a Service
A arquitetura técnica reflete a estrutura de camadas aceites numa infraestrutura BPM e/ou
numa arquitetura SOA, conforme descrito na tabela seguinte.
233
Continuação da página anterior
Agora é possível, com BPMS completos e o ambiente técnico que oferecem, mudar modelos, regras e
informações e gerar aplicações muito rapidamente. As iBPMS em termos simples, ajudam as
organizações a planear e a automatizar os seus complexos processos de negócio através da construção
de um ambiente tecnológico dinâmico baseado no trabalho de conhecimento de valor acrescentado.
234
O BPM Social tem mais utilidade quando utilizado apoiado numa firewall corporativa para
colaboração em tempo real entre equipas globais descentralizadas.
• BPM baseado na nuvem. Tendência para mover todos os BPMS para serviços baseados
na web.
• Mineração de processos. Análise de processos de negócio com base em logs de eventos.
Ver Process Mining.
• Automatização Robótica de Processos (RPA). Uma forma de tecnologia com
automatização de processos de negócio baseada em robôs de software (bots). Ver Robotic
Process Automation (RPA).
• Análise preditiva. Analítica orientada pelo tempo. Coberto em IA (por comparação).
• Internet das Coisas (IoT). Sistema de dispositivos de computação interrelacionados e
outras coisas como sejam, identificadores únicos (UIDs) que podem transferir dados sem
interação de humano para humano ou de humano para computador. Ver Internet das
Coisas (IoT).
• Blockchain (contratos inteligentes). Tecnologia que controla diretamente a transferência
de ativos entre as partes uma vez cumpridas as condições específicas; permite o
cumprimento automático das obrigações contratuais. Ver Blockchain.
• Gestão Dinâmica de Casos. Aptidão em ter exceções à regra, permitindo decisões
inteligentes mais rápidas ao lidar com cargas de trabalho aleatórias, ad-hoc, ou seja, sem
regras definidas.
Em vez de se discutir a evolução de um SGBD (Sistema de Gestão de Bases de Dados), esta secção
centra-se em desenvolvimentos recentes como o NoSQL. O NoSQL (Not-only-SQL) surgiu para
lidar com Big Data, dados não estruturados e multimedia em novas aplicações digitais.
O NoSQL pode ajudar nas procuras de grandes volumes, variedade e velocidade de dados,
com grandes procuras de escalabilidade, desempenho e tolerância a falhas para aplicações
web e de serviços modernos de dados e intensivos. O desenvolvimento de aplicações
centradas em dados começa com a criação de modelos de relacionamento de dados de
entidade com tipo de entidade e os relacionamentos entre os tipos de entidade.
O Database Administrator (DBA), juntamente com os analistas de dados, cria os modelos de dados.
No entanto, emanando de tendências de digitalização, a introdução de bases de dados NoSQL
especialmente para grandes gestores de dados, existem mudanças significativas no desenho,
gestão e manutenção de repositórios físicos que envolvem bases de dados: orientadas a objetos,
gráficas, documentais, entre outras. Cada um tem o seu ponto alto e a sua finalidade.
O foco desta nova geração de bases de dados é lidar com a explosão de dados heterogéneos, o
armazenamento e a gestão desses dados para aplicações inovadoras na Internet (especialmente a
IoT). Ainda assim, de um modo geral, a maioria dos dados transacionais para sistemas de registo
de missão crítica (que requerem integridade transacional) permanece relacional.
Curiosamente, no início dos anos 90, também assistimos ao surgimento de SGBD inteligentes.
O SQL, uma linguagem de base de dados e de facto a mais popular, tem vindo a evoluir
continuamente. Incorporou muitas capacidades declarativas de IA. Da mesma forma, bases de
dados NoSQL estão a incorporar capacidades analíticas, inclusive para dados não estruturados
e multimedia dentro do próprio SGBD. A Figura 8.19 ilustra a evolução do SGBD para um SGBD
mais inteligente (SGBD iDB).
235
Figura 8.19 Sistemas Inteligentes de Gestão de Bases de Dados (Khoshafian 2019)
Outro aspeto da evolução das bases de dados é que os dados e os processos estão a convergir
para arquiteturas integradas para suportar a monitorização e o controlo dos processos em
tempo real através dos dados. Além disso, a inteligência artificial está preparada para
turbocarregar tanto os dados como os processos.
236
Figura 8.20 Padrões de Trabalho dos Trabalhadores do Conhecimento (Wyatt 2018)
A Gestão Dinâmica de Casos é orientada por eventos e está atenta ao contexto. À medida que
o caso avança, uma série de atividades ocorre e a informação é gerada e/ou adicionada ao
caso. É essa informação e o contexto em torno dela que determina o(s) caminho(s) a ser(em)
percorrido(s) e em última análise, define o resultado alcançado. Só quando esse objetivo final
é alcançado é que o caso é concluído. Por exemplo, quando um Cliente relata um problema,
um caso é aberto e o que acontece a seguir é o movimento para a realização e resolução do
caso. Mas cada etapa só é determinada quando a anterior é concluída, não como parte de uma
sequência predefinida. Por outras palavras, com a Gestão Dinâmica de Casos, os objetivos são
prédeterminados, a sequência e os caminhos não o são. Os processos de gestão de casos são
orientados por metas e não são determinísticos e o ponto final é conhecido no início. Entretanto,
o caminho para chegar ao fim é determinado pelo resultado em cada etapa, bem como, pelas
regras e políticas aplicáveis a esse caso e não onde o caso está num determinado momento.
Os trabalhadores do conhecimento não precisam de ser informados sobre o que fazer, mas sim
de ferramentas que lhes dêem visibilidade às operações, acesso à informação e assistência
para possibilitar a colaboração. Há um grande alinhamento entre os benefícios oferecidos com
a Gestão Dinâmica de Casos e as capacidades necessárias para a produtividade dos
trabalhadores do conhecimento. O ponto importante da Gestão Dinâmica de Casos é identificar
os padrões de trabalho que são aplicáveis à gestão de casos.
237
A Forrester Research identificou três tipos centrais de trabalho que se enquadram no modelo
dinâmico de gestão de casos:
(1) Investigativo
(2) Solicitação de Serviços
(3) Gestão de Incidentes
Investigativo
Exemplos
Indústrias Aplicáveis
Solicitação de Serviços
Exemplos
Indústrias Aplicáveis
Seguros, bancos, saúde, serviços de TI, centros de contacto e outras organizações voltadas
para o Cliente.
Gestão de Incidentes
Os incidentes como acidentes ou reclamações são imprevisíveis, tanto nos detalhes que os
definem como nas ramificações resultantes. Por este motivo, a aplicação de uma abordagem
flexível e dinâmica de casos pode ajudar muito na resolução de incidentes. Similar à gestão de
casos investigativos, a capacidade de manter e demonstrar a cadeia de retenção das
informações recolhidas durante ou utilizadas no decurso da resolução de incidentes é um
aspeto crítico da Gestão Dinâmica de Casos utilizada para a gestão de incidentes.
238
Exemplos:
Indústrias Aplicáveis
Gestão de Incidentes
A gestão de incidentes trata processos de suporte onde as coisas precisam de ser tratadas de
uma determinada forma, mas não de uma forma que possa ser totalmente automatizada. O
trabalho de gestão de incidentes requer os seguintes elementos, mas não é excessivamente
prescritivo em todos os aspetos do mesmo.
• Aplicação de:
o Política
o Regras
o Rastreamento
• Pistas de auditoria (Audit trails)
• Perceção de como o trabalho é realizado, incluindo:
o Consistência
o Rastreabilidade
o Visibilidade
Nem todos os aspetos da gestão de incidentes se enquadram nesta categoria. O que é comum
é exigir interação multicanal através de vários dispositivos, ser capaz de suportar o acesso em
nuvem e móvel, ter um rastreamento fino e relatórios sobre como as informações são
capturadas e utilizadas, que regras são aplicadas e como as decisões são tomadas.
Normalmente, a gestão de incidentes é orientada a eventos e não a descobertas, ao contrário
da gestão de casos investigativos.
Solicitação de serviços
Compreende a gestão das solicitações de serviços que são inerentemente orientadas por
eventos. Alguns exemplos incluem um cenário de help desk onde as chamadas de solicitação
de serviços entram e são registadas. O Cliente e o colaborador também são controlados por
eventos e podem ser tratados como solicitações de serviço.
239
Gestão de casos investigativos
A DCM permite aos colaboradores identificar os casos, aceder a informações de casos com
base no contexto do que ocorreu e gerir informações para que diferentes ficheiros possam ser
referenciados e ligados entre os casos. Um melhor acesso aos dados relevantes permite aos
colaboradores capturar e gerir o contexto e o conhecimento das atividades associadas a um
caso. Além disso, com a DCM, um determinado caso pode viver perpetuamente, mantendo o
seu último estado até que outro evento ocorra ou permita o seu relançamento; ou também pode
ser utilizado para lançar outro caso.
A DCM não predefine se o trabalho é virtual ou físico, mas reúne todos os pontos finais,
informações e ambientes. A DCM fornece um registo de longo prazo de como o trabalho é feito,
bem como a orientação, regras, visibilidade e entrada que permitem que os “trabalhadores do
conhecimento” sejam mais produtivos. A DCM como um sistema de registo contém o que
aconteceu, incluindo e-mail, correio de voz, documentos tradicionais, documentos GIS, vídeo e
muito mais. Um sistema DCM reúne os registos numa pasta virtual para termos uma versão da
verdade e em última instância, fornece um registo permanente desse caso.
240
Figura 8.21 Um sistema dinâmico de gestão de casos (Wyatt 2018)
A mineração de processos utiliza logs de eventos para realizar uma análise automatizada dos
processos e é uma capacidade incorporada nas plataformas iBPMS. O Capítulo 4 abordou
conceitos básicos na secção Mineração de Processos. Esta secção aprofunda mais o tema nos
aspetos tecnológicos que envolvem a mineração de processos.
O Institute of Electrical and Electronic Engineers (IEEE) grupo de trabalho sobre a Mineração de
Processos, criado em 2009, publicou um manifesto no final de 2011 para promover a mineração
de processos como uma nova ferramenta para melhorar o (re)projeto, controlo e suporte dos
processos operacionais do negócio. Também em 2011, um dos pais da mineração de processos,
o Professor Wil van der Aalst, publicou o primeiro livro sobre mineração de processos. Atualizado
em 2016, o livro do professor, Process Mining: Data Science in Action, é de leitura recomendada.
241
• Diferentes perspetivas sobre as operações, não apenas uma perspetiva de processo
• Monitorização de indicadores chave de desempenho utilizando painéis de controlo
(Dashboards) em tempo real
• Capacidades de verificação de conformidade e análise de lacunas
• Análise preditiva, análise prescritiva, teste de cenários e simulação com dados contextuais
• Melhoria dos modelos de processos existentes ou anteriores utilizando dados adicionais
de registos gravados
• Preparação de dados e suporte de limpeza de dados
• Painel único de mineração de processos que mostra uma visão combinada dos modelos
de processos que interagem entre si
• Visualização de como os processos contribuem para o valor do negócio (tais como
modelos de operação do negócio) - contextualização dos processos
• Cooperação eficaz entre organizações e TI
• Padronização dos processos de negócio
• Melhoria da excelência operacional através da otimização de processos
(1) Descoberta. Faz um registo de eventos e produz um modelo de processos sem utilizar
qualquer informação prévia, utilizando algoritmos de mineração de processos.
Todos os três tipos de processos de mineração dependem da extração de dados dos registos de
eventos de outros sistemas de software corporativos para análise, como mostrado na Figura 8.22.
242
Figura 8.22 Mineração de processos (Robledo 2018)
243
Metodologia Processos Mineração (Minning)
Há mais de vinte fornecedores de iBPMS que têm capacidade de mineração de processos, com
os mercados dominados por fornecedores sediados nos EUA e na Alemanha. Hyland, Kofax,
Worksoft e TimelinePi estão nos EUA. Celonis, Alana, PafNow, Scheer, Signavio e Software AG
estão na Alemanha.
As regras de negócio e as técnicas definem como o trabalho deve ser realizado em cada atividade
ou passo de um fluxo de trabalho ou, a um nível superior, num processo. As regras são o
conhecimento institucional da Organização e proporcionam um verdadeiro diferencial competitivo.
As regras definem quem fará algo, o que fará, quando o fará, por que o fará, como o fará e como
será controlado. Desde uma perspetiva técnica, as regras são a lógica da Organização.
Na prática, as regras são olhadas como se - entao, se existe (um evento ou valor), então
devemos fazer algo. Como a lista de elementos que devem ser considerados em qualquer
decisão pode ser bastante longa e complexa, a definição de regras pode ser uma tarefa séria.
As regras de negócio podem ser encontradas em muitos locais dos processos de negócio.
Normalmente, as regras ocorrem nas portas de acesso (gateways) dos fluxos dos processos,
locais onde são tomadas as decisões de ramificação para o próximo passo. As regras tendem
a enquadrar-se nas seguintes categorias:
244
• Regras de funcionamento do negócio
• Regras de decisão
• Regras no sequenciamento de fluxos
• Regras processuais e políticas
• Utilização de dados e regras de segurança
• Regras de segurança de acessos
• Regras de monitorização e relatórios
• Regras técnicas associadas a chamadas de dados, transformação de dados, interfaces de
aplicação, entre outras
• Regras legais
• Regras financeiras
• Regras de monitorização e medição
• Regras regulamentares
Estas categorias de regras devem ser personalizadas para cada Organização e utilizadas para criar
a arquitetura interna de um repositório de regras. Esta etapa de configuração e outras funções de
definição permitem que o mecanismo de regras funcione num nível ideal em cada Organização.
As regras de negócio muitas vezes não são bem definidas ou devidamente organizadas nos
manuais de procedimentos existentes. Poucas organizações realmente entendem as suas
regras operacionais ou as formalizam - especialmente as de baixo nível de execução de negócio
e regras de decisão.
245
A modelação, a definição e a codificação de regras são fundamentais para a forma como uma
aplicação gerada será executada. Se as regras forem muito complexas (por exemplo, várias
camadas de lógica; uma longa sequência de avaliações; várias chamadas de integração de
sistema), a execução pode ser lenta. Se muitas regras com problemas de desempenho forem
colocadas numa linha, a execução da aplicação será lenta. Por estas razões, a modelação e a
utilização de regras devem ser cuidadosamente verificadas e os padrões personalizados a partir
de uma lista de melhores práticas fornecidas pelo fornecedor.
As regras estão praticamente em toda a parte nas organizações. Em alguns casos, as regras podem
ser encontradas em manuais de procedimentos ou em manuais de políticas. Noutros casos, as
regras estão em memorandos, notas, e-mails ou apenas são folclóricas. Também estão embutidas
em aplicativos legados e na implementação de software licenciado ou adquirido. As regras estão
em toda a parte na Organização, mas quase nunca estão num só lugar.
Definir regras para a entrada num mecanismo de regras para o armazenamento e utilização num
repositório de regras não é uma atividade simples. As regras são complexas e as suas definições
precisam de estar completas antes da sua entrada em funcionamento. As regras raramente são
independentes e precisam ser definidas em conjuntos completos de decisões e organizadas numa
estrutura que suporte a forma como serão executadas por uma operação ou programa.
Repositórios de Regras
Um repositório de regras abriga regras de negócio, técnicas e as suas definições. Os
repositórios de regras são geralmente utilizados para:
• Capturar o conhecimento institucional de uma Organização num lugar central
o Definir modelos de regras para interações específicas com Clientes, tais como,
conformidade com ações, vendas cruzadas, up-sell e muito mais, inclusive:
▪ Scorecard (com base na pontuação e classificação)
▪ Árvore de decisão (baseada na lógica, Se-Então)
▪ Mapa de decisão (com base num ou dois valores de entrada explícitos)
▪ Tabela de decisão (baseada numa série de condições de teste a serem avaliadas)
o Criar, alinhar, testar e implementar regras
o Regras logísticas para acesso a toda a Organização
• Encontrar as regras atualmente definidas e as suas próprias definições:
o Lógica de fluxo direto e passos de execução na modelação do negócio
o Utilização na geração de aplicações BPMS
o Desenho de aplicativos antigos de modificação
246
o Determinar o desenho e as necessidades da aplicação de interfaces legadas
• Apoiar a execução de regras por programas e gerir a sua utilização
o Eliminar conflitos de regras e redundância
o Identificar regras que já não cumpram os requisitos legais
o Melhorar a qualidade das regras - clareza, consistência e edição
• Analisar acordos de níveis de serviço (SLAs), indicadores chave de desempenho, fórmulas
Seis Sigma e outras situações
• Gerir a qualidade e a integridade das regras e seus conjuntos
o Gerir alterações às regras
o Gerir a criação de novas regras
o Fornecer uma imagem de todos os lugares onde uma regra é utilizada para determinar
como a mesma deve mudar
o Utilização de regras de teste
o Gerir o acesso às regras
• Construir análises de variações hipotéticas para analisar regras interrelacionadas e a
utilização de regras
o Construir análises históricas e de tempo de execução
o Implementar regras para programas alvo e utilização de BPM
• Validar que os dados corretos estão realmente a ser utilizados pelas regras
• Usar, editar e testar dados; utilização de dados antigos
Motores de Regras
Um mecanismo de regras é um componente de software que permite aos não programadores
adicionar ou alterar a lógica das regras. Os motores de regras beneficiam as organizações,
permitindo-lhes fazer, entre outras realidades, o seguinte:
247
8.5.6 Fornecedores de BPMS
A Gartner Group publica periodicamente uma lista dos principais fornecedores de BPMS
revistos com a classificação mais alta no topo. A figura seguinte ilustra os resultados publicados
no quarto trimestre de 2018, primeiro numa figura do quadrante mágico, seguido por uma
tabela que mostra os fornecedores e as suas classificações de revisão.
O ranking de fornecedores é dinâmico e muda com base nas revisões dos últimos doze meses.
Para uma lista atualizada de iBPMS, revista pela Gartner, a mesma deve ser consultada no URL:
www.gartner.com/reviews/market/business-process-management-platforms
IntalioCreate Intalio 1 5
248
Workflow Automation Nintex 10 4.7
A maioria dos fornecedores de BPMS listados têm funcionalidades iBPMS, uma vez que a
tendência para adicionar mais IA e a facilidade de utilização (desenvolvimento de código baixo
ou sem código) continua e a adoção da tecnologia passa das TI para as áreas funcionais. As
indústrias que são ideais para BPM de baixo código são:
• Educação
• Finanças e Seguros
• Governo
• Cuidados com a Saúde
• Fabricação
• Tecnologia e Telecomunicações
Esta secção cobre as tecnologias emergentes BPM. Todas estas tecnologias irão melhorar os
processos existentes e acelerar o processamento da enorme quantidade de dados recolhidos
para melhorar exponencialmente os conhecimentos para a tomada de decisão. As melhorias
permitirão que os líderes tomem medidas imediatas com base em perspetivas de dados.
Curiosamente, muitos Chief Operation Officers (COOs) que trabalham para empresas de serviços
financeiros estiveram na vanguarda da adoção do RPA, descobrindo maneiras de usar o software para
facilitar os processos de negócio sem aumentar o número de colaboradores ou os custos. De acordo
com a Deloitte, um banco redesenhou o seu processo de reclamações, implementando oitenta e cinco
bots para executar treze processos, tratando de 1,5 milhões de solicitações por ano (Boulton 2018).
249
O banco adicionou capacidade equivalente a mais de 200 pessoas em tempo integral, por
aproximadamente 30% do custo de recrutamento de mais colaboradores.
Ao automatizar tarefas de baixo valor, os bots são tipicamente de baixo custo e fáceis de
implementar, não necessitando de software personalizado ou integração profunda de sistemas. As
organizações também podem sobrecarregar os seus esforços de automatização injetando RPA
com tecnologias cognitivas como a Aprendizagem Máquina / Machine Learning (ML),
reconhecimento de fala e processamento de linguagem natural, automatizando tarefas de ordem
superior que no passado exigiam as capacidades percetivas e de julgamento dos humanos.
O RPA pode ajudar a resolver problemas que ocorrem em ambientes corporativos típicos. Ao
nível corporativo, um ambiente típico consiste em:
Figura 8.24 Processos atuais e sistemas TI mantidos em conjunto com “cola humana”
250
Como qualquer mudança num processo de negócio, uma Organização precisaria contratar novos
colaboradores ou treinar as pessoas existentes para mapear os sistemas de TI e os processos de
negócio. Ambas as soluções consomem tempo e dinheiro. Com a automatização robótica de
processos, a Organização pode implementar trabalhadores virtuais (bots) que imitam os
trabalhadores humanos. No caso de uma mudança no processo, uma mudança em algumas linhas
de código de software é sempre mais rápida e barata do que a reaprendizagem de centenas de
colaboradores. A Figura 8.25 mostra como o RPA (com codificação humana) permite agilidade na
mudança dos processos de negócio sem alterar os sistemas de TI existentes.
• Um humano pode trabalhar uma média de oito horas por dia, enquanto os robôs podem
trabalhar vinte e quatro horas
• A produtividade humana média é de 60% com alguns erros; a produtividade do robô é de
100% sem erros
• Os robôs lidam muito bem com várias tarefas em comparação com os humanos
251
(3) Otimização da entrega e dos resultados
o Permite o tratamento de zero defeitos e uma melhor gestão de exceções com
alinhamento à pista de auditoria
o Escala a força de trabalho virtual para picos de carga sem penalização (operações
24/7)
o Reduz as tarefas repetidas de elevada frequência em 50% a 70%.
o Reduz os custos
▪ Um terço dos custos de FTE no estrangeiro
▪ Um décimo dos custos de FTE local (apuramento baseado nos EUA)
FTE significa Full-Time Equivalent, é entendido como a quantidade de recursos igual a uma
pessoa empregada em tempo integral numa Organização.
O panorama tecnológico para a Gestão por Processos de Negócio continua a evoluir com
capacidades mais avançadas. Existem várias tecnologias mais recentes sendo integradas em
BPMS que permitem automatizar os processos de negócio, conforme descrito na tabela
seguinte. A tabela compara as ferramentas corporativas clássicas com as ferramentas de
automatização robótica de processos. As tecnologias de automatização incluem:
Ferramenta para
Ferramenta que integra Software que captura e Ferramenta de Call
desenhar modelos de
e consolida todos os interpreta aplicações Center que se
processos de negócio,
tipos de dados de existentes para concentra em ajudar
modelos de fluxos de
fontes internas e processar uma e acelerar a
dados e regras de
Descrição externas em destinos transação, manipular produtividade do
negócio. Pode otimizar,
alvo, tais como, bases dados, desencadear utilizador através de
monitorizar e manter
de dados, data marts, respostas e comunicar rotinas de trabalho
processos que
data warehouses e com outros sistemas acionadas
precisam ocorrer para
ficheiros. digitais. manualmente.
alcançar uma tarefa.
252
Continuação da página anterior
Realização de Realização de
Entrega rápida de Realização a médio
Realização benefícios a longo benefícios a longo
benefícios prazo
prazo prazo
A Figura 8.25 ilustra a evolução das capacidades do RPA dentro das tecnologias BPM.
253
Figura 8.25 Evolução das Capacidades do RPA em Tecnologias BPM
Robótica:
• Automatização baseada em regras
• Sinal único sobre integração
• Interação com aplicações em ambiente de trabalho Windows
• Interação web
• Interação com servidores principais (mainframes)
• Citrix * ou servidores remotos
• Reconhecimento de imagem OCR
• Intuitivo, guiado como por magia/sabedoria acumulada e de fácil utilização
• Auditoria e registo de atividades
• Monitorização da atividade de negócio
*) Citrix é uma empresa americana que produz software desenhado para facilitar o acesso seguro a
aplicações e conteúdos
Cognitivo:
• Dados estruturados, semi-estruturados e não estruturados
• Aprendizagem máquina
• Processamento em linguagem natural
• Reconhecimento da fala
• Inteligência Artificial
• Aprendizagem supervisionada de modelos
• Decisões baseadas em algoritmos
• Extração inteligente de informação
• Aprendizagem online
• Sintonia automatizada de modelos
254
Atendido
• Roteiro de tarefas individuais
• Funciona na área de trabalho de cada agente
• Aumenta a eficiência dos colaboradores
• Consolida informações e proporciona uma experiência consistente ao Cliente
• Simplifica o trabalho e otimiza os processos
Sem supervisão
• Processamento em grande escala sem supervisão
• Deve responder à flutuação na resposta do sistema, eventos desconhecidos e cenários de
negócio imprevistos sem interrupção
• Considera segurança, agendamento, auditoria e gestão de exceções
• Recolha segura e centralizada de informações de gestão, registos de auditoria e registos de processos
• Poucos humanos poderiam suportar muitas soluções robóticas
Aprendizagem Máquina
• Ajuda ou substitui a tomada de decisão subjetiva com base em grandes amostras de dados
• Interpreta informações contextuais e fornece um raciocínio consistente
• Ajuda a racionalizar processos e inquéritos de percurso
• Aplica o raciocínio humano em grandes volumes (por exemplo, monitorização de
transações, identificação de fraudes e filtragem de chamadas)
Aprendizagem Máquina
Abordagem Atendimento Sem Supervisão
(Machine Learning)
A automatização já existia antes mesmo do RPA ter entrado em cena. Embora existam múltiplas
sobreposições entre estes dois, ao contrário do RPA, a automatização é a invenção de uma nova
tecnologia para resolver problemas da vida real com a necessidade de intervenção humana.
255
Continuação da página anterior
Conhecimento de Necessário para criar guiões A maior parte não é necessária, uma vez
programação (scripts) de teste que é dirigida por um especialista
Escolher o processo certo para RPA é fundamental para o sucesso de qualquer implementação
RPA. A tabela seguinte fornece oito parâmetros de processos a partir dos quais se pode
escolher um processo para RPA. Tenhamos consciência que os processos devem ser feitos
manualmente por humanos no momento.
256
Os benefícios adicionais incluem:
• Grandes números de processos podem ser facilmente automatizados.
• A automatização de tarefas repetitivas economiza tempo e recursos preciosos.
• Aptidões de programação não são necessárias para configurar um robô de software. O pessoal
não técnico pode configurar um bot ou registar passos para automatizar um processo.
• Suporta todos os processos de conformidade regulares com auditoria sem erros.
• Modelação e implementação rápida de processos automatizados.
• Os defeitos são inquiridos para cada história em caso de teste e para o percurso.
• Gestão eficaz e sem problemas de construção e lançamento.
• Visibilidade em tempo real de bugs; descoberta de defeitos.
• Não é necessária formação quando as pessoas não executam o processo.
• Os robôs de software não ficam cansados.
• A produtividade aumenta, o que ajuda a aumentar a escalabilidade.
A seleção de uma ferramenta RPA deve ser baseada nos quatro parâmetros seguintes:
(1) Dados. Facilidade de leitura e escrita de dados de negócio em múltiplos sistemas.
(2) Tipo de tarefas essencialmente executadas. Facilidade de configuração de
processos baseados em regras ou baseados no conhecimento.
(3) Interoperabilidade. As ferramentas devem funcionar em múltiplas aplicações.
(4) IA. Suporte a IA embutido para imitar utilizadores humanos.
257
8.6.1.8 Utilizações Gerais de RPA
O RPA tem aplicações gerais que são independentes da indústria, como mostra a tabela seguinte.
A tabela seguinte mostra como o RPA pode ser utilizado em diferentes indústrias e áreas funcionais.
Indústria Utilização
• Reserva de bilhetes
Viagens e logística • Detalhes dos passageiros
• Contabilidade
258
• Ativação de cartões
Banca e serviços financeiros • Denúncias de fraude
• Descobertos bancários
De acordo com a Revista CIO, muitos projetos piloto de RPA estão parados devido a uma
mistura de questões de planeamento, pessoal e implementação. Os cinco motivos pelos quais
os projetos de RPA falham são:
(1) Hesitação da gestão. O RPA é perturbador; a maioria dos gestores não quer perturbar
o seu negócio.
(2) Falta de formação. Gastar tempo e dinheiro para ter uma ampla base de pessoal
treinado. O fracasso ocorre com mais frequência se apenas um pequeno grupo de
pessoas forem devidamente formadas.
(3) Casos de utilização incorreta. Criar um equilíbrio entre começar pequeno e começar
inteligente para proporcionar tanto um fator "UAU" quanto um ROI.
(4) Excluir as TI e os dados de segurança. As TI são um componente crítico para construir
um modelo sustentável e seguro que não depende inteiramente de terceiros. As TI são
necessárias para a manutenção a longo prazo da infraestrutura de RPA e dos bots
individuais que são desenvolvidos.
(5) Excluir os autores/criadores de aplicativos (apps). A equipa de desenvolvimento de
aplicativos será a proprietária do aplicativo e do processo de controlo de mudanças
após a implementação, portanto, o seu envolvimento é necessário (Violino 2018).
Assim como há razões para a implementação de RPA falhar, há melhores práticas que ajudarão a
garantir o sucesso. A Revista CIO descreve os oito fatores seguintes na sua edição de julho de 2018.
(1) Faça a sua própria pesquisa
259
o O foco nos processos de valor acrescentado igualará um maior sucesso na
modernização dos processos de negócio.
o Grandes candidatos a RPA são aquelas tarefas que são repetitivas e frequentes.
(4) Mantenha-o simples e modular
As aquisições/compras tendem a ser mais um processo transacional - aquisição para pagar, fonte
para fabricar, entre outras - o que as torna uma boa escolha para RPA. O Hackett Group publicou
um estudo sobre a utilização de RPA para compras com alguns resultados convincentes:
De acordo com a pesquisa, as organizações de compras globais, gastam 22% menos que os
seus pares, também podem reduzir adicionalmente os custos em 33% com a transformação
digital abrangente (Burnson 2019).
260
Figura 8.26 Oportunidade de Eficiência de Automatização Inteligente de Compras
(Gibbons e Sawchuk 2019)
A automatização robótica está disponível em algumas plataformas iBPMS (também conhecidas por
plataformas de automatização de processos digitais). Os iBPMS da próxima geração suportam todo
o espectro da automatização do trabalho: estruturado, cognitivo e assistido por IA.
Também é significativo o surgimento da Gestão Dinâmica de Casos para lidar com o trabalho
que se destina a um fim específico (ad hoc) e fornecer um modelo mais poderoso (em
comparação com fluxogramas e faixas de notação) para orquestração de trabalho.
261
Figura 8.27 Evolução do iBPMS (Khoshafian 2019)
8.6.2 Blockchain
O Blockchain é um tema quase ubíquo em revistas digitais, blogs, entre outras análises. Há
muitas definições que têm sido apresentadas. É importante definir Blockchain primeiro antes
de iniciar uma dissertação sobre o assunto. Muito simplesmente, Blockchain é uma versão única
da verdade, representada numa estrutura de dados que permite criar um registo digital de
dados descentralizado, imutável, seguro, datado e com registo temporal e ainda, partilhá-lo
entre uma rede de partes independentes. Do ponto de vista do BPM, o Blockchain reinventará
os processos de negócio no nível transacional para capturar os dados (entradas e saídas)
gerados pelos processos que estão a ser transacionados.
Blockchain públicos. Os Blockchain públicos integram grandes redes distribuídas que são
executadas através de um token nativo. Estão abertos a qualquer pessoa para participar em
qualquer nível e têm código aberto que a sua comunidade mantém.
Nota: token é algo que serve como representação visível ou tangível de um facto.
262
Blockchain privados. Os Blockchain privados tendem a ser menores e não utilizam um token.
A sua adesão é controlada de perto. Este tipo de Blockchain é favorecido por consórcios que
têm membros de confiança, que controlam de forma centralizada as permissões e
comercializam as informações confidenciais.
Todos os três tipos de Blockchain utilizam criptografia para permitir que cada participante em
qualquer rede possa gerir o registo (ledger) de forma segura sem a necessidade de uma
autoridade central para fazer cumprir as regras. A remoção da autoridade central da estrutura
da base de dados é um dos aspetos mais importantes e poderosos em Blockchain.
A partir de maio de 2019, existem quatro tipos de Blockchain, como se observa na Figura 8.28.
263
Figura 8.28 Tipos de Blockchain (Scribani 2018)
264
Os Blockchain são compostos por três partes principais: blocos, cadeias/correntes e redes.
Blocos. Uma lista de transações registadas num ledger durante um determinado período. O
tamanho, período e o evento de ação dos blocos é diferente para cada Blockchain. Nem todos
os Blockchain estão a registar e a assegurar um registo do movimento das suas moedas
criptográficas como o seu objetivo principal. Mas todos os Blockchain registam o movimento
da sua moeda criptográfica ou token. Pensemos numa transação como sendo simplesmente
um registo de dados. A atribuição de um valor a essa transação (como acontece numa
transação financeira) é utilizada para interpretar o significado desses dados.
Cadeias. Entendidas como correntes de ligações, um hash que liga um bloco a outro, faz um
encadeamento matemático. Este é um dos conceitos mais difíceis de compreender em Blockchain.
É como que fazer magia e colar os tipos de Blockchain que lhes permite criar a confiança
matemática. O hash num Blockchain é criado a partir dos dados que estavam no bloco anterior. O
hash é uma impressão digital destes dados e bloqueia blocos por ordem e tempo.
Embora os Blockchain sejam uma inovação relativamente nova, o hash não é. O hashing foi
inventado há mais de trinta anos. Esta velha inovação está a ser usada porque cria uma função de
sentido único que não pode ser decifrada. Uma função de hashing cria um algoritmo matemático
que mapeia dados de qualquer tamanho para uma cadeia de bits de tamanho fixo. Uma cadeia de
bits tem normalmente 32 caracteres, que representa os dados que foram descriptografados. O
Algoritmo de Hash Seguro (SHA) é dos que tem algumas funções de hash criptográficas utilizadas
em Blockchain. O SHA-256 é um algoritmo comum que gera um hash quase único, de tamanho
fixo de 256 bits (32-byte). Em termos práticos, pensemos num hash como uma impressão digital
de dados que é usada para o bloquear no lugar e dentro do Blockchain.
Rede. Uma rede é composta por nós completos. Pensemos neles como um computador
rodando um algoritmo que está a proteger a rede. Cada nó contém um registo completo de
todas as transações que já foram registadas naquele Blockchain.
Os Blockchain são descentralizados, de modo a que seja criado um sistema peer-to-peer sem
autoridade central gerindo o fluxo de dados. Uma das principais formas de remover o controlo
central, mantendo a integridade dos dados, é ter uma rede grande e distribuída de utilizadores
independentes. A descentralização significa que os computadores que compõem a rede estão em
mais do que um local. Estes computadores são frequentemente referidos como nós completos.
Os Blockchain diferem nos seus mecanismos de consenso, que são as regras pelas quais a
tecnologia atualizará os registos. Os Blockchain criam registos e históricos permanentes de
transações, mas nada é permanente. A permanência do registo é baseada na permanência da
rede. No contexto do Blockchain, isto significa que uma grande parte da comunidade de
utilizadores Blockchain teria que concordar em alterar a informação, mas são incentivados a
não alterar os dados.
Quando os dados são gravados num Blockchain, é extremamente difícil mudá-lo ou removê-lo.
Cada bloco é identificado por um hash criptográfico desses dados (registo). Esta representação
criptográfica é o que torna o ledger à prova de qualquer tipo de adulterações.
265
Quando alguém quer adicionar um registo a um Blockchain, também conhecido por transação ou
entrada, os utilizadores da rede que têm controlo de validação verificam a transação proposta. É
aqui que as coisas se complicam porque cada Blockchain tem uma rotação ligeiramente diferente
sobre como isto deve funcionar e quem pode – de facto - validar uma transação.
Finalmente, a segurança também vem do facto de vários computadores, conhecidos por nós,
armazenam o Blockchain e assim, para alterar o ledger, seria necessário ganhar o controlo de
pelo menos 50% do poder computacional para alterar o registo - um feito difícil, especialmente
para um Blockchain público.
266
Os Blockchain são ferramentas poderosas porque criam sistemas honestos que se auto-
corrigem sem a necessidade de terceiros para fazer cumprir as regras. Realizam a aplicação
das regras através do seu algoritmo de consenso.
A Figura 8.30 mostra um resumo dos catorze tipos diferentes dos algoritmos de consenso
usados em Blockchain.
A tabela seguinte descreve cada um dos catorze tipos dos algoritmos de consenso.
Prova de Estaca Delegada O mesmo que a PoS, mas os utilizadores com mais moedas poderão
(DPoS) votar e eleger Testemunhas.
267
Continuação da página anterior
Tipo de Algoritmo Descrição
Prova do Tempo Decorrido Semelhante à PoW, mas a diferença é que se concentra mais no
(PoET) consumo.
Tolerância Prática a Falhas A falha bizantina utilizou uma sequência particular para manter os
Bizantinas (PBFT) utilizadores de calibre à distância.
Gráficos Acíclicos Dirigidos Os DAGs não têm uma estrutura de dados Blockchain e podem tratar
(DAG) as transações de forma assíncrona.
Prova de Importância (PoI) O utilizador que envia e recebe frequentemente transações será pago por isso.
As seis categorias de casos de utilização de Blockchain incluem o registo estático, a identidade, contratos
inteligentes, registo dinâmico, pagamento e infraestrutura, entre outros, como ilustrado na Figura 8.31.
Figura 8.31 Seis Categorias de Casos de Utilização de Blockchain (Carson, et al. 2018)
268
Existem categorias adicionais que podem ser adicionadas à medida que a tecnologia de
Blockchain evolui. Uma pergunta a fazer é se precisamos de um Blockchain completo e a
seguir, se precisamos de um token digital ou de um contrato inteligente (smart contract).
Figura 8.32 Tecnologia de Ledger Digital (DLT) e Tecnologia de Ledger Contratual (CLT)
269
Figura 8.33 Viabilidade de Blockchain por indústria (Carson, et al. 2018)
270
Figura 8.34 Casos de utilização de Blockchain por indústria (Mearian 2019)
• Bitcoin
• Oferta inicial de moedas / Initial Coin Offering (ICO)
• Cadeias de distribuição
• Registos de propriedade
• Gestão de direitos digitais
• Financiamento ao comércio (Trade finance)
271
Figura 8.35 Pilha de Tecnologia Blockchain (Unicorn Watch 2019)
O que deve ficar claro neste ponto é que o Blockchain é uma tecnologia de primeiro nível
(foundation-level). Embora possa ser utilizada em diferentes indústrias para diferentes situações,
não é uma aplicação completa. Por exemplo, também deve incluir recursos como interfaces de
utilizador, lógica de negócio, persistência de dados e mecanismos de interoperabilidade.
272
O que distingue o Blockchain das bases de dados é que, atualmente, o Blockchain não
implementa o modelo de criação, leitura, atualização e exclusão utilizado nas bases de dados
convencionais. Além disso, as plataformas de Blockchain não são atualmente interoperáveis
com outras plataformas de Blockchain, que podem mudar à medida que a tecnologia e os casos
de utilização amadureçam.
O que torna o Blockchain disruptivo num mundo global, segundo George Gilder, pode ser
resumido em dois pontos: uma nova arquitetura de segurança e a reafetação do dinheiro.
Devolver o Poder ao Dinheiro. Os Governos esqueceram-se para que serve o dinheiro e como o
dinheiro funciona. Em resultado, estão a emitir mais e mais dinheiro, no pressuposto de que de
alguma forma o dinheiro constitui riqueza, em vez de perceberem que o dinheiro mede riqueza.
Voltar a um padrão de ouro é o que estabelece as moedas a uma taxa fixa, em vez de uma taxa
flutuante ligada a nada (papel). O Blockchain - juntamente com as moedas criptográficas -
oferece uma solução. Não se trata apenas de criar uma nova forma de dinheiro que o Governo
não possa tocar. Com a ajuda do Blockchain, algumas moedas criptográficas acabarão por
substituir o dinheiro real e fazer deslocar as moedas flutuantes.
Há até mesmo esforços para ligar as moedas criptográficas ao ouro. Isto criará um padrão
estável de moedas para transações comerciais (Guilder 2018).
"A governação em Blockchain pública como o Ethereum e o Bitcoin visa sobretudo as questões
técnicas. Comportamentos humanos ou motivação raramente são abordados", afirmou
Leow num comunicado. "Os CIOs devem estar conscientes do risco que as questões de
governação em Blockchain podem representar para o sucesso do seu projeto.
Especialmente organizações maiores devem pensar em aderir ou formar consórcios para
ajudar a definir os modelos de governação para uma Blockchain pública" (Panetta 2019).
Grande parte do Blockchain e as suas correspondentes tecnologias são ainda um pouco jovens e
carecem de um grau de maturidade para escalar num comércio global. Além disso, muitos líderes
ainda não compreendem completamente o Blockchain e as suas tecnologias relacionadas.
Mesmo que a tecnologia fosse madura e os líderes a entendessem suficientemente bem para
a implementar, ainda há uma questão de governação, não numa autoridade central, mas na
tecnologia, no projeto do sistema e nas regras da rede, especialmente sobre como chegar a
um acordo no caso de algo estar errado. Outro ponto sobre governação é que, por defeito, o
Blockchain partilha informações que podemos não querer partilhar - principalmente em redes
públicas do Blockchain. Embora a maioria destas questões seja resolvida com o tempo, o
Blockchain ainda tem muito mais desenvolvimento a ter de acontecer antes de estar pronto
para uma utilização corporativa generalizada.
Uma das melhores adequações do Blockchain aplicado a serviços financeiros é funcionar como
uma camada de comunicação para BPM.
273
Ao alavancar contratos inteligentes e a auditabilidade das tecnologias com registos distribuídos,
o Blockchain pode facilitar processos que envolvem várias partes seguindo orientações
regulamentares específicas.
Nestes cenários, a tecnologia está a ser utilizada principalmente para partilhar documentação,
comunicar informações e rastrear os diferentes estados das transações. A integração destes
sistemas com os fluxos de trabalho e backoffice existentes proporciona uma melhor visibilidade
entre todos os participantes. Não se trata de forçar todos a adotarem uma plataforma totalmente
nova. Em vez disso, trata-se de permitir a simples integração da infraestrutura herdada em
novas redes, o que pode proporcionar uma melhor funcionalidade.
A tecnologia Blockchain é diferente das soluções BPM na medida em que os serviços BPM
tradicionais tendem a lidar com fluxos de trabalho internos dentro de uma única Organização.
Em geral, não gerem o processo de fluxos de trabalho e as informações entre as organizações.
Se o fizerem, eles caem na mesma armadilha da qual o Blockchain está a ajudar e a afastar-se,
que é ter um repositório centralizado de informações controlado por um terceiro (neste caso, o
processo de negócio ou um fornecedor de fluxos de trabalho). Se um terceiro detém dados e
é responsável por passá-los de uma Organização para outra, há um risco de problemas de
resiliência que vêm com aquele ponto central ou único de falha.
Permitir que os participantes e as contrapartes mantenham o controlo dos seus próprios dados é
outro benefício importante da utilização de um Blockchain para BPM. Mesmo que as organizações
participantes tenham aplicado regras sobre os dados pela rede, ainda mantêm o controlo dos seus
dados em vez de um terceiro. Nesta linha, outro problema relacionado ao BPM que a tecnologia de
Blockchain pode resolver é a fraude interna. Numa perspetiva de risco, uma rede de Blockchain
impõe regras de transação aos próprios colaboradores de uma parte para que estes não possam
ter comportamentos errados, contornar regras e regulamentos.
274
• Atribuição ou verificação de certificações ou certas propriedades de produtos físicos; por
exemplo, determinar se um produto alimentar é orgânico ou de comércio justo (Herzberg 2015).
• Ligar bens físicos a números de série, códigos de barras, etiquetas digitais como RFID, etc.
• Partilhar informações sobre o processo de fabricação, montagem, entrega e manutenção
de produtos com fornecedores e vendedores.
Esta seção cobre a Inteligência Artificial (IA), Aprendizagem Máquina (ML) e a aprendizagem
profunda (Deep Learning). Vale a pena explorar o Deep Learning devido ao seu papel nas redes
neuronais e por aplicações avançadas como o reconhecimento de imagem. Em seguida estão
as definições para estes termos.
Inteligência Artificial (IA) significa obter de um computador uma maneira de imitar de alguma
forma o comportamento humano. IA é um subcampo da ciência computacional. De acordo com o
Oxford English Dictionary, IA é "a teoria e o desenvolvimento de sistemas de computador capazes
de executar tarefas que normalmente requerem inteligência humana", tais como, perceção visual,
reconhecimento da fala, tomada de decisão e tradução entre línguas. Webster's define IA como "a
capacidade de uma máquina inteligente em imitar o comportamento humano".
Aprendizagem Máquina (ML), é um subconjunto da IA. O Machine Learning utiliza uma gama de
técnicas que permitem aos computadores aprender a executar tarefas sem serem explicitamente
programadas. No seu núcleo, os algoritmos de aprendizagem máquina funcionam para identificar
padrões nos dados e criar modelos que prevêem ou classificam resultados específicos. Em ML, a
tarefa essencial é criar uma previsão de resultados futuros a partir de um conjunto de dados de
entrada. Esta tarefa é realizada através de uma simulação/teste e de um palpite estatístico a partir
de dados históricos. Se o valor previsto é um número real, então podemos estar a resolver um
problema de regressão. Se estivermos a prever uma resposta do tipo, sim ou não, então estamos
a resolver um problema de classificação binária ou de duas classes. Se estivermos a prever mais
do que duas classes, então estamos a resolver um problema de classificação de várias classes. O
importante é que o conjunto de dados é o mesmo, mas os algoritmos podem ser diferentes.
Curiosamente, as redes neuronais são uma opção para qualquer um dos três tipos de problemas
de previsão. Observemos também que as redes neuronais são conhecidas tanto pela precisão
quanto pelo longo tempo de formação e são uma das abordagens mais demoradas, mas precisas,
para a aprendizagem de máquinas.
275
Utiliza algoritmos de aprendizagem profunda e redes neuronais profundas / Deep Neural
Networks (DNNs). As DNNs são redes neuronais construídas a partir de muitas camadas (daí o
termo "profundas") de unidades de processamento linear e não linear, alternadas e são testadas
utilizando algoritmos de larga escala e grandes quantidades de dados de teste. Uma rede
neuronal profunda pode ter dez a vinte camadas ocultas, enquanto uma rede neuronal típica
pode ter apenas algumas. Quanto mais camadas na rede, mais características ela pode
reconhecer. Infelizmente, quanto mais camadas na rede, mais tempo será necessário para
calcular e mais difícil será testar.
De acordo com um relatório de Rob Koplowitz da Forrester, o BPM irá evoluir com base no seguinte:
De todo, não é intenção deste referencial de conhecimento em BPM entrar num curso de nível
universitário ou de pós-graduação sobre IA, ML, Deep Learning ou redes neuronais. Para os
interessados em estudar mais sobre estas matérias, é possível aprender muito mais sobre Deep
Learning simplesmente instalando um dos pacotes de Deep Learning, testando as suas amostras e
ler os seus tutoriais. Para mais informação, consultar um ou mais dos seguintes recursos:
A maioria do desenvolvimento da IA que acontece hoje em dia pelos líderes da indústria recai
sob o terceiro objetivo e usa o raciocínio humano como um guia para fornecer melhores
serviços ou criar melhores produtos em vez de tentar alcançar uma réplica perfeita da mente
humana (Marr 2018).
276
A Amazon constrói grande parte do seu negócio em sistemas de aprendizagem máquina (como
um subconjunto de IA) e define IA como, "o campo da ciência da computação dedicado a
resolver problemas cognitivos comumente associados à inteligência humana, como
aprendizagem, resolução de problemas e reconhecimento de padrões".
Dado que o Big Data é um grande desafio para as organizações que querem desenvolver
perspetivas sobre os seus Clientes, algumas das principais aplicações da IA, ML e Deep
Learning, podem realmente fazer o seguinte:
O que torna a IA, o ML e o Deep Learning possível neste momento, é a proliferação do volume
e dos tipos de dados, juntamente com os custos mais baixos de hardware, ferramentas de
computação e armazenamento. IA, ML e Deep Learning são uma progressão natural da
inteligência corporativa.
Em maio de 2011, a lacuna para gestores e analistas que sabiam como usar os resultados das
análises era de 1,5 milhões, uma ordem de magnitude maior do que para aqueles que produzem
as análises (tais como analistas e cientistas de dados). Dito de outra forma, o ponto de
estrangulamento na cadeia de valor dos dados não são os dados ou as análises; é a capacidade
de consumir os dados e as análises em contexto e de forma inteligente. Por outras palavras, o
desafio é ganhar perspetivas contextuais (padrões) a partir dos dados (Manyika et al. 2011).
No extrato seguinte da Infoworld, o autor Jerry Hartanto, analisa a aplicação comercial da IA, o
ML e o Deep Learning.
IA, ML e Deep Learning podem transformar a pilha de dados num ativo, determinando
sistematicamente a sua importância, prevendo resultados, prescrevendo ações
específicas e automatizando a tomada de decisão. Em resumo, a IA, o ML e o Deep
Learning permitem que as organizações e as empresas assumam os fatores que
impulsionam a complexidade do negócio, entre eles:
Cadeias de valor e cadeias de distribuição que são mais globais, interligadas e focadas em
microsegmentos.
277
Em muitos aspetos, a IA, o ML e o Deep Learning são superiores à programação explícita e à
análise estatística tradicional:
As regras do negócio não precisam realmente de ser conhecidas para atingir o resultado
desejado - a máquina só precisa ser treinada com exemplos de entradas e saídas.
Se as regras de negócio mudarem de tal forma que as mesmas entradas não resultem mais nas
mesmas saídas, a máquina só precisa ser requalificada - não reprogramada - acelerando os tempos
de resposta e aliviando as pessoas da necessidade de aprender novas regras de negócio.
O desafio com a IA, o ML e o Deep Learning é que tudo o que atualmente está baseado em
estatísticas, tem um elemento de erro na previsão de resultados, como mostrado na Figura 8.37.
278
Figura 8.37 Vantagens, Desvantagens e Fatores de Negócio em AI, ML e Deep Learning,
adaptados (Hartanto 2019)
Embora a modelação estatística e a aprendizagem máquina sejam ambas usadas para construir
modelos de situações de negócio, existem algumas diferenças chave entre as duas, como
mostra o quadro representado na Figura 8.38.
279
Figura 8.38 Modelação Estatística versus Aprendizagem Máquina, adaptada (Hartanto 2019)
280
Figura 8.39 Relacionamento entre AI, ML e Deep Learning,
adaptado (Hartanto 2019)
A Figura 8.40 mostra a relação entre IA, ML e Deep Learning. A aprendizagem máquina utiliza
algoritmos e o Deep Learning baseia-se nesses algoritmos e adiciona híper parâmetros para
construir um modelo de aprendizagem final.
281
Supervisionada
Não supervisionada
Na aprendizagem sem supervisão, estamos por nossa conta - ninguém nos diz como tocar piano,
então inventamos as nossas próprias ideias do que é certo e errado, com o objetivo de otimizar um
parâmetro que é importante para nós, como a velocidade de terminar a peça, a proporção de notas
altas para notas suaves, ou o número de teclas únicas que tocamos. Na aprendizagem sem
supervisão da máquina, os pontos de dados não têm etiquetas certas ou erradas associadas. Em
vez disso, o objetivo é organizar os dados de alguma forma ou descrever a sua estrutura. Esta
Organização pode significar reunião em grupos ou encontrar diferentes maneiras de olhar para
dados complexos para que pareçam mais simples ou mais organizados. A aprendizagem não
supervisionada é geralmente menos eficaz com os testes do modelo, do que a aprendizagem
supervisionada, mas pode ser necessária quando não existem rótulos (por outras palavras, as
respostas corretas não são conhecidas). Um exemplo de negócio comum é uma segmentação de
mercado. Muitas vezes não está claro quais são os segmentos de mercado certos, mas toda a
equipa de negócio está a procurar segmentos de afinidades naturais para poder abordar esses
segmentos com a mensagem correta, promoções e produtos certos.
Semi-supervisionada
Reforço
Na aprendizagem de reforço, o instrutor não nos diz a forma certa e errada de tocar piano. Não
sabe que parâmetro estamos a tentar otimizar, mas é-nos dito quando fazemos algo certo ou
errado. O instrutor bate nos nós dos dedos com uma régua quando tocamos a nota errada ou
toca com o ritmo errado. Quando tocamos bem, dá-nos uma palmada nas costas de satisfação.
Em Machine Learning, a aprendizagem de reforço pode abordar situações em que os dados
supervisionados são escassos, mas a resposta certa é conhecida. Por exemplo, num jogo de
xadrez, há demasiadas permutações de jogadas para documentar (rótulo). Mas a aprendizagem
de reforço ainda diz à máquina quando ela toma decisões certas e erradas que a levam a
ganhar, como a captura de peças e o reforço de posições no xadrez.
Aprendizagem de Transferência
282
Aprendemos baseados em aptidões transferíveis que já possuimos, como ler música e agilidade
nas nossasmãos. Em Machine Learning, a aprendizagem por transferência é utilizada porque
reduz o tempo de aprendizagem, que pode ser significativo (horas ou mesmo dias) para
modelos que utilizam arquiteturas de Deep Learning.
283
A tabela seguinte contém um resumo dos tipos de algoritmos associados aos tipos de
aprendizagem de modelos.
(Hartano 2019)
*) Definição EEG:
284
A Figura 8.41 ilustra o conceito de modelos de Deep Learning baseados em redes neuronais.
Figura 8.41 Modelação: Deep Learning (Hartanto 2019) e (Van Veen e Leijnen 2019)
A maioria dos projetos de IA falham; o fracasso acontece por uma variedade de razões. A Figura
8.42 mostra as categorias de falhas em projetos de IA.
285
Figura 8.42 Porque os Projetos de IA Falham (Hartanto 2019)
Casos de Utilização
A seleção dos casos de utilização certos fica melhor realizada em colaboração com os seguintes:
O segundo ponto de falha é a construção incorrecta dos modelos de IA em si, com base na
falta de dois elementos:
• Disciplina. Embora a ciência de dados, como outras ciências, seja experimental por
natureza (não sabemos realmente o que os dados nos dirão até que trabalhemos com eles),
a abordagem da ciência de dados deve ser bem definida, deve ser disciplinada e deve
acelerar o tempo para o valor.
• Bons cientistas de dados. Os bons cientistas de dados podem rapidamente experimentar
e iterar, aprender com as suas experiências, distinguir entre abordagens promissoras e
ineficazes, investigar e adaptar métodos avançados, se necessário. Bons cientistas de
dados constroem os MVP (Minimal Viable Products) de forma rápida e paralela.
286
Escala
O terceiro ponto de falha é a falta de escala para construir e melhorar rápida e simultaneamente
os vários modelos em IA. Frequentemente, esta questão resume-se aos cientistas de dados
serem capazes de trabalhar em colaboração, reutilizar redes de dados, fluxos de trabalho,
modelos e algoritmos e reproduzir resultados de modelos. Além disso, precisam de ser capazes
de capturar e incorporar rapidamente um feedback operacional (nos ambientes de teste, de
preparação, ou de produção) para construir mais escala. A realização da escala em IA requer
tanto um ambiente de infraestrutura correto, quanto uma abordagem de governação do modelo
toque certo (right-touch).
Claramente, modelos que nunca saem do laboratório não podem realizar estas tarefas. Além
disso, não só os modelos precisam ser implementados (ou seja, tornados acessíveis a pessoas
ou sistemas), mas devem ser incorporados aos fluxos de trabalho de tal forma que sejam
utilizados nas operações. As exceções (como quando os modelos não podem tomar decisões
com alta probabilidade de correção) devem ser geridas com elegância (por exemplo, através
de intervenção humana, reciclagem de modelos e modelos de retrocesso). A operacionalização
e harmonização da IA requer uma integração gradual, mas completa dos fluxos de trabalho do
modelo, monitorização de entradas de dados e parâmetros de desempenho do modelo e gestão
de implementações frequentes do modelo. A Figura 8.43 mostra um exemplo de estrutura de
solução com IA que liga a IA ao BPM.
287
* A figura 8.43 menciona o Hadoop Distributed File System (HDFS), trata-se de um sistema de
ficheiros distribuído concebido para funcionar com hardware de base. Mais informação em
http://hadoop.apache.org.
Existem quatro componentes para construir uma estrutura de solução aplicando a AI:
• Gestão de dados
• Desenvolvimento de modelos
• Operacionalização do modelo
• Impacto organizacional e corporativo
A gestão de dados é uma parte normal dos ambientes BI atuais, pelo que não é abrangida aqui.
O segundo componente, o desenvolvimento de modelos, consiste em duas grandes áreas:
Estes quatro componentes exigem grupos de colaboração TI, engenheiros de dados, cientistas
de dados e áreas de negócio. A IA é um desporto de equipa.
8.6.5.4 Exemplo Cadeia Distribuição com 8 critérios para alcançar o sucesso com IA
De acordo com a One Network Enterprises, há oito critérios para uma implementação bem-
sucedida de IA na gestão da cadeia de distribuição.
288
A maioria das cadeias de distribuição hoje em dia tentam executar planos utilizando dados que datam
de há muitos dias, tudo isto resulta numa tomada de decisão deficiente que sub otimiza a cadeia de
distribuição ou requer a intervenção manual do utilizador para resolver o problema. Sem informação
em tempo real, uma ferramenta de IA está apenas a tomar más decisões, mais rapidamente.
A menos que a ferramenta de IA possa ver a procura a montante e a oferta a jusante e todas
as restrições e capacidades relevantes na cadeia de distribuição, os resultados não serão
melhores do que os de um sistema de planeamento tradicional. Infelizmente, esta falta de
visibilidade e acesso a dados em tempo real, tem sido a norma em mais de 99% de todas as
cadeias de distribuição.
289
Motores AI Devem Ser Altamente Escaláveis
Para que a cadeia de distribuição seja otimizada em toda uma comunidade de consumidores a
fornecedores, o sistema deve ser capaz de processar grandes volumes de dados e muito
rapidamente. Grandes cadeias de distribuição comunitárias podem ter milhares, se não
centenas de milhar, de locais de armazenamento. As soluções IA devem ser capazes de tomar
decisões inteligentes, rápidas e em grande escala.
A IA não deve operar numa caixa negra. Um bom interface de utilizador deve dar aos utilizadores a
visibilidade dos critérios de decisão e impacto de propagação e permitir que entendam questões
que um sistema de IA não pode resolver. Os utilizadores, independentemente do tipo, devem ser
capazes de monitorizar e fornecer informações adicionais para anular as decisões de IA quando
necessário. Entretanto, o sistema de IA deve conduzir o próprio sistema e apenas envolver o
utilizador numa base de exceção ou permitir que o utilizador adicione novas informações que a IA
possa não conhecer a pedido do utilizador (One Network Enterprises Staff 2017).
A Figura 8.44 mostra uma arquitetura de cadeia de distribuição para uma plataforma de IA.
O BPM, pelo menos no que diz respeito à automatização de processos e Process Mining, é uma
parte indispensável da IA. O BPM é, em grande parte, uma projeção da IA no mundo dos
processos corporativos. O papel do BPM para IA é igualmente importante na medida em que
as transações comerciais críticas delegadas à IA ficam completamente fora do controlo da
gestão da empresa (no comércio eletrónico).
290
O BPM é o único cinto de segurança capaz de proteger as Organizações dos seus cérebros
artificiais recém-nascidos e reter o controlo em plataformas digitais impulsionadas pela IA. Não
acidentalmente, todos os principais sistemas de IA utilizam cada vez mais técnicas e uma
metodologia BPM como parte essencial das suas aplicações de negócio. Enquanto o BPM de
código baixo (low-code) foi mencionado na secção de iBPMS, o desenvolvimento de código
baixo funciona para processos menos complicados e transações relacionadas a processos,
onde o processo pode ser melhorado bastante mais rapidamente e com pouca interrupção para
a Organização. Ao construir plataformas de IA com máquinas e algoritmos de Deep Learning,
a melhor abordagem para integrar IA com BPM implicará a utilização de microserviços.
8.6.6.1 Microserviços
Devido à complexidade cada vez maior dos sistemas corporativos, os microserviços focados
tornaram-se mais populares. Os microserviços dividem as responsabilidades e cada um deles
enfrenta uma tarefa singular para garantir que todas as facetas da Organização recebam a
atenção adequada. A tecnologia de microserviços foi especificamente projetada para ser
incorporada em aplicações existentes, como a Gestão de Relacionamento com o Cliente (CRM),
a Gestão da Cadeia de Distribuição (SCM) ou o Software Integrado de Gestão (ERP), para citar
algumas. A arquitetura resultante permite o desenvolvimento de software escalável. A utilização
de microserviços é realmente onde a IA e o BPM irão convergir em escala.
291
• Talento. Devido à complexidade da arquitetura de microserviços, são necessários
programadores talentosos. Precisamos de um programador dedicado para manutenção,
consultas de utilizadores e novas integrações. Enquanto os microserviços precisam de mais
trabalho e mais codificação do que o seu homólogo de código baixo, acabam por nos dar mais
controlo e facilitar a troca de peças à medida que a tecnologia continua a melhorar.
292
8.6.7 Internet das Coisas (IoT)
A Internet das Coisas (IoT) é o conceito de conectar qualquer dispositivo com um interruptor ligado
e desligado à Internet (e/ou um ao outro). Os dispositivos incluem telemóveis, máquinas de café,
máquinas de lavar roupa, auscultadores, lâmpadas, dispositivos de desgaste e quase tudo o que
mais se possa imaginar. Componentes de máquinas como um motor a jato de um avião ou a
perfuradora de uma plataforma petrolífera, também são coisas potenciais a serem conectadas.
A Gartner prevê que até final de 2020, mais de 26 biliões de dispositivos estarão conectados à
Internet (Hung 2017). Neste sentido, a IoT é apenas uma rede gigantesca de dispositivos ou
coisas conectadas. Pode-se supor que, no futuro, qualquer dispositivo que possa ser conectado
será conectado. Os dispositivos não precisam ser inteligentes - o que significa que armazenam
os seus próprios dados - ao contrário, tudo o que os dispositivos têm que fazer é conectar-se
ao armazenamento.
Todas as três categorias têm enormes benefícios que se alimentam umas às outras.
Esta categoria realmente o que significa na prática são sensores. Os sensores podem ser
sensores de temperatura, sensores de movimento, sensores de humidade, sensores de
qualidade do ar, sensores de luz, entre outros. Estes sensores, juntamente com uma ligação,
permitem-nos recolher automaticamente informações do ambiente que, por sua vez, permite-
nos tomar decisões mais inteligentes.
293
Nos seres humanos, a nossa visão, audição, olfato, tato e paladar permitem-nos dar sentido ao
mundo; os sensores permitem que as máquinas dêem sentido ao mundo. Os sensores de
temperatura são um grande exemplo de produtos transportados que requerem uma
temperatura constante, como os produtos farmacêuticos. Outro exemplo é numa quinta, onde
os sensores recolhem automaticamente informações sobre a humidade do solo para informar
os agricultores exatamente quando as suas plantações necessitam de ser regadas.
O verdadeiro poder da IoT surge quando “as coisas” podem fazer em simultâneo as duas coisas
- recolher informação e enviá-la, receber informação e agir sobre essa informação.
A IoT estende o poder da Internet para além do computador e dos dispositivos. A IoT é
importante porque fornece às pessoas e organizações uma melhor perceção e controlo sobre
99% dos objetos e ambientes que permanecem para além do alcance da Internet. Obviamente,
a quantidade de dados gerados pela IoT exigirá mais conhecimento desses dados para a
tomada de decisão, o que passa para o domínio da inteligência artificial.
As seis categorias de coisas ligadas incluem produtos, bens, frotas, infraestruturas, mercados
e pessoas.
Produtos Conectados
Desde as máquinas de café ligadas ao consumidor até às bombas industriais ligadas, esta
categoria permite uma visibilidade ponta a ponta nas operações centradas no produto. A
categoria também promete melhorias ou mesmo transformação em torno de questões como
conformidade regulamentar e capacidade de serviço do produto.
Ativos Conectados
Em contraste com os produtos conectados, esta categoria envolve equipamentos de alto valor
e longa vida útil, como aeronaves e máquinas industriais. Os ativos conectados, conectam
sistemas de produção com processos de fabricação e manutenção para aumentar o tempo de
atividade dos ativos e reduzir custos operacionais e de reparação.
Frotas Conectadas
Esta categoria tem tudo a ver com localização, monitorização, análise e manutenção de
quaisquer ativos que se movimentam - de camiões para navios a equipamentos de construção
- onde quer que apareçam na rede. A extração de dados de equipamentos móveis tem sido
difícil e cara, por isso a promessa de usar a IoT é imensa.
294
Infraestruturas Conectadas
De redes de software, a redes de energia, a edifícios, a maioria dos sensores IoT provavelmente
acabará em infraestruturas conectadas. Esta categoria tem potencial para fornecer novas
formas de inteligência operacional digital para transformar sistemas físicos. Os objetivos são
impulsionar o crescimento económico, melhorar o serviço e permitir operações mais eficazes
e eficientes, bem como, mitigar os riscos.
Mercados Conectados
Os mercados aplicam-se a qualquer atividade que envolva espaço físico, desde centros
comerciais, a quintas, a cidades. A IoT pode ajudar as cidades, as áreas rurais e outros
mercados a otimizar a utilização de ativos e recursos naturais; reduzir o uso de energia,
emissões e congestionamentos; a melhorar a eficiência e a qualidade de vida.
Pessoas Conectadas
Esta categoria está focada na melhoria do trabalho, da vida e da saúde, ligando pessoas e
comunidades, permitindo que as organizações evoluam para novos modelos de negócio e
proporcionando melhores experiências de vida.
Os desafios enfrentados passam pela adoção de um centro IoT em torno da sua gestão,
padrões e segurança. Os atuais desafios das coisas conectadas incluem:
A Figura 8.45 mostra uma arquitetura de referência simples de Internet sem fios.
295
Figura 8.45 Arquitetura de Referência IoT (Munasinghe 2017)
Podemos começar por colocar uma estrutura sólida num sistema IoT.
A IoT é muito mais do que dispositivos de consumo conectados à Internet. Mais cedo ou mais
tarde, a equipa de TI precisará que criemos uma infraestrutura para dar suporte a tudo isto.
Esta situação leva-nos ao processo de chegar a uma arquitetura IoT.
Camadas IoT:
Camadas transversais:
• Gestor de dispositivos
• Gestão de identidades e acessos
296
As organizações precisarão investir num tipo de arquitetura em quatro partes que suporta
muitos sistemas IoT atualmente. Imaginemos essas quatro partes como passos de um
processo, como ilustrado na Figura 8.46. Todas as quatro partes são estruturas integradas, que
se reforçam mutuamente e transportam dados carregados de valor das várias coisas em rede
para a produção e para os sistemas tradicionais de TI a fim de fornecer perspetivas de negócio
acionáveis.
297
8.6.7.5 IoT e a Cadeia de Distribuição
Muitas organizações voltadas para o futuro estão a começar a experimentar dispositivos IoT
para transformar as cadeias de distribuição complexas em redes totalmente conectadas e
homogéneas. Os dados de sensores e informações de identificação por radiofrequência (RFID)
de dispositivos, por exemplo, podem permitir a localização de ativos, monitorização e alertas
quase em tempo real que ajudam a agilizar as tarefas e minimizar a interrupção. De forma mais
ampla, os dados gerados por esses dispositivos podem ajudar a produzir perspetivas acionáveis
que informam o BI e podem ajudar as organizações a melhorar as operações. Há quatro áreas
principais onde a IoT irá melhorar as cadeias de distribuição: visibilidade, colaboração, ativos e
atendimento ao Cliente.
Aumento da Visibilidade
A IoT permite aos gestores da cadeia de distribuição conectar os seus veículos, equipamentos e
dispositivos para obter atualizações de estado quase em tempo real sobre os envolvidos. Esta
visibilidade instantânea pode oferecer uma visão completa de toda a cadeia de distribuição, desde
o armazém até aos diferentes interessados e Clientes. Por exemplo, em vez de ver o estado de um
trabalho listado como no correio ou em trânsito, os gestores podem ver a localização exata do
veículo. Com esta informação, podem tomar decisões inteligentes e oportunas que irão manter as
mercadorias em movimento de forma eficiente. Isto também ajuda a proporcionar outros benefícios
em toda a Organização, como a redução de custos e o auxílio na conformidade.
Encorajar a Colaboração
A IoT ajuda as organizações a ter uma visão muito mais holística de como a sua cadeia de
distribuição impacta o negócio. É particularmente importante para as cadeias de distribuição mais
complexas, onde diferentes peças ou componentes são adquiridas em diferentes fornecedores e
locais. A IoT dá a quem toma a decisão a capacidade de aceder a detalhes quase em tempo real
sobre o estado do trabalho em toda a cadeia e ajuda a quebrar silos. O aumento da colaboração
entre áreas de negócio também pode ajudar a identificar possíveis problemas ou gargalos mais
cedo, tomar decisões estratégicas mais inteligentes e aumentar a produtividade.
Maximizando os ativos
Uma cadeia de distribuição mais conectada não só ajuda a aumentar a eficiência, como também
ajuda a prestar um melhor serviço ao Cliente.
298
Os gestores podem aceder a informações no escritório ou em aplicativos móveis para localizar
onde um item está em tempo quase real, de modo a que a previsão dos tempos de entrega se
torne uma ciência mais exata. Os gestores podem então identificar quaisquer problemas
potenciais mais cedo, contactar o Cliente para gerir as suas expectativas, ou fazer acordos
alternativos para assegurar que os SLAs sejam cumpridos. A frota conectada também permite
a automatização de atualizações de estado para os Clientes, ajudando-os a manterem-se
informados e reduzindo as consultas de entrada nos centros de contacto de Clientes.
O BPM é um componente vital de qualquer dispositivo que tenha conectividade IoT. O papel
do BPM, em termos de IoT, é agir como o condutor do processo para todos os dados recolhidos
de e para os processos que estão a ser executados. As saídas ou resultados dos processos
geram o resultado desejado ou os dados são enviados para outros processos ou outros
dispositivos na cadeia de valor geral.
Figura 8.47 Segurança Corporativa versus Segurança em IoT (Acreto Staff 2019)
299
8.6.8 Conceitos Chave de Tecnologia e de Transformação
Tecnologia e Transformação
Conceitos Chave
Negócio e Transformação Digital
Tecnologias Corporativas
iBPMS
300
Fase 3: Desenvolver Iniciativas
Como o Guia BPM CBOK não é prescritivo, não cobre, nem sugere como fazer, quer em termos
de tópicos BPM, quer como no planeamento na gestão de projetos, com programação e uma
sequência. No entanto, o guia segue as fases do ciclo de vida do BPM para ilustrar as melhores
práticas BPM para cada fase. Para a Fase do Desenvolvimento de Iniciativas, dá-se em seguida
um exemplo de tópicos que um plano a um nível corporativo pode cobrir.
301
9 Construir uma Organização e Cultura Orientadas para os Processos
O objetivo final de uma iniciativa BPM é construir uma cultura orientada a processos na qual a
Organização abrace a tecnologia e outras mudanças necessárias para tornar o trabalho mais eficiente
e focarmo-nos consistentemente na criação de valor para os Clientes. Usar Agile com a tecnologia
BPM requer uma cultura corporativa e de governação apropriadas para apoiar. A governação BPM
garante que os processos, os dados e a tecnologia sejam consistentes com os requisitos das pessoas
e que ambos estejam alinhados para produzir o melhor valor para a Organização. A governação é
uma parte integrada de uma abordagem e estratégia da tecnologia BPM.
O ex-CEO da GE, Jack Welch, disse uma vez de forma notável: "O suave é o difícil". Dado o
alcance e a magnitude das mudanças envolvidas nas iniciativas a nível corporativo, deve ser
óbvio que é necessária uma enorme quantidade de atividades relacionadas com os Recursos
Humanos ao longo do ciclo de vida do BPM ou para qualquer transformação. O
desenvolvimento da liderança dos colaboradores, a requalificação, a formação e a
aprendizagem em contexto de trabalho requerem um planeamento orçamental significativo que
deve começar cedo, no início do ciclo de vida do BPM - um ponto que não pode ser enfatizado
em demasia. A Figura 9.2 ilustra o âmbito do projeto organizacional necessário para a mudança
ao nível da Organização no interior do ciclo de vida BPM.
• Desenvolvimento de liderança
• Mudança cultural
302
9.1 Desenvolvimento de Liderança
303
Ortodoxia 7: Mapear o que temos hoje para o que queremos no futuro ajuda-nos a manter
a equidade inserida no sistema atual.
Ortodoxia 8: Obter o alinhamento das partes interessadas no desenho de um programa de
liderança vale o tempo extra que leva para realizar esse alinhamento.
Ortodoxia 9: As organizações são obrigadas a ajudar a desenvolver as aptidões dos
gestores para ganhar vantagem competitiva.
Ortodoxia 10: O ego humano e o desejo de poder.
A segunda área crítica é a mudança cultural. Segundo a Norma Sabapathy, EVP HR da Cadillac
Fairview Corp, "A razão número 1 pela qual qualquer Organização deve preocupar-se é que foi
provado que se temos uma forte cultura organizacional, está positivamente correlacionada com
os resultados do negócio".
Segue-se um extrato de um artigo sobre as 10 dicas de Sabapathy para a condução de
mudanças culturais que se vão manter.
2. Alinhar a cultura com a estratégia e processos. Olhemos para a nossa missão, visão e
valores e consideremos como se alinham com os nossos processos de RH, incluindo a
contratação, a gestão de desempenho, as políticas de remuneração, os benefícios e a
promoção de talentos. É importante que o nosso recrutamento e gestão de talentos
construa a nossa cultura, especialmente o nosso futuro, incluindo os planos de sucessão.
4. Ter proponentes visíveis. Para que a mudança de cultura se mantenha, deve ser uma
prioridade do CEO e do Conselho de Administração (CA). Para uma empresa pública
ou privada, é importante mostrar ao CA uma estrutura para se entender a cultura
organizacional, o seu impacto no desempenho e também trabalhar com o CA para
criar um objetivo de desempenho permanente para o CEO que avalia a cultura.
304
6. Alinhar a nossa cultura com a nossa marca. A cultura deve ter ressonância tanto
com os colaboradores como com o mercado. Para conseguir isto, os líderes precisam
descobrir como ativar a marca em vários grupos de Stakeholders, especialmente no
atual mundo online, onde a má experiência do Cliente, hoje, pode tornar-se uma
sensação viral, amanhã.
7. Medir. O que é medido, é gerido. Ferramentas úteis para demonstrar a eficácia dos
nossos esforços através da implementação de pesquisas com colaboradores, análises
de talentos que identificam lacunas entre o comportamento desejado e o real e
avaliações de utilização direta da linha de ética.
8. Apressar, não. Mudar uma cultura organizacional pode levar meses até vários anos.
Começar certificando-nos de que há uma razão clara para que a Organização deva
mudar.
9. Invistir agora. Não esperar por pessoal e recursos que podem nunca vir. É uma viagem
e não um destino (como o BPM).
10. Ser ousado e liderar. Não precisamos estar numa posição de influência para ter
influência. Quando nos aproximamos, encorajamos os outros a também se
aproximarem (Folz 2016).
É geralmente aceite que a liderança impulsiona a cultura organizacional e esta cultura é o que
sustenta os resultados dos negócios. O negócio e a transformação digital devem começar com
estratégia e processos. O ponto importante aqui é que o desenvolvimento da liderança e a
mudança cultural têm todos os processos de RH como a pedra angular para a construção da
cultura necessária para enfrentar qualquer mudança nos negócios. As organizações
beneficiariam verdadeiramente das Pessoas Chefes e dos Agentes de Aprendizagem (Learning
Officers) que entendem e sabem completamente como alcançar o desenvolvimento da
liderança e a mudança cultural, tal como aqui descrito. Infelizmente, muitas organizações não
têm as pessoas certas para este importante papel que é fundamental para a mudança
organizacional.
Uma vez aprovada a estratégia pela direção executiva e/ou pelo CA, a transformação passa do
conceito para a realidade cultural. A comunicação é a atividade número um que impulsiona a
mudança da cultura organizacional. A mudança, seja ela cultural ou de processos, tem três
níveis de compromisso:
305
9.4 A Organização Orientada para os Processos
O papel da medição é crucial a este respeito. Empresas orientadas a processos medem o que é
importante para os Clientes. Entre as medidas mais comuns focadas no Cliente incluem-se a
entrega perfeita de pedidos (conforme definido pelo The Supply Chain Council), a introdução
perfeita de novos produtos e as primeiras respostas diretas às consultas e reclamações dos
Clientes.
• Os Donos dos Processos são nomeados por níveis médios de gestão com
responsabilidade por processos de pequeno âmbito e não são apoiados por nomeações
de Donos dos Processos a um nível executivo para a melhoria e gestão dos processos
ponta a ponta da Organização.
• A falta de formação adequada e contínua sobre (e orientada a) aprendizagem, em
concreto, o papel do Dono dos Processos.
• O papel do Dono dos Processos é dissociado da estrutura fundamental de gestão da
Organização e os Donos dos Processos não têm uma voz clara na tomada de decisões
em torno de recursos e prioridades.
Uma abordagem integrada para melhorar o desempenho através de uma visão da Organização
focada no Cliente e baseada em processos é outro elemento chave para se tornar uma
Organização centrada em processos. Isto requer integração nos vários métodos de melhoria
utilizados por uma Organização, incluindo algumas abordagens como o Lean, o Seis Sigma, a
Melhoria Contínua dos Processos, a Reengenharia e iniciativas BPM baseadas em tecnologia.
306
Enquanto tal integração envolve um maior investimento em formação e geralmente requer mais
esforço, os benefícios resultantes podem ser significativos.
A viagem para a gestão por processos em toda a Organização envolve a definição dos
processos ponta a ponta de uma Organização (normalmente 5 a 10), medindo o desempenho
tanto do ponto de vista do Cliente como da Organização, designando os Donos dos Processos
com responsabilidade e responsabilização pelo desempenho dos processos, selecionando dois
ou três processos para ação de melhoria, capturando ganhos iniciais em cada processo
selecionado e sustentando ganhos através da gestão contínua dos processos ponta a ponta da
Organização. Este ciclo é então repetido até que todas as operações da Organização tenham
sido otimizadas.
Geary Rummler via as organizações como sistemas de desempenho humano com processos
interfuncionais como um tecido conjuntivo que mantém o desempenho conjunto. Recomendou a
utilização de uma matriz de desempenho para ilustrar e integrar os múltiplos níveis de uma
Organização e o seu âmbito de envolvimento. Em seguida, está representada uma visão geral de uma
matriz que abrange os três níveis de uma Organização e o âmbito de envolvimento em cada nível.
Desenho e
Nível Objetivos e Medidas Gestão
Implementação
Nível • Objetivos organizacionais • Desenho organizacional Gestão
Organizacional • Medidas de sucesso • Implementação Organizacional
organzacional organzacional
Nível • Objetivos dos processos • Desenho dos processos Gestão por
• Medidas de sucesso dos • Implementação dos Processos
Processos
processos processos
• Objetivos do trabalho
• Medidas de sucesso do • Gestão trabalho
trabalho • Desenho do trabalho • Gestão dos
Trabalho • Objetivos do executante • Implementação do executantes do
do trabalho trabalho
trabalho
• Medidas de sucesso do
executante do trabalho
307
As organizações que utilizam uma matriz de desempenho organizacional são bem-sucedidas
na forma como comunicam as expectativas de desempenho do nível organizacional para o nível
de funções através dos processos em destaque.
Esta secção centra-se nas mudanças a nível organizacional, envolvendo os executivos seniores
das áreas funcionais afetadas pela mudança do negócio. Os Recursos Humanos (RH) estão
quase sempre envolvidos, especialmente quando novas funções precisam de descrições de
posições, níveis de remuneração e outros elementos. Contudo, o exercício mais difícil é a
mudança organizacional - o desenho da nova Organização, as estruturas de relatórios, entre
outros.
Os módulos que compõem o círculo externo são as áreas que devem ser sempre consideradas
num programa de gestão da mudança. A mudança ao nível da transformação começa com a
definição de uma visão clara para uma alteração alinhada com a visão e a estratégia corporativa.
De acordo com a Figura 9.3 inicia-se a Visão e no sentido dos ponteiros do relógio, segue-se o
Desenho Organizacional, o Desenvolvimento Organizacional, a Comunicação, o Alinhamento,
o Suporte e a Gestão do Desempenho, finalmente alcançamos a Transformação de Processos.
308
O Desenho Organizacional é uma metodologia que passo a passo identifica aspetos
disfuncionais dos fluxos de trabalho, procedimentos, estruturas e sistemas. O desenho realinha-
os para se adequarem às realidades e objetivos atuais do negócio e depois desenvolvemos
planos para implementar as novas mudanças. O processo concentra-se em melhorar tanto o
lado técnico, quanto o lado pessoal da Organização.
Para a maioria das organizações, o desenho de processos leva a um desenho mais eficaz da
Organização, resultados significativamente melhorados (a rentabilidade, o serviço ao Cliente,
as operações internas) e os colaboradores com poder e comprometimento com a Organização.
Pela sua conceção, o BPM concentra-se na integração de pessoas com processos de negócio,
tecnologias e sistemas. Uma Organização bem desenhada assegura que a forma da
Organização corresponde aos seus objetivos ou estratégia, responde aos desafios colocados
pelas realidades corporativas e aumenta significativamente a probabilidade dos esforços
coletivos para que as pessoas sejam bem-sucedidas.
309
9.5.1 Desenho Organizacional
O Centro de Desenho Organizacional (www.centerod.com) tem uma estrutura recomendada para ajudar
os líderes a compreender as suas organizações e orientar um redesenho bem-sucedido. O modelo reduz
a complexidade de uma Organização a oito variáveis chave que devem ser compreendidas e alinhadas
para que uma Organização seja bem-sucedida, como se ilustra na Figura 9.4.
Figura 9.4 Estrutura de Desenho Organizacional - Modelo de Transformação (The Center for
Organizational Design, n.d.)
O alinhamento implica um ponto de vista holístico ou sistémico que encontra o melhor ajuste
entre todos os elementos organizacionais. Prestar atenção e compreender estas variáveis
resultará em grandes melhorias no serviço ao Cliente, qualidade, eficiência, tempo de ciclo,
rentabilidade e satisfação dos colaboradores.
As oito variáveis formam um grande quadro (Big Picture) ou contexto de uma Organização e
em última instância, determinam o seu sucesso: ambiente, estratégia, processos principais,
estrutura, sistemas, cultura, resultados e liderança. O desenho organizacional é visto realmente
como o relacionamento e o equilíbrio entre cada uma dessas variáveis. O papel dos líderes
pode ser definido como a compreensão e a gestão destas variáveis.
310
Processos Principais. O maior fluxo de trabalho interfuncional na Organização. Um processo
principal é a sequência de eventos ou passos necessários para tirar um produto da porta ou prestar
um serviço. O conceito de processo principal inclui a tecnologia e os recursos (equipamento,
software, espaço e materiais) necessários para produzir um produto que vai ser entregue. Os
processos principais do negócio são, ou devem ser, o ponto de convergência em torno do qual todas
as outras atividades da unidade de negócio são organizadas. Compreender, racionalizar e apoiar
adequadamente os processos principais do negócio é o trabalho nuclear de qualquer Organização.
Estrutura. Como as pessoas estão organizadas em torno dos processos de negócio. A
estrutura vai além dos gráficos e quadros para compreender os limites, os papéis, as
responsabilidades e as relações de relato entre as pessoas. É uma espécie de modelo que
determina não só as relações, mas também a coordenação de tarefas e a alocação de recursos
em torno dos processos de negócio. A questão apropriada sobre a estrutura não é se ela é a
correta, mas se ela se encaixa com o resto da Organização (processo principal, estratégia) e
ajuda em vez de prejudicar o desempenho.
Sistemas. Sistemas são os conjuntos interrelacionados de tarefas ou atividades que ajudam a
organizar e coordenar o trabalho. Como exemplos incluem-se o recrutamento e a seleção, a
formação e o desenvolvimento, como as pessoas são promovidas, a comunicação e a partilha
de informações, a tomada de decisão, como as pessoas são recompensadas, o planeamento e
o estabelecimento de metas, as políticas e os procedimentos com pessoal, o feedback sobre o
desempenho e outras situações. Os sistemas são normalmente padronizados e aplicáveis em
toda a Organização. Muitas vezes são responsabilidade da gestão ou de funções especiais de
suporte. Os sistemas mais eficazes são, muitas vezes, os mais simples.
Cultura. A cultura é como a Organização realmente opera. Consiste no estilo de liderança, nas
atitudes e hábitos dos colaboradores e nas práticas de gestão que compõem a personalidade
distintiva da Organização. A cultura é como o ar que permeia tudo e é tanto causa como efeito
do comportamento organizacional. A cultura espelha a verdadeira filosofia e os valores que a
Organização realmente pratica. Como tal, a cultura é uma medida de quão bem uma
Organização tem traduzida a sua filosofia (estratégia organizacional) e a coloca em prática.
Resultados. Qual é o desempenho atual da Organização? Os resultados definem o sucesso ou
a saúde de uma Organização e são, portanto, o ponto de partida para entender como a
Organização está a funcionar bem. Os resultados indicam onde a Organização é forte, assim
como, onde é fraca e o que precisa mudar. Tudo está ligado aos resultados.
Liderança. Os líderes conduzem ao sucesso. Estabelecem metas e monitorizam resultados, verificam
o ambiente externo, definem a visão e a estratégia, desenham (conscientemente ou por padrão) a
infraestrutura da Organização, desenvolvem as pessoas e criam a cultura. Entretanto, os
pressupostos, os papéis e as práticas tradicionais de liderança não são as mais adequadas para gerir
no mundo complexo de hoje. Os líderes bem-sucedidos estão a mudar as suas suposições sobre o
trabalho, as organizações e as pessoas para criar organizações colaborativas e mais responsivas.
A equipa sénior (e/ou outros que foram convidados a participar nos processos), olha para o
futuro e desenvolve um conjunto completo de recomendações de desenho para o futuro ideal.
A um alto nível, as etapas deste processo incluem o seguinte:
• Definir princípios básicos da Organização. Iremos organizar-nos principalmente em
torno de processos, tipos de Clientes, geografias, outros princípios?
• Racionalizar os principais processos corporativos. Racionalizar os processos que
acrescentam valor e que resultam em receita e/ou entrega de produtos aos Clientes.
311
• Documentar e padronizar os procedimentos. Os procedimentos escritos ajudam os
colaboradores a evitar erros e a assegurar a consistência.
• Organizar as pessoas em torno dos processos principais. Identificar os efetivos
necessários para realizar o trabalho principal.
• Definir as tarefas, as funções e as competências. Quais são as métricas de
desempenho para cada função e equipa? Como são avaliadas e responsabilizadas?
• Determinar as necessidades de instalações, disposição e equipamentos.
Planeamento e orçamento para as equipas e os departamentos, instalações e
equipamentos em toda a Organização que precisa garantir sucesso.
• Identificar recursos de apoio. Identificar funções fora do processo principal, como
sejam funções financeiras, vendas e RH. Onde devem estar localizadas?
• Definir a estrutura de gestão. Planear a equipa que fornece o suporte estratégico, de
coordenação e operacional.
• Melhorar os sistemas de coordenação e desenvolvimento. Incluir a contratação, a
formação, compensações, partilha de informações, definição de objetivos, entre outros.
De todo não é intenção do presente Guia BPM CBOK incluir conhecimentos de como se gerem
projetos, mas o tema será abordado de uma forma breve, uma vez que se aplica ao BPM.
• Comunicação
• Liderança
• Gestão da equipa
• Negociação
• Planeamento
• Gestão do tempo
• Gestão de risco
312
Muitos gestores de projeto experientes também têm alguma experiência sobre o projeto em
questão. Por exemplo, se o projeto é uma implementação ERP, o gestor de projeto geralmente
tem conhecimentos suficientes sobre o assunto para ser pernicioso, por assim dizer, na medida
em que sabe que perguntas devem ser feitas e quando deve chamar alguém. Assim como o
BPM, a gestão de projetos tem o seu próprio ciclo de vida, como ilustrado na Figura 9.5.
Figura 9.5 Estrutura e Fases da Gestão de Projetos (Mind Tools Team 2019)
Cada fase representa uma etapa de decisão para passar para a próxima etapa no projeto.
Depois existem os processos do projeto (horizontais no diagrama):
313
9.5.3 Gestão da Mudança
O negócio e a transformação digital acabam por ter impacto numa ou mais das seguintes partes
de uma Organização:
• Processos
• Sistemas
• Estrutura Organizacional
• Funções Profissionais
Criar mudanças dentro de uma Organização requer trabalho árduo e uma compreensão do que
deve realmente acontecer para que a mudança aconteça. A gestão da mudança e a gestão de
projetos são duas das disciplinas chave mais comuns e necessárias para dar vida a uma
mudança.
A gestão da mudança incorpora as ferramentas organizacionais que podem ser utilizadas para
ajudar os indivíduos a fazer transições pessoais bem-sucedidas, resultando na adoção e
realização da mudança.
Tanto a gestão de projetos como a gestão da mudança apoiam a mudança de uma Organização
de um estado atual (como as coisas são feitas hoje), através de um estado de transição, para
um estado futuro desejado (os novos processos, sistemas, estruturas organizacionais ou
funções de trabalho definidas pela mudança). A gestão de projetos concentra-se nas tarefas
para alcançar os requisitos do projeto, enquanto a gestão da mudança concentra-se nas
pessoas. A gestão de projetos e a gestão da mudança evoluíram como disciplinas para fornecer
tanto a estrutura, quanto as ferramentas necessárias para gerir e realizar a mudança com
sucesso, tanto no lado técnico quanto no lado das pessoas. A Figura 9.6 ilustra os processos e
as ferramentas utilizados nas disciplinas de gestão de projetos e gestão da mudança.
314
Disciplina Processos Ferramentas
Tanto as transformações corporativas como as digitais requerem que a equipa do projeto defina
as atividades específicas para definir e prescrever como passar do ponto A para o ponto B
(alterando processos, sistemas, estruturas organizacionais ou funções de trabalho). A equipa
da mudança delineia os passos necessários para ajudar as pessoas afetadas pela mudança a
fazer o seu trabalho de uma nova maneira (por exemplo, pessoas que transitam da função A
para a função B, como ilustrado na Figura 9.7).
315
Figura 9.7 Gestão de Mudança para Novas Funções (Equipa PROSCI, n.d.)
A gestão da mudança e a gestão de projetos são ferramentas que precisam ser aplicadas
independentemente da mudança real que está a ser realizada. Sempre que são feitas
alterações em processos, sistemas, estruturas organizacionais ou funções, é necessária uma
abordagem estruturada para gerir tanto o lado técnico como o lado das pessoas da mudança
pendente. A abordagem irá variar para cada iniciativa de transformação. Gestores de projeto e
gestores da mudança trabalham juntos para o mesmo objetivo, mas com papéis diferentes e
tarefas associadas.
Gestores de projeto:
Gestores da mudança:
316
Os projetos de transformação mais eficazes integram estas atividades num único plano de
projeto. A gestão da mudança é um termo amplamente utilizado e por vezes confuso. A Figura
9.8 mostra os três níveis geralmente mais aceites na gestão da mudança.
• Para indivíduos. Permitir o sucesso, apoiando as pessoas nas suas viagens pessoais de
mudança.
• Num projeto. Aumentar os resultados e o retorno sobre o investimento, impulsionando a
adoção e a utilização.
• Em toda a Organização. Para entregar intenções estratégicas, mitigar a saturação e
melhorar a agilidade, incorporando a gestão da mudança.
Para o negócio e a transformação digital, a PwC propõe dez princípios de liderança para a
mudança:
317
As quatro aptidões críticas para um profissional em gestão da mudança incluem:
Os profissionais BPM devem ser competentes nos conceitos fundamentais da gestão financeira
para serem bem-sucedidos e se ambicionarem, podem progredir para níveis executivos mais
elevados dentro de uma Organização.
A gestão de risco é o processo utilizado pelos gestores de projeto para minimizar quaisquer
problemas potenciais que possam impactar negativamente o cronograma de um projeto. Risco é
qualquer evento inesperado que possa afetar as pessoas, os processos, a tecnologia e os recursos
envolvidos num projeto. Ao contrário dos problemas que certamente acontecem, os riscos são
eventos que podem ocorrer e podemos não ser capazes de dizer quando ocorrem. Devido a essa
incerteza, o risco do projeto requer uma preparação séria com a finalidade de a gerir
eficientemente. Um processo de gestão de risco utilizado para preparar os riscos do projeto chama-
se uma avaliação de risco. Uma avaliação de risco é composta por cinco etapas básicas.
318
Etapas de avaliação de risco:
Os gestores de projeto desenvolvem uma matriz de risco como se ilustra na Figura 9.9 para
visualizar os riscos.
Os profissionais BPM devem ser qualificados na avaliação de risco no contexto de uma iniciativa
BPM. A avaliação de risco deve ser feita antes da implementação de qualquer processo,
especialmente na implementação de soluções tecnológicas.
319
9.5.7 Mudança das Estruturas Hierárquicas para a Organização Orientada
para os Processos
À medida que as estratégias de crescimento das organizações mudavam, o mesmo acontecia com
as suas estratégias laborais. A desverticalização de muitas indústrias levou a diferentes estruturas
organizacionais e modelos de negócio. O que não tinha mudado para cada empresa era a
orientação funcional e uma abordagem ao trabalho em determinadas organizações. Também não
foi até ao advento dos sistemas integrados de gestão (ERP), em meados da década de 1990, que
as organizações foram forçadas a considerar a sua orientação para os processos. Os sistemas ERP
ofereciam uma alternativa padrão e integrada aos processos funcionais existentes, através da
transação de processos horizontais que eram permitidos através da tecnologia ERP.
Como os processos ERP são pré-desenhados, não demorou muito para que a gestão dos processos
principais do negócio passasse a ter um novo alvo horizontal na estrutura organizacional. Estes
processos multifuncionais exigiam uma nova orientação organizacional na qual a responsabilidade e
a propriedade do desempenho dos processos precisavam ser explícitas (ver Figura 9.11). A adição
de novas responsabilidades aos papéis existentes no interior de organizações funcionais criou uma
dimensão de processos governada pelo papel de um Dono de Processos.
320
Por exemplo, uma ordem de pagamento necessita de uma orientação da equipa para o
processo em que vários postos de trabalho e executantes se encontram a montante e a jusante,
uns dos outros, antes da produção final ser entregue ao Cliente.
• Donos de Processos
• Gestores de processos
• Analistas de processos
• Criadores de processos
• Arquitetos de processos
• Analistas de negócio
• Especialistas na matéria / Subject Matter Experts (SMEs)
• Promotores executivos
• Profissionais de TI
• Profissionais de gestão da mudançaa
321
Um Dono de Processos tem a responsabilidade e a responsabilização contínua
pelo desenho, desenvolvimento, execução e desempenho bem-sucedidos de
um processo corporativo - ponta a ponta - completo. A propriedade do processo
pode ser uma responsabilidade a tempo inteiro ou uma responsabilidade
acrescida já existente, tal como, uma linha hierárquica ou uma função pessoal.
Algumas Organizações podem rotular o papel de Dono de Processos de forma diferente. Por
exemplo, títulos como líder de processos, gestor de processos e administrador de processos são
frequentemente utilizados. Além do título, a substância dessa função também pode variar. É provável
que os Donos dos Processos sejam indivíduos ao nível executivo, normalmente um VP ou superior,
que têm responsabilidades comuns em silos verticais. Podem ter autoridade direta ou indireta sobre
a estratégia, os orçamentos e os recursos. O seu âmbito de responsabilidade pode variar.
O papel do Dono de Processos geralmente envolve outras funções, tais como, presidir aos
esforços de transformação, integrar os resultados do processo com os de outros Donos de
Processos, defender as prioridades do processo, fazer benchmarking do desempenho do
processo, ou formar os executores do processo. Os Donos de Processos também podem ter
outras funções na Organização, tais como, a gestão funcional ou departamental. Qualquer que
seja o título, autoridade, ou âmbito, todos os Donos de Processos partilham uma
responsabilidade única por um processo de negócio.
322
• Defesa e apoio. A fim de assegurar a atribuição de recursos adequados, formação,
incentivos e atenção executiva, os Donos dos Processos poderão ter de gerir as
comunicações e defender os processos sob os seus cuidados junto da direção executiva,
Clientes, fornecedores, participantes e outros intervenientes internos e externos. Podem
achar que devem operar por influência e não por autoridade. Inevitavelmente, mesmo as
equipas mais profissionais e bem-sucedidas encontram problemas ligados uns com os
outros, como exigências imprevistas, circunstâncias excecionais, problemas de projeto ou
mudanças nas necessidades dos Clientes. Como os Donos dos Processos monitorizam
continuamente os resultados, também devem investigar e resolver os problemas.
323
9.5.9.5 Arquitetos de Processos
Os arquitetos de processos podem estar integrados numa função de negócio ou tecnológica. Dependendo
da orientação, podem estar focados na gestão do desempenho do negócio ou no mapeamento da
tecnologia para as operações do negócio. Os arquitetos de processos são responsáveis por:
• Desenvolver um projeto de Arquitetura Corporativa, juntamente com as correspondentes
métricas de processo de fluxo de valor
• Assegurar o alinhamento entre as necessidades do negócio, a Arquitetura Corporativa e
a arquitetura das tecnologias de informação
• Desenvolver e manter um repositório de modelos e padrões de referência em relação aos produtos
e serviços de uma Organização, processos de negócio, medidas de desempenho e de Organização
Analista de Negócio
Um papel comum nas iniciativas de mudança de processos é o de analista de negócio / Business
Analyst (BA). Os BA são responsáveis por analisar as necessidades de informação e tecnologia dos
seus Clientes corporativos para ajudar a propor soluções de informação e de âmbito tecnológico. Os
BA podem facilitar reuniões para auxiliar a equipa do projeto na análise dos mapeamentos tecnológicos
atuais ou podem estar envolvidos nas operações de negócio e no desenho de novas funções de
informação e tecnologia. Num ciclo de vida do desenvolvimento de sistemas, o BA normalmente realiza
uma função de ligação entre o lado corporativo de uma empresa e o departamento de tecnologias de
informação ou com os prestadores de serviços externos. Títulos alternativos comuns que se podem
utilizar: analista de sistemas de negócio, analista de sistemas e analista funcional.
324
Os líderes executivos podem até ser os próprios Donos dos Processos, possuindo e
institucionalizando a Gestão por Processos de Negócio. Atuam como campeões, inspirando a
Organização a mudar, por vezes criando um senso de urgência para superar o ceticismo e a
resistência. Para fazer isto, os líderes devem comunicar o caso da gestão dos processos e
remover os obstáculos que possam impedir o progresso em direção aos objetivos. Os líderes
são responsáveis pela criação do ambiente para o sucesso, por vezes através de influência e
persuasão, outras vezes através da resolução de conflitos e remoção de bloqueios no caminho.
Funções da Organização de TI
Há uma série de funções no interior de grupos de Tecnologias de Informação que podem
desempenhar um papel importante no BPM, incluindo-se, arquitetos de soluções, analistas de
sistemas, especialistas em configuração de BPMS, programadores, gestores de base de dados e
outros. Estes especialistas ajudam a definir as soluções tecnológicas de suporte e podem ajudar a
definir novas capacidades para processos de negócio baseados em tecnologia facilitadora. O pessoal
de TI auxilia nas iniciativas de transformação de processos através da implementação de novas
tecnologias, garantindo ao mesmo tempo que os padrões técnicos da Organização sejam aplicados.
Outras Funções
A ABPMP recomenda incluir as seguintes funções como parte da equipa geral BPM:
• Gestor de projetos
• Gestor da mudança
• Analista de dados
• Analista de qualidade de dados
À medida que as organizações amadurecem na gestão dos seus processos de negócio, surgem
questões relacionadas com a integração dos processos. Os processos devem unir-se como um todo
coletivo para assegurar uma Organização única e coerente, que forneça valor de forma consistente
em todos os processos da Organização. Assim, a Organização precisa identificar novos mecanismos
de planeamento, orçamentação e alocação de recursos para assegurar que os seus processos sejam
adequadamente dotados de recursos, integrados e alinhados com os objetivos estratégicos.
As organizações devem ter uma estrutura de governação clara para proporcionar liderança e esclarecer
os direitos de decisão, de modo a permitir que os programas de melhoria de processos ou de gestão
interfuncionais e departamentais sejam bem-sucedidos. Muitas vezes, a raiz da resistência às iniciativas
BPM, por vezes causando o seu fracasso, é a mudança na estrutura de governação organizacional. Os
indivíduos com poder e controlo sobre os recursos (com base nas funções organizacionais, linhas de
produtos ou limites geográficos) podem descobrir que as suas medidas de desempenho, autoridade e
abrangência de controlo devem mudar para implementar com sucesso o BPM.
O motivo da mudança é simples. O BPM fornece uma perspetiva de ponta a ponta sobre como
o trabalho é feito. Esta perspetiva de ponta a ponta atravessa os limites organizacionais
tradicionais e requer que os mecanismos pelos quais as decisões são tomadas e os recursos
alocados também devem estar alinhados com o processo de negócio de ponta a ponta.
325
Uma boa governação fornece uma estrutura de autoridade e uma estrutura para a colaboração.
A estrutura e o enquadramento permitem uma atribuição adequada de recursos e uma
coordenação eficiente do controlo das atividades em toda a Organização. Os gestores
tradicionais que são incapazes de adaptar o seu pensamento para além do seu silo
organizacional ao BPM de ponta a ponta, são suscetíveis de resistir a iniciativas que
potencialmente mudam a sua influência na Organização.
Efetivamente não há uma estrutura única, padrão, para uma governação de processos amplamente
utilizada. O foco organizacional nos processos ainda está a emergir e uma variedade de estruturas
de governação está em utilização e a evoluir. Questões como estratégia organizacional, cultura,
maturidade de processos, terceirização de processos de negócio e até mesmo a natureza dos
líderes individuais podem causar um desvio significativo de qualquer estrutura de governação.
As TI são um facilitador no exemplo das cadeias de distribuição, assim como, em muitos outros
exemplos de processos. A parceria entre a Organização e as TI é fundamental para o sucesso
dos esforços de transformação do negócio. Houve muitos estudos na área de ERP que
analisaram a importância de primeiro, projetar os processos de negócio e implementá-los, antes
das implementações de TI.
A Panorama Consulting tem publicado um relatório de ERP todos os anos e nos últimos três anos
tem observado os mesmos resultados em vários setores. O relatório de ERP de 2019 menciona
que das implementações ERP realizadas, 64% registaram melhorias em todos os processos de
negócio e 30% melhoraram a maioria dos seus processos de negócio, apenas 6% afirmou que não
se registou nenhuma melhoria nos seus processos de negócio. Mais de 50% dos entrevistados das
empresas que registaram benefícios afirmaram que utilizaram as melhores práticas de gestão da
mudança. As ultrapassagens da linha do tempo foram primordiais devido a questões de migração
de dados, o que enfatiza a importância de ter os analistas de dados apropriados na equipa.
326
9.5.12 Centro de Excelência BPM
Um BPM CoE pode ser composto por uma combinação de líderes executivos, chefes funcionais
ou de departamento e os Donos dos Processos principais, processos corporativos
multifuncionais, como ilustrado na Figura 9.2. A sua missão pode incluir a identificação e a
resolução de quaisquer questões de integração entre processos, conflitos entre processos e
propriedade funcional (ou departamental), alocação de recursos, desenvolvimento e
alinhamento dos objetivos, metas e estratégia de negócio da Organização.
Gestão
Executiva
Conselho de Processos
Líderes Executivos, Donos de Processos, Líderes Funcionais, Áreas de Suporte
O que é importante é que a estrutura do BPM CoE deve ser estabelecida para a eficiência e
eficácia na execução, para que o grupo não se deixe enredar em nenhuma outra burocracia de
um qualquer conselho / órgão corporativo.
327
9.5.12.1 Atividades CoE BPM
O BPM CoE é uma equipa multifuncional com uma estrutura organizacional formal, tarefas,
papéis, responsabilidades e processos definidos para apoiar e promover a adoção metódica de
BPM, o uso efetivo de BPM e a melhoria contínua em toda a Organização. A equipa desenvolve
e mantém uma biblioteca de padrões, metodologias e técnicas reutilizáveis para garantir o
sucesso contínuo com projetos BPM e para minimizar o tempo e o esforço necessários para
alcançar esses sucessos. A equipa do CoE concentra-se em seguir as atividades críticas:
• Criação e manutenção da visão e planos de BPM
• Criação e manutenção da metodologia do ciclo de vida do BPM
• Alinhamento estratégico com o negócio
• Fornecer consistência de padrões de modelação de processos de negócio
• Estabelecer e manter uma arquitetura de processos de negócio corporativo
• Gestão da mudança no repositório de processos
• Melhoria contínua dos processos existentes
• Criar novas capacidades
• Medição, métrica e benchmarking
• Gestão geral das funções e responsabilidades do BPM
• Formação em BPM
o Estabelecer um conjunto central de aptidões e competências
o Desenvolver formação para aptidões e competências em BPM
• Seleção e utilização do software BPM
• Gestão do portfólio de processos
• Automatização e conformidade de processos
O CoE atua como a principal interface para o departamento TI para todos os processos. Mais
de metade das organizações mudaram para um modelo CoE para concentrar a sua experiência
em BPM. Resta saber se o CoE deve ser localizado em TI, em Operações, ou em ambos, ainda
não está estabelecida uma melhor prática de localização. Entretanto, com o advento das
plataformas de software BPM de código baixo ou sem código, há menos dependência das TI
nas Operações.
A concentração da experiência em BPM num CoE é fundamental para evoluir para uma
Organização gerida por processos. Um CoE permite que uma Organização realize uma gama
de benefícios que diferem dependendo do modelo de CoE criado. Os dois tipos de CoE para
uma governação de processos são os centralizados e os descentralizados.
328
Centralizado
Um modelo centralizado é onde a equipa do CoE atua como se fossem consultores para todas
as unidades de negócio, possuindo todos os elementos de uma implementação. Os benefícios
de um BPM CoE centralizado podem incluir:
• Implementações consistentes em todas as unidades de negócio
• Fácil de aproveitar as lições aprendidas
• Desenvolver aptidões profundas rapidamente
• As TI têm um único ponto de contacto para requisitos
Descentralizado
Um modelo descentralizado é onde cada unidade de negócio desenvolve profundas
capacidades em BPM e possui todos os elementos de implementação. Os benefícios de um
modelo descentralizado de BPM CoE podem incluir:
• Foco nas prioridades das unidades de negócio
• Flexibilidade na abordagem, prazos, recursos
329
Etapa Descrição Componentes
Os benefícios de implementar um BPM CoE são muitos. Um BPM CoE pode ajudar a
Organização a realizar:
• Transformação cultural
• Criação de valor para o acionista
• Crescimento anual
• Redução de custos sustentável
• Qualidade melhorada
• Certeza do resultado
• Aumento da rentabilidade do capital investido
• Velocidade e agilidade da Organização
330
À medida que as Organizações amadurecem e melhoram na implementação de uma Gestão por
Processos de Negócio, a natureza da forma como o trabalho é realizado é frequentemente revelada.
Esta descoberta acontece ao mesmo tempo que se atribui responsabilidade pela gestão dos
processos corporativos principais, desenvolvem-se mecanismos para integrar e alinhar estes
processos. Em vez de controlar o desempenho das tarefas individuais, os Donos dos Processos
descobrem que necessitam do apoio de equipas multifuncionais que também se concentram no
desempenho dos processos (ver Figura 9.14). Em vez de comandar e supervisionar o controlo, estas
equipas podem trabalhar de forma relativamente independente, com orientação e apoio da Direção.
Quando um BPM CoE é uma Organização virtual, pode ser conhecida como Comunidade de
Interesse (COIN). O BPM CoE pode consistir numa simples lista de distribuição por e-mail para
conectar todos os engenheiros, ou talvez um grupo robusto e institucionalizado com grandes
instalações de formação. Muitos BPM CoEs são organizados em torno de uma competência ou
profissão específica, como vendas, marketing, finanças e tecnologias de informação. Os instrutores
podem ser designados aos processos corporativos dos BPM CoEs, com a responsabilidade de
apoiar e desenvolver membros para garantir que o modelo das competências localizadas seja
mantido e melhorado. Os BPM CoEs oferecem programas de formação e treino, assim como, as
redes profissionais para partilhar experiências. Algumas organizações utilizam os BPM CoEs como
uma entrada para as pessoas na Organização; ou seja, as pessoas são contratadas pelo centro e
destacadas dos centros para as equipas dos processos.
331
9.5.13 Construir uma Cultura e uma Organização Orientada a Processos -
Conceitos Chave
A tabela seguinte ilustra os conceitos chave para a construção de uma Cultura e uma
Organização orientada a Processos.
332
• Obter o patrocínio executivo
• Definir objetivos e critérios de sucesso
• Definir uma estrutura de governação
• Estabelecer uma arquitetura BPM
• Criar uma biblioteca e um repositório BPM
Criação de um BPM CoE
• Criar uma prática em gestão da mudança
• Fazer inventário dos processos
• Dar prioridade à seleção dos processos com base em objetivos
estratégicos
• Iniciar a execução de projectos em BPM
Os profissionais BPM devem compreender todas as potenciais mudanças
Profssional BPM organizacionais que resultam do aumento da maturidade dos processos
para orientar eficazmente a Organização durante a transição.
333
Fase 4: Implementar Mudanças
O referencial BPM CBOK não é prescritivo. Trata-se de um guia de conhecimento que não
explica como se desenvolvem as iniciativas (Fase 3) ou como se implementam as mudanças
(Fase 4).
No entanto, é um guia de conhecimento que segue as Fases do Ciclo de Vida do BPM para mostrar
as melhores práticas BPM para cada fase. Para a Fase 4 - Implementar Mudanças, resumem-se as
subfases que um plano ao nível corporativo seguiria, como ilustrado na Figura 10.1.
Estas subfases devem fazer parte de um plano de projeto maior, que inclua todos os marcos
principais (milestones), com entrega de tecnologia. Um cronograma detalhado de
implementação não está incluído no BPM CBOK simplesmente porque seria altamente
dependente de cada setor e da indústria específica, empresa, âmbito das mudanças dos
processos, tecnologias escolhidas e casos específicos de utilização.
Esta secção serve simplesmente para ilustrar a sequência das Fases do Ciclo de Vida do BPM
e fornece uma transição para a Fase 5.
334
Fase 5: Medir o Sucesso
A Fase 5 ocorre após o desenvolvimento das iniciativas e a implementação das mudanças nos
processos. Durante a Fase 5, as organizações medem o sucesso das iniciativas BPM.
Numa determinada ocasião, Helen Keller afirmou: "Sozinhos podemos fazer tão pouco; juntos
podemos fazer tanto." Foi a primeira pessoa cega e surda a conseguir um diploma universitário.
A sua professora, Ann Sullivan, ajudou-a a comunicar e Keller colaborou com ela durante
quarenta e nove anos até à morte de Ann Sullivan. Com a ajuda da sua companheira, Martha
Washington, Keller inventou uma forma precoce de linguagem gestual, inventando até mais de
sessenta sinais por idade. A verdade é que Helen Keller não teria conseguido nada disto sem
Ann Sullivan e Martha Washington como suas colaboradoras.
335
Quando uma equipa de pessoas está envolvida em mudar ou melhorar os processos de negócio,
a equipa centra as atenções em torno desses processos. A colaboração cria um ecossistema,
sendo a parte mais vital desse ecossistema, a eficácia das pessoas que colaboram.
Como a colaboração em equipa mostra-se eficaz dentro das organizações, a colaboração entre
organizações é agora possível através de muitas plataformas corporativas como o ERP, o CRM,
o SCM e os BPMS. Além disso, as organizações começaram amplamente a colaborar em
processos partilhados. Um exemplo é o Supply Chain Management (SCM), que pode ser visto
como um conjunto de processos colaborativos e intercorporativos envolvendo organizações,
pessoas, sistemas e informações. A análise dos processos de uma cadeia de distribuição afirma
que os colaboradores, parceiros e Clientes estão envolvidos, executando não apenas tarefas
bem definidas. Estão todos a colaborar na solução de problemas complexos como a previsão
de procura, reabastecimento de stocks e desenvolvimento de produtos. Há uma necessidade
de relacionar requisitos de colaboração com processos estruturados nestas situações como
terceirização, gestão de inventários, melhoria da auditabilidade e melhoria de aceleração da
introdução de novos produtos dentro da gestão do ciclo de vida dos produtos. Portanto, é
importante identificar os processos colaborativos e entender que esses processos de negócio
requerem múltiplos participantes para se envolverem, discutir, repetir e decidir, antes de
avançar para a próxima atividade ou fase desse processo de negócio. A colaboração de
Clientes e fornecedores é agora possível dentro das plataformas corporativas existentes, como
o ERP, o CRM e o SCM. Embora muitas dessas plataformas ofereçam recursos de colaboração,
ainda há muitos processos que não são instanciados nessas plataformas. Essas lacunas
permitem que plataformas mais inovadoras, como o iBPMS, possam conjugar esses processos
de negócio adicionais para aumentar a produtividade, a eficiência e a eficácia - o que se traduz
em mais vendas e redução de custos.
A colaboração é fundamental para que a transformação do negócio (ou qualquer modelo digital)
seja bem-sucedida, mas existem outros fatores que devem ser tratados de forma agregada.
336
A mudança na mentalidade envolve uma profunda apreciação de que as metas financeiras são
simplesmente os resultados cumulativos das atividades que a Organização executa. Para que
a colaboração e a Gestão de Processos Corporativos sejam bem-sucedidas, é necessário
incentivar a necessária troca de ideias, deliberação didática e a resolução de problemas. As
interações de equipa são necessárias durante o ciclo de vida do BPM para a transformação
corporativa ou digital, especialmente quando os recursos da Organização são limitados.
Os seguintes fatores estão na base das grandes transformações corporativas de maior sucesso:
Os planos não podem ser traduzidos em ações sem uma compreensão clara e partilhada da
responsabilidade de melhorar e gerir os principais processos de negócio da Organização. Vale
a pena reiterar que na maioria das organizações, nenhuma pessoa tem autoridade ou controlo
sobre todo o conjunto de atividades num processo de negócio de ponta a ponta. Portanto, o
estabelecimento da governação dos processos é de importância crucial para impulsionar a
centralidade do Cliente e a colaboração em todos os níveis de gestão.
A Gestão por Processos de Negócio não domina ou substitui a atenção numa unidade de
negócio ou a necessidade de existir um ponto de convergência numa área funcional. Pelo
contrário, representa uma prática de gestão adicional e valiosa que enfatiza a forma pela qual
uma Organização cria valor para os Clientes.
Envolve a definição, melhoria, inovação e gestão deliberada, colaborativa e cada vez mais apoiada
pela tecnologia, dos processos de negócio end-to-end que conduzem à agilidade do negócio.
Uma Organização cria valor para os seus Clientes através do desempenho dos seus processos
principais de negócio a um nível interfuncional. Estes processos determinam a forma como uma
Organização desenha, faz, vende, entrega, presta serviços aos seus produtos e executa os seus
serviços. O EPM é o meio para que os líderes da Organização melhorem de forma consciente e
colaborativa e apliquem a gestão dos fluxos de trabalho num desempenho orientado para os Clientes.
337
É claro que há muito mais para ter sucesso corporativo do que apenas aplicar EPM. Mas o EPM
é uma prática de gestão essencial para os líderes que querem satisfazer os Clientes e melhorar
o desempenho. O EPM fornece os meios para envolver melhor as pessoas, mudar a cultura
para um modelo baseado no desempenho, permitir a liderança e facilitar o crescimento.
Por que razão uma Organização deve envolver-se com EPM? Além dos benefícios óbvios de
gerir a cadeia de valor da Organização, há também benefícios marginais em termos de
envolvimento, liderança e crescimento.
O pensamento orientado a processos pode fornecer o contexto necessário para envolver toda
a Organização na execução da estratégia. Os líderes estão a começar a reconhecer que
existem frases já gastas como "nós estamos dedicados ao crescimento" e "colocamos os
Clientes em primeiro lugar", mas simplesmente não fornecem uma orientação suficiente aos
colaboradores sobre o que realmente se pode fazer para executar a estratégia.
Uma das críticas mais comum sobre os líderes, feita pelos seus colaboradores, é a de que os
líderes realmente não conhecem minimamente o negócio ao nível do detalhe. Mais uma vez, o
poder do pensamento orientado a processos e a prática de uma Gestão por Processos de
Negócio a nível corporativo, pode permitir uma melhor liderança.
No livro “Execution: The Discipline of Getting Things Done”, Bossidy, Charan e Burck
descrevem os seguintes sete comportamentos essenciais de liderança.
338
Para ilustrar o potencial que o pensamento orientado a processos tem para capacitar a
liderança, basta considerar como os princípios e práticas dos processos podem influenciar
positivamente alguns desses comportamentos.
Outro dos benefícios potenciais de ver e compreender a Organização no contexto dos seus
processos de negócio a um nível interfuncional tem que ver com a recompensa dos que a fazem.
Expressar prioridades em termos de processos amplos e interfuncionais pode ser fundamental para
reconhecer as pessoas de diferentes departamentos, que contribuem significativamente para a
criação de valor para os Clientes em termos observáveis e mensuráveis.
Michael Treacy enfatizou em “Double-Digit Growth” que a maioria das equipas de gestão é
hábil em atingir as metas de custo ou reduzir 10% da base de despesas ou melhorar um
processo individual - mas são muito menos capazes de planear e executar um crescimento de
dois dígitos. Por que é que isto acontece? Treacy argumenta que as organizações muitas vezes
não dispõem das ferramentas e disciplinas de gestão para enfrentar o crescimento de uma
forma estruturada e sistemática. É parte da resposta. Mas a outra parte é esta: o crescimento
rápido e sustentável requer não apenas uma abordagem sistemática, mas também uma visão
sistémica e uma ampla colaboração interfuncional (2003).
Um realce para o processo e a métrica dos processos, tais como, uma entrega sem falhas e
uma primeira resposta imediata, são essenciais para fornecer produtos ou serviços existentes
para os mercados conhecidos ou para novos mercados. É claro que isto não é tudo o que existe
e está ao alcance para alimentar o crescimento. Uma Organização pode ter um desempenho
excecional em termos de entrega e capacidade de resposta e ainda assim falhar o crescimento
porque as características do seu produto ou serviço já não satisfazem as necessidades do
Cliente ou porque a oferta tem um preço muito acima da concorrência.
339
Para alcançar uma entrega e um serviço sem falhas, as organizações devem medir e gerir o
desempenho dos processos principais a nível interfuncional que geram valor para os Clientes.
Para a maioria das organizações, isto envolve a definição, melhoria e gestão dos processos ou
a realização do produto ou serviço.
O crescimento sustentável e bem-sucedido exige que uma Organização meça, melhore e faça
a gestão do seu desempenho com respeito a pelo menos dois processos chave: atendimento
de pedidos e desenvolvimento de novos produtos ou serviços.
Michael Porter é reconhecido por ter introduzido em 1985 o conceito de interoperabilidade em toda
a cadeia de valor de uma Organização. Este conceito é fundamental para o EPM. Enquanto a
maioria das organizações está estruturada de acordo com áreas funcionais tradicionais, o EPM
exige que toda a cadeia de valor envolvida no fornecimento de produtos e serviços aos Clientes
seja definida, melhorada e gerida de forma integrada. Este novo paradigma requer uma mudança
na mentalidade funcional tradicional que domina o pensamento da gestão e o chamado efeito silo,
no qual cada unidade funcional preocupa-se apenas com os seus processos e falta coordenação.
No EPM a atenção está em medir o que conta para os Clientes - do ponto de vista do Cliente.
Para a maioria das organizações, a medição inclui métricas de qualidade, pontualidade,
completude, precisão e capacidade de resposta para o produto e serviços fornecidos.
Por exemplo, o Supply Chain Council definiu o conceito de pedidos perfeitos como desempenho, "na
entrega: do produto correto, no lugar certo, no momento certo, no estado correto e na embalagem,
na quantidade correta, com a documentação correta, ao Cliente correto" (APICS 2017).
A fim de implementar os resultados acima referidos, existem três requisitos essenciais: uma
estrutura de medição centrada no Cliente, um esquema de processos a nível corporativo e um
plano de melhoria e Gestão por Processos de Negócio a nível corporativo.
340
10.1.4 Estrutura de Medição Centrada no Cliente
Uma estrutura de medição centrada no Cliente inclui aspetos relacionados com a introdução
de novos produtos, a entrega de produtos e serviços e a capacidade de resposta aos serviços.
Embora os detalhes variem de acordo com as especificidades da Organização, há uma série
de pontos em comum. A tabela que se segue ilustra os componentes típicos de uma estrutura
de medição a um nível corporativo.
Há já algum tempo que existe um debate sobre o que é mais importante, estratégia ou execução?
O que importa hoje em dia é que a execução está ligada à estratégia e a execução é mais
importante. Os japoneses têm um ditado: "Estratégia sem execução é um sonho".
No entanto, não se pode executar impecavelmente na ausência de uma estratégia clara. Nem
a execução pode ser feita na ausência de uma visão por processos na Organização, ponta a
ponta. É por isso que a criação de um modelo de governação de processos numa visão dos
processos a nível corporativo é vital. Apesar de uma grande atenção focada na essência da
estratégia e da execução, pouco tem sido escrito sobre os benefícios de definir e executar a
estratégia num contexto de processos. No entanto, muitos concordam que é o conjunto dos
processos corporativos que define como o trabalho é feito e cria valor para Clientes e acionistas.
341
A combinação de uma estrutura de medição centrada no Cliente, a nível corporativo e um
esquema de processos a nível executivo, permite à liderança das organizações definir o
tamanho da lacuna entre o desempenho atual e o desempenho desejado para os processos
principais interfuncionais. Então é possível responder à pergunta: "Qual dos nossos processos
principais precisa de ser melhorado e em que medida, para atingir os objetivos estratégicos?".
É isto que permite a execução. É a resposta a esta pergunta que paga dividendos significativos
em termos de vincular a estratégia à execução.
Naturalmente, o alinhamento dos processos com a estratégia de negócio implica que se tenham
desenvolvido definições adequadas na estratégia da Organização. Isto pode ser problemático.
No entanto, para que uma Organização tome medidas para a melhoria e gestão dos seus processos
a nível corporativo, é essencial atribuir responsabilidade pelo desempenho destes processos. A
prestação de contas é um desafio maior do que parece no início, já que a maioria das organizações
continua a ser estruturada de acordo com áreas funcionais ou departamentais.
Os dois métodos mais comuns de criar uma governação de processos através da atribuição de
responsabilidade pela propriedade do processo, envolvem a atribuição de responsabilidade pela
propriedade do processo como uma responsabilidade adicional a um gestor funcional sénior ou a
criação de uma nova posição como Dono dos Processos (também conhecido por gestor de processos).
Em ambos os casos, o papel do Dono dos Processos é monitorizar o desempenho dos processos ao
nível da Organização e liderar os esforços para melhorar e gerir os processos de forma a fornecer valor
aos Clientes. Para muitas organizações de média e grande dimensão, os principais processos
multifuncionais são tão grandes que nenhum executivo pode ter controlo sobre todos os recursos
envolvidos na entrega de valor aos Clientes. É por isso que a criação de uma estrutura de governação
de processos composta por um painel de executivos é uma abordagem eficaz em muitas organizações.
Estes executivos são responsáveis pela medição, melhoria e gestão dos processos da Organização.
O Dono dos Processos precisa realizar uma avaliação dos processos em questão da mesma
forma que foi feito para o conjunto de processos a nível corporativo. A avaliação inclui as
atividades descritas na tabela seguinte.
3 Avaliar o desempenho atual da Organização para os processos que criam diretamente valor
para os Clientes.
342
Os Donos dos Processos necessitam de alguma influência para poderem realizar as suas tarefas.
Algumas organizações atribuem ao orçamento de TI para ser possível a introdução de uma nova
tecnologia ao Dono dos Processos, como um meio de proporcionar esta influência. Noutros casos,
a componente discricionária dos bónus dos executivos e gestores foi modificada para atribuir 20-
30% desse bónus ao sucesso mensurável na melhoria dos processos corporativos da Organização.
A maturidade dos processos é o quão próximo um processo está de ser concluído. No Capítulo
5, a secção Avaliação da Maturidade de Processos Corporativos abrange a avaliação da
maturidade dos processos. A secção identificada como Maturidade da Gestão de Processos
Organizacionais explica os níveis de maturidade a partir de uma perspetiva organizacional.
O exame dos níveis de maturidade nos modelos de processos inclui a identificação de uma série
de fatores críticos de sucesso conhecidos. Dentro de cada um destes fatores são sugeridas
questões que as organizações devem examinar a fim de avaliar o seu nível global de maturidade
BPM. Estes fatores e as perguntas correspondentes são ilustrados no quadro seguinte.
343
Questionário de Avaliação de Maturidade BPM
Organização
344
Questionário de Avaliação de Maturidade BPM (continuação)
Tecnologias de Informação
Metodologia
A lista representa simplesmente uma amostra de perguntas que as organizações podem utilizar para
começar a avaliar a sua maturidade BPM. As respostas a estas e outras perguntas semelhantes
podem fornecer alguma visão sobre o nível de maturidade BPM de uma Organização. Uma avaliação
da maturidade BPM ajuda a revelar quais são os fatores que podem necessitar de melhoria e quais
os fatores que podem ser alavancados para avançar um nível de maturidade BPM mais elevado.
345
Uma vez que a equipa de topo tenha alcançado um entendimento comum dos componentes
do seu próprio modelo de processos a nível corporativo, o passo seguinte é fazer o mesmo
para o nível atual de desempenho da Organização nalgumas métricas críticas. Esta recolha de
informação envolve normalmente a obtenção de dados reais sobre um conjunto de medidas
em torno da atualidade, qualidade e custo da entrega de produtos ou serviços e outros aspetos
chave da Organização, tais como, o desenvolvimento de novos produtos ou serviços.
Há um valor duplo na montagem e avaliação deste tipo de dados de desempenho atual. Em primeiro
lugar, facilita uma visão objetiva e partilhada do desempenho da Organização quando confrontada
com os requisitos do Cliente. Em segundo lugar, estabelece uma linha base para a avaliação
subsequente da dimensão da lacuna entre o atual nível de desempenho e o nível de desempenho
desejado. Ao nível da gestão de topo, há várias armadilhas importantes a evitar para se chegar a um
entendimento partilhado de como a Organização está a funcionar contra as exigências do Cliente.
• Falta de sinceridade. Aliada à falta de honestidade, ao não compreender e medir o que
os Clientes realmente querem é a primeira armadilha.
• Validade dos dados. A segunda armadilha encontrada é muito mais subtil e portanto,
mais problemática. Muitas vezes começa quando um ou vários membros da equipa de
liderança desafiam veementemente a validade dos dados sobre o desempenho atual. Esta
falta de adesão é difícil de avaliar e ainda mais complexa de abordar. Para mitigar isto, é
útil que o líder peça a cada membro da equipa de liderança que articule a sua aceitação
dos dados sobre o desempenho atual.
• Nível de detalhe errado. Esta terceira armadilha pode ocorrer quando os líderes querem
mergulhar numa discussão sobre as condições atuais versus processos otimizados e
melhorados. Considerando um nível errado de detalhe, pode impedir e adiar discussões
estratégicas de alto nível, que são vitais nesta fase.
Uma vez alcançada uma compreensão partilhada da definição dos processos corporativos da
Organização e do seu desempenho atual, a gestão de topo pode então avançar na construção de um
plano que irá melhorar e gerir os processos primários corporativos interfuncionais da Organização.
Tal plano precisa de responder a duas questões fundamentais: Quais dos nossos processos de
negócio precisam de ser melhorados e em que medida, para alcançar os nossos objetivos
estratégicos? Em segundo lugar, quem será responsabilizado por esta melhoria e gestão planeada?
O papel dos Donos dos Processos vai muito além da simples monitorização do desempenho dos
processos de negócio. Para converter planos em ação, os Donos dos Processos precisam
colaborar em projetos críticos de melhoria de processos. A estreita colaboração entre os membros
do painel de processos é um fator crítico para o sucesso de grandes esforços de melhoria em
processos interfuncionais. A tabela seguinte descreve os comportamentos para o sucesso de
grandes esforços de melhoria de processos multifuncionais organizados por fase de projeto.
346
A tabela pode ser utilizada como orientação para comportamentos de liderança com base em
princípios dos Donos dos Processos.
Definição
Análise
Desenho
Implementação
• Donos dos Processos presidem a reuniões com as equipas de Gestão por Processos de
Negócio ao longo da implementação
• A conversa e a sensibilização para as dependências entre processos aumentam
• As pessoas começam a atribuir a sua lealdade tanto ao processo como ao funcionamento ou
ao negócio
• As pessoas estão conscientes do progresso na redução das lacunas entre o desempenho
atual e o desejado
• Há uma melhoria visível na colaboração entre departamentos e áreas funcionais.
347
348
10.1.12 Conceitos Chave Gestão Corporativa (Arquiteturas) Processos (EPM)
A tabela seguinte ilustra os conceitos chave para uma Gestão Corporativa de Processos (EPM).
Conceitos Chave
• O EPM é uma prática de gestão essencial que fornece os meios para que uma
Organização crie valor para os seus Clientes.
• Os Donos dos Processos devem ser dotados dos meios necessários para gerir com
sucesso os processos.
• Cada processo - ponta a ponta - deve ser definido de forma clara e única.
349
11 Anexos
Os anexos incluídos no Guia BPM CBOK incluem:
• Anexo C: Código de Ética ABPMP. Para leitura prévia, aceitação e assinatura por parte
dos profissionais BPM.
• Anexo D: Normas de Conduta ABPMP. Para leitura prévia, aceitação e assinatura por
parte dos profissionais BPM.
• Anexo E: Referências dos Capítulos. Lista, por capítulo, das referências citadas ao longo
do Guia BPM CBOK.
350
11.1 Anexo A: O Modelo de Competências BPM (proposto pela ABPMP)
www.abpmp.org
Designação de Analista de Arquiteto de Arquiteto Chefe de
Negócio Equivalente Processos Processos Processos
• Lidera a Organização ou o
departamento de
Arquitetura de Processos
da empresa/instituição
• Lidera Equipas de
• Aconselha a Gestão
Transformação e
Executiva sobre o impacto
Melhoria de
estratégico nos processos,
Processos
modelo de resultados
• Constitui equipas de
corporativo e económico
colaboração
• Estrutura, desenvolve e
• Potencia técnicas,
gere a governação e a
conceitos e
capacidade BPM em toda
ferramentas BPM
a Organização
• Assiste
• Aplica no exterior o
proativamente os
• Aplica os Processos desenvolvimento e a
gestores
de Negócio Principais utilização repositório de
organizacionais na
na análise das conhecimento processos
identificação e
operações de • Assegura o envolvimento
avaliação de
negócio AS-IS e na das partes interessadas
oportunidades de
Responsabilidades criação de modelos nos processos e a gestão
melhoria. Pode
Primárias de operação de adequada da mudança
liderar algumas
negócio TO-BE • Gere/aconselha múltiplos
iniciativas de
projetos concorrentes de
melhoria de
• Cria artefactos de melhoria do desempenho
desempenho na
Processos de • Monitoriza e avalia a
ausência de um
Negócio utilização de novas
responsável pelo
ferramentas de
negócio
transformação corporativa,
• Realiza tarefas
técnicas e metodologias
administrativas -
emergentes
incluindo a avaliação
• Responsável pela entrega
de pessoal,
de benefícios do projeto
estimativa e
• Compreensão
planeamento de
comprovada de onde e
projetos, despesas
quando o
orçamentais de
desenvolvimento /
projetos
geração de aplicações
informáticas tradicionais e
BPMS se aplicam à
Organização
Antecedentes
• Mestrado (ou
• Licenciatura (ou experiência
experiência profissional • MBA (opcional, mas de
profissional equivalente) preferência)
equivalente) • Certified Business • Certified Business Process
Formação/Certificação
• Certified Business Process Professional Leader (CBPL) da ABPMP
Process Analyst (CBPP) da ABPMP (ou experiência
(CBPA) da ABPMP (ou experiência profissional equivalente)
de preferência profissional
equivalente)
351
• CPU's de formação
contínua em tópicos
de Arquitetura de
Processos
• Comunicação e
coordenação
interfuncional
• Proficiente em pelo
menos duas
metodologias
• Formação em Liderança
reconhecidas
• Simplificação
• Autor de artigos
multifuncional
publicados e
• Comunicação a nível
whitepapers sobre
executivo
• Certificação Green tópicos relacionados
• Falar em público
Belt Lean/Six Sigma com Arquitetura de
Formação/Certificação • Proficiente em mais de
(opcional, mas de Processos (opcional,
(continuação) duas metodologias
preferência) mas preferencial)
reconhecidas
• Arquiteto de Negócio
• Certificação Lean ou
Certificado
Lean /Six Sigma Master
(opcional)
Black Belt (opcional, mas
• Certificação Lean ou
preferencial)
Certificação Lean
/Six Sigma Black Belt
(opcional)
• Certificação PMP do
PMI ou anos
equivalentes de
experiência em
competências
(opcional, mas de
preferência)
• + 10 anos de
• 7 anos de
envolvimento ativo e
participação ativa em
compromisso na
processos e
melhoria de processos e
compromisso com a
desempenho
melhoria de
• 2-3 anos de liderança
desempenho
demonstrada em
• 2-3 anos de
grandes compromissos
liderança
intercorporativos
demonstrada em
• Capacidade comprovada
pequenos e médios
• Nível de entrada - 5 de trabalhar com todos
processos, com
anos de envolvimento os níveis de gestão na
compromisso de
ativo e compromisso Organização
melhoria de
Experiência com processos • Proficiência comprovada
desempenho
Profissional • Desenvolvimento de em comunicação a nível
• Capacidade
artefatos de executivo numa
demonstrada para
processos e produtos perspetiva operacional
planear e gerir um
a entregar empresarial
orçamento completo
interfuncional
para um calendário
• Competência
de projetos
comprovada em traduzir
• Proficiência
a estratégia corporativa
demonstrada em
num plano de melhoria
BPM, Gestão da
operacional baseado em
Mudança e outros
processos
métodos que fazem
• Realizar de forma
parte de uma equipa
consistente projetos de
colaborativa
sucesso com retorno
352
• Compreensão comprovado dos
demonstrada das investimentos
operações de
negócio gerais e
modelo de
resultados
económicos da
empresa
• Capacidade
comprovada de
trabalhar com
grupos díspares de
pessoas a todos os
níveis da
Organização
Competências BPM
353
• Sequências e nas capacidades
atribuição de existentes. Acredita que
trabalho do desenho há um número de
de processos de capacidades
negócio entre relacionadas que devem
arquitetos de ser incluídas na zona da
processos modelação
• Preparação,
apresentação e
obtenção da
aprovação de casos
de negócio para a
arquitetura de
processos das
partes interessadas
• Compreensão da
captura e
codificação de
regras
• Compreensão da
racionalização de
processos e fluxos
de trabalho,
resolução de
problemas, gestão
de mudanças e
utilização de
ferramentas BPMS
relevantes
354
• Aplicação de processos
de cadeia de valor a
métricas de
desempenho corporativo
• Compreender as • Compreender a (Medição Avançada de
medições de medição avançada Processos)
processos (métricas de processos (ligar • Aplicação de modelos
comuns para incluir processos de cadeia únicos de valor e
tempo de ciclo, de valor a métricas avaliação de
utilização, custo, taxas de desempenho desempenho para
de defeitos, qualidade corporativo) potenciar as métricas
dos resultados) • Foco no que fazer capturadas
Foco em que com as métricas • Criação e
métricas capturar e capturadas implementação de um
como capturá-las • Gestão Estratégica modelo sustentável de
• Capacidade de de Processos e governação de
identificar onde, num Métodos processos para
processo ou fluxo de • Benchmarking de assegurar a adoção de
trabalho, o Processos métricas de processos
desempenho deve ser • Capacidade de • Aplicação de
medido conceber e Benchmarking de
• Capacidade de utilizar desenvolver análises Processos para focar no
Medição e Gestão por
modelação de de medição de que mudar e como
Processos (Medição
simulação para processos e melhorar
de Desempenho)
identificar pontos de supervisionar a • Aplicação de uma
estrangulamento do construção das Gestão Estratégica de
trabalho ferramentas Processos e Métodos
• Capacidade de analíticas num modelo de
construir fórmulas governação
para medição de • Capacidade de • Aproveitar o
desempenho identificar problemas Benchmarking de
• Compreender quando e criar modelos de Processos para criar
e como utilizar a resolução/mitigação padrões de avaliação de
simulação para medir e medir para processos
a melhoria do resolução contra personalizados
desempenho normas de • Capacidade de
• Compreender o desempenho, entre aproveitar análises
processo de pedido outras situações avançadas no desenho e
do projeto e as • Trabalhar com criação de ferramentas
informações gestores de flexíveis de Business
necessárias para empresas para criar Intelligence como parte
apoiar os pedidos pedidos de projetos de soluções de
transformação
corporativa e Medição
do Desempenho dos
Processos
355
Designação de Analista de Arquiteto de Arquiteto Chefe de
Negócio Equivalente Processos Processos Processos
• Aplicação métodos e
técnicas de Gestão
da Mudança
utilizados indústria
• Aplicação de
políticas de Gestão
da Mudança de
empresas no
planeamento e
estimativa projetos
• Compreender
quando aplicar
princípios de Gestão
da Mudança e
quando não são
necessários
• Capacidade de
• Compreensão dos • Liderar e implementar
desenhar, planear e
métodos e técnicas métodos e técnicas de
conduzir prontidão e
de Gestão da Gestão da Mudança
avaliações
Mudança utilizados na utilizados em todas as
organizacionais
indústria indústrias
(Nota: determinar
• Compreensão dos • Aplicação de processos
qual é o âmbito da
papéis e avançados de Gestão da
mudança que uma
responsabilidades da Mudança
Organização pode
indústria que se Prontidão e avaliação
absorver para as
integram nas práticas organizacional (como
fases de
de transformação determinar qual é o
implementação)
relacionadas com a âmbito da mudança
Gestão da Mudança e • Compreender e
Gestão por Processos que uma Organização
Simplificação utilizar capacidades
• Compreensão das pode absorver para as
de simplificação para
políticas de Gestão da fases de
planear e gerir a
Mudança da implementação)
transformação das
Organização
partes interessadas
• Capacidade de • Liderar e facilitar o
• Identificar as
aplicar as práticas de esforço transformacional
necessidades de
Gestão da Mudança que inclui influenciar as
formação para
da Organização ao partes interessadas na
mudanças na
projeto e em todas as prioritização, abordagem
operação de
interações com e implementação da
negócio, obter e
Clientes internos do Gestão da Mudança nas
programar formação
projeto suas áreas de negócio
e testes de
competências
• Desenvolver
programas de
mentoria para a
atividade coporativa
alterada
• Desenvolver planos
de comunicação que
facilitarão mudanças
planeadas
• Assegurar uma
Gestão da Mudança
bem-sucedida
através de avaliação
da realização de
benefícios
356
• Desenvolver
estratégias de
mitigação de
impactos
interorganizacionais
para projetos de
melhoria de
processos
357
• Compreender a
tecnologia
emergente e como
pode ser utilizada,
por exemplo,
computação em
nuvem, computação
em mobilidade, a
Internet das Coisas
(IoT)
• Capacidade de rever
planos de projeto e
ajudar o gestor de
projeto a definir
necessidades
tecnológicas
• Capacidade de
trabalhar com o
gestor projeto da
solução e determinar
a melhor abordagem
para o lado do apoio
técnico de uma
solução
• Familiarizado com
tecnologias mais
recentes como a IA,
Aprendizagem
Máquina, Deep
Learning, RPA,
Blockchain e como
aplicá-las a cenários
corporativos
358
• Demonstra Clientes e das áreas e potencial para um
compreensão dos funcionais internas impacto organizacional
fatores intrínsecos • Compreende como significativo
que influenciam o equilibrar o tempo, • Motiva equipas e
comportamento do custo e âmbito no identifica formas de
Cliente planeamento de melhorar as capacidades
• Demonstra projetos e desenho de serviço da
compreensão do de soluções Organização
potencial de • Compreende e • Representa a Arquitetura
consequências para a aplica o conceito de de Processos em
Organização como "fazer o que é mais sessões de estratégia
um todo relacionadas importante primeiro" • Define a direção para a
com problemas e a no planeamento para Arquitetura de
necessidade de a melhoria de Processos no interior da
eficácia e eficiência processos Organização
• Assegura que os • Compreende que a • Educa a liderança sobre
novos desenhos de mudança é os benefícios de uma
processos perturbadora e Organização de
corporativos e as trabalha com processos bem gerida
alterações aos gestores • Assegura políticas de
desenhos de corporativos para Recursos Humanos (RH)
processos se alinham minimizar a • Apoia as práticas de
com a estratégia perturbação causada Gestão por Processos
corporativa pela implementação para assegurar o
• Mantém o objetivo do projeto recrutamento de talentos
corporativo e o • Nutre fortes relações de topo para funções de
equilíbrio de metas do de colaboração em Arquitetura de
Cliente toda a Organização Processos
• Desenvolve relações • Capaz de criar • Atualiza as partes
de colaboração entre análises custo- interessadas nas
os departamentos da benefício e planos de atividades e realizações
Organização investimento da Arquitetura de
• Identifica • Solicita a adesão dos Processos
proativamente interessados • Prepara o orçamento
potenciais lacunas de • Lidera equipas de anual para a prática da
especialização e desenho de Arquitetura de
ajuda a recrutar processos Processos
recursos apropriados corporativos • Avalia, prioritiza e
• Trabalha com o • Capacita, delega e resolve questões
Gestor de Projetos orienta membros de organizacionais da
para comunicar os equipas de desenho Arquitetura de
prazos e impactos de processos Processos
orçamentais às partes • Determina formas de • Define a estratégia para
interessadas remover barreiras e a Gestão da Mudança da
• Influencia sem mitigar riscos para prática da Arquitetura de
autoridade direta as equipas de Processos
• Mostra perspicácia desenho de • Encoraja a formação
política de processos cruzada de arquitetos de
principiantes e • Possui fortes processos e a partilha de
competências de capacidades de conhecimento
orientação para o negociação • Apoia o desenvolvimento
Cliente • Identifica e levanta contínuo de
questões de competências de
Arquitetura de Arquitetura de
Processos Processos
• Apresenta • Representa a Arquitetura
perspicácia política de Processos nas
avançada e revisões de governação
capacidades de das unidades de negócio
resposta aos • Embora seja
Clientes mencionado o "Impacto
359
• Possui excelentes da estratégia nos
capacidades de processos, nos negócios
mediação de e nos resultados
conflitos económicos", as
capacidades detalhadas
poderiam ser elaboradas
de modo a incluir mais
sobre o Valor Alvo
(Targeting Value).
• Lidera equipas de
desenho processos
no desenvolvimento
de artefactos de
Arquitetura de
Processos
• Cria abordagens e
planos de
implementação de
soluções
• Organiza os gestores
corporativos, o
pessoal com TI e
parceiros de
• Aplica ferramentas e colaboração para
metodologias de implementar e testar • Favorece iniciativas de
Arquitetura de a implementação da negócio e de
Processos solução transformação digital a
• Identifica • Cria planos de nível corporativo.
interdependências e "recuperação de • Lidera a Organização
impactos além das desastre", incluindo geral da Arquitetura de
fronteiras o blackout da Processos e programas
organizacionais solução com as TI • Monitoriza a Arquitetura
• Compreende os • Trabalha com as TI de Processos,
impactos e as para testar a transformação
consequências de implementação das corporativa e os
Entrega de Soluções
decisões específicas aplicações e a carga compromissos de
no desenho de base de dados antes melhoria
processos do corte da solução • Analisa e aprova os
corporativos • Trabalha com planos de entrega de
• Cria e mantém gestores soluções e monitoriza as
artefactos de corporativos para atividades de
Arquitetura de formar pessoal e implementação de
Processos testar a competência soluções
• Mantém modelos • Cria programas de • Gere e relata os critérios
corporativos e mentoria de de avaliação do sucesso
definições de regras implementação da solução
corporativas • Monitoriza a
utilização de
ferramentas e
metodologias de
Arquitetura de
Processos no
planeamento e
execução da
implementação da
solução
• Executa programas
de formação e
mentoria em
Arquitetura de
Processos
360
Designação de Analista de Arquiteto de Arquiteto Chefe de
Negócio Equivalente Processos Processos Processos
• Compreensão
• Desenvolve
profunda dos
contrapartidas e planos
principais processos,
para lidar com as forças
estruturas
relevantes da indústria e
corporativas,
o impacto potencial na
tecnologias • Desenvolve modelos
estratégia do processo
capacitantes e de ROI para
organizacional a longo
potenciais impactos quantificar
prazo
das mudanças financeiramente
• Desenvolve e comunica,
• Compreende os compromissos de
a nível executivo, a
orçamentos das áreas melhoria de
análise abrangente de
funcionais e processos e
custo/benefício
departamentos e desempenho
financeiro e operacional
como são criados durante a revisão e
para apoiar a melhoria
• Tem uma prioritização da
do desempenho
compreensão geral aceitação do projeto
corporativo e os
do impacto financeiro • Compreende como
QI Comercial e esforços de
de uma iniciativa para identificar avaliar,
Financeiro transformação
a Organização quantificar e
• Compreende as
• Compreende como prioritizar projetos
diferenças financeiras e
avaliar, quantificar e corporativos,
operacionais entre os
prioritizar os riscos optimizar o benefício
modelos corporativos
dos processos no financeiro para a
transformacionais
projeto Organização ou
propostos
• Compreende os empresa
• Monitoriza o ambiente
Modelos Financeiros • Compreende como
corporativo e utiliza as
• Capacidade de identificar e
ferramentas disponíveis
construir / modelos de quantificar riscos
(Análise SWOT, entre
custo-benefício e para a Organização
outras) para melhor
modelos de ou empresa
determinar os ajustes
investimento
recomendados na
• Capacidade de
estratégia para criar
construir modelos de
valor continuamente
ROI para pedidos de
para a Organização.
projetos
361
362
11.2 Anexo B: ABPMP BPM Core Curriculum
363
Como as organizações estão a começar a perceber a necessidade de aumentar as aptidões
relacionadas com processos de negócio, surgiu o interesse e a necessidade de um esquema
comum de curricula formativo BPM que conduza a uma Certificação BPM. Salvaguardando
outros conteúdos, as faculdades e as universidades também devem proporcionar um ambiente
de aprendizagem que abrace as práticas de Gestão por Processos de Negócio da nova
Organização centrada em processos.
Como o BPM envolve várias dimensões organizacionais como cultura, governação, questões
organizacionais, processos e tecnologia, um currículo BPM precisa ser bem trabalhado,
contendo cursos em ambas as áreas organizacionais e técnicas. Atualmente, existem muito
poucos programas de BPM dedicados quer em faculdades, quer em universidades no mundo
inteiro. Os que existem variam em atenção dispersa e cobertura. Porém, as organizações que
necessitam de especialistas treinados na área BPM, sabem muito pouco sobre os programas
existentes. Este plano curricular visa criar um modelo para atender tanto as necessidades da
indústria, quanto os serviços das instituições educacionais e de prestação de serviços
formativos para a indústria.
Contributos
Os autores deste plano curricular modelo representam as comunidades académica e
profissional. De facto, todos os colaboradores desta secção têm algum grau de experiência
prática e de ensino nas áreas BPM.
Utilizadores Pretendidos
Os docentes podem adotar todo ou parte do plano curricular modelo para promover um
destaque centrado nos processos que atendam às necessidades mutáveis das organizações
com e sem fins lucrativos. A indústria pode avaliar este plano curricular modelo, propor
modificações e extensões para manter as expectativas partilhadas para os especialistas. Um
plano curricular modelo em BPM é relevante para mais do que uma escola de gestão de
negócios. Por exemplo, aplica-se a um programa de ciências da informação, uma escola de
estudos de informação, uma escola de ciências da saúde e num programa de psicologia
industrial inserido num departamento de psicologia. Os estudantes de qualquer unidade
curricular académica relevante, podem avaliar o compromisso de uma instituição de ensino
com uma abordagem centrada nos processos, comparando as unidades curriculares
ministradas com o plano curricular modelo.
364
Que tipo de programas de formação seriam benéficos?
Entretanto, surgiram várias oportunidades formativas que se concentram nas áreas BPM.
Incluem workshops/seminários profissionais, especializações universitárias (sem garantir um
grau académico) e programas de pós-graduação. Os programas de especializações (por
exemplo, em quatro cursos) permitem que as pessoas atualmente empregadas apliquem
rapidamente as aptidões necessárias em BPM no local de trabalho. Embora muitos deles
tenham mérito, um currículo abrangente BPM que se concentra num guia estabelecido para
um Corpo de Conhecimento Comum (BPM CBOK) em torno das áreas de conhecimento
definidas é o objetivo deste anexo.
Este plano curricular modelo é revisto e apoiado pela Direção Executiva da ABPMP, o Conselho
Consultivo da ABPMP e o seu Comité de Formação. Representa uma orientação autorizada
para as instituições formativas que planeam incorporar uma atenção em Gestão por Processos
de Negócio, nos seus programas formativos e nos níveis de especialização e pós-graduação.
O feedback tanto da indústria, quanto das instituições formativas, será utilizado para modificar
o conteúdo do plano curricular modelo, mantendo assim a sua aposta e continuada valorização.
Modelo de Curricula
As secções seguintes incluem o plano curricular modelo BPM dividido em especialização BPM,
mestrados orientados a processos de negócio e um MBA centrado em BPM.
Objetivos
O aluno numa especialização em BPM adquire inicialmente os conhecimentos e as aptidões
para modelar, analisar, projetar e implementar processos de negócio trabalhando com um
criador/programador BPM experiente. Se o aluno faz cursos suficientes de informática, o
especialista pode trabalhar com os serviços de suporte em BPMS. Uma das intenções do plano
curricular modelo é que cada aluno entenda o valor de um projeto numa Organização centrada
em processos, métricas apropriadas e como os processos de negócio são executados, em
contraste com uma abordagem de estrutura funcional.
Perfil do Estudante
Os alunos devem dominar a compreensão da economia, a estratégia e o desenho
organizacional, a utilização das tecnologias de informação aplicadas ao negócio e as áreas
funcionais básicas do negócio envolvente. Este conhecimento pode ser obtido como
especialização numa Escola de Negócios em Gestão ou completar um curso básico em quatro
ou mais especializações específicas em modelos de negócio.
365
Visão Geral do Currícula
A tabela seguite fornece uma visão geral do modelo curricular da especialização.
Tipo Título do Curso Conteúdo Exemplo
• Modelação e simulação
• Modelação Corporativa e Operacional
• Modelação de processos ponta-a-ponta para modelos a
nível da tarefa
Essencial Modelação de Processos
• Simulação e otimização
• Simulação de custos baseados em atividades
• BPMN
• Modelos orientados por eventos
• Desenho operacional
• Princípios de desenho
Desenho para a Gestão
Essencial • Técnicas e métodos de desenho de processos bem-
por Processos
sucedidos
• O que impulsiona o desenho de processos?
• BPMS
Tecnologia em Processos
• Repositório BPM
Essencial Corporativos e
• Tecnologias
Arquiteturas
• SOA
366
• Analisar a situação atual
• Desenho, plano de melhorias e implementação do
Opcional Estágio ou Projeto
Processos de Negócio
• Apresentação e relatório ao Cliente
Objetivos
O aluno de Mestrado em BPM tem um conhecimento mais avançado para desenvolver, avaliar
e gerir processos de negócio. Este licenciado deve estar preparado para assumir uma maior
responsabilidade por uma posição de trabalho inicial do que uma licenciatura oferece. O
licenciado que inicia um programa de Mestrado pode ser inicialmente responsável por avaliar
(talvez gerir) um processo corporativo que não seja um processo corporativo ponta a ponta.
Se forem feitos cursos técnicos suficientes, o licenciado pode trabalhar com repositórios de
processos corporativos e regras corporativos, para além do desenvolvimento de processos
corporativos.
Perfil do Estudante
Os estudantes podem entrar neste currículo de 2.º Ciclo tendo como base uma licenciatura
empresarial ou não tradicional. Idealmente, o estudante teve pelo menos dois a quatro anos de
experiência com posições em organizações com e sem fins lucrativos ou governamentais. O
principal ativo do estudante é a compreensão de como uma Organização funciona para o
planeamento, execução e controlo. O desenho e melhoria dos processos de colaboração
corporativa requer uma compreensão de cada área funcional principal de uma Organização. A
utilização das tecnologias de informação existentes nas Organizações também é útil.
367
Visão Geral do Currícula
A tabela seguinte fornece uma visão geral do modelo curricular para Mestrado.
Tipo Título do Curso Conteúdo Exemplo Programa BPM
• Desenho operacional
• Princípios de desenho
• Técnicas e métodos no desenho de
Desenho para a processos bem-sucedidos
Essencial x
Gestão por Processos • O que impulsiona o desenho de
processos?
• Testes de simulação em desenho de
processos
• Metodologias de melhoria
• Implementaçãpo da mudança de
processos
Implementação da • Gestão de Projetos para
Essencial x
Gestão por Processos implementação de Processos
• Gestão da Mudança Organizacional
• Avaliação de processos e controlo de
qualidade
• Integração de aplicações em
Tecnologia em processos de negócio
Processos • BPMS
Essencial x
Corporativos e • Repositório BPM e BRM
Arquiteturas • SOA e serviços web
• Arquiteturas corporativas e TI
• Suporte TPS e BI
Tecnologia avançada • Gestão de conteúdos corporativos
Opcional em Processos • XML, SOA, BPN e BPEL
Corporativos • Suporte de rede
• Configuração de servidores BPM
368
• Motor de fluxos de trabalho
• Motor de regras
Repositório de • Apoio à colaboração em Processos de
Opcional Processos e Regras Negócio
de Negócio • Gestão e manutenção de repositórios
• Integridade e segurança dos
repositórios
A introdução ao BPM é sugerida como o primeiro curso que um estudante deve ser obrigado
a concluir e deve ser o pré-requisito para todos os outros cursos. A modelação, análise,
desenho e implementação de processos corporativos são considerados o núcleo central do
BPM. A compreensão e a capacidade de desenvolver um processo de negócio é a chave para
o sucesso em BPM e como resultado, recomendado como um curso "fundamental" obrigatório.
São sugeridas várias opções para programas formativos que não têm a liberdade de uma
sequência completa de dez cursos.
Objetivos
Um aluno de MBA orientado a BPM deve estar preparado inicialmente para gerir um segmento
de processos de negócio (com menos complexidade) e participar no desenvolvimento e
avaliação dos processos de negócio com a orientação de um profissional experiente em BPM.
369
Perfil do Estudante
Os estudantes devem dominar a compreensão da economia, a estratégia e o desenho
organizacional, a estatística, a utilização das tecnologias da informação no negócio e as áreas
funcionais básicas do negócio. O ideal é que o estudante tenha pelo menos dois a quatro anos
de experiência exercendo posições específicas em organizações com e sem fins lucrativos ou
governamentais. O curso de especialização não precisa ser em negócio ou informática.
• Integração de aplicações em
Tecnologia em processos de negócio
Processos • BPMS
Opcional x
Corporativos e • Repositório BPM e BRM
Arquiteturas • SOA e serviços web
• Arquiteturas corporativas e TI
370
O número de conteúdos BPM variará por programas MBA com periodicidade trimestral ou
semestral. Por outro lado, vários programas MBA já têm conteúdos que poderiam ser
melhorados com casos BPM e necessários para o estudante interessado numa trajetória BPM
– conteúdos como Gestão da Mudança e Gestão de Projetos.
Perfil do Estudante
Um currículo BPM pode apelar aos estudantes uma aprendizagem de disciplinas variadas. Uma
vez que o BPM funde conceitos de Organização e Tecnologia, o currículo é apropriado para os
estudantes que já trabalham em organizações e para aqueles que se concentram na tecnologia.
Os estudantes de todas as disciplinas corporativas (contabilidade, sistemas de informação,
marketing, gestão, operações, entre outras) podem beneficiar de um currículo BPM. Do mesmo
modo, disciplinas baseadas em tecnologia, tais como, centradas em informática e escolas de
gestão da informação, são também apropriadas.
Cursos em Gestão de Processos Corporativos Comuns
O currículo proposto em Gestão de Processos Corporativos Comuns é concebido principalmente para
uma Universidade, tanto ao nível da licenciatura (como ao nível de Mestrado, como um MBA) e pós-
graduações. Uma especialização viável para BPM seria melhor recebida ao nível da licenciatura, mas
uma abordagem menos rigorosa aos mesmos conteúdos poderia também ser oferecida ao nível da
pós-graduação. Enquanto uma Escola de Gestão de Negócios seria o lugar mais apropriado para
assegurar currícula BPM, outras instituições académicas que atribuem diplomas com especialização
podem adaptar partes deste currículo conforme apropriado. Por outro lado, existem vários tipos de
programas de especialização para os quais o currícula proposto de Gestão de Processos Corporativos
poderia ser adaptado, tais como, programas de Formação Executiva e de Certificação BPM.
Uma introdução aos conceitos e estratégia necessária para gerir com sucesso
Introdução ao BPM
os processos corporativos numa perspetiva holística ponta a ponta.
Para ter processos eficazes e eficientes ponta a ponta, uma Organização deve
compreender os processos existentes e utilizar técnicas apropriadas para
modelar e desenhar processos melhorados. Este curso dá uma visão geral dos
Modelação de Processos métodos de modelação de processos para todos os níveis da Organização.
Técnicas apropriadas de modelação de processos são explicadas e alinhadas
com análise e desenho de processos. Os alunos aprendem a utilização de
ferramentas de modelação de processos.
371
Curso (continuação) Descrição
Tecnologia avançada Um exame aprofundado das tecnologias, sistemas e ferramentas BPM. A ênfase
em Processos deste curso está nas especificações técnicas, nas ofertas atuais dos
Corporativos fornecedores e na utilização efetiva de ferramentas selecionadas.
372
Descrições Detalhadas para Formação
As páginas anteriores oferecem destaques e resumos dos conteúdos para formação. Em contraste,
o que se segue oferece uma maior profundidade descritiva, incluindo o título do curso, a descrição
do curso, os objetivos e os tópicos do curso e qualquer abordagem pertinente. Este conteúdo
deverá ajudar os formadores a criar um programa detalhado para os seus cursos BPM. Este
conteúdo mudará à medida que a indústria BPM e o BPM CBOK mudarem.
Descrição do curso:
Uma introdução aos conceitos e estratégias necessárias para gerir com sucesso os processos
corporativos numa perspetiva holística ponta a ponta.
Objetivos do curso:
O objetivo deste curso é fornecer uma visão geral e uma compreensão de todos os conceitos
e estratégia relacionadas com a Gestão por Processos de Negócio. Este é um curso de alto
nível concebido para gestores, líderes corporativos e qualquer pessoa que procure uma
compreensão dos conceitos de Gestão por Processos de Negócio.
Tópicos Principais:
Os tópicos seguintes devem ser abordados em sala de formação.
373
Discussão:
A abordagem deste curso é fornecer uma visão geral e ampla dos conceitos BPM. Inclui a
explicação do conceito de Arquiteturas Corporativas e a relação das pessoas, os processos e
as tecnologias envolvidas com BPM. São também explorados diferentes percursos de carreira
em BPM. O público alvo deste curso inclui utilizadores corporativos e outros interessados em
aprender sobre BPM.
Descrição do curso:
Com a finalidade de comprovar processos eficazes e eficientes ponta a ponta, uma Organização
deve compreender os processos existentes e utilizar técnicas apropriadas para modelar e
desenhar processos melhorados. Este curso fornece uma visão geral dos métodos de
modelação de processos para todos os níveis da Organização. Técnicas apropriadas de
modelação de processos são explicadas e alinhadas com análise e desenho de processos. Os
formandos aprendem a utilizar ferramentas de modelação de processos.
Objetivos do curso:
No final deste curso, o formando terá obtido competências no seguinte:
• Finalidade da modelação
• Técnicas e normas de modelação de processos
• Modelação e análise de processos corporativos para vários processos finais e modelos
específicos ao nível da tarefa
• Introdução à simulação de processos corporativos
Tópicos Principais:
Os tópicos seguintes devem ser abordados em sala de formação.
• Modelação de Processos
o Finalidade da modelação de processos
o Definição e âmbito da modelação
o Normas, técnicas e metodologia para modelação de processos
▪ Técnicas de notação
▪ Perspetivas (domínio, empresa, tecnologia, dados)
▪ Diagramas, swim lanes
▪ BPMN
▪ Pessoal
374
Discussão:
A abordagem deste curso é ensinar aos formandos como modelar processos ponta a ponta e
como utilizar as ferramentas de modelação de processos disponíveis. O público alvo deste
curso inclui utilizadores de negócio e outros não familizarizados com a modelação em BPM.
Descrição do curso:
Para desenvolver processos eficazes e eficientes ponta a ponta, uma Organização deve
compreender os processos existentes e utilizar técnicas apropriadas para modelar e
representar esses processos. Este curso fornece uma visão geral dos métodos de análise de
processos para todos os níveis da Organização. Técnicas apropriadas de modelação de
processos estão alinhadas com análise de processos.
Objetivos do curso:
No final deste curso, o formando terá obtido competências no seguinte:
Tópicos Principais:
Os tópicos seguintes devem ser abordados ao longo do curso.
• Análise de Processos
o Objetivo da análise de processos
▪ Eficácia dos processos
▪ Eficiência dos processos
▪ Decisões tomadas através de processos
375
o Preparação da análise de processos
▪ Âmbito da análise
▪ Escolher os recursos da análise
▪ Os papéis da análise
▪ Dados de pesquisa para análise
o Modelos de análise
▪ Ambiente de negócio
▪ Métricas de desempenho
▪ Interações com o Cliente
▪ Regras de negócio
▪ Capacidade dos processos
▪ Controlos dos processos
▪ Recursos dos processos (humanos e tecnológicos)
Discussão:
A abordagem deste curso é introduzir nos formandos os diferentes métodos de análise em
processos de negócio. Inclui estatísticas aplicadas e descritivas, técnicas de simulação e
otimização, métricas e benchmark de processos. O público alvo deste curso inclui utilizadores
de negócio, analistas e criadores/designers de processos de negócio.
Descrição do curso:
O desenho de processos de negócio precisa de considerar os resultados de uma análise de
processos para depois utilizar as técnicas de modelação de processos para desenvolver um
desenho de processos melhorado. O desenho de processos deve ocorrer em vários estágios
do ciclo de prática BPM e também a vários níveis de detalhe. Este curso introduz nos processos,
as técnicas de desenho praticadas hoje em dia. Técnicas apropriadas de modelação de
processos são aplicadas ao desenho de um processo renovado.
Objetivos do curso:
No final deste curso, os formandos terão competências no seguinte:
376
• Técnicas e métodos de desenho de processos
• Testes de simulação de desenho de processos
Tópicos Principais:
Os tópicos seguintes devem ser abordados ao longo do curso.
Discussão:
A abordagem deste curso passa por explicar os conceitos relacionados com o desenho de
processos, bem como, a simulação e teste do desenho de processos. O público alvo para este
curso inclui utilizadores de negócio, analistas e criadores/designers de processos, profissionais
com orientação a tecnologia BPM.
Descrição do curso:
A implementação de processos de negócio é a ponte entre o desenho e a execução. Este curso
analisa os passos necessários para transformar o desenho aprovado do processo num conjunto
de subprocessos e fluxos de trabalho documentados, testados e operacionais que são aceites
pelas partes interessadas, adequadamente treinadas.
Objetivos do curso:
No final deste curso, os formandos terão competências no seguinte:
Tópicos Principais:
• A fase de implementação
• Implementação BPM
• Automatização de processos
• Melhores práticas e metodologias BPM
• Relatórios e monitorização BPM
• Preparação para testes ao negócio
• Desenvolver planos de implementação
• Implementar mudanças
• Gestão dos processos a nível corporativo e mudança organizacional
• Gestão de projetos para BPM
377
Discussão:
A abordagem deste curso passa por explicar como implementar e gerir a mudança a nível dos
processos. O público alvo inclui utilizadores de negócio, analistas e criadores/designers de
processos de negócio, profissionais com orientação a tecnologia BPM.
Descrição do curso:
As tarefas no interior dos processos de negócio são executadas manualmente e/ou por
aplicações baseadas em computador. Para as aplicações baseadas em computador, são
necessários dados de origem e uma plataforma TI. Este curso aborda como uma Arquitetura
de Negócio (conteúdo de processos de negócio) é traduzida numa arquitetura de TI (hardware
e software de sistema), ou seja, os componenentes necessários e relevantes numa arquitetura
TI para dar suporte a BPM. São discutidas as funcionalidades fornecidas pelos conjuntos BPM
e as ferramentas no seu conjunto. São analisadas as linguagens e notações para representar
os processos de negócio. É explorado o papel dos serviços web e de uma arquitetura orientada
a serviços para permitir agilidade nos processos de negócio. Incluem-se também exercícios
com as ferramentas BPM.
Objetivos do curso:
No final deste curso, os formandos serão capazes de compreender o seguinte:
Tópicos:
• Avaliar o software e as suites BPM
• Implementação BPM
• Arquiteturas de soluções BPM
• A Notação de Modelação em Processos de Negócio (BPMN)
• A Linguagem de Modelação em Processos de Negócio (BPEL)
• Estrutura (Framework) BPM
• Monitorização da atividade de negócio (BAM)
• Ferramentas e tendências BPM
Discussão:
A abordagem deste curso é fornecer uma visão geral funcional das plataformas BPM com
exemplos suficientes da tecnologia BPM para participação de requisitos e avaliações na
aquisição de software e hardware BPM. O público alvo inclui utilizadores de negócio, analistas
e criadores/designers de processos de negócio, profissionais com orientação a tecnologia BPM.
378
Curso: Tecnologia Avançada em Processos de Negócio
As secções seguintes fornecem a descrição do curso, os objetivos, os tópicos e os pontos de
discussão para um curso de Tecnologia Avançada em Processos de Negócio.
Descrição do curso:
Numa construção sobre os pré-requisitos de Tecnologia de Processos de Negócio e
Arquiteturas, este curso apresenta uma análise profunda e como utilizar a tecnologia de suporte
BPM. O conteúdo é mais apropriado para os profissionais que procuram e têm interesse numa
carreira técnica. Todos os componentes da cadeia tecnológica, incluindo os processos de
negócio, as tecnologias Internet, intranets e aplicações de dados suportados por uma
plataforma SOA são abordados. Os exercícios fornecem uma oportunidade para experimentar
as funções básicas dos softwares líderes em BPM.
Objetivos do curso:
No final deste curso, os formandos serão capazes do seguinte:
Tópicos principais:
• Gestão da configuração de BPMS
• Definição e seleção de interfaces padrão da indústria ou específicas do fornecedor entre
BPMS, tanto a nível de aplicativos de software relacionados, quanto a fontes de dados
• Preparação e avaliação de RFPs para BPMS
• Linguagens BP, por exemplo, BPEL (execução) e XPDL (descrição extensível dos processos)
• Segurança para:
o Proteger a integridade do software, fluxos de trabalho e dados em BP
o Permitir que o software BP seja executado por quem ou por tipo de aplicação
• Coordenação com processos de negócio operacionais em entidades corporativas
alargadas
• Ligação da monitorização da atividade corporativa à medição do desempenho dos
processos existentes na Organização
• Criação de ferramentas de colaboração e espaços de trabalho comuns para facilitar a
produtividade da execução de BPM
• Ligação da monitorização da atividade corporativa à comunicação interna e redes sociais
Discussão:
Muito do valor deste curso será a experiência dos formandos na utilização de software líder
para projetar e executar processos de negócio selecionados no interior de uma configuração
de plataforma integrada.
379
Curso: Repositórios de Processos de Negócio e Regras
As secções seguintes fornecem a descrição do curso, os objetivos, os tópicos e os pontos de
discussão para um curso de Repositórios de Processos de Negócio e Regras.
Descrição do curso:
Para promover a eficácia, eficiência e a conformidade regulamentar dos processos corporativos,
os processos em ambiente corporativo devem ser clara e completamente documentados e
automatizados, na medida do possível. O desenho, a implementação e avaliação dos repositórios
de processos de negócio e regras serão estudados, tanto ao nível funcional quanto ao nível técnico.
Ambos os repositórios representam as bases de conhecimento para uma execução bem-sucedida
do motor de processos de negócio. As políticas de gestão destes repositórios são analisadas. As
funcionalidades dos produtos dos principais fornecedores são comparadas. É incluída a experiência
real de utilização destes repositórios.
Objetivos do curso:
No final deste curso, os formandos serão capazes do seguinte:
• Definir o papel dos respositórios de negócio e regras para fornecer valor a Clientes
corporativos e outras partes interessadas na cadeia de distribuição
• Descrever os componentes funcionais ou repositórios de processos e regras de negócio
• Definir a política, a governação e os requisitos de desempenho
• Explicar a contribuição dos repositórios de processos e regras de negócio para o fluxo
de execução dos processos de negócio
• Comparar as ofertas de produtos dos principais fornecedores de repositórios
Tópicos principais:
• Repositórios de processos e regras de negócio, seus componentes funcionais e técnicos
• Como funcionam os repositórios de processos e regras de negócio (ativos ou passivos)
• Desenvolvimento, manutenção de repositórios de processos e regras, incluindo o controlo de
versões
• Conteúdo dos repositórios de processos e regras, incluindo a propriedade
• Integridade e segurança para os repositórios
• Métricas de desempenho e avaliação
• Conformidade regulamentar e retenção de registos
Discussão:
Seja ativa ou passiva, a informação residente nesses repositórios é fundamental para a
execução eficaz, conforme as regras e os processos de negócio existentes.
380
Curso: Medição do Desempenho de Processos de Negócio
As secções seguintes fornecem a descrição do curso, os objetivos, os tópicos e os pontos de
discussão para um curso de Medição do Desempenho de Processos de Negócio.
Descrição do curso:
O sucesso em BPM requer um conjunto de métricas significativas de resultados e desempenho
de execução que transmitam valor acrescentado às operações de negócio e à estratégia para
uma avaliação por parte dos gestores de topo, donos dos processos e pessoal especialista em
processos. É necessária uma rede integrada de métricas de desempenho que englobe os
requisitos dos Clientes, através do cumprimento e do recebimento de faturas emitidas para
entregar esta informação às partes interessadas apropriadas. As métricas de desempenho para
processos corporativos alargados devem ser incluídas para permitir uma avaliação completa
no final do processo. São abordadas tanto as métricas orientadas para o negócio, como para a
tecnologia. Os critérios para a geração de relatórios são discutidos, por exemplo, criação de
eventos, consultas de utilizadores, ou simplemente dados gerados. São utilizados exemplos de
grupos constituídos por turma e casos de estudo para ilustrar como se desenvolve um sistema
eficaz de avaliação de desempenho BPM.
Objetivos do curso:
No final deste curso, os formandos serão capazes do seguinte:
Tópicos principais:
• Relação entre o desempenho em BPM e a gestão do desempenho corporativa
• Especificação de tipos de métricas BP (resultados, operações e desenvolvimento) para
grupos e turmas relevantes com as partes interessadas
• Como desenvolver métricas BPM válidas e confiáveis
• Como desenvolver uma métrica BRM válida e confiável
• Como assegurar que as métricas em BPM e em BRM continuam alinhadas com a
estratégia corporativa, os requisitos dos Clientes e as influências ambientais (por
exemplo, a concorrência na indústria, agências reguladoras e mudanças tecnológicas)
381
Discussão:
Pré-requisitos recomendados: Introdução ao BPM, Modelação Processos, Análise Processos
(métricas) e Estratégia em Processos de Negócio (alinhar métricas BPM com métricas
corporativas). Os formandos podem querer utilizar Tecnologia em Processos de Negócio e
Arquiteturas para obter um ponto de vista abrangente. Algumas palestras são necessárias para
criar uma base para o desenvolvimento de métricas, mas a maioria dos conteúdos deve enfatizar
exemplos reais, estudo de casos e exercícios para cimentar os conceitos. Se possível, devem ser
utilizados software de desempenho de processos de negócio e software de construção de painéis
de indicadores (dashboards) pelo menos uma demonstração, para criar uma experiência de
implementação, mas não para substituir custos ou diminuir a aprendizagem dos materiais de apoio
ao curso. Se o conjunto de cursos numa variação particular do programa não tiver incluído
experiência com simulações em BPM para analisar os impactos da mudança de componentes dos
processos para avaliar as melhorias de desempenho – deve ser incluído um exercício neste curso.
Os formandos não podem construir métricas sem ser possível experimentar. É um curso obrigatório
para qualquer currículo completo ou subconjunto de certificados. Deve ser um módulo significativo
num curso orientado a certificação ou a um nível executivo.
Descrição do curso:
Os benefícios BPM são recolhidos através de um compromisso de longo prazo e não, como
uma explosão de produtividade a curto prazo. Deste modo, os benefícios da sustentabilidade
do BPM resultam de uma transformação para uma cultura centrada e orientada a processos
por todos os Stakeholders relevantes da Organização. Sem uma gestão de mudança bem-
sucedida, talvez radical, o BPM não pode proporcionar benefícios de melhoria contínua. Um
programa eficaz para sustentar o valor do BPM é discutido, incluindo o apoio aos executivos
séniores, incentivos consistentes com a melhoria do BPM e a criação de grupos focados na
inovação BPM. A implementação bem-sucedida de melhorias BPM deve ser celebrada, aberta
e entusiasticamente, para manter um compromisso com as melhorias BPM. Exemplos e casos
de estudo de setores específicos permitirão a discussão da implementação de um plano de
sustentabilidade BPM.
Objetivos do curso:
No final deste curso, os formandos serão capazes do seguinte:
382
Tópicos do curso:
• Programas e práticas de sustentabilidade nos setores com e sem fins lucrativos em todo o mundo
• O que são processos corporativos sustentáveis?
• Como os processos de negócio sustentáveis podem facilitar a sustentabilidade corporativa?
• Como fazer com que BPM sustentável seja iniciado na Organização?
• Quais são as métricas significativas da sustentabilidade BPM?
• Qual é a relação da sustentabilidade BPM com a agilidade corporativa?
• Quais são as organizações que adotaram na prática a sustentabilidade BPM?
Discussão:
Pré-requisitos do curso: Gestão do Desempenho de BP e Estratégia de Processos de Negócio.
Como a sustentabilidade tem muitas interpretações, inúmeros exemplos são importantes para
tornar a sustentabilidade BPM clara. Necessitam de ser esclarecidos, o desafio de alcançar a
sustentabilidade BPM em relação à concorrência da indústria, previsibilidade dos requisitos dos
Clientes, mudanças tecnológicas e orientações regulatórias. Os gestores de topo devem ser
vistos como defensores contínuos de uma Organização centrada em processos, apesar da
incerteza estratégica.
Descrição do curso:
O alinhamento entre os objetivos dos processos de negócio e a estratégia corporativa é essencial
para reunir benefícios do BPM. Eficiência sem eficácia não alcançará os objetivos institucionais. Os
requisitos do Cliente devem moldar a estratégia de negócio, os objetivos, as métricas e a própria
Organização. Este impulso deve continuar a dar forma aos objetivos, estratégia e métricas BPM.
Uma clara delimitação dos processos de negócio ponta a ponta (interfuncionais) com os Donos dos
Processos deve incluir processos de negócio estendidos e subprocessos de negócio mais
detalhados. Dados os recursos finitos da Organização, os investimentos propostos nos processos
de negócio devem ser analisados dentro do contexto do portfólio de processos de negócio
existentes. Para que o BPM seja bem-sucedido, a responsabilidade clara do Dono dos Processos
a um nível corporativo, através dos donos dos subprocessos também a um nível corporativo, deve
ser estabelecida em conjunto com as métricas apropriadas.
Objetivos do curso:
No final deste curso, os formandos serão capazes do seguinte:
383
Tópicos do curso:
• Alinhamento de estratégias (Corporativa e BPM)
• Aplicação de modelos de estratégia de negócio à estratégia BPM
• Criação de processos de negócio interfuncionais ponta a ponta, incluindo uma empresa ampliada
• Desenvolver métricas apropriadas de processos de negócio consistentes com a
estratégia corporativa
• Construir uma Organização orientada a processos de negócio com processos de negócios
claros e responsabilidade nos subprocessos
• Desenvolvimento de métricas BPM em cada nível para avaliar a contribuição para a geração
de valor do negócio
• Aplicar a teoria de portfolio à avaliação dos investimentos BPM atuais e propostos
• Para compreender os benefícios potenciais na criação de um Centro de Excelência e de um
Modelo Corporativo de Projetos (Project Management Office) orientado a Processos de Negócio
Discussão:
Não Aplicável
Descrição do curso:
Os pré-requisitos do curso incluem: Introdução ao BPM, Modelação de Processos e
Desempenho de Processos de Negócio. Depois de analisar as estruturas e os modelos de
estratégia de negócio, os formandos utilizam estudos de caso e projetos de campo para analisar
a estratégia, a estrutura e o desempenho BPM. Os formandos experimentam a análise, o
desenvolvimento e a melhoria de processos de negócio existentes ou novos, em ambientes
reais ou simulados.
Objetivos do curso:
No final deste curso, os formandos serão capazes do seguinte:
Tópicos principais:
• Técnicas de descoberta do estado atual dos processos de negócio
• Aptidões de consultoria bem-sucedidas
• Fundamentos das causas a partir de sintomas aparentes
• Comunicação escrita e oral eficaz
Discussão:
A experiência concreta não tem substituto. O estágio pode ser uma porta de entrada para um
emprego após a especialização.
384
Curricula Modelo
Conceitos Chave
385
11.3 Apêndice C: Código de Ética da ABPMP
Código de Ética
A ABPMP está comprometida com o mais elevado padrão de ética profissional e acredita que
os profissionais em Gestão por Processos de Negócio devem:
Tenho uma obrigação para com a sociedade e participo da melhor forma possível na divulgação
de conhecimentos relativos ao desenvolvimento geral e à compreensão da Gestão por
Processos de Negócio. Além disso, não devo usar o conhecimento de natureza confidencial
para promover o meu interesse pessoal, nem violarei a privacidade e a confidencialidade das
informações que me são confiadas ou para as quais possuo acesso.
Tenho uma obrigação para o meu empregador / Cliente cuja confiança eu mantenho, portanto,
eu me esforçarei para cumprir esta obrigação com a melhor das minhas capacidades, para
proteger os interesses do meu empregador / Cliente e fornecer conselhos com sabedoria e
honestidade. Devo promover a compreensão dos métodos, procedimentos e boas práticas em
Gestão por Processos de Negócio, utilizando todos os recursos disponíveis para promover a
passagem de informação e conhecimento a quem me confiar os seus projetos.
Tenho uma obrigação ética para com todos os colegas profissionais, logo, devo defender os
ideais genuínos da ABPMP conforme está descrito nos Estatutos da Associação. Quando me
tornar sócio profissional, cooperarei com os meus colegas e os tratarei com honestidade e
respeito em todos os momentos.
Aceito estas obrigações como uma responsabilidade pessoal e como futuro membro desta
Associação. Devo cumprir estas orientações de forma ativa, dedico-me sem reservas a dar
seguimento a este compromisso que é exclusivo e só depende de mim.
386
11.4 Apêndice D: Normas de Conduta da ABPMP
Padrão de Conduta
Existem normativos que são extensões do Código de Ética. Fornecem declarações claras de
comportamento específicas em seu apoio. Não são objetivos que devem ser procurados; são
regras que nenhum profissional idóneo irá violar. Os seguintes elementos padrão abordam os
princípios que se aplicam à profissão com este nível de reconhecimento internacional. Em clara
aceitação das minhas obrigações profissionais, devo:
Reconheço ter lido e entendido, pelo que irei passar a respeitar estes princípios e ética de
conduta profissional.
Assinatura:
Data e Local:
387
11.5 Apêndice E: Referências dos Capítulos
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https://cdn2.hubspot.net/hubfs/4439340/2019-ERP-Report-3.pdf
21. Instituto de Gestão de Projetos. 2004. “A Guide to the Project Management Body of
Knowledge”. Praça de Newtown, PA: Instituto de Gestão de Projetos.
22. Prosci Staff n.d. "Change Management Best Practices" (Melhores Práticas de Gestão da
Mudança). Prosci.com.
https://www.prosci.com/resources/articles/change-management-best-practices
23. Prosci Staff n.d. "Definição de Gestão da Mudança". Prosci.com.
https://www.prosci.com/resources/articles/change-management-definition
24. Prosci Staff n.d. "O que é a Gestão da Mudança?". Prosci.com.
https://www.prosci.com/resources/articles/what-is-change-management
25. Rabinowitz, Noah. 2019. "Dez ortodoxias que nos distraem do verdadeiro
desenvolvimento da liderança". Blog Capital H. 24 de Abril. New York: Deloitte.
https://capitalhblog.deloitte.com/2019/04/24/ten-orthodoxies-that-distract-us-from-real-
leadership-development/#more-8341
26. Reichert, Manfred e Barbara Weber. 2012. “Enabling Flexibility in Process-Aware
Information Systems Challenges, Methods, Technologies”. Berlim: Springer.
27. Von Halle, Barbara. 2002. “Regras de negócio aplicadas: Construir Melhores Sistemas
Utilizando a Abordagem das Regras de Negócio”. Nova York: John Wiley & Sons.
28. Weske, Mathias. 2007. “Business Process Management [Gestão por Processos de
Negócio]: Conceitos, Línguas, Arquiteturas”. Berlim: Springer.
396
Capítulo 10
1. Bossidy, Larry, Ram Charan, e Charles Burck. 2011. “Execução: A Disciplina de Fazer
as Coisas”. Londres: Random House Business Books.
2. Davenport, Thomas H. 1992. “Process Innovation (Inovação de Processos): Trabalho de
Reengenharia através das Tecnologias de Informação”. Boston, MA: Harvard Business
School Press.
3. Hamel, Gary. “Leading the Revolution (Liderar a Revolução)”. Cambridge, MA: Harvard
Business School Press.
4. Hammer, Michael. 2001. “The Agenda”. New York: Crown Business.
5. Kaplan, Robert S. e David P. Norton, "Using the Balanced Scorecard as a Strategic
Management System". Harvard Business Review, janeiro-fevereiro de 1996.
6. Kaplan, Robert S. e David P. Norton. 2001. “The Strategy-Focused Organization".
Boston, MA: Harvard Business School Press.
7. Kaplan, Robert S., David P. Norton. 1996. “The Balanced Scorecard”. Boston, MA:
Harvard Business School Press.
8. Porter, Michael. 1996. "O que é a Estratégia?". Harvard Business Review. Novembro-
Dezembro de 1996. Boston, MA: Harvard Business School Press.
9. Rosemann, Michael. 2006. "Process Portfolio Management". Brisbane, Austrália:
Queensland University of Technology QUT.
10. Rummler, Geary A., e Alan P. Brache. 1995. “Improving Performance (Melhorar o
Desempenho): Como Gerir o Espaço Branco num Organograma”. São Francisco, CA:
Jossey-Bass.
11. Smith, Dick e Jerry Blakeslee com Richard Koonce. 2002. “Strategic Six Sigma: Best
Practices from the Executive Suite [Seis Sigma Estratégico: Melhores Práticas do
Conjunto Executivo]”. Nova York: John Wiley & Sons.
12. Smith, Howard e Peter Fingar. 2003. “Business Process Management (Gestão por
Processos de Negócio): A Terceira Onda”. Tampa, FL: Meghan-Kiffer Press.
13. Treacy, Michael e Fred Wiersema. 1995. “A Disciplina dos Líderes de Mercado”. Boston,
MA: Addison-Wesley.
14. Treacy, Michael. 2003. “Double-Digit Growth (Crescimento de Dois Dígitos): Como
Grandes Empresas o Conseguem... Não importa o quê”. New York: Grupo Penguin.
397
11.6 Anexo F: Glossário
A ABPMP reconhece que qualquer termo em BPM ou BPMS hoje está aberto à interpretação
porque as pessoas aplicam definições utilizadas onde quer que tenham aprendido o termo.
Consequentemente, a maioria dos termos tem definições concorrentes e isto complica a
comunicação nas organizações e entre os profissionais BPM. Ao criar este Glossário, tivemos
que decidir se listaríamos várias definições concorrentes ou forneceríamos uma definição
padrão para cada termo. O nosso objetivo é criar consistência nas discussões em volta do BPM
para a indústria BPM e para os nossos membros. Por tudo isto apresentamos uma única
definição padrão para todos os termos. Este Glossário é, portanto, um passo para alcançar o
objetivo da ABPMP, que é o de criar um entendimento padrão BPM em todo o mundo.
Embora estas definições possam ser um pouco diferentes das que atualmente utilizamos, são
as definições padrão da ABPMP e são utilizadas ao longo do BPM CBOK.
Nota de tradução: as definições estão por ordem alfabética e em inglês, por forma a respeitar
e a não confundir, a ordem alfabética original. Algumas definições não estão traduzidas para o
português nativo (versão Portugal) uma vez que não existem essas palavras no dicionário.
398
A
Activity (Atividade)
A agregação de tarefas necessárias para entregar uma parte definível de um subconjunto ou
serviço. Um exemplo é a fresagem de uma peça que se tornará parte de um subconjunto. A matéria
prima terá de ser tratada termicamente, depois fresada, desengordurada, depois polida, depois
testada quanto à tolerância. Estas tarefas formam um resultado definível ou parte de um
subconjunto. Numa empresa de serviços (seguros), um exemplo é a revisão da reclamação, que
pode fazer parte do subprocesso de adjudicação da reclamação, que por sua vez pode fazer parte
da linha de processos de gestão corporativa. As atividades podem ser agregadas para formar
cenários. São grupos de atividades e tarefas associadas aquelas que são sempre executadas em
determinados eventos ou em resposta a necessidades específicas, tais como, o registo de Clientes
ou a integração numa linha de negócio de gestão de um certo património bancário.
Os métodos ágeis (por exemplo, Scrum) encorajam respostas rápidas e flexíveis à mudança,
promovendo o planeamento adaptativo, a identificação de requisitos de colaboração e a
racionalização entre uma equipa auto-organizada e multifuncional, bem como, o
desenvolvimento de soluções incrementais e com prazos reduzidos. Muitos esforços de
desenvolvimento de software comercial moderno seguem este tipo de abordagem.
Architecture (Arquitetura)
Na modelação de processos, uma disposição propositada de modelos num quadro que
descreve todo um negócio em termos das suas partes componentes. Estes podem ser criados
em conformidade com quadros bem conhecidos para reduzir a ambiguidade. Como exemplos
incluem-se as arquiteturas baseadas no The Zachman Framework e seus derivados, tais como,
The Open Group Architectural Framework (TOGAF).
399
B
Benchmarking
Uma comparação do desempenho de um processo numa Organização com o desempenho de
processos semelhantes em organizações da mesma indústria. Muitas empresas procuram
dados de referência para ajudar nos esforços de transformação corporativa e determinar a
forma como outras empresas estão a gerir processos semelhantes.
Bottleneck (Gargalo/Engarrafamento)
Uma restrição que cria um atraso em torno de um ponto específico, um gargalo de
estrangulamento. Normalmente, estes constrangimentos impedem o sistema de alcançar mais, de
acordo com os objetivos definidos. Há muitas formas de os constrangimentos aparecerem. Podem
ser internas ou externas aos tipos de sistema e podem resultar de equipamento, pessoas, políticas,
ou processos ineficazes. A identificação de constrangimentos e o alívio de estrangulamentos são
muitas vezes um objetivo chave dos projetos de transformação corporativa.
400
Business Process Management (BPM) (Gestão por Processos de Negócio)
O BPM é uma disciplina de gestão que integra a estratégia e os objetivos de uma Organização
com as expectativas e necessidades dos Clientes, concentrando-se nos processos ponta a
ponta. Reúne a estratégia, os objetivos, a cultura, as estruturas organizacionais, os papéis, as
políticas, as metodologias e as ferramentas informáticas para:
Business Process Management Center of Excellence (BPM CoE) (Centro de Excelência BPM)
Um grupo interno dentro de uma Organização especializada na utilização de BPM e BPMS e que
ajuda a empresa a abordar a Gestão por Processos Corporativos e questões de desempenho.
O BPMN foi criado pela Business Process Management Initiative, agora fundido com o Object
Management Group (OMG), um grupo que define padrões de sistemas de informação. O BPMN
tem uma aceitação crescente como padrão a partir de muitas perspetivas, o que resultou na
sua inclusão em várias das ferramentas de modelação amplamente mais utilizadas.
401
O BPMN fornece um conjunto robusto de símbolos para a modelação de diferentes aspetos
dos processos corporativos. Tal como a maioria das notações modernas, os símbolos
descrevem relações definitivas, tais como, fluxos de trabalho e a ordem de precedência.
Para além da normalização dos símbolos, o BPMN tenta padronizar a terminologia e as técnicas
de modelação. Serve um propósito semelhante ao da notação EPC (Event-driven Process
Chain) utilizada na metodologia ARIS.
Esta norma passou por várias iterações; a mais recente é a 2.0. No entanto, a norma continuará
a ser modificada e o número da versão e o seu conteúdo serão alterados. Os fornecedores de
ferramentas de modelização BPM e os fornecedores de BPMS irão provavelmente ajustar-se
às normas à medida que estas forem mudando.
Embora os componentes destes conjuntos de ferramentas existam desde finais dos anos 80, só
foram combinados no início do milénio (ano 2000 e seguintes). O verdadeiro avanço que permitiu
esta conjugação de produtos foi o advento da geração de aplicações baseadas em regras que
estava ligada a modelos de processos. Desde 2003, vários produtos e componentes foram reunidos
para formar conjuntos de produtos BPM. É a fusão das abordagens, técnicas e ferramentas BPM,
juntamente com a sua capacidade de gerar rapidamente aplicações, que proporciona a velocidade
necessária para otimizar uma operação e apoiar uma mudança rápida. Esta capacidade é o que
proporciona tanto a otimização inicial como a melhoria contínua.
402
BPMS/BPM or BPMS-Supported BPM (BPMS/BPM ou BPM apoiado por BPMS)
Uma operação corporativa que segue uma abordagem BPM para a melhoria, utilizando uma
ferramenta BPMS para impulsionar e apoiar a atividade corporativa e coordenar a utilização de
aplicações informáticas antigas. Esta combinação de abordagem e tecnologia forma um
ambiente operacional onde a Organização funciona efetivamente, utilizando o BPMS.
C
Capability Maturity Model (CMM) (Modelo de Maturidade de Capacidades)
Um Modelo de Maturidade de Capacidade (CMM) lista atividades importantes comuns a
organizações semelhantes e fornece escalas de classificação (por exemplo, 1-5) para cada
atividade, juntamente com descrições do significado de cada classificação. Um CMM é uma
forma de avaliar o quão bem uma Organização faz o que faz. O COBIT é um exemplo de uma
estrutura que contém um CMM utilizado para classificar as atividades das divisões de TI em
todas as fases de desenho e implementação de serviços. As classificações de um CMM podem
estar correlacionadas com outras medidas de sucesso organizacional, tais como, o valor da
marca, a rentabilidade e o crescimento do mercado.
Um CMM, quando utilizado por avaliadores externos, imparciais e de terceiros, ajuda outras
partes interessadas a comparar múltiplas organizações. Quando usado internamente, um CMM
pode ser utilizado para criar uma visão organizacional, objetivos organizacionais e individuais.
Este modelo ajuda a definir o período de tempo em que uma Organização pode atingir cada
nível do CMM.
403
A gestão da mudança tem como objetivo ajudar a Direção, colaboradores e partes interessadas
a aceitar e a abraçar a mudança no atual ambiente corporativo. A gestão da mudança envolve
frequentemente a realização de avaliações formais do impacto da mudança, o desenvolvimento
de planos de ação individuais, a melhoria das comunicações e a prestação de formação para
combater a resistência. O resultado é que estes planos ajudam a alinhar as mudanças com a
direção estratégica global da Organização.
Estes fatores estão relacionados com o que a Organização precisa de fazer para ter sucesso
de uma forma contínua, não necessariamente o que está atualmente a fazer.
404
D
Data Flow Analysis (Análise do Fluxo de Dados)
Uma técnica de análise que procura compreender como os dados fluem através de um sistema.
A análise do fluxo de dados analisa a utilização de dados em diferentes partes de uma
Organização, bem como, a forma como os dados são utilizados por aplicações de apoio a um
determinado processo corporativo.
DCOR
Design Chain Operations Reference: um modelo de referência criado pelo Supply Chain Council.
(a) assegura o alinhamento da oferta e da arquitetura dos processos ponta a ponta com a
estratégia e os recursos da Organização e
(b) fornece um modelo de governação para a gestão e avaliação das iniciativas BPM.
405
Servem um propósito semelhante ao dos modelos BPMN no apoio à melhoria dos processos
corporativos, ajudando a ligar diferentes visões de um modelo corporativo. Um EPC considera
os eventos como desencadeadores ou resultados de uma etapa de processo; isto é útil para a
modelação de conjuntos complexos de processos. Os gatilhos EPC resultantes de uma etapa
de processo são chamados funções. Assim, o fluxo é normalmente evento-função-evento.
Failure Mode and Effects Analysis (FMEA) / Modo de Falha e Análise de Efeitos
Um FMEA é uma técnica de avaliação de risco Seis Sigma que identifica como um produto,
serviço ou processo pode falhar, estima os riscos relacionados e dá prioridade a ações que
reduzam o risco de falha.
Flowcharting (Fluxograma)
Um tipo de diagrama que representa num formato visual uma sequência de eventos, etapas de
processamento e/ou decisões. Originalmente aprovado como padrão ANSI, o fluxograma inclui
um conjunto muito simples e pequeno de símbolos, que não são padronizados; facilita a captura
rápida do fluxo dos processos.
Handoffs (Trasferências/Passagens)
Qualquer ponto num processo em que o trabalho ou a informação passa de um sistema, pessoa,
ou grupo para outro é uma transferência para esse processo. As transferências são
frequentemente ilustradas como interfaces de processo ou eventos intermediários.
406
ITIL
ITIL é o acrónimo de Information Technology Infrastructure Library. Significa biblioteca de infra
estruturas de Tecnologias de Informação (TI). É uma coleção de melhores práticas para a
gestão de serviços de TI.
Lean
Uma filosofia e abordagem que enfatiza a eliminação de desperdícios ou trabalho sem valor
acrescentado através de um enfoque na melhoria contínua para racionalizar as operações. O Lean
é centrado no Cliente e sublinha o conceito de eliminação de qualquer atividade que não
acrescente valor à criação ou entrega de um produto ou serviço. O Lean concentra-se em
proporcionar maior qualidade, tempo de ciclo reduzido e custos mais baixos. Porque produz
sistemas de produção melhorados, acredita-se que aumenta a capacidade de produção e a
flexibilidade. Mas na prática, os seus conceitos podem ser e têm sido, aplicados em todas as áreas
de uma Organização. James Womack e Daniel Jones desenvolveram o termo "Lean" no seu livro
sobre o Sistema de Produção Toyota (TPS) “A Máquina que Mudou o Mundo”. Hoje em dia o Lean
é apoiado por ferramentas e métodos estatísticos que, embora não tão robustos como os do Seis
Sigma, são uma parte importante dos projetos de melhoria. Na sua maioria, o Lean tem sido
utilizado no fabrico, onde as organizações estão a aplicar as ferramentas Lean em ambientes de
serviço e transacionais com grande sucesso. Os resultados típicos mostram reduções dramáticas
no tempo, ao mesmo tempo que aumentam significativamente a qualidade. Esta abordagem é por
vezes combinada com técnicas Seis Sigma e referida como Lean/Six Sigma (L-SS).
Measurement (Medição)
A quantificação dos dados (ou conjunto de dados) num padrão e qualidade aceitáveis (exatidão,
exaustividade, consistência e atualidade).
407
Mas deve-se ter cuidado na identificação da atividade mensurável, porque é fácil medir coisas
erradas, é fácil medir em excesso e criar relatórios inúteis.
Metric (Métrica)
Uma medida quantitativa de um dado atributo num sistema, componente ou processo. A métrica
representa uma extrapolação ou um cálculo matemático das medições, resultando num valor derivado.
Modernization (Modernização)
Atividade que utiliza o conhecimento da operação atual e alavanca novas tecnologias, novas
técnicas de fabrico e novas filosofias de gestão para definir como os produtos ou serviços serão
produzidos pela operação.
Notation (Notação)
O conjunto específico de símbolos e as suas regras de utilização na descrição de uma coisa.
Existem notações criadas ou adaptadas para utilização em BPM, tal como noutros campos. O
fluxograma é um exemplo de uma notação utilizada tanto para documentação de processos
corporativos como para documentação de lógica de programação informática. Outros
exemplos incluem BPMN e EPC.
Process (Processo)
Um processo é um conjunto de funções numa determinada sequência que fornece valor a um
Cliente. Os processos são iniciados por eventos externos claramente definidos.
São formados a partir de uma combinação de todas as atividades e apoio necessários para
produzir e entregar um objetivo, resultado, produto ou serviço, independentemente do local
onde a atividade é executada. Estas atividades são normalmente uma agregação interfuncional
e interorganizacional de atividades que trabalham em conjunto para criar um produto ou serviço
final. As atividades são mostradas no contexto da sua relação umas com as outras para fornecer
uma imagem da sequência e do fluxo.
408
Este contexto inclui um conjunto definido de atividades ou comportamentos executados por
seres humanos, sistemas ou uma combinação de ambos para atingir um ou mais objetivos. Os
processos são desencadeados por eventos específicos e têm um ou mais resultados que
podem entregar no fim do processo ou numa transferência para outro processo. Os processos
são compostos por um conjunto de tarefas ou atividades interrelacionadas que resolvem uma
determinada questão. No contexto da Gestão por Processos Corporativos, um processo
corporativo é definido como um trabalho ponta a ponta que proporciona valor aos Clientes. A
noção de trabalho ponta a ponta é crítica, uma vez que envolve todo o trabalho, ultrapassando
quaisquer limites funcionais, necessário para fornecer completamente valor ao Cliente.
409
Process Manager or Leader (Gestor de Processos ou Líder)
Uma pessoa com este papel gere projetos de transformação de processos, lidera workshops
de descoberta e desenho de processos, instrui os Donos dos Processos, mede e informa sobre
o desempenho dos processos.
410
Process Management Maturity (Maturidade da Gestão por Processos)
Uma medida do estado do percurso de uma Organização para considerar e gerir o trabalho
utilizando uma abordagem centrada nos processos. O nível de maturidade é definido
comparando a operação atual da Organização com características e capacidades que são
definidas num dos muitos modelos de maturidade de processos no mercado.
A propriedade dos processos pode ser adotada a tempo inteiro ou como uma responsabilidade
adicional, como uma linha funcional ou função específica atribuída.
Os Donos dos Processos estão entre os componentes essenciais para o sucesso dos processos
corporativos. Um processo de negócio sem um Dono de Processos com influência
organizacional é como um navio sem leme, hélice e velas, o processo de negócio não pode ser
executado da forma mais eficiente e eficaz possível.
411
As equipas dos processos são frequentemente aconselhadas por um Arquiteto de Organização
e/ou Arquiteto de Processos.
Role (Papel)
Um papel corporativo é um grupo de competências relacionadas com um nível de autoridade
para desempenhar uma determinada tarefa. Isto inclui todos os tipos de tarefas, quer sejam
manuais ou sistemas ativados. As funções corporativas e competências associadas podem ser:
Rules (Regras)
A lógica que define o que será feito, quando será feito, onde será feito, porque será feito, como
será feito e como tudo será gerido ou governado. As regras podem assumir muitas formas,
desde simples decisões binárias, a decisões envolvendo regras lógicas booleanas mais
avançadas. Os exemplos vão desde simples decisões de sim/não, a árvores de decisão multi-
tarefas para determinar como um processo responde a um determinado evento.
412
S
SCOR
Supply Chain Operations Reference (SCOR) é um modelo de referência de processos corporativos
mantido pelo Supply Chain Council como uma ferramenta de diagnóstico padrão de facto para a
gestão da cadeia de distribuição. O SCOR é uma ferramenta de gestão que abrange os
fornecedores de uma Organização até aos seus Clientes. Esta referência descreve as atividades de
negócio associadas a todas as fases de satisfação das exigências do Cliente. Este modelo de
referência analisa os processos e atividades corporativas utilizadas em todas as fases da atividade
da cadeia de distribuição. O modelo SCOR baseia-se em três pilares principais: modelação de
processos, medições de desempenho e melhores práticas. O modelo de processos está dividido
em cinco grupos: Planear, Originar, Fazer, Entregar e Devolver. Cada um destes grupos de
processos é decomposto em níveis de detalhe progressivamente mais baixos para ajudar a modelar
as atividades da cadeia de distribuição. Cada nível é uma decomposição das atividades no nível
acima e todas são apoiadas por um conjunto de indicadores chave de desempenho (KPI) padrão.
Também conhecida por teste de hipóteses, o objetivo é testar os resultados mensuráveis do desempenho
(por exemplo, tempo e custo) a partir de diferentes formas de alcançar os objetivos desejados.
Simulation (Simulação)
Uma técnica de modelação que utiliza modelos de processos corporativos numa ferramenta
BPMS para fazer previsões sobre como um processo pode funcionar em diferentes
circunstâncias e cargas de trabalho. A simulação de processos de negócio pode ser tanto
formal como informal e utilizar uma variedade de técnicas. A simulação de processos
geralmente atribui valores a atividades e depois define um número de casos de utilização
antecipada para ver como o processo da Organização irá responder sob diferentes
circunstâncias. A simulação de processos corporativos complexos pode muitas vezes revelar
resultados que as equipas de transformação de processos corporativos não conseguem
antecipar.
413
Isto é especialmente relevante quando se tenta modelar novos processos de negócio
automatizados a serem realizados em dispositivos móveis. As simulações requerem dados
suficientes, o que normalmente permite que o processo seja simulado matematicamente sob
vários cenários, cargas, ou outras condições.
SIPOC
É o acrónimo de Supplier-Input-Process-Output-Customer e é uma ferramenta Seis Sigma;
significa Fornecedor-Entrada-Processo-Saída-Cliente. Um diagrama SIPOC verifica que as
entradas do processo correspondem às saídas do processo a montante e que as saídas do
processo correspondem às entradas esperadas do processo a jusante.
SOA
É o acrónimo de Service-Oriented Architecture. Uma abordagem para ligar recursos, para obter
ou apresentar dados a pedido. É uma estratégia de acesso e entrega de dados prosseguida
pela Organização - não é simplesmente uma tática ou técnica que a empresa adota para
perseguir um objetivo de melhor interface de aplicação.
Significa Arquitetura Orientada para Serviços. O SOA é uma abordagem para a construção de
aplicações informáticas que apoiam ou automatizam os processos corporativos, utilizando um
conjunto de componentes de caixa negra frouxamente acoplados. O SOA representa uma
mudança dramática na relação entre negócios e TI. O SOA faz da tecnologia um verdadeiro
facilitador de negócio e capacita tanto os líderes corporativos como os líderes tecnológicos.
Numa perspetiva técnica, o SOA é um método para desenhar e arquitetar soluções. Pode ser
implementado numa camada de mensagens ou de integração ou pode ser uma forma de uma
aplicação ser desenhada para fornecer serviços a outras aplicações.
SOA Interface
O software que chama dados de, ou apresenta dados para, uma ou mais aplicações que são
externas à aplicação que está a ser executada. A informação do endereço da interface para
localizar a(s) implementação(ões) associada(s) é conhecida como “um pedido”.
SOAP
É o acrónimo de Simple Object Access Protocol. Incorporado no guarda-chuva SOA está um
conjunto de normas que regem a transferência de dados. Estas normas designadas por (SOAP),
são um conjunto de regras para a transferência de informação estruturada através de uma rede
na implementação de serviços web.
414
Swim Lanes (Pistas de Natação)
Os modelos de pistas de natação dividem um ecrã ou página em múltiplas linhas ou faixas
paralelas. As vias são geralmente representadas como longos retângulos verticais ou
horizontais ou por vezes, linhas ou barras simples. Cada uma destas faixas é definida como
uma unidade organizacional específica ou um papel corporativo que uma pessoa desempenha
na execução do trabalho. O trabalho passa de atividade para atividade seguindo o caminho do
fluxo de uma unidade de negócio para outra unidade de negócio ou de papel para papel. Ao
mostrar o fluxo da pista (papel ou Organização) para outra pista, as pistas de natação ajudam
a identificar os desvios num processo.
Task (Tarefa)
Uma tarefa é constituída por passos ou ações tomadas para realizar um trabalho específico.
415
Por exemplo, introduzir a informação de uma reclamação no sistema de reclamações da linha
de negócio, registar um paciente num hospital, ou introduzir uma encomenda de um projeto
num sistema de vendas. Várias tarefas logicamente relacionadas podem ser combinadas numa
atividade de nível superior. Uma tarefa pode ou não ter apoio automatizado. Algumas tarefas
podem até ser totalmente automatizadas. Tarefas automatizadas podem ser mostradas num
modelo de fluxo de trabalho para fornecer informação que ajude o pessoal a compreender o
que está a acontecer. As tarefas podem também combinar-se para formar cenários que se
repetem com base em eventos, calendarização e outras situações.
416
A atividade é uma combinação de trabalho de um ou mais processos. O trabalho é organizado
em torno da eficiência. As atividades nos fluxos de trabalho são mostradas como um fluxo que
descreve a relação de cada atividade com todas as outras realizadas na unidade de negócio. A
modelação mostra este trabalho como um fluxo que descreve a relação de cada atividade com
todas as outras desempenhadas numa unidade de negócio ou área funcional.
WSDL
É o acrónimo de Web Services Description Language. É uma forma padrão de definir uma
interface de serviço SOA.
417
11.7 Apêndice G: Contributos
A ABPMP está profundamente grata aos seguintes colaboradores pelas suas muitas horas de
escrita, revisão, edição e outros esforços. Estas são as pessoas que contribuíram diretamente para
o desenvolvimento das versões CBOK anteriores 1.0, 2.0, 3.0 e 4.0. Há muitos outros que
contribuíram indiretamente com pensamentos, comentários e apoio moral a estes colaboradores,
razão pela qual nós estendemos-lhes também os nossos sinceros agradecimentos.
Peter Franz
O Peter é Diretor Executivo, Co-CEO, BPM-D em Filadélfia. Foi anteriormente Diretor Executivo
da prática BPM na Accenture.
418
O Jack é o Diretor Executivo da SentientPoint, Inc e foi Professor Adjunto na Northwestern
University School of Continuing Studies (Programa de Certificação de Analistas de Negócio) e
lecionou na University of Chicago Graham School (Business Process Management & Advanced
Project Management Certification Program). Em 2011, o Jack recebeu o prestigioso Prémio de
Ensino de Excelência Docente da Northwestern University School of Continuing Studies. O Jack
é licenciado em Ciências Informáticas pela Universidade DePaul, completou o Programa de
Certificação de Estratégia de Gestão de Projetos desta Universidade que está sediada em
Chicago, faz parte do Conselho Internacional da ABPMP e é Ex-Presidente da Associação de
Arquitetos Corporativos®.
419
Connie Moore
A Connie é atualmente Vice-presidente e Analista Principal na Deep Analysis. Foi anteriormente
vicepresidente e Diretora de Investigação na Forrester Research.
David Kish
O David Kish é atualmente consultor da TCS na área Ecosystem, Strategy & Blockchain Practice.
Mark Treat
O Mark Treat tem uma vasta experiência no desenho e avaliação de processos corporativos.
Atualmente o Mark é Chief Strategy Officer na Upward Health. Na ABPMP o Mark é um Ex-
Diretor Executivo, foi Presidente do Comité de Educação e contribuiu para a primeira versão e
projeto do CBOK (BPM Common Body of Knowledge).
Hartmut F. Binner
Desde 1978, Hartmut Binner tem dado palestras na Universidade de Ciências Aplicadas em
Hannover, Alemanha, como Professor Associado. Atualmente é o CEO da Academia Professor
Binner, que é um prestador de serviços de formação baseado em Hannover, oferecendo uma
vasta gama de seminários de gestão. É autor frequente de publicações sobre investigação
organizacional nas mais conhecidas revistas profissionais alemãs sobre gestão de processos e
projetos, BPM e sistemas integrados de gestão por processos.
420
De 1999 a 2003 o professor Binner foi o Presidente da REFA-Association, Organização alemã,
uma autoridade federal sobre desenho de trabalho, métodos e estudos de processos. Além
disso, é o Presidente do CA da "Gesellschaft für Organisation" gfo, uma associação para a
organização e gestão empresarial na Alemanha.
Horst Ellringmann
O Horst Ellringmann é o sócio principal da M&E Consulting sediada em Colónia, Alemanha.
Após a conclusão da sua licenciatura em Engenharia Eletrotécnica, ocupou vários cargos em
empresas de fabrico e serviços, incluindo cargos na gestão de topo. Após 15 anos de carreira
empresarial, criou uma empresa de consultoria especializada na área da gestão ambiental e de
qualidade. Em meados dos anos 90, concentrou as suas atividades de consultoria em Gestão
de Processos Corporativos e reengenharia de processos. O Horst Ellringmann publicou vários
livros e numerosas publicações sobre gestão e organização de empresas.
Wolfgang Buchholz
O Wolfgang Buchholz é Professor de Organização e Logística na Universidade de Ciências
Aplicadas de Münster na Alemanha. Após ter obtido o seu diploma em Gestão de Empresas na
"Justus-Liebig-Universität" em Gießen, fez Ph.D em Organização e gestão estratégica. Antes da
sua promoção a Professor na Universidade de Münster, foi co-fundador e Diretor Geral na
empresa de consultoria Eic-Partner. Trabalhou durante vários anos na indústria química para a
Hoechst AG e como consultor de gestão para a CSC. O Wolfgang publicou vários livros sobre
gestão da inovação, gestão da cadeia de distribuição, gestão de redes de valor e gestão de
relações com fornecedores, bem como, artigos sobre estratégia e organização em várias
revistas profissionais relevantes, tais como, a DBW, a ZfbF e a ZFO.
Jakob Freund
O Jakob Freund tem um Mestrado em Ciências da Computação Empresarial. É Diretor Geral
da empresa Camunda, GmbH. A empresa desenvolve e vende software para aplicações BPM.
A Camunda fornece uma plataforma BPM baseada na web para alojamento de processos,
conhecida por "processo como um serviço". O Jakob Freund é o fundador e analista chefe da
BPM-Guide.de e também dirige a BPM-Netzwerk.de, a maior comunidade web BPM na
Alemanha, Áustria e Suíça, composta por mais de 3.000 membros, números de fevereiro de
2008. O Jakob Freund dá palestras sobre BPM na Universidade de Ciências Aplicadas em
Berlim, Alemanha e na Escola de Negócios PHW em Zurique na Suíça. Publicou vários artigos
e white papers sobre BPM e está atualmente a trabalhar num livro sobre BPM. É o gestor de
conferências do Process Solutions Day um evento anual e é também orador regular em
conferências e feiras relacionadas com BPM na Alemanha, tais como, a CEBIT. O Jakob Freund
participou em muitos projetos BPM e SOA como membro e como gestor de projetos. As suas
principais competências são a automatização de processos, incluindo monitorização em tempo
real, SOA, BPMN, BPEL e simulação de processos.
421
Guido Fischermanns
O Guido Fischermanns é Sócio Gerente da ibo Consulting and Training Corporation. Após a
conclusão da sua licenciatura em Gestão de Empresas na Universidade de Aachen na
Alemanha, obteve o seu doutoramento com uma dissertação sobre o tema "controlo
organizacional". Há mais de 17 anos que ensina BPM, através de cursos em gestão de projetos
a estudantes e profissionais e tem 20 anos de experiência como consultor para a melhoria de
processos e reestruturação empresarial. O Guido Fischermanns é chefe do círculo de peritos
BPM para a "Gesellschaft für Organisation und Management" (gfo) na Alemanha e é membro
do seu conselho consultivo. Dá palestras sobre gestão de processos e projetos na Universidade
Justus-Liebig em Gießen na Alemanha e na Escola de Economia da Universidade de Zurique
na Suíça. O Guido Fischermanns é autor do bestseller alemão, Process Management
Handbook, 7ª Edição, 2008.
Industry Analysts
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Gestão por Processos de Negócio (BPM)
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