Miguel - Prego - Gaspar - Tese gESTÃO DE PROJETOS
Miguel - Prego - Gaspar - Tese gESTÃO DE PROJETOS
Miguel - Prego - Gaspar - Tese gESTÃO DE PROJETOS
Projeto de Mestrado
em Gestão
Orientador:
Prof. José Cruz Filipe, Prof. Auxiliar Convidado, ISCTE Business School, Departamento de
Marketing, Operações e Gestão Geral
Dezembro 2012
Modelo de Gestão de Projetos para direção de IT de empresa de serviços: Diagnóstico e Proposta de melhoria
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Modelo de Gestão de Projetos para direção de IT de empresa de serviços: Diagnóstico e Proposta de melhoria
Índice
Resumo ...................................................................................................................................... xi
1 Introdução........................................................................................................................... 1
iii
Modelo de Gestão de Projetos para direção de IT de empresa de serviços: Diagnóstico e Proposta de melhoria
iv
Modelo de Gestão de Projetos para direção de IT de empresa de serviços: Diagnóstico e Proposta de melhoria
7 Conclusões ....................................................................................................................... 76
9 Bibliografia....................................................................................................................... 79
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Modelo de Gestão de Projetos para direção de IT de empresa de serviços: Diagnóstico e Proposta de melhoria
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Modelo de Gestão de Projetos para direção de IT de empresa de serviços: Diagnóstico e Proposta de melhoria
Índice de Tabelas
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Modelo de Gestão de Projetos para direção de IT de empresa de serviços: Diagnóstico e Proposta de melhoria
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Modelo de Gestão de Projetos para direção de IT de empresa de serviços: Diagnóstico e Proposta de melhoria
Índice de Figuras
Figura 1 - Níveis típicos de custos e de esforço ao longo do ciclo de vida dos projetos
(adaptado de Miguel 2010) ........................................................................................................ 2
Figura 2 - Esquema da dissertação ............................................................................................. 3
Figura 3 - Processo de investigação de um caso de estudo baseado em Runeson et al. (2009) . 6
Figura 4 - Critérios de sucesso na gestão de projetos de software. Baseado em Wateridge
(1995) ....................................................................................................................................... 13
Figura 5 – Fatores de sucesso segundo Wateridge (1995) ....................................................... 14
Figura 6 - Relações entre as áreas de conhecimento da gestão de projectos. Miguel (2010) . 16
Figura 7 - Estrutura de conhecimentos do PMBOK ................................................................ 17
Figura 8 - Modelo em cascata. Leffingwell (2011) .................................................................. 17
Figura 9 - Responsabilidades do Gestor de Projetos. Baseado no PMBOK ............................ 19
Figura 10 - Componentes do Plano de Projeto segundo Wysocky (2003) ............................... 20
Figura 11 - Efeitos do planeamento ao longo do tempo para Wysocki (2003) ........................ 22
Figura 12 - Princípios fundamentais das metodologias ágeis segundo Leffingwell (2011) .... 27
Figura 13 - Comparação de uso de metodologias ágeis segundo Leffingwell (2011) ............. 28
Figura 14 - O verdadeiro caminho do plano para Rasmusson (2010) ...................................... 29
Figura 15 - A armadilha do triângulo de ferro no modelo em cascata, segundo Leffingwell
(2011) ....................................................................................................................................... 30
Figura 16 - Ciclo de vida da gestão ágil. Fonte:Rasmusson (2010) ......................................... 31
Figura 17 - Impacto das metodologias ágeis na equipa. Fonte: Rasmusson (2010) ................ 32
Figura 18 - Horizontes de planeamento ágil. Baseado em Cohn (2005) .................................. 35
Figura 19 - Formulação de user stories. Adaptado de Cohn (2005) ........................................ 35
Figura 20 - Condições de satisfação conduzem o planeamento de releases e iterações. Fonte:
Cohn (2005).............................................................................................................................. 38
Figura 21 - Processo de estimação de tempos em metodologias ágeis, segundo Cohn (2005) 39
Figura 22 - Os processos do Scrum. (Larman, 2008)............................................................... 40
Figura 23 - Release Burn Down Chart. Adaptado de Cohn (2005) ......................................... 42
Figura 24 - Previsão de conclusão no Release Burn Down Chart. Fonte: Cohn (2005) .......... 42
Figura 25 - Quadro de tarefas. Fonte: Cohn (2005) ................................................................. 43
Figura 26 -Iteraction Burndown Charts. Fonte: Cohn (2005) .................................................. 45
Figura 27 - Cronograma ágil. Fonte: Cohn, (2005).................................................................. 46
Figura 28 - Organigrama da direção de IT da ZTelc................................................................ 52
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Modelo de Gestão de Projetos para direção de IT de empresa de serviços: Diagnóstico e Proposta de melhoria
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Modelo de Gestão de Projetos para direção de IT de empresa de serviços: Diagnóstico e Proposta de melhoria
Resumo
A gestão de projetos de desenvolvimento de software tem apresentado resultados diferentes
dos conhecidos para outras áreas, sendo já do senso comum que as suas características são
especiais e que por isso a sua gestão oferece desafios suplementares.
Este trabalho começa por explorar que desafios são estes, identificando as suas
especificidades e os seus fatores críticos de sucesso através de uma revisão bibliográfica e
análise de artigos científicos sobre o tema.
É realizada também uma revisão de literatura acerca das diferentes abordagens existentes para
a gestão deste tipo de projetos, fazendo um ponto de situação do estado da arte das duas
vertentes mais comuns: a gestão tradicional e a gestão ágil.
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Modelo de Gestão de Projetos para direção de IT de empresa de serviços: Diagnóstico e Proposta de melhoria
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Modelo de Gestão de Projetos para direção de IT de empresa de serviços: Diagnóstico e Proposta de melhoria
Abstract
The projects management of software development has been presenting different results from
other known areas. It’s common sense that its features are special and therefore their
management provides additional challenges.
This study begins by exploring what these challenges are, identifying their specificities and
their critical success factors through a literature review and analysis of scientific articles about
the theme.
Is also made a literature review of the different existing approaches for managing this type of
projects, to take stock of the two most common paths: the traditional management and agile
management.
Thereafter is performed a case study, analyzing the true situation of a Portuguese company
that recognizes the existence of some problems in its project management methodology.
This dissertation conducts a diagnostic of the situation of this organization, based on some
interviews and data analysis.
This essay ends with the suggestion of corrective actions to the problems identified, making
improvements proposals for all situations identified, ending with the suggestion of
implementing an agile methodology.
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Modelo de Gestão de Projetos para direção de IT de empresa de serviços: Diagnóstico e Proposta de melhoria
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Modelo de Gestão de Projetos para direção de IT de empresa de serviços: Diagnóstico e Proposta de melhoria
Sumário Executivo
Este trabalho tem por objetivo diagnosticar o ponto de situação da gestão de projetos na área
de desenvolvimento de uma empresa nacional, identificando os problemas existentes e
propondo um conjunto de melhorias metodológicas para os corrigir e aumentar o seu
desempenho nesta área.
Tendo sido realizado um trabalho preliminar de revisão de literatura para obter toda a
informação necessária para este trabalho, o seu conjunto apresenta os seguintes componentes:
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Modelo de Gestão de Projetos para direção de IT de empresa de serviços: Diagnóstico e Proposta de melhoria
Apresentação da empresa ZTelc, a empresa nacional onde foi realizado o diagnóstico e que é
alvo das propostas metodológicas deste trabalho. É feita uma descrição do seu ambiente de
gestão de projetos e analisado em detalhe como se processam os projetos a nível de:
planeamento, execução, monitorização e controlo, relatórios e comunicação,
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Modelo de Gestão de Projetos para direção de IT de empresa de serviços: Diagnóstico e Proposta de melhoria
1 Introdução
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Modelo de Gestão de Projetos para direção de IT de empresa de serviços: Diagnóstico e Proposta de melhoria
Figura 1 - Níveis típicos de custos e de esforço ao longo do ciclo de vida dos projetos (adaptado de Miguel 2010)
Assume-se que:
As fases que precedem o momento do planeamento foram devidamente realizadas e
que todos os projetos estão devidamente avaliados e aprovados para realização.
As fases que sucedem o período de execução e respetivo controlo não são
consideradas relevantes para este trabalho, embora seja entendido que o cumprimento
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Modelo de Gestão de Projetos para direção de IT de empresa de serviços: Diagnóstico e Proposta de melhoria
Investigação
Idenfiicação dos
bibliográfica
Apresentação da problemas na Indentificação
sobre melhores Proposta de
empresa em gestão de dos aspectos a
práticas melhorias
estudo projecto de melhorar
(tradicionais e
software
ágeis)
Embora a empresa seja real, tal como todos os dados trabalhados e estudados, foi solicitada a
sua confidencialidade, pelo que neste trabalho será designada por ZTelc.
Devido ao facto de a linguagem ser bastante técnica, e alguns termos não terem tradução para
português, serão usadas no decorrer deste trabalho algumas denominações em inglês.
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Modelo de Gestão de Projetos para direção de IT de empresa de serviços: Diagnóstico e Proposta de melhoria
Sendo do interesse desta organização a reflexão sobre estes problemas, sobre os pontos a
melhorar, e otimizar a forma como é feita a gestão de projetos nesta área, surgiu a
possibilidade de realização de uma dissertação de mestrado aliada a um requisito de negócio
real: melhorar a metodologia de gestão de projetos em uso na equipa de desenvolvimento de
software.
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Modelo de Gestão de Projetos para direção de IT de empresa de serviços: Diagnóstico e Proposta de melhoria
2 Metodologia utilizada
Optou-se por um estudo deste tipo pois pretende-se conhecer de forma mais detalhada
possível os processos atuais, bem como as dificuldades sentidas pelos diversos elementos da
equipa. Runeson et al. (2009) refere que a metodologia de casos de estudo é adequada para
muitos tipos de investigação em engenharia de software, e embora não permitam gerar os
mesmos resultados do que experiencias controladas, permitem obter um entendimento mais
aprofundado do fenómeno que está a ser estudado.
Segundo Runeson et al. (2009), um estudo de caso pode conter elementos provenientes de
outros métodos de investigação, como um questionário ou entrevistas, e pode ser precedido
por um estudo bibliográfico. O estudo de caso pode ainda utilizar análise de dados
arquivados, entrevistas e observação da realidade como fonte de dados. Este trabalho irá ter
em conta todos estes elementos.
Runeson et al. (2009) apresenta uma distinção entre 4 tipos de propósito de investigação:
1. Exploratória: pretende descobrir o que está a acontecer, procurando alcançar novos
conhecimentos, permitindo a criação de novas ideias e hipóteses para novas
investigações
2. Descritiva: tem por objetivo retratar um fenómeno ou situação específica
3. Explicativa: procura uma explicação para uma situação ou problema
4. De Melhoria: pretende melhorar um determinado aspeto do fenómeno estudado
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Runeson et al. (2009) faz ainda uma distinção entre os dois tipos de dados que podem resultar
de um estudo de investigação: quantitativos e qualitativos, referindo que os casos de estudo se
baseiam normalmente em dados qualitativos pois fornecem elementos descritivos mais
aprofundados. No entanto, uma combinação de dados qualitativos com dados quantitativos
pode proporcionar um melhor entendimento dos fenómenos estudados.
Os estudos de caso são ainda considerados flexíveis, no sentido em que os parâmetros chave
do estudo podem ser alterados ao longo da sua vida.
Recolha de evidências
Relatórios
Runeson et al. (2009) refere que um estudo de caso nunca chega a conclusões com significado
estatístico, mas permite interligar diferentes tipos de evidências, figuras, afirmações e
documentos de forma a suportar uma conclusão relevante.
Para este trabalho a metodologia utilizada seguirá uma linha mais qualitativa mas com a
análise de alguns dados quantitativos. Tem o propósito de investigação de melhoria e é
complementada com entrevistas.
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Modelo de Gestão de Projetos para direção de IT de empresa de serviços: Diagnóstico e Proposta de melhoria
Segundo Santos (2008), o guião utilizado para a realização de uma entrevista semiestruturada
corresponde a uma lista de tópicos ou áreas gerais a cobrir, mas organizadas de uma forma
que lhe permita a flexibilidade necessária para que durante a entrevista o investigador possa
orientar a sua conduta de forma a obter o máximo de informação possível sobre o tema em
estudo. Desta forma, neste tipo de entrevistas as questões podem não seguir a ordem prevista
no guião, e podem inclusivamente ser colocadas questões que não se encontrem definidas
inicialmente.
Santos (2008) apresenta as seguintes vantagens das entrevistas semiestruturadas:
A possibilidade de acesso a muito mais informação
A possibilidade de o investigador esclarecer de imediato alguns aspetos que surjam
durante a entrevista
Se realizadas na fase inicial do estudo, potenciam a geração de pontos de vista,
orientações e hipóteses para o aprofundamento da investigação
Neste caso o mecanismo considerado mais adequado para avaliação e diagnóstico da situação
atual e dos objetivos futuros para a gestão de projetos desta equipa foi a realização de um
conjunto de entrevistas semiestruturadas aos diversos membros desta área (Anexo A). Estas
conversas foram mantidas de forma regular durante todo o período de realização deste
trabalho, de forma a garantir que se mantinha permanentemente alinhado com a realidade
atual e com a realidade ideal desejada.
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Modelo de Gestão de Projetos para direção de IT de empresa de serviços: Diagnóstico e Proposta de melhoria
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Modelo de Gestão de Projetos para direção de IT de empresa de serviços: Diagnóstico e Proposta de melhoria
3 Revisão de literatura
No artigo de Thamhain e Wilemon (1986) é referido um estudo em que vários gestores foram
questionados sobre quais são os desafios mais frequentes na gestão de projetos de software. O
resultado deste estudo é apresentado na seguinte tabela:
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Modelo de Gestão de Projetos para direção de IT de empresa de serviços: Diagnóstico e Proposta de melhoria
Dificuldade Respostas
Cumprir os prazos 85%
Cumprir os constrangimentos do projeto 83%
Comunicação eficaz entre os grupos de trabalho 80%
Obter comprometimento por parte dos elementos das equipas 74%
Estabelecer milestones que sejam mensuráveis 70%
Gerir alterações 60%
Chegar a acordo sobre o plano de projeto com os membros da equipa 57%
Obter compromissos por parte da gestão 45%
Gestão de fornecedores e sub contratos 38%
Tabela 1 - Maiores desafios da gestão de projectos de software segundo Thamhain e Wilemon (1986)
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Miguel (2010) identifica também algumas características que tornam a gestão de projetos de
desenvolvimento de software diferente da gestão de outros tipos de projetos:
Implicam uma mudança contínua
São envolvidas pessoas de diferentes disciplinas
A equipa muitas vezes trabalha em conjunto apenas num único projeto
A produtividade é difícil de medir
Os decisores estão, muitas vezes a trabalhar num domínio novo para eles
As linhas de autoridade não estão muitas vezes claramente definidas
Existem múltiplas visões do sucesso do projeto
O artigo de Wateridge (1995) faz uma compilação de vários estudos sobre este tema, a partir
de análises de vários autores e investigações próprias, dividindo os fatores críticos para a
gestão de projetos de software em termos de Critérios de sucesso e fatores de sucesso:
Critérios de sucesso
O primeiro passo para aumentar o sucesso na gestão de projetos de desenvolvimento é
garantir que existe um entendimento claro por parte de todos os membros da equipa acerca de
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Modelo de Gestão de Projetos para direção de IT de empresa de serviços: Diagnóstico e Proposta de melhoria
como será medido o sucesso. Noutras áreas, estes critérios de sucesso são facilmente
identificáveis, no entanto nos projetos de software parece não haver um entendimento
globalizado. O autor deste artigo realizou uma investigação no sentido de determinar estes
critérios do sucesso para projetos de desenvolvimento de software. Para este efeito examinou
mais de 100 projetos, realizando posteriormente entrevistas aos diversos elementos das
equipas, onde se incluem gestores de projeto, sponsors, utilizadores, analistas de sistemas,
equipas de suporte e outros, para tentar apurar as diversas visões acerca dos critérios de
sucesso e quais os fatores que contribuíam para determinar o seu sucesso ou falha. Os
resultados foram divididos entre projetos concluídos com sucesso, projetos falhados e todos
os projetos. Desta forma é possível analisar como os critérios de sucesso utilizados definiram
o resultado do projeto:
Os resultados deste estudo evidenciam que não existe um entendimento comum aos vários
perfis das esquipas do projeto em relação aos critérios de sucesso.
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Modelo de Gestão de Projetos para direção de IT de empresa de serviços: Diagnóstico e Proposta de melhoria
Em relação aos projetos falhados, verifica-se que a maior atenção dada pelos gestores se
focou no atingimento de prazos e de orçamento, enquanto nos projetos com sucesso, a atenção
dos gestores se focou no cumprimento dos requisitos dos utilizadores, no sucesso comercial
do software desenvolvido e da sua qualidade.
Embora o autor referencie que por vezes o atingimento de prazos é extremamente importante
(como a implementação de um sistema de faturação que tem de estar concluído no próximo
ano fiscal), esta fixação dos gestores de projeto no calendário e nos orçamentos como
principal critério de sucesso, em detrimento de critérios de qualidade ou de atingimento total
das necessidades dos utilizadores é identificado como um dos grandes responsáveis pelo
insucesso dos projetos de desenvolvimento de software.
Deste estudo conclui-se também que o entendimento generalizado por todos os elementos da
equipa acerca dos critérios sucesso é difícil de atingir. Este entendimento pode mudar durante
o curso do projeto, e muitos dos critérios são subjetivos. No entanto é entendido que os
critérios de sucesso para projetos de desenvolvimento se devem basear na enumeração
efetuada por Turner (1993) à qual deve ser acrescentado: “Atingimento de constrangimentos
de qualidade”, resultando assim na seguinte lista:
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Modelo de Gestão de Projetos para direção de IT de empresa de serviços: Diagnóstico e Proposta de melhoria
Wateridge (1995) frisa ainda que o gestor de projeto não deve ignorar as questões
relacionadas com qualidade e mascarar a sua importância considerando-as parte do
atingimento dos requisitos.
Fatores de sucesso
A segunda parte do artigo de Wateridge (1995) foca-se nos fatores de sucesso para a gestão de
projetos de software, identificando que existe uma perceção diferente destes por parte dos
membros da equipa e por parte dos gestores de projeto:
Miguel (2010) apresenta como fatores cruciais para a eficácia da gestão de projetos de
Software, ressalvando que a ordem pela qual são apresentados não é arbitrária:
As pessoas: É fundamental que o gestor de projeto tenha plena consciência que “o trabalho de
engenharia de software é um empreendimento humano intensivo”. Neste contexto é
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Modelo de Gestão de Projetos para direção de IT de empresa de serviços: Diagnóstico e Proposta de melhoria
fundamental que os membros das equipas de projetos estejam não só devidamente motivados,
como informados e que a sua participação seja o mais colaborativa possível, assegurando por
um lado o seu sentimento de pertença ao projeto como também garantindo que os
conhecimentos e experiência específicos de cada membro são absorvidos e integrados. Tal
como refere Curtis et al. (2011) isto irá permitir “melhorar a eficiência das organizações de
software no desenvolvimento de aplicações cada vez mais complexas, ajudando-as a atrair,
desenvolver, motivar e reter o talento necessário para melhorar as suas capacidades de
desenvolvimento de software”
O Produto: Por produto entende-se o resultado final da atividade de desenvolvimento que se
pretende gerir. Antes que se possam realizar esforços para a correta gestão de um projeto de
software, é essencial que sejam claramente entendidos e definidos os objetivos e âmbito do
produto.
O Processo: “Um processo de software fornece a estrutura para o estabelecimento de um
plano abrangente para o desenvolvimento. Existe um pequeno número de atividades que são
aplicáveis a todos os projetos, independentemente da respetiva dimensão e complexidade. Um
certo número de grupos de tarefas – marcos, produtos intermédios e pontos de garantia de
qualidade – possibilitam a adaptação das atividades da estrutura às características do projeto
de desenvolvimento e aos requisitos da equipa de projeto. No topo de tudo, existem atividades
envolventes – garantia da qualidade, gestão da configuração e métricas, entre outras – que
abrangem todo o modelo de processo, são independentes de qualquer atividade do modelo e
ocorrem através de todo o processo.”
O Projeto: Apenas com os pontos anteriores devidamente tratados se torna possível partir
para o planeamento e gestão do projeto
Miguel (2010) faz uma referência a Boehm (1991)1 que menciona ”Os fatores críticos de
sucesso dos projetos de software são os seguintes”:
Definição clara dos objetivos e limitações do projeto:
Planeamento do projeto e organização do pessoal
Envolvimento dos utilizadores
Controlo do projeto
Eficácia do gestor de projeto
1
Boehm, B. /1991), Software Risk Management: Principles and Practices, IEEE Software, Vol.8, Nr. 1 (January
1991) pp.32-41
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Modelo de Gestão de Projetos para direção de IT de empresa de serviços: Diagnóstico e Proposta de melhoria
3.3.1 Apresentação
Os modelos de gestão mais tradicionais, cujo corpo de conhecimentos se encontra
extensivamente detalhado no PMBOK, um documento compilado pelo PMI (Project
Management Institute) e que é o principal repositório de conhecimento acerca de gestão de
projetos e que “inclui práticas tradicionais provadas que são amplamente aplicadas.” (Miguel,
2010:33)
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Modelo de Gestão de Projetos para direção de IT de empresa de serviços: Diagnóstico e Proposta de melhoria
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Leffingwell (2011) refere que este modelo foi apresentado por Winston Royce em 1970, o
qual reconheceu ser um modelo que não era adequado para todo o tipo de projetos e que não
seria aplicável, por exemplo, a projetos grandes.
Larman (2008) descreve este modelo como iniciando o processo de produção com a fase de
requisitos onde se tenta definir e descrever exaustivamente todos, ou praticamente todos, os
requisitos antes de se iniciar o trabalho de desenvolvimento. O trabalho das fases seguintes é
planeado em detalhe, normalmente através da representação das atividades em gráficos Gantt.
Com base nesta informação todas as equipas apresentam uma previsão de custos e de tempo
para a execução de todas as tarefas até ao final do projeto.
Estas previsões são documentadas, revistas e aprovadas pelos stakeholders e apenas após esta
aprovação as equipas iniciam os seus trabalhos.
A fase seguinte, onde é realizado o desenho e documentação do software deve ser executada
antes de se iniciar o trabalho de implementação da fase posterior. Quando o trabalho de
codificação está concluído, o software é passado para a equipa de testes, que o verifica
exaustivamente. Uma vez concluído e aprovado este processo, a solução é disponibilizada aos
clientes finais, entrando numa fase de operação e manutenção.
Cada fase é iniciada apenas com a receção de um entregável correspondente à conclusão da
fase anterior.
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Modelo de Gestão de Projetos para direção de IT de empresa de serviços: Diagnóstico e Proposta de melhoria
Uma vez que todo o projeto é pensado e desenhado antes da implementação, não é
possível incorporar requisitos que sejam obtidos a partir da experiência de implementação.
Resolução de questões
Gestão de conflitos
Embora seja necessariamente assumido que o plano de projeto é sempre passível de alterações
ao longo do ciclo de vida, a sua realização é fundamental para um entendimento adequado e
abrangente, não só da solução final que se pretende implementar, como da equipa certa para a
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Modelo de Gestão de Projetos para direção de IT de empresa de serviços: Diagnóstico e Proposta de melhoria
sua concretização. Este documento permite ao gestor conduzir o curso do projeto, e funciona
como uma ferramenta de apoio a decisões futuras.
Wysocki (2003) refere que é fundamental que exista uma compreensão por parte da gestão de
que o plano é um documento dinâmico, e que é suposto que seja alterado ao longo do tempo
de vida do projeto.
O objectivo do projecto
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Miguel (2010) afirma que, para que o gestor de projeto possa garantir que as atividades estão
a ser realizadas de acordo com o plano, é necessário um conjunto de relatórios de progresso.
Este conjunto de relatórios deve possuir as seguintes características:
Proporcionar informação de situação oportuna, completa e precisa
Não adicionar muito trabalho burocrático
Estar rapidamente acessível à equipa de projeto e à gestão de topo
Ser facilmente compreensível para todos aqueles que têm uma necessidade de
conhecer a situação do projeto
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Modelo de Gestão de Projetos para direção de IT de empresa de serviços: Diagnóstico e Proposta de melhoria
No entanto, Leffingwell (2011) refere que muitas das práticas disponibilizadas pelas
metodologias tradicionais continuam a oferecer conhecimentos e ferramentas de valor efetivo
e comprovado pela experiência de muitos anos de utilização, pelo que muitas delas deverão
continuar a ser utilizadas. No entanto, e segundo o mesmo autor, é necessário considerar o
trabalho que está a ser realizado pela comunidade que está a desenvolver estas metodologias
ágeis e que estas têm apresentado resultados surpreendentes.
As metodologias ágeis decompõem os grandes degraus do modelo de ciclo de vida “em
cascata” num conjunto de interações autocontidas em unidades de tempo. Estas unidades mais
pequenas aceleram dramaticamente o feedback, produzindo grandes benefícios para o ciclo de
vida do projeto.
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Modelo de Gestão de Projetos para direção de IT de empresa de serviços: Diagnóstico e Proposta de melhoria
3.4.1 Apresentação
Segundo Leffingwell (2011), em 2001 os responsáveis por várias metodologias de
desenvolvimento ágil criaram o manifesto ágil. Este grupo de pessoas partiu do pressuposto
de que face a todas as dificuldades que se conheciam na gestão de projetos de software, devia
existir uma forma melhor de os gerir, e definiu um conjunto de princípios nucleares que
definem este tipo de metodologias:
Estes princípios não anulam os valores representados à direita, apenas atribuem um peso
maior aos representados à esquerda.
Cohn (2005) refere que as equipas ágeis valorizam as pessoas e as suas interações, em vez dos
processos e ferramentas, pois baseiam-se no princípio de que uma equipa que funcione bem e
seja composta por bons profissionais, mas com ferramentas medíocres, irá sempre superar
uma equipa disfuncional com elementos menos bons mas com excelentes processos e
ferramentas.
As equipas ágeis valorizam software funcional à documentação exaustiva, pois isso conduz
incrementalmente a uma versão mais estável e melhorada do produto que está a ser
desenvolvido.
As equipas ágeis valorizam a resposta à mudança ao seguimento de planos, pois o seu
objetivo principal é criar o maior valor possível para os clientes e utilizadores do projeto.
Para uma equipa ágil, um plano é uma visualização do futuro, mas muitas visualizações são
possíveis, e à medida que a equipa vai ganhando conhecimento e experiência, isto vai se
refletindo nos planos.
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Modelo de Gestão de Projetos para direção de IT de empresa de serviços: Diagnóstico e Proposta de melhoria
O resultado deste questionário reflete que a metodologia mais utilizada é o Scrum, com 74%
de utilização (em 24% dos casos em conjunto com a XP).
Este trabalho irá assumir as metodologias ágeis de forma geral embora siga as definições do
Scrum onde existirem diferentes interpretações do modelo ágil.
Cohn (2005) refere que os princípios basilares dos movimentos ágeis levam a processos de
desenvolvimento de software que são altamente iterativos e incrementais e que permitem
produzir software funcional e testado no final de cada iteração. As equipas funcionam de
acordo com os seguintes princípios:
O trabalho é feito em nome de uma só equipa
O trabalho é realizado em iterações curtas
É disponibilizado software testado e funcional ao fim de cada iteração
É dada atenção especial às prioridades do negócio
As equipas adaptam-se
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Modelo de Gestão de Projetos para direção de IT de empresa de serviços: Diagnóstico e Proposta de melhoria
Para este autor, o modelo em cascata traz consigo uma armadilha, designada habitualmente
por triângulo de ferro:
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Modelo de Gestão de Projetos para direção de IT de empresa de serviços: Diagnóstico e Proposta de melhoria
Uma vez que o custo, o tempo e os requisitos são fixos, a única variável flexível é a
qualidade, com os resultados desastrosos que isso pode trazer para o projeto.
O ciclo de vida proposto na gestão ágil propõe uma abordagem diferente, em vez de se partir
para um processo de definição e planeamento integral no início, é seguida uma abordagem
mais de exploração, constituindo um modelo iterativo, em que a documentação é muito
simplificada e em que se seguem modelos como documentos de visão ou modelos de
utilização, que são utilizados como definição inicial do que se pretende desenvolver. Com
base nestas definições iniciais, o processo iterativo irá permitir chegar às verdadeiras
necessidades e requisitos.
Rasmusson (2010) refere que no ciclo de vida dos projetos ágeis, o trabalho de análise,
programação, design e testes não tem propriamente um fim estas atividades são repetidas em
cada iteração (sprint).
Esta forma de trabalho conduz a níveis de eficiência maiores, uma vez que cada uma das fases
não pode ser tomada de forma isolada, levando a uma maior proximidade entre os diferentes
membros da equipa do projeto.
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Modelo de Gestão de Projetos para direção de IT de empresa de serviços: Diagnóstico e Proposta de melhoria
Isto não significa que cada membro não tenha as suas competências técnicas e especialidades,
e que normalmente se dediquem às áreas que dominam, mas não existe uma especialização ao
nível de analista, programador ou tester. Todos os membros da equipa realizam as tarefas
correspondentes à necessidade da situação.
Para Rasmusson (2010), uma das melhores consequências da forma de trabalho ágil ao nível
das equipas é a forma como todos se assumem como responsáveis e responsabilizáveis pelo
projeto. O sucesso depende unicamente do esforço de equipa, e não de pessoas isoladas a
trabalhar de forma independente uns dos outros.
Este autor define ainda as equipas ágeis como tendo as seguintes características:
Auto organizadas: A equipa de forma coletiva e autónoma, sem que exista uma
hierarquia de controlo ou poder, define a forma como vai chegar a um determinado
objetivo técnico. Para que a equipa consiga atingir este nível de auto organização, a
direção tem de ter abertura para que:
o Seja a equipa a definir as estimativas e seja em conjunto a responsável pelo
projeto.
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Modelo de Gestão de Projetos para direção de IT de empresa de serviços: Diagnóstico e Proposta de melhoria
Para além da equipa, o Scrum (e muitas das metodologias ágeis) definem apenas duas funções
adicionais (Rasmusson, 2010):
Product Owner: Esta função tem a responsabilidade de manter a ponte com o cliente
final, sendo responsável por receber todos os requisitos e definir as suas prioridades.
Normalmente as prioridades são definidas do ponto de vista do negócio, sendo
envolvida a equipa do projeto para a abranger no projeto e para validar elementos
técnicos que as possam condicionar. Para Cohn (2005), um dos principais papéis do
Product Owner é assegurar que todos os membros da equipa possuem a mesma visão
33
Modelo de Gestão de Projetos para direção de IT de empresa de serviços: Diagnóstico e Proposta de melhoria
para o projeto, e gerir as prioridades de forma a garantir que o trabalho está sempre a
ser realizado sobre as funcionalidades mais importantes para o cliente e tomando
decisões que conduzam a um bom retorno de investimento. Schwaber & Sutherland
(2010) referem que o Product Owner é o único responsável pela gestão do product
backlog 2 e pela garantia do ganho de valor para a empresa obtido com o trabalho que
a equipa realiza. É também o responsável por garantir que esta informação está visível
para os membros da equipa. Os autores referem ainda que este perfil deve ser
atribuído a uma só pessoa por cada produto, e que a organização tem de respeitar as
suas decisões, permitindo que só esta pessoa possa definir as prioridades que irão
conduzir o trabalho da equipa. Por seu turno, a equipa não pode receber definições de
prioridades de mais ninguém a não ser do product owner. As suas decisões estão
visíveis no conteúdo e priorização do product backlog. Esta visibilidade coloca o
product owner numa posição muito exigente mas ao mesmo tempo muito desafiante.
Scrum Master: Este perfil não é uma figura de autoridade, mas sim um elemento de
apoio e suporte para a equipa seguir o caminho ágil, fornecendo informação e
promovendo os princípios e filosofias ágeis. Schwaber & Sutherland (2010) referem
que o Scrum master deve ensinar os princípios ágeis à equipa, apoiando-a e liderando-
a de forma a tornar-se mais produtiva e produzindo produtos de maior qualidade. Deve
também ajudar a equipa a fazer o seu melhor num ambiente organizacional que pode
não estar optimizador para a realização projetos de desenvolvimento complexos.
2
Repositório de funcionalidades a realizar numa release
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Modelo de Gestão de Projetos para direção de IT de empresa de serviços: Diagnóstico e Proposta de melhoria
Estratégia
Portfolio
Produto
Release
Iteração
Dia
• Exemplo: como um comprador de livros, eu quero procurar um livro por ISBN para
que possa encontrar o livro certo mais rapidamente
Figura 19 - Formulação de user stories. Adaptado de Cohn (2005)
O trabalho para obter e documentar cada user story não é totalmente realizado no início. Em
vez de se elaborar uma longa lista de requisitos, é criada apenas uma pequena descrição, que é
normalmente mantida em cartões ou num documento, e que serve de base para conversas
entre o product owner e os membros da equipa. Estas conversas devem ocorrer tantas vezes
35
Modelo de Gestão de Projetos para direção de IT de empresa de serviços: Diagnóstico e Proposta de melhoria
quanto necessário e devem incluir quem quer que seja necessário. A documentação escrita
pode continuar a existir quando os requisitos seguem uma abordagem deste tipo, mas o focus
é alterado de forma dramática da componente escrita para a componente verbal
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Modelo de Gestão de Projetos para direção de IT de empresa de serviços: Diagnóstico e Proposta de melhoria
Schwaber & Sutherland (2010) referem que durante esta reunião cada membro da equipa deve
responder a 3 questões:
1. O que realizou deste a ultima reunião?
2. O que vai fazer antes da próxima reunião?
3. Que obstáculos encontrou e estão a impedir o progresso?
37
Modelo de Gestão de Projetos para direção de IT de empresa de serviços: Diagnóstico e Proposta de melhoria
Figura 20 - Condições de satisfação conduzem o planeamento de releases e iterações. Fonte: Cohn (2005)
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Modelo de Gestão de Projetos para direção de IT de empresa de serviços: Diagnóstico e Proposta de melhoria
Cohn (2005) indica que nas metodologias ágeis a estimativa do tamanho pode ser realizada de
duas formas:
1. Story Points: São unidades de medida para expressar de forma relativa o tamanho de
uma user story em relação a outras. Os valores não são importantes, o que é
importante é a diferença entre o peso do esforço (por exemplo uma user story com 2
pontos deve ter o dobro do esforço de uma com 1). O autor recomenda que se escolha
a história que pareça ter o tamanho médio e atribuir-lhe o valor 5, a partir daí, e por
comparação, atribuir às restantes tamanhos entre 1 e 10. Num projeto de gestão ágil,
não é incomum começar uma iteração com requisitos incompletos. No entanto, todas
as user stories têm que ter uma estimativa de tamanho. Estes pontos são fundamentais
para o cálculo da velocidade.
O somatório das estimativas de todos os pontos das funcionalidades desejadas permite
obter o tamanho do projeto (release). A divisão do total de pontos de projeto pelo
valor da velocidade da equipa permite calcular quantas iterações serão necessárias
para a sua implementação. Sabendo este número e sendo fixa a duração das iterações,
é possível estabelecer uma calendarização.
2. Ideal Time: O tempo ideal corresponde ao tempo que se demoraria a realizar uma
tarefa se essa fosse a única coisa a fazer. Este tempo é diferente do real, pois é
impossível dedicar todo o tempo a uma tarefa. Ao estimar desta forma deve
considerar-se que (1) a história que está a ser estimada é a única tarefa em mãos (2)
tudo o que for necessário para a realização do trabalho estará pronto antes deste
começar (3) não irão existir quaisquer interrupções. Desta forma, o tempo ideal é
apenas uma medida relativa de estimativa de tamanho, idêntico aos story points. A
duração verdadeira deve ser calculada utilizando a velocidade tal como no exemplo
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Modelo de Gestão de Projetos para direção de IT de empresa de serviços: Diagnóstico e Proposta de melhoria
anterior. Esta opção encerra o perigo de confusão entre o tempo ideal e o tempo de
calendário, sendo a primeira opção a identificada como mais útil, pelo autor.
3.4.5 Execução
Cohn (2005) refere que nos projetos ágeis não existe uma divisão formal em fases de
desenvolvimento, tal como acontece no modelo em cascata seguido pelas metodologias
tradicionais. Embora possa existir algum trabalho inicial rápido de desenho ou modelação,
desde que a execução é iniciada todo o trabalho (análise, desenho, codificação, testes, etc.)
acontecem concorrencialmente em cada iteração.
As iterações (sprints em scrum) têm um tempo fixo constante e determinado, e o trabalho de
uma iteração termina sempre na data programada, mesmo que todas as funcionalidades não
sejam concluídas a tempo.
Cohn (2005) refere ainda que as iterações normalmente são de uma a quatro semanas e que a
sua característica principal é a transformação de requisitos em software funcional e testado,
com as características para ser potencialmente disponibilizado aos utilizadores. (o software
não é obviamente entregue ao utilizador até estar no ponto de desenvolvimento que o permita,
o que se pretende é que cada sprint produza um elemento de software o mais fechado e
testado possível e que o seu nível de qualidade esteja num patamar elevado).
(Cohn, 2005) refere que como uma iteração não é normalmente suficiente para criar
funcionalidades suficientes para satisfazer as necessidades do cliente, estas são agrupadas em
releases que têm normalmente uma duração de 1 a 6 meses.
40
Modelo de Gestão de Projetos para direção de IT de empresa de serviços: Diagnóstico e Proposta de melhoria
3.4.6.1 Velocity
A velocity é uma medida que permite obter o ritmo do progresso de uma equipa. Este
indicador é calculado pelo somatório do número de story points assignados a cada user story
que a equipa completou durante a iteração (por exemplo, se durante a iteração a equipa
completar 3 histórias com 5 pontos cada, a velocidade da equipa é 15). A grande vantagem
desta informação é permitir prever o trabalho que será realizado em cada iteração futura. Se
uma equipa completou 10 pontos nas últimas iterações, é expectável que consiga concluir o
mesmo número de pontos nesta iteração. Como estas estimativas são relativas, esta presunção
é tão verdadeira para 2 histórias com 5 pontos cada como para 5 histórias com 2 pontos cada.
A velocity é a principal medida do progresso da equipa. (Cohn, 2005)
41
Modelo de Gestão de Projetos para direção de IT de empresa de serviços: Diagnóstico e Proposta de melhoria
300
250
200
150
100
50
0
Neste gráfico, pode ver-se que o trabalho a realizar no fim da segunda iteração é maior que no
início. Isto pode significar que as estimativas foram revistas pela equipa, ou que o product
owner adicionou user stories à release.
O desenho deste gráfico permite-lhe mostrar as duas variáveis principais para determinar se
um projeto esta a ser realizado de acordo com o planeado:
Quanto trabalho falta realizar
Ritmo de progresso da equipa independentemente das alterações ao âmbito do projeto
No exemplo apresentado na figura seguinte é possível determinar que o projeto não vai ser
concluído nas 8 iterações planeadas (pois houve um aumento nos story points) mas também
quando se espera que esteja terminado
Figura 24 - Previsão de conclusão no Release Burn Down Chart. Fonte: Cohn (2005)
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Modelo de Gestão de Projetos para direção de IT de empresa de serviços: Diagnóstico e Proposta de melhoria
Cohn (2005) refere ainda que este quadro permite à equipa ter uma grande flexibilidade na
forma como organiza o seu trabalho. Nas metodologias ágeis, os recursos não são assignados
às tarefas antecipadamente, mas apenas quando estão prontos para que estes lhes possam
pegar. Isto significa que no início da iteração é típico que existam várias tarefas sem nenhum
elemento associado.
Este quadro pode ser uma ferramenta de software, ou um quadro branco ou de cortiça onde
são colocados cartões com as “histórias de utilizador” a implementar e as correspondentes
tarefas identificadas no planeamento da iteração. Um exemplo deste quadro é apresentado na
figura seguinte:
43
Modelo de Gestão de Projetos para direção de IT de empresa de serviços: Diagnóstico e Proposta de melhoria
Figura 26 - Exemplos de quadros de tarefas. Colagem do Autor a partir de fontes diversas disponíveis em
images.google.com
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45
Modelo de Gestão de Projetos para direção de IT de empresa de serviços: Diagnóstico e Proposta de melhoria
discussão acerca do plano, de forma a tentar garantir sempre que se chega ao melhor plano
possível para o conhecimento atual, para acrescentar o máximo valor possível à organização.
O objetivo é iterar e refinar os planos com base nos feedbacks e em novos conhecimentos,
promovendo diálogos e não apresentações num só sentido.
Cohn, (2005) salienta que as metodologias ágeis favorecem as equipas e não os indivíduos, da
mesma forma responsabilizam a equipa pela boa execução do plano. Por este motivo as
funcionalidades não aparecem associadas a recursos e a sua execução é da responsabilidade
de toda a equipa.
46
Modelo de Gestão de Projetos para direção de IT de empresa de serviços: Diagnóstico e Proposta de melhoria
a velocidade da equipa não é sempre a mesma e que devem ser utilizados cenários com
diferente velocidades, com base no historial da equipa).
Para determinar se os fatores críticos de sucesso defendidos por estas metodologias tinham
efeitos práticos reais, estes autores realizaram um estudo quantitativo sobre 109 projetos
geridos por metodologias ágeis, realizados em 25 países diferentes.
Os resultados deste estudo evidenciaram que muitos dos fatores críticos de sucesso
defendidos por estas metodologias, e expressados no manifesto ágil, são de facto reais e
mensuráveis com técnicas estatisticas através de várias técnicas de regressão.
Os autores concluíram que as metodologias ágeis permitem uma forma de gestão de projetos
de desenvolvimento de software adequada e que os principais fatores críticos de sucesso são:
Seguimento de uma estratégia de entregas regulares
Utilização correta das técnicas de gestão ágil
Criar e manter uma equipa de qualidade
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Modelo de Gestão de Projetos para direção de IT de empresa de serviços: Diagnóstico e Proposta de melhoria
conclusão de uma atividade. Por outro lado, uma funcionalidade é uma unidade de trabalho
que tem valor para o cliente.
Cohn (2005) apresenta algumas razões para os atrasos nos projetos de desenvolvimento de
software baseados em atividades serem tão comuns:
As atividades não terminam antes do tempo planeado: tal como estipulado pela lei de
Parkinson (Parkinson, 1955) “O trabalho expande-se de forma a preencher todo o
tempo disponível para a sua realização”. Isto significa que as pessoas tendem a
demorar o tempo que consideram que lhes foi autorizado para a realização de uma
atividade. Mesmo que a tarefa seja realizada antes de tempo, o seu executor tende a
gastar o tempo remanescente a investigar ou a dedicar-se a outras atividades. Em
algumas organizações, o fecho de uma tarefa antes do tempo pode levar o gestor a
pensar que o planeamento foi mal feito, ou a esperar que todas as restantes tarefas
sejam realizadas antes do tempo.
Cohn (2005) apresenta ainda alguns motivos para a gestão de projetos por metodologias
tradicionais falhar:
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Modelo de Gestão de Projetos para direção de IT de empresa de serviços: Diagnóstico e Proposta de melhoria
Cohn (2005) refere ainda que outro problema comum das metodologias tradicionais é a
alocação de várias tarefas em simultâneo a um mesmo recurso. O autor refere que a realização
de múltiplas tarefas em simultâneo tem um efeito desastroso sobre a produtividade, e refere
um estudo realizado para avaliar este impacto3 que concluiu que o tempo que é gasto na
realização de trabalho sobre uma tarefa diminui drasticamente quando se está a trabalhar em
mais do que duas tarefas em simultâneo. A figura seguinte apresenta o resultado deste estudo:
3
Clark, Kim B., and Steven C. Wheelwright (1993). Managing New Product and Process Development: Text
and Cases. The Free Press.
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Modelo de Gestão de Projetos para direção de IT de empresa de serviços: Diagnóstico e Proposta de melhoria
A partir da revisão de literatura foi possível identificar algumas das características específicas
dos projetos de software, e conhecer alguns dos elementos que contribuem para os conhecidos
problemas nos seus resultados
A “obsessão” dos gestores de projeto pelo cumprimento destes constrangimentos foi de resto
identificada como uma das maiores causas de insucesso na gestão de projetos de software.
Esta ideia foi confirmada através de uma investigação que procurou identificar os fatores
críticos de sucesso para estes projetos, tendo concluído que para a grande maioria dos que
foram concluídos com sucesso, o fator crítico principal, tanto para os membros da equipa,
como para os gestores de projeto, foi o “atingimento dos requisitos do utilizador”. Esta
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Modelo de Gestão de Projetos para direção de IT de empresa de serviços: Diagnóstico e Proposta de melhoria
investigação permitiu ainda concluir que para a grande maioria dos projetos que falharam, os
fatores críticos de sucesso foram o “cumprimento do orçamento” e o “cumprimento da
calendarização”
Este trabalho permitiu também concluir que o ativo mais importante do projeto são as pessoas
que fazem parte das equipas de projeto e que a manutenção da sua motivação, do nível de
participação que têm, na responsabilidade do projeto e o consequente sentimento de pertença
e identificação com os objetivos, são fundamentais para a realização de projetos com sucesso.
A revisão de literatura permitiu também obter uma caracterização aprofundada sobre duas
vertentes de metodologias de gestão de projetos: a tradicional cujo corpo de conhecimentos se
encontra explanado no PMBOK e as ágeis, com surgimento mais recente, mas surgiram
devido aos problemas específicos da gestão de projetos de desenvolvimento de software.
Estas metodologias ágeis defendem que o nível de sucesso na gestão de projetos de
desenvolvimento de software pelas metodologias tradicionais não é satisfatório e propõem
uma alternativa pensada de raiz para os abordar.
Após extensa revisão bibliográfica, incluindo uma investigação realizada para verificar a
legitimidade dos fatores críticos de sucesso defendidos por estas metodologias (baseados no
manifesto ágil), as metodologias ágeis foram consideradas por este trabalho como as mais
indicadas para resolver as questões identificadas no diagnóstico da ZTelc e para gerir os
projetos de desenvolvimento de software em geral, em organizações e equipas com
características semelhantes.
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Modelo de Gestão de Projetos para direção de IT de empresa de serviços: Diagnóstico e Proposta de melhoria
A ZTelc é uma empresa que opera no sector das telecomunicações, presente no mercado
nacional desde 1997.
Em termos organizativos, esta empresa conta com cerca de 300 colaboradores, distribuídos
por 15 direções funcionais.
IT
Service IS
Development ERP
Delivery Infrastructure
Esta direção é composta por dois subgrupos lógicos, um mais vocacionado para a manutenção
das operações diárias que garantem o negócio:
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Modelo de Gestão de Projetos para direção de IT de empresa de serviços: Diagnóstico e Proposta de melhoria
•Gestão de projectos
Development •Desenho e implementação de soluções baseadas em tecnologias de
informação
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Modelo de Gestão de Projetos para direção de IT de empresa de serviços: Diagnóstico e Proposta de melhoria
Esta subdireção é constituída por 10 elementos e é uma macro equipa, uma vez que os
recursos dependem de um único superior hierárquico, o subdiretor.
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Modelo de Gestão de Projetos para direção de IT de empresa de serviços: Diagnóstico e Proposta de melhoria
Para além desta organização flexível, a subdireção tem uma segunda organização mais
tradicional, organizada por especialidades técnicas e que corresponde a uma organização
formal precedente. No entanto, esta é a organização em uso, pois os membros da equipa
continuam a trabalhar exclusivamente em projetos relacionados com a sua área funcional, e
não existe o perfil de Gestor de Projeto:
Com base nestes elementos é atribuído um “Scoring” ao projeto, que irá indicar a sua
importância e prioridade de desenvolvimento. O “Service Delivery” fica então responsável
por comunicar com o cliente e depurar as necessidades e objetivos concretos do projeto,
elaborando um documento denominado “Manual de Projeto” onde é colocado o pedido do
cliente bem como todo o trabalho de análise realizado pela equipa do “service delivery”, e que
irá corresponder ao conjunto de requisitos a implementar. Uma vez concluído o levantamento
de requisitos, o Manual de Projeto é disponibilizado a um responsável técnico (um elemento
da equipa de desenvolvimento) de cada subequipa envolvida no projeto, para que realize a
análise técnica. Esta análise corresponde a uma especificação detalhada da solução final que
55
Modelo de Gestão de Projetos para direção de IT de empresa de serviços: Diagnóstico e Proposta de melhoria
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Modelo de Gestão de Projetos para direção de IT de empresa de serviços: Diagnóstico e Proposta de melhoria
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Modelo de Gestão de Projetos para direção de IT de empresa de serviços: Diagnóstico e Proposta de melhoria
Sugestões de melhoria
1 - Criação efetiva do perfil de Gestor de Projetos
2 - Redesenho da estrutura da equipa para um modelo mais funcional e comunicante
3 - Escolha de uma metodologia de gestão de projetos, formação dos membros da equipa e
cumprimento dos seus preceitos de forma rigorosa
4 - Criar mecanismos de partilha de informação e colaboração entre todos os elementos da
equipa
Tabela 16 - Sugestões de melhoria
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Modelo de Gestão de Projetos para direção de IT de empresa de serviços: Diagnóstico e Proposta de melhoria
Projectos concluídos
Projectos cancelados
77
60 Análise
Desenvolvimento
40
58 Testes
20 Total
15 22 21
0
59
Modelo de Gestão de Projetos para direção de IT de empresa de serviços: Diagnóstico e Proposta de melhoria
Os projetos realizados por esta equipa têm uma duração média total de 58 dias úteis.
11,63% 1 a 2 elementos
3 elementos
4 elementos
53,49%
5 elementos
27,91%
6 elementos
Verifica-se que a grande maioria dos projetos realizados é composto por equipas muito
pequenas. Através de entrevistas complementares, foi possível determinar que esta situação
ocorre devido a:
Projetos orientados às plataformas tecnológicas de base, as quais são trabalhadas
apenas por um pequeno número de elementos.
Os projetos contêm um número pequeno de funcionalidades que na maior parte das
vezes não cruzam as diversas plataformas tecnológicas de base.
60
Modelo de Gestão de Projetos para direção de IT de empresa de serviços: Diagnóstico e Proposta de melhoria
50
até 5 dias
40 5 a 10 dias
10 a 20 dias
30
20 a 40 dias
20 40 a 60 dias
de 60 a 130 dias
10
48 10 5 4 4 6
0
Através deste gráfico é possível verificar que a análise da maioria dos projetos é realizada
num período que não excede os 5 dias. No entanto, existem alguns projetos cuja análise é
mais longa, passando mesmo os 100 dias. Através de entrevistas aos elementos responsáveis
por esta fase foi possível determinar as causas destas situações:
Em muitos casos o cliente não sabe exatamente que solução pretende ao colocar um
pedido, existindo um longo fluxo de comunicação até se chegar a um conjunto de
requisitos
A equipa não tem disponibilidade para realização dos planeamentos técnicos, ficando
o projeto a aguardar esta informação durante algum tempo.
O projeto fica em “fila de espera” pois os recursos do “Service Delivery” estão a
realizar a análise de outros projetos.
61
Modelo de Gestão de Projetos para direção de IT de empresa de serviços: Diagnóstico e Proposta de melhoria
30
até 5 dias
25 5 a 10 dias
20 10 a 20 dias
15 20 a 40 dias
10 40 a 60 dias
de 60 a 190 dias
5
32 12 11 10 5 7
0
Um elevado número de projetos tem um tempo de execução muito curto (inferior a 5 dias).
Esta informação complementada pelo número de projetos realizados por equipas de 1 a 2
elementos indica que estão a ser criados projetos com âmbito excessivamente pequeno e
pouco transversal. Esta informação é coerente com os resultados das entrevistas.
Verifica-se também a existência de múltiplos projetos com tempos de desenvolvimento muito
superiores ao valor médio (22 dias). Através de entrevistas à equipa de projeto foram
identificadas as seguintes causas para esta situação:
Alteração de requisitos durante a realização do projeto, obrigando a novos períodos de
analise durante a execução
Paragem do projeto por mudança de focos para outro projeto que entretanto se tornou
mais prioritário
Dependência de recursos externos à organização
62
Modelo de Gestão de Projetos para direção de IT de empresa de serviços: Diagnóstico e Proposta de melhoria
35
30 até 5 dias
5 a 10 dias
25
10 a 20 dias
20
20 a 40 dias
15
40 a 60 dias
10 de 60 a 239 dias
5
36 8 15 5 4 9
0
Seguindo a tendência demonstrada nos gráficos anteriores, também na fase de testes existem
múltiplos projetos com tempos muito superiores ao valor médio e ao expectável para um
período de testes finais de aceitação. As razões identificadas para esta situação são:
Os testes dependem do cliente final que nem sempre os realiza atempadamente
Os testes que resultam em erro ficam pendentes de correção por parte da equipa
Alguns testes dependem de recursos externos à organização
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Modelo de Gestão de Projetos para direção de IT de empresa de serviços: Diagnóstico e Proposta de melhoria
Este gráfico mostra o efeito global de todas as situações identificadas nos gráficos anteriores.
Apesar de a equipa ter um tempo médio de realização de projetos de 58 dias, e devido às
situações já identificadas, tem projetos com uma duração de até 430 dias.
Este gráfico permite uma representação da informação analisada anteriormente, mas com uma
representação global e percentual.
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Modelo de Gestão de Projetos para direção de IT de empresa de serviços: Diagnóstico e Proposta de melhoria
140
120
100
80
Planeado
60 Real
40 Variação
20
0
Projecto 15
Projecto 10
Projecto 11
Projecto 12
Projecto 13
Projecto 14
Projecto 16
Projecto 17
Projecto 18
Projecto 19
Projecto 20
Projecto 21
Projecto 22
Projecto 23
Projecto 24
Projecto 25
Projecto 26
Projecto 1
Projecto 2
Projecto 3
Projecto 4
Projecto 5
Projecto 6
Projecto 7
Projecto 8
Projecto 9
-20
Este gráfico permite verificar que dos 26 projetos analisados só um apresenta um tempo de
desenvolvimento inferior ao planeado (uma antecipação de 8 dias face a um estimado de 30).
A variação entre o estimado e o real apresenta um valor médio de 19 dias úteis, apresentando
no entanto vários picos que atingem o valor máximo de 133 dias úteis.
Esta representação confirma e reforça a identificada para a fase de desenvolvimento, sendo as
razões justificativas as mesmas. Poderá também indicar que as estimativas estão a ser
realizadas de forma irrealista, e com tempos inferiores ao real.
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Modelo de Gestão de Projetos para direção de IT de empresa de serviços: Diagnóstico e Proposta de melhoria
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Modelo de Gestão de Projetos para direção de IT de empresa de serviços: Diagnóstico e Proposta de melhoria
Neste caso concreto, e uma vez que não existe uma metodologia transversal e oficial em uso,
o risco de passagem para uma metodologia ágil é reduzido.
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Modelo de Gestão de Projetos para direção de IT de empresa de serviços: Diagnóstico e Proposta de melhoria
Por outro lado, os resultados das entrevistas mostram que os desejos manifestados pela equipa
se enquadram nos valores das metodologias ágeis.
A proposta deste trabalho é que a organização adira a uma metodologia ágil, nomeadamente o
Scrum, mas que o faça de uma forma convicta, formando os elementos da equipa bem como
os seus clientes internos, e siga os processos metodológicos de forma rigorosa e inflexível.
A flexibilidade desejada deve ser sempre obtida dentro da própria metodologia e não pelo
contornar dos seus preceitos.
Um dos fatores chave para o sucesso desta equipa é a compreensão ao nível interno e ao nível
da gestão que a definição de sucesso dos projetos é a criação das funcionalidades pedidas
pelos utilizadores que são disponibilizadas em cada iteração de acordo com as prioridades
definidas pelo product owner, e agrupadas por release, e não qualquer outro constrangimento
externo à metodologia.
Embora a implementação da metodologia não faça parte do âmbito desde trabalho, esta
deverá ser realizada cuidadosamente e com o patrocínio da gestão, para que seja aceite e
respeitada por todos os membros da equipa e clientes.
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Modelo de Gestão de Projetos para direção de IT de empresa de serviços: Diagnóstico e Proposta de melhoria
Para uma estrutura que privilegie o trabalho em equipa, a colaboração e os processos ágeis:
70
Modelo de Gestão de Projetos para direção de IT de empresa de serviços: Diagnóstico e Proposta de melhoria
Para tirar todo o partido da metodologia, as releases devem ser desenhadas para corresponder
pelo menos a um mês de trabalho, e devem conter funcionalidades que cruzem todas as
plataformas tecnológicas.
Com a aplicação de uma metodologia ágil, a interrupção do trabalho a meio de uma iteração
deixa de ser possível. Qualquer alteração de requisitos ou de prioridade será atendida na
próxima iteração.
O fator chave para o sucesso da implementação desta metodologia, é que os seus processos
sejam entendidos e respeitados pela organização. Ao nível da execução é fundamental que as
regras sejam seguidas e que todo o trabalho a realizar seja recebido e priorizado pelo product
owner, que o colocará numa release e numa iteração. Se os clientes entenderam a vantagem
do trabalho desta forma e de como as iterações funcionam, irão estar preparados para que
qualquer situação prioritária tenha de esperar pelo menos pela próxima iteração. Uma iteração
só deve ser interrompida numa emergência.
Para além das interrupções por alteração de requisitos ou de prioridades, também os pedidos
de correção de bugs e suporte devem ser tratados da mesma forma, sendo recebidos e
priorizados do ponto de vista do negócio em relação a todas as funcionalidades em espera
pelo product owner, e passados à equipa através de uma iteração.
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7 Conclusões
Este diagnóstico permitiu identificar que a gestão de projetos apresentava problemas nas suas
várias fases e que não seguia nenhuma metodologia específica, embora tivesse uma base
tradicional, e algum formalismo da fase de análise.
O diagnóstico identificou que a grande maioria dos projetos realizados nesta equipa são de
muito curta duração (uma semana ou menos) e que incidem sobre um conjunto pequeno e
limitado de plataformas tecnológicas. Embora estes projetos constituam um esforço muito
pequeno, o facto de serem realizados pelo modelo em cascata, e de somarem tempos de
análise e tempos de testes, leva a que os tempos totais de execução finais sejam muito
superiores (valor médio de 58 dias úteis).
Estas duas características indicam que este tipo de projetos podem ser facilmente geridos
através de metodologias ágeis, correspondendo as plataformas tecnológicas a produtos e os
projetos a iterações, que podem ser enquadradas em conjuntos de funcionalidades maiores e
transversais, as releases, de forma a tirar o melhor partido da equipa.
Este estudo concluiu também que a equipa não tinha a estrutura adequada para uma gestão
ágil, tendo sido proposto um modelo alternativo
A ênfase dada à comunicação, assim como o facto das técnicas estarem desenhadas para a
incentivar, fazem com que estas equipas estejam muito mais informadas e motivadas. O
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Modelo de Gestão de Projetos para direção de IT de empresa de serviços: Diagnóstico e Proposta de melhoria
quadro de tarefas físico, colocado numa parede é um excelente exemplo de uma ferramenta
que incentiva a comunicação, estando sempre presente durante a execução e nas reuniões
diárias ou de ciclo. O exemplo do quadro mostra também o nível de visibilidade que se obtém
com esta metodologia, tornando evidente para todos os membros da equipa o que está
programado, o que está feito e o que resta fazer.
O resultado das entrevistas demostrou que muitos dos objetivos e necessidades manifestadas
pelos membros da equipa correspondem a princípios das metodologias ágeis, pelo que é
expectável que esta equipa atinja níveis de performance elevados com a adoção desta
metodologia.
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Modelo de Gestão de Projetos para direção de IT de empresa de serviços: Diagnóstico e Proposta de melhoria
A evolução mais natural deste trabalho, caso seja entendido pela ZTelc, é a implementação do
scrum nesta equipa, o que requer alguma adaptação organizacional e o patrocínio da sua
gestão, uma vez que muda radicalmente a forma como são abordados os projetos.
Se esta implementação for implementada de forma adequada, e uma vez que internamente
quase todas as atividades são geridas como projetos, esta poderá ser uma metodologia a
estender para outras áreas e outras equipas.
Este trabalho poderá também ser uma base de reflexão para que organizações com problemas
semelhantes considerarem outra forma de realização dos seus projetos de desenvolvimento de
software.
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Modelo de Gestão de Projetos para direção de IT de empresa de serviços: Diagnóstico e Proposta de melhoria
9 Bibliografia
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Questão
1 - Quais são as maiores dificuldades durante a fase de planeamento de um novo
projeto?
2 - Quais são as maiores dificuldades durante o desenvolvimento de um projeto?
3 - Quais são os maiores problemas na gestão de recursos humanos da equipa?
4 - Que informação não tem e gostaria de ter de forma regular durante a execução de
um projeto?
5 - Quais os principais pontos fortes da equipa?
6 - Quais os principais pontos fracos da equipa?
7 - Que sugestões apresentaria para melhorar a gestão de projetos nesta equipa?
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Burndown Chart A burndown chart is a visual tool for measuring and displaying
progress. Visually, a burndown chart is simply a line chart
representing remaining work over time. Burndown charts are used
to measure the progress of an agile project at both a iteration and
project level.
Daily Standup/Scrum A Daily Standup is a whole team meeting that happens at the same
time every day that usually lasts 15 minutes or less. The meeting is
designed to allow the entire team to synchronize with each other
and to understand the flow and challenges of the development
process. Each team member should provide the following
information: what did I do yesterday, what am I planning to do
today, and what impediments do I currently have?
Done Also referred to as “Done Done”, this term is used to describe all
the various tasks that need to happen before a story is considered
potentially releasable.
Epic A very large user story that is eventually broken down into smaller
stories.
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Retirado de http://www.telerik.com/agile-project-management-tools/agile-resources/vocabulary.aspx
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Product Backlog Acts as a repository for requirements targeted for release at some
point. These are typically high level requirements with high level
estimates provided by the product stakeholders. The requirements
are listed on the backlog in priority order and maintained by the
product owner.
Product Owner The Product Owner represents the voice of the customer and is
accountable for ensuring that the Team delivers value to the
business. The Product Owner writes customer-centric items
(typically user stories), prioritizes them, and adds them to the
product backlog. Scrum teams should have one Product Owner.
Sprint/Iteration A fixed duration period of time where user stories are chosen to
work on. The term Sprint comes from the Scrum methodology and
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Sprint Backlog At the beginning of each sprint, the team has sprint planning with
an end result being a backlog of work that the team anticipates
completing at the end of the sprint. These are the items that the
team will deliver against throughout the duration of the sprint.
Sprint Planning Is a pre-sprint planning meeting attended by the core agile team.
During the meeting the Product Owner describes the highest
priority features to the team as described on the product backlog.
The team then agrees on the number of features they can
accomplish in the sprint and plans out the tasks required to achieve
delivery of those features. The planning group works the features
into User Stories and assigns Acceptance criteria to each story.
Sprint Review Each Sprint is followed by a Sprint review. During this review the
software developed in the previous Sprint is reviewed and if
necessary new backlog items are added.
Task A user story can be broken down in to one or more tasks. Tasks
are estimated daily in hours (or story points) remaining by the
developer working on them.
Taskboard/Storyborad A wall chart with cards and sticky notes that represents all the
work for in a given sprint. The notes are moved across the board to
show progress.
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Velocity It is a relative number which describes how much work the team
can get done over a period of time.
Vertical Slice Showing off a feature in an application that works from start to
finish but may be limited in scope. For example a rope bridge
crossing a chasm is immediately useful and allows people to cross.
Having that in place can help to build a better bridge later.
WIP Also known as Work in Progress is any work that has been started
but has yet to be completed.
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