TFC 2 - Rev - FINAL - 3

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 31

CENTRO UNIVERSITÁRIO DE GOIÁS – UNIGOIÁS

PRÓ-REITORIA DE ENSINO PRESENCIAL – PROEP


SUPERVISÃO DA ÁREA DE PESQUISA CIENTÍFICA - SAPC
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

PROPOSTAS DE INTERVENÇÃO E MELHORAMENTO DE DRENAGEM


URBANA PROFUNDA NO SETOR DOS BANDEIRANTES EM TRINDADE – GO:
UM ESTUDO DE CASO

LUIZ AUGUSTO DOS SANTOS


PATRICK CAETANO VELOSO
ORIENTADOR: AURÉLIO CAETANO FELICIANO

GOIÂNIA
Dezembro/2021
LUIZ AUGUSTO DOS SANTOS
PATRICK VELOSO CAETANO

PROPOSTAS DE INTERVENÇÃO E MELHORAMENTO DE DRENAGEM


URBANA PROFUNDA NO SETOR DOS BANDEIRANTES EM TRINDADE – GO:
UM ESTUDO DE CASO

Trabalho final de curso apresentando e julgado como requisito para a obtenção do grau de
bacharelado no curso de Engenharia Civil do Centro Universitário de Goiás – UNIGOIÁS
na data de 07 de dezembro de 2021

_______________________________
Prof. Esp. Aurelio Caetano Feliciano (Orientador)
Centro Universitário de Goiás – Uni-GOIÁS

_______________________________
Prof. Esp. Danillo Francisco da Cunha (Examinador Interno)
Centro Universitário de Goiás – Uni-GOIÁS

_______________________________
Prof. Ma. Helena Bernardes Cortez (Examinador Interno)
Centro Universitário de Goiás – Uni-GOIÁS
PROPOSTAS DE INTERVENÇÃO E MELHORAMENTO DE DRENAGEM
URBANA PROFUNDA NO SETOR DOS BANDEIRANTES EM TRINDADE – GO:
UM ESTUDO DE CASO

SANTOS, Luiz Augusto Dos1


VELOSO, Patrick Caetano1
FELICIANO, Aurélio Caetano2

Resumo: O desenvolvimento urbano brasileiro tem produzido um impacto significativo no sistema de


drenagem urbana com os aumentos de enchentes e deterioração ambiental, aumentando também as áreas
impermeáveis, condutos e canais. Estes impactos foram agravantes na região em estudo, onde foi necessário a
implementação de uma rede drenagem urbana profunda para a solução destes problemas. Neste trabalho são
apresentados os princípios utilizados, composição dos materiais e meios necessários para este controle, essa
metodologia foi utilizada no setor Bandeirantes na cidade de Trindade-GO. Foi estudado a precipitação com o
volume de chuva de acordo com o pluviômetro de Goiânia, diversificando os diâmetros das tubulações em
cada trecho de acordo com as vazões alteradas por conta da inclinação do loteamento, foi utilizado um estudo
de solos para uma análise de permeabilidade e resistência do terreno. Seguindo a norma NBR 8890:2020 da
ABNT, para averiguação da qualidade dos materiais foi realizado um ensaio laboratorial do corpo de prova de
concreto dos poços de visita, garantindo maior qualidade nos materiais para possíveis deformações e rupturas.
O processo executivo da rede de drenagem contou com uma equipe de mão obra especializada para
implementação da mesma, solucionando os problemas de enchentes na região em estudo.

Palavras chaves: drenagem urbana, impactos ambientais, precipitação, vazões .

PROPOSALS FOR INTERVENTION AND IMPROVEMENT OF DEEP URBAN


DRAINAGE IN THE BANDEIRANTS SECTOR IN TRINDADE - GO: A CASE
STUDY

Abstract: Brazilian urban development has had a significant impact on the urban drainage system with
increases in flooding and environmental deterioration, as well as impermeable areas, conduits and canals. These
impacts were aggravating in the region under study, where it was necessary to implement a deep urban drainage
network to solve these problems. In this work, the principles, the composition of the materials and the criteria
adopted according to the regulatory norms for this control, this methodology used in the Bandeirantes sector
in the city of Trindade-GO, are applied. The transformation with the volume of rain according to the Goiânia
pluviometer was studied, diversifying the diameters of the pipes in each stretch according to the flow rates
changed due to the large size of the subdivision. A soil study was used for an analysis of permeability and
terrain resistance. Following ABNT's NBR 8890: 2020 standard, to check the quality of the materials, a
laboratory test was carried out on the concrete specimens of the manholes, ensuring greater quality in the
materials for possible deformations and ruptures. The executive process of the drainage network had a
specialized labor team to implement it, solving the problems of flooding in the region under study.

Keywords: urban drainage, environmental impacts, exclusion, flow.


_______________________
1. Acadêmico do curso de Engenharia Civil – Centro Universitário de Goiás. E-mail:
[email protected].

2. Acadêmico do curso de Engenharia Civil – Centro Universitário de Goiás. E-mail:


[email protected].

3. Professor, especialista, orientador do curso de Engenharia Civil – Centro Universitário de Goiás. E-


mail: [email protected].
1. INTRODUÇÃO

A drenagem urbana tem uma relação muito importante no desenvolvimento


econômico da região, no qual controla o fluxo da água no perfil e na superfície do solo,
relacionando a intensidade da precipitação com a capacidade de infiltração em sua superfície.
As condições atmosféricas variam a intensidade de precipitação ao longo tempo, logo a
característica do solo influencia diretamente na capacidade de infiltração. (LAL e SHUKLA,
2004).
Para segmento de medidas sustentáveis dentro a uma cidade, é necessário o
desenvolvimento de um plano diretor de drenagem urbana, que se resume nos seguintes
aspectos: os novos desenvolvimentos não podem aumentar a vazão máxima da jusante, o
planejamento e controle dos impactos existentes devem ser elaborados considerando a bacia
como um todo e o controle dos efluentes deve ser avaliado de forma integrada com o
esgotamento sanitário e os resíduos sólidos. (TUCCI 2002).
Segundo Tucci (2005), o quadro institucional, o Sistema Nacional de Gerenciamento
de Recursos Hídricos, no que se refere à prevenção e ao controle de cheias, sobrepõe-se, mas
não se opõe à estrutura administrativa existente. Apesar da melhora institucional, talvez por ser
muito recente, verifica-se que, atualmente, as administrações estaduais, em geral, não estão
preparadas técnica e financeiramente para planejar e controlar os impactos das enchentes, já
que os recursos hídricos ainda são normalmente tratados de forma setorizada (energia elétrica,
abastecimento urbano e tratamento de esgoto, irrigação e navegação), sem que haja maior
interação na administração e no seu controle. Seguindo as normas e o projeto de execução, será
detalhado todo o processo da rede de drenagem urbana no objeto de estudo, enfatizando custo,
planejamento, fiscalização e acompanhamento técnico na região demarcada.
Por conta do processo de urbanização em Goiânia foi necessário desenvolver uma
drenagem urbana para controlar o curso de águas pluviais que foi sendo interrompido cada vez
mais por esse processo, formando alagamentos, enchentes e inundações em várias cidades em
Goiás principalmente no loteamento Residencial Alta Vista, conforme o aumento dessa
urbanização até os dias de hoje mais elaboração e definição para a drenagem urbana foi
necessária para que seja mais eficiente esse controle. Com isso, tendo vista a drenagem a urbana
como resolução dos alagamentos, enchentes e inundações, mas em áreas especiais requer
sistemas diferentes, como por exemplo, em áreas de estacionamento, parques e passeios realizar
o aumento de áreas de infiltração e percolação ou até mesmo armazenar temporariamente a
água pluvial em reservatórios residenciais ou telhados (TUCCI, 2007).
Assim, tendo esses problemas públicos referente a drenagem urbana, pode-se utilizar
vários sistemas eficientes e socioeconomicamente vantajosos, dependendo do uso, para a
população sistemas como: cobertura verde, pavimento permeável, trincheiras de infiltração e
poços de infiltração o que justifica, por meio deste trabalho as opções e maneiras mais eficazes
e acessível para a população.
Através de normas técnicas e investigações direcionadas apresenta-se um estudo de
medidas preventivas e corretivas na expectativa de combater situações de alagamento no
Loteamento Residencial Alta Vista no Setor dos Bandeirantes em Trindade – GO.
2. MATERIAL E MÉTODOS

Devido aos problemas da região estudada com alagamentos constantes foi-se


necessário de intervenção com a implementação de uma drenagem urbana com o intuito de
solucionar as complicações do local.
Os métodos de drenagem acontecerão da seguinte maneira: A captação da água será
realizada em todo o loteamento, sendo direcionada uma rede de drenagem com tubulações em
sua maior parte com diâmetros de 600 mm e complementada ao decorrer do trecho com tubos
de 800 mm, 1000 mm e 1200 mm, exemplificação conforme os Anexo I e II.
Em todas as ruas ou avenidas apresentar-se-ão suas BL (Bocas de Lobo), onde estas
irão armazenar a água em escoamento e através dos ramais com tubulações de 400 mm de
diâmetro, levar-se-ão até as caixas de PV (Poço de Visita), conforme a Anexo III. Ao chegar
na rede, é realizado um controle de cheia em uma bacia de amortecimento e em uma caixa de
retenção no qual estarão sustentadas por uma caixa de gabião, o mesmo ajudará no suporte para
a rede e auxiliando no dreno.
A bacia de amortecimento é situada na parte inferior do loteamento, pegando toda rede
de drenagem em declínio, com variações de cotas em até 20 metros. Essa bacia possui
dimensões 78 metros de comprimento, 15 metros de largura e 4 metros de profundidade, possui
uma caixa de gabião dando suporte na tubulação de entrada de 1000 mm de diâmetro. Esse
gabião é executado da seguinte maneira: realiza-se um agulhamento com pedras marroadas, por
cima do agulhamento, é instalado um coxão reno de altura de 30 centímetros, e por fim são
montadas as gaiolas conforme o detalhamento do projeto. A bacia possui uma descarga de
fundo com diâmetro de 600 mm, e está estimada sua capacidade total em 4600 metros cúbicos,
portanto mantendo uma área inundada controlada em até 2000 metros cúbicos conforme os
Anexos IV, V e VI.
Após o amortecimento da água na bacia, a destinação do excesso da água é feita para
uma caixa de retenção localizada a 80 metros da bacia, onde estão interligadas uma na outra em
um trecho de 30 metros com tubulação simples com diâmetro de 1000 mm e outro trecho de 50
metros com uma tubulação dupla de 1200 mm de diâmetro. A caixa de retenção é construída
com pedras marroadas, sobre um agulhamento e um coxão reno, e possui dimensões de 12
metros de comprimento, 4,5 metros de largura e 2 metros de altura. A função dessa caixa diante
ao projeto é receber o excesso da água da bacia reduzir o fluxo da água através da gaiola de
dreno e controlar o percurso da água em uma tubulação de saída. De acordo com o anexo VII.
Com essa metodologia, o trabalho na simulação de alternativas é simples, e processo
de manutenção na rede de drenagem é controlada por técnicos que sempre são monitorados no
local ou mediante a observações notáveis pelos próprios moradores, tendo em vista que o setor
imobiliário exerce forte pressão para a ocupação dos vazios urbanos, alternando razoavelmente
a percolação da água no solo. Exemplos de execução nas Figuras 01 e 02 a seguir.

Figura 01: (A) execução de muro da gabião na bacia de amortecimento (B) execução do poço
de visita

Fonte: (Autores, 2021) – Adaptado.


Visando também um auxílio para qualquer rede drenagem e uma melhoria na sensação
térmica da região, é recomendável ampliar os espaços de áreas permeáveis, onde o objetivo é
aumentar a capacidade de infiltração e retardar possíveis inundações.

Figura 02: (A) Áreas permeáveis para escoamento superficial, (B) escavação no inicio no
loteamento

Fonte: (Autores, 2021) – Adaptado


3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

3.1 Drenagem Urbana

O escoamento pluvial pode provocar inundações e impactos nas áreas urbanas devido a
dois processos, que podem ocorrer separadamente ou em conjunto, são eles: inundações de
áreas ribeirinhas e inundações devido a urbanização (TUCCI, 2002).
O referido autor aponta ainda os principais impactos sobre a população, que são:
• Prejuízo de perdas materiais e humanas;
• Interrupção da atividade econômica das áreas inundadas;
• Contaminação por doenças de veiculação hídrica como leptospirose e cólera;
• Contaminação da água pela inundação de depósitos de material tóxico, estações
de tratamento entre outros.
Conforme Figura 03 abaixo:
Figura 03 – (A) inundação em viaduto (B) Ocorrência de escoamento superficial em vias
públicas.

Fonte: Ascom/ UFG, 2015. Jornal O Popular, 2013


Com o desenvolvimento urbano houveram grandes mudanças no solo em seu estado
natural. Devido à ocupação humana no espaço e seu uso com construções como telhados e
coberturas, ruas, calçadas e pátios, impacta diretamente em seu ciclo hidrológico devido à alta
impermeabilização de áreas metropolitanas causada pela ocupação humana. Assim, a
infiltração no solo é baixa, diminuindo o escoamento subsuperficial e subterrâneo, e com isso,
o escoamento pluvial superficial começa a ser mais aparente atingindo grandes velocidades e
volumes. (SCHUELER, 1987). Sendo áreas urbanas importantes para o bem estar e saúde das
pessoas, seu próprio desenvolvimento gera vários problemas e todas essas pressões negativas
enfrentadas por esse sistema terão reflexos sobre a população com o passar do tempo (BARROS
e TUCCI, 1995). E conforme a Figura 04, vê-se o grande aumento do crescimento populacional.

Figura 04: Evolução urbana e ocorrência de inundações

Fonte: (Ramos, 1998)


3.1.1 Microdrenagem e Macrodrenagem

Define-se microdrenagem urbana como um sistema de condutos pluviais a nível de


loteamento ou de rede primária urbana (BIDONE & TUCCI, 1995). A função principal deste
sistema é coletar e conduzir a água escoada para a macrodrenagem, composta por caixas de
ralo, bueiros, bocas de lobo, etc., onde são localizados em sarjetas e meio fios direcionando a
água para as canalizações coletoras. Essas, por sua vez, transportam as águas à estação de
tratamento.
Figura 05 - Exemplificação de Microdrenagem e Macrodrenagem

Fonte: (Meller, 2004)


De acordo com Tucci (2003) a macrodrenagem abrange os sistemas coletores de
diferentes sistemas de microdrenagem envolvendo-se com áreas superiores à 2 km², não sendo
um valor absoluto. A bacia hidrográfica é constituída, naturalmente, por canais, rios e afluentes
que fazem parte da macrodrenagem. Tucci (1993) complementa que macrodrenagem são as
intervenções em fundos de vale que recolhem águas pluviais de áreas providas de sistemas de
microdrenagem.

3.2 Planejamento conforme o plano diretor

Segundo ENOMOTO (2000), para evitar os problemas causados pelas inundações


necessita de um controle de inundações que é o conjunto de medidas que buscam minimizar o
acontecimento das mesmas dentro dos municípios já desenvolvidos. Junto com isso haverá uma
diminuição nos prejuízos causados pela população possibilitando um desenvolvimento urbano
de forma coordenada, sustentável e controlada.
Para uma melhor efetivação de controle de enchentes a nível urbano deve-se utilizar
os meios que estão no Plano Diretor Urbano as Legislações Municipal/Estadual e o Manual de
Drenagem. O plano diretor estabelece as linhas principais, as legislações controlam e o manual
orienta. O Plano Diretor de Drenagem Urbana (PDDrU) tem como objetivo propor medidas de
controle estruturais, onde acompanhado do seu manual de drenagem apresenta um amplo
diagnóstico dos empecilhos enfrentado pelo município ou bacia (TUCCI, 1995).
De acordo com ONEDA (2018) os PDDrU determinam as diretrizes para a gestão de
águas pluviais em uma bacia hidrográfica e objetivam diminuir o volume e a velocidade de
escoamento superficial, a duração e frequência das inundações e dos alagamentos. Estas
medidas são uma maneira de tentar reduzir os efeitos que impactam no meio ambiente em
aspectos quantitativos e qualitativos dos corpos d’água receptores, com consequente melhoria
das condições de saúde da população e meio ambiente das cidades, redução de perdas de vida
e econômicas (VILLANUEVA, 2011).

3.3 Gerenciamento da execução

De acordo com Persch (2010), Castro e Goldenfum (2008), drenagem urbana


sustentável tem como umas das principais normas evitar o aumento do escoamento superficial,
tentando diminuir a utilização de superfícies impermeáveis na urbanização, convertendo-as em
superfícies permeáveis sempre que possível. Alguns exemplos desse tipo de medida são os
poços, valas e trincheiras de infiltração, telhado verde, pavimentos permeáveis, além de áreas
verdes em geral. Caso essas medidas não sejam levadas em consideração, pode-se utilizar outras
técnicas compensatórias para o controle do escoamento pluvial, uma delas é o aproveitamento
de água da chuva e armazenamento em reservatórios de retenção ou detenção (KOBIYAMA e
HANSEN, 2002).
Segundo Wright (1997) que avaliou os procedimentos utilizados em países em
desenvolvimento, concluiu que para o abastecimento de água e saneamento:

• O planejamento e execução dos sistemas são baseados em práticas de países


desenvolvidos que não levam em conta as reais necessidades locais, resultando
em investimentos com baixo retorno;
• Falta de gerenciamento: dificuldades em financiamento, pouco contato com os
clientes e centralização;
• Grandes projetos: projetos com custo elevados no qual o pagamento
dificilmente pode ser feito pela população mais necessitada;
• Desempenho ruim da operação e manutenção dos sistemas.

Com isso, o próprio Wrigth (1997), propõe uma ampliação nas opções quanto a
tecnologias, uma melhor análise no desejo dos consumidores quanto ao pagamento dos serviços
e necessidade; melhoria da eficiência da cobertura mais barata, inovações institucionais e
financeiras, educação em distintos níveis de participação pública.

3.4 Fiscalização e manutenção

A fiscalização de uma obra funciona como uma analogia, uma engrenagem que
permite a perfeição das diferentes fases do projeto seguindo uma ordem de planejamento com
máxima eficácia.
Segundo Nunes (2007) as etapas de uma fiscalização são enumeradas da seguinte
forma:
• Verificar a exatidão do projeto seguindo as normas técnicas;
• Conferência do serviço na fase de execução;
• Aprovação dos materiais necessários, avaliando-os nos requisitos de qualidade
e uniformidade;
• Acompanhar os prazos de entrega conforme foram assinados nos contratos;
• Verificar as disposições contratuais e regulamentação aplicáveis;
• Analisar os ensaios de uso do solo seguindo as normas técnicas.

Na rede de drenagem a principal fiscalização encontra-se no laboratório, analisando


resistência e consistência do solo, incluindo Limite de Liquidez, Limite de plasticidade, Índice
de Plasticidade, ensaios de Granulometria e ensaios de rompimento do material, todos esses
aspectos são seguidos por laudos e normas técnicas como base de orientação. Esses ensaios são
realizados em todos os trechos da obra, entre todos os PV’s (poço de visita) existente no projeto.
(AZEVEDO, 2016).
Figura 06: (A) Ensaios de solos em loco (B) ensaio do solo em laboratório.

Fonte: (Autores, 2021)

Os ensaios são realizados por um processo de peneiramento, que consiste na passagem


do material totalmente preparado por uma série de peneiras com dimensões normatizadas
variando as aberturas em 0,075 mm a 4,76 mm, o estudo é relacionado o material retido com o
material que passou na peneira. (ORTIÇÃO,2007).
Com todos os ensaios realizados e com o solo em totais condições de uso, o próximo
passo da fiscalização é a análise dos materiais, a uniformidade dos tubos e blocos de concretos,
conferência nas especificações solicitada no projeto, conferir se o diâmetro dos tubos no
determinado trecho atende as vazões calculadas e uma avaliação dos equipamentos que serão
utilizados na escavação. (CAPUTO,2012)
Durante a montagem dos tubos a função da fiscalização é monitorar a execução,
conferir os espaçamento e alinhamento dos tubos, conferir as cotas junto com a topografia
garantindo o escoamento conforme solicitado no projeto, fiscalizar as dimensões das caixas de
galeria e do gabião com a garantia de êxito no serviço e evitando possíveis acidentes de trabalho.
(JONES,1992).
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.1 Permeabilidade do solo

A permeabilidade do solo é dos grandes fatores para a intervenção de uma drenagem


profunda, o grau de dureza do solo interfere sendo que o solo seria incapaz de realizar o
escoamento superficial dependendo da quantidade de água. Feito o ensaio de solos nota-se que
o solo em todas as camadas está em grau satisfatório para construção, de acordo com a Quadro
01 a seguir, com isso, a permeabilidade do solo é ruim para o escoamento superficial precisando
assim de uma drenagem urbana profunda

Quadro 01: Densidade do solo por camada


1º CAMADA

2º CAMADA

3º CAMADA

4ºCAMADA

5ºCAMADA

6ºCAMADA

7ºCAMADA

8ºCAMADA

9ºCAMADA
Nª DE CAMADAS

COMPACTAÇÃO NO LABORATÓRIO - PADRÃO


O.S. Nº
PADRÃO

DENSIDADE MÁXIMA
1.601 1.601 1.601 1.601 1.601 1.601 1.601 1.601 1.601

UMIDADE ÓTIMA
19,2 19,2 19,2 19,2 19,2 19,2 19,2 19,2 19,2
GRAU DE
99,8 99,2 99,8 100,2 100,8 100,0 98,0 100,2 100,0
COMPACTAÇÃO
Fonte: (Autores,2021)

Havendo a necessidade de intervir na região para a instalação de uma drenagem


profunda, nota-se que a permeabilidade do solo não consegue absorver toda a água pelo
escoamento superficial pois o solo na região demonstra um grau de compactação elevado.

4.2 Estudo de vazões com análise pluviométrica


Conforme a Tabela 02 mostrada anteriormente nota-se que há mudanças nos diâmetros
dos tubos alocados na obra, esse dimensionamento deve-se por conta das variações de vazões
no loteamento de acordo com cada trecho e também pela inclinação do terreno local, e assim
distribuindo nos trechos, de acordo com o Anexo VIII, diâmetros diferentes ao longo da das
vias para melhor dissipação da água. Quanto maior a inclinação do terreno a vazão aumentará
junto com a velocidade da água, necessitando maiores diâmetros para atender a demanda de
escoamento. Esta análise é realizada em toda área construída, sendo assim, não carecendo de
uma uniformidade nas dimensões dos tubos visando a questão econômica da obra, visto que
quando maior o diâmetro dos tubos maior será a bitola do aço utilizado em sua composição e
com isso encarecerá o custo do material.
O estudo das vazões em projeto, são bastante satisfatórios os diâmetros calculados para
as tubulações, visando que no período de chuva essa região sofre bastante com inundações e
alagamentos. O pluviômetro mais perto do local está localizado Setor Aeroporto em Goiânia-
e adquirindo os dados dos índices de chuva nos últimos 20 anos, apresenta-se uma variação
constante de 29 mm/h a 60 mm/h, com exceção no ano de 2005 que ultrapassou essa marca,
chegando a 72 mm/h de chuva.

Quadro 02 – Dados pluviométricos (A002).


Data Hora (UTC) Precipitação (mm/h)
16/09/2001 11:00 29,0 mm
31/01/2002 20:00 36,6 mm
06/04/2003 21:00 61,2 mm
04/01/2004 15:00 35,2 mm
08/03/2005 22:00 72,0 mm
30/03/2006 22:00 44,0 mm
16/12/2007 22:00 36,2 mm
21/10/2008 20:00 55,2 mm
05/04/2009 22:00 38,8 mm
04/04/2010 03:00 62,6 mm
08/10/2011 20:00 43,8 mm
31/10/2012 20:00 46,4 mm
08/12/2013 22:00 60,4 mm
05/12/2014 16:00 36,6 mm
16/04/2015 01:00 29,8 mm
30/10/2016 20:00 32,4 mm
14/12/2017 19:00 36,2 mm
05/12/2018 21:00 45,4 mm
08/04/2019 20:00 51,4 mm
07/02/2020 00:00 38,0 mm
12/02/2021 01:00 67,4 mm
Fonte: (Autores, 2021)
No trecho PV1 ao PV5 da Rua Tapajós são calculados metade da quantidade com
tubulações no diâmetro de 600 mm e o restante com diâmetro de 800 mm. Esse trecho possui
variação de cota em 11 metros, no ponto mais alto com cota de 538 m e no ponto mais baixo
com 527 m, seria então o único trecho que teria que ser revisto e colocar toda a rede de
drenagem com 800 mm, sendo que ao repetir um período de chuva igual ou superior a 72 mm/h
os ramais de saída não atenderiam a demanda da chuva e assim causar uma ruptura na tubulação
causando novos alagamentos.
A bacia de amortecimento foi muito bem calculada, sua tubulação de entrada é de 1000
mm de diâmetro e está apoiada sobre uma estrutura de gabião, garantindo que o nível dos tubos
permanecera de forma uniforme e estática. A bacia apresenta uma descarga de fundo numa
tubulação de 600 mm, o que garante um controle de cheia suportando todo o escoamento da
rede de drenagem e o índice de precipitação. O estudo dessa vazão de saída é baseado também
no pluviômetro dos últimos 20 anos, que o maior índice de chuva foi 72 mm/h e para essa bacia
não suportar a demanda teria que ter 48 horas seguidas de chuva, o que não aconteceu ainda
esse feito na região em estudo.

4.3 Análise de resistências dos PV’s

Os materiais em concreto utilizados em cada trecho atendem os requisitos


estabelecidos pela norma NBR 8890:2020 onde especifica que “A escolha dos materiais para a
produção do concreto destinado à fabricação dos tubos deve considerar a agressividade do meio,
interno e externo, onde serão instalados os tubos” e o traço do concreto deve ser superior a 15
MPa, sendo assim, conforme a Quadro 02 a seguir onde apresentam os ensaios da resistência
nos PV’s no período de 3, 14 e 28 dias
Quadro 03: Ensaio de resistência do PV
Controle de Resistência (MPa) Corpo de Prova (10X20cm)
Rodovia: RESIDENCIAL JARDIM ALTA
Trecho: TODO SETOR
VISTA
Segmento: Estaca: Obra:
Pista: TAMPAS E FUNDO DE CAIXAS Construtora: LAGUIR ENGENHARIA
Engenheiro: LUIZ Slump
Laboratorista: JORGE Mês concretagem:10/2020
MATHEUS (mm):10±2
CP FCK Slump (mm) Data Data de Idade (dias)
Peça Est Local
no MPa Aplicação Conc. Ruptura 3 14 28
31 20,0 21/10/20 24/10/20 13,3
32 20,0 21/10/20 24/10/20 10,8
RUA TAPAJOS
33 20,0 21/10/20 04/11/20 15,8
PV 5 FUNDO DE
34 20,0 21/10/20 04/11/20 17,4
CAIXA
35 20,0 21/10/20 18/11/20 22,8
36 20,0 21/10/20 18/11/20 21,1
Fonte: (Autores,2021)
No final da cura do concreto obteve resistência superior a 20 MPa, onde mostra uma
ótima qualidade na composição dos poços de visita.

4.4 Custos de execução


Os custos serão programados diante ao projeto, desde a execução, compra dos
matérias, aluguel dos maquinários e mão de obra. Um parâmetro muito satisfatório, tendo em
vista que esse processo feito após o loteamento pronto e com moradias no local, aumentará os
custos dos reparos e cortes no asfalto em todas as ruas, e ressaltando também os transtornos
sociais da população habitante. Segue Quadro 01 e 02.

Quadro 04: Quantitativo de materiais a serem utilizados na obra


MANILHAS DE CONCRETO QUANTIDADE
Tubo Concreto DN 400 mm 1400
Tubo Concreto DN 600 mm 1892
Tubo Concreto DN 800 mm 760
Tubo Concreto DN 1000 mm 86
Tubo Concreto DN 1200 mm 162
Tubo Concreto DN 1500 mm 523
Fonte: (Autores,2021)
Quadro 05: Quantitativo e detalhamento de tubos por trecho.
RUAS QUANTIDADE DE DIÂMETRO DOS
TUBOS TUBOS
RUA TAPAJÓS (TRECHO 1) 126 800 mm
RUA TAPAJÓS (TRECHO 2) 131 600 mm
RUA JAV - 07 53 800 mm
RUA JAV - 14 137 800 mm
RUA JAV - 15 215 800 mm
RUA JAV - 11 129 600 mm
ALAMEDA DO PARQUE 1 230 600 mm
ALAMEDA DO PARQUE 2 67 1000 mm
ENTRADA DA BACIA 19 1000 mm
AMORTECIMENTO
LANÇAMENTO BACIA 92 1200 mm
AMORTECIMENTO
LANÇAMENTO CAIXA DE 70 1200 mm
RETENÇÃO
RUA ARAGUAIA (TRECHO 1) 286 600 mm
RUA ARAGUAIA (TRECHO 2) 229 800 mm
RUA JAV - 13 300 600 mm
RUA JAV - 08 107 600 mm
RUA JAV - 05 85 600 mm
AVENIDA AMAZONAS (TRECHO 1) 60 1500 mm
AVENIDA AMAZONAS (TRECHO 2) 198 600 mm
RUA JAV - 19 463 1500 mm
RUA JAV - 04 353 600 mm
RUA JAV - 02 73 600 mm
RAMAIS 990 400 mm
Fonte: (Autores,2021)
5. CONCLUSÃO

Este trabalho procura apresentar um estudo de caso referente a uma obra de drenagem
urbana para as enchentes e inundações no setor Bandeirantes em Trindade-GO que ocasionou
diversos prejuízos para a região que aumentou significativamente, reduzindo a qualidade de
vida e os valores das propriedades.
Concluindo nosso estudo de caso, temos análises importantes a serem pontuadas,
existem alguns fatores contribuintes para essas situações de enchentes e alagamentos que
enfrentamos em nosso cotidiano. A má gestão política entra de forma direta nessa análise, onde
foram aprovados inúmeros projetos de loteamento sem a infraestrutura em sua fase inicial,
somente havendo repartições dos lotes e os moradores já poderiam construir e habitar o local.
Outro fator em contribuição para esses problemas, é a urbanização em grande escala
juntamente com a degradação ambiental. Onde uma cidade que é projetada para um tanto
estimado de pessoas e acaba tendo de suportar dez vez mais, não tendo um plano diretor que
contorne essas situações.
A urbanização é um dos principais fatores desse processo, juntamente com degradação
ambiental gerando impermeabilidade no solo, assim, não havendo escoamento pluvial. A obra
e o gerenciamento público da drenagem tem sido suficiente para a solução do problema, pois,
com base nos ensaios laboratoriais realizados os resultados foram bastante satisfatórios
atendendo os requisitos da norma NBR 8890:2020, com isso, o sistema de drenagem não sofrerá
deformações e rupturas em sua estrutura. Assim mesmo que a obra foi dimensionada abaixo de
72mm/h de chuva, a estrutura é bem qualificada para a região.
A equipe técnica para esta obra teve profissionais qualificados e foram eficientes no
decorrer da execução da drenagem urbana, utilizando materiais de boa qualidade, respeitando
todas a diretrizes de normas regulamentadoras e consequentemente melhorando o bem-estar e
gerando menos impactos na saúde de sua população.
REFERÊNCIAS

AZEVEDO, M. A. A. Contribuição ao estudo geotécnico de solos de Viçosa-MG. 1999.


169f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) - Universidade Federal de Viçosa, Viçosa,
MG, 1999.

Atterberg, A. (1911). Die Plastizitat der tone. Int. Mitt Bodenkd. 1, 10-43 (em Alemão).
CAPUTO, Homero. Pinto. Mecânica dos Solos e Suas Aplicações - Volume 1. 6 ed. Rio de
Janeiro: Editora LTC, 2012. 244 p.

CASTRO, A.S; GOLDENFUM, J.A. Uso de telhados verdes no controle quali-quantitativo


do escoamento superficial urbano. Agosto de 2008. Programa de Pós-graduação em Recursos
Hídricos e Saneamento Ambiental, IPH/UFRGS.

JONES, Frank E.; HARRIS, Georgia L. Density of Water Formulation for Volumetric
Standards Calibration. Journal of Research of The National Institute of Standards and
Technology. Gaithersburg, p. 335-340. Mayo 1992.

KOBIYAMA, M., HANSEN, S., 2002. Vantagens da utilização do sistema de coleta da água
da chuva sob o ponto de vista dos aspectos hidrológicos e econômicos: Estudo de caso em
Florianópolis/SC. In: Aproveitamento da água da chuva. Group Raindrops. Organizadores e
Tradutores: KOBIYAMA, M., USHIWATA, C. T., AFONSO, M.. Curitiba/PR. 2002. p.
169-181.

LAL, R.; SHUKLA, M.K. Principles of Soil Physics. New York: Marcel Dekker, 2004, 716p.
Tucci, C.E.M. "Parâmetros do Hidrograma Unitário para bacias urbanas brasileiras".
Artigo submetido à RBRH. 2002.

MELLER, A. Simulação hidrodinâmica integrada de sistema de drenagem de Santa Maria


– RS. 2004. 152 f. Dissertação (Mestrado em engenharia civil) – Universidade Federal de Santa
Maria – UFMS, Santa Maria, 2004.
NUNES, J. L; TENDER, M. - Correlação entre a fiscalização e a coordenação de segurança.
1º Seminário A Gestão e Coordenação de Segurança na Construção. Porto: Fundação
Cupertino de Miranda: 12 de outubro de 2007.

ORTIGÃO, J. A. R. Introdução a mecânico dos solos dos estados críticos. Livros Técnicos
e científicos editora SA. 3a edição. 2007. 385p.

Programa de Drenagem Sustentável: apoio ao Desenvolvimento do Manejo das Águas Pluviais


Urbanas – versão 2.0 Ministério das Cidades: Brasília, 2005.

PERSCH, C. G.; TASSI, R.; DE SALLES, L. S.; ALLASIA, D.; PAVI, D. R.; MACAGNAN,
C. C., 2010. Telhado Verde como Alternativa para o Controle Quali-Quantitativo das
Águas Pluviais. In: 25a Jornada Acadêmica Integrada, 2010, Santa Maria. Anais 25a JAI. Santa
Maria: UFSM, 2010.

TUCCI, C. Gerenciamento de Drenagem Urbana. RBRH – Revista Brasileira de Recursos


Hídricos, vol. 7, n-1, Jan/Mar 2002, 5-27.

URBONAS, B., STAHRE, P., 1993. Stormwater Best Management Practices and Detetion,
Prentice Hall, Englewood Cliffs, New Jersey. 450p.

WRIGHT, A M. (1997). Toward a strategic sanitation approach: improving the


sustentatibility of urban sanitation in developing countries. UNDP - Word Bank, 38p.
APENDICE I: Corte CC da implementação dos tubos

Fonte: (Autores, 2021) – Adaptado


APENDICE II: Corte BB da implementação dos tubos

Fonte: (Autores, 2021) – Adaptado


APENDICE III: Detalhamento do Poço de Visita

Fonte: (Autores, 2021) – Adaptado


APENDICE IV: Detalhamento da bacia e gabião 1

Fonte: (Autores, 2021) – Adaptado


APENDICE V: Detalhamento da bacia e gabião 2

Fonte: (Autores, 2021) – Adaptado


APENDICE VI: Detalhamento da bacia e gabião 3

Fonte: (Autores, 2021) – Adaptado


APENDICE VII: Detalhamento da caixa de retenção

Fonte: (Autores, 2021) – Adaptado


APENDICE VIII: projeto de detalhamento dos trechos e galerias

Você também pode gostar