Drenagem Trabalho - Ev126 - MD1 - Sa6 - Id2469 - 17072019151848
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RESUMO
O crescimento não planejado dos grandes centros urbanos, motivado pela necessidade de minimizar o
déficit habitacional, tem como um de seus reflexos a ocupação irregular do solo, gerando, entre muitos
problemas, a impermeabilização do solo. Diante desse cenário, objetivo analisar a situação atual dos
equipamentos de drenagem pluvial no conjunto habitacional Gramoré, localizado na capital do Rio
Grande do Norte, em comparação com o sistema previsto em seu plano de implantação Gramoré. Para
a análise foi utilizado o partido urbanístico original projetado na época da construção, bem como idas
a campo para realização de uma avaliação visual e utilização de levantamento planialtimétrico, para se
obter o quantitativo atual e posição atual dos equipamentos de drenagem, em paralelo com as
atividades de regularização fundiária desenvolvidas pelo Núcleo de Pesquisa e Extensão Acesso a
Terra Urbanizada/ REURB-S. Foi possível a obtenção de um quantitativo atual de 249 equipamentos
de drenagem e somente 25% das áreas verdes inicialmente previstas, causando uma sobrecarga na
drenagem inicialmente projetada, gerando transtorno e acúmulos de água não previstos.
INTRODUÇÃO
1
Graduando do Curso de Engenharia Civil da Universidade Federal Rural do Semi-Árido - UFERSA,
[email protected];
2
Mestre em Ambiente, Tecnologia e Sociedade pela Universidade Federal Rural do Semi-Árido - UFERSA,
[email protected];
3
Doutor em Ciência Animal da Universidade Estadual - UE, [email protected];
4
Professor orientador: Doutor, Universidade Federal Rural do Semi-Árido - UFERSA,
[email protected].
ocupação do solo em desacordo com o planejamento original, implicando em problemas
ambientais, como a impermeabilização do solo, a supressão de áreas verdes, geração de
resíduos e poluição dos recursos hídricos, gerando declínio na sanidade ambiental e,
consequentemente, no bem-estar da população.
Diante desses fatos, torna-se necessária a adoção de medidas de controle para se
alcançar a mitigação dos problemas citados. Uma dos instrumentos mais importantes para
melhoria desse cenário é a Lei N° 11.445/2007, conhecida por Lei do Saneamento, que
definiu os saneamento básico 4 eixos do saneamento básico, sendo “abastecimento de água
potável, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos e drenagem e
manejo das águas pluviais urbanas”, com o objetivo de promover a universalização do acesso
ao saneamento, de forma a promover melhorias na qualidade de vida da população (BRASIL,
2007). Entretanto, de acordo com Forte (2010), no Brasil, assim como em outros países em
desenvolvimento, a realidade do saneamento na maioria dos municípios é marcada pela falta
de planejamento, de controle e regulação dos serviços, principalmente no que se refere a
drenagem urbana.
Um sistema de drenagem adequado deve ser idealizado como o conjunto da
infraestrutura com objetivo de realizar a coleta, o transporte e o lançamento final das águas
superficiais, (FORTE, 2010), e é dividido em microdrenagem e macrodrenagem. A
microdrenagem tem a função de coletar e conduzir a água pluvial até o sistema de
macrodrenagem, além de retirar a água pluvial dos pavimentos das vias públicas, evitar
alagamentos, oferecer segurança aos pedestres e motoristas, por
meio de sarjetas, meio-fio, bocas de lobo, tubos e conexões, poços de visita e
condutos forçados. Já a macrodrenagem é responsável por conduzir de forma segura as águas
coletadas para rios, lagoas, barramentos e outras obras de igual ou maior porte (KAMURA et
al, 2006).
Nesse sentido, a situação de irregularidade fundiária dos conjuntos habitacionais
brasileiros, teve como uma das consequências principais o crescimento urbano desordenado,
gerando um aumento das taxas de ocupação do solo previstas à época e ocupação irregular de
áreas verdes destinadas a drenagem das águas pluviais. Como reflexo da impermeabilização
do solo, causado pela urbanização, ocorre o aumento das vazões nos sistemas de drenagem
urbana, que em conjunto com a redução da evapotranspiração, escoamento subterrâneo e da
redução do tempo de concentração da bacia, pode gerar volumes de escoamento até seis vezes
maiores que em situações nas quais as ocupações urbanas preservaram as áreas impermeáveis
(TUCCI, 2008).
Dessa forma, o presente trabalho teve como objetivo analisar a situação atual dos
equipamentos de drenagem pluvial em conjunto habitacional localizado na capital do Rio
Grande do Norte, em comparação com o sistema previsto em seu plano de implantação, e
assim subsidiar ações voltadas para adequação do sistema e melhoria da habitação.
METODOLOGIA
RESULTADOS E DISCUSSÃO
De acordo com o projeto original mostrado na figura 2, é possível ver que não está
previsto a localização de equipamentos de microdrenagem como, bocas de lobo e poços de
visita, o único equipamento especificado indiretamente são as sarjetas, que podem ser
observadas no detalhe mostrado figura 3, onde é mostrado o perfil em corte do arruamento.
Em relação a equipamentos de macrodrenagem é possível notar a presença de uma lagoa,
como mostrado no detalhe da figura 4.
Figura 2 – Partido Urbanístico – Gramoré. Fonte: COHAB, 1981.
Quanto a situação física dos equipamentos, foi observado bocas de lobo quebradas ou
cobertas com resíduos sólidos, como pode ser visto na figura 6 e 7, também foi possível
registrar ligações de esgoto clandestinas sendo despejadas nas bocas de lobo, a presença de
lixo e vegetação ao longo das sarjetas também pode ser observado em vários locais,
principalmente próximo a canteiros e praças.
Figura 6 e 7 – Situação atual das bocas de lobo - Gramoré. Fonte: Núcleo de Pesquisa e
Extensão Acesso a Terra Urbanizada/ REURB-S.
Em relação ao uso e ocupação do solo, muitos lotes não possuem mais os recuos
frontais e laterais previsto, como pode ser visto na figura 8, em muitos casos todo a área do
loto se encontra construída, gerando um grande aumento na taxa de ocupação do solo. Alem
disso, muitas das áreas antes reservadas para construção de equipamentos se encontram
ocupadas por ocupações irregulares, como visto na figura 9, tornando-as completamente
impermeáveis.
Figura 8 e 9 – Situação atual do uso e ocupação do solo - Gramoré. Fonte: Núcleo de Pesquisa
e Extensão Acesso a Terra Urbanizada/ REURB-S.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
TUCCI, Carlos E. M. Drenagem urbana. São Paulo: gestão das águas. 2008. p. 36-37.