Interdisciplinaridade Na Formacao de Professores
Interdisciplinaridade Na Formacao de Professores
Interdisciplinaridade Na Formacao de Professores
ABSTRACT
Interdisciplinarity has been marked historically by a movement of changes instituted in
several sectors of society, not only in education, but also of economic, environmental,
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Doutora efetiva da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul/Campus de Aquidauana, Coordenadora do
Curso de Pedagogia, Psicopedagoga, Especialista em Didática, Coordenadora do Laboratório de Artes e
Culturas Lúdicas na Diversidade UFMS/CPAQ, Coordenadora de área do PIBID.
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Doutora em Educação (UFMS), Mestre em Educação (UNISINOS), Especialista em Educação (PUC/RS,
Graduada em Geografia e Pedagogia, Professora do curso de Pedagogia na UNIGRAN e dos cursos de
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Pedagogia, Letras e Química da UFGD. Atua na área de formação de professores, prática docente, Educação
Infantil e ensino de Geografia.
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Mestre em Educação pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (2014), Graduação em Educação
Física pela Universidade Federal do Acre (2002), especialista em Psicopedagogia pela IVE (Faculdades
Integradas de Varzea Grande) e Gestão do Esporte e Lazer
political, social or technological nature. Although their focus is on education, other sectors
of science also see the need for their practice, believing in the need for comprehensive
thinking and attitudes, able to understand the complexity of reality and build a knowledge
that considers this breadth. This refers to a new conception of teaching and curriculum,
based on the integration between the various branches of knowledge, which will
consequently give rise to new attitudes. As a method, we select a theoretical perspective on
the theme. From this point of view, contemporary society itself has demanded more
investment in education, this means reflecting on the need for educational reforms and
proposals for changes in teacher education, enriched by debates on many aspects related to
the exercise of teaching. This fact, therefore, will bring changes and changes in the
organizational structure and functioning of educational institutions, directly interfering in
their curricular proposals, theoretical domain and methodological attitudes. Taking an
interdisciplinary attitude will provide a movement for the benefit of the teaching-learning
process by re-signification of the pedagogical practice. Considering the social, economic
and environmental problems that afflict us, it is essential to aim for a more humane
education that starts from integration and better orient students to recognize themselves as
active and cultural agents by making use of the knowledge intermediated by the school,
becoming a professional and, above all, citizen.
1 INTRODUÇÃO
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Segundo Thomas Kuhn (1991), paradigma indica toda a constelação de crenças, valores e técnicas
partilhadas pelos membros de uma comunidade determinada.
ensino, a valorização cada vez mais acentuada das especializações, a pedagogia que só leva
uma postura integrada com a realidade, compreendendo que sua área de formação não é
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das múltiplas relações conceituais que sua área possa estabelecer com outras ciências,
tornando o conhecimento reconstrutível na medida em que alia sua especificidade
dialeticamente por meio de metodologias produtivas.
O enfrentamento das dificuldades apontadas pode sugerir modificações no sistema
educacional, pois a incapacidade de pensar uma complexidade é resultado do sistema social
em que vivemos. A didática atual não possibilita a formação de um pensamento não
fragmentado, uma vez que essa forma de pensamento é fruto de uma didática tradicional.
Assim, os professores acabam reproduzindo exatamente o processo em que foram formados
em sua vida acadêmica, ao considerar o saber (conteúdo) já produzido mais relevante que
as experiências que o aluno possa vir a adquirir.
A base do diálogo, suposto pela autora, é na verdade o grande propósito dessa atitude
interdisciplinar, que significa desenvolver uma relação com o outro e com o próprio mundo,
pois é necessário, antes de tudo, conhecer a realidade e fazer a conotação com o
conhecimento científico, isto é, a produção científica, que tem por objetivo difundir novas
ideias. Essa relação baseia-se no relacionamento com nossos pares que estão em sala de aula
e também aqueles que estão conosco no campo da pesquisa.
Atualmente surgem projetos que reivindicam uma visão interdisciplinar, sobretudo
no campo do ensino e do currículo. A discussão sobre interdisciplinaridade tem tido um
espaço importantíssimo na sociedade contemporânea, principalmente nas instituições
educacionais, embora para muitos professores pareça algo novo. Isso porque, com a
fragmentação do conhecimento e a verificação da importância do diálogo entre as diferentes
disciplinas para compreender o mundo e o ser humano da atualidade, está sendo efetivado
um grande movimento de promoção da interdisciplinaridade. (GADOTTI, 1993).
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Essa metodologia aplicada nas aulas de matemática afasta sua função em fazer parte
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do currículo escolar e, consequentemente, não faz sentido para o educando, que não
consegue relacionar essa disciplina com sua vida, ocasionando-lhe um baixo rendimento
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escolar. Poucos conseguem, por si mesmos, assimilar informações de uma disciplina com
outra, pois os próprios professores tratam seus educandos como se eles tivessem o cérebro
fragmentado, o que ocasiona desânimo e não estimula a atividade crítica intelectual.
Tal atitude tem ocasionado pouco desenvolvimento no processo ensinar/aprender.
Essa constatação é feita, in loco, constantemente ao participarmos, como já mencionamos
anteriormente, de estágios, projetos e atividades nas instituições de ensino em que os
acadêmicos atuam. Na tentativa de explorar as possíveis causas desse fenômeno, tentamos
relacionar a forma como a fragmentação dos saberes se manifesta no meio escolar e
constatamos inúmeras causas, dentre elas a falta de conhecimento do professor em conhecer
a origem de seus educandos: como e onde vivem, como é seu dia a dia, do que se alimentam,
com quem moram, as histórias que ouvem, as músicas, as brincadeiras e outros aspectos
extremamente relevantes para criarmos condições adequadas de aprendizagem, valorizando
aquilo que tem significado no mundo em que atuam.
Estudiosos apontam que não existe um único termo para definirmos
interdisciplinaridade, pois alguns autores nos apresentam diferentes interpretações. O
importante é entendermos como a nova postura diante do conhecimento pode contribuir
para a unidade do pensamento.
Fazenda (1993) afirma que existem equívocos de alguns profissionais que afirmam
realizar projetos interdisciplinares, mas não o fazem de maneira correta e consciente, pois
todo trabalho deve ser muito mais do que simplesmente misturar intuitivamente disciplinas.
Ela deve propiciar visibilidade e movimento ao talento escondido em cada um de nós.
Assumir tal atitude significa romper com os paradigmas da própria formação, pois a
interdisciplinaridade somente é possível a partir do momento em que o educador for capaz
de partilhar o domínio que considera do “seu” saber e tiver a ousadia de aprender numa
relação de troca e aprendizagem com seus pares. Essa concepção interdisciplinar já vem
sendo apresentada como uma proposta emergente na quebra de paradigmas como na teoria
das múltiplas inteligências de Gardner, no construtivismo piagetiano, na pedagogia
libertadora de Paulo Freire e na de inúmeros outros estudiosos que demonstram a
necessidade de uma visão universal na educação.
O autor nos aponta a preocupação com a especialização considerada cada vez mais
relevante na formação do profissional, ao considerar o conhecimento produzido relevante e
com sentido para os especialistas de cada área, mas que precisam ser integrados para ter um
significado para o aluno.
Proust (1993) afirma, a partir de suas pesquisas, que existem dificuldades para os
agentes do processo educacional a serem sanadas à prática interdisciplinar. A primeira é o
que ele chama de “espírito de paróquia”, ou seja, quando o professor valoriza sua disciplina
mais do que outras, o que exemplifica o conceito fragmentado do saber. A segunda é
conhecida como “perda informal”, seria o receio de descaracterizar e banalizar sua
disciplina. Como terceira colocação apresenta o “conservadorismo institucional”, quando a
própria escola teme transpor fronteiras, ocasionando descrédito da instituição, por não
acompanhar um sistema que já está posto há muito tempo. E, por último, nos apresenta o
“conservadorismo individual”, que representa a insegurança e o desconforto quando o
educador considera seu território invadido, ou mesmo adentramos em outros desconhecidos,
pois relacionar-se com outras disciplinas significa estar aberto e reconhecer que não sabe
tudo. É típico ouvir nas instituições de ensino que o professor de matemática, geografia,
ciências e outras não fazem correção de erros de português em suas avaliações porque isso
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Nas ciências naturais, podemos descobrir um tronco comum, de tal forma que
temos condições de passar da matemática à mecânica, depois à física e à
química, à biologia e à psicologia fisiológica, segundo uma série de
generalidade crescente (esquema contiano). Não se verifica semelhante ordem
nas ciências humanas. A questão da hierarquia entre elas fica aberta [...].
(JAPIASSU, 1976, p. 84).
O autor afirma que tal fato se deve às exigências dos próprios educandos, devido ao
universo global e multidimensional. Existe um conflito para o fim de uma formação baseada
em especialidades. Deve-se tal fato às exigências que o próprio mercado de trabalho faz aos
graduados: que sejam profissionais polivalentes.
Dessa maneira, torna-se essencial a elaboração de meios que atuem contra o saber
fragmentado, tendo por objetivo a recuperação da unidade humana pela passagem de uma
subjetividade para uma intersubjetividade e, assim sendo, recupera a ideia primeira de
cultura (formação do homem total), o papel da escola (formação do homem inserido em sua
realidade) e o papel do homem (agente das mudanças do mundo). (FAZENDA, 1996).
Verifica-se que a discussão sobre interdisciplinaridade mostra a educação numa
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nova maneira de resgatar o sentido e o fazer ensinar na prática pedagógica. Durante décadas,
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o conhecimento foi construído e difundido sem ter sido revisado ou contestado. Para o
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à educação do futuro. São Paulo: Cortez,
1999.