Aromaterapia

ORIGENS DA AROMATERAPIA
Desde os tempos mais remotos, as plantas fazem parte da história da
humanidade. Especula-se que, em reunião ancestral em volta da
fogueira, tenha-se colocado, por acidente, um tronco ou folhas de uma
planta aromática no fogo, o contato da planta com o fogo fez com que
o aroma se espalhasse no ambiente. E assim como hoje, o fantástico
aroma das plantas chamou a atenção dos homens.
Muitas culturas antigas utilizaram e vem utilizando as plantas como
medicamentos, no oriente temos relatos na China e na Índia, há também
no antigo Egito e o pai da medicina Hipócrates na Grécia fazia uso de
plantas em seus tratamentos, mas foi na antiga Pérsia que um estudioso
se destacou na extração das essências aromáticas das plantas, ou o que
chamamos de óleos essenciais, sendo o precursor da destilação a vapor,
método até hoje utilizado (praticamente sem alterações). Avicena (980 d.
C. – 1037) foi médico e filósofo, tendo escrito mais de duzentos livros,
alguns deles tratados de medicina utilizados na Europa até meados do
século XVII. Através das grandes navegações esse conhecimento dos
óleos essenciais, difundido por Avicena no mundo árabe, foi trazido à
Europa, se espalhando rapidamente.
 Mas o que são óleos essenciais?
• óleo: é chamado assim por tratar-se de uma substância solúvel em óleo.
Mas ao analisar-se o aspecto químico, não poderia ser classificado assim,
pois não possui ácido graxo, componente básico do azeite de oliva, por
exemplo.
• essencial: este termo indica a substância aromática extraída, a mais pura
essência da planta.
• Segundo Lavabre: “Os óleos essenciais condensam as forças vitais e
espirituais da planta em uma forma material”. Ou seja, o âmago da
natureza de determinadas plantas é tornado material, sendo possível
manejá-lo e utilizá-lo terapeuticamente.
• Um fato interessante foi observado na época das grandes pragas
infecciosas da Europa. As famílias que comercializavam especiarias
aromáticas escapavam da infecção, preservando sua saúde. A partir
desse acontecimento estudos se focaram no potencial terapêutico dos
óleos essenciais, mas ainda de forma bastante caseira e rudimentar.
 Aromaterapia Moderna

• Na França, no inicio do século XX, um perfumista chamado

René-Maurice Gattefossé descobriu acidentalmente o poder
cicatrizante do óleo essencial de Lavanda. Em experimentos
sofreu uma queimadura na mão, sua reação imediata foi
colocá-la em um recipiente que, por acaso, continha este
óleo. A rapidez com que a região queimada se recuperou,
sem deixar cicatrizes, o impressionou. A partir deste
acontecimento Gattefossé começou a estudar mais
profundamente os óleos essenciais, posteriormente
desenvolvendo o conceito de “Aromaterapia”.
• Contemporâneo de Gattefossé, o Dr. Jean Valnet (1920-1995)
obteve sucesso ao tratar soldados feridos na guerra com óleos
essenciais. Dr. Valnet destacou-se mundialmente difundindo
práticas de aplicação da Aromaterapia.
 Aromaterapia Hoje
• Atualmente há um crescimento na utilização dos óleos essenciais como
forma de tratamento.
• Há duas escolas de aromaterapia mais destacadas hoje:
• Francesa: Na França ela é ensinada nas faculdades de medicina e aplicada
pelos médicos a partir dos seus ricos princípios ativos, seu uso interno é
comum e variado
• Inglesa: Na Inglaterra há muitos hospitais de recuperação e de cuidados
com pacientes terminais (denominados hospícios) que utilizam a
aromaterapia como forma de promover conforto, bem estar e qualidade de
vida aos pacientes, nos grandes hospitais inglesas a enfermagem também a
utiliza largamente, porém no seu uso externo na grande maioria das vezes.
• Há hoje em dia ainda muitos estudos científicos sendo desenvolvidos no
sentido de comprovar o benefício dos óleos essenciais para os seres
humanos. Através da história, vê-se que os óleos essenciais vêm agindo
como aliados na busca por cura e saúde.
Como a Aromaterapia pode nos ajudar?
• Elevar o humor num momento triste
• Manter alerta quando necessário
• Tranquilizar antes de dormir
• Aliviar uma dor articular
• Regenerar a pele
• Aumentar sua concentração
• E preventivamente, fortalecer o Sistema Imune
• Dentre muitas outras formas de cura, conforto e bem
estar!
• Lavanda (Lavandula Angustifolia/Officinalis)
É talvez o mais popular entre os óleos essenciais, tanto pelo seu aroma agradável quanto pela sua grande utilização.
O óleo essencial de lavanda do latim lavare, era utilizado pelos romanos para lavar as roupas,
tomar banhos e para aromatizar ambientes. Se popularizou rapidamente em toda a Europa
especialmente na França na região de Provence onde ela é chamada de “ouro azul”, pela
importância que esta planta representa na economia, através da extração do seu óleo
essencial e derivados mas também pelo turismo, quem não gostaria de caminhar entre os
lindos campos de lavanda?
No Norte da Europa, a lavanda era uma das ervas consagradas a Hécate, deusa do além, diziam
que ela era capaz de afastar o mau olhado; as autoridades religiosas e políticas da Inglaterra
aconselhavam seu plantio pois diziam que ela trazia pureza de caráter a quem a plantasse.
A “água de lavanda” é desde a antiguidade e até hoje o perfume mais utilizado na Inglaterra, e
como vimos antes, deve-se a ela a descoberta e o aprofundamento do
estudo aromaterápico, Seus principais compostos são linalol 20-25%, cineol 4-5%,pineno 2-3%, limoneno 2-3%,

canfenona 2-3%, cetato de lavandulina 4-5% e acetato de linalina 30-32%

 O linalol é o responsável pela sua popularidade na indústria cosmética e de perfumaria, poisbseu aroma
floral e levemente adocicado tão presente no óleo essencial extraído das flores da lavanda agrada a
quase todos sendo o principal ingrediente daquele famoso perfume Channel nº 5

• o linalol também é o responsável por sua grande capacidade citofilática e de restauração da pele,
sendo muito utilizada em cremes para a pele, picadas de insetos, queimaduras e feridas em geral.
• Já o acetato de linalina é o principal responsável pela ação calmante e sedativa da lavanda,
observa-se que quanto maior a altitude do local onde ela é plantada, maiores são os índices deste
acetato que também é muito útil para a insônia.

• Tem efeito muito positivo em hipertensão e distúrbios de ansiedade especialmente quando

combinado com o capim limão (lemongrass) e petit grain.
Alecrim (Rosmarinus Officinalis)

O alecrim é um arbusto comum e oriundo da região do mediterrâneo,

devido à sua localização e ao seu aroma ele foi designado pelos romanos
como rosmarinus que significa “orvalho do mar”
Seus usos são muito amplos, na culinária ele pode ser utilizado fresco ou
seco na preparação de aves, peixes, porcos, carneiros e batatas, pode ser
usado em churrascos também, colocando um pouco de seus ramos na
brasa do carvão afastando mosquitos e moscas que atrapalham o
ambiente.
Na medicina popular ele é utilizado contra gota, na queda de cabelos,
como estimulante e para melhorar a circulação sanguínea entre tantas
outras coisas.
É também utilizado em banhos e defumações e desde a antiguidade era
utilizado para expulsar demônios e afastar más energias. Na aromaterapia
há variedades significativas de seu óleo essencial, existindo vários
quimiotipos diferentes, com características bem peculiares de acordo com
o tipo de solo onde é plantado, umidade, altitude e clima. O quimiotipo
mais conhecido é o qt1 (abreviação de QuimioTipo) em que o
componente químico principal é a cânfora, porém há ainda o qt2 cineol,
qt3 verbenona e qt5 pineno.
O óleo essencial de alecrim qt1 que é o que estudaremos, é muito útil em problemas de
concentração, falta de memória, estimulante para estudar e ler pois, mantém a mente em
alerta e desperta, é útil para combater a preguiça e a sonolência.

• O principal componente deste tipo de alecrim é a canfenona, mas há também

presentes em seu O.E. cineoal, verbenona, limoneno e outros componentes em menor
proporção
• Pela combinação entre a cânfora e o cineol seu óleo essencial é muito útil para
resfriados, como descongestionante e expectorante.
• Promove melhora na circulação sanguínea e é um estimulante para recuperar
movimentos perdidos por avc e paralisias. Muito útil para xampus pois promove uma
melhor circulação do sangue na cabeça combatendo também caspa e seborreia.
Limão ( Citrus Limon)
Acredita-se que o limão seja originário da Índia. Foi
introduzido na Itália em fins do século V e dali seu
cultivo espalhou-se pela região do Mediterrâneo até a
Espanha e Portugal onde se tornou bastante popular.
Os egípcios usavam o óleo de limão como antídoto
contra a intoxicação provocada por peixe ou carne. Foi
também muito usado no tratamento da malária e do tifo
e ainda hoje é empregado para perfumar roupas e
repelir insetos.
No século XVII, os navios da Marinha Britânica eram
abastecidos de limão para proteger os marinheiros do
escorbuto (uma deficiência de vitamina C).
Dentre os óleos cítricos o limão é o que apresenta
constituição química mais complexa, seus principais
compostos são: D-limoneno 65% - pineno entre 10 – 20
% e gama terpineno 10%
 Pesquisas japonesas revelaram que este componente o gama terpineno apresenta uma
poderosa ação anti-oxidante capaz de inibir a oxidação do LDL (mau colesterol), impedindo
assim que este acabe causando a arteriosclerose ou levando a pessoa a um infarto. Já o d-
limoneno, age suprimindo a atividade da enzima hepática HMG-CoA reductase, um fator chave
para a síntese do colesterol. Ele age também descongestionando o fígado, especialmente após a ingestão de grande
quantidade de álcool e alimentos altamente gordurosos.
• A ação sinérgica de vários terpenos no limão cria uma ação muito poderosa na desobstrução de vasos sanguíneos. Através de exames de
sangue foi possível observar melhoras notáveis nos níveis de LDL (mau colesterol), triglicérides e na desobstrução de vasos. Isto possibilita o
• uso do óleo essencial de limão como um auxiliar e complementador do tratamento médico tradicional, além de um agente preventivo nestes
problemas.
• Para casos de azia e queimação, uma única gota é capaz de trazer alívio imediato, para tratamentos de gastrite são recomendadas 3 gotas, 3 x
ao dia por no máximo 20 dias.
• Apesar de sua aparente acidez, o limão tem efeito alcalino. Melhora a digestão e torna o conteúdo do estômago menos ácido
• Ele é utilizado para febres e como um tônico do sistema imunológico
• Tem propriedades antissépticas e bactericidas ajudando a combater infecções.
• Pesquisas também realizadas no Japão revelam que a inalação do óleo de limão pode aumentar muito o poder de concentração. Os
investigadores também descobriram que o óleo exerce um forte efeito psicológico em pacientes amedrontados e deprimidos.
Lemongrass Capim Limão (Cymlopegon Citratus)

Este arbusto tão popular em nosso país é também conhecido como erva cidreira,
cidrão, capim cidrão, capim cidreira e tantos outros nomes, é utilizado pelos antigos
na forma de chá para acalmar, combater dores de cabeça, problemas digestivos e
muito mais, após o preparo do chá você poderá observar que algumas gotículas do
seu óleo essencial ficam na superfície da panela, tamanha é a quantidade de óleo que
esta maravilhosa planta produz.
Seu óleo essencial tem dois compostos orgânicos principais em sua composição que
são

Citral e Mirceno

O citral é o grande responsável pelo seu aroma característico e este incrível composto
faz com que este óleo seja extremamente versátil apresentando propriedades anti-
inflamatórias, antiespasmódicas, antifúngicas e também sedativas promovendo
relaxamento.

O Mirceno é o grande responsável por sua capacidade de analgesia

O óleo essencial de capim limão pode então ser utilizado para combater a ansiedade
e estados de irritação e nervosismo, e como auxiliar em tratamentos para síndrome do
pânico.
Palmarosa (Cymbopogon martinii
A Palmarosa) é uma planta da família Poaceae, um gênero das gramíneas tropicais
aromáticas que inclui o capim limão e a citronela.
Nativa do subcontinente indiano é cultivada extensivamente em Madagascar, Índia,
Brasil e Ilhas Comores ao norte de Madagascar.
Esse óleo é destilado desde o século XVIII, sob o nome de “gerânio turco ou indiano”.
Em Constantinopla e Bulgária foi usado para adulterar o óleo de rosas.
-Seus principais constituintes são:
-Alcóois monoterpênicos: geraniol (81,08%), linalol(2,62%).
-Monoterpenos: (E) – beta –ocimeno, (0,39%), (Z)-beta-ocimeno,(0,15%), mirceno
(0,22%), limoneno(1,28%).
Propriedades: Antibiótico, antifúngico, antivírus, bactericida, tônico, antiinfeccioso, anti-
séptico, vermífugo, digestivo, emoliente, cicatrizante e estimulante.
Principal utilização:
Tratamentos cutâneos:
Trata a pele seca, sensível ou madura, eczema, micose e psoríase. Também é um
excelente citofilático (regenerador de tecidos) e hidratante para tratamento de pele,
mãos, pés, rosto e
lábios. Estimula a regeneração celular em queimaduras, feridas, úlceras varicosas, acnes,
furúnculos, foliculite e ferimentos em geral. Combate os radicais livres estimulando o
rejuvenescimento cutâneo.
Tea Tree (Melaleuca Alternifolia)
Essa espécie de melaleuca é usada pelos

aborígenes há centenas de anos para tratar ferimentos, infecções e problemas de pele,

pelas

suas espantosas propriedades curativas, eles costumavam fazer tinturas com ela e a essas

tinturas davam o nome de “primeiros socorros em garrafa”.

Começou a ser chamada de Tea Tree ou árvore do chá, pelos colonizadores ingleses que
na falta do tradicional chá inglês e seus derivados indianos, começaram a fazer o famoso
chá das 5 com suas folhas escuras.

O Tea tree começou a ser mais estudado a partir da 2º Grande Guerra quando os
suprimentos de antibióticos dos soldados ingleses havia acabado e sem alternativa eles
decidiram dar crédito aos aborígenes e sua planta maravilhosa.

Sua constituição química contém a-Terpineno 12-15% y-Terpineno 22-25% e Terpen4-ol

30-35%
No nível psicológico o tea tree ajuda a manter a mente clara, melhora a concentração e pode ser utilizado na
limpeza psíquica e energética de ambientes.
No nível físico sua aplicação é bastante abrangente sendo um excelente antifúngico, podendo ser usado em pé de
atleta, micose de unhas e qualquer problema com fungos.
É um tônico do sistema imunológico e também combate infecções virais como candidíase ou herpes por exemplo.
(bom se utilizado com cravo)
Uma das vantagens do óleo de melaleuca como antisséptico, é que é quase impossível uma bactéria criar
resistência a ele pois seu óleo essencial tem uma complexidade muito grande com mais de 100 diferentes
componentes, então as bactérias não conseguem modificar seu sistema enzimático para lidar com estes
componentes, e o que observamos na medicina
convencional é que nossos antibióticos acabam perdendo força à medida em que as bactérias vão criando
resistência a eles, sendo necessário então aumentar a dosagem o que acaba trazendo alguns efeitos colaterais aos
pacientes. Sua aplicação então se faz em quaisquer infecções, desde dores de garganta, acne, erupcções cutâneas,
etc... Pesquisas recentes mostram que o tea tree se mostrou eficiente contra o staphylococcus aureus, uma bactéria
hospitalar que não responde a antibióticos e mata milhares de pessoas todos os anos.
Hortelã Pimenta (Mentha piperita)
A hortelã é uma planta de origem asiática e é cultivada em todo
o mundo, se tornou muito popular no oriente médio e com as
cruzadas foi levada à Europa onde se tornou muito popular.
Esta pequena planta é muito utilizada na culinária especialmente
em carneiros e saladas.
É muito utilizada para combater vermes, para problemas
digestivos e flatulência, seu chá é considerado calmante e
também muito utilizado em tosses e para a expectoração de
catarros.
Há diversos tipos de hortelã, na aromaterapia a mais utilizada é a
hortelã pimenta, porém são muito utilizadas as variedades
hortelã limão e hortelã verde.
A constituição química da hortelã pimenta é: Mentol 46%,
Mentona 26% e neomentol 11%
Na psicoaromaterapia é muito utilizado para trazer concentração
e às mentes cansadas, muito útil se associado ao alecrim.
Seu óleo essencial tem diversas aplicações, é muito utilizado para combater náuseas e enjôos
através da inalação.
É muito útil para combater dores de cabeça promovendo analgesia e frescor ao local da dor.
É excelente para combater alergias na pele e coceiras.
É também um excelente clareador de manchas, principalmente se associado ao espruce.
Promove melhor circulação sanguínea, muito útil em varizes (associado ao alecrim e ao
cipreste) e celulites (bom com laranja ou limão).
É um ótimo vermífugo natural e também combate a halitose.
Em xampus promove um aroma muito agradável e a melhora a circulação na cabeça.
Bibliografia e fontes de consulta.
www.conaroma.com.br
www.laszlo.com.br
www.aromaluz.com.br