Anotações Aula 6 - Teorias Da Pena

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Aula 04 PAG 305 LIVRO

Direito Penal – Teorias (Fins ou Funções) da Pena

1. Considerações introdutórias

2. A Escola Clássica e a Escola Positiva do Direito Penal


2.1 Delito
2.2 Sujeito infrator
2.3 Responsabilidade penal
2.4 Fundamento da Pena
2.5 Método

3. Teorias Absolutas da Pena (Teorias Retributivas)

A ideia que então se tinha da pena era a de ser um castigo com o qual se expiava o mal
(pecado) cometido. De certa forma, no regime do Estado absolutista, impunha-se uma
pena a quem,agindo contra o soberano, rebelava-se também, emsentido mais que
figurado, contra o próprio Deus.

3.1 Teoria da Retribuição Moral (Kant);

3.2 Teoria da Retribuição Jurídica (Hegel);

4. Teorias Relativas ou Prevencionistas


Para as teorias relativas a pena se justifica, não para retribuir o fato delitivo cometido,
mas, sim, para prevenir a sua prática. Se o castigo ao autor do delito se impõe,
segundo a lógica das teorias absolutas, somente porque delinquiu, nas teorias relativas
a pena se impõe para que não volte a delinquir. Ou seja, a pena deixa de ser concebida
como um fim em si mesmo, sua justificação deixa de estar baseada no fato passado, e
passa a ser concebida como meio para o alcance de fins futuros e a estar justificada
pela sua necessidade: a prevenção de delitos. Por isso as teorias relativas também são
conhecidas como teorias utilitaristas ou como teorias preventivas

OBS: As teorias da prevenção geral têm como fim a


prevenção de delitos incidindo sobre os membros da
coletividade social. Quanto ao modo de alcançar este
fim, as teorias da prevenção geral são classificadas
atualmente em duas versões: de um lado, a prevenção
geral negativa ou intimidatória, que assume a função
de dissuadir os possíveis delinquentes da prática de
delitos futuros através da ameaça de pena, ou predicando com o exemplo do castigo
eficaz; e, de outro lado, a prevenção geral positiva que assume a função de reforçar a
fidelidade dos cidadãos à ordem social a que pertencem

4.1 Prevenção Geral Negativa (Feuerbach)


Coação psicológica direta;

Nessa teoria a pena é, efetivamente, uma ameaça da lei aos cidadãos para
que se abstenham de cometer delitos;
é, uma “coação psicológica” com a qual se pretende evitar o fenômeno
delitivo. Já não se observa somente a parte, muitas vezes cruel, da
execução da pena (que nesse caso serve somente para confirmar a
ameaça), mas se antepõe à sua execução a cominação penal. Presumia-se,
assim, que “o homem racional e calculista encontra-se sob uma coação,
que não atua fisicamente, como uma cadeia a que deveria prender-se
para evitar com segurança o delito, mas psiquicamente,levando-o a
pensar que não vale a pena praticar o delito
que se castiga”

4.2 Prevenção Geral Positiva (Jakobs);

Funcionalismo sistêmico

A pena tem uma função na estrutura social, faz com que o cidadão se
comporte, de acordo com a lei, se sinta impelido a praticar condutas em
consonância

Com a aplicação da pena se indica que as normas jurídicas estão vigentes e


possui efetividade

Tem função de estabilizar as expectativas sociais

Possui a premissa de fazer o cidadão se comportar conforme o


ordenamento=comportamento positivo

4.3 Prevenção Especial ou Individual (Von Liszt)

É aquela direcionada ao sujeito infrator

Conceito A teoria da prevenção especial procura evitar a prática do delito,


mas, ao contrário da prevenção geral, dirige-se exclusivamente ao delinquente
em particular, objetivando que este não volte a delinquir. De acordo com a
classificação sugerida por Ferrajoli, as teorias da prevenção especial podem ser
formalmente divididas em teorias da prevenção especial positiva, dirigidas à
reeducação do delinquente, e teorias da prevenção especial negativa, voltadas
à eliminação ou neutralização do delinquente perigoso

-Negativa se confunde com a ideia de Neutralização, ou inoquização, pune-se,


aplica-se uma pena para que o sujeito não continue praticando crime

- Positiva: em destaque ressocialização O sujeito no comprimento da pena


deve aprender a obedecer a lei, fazer com que o sujeito se torne um cidadão
de bem.

Cálculo do grau de ressocialização é a reincidência.

O conceito de ressocialização é unidimensional(o sujeito tem o papel sozinho


de ressocializar sem com que a sociedade tenha função alguma de integração
nem esteja preparada pra receber novamente esse cidadão), Alvino Augusto
de Sá fala que devemos substituir por reintegração social.

5. Teorias Ecléticas (Mistas)


São aquelas que conjugam algumas dessas teorias já vistas, haverá uma conjugação
das teorias.

5.1 Teoria Dialética Unificadora (Claus Roxin)

Vai ser utilizada pra responder a pergunta "pq punir ?"

Para Roxin a pena deve ser aplicada como possibilidade de proteção dos bens jurídicos
mais importantes da sociedade, sendo que essa proteção deve ser subsidiária (última
ratio) e as sanções aplicadas individualizadas.

Criticas a essa teoria: pq a pena que deve resolver esses problemas? A pena não diminui as
desigualdades, mas sim as evidência.

5.2 Garantismo (Luigi Ferrajoli)

O centro é o sujeito infrator, o Estado para aplicar uma pena ele só pode fazer isso
quando estiver de acordo com todos os direitos fundamentais, com o sistema de garantias,
não pode aplicar uma pena desproporcional.

Ferrajoli fundamenta a pena em dois pilares, a prevenção geral da vingança pública é para
que o estado não seja desproporcional na aplicação das penas).

Prevenção geral da vingança privada com a aplicação das penas nós evitamos das
situações de vingança privada. Com a existência de uma pena inibe-se a existência de
reações informais

°TEORIAS DESLEGITIMADORAS:

Reúnem esforços para esvaziar ou tirar o sentido da justificação da pena.


6. Abolicionismo e Minimalismo Radical
Os movimentos abolicionista e minimalista propõem a radical supressão do sistema
penal por outras instâncias de controle social e a máxima redução deste sistema,
respectivamente. São correntes deslegitimadoras do sistema penal vigente.

Minimalismo é contração do controle penal é um meio para o abolicionismo. A visão


minimalista impõe que não se deva recorrer ao direito penal e sua gravíssima sanção se
existir a possibilidade de garantir proteção suficiente por meio de outros instrumentos
jurídicos não-penais.

Abolicionismo

A proposta abolicionista se desenvolve em torno da criação de alternativas para o


processo de Justiça Criminal, de natureza legal ou não-legal, propondo a criação de
microorganismos sociais baseados na solidariedade e fraternidade, com vistas à
reapropriação social dos conflitos entre agressores e ofendidos e a criação espontânea de
métodos ou formas de composição.

É uma teoria que busca deslegitimar o poder punitivo e não existe abolicionismo no
singular existe abolicionismos, existe versões do abolicionismo e apesar de ser considerado
uma teoria utópica, considera-se que já existe percentualmente.

LOUCK HOUSMAN

THOMAS MATHIESEN

As pessoas devem conhecer a irracionalização da prisão.

"a guerra contra o crime deveria se tornar uma guerra contra a pobreza"

OBS: A perspectiva deslegitimadora abolicionista, nas suas diversas


correntes, baseia-se em algumas críticas centrais contra o sistema penal.

Uma delas é o descrédito que atribui à prevenção geral, afirmando que o


direito penal é incapaz de motivar comportamentos subjetivos a fim de
evitar os delitos, uma vez que, a despeito da incriminação, diversos crimes
– como o tráfico ilícito de entorpecentes, por exemplo – continuam a se
repetir sistematicamente.

A prevenção especial é, igualmente, posta em xeque pelos abolicionistas.


A prisão, local onde pretensamente se operaria a ressocialização e a
reintegração dos infratores ao meio social, ao contrário, dessocializa,
desumaniza e estigmatiza os apenados, relevelando-se sim como um
verdadeiro fator criminógeno.
É também contestada a função garantista do Direito Penal, pois a lei,
vocacionada a restringir a intervenção do Estado na esfera individual, ao
reverso, autoriza e legitima essa intervenção.

Critica-se o sistema penal, ainda, por ser arbitrariamente seletivo, pois,


assentado sobre uma estrutura social profundamente desigual, angaria
sua “clientela” entre os mais miseráveis, reproduzindo, assim, a injustiça e
desigualdade sociais.

Aliado a isso, critica-se o fato de que o sistema criminaliza um número


muito superior de condutas do que o que está capacitado para
efetivamente lidar, o que sobrecarrega os órgãos incumbidos da
repressão criminal e impede que, de fato, funcione. Ademais, o sistema
penal somente atua num número muito reduzido de casos, devido às
“cifras ocultas” da criminalidade – a soma de crimes praticados no
cotidiano e que não são registrados ou sequer chegam ao conhecimento
do sistema – o que torna regra a imunização e não a criminalização.

Critica-se também o fato de o sistema penal estereotipar tanto a vítima


quanto o delinqüente, tratando todos da mesma maneira, como se todas
as vítimas possuíssem as mesmas necessidades e reações, ignorando por
completo as singularidades das pessoas. Além das críticas
supramencionadas, somam-se as direcionadas à atuação reativa e não
preventiva do sistema penal, a sua atuação mediata ou tardia em relação
à prática do delito e o fato de não ser o sistema penal inerente às
sociedades, tendo em vista que, antes da lei penal, havia outras formas de
manejar os conflitos e resolver os problemas no meio social

6.1 O crime não existe: caráter definitorial do delito

6.2 Seletividade arbitrária

assentado sobre uma estrutura social profundamente desigual, angaria


sua “clientela” entre os mais miseráveis, reproduzindo, assim, a injustiça e
desigualdade sociais.

6.3 O fator criminógeno do sistema penal

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